Menos do que há um ano
O Banco Alimentar Contra a Fome recolheu 2.129 toneladas de alimentos no fim de semana, mais do que as 1.921 toneladas da...

Os alimentos vão agora ser distribuídos por um total de 2.700 instituições de solidariedade social, abrangendo mais de 426 mil pessoas “com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confecionadas” indica o Banco Alimentar.

A campanha, que se realizou pela 50.ª vez, contou com 42 mil voluntários e envolveu mais de 2.000 superfícies comerciais de todo o país, segundo o Sapo.

“Os milhares de quilos de alimentos doados e o número de voluntários envolvidos mostram que as pessoas responderam uma vez mais ao apelo, partilhando com as famílias que não têm pão na sua mesa. Apesar das grandes dificuldades pelas quais passam ainda muitas famílias portuguesas, inúmeros são aqueles que não se conformam e estão disponíveis para partilhar e assim ajudar a minorar as dificuldades dos seus concidadãos”, afirmou Isabel Jonet, Presidente da Federação dos Bancos Alimentares Contra a Fome, citado no comunicado.

Além dos produtos básicos como leite, arroz, massas, enlatados e cereais, foram também doados nesta campanha “alimentos que permitirão alegrar a mesa de Natal”, como bacalhau, chouriço ou chocolates.

A campanha que decorreu no fim de semana é prolongada online até ao dia 11, sendo possível contribuir através da página www.alimentestaideia.pt.

As campanhas do Banco Alimentar decorrem duas vezes por ano, contando também a organização com contributos da indústria agroalimentar, agricultores, cadeias de distribuição e operadores dos mercados abastecedores, que doam excedentes alimentares.

Em 2015, os 21 bancos alimentares a operar do país distribuíram 27.370 toneladas de alimentos.

Na terça-feira
Cerca de 15.000 psicólogos escolhem na terça-feira o novo bastonário para os próximos quatros anos, entre três candidatos:...

Concorrem às eleições para os órgãos nacionais e regionais da Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), para o mandato 2017-2020, três listas.

A Lista A "Psicologia Plural" é encabeçada por Vítor Moita, a Lista B "Elevar a Psicologia", por Vítor Coelho, e a Lista C Mobilizar os Psicólogos", por Francisco Miranda Rodrigues.

Em declarações, Francisco Miranda Rodrigues assumiu-se com um candidato de continuidade, afirmando que a sua lista pretende “aproveitar muito bem a experiência” dos seis anos da ordem.

“Somos uma lista que pretende dar continuidade ao trabalho que tem vindo a ser feito, mas simultaneamente temos um programa muito ambicioso, com muitas medidas que se diferenciam claramente àquilo que tem vindo a ser feito, porque encaramos este próximo mandato de quatro anos como um novo ciclo”, disse Francisco Miranda Rodrigues

Segundo o candidato, a ambição da sua equipa é tornar a OPP “bastante mais forte” e “cada vez mais próxima dos psicólogos”.

Já o candidato rival Vitor Moita disse que a candidatura da sua lista se deveu a considerar que o trabalho da ordem não correspondeu às expectativas criadas.

“Nos últimos seis anos o trabalho feito pela ordem trouxe avanços, mas ficou aquém das expectativas, que eram muito elevadas quando a Ordem dos Psicólogos foi criada”, explicou.

Por esta razão, defendeu, “queremos uma ordem que faça mais e melhor e que tenha uma gestão financeira rigorosa de forma a não onerar tanto o que os psicólogos pagam”, uma vez que têm “vencimentos baixos” e “contratos muito precários”.

Também a Lista B, liderada por Vítor Coelho, pretende “mudar o estilo de governação” que tem sido seguido nos últimos seis anos.

“É uma governação muito hierarquizada e centrada na pessoa do bastonário e muito preocupada com a estrutura”, disse Vítor Coelho, sublinhando que é “um estilo de governação que distancia a ordem das necessidades e dos problemas dos psicólogos do dia-a-dia”.

O que a lista de Vítor Coelho preconiza é “uma reviravolta total na aproximação ao apoio aos psicólogos, à identificação dos seus problemas e a uma resposta eficaz”.

Os cerca de 15 mil membros registados nos cadernos eleitorais da Ordem dos Psicólogos Portugueses vão poder, pela primeira vez, escolher por voto eletrónico, além da habitual forma presencial, os órgãos nacionais e regionais da Ordem dos Psicólogos Portugueses para o mandato 2017-2020.

Época natalícia
O presidente da Ordem dos Médicos/Norte alertou para os "constrangimentos espectáveis" nos Serviços de Urgência...

Falando a propósito do Juramento de Hipócrates de 170 futuros médicos, o presidente da Secção Norte da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, apontou ainda como "imperioso e impreterível" que se faça uma "aposta séria" em campanhas de literacia em Saúde de forma a evitar o recurso ao Serviço de Urgências por doentes que deviam procurar serviços de cuidados primários.

Para o responsável, um dos "graves problemas" do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é a saída de médicos para outros países e o facto de aqueles profissionais preferirem exercer no setor privado, pelo que aconselha a que "sejam criadas condições apelativas" para os clínicos optem pelo serviço público, o que "não passa necessariamente e apenas" pelos vencimentos.

"No Natal e no Ano Novo e em alturas de surtos nomeadamente de gripe que se esperam é recurso às urgências hospitalares aumenta e muito e os serviços não estão devidamente preparados para isso pelo que há constrangimentos expectáveis", disse.

Miguel Guimarães considerou que esta não é uma situação que se deve dar atenção "apenas nestas alturas" pelo que defendeu que devem ser tomadas medidas para solucionar o problema: "Não podemos estar a ter esta conversa todos os anos. É preciso tomar medidas para que isto seja evitado nomeadamente evitar o recurso em excesso a empresas de contratação temporárias de médicos".

Segundo explicou, "o recurso a médicos temporários pode até agravar o problema uma vez que quando os médicos falham a culpa não é de ninguém e apenas se podem aplicar multas às empresas", por isso, apontou, " a resolução passa por optar sempre pela contratação de clínicos para os quadros ou da contratação direta de profissionais".

Outro problema apontado é o aumento da afluência aos serviços de urgência de utentes que, disse, "deviam ser tratados pela rede de cuidados primários mas que muitas vezes não sabem onde se devem dirigir acabando por isso nas urgências".

De forma a combater aquele "recurso em excesso" às urgências hospitalares, Miguel Guimarães afirmou ser "imperioso e impreterível uma aposta séria em campanhas de informação a longa duração".

Ou seja, considerou, "não basta uma ou duas semanas de campanha perto do Inverno porque isso não é suficiente para combater a iliteracia em saúde da população que tem que aprender que com sintomas de gripe não deve recorrer a um serviço de urgência".

Questionado sobre se faltam médicos no SNS, Miguel Guimarães explicou que "falta um bocadinho de tudo".

 

"Faltam médicos, falta organização e falta sobretudo investimento nos recursos humanos. Temos assistido nos últimos anos à saída de centenas de médicos para o estrangeiro e ao pedido de reformas de milhares. É preciso criar condições para que quem está agora a iniciar a carreira fique no SNS e não opte por emigrar ou por exercer no setor privado. É preciso garantir a dignidade no acesso e no exercício à profissão, não passa necessariamente e apenas por uma questão de vencimentos", disse.

ONG europeias
Organizações da Europa, incluindo a portuguesa Zero, apelaram aos decisores europeus para que retirem do mercado as amálgamas...

"A Europa é a maior utilizadora do mundo de amálgama e as ONG [Organizações Não Governamentais] de defesa do consumidor, da saúde e do ambiente, bem como muito profissionais de medicina dentária, apelam a que a sua utilização seja proibida", refere uma informação da Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero.

Na terça-feira, representantes da Comissão Europeia, Conselho Europeu e Parlamento Europeu vão discutir o texto do Regulamento Europeu sobre Mercúrio, incluindo o seu uso nos cuidados dentários.

Segundo a Zero, a Europa é a maior utilizadora do mundo de amálgama e o seu impacto ambiental "é significativo" tanto no ar como na água e no solo, mas também representa um risco para a saúde humana.

Se não for filtrado nas águas residuais, o mercúrio acaba por chegar ao mar e ser absorvido pelos peixes que entram na alimentação.

A amálgama dentária com mercúrio "está identificada como um risco de 'envenenamento secundário' pela Comissão Científica de aconselhamento da Comissão Europeia, pois acaba por entrar na cadeia alimentar humana através do pescado", explica a Zero.

O Comité de aconselhamento da Comissão Europeia na área da saúde recomendou que seja banido o seu uso em crianças e mulheres grávidas.

A associação portuguesa Zero cita a posição de Elena Lymberidi-Settimo, do European Environment Bureau, a defender o fim das amálgamas e lembrar que "mais de 66% dos tratamentos dentários na União Europeia são realizados sem recorrer a mercúrio, pelo que é mais do que tempo dessa passar a ser a norma".

Susana Fonseca, da Zero, recorda também que, numa consulta pública organizada pela Comissão Europeia, "88% dos participantes recomendaram o fim da utilização da amálgama e 12% solicitaram que fosse retirada de forma faseada".

A amálgama já foi muito usada pelos dentistas, mas tem vindo a ser progressivamente abandonada, e alguns países proibiram mesmo a sua utilização, como a Suécia, enquanto em outros não chega a 5%, como na Finlândia, Dinamarca ou Holanda, acrescenta a associação portuguesa.

As organizações, nomeadamente de dentistas, realçam a existência de alternativas disponíveis, acessíveis em termos económicos e eficazes nos tratamentos.

Universidade Nova de Lisboa
O Serviço Nacional de Saúde está a ser suportado pelo esforço dos médicos e profissionais que aceitam “trabalhar mais por menos...

Coordenado pelos investigadores Raquel Varela e Renato Guedes, da Universidade Nova de Lisboa, o estudo científico aponta para a crescente precariedade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), uma espécie de regresso ao passado, a situações anteriores à década de 1960.

“Devido ao aumento das tarefas, do trabalho e da diminuição do rendimento, estamos a rebentar com as pessoas e estamos a rebentar com o Serviço Nacional de Saúde ”, sustentou Raquel Varela.

Segundo a historiadora, no mínimo, vão ser precisos “trinta anos para corrigir a situação”, caso exista vontade política.

“Hoje, o que faz funcionar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) com menos dinheiro é o facto de os médicos receberem menos e trabalharem mais. Não são modificações de gestão, melhores condições de trabalho ou controlo de gastos. O que manteve a prestação dos cuidados de saúde são os médicos que passaram a trabalhar mais por menos”, acentuou.

“É como se o Serviço Nacional de Saúde (SNS) voltasse ao registo anterior a 1960, em que os hospitais eram centros de tratamento de pobres e, por essa via, de formação – sendo que os médicos após essa especialização passam a atender nos consultórios privados e em clínicas”, conclui o estudo encomendado pelo Conselho Regional Sul da Ordem dos Médicos.

As conclusões da investigação apontam para uma “evolução miserável” do número de médicos a exercer no SNS, sobretudo tendo em conta os profissionais formados pelo Estado, mas também para a degradação dos cuidados primários.

“O número de profissionais médicos a exercer no SNS teve uma evolução miserável se considerarmos o potencial em número de médicos formados desde a década de 1970, em particular, desde a criação do SNS. Verifica-se, nas nossas conclusões, a evolução negativa nos cuidados primários de saúde. Isto é, são formados muito mais médicos pelo SNS do que aqueles que ficam a trabalhar nele”, indica o documento.

O estudo estabelece também uma relação entre as várias investigações já realizadas sobre o “burnout” (esgotamento) a que os médicos estão sujeitos desde a aplicação das medidas impostas pela troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia), através do Memorando de Entendimento (17 de maio de 2011).

O ritmo de produtividade, refere o texto, está a ser marcado pela utilização da força de trabalho “até níveis próximos do seu limite”.

Em perspetiva, o trabalho indica também que, em Portugal, o sistema de saúde “de ponta” só foi alcançado após a revolução de 1974.

“A revolução, isto é, a luta política organizada, que gerou uma transferência de 18 por cento do rendimento do capital para o trabalho, em grande medida na criação de um Estado Social, impôs a junção entre previdência e assistência dando o passo fundamental para a criação do SNS, que se oficializou em 1979", conclui a investigação.

Esta situação, prossegue o estudo, criou “de facto” uma "elevação" salarial significativa, permitindo “resultados extraordinários”, do ponto de vista do acesso a cuidados de saúde, “colocando Portugal entre os melhores, mais eficientes tecnicamente e mais justos sistemas de saúde do mundo”.

A segunda parte do estudo analisa as formas de privatização do sistema público de saúde britânico que criou uma “indústria de cuidados de saúde”, transformando um “serviço público essencial em lucro”.

Além dos académicos portugueses, o estudo incluiu as participações de quatro cientistas sociais anglo-saxónicos: Ursula Huws, Stewart Play, Colin Leys e Peter Kennedy, que se debruçam sobre as formas e consequências da privatização do National Health Service, no Reino Unido.

Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla
Afetando mais mulheres, estima-se que em Portugal existam cerca de 5 mil doentes com Esclerose Múlti

A esclerose múltipla muitas vezes denominada esclerose em placas é uma doença inflamatória, crónica do sistema nervoso central que se caracteriza por uma resposta anormal do organismo desencadeando um ataque imunológico contra determinadas células do sistema nervoso. A mielina é um dos alvos deste ataque imunológico. Trata-se duma bainha que cobre os neurónios isolando-os e fazendo com que o impulso eléctrico da transmissão nervosa se torne mais rápido. A sua lesão caracteriza-se por uma inflamação e posteriormente cicatrização, resultando numa interrupção da transmissão de ordens quer no cérebro ou na medula espinhal e surgem assim os sintomas da doença.

Não existe uma única causa identificada, na sua génese encontram-se vários factores genéticos e ambientais que juntos parecem contribuir para o desenvolvimento da doença.

Atinge mais frequentemente mulheres e as manifestações surgem entre os 30 e os 40 anos.

Sintomas:

Vários são os sintomas atribuíveis a esta patologia dos quais os mais frequentes são: alterações da visão (perda da visão num dos olhos ou visão dupla), diminuição da força ou da sensibilidade, vertigem e desequilíbrio na marcha.

Como diagnosticar:

O diagnóstico é suspeitado com base num exame neurológico anormal (exame clínico em que são testadas as várias funções do sistema nervoso central). A realização duma ressonância magnética encefálica e medular identifica as lesões resultantes quer da inflamação activa quer cicatrizes de lesões prévias e permite excluir outras doenças que podem ter os mesmos sintomas. A uma punção lombar pode detectar inflamação no líquido céfalo raquidiano (líquido que cobre o sistema nervoso).

Tipos de Esclerose Múltipla:

De acordo com as características clínicas podemos classificar a Esclerose múltipla em formas surto-remissão e formas primária e secundariamente progressivas.

A forma surto remissão é a mais frequente e caracteriza-se por défices neurológicos que surgem abruptamente (surto) que podem durar até 3 semanas e que recuperam totalmente após este tempo (por vezes a recuperação é parcial mas a incapacidade é mínima).

A forma secundariamente progressiva diz respeito à fase da doença para a qual pode progredir a anterior, isto é, após um curso surto remissão os surtos podem ser menos frequentes e a incapacidade começar a progredir de forma constante.

A forma primariamente progressiva caracteriza-se por incapacidade progressiva e cumulativa desde a fase inicial sem surtos clinicamente identificáveis.

Os estudos mostram que a taxa de progressão duma forma surto remissão para uma forma secundariamente progressiva aumenta ao longo do tempo (aos 25 anos de doença cerca de 80% dos doentes têm uma forma secundariamente progressiva). Existem casos que não progridem e atingem uma fase de remissão permanente

Os termos de Esclerose múltipla benigna e maligna dão-nos uma noção do comportamento da doença ao longo do tempo com base no grau de atividade e incapacidade da doença.

Estes termos aplicam-se a qualquer uma das fases anteriormente descritas mas podem ser traiçoeiros pois determinado doente cuja doença se tem apresentado como benigna a qualquer momento pode passar a ter um curso maligno.

Até à data não existe nenhum marcador biológico que nos permita saber que curso vai tomar a doença em determinado doente nem podemos antecipar nenhum surto. No entanto sabemos que a exposição prolongada a temperaturas excessivamente elevadas assim como a mudança brusca de temperatura podem aumentar a probabilidade de surtos ou agravar os sintomas preexistentes.

Tratamento:

Podemos dividir o tratamento destes doentes em tratamento modificador da doença, tratamento dos surtos e tratamentos de outros sintomas associados à doença.

O tratamento modificador da doença tem como objectivo diminuir a inflamação e degeneração do sistema nervoso central diminuindo o número e gravidade dos surtos assim como a incapacidade a longo prazo. Nos últimos anos assistiu-se a uma grande evolução neste tipo de terapêuticas e actualmente existem vários tratamentos disponíveis no mercado com bons resultados.

No tratamento dos surtos são usadas altas doses de corticoides cuja acção resulta numa diminuição da inflamação e numa recuperação mais rápida das crises.

Existem ainda os tratamentos sintomáticos que reduzem outros sintomas que vão surgindo com a doença como as dores, fadiga, depressão, rigidez muscular ou incontinência urinária e que melhoram a qualidade de vida destes doentes.

Viver com a doença

Saber em idade jovem que se tem uma doença crónica e potencialmente incapacitante é bastante difícil. Uma grande parte dos doentes tem medo de falar da doença pelo estigma social que representa.

A incapacidade não resulta do facto de ter a doença mas dos sintomas e sinais que se vão acumulando com o decorrer dos anos.

Os novos tratamentos diminuem significativamente a incapacidade associada a esta doença e muitos são os doentes que se mantem activos e autónomos com o passar dos anos.

Estes doentes necessitam de tempo para se tratarem. A inflexibilidade de horários e funções laborais acaba, por vezes, por levar à incapacidade para o trabalho. Alguns doentes têm possibilidade de adaptar funções e horários trabalhando a tempo parcial ou no domicílio.

Manter seguimento por neurologia e cumprir a medicação prescrita são alguns dos aspectos que o doente não deve descurar, assim como adoptar estilos de vida saudáveis com horários de sono, evicção tabágica, prática regular de exercício físico e alimentação equilibrada.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
IPO-Porto
O Instituto Português de Oncologia do Porto desenvolveu um modelo de avaliação de tecnologias de saúde que visa assegurar que...

O modelo Cancer Value Label permite, por exemplo, verificar “como é que um medicamento se comporta em determinadas dimensões, nomeadamente na que se relaciona com a questão da qualidade de vida, e depois comparar os resultados com o preço”, disse Rocha Gonçalves, vogal do conselho de administração do IPO-Porto e responsável pelo projeto.

“Temos de ter a capacidade de olhar para uma tecnologia e dizer quais são as dimensões em que esta tecnologia faz verdadeira diferença e sabemos depois quanto mais em euros é que nos estão a pedir por aquele resultado na qualidade de vida do doente”, sustentou.

De acordo com Rocha Gonçalves, este modelo “é inovador, desde logo, porque não existia até agora nenhum modelo de avaliação de tecnologias da saúde 100% português. Isto é uma satisfação para nós, termos conseguido produzir o primeiro e por outro lado é inovador porque incorpora dimensões de valor acrescentado que os modelos que estão em uso ainda não incorporam”.

O modelo português foi certificado e publicado por uma das maiores plataformas globais de informação científica em cancro, a revista Ecancer Medical Sciense. Este reconhecimento permite que o modelo do IPO-Porto possa ser usado por qualquer instituição, pública ou privada, nacional ou internacional, a par dos modelos já existentes de entidades europeias.

“O que este modelo faz, porque permite diálogo com as farmacêuticas, é que haja proporcionalidade. Quando nos dão um medicamento que oferece mais 20% de qualquer coisa, seja de qualidade de vida, seja de anos, não é lógico que nos peçam mais 200% de preço. Se compramos mais 20% de resultado, pagamos mais 20% de preço. Esta lógica de proporcionalidade tem de ser observada porque senão estamos a pagar o preço dos monopólios e não a pagar o preço dos resultados que estamos a comprar”, frisou.

Com este modelo, sublinha Rocha Gonçalves, “fica clarinho se há ou não proporcionalidade. Se nos aparecem com outra métrica, que é a dos 50 mil euros por ano de vida, eu não consigo dizer se existe proporcionalidade ou não. É uma métrica que se estabeleceu há muitos anos quando as maneiras de fazer as contas eram umas, agora é possível incorporar mais dimensões e é possível ter um diálogo que saia dessa armadilha comunicacional dos euros por ano de vida”.

“É uma armadilha onde eu não quero estar, nem eu, nem quem está a vender tecnologia, porque as pessoas não são vendedores de almas. Temos de estabelecer critérios relativos a resultados para os doentes, quanto menos de dor, numa escala internacionalmente aprovada, ou quanto mais de diminuição da depressão que está associada à doença principal, numa escala também internacionalmente aprovada, por exemplo”, acrescentou.

Combinando tudo, frisou Rocha Gonçalves, “pode dizer-se que se melhora 20% dos indicadores, é justo eu ir até mais 20% no preço. Temos de ter no mesmo mapa uma coluna com os resultados, hierarquizados, uma outra com os custos e depois comparar. Frequentemente temos opções que nos garantem bons resultados e que são, ao mesmo tempo, as mais baratas”.

O IPO-Porto pretende “por um lado garantir que os tratamentos que são necessários chegam aos doentes, e por outro lado otimizar as suas possibilidades orçamentais”.

“Parte dessa otimização, ou o segredo da mesma, está na boa negociação com os fornecedores”, disse ainda o responsável pelo modelo Cancer Value label (CAVALA).

Grupo de Ativistas em Tratamentos
Alerta é feito pelo presidente do GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos. Luís Mendão acredita que com a chegada de mais...

Além dos cerca de 5000 portugueses que segundo estudos recentes estarão infetados pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH/Sida) sem saberem, há outra realidade que é motivo de preocupação: há mais 10 mil pessoas que, mesmo sabendo que estão doentes, não fazem os tratamentos para esta infeção. A estimativa é avançada pelo presidente do GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos, Luís Mendão, que defende que este é um “problema enorme” que tem consequências para os doentes mas também para a “saúde pública”.

 “Temos mais de 5000 doentes que abandonaram os hospitais depois de terem sido diagnosticados. Há ainda outros 5000 doentes que não estão em tratamento apesar de serem seguidos nos hospitais. No total são 10 mil doentes, o que é um número enorme”, frisou Luís Mendão, em declarações ao PÚBLICO, esta quinta-feira, à margem do lançamento de um projeto-piloto, em Lisboa, que vai permitir que alguns doentes comecem a levantar os medicamentos para o VIH nas farmácias, em vez de terem de ir aos hospitais. O último relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), em Junho deste ano, já alertava para o problema dos doentes sem tratamento, mas sem adiantar, contudo, uma quantificação total.

Questionado sobre as causas deste cenário, o ativista avançou com várias explicações. “A maioria dos doentes com VIH/Sida são pessoas em situação de grande fragilidade social e pessoal”, disse, acrescentando que há também “falta de literacia dos doentes”. “Algumas pessoas não se sentem doentes e não sentem a necessidade de fazer tratamento”, afirmou o presidente do GAT. Sobre os que estão a ser acompanhados mas não fazem tratamento, Mendão disse que há pessoas com “resistência em começar” e médicos que ainda não avançaram, apesar de as novas normas preverem que todos devem ser medicados. Há ainda um outro grupo de 4500 doentes que estão a ser tratados mas sem sucesso, isto é, sem se conseguir controlar a carga viral no organismo.

 “O tratamento tem um efeito eventualmente pouco conhecido mas que nós procuramos reforçar: um doente que está bem tratado e com carga viral indetetável é praticamente impossível vir a transmitir a infeção a outra pessoa”, reforçou Luís Mendão. Por isso, para o ativista é fundamental que a estratégia portuguesa de combate a esta doença aposte na prevenção, mas também no acesso a tratamentos com qualidade e em que a vida do doente fique facilitada – de que é exemplo o projeto-piloto lançado em Lisboa e que foi testado por Mendão. O presidente do GAT espera, também, que a chegada de genéricos permita tratar mais doentes com menos dinheiro.

Novos genéricos podem travar despesa
Os tratamentos para o VIH/Sida representam já uma fatia considerável da despesa hospitalar com medicamentos, num total de 23%. Segundo os dados da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), só entre Janeiro e Outubro deste ano a fatura ascendeu a 195 milhões de euros. A tendência, com mais pessoas em tratamento, é que o orçamento tenha de aumentar.

No entanto, há mudanças prestes a acontecer e que podem inverter a realidade. “Vamos ter novos medicamentos genéricos para o VIH com a vantagem de que têm de demonstrar que são iguais aos que já existem, ao mesmo tempo que criam uma dinâmica de mercado e baixam significativamente os preços”, explicou ao jornal Público Helder Mota Filipe, membro do conselho diretivo do Infarmed. Por lei, estes fármacos têm de chegar aos hospitais com um preço que seja pelo menos 30% inferior ao do medicamento de marca. “Vamos poder tratar mais doentes não gastando mais”, salientou o responsável do Infarmed.

Neste momento, os genéricos que já estavam disponíveis correspondiam, muitas vezes, a fármacos que já são muito pouco utilizados devido aos grandes efeitos secundários que tinham, explicou ao jornal Público o infeciologista Kamal Mansinho, que foi até à semana passada diretor do Programa Nacional para a Infeção VIH/Sida. Agora, segundo os dados do Infarmed, acabam de entrar no mercado dois genéricos de substâncias muito usadas e em 2017 devem chegar mais três. Um deles, o Darunavir, a título de exemplo, está entre os cinco com maior peso na despesa geral dos hospitais com todos os medicamentos e é o segundo a gerar mais gastos nos anti-retrovirais.

Kamal Mansinho e Luís Mendão referem que neste momento os doentes com VIH normalmente só precisam de tomar um comprimido por dia para controlar o vírus, já que esse comprimido contém várias substâncias. Alguns dos genéricos que estão a chegar só têm uma substância, pelo que pode dar-se o caso de os doentes terem de passar a fazer dois comprimidos. Kamal Mansinho diz que tudo terá de ser analisado de forma ponderada, “pois passar de um para dois comprimidos em alguns doentes pode ser o suficiente para rejeitarem a terapêutica”. Já Luís Mendão acredita que a simples chegada dos genéricos vai “abanar” as farmacêuticas dos medicamentos originais, que “naturalmente” se vão ver obrigadas a reduzir os preços.

Em Portugal
Recurso às urgências ocorre sobretudo à noite e aos fins-de-semana ou durante as férias escolares.

Em Junho de 2008, a então ministra da Saúde, Ana Jorge, alertou para o facto de “não serem raros” os casos de crianças com sete, oito ou nove anos de idade em coma alcoólico, devido aos festejos de final de ano escolar. A afirmação gerou, na altura alguma controvérsia, com muitos pediatras a asseverarem não ter memória de episódios de urgência motivados pelo álcool envolvendo crianças tão pequenas.

Estes profissionais apontavam consumos excessivos, sim, mas aos 12, 13 ou 14 anos. Mas o certo é que, mais de oito anos volvidos, e enquanto Espanha noticia dados como os cinco mil menores que foram atendidos nas urgências em 2015 por abuso de álcool, em Portugal continuam a não estar disponíveis estatísticas que deem a dimensão exata do problema.

“As urgências [hospitalares] não registam as causas que levam as pessoas à urgência, mas as consequências. Alguém que caiu porque estava alcoolizado pode ficar registado como tendo sofrido um traumatismo craniano. Mas, tal como na violência doméstica, estamos a trabalhar para conseguirmos ter um registo formal destas situações de risco, sobretudo quando afetam menores, até porque resulta daí um efeito pedagógico importante”, reconhece o diretor do programa de Saúde Mental da Direção-Geral da Saúde, Álvaro Carvalho.

Numa ronda feita pelo jornal Público por alguns dos hospitais com urgências pediátricas, os respetivos responsáveis não referem aumentos, mas também não apontam diminuições, isto é, o problema tem-se mantido estável, apesar do reforço das leis cujo objetivo é dificultar a ingestão de álcool por parte dos menores. “Este ano, até agora, tivemos 30 casos de menores alcoolizados, a maior parte em coma. Em 2015, tinham sido 40, 22 em 2014 e 42 em 2013”, contabilizou Patrícia Mação, pediatra no serviço de urgência do Hospital Universitário de Coimbra.

As festas dos alunos dos 8.º e 9.º anos
“Chegam com teor alcoólico muito elevado, ataxias, discursos incoerentes, a vomitar. Quase sempre são trazidos por colegas. São alunos dos 8º e 9 anos, começam a beber nas festas de aniversário e aos fins-de-semana e nas férias escolares”, caracteriza, por seu turno, Almerinda Pereira, diretora do serviço de Pediatria do Hospital de Braga. Já no Hospital Santa Maria, em Lisboa, a coordenadora da urgência pediátrica, Gabriela Araújo e Sá contou 11 jovens internados este ano por abuso de álcool. “Foram o mesmo número que no ano anterior. E estamos a falar de quadros que implicam já alterações de consciência, porque os que chegam apenas ‘tocados’ não ficam internados”.

Note-se, como recorda Patrícia Mação, que às urgências hospitalares chegam “apenas os casos mais graves, a ponta do icebergue”. Dito de outro modo, os menores que ingerem shots sem noção do respetivo teor alcoólico. Ou então os que, como aponta Joana Saraiva, pedopsiquiatra no Centro Hospitalar do Porto, misturam álcool e canabinóides, como marijuana ou haxixe. “Há muitos anos, o álcool bebia-se dentro de casa e era principalmente vinho. Agora, os jovens de 13, 14 e 15 anos bebem sobretudo bebidas brancas, ao fim-de-semana e em contextos de festa e de saída”, acrescenta aquela responsável.

Já no Hospital de S. João, também no Porto, o diretor das urgências pediátricas, Luís Almeida Santos, fez um levantamento dos 196 jovens alcoolizados que ficaram internados no seu serviço, entre 2011 e 2013, e concluiu que a média de idades era de 15,9 anos e que a alcoolemia média que apresentavam era de 1,67 gramas de litros por sangue (recorde-se que alguém que conduza com uma taxa superior a 0,5 g/l incorre numa contra-ordenação grave, podendo ficar inibido de conduzir).

“De então para cá, os valores mantêm-se equivalentes”, assevera o pediatra, sobre uma realidade que o preocupa, mas que não o surpreende, num país onde não há muitas décadas as crianças eram convidadas a beber água ardente com açúcar pela manhã (o chamado “mata-bicho”) e onde era frequente meter-se “vinho ou aguardente no biberão para sossegar os bebés”.

Colaboração com as Nações Unidas
Autoridade portuguesa renova colaboração com as Nações Unidas. Em programas semelhantes já foram encontrados fármacos para a...

Além de fazer análises regulares aos medicamentos que estão no mercado português, para perceber se cumprem os requisitos de qualidade a que as farmacêuticas se comprometem, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) renovou, na semana passada, um protocolo com o Programa das Nações Unidas para continuar a analisar fármacos financiados por este organismo internacional, quando há o risco de falta de qualidade ou de falsificações. Em causa estão medicamentos que se destinam a países como Guiné-Bissau, Angola, Chade, Cuba, Irão ou Síria.

Os medicamentos analisados pela autoridade portuguesa são usados para tratar doenças como o VIH, a malária e a tuberculose, explicou ao jornal Público Helder Mota Filipe, membro do conselho diretivo do Infarmed. Os produtos são comprados pelos países que os vão usar, com o apoio financeiro da Organização das Nações Unidas (ONU). No entanto, naqueles mercados quase nunca há garantia de qualidade e há o risco de aparecem falsificações. Por isso, sempre que os países compram medicamentos com financiamento das Nações Unidas devem enviar amostras para um laboratório selecionado, como o Infarmed.

Desde 2014, no âmbito do programa da ONU, o Infarmed testou 180 fármacos, sendo 89 deles para o VIH. Nestas análises foram encontrados medicamentos contaminados com impurezas acima do valor legal. Apesar de tudo, ainda não surgiram casos “muito graves”, como noutros programas que o Infarmed tem com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, em que já encontrou comprimidos para a malária e antibióticos complemente adulterados e que não tinham qualquer vestígio da substância ativa necessária para a cura.

Estudo
Os fumadores com menos de 50 anos têm oito vezes mais probabilidades do que os não fumadores da mesma idade de sofrer um ataque...

A diferença de risco de enfarte entre fumadores e não fumadores diminui com a idade: é cinco vezes maior para os fumadores entre os 50 e os 65 anos e três vezes maior para os que têm mais de 65.

Estes resultados são relativamente surpreendentes porque as pessoas jovens, em geral, são mais saudáveis e têm menos incidência de diabetes, hipertensão ou colesterol alto, patologias capazes de aumentar o risco cardíaco, escreve o Sapo.

"Fumar talvez seja o fator de risco mais poderoso, cujo efeito aparece antes de qualquer outro", adverte o estudo publicado pela revista especializada Heart.

Todos os fumadores enfrentam um risco significativamente maior de ataque cardíaco do que os não fumadores, mas ainda não se sabia a extensão desse risco nas diferentes faixas etárias. Para isso, uma equipa de investigadores liderada por Ever Grech, do centro de cardiologia South Yorkshire do Hospital Geral do Norte de Sheffield, Inglaterra, analisou dados de 1.727 adultos que receberam tratamento para um tipo comum de ataque cardíaco conhecido pela sigla Stemi, entre 2009 e 2012.

Esses ataques cardíacos, que ocorrem após a obstrução total de uma artéria coronária, danifica toda a espessura do músculo cardíaco alimentado por esta artéria. Esse tipo de enfarte do miocárdio, chamado Stemi, é acompanhado por uma mudança no eletrocardiograma (elevação do segmento ST), que revela a morte de uma grande parte do músculo cardíaco.

Cerca da metade desses pacientes eram fumadores. O resto dividia-se em partes quase iguais de ex-fumadores e não fumadores. Em média, os fumadores eram pelo menos uma década mais jovens do que os ex-fumadores, ou do que os que nunca tinham fumado, quando sofreram o enfarte. Tinham, ainda, duas vezes mais hipóteses do que os não fumadores de sofrerem uma doença coronária.

No conjunto da população de Yorkshire do sul, 27% dos adultos de menos de 50 anos fumam tabaco. No entanto, cerca de 75% dos pacientes menores de 50 anos que tiveram doenças isquémicas do coração fumavam.

Estes resultados deveriam ajudar os jovens fumadores a consciencializarem-se sobre os riscos que enfrentam, de acordo com os autores do estudo. Estes reconhecem, porém, que "é difícil explicar este risco muito maior" de ataque cardíaco em pacientes jovens.

Estudo
Muitos doentes recusam fazer as 36 sessões para evitar pagar taxas moderadoras que a Sociedade Portuguesa de Cardiologia...

Apenas 8% dos doentes com um enfarte agudo do miocárdio passam por programas de reabilitação cardíaca. O número, referente a 2014, foi agora divulgado na Revista Portuguesa de Cardiologia e significa um aumento face à última avaliação, mas segundo os médicos continua muito abaixo daquilo que seria minimamente desejável.

Ana Abreu, uma das autoras do estudo, explica à TSF que há várias razões que impedem o acesso a estes programas, que têm um efeito muito positivo não apenas na recuperação de quem teve um enfarte, mas também de quem sofre de insuficiência cardíaca ou fez uma operação ao coração.

A médica, que também trabalha num centro de recuperação, sublinha que estamos muito longe dos números de outros países europeus e ela própria ouve muitas vezes dos doentes que não querem entrar no programa de recuperação porque não têm dinheiro para taxas moderadoras e para deslocações durante meses, duas vezes por semana.

Ana Abreu sublinha que os colegas recebem muitas vezes a mesma resposta e explica: "As taxas não são muito altas, mas multiplicando por 36 sessões fazem uma diferença muito grande".

Razões que levam a Sociedade Portuguesa de Cardiologia a pedir a isenção de taxas moderadoras para quem teve um enfarte e avança para um programa de reabilitação cardíaca que inclui não apenas exercício físico mas também formação para ensinar o doente a viver com a doença e apoio psicológico. Ações que segundo os médicos são muito mais baratas para o Serviço Nacional de Saúde do que intervenções caras quando a doença se complica.

Só há centros em Lisboa, Porto e Algarve
O presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia admite que o estudo agora publicado revela que há mais doentes a fazerem reabilitação cardíaca e que, desde 2014, abriram mais alguns centros, pelo que já andaremos próximos dos 10% de doentes a entrarem nestes programas depois de um enfarte.

Miguel Mendes explica, contudo, que continua a ser muito pouco e estamos perante um problema complexo, pois muitas vezes são os próprios doentes que veem com maus olhos a atividade física e os médicos também não estão incentivados para esta área.

O médico recorda, no entanto, que estes programas de reabilitação são baratos para o Estado, aumentam a sobrevivência e qualidade de vida dos doentes e existem, infelizmente, apenas, em hospitais de Lisboa, do Porto e do Algarve.

Miguel Mendes recorda que um doente que teve um enfarte pode demorar meio ano a voltar ao trabalho, mas com exercícios de reabilitação pode demorar menos de dois meses, pelo que até para o Estado seria bom investir nesta área que apenas obriga a pequenos investimentos.

A TSF contactou há cerca de uma semana o Ministério da Saúde para obter um comentário as resultados deste estudo, mas continua à espera de resposta.

Comissão Federal de Comércio
A Comissão Federal de Comércio norte-americana decidiu que os produtos homeopáticos devem ter no rótulo a indicação de que não...

Os produtos homeopáticos sem provas da sua eficácia vão ter de informar os consumidores de que não produzem qualquer efeito. Esta foi a decisão divulgada pela Comissão Federal de Comércio norte-americana, a agência nacional de proteção do consumidor nos EUA, após um estudo recente sobre medicamentos homeopáticos, que refere que estes “não são baseados em métodos científicos atuais”. No documento oficial pode ler-se:

“Os medicamentos homeopáticos devem sempre ser fundamentados por evidências científicas competentes e confiáveis”.

A agência do Governo norte-americano foi mais longe referindo que, em certos produtos analisados, “não há nenhuma evidência científica de que o produto funciona e que as alegadas indicações se baseiam apenas em teorias da homeopatia do século XVIII que não são aceites pela maioria dos especialistas médicos atuais”.

O organismo sustentou ainda que a homeopatia se baseia em doses ínfimas e que, muitas vezes, quando os produtos homeopáticos são diluídos para pesquisa já não contêm níveis detetáveis da substância inicial. Por isso, a informação sobre a sua utilidade clínica, tem de estar descriminada no medicamento.

Em mais de dois séculos, esse método não provou ser mais eficaz do que tomar um gole de água com açúcar.

Na comunicação oficial é referido ainda que a diretiva apresentada é consistente com a Primeira Emenda, uma vez que não limita o acesso dos consumidores a produtos homeopáticos. Pretende apenas dar orientações quanto às políticas de marketing utilizadas pela indústria homeopática.

De acordo com a revista Nutrition Business Journal, a indústria da homeopatia nos EUA atinge vendas de 1,2 biliões de dólares.

Sociedade Homeopática diz que é “barbaridade”
O Observador falou com o presidente da Sociedade Homeopática de Portugal, Francisco Patrício, que vê esta medida com alguma incredulidade:

A indústria farmacêutica não está interessada numa abordagem eficaz e, sobretudo, muito barata”.

O homeopata, médico de clínica geral com especialidade em medicina tropical, realçou que a nova diretiva norte-americana é “uma barbaridade”, face aos muitos estudos já divulgados que sustentam a eficácia da homeopatia. “Há provas dadas que esta abordagem é eficaz, quando até já não existem respostas por parte da medicina convencional”, concluiu.

5 de Dezembro - Dia Internacional do Voluntariado
Dia 5 de dezembro, a Liga Portuguesa Contra o Cancro vai homenagear o voluntariado em Portugal, com ações por todo o país....

Na LPCC, existem quatro tipos de voluntariado: hospitalar, que visa contribuir para a humanização da assistência ao doente oncológico; comunitário, que funciona com base na dinâmica de grupos para a promoção de ações de sensibilização e prevenção da doença; de entreajuda, onde o foco está no apoio emocional ao doente, através de um testemunho na primeira pessoa; e de competências, onde os voluntários são profissionais que oferecem o seu contributo técnico e conhecimentos.

Dia 5 de dezembro, a LPCC dá a conhecer o trabalho de milhares de pessoas que se juntaram à instituição na luta contra o cancro, através das seguintes atividades:

Núcleo Regional do Norte
O Núcleo do Norte irá promover a Cerimónia de Entrega de Insígnias aos voluntários com 5, 10, 15, 20 e 25 anos de serviço. O encontro decorrerá na manhã do dia 5 de dezembro, no auditório da LPCC – NRN.

Núcleo Regional do Centro
Aproveitando a comemoração dos 20 anos de voluntariado hospitalar da LPCC, no IPO de Coimbra, o NRC irá realizar, no dia 5, uma sessão no auditório dirigida a voluntários, doentes oncológicos e profissionais.

Neste dia, terá também início a XII Edição do Curso de Formação Inicial de Voluntariado em Oncologia, na sede do NRC. O curso, que decorrerá nos dias 5, 6, 7 e 12 de dezembro, abordará temas ligados à missão e áreas de intervenção da LPCC, prevenção e tratamento, impacto psicossocial do cancro e os direitos, deveres e funções do Voluntariado hospitalar.  

Núcleo Regional do Sul
Para celebrar o Dia Internacional do Voluntariado com todos os Voluntários Hospitalares e dos Movimentos de Entreajuda, o NRS irá promover a Cerimónia de Entrega de Batas a novos voluntários, no dia 5 de dezembro, pelas 17H00, no IPO de Lisboa. Neste evento, a LPCC irá também distinguir os voluntários com 10, 15, 20 e 25 anos de serviço.

Núcleo Regional dos Açores
A LPCC nos Açores irá promover no dia 9 de dezembro, em Angra do Heroísmo, o Seminário “Humanização dos Cuidados em Oncologia: Olhares Multidisciplinares”, integrado nas comemorações dos 75 anos da LPCC, dos 50 anos do NRA e no âmbito do Dia Internacional do Voluntariado.

O Seminário, que decorre no Salão Nobre da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo (CMAH), pretende constituir um espaço de partilha e reflexão, junto da população, sobre a humanização dos cuidados em Oncologia ao nível da saúde, da solidariedade, da espiritualidade e do voluntariado.

Núcleo Regional da Madeira
O Núcleo da Madeira irá promover diversas atividades. A LPCC – NRM faz parte do painel do II Encontro de Voluntários da Região Autónoma da Madeira, que decorrerá no dia 2 de dezembro, e onde serão homenageados os voluntários com mais de 15 anos de serviço. No dia 3, tem início a formação para os voluntários hospitalares - “Dinâmica do Hospital de Dia”. No dia 5, o NRM promove, nas suas instalações, um almoço para todos os voluntários, seguido de uma homenagem a quem tem mais de 5 e 10 anos de serviço. Neste dia, será igualmente apresentado o projeto “+Perto De Si”, que visa promover o voluntariado de proximidade para doentes oncológicos.

Doentes com VIH
Um projeto-piloto de dispensa de medicamentos antirretrovíricos nas farmácias comunitárias lançado ontem, em Lisboa, na...

Segundo o Ministério da Saúde, graças a esta iniciativa, muitos doentes que até agora tinham de percorrer longas distâncias, todos os meses, para se deslocarem ao hospital e levantarem a sua medicação VIH (SIDA), tendo muitas vezes de faltar ao trabalho e com custos de deslocação associados, poderão passar a levantar a sua terapêutica, de forma mais cómoda, numa farmácia da sua preferência.

O evento, realizado na farmácia Estácio (Xabregas), com a participação do ministro Adalberto Campos Fernandes, serviu para assinalar o Dia Mundial de Luta Contra a Sida, que ontem se assinalou, tendo o programa envolvido o Infarmed, Imperial College de Londres, Direção-Geral da Saúde, Ordem dos Farmacêuticos, Associação Nacional das Farmácias, Associação de Farmácias de Portugal, Groquifar, e o Centro Hospitalar de Lisboa Central.

Segundo o Ministério da Saúde, o projeto-piloto encontra-se a ser coordenado pelo Imperial College de Londres e foi aprovado pela Comissão de Ética da Administração Regional de Saúde - Lisboa e Vale do Tejo ARS-LVT e envolverá cerca de 800 doentes com VIH (SIDA) acompanhados no Hospital Curry Cabral, cuja participação será de cariz voluntário.

Para o efeito, os doentes tiveram a oportunidade de selecionar a sua farmácia de preferência para o levantamento da medicação (habitualmente feita apenas no hospital).

Nesse contexto, foi realizado um rigoroso processo de formação de farmacêuticos de 300 farmácias na área de Lisboa e arredores, organizado pela Ordem dos Farmacêuticos.

O Ministério da Saúde diz pretender a “valorização do papel das farmácias comunitárias enquanto agentes de prestação de cuidados, apostando no desenvolvimento de medidas de apoio à utilização racional do medicamento e aproveitando os seus serviços, em articulação com as unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS), para nelas ensaiar a delegação parcial da administração de terapêutica oral em oncologia e doenças transmissíveis” enquanto uma das medidas prioritárias do seu programa".

Após a morte de mais um paciente
A agência francesa de Segurança do Medicamento decidiu proibir o sistema de implante de coração artificial desenvolvido pela...

O anúncio da autoridade sanitária francesa foi feito depois da empresa Carmat revelar que o primeiro paciente do chamado estudo "PiVOT", no qual foi implantado um coração artificial, em finais de agosto, havia morrido.

A empresa francesa salientou, em comunicado, que "as análises realizadas não demonstraram que o implante teve implicações na morte" do paciente.

Numa primeira fase, desde finais de 2013 até início de 2016, quatro pessoas receberam o coração artificial da Carmat.

Todos os pacientes morreram, mas em dois casos conseguiram uma sobrevivência superior a 30 dias desde a data do implante, abrindo caminho ao lançamento do estudo "Pivot".

A Carmat insiste que o mecanismo funcionou "normalmente nos últimos implantes" e que por isso "não deixará de estar motivada a encontrar uma alternativa para os pacientes que se encontrem em falha cardíaca total".

A empresa argumenta que o seu objetivo é colmatar a falha notória de doação de órgãos para as dezenas de milhares de pessoas que sofrem de insuficiência cardíaca terminal.

Só na Europa e nos Estados Unidos estima-se que esta doença atinja 20 milhões de pessoas.

Este ano
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra bateu este ano o recorde de transplantes hepáticos, com 74 realizados,...

Até à passada quarta-feira, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) realizou 74 transplantes hepáticos este ano (64 em adultos e dez em crianças), ultrapassando o valor de 2013, que era, até agora, o melhor registo da instituição, sublinhou o hospital.

Dos 74 realizados este ano, dez "foram resultado da técnica de 'split' [bipartição de um fígado para dois recetores]", sublinhou o CHUC.

O programa de transplantação hepática de Coimbra foi iniciado em 1992, tendo nesse mesmo ano efetuado cinco transplantes.

De 2012 para 2013, o CHUC conseguiu quase duplicar o número de transplantes anuais passando de 38 para 71 procedimentos.

O ano de 2012 foi também o ano em que a componente pediátrica da unidade foi reativada.

Na nota de imprensa, é sublinhado ainda que este "excelente resultado ancora a importância do CHUC no contexto nacional da transplantação".

A Unidade de Transplantação Hepática Pediátrica e de Adultos do CHUC, liderada por Emanuel Furtado, realizou recentemente um autotransplante de fígado, uma cirurgia inovadora e rara no Mundo.

Em Lisboa
Os Prémios Santa Casa Neurociências 2016, entregues em Lisboa, distinguiram estudos sobre o tratamento da incontinência...

As distinções, atribuídas nas categorias "Prémio Melo e Castro" e "Prémio Mantero Belard", são promovidas pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e valem, cada uma, 200 mil euros, sendo consideradas o maior apoio financeiro, em Portugal, para a investigação em neurociências.

O Prémio Melo e Castro foi para a equipa liderada pela bióloga Célia Cruz, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, pelo estudo do uso de Botox, normalmente associado a cuidados cosméticos, no tratamento, mais eficaz, da incontinência urinária em doentes com lesões vertebro-medulares, enquanto o Prémio Mantero Belard foi para o grupo coordenado pela neurobiologista Sandra Cardoso, do Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra, pelo trabalho sobre a microbiota intestinal em doentes de Parkinson.

Em declarações, a investigadora Célia Cruz explicou que os tratamentos atualmente empregues na incontinência urinária de doentes com lesões vertebro-medulares são meramente paliativos, pelo que a sua equipa pretende "intervir de forma mais precoce" na doença.

A proposta de investigação, adiantou, é testar em ratinhos e em doentes se a injeção da toxina botulínica, conhecida pelo nome comercial de Botox, na bexiga, numa fase mais precoce da incontinência urinária, "tem efeitos benéficos, protege a função da bexiga", que funciona mal, "com contrações automáticas a pressões muito elevadas", após uma lesão na medula espinal.

Depois de uma lesão deste tipo, a bexiga não contrai, uma vez que a comunicação com o cérebro "fica danificada".

A equipa de Célia Cruz, parte dela de Zurique, na Suíça, inclui urologistas, biólogos e bioquímicos.

O grupo da neurobiologista Sandra Cardoso propõe-se confirmar se as pessoas que sofrem de Doença de Parkinson esporádica, a que está ligada ao envelhecimento, e não à genética, possuem, efetivamente, no intestino, bactérias (as melainabactérias) que produzem neurotoxinas (toxinas que lesionam o sistema nervoso).

Mais: querem aferir que determinadas neurotoxinas (em particular a N-metilamino-L-alanina) vão até ao cérebro, atacam as células do sistema nervoso central (os neurónios) e, mais precisamente, as mitocôndrias, "as fábricas de energia das células".

Os cientistas sabem que existe numa comunicação entre as bactérias que vivem no intestino (a microbiota do intestino) e os neurónios e que, nos doentes de Parkinson, "os neurónios afetados têm uma disfunção nas mitocôndrias".

Por outro lado, nos doentes de Parkinson, as células do intestino, os enterócitos, têm um agregado de proteínas que é, também, "um marcador neuropatológico no cérebro", salientou Sandra Cardoso.

A investigadora e restante equipa vão estudar a presença das melainabactérias nas fezes e no plasma (um dos componentes do sangue) de pacientes e a existência de neurotoxinas em cérebros de cadáveres de doentes de Parkinson.

Posteriormente, vão analisar, em experiências 'in vitro' e 'in vivo', com ratinhos, se há disfunção nas mitocôndrias, provocada por melainabactérias no intestino, e alteração do comportamento motor.

Finalmente, o grupo, que engloba igualmente especialistas em neurologia, microbiologia e bioinformática, propõe-se identificar os genes responsáveis pela produção de neurotoxinas e, se o conseguir, obter uma molécula que possa ser usada no tratamento de doentes de Parkinson.

A edição deste ano dos Prémios Santa Casa Neurociências distinguiu trabalhos de investigação com "forte componente clínica", que permitem "a recuperação e a consequente melhoria na qualidade de vida das pessoas afetadas".

O Prémio Melo e Castro destina-se a estudos na área das lesões medulares, enquanto o Prémio Mantero Belard a trabalhos sobre doenças neurodegenerativas associadas ao envelhecimento, como as de Alzheimer e as de Parkinson.

Diário da República
As farmácias vão ser remuneradas pelo valor de 2,40 euros por cada ‘kit’ dispensado em troca de seringas usadas, segundo uma...

A faturação pelas farmácias é efetuada ao Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências que fará o pagamento utilizando as verbas dos resultados líquidos de exploração dos jogos sociais que anualmente lhe são atribuídas para a prevenção dos comportamentos aditivos, adianta a portaria, que produz efeitos a 01 de janeiro.

A portaria, que entrou em vigor no Dia Mundial da Luta contra a Sida, regula os termos e condições da contratualização com as farmácias comunitárias do Programa Troca de Seringas, que tem como objetivo “reduzir a transmissão endovenosa e sexual de infeções transmissíveis entre utilizadores de drogas injetáveis”.

O programa consiste na distribuição gratuita de um ‘kit’ composto por duas seringas, dois toalhetes desinfetantes, um preservativo, duas ampolas de água bidestilada, dois filtros, dois recipientes para preparação da substância, e duas carteiras de ácido cítrico e um folheto informativo, em troca de seringas usadas por utilizadores de drogas injetáveis.

Segundo o diploma, o aumento de número de pontos de troca de seringas, através da participação das farmácias no programa com a colaboração dos distribuidores, “permite aumentar a acessibilidade ao programa pelos utilizadores de drogas injetáveis”.

Um estudo sobre a participação das farmácias durante o último ano, citado na portaria, concluiu que a ”reintrodução do Programa Troca de Seringas nas farmácias é custo-efetivo, apresentando ganhos em saúde e diminuição em custos de tratamentos”.

Durante o ano de 2015 foram diagnosticados em Portugal 990 novos casos de infeção por VIH, correspondendo a uma taxa de 9,6 novos casos por 105 habitantes, revela o “Relatório Infeção VIH/Sida – Situação em Portugal em 2015”, elaborado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

Segundo o relatório, 99,9% dos diagnósticos ocorreram em pessoas com 15 ou mais anos e foram diagnosticados 2,7 casos em homens por cada caso em mulheres.

A mediana das idades à data do diagnóstico foi de 39 anos e 25,5% dos novos casos foram diagnosticados em indivíduos com 50 ou mais anos.

Os dados referem que se manteve “o predomínio de casos de transmissão heterossexual verificado nos anos anteriores, mas os casos em homens que fazem sexo com homens corresponderam a 40,5% dos casos, constituindo pela primeira vez, desde 1984, a maioria dos novos diagnósticos em homens (53,8%)”.

Encontram-se notificados em Portugal 54.297 casos de infeção por VIH, dos quais 21.177 em estadio SIDA, com diagnóstico entre 1983 e 2015, refere o INSA, que notificou 192 mortes de pessoas com infeção por VIH em 2015.

A análise das tendências temporais revela que as taxas de novos diagnósticos de infeção por VIH e de SIDA decrescem progressivamente desde 2008.

Contudo, “Portugal tem apresentado as mais elevadas taxas de novos casos de infeção VIH e SIDA da Europa ocidental”.

Perguntas e respostas
A Doença Venosa Crónica, conhecida como varizes, engloba todo um conjunto de sinais e sintomas que r
Varizes

O que é a Doença Venosa Crónica?

Comummente apelidadas de varizes, a doença venosa crónica são veias dilatadas com volume aumentado, tornando-se tortuosas e alongadas com o decorrer do tempo. No seu percurso pelo corpo, o sangue é transportado para as extremidades através das artérias. Dentro das veias existem pequenas válvulas que impedem o retorno venoso para os pés e quanto estas válvulas se tornam insuficientes, não fecham adequadamente e o sangue não progride, a quantidade de sangue aumenta, fica estagnado e faz com que as veias se dilatem e deformem tornando-se visíveis e com aspecto sinuoso.

Existem vários tipos de varizes?

Sim, existem dois tipos de varizes, as essenciais e as secundárias. O caso das varizes essenciais, responsáveis pela maior parte dos casos clínicos, trata-se de um problema de origem hereditária. Todavia, a predisposição genética de antecedentes familiares não significa que irá, forçosamente, ter varizes.

Por sua vez, as varizes secundárias são provocadas por tromboflebites e, mais raramente, podem surgir por fístulas arteriovenosas na consequência de hábitos prejudiciais ou, por exemplo, depois de acidentes que obrigam a pessoa a ficar muito tempo acamada sem tomar as devidas precauções profilácticas.

Quais as causas das varizes?

Na origem da doença venosa há sempre um ou mais factores determinantes, que podem ser de origem genética ou secundária a um factor circunstancial. O factor genético é responsável pela doença venosa primária, de início insidioso e com evolução mais ou menos lenta.

Os factores circunstanciais são vários, entre os quais se destacam, a trombose venosa profunda, os traumatismos, as terapêuticas hormonais femininas, a gravidez e um número considerável de factores causais como a obesidade, o ortostatismo prolongado, a toma excessiva de calor, o tabaco, a ingestão exagerada de bebidas alcoólicas, o excesso de peso, a permanência prolongada na posição de pé ou sentada e actividades em que é necessário realizar grandes esforços, tal como sucede em muitas profissões.

A doença venosa pode ser agravada pelo calor? Porquê?

Obviamente que sim, sobretudo se o calor for intenso e tomado por longos períodos. A circulação venosa é muito sensível à temperatura e o calor provoca uma vasodilatação das veias e capilares que origina uma maior acumulação de sangue estagnado, com o consequente agravamento da doença.

Quem sofre de doença venosa deve ter cuidados redobrados com a exposição aos raios solares?

É recomendável o uso de protectores solares de elevado índice de protecção; os banhos de sol devem ser tomados o mais perto possível da água; Nos primeiros dias de praia deve ter as pernas à sombra, expondo-se gradualmente ao sol. Os próprios que estejam já bronzeados devem ter o cuidado de, por cada 30 minutos de exposição solar fazer um banho de pelo menos 10 minutos. O sol em doses moderadas, o ar marítimo e a areia converte-se numa das melhores terapias que a Natureza, tão generosamente, põe ao nosso alcance. A água salgada contem cloreto de sódio, tem grande eficácia na redução dos edemas e a sua fresca temperatura é vasoconstritora sendo muito benéfica para quem sofre de varizes.

Quais as consequências de uma exposição solar sem cuidados?

A exposição prolongada e desregrada ao sol, sem a protecção adequada, tem como resultado imediato o eritema solar que consiste numa queimadura cutânea com vasodilatação intensa com descamação da pele. Associado ao calor intenso, a vasodilatação dos capilares, mesmo nas pessoas que não sofram da doença, pode originar o aparecimento dos «derrames». Quem já sofre de Doença venosa nomeadamente de varizes, o seu agravamento é inevitável.

Não tratar as varizes pode ter consequências?

Sim. As úlceras varicosas, provocadas por varizes não tratadas causam um aumento de pressão exercida pelo sangue sobre a pele. Esta, ao estalar, provoca uma chaga que é difícil de tratar, porque só é possível curar a ferida na pele atacando a causa, que é o mau funcionamento do sistema venoso.

O caso de maior gravidade decorre das flebotromboses: Quando um trombo de sangue que está preso numa veia se solta pode subir até aos pulmões e poder resultar numa embolia pulmonar e na morte.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.

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