Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil
A APCOI - Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil anunciou esta manhã a abertura das candidaturas para a “Missão 1...

Esta iniciativa solidária, encontra-se aberta à participação de todas as salas e turmas que se encontrem inscritas e a participar na 6ª edição do projeto “Heróis da Fruta”, de qualquer região ou distrito do país.

Para candidatar a sua turma, basta preencher até às 23h59 do dia 3 de fevereiro de 2016 o formulário de candidatura que está disponível no seguinte endereço: https://goo.gl/pTJFsZ

Mário Silva, presidente e fundador da APCOI afirmou que “no ano letivo anterior, através da ‘Missão 1 Quilo de Ajuda’ a APCOI conseguiu apoiar 207 alunos carenciados, com a oferta de cabazes de fruta todas as semanas, mas registou mais de 2 mil candidatos. Felizmente, para este ano, graças ao apoio de algumas empresas solidárias como o Montepio, a Fábrica de Óculos do Cacém, a Aquafresh, a Fruut e a Vitacress, vamos conseguir no mínimo duplicar este número, chegando pelo menos aos 400 alunos apoiados a cada semana. Mas esta missão só termina quando todas as crianças em Portugal que chegam à escola de barriga vazia e que não trazem lanche por dificuldades financeiras da família recebam este apoio.”

Para que nenhuma criança carenciada fique por ajudar, os portugueses podem juntar-se a esta importante causa e contribuir para tornar mais saudável e feliz a vida destas crianças em situação de carência alimentar. Para isso, basta adquirir a lancheira solidária “Fruut Heróis da Fruta”, disponível em todas as lojas Jumbo, Pão de Açúcar, El Corte Inglés, Intermarché, Eleclerc, Apolónia e nas estações de serviço da Repsol, CEPSA e BP, pelo valor de 2,99€. Por cada lancheira vendida, estará a doar 5% à “Missão 1 Quilo de Ajuda”.

Acordos com ERS e IGAS
As ordens dos enfermeiros, dos médicos e dos farmacêuticos assinaram um protocolo com a Entidade Reguladora da Saúde e com a...

São dezenas de queixas que têm chegado à Ordem dos Enfermeiros. Situações que se repetem, de lares sem enfermeiro, mas com uma auxiliar "que nem formação para tal tem, que faz de enfermeira": desde o controlo, a preparação e a administração de medicamentos até à realização de pensos. "A maioria dos utentes precisam de cuidados de saúde e os lares não os asseguram. As queixas que recebemos reencaminhamos para o Ministério Público, por usurpação de funções quando alguém está a desempenhar as funções de enfermagem, e para a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS)", diz Ana Rita Cavaco, bastonária dos enfermeiros.

Com os protocolos de cooperação será possível conhecer melhor a realidade destas instituições, indica a bastonária. "Esta é uma das áreas prioritárias para nós. Só podíamos entrar nos lares se nos permitissem a entrada. Com estes protocolos com a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) e a IGAS, que é tutelada pelo Ministério da Saúde, podemos acompanhá-las nas visitas que fizerem e assim perceber, do ponto de vista da regulação da profissão, o que está a acontecer", refere, acrescentando que as ações procuram ser preventivas, dando tempo às instituições para que possam resolver os problemas que venham a ser detetados e assegurar melhores cuidados.

Miguel Correia, vice-presidente do conselho jurisdicional da Ordem dos Enfermeiros, reforça as palavras da bastonária e a importância que a assinatura dos dois protocolos tem para garantir melhores condições aos utentes dos lares. "O que temos são enfermeiros a tempo parcial. A nossa perceção é baseada nas queixas que chegam à ordem feitas por utentes, de familiares ou de colegas, de que as regras não têm sido cumpridas. Pela primeira vez, com estes protocolos, a ordem vai poder participar com estas entidades em ações inspetivas conjuntas. Agora somos parceiros e iremos contribuir para que se possam realizar mais ações. Para nós esta é uma questão importante, mas é-o ainda mais para todos os utentes", afirma.

Sobre a obrigatoriedade da presença de enfermeiros em lares, Miguel Correia afirma que a legislação em vigor não deixa dúvidas. "Para nós a lei é clara e deve existir um enfermeiro 24 horas por dia. Refere também que deve haver um enfermeiro por cada 40 residentes e sempre que a dependência for elevada o rácio diminui de um para cada 20 residentes."

A legislação que está em vigor é de 2012 e já não a de 1998, escreve o Diário de Notícias, que embora desse indicação de um enfermeiro por cada 40 utentes não fazia referência à necessidade de ter pessoal para assegurar a prestação de serviços todo o dia. Apesar da mudança na lei, Miguel Correia considera que é preciso ir mais longe. "Não estamos satisfeitos com estes números, achamos que os rácios devem ser menores. Os lares são quase um prolongamento dos internamentos dos hospitais", diz, para reforçar que as necessidades de cuidados se mantêm mesmo fora das unidades hospitalares.

Mais oportunidades de colaborar
Ana Paula Martins, bastonária dos farmacêuticos, enaltece os protocolos assinados com a ERS e com a IGAS. "Este é um passo de grande importância. Pela primeira vez estas duas entidades com capacidades de inspeção e as ordens reguladoras destas três profissões da saúde assinaram um protocolo. Vai permitir uma colaboração mais estreita e mais oportunidades para entrar com estas entidades [em unidades do setor privado e social] que têm missões inspetivas que a ordem não tem. Vai permitir ver como os profissionais estão a desempenhar as suas ações e poder contribuir com propostas para os portugueses terem mais saúde."

Segundo a bastonária, os dois acordos vão "permitir a existência de uma bolsa de peritos em áreas técnico-científicas muito específicas para trabalhar com a ERS e com a IGAS e às ordens darem formação de forma que nas auditorias a sensibilização para detetar não conformidades seja maior e propor nos relatórios melhorias que sejam mais eficazes".

Direção-Geral da Saúde
Recomendação de vacinação para mulheres grávidas provocou rutura de stock de vacinas, mas situação já está normalizada.

2016 está a ser um ano de “pico” de casos de tosse convulsa. Até à semana passada, foram notificados à Direção-Geral da Saúde (DGS) 526 casos desta doença, quase o dobro dos do ano anterior. Mas a mortalidade diminuiu: este ano, e até à data, foi declarada a morte de um recém-nascido, quando em 2015 dois bebés não sobreviveram às complicações causadas pela tosse convulsa, sublinhou a subdiretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

“A tosse convulsa tem registado picos de três em três ou de quatro em quatro anos, é um fenómeno que se verifica em todo o mundo desde que houve um recrudescimento da doença”, explicou ao jornal Público Luís Varandas, presidente da secção de infeciologia pediátrica da Sociedade Portuguesa de Pediatria, que sublinha que é isto mesmo que se está a verificar em 2016, com a multiplicação de casos notificados.

“Este ano houve um surto, o que faz parte da história natural da doença. Mas já acalmou e agora está controlado”, desdramatizou Graça Freitas, que admitiu mesmo assim que o número de casos é muito elevado quando comparado com o de 2015, ano em que foram notificados 286.

O “pico” deste ano coincidiu justamente com a recomendação emitida em Junho pela DGS - que decidiu aconselhar todas as grávidas a vacinarem-se, o que provocou uma maior procura da vacina, que acabou por esgotar em várias farmácias. Graça Freitas garante porém que o stock já foi reposto entretanto e que as vacinas estão a chegar às farmácias.

“As mulheres grávidas estão a aderir à vacinação de forma impressionante, perceberam que a vacina serve para proteger o feto, por isso é que estas esgotaram”, acentua Luís Varandas.

A adesão também se justifica pelo facto de ter sido anunciado que a vacina contra a tosse convulsa para as grávidas vai passar a fazer parte do Programa Nacional de Vacinação já a partir de Janeiro e começa, a partir dessa data, a ser dada às mulheres nos centros de saúde. “Parece que isso ajudou as mulheres grávidas a perderem o medo da vacina”, acredita o médico.

As mulheres grávidas foram aconselhadas a vacinar-se porque os bebés só são imunizados a partir dos dois meses de idade com a DTP (dada em três doses e que protege da difteria e do tétano, além da tosse convulsa). Desta forma as grávidas passam anticorpos aos filhos através da placenta e esta foi a estratégia encontrada a nível internacional para dar resposta ao aumento de casos de tosse convulsa.

O ideal é que as mulheres se vacinem a partir das 20 semanas de gravidez, depois de fazerem a chamada ecografia estrutural, preconiza o especialista. Mas a vacinação pode ser efetuada até às 36 semanas de gestação.

A DGS selecionou uma das três estratégias de vacinação possíveis. Em vez de se optar por vacinar os adultos que estão em contacto com os recém-nascidos ou vacinar de dez em dez anos toda a população, optou-se por vacinar as mulheres grávidas que desta forma transmitem imunidade aos filhos.

Para evitar problemas, Graça Freitas e Luís Varandas recomendam que as pessoas com sintomas de constipação e com tosse evitem contactar com os recém-nascidos e ainda que lavem as mãos frequentemente. Também não é aconselhável levar recém-nascidos para locais com muitas pessoas, como os centros comerciais.

A tosse convulsa é causada pela infeção com a bactéria Bordetella pertussis e em casos raros (cerca de 1% em crianças pequenas afetadas pela doença) provoca complicações que podem passar por pneumonia e colapso pulmonar. Os sintomas são tosse persistente e cavernosa.

 

A doença evolui por fases. Os pais devem procurar o médico se o bebé tem uma tosse seca, por acessos, e fica congestionado (com a face vermelha), antes de uma fase mais adiantada da doença, quando as crianças ficam com a zona à volta de boca roxa e quando, ao tossir, se ouve um guincho. Os adultos com tosse arrastada devem igualmente procurar orientação médica.

Instituto Nacional de Estatística
Os portugueses com 65 anos podem esperar viver, em média, mais 19,31 anos, segundo dados revelados pelo Instituto Nacional de...

De acordo com os dados atualizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que têm como referência o período 2014-2016, a esperança média de vida aos 65 anos passou de 19,19 (2013-2015) para 19,31 (2014-2016), uma subida de 0,12 anos.

Para o período 2014-2016 o INE não tem ainda os dados desagregados por género, escreve o Sapo.

Já no período 2013-2015, os dados do INE indicam que a esperança média de vida para as mulheres com mais de 65 anos era de 20,67 anos e para os homens de 17,32 anos.

Já à nascença, segundo dados das Tábuas de Mortalidade 2013-2015 divulgadas em setembro, a esperança média de vida dos portugueses é de 80,41 anos.

 

Os valores da esperança de vida à nascença para o período 2013-2015 foram estimados em 77,36 anos para os homens e em 83,23 anos para as mulheres, o que representa um ganho de 1,19 para os homens e de 1,04 anos para as mulheres, comparativamente com os valores estimados para 2008-2010.

Cientistas desfazem mito
Cientistas norte-americanos desfizeram um mito com várias décadas. Não existe ligação entre a gripe em mulheres grávidas e o...

Vários estudos indicam que infeções maternas são uma possível causa dos transtornos neurodesenvolvimentais em crianças, embora algumas investigações não tenham encontrado qualquer ligação entre ambas as ocorrências.

Publicadas na revista científica Journal of the American Medical Association (JAMA) Pediatrics, as recentes descobertas basearam-se num universo de mais de 196 mil crianças nascidas na Califórnia entre 2000 e 2010.

Mais de 3.100 crianças do grupo tinham autismo, escreve o Sapo, condição que os cientistas acreditam que seja desencadeada por fatores genéticos e ambientais. Ainda assim, as suas causas permanecem desconhecidas.

Liderado por Ousseny Zerbo, da associação Kaiser Permanente Northern California, o estudo não encontrou nenhuma ligação entre um maior risco de autismo e a gripe durante a gravidez.

Também não encontrou qualquer vínculo entre o autismo e a vacinação contra a gripe durante o segundo e o terceiro trimestres da gravidez.

"Houve uma sugestão de aumento do risco de Transtorno do Espectro Autista com a vacinação materna no primeiro trimestre", disse o estudo, acrescentando que, no entanto, este resultado "não foi estatisticamente significativo" perante outros fatores de risco.

Os cientistas disseram que, neste momento, não são recomendadas "mudanças nas políticas ou nas práticas de vacinação", mas que "são necessários estudos adicionais".

No Hospital Garcia de Orta
O Hospital Garcia de Orta admitiu que algumas mulheres grávidas foram ontem encaminhadas para outras unidades hospitalares...

Confrontado com o facto de algumas mulheres grávidas não terem sido atendidas no serviço de urgência de obstetrícia, o Hospital Garcia de Orta (HGO) confirmou a informação e reconheceu que foi necessário ativar o plano de contingência devido à falta de médicos da especialidade.

"O Hospital Garcia de Orta esclarece que o serviço de urgência de obstetrícia e ginecologia deste hospital, por questões de segurança, acionou o plano de contingência durante o período entre 08:30 e as 20:30, em articulação com outros hospitais da Península de Setúbal e da área de Lisboa, conforme norma do Serviço Nacional de Saúde", refere uma nota de imprensa do Hospital.

O Plano de Contingência "foi acionado como forma de precaução, para assegurar a segurança das parturientes, em caso de eventual necessidade de transferência para outra unidade hospitalar", acrescenta o documento.

Segundo o Hospital Garcia de Orta, após triagem, os casos emergentes são atendidos naquele hospital, mediante os recursos disponíveis, e os restantes aguardam por outro tipo de atendimento ou são encaminhados para outros hospitais.

O Hospital Garcia de Orta refere ainda que a dificuldade de contratação de médicos da especialidade não é exclusiva daquela unidade hospitalar e que constitui um problema a nível nacional, mas alega que tem tentado recrutar mais profissionais de diversas formas e prevê que o problema esteja resolvido a "breve prazo".

Estudo
Oitenta reumatologistas em oito hospitais públicos dão assistência a cerca de 60% da população portuguesa, segundo um estudo da...

Segundo dados do estudo Rheuma SPACE hoje divulgados, os oito maiores serviços de reumatologia portugueses servem uma população de quase seis milhões de pessoas e são compostos por 80 reumatologistas, 20 internos e 30 enfermeiros, que em conjunto produziram mais de 105 mil consultas num só ano (tendo como referência o ano de 2014).

Além de especialistas de reumatologia, o estudo demonstrou que faltam também enfermeiros exclusivamente alocados à especialidade, segundo os coordenadores do projeto da Sociedade Portuguesa de Reumatologia.

Outra das conclusões exibe áreas do país “muito carenciadas na oferta de prestação de cuidados adequados a doentes reumáticos”, sobretudo tendo em consideração que cerca de metade da população portuguesa sofre de pelo menos uma doença reumática.

O Alentejo é a área do país com maior carência, não estando coberta por serviços de reumatologia, sendo os doentes referenciados para outras unidades do país, segundo disse Carla Macieira, uma das responsáveis pelo Rheuma Space.

O Algarve dispõe de apenas um serviço de reumatologia, em Faro, com um número muito reduzido de profissionais, segundo a mesma médica.

Alguns centros hospitalares de grande dimensão também não dispõem de serviços de reumatologia, como o Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra), o Centro Hospitalar de Lisboa Central, o Hospital de Cascais, o Centro Hospitalar do Porto ou o Hospital da Senhora da Oliveira – Guimarães.

No entanto, no local onde há serviços de reumatologia, 80% dos doentes reumáticos estão satisfeitos com o atendimento prestado, emborrem mostrem preocupação com as condições físicas dos serviços (gabinetes e salas de espera).

Alfândega da Fé
A equipa de Alfândega da Fé que presta cuidados paliativos em casa a doentes terminais acompanhou, em dois anos, mais de 40...

O balanço do trabalho e “um olhar sobre o cuidar em fim de vida” estarão em destaque, na quarta-feira, num seminário organizado pela Unidade Domiciliária de Cuidados Paliativos de Alfândega da Fé (UDCP-AF).

Esta equipa de apoio é uma iniciativa da Liga dos Amigos do Centro de Saúde de Alfândega da Fé e possibilita a permanência de doentes com patologias crónicas sem perspetiva de cura nos seus domicílios durante o maior tempo possível e com um menor sofrimento nas fases avançadas da doença, através de assistência especializada facultada nas suas próprias casas.

Com o seminário, os responsáveis pretendem “promover um espaço de reflexão e partilha de saberes sobre o cuidar do doente em fase terminal, bem como do seu cuidador, divulgar boas práticas e conhecer abordagens e experiências relevantes e inovadoras realizadas nas equipas hospitalares e nas equipas domiciliárias”, segundo informação disponibilizada à Lusa.

A Unidade Domiciliária de Cuidados Paliativos de Alfândega da Fé começou a trabalhar em janeiro de 2015 com uma equipa composta por dois médicos, dois enfermeiros, uma psicóloga, uma terapeuta de reabilitação, uma assistente social e o apoio de alguns voluntários da Liga dos Amigos do centro de Saúde de Alfândega da Fé.

Ao longo de quase dois anos, a equipa apoiou mais de 40 famílias e fez mais de 1.300 visitas domiciliárias, tendo ainda prestado apoio através de cerca de 600 contactos telefónicos, de acordo com os dados da coordenação.

A média de idades destes doentes situa-se nos 77 anos, “um dado que vai ao encontro das estatísticas mais recentes, segundo as quais a população do distrito de Bragança é uma das mais envelhecidas do país”.

A equipa dá resposta aos utentes semanalmente das 08:00 às 20:00, mas está sempre disponível um elemento por contacto telefónico 24 horas por dia, incluindo fins de semana e feriados.

No distrito de Bragança existem outras duas unidades domiciliárias mais abrangentes, as da Terra Fria e do Planalto Mirandês, que cobrem metade dos concelhos da região, nomeadamente Bragança, Macedo de Cavaleiros e Vinhais, a primeira, e Vimioso, Miranda do Douro e Mogadouro, a segunda.

Estas duas equipas estão sob a tutela da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste, a entidade responsável por todos os cuidados de Saúde no distrito de Bragança.

A equipa de Cuidados Paliativos Domiciliários de Alfândega da Fé é um projeto autónomo, mas que, como frisam os responsáveis, “não pretendendo substituir os serviços do Serviço Nacional de Saúde, mas completar esta tipologia de serviços”.

A ULS do Nordeste é também parceira da unidade desenvolvida pela Liga dos Amigos do Centro de Saúde de Alfândega da Fé, assim como a Câmara Municipal, Cruz vermelha Portuguesa, Fundação Calouste Gulbenkian, juntas de freguesia do concelho, Santa casa de Misericórdia e os Bombeiros Voluntários.

O Seminário sobre Cuidados Paliativos - um olhar sobre o cuidar em fim de vida decorrerá na Casa da Cultura Mestre José Rodrigues, em Alfândega da Fé, na quarta-feira, e destina-se a profissionais de saúde e comunidade em geral, com entrada gratuita.

Nas escolas de Coimbra
Ação chega a 1500 alunos de todas as escolas secundárias de Coimbra. Intervenção de rua com diagnóstico precoce de infeção por...

"(Re)pensar o VIH/Sida" é o título do conjunto de iniciativas com que a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), na qualidade de Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Prática e Investigação em Enfermagem, assinala o Dia Mundial de Luta Contra a Sida, que é evocado a 1 de dezembro.

O programa preenche o dia 30 de novembro e dele fazem parte uma ação de sensibilização para estudantes do 12º ano de escolaridade das sete escolas secundárias do concelho de Coimbra (no período da manhã), uma intervenção de rua no Largo da Portagem, para aconselhamento e diagnóstico precoce da infeção por VIH, e (no período da tarde) um painel-debate aberto ao público, a ter lugar na Casa Municipal da Cultura.

Serão perto de 1500 os estudantes das escolas secundárias Infanta D. Maria, Avelar Brotero, José Falcão, Jaime Cortesão, D. Duarte, Quinta das Flores e D. Dinis que irão beneficiar desta ação de sensibilização para prevenção da transmissão do VIH (vírus da imunodeficiência humana), que será conduzida por algumas dezenas de estudantes e professores da ESEnfC, com a colaboração de enfermeiros. Trata-se de um quiz para suscitar a discussão, mas sobretudo para informar e esclarecer.

Recorde-se que Portugal é dos países com mais novos casos de infeção por VIH na União Europeia e que, de acordo com dados recentes, quase 45000 pessoas em Portugal foram infetadas pelo vírus da sida. Por outro lado, 13% do total de casos foram registados em indivíduos com idades entre os 15 e os 24 anos.

No âmbito da missão da ESEnfC como Centro Colaborador da OMS, e do compromisso dos estados-membros da ONU para erradicação da epidemia de VIH até 2030, a Escola de Coimbra pretende sensibilizar a população do concelho onde está implantada para esta problemática no âmbito da prevenção, bem como refletir sobre a cidadania no combate à discriminação.

É nesse sentido que, a partir das 17h30, se realiza um painel-debate na Casa Municipal da Cultura em Coimbra (Rua Pedro Monteiro), para discussão dos temas “Saúde Pública e epidemiologia do VIH/Sida”, “Direito à cidadania e infeção VIH/Sida”, “Comportamentos sexuais dos jovens em contexto de ensino superior”, “Estigma e discriminação” e “Acompanhamento de pessoas infetadas com VIH ou com Sida e contributos na prevenção”.

Moderado pelo jornalista João Fonseca (agência Lusa), o painel contará com comunicações de Salvador Massano Cardoso (epidemiologista e professor catedrático da Faculdade de Medicina de Coimbra), Andreia Costa Andrade (investigadora no Centro de Direito Biomédico da Faculdade de Direito de Coimbra), Aliete Cunha Oliveira (enfermeira, professora na ESEnfC e especialista em comportamentos sexuais de risco), Luís Loureiro (professor da ESEnfC, especialista em saúde mental) e Filomena Frazão de Aguiar (presidente da Fundação Portuguesa "A Comunidade Contra a Sida").

Neste conjunto de iniciativas, a ESEnfC conta com a colaboração do Centro de Aconselhamento e Deteção Precoce do VIH de Coimbra, das unidades de cuidados na comunidade do Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Mondego, bem como da Associação de Estudantes da ESEnfC e do Núcleo de Estudantes de Medicina da Associação Académica de Coimbra.

No Porto
Investigadores do Porto estão a desenvolver um sistema modular que interliga diferentes dispositivos médicos e permite aos...

Para além disso, o Quiosque da Saúde potencia a telemedicina (os dados são recolhidos para a ficha do paciente e podem ser analisados) e pode ser instalado em locais remotos, o que facilita o ato de realizar os exames médicos.

Este sistema, onde é possível medir a pressão arterial, o peso e a oximetria (quantidade de oxigénio no sangue), "guia o utilizador na utilização dos aparelhos", sendo-lhes impressa, no final dos exames, uma folha com os valores registados, explicou o investigador Pedro Brandão.

A introdução da altura, outro dos parâmetros que podem ser inseridos neste sistema, era manual, tendo sido entretanto desenvolvido um módulo para leitura desse dado no cartão de cidadão bem como o número de utente.

O sistema, que se encontra em desenvolvimento, tem sido testado no âmbito universitário, na Câmara Municipal de Paredes, em colaboração com a Faculdade de Psicologia, e, mais recentemente, na Unidade Local de Saúde (ULS) de Matosinhos, em cooperação com a Escola de Enfermagem do Porto.

A nível internacional, foi utilizado durante a Caravana do Coração, em Pernambuco, no Brasil, iniciativa que promoveu o rastreio de patologias cardíacas em cerca de 1.300 crianças, de 13 cidades brasileiras, durante 13 dias.

Por ser um sistema modular, este pode adaptar-se ao local onde é colocado. Por exemplo, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) pretende fazer despistes de pessoas com diabetes, optando por utilizar dispositivos para medir a glicemia, a pressão arterial, o peso e o perímetro abdominal.

Atualmente, estão envolvidos no projeto dois professores universitários e um aluno bolseiro, todos do departamento de Ciência de Computadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e do Instituto de Telecomunicações. Conta ainda com a participação de um professor da Escola Superior de Enfermagem e da ULS de Matosinhos.

Diferentemente de outros equipamentos semelhantes existentes no mercado, o Quiosque da Saúde foca-se na "modularidade do sistema e na sua adaptabilidade a diferentes objetivos", referiu Pedro Brandão.

"Estamos a dar ênfase à ligação a sistemas de registo de saúde eletrónico, para a disponibilização automática dos dados dos exames aos profissionais de saúde".

De acordo com o investigador, neste sistema há também um maior cuidado nas questões de usabilidade, nomeadamente na explicação e acompanhamento virtual do exame (os vídeos, áudios e texto de indicação), de modo a ser utilizável de forma autónoma pelo maior número de pessoas possível.

A equipa pretende ainda adicionar a ligação por videochamada a um 'back-office', possibilitando desde o apoio ao exame até consultas por videoconferência, e está a avaliar, no âmbito das políticas públicas de saúde e do plano nacional, quais os exames mais relevantes para focar o desenvolvimento.

Ordem dos Médicos
Os elevados níveis de exaustão dos médicos podem vir a tornar-se um problema de saúde pública, alertou a Ordem dos Médicos,...

Segundo dados de um estudo de âmbito nacional hoje apresentados em Lisboa, dois terços dos médicos em Portugal admitem estar em elevado estado de exaustão emocional, um dos indicadores relevantes associados ao stress profissional crónico designado como ‘burnout’.

Nídia Zózimo, coordenadora do estudo na Ordem dos Médicos, lembra que as condições de trabalho têm vindo a degradar-se, enquanto o esforço exigido aos profissionais continua em alta: “ou se faz algo para interromper este processo ou tornar-se-á um problema de saúde pública”.

A mesma ideia é partilhada pelo bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, para quem “o sistema está a criar todas as condições para que haja risco de aumentarem erros médicos”.

De acordo com o estudo elaborado pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, a perceção da falta de recursos (humanos ou de equipamentos) na organização e as exigências ao nível da carga de trabalho são os fatores que mais contribuem para a exaustão dos médicos.

Segundo os investigadores que hoje apresentaram os dados do estudo, a análise não permite perceber a percentagem de médicos em Portugal que estão em ‘burnout’, mas analisa a percentagem de clínicos em cada um dos indicadores que contribuem para o ‘burnout’.

Além da exaustão emocional que é elevada em 66% dos médicos, 39% de todos os médicos indicaram níveis elevados de distanciamento face ao doente (despersonalização) e 30% mostraram altos níveis de diminuição da realização profissional.

São os médicos mais jovens que apresentam os níveis mais elevados nos três indicadores de ‘burnout’ avaliados no estudo: exaustão emocional, distanciamento face ao doente e diminuição da realização profissional.

Os médicos que trabalham no setor público foram os que apresentaram maior risco de desenvolver os indicadores de 'burnout'.

Quanto às especialidades, hematologia clínica, radioterapia, oncologia médica, doenças infeciosas e estomatologia são as aquelas em que os médicos revelam maior exaustão emocional.

Inicialmente, dados parcelares revelados hoje de manhã apontavam para os profissionais das especialidades de neurocirurgia e de medicina legal como os mais afetados pela exaustão, uma informação entretanto corrigida pelos responsáveis do estudo.

A hematologia clínica, além de ser a especialidade com valores elevados de exaustão emocional, surge igualmente como uma das que revelam mais reduzidos valores de envolvimento com o trabalho e de bem-estar.

Apesar dos elevados valores nos três indicadores de ‘burnout’, os autores do estudo dizem que a maioria dos médicos se mostra altamente envolvida com o seu trabalho e se mantém bastante empenhada na sua profissão.

O estudo, uma iniciativa conjunta da Ordem dos Médicos e do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, foi feito através de inquéritos a mais de nove mil médicos portugueses, dos perto de 50 mil convidados a responder.

O bastonário da Ordem dos Médicos confessa ter ficado surpreendido com a dimensão do problema: “Não estava à espera que o problema fosse tão grave, o que exige que se olhe para esta questão com muita atenção”.

Até 2018
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde anunciou um investimento de um milhão de euros para criar, até 2018, um total de 100...

Fernando Araújo, que falava no hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo, no final da apresentação Plano Estratégico para o desenvolvimento dos Cuidados Paliativos para o biénio 2017-2018 adiantou que, em 2017, aquele plano, publicado hoje em Diário da República (DR), prevê a criação, em todos os hospitais, de equipas intra hospitalares de suporte em cuidados paliativos.

Destacou que no âmbito das equipas especializadas de cuidados paliativos nos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), "área com maiores lacunas", será duplicado o número de equipas, atualmente 18 em todo o país.

"Este é um plano para dois anos. Acho que 2017 é o ano de arranque e esta duplicação criará o fundo para, em 2018, continuarmos com esta dinâmica e atingirmos esse objetivo final que das 100 equipas", sustentou, referindo que o documento vem permitir "tornar as coisas mais céleres para que as respostas no terreno, sejam céleres a serem construídas".

Fernando Araújo sublinhou que a área dos cuidados paliativos, até agora inserida nos cuidados continuados integrados, "estava parada e só se discutia camas" e que com este plano "a discussão passou de camas para as soluções, nomeadamente, na casa dos doentes".

Afirmou que se existir capacidade de resposta "no terreno" haverá "menos necessidade" de criação de camas, atualmente dotada de 362, referindo serem "necessárias cerca de 460".

Fernando Araújo defendeu ainda um reforço da formação dos profissionais de saúde, destacando as parcerias estalecidas com as universidades do Porto, Lisboa, Algarve, Universidade do Minho (Braga) e Escola Superior de Enfermagem do Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Com as duas últimas a parceria foi hoje formalizada através da assinatura de um protocolo.

Revelou também que o Ministério da Saúde "está a trabalhar" com a Ordem dos Médicos com vista à criação, em 2017, de uma especialidade de medicina em Cuidados Paliativos.

O Plano Estratégico para o desenvolvimento dos Cuidados Paliativos para o biénio 2017-2018 esteve em discussão pública entre 21 de setembro e 15 de outubro, tendo recolhido 31 sugestões.

"É a primeira vez que o país tem um plano estratégico para esta área. A rede de cuidados paliativos foi criada em 2012, mas depois nunca foi concretizada", frisou.

Com o novo documento passa a existir "uma equipa com liderança clara, que sabe o que pretende".

"Temos um plano com organização, sabemos o que queremos e para onde vamos. O plano tem objetivos muito claros e metas calendarizadas. Dá-nos alguma pressão, naturalmente, é um plano ambicioso mas que é importante concretizar para bem dos utentes e das suas famílias, frisou.

Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
No próximo dia 1 de dezembro assinala-se o Dia Mundial de Luta contra a Sida e o Núcleo de Estudos do VIH da Sociedade...

Para o especialista “os progressos efetuados nestas poucas décadas têm sido enormes, com fármacos de alta eficácia, em co-formulações que permitem uma terapêutica apenas com um comprimido diário, longe dos velhos tempos, com cocktails de dezenas de pílulas de eficácia reduzida. Estão no horizonte possíveis terapêuticas trimestrais ou semestrais e cada vez mais há o atrevimento de prever uma cura funcional”. Existe por isso uma necessidade de refletir sobre as mudanças ao nível das armas terapêuticas, perfil dos doentes, forma de seguimento destes e a redefinição de objetivos à escala global. Sobre este último ponto, observe-se os objetivos definidos pela ONUSIDA para o ano 2020 que se traduziram no que se denominou 90-90-90, ou seja, 90% de todos os casos diagnosticados, destes diagnósticos, 90% em tratamento e, destes em tratamento, 90% com viremias suprimidas. Paralelamente, no Congresso Mundial de Vancouver em 2015 foram apresentados os resultados finais do estudo “START”, que não deixa dúvidas em relação às vantagens de iniciar terapêutica em todos os doentes com diagnóstico de infeção por VIH, independentemente da sua carga viral ou contagem de linfócitos CD4.

Estes objetivos orientaram também as autoridades de saúde portuguesas, o que levou a que um número progressivamente maior de doentes esteja a iniciar terapêutica. O esforço económico do fornecimento de anti-retrovíricos a um número cada vez maior de pessoas será largamente compensado pelos ganhos em saúde e anos de vida, assim como na diminuição da transmissibilidade do vírus na comunidade. Um doente com viremia suprimida representa um risco muito menor de transmissão do vírus, numa perspetiva de “tratamento como prevenção”.

É importante ainda frisar que, no caso português, o primeiro 90 (relacionado com o diagnóstico) tem uma grande probabilidade de já ter sido alcançado, segundo os últimos dados estatísticos. Para que se consigam os seguintes objetivos, doentes em tratamento e com carga viral suprimida, será preciso um esforço consertado das várias unidades de saúde e estruturas comunitárias, para a retenção em seguimento e tratamento dos doentes já diagnosticados, especialmente nos casos mais difíceis, como são as pessoas que se deslocam frequentemente dentro do país ou para fora dele.

Face a este novo quadro, impõe-se a adaptação das estruturas que seguem estes doentes em cada hospital, com equipas multidisciplinares em que a Medicina Interna terá um papel central. Também estruturas extra-hospitalares terão obrigatoriamente que estar envolvidas, num futuro que poderá vir a contemplar consultas e fornecimento de medicação fora dos Hospitais.

Ainda que tenha existido uma evolução inegavelmente positiva nas últimas décadas, é importante realçar o perfil do doente no nosso país, que sofreu alterações que devem ser analisadas e confrontadas. Se por um lado, os diagnósticos deixaram de estar maioritariamente ligados à utilização de drogas endovenosas, face ao grande sucesso das medidas tomadas neste campo nas últimas décadas, é preocupante a frequência atual de diagnósticos diretamente ligados à transmissão sexual, com particular relevância para a transmissão entre jovens homossexuais masculinos e entre pessoas de idades mais avançadas, na 5ª e 6ª décadas de vida, por relações heterossexuais.

“Do simples enunciado das questões levantadas, a merecer discussão mais aprofundada, constatamos que realmente os tempos estão a mudar. Cabe-nos a todos encontrar as respostas sopradas por estes ventos de mudança”, conclui o especialista.

Na África do Sul
Uma nova vacina contra o VIH, que será testada esta semana na África do Sul, é tida como o “prego final no caixão” para a sida...

Anthony Fauci, diretor de um instituto governamental dos Estado Unidos ligado a doenças infecciosas, afirmou, em comunicado, que a nova vacina é promissora.

O início do teste denominado HVTN 702 deverá iniciar-se quarta-feira em 14 locais da África do Sul e pretende incluir 5.400 homens e mulheres ativos sexualmente, com idades entre os 18 e os 35 anos.

Segundo a agência noticiosa Associated Press, trata-se do maior e mais avançado teste para uma vacina contra o VIH a decorrer na África do Sul, onde mais de mil pessoas são infetadas diariamente com o vírus que provoca a sida.

Desde 2010
A maior quebra ocorreu no universo dos titulares no ativo, havendo também menos 61 228 familiares. Única fatia que sobe, com...

A ADSE perdeu mais de cem mil beneficiários desde 2010, de acordo com a análise do Diário de Notícias/Dinheiro Vivo aos números dos relatórios de atividade da Direção-Geral de Proteção Social aos Trabalhadores em Funções Públicas. Uma diminuição que, para já, pode ser vista como uma mais-valia para a ADSE, embora fique o alerta no documento: é importante que o universo dos beneficiários não sofra novas quebras.

Segundo o relatório de 2015, divulgado recentemente, a ADSE tinha 1 254 247 beneficiários no final do ano passado, o que representa uma descida de mais de cem mil (102 581) em relação a 2010. Face a 2014, a queda foi de mais de vinte mil beneficiários (21 109). As contas do Diário de Notícias/Dinheiro Vivo permitem concluir que a maior quebra ocorreu no universo dos titulares no ativo. Em 2015, este grupo ascendia a aproximadamente meio milhão (503 379), o que representa uma diminuição de 77 718 em comparação com 2010. Relativamente a 2014, a descida é bastante menor: menos 4721 beneficiários. Já o universo dos familiares era de pouco mais de quatrocentos mil (406 966) no final do ano passado, ou seja, menos 61 228 do que em 2010 e uma quebra de 21 109 em relação a 2014. Em contraciclo, o grupo dos titulares/aposentados registou um acréscimo: mais 36 365. Em termos totais, passou de 307 537, em 2010, para 343 902 em 2015. A subida face a 2014 ficou-se pelos 1258.

"Apesar do decréscimo de número de beneficiários" nos últimos anos, "este universo tende a manter uma dimensão significativa, o que constitui uma mais-valia para a ADSE, por proporcionar a obtenção de custos médios mais vantajosos", salientam os responsáveis deste organismo no relatório, defendendo, no entanto, que "é igualmente relevante que se preserve a dimensão do universo dos beneficiários."

Aposentações e rescisões
A descida do número de beneficiários deste subsistema de saúde público é explicada por vários fatores. A começar desde logo pelos beneficiários que se aposentaram nos últimos anos.

O relatório de atividades de 2015 aponta ainda o programa de rescisões por mútuo acordo, aprovado em 2013. "Apesar de o governo ter consignado a possibilidade de manutenção da inscrição na ADSE para os trabalhadores que aceitem a cessação da respetiva relação jurídica de emprego público, apesar da sua extinção, parte dos que optaram por manter a sua qualidade de beneficiário já não se encontram com inscrição ativa, por falta de entrega de desconto", lê-se no documento. O relatório destaca ainda a "regularização informática de registos com a situação de óbito (óbitos muito antigos)" e a "regularização de beneficiários familiares cônjuges que se encontravam com direitos vitalícios e que já haviam perdido os requisitos para se manterem como beneficiários familiares (a partir de 2015 deixou de existir familiares com direitos vitalícios)".

Além destes fatores, a variação anual negativa é também determinada pelo "termo e não renovação dos contratos" de muitos docentes, da "perda de direitos" dos descendentes maiores, e o "cancelamento de direitos" de beneficiários que não entregam o correspondente desconto à ADSE. Refira-se ainda que até 2005, os trabalhadores com relação jurídica de emprego público da administração central, regional e local, eram inscritos obrigatoriamente na Caixa Geral de Aposentações e na ADSE. A partir de 2009, com a Lei do Orçamento, a inscrição na ADSE passou a ser opcional para todos os trabalhadores com relação jurídica de emprego público (incluindo os que se encontravam inscritos antes de 1 de janeiro de 2006).

Em 2010, a alteração introduzida pelo governo de então estabeleceu que "todos os beneficiários titulares da ADSE, incluindo os inscritos anteriormente a 1 de janeiro de 2006, passaram a poder renunciar à sua inscrição, sendo esta definitiva.

Região Centro
O programa Via Verde AVC coordenado pelo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, que agrega mais sete hospitais da região...

Segundo o médico Luís Cunha, diretor do serviço de Neurologia dos Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), esta rede hospitalar garante uma resposta tecnicamente equitativa aos doentes que sofram um Acidente Vascular Cerebral (AVC), através de consultas de telemedicina.

O programa inclui, além do CHUC, o hospital distrital da Figueira da Foz, Centro Hospitalar de Leiria, Centro Hospitalar Baixo Vouga, Centro Hospitalar Tondela-Viseu, Unidade Local de Saúde da Guarda, Centro Hospitalar da Cova da Beira e Unidade Local de Saúde de Castelo Branco.

"Era previsível que os AVC iam necessitar de determinadas terapêuticas que não podiam ser estendidas a todos os hospitais e a preocupação foi, acima de tudo, primeiro dotar o CHUC dessas condições e oferecer aos doentes, independentemente da sua área geográfica, o mesmo tipo de possibilidade de recuperação", sublinhou.

Desde setembro de 2015 até ao final de outubro de 2016, o projeto Via Verde AVC já realizou 438 consultas de telemedicina, que contribuíram "de forma significativa para a melhoria do resultado clínico e funcional dos doentes com AVC na região Centro".

Deste número, cerca de 60% não teve necessidade de ser transferido para o CHUC, evitando assim uma sobrecarga do hospital central, sem prejuízos para o doente.

No mesmo período, a unidade central realizou 232 fibrinólises endovenosas e 156 trombectomias, terapêutica apenas efetuada nos CHUC.

A rede, que tem o CHUC como ponto central, onde diariamente, durante as 24 horas, uma equipa de especialistas acompanha em tempo real os doentes com AVC que dão entrada naquelas unidades e prescrevem a melhor terapêutica, consoante a situação clínica.

De acordo com Luís Cunha, a rede permite que apenas os doentes mais graves sejam transferidos para Coimbra, já depois de estabilizados e com terapêutica iniciada.

"Tivemos ganhos de vária natureza, não só para o doente, que deixa de ter tratamentos a duas velocidades, consoante o local em que se encontrasse, mas também em termos de rentabilização dos serviços CHUC", salienta o médico.

A unidade tem apenas oito camas, "que têm chegado para toda a região Centro".

O diretor do serviço de Neurologia destaca ainda que o doente faz no CHUC a terapêutica adequada, "é estabilizado e volta ao hospital de origem, coisa que não se podia fazer antigamente".

O projeto, sublinhou, estende-se ainda ao Centro de Medicina e Reabilitação da Região Centro - Rovisco Pais (Tocha, Cantanhede), permitindo o acesso a fisioterapia a doentes, que reúnam os critérios clínicos para beneficiarem de um programa de reabilitação em internamento.

"A rede está a funcionar na plenitude, é uma coisa que está a acontecer e, neste momento, realizamos 40 a 50 teleconsultas por mês, o que dará qualquer coisa como quinhentas por ano", realça, por seu lado, Gustavo Cordeiro, coordenador da unidade de AVC do CHUC.

O presidente do Conselho de Administração (CA) do CHUC, por outro lado, sublinhou o caráter pioneiro da iniciativa em Portugal e elogiou a organização deste projeto.

"O elemento mais relevante é a garantia de que, na região Centro, o CHUC, em colaboração com os restantes hospitais, tem a permanente preocupação de proporcionar aos cidadãos o acesso à melhor inovação, com uma organização que ombreia com as melhores organizações mundiais", disse Martins Nunes.

O presidente do CA disse ainda que lhe cumpre traduzir perante o país a satisfação de se ter conseguido assegurar que, "ainda que atingidas por uma adversidade tão grave como um AVC, se salvaram muitas vidas humanas e muitas pessoas ficaram sem quaisquer sequelas graças a este programa de âmbito regional, garantindo tratamento e cura em situações-limite de patologia potencialmente fatal".

"Uma referência ao mérito dos profissionais envolvidos em todos os hospitais da Região Centro. A partilha de recursos e de conhecimento que está na génese da conceção deste programa assegura, nesta área da Medicina, a coesão regional e a justiça social através de iguais oportunidades de acesso a todos os doentes, independentemente do local onde vivem ou de onde sofreram um AVC. Tenho um enorme orgulho em dirigir este hospital onde os seus profissionais todos os dias dão o seu melhor na defesa dos valores do Serviço Nacional de Saúde e onde a inovação está na sua ambição da prática da medicina ao serviço dos cidadãos”.

Estudo
Dois terços dos médicos em Portugal admitem estar em elevado estado de exaustão emocional, um dos indicadores relevantes...

Segundo dados de um estudo de âmbito nacional sobre ‘burnout’ na classe médica, os profissionais das especialidades de neurocirurgia e de medicina legal são os mais afetados, a par dos médicos mais jovens.

Aliás, são os médicos mais jovens que apresentam os níveis mais elevados nos três indicadores de ‘burnout’ avaliados no estudo: exaustão emocional, distanciamento face ao doente (despersonalização) e diminuição da realização profissional.

Segundo dados parcelares do estudo, além da exaustão emocional, 39% de todos os médicos indicaram níveis elevados de despersonalização e 30% mostraram altos níveis de diminuição da realização profissional.

O estudo, uma iniciativa conjunta da Ordem dos Médicos e do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, foi feito através de inquéritos a cerca de 10 mil médicos portugueses, dos perto de 50 mil convidados a responder.

O bastonário da Ordem dos Médicos confessa ter ficado surpreendido com a dimensão do problema: “Não estava à espera que o problema fosse tão grave, o que exige que se olhe para esta questão com muita atenção”.

José Manuel Silva lembra que os médicos em exaustão não estão em condições de prestarem os melhores cuidados aos doentes, embora “o inquérito tenha mostrado um elevado grau de empenhamento e dedicação aos doentes”.

“A verdade é que os médicos portugueses não estão bem e isto exige medidas da parte da tutela”, frisou o bastonário, que pede melhores condições de trabalho, investimento na manutenção das instalações e na renovação das tecnologias.

Sobre os médicos mais jovens, que apresentam os mais elevados níveis de ‘burnout’, José Manuel Silva lembra que são colocados “perante enormes dificuldades e pressão”, “muitas vezes sem as devidas condições de trabalho” e instados “a trabalhar até à exaustão, nomeadamente nos serviços de urgência”.

Doenças raras
O Presidente da República entregou no Porto o Prémio Manuel António da Mota, no valor de 50 mil euros, à Raríssimas –...

A Raríssimas foi criada em 2002, tem a sede em Lisboa, e tem por missão “apoiar doentes e famílias que convivem de perto com as doenças raras, procurando entre outros objetivos a divulgação, informação e sensibilização pública sobre as doenças raras.

Com o seu “Espaço de Capacitação Rara”, a instituição vencedora do primeiro prémio desenvolve um projeto de “coaching e mentoring, apoio à capacitação e empregabilidade e um conjunto de ações de sensibilização e informação procurando, no primeiro eixo, a promoção da melhoria da qualidade de vida através de um programa individualizado de intervenção”.

A Associação Inspirar recebeu o terceiro prémio Manuel António da Mota, no valor de 10 mil euros, enquanto o segundo prémio Manuel António da Mota foi entregue à SAOM – Serviços de Assistência Organizações de Maria -, no valor de 25 mil euros.

“É bom que haja prémios como este, porque são, em si mesmo, pedagógicos para projetos de Solidariedade Social que todos os dias nascem ou se reformulam”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, afirmando que o “Presidente da República de Portugal está eternamente grato” a instituições de Solidariedade Social.

Estudo
O grupo de investigação de Biologia Interativa de Sistemas, Metabólica e Cancro da Universidade de Barcelona descobriu que as...

A investigadora principal, Marta Cascante, explicou, em declarações à agência Efe, que esta parte das azeitonas atualmente não tem aproveitamento e que sempre pensou que “devia fazer alguma coisa para ajudar as pessoas com tendência a desenvolver pólipos intestinais no cólon e no reto”.

O estudo de Cascante, que foi distinguido na semana passada com o prémio do Conselho Social e Fundação Bosch e Gimpera (FBG) na categoria de melhor projeto de transmissão de conhecimento, destina-se a desenvolver um suplemento alimentar para as pessoas afetadas.

Este suplemento, de caráter natural por ser elaborado com as sobras das azeitonas resultantes da produção de azeite, ajudará a reduzir os tumores intestinais, além de “gerar um valor ao aproveitar os resíduos da indústria alimentar”, assegurou a autora.

A investigadora defendeu a importância de fazer um produto deste tipo porque as pessoas que sofrem deste mal têm de submeter-se, durante toda a vida, a controlos muito exaustivos e a várias extrações de pólipos para evitar que se transformem em tumores.

“Em alguns casos, infelizmente, o problema não se resolve”, acrescentou Cascante, reivindicando a necessidade de investigar tratamentos “para esta enfermidade minoritária”.

Até ao momento, as investigações têm sido feitas em ratos, aos quais foi ministrado durante seis semanas o composto de peles de azeitona para comprovar se a redução dos pólipos intestinais era efetiva, com o que pôde demonstrar-se uma diminuição de 45%.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde defendeu, em Lisboa, que o melhor remédio que a sociedade precisa não são necessariamente medicamentos, mas...

“Intervir nas condições de vida, de habitação, de alimentação, de rendimento, é essencial”, disse Adalberto Campos Fernandes, durante uma cerimónia realizada no Centro de Saúde de Sete Rios para assinalar o lançamento de medidas de cessação tabágica, como a comparticipação de medicamentos.

“O medicamento por si será muito útil, mas não será suficiente se os portugueses não tiverem melhores condições de habitação - casas aquecidas, ventiladas - para que a pneumonia não seja o flagelo que é hoje em Portugal”, afirmou.

De acordo com o governante, as medidas hoje anunciadas visam alargar o âmbito das consultas de cessação tabágica nos cuidados de saúde primários, que idealmente deverão ter características multidisciplinares.

“Visam também potenciar a ação da Linha de Saúde 24, relativamente à qual em todos os maços de tabaco há indicação de que quem precisar de ajuda deve contactar (o serviço) para ser encaminhado ou orientado para um local adequado”, explicou.

Quebrar a barreira económica e dar acesso às populações que sendo mais atingidas pela doença, têm menos informação e não têm capacidade económica para adquirir os medicamentos é outro dos objetivos enumerados pelo governante.

“A medida de comparticipação de medicamentos para a cessação tabágica é, antes de mais, uma medida que visa repor alguma justiça social”, declarou.

Os medicamentos para deixar de fumar sujeitos a receita médica vão ser comparticipados pelo Estado em 37%, a partir do próximo ano, uma medida que deverá custar 1,3 milhões de euros por ano, um valor considerado simbólico pelo ministro, face aos ganhos que significará.

Segundo diretor-geral de Saúde, Francisco George, registaram-se no ano passado 11.000 mortes resultantes da exposição direta ao tabaco.

“Nas doenças respiratórias, uma em cada três mortes é provada pelo fumo do tabaco”, acrescentou.

“Sabemos que em cada 10 enfartes, em cada 10 AVC (Acidente Vascular Cerebral) que provocam a morte, uma delas é devido ao tabaco”, indicou o responsável durante uma intervenção na sessão.

Em 2017, deverão ser criadas 42 novas consultas de cessação tabágica a nível nacional.

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