Ciência e tecnologia
A plataforma nacional EUPATI, integrando o projeto internacional, que reúne 19 países, será formalizada, na sexta-feira, com o...

"A nossa ambição, do EUPATI Portugal, será que esta plataforma se desenvolva como referência para a sociedade e para os doentes, em termos de informação credível e de qualidade, relativa aos diferentes aspetos da saúde e do desenvolvimento de medicamentos", disse hoje à agência Lusa Beatriz Lima, uma das responsáveis pelo projeto.

"As pessoas, em vez de fazerem pesquisas pouco diferenciadas na internet, poderão, ao saber da existência do 'site' EUPATI e da informação que está associada, informar-se com mais confiança", realçou Beatriz Lima, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, uma das entidades parceiras.

Além da procura de novos parceiros, está também a ser iniciado o trabalho de tradução para português das ações de formação e dos textos informativos disponibilizados na plataforma internacional.

"Está previsto que o conjunto dos cursos que já foram desenvolvidos no âmbito do projeto EUPATI serão traduzidos para português. Trata-se de ações de informação e de formação dos doentes na área do desenvolvimento de medicamentos e da investigação clínica", explicou.

Na sexta-feira, o lançamento oficial da plataforma nacional vai ocorrer durante uma conferência na qual serão abordados temas relacionados com ensaios clínicos em Portugal e com a intervenção dos doentes nestes ensaios, um evento que conta com a participação de uma representante da plataforma internacional EUPATI, Ingrid Klingmann.

O projeto integra representantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, da Universidade de Aveiro, do Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde), da Apifarma (Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica), da Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas e da Associação Nacional de Displasias Ósseas (ANDO).

As plataformas nacionais do EUPATI juntam parceiros em saúde, entre pacientes, universidades e investigação e indústria farmacêutica, mas recebe adesões de representantes das autoridades nacionais, decisores políticos, profissionais de saúde, jornalistas da área da saúde ou intervenientes na área.

O objetivo é disponibilizar ao público "conhecimento objetivo, credível, correto e atualizado acerca dos processos de investigação e desenvolvimento de medicamentos", além de contribuir para "a literacia em investigação clínica", e facilitar o envolvimento dos pacientes como parceiros, com a academia, autoridades, indústria e nas comissões de ética, refere uma informação do EUPATI.

Estudo
Os jovens que vivem com pais desempregados revelam maiores fragilidades ao nível do bem-estar psicológico e têm piores...

O estudo da autoria da investigadora Diana Frasquilho vai ser discutido durante o Fórum “Crises Socioeconómicas e Saúde Mental” que decorre hoje e sexta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian.

O trabalho centrou-se no impacto da recessão económica, em particular do desemprego, na estrutura familiar e na saúde mental e bem-estar de adultos desempregados e dos adolescentes que vivem com pais desempregados.

Entre os principais resultados do estudo, ressalta o facto de os jovens que vivem com pais desempregados, quando comparados com os que vivem com pais empregados, relatarem significativamente piores resultados ao nível do bem-estar psicológico e de expectativas educacionais, “percecionando as repercussões da crise económica de forma mais intensa”.

Os fatores de maior vulnerabilidade são o desemprego paternal, a baixa situação socioeconómica, ser rapariga, os jovens mais novos e os rapazes mais velhos cujo pai está desempregado.

As pessoas desempregadas e os seus familiares constituem um grupo da população mais afetado pelas consequências da recessão económica, tais como dívidas, já que os adultos desempregados têm uma “alta prevalência de sofrimento psicológico e de insatisfação com a vida”.

Estes fatores foram particularmente notórios em mulheres desempregadas, idosos, pessoas com baixa escolaridade, solteiros, pais e mulheres cujos parceiros não tinham emprego.

“A pior saúde mental foi também mais prevalente nos adultos desempregados com menor capacidade em estruturar o seu tempo e naqueles com maior privação financeira”, acrescenta o estudo.

Além da “diminuição substancial” das despesas do agregado familiar, o desemprego foi também responsável por alterações no relacionamento familiar (mais atrito e parentalidade mais rigorosa), bem como alterações no bem-estar psicológico dos pais e dos filhos (maior preocupação, irritabilidade, raiva e tristeza).

O estudo salienta, contudo, que “a qualidade das relações familiares parece moderar a associação entre o desemprego parental e o bem-estar psicológico dos jovens”.

Ou seja, as relações familiares - bem como a capacidade financeira e a estruturação do tempo - são apontadas como “fatores modificáveis” e, por isso, potencialmente moderadores desta relação entre bem-estar psicológico e desemprego parental, desde que sejam alvo de intervenções que as transformem positivamente.

Nesse sentido, o estudo defende intervenções urgentes para proteger adultos e jovens durante esta “recessão económica histórica” e para diminuir as desigualdades na saúde e as despesas sociais.

“A identificação destes fatores modificáveis associados ao bem-estar dos adultos, família e filhos no contexto de desemprego é essencial, sobretudo porque Portugal enfrenta uma recessão económica histórica apresentando uma das mais elevadas taxas de desemprego na Europa, e porque as intervenções para proteger adultos e jovens durante este período em particular, são urgentemente necessárias”, refere.

Além de poderem diminuir as desigualdades na saúde e as despesas sociais para o país, estas intervenções poderão maximizar as oportunidades de vida, assumindo “um papel fundamental para alcançar uma população mais saudável e produtiva”.

Prematuridade e Paralisia Cerebral
Em Portugal, a grande prematuridade é a principal causa de paralisia cerebral entre crianças de 5 an

A prematuridade é tida como uma das causas para a paralisia cerebral, estimando-se que esta seja 10 vezes mais frequente em bebés prematuros e de baixo peso. O risco aumenta em gravidezes gemelares.

Desenvolvendo-se em meio extra-uterino, os recém-nascidos prematuros, apesar de colocados em ambiente médico altamente tecnológico, necessário para a sua sobrevivência, incorrem em inúmeros riscos, sendo os pulmões, o intestino, os olhos, os ouvidos e o cérebro os órgãos mais afetados.

De acordo com os especialistas, “nascer prematuro implica algumas vezes a existência de doenças específicas”, muitas vezes detetadas ainda durante o internamento. São elas a hemorragia cerebral, a leucomalácia periventricular, a retinopatia e a displasia broncopulmonar.

Algumas destas situações comprometem o desenvolvimento e crescimento de diferentes órgãos, sendo que, são os bebés com idade gestacional inferior a 32 semanas e baixo peso os que apresentam um risco aumentado de doença.

A par das alterações dos diferentes órgãos e sistemas, persistem como as mais importantes sequelas da prematuridade, as alterações do neurodesenvolvimento, onde se enquadram os casos de paralisia cerebral, os défices visuais e auditivos.

A paralisia cerebral é uma perturbação do controlo dos movimentos voluntários que resulta de uma lesão ou anomalia cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento, sendo que, de acordo com o Programa de Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral, “as partes do cérebro que controlam os movimentos musculares são particularmente vulneráveis à lesão nos bebés prematuros”.

No prematuro os membros inferiores são os mais atingidos, no entanto, não há dois casos iguais de paralisia cerebral, uma vez que as suas manifestações dependem da localização das lesões e áreas afetadas do cérebro.

O seu diagnóstico é, habitualmente, determinado pela associação de atraso das competências motoras e alterações do tónus muscular, reflexos e padrões de movimentos.

Este aspeto leva a que, em grande parte dos casos, a paralisia cerebral não seja diagnosticada nas primeiras etapas da infância.

“Nunca encarámos os nossos filhos como deficientes”

Diogo e José Marques, gémeos, nasceram às 30 semanas de gestação, com pouco mais de 1kg. A mãe, Natercia, tinha 24 anos e garante que a questão da prematuridade nunca se colocou. “Não disponhamos dessa informão médica”, revela.

“Posto isto, na altura, existiram todas as dúvidas e angústias inerentes à prematuridade, que se agravaram 24 horas após o nascimento com a entrada nos cuidados intensivo,  com os bebés em incubadoras, entubados e ligados a máquinas de suporte de vida”, recorda admitindo que, rapidamente “todas as dúvidas e angústias foram susbtituídas pela incerteza de sobrevivência”.

Durante dois meses e meio, mãe e pai tiveram as suas vidas em suspenso para acompanhar os filhos. “Eu passava o dia no hospital e o pai ia depois do trabalho, onde ficava até à meia-noite”, conta.

Os principais riscos apontados pela equipa médica eram “insuficiência respiratória e a não-total formação dos pulmões”.  “Ainda internados, falaram-nos de leucomalácia - que nós começámos a pesquisar em livros, pois não havia internet”, explica Natércia Marques.

Com uma condição delicada, os bebés eram vigiados e monitorizados com frequência. “Eram realizados exames de rotina para bebés de baixo peso, cujas avaliações eram feitas de 15 em 15 dias”, afirma a mãe.  

“A paralisia cerebral foi a constatação de um facto aos cinco meses, após exames da atividade cerebral – ressonância magnética, eletroencefalograma – e análise pediátrica”, recorda adiantando que nunca houve qualquer sinal que os levasse a desconfiar do diagnóstico.

“Na altura, reagimos pessimamente à notícia. Aos cinco meses não sabíamos quais os níveis cerebrais afetados. Sabíamos, sim, que a paralisia cerebral tinha como padrão comum afetar a locomoção”, conta acrescentando que José sofre tetraplegia e Diogo de diplegia com locomoção autónoma “depois de realizadas cirurgias aos quatro anos de idade”.

Sabendo das dificuldades que iriam encontrar ao longo da vida, Natércia e o marido procuraram ajuda especializada. “Tentámos sempre pedir ajuda aos profissionais relacionados com a paralisia cerebral, como a Liga Portuguesa dos Deficientes Motores ou a Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa, e absorver o máximo possível de informação”,  afirma.

Por outro lado, sempre tentaram que a integração fizesse parte do seu dia-a-dia. “Em relação aos nossos filhos, acreditamos que a integração no sistema de ensino regular foi a melhor forma de eles entenderem a diferença”, explica acrescentando que nunca encararam os filhos como deficientes. “Talvez devido ao facto de ambos terem um desenvolvimento verbal e cognitivo normal”, justifica.

A verdade é que José concluiu o 9º ano de escolaridade e é “atualmente interprete de uma companhia de dança adaptada – CIM-V’oarte – e frequenta o Centro de Atividades Ocupacionais da APCL”.

“O Diogo é um jovem alegre, focado, com gosto em aprender. Sempre deu grande importância aos estudos e encara todas as experiências profissionais como conquistas pessoais”, acrescenta revelando que o filho é licenciado em Ciências da Comunicação, tendo concluído, no início deste ano, o mestrado na mesma área.

Apesar de todos os obstáculos, a mãe salienta que o grande desafio continua a ser “fazer entender aos outros que a paralisia cerebral não é uma doença mental”.

“Fui educado para nunca encarar a paralisia como uma condicionante”

Até adquirir uma locomoção completamente autónoma, Diogo teve de passar por várias cirurgias durante a infância. “Aos quatro anos tive de fazer uma cirurgia para proceder ao alongamento do tendão de Aquiles, com imobilização de gesso para iniciar a marcha autónoma”, começa por contar o jovem.

“Aos 10 anos, durante o verão, e antes de entrar para o 5º ano, realizei uma cirurgia complexa a nível muscular que consistiu num novo alongamento do tendão de Aquiles, alongamento dos gémeos e tenotomia dos músculos adutores”, acrescenta explicando que esta cirurgia pressupunha o alongamento da tensão muscular e a criação de força.

“A minha paralisia cerebral afeta os membros inferiores, o que em parte, limita a minha capacidade de locomoção e equilíbrio”, justifica.

No entanto, admite que o facto de, desde cedo, ter tido contacto com outros casos de paralisia cerebral – “com crianças e jovens cuja paralisia provoca limitações que os impede de realizar pequenas tarefas como falar ou pegar numa colher para comer” – fez com que tenha encarado a sua condição como algo que tem de tentar contrariar.

“Nesse sentido, dou uma grande importância ao meu bem estar físico indo ao ginásio todas as semanas, por exemplo”, revela.

Por outro lado, apesar de sempre consciente das limitações adquiridas, nunca se sentiu diferente. E o mérito, esse é todo dos pais.

“Os nossos pais, para além de sempre nos educarem como se educa qualquer criança sem limitações, através da nossa integração no sistema de ensino regular, por exemplo, nunca foram demasiado protetores. Levavam-nos para todo o lado e deixavam-nos ter as nossas próprias experiências no mundo”, explica Diogo que aos nove anos viajou sozinho, com o seu grupo de Escuteiros, até à Disneyland em Paris.

Aceitar a deficiência é meio caminho andado para a integração, no entanto, Diogo lamenta que ainda exista algum preconceito contra aquilo que é diferente. “Muito devido à ignorância e falta de informação por parte das pessoas que associam, erradamente, a Paralisia Cerebral à deficiência mental e cognitiva”, afirma.

“A minha mãe costuma contar uma história caricata que lhe aconteceu quando eu tinha apenas 18 meses. Na altura foi tentar increver-me, a mim e ao meu irmão, num colégio religioso de Lisboa e a freira ao saber da nossa condição respondeu-lhe: «Deus nosso Senhor nos proteja dos deficientezinhos!»”, conta.

“Acredito que não tenha sido fácil para a minha mãe ouvir tal coisa, mas sei que a partir dessa experiência infeliz, teve a capacidade de nos preparar melhor para situações parecidas que pudessemos vir a enfrentar no futuro”, acrescenta Diogo.

Para contornar estes e outros obstáculos, Diogo usa a sua arma secreta: o sentido de humor.

“O uso do humor perante as minhas limitações é algo espontâneo e natural. Talvez sirva, de certa forma, não só para desarmar os outros, mas sobretudo para os colocar mais à vontade com a minha deficiência”, refere.

“No fundo, não deixo que a minha deficiência me defina como pessoa. Sou persistente e tenho os meus sonhos”, acrescenta. Por isso, tem um objetivo bem definido – trabalhar na sua área de formação e conseguir um emprego “para começar a garantir alguma estabilidade financeira”.

“Quero acreditar que a inclusão é um processo gradual...”, conclui

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Parlamento Europeu
O Parlamento Europeu aprovou hoje a revisão da diretiva (lei comunitária) que estabelece valores-limite nacionais de emissão de...

No mesmo dia em que a Agência Europeia do Ambiente (EEA, sigla em inglês) divulgou um relatório que revela que a poluição do ar causou mais de 6.600 mortes prematuras em Portugal, em 2013, os eurodeputados aprovaram a “nova” diretiva que constitui o texto legislativo de enquadramento geral da Europa em matéria de qualidade do ar.

As novas regras estabelecem os compromissos de redução das emissões de dióxido de enxofre (SO2), óxidos de azoto (NOx), compostos orgânicos voláteis não-metânicos (NMVOC), amoníaco (NH3) e partículas finas (PM2,5).

De acordo com a EEA, os óxidos de azoto são emitidos sobretudo pelo setor dos transportes, o amoníaco pelo setor agrícola, o metano pelos setores agrícola, dos resíduos e da energia e as partículas pelos setores do aquecimento, da indústria e dos transportes.

O texto aprovado pelo hemiciclo, em Estrasburgo, salienta a necessidade de “identificar e corrigir numa fase precoce a legislação da União ineficaz em matéria de controlo da poluição atmosférica na fonte para alcançar objetivos em matéria de qualidade do ar mais amplos”.

“A questão da qualidade do ar, combinada com o escândalo da Volkswagen e as emissões em condições reais de condução, ganhou uma relevância sem precedentes na agenda pública. Talvez seja agora reconhecido que, na última década, nos focámos tanto nas emissões de CO2 que acabámos por negligenciar a qualidade do ar”, observou a relatora do Parlamento Europeu, Julie Girling.

O relatório sobre qualidade do ar da EEA hoje divulgado, refere que, em 2013, a exposição a partículas finas PM2.5, a ozono e a dióxido de azoto originaram 6.640 mortes prematuras em Portugal.

Este número é mais elevado que as 6.190 mortes estimadas pela EEA para 2012, para Portugal.

As partículas finas associam-se a 6.070 mortes, o ozono a 420 e o dióxido de azoto a 150, especifica a EEA.

No total dos 28 Estados membros da União Europeia (UE), o número de mortes atribuídos a poluentes atingiu 520.000 em 2013, sendo 436.000 relacionadas com as partículas finas.

O número de mortes devido às concentrações de partículas finas é mais elevado na Alemanha, com 73.400, seguida da Itália, com 66.630.

A análise efetuada mostra que, em 2014, cerca de 85% da população urbana da UE estava exposta a partículas finas em níveis que afetam a saúde, nomeadamente doenças cardiovasculares, asma e cancro do pulmão, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Doentes têm acesso aos melhores tratamentos e profissionais
Hoje e até 26 de novembro realiza-se o Congresso Nacional de Neurologia 2016, no Sana Lisboa Hotel, subordinado ao tema ...

Segundo o Prof. Vítor Oliveira, presidente do evento "este ano optámos por nos virar para o exterior, para a relação da neurologia com a sociedade em que está envolvida: instituições hospitalares, estruturas oficiais, estruturas de apoio, associações de doentes, os diversos mecanismos oficiais que se articulam com os doentes neurológicos e também com os profissionais da Neurologia".

O evento servirá para abordar os grandes temas da área da neurologia e serão analisados os problemas de cada um. Este ano pela atualidade que vivemos existiu a necessidade de incluir um tema novo: Neuro-Zika. O Zika é uma ameaça à saúde pública e é possível que chegue a Portugal através do calor e dos mosquitos. O enfoque da neurologia neste tema está relacionado com situações recentes que se estão a descobrir. O Zika pode provocar alterações neurológicas em termos de nervos periféricos em indivíduos adultos. A neurologia está em alerta para esta nova realidade resultante das alterações imunitárias sobre o sistema nervoso, provocadas por infeção aguda do Zika.

No caso da epilepsia existe a necessidade de centros diferenciados de referenciação, para a realização da cirurgia em casos específicos e de especial complexidade. No entanto, a nível nacional dispomos já de centros sofisticados que asseguram esses cuidados. Na área da Esclerose Múltipla existe um claro problema de acesso à medicação. Os medicamentos disponíveis são extremamente dispendiosos, por isso a disponibilização dos medicamentos inovadores tem de ser realizada de uma forma rigorosa.

Com a participação das associações de doentes, serão também analisadas as dificuldades destes doentes. A doença de Parkinson será outra patologia abordada, bem como a articulação em rede com os centros de diagnóstico, com novos tratamentos como por exemplo a cirurgia de Parkinson, que envolve uma equipa multidisciplinar altamente diferenciada e os hospitais têm também ser de referência. Deverá haver unidades espalhadas pelo país de modo a cobrir as necessidades da população. Por outro lado, existe também um problema na área da fisioterapia, dado que esta está limitada a um número fixo de sessões para determinadas patologias, no entanto, verifica-se que em muitos dos casos há um benefício para além desse período. Este é seguramente um problema que atinge um número elevado de doentes com diversas patologias em que os cuidados de Medicina Física e Reabilitação são uma necessidade imperiosa.

O congresso de Neurologia reunirá cerca de 400 especialistas e terá a participação de vários personalidades científicas de vários países nomeadamente: Hugh Willison da Universidade de Oxford especialista nas complicações do Zika, Mário Siebler especialista suíço em patologia vascular cerebral, Joel Akri responsável pela rede de assistência aos doentes de Alzheimer em França.

A nível nacional salienta-se a palestra sobre cuidados continuados pela Dra. Galriça Neto e o papel das associações de doentes pela Prof. Maria do Céu Machado.

Investigação conclui
O consumo de tabaco em jovens saudáveis e fumadores recentes afeta a circulação sanguínea de forma aguda numa fase inicial,...

Intitulado "Efeitos agudos do tabaco na função vascular em fumadores jovens e saudáveis", o estudo foi conduzido por Telmo Pereira, docente de Fisiologia Clínica na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC), tendo sido premiado no maior congresso asiático da especialidade.

O investigador de Coimbra recebeu o prémio científico "New Investigator award in clinical science", durante a participação no Hypertension Seoul 2016 (26.º Meeting da International Society of Hypertension), realizado em Seul, Coreia do Sul, entre 24 e 29 de setembro (www.ish2016.org).

Telmo Pereira e Joaquim Castanheira, ambos docentes do Departamento de Fisiologia Clínica da ESTeSC, apresentaram um total de sete comunicações científicas neste evento que reuniu investigadores e clínicos de 80 países ligados à área da Hipertensão Arterial.

O estudo da ESTeSC comprova que o consumo de tabaco em fumadores há menos de dois anos tem efeitos agudos ao nível vascular, que explicam o aparecimento de doenças cardiovasculares no futuro.

"Os efeitos do tabaco na integridade vascular, com particular destaque para a disfunção endotelial e o aumento da pressão arterial, potenciam a ocorrência de doenças cardiovasculares, num cenário de exposição repetida ao tabaco ao longo da vida", explica a ESTeSC em nota divulgada hoje.

A investigação conduzida por Telmo Pereira pretendeu avaliar os efeitos agudos do tabagismo na função endotelial (referente ao tipo de células que cobrem o interior dos vasos sanguíneos) e na hemodinâmica central (circulação sanguínea) de fumadores jovens e saudáveis.

O estudo prova que o consumo de tabaco provoca um efeito "agudo e pernicioso" sobre a função vascular, comprometendo de forma muito significativa a função endotelial, garante a ESTeSC.

Segundo Telmo Pereira, o tabagismo é reconhecido como "um importante fator de risco modificável para as doenças cardiovasculares", traduzindo-se a longo prazo num maior risco de eventos cardiovasculares importantes, particularmente o Acidente Vascular Cerebral e o Enfarte do Miocárdio.

"Vários estudos têm sido desenvolvidos com o propósito de identificar o mecanismo pelo qual o tabagismo lesa o sistema cardiovascular, prevalecendo a ideia de que o tabaco induz alterações com impacto direto na função endotelial", refere o investigador, que se debruçou sobre o efeito agudo de um cigarro na função vascular em fases mais iniciais de exposição tabágica.

Neste contexto, o estudo centrou-se em jovens, com idade média de 21 anos, com uma história recente de hábitos tabágicos: fumadores há menos de dois anos.

"Utilizaram-se técnicas sofisticadas para avaliar o impacto vascular de um cigarro, tendo-se demonstrado um efeito agudo e pernicioso do tabaco sobre a função vascular, comprometendo a função endotelial, aumentando a frequência cardíaca e a pressão arterial, e promovendo uma maior rigidez arterial", conclui Telmo Pereira.

“Health at a Glace 2016”
A quantidade de pessoas de baixos rendimentos que relatou necessidades de saúde não satisfeitas por motivos financeiros...

O relatório “Health at a Glace 2016” refere que as barreiras ao acesso aos cuidados de saúde podem estar relacionadas com a falta de serviços abertos ou com problemas financeiros, sendo uma fonte de procura inapropriada de cuidados de urgência.

Segundo o documento, cerca de 3,6% da população dos países da União Europeia referiu ter ficado com necessidades de saúde não satisfeitas devido a custos, distância dos serviços ou tempos de espera.

Em Portugal, segundo o relatório, triplicou entre 2008 e 2014 a proporção de pessoas de baixos rendimentos que viu necessidades de saúde não satisfeitas devido a motivos financeiros.

“O aumento dos cuidados de saúde não satisfeitos, sobretudo entre a população de menor rendimento, levanta preocupações pois pode traduzir-se num pior estado de saúde e num aumento das desigualdades sociais”, refere o documento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Ainda assim, a média da população portuguesa que em 2014 referia cuidados de saúde não satisfeitos estava abaixo dos 10%, superados por países como a Grécia, Estónia ou Letónia, que exibem os valores mais elevados.

Na margem oposta situam-se países como o Luxemburgo, Holanda, Espanha ou Áustria em que menos de 1% da população relata necessidades não satisfeitas.

Relatório revela
A morte prematura de 550 mil pessoas em idade laboral na União Europeia devido a doenças crónicas, incluindo diabetes e cancro,...

Segundo um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico – OCDE hoje divulgado, estas estimativas não incluem as perdas adicionais relacionadas com menor produtividade e menor emprego das pessoas que vivem com doenças crónicas.

O documento refere que são 550 mil as mortes prematuras de pessoas entre os 25 e os 64 anos nos países da União Europeia a cada ano, resultando na perda potencial de 3,4 milhões de anos produtivos.

Nas doenças crónicas estão incluídos cancros, diabetes, doenças respiratórias ou patologias cardiovasculares.

Embora o diagnóstico precoce e os melhores tratamentos tenham aumentado substancialmente a percentagem de pessoas que sobrevivem a estas doenças, muitos países ainda têm dificuldades em aumentar as taxas de sobrevivência ao cancro, por exemplo.

Para a OCDE, a carga da saúde nos gastos com benefícios sociais é elevada, no entanto os estados-membros da União Europeia (UE) destinam apenas cerca de 3% em média dos seus orçamentos de saúde à saúde pública e à prevenção.

O relatório mostra um crescimento dos gastos em saúde, que foi lento em muitos países em 2015, representando no conjunto 9,9% do PIB da UE.

Enquanto Alemanha, Suécia e França gastam cerca de 11% do seu PIB em cuidados de saúde, os países mais orientais da UE tendem a gastar muito menos, entre 5% a 6%. Portugal situa-se, com 8,9% do PIB, abaixo da média da UE.

Em todos os países se prevê que a percentagem da despesa com saúde aumente nos próximos anos, sobretudo devido ao envelhecimento da população e às novas tecnologias de diagnóstico e terapêutica.

Centro de Prevenção da Obesidade Infantil
A Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil inaugura hoje, em Cascais, uma exposição de pinturas a óleo criadas pela...

A exposição pretende sensibilizar as famílias para importância da fruta na alimentação das crianças e ainda assinalar o lançamento do livro que conta também com o prefácio da apresentadora de programas culinários da televisão, Filipa Gomes.

Este livro solidário já está disponível nas melhores livrarias do país e cada exemplar vendido contribui com 1€ para “Missão 1 Quilo de Ajuda”, o fundo social criado pela Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI) para garantir a oferta de cabazes de fruta semanais para proporcionar lanche aos alunos mais carenciados das escolas portuguesas.

A mostra vai estar patente até 23 de Dezembro no Centro de Prevenção da Obesidade Infantil em Cascais e pode ser visitada de segunda-feira a sexta-feira, entre as 10h00 e as 17h00. As entradas são livres. Morada: Centro Comercial Jumbo de Cascais, Loja Nº27, 1º Piso, 2754-522 Cascais

O livro solidário "Dezasseis trincas para esvaziar o cesto da fruta" é ideal para oferecer como presente de natal a qualquer criança e pode ser adquirido presencialmente no local da exposição, nas livrarias ou ainda online no seguinte endereço: https://www.wook.pt/livro/dezasseis-trincas-para-esvaziar-o-cesto-da-fruta-joao-barbosa/18956069.

Estudo
Mais escolaridade e maior controlo dos riscos cardiovasculares ajudam a evitar doença. Portugal pode acompanhar tendência

Os novos casos de demência estão a diminuir. É esta a conclusão de um estudo realizado nos Estados Unidos que analisou mais de 21 mil pessoas em dois momentos: 2000 e 2012 e que revelaram que a taxa de incidência passou de 11,6% para 8,8%.Os dados vão ao encontro de outros estudos feitos na Europa, nomeadamente Reino Unido, que mostraram a mesma tendência.

Um sinal positivo que contraria as estimativas há muito traçadas: que as demências iriam aumentar muito com o envelhecimento da população. Mais educação e menos riscos cardiovasculares são fatores apontados como fundamentais na mudança desta equação. Portugal também pode acompanhar a tendência se continuar a apostar em políticas de saúde pública e com o aumento da escolaridade, dizem os especialistas contactos pelo DN.

O estudo norte-americano, publicado no jornal JAMA Internal Medicine, avaliou pessoas a partir dos 65 anos. A maior percentagem de casos de demência - onde a idade é um dos principais fatores de risco - foram detetados em pessoas acima dos 85 anos. Ao mesmo tempo o trabalho mostrou que o nível de escolaridade aumentou no mesmo período (cerca de um ano), sugerindo que os níveis de educação e culturais podem ser protetores e retardar o surgimento e evolução da doença. Mas este pode não ser o único fator importante, ainda que não tenha sido possível estabelecer uma relação direta: a diminuição dos riscos cardiovasculares também podem ter um peso importante. Embora o estudo revele que existem mais pessoas com diabetes e hipertensão, o diagnóstico precoce e o acesso a medicação correta estar a atenuar esse efeito.

"Existem seis estudos que apontam para a redução da incidência. Pensa-se que na causa destes resultados podem estar o maior controlo do risco cardiovascular e a chamada reserva cognitiva. A escolaridade é um indicador importante. Mas é importante perceber que estes resultados não são consensuais e dizer que há uma redução da taxa de incidência (novos casos) não é o mesmo que dizer que haja uma redução da prevalência (casos totais)" afirma ao Diário de Notícias Isabel Santana, investigadora da Faculdade de Medicina da Universidade de de Coimbra.

A neurologista explica que há uma relação entre a doença e a idade. Com a redução dos riscos cardiovasculares, as pessoas vão viver mais anos e dessa forma aumenta o número de pessoas que poderão desenvolver a doença. "Mas os resultados do estudo são uma boa novidade. É sinal que estas doenças são preveníveis. Até hoje não tinha havido uma medida de prevenção eficaz", diz Isabel Santana.

Poderemos esperar o mesmo em Portugal? "Não existem estudos nacionais, mas podemos dizer que as taxas de prevalência dos vários países são sobreponíveis. Em principio seguiremos o mesmo padrão. Existem vários planos estratégicos para controlo de fatores de risco e houve uma revolução cultural enorme nos últimos anos com o aumento dos anos de escolaridade", aponta.

António Leuschner, presidente do Conselho Nacional de Saúde Mental, reforça a ideia: "Esta é uma tendência que se apurou nos últimos três a cinco anos, contrariando as muitas previsões que com o envelhecimento populacional muito acentuado haveria um aumento da incidência. Isto quererá dizer que haverá menos novos casos", refere o psiquiatra, salientando que "o risco de demência é menor quanto maior é o nível de literacia e o nível de escolaridade atingido". Quanto a Portugal, "se o nível de acesso aos cuidados for bom, se comermos melhor, se reduzirmos o consumo de álcool e tabaco, com o nível de escolaridade é razoável esperar que a população que terá 65 anos daqui a 15 anos tenha níveis de literacia superiores e condições melhores. Mas se essas condições não existirem, não podemos esperar milagres. É fundamental que não se pare o processo para não se andar para trás", alerta.

Vítor Oliveira, presidente do Congresso de Neurologia, que decorre entre hoje e sábado em Lisboa, lembra que "quanto mais próximos estivermos dos países desenvolvidos, maior semelhança teremos com eles". Mas há um grande desafio que Portugal tem de ultrapassar e pode ter peso nos resultados: "O grande drama é o Acidente Vascular Cerebral (AVC) que ainda é a primeira causa de morte em Portugal enquanto que na média europeia e nos EUA está em terceiro lugar. Um quarto das demências são vasculares e o AVC é uma das causas. Há margem para tratar melhor e a prevenção é importante: mais exercício, redução do consumo de sal, da diabetes, menos sedentarismo e apostar num envelhecimento ativo".

Estudo
O sistema imunitário está ligado à hipertensão arterial, revela uma linha de investigação recente que já resultou num ensaio...

Apesar de ser muito falada, há muitos mistérios sobre a hipertensão arterial, um deles é a sua relação com o sistema imunitário. Uma equipa de cientistas em Itália tem estado a abordar esta nova linha de investigação e está a desenvolver uma terapia que poderá vir a ser aplicada aos hipertensos crónicos que não respondem aos medicamentos. O tratamento passa por matar um nervo do baço, impedindo que um grupo de células do sistema imunitário invada as paredes dos vasos sanguíneos e dê mais força à doença.

A técnica é experimental e foi aplicada só a ratinhos hipertensos, mas teve resultados positivos, escreve o jornal Publico. O estudo sobre este trabalho foi publicado na revista Nature Communications.

O aumento da pressão arterial está ligado ao aumento do batimento do coração. Episodicamente, não há mal no aumento do ritmo cardíaco. A reação fisiológica a uma situação de perigo passa pela injeção de adrenalina na circulação que faz o coração bater mais rápido, levando o sangue aos músculos e dando capacidade de resposta ao perigo.

O problema é quando a pressão arterial se mantém alta no tempo. As causas podem ser muitas, desde genéticas até ambientais. Do ponto de vista vascular, os vasos sanguíneos periféricos estreitam-se, o coração bate com mais força para garantir que o sangue continua a chegar a todos os tecidos e a hipertensão instala-se. Ao fim de muitos anos, surgem problemas sérios, como o acidente vascular cerebral.

Felizmente há medicamentos que atuam em diferentes órgãos e permitem diminuir a pressão arterial. Ainda assim, entre cinco a 10% dos hipertensos crónicos não reagem a estes medicamentos. Além disso, os mecanismos fisiológicos que se encadeiam desde a resposta a um fator de risco da hipertensão, como o excesso de sal no sangue, até à condição de saúde se manifestar são desconhecidos.

O trabalho publicado na Nature Communications e que foi coordenado por Giuseppe Lembo, do Instituto Neurológico Mediterrânico (Neuromed), em Pozzilli, Itália, poderá vir a destrinçar alguns dos mistérios desta doença. “Neste artigo, estivemos interessados em olhar para o sistema imunitário como causa da hipertensão”, disse ao PÚBLICO Daniela Carnevale, uma das autoras.

Mais precisamente, os cientistas estudaram a ligação entre a hipertensão, o sistema imunitário e o sistema nervoso simpático, que pertence ao sistema nervoso autónomo (não é controlado conscientemente). O sistema nervoso simpático é importante na manutenção da homeostase e atua nos órgãos do corpo em resposta aos stresses. Segundo a cientista, há muito que se sabe que a ativação exagerada do sistema nervoso simpático tem um efeito na hipertensão, tanto a nível do coração como dos rins – outro órgão importante na equação da doença. Mas a ligação ao sistema imunitário é a novidade.

“Quando há uma situação de hipertensão, há substâncias que são detetadas pelo cérebro e este ativa o sistema nervoso simpático”, explica Daniela Carnevale. “Este tipo de ativação no cérebro provoca uma descarga no baço.”

O baço é um órgão importante para filtrar o sangue, retirando os glóbulos vermelhos velhos da corrente sanguínea. Além disso, acumula linfócitos T (uma das várias classes de células do sistema imunitário), que entram em ação quando um novo organismo patogénico é detetado no sangue.

Estudos recentes mostraram que estes linfócitos T têm um papel importante na hipertensão arterial, explica um comunicado do Neuromed. Estas células são ativadas e migram para as paredes dos vasos sanguíneos dos órgãos afetados pela hipertensão, não só reforçando a doença mas também causando danos aos órgãos, como os rins. Não se compreende ainda o que os linfócitos T provocam no sistema vascular daqueles órgãos, e a equipa italiana quer estudar este fenómeno no futuro. Mas a pergunta por trás deste trabalho era, em primeiro lugar, compreender que estímulo é que os ativava.

Na experiência, os cientistas foram testar o papel do sistema nervoso simpático neste processo. E descobriram em ratinhos hipertensos que, quando cortavam o nervo vago que estimula o baço, os linfócitos T não saiam daquele órgão. “Descobrimos que o recrutamento [das células] do sistema imunitário e o aumento da pressão arterial dependem desta via”, explica-se no artigo.

Uma das hipóteses futuras é testar este método em doentes hipertensos que não respondem aos medicamentos. “Não tivemos nenhuns efeitos secundários desta intervenção nos ratinhos”, explica Daniela Carnevale. “Poderemos testar o mesmo procedimento em humanos.”

Para Rui Cruz Ferreira, médico e diretor do programa nacional para as doenças cerebrais e cardiovasculares da Direção-Geral da Saúde, esta investigação dá uma nova perspetiva sobre a hipertensão. Quanto à sua aplicação, o médico é prudente: “É um estudo experimental. Não quer dizer que resulte em humanos. Recentemente houve uma nova via de tratamento da hipertensão que passava pela denervação de certos nervos do rim. Era apontada como um tratamento muito auspicioso, mas os resultados ficaram aquém do esperado.”

Limites ultrapassados em 2015
A associação Zero transmitiu preocupação com os efeitos da má qualidade do ar na saúde e alerta que em 2015 se registaram &quot...

"A mortalidade associada à qualidade do ar ainda é muito significativa", salienta a Associação Sistema Terrestre Sustentável - Zero, referindo as "mortes prematuras anuais, as ultrapassagens de valores-limite e a forte necessidade de redução de emissões".

"2015 foi um mau ano em termos de qualidade do ar", resume a Zero, especificando que, com base em dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), "houve um conjunto de ultrapassagens significativas de valores-limite da qualidade do ar, principalmente por comparação com o ano de 2014".

Segundo a análise da Zero, verificaram-se 66 excedências ao valor-limite diário de partículas inaláveis na estação de monitorização da avenida da Liberdade, em Lisboa, local onde ocorreram também 20 excedências aos limites de dióxido de azoto, com a média anual "bastante superior ao permitido pela legislação europeia e nacional".

"Esta média foi igualmente superada no Porto, na estação de Francisco Sá Carneiro/Campanhã e em Braga na estação de monitorização de Frei Bartolomeu Mártires – São Vitor", acrescenta a associação liderada por Francisco Ferreira.

Naqueles casos, o tráfego rodoviário é o responsável pela ultrapassagem dos valores-limite, por isso, os ambientalistas consideram "indispensável a tomada de medidas para redução das concentrações, da responsabilidade fundamentalmente das autarquias das zonas afetadas".

Um relatório da Agência Europeia do Ambiente (EEA na sigla em inglês), hoje divulgado, conclui que a exposição a partículas finas PM2.5, a ozono e a dióxido de azoto causaram 6.640 mortes prematuras em Portugal, em 2013, mais que as 6.190 mortes estimadas para 2012.

As partículas finas associam-se a 6.070 mortes, o ozono a 420 e o dióxido de azoto a 150.

"Se em termos relativos, ponderando a população de cada país, a mortalidade no que respeita às partículas e ao dióxido de azoto é reduzida, já em relação ao ozono, o valor estimado para Portugal é dos mais elevados no contexto da União Europeia a 28", salienta a Zero.

A associação chama ainda a atenção para uma referência no relatório da EEA ao ozono.

"Em relação a um dos objetivos intercalares da denominada Diretiva Tetos Nacionais de Emissão que fixa valores máximos de determinados poluentes à escala anual e para cada país, deveria entre 1990 e 2010 ter-se reduzido a exposição da vegetação a elevadas concentrações de ozono numa área de pelo menos um terço do país, o que em Portugal e Espanha não foi conseguido", alerta.

O Parlamento Europeu vota hoje uma diretiva denominada Tetos Nacionais de Emissão, que atualiza os valores limite de emissão por país, para vários poluentes atmosféricos, e para a Zero "os limites deveriam ser mais ambiciosos dado o total de mortes prematuras" que provocam.

Tendo em conta os valores de emissão reportados em 2014, segundo a Zero, "os objetivos para 2020 já foram atingidos", porém, para amoníaco, óxidos de azoto e partículas finas, "haverá que desenvolver políticas ambiciosas ao nível do transporte rodoviário e na produção de energia elétrica".

Agência Europeia do Ambiente
A poluição do ar causou mais de 6.600 mortes prematuras em Portugal, em 2013, e no ano seguinte somente um local tinha um...

O relatório sobre qualidade do ar da Agência Europeia do Ambiente (EEA, sigla em inglês) refere que, em 2013, a exposição a partículas finas PM2.5, a ozono e a dióxido de azoto originaram 6.640 mortes prematuras em Portugal.

Este número é mais elevado que as 6.190 mortes estimadas pela EEA para 2012, para Portugal.

As partículas finas associam-se a 6.070 mortes, o ozono a 420 e o dióxido de azoto a 150, especifica a EEA.

No total dos 28 Estados membros da União Europeia (UE), o número de mortes atribuídos a poluentes atingiu 520.000 em 2013, sendo 436.000 relacionadas com as partículas finas.

O número de mortes devido às concentrações de partículas finas é mais elevado na Alemanha, com 73.400, seguida da Itália, com 66.630.

O documento da EEA apresenta ainda dados de 2013 recolhidos nos Estados membros e analisa as concentrações de partículas inaláveis (PM10)e PM2.5, ozono e dióxido de azoto, poluentes que podem causar problemas de saúde, cardíacos, respiratórios e cancro.

Nas estações de medição portuguesas somente é apontada uma situação acima dos limites de concentração definidos pela UE, em Lisboa, na avenida da Liberdade, referente ao dióxido de azoto.

A análise efetuada mostra que, em 2014, cerca de 85% da população urbana da UE estava exposta a partículas finas em níveis que afetam a saúde, nomeadamente doenças cardiovasculares, asma e cancro do pulmão, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A EEA refere ainda que as emissões de PM2.5 relacionadas com a queima de carvão e de biomassa nas habitações, assim como na área comercial e em edifícios institucionais não desceu para "níveis significantes".

Por outro lado, as emissões de amoníaco resultantes da atividade agrícola "continuam altas".

O diretor executivo da EEA, Hans Bruyninckx, citado no relatório, salienta que a redução de emissões levou a melhorias na qualidade do ar na Europa, mas "não o suficiente para evitar inaceitáveis efeitos" na saúde humana e no ambiente.

Para o responsável, é necessário atacar as causas da poluição do ar o que exige uma "transformação fundamental e inovadora" na mobilidade, energia e sistemas de alimentação.

Estudo
Quase dois terços dos portugueses dormem mal, muitos acusam níveis de sonolência preocupantes durante o dia, o que afeta a...

O inquérito feito a 1106 portugueses, dos 18 aos 74 anos, revela que mais de um terço dos inquiridos refere ter más noites e quase o dobro diz ter problemas de sono.

No total, 63% dos inquiridos dorme mal e 41% (cerca de quatro em dez pessoas) acusam excesso de sonolência diurna, o que afeta a produtividade e aumenta o risco de acidentes.

Dos 1106 participantes no estudo (50,5 mulheres e 49,5 homens), 59% declararam ter dificuldade em adormecer, aparecendo o uso de ecrãs até tarde e o sedentarismo associado a este tipo de insónia, já que 31% veem televisão até tarde e 17% usam 'smarthopone' e 'tablet' na cama.

Oito em cada dez inquiridos queixam-se de acordar a meio da noite ou cedo demais, de manhã, aparecendo o calor ou frio (29%) como principais motivos e, em mais de um quinto dos inquiridos, problemas financeiros ou no trabalho, ansiedade, depressão ou dores.

O estudo revela ainda que as medidas mais adotadas para relaxar antes de se deitarem são ver televisão, beber um chá ou infusão, ler, ouvir rádio ou música, tomar um banho de imersão ou tentar pensar em coisas agradáveis.

Para contrariar os problemas de sono - adianta o estudo - quase um quarto dos inquiridos (24%) toma medicamentos para dormir, metade dos quais benzodiazepinas (fármaco ansiolítico e indutor do sono).

Em contrapartida, um em cada dez inquiridos optou terapias não medicamentosas, incluindo psicoterapia, técnicas de relaxamento ou dormir com ajuda de um aparelho para facilitar a respiração.

A Teste Saúde, uma das publicações Proteste, da Deco, associação de Defesa do Consumidor, lembra que, em média, os portugueses dormem sete horas, mas há quem reporte precisar de menos de seis horas, sobretudo mulheres.

"Aqui soam as nossas campainhas, porque o nosso estudo evidenciou que as mulheres são quem menos dorme e quem reporta níveis de sonolência diurna mais preocupantes, a par dos trabalhadores que fazem turnos noturnos", alerta a Proteste.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, os distúrbios do sono afetam cerca de 40% da população mundial, sendo já considerado um problema de saúde pública muito relevante.

A curto prazo, a falta de sono gera um estado emocional instável e afeta as capacidades de trabalho e de concentração, o tempo de reação, o raciocínio lógico e a capacidade de tomar decisões. Aumenta também o risco de acidentes, reduz as defesas do organismo e o risco de problemas cardiovasculares.

Dormir menos de seis horas por dia aumenta em 48% o risco de doença cardíaca.

Para alcançar uma noite repousante, é aconselhável deitar e acordar à mesma hora, incluindo no fim de semana, não ficar a ver televisão e usar ecrãs até tarde e manter o peso adequado, escolhendo para dormir um quarto confortável, calmo, seguro e com temperatura adequada.

Evitar jantares pesados e bebidas alcoólicas ou estimulantes como chás ou café, nas quatro horas antes de se deitar, e procurar uma atividade relaxante, como ler ou tomar banho quente, são outros conselhos.

Contar carneirinhos, dizem os entendidos, não é solução.

Aprovado em Conselho de Ministros
O bastonário da Ordem dos Psicólogos espera que a definição do ato psicológico, aprovado em Conselho de Ministros, permita a...

A definição do ato psicológico, no âmbito da lei que aprova o ato em saúde de diversos profissionais, deverá ter "implicações na integração de mais psicólogos [no Serviço Nacional de Saúde ]", por garantir uma "definição muito mais clara daquilo que os psicólogos fazem", afirmou o bastonário da Ordem dos Psicólogos, Telmo Mourinho Batista, à margem de um seminário dedicado ao "Acto Psicológico", que decorre hoje em Coimbra.

Em setembro, foi aprovada em Conselho de Ministros uma proposta de lei que define o ato em saúde do biólogo, do enfermeiro, do farmacêutico, do médico, do médico dentista, do nutricionista e do psicólogo, estando agora em discussão na especialidade da Assembleia da República.

Para Telmo Mourinho Batista, esta definição do ato psicológico determina que a intervenção de um psicólogo "não se restringe àquilo que tradicionalmente as pessoas veem como única atividade clínica".

O psicólogo pode "participar em toda a prevenção que se faz em Portugal", bem como "na promoção de comportamentos", não se ficando apenas pela "tradicional prestação de cuidados", notou.

"Não ficamos apenas centrados no trabalho quando o problema está instalado, mas a montante desse problema, fazendo coisas que impeçam o seu aparecimento", salientou Telmo Mourinho Batista.

Ao haver uma definição do ato psicológico que cobre "todo o espetro de intervenções do psicólogo", está também a ser dado "um sinal de que os psicólogos" podem fazer mais no Serviço Nacional de Saúde (SNS), realçou.

Muitas vezes, os psicólogos, "porque são poucos", têm "muitas dificuldades em gerir os pedidos que chegam", focando-se apenas em atender o urgente, constatou.

Telmo Mourinho Batista recordou que a Ordem pretende que haja uma "contratação progressiva" destes profissionais, de modo a que se tenham mil psicólogos no SNS, no final da legislatura.

Especialista defende
O neurologista Joaquim Ferreira defendeu que os serviços e os profissionais de saúde têm de adaptar-se para responder às...

“A forma como ainda hoje prescrevemos e tratamos os doentes [de Parkinson] reflete uma forma de tratamento que já não é compatível com o que a ciência nos ensina”, disse o especialista do Instituto de Medicina Molecular.

O tema vai ser debatido numa mesa redonda, com o tema “Está o SNS preparado para tratar a Doença de Parkinson”, no congresso anual da Sociedade Portuguesa de Neurologia, que decorre entre quarta-feira e sábado em Lisboa.

“A questão que se coloca em Portugal não é diferente do problema que se coloca no mundo ocidental, em que a frequência de doentes com doença de Parkinson irá aumentar nos próximos anos”, disse Joaquim Ferreira.

Por outro lado, sublinhou, “como os cuidados, felizmente, melhoram, vamos ter mais doentes a viver mais tempo e a chegarem a fases mais avançadas da doença”.

Esta situação levanta um desafio aos serviços e aos vários intervenientes nesta área, que têm de adaptar-se a esta nova realidade e à mudança dos cuidados prestados na doença.

Para o especialista, “já não faz sentido” o tratamento destes doentes “numa consulta clássica” com um médico, bem como prescrever um número limitado de sessões de fisioterapia, quando as recomendações internacionais sugerem que os tratamentos de reabilitação devem ser feitos de “forma continuada”.

“Os doentes com doença de Parkinson e outras doenças neurodegenerativas não têm apenas problemas neurológicos, têm problemas urinários, têm problemas de pele, de deglutição”, o que exige a intervenção de várias especialidades no tratamento destes doentes, seguindo as recomendações internacionais.

Para isso, defendeu, “precisamos de enfermeiros treinados, de neurologistas treinados, de médicos de medicina geral treinados para que os cuidados sejam prestados" a estes doentes, "que vão requerer mais cuidados".

No congresso, Joaquim Ferreira vai questionar os “vários protagonistas” desta área (médicos, fisiatras, administradores hospitalares, doentes, cuidadores, associações de doentes) sobre como é que as estruturas se estão a adaptar a este novo desafio.

“Se hoje me perguntar se já estamos preparados a resposta é não”, apesar de já ter havido "enormes avanços”, muitos deles com “benefícios e consequências”, que resultam num melhor tratamento dos doentes.

Contudo, se quisermos que as estruturas hospitalares, os centros de saúde, cada um dos médicos façam melhor trabalho dentro de cinco a 10 anos, “temos de começar desde já a planear”.

O Congresso de Neurologia 2016, subordinado ao tema “Neurologia e a Sociedade”, vai reunir cerca de 400 especialistas, que vão debater temas como os cuidados continuados e paliativos em neurologia, o vírus Zika, a epilepsia, as doenças cardiovasculares e as demências.

“Este ano optámos por virar para fora o congresso”, para a relação da neurologia com a sociedade em que está envolvida, nomeadamente hospitais, estruturas de apoio, associações de doentes, os mecanismos oficiais que se articulam com os doentes neurológicos e também com os profissionais da neurologia, disse o presidente do congresso, Vítor Oliveira.

Segundo especialista
O cientista e neurologista António Damásio realçou os benefícios trazidos pela evolução tecnológica e científica,...

António Damásio apontou os "desenvolvimentos fascinantes" que permitem prolongar capacidades, como a visão e a audição, nos casos dos óculos ou dos aparelhos auditivos, ou ter tratamentos para doenças graves, como o cancro.

E recordou que, atualmente, se regista "uma escala inédita na neurobiologia e na medicina", com avanços que "tocam a natureza interna dos seres humanos", já que se relacionam com funções da mente e podem interferir com a tomada de decisão, referindo a inteligência artificial, a robótica e a automação.

O médico neurologista falava na conferência "Technology, Science and the Human" ("Tecnologia, ciência e o humano"), que decorreu em Lisboa, para assinalar o lançamento da Fundação Bankinter em Portugal.

Os avanços na tecnologia e na ciência têm como ponto de partida a procura, pelos seres humanos, da felicidade, do bem-estar e do prazer, mas também a necessidade de ultrapassar a doença e a dor, e, neste âmbito, "os sentimentos têm uma valência muito importante", disse António Damásio.

Em vários exemplos de avanços tecnológicos podem ser referidas vertentes preocupantes, como a disponibilidade e acesso ao conhecimento, que é positiva, porém permite a sua manipulação, se os seus utilizadores não tiverem dados para analisar a origem e credibilidade da informação, ou se não estiverem atentos.

António Damásio referiu a polémica recente relacionada com a divulgação de informações falsas em redes sociais relacionadas com as eleições presidenciais norte-americanas, em que os utilizadores não têm forma de filtrar o que recebem de uma fonte em que confiam.

Também apontou a possibilidade de um armazenamento infinito na 'cloud' (nuvem) digital porque ninguém "quer excluir nada" ou a dependência de 'smartphones' ou telemóveis inteligentes. E perguntou a quem participava na conferência se não tinham já consultado os seus aparelhos várias vezes, durante a sua intervenção.

"A necessidade foi criada, gerada por um conjunto de sentimentos. As pessoas ficam ansiosas não por um medicamento ou por vinho, mas para obter informações", explicou.

A ideia falsa de que, por ter 'smartphones', alguém domina o conhecimento e não precisa de peritos "é um desastre", defendeu António Damásio, acrescentando que continua a ser necessário ouvir aconselhamento de especialistas e refletir sobre a informação que é recebida, em várias áreas da vida.

Sobre a automação, o debate centrou-se no desemprego que vai criar, por exemplo, entre os camionistas, com a adoção de veículos sem condutor.

"É preciso estar ciente disto e não pensar só na parte boa", alertou António Damásio, acrescentando que "encontrar soluções para os problemas exige reconhecê-los".

Uma das iniciativas da Fundação Inovação Bankinter é o 'Think Tank' "Future Trends Forum", ou forum sobre desafios do futuro, que conta com o trabalho de mais de 400 especialistas para antecipar e detetar as tendências da inovação, o seu impacto na sociedade e nos modelos de negócio.

Especialista alerta
As listas de doentes que esperam por um órgão transplantado aumentou cinco por cento, em 2015, em grande parte devido ao...

Ana França falava durante uma sessão sobre transplantação que decorreu no Salão Nobre do Hospital de São José, que pertence ao Centro Hospitalar de Lisboa Central.

Na sessão, Ana França manifestou “grande preocupação” pelo facto de esta lista de espera ter aumentado (mais quatro por cento), mas, no final do encontro, explicou aos jornalistas que o aumento se deve à maior acessibilidade ao tratamento.

“Melhorou o acesso das pessoas ao tratamento e aumentou a idade média dos doentes” transplantados, disse.

Ana França sublinhou ainda que Portugal é um dos países com mais doentes em tratamento (diálise).

Fernando Rodrigues, do gabinete coordenador de colheitas e transplantação do Hospital de São José referiu que, entre 2012 e 2016, registou-se um crescimento saudável desta atividade, sendo “o gabinete que mais colhe em Portugal”.

Este responsável alertou para o aumento da idade dos dadores de órgãos, que se situa entre os nove dias e os 89 anos. No caso dos mais velhos, apenas é possível aproveitar o fígado para transplante.

Este Centro colheu 237 órgãos em 2015 e 245 em 2016.

Aida Botelho de Sousa, diretora da Hemato-oncologia do CHLC, levou à sessão a necessidade de mais quartos de isolamento, contando esta unidade com apenas quatro.

No caso dos transplantes de medula, é fundamental existirem condições para responder a eventuais problemas causados pela imunodepressão provocada, no âmbito do tratamento.

A instituição apresenta ainda bons resultados ao nível da transplantação de córnea, do coração e do fígado.

Segundo José Fragata, diretor do Centro de Referência de Transplante Pulmonar e Transplante Cardíaco, o Hospital de Santa Marta já realizou 148 transplantes cardíacos, a uma média de oito a dez por ano, o que classificou de “pouco”.

Melhores são os números dos transplantes pulmonares, que este ano ascendem a 24. A meta da equipa é atingir os 35 transplantes por ano.

Santa Marta é também referência na cardiologia pediátrica. Desde 2005, foram realizados 15 transplantes cardíacos, inclusive a um recém nascido com 70 dias e que foi o bebé mais novo a submeter-se a esta intervenção.

O ministro da Saúde esteve presente na sessão, tendo a sua presença visado reconhecer o trabalho dos profissionais deste centro hospitalar.

Sem adiantar pormenores sobre o futuro hospital Oriental de Lisboa, que acolherá os hospitais que compõem o CHLC, o ministro Adalberto Campos Fernandes garantiu que a sua equipa está a trabalhar para que a construção avance o mais rapidamente possível.

Segundo o ministro, a transplantação é uma das prioridades deste governo.

A sessão terminou com um momento musical protagonizado pelo cantor lírico Pedro Tavares, que recebeu um pâncreas transplantado em maio, no Hospital Curry Cabral (CHLC).

Dia 26 de novembro
O próximo sábado, dia 26 de novembro, é de encontros para a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, pelo festejo dos...

No Complexo Desportivo Casal Vistoso, no Areeiro, a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) vai juntar cerca de mil participantes entre pessoas com diabetes, familiares, amigos e muitos convidados. O programa inclui vários desafios: showcooking e alimentação saudável, música, dança e poesia, espaço para as crianças e feira das associações.

Com apresentação de Jorge Gabriel, a partir das 9h30 vão juntar-se à “Festa da diabetes nos 90 anos da APDP” o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, o Chef Vítor Sobral, com uma demonstração de cozinha saudável, o músico Carlos Alberto Moniz e o poeta José Fanha, com um momento de palavras ditas e palavras cantadas. No encontro, haverá ainda oportunidade para participar no Desafio da Merenda Saudável, fazer atividade física, ouvir “Histórias de Vida” de jovens com diabetes, pelo Núcleo Jovem da Associação, e trocar experiências.

“Há 200 pessoas por dia diagnosticadas com diabetes. Há 500 pessoas por dia que são internadas por diabetes. Há 12 pessoas por dia que morrem por diabetes A diabetes é considerada, erradamente, uma doença invisível, pelo que é necessário dar-lhe visibilidade e coloca-la na agenda do Governo, do Serviço Nacional de Saúde e da Sociedade. Na Festa do dia 26 contamos com a presença destes três setores, porque a diabetes precisa da atenção e do envolvimento de todos. Este tem sido o esforço da APDP ao longo dos anos”, garante José Manuel Boavida, presidente da Festa.

Aguarda-se a presença de 14 associações de pessoas com diabetes de todo o país para participar neste dia especial, de convívio e de solidariedade, que tem o apoio da Câmara Municipal de Lisboa. O convite é para todos e a entrada é livre! A inscrição deve ser feita através do número 21 381 61 01/51 ou do email festaapdp@apdp.pt.

Programa Festa da Diabetes nos 90 anos da APDP

Apresentação Jorge Gabriel

09h30 | Abertura e acreditação
10h00-10h15 | Receção: Descontraia-se ativamente
Aula de atividade física com Vanessa Costa, professora da APDP
10h15-10h30 | Boas-vindas à festa da APDP
João Filipe Raposo (Diretor Clínico da APDP), Jorge Máximo* (Vereador do Desporto da Câmara Municipal de Lisboa), João Afonso* (Vereador dos Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa), Luis Gardete Correia (Presidente da APDP), Fernando Medina* (Presidente da Câmara Municipal de Lisboa), Maria Antónia Almeida Santos (Vice-Presidente da Comissão de Saúde da Assembleia da República) e Eduardo Ferro Rodrigues (Presidente da Assembleia da República)
* por confirmar
10h30-11h15 | Palavras ditas, palavras cantadas
Música e poesia com Carlos Alberto Moniz e José Fanha
11h15-11h45 | A atividade física pode ser alegre e bem disposta
Demonstração de salsa com Pedro Fonseca, do Estúdio 8
11h45-12h15 | A menina dança?
Com DJ Miguel Antão
12h15-13h00 | Showcooking e alimentação saudável
Com Chef Vitor Sobral
13h00-14h00 | Desafio da merenda saudável
14h00-14h10 | Tuna da Aldeia
(Associação de Diabéticos do Sátão)
14h10-14h40 | Vox Pop – Histórias de Vida
com o Núcleo Jovem da APDP
14h40-15h10 | Música Popular Portuguesa
15h10-15h40 | Concurso “Mostra os teus encantos”
Desafio: o vídeo da Diabetes
15h40-16h00 | Até sempre
Alexandra Costa, João Nabais e José Manuel Boavida
16h00-16h30 | A menina dança?
Com DJ Miguel Antão
Atividades paralelas | Feira das associações, Roteiro APDP e Espaço Criança

Mais informações em www.apdp.pt.

Instituto de Inovação em Saúde
Uma proposta da investigadora Salomé Pinho, do i3S, para realização de ensaios pré-clínicos com objetivo de encontrar uma nova...

Segundo o Instituto de Inovação em Saúde (i3S), o prémio foi atribuído pela organização europeia ECCO – European Crohn’s and Colitis Organisation, que tem como principal missão a melhoria dos cuidados de saúde de doentes com doença inflamatória intestinal (DII), em todos os seus aspetos através de diretrizes internacionais para a prática clínica, educação, investigação e colaboração na área da DII.

“A missão da nossa equipa de investigação é usar uma abordagem multidisciplinar, desde a investigação fundamental, até à validação pré-clínica e clínica de estratégias terapêuticas racionais para a inflamação, e em particular para a DII”, esclarece a investigadora Salomé Pinho.

Este projeto resulta da colaboração entre o i3S e o serviço de Gastrenterologia do Centro Hospitalar do Porto/Hospital de Santo António (CHP), em particular com a unidade de DII, coordenada por Paula Lago.

A doença inflamatória intestinal engloba a doença de Crohn e a colite ulcerosa, doenças crónicas do trato gastrointestinal que resultam de uma resposta inflamatória exacerbada no intestino dos doentes afetados. Trata-se de uma doença altamente debilitante e incapacitante com elevado impacto social e económico.

Apesar dos recentes avanços nas estratégias terapêuticas disponíveis para o tratamento da DII, uma grande percentagem de doentes permanece não responde ao tratamento convencional, e cerca de metade dos doentes não consegue atingir remissão ou controlo sustentado da doença.

As questões relacionadas com os efeitos secundários de alguns medicamentos e a ineficácia da resposta terapêutica que existe apontam para a necessidade de medicamentos mais eficazes e específicos.

“Ao longo dos últimos anos a nossa investigação tem-se focado na identificação de novos mecanismos moleculares da doença que possam ser alvos específicos de novas terapias. Recentemente, identificámos que doentes com DII apresentavam uma deficiência na composição de açúcares nos linfócitos T intestinais (publicado na revista Human Molecular Genetics 2014) e que essa deficiência promovia uma resposta imunológica exacerbada no intestino. A partir desta evidência temos vindo a desenvolver métodos experimentais que permitam reparar e corrigir a deficiência de açúcares nos linfócitos T e desta forma controlar a resposta inflamatória do intestino", explica, em comunicado, a investigadora do i3S.

Nesta altura, sublinha Salomé Pinho, “temos evidências experimentais que apontam para o facto de estarmos perto de uma nova formulação terapêutica na DII com resultados promissores no controlo da inflamação intestinal e severidade da doença”.

Foi por “esta evidência clara do potencial de transferência do conhecimento para melhoria da qualidade de vida dos doentes” que a ECCO distinguiu a investigadora.

A European Crohn´s and Colitis Organization (ECCO) reúne mais de 3000 experts em DII e agrega cerca de 36 estados membros do Conselho da Europa promovendo colaborações com outros países além da Europa.

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