Compromisso
O Governo está empenhado em implementar os cuidados continuados integrados em saúde mental, que serão “uma realidade a curto...

Manuel Delgado – que falava na sessão de abertura da 18.ª reunião plenária da Comissão Nacional para os Direitos Humanos (CNDH), subordinada ao tema da saúde mental – assumiu, perante representantes de vários organismos da administração pública e de duas dezenas de organizações da sociedade civil, que “faltou colocar no terreno” os recursos que permitem cumprir com o compromisso dos cuidados continuados integrados em saúde mental.

O governante reconheceu que a saúde mental é “uma das áreas mais vulneráveis”, ainda rodeada de “estigma”, e assumiu a “escassez de recursos” e a “somatização dos doentes”, sublinhando, porém, “o empenho das novas gerações de profissionais” em dar respostas que garantam “um maior respeito pelos direitos humanos”.

Na mesma sessão de abertura da 6.ª reunião em formato alargado à sociedade civil, falou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, reconhecendo que a saúde mental “ainda é demasiado invisível na agenda internacional dos direitos humanos” e que é, por isso, “uma discussão pertinente”.

O ministro aproveitou para traçar as linhas da política externa portuguesa e destacar “a centralidade dos direitos humanos na orientação e na ação” da diplomacia nacional.

Realçando que os direitos humanos são “uma construção humana” e não “uma realidade fechada e estática”, Santos Silva defendeu um “debate franco e aberto” sobre a sua aplicação.

O ministro – que diz ter pedido, mal tomou posse, para participar na primeira reunião da CNDH em formato alargado – apelou à sociedade civil que faça “um acompanhamento crítico e implacável” das políticas nacionais em matéria de direitos humanos.

“O contributo da sociedade civil é essencial”, disse, deixando um apelo à participação e às organizações que não fazem parte da lista de contactos da diplomacia para o assinalarem junto dos serviços.

A Comissão Nacional para os Direitos Humanos é tutelada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e realizou, desde que foi criada, em 2010, seis reuniões alargadas à sociedade civil.

Portugal “é dos países com melhor desempenho” a nível de direitos humanos, frisou Santos Silva, reconhecendo que também há “problemas de violação ou não realização de direitos, problemas que são graves”, como a violência contra mulheres, a discriminação racial, as condições nas prisões e os atrasos na justiça.

Autoridade de Saúde do Norte lança
A Administração Regional de Saúde do Norte lançou hoje um projeto-piloto de rastreios ao cancro do cólon e reto que, após...

O cancro do cólon é o terceiro com maior incidência em Portugal e por dia morrem em média dez pessoas com cancro retal, sendo, indicaram os responsáveis da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) numa cerimónia que na manhã levou a Valongo o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, acrescentando que a taxa de incidência na região Norte é "significativa" o que ajuda a explicar o facto do número de colonoscopias ter duplicado em dois anos.

Assim, a ARS-Norte decidiu financiar rastreios em Valongo, Maia, Póvoa de varzim e Vila do Conde, num total de dez centros de saúde e podendo chegar a cerca de 6.000 pessoas.

Para realizar este projeto, a estrutura conta com a colaboração do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e da Unidade de Saúde Local de Matosinhos, aos quais caberá avançar com consultas e tratamentos após uma primeira abordagem nas unidades de saúde familiares.

O público-alvo dos rastreios são pessoas com idades entre os 50 e os 74 anos e existem dois modelos de captação: convite personalizado feito pelos profissionais da unidade de saúde e carta-convite enviada para casa.

"O objetivo é pelo menos chegar a 60% da população elegível para este piloto. Queremos também garantir que são feitas colonoscopias nos 60 dias posteriores ao rastreio. Nos resultados positivos, avançaremos com marcação de consultas e cirurgias", resumiu o responsável do departamento de estudos e planeamento da ARS-Norte, Fernando Tavares.

Já o secretário de Estado avançou esperar que este projeto seja alargado a outras regiões do país, considerando "urgente" apostar na prevenção e doenças oncológicas quer por razões sociais mas a também lembrando que o Serviço Nacional de Saúde procura "sustentabilidade".

Esta afirmação foi ao encontro da convicção do representante português da Associação Europa Cólon, Vítor Neves, que ao aplaudir o lançamento deste projeto, apontou que com ele o Ministério da Saúde pode "poupar em tratamentos futuros".

O "piloto" que abrange a partir de hoje quatro concelhos do Grande Porto vai durar cerca de cinco meses, sendo após análise a largado à região.

O folheto sobre esta iniciativa indica que em Portugal são diagnosticados, por ano, cerca de 7.000 novos casos de cancro do cólon e reto mas, vinca a informação, "é possível prevenir esta doença".

O consumo diário de frutas e verduras e a prática de exercício físico regular, bem como a realização do exame de rastreio que é gratuito são alguns dos concelhos que constam do folheto.

Pediatras dizem
Os pediatras defenderam hoje a realização de refeições em família e sem qualquer dispositivo móvel como forma de evitar a...

No âmbito da 23.ª edição das Jornadas de Pediatria de Leiria e Caldas da Rainha, organizado pelo Centro Hospitalar de Leiria, a pediatra do Centro Hospitalar Lisboa Central, Júlia Galhardo, afirmou que os "’tablet’, ‘iphone’ e demais ‘is' não podem estar na mesa".

"Se a criança estiver distraída não vai sinalizar que já está saciada e vai continuar a comer. As refeições devem ser feitas em família e devagar. Conversando sobre como correu o dia come-se mais devagar e o organismo tem tempo para fazer a sinalização [saciedade]".

Júlia Galhardo criticou ainda a forma como as refeições decorrem nas escolas, onde são feitas a correr. "Quem comer a sopa primeiro é que ganha. Está errado. Quem come a sopa devagar, é que deve ser premiado”.

A mesma opinião tem a pediatra do Hospital da CUF, no Porto, Carla Rêgo, que considerou ainda as creches o "lugar mais catastrófico" na questão da alimentação.

Esta pediatra recomenda ainda a proibição do uso do biberão a partir dos 12 meses, pois "permite a ingestão sem controlo de volumes brutais de leite", assim como o "leitinho noturno", onde vão ser ingeridas proteínas "sem serem gastas".

A ingestão frequente de água, fazer cinco a seis refeições diárias, com poucas porções, comer devagar e não repetir são outros conselhos deixados. "Deve-se estimular a variedade e evitar proteínas e hidratos de carbono ao jantar. A partir da adolescência, o jantar pode ser apenas água, sopa e fruta".

Júlia Galhardo considerou que os sabores são outro aspeto que pode influenciar o excesso de peso, pelo que recomendou que o bebé comece a ingerir primeiro a sopa e só mais tarde a papa. "Se comer primeiro a papa, que é mais doce, vai ter mais dificuldade em introduzir o [sabor] amargo”.

Outra sugestão deixada por esta pediatra é recorrer a atividades do dia-a-dia para "pôr as crianças a mexerem-se". Por exemplo, "participar na limpeza da casa, ouvindo música e dançando ao mesmo tempo ou brincando com um animal de estimação".

Defendendo que "não é preciso ser fundamentalista" nas regras, Carla Rêgo considerou que a preocupação "não deve ser apenas com o ‘fast food'", pois "as bolachas, as barritas e outros alimentos processados têm muito açúcar e gordura".

A prevalência nacional da obesidade em idade pediátrica em Portugal é de 31,4%, revelou ainda Carla Rêgo, adiantando que o "valor mais elevado verifica-se no Norte".

Jornadas de Pediatria
A prevenção e o envolvimento da família no tratamento são a chave no combate ao excesso de peso e obesidade na idade pediátrica...

"A criança está inserida numa família, que, por sua vez, está inserida numa sociedade local. Para perceber o que se passa com aquele menino, é preciso perceber toda a dinâmica que está por detrás daquela criança e daquela família. Não direcionamos a consulta para a criança, mas para o agregado familiar", afirmou a pediatra do Centro Hospitalar Lisboa Central, Júlia Galhardo, que lamentou a "falta de tempo" nas consultas.

A pediatra do Hospital da CUF, no Porto, Carla Rego, acrescentou que o "tratamento do excesso de peso e obesidade baseia-se na prevenção".

"Estas consultas requerem tempo para ir ‘descascando a cebola' e conhecer a criança que está à nossa frente", reforçou Júlia Galhardo.

Segundo esta pediatra, a obesidade poderá causar problemas em vários órgãos. "O fígado é o primeiro estadio. A obesidade e o excesso de açúcares e de gordura acabam em cirrose, como o álcool", revelou.

Adiantando que só uma pequena percentagem do excesso de peso está associado a causas genéticas, Júlia Galhardo deixou o alerta para os pediatras darem especial atenção quando "uma criança é obesa e tem baixa estatura", pois aqui "podem estar problemas endócrinos".

A pediatra referiu ainda que, culturalmente, "quando se diz que o bebé está gordinho, é traduzido como um sinal de que a criança é bem tratada, porque há uma cultura de períodos de fome". No entanto, esta perceção "é errada", pois "má nutrição também engloba excesso de peso".

Carla Rêgo precisou que apenas 01% das causas da obesidade é monogénica e 02 a 04% referem-se a obesidade secundária. "Noventa e sete por cento das causas é comportamental e o tratamento reside na história familiar, da introdução dos alimentos e nos hábitos de exercício”.

As pediatras salientaram ainda que a intervenção terá mais sucesso quanto mais precoce for. "O insucesso na adolescência é brutal", acrescentou Carla Rêgo, considerando que a grande base do tratamento é "comportamental" e deve "envolver o pediatra, o psicólogo, o nutricionista e o técnico do exercício: um luxo que não temos".

Provedor de Justiça alerta
O Provedor de Justiça, José de Faria Costa, adverte que existem regulamentos municipais de piscinas que utilizam conceitos que...

Na sequência de uma queixa que recebeu sobre este assunto, o Provedor de Justiça verificou que, por alegadas razões de saúde pública, “um número considerável” de regulamentos municipais de utilização das suas piscinas condiciona o acesso dos utentes à apresentação de declaração médica comprovativa da não portabilidade de doenças contagiosa, infetocontagiosa ou transmissível”.

A queixa era relativa ao "uso em regulamentos municipais de conceitos respeitantes a condições higiossanitárias de acesso a piscinas suscetíveis de discriminar pessoas com risco agravado de saúde, designadamente pessoas portadoras de Sida/VIH".

“Ora, como a designação escolhida não contempla a forma efetiva de transmissão dessas mesmas doenças pode revelar-se não só desadequada como excessiva em face do fim prosseguido: a proteção da saúde dos demais”, afirma José de Faria Costa num comunicado publicado no site do Provedor de Justiça.

Na sequência da instrução do procedimento de queixa, o Provedor de Justiça consultou a Ordem dos Médicos (OM) acerca da “viabilidade de substituir as expressões empregues por outras que, não inculcando acréscimo de risco para a saúde pública, possam afastar toda e qualquer prática discriminatória”.

Para os Colégios da Especialidade de Doenças Infecciosas e de Saúde Pública da OM, as “exigências ou proibições” são vagas e infundadas e “a exigência de declaração médica pontual é extemporânea e apenas cobre aquele momento, nada garantindo que a pessoa não se irá infetar posteriormente”.

“A expressão que refere em concreto as pessoas portadoras de VIH/Sida foi classificada como claramente discriminatória e sem qualquer fundamento clínico”, sublinham os pareceres da OM.

A OM salienta ainda que esta situação mais não consubstancia do que uma transferência das responsabilidades das entidades gestoras dos equipamentos para o cidadão, quando o enfoque deveria estar na “garantia da qualidade da água em termos de segurança física e microbiológica mediante o escrupuloso cumprimento das normas técnicas aplicáveis”.

Considerando que “os condicionamentos de admissão às piscinas dever-se-iam limitar à apresentação de exame médico que comprove a aptidão física do praticante”, o Provedor de Justiça consultou 73 municípios acerca das medidas que ponderavam adotar para garantir a conformidade das normas dos respetivos regulamentos com o disposto na lei em matéria de prática desportiva.

Até agora, já recebeu resposta de 45 municípios, dos quais 34 prontificaram-se para rever imediatamente ou alterar os regulamentos municipais em conformidade com as observações do Provedor de Justiça.

Estudo
Novo estudo comprova que a felicidade conduz a uma maior longevidade.

Um estudo levado a cabo pela Agência Inglesa de Estudos Longitudinais (ELSA) garante que a visão do mundo e da vida condiciona o bem-estar e, apesar de a felicidade ser um estado de espírito que difere de pessoa para pessoa, quando alcançada, pode prolongar a vida e reduzir a mortalidade por qualquer causa.

O estudo, segundo o Sapo, analisou vários episódios de felicidade entre 2002 e 2006 para perceber se esse número influenciava a mortalidade. Para o efeito, foram avaliados relatos de 10 mil pessoas, tanto homens como mulheres, com 50 anos de idade ou mais.

Apesar do estudo ser "observacional" e, por essa mesma razão, não poder apresentar conclusões de causa-efeito, os resultados trazem uma "nova dimensão para a compreensão do bem-estar subjetivo", no que diz respeito à importância que este tem para a saúde das pessoas.

Além de as mulheres terem relatado momentos de maior felicidade e prazer do que os homens, os participantes que eram casados, com uma melhor formação escolar, mais dinheiro, jovens e com um emprego estável foram aqueles que se apresentaram mais felizes e mais saudáveis.

Por outro lado, as situações de stress e os historiais depressivos foram apontados como os casos de menor longevidade, juntamente com os diagnósticos de doenças coronárias, diabetes, artrite, acidentes vasculares cerebrais e doenças pulmonares crónicas.

Os resultados demonstraram que a taxa de mortalidade precoce foi 24% menor para as pessoas mais felizes.

Estudo
Investigadores do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa descobriram que um composto químico a ser testado no tratamento de...

O composto, com a designação técnica de CX-4945, está a ser testado, em ensaios clínicos, no tratamento do mieloma múltiplo (cancro da medula óssea).

A equipa liderada pelo cientista Bruno Silva-Santos descobriu que o uso deste composto pode ser eficaz no tratamento da leucemia linfoblástica aguda de linfócitos T, um cancro do sangue agressivo e frequente em crianças.

Os linfócitos T são um grupo de glóbulos brancos, células do sangue responsáveis pela defesa do organismo contra agentes agressores.

No caso da leucemia linfoblástica aguda de linfócitos T, os linfócitos T geram, eles próprios, cancro.

O CX-4945 compromete o funcionamento de uma proteína-cinase, a CK2, que, segundo Bruno Silva-Santos, é um "determinante fulcral" para a sobrevivência dos linfócitos T.

Na leucemia linfoblástica aguda de linfócitos T, estas células, em particular um subtipo, as gama-delta, estão "muito dependentes" da proteína CK2.

O que o composto CX-4945 faz é matar os linfócitos T saudáveis, ao impedir o funcionamento da CK2, mas também os 'maus', os que geram a doença.

Nesse sentido, o CX-4945 pode "ser muito útil para as leucemias das crianças", sustentou à Lusa Bruno Silva-Santos, assinalando que a molécula pode ser um alvo "potencial para uma nova terapia" contra a leucemia linfoblástica aguda de linfócitos T.

O composto químico foi testado, no estudo, em amostras de células de crianças com leucemia linfoblástica aguda de linfócitos T e em células saudáveis do timo (glândula localizada por cima do coração e responsável pela produção de linfócitos T) - estas últimas também de crianças, que tiveram de ser operadas ao coração e às quais foi retirada parte do timo.

Posteriormente, o CX-4945 foi injetado num ratinho com o mesmo tipo de leucemia, tendo o grupo de cientistas conseguido "impedir o crescimento" da doença.

O estudo, no qual participou a equipa do investigador do Instituto de Medicina Molecular João Taborda Barata, é publicado hoje na revista científica Leukemia.

Especialistas dizem
A saúde mental em Portugal, tema que será debatido hoje na Comissão Nacional para os Direitos Humanos, apresenta índices...

Em declarações telefónicas, Maria João Moniz, presidente da direção da Federação Nacional de Entidades de Reabilitação de Doentes Mentais, considera que “o mais grave problema de direitos humanos” em matéria de saúde mental são as “estatísticas muito elevadas” de “institucionalização de pessoas por razões associadas à sua saúde mental”, nomeadamente de institucionalização de longo prazo e de institucionalização da população mais idosa.

“Temos pessoas que viveram 40 anos ou mais da sua vida institucionalizadas, por não terem soluções alternativas. Este, sim, é talvez o mais grave problema de direitos humanos”, aponta a responsável da federação que integra 25 associações em todo o país.

Maria João Moniz – que hoje estará presente na reunião plenária alargada à sociedade civil promovida pela Comissão Nacional para os Direitos Humanos, sob tutela do Ministério dos Negócios Estrangeiros – destaca ainda que “há um perfil de prescrição muito elevado”.

A sobremedicação de pessoas com perturbações mentais é considerada uma violação de direitos humanos. Mas, assinala Filipa Palha, presidente da direção da associação Conhecer-Se, falta assegurar que os compromissos são cumpridos.

“Nós não pagamos multas, por, por exemplo, uma pessoa com uma doença mental só ter acesso a tratamento farmacológico e psiquiátrico”, quando também precisa de psicoterapia e outras respostas, exemplifica.

Portugal tem “30 anos de atraso” nesta matéria, considera. “Chega de papel, chega de recomendações, estamos a fazer a recomendação do já recomendado x vezes”, critica a especialista, que não vai participar na reunião de hoje, no Palácio das Necessidades.

O plano de saúde 2004-2010, recorda Palha, alertava para a existência de “doentes em risco de hospitalização por falta de alternativa”, o que representa uma “violação de direitos humanos”.

Noutro relatório, feito dez anos depois, reconhecia-se que o tempo de espera para consulta facilitava os reinternamentos e obstaculizava a recuperação.

O Plano Nacional de Saúde Mental foi aprovado em 2007 e identificava, nessa altura, “graves lacunas”, lembra ainda. “Estamos em 2016 e sabemos que nada foi feito”, critica.

“Os direitos são violados diariamente, quando não permitimos que as pessoas acedam aos cuidados de saúde e às respostas de que precisam para ter uma vida com dignidade”, sustenta.

“Temos um bom plano nacional para a reforma dos serviços de saúde mental”, considera Moniz, acrescentando, porém, que este, por si só, não garante o cumprimento dos direitos das pessoas com perturbações mentais. “Não há razão nenhuma para que, em nenhum ponto do país, haja pessoas institucionalizadas apenas por questões sociais”, sustenta, defendendo que é preciso “prevenir a institucionalização”.

Moniz considera que “as instituições psiquiátricas estão obsoletas” e que se devem "reduzir ao mínimo os internamentos psiquiátricos”. Os cuidados continuados em saúde mental são uma “nova oportunidade”, acredita. Porém, deviam ter arrancado a 1 de julho e isso “não aconteceu”, assinala Palha, sublinhando que é preciso distinguir “boas intenções” e a realidade.

A Comissão Nacional para os Direitos Humanos – criada em 2010, que integra representantes de vários ministérios, para assegurar “o cumprimento das obrigações de direitos humanos” assumidas por Portugal – reúne-se hoje, em reunião plenária, com duas dezenas de organizações da sociedade civil, para discutir o tema da saúde mental.

Governo
A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência disse que o Governo definiu como prioridade o aumento da...

"O que queremos é definir claramente competências de fiscalização, clarificá-la e torná-la mais efetiva e corrigir e clarificar regras técnicas de acessibilidade que se possa argumentar que não são claras ou que ainda levantam confusão e mobilizar aquilo que existe de fundos comunitários para que haja intervenção física no espaço público", disse a secretária de Estado.

Ana Sofia Antunes deslocou-se ontem a Castelo Branco, onde inaugurou o Balcão de Inclusão do Centro Distrital da Segurança Social e uma Sala de Multimédia na sede local da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO).

O problema das acessibilidades em espaços públicos é uma questão que se desenrola há vários anos e que afeta as pessoas portadoras de deficiência.

"O nosso objetivo é o de que, de acordo com aquilo que consta da legislação que já define quais são as regras a cumprir para que um espaço seja acessível, seja um edifício público ou espaço privado, o que queremos é definir claramente competências de fiscalização (…) e corrigir e clarificar regras técnicas de acessibilidade que se possa argumentar que não são claras", sustentou.

A governante sublinhou ainda que o Governo pretende mobilizar o que existe de fundos comunitários para que haja intervenção física no espaço público.

"Mesmo que não se destine diretamente à questão das acessibilidades, porque sabemos que há muito pouco nos fundos [comunitários], mas que na sua execução e no seu aproveitamento haja que obrigatoriamente cumprir normas técnicas de acessibilidade", disse.

Ana Sofia Antunes explicou que não existe um levantamento nacional das necessidades em termos de acessibilidades, mas adiantou que existem muitos levantamentos a nível municipal.

"Muitas das câmaras municipais do país promoveram com apoios do anterior quadro comunitário de apoio levantamentos bastante exaustivos das suas condições de acessibilidade nas suas áreas municipais. E esses levantamentos permitiram retirar informação e muitos dados técnicos que neste momento os orientam em todas as obras e intervenções que vão desenvolvendo em espaço público", frisou.

Sobre a Sala Multimédia da sede de Castelo Branco da ACAPO, a secretária de Estado considerou que a inclusão através dos meios digitais é um "elemento fundamental" para que as pessoas estejam mais incluídas em contacto com o mundo e mais informadas.

"Quando falamos de deficiência visual então esta inclusão digital torna-se fundamental. Se pensarem que uma pessoa com deficiência visual que não dispusesse do ‘software' e das tecnologias adaptativas imprescindíveis não poderia utilizar um computador", disse.

A Sala Multimédia da ACAPO resultou de um projeto que a associação candidatou ao orçamento participativo da junta de freguesia de Castelo Branco em 2015 e cuja execução decorreu este ano.

O projeto da ACAPO acabou por ser o mais votado e a verba de 10 mil euros foi aplicada na aquisição de equipamentos informáticos adaptados para pessoas com deficiência visual e para a contratação de um formador que irá dar formação a 12 pessoas.

Em 2017
A secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência disse que o Governo vai alargar em 2017 a rede de balcões de...

"A próxima fase passa por, em 2017, alargar a rede de balcões de inclusão para mais de um por distrito e, nessa medida, vamos começar a estabelecer parcerias com municípios para criar balcões de inclusão nos serviços de atendimento ao munícipe de diversos concelhos", afirmou Ana Sofia Antunes.

A governante, que falava aos jornalistas, à margem da inauguração do Balcão de Inclusão do Centro Distrital de Castelo Branco da Segurança Social, explicou que nestes balcões os utentes vão ter um atendimento personalizado com pessoas que tiveram formação específica e onde podem agendar atendimento com um intérprete de língua gestual, no caso das pessoas surdas.

"Nós não quisemos focar-nos apenas nos serviços e nas respostas diretamente dependentes da Segurança Social. Quisemos criar uma rede entre a Segurança Social e outros serviços públicos, para ajudar a encontrar outro tipo de respostas", disse.

Todos os distritos do país têm, desde ontem, um Balcão da Inclusão, destinado sobretudo às pessoas com deficiência, sendo que até ao momento os sete balcões-piloto receberam já quase seis mil atendimentos.

Ana Sofia Antunes explicou que a rede de balcões de inclusão foi desenvolvida ao longo do último ano e adiantou que um dos primeiros diagnósticos a que se chegou foi perceber que as pessoas com deficiência se queixavam de dificuldades no atendimento e na resolução de problemas em alguns serviços públicos e consequentemente falta de respostas concretas e práticas.

"Nesse sentido, desenvolvemos uma resposta que não careceu de grande investimento de meios. O que careceu foi de formar pessoas e de criar rede entre os vários serviços públicos, criando um balcão em que os técnicos que atendem tiveram formação nas temáticas conexas com a área da deficiência. A partir de hoje, as pessoas sabem que ao dirigirem-se a qualquer dos 18 centros distritais de Segurança Social deste país têm um Balcão da Inclusão", concluiu.

Em Coimbra
O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, solicitou ontem mais médicos especialistas em...

Em comunicado, a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) considera "alarmante" a situação que se verifica nas maternidades Bissaya Barreto e Daniel de Matos e nos Hospitais da Universidade de Coimbra, devido à falta de médicos.

Confrontado com a situação, o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Martins Nunes, considerou "manifestamente exagerado qualquer risco com o funcionamento das maternidades".

"Há dificuldades como há sempre em todas estas matérias, mas quer os médicos que vão ser admitidos quer a nova maternidade vão resolver algumas questões que eventualmente" se coloquem, disse.

Para Martins Nunes, "não está em causa, absolutamente", o funcionamento das urgências das maternidades que estão agregadas ao CHUC.

Por outro lado, Carlos Cortes disse que “face à escassez de recursos humanos, e caso não se proceda à urgente contratação de especialistas, poderá ficar inviabilizada a elaboração de uma escala de urgência com o número de médicos indispensáveis ao funcionamento do serviço de acordo com as normas".

O presidente da SRCOM considera a situação "muito grave" e entende que não se "pode comparar a realidade destas maternidades com o que se passa em qualquer um dos outros hospitais universitários do país".

"O cálculo do número de médicos não poderá, neste caso, reportar apenas o número de partos e a população de referência", sublinha, salientando que não são contratados médicos especialistas para a Maternidade Bissaya Barreto desde 2010.

Segundo o dirigente, "o número elevado de médicos especialistas que saíram nos últimos anos, pode colocar em risco a atividade assistencial (consultas e cirurgias) dos serviços de Ginecologia A e B" do CHUC.

Governo
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, disse ontem em Coimbra que o Governo pretende apostar nos cuidados...

O governante, que falava na inauguração da nova unidade de internamento e urgência alargada de pedopsiquiatria do Hospital Pediátrico de Coimbra, referiu que "existe uma grande quantidade de doentes com patologias de elevada prevalência, que podem e devem ser tratados e orientados nos cuidados de saúde primários".

"Queremos que [esses cuidados] se façam de forma articulada e integrada nos serviços de saúde mental, mas queremos acima de tudo que os doentes não precisem de vir aos hospitais de cuidados psiquiátricos e tenham uma resposta adequada nos médicos de família", sublinhou.

Segundo o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, "é nessa vertente que o Governo quer apostar e ter realmente uma política muito inclusiva", através das equipas de saúde mais próximas da comunidade.

Fernando Araújo adiantou ainda que está a ser preparado pelo ministério um estudo sobre o financiamento da saúde mental em Portugal.

O Hospital Pediátrico de Coimbra, que integra o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), inaugurou ontem a unidade de internamento e urgência alargada de pedopsiquiatria, cujo serviço não existia na região Centro.

De acordo com o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, um dos objetivos do Ministério no âmbito da saúde mental "era criar condições para se concluir o plano definido para a saúde mental das crianças e jovens, nomeadamente na resposta em termos de internamento".

"O SNS passa de 20 para 34 camas, ou seja, um aumento de mais de 60% da capacidade de internamento, em apenas um ano, assegurando finalmente as necessidades de internamento em pedopsiquiatria no país", frisou Fernando Araújo.

Para servir região Centro
O Hospital Pediátrico de Coimbra, que integra o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, inaugurou ontem a Unidade de...

“Era um sonho antigo, sempre adiado, que hoje se realiza, para satisfação e proveito de todos, profissionais e cidadãos, empenhados em proporcionar às crianças e aos jovens o alargamento da resposta que até agora vinha sendo dada apenas aos jovens adultos”, sublinhou Martins Nunes, presidente do Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), na cerimónia de inauguração, que foi presidida pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo.

O novo serviço, o primeiro do género na região Centro, com capacidade para oito camas, representa um investimento de cerca de 198 mil euros, dos quais 135 mil euros (75%) são comparticipados pela Fundação EDP, no âmbito do programa EDP Solidária Saúde.

“Se fossem precisas mais provas, aqui está esta área da psiquiatria e pedopsiquiatria a demonstrar completamente que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) deve e pode cumprir funções de responsabilidade clínica e que deve também assumir, em simultâneo, grandes responsabilidades de caráter social: como frequentemente, no CHUC e no SNS, a defesa da matriz da cidadania”.

Entre janeiro de 2008 e 31 de outubro deste ano, o número de consultas de pedopsiquiatria no Hospital Pediátrico de Coimbra aumentou de 4.017 para 6.673.

O CHUC tinha já criado um centro de trauma psicogénico para adultos, além de ter conseguido criar um espaço de internamento de psiquiatria para adolescentes e jovens adultos, com oito camas.

A nova Unidade de Internamento de Pedopsiquiatria – Psiquiatria da Infância e da Adolescência - vai ser assegurada por uma vasta equipa multidisciplinar de médicos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais e psicólogos.

“Com este passo, o CHUC passa a oferecer resposta completa em todas as áreas da psiquiatria em todos os escalões etários, na materialização do seu sempre continuado projeto de, através da abertura de acesso a atividades clínicas de grande diferenciação, garantir aos portugueses da região Centro a realização concreta da coesão regional e da solidariedade regional”, acrescentou.

O equipamento “está ao nível dos mais modernos equipamentos existentes no país e no estrangeiro, cumprindo os mais exigentes critérios e normas”.

“A inauguração e a abertura do internamento de Pedopsiquiatria e o alargamento do seu período de urgência traduzem a dotação do CHUC com uma componente de serviço às populações de interesse altamente relevante. O extraordinário esforço que permitiu atingir este sucesso deve ser creditado ao empenho dos profissionais do CHUC, que tudo fizeram para corresponder ao esforço financeiro que esta nova valência implica”.

Martins Nunes frisou que a “pedopsiquiatria lida com crianças em sofrimento, com pais em sofrimento e com a sociedade em sofrimento. É por isso que sabemos que podemos ser úteis para transformar a fragilidade destas crianças de hoje em promissores cidadãos de amanhã e restituir aos pais a felicidade pelo sucesso dos seus filhos”.

José Martins Nunes disse ainda que, “neste momento de congratulação para a instituição e para a Região, é justo que, como presidente do CHUC, faça referência ao apoio que se conseguiu alcançar da Administração Regional de Saúde e da tutela ao longo dos últimos anos para atingir este sucesso”.

O presidente do CA do CHUC explicou que o “internamento de Pedopsiquiatria é já o terceiro projeto financiado pela Fundação EDP, no Hospital”. O primeiro foi o financiamento do Centro de Simulação Biomédica em 2009, há mais de sete anos, e o apoio para o Centro de Tumores Oculares.

“Por isso, a Fundação EDP e António Almeida [antigo presidente da fundação, já falecido] fazem parte deste hospital e da ambição deste hospital: estiveram presentes e ajudaram em vários passos ousados e inovadores, acreditaram em nós e creio que têm boas razões para apresentarem a experiência de cooperação com o CHUC como uma ligação virtuosa e socialmente útil”.

Sandro Fonseca, diretor adjunto da Fundação EDP, disse que a “Unidade de Internamento de Pedopsiquiatria do CHUC foi viabilizada com o financiamento de 135 mil euros da Fundação EDP, no âmbito do Programa EDP Solidária - Saúde 2015, que apoiou 12 projetos nas áreas da Psiquiatria da Infância e da Adolescência e da Cardiologia, seis dos quais em centros hospitalares do Serviço Nacional de Saúde”.

“O Programa EDP Solidária, com uma dotação atual de 2,1 milhões, é a maior linha de investimento social de uma fundação corporativa em Portugal. Em 2015, mais de 1,2 milhões de euros foram canalizados para projetos na área da Saúde”, disse.

Serviço Nacional de Saúde
O Serviço Nacional de Saúde assegura, desde ontem, todas as necessidades de internamento em pedopsiquiatria no país, com a...

Fernando Araújo, que presidiu ontem à tarde à inauguração daquele unidade na região Centro, salientou que, em apenas um ano, "o Serviço Nacional de Saúde (SNS) passa de 20 para 34 camas, ou seja, um aumento de mais de 60% da capacidade de internamento".

"A região Centro, ao conseguir criar esta valência, evita que as crianças e jovens tenham que ser transferidos para Lisboa ou para o Porto, com enormes transtornos pessoais, familiares e sociais, para serem internados em pedopsiquiatria", frisou o governante.

O Hospital Pediátrico de Coimbra, que integra o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), inaugurou ontem a unidade de internamento e urgência alargada de pedopsiquiatria, cujo serviço não existia na região Centro.

Segundo o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, um dos objetivos do Ministério no âmbito da saúde mental "era criar condições para se concluir o plano definido para a saúde mental das crianças e jovens, nomeadamente na resposta em termos de internamento".

"A resposta integrada agora criada (serviço de urgência e internamento) vem trazer uma diferenciação aos cerca de 300.000 crianças e jovens até aos 18 anos de idade que vivem na região Centro e cumprir com um dos objetivos desta legislatura", sublinhou.

O novo serviço, com capacidade para oito camas, representa um investimento de cerca de 198 mil euros, dos quais 135 mil euros (75%) são comparticipados pela Fundação EDP, no âmbito do programa EDP Solidária Saúde.

Além desta unidade, o SNS conta desde há pouco tempo com uma nova unidade de psiquiatria da infância e adolescência no Centro Hospitalar Lisboa Central, com 16 camas (mais seis camas do que a antiga existente), que dará resposta às necessidades de internamento da região Sul do país, e com a unidade de internamento da região Norte com 10 camas.

"O SNS passa de 20 para 34 camas, ou seja, um aumento de mais de 60% da capacidade de internamento, em apenas um ano, assegurando finalmente as necessidades de internamento em pedopsiquiatria no país", frisou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde.

O governante reconheceu ainda o apoio da Fundação EDP: “Para a concretização desta valência devemos agradecer à Fundação EDP o seu apoio e contributo. Num investimento total de cerca de 200 mil euros, a Fundação EDP comparticipou em cerca de dois terços deste valor, tornando possível a realização deste ambicionado projeto”.

Fernando Araújo frisou ainda a importância da abertura 24 horas por dia do serviço de urgência em pedopsiquiatria.

“Por outro lado, iniciou-se esta semana o serviço de urgência de pedopsiquiatria 24 horas por dia no CHUC, permitindo uma resposta a situações agudas, evitando também nesta área a transferência dos doentes”.

Europacolon Portugal
A Europacolon Portugal, Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo, congratula-se com o conhecimento do “Lançamento” do...

“Registamos que começam a surgir efeito as pressões ativas que a Europacolon Portugal tem feito junto da tutela no sentido de ser resolvido um problema de saúde pública, que mata 11 Portugueses por dia em Portugal” diz Vitor Neves, Presidente da Europacolon Portugal.

“Presumindo que se trata de uma “ação piloto” naquela área geográfica específica, devemos afirmar que, de facto, a ação iniciada não será o lançamento do Rastreio do Cancro Colo-Retal de base populacional nacional, situação que lamentamos. A Europacolon Portugal espera que esta ação não se identifique com outras ações similares em anos anteriores que não vieram a representar uma evolução positiva neste tipo de patologias, nem tiveram continuidade para os anos que lhes sucederam” expõe ainda o responsável pela Associação.

O Rastreio do Cancro Colo-Retal deve ser implementado, da mesma forma em todo o território nacional, conforme existe para outro tipo de patologias, como é o caso do cancro da mama. A Europacolon Portugal estará, como sempre, comprometida e a monitorizar esta situação, rumo a uma melhoria dos processos de saúde desta patologia.

Aumento da prevalência de doenças mentais em Portugal eleva a necessidade de formação
Portugal é o país da Europa com maior número de pessoas com doenças mentais, tendo-se registado um aumento de cerca de 19% em...

O curso “pretende dar aos formandos conhecimentos e competências na área da psiquiatria e saúde mental, abordando as bases da psicopatologia, a descrição das principais doenças psiquiátricas e as suas respetivas terapêuticas” refere Pedro Afonso, psiquiatra e um dos coordenadores da pós-graduação. Pretende-se, ainda, fomentar a atuação na saúde mental de acordo com princípios éticos e deontológicos, contribuindo assim para a melhoria dos resultados nos cuidados de saúde prestados à população.

A pós-graduação, cujas inscrições estão abertas, destina-se não só a médicos e internos das especialidades de psiquiatria, pedopsiquiatria, medicina geral e familiar, como também, a enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, entre outros profissionais de saúde.

O curso de Psiquiatria e Saúde Mental conta com 22 unidades curriculares, abrangendo diferentes áreas: Neurociências e Psicopatologia, perturbações psiquiátricas e alterações do sono, psiquiatria forense e sexologia clínica, abordagens terapêuticas em psiquiatria e saúde mental e investigação no contexto destas doenças.

Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral
A Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral abriu concurso para atribuição de uma Bolsa de Investigação em Doença...

“Esta bolsa, de periocidade anual, destina-se fundamentalmente a financiar parcial ou totalmente o melhor projeto de investigação científica na área da doença vascular cerebral”, avança o Prof. Doutor José Castro Lopes, presidente da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC). As candidaturas podem ser enviadas via email até ao dia 10 de janeiro de 2017. Apenas serão admitidos projetos de trabalhos científicos a serem realizados, pelo menos parcialmente, em instituições portuguesas.

O presidente da SPAVC explica que a bolsa decorre do artigo 3.º dos Estatutos da SPAVC, o qual refere que “a SPAVC tem um objetivo de cariz social, concretamente traduzido na prevenção e redução da mortalidade, morbilidade e incapacidade devidas ao Acidente Vascular Cerebral, e na promoção do estudo, investigação e educação sobre esta doença, mediante a criação de planos de ação e de apoio, identificando os níveis de intervenção mais efetivos, assim contribuindo para a melhoria da saúde em Portugal”, cita o documento.

José Castro Lopes frisa ainda que “o júri terá em conta o interesse da candidatura, bem como o mérito científico dos candidatos e instituições participantes, de acordo com uma grelha de avaliação com critérios bem definidos pela SPAVC”.

Para além desta distinção, a SPAVC atribuirá oito prémios no âmbito do 11.º Congresso Português do AVC: três prémios para as três melhores apresentações orais, com um 1º prémio no valor de 1500€, um 2º prémio no valor de 1000€ e uma Menção Honrosa correspondente à inscrição no Congresso Português do AVC do ano subsequente; um prémio para a melhor apresentação oral em caso clínico no valor de 1000€; três prémios para as três melhores apresentações em cartaz, com um 1º prémio para o ESOC 2017 (viagem, alojamento e ingresso) um 2º prémio  no valor de 500€  e uma  menção honrosa correspondente à inscrição no Congresso Português do AVC do ano subsequente. A SPAVC inova ainda com um prémio denominado SPAVC 2017, destinado a premiar o melhor trabalho sobre AVC da autoria de enfermeiros ou técnicos da área do AVC, no valor de 1000€.

“Pretende-se reconhecer o interesse que essas classes profissionais têm no combate ao AVC e o dinamismo que demonstram ao participar nas organizações que vamos fazendo ao longo do ano”, explica o neurologista. Os prémios serão entregues no decurso do Congresso, agendado para os dias 2, 3 e 4 de fevereiro de 2017, no Porto.

Num último apelo à participação dos especialistas interessados, José Castro Lopes lembra que “estamos a tratar da primeira causa de morte e invalidez de Portugal, pelo que toda a investigação e trabalhos científicos são bem-vindos”, destacando ainda o papel da valorização científica na internacionalização dos trabalhos nacionais.

Universidade do Algarve
Investigadores do Centro de Investigação em Biomedicina da Universidade do Algarve descobriram um novo composto químico que...

Segundo Wolfgang Link, o novo composto - cuja função é ativar uma proteína que, nas células cancerígenas, está deslocada do seu local de origem - pode ser o primeiro passo para desenvolver um fármaco para tratamento de certos tipos de cancro, em alternativa à quimioterapia clássica, que é mais tóxica e pode causar mais efeitos secundários.

"Nós prevemos que este tipo de tratamento é especialmente eficaz nos cancros em que [a proteína] Foxo está fora da sua localização, como o cancro da mama ou da próstata", explicou o investigador, sublinhando que foram testados 500 diferentes compostos até se conseguir encontrar um que tem a função de realocar a proteína no núcleo das células.

Bibiana Ferreira, que também participou no projeto, observou que o que esta investigação traz de novo ao que já se sabia "é exatamente a descoberta de um novo composto que atua como um gene supressor de tumor", gene que, normalmente, numa célula cancerígena, está "sequestrado" no citoplasma.

"Esta droga atua especificamente neste gene e faz com que ele passe para o núcleo, onde pode ter a sua função normal", referiu, acrescentando que o próximo passo é "caracterizar melhor esta molécula a nível celular", para depois testá-la em laboratório num modelo animal, ou seja, em ratos.

Uma das vantagens da utilização deste tratamento no cancro é que, apesar de também ser químico como a quimioterapia, é mais específico e localizado, atuando apenas na proteína em questão, acrescentou.

"O nosso objetivo é matar as células cancerígenas e livrarmo-nos delas, mas sem danificar as células normais", referiu, observando que o projeto precisa agora de obter financiamento para poder avançar.

Contudo, Wolfgang Link avisa que ainda podem demorar alguns anos até se conseguir desenvolver um produto final, uma vez que é preciso testar a toxicidade do composto e perceber se não danifica as células do corpo que estão saudáveis.

"A longo prazo, é uma porta que se abre ao tratamento", salientou, lembrando que o projeto envolveu investigadores nacionais e internacionais, da Universidade do Algarve (UAlg), em colaboração com a de Milão, em Itália, e a Fundação Medina, em Granada.

Por forma a identificar os agentes capazes de ativar as referidas proteínas, Wolfgang Link e a sua equipa testaram um conjunto de compostos químicos, servindo-se de tecnologia de ponta, nomeadamente, um microscópio fluorescente totalmente robotizado.

A descoberta foi divulgada num artigo científico na revista "Plos One", prevendo-se que venha também a ser publicado, no início do ano, na revista "Nature".

O Centro de Investigação em Biomedicina da Universidade do Algarve é uma unidade de investigação e desenvolvimento em ciências biomédicas cujos principais objetivos são a formação avançada de recursos humanos, investigação da etiologia da doença e consequente implementação de estratégias de combate à doença ao nível da prevenção, diagnóstico e terapêutica.

O centro integra 42 membros doutorados com atividade científica.

Conselho de Ministros
O Governo propõe dar incentivos aos médicos que aceitem fixar-se em zonas carenciadas, entre as quais 40% da sua remuneração,...

A proposta consta de um decreto-lei que será discutido hoje no Conselho de Ministros e que vai alterar o anterior diploma que visava a redução de assimetrias regionais, mas que teve uma baixíssima adesão por parte dos médicos.

Nesse sentido, o Governo quer alterar os incentivos a estes profissionais para aumentar a sua mobilidade geográfica para zonas carenciadas de médicos com contrato de trabalho por tempo indeterminado ou a contratar, mediante vinculo com estabelecimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Uma das alterações propostas consiste, no que respeita aos incentivos não pecuniários, em dar preferência ao cônjuge do médico para, nos concursos de recrutamento para ocupar cargos públicos, ser colocado na mesma localidade onde está o médico.

O diploma prevê também o aumento da duração do período de férias (enquanto permanecer na localidade) em dois dias, acrescido de mais um por cada cinco anos, o aumento de 11 dias para a totalidade do gozo do período de férias a que legalmente tem direito, em simultâneo com o cônjuge, bem como o gozo de 11 dias úteis consecutivos do período de férias a que legalmente tem direito, durante as férias escolares dos filhos.

Ainda no mesmo âmbito, é permitida ao médico a participação em atividades de investigação e formação por um período máximo de 15 dias por ano, preferência na sua colocação (caso se candidate) em cargo de assistente graduado sénior.

Quanto a incentivos financeiros, está prevista a fixação de 40% da remuneração base correspondente à primeira posição remuneratória da categoria de assistente, da carreira especial médica ou da carreira médica.

Atualmente, o valor do incentivo a cinco anos é de 21 mil euros. Com esta alteração, o valor do incentivo passa a três anos com uma média mensal de mil euros, o que resulta em 36 mil euros no período de três anos, ou seja mais 15 mil euros do que está atualmente previsto para cinco anos.

Centros de Responsabilidade Integrada
O Governo vai criar Centros de Responsabilidade Integrada nos hospitais, para melhorar os resultados nos cuidados de saúde, e...

O diploma, que aprova o regime jurídico aplicável às unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com a natureza de Entidades Públicas Empresariais, uniformiza os regimes jurídicos das entidades prestadoras de cuidados de saúde do SNS.

O objetivo é dar prioridade às pessoas, melhorar a governação do SNS, de forma a obter mais e melhores resultados face aos recursos disponíveis (aumento de eficiência).

Assim, ao nível organizativo, o Governo quer criar os Centros de Responsabilidade Integrada (CRI), com vista a potenciar os resultados da prestação de cuidados de saúde, melhorando a acessibilidade dos utentes e a qualidade dos serviços prestados, aumentando a produtividade.

O ministro da Saúde já tinha anteriormente manifestado esta intenção, assinalando, na altura, que com estes centros seria possível realizar mais exames diferenciados dentro do SNS, e considerando que o ideal seria internalizar o mais possível os exames, sem ter de estar a pagar aos convencionados.

Sobre os CRI, Adalberto Campos Fernandes disse também que serão orientados essencialmente para o desempenho, para a investigação e para a ciência.

A ideia é que nesses centros académicos os médicos, os enfermeiros e os técnicos possam ter tempo disponível só para investigar, para ensinar e para formar, uma forma de assegurar maior qualidade.

Os CRI são uma das principais alterações suscitadas pela nova legislação, que também vai reduzir para dois o limite de mandatos dos conselhos de administração dos hospitais e vai exigir maior qualificação dos profissionais que os integram.

Segundo o decreto-lei, passa a exigir-se uma maior capacitação dos conselhos de administração e dos órgãos de gestão intermédia, cujos membros “devem possuir formação especifica relevante em gestão em saúde e experiência profissional adequada”.

O diploma prevê ainda a limitação de mandatos a apenas uma renovação, lembrando que atualmente o estado do gestor público prevê uma nomeação por três anos podendo ocorrer até três renovações.

Finalmente, os processos com vista à nomeação de diretores de serviço devem ser alvo de aviso público, permitindo assim manifestações de interesse individual “em nome da transparência e da igualdade de oportunidades”.

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