Estudo
Um estudo agora publicado na revista cientifica European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology, de...

Apesar de terem diminuído 39,2%, os miomas uterinos continuam a ser a principal causa e foram responsáveis por cerca de 75 mil histerectomias nos hospitais públicos em Portugal.

As histerectomias são cirurgias que consistem na remoção do útero e que resultam na ausência de menstruação e na incapacidade de engravidar. Entre 2000 e 2014, 166.177 mulheres foram submetidas a histerectomias em Portugal, sendo que o estudo publicado revela que em 15 anos o número anual de histerectomias em Portugal diminuiu quase 20%.

Daniel Pereira da Silva, médico Ginecologista no Instituto Médico de Coimbra, justifica o decréscimo do recurso a estas cirurgias no tratamento de miomas uterinos, com o fato de “a classe médica estar a acompanhar a evolução farmacológica, como por exemplo a utilização do Acetato de Ulipristal, que permite em alguns casos evitar a histerectomia ou facilitar a realização de uma intervenção cirúrgica menos invasiva que conserve o útero”.

Os miomas uterinos, uma doença que afeta mais de 2 milhões de mulheres em Portugal, são mesmo considerados a quinta causa mais frequente de internamento hospitalar por causas ginecológicas não relacionada com a gravidez e a principal causa da realização de histerectomias (cerca de 45%).

Em geral, uma mulher precisa de um mês a cinco semanas para recuperar de uma histerectomia. No entanto, Daniel Pereira da Silva revela que “devido à utilização de técnicas menos invasivas, como o tratamento com medicamentos ou a retirada do útero por via vaginal ou através da abertura de pequenos orifícios no abdómen (laparoscopia), os dias de recuperação diminuíram, nos últimos 15 anos, de sete para apenas cinco dias”. Já a idade média das mulheres com indicação de cirurgia aumentou de 51 para 55 anos de idade.

Diabetes provoca unanimidade entre todos os partidos com assento parlamentar
Foi ontem a apreciação, em plenário na Assembleia da República, da petição da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal,...

Todas as bancadas parlamentares consideraram e sublinharam a excelência do serviço prestado pela Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), instituição parceira e complementar do Serviço Nacional de Saúde. O debate foi aberto pelo deputado do PS, Ascenso Simões, que após relatar a sua experiência pessoal, anunciou o projeto de resolução apresentado pelo partido, que recomenda a celebração de um acordo de âmbito nacional entre a Administração Central dos Sistemas de Saúde I. P. (como representante do Ministério da Saúde) e a APDP, por um período de cinco anos.

“Esta iniciativa do PS será brevemente submetida a votação e, acreditamos que pela sua relevância e por todo o apoio recolhido ontem no parlamento em relação a este tema, será aprovada em plenário”, refere Luis Gardete Correia, presidente da APDP.

Relembramos que os dados apresentados pelo Relatório do Observatório Nacional da Diabetes (“Diabetes, Factos e Números – 2015”) revelam uma prevalência da diabetes de 13,1%, o que corresponde a mais de 1 milhão de pessoas, das quais 43% ainda não diagnosticadas. Refere ainda que cerca de 2 milhões estão em risco de vir a ter a diabetes. “Motivos mais do que suficientes para que o combate à diabetes esteja no centro do debate político”, salienta o presidente da APDP.

Recordamos alguns dos itens da petição da APDP apresentada à Assembleia da República (AR):

A Lei de Bases da Saúde, aprovada pelo Decreto-lei nº 48/90, de 24 de Agosto, com as alterações introduzidas pela Lei nº 27/2002, de 8 de Novembro, consagrou um modelo misto de saúde, em que releva a complementaridade da economia social na prestação de cuidados de saúde;

A Diabetes é uma doença que afeta massivamente a humanidade, prevendo-se que, em menos de 20 anos, atinja, no mundo, 642 milhões de pessoas, podendo vir a atingir em Portugal cerca de 20% da população;

É geralmente reconhecido que a intervenção na diabetes deverá iniciar-se precocemente, visando a prevenção e o retardamento da doença, o diagnóstico precoce e o tratamento, a fim de evitar a progressão da doença e das complicações tardias;

Como instituição de cuidados diferenciados, a APDP, tem desempenhado um papel crucial na prevenção e no tratamento da diabetes, por meio da contratualização da prestação de serviços com as Administrações Regionais de Saúde.

A Associação ocupa o primeiro lugar entre os nove centros mundiais de educação terapêutica (International Diabetes Federation Education Center) e é um centro colaborador da Organização Mundial da Saúde.

Atualmente, em cada 6 segundos morre uma pessoa com diabetes. Esta doença é causa maior de mortalidade, incapacidade e morbilidade, provocando a morte a mais pessoas do que o cancro da mama e da próstata, ou a sida, a malária e a tuberculose juntos.

Link para a petição da APDP: http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT80565

Investigadores alertam
Um grupo de investigação internacional, que integra um docente do Politécnico do Porto, alertou para malefícios da iluminação...

“A iluminação artificial, com muito relevo o LED branco, é potencialmente prejudicial para a saúde humana devido à componente azul muito pronunciada no seu espetro. O excesso de iluminação que existe é também perturbador dos ecossistemas, da fauna da flora. À escala global, a situação atual, revela-se extremamente preocupante”, afirmou o investigador Raul Lima, da Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto.

Raul Lima, responsável pelas medições do brilho do céu que foram utilizadas para a classificação da Reserva de céu escuro Starlight Tourism Destination Dark Sky Alqueva - é um dos dois membros nacionais da Comissão de Gestão da Rede Europeia de Investigação COST ES1204 LoNNe (Loss of the Night Network), rede que terminou, recentemente, a sua atividade (2012-2016) com um conjunto de recomendações que visam consciencializar a sociedade civil dos benefícios de uma iluminação cuidada, com a temperatura de cor correta, e não excessiva.

Estas recomendações resumem-se a quatro ideias-chave: “evitar, tanto quanto possível, luz branca com comprimentos de onda abaixo dos 500 nanómetros; direcionar a luz para onde ela é efetivamente necessária; iluminação das ruas de forma tão uniforme quanto possível e com a intensidade mais baixa possível e adaptação da iluminação exterior a cada momento da noite”.

Segundo os investigadores, são cada vez em maior número os estudos que revelam que os efeitos na saúde vão para além daquilo que se poderia supor há alguns anos. Se as perturbações em várias espécies de fauna são conhecidas há algum tempo, no ser humano a suspeita de efeitos graves tem sido posta em evidência por vários estudos, que têm revelado uma associação entre a exposição noturna à luz com comprimentos de onda curta (azul) e um aumento de probabilidade de desenvolvimento de diabetes, obesidade e mesmo alguns tipos de cancro (mama e próstata).

“Estudos epidemiológicos e em animais revelam que a luz branca é cancerígena. Está provado em animais, não está ainda em seres humanos, mas os estudos que estão a ser feitos apontam numa mesma direção. Por caminhos diferentes, chega-se à conclusão de que há um maior número de casos de cancro em situações em que há exposição à luz branca”, sustentou o cientista.

A rápida penetração dos LED na iluminação pública e particular, bem como o uso de ‘tablets’, ‘smartphones’, computadores ou televisões LED, veio acompanhada por uma crescente preocupação por parte da comunidade científica nesta área pois “a maior parte dos LED utilizados possuem um espetro especialmente rico em azul”.

Ao longo deste trabalho de quatro anos concluiu-se que “mesmo pequenas quantidades de luz artificial na altura errada podem afetar o nosso relógio interno, a libertação de hormonas e mesmo interferir com ecossistemas inteiros”, sublinhou Raul Lima.

Segundo o investigador, “as imagens de satélite comprovam que Portugal, em particular o litoral, é dos países que mais iluminação pública usa e desperdiça, com sérias consequências para o ambiente e para a saúde. É possível baixar em muito os níveis de intensidade atualmente utilizados e manter condições de visibilidade ótimas. Há que rever todos esses parâmetros, porque estamos a iluminar demais sem necessidade”.

“Há muita iluminação na faixa costeira portuguesa, mais do que outras regiões europeias, como por exemplo, Madrid ou Barcelona. Deve-se não só ao excesso de candeeiros, mas também à deficiente construção deles, porque muitos emitem luz não para baixo, como seria aconselhável, mas sim para baixo, para os lados e para cima. A luz para os lados e para cima não é necessária, é apenas poluição luminosa e desperdício de energia. Em Berlim e noutras cidades europeias ainda é possível ver a via láctea, coisa que, por exemplo, no Porto deixou de ser possível desde 1983/84. O Porto não tem a escala de Berlim e, no entanto, tem muito mais luz”, sublinhou.

Contudo, Raul Lima disse que, no caso do Porto, a autarquia está sensibilizada para o problema e está já a realizar um trabalho de correção do problema, adequando a intensidade da iluminação ao que é recomendado.

Ramo alimentar
A Mars rompeu com outras empresas do ramo alimentar, ao denunciar um alegado estudo científico, financiado por esta indústria,...

Entre os produtos fabricados pela Mars estão marcas como M&M, Snickers ou Twix.

O estudo suscitou criticismo pelas conclusões e pelo seu financiamento por um grupo que inclui as empresas Coca-Cola, Hershey e Red Bull.

Fonte da Mars, que também faz parte do grupo, designado International Life Sciences Institute, argumentou que o estudo mina o trabalho dos dirigentes governamentais da área da saúde e dá má fama a toda a pesquisa financiada por esta indústria.

Meditação e saúde
A técnica de meditação Mindfulness tem sido estudada nas maiores universidades no mundo e, nos últim

No contexto da saúde, a técnica do Mindfulness refere-se a um processo psicológico que inclui o treino de várias habilidades que ajudam a pessoa a desenvolver a capacidade de lidar com as suas emoções, sensações e pensamentos com uma atitude de abertura e acolhimento. Ou seja, desenvolvendo a sua capacidade de aceitação e resiliência perante o problema de saúde.

Um estudo, recentemente, publicado pela Universidade de Queensland, na Austrália, pela investigadora Melissa Day, demonstra que quanto maior é a capacidade do indivíduo aceitar a dor, e de conseguir levar a cabo as atividades do dia-a-dia mesmo na sua presença, maior capacidade terá para aumentar a  sua qualidade de vida e o seu bem-estar psicológico.

A terapia cognitivo-comportamental no tratamento da dor

Enxaquecas, dores lombares e cervicais estão entre as patologias que mais condicionam o doente, afetando milhares de pessoas em todo o Mundo.

Sabe-se, aliás, que a dor crónica afeta cerca de 30 por cento da população e representa uma perda de 1,5 milhões de dias de trabalho, por ano, para quem sofre da doença.

“As lombalgias são um fenómeno com um impacto tremendo nas actividades básicas diárias do indivíduo, que transbordam para a sua vida familiar, laboral e social. Se tivermos em conta as estimativas de que 80% de todos os adultos terão eventualmente pelo menos um episódio de lombalgias durante a vida, entendemos porque é que esta sintomatologia representa a primeira causa de absentismo laboral na maior parte dos países industrializados”, revela a especialista Isabel Duque Martins. 

Dependendo da causa de dor, são várias as terapêuticas indicadas. Seja o exercício físico, a manipulação da coluna ou a prescrição de analgésicos.

No entanto, são vários os especialistas que defendem a importância do recurso à terapia cognitivo-comportamental (CBT- sigla em inglês) - um método de intervenção terapêutica que propõe alterar a nossa percepção e comportamento perante a dor.

“A terapia cognitivo-comportamental constitui a intervenção psicológica mais comum, melhor documentada pela investigação e com resultados mais eficazes no tratamento da dor crónica e especificamente na dor lombar crónica”, escreve Vanda Clemente, especialista em Psicologia Clínica, na revista DOR da APED.

“Com este tipo de intervenção, é possível reduzir a dor, aumentar as respostas de coping adaptativas, aumentar a auto-eficácia e diminuir as cognições mal adaptativas relacionadas com a dor, o que permite diminuir a incapacidade e por isso melhorar o funcionamento físico”, adianta acrescentando que a aplicação desta arma terapêutica conduz ainda à redução do uso de fármacos e do número de hospitalizações.

Para esta especialista, “a compreensão da experiência da dor por parte do doente, das suas avaliações face ao agente de stress, deverá ser um aspecto central de qualquer programa terapêutico que se pretenda eficaz no alívio da dor crónica”. “É necessário perceber que o doente se refere «à sua dor» e que incorpora a dor na sua própria identidade”, acrescenta.

O essencial desta terapia consiste, pois, em ajudar o doente a mudar os seus pensamentos, as suas avaliações e atitudes, “de forma a motivá-lo para um novo conjunto de estratégias para lidar com a dor”.

Reestruração congnitiva, treino de competências (ou estratégias para lidar com a dor), treino em imaginação ou de relaxamento, são alguns dos procedimentos terapêuticos desta abordagem contra a dor.

Mindfulness e a dor

Um estudo conduzido pela neurocientista Sara Lazar, da Universidade de Harvard, veio comprovar, através da utilização de ressonância magnética, que a prática de Mindfulness atua diretamente em áreas como o cortéx pré-frontal, relacionado com funções importantes como a atenção ou o processamento sensorial.

Desta forma, tem vindo a ser possível demonstrar que esta técnica de meditação ajuda o praticante a aumentar o seu potencial para se relacionar com os problemas de uma maneira diferente, tornando-o mais hábil na capacidade de gerir as emoções que surgem, por exemplo, no contexto de dor ou doença.

A redução de stress baseada em Mindfulness – MBSR, ou seja, Mindfulness Based Stress Reduction – é mais um tratamento disponível, tão eficaz na redução da dor como a terapia cognitivo-comportamental.

Para se chegar a esta conclusão, foi levado a cabo um estudo, que contou com a colaboração de mais de 340 pessoas, com idades compreendidas entre os 20 e os 70 anos, sofrendo de lombalgia há mais de 7 anos, em média.

Este grupo foi dividido, aleatoriamente, entre aqueles que receberiam aulas de Mindfulness, terapia cognitivo-comportamental ou realizariam os tratamentos convencionais.

Este estudo permitiu observar que o grupo que recebeu aulas de Mindfulness conseguia levantar-se de uma cadeira ou subir escadas  com maior facilidade, e sentir menos dor, que o grupo que recebeu tratamento convencional.

A terapia cognitivo-comportamental apresentou os mesmo resultados, mostrando o poder da mente na redução da dor.

A verdade é que, o programa de mindfulness ajuda a reduzir o stress e o impacto negativo da lombalgia sobre o bem-estar, ao mudar a forma como a mente processa a dor.

Este estudo consistiu em sessões de grupo de duas horas, uma vez por semana, durante oito semanas, onde se ensinou meditação, yoga e consciência corporal. Numa primeira fase, os praticantes focavam-se, à vez, e durante 10 a 20 minutos, nas várias partes do corpo, tomando consciência e aceitando qualquer sensação presente.

Para o coordenador desta investigação, Dan Cherkin, da Faculdade de Medicina da Universidade de Pittsburgh, o treino da mente pode ter efeitos mais duradouros do que a manipulação da coluna.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Administração Central do Sistema de Saúde
Perto de dois mil pedidos de atribuição de cédula profissional para terapeutas não convencionais foram já aprovados, dos cerca...

As terapêuticas não convencionais(TNC) partem de uma base diferente da medicina convencional e aplicam processos de diagnóstico e terapêuticas próprias, estando reconhecidas atualmente cinco: acupuntura, osteopatia, naturopatia, fitoterapia e quiropraxia. A homeopatia e a medicina tradicional chinesa aguardam a regulamentação do respetivo ciclo de estudos.

A presidente da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), Marta Temido, admitiu hoje no parlamento a morosidade do processo de atribuição das cédulas profissionais, facto que suscitou o pedido de audição por parte do CDS-PP.

Dos 3.410 pedidos para avaliação na ACSS, 1.924 tiveram parecer de atribuição de cédula, mas ainda só foram comunicados aos profissionais as decisões relativas a 1.158 pedidos. Até ao fim do ano, Marta Temido prevê que sejam concluídas todas as comunicações de cédulas já aprovadas.

Os deputados da comissão parlamentar de Saúde foram unânimes a considerar que a atribuição de células profissionais é fundamental para “separar o trigo do joio” na área das terapêuticas convencionais, credibilizando os profissionais e sendo uma fonte de segurança para os doentes ou utilizadores.

O CDS-PP, que motivou um conjunto de audições sobre a atribuição de cédulas a profissionais das terapêuticas não convencionais, admitiu que os dados revelados pela presidente da ACSS são tranquilizadores.

Contudo, a deputada do CDS Patrícia Fonseca mostrou preocupação em relação à diferença entre o número de pedidos de cédulas profissionais e a quantidade de terapeutas que se estima existirem.

“Há cerca de 3.500 profissionais que pediram emissão da cédula. Mas haverá 20 mil profissionais de terapêuticas não convencionais. Onde estão estes que supostamente existem e não pediram a cédula?”, questionou a deputada.

O presidente do conselho consultivo para as terapêuticas não convencionais, também ouvido hoje no parlamento, reconheceu que as estimativas apontam para que haja 15 mil a 20 mil profissionais a trabalhar na área e admite que os mais velhos tenham algum receio do processo.

Pedro Ribeiro da Silva defendeu por isso que fosse criado outro período transitório para que os profissionais que já exerciam antes da legislação de 2013 possam novamente pedir cédula profissional.

A lei de 2013, que regula as terapêuticas não convencionais, faz depender o acesso à profissão da titularidade do grau de licenciado numa dessas áreas, obtido na sequência de um ciclo de estudos compatível com os requisitos fixados, por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da saúde e do ensino superior.

Quem já se encontrasse a exercer a profissão à data de entrada em vigor da lei, tinha um período de 180 dias para pedir a cédula profissional, período que terminou em fevereiro deste ano.

Segundo Pedro Ribeiro da Silva, cerca de dois milhões de portugueses utilizam ou recorrem às terapêuticas não convencionais.

Governo
O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, afirma que há empresas norte-americanas interessadas em investir em ‘startups’...

Este é o resultado de uma deslocação de Manuel Caldeira Cabral a Boston, nos Estados Unidos, na qual se fez acompanhar de cinco empresas portuguesas do ramo da biotecnologia para participar no Portugal Day at Mass Bio, organizado pelo Massachussetts Biotechnology Council.

Numa resposta escrita, Caldeira Cabral fez um balanço muito positivo deste evento, que “despertou um forte interesse nas empresas de Boston para investir na área da saúde em Portugal, tendo servido para divulgar os projetos das 'startups' portuguesas da área da saúde no que é o maior centro mundial de investigação e de empresas na área da saúde e biotecnologia”.

Segundo o membro do Governo, “o encontro entre as empresas portuguesas e investidores abriu ainda perspetivas para a concretização de investimentos de empresas americanas em empresas portuguesas da área da biotecnologia, havendo já empresas americanas a concretizarem e a avançar para a fase final de negociações”.

Esta foi também, segundo Caldeira Cabral, “uma oportunidade para divulgar o trabalho que está a ser feito nas universidades e hospitais portugueses e das perspetivas que se abrem de colaboração com os Estados Unidos de projetos conjuntos de valorização do conhecimento transformando-o em produtos e serviços inovadores”.

Nesta viagem a comitiva visitou ainda empresas que estão a considerar investir em Portugal, nomeadamente, na área laboratorial e de inovação, “tendo sido revelados alguns casos que podem ser concretizados já no início de janeiro, quer de entrada de capital norte-americano em empresas portuguesas, quer de segundas rondas de investimento em empresas que já contam com investimento de fundos dos Estados Unidos”, revelou o ministro da tutela.

Este evento foi organizado em parceria com o Ministério da Economia, a embaixada dos Estados Unidos em Portugal, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e a Portugal Ventures.

Deco
Deco critica linguagem técnica e a ausência de um seguro de responsabilidade civil que cubra eventuais danos ao cliente, entre...

O marketing agressivo dos bancos de criopreservação das células estaminais há muito que vem sendo denunciado, nomeadamente pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) que já em 2012 criticava as promessas de aplicações irrazoáveis propagandeadas pelos diferentes laboratórios que fazem a recolha e a criopreservação de células e tecido do cordão umbilical. Agora é a Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor que acusa aquelas empresas de apresentar contratos "abusivos" aos pais que optam pela criopreservação.

“Os contratos apresentados pelos três bancos privados analisados revelam um forte desequilíbrio entre as responsabilidades atribuídas às empresas de criopreservação e os clientes”, escreve aquela associação na revista Dinheiro & Direitos, que sai esta quarta-feira, num artigo que resulta de uma leitura à lupa dos contratos oferecidos pela Crioestaminal, Bebé Vida e Criovida. “Caso haja falhas na análise, no processamento ou na criopreservação, os bancos privados limitam-se a fazer corresponder o valor de uma eventual indemnização ao montante que os clientes pagaram pelo serviço”, exemplifica a Deco, qualificando tal prática como “claramente insuficiente”. Mais: “Os contratos nada referem quanto ao que sucede às amostras caso os bancos fechem portas, o que é inadmissível”.

Por outro lado, e além de apelar ao uso de uma linguagem mais acessível nos contratos que os pais são levados a assinar, a associação de defesa dos consumidores lembra que os bancos deviam ser obrigados a contratar um seguro de responsabilidade civil “que cubra eventuais danos causados ao cliente”. "Basta imaginar o caso de um banco que feche as portas, fazendo o cliente perder o acesso à amostra", sustenta a Deco. Nem de propósito, esta terça-feira, a Stemlab, dona da marca Crioestaminal, anunciou a compra dos ativos da Cytothera, em que se incluem as posições contratuais nos contratos entre a Cytothera e os clientes para os serviços de criopreservação do sangue e do tecido do cordão umbilical.

Entre os reparos da Deco encontra-se o facto de todas as empresas obrigarem à compra de um kit de recolha (cerca de 90 euros), pago em separado, mas não preverem qualquer reembolso caso os pais não cheguem a utilizar o kit, face à ocorrência de um aborto involuntário, por exemplo. Além disso, em caso de litígio, as empresas impõem aos clientes um determinado tribunal, obrigando os clientes de comarcas distantes a suportarem despesas de deslocação.

Perante a falta de pagamento dos pais, a Crioestaminal, por exemplo, exige receber metade das quantias devidas ou que ainda viriam estar em pagamento (os contratos são por 25 anos). "Esta imposição é abusiva. Da falta de pagamento não resultam prejuízos concretos para a empresa, já que esta pode recusar-se a prestar o serviço", conclui a Deco. Por último, se as empresas incorrerem em incumprimento, os contratos preveem apenas a restituição do dinheiro pago pelos pais. Ora, "o bem jurídico 'vida' é um conceito, por natureza, de difícil quantificação e não corresponde seguramente apenas ao valor pago pelo cliente aquando da celebração do contrato", alega a Deco, pera concluir que "em caso de litígio, será o tribunal a fixar o montante da indemnização".

Considerando ser necessário “criar legislação que regule devidamente a atividade dos bancos privados”, a Deco propõe-se fazer chegar as suas conclusões ao Ministério da Saúde e ao Parlamento. O jornal Público tentou sem sucesso obter uma reação dos responsáveis pelos laboratórios visados.

Os apelos à regulação da atividade dos bancos privados de criopreservação das células e do tecido do cordão umbilical são, de resto, antigos. Em 2012, o CNECV acusava já o recurso a estratégias de marketing “agressivas e pouco transparentes” e assentes em promessas de aplicações irrazoáveis. Em Julho passado, o presidente do CNEVC na altura em que o parecer foi emitido, Miguel Oliveira e Silva, garantia que o parecer continuava atualíssimo, e que o silêncio do Estado em torno da criopreservação das células estaminais configura uma cedência clara aos interesses dos privados.

Por estes dias, há pelo menos cinco empresas com bancos de criopreservação em Portugal (Bebé Vida, Criovida, Bioteca, Cytothera e Crioestaminal), a que se soma o Instituto Valenciano de Infertilidade, com banco em Portugal mas vocacionado para a recolha de amostras em Espanha, cuja legislação permite a conservação destas células em bancos privados mas não prevê a exclusividade, ou seja, obriga a que a amostra possa ser usada para uso universal.

Acrescem ainda pelo menos três empresas (Future Health, BebéCord e Criobaby) que fazem recolha mas recorrem a bancos externos. Enquanto a oferta privada foi ganhando força, o Lusocord, o banco público de armazenamento de células estaminais, criado em 2009 e que nos anos seguintes chegou a recolher 28.500 amostras, foi desaparecendo entre problemas de subfinanciamento e acusações de gestão danosa. A maior parte das amostras acabou invalidada, por suposta contaminação, e a atividade do banco chegou a estar suspensa.

Em 2013, Hélder Trindade, então presidente do Instituto Português do Sangue e da Transplantação, que tutela o Lusocord, , anunciou que o banco público tinha reaberto e que queria chegar ao fim desse ano com 500 amostras validadas. Já em meados de 2016, o mesmo Hélder Trindade (que se demitiu em Setembro, dias depois de a Direcção-Geral de Saúde ter permitido a dádiva de sangue por parte de homossexuais e bissexuais, alegando “razões pessoais” e foi entretanto substituído por João Paulo Almeida e Sousa) reconhecia ao PÚBLICO que o banco não passara ainda das 463 amostras criopreservadas.

No público ou no privado, as células presentes no cordão umbilical podem ser usadas no tratamento de mielomas, leucemias, linfomas e neoplasias mieloproliferativas. Atualmente está a ser investigada a sua aplicação no tratamento de problemas como diabetes, doenças cardíacas, paralisia cerebral ou autismo, mas aqui a sua eficácia não está ainda comprovada. Apesar disso, muitos laboratórios alegam que sim, na publicidade que fazem aos seus serviços. A diferença entre o público e os privados é que no primeiro a recolha é gratuita e a amostra é incluída numa base que é disponibilizada para doentes compatíveis de todo o mundo, ao passo que nos privados as famílias pagam entre 1000 e 2500 euros para assegurarem que a amostra se mantém para seu uso exclusivo por 25 anos.

Estudo
As células que saem de um tumor em formação, quando ele ainda não é sequer detetável, são mais eficazes na colonização de...

Antes de qualquer sinal ou sintoma, o cancro da mama começa a tentar espalhar-se pelo corpo. Cientistas dos Estados Unidos e da Alemanha identificaram os mecanismos de um ataque que envolve um grupo de células que avança muito cedo, quando o tumor ainda não é detetável, e inicia o processo de disseminação que culmina na formação de metástases. Segundo dois estudos publicados na mesma edição da revista Nature, estas células são mais eficientes na colonização de tecidos e órgãos distantes do que as células que migram do tumor em fases mais avançadas. Os trabalhos mostram como o ataque pode começar cedo mas também abrem as portas para novas estratégias de defesa, escreve o jornal Público.

No cancro a guerra é dura e, já se sabe, que quanto mais soubermos do inimigo mais hipóteses temos de o derrotar. Neste caso, os investigadores investigaram o cancro da mama de subtipo Her2 positivo, um dos mais agressivos e metastáticos, e perceberam que os primeiros soldados deste inimigo começam a ocupar outras zonas do corpo ainda antes de o cancro ser detetado. Após uma viagem silenciosa até outros tecidos e órgãos, estas células permanecem num estado de dormência enquanto o tumor cresce e se adensa. Os cientistas concluíram que 80% das metástases deste cancro são formadas por este tipo de células tumorais de disseminação precoce. As células que migram numa fase mais tardia, quando o cancro já se encontra numa fase mais avançada, terão afinal um papel secundário.

Estudos anteriores já tinham mostrado que o processo de metastização de um tumor, que é a principal causa de morte associada ao cancro, começava nas fases iniciais da sua formação. Porém, os mecanismos que explicam esta invasão precoce ainda estavam por esclarecer. Duas equipas – compostas por investigadores dos EUA e da Alemanha e com alguns dos mesmos autores a assinar os dois artigos – deram agora um passo em frente, desvendando alguns pormenores sobre a estratégia do cancro.

“Mostrámos que em formas muito iniciais da progressão tumoral, quando o tumor ainda nem sequer é palpável, já se pode observar disseminação das células tumorais para órgãos à distância, como os pulmões e o osso”, explica Rita Nobre, investigadora portuguesa a trabalhar na Escola de Medicina Icahn, em Nova Iorque, e uma das autoras de um dos estudos publicados na Nature, liderado por Kathryn Harper. “Estas células são muito eficientes a colonizar órgãos à distância, mas muitas vezes ficam como que adormecidas nestes órgãos por longos períodos de tempo, o que explica que alguns pacientes só apresentarem metástases mais tardiamente”, acrescenta.

Rita Nobre faz parte da equipa que identificou uma “ajuda” que estas células têm na disseminação do cancro. Assim, os cientistas mostram que a proteína Her2 consegue activar um processo de sinalização que faz com que estas células “acordem” e consigam formar metástases após um longo sono. “Os próximos passos serão perceber melhor o que mantém estas células 'adormecidas' e o que as faz 'acordar' ao fim de meses, anos ou até décadas depois do diagnóstico do tumor primário”, diz. A longo prazo, o objetivo é “desenvolver terapias dirigidas a células dormentes de forma a prevenir o aparecimento de metástases”.

Um importante fenómeno raro
“É importante acrescentar (principalmente para não criar alarmismo geral) que este fenómeno não acontece em todos os tipos de cancro, nem mesmo em todos os tipos de cancro da mama”, avisa a investigadora. É um fenómeno raro, reconhece, “mas não menos importante porque as células dormentes não respondem à maioria das terapias convencionais”.

Num outro trabalho publicado na mesma edição da Nature, uma equipa liderada por Hedayatollah Hosseini, investigador na Universidade de Regensburg, na Alemanha, e que também participou no estudo já citado, estudaram as metástases em ratinhos com cancro da mama Her2 positivo. Neste caso, os cientistas perceberam que as células que saíram de zonas com lesões que ainda tinham poucas células tumorais conseguiam migrar mais e formar mais metástases do que as que são originárias de tumores mais densos, numa fase mais avançada. Os autores deste estudo demonstraram, assim, que a hormona da progesterona desempenha um papel importante na ativação do mecanismo de migração em lesões iniciais do tumor e também na proliferação de células no cancro primário.

Num modelo animal como o rato onde se induz um cancro da mama através de uma ativação do recetor Her2, estas células tumorais de disseminação precoce são detetáveis na medula passadas apenas quatro semanas. Porém, nesta fase, as alterações nas células nas glândulas mamárias só são detetáveis através de técnicas microscópicas e os tumores primários palpáveis ainda demoram cerca de 14 semanas a formarem-se.

No comentário que acompanha estes trabalhos na Nature, Cyrus Ghajas e Mina Bissel, dois investigadores dos EUA na área do cancro e biologia (respetivamente), sublinham também que os mecanismos identificados nestes dois estudos podem não estar presentes em todos os tipos de cancro da mama ou noutros cancros. Ainda assim, consideram que estas descobertas são importantes, particularmente em cancros em que esta disseminação precoce é conhecida como é o caso do cancro da pele ou do pâncreas. “Estes estudos têm implicações significativas no que se refere a terapias preventivas”, notam, acrescentando que o “alvo” deve agora ser apontado para as propriedades que são características destas células – nomeadamente, a sua longa sobrevivência e resistência a terapias.

Em 2014/2015
Mais de dois mil casos de maus tratos e suspeitas de maus tratos a crianças e jovens foram denunciados pelos estabelecimentos...

No relatório técnico que faz a síntese das ações levadas a cabo no âmbito deste programa (que nesta última edição incluiu novos indicadores), especifica-se que foram 2060 os casos e as suspeitas de maus tratos identificados por professores ou funcionários ou elementos das equipas de saúde escolar nos estabelecimentos do ensino pré-escolar ao secundário.

O maior número de supostas vítimas foi identificado no ensino básico e, segundo o jornal Público, a região Norte foi a que mais casos de maus tratos denunciou aos núcleos de apoio a crianças e jovens em risco que estão integrados nos agrupamentos de centros de saúde.

Estes núcleos são constituídos por equipas pluridisciplinares que identificam os autores dos maus tratos, habitualmente familiares das vítimas, e tentam resolver as situações de risco, razão pela qual no relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) não são adiantados detalhes sobre os casos. “Não nos vamos sobrepor às competências destes núcleos, referenciamos para quem tem a responsabilidade de tratar desta situações”, explica Gregória von Amenn, coordenadora do Programa Nacional de Saúde Escolar da DGS.

São estes núcleos nos centros de saúde que prioritariamente têm a responsabilidade da intervenção junto dos menores em risco, ainda antes das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens e dos próprios tribunais, os quais apenas devem ser chamados a intervir quando não for possível aos primeiros atuar de forma a remover o perigo.

Escolas denunciam um quarto dos casos
No relatório da DGS enfatiza-se que, em 2014, foram sinalizados a nível nacional mais de oito mil casos de maus tratos e suspeitas de maus tratos a crianças e jovens, o que permite concluir que aproximadamente um quarto destas situações são detetadas e denunciadas pelos estabelecimentos de ensino. 

Mas o documento destaca ainda que no ano letivo 2014/2015 ocorreram 50.590 acidentes dos mais variados tipos nos estabelecimentos de ensino. Neste ano letivo, o programa abrangeu 886 mil alunos dos mais de 1,2 milhões que estão matriculados em estabelecimentos de ensino, desde o pré-escolar até ao secundário. Ou seja, 73% do total dos alunos foram alvo de ações de promoção e educação para a saúde.

O que se percebe também é que um quinto dos estabelecimentos avaliados não cumpria então “a restrição de fumar” e que ainda há queixas sobre o desrespeito da legislação do tabaco (sobre consumo em locais inadequados, falta de vigilância, etc), apesar de a situação ter melhorado substancialmente nos últimos ambos. Fica-se a saber que menos de um terço (31%) dos alunos escova os dentes na escola.

O ano letivo de 2014/2015 foi um ano de mudança no qual "se alterou o paradigma de intervenção da saúde escolar" e se mudou o seu sistema de informação, depois de ter sido assinado um protocolo de cooperação em Fevereiro de 2014 entre diretores gerais da saúde e da educação.

Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária
A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária apontou o uso do telemóvel e de outros dispositivos, como os ‘tablets’, durante a...

“Há uma série de aparelhos utilizados ao volante que tiram a atenção da estrada e são um fator de distração. Ao tirar a atenção da estrada, criam-se as condições para que haja acidentes e um agravamento do número de acidentes”, disse o presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Jorge Jacob, no final da apresentação da “Operação Festas Seguras 2016” e de uma campanha de sensibilização rodoviária.

Desde 2012 que o número de acidentes rodoviários aumenta anualmente, sendo acompanhado por uma descida dos mortos, escreve o Sapo. De acordo com a ANSR, este ano registaram-se 121.471 acidentes, mais 4.384 do que em 2015, que provocaram 424 (menos 25) e 1.952 feridos graves (menos 202).

Jorge Jacob adiantou que este fenómeno do agravamento do índice da sinistralidade “não é português”, sendo também europeu. “A nossa interpretação é que isso decorre dos maus comportamentos atuais de utilização do telemóvel ao volante” e de outros dispositivos, como ‘tablets’ e painéis que existem em muitos carros, disse.

Dados divulgados pela ANSR mostram que os tempos de reação do condutor a utilizar o telemóvel são 30 por cento mais lentos daqueles que ocorrem na condução sob o efeito de álcool com uma taxa de 0,8 gramas por litro no sangue e 50% mais lentos dos que se verificam numa situação de condução normal.

Em 2015, as forças de segurança detetaram 54.027 infrações por uso de telemóvel durante a condução. Assim, a ANSR lançou, por ocasião do Natal, uma campanha de sensibilização que vai passar nas rádios e televisões, apelando para a não utilização do telemóvel ao volante.

A campanha deste ano sensibiliza também os condutores para não conduzirem quando estão cansados e após terem ingerido bebidas alcoólicas, outros fatores de risco de acidentes.

Jorge Jacob sublinhou que Portugal “infelizmente ainda está no vermelho”, não tendo conseguido reduzir a percentagem dos condutores mortos que apresentam uma taxa de álcool acima do limite legal.

A campanha realiza-se em coordenação com as operações que a PSP e a GNR vão desenvolver durante o Natal e Ano Novo e que se traduzem num reforço da fiscalização nas vias com maior tráfego.

Presente na apresentação da “Operação Festas Seguras 2016”, o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, afirmou que vai estar no terreno um dispositivo “não só para aconselhamento e fiscalização, mas também para acompanhamento da situação”.

Destacando a importância destas campanha para a sensibilização dos condutores e da ação das forças de segurança, Jorge Gomes apelou para que os automobilistas tenham comportamentos corretos ao volante.

Sociedade Portuguesa de Cardiologia
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia quer que as escolas tenham formação prática obrigatória em suporte básico de vida e em...

Existe atualmente um protocolo com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para ser executado nas escolas, dando formação em suporte básico de vida, mas a Sociedade Portuguesa de Cardiologia considera que está aquém do necessário, atingindo uma “percentagem mínima de jovens”.

O presidente da Sociedade, o cardiologista Miguel Mendes, explicou que a ideia é que os alunos tenham formação teórica e prática sobre suporte básico de vida no 9.º e 11.º anos, que deve depois repetir-se no primeiro ano do ensino superior.

Além dos professores de Ciências e Biologia que têm já competência para ministrar a parte teórica, o especialista considera que devem ser envolvido outros docentes, como os de Educação Física, para que possam tornar-se formadores da parte prática de suporte básico de vida.

Além das manobras de suporte básico de vida, Miguel Mendes considera essencial que haja também formação para usar os desfibrilhadores automáticos externos (DAE).

Hoje, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia será ouvida na comissão parlamentar de Educação, onde irá precisamente alertar para a necessidade de melhorar o protocolo existente para dar formação de suporte básico de vida nas escolas.

O cardiologista Miguel Mendes enaltece o esforço que tem sido feito pelo INEM, mas lembra que a instituição tem meios limitados, considerando que se deve recorrer a outras escolas de ressuscitação (como as da Cruz Vermelha ou dos bombeiros).

As manobras de reanimação ou o suporte básico de vida podem evitar vários casos de morte súbita mas os especialista consideram essencial que a generalidade dos cidadãos as aprenda a aplicar.

Em Portugal haverá cerca de 10 mil pessoas por ano de morte súbita.

Estudo
Quase metade dos médicos dentistas portugueses registou um aumento de doentes nos consultórios no último ano, segundo um estudo...

As conclusões do estudo encomendado pela Ordem dos Médicos Dentistas, indicam que em 46,5 por cento dos casos houve um aumento do número de utentes e em cerca de 40 por cento registou-se uma manutenção.

Este aumento de doentes assinalado pelos dentistas ocorre depois de o setor da medicina dentária ter caído para “patamares de procura muito baixos” com a crise económica, recorda o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas.

Orlando Monteiro da Silva encara o aumento de doente com cautela e frisa que o crescimento que alguns médicos dizem sentir partiu “de um nível muito baixo”, estimando que a recuperação se fará lentamente e que demorará a atingir os níveis de procura pré-crise.

Entre os dentistas que referem aumento de doentes – cerca de metade do total – há 75% em que o crescimento foi acima dos 11%.

Quanto aos 14% dos dentistas que registaram uma quebra de doentes, a quase totalidade considera que se deve ao contexto socioeconómico do país dos últimos anos.

Uma grande parte dos profissionais (74%) tomou medidas para reverter a situação, como a introdução de facilidades de pagamento e o ajustamento dos horários de atendimento.

Os médicos dentistas dizem que geralmente os doentes aceitam os procedimentos que são propostos e quando os recusam é maioritariamente por questões financeiras.

Sobre a intensidade da atividade profissional, o estudo vem mostrar que cada médico dentista realiza 40 consultas por semana. Mas há nove por cento que dão mais de 70 consultas semanais e, no outro extremo, sete por cento que dão menos de 10 consulta a cada semana.

Estudo
Uma equipa de investigadores internacional, incluindo o português Sandro Alves, descobriu as potencialidades de uma proteína no...

A proteína é a interleucina-2, que estimula os linfócitos T reguladores, células do grupo dos glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo contra agentes agressores, e "cuja função é controlar a inflamação, que contribui para degenerescência", como a doença de Alzheimer, explicou Sandro Alves.

O investigador, atualmente diretor para a investigação pré-clínica na empresa Brain Vectis, em França, participou no estudo, publicado na revista Brain, na qualidade de pós-doutorando do Instituto Nacional da Saúde e da Investigação Médica de França.

De acordo com Sandro Alves, a interleucina-2, que "revelou uma eficiência terapêutica no cancro e nas doenças autoimunes, pode ter um potencial para tratar doenças degenerativas como a de Alzheimer".

Os cientistas induziram, em ratinhos geneticamente modificados, e com a doença, a expressão da proteína e verificaram que os roedores melhoraram a sua memória, de curto e longo prazo, depois de sujeitos a testes de comportamento.

Posteriormente, detetaram nos cérebros dos ratinhos, após a sua morte, "uma ligeira diminuição" do número de placas amiloide (depósitos de proteínas que bloqueiam os neurónios, as células do sistema nervoso). Estas placas são típicas da doença de Alzheimer.

Em simultâneo, confirmaram a ativação de uma população de células do cérebro, os astrócitos, que têm a capacidade de remover as placas amiloide, esclareceu Sandro Alves.

A equipa verificou, igualmente, que, depois de 'injetada' a interleucina-2, através de um vírus, a expressão dos linfócitos T reguladores foi ativada no cérebro.

Os ratinhos incluídos na experiência, que não expressavam propositadamente a proteína, apresentavam dificuldades de aprendizagem e memorização, um dos sintomas da Alzheimer, tendo-lhes sido induzida a expressão da interleucina-2, ao fim de oito meses, quando a doença estava "em marcha". Os roedores foram observados passados cinco meses.

Um outro sintoma da doença de Alzheimer é, adiantou o investigador Sandro Alves, uma "certa deficiência" nas sinapses, nas "conexões entre neurónios".

Num segundo grupo de ratinhos geneticamente modificados, os investigadores observaram, mediante testes de eletrofisiologia (análise das propriedades elétricas nas células), que, após a 'injeção' de interleucina-2, os animais "melhoraram as sinapses, em termos da sua estrutura e função", assinalou.

A equipa de cientistas estudou, também, a expressão da proteína em tecidos cerebrais de pessoas que morreram com a doença de Alzheimer e de causas naturais, e constatou que a proteína se encontrava "diminuída em cerca de 50 por cento" nos doentes de Alzheimer.

A investigação foi conduzida em colaboração com os laboratórios dos cientistas David Klatzmann e Natalie Cartier-Lacave.

A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, caraterizada por "deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas", como a memória, a atenção, a concentração, a linguagem e o pensamento, refere, no seu portal na internet, a Alzheimer Portugal - Associação Portuguesa de Familiares e Amigos dos Doentes de Alzheimer.

A patologia, associada ao envelhecimento e sem cura, deve o seu nome ao psiquiatra alemão Alois Alzheimer (1864-1915), que a descreveu pela primeira vez.

Nos Açores
Os serviços públicos de Saúde nos Açores já administraram, gratuitamente, este ano, a vacina antigripal a 18 mil pessoas, tendo...

A diretora regional da Saúde, Tânia Cortez, citada numa nota de imprensa do executivo regional, adiantou que cerca de 44% dos grupos considerados de risco já procederam à toma da vacina na região, mas o objetivo é "atingir os 60% da população alvo”.

Tânia Cortez falava à margem de uma ação de sensibilização no Centro de Saúde de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, informando que se estima que o pico de contágio nos Açores ocorra em fevereiro de 2017.

Segundo disse a responsável, estão integrados nos grupos de risco, utentes com mais de 65 anos, utentes institucionalizados em lares e redes de cuidados continuados e utentes com doenças crónicas.

Tânia Cortez salientou que ainda há desconhecimento e mitos associados à vacinação, tendo também aderido à toma desta vacina para desmistificar preconceitos.

Além de gratuita, a vacinação contra a gripe sazonal está disponível nas unidades de cuidados de saúde primários do arquipélago.

No território continental assistiu-se a um aumento de casos de gripe na primeira semana de dezembro, sendo o vírus dominante - AH3 - uma das estirpes contempladas na vacina.

No Algarve
O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica, Luís Meira, admitiu que existe um défice de técnicos no Algarve, mas...

Luís Meira reagia desta forma às declarações do presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, em que alertava para a possibilidade de o serviço do INEM entrar em rutura, por falta de profissionais e exaustão das equipas que estão a fazer horas extraordinárias nas ambulâncias de Faro e Olhão.

Em declarações, Luís Meira disse ser “verdade que existe algum défice de técnicos relativamente àquilo que deveria existir neste momento”, no dispositivo do INEM no Algarve.

Contudo, salientou, “também é verdade que os técnicos que existem” têm “conseguido assegurar o dispositivo”, graças à sua “grande dedicação” e esforço.

Luís Meira lembrou que este dispositivo teve um reforço de meios no verão, “permitindo desta maneira corresponder àquilo que são as necessidades de socorro na região”.

Inclusive, “sempre que necessário, nós temos recorrido” a técnicos de outras regiões, nomeadamente de Lisboa, para poder assegurar os meios que estão em funcionamento.

Esta situação “reflete o esforço que o instituto tem feito para garantir o socorro e assistência médica pré-hospitalar à população da região”, sublinhou Luís Meira.

Relembrou ainda o anúncio muito recente da “reativação da delegação regional do Algarve”, para “garantir uma melhor operacionalidade nesta região”.

Questionado sobre quando estará operacional, o presidente do instituto avançou que deverá ser “nos primeiros meses de 2017”.

Neste momento, “estamos a trabalhar” na alteração dos estatutos do INEM para poder acolher, entre outras, esta alteração, que “vem corrigir uma decisão tomada em 2012” e que provocou a redução da capacidade operacional do INEM na região.

“A atual tutela e o Governo assumiram claramente este compromisso de reverter uma decisão que não terá sido a mais adequada e que veio levantar algumas dificuldades ao INEM”, sustentou.

O autarca de Faro enviou um ofício ao ministro da Saúde pedindo a resolução urgente da situação, seja por via de autorização do Instituto Nacional de Emergência Médica para contratar mais profissionais ou com o reforço das equipas através de transferência de profissionais de outros locais do país.

“A subsistência desta situação coloca em risco a assistência médica de urgência e discrimina negativamente os farenses”, lê-se no ofício enviado ao ministro da Saúde, divulgado pela Câmara de Faro.

Estudo
A estrutura do cérebro das mulheres é alterada com a gravidez, talvez de forma irreversível. Investigadores registaram uma...

Qualquer mulher que tenha estado grávida sabe que o seu organismo passou por uma revolução. As mudanças hormonais, a transformação física e todas as adaptações biológicas no corpo que gera um novo ser. E o cérebro? Também muda, assegura uma equipa de cientistas que avaliou, pela primeira vez, a estrutura cerebral de um grupo de mulheres antes e depois da primeira gravidez. Não se sabe ainda se as alterações são irreversíveis, só se sabe que, passados dois anos, o cérebro de uma mãe não voltou ao que era antes. 

Um grupo de investigadores, liderado pela Unidade de Investigação de Neurociência Cognitiva da Universidade Autónoma de Barcelona (Espanha), recolheu dados durante cinco anos e quatro meses de um grupo de 25 mulheres que ficaram grávidas pela primeira vez e 20 mulheres sem filhos. Os investigadores, que publicaram um artigo na revista científica Nature Neuroscience, também analisaram os cérebros de 19 homens que foram pais pela primeira vez (companheiros das mulheres grávidas do estudo) e de 17 sem filhos. Todos os participantes no estudo foram sujeitos a várias ressonâncias magnéticas, escreve o jornal Público.

No cérebro dos homens, que parece ser imune à paternidade, não foram registadas alterações. Porém, o estudo revela que, numa primeira gravidez, as mulheres sofrem reduções significativas de matéria cinzenta em regiões que estão associadas à cognição social. O que – espere, antes de fazer conclusões precipitadas – não significa qualquer tipo de declínio das funções mas antes uma “sintonização” e reorganização dos circuitos neuronais que otimizam o cérebro para melhor desempenhar a tarefa de ser mãe.

Nos exames, observou-se uma “redução simétrica no volume da matéria cinzenta na zona medial frontal e posterior do córtex e também em regiões específicas, sobretudo, do córtex pré-frontal e temporal”, refere o comunicado de imprensa sobre o estudo. Os investigadores sublinham que existe uma notável sobreposição das alterações da gravidez com a rede que está associada à teoria da mente, que nos permite perceber o que os outros pensam e sentem.

“Acreditamos que as mudanças observadas concedem uma vantagem adaptativa na transição para a maternidade, por exemplo, facilitando a capacidade da mãe para perceber as necessidades do seu filho”, explica ao jornal Público Susanna Carmona, investigadora na Universidade Autónoma de Barcelona e uma das autoras do artigo. Estas mudanças nas mulheres fazem parte, defendem os cientistas, de um processo de adaptação e de especialização funcional para o momento especial da maternidade.

“As mudanças neuroanatómicas localizadas em algumas das regiões do cérebro destas mulheres mostraram, por exemplo, uma resposta neuronal mais forte aos seus filhos no período pós-parto”, refere a investigadora. E aí reside, talvez, uma das mais importantes implicações deste estudo, que, segundo Susanna Carmona, poderá ajudar a perceber melhor “a fisiologia patológica de distúrbios como a depressão pós-parto, podendo ajudar a prevenir e tratar esta desordem no momento certo”.

Adolescência, outra vez
Esta capacidade de sintonizar o cérebro para novos desafios, tornando-o mais apto, não é exclusiva do momento da maternidade. Nos cérebros destas mulheres, “as sinapses fracas são eliminadas abrindo caminho para redes neuronais mais especializadas e eficientes”, refere a investigadora, adiantando que este “mecanismo de ‘poda sináptica’ também ocorre durante a adolescência”. Assim, a reorganização – visível nas reduções de volume de algumas regiões do cérebro – acontece na fase de adolescência quando o cérebro apura as suas funções cognitivas e também, como se prova agora, com a maternidade.

“Sabe-se que as hormonas sexuais (esteroides) regulam a morfologia neuronal e provocam, nomeadamente na adolescência, alterações no cérebro. Por isso, não é surpreendente que os níveis hormonais sem paralelo da gravidez também o façam”, nota Susanna Carmona.

Mas a conclusão de que o cérebro muda com a gravidez pode apenas significar a confirmação de uma suspeita para muitas mães. Muitas mulheres, admite a investigadora ao PÚBLICO, queixam-se de um aumento da distração e défices de memória durante a gravidez. E Susanna Carmona sabe bem do que estas mulheres falam. A cientista e outras duas das principais autoras do artigo engravidaram durante esta investigação. Porém, e apesar de partilhar este sentimento, sublinha que os estudos que associam a gravidez a alterações na memória ou outras funções cognitivas são inconsistentes.

“No nosso estudo, não observámos qualquer impacto cognitivo nas medições que fizemos.” Aliás, sublinha a cientista, nas investigações em modelos animais (ratinhos, por exemplo) o impacto hormonal da gravidez no cérebro conduz a uma emergência dos comportamentos maternais mas também a melhorias persistentes da memória espacial, para encontrar comida e capturar as presas. Ainda assim, Susanna Carmona considera que seria interessante estudar “até que ponto estes problemas não são causados por reduções de memória, mas antes por uma mudança da atenção da futura mãe para estímulos e pensamentos sobre o bebé em prejuízo de outras coisas externas, que não têm a ver com a maternidade”.

Por fim e não menos importante: as mudanças observadas no cérebro das mães são irreversíveis? Além dos exames feitos antes e depois da gravidez, os investigadores fizeram mais uma sessão de ressonâncias magnéticas dois anos depois do parto. “Vimos que, nessa altura, as mudanças ainda continuavam lá”, diz a investigadora, que conclui: “Neste momento, não sabemos se os cérebros destas mães vão algum dia regressar ao seu estado original, o que é altamente improvável, mas para saber isso será necessário vigiar os seus cérebros nos próximos anos.”

Governo
Despacho do Governo, que surge após investigação, deverá ser publicado esta semana. Octapharma, cujo ex-administrador foi...

Os hospitais públicos vão ser obrigados a recorrer, primeiro, ao Instituto Português de Sangue e Transplantação (IPST) para se abastecerem de plasma e derivados do sangue. O Ministério da Saúde quer regulamentar, por despacho, o negócio do plasma, que em Portugal continua a ser dominado pela multinacional Octapharma, criando alternativas para que o país deixe de estar dependente de empresas estrangeiras, apurou o jornal Público.

Mas vai ser necessário um período de transição para que o IPST seja dotado de condições para fazer o tratamento de todo o plasma dos dadores portugueses, o que passa pela inativação do produto (processo para o tornar seguro). No despacho que será publicado esta semana, a tutela vai ainda criar uma comissão de acompanhamento, que terá representantes do IPST e de associações de doentes e de dadores.

O negócio do plasma (um componente do sangue) ficou sob os holofotes depois de Paulo Lalanda e Castro, ex-administrador da Octapharma, ter sido detido na quinta-feira por alegada corrupção no âmbito da Operação O negativo. A investigação do Ministério Público por suspeitas de favorecimento da multinacional já tinha levado, na terça-feira, à detenção do ex-presidente do INEM e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Cunha Ribeiro, que ficou em prisão preventiva. Cunha Ribeiro presidiu ao júri do concurso que deu o monopólio do fornecimento do plasma à Octapharma (lançado em 2000 e adjudicado no ano seguinte). Foram ainda constituídos arguidos dois advogados e uma farmacêutica que foi dirigente da Associação Portuguesa de Hemofilia.

O negócio do plasma e derivados do sangue é muito rentável: só entre 2009 e Setembro deste ano, a Octapharma ganhou mais de 250 milhões de euros com a venda a hospitais públicos, indicam os dados da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed). Os números dos anos anteriores a 2009 - em que esta multinacional farmacêutica detinha o monopólio - não estão disponíveis.

Octapharma teve monopólio durante vários anos
O monopólio da Octapharma manteve-se durante vários anos, apesar de o concurso inicial ter um prazo de validade de apenas três anos. O ex-secretário de Estado da Saúde Francisco Ramos admitiu ao jornal Público que assinou alguns despachos para prorrogar o concurso por mais um ano. O ministério, explicou, "estava preso na armadilha de haver poucos especialistas" nesta área e, se o concurso não fosse prorrogado "os hospitais ficavam sem plasma". A situação manteve-se assim até que, em 2008, outro secretário de Estado, este adjunto do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, acabou com a centralização da compra, permitindo, por despacho, que os hospitais passassem a fazer aquisições individuais.

Ao jornal Público, Manuel Pizarro assegurou que tomou esta decisão para acabar com “o monopólio” da Octapharma em Portugal. Ao remeter para os hospitais públicos a decisão da compra, abriu todavia a porta a que pudessem ser feitos ajustes diretos, mas lembra que a Octapharma perdeu "cerca de um quarto da quota". Apesar disso, não conseguiu “grande coisa em relação aos preços” praticados pela meia dúzia de empresas que disputam este mercado em Portugal. Os preços mantiveram-se elevados, reconhece.

Os dados do Infarmed indicam, de facto, que a quota de mercado da Octapharma diminuiu substancialmente: se, em 2009, o valor global das vendas da multinacional ao Serviço Nacional de Saúde ascendeu a 51,3 milhões de euros, em 2015, desceu para 22,8 milhões de euros. Mesmo assim, a multinacional continua a liderar este negócio que nos primeiros nove meses deste ano custou ao Estado 37 milhões de euros. Em 2015, os gastos totais ascenderam a 47,7 milhões de euros.

Mais concursos
O sangue doado divide-se em eritrócitos, plaquetas e plasma. Os dois primeiros são aproveitados, mas o plasma dos nossos dadores, uma espécie de sopa de proteínas muito valiosa e que salva vidas, acaba por não ser aproveitado em Portugal, que o compra a empresas estrangeiras, sobretudo à Octapharma.

Em 2013, o Instituto Português de Sangue e Transplantação começou a inativar (tratar para garantir a segurança) o plasma dos dadores através de um método próprio mas apenas distribuiu aos hospitais 1600 unidades, segundo adiantou ao jornal Público. Quanto ao outro método de inativação (por solvente detergente), esse permitiu já distribuir 16 mil unidades aos hospitais, mas, como a Octapharma é a única empresa que detém esta metodologia, o produto teve mais uma vez de ser adquirido à empresa líder de mercado. Os especialistas preferem adquirir este último, alegando que é mais seguro.

O plasma pode ser inativado para ser administrado diretamente aos doentes ou fracionado para se retirarem componentes para produzir medicamentos que são usados nos tratamentos a doentes queimados e no âmbito de várias doenças, como a hemofilia, infeção VIH/Sida, cancros Estes últimos medicamentos são muito caros. 

Atualmente, o IPST tem cerca de 120 mil unidades de plasma armazenadas nas câmaras frigoríficas a aguardar pelo concurso do fracionamento. Aprovado em 2015, o Programa Estratégico de Fracionamento de Plasma Humano previa que até Outubro desse ano estaria concluído o concurso para escolher a empresa que se vai encarregar desta tarefa. 

A mOperação O negativo acabou por dar empurrão decisivo ao procedimento que vai permitir que Portugal possa aproveitar cabalmente o plasma dos nossos dadores de sangue e não ficar completamente dependente de fornecedores estrangeiros. O atual secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, disse na sexta-feira que o Governo estava a preparar o concurso público (já anunciado há mais de um ano) para selecionar a empresa que vai tratar o plasma desperdiçado em Portugal, especificando que o que está a ser feito é "uma negociação privilegiada entre concorrentes”. Confrontado com as suspeitas de que houve um favorecimento da Octapharma neste negócio, o governante disse apenas que o monopólio daquela empresa se prolongou devido a “controvérsias técnicas”.

Portugal entre os países europeus com maior número de crianças obesas
A obesidade infantil é atualmente considerada a pandemia do século XXI, sendo a segunda principal causa de morte que se pode...

Com inscrições abertas até 18 de janeiro, o curso dirige-se a profissionais de saúde de diferentes áreas pois, segundo Ana Isabel Lopes, que juntamente com Fernando Coelho Rosa coordena o curso, “esta pós-graduação destina-se tanto a pediatras como a médicos de medicina geral e familiar, obstetras, nutricionistas, enfermeiros e farmacêuticos, tendo como principal objetivo a promoção da saúde e do bem-estar geral da criança e da sua família, pretendendo não só alargar o conhecimento e as medidas práticas em aspetos mais especializados, como também promover o desenvolvimento da investigação clínica nesta área da saúde”.

O corpo docente desta pós graduação conta com uma vasta experiência clínica e um grande conhecimento académico que, no decorrer do curso, será partilhado em temas como: a nutrição materno-infantil, avaliação e intervenção em idade pediátrica, nutrição da infância à adolescência e risco nutricional e nutrição na doença pediátrica.

Mais informações http://www.ics.lisboa.ucp.pt/site/custom/template/ucptpl_fac.asp?SSPAGEID=975&lang=1&artigoID=3151

Instituto Nacional de Estatística
O consumo diário de álcool entre a população residente com mais de 15 anos é maior nas áreas rurais, enquanto o consumo de...

De acordo com informação dos Anuários Estatísticos Regionais de 2015, hoje publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e que integra dados do Inquérito Nacional de Saúde, efetuado em 2014 em todo o território nacional, um em cada quatro portugueses (2,1 milhões, 24,2% da população) referiu consumir diariamente bebidas alcoólicas.

As regiões Norte (30,3%) e Centro (24,8%) são as únicas que apresentam valores acima da média nacional, enquanto os Açores (13,6%) e Madeira (10,4%) são as regiões que apresentam valores mais baixos de consumo diário de bebidas alcoólicas na população com 15 ou mais anos.

Os homens residentes em áreas predominantemente rurais (45%) e áreas mediamente urbanas (41,7%) são os que mais bebem álcool diariamente, percentagem que nas áreas predominantemente urbanas cai para os 36%.

Já entre as mulheres, o consumo diário de álcool é maior nas áreas mediamente urbanas (14,1%) e nas áreas rurais (12,9%), não ultrapassando os 11% nas áreas urbanas.

O consumo diário de tabaco incidia, em 2014, sobre 16,8% (1,5 milhões) da população residente com 15 ou mais anos, sendo que os maiores fumadores diários são homens residentes em zonas predominantemente urbanas.

Em termos regionais, fuma-se mais nos Açores (23,3%), no Algarve (20,7%), na Área Metropolitana de Lisboa (18,7%) e no Alentejo (18,3%), regiões com valores acima da média nacional.

Norte (15,3%) e Centro (15%), as regiões com maior consumo diário de álcool, são, ao invés, aquelas onde os portugueses ali residentes menos fumam diariamente.

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