Diabetes
Portugal vai participar no maior estudo mundial sobre as necessidades das pessoas com diabetes que analisa atitudes, desejos e...

Trata-se do estudo “Dawn2”, uma investigação mundial que envolve mais de 15 mil pessoas de 18 países e vai contar pela primeira vez com a participação de Portugal, o que “faz todo o sentido”, tendo em conta que “é o país da Europa com a mais alta prevalência de diabetes”, segundo o diretor clínico da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), João Raposo.

O estudo arranca sábado e, em Portugal, será conduzido pela APDP.

“Os resultados do estudo serão usados para identificar formas de melhorar a assistência e o apoio a pessoas com diabetes e às pessoas que lhes são próximas”, adiantou João Raposo.

Os resultados do “Dawn2”, referentes a 17 países (Argélia, Canadá, China, Dinamarca, França, Alemanha, India, Itália, Japão, México, Holanda, Polónia, Rússia, Espanha, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos da América), mostram que “a doença tem um impacto negativo em vários aspetos do quotidiano e na qualidade de vida das pessoas com diabetes e dos seus familiares”.

“A educação desempenha um papel vital para melhorar a condição e a qualidade de vida das pessoas com diabetes”, adiantam os resultados do estudo já conhecidos e ainda sem a participação de Portugal.

Outra conclusão já conhecida é que “cerca de metade dos participantes do estudo nunca frequentaram um programa educacional”.

O Dawn2 revelou que uma em cada cinco pessoas com diabetes já se sentiram discriminados devido à sua condição.

Prémio Iniciação à Investigação
Adriana Vieira, da Universidade do Minho, criou um modelo matemático capaz de prever o número diário de pacientes que recorre...

O projeto valeu a Adriana Vieira o “Prémio Iniciação à Investigação”, que será atribuído pela Sociedade Portuguesa de Estatística esta segunda-feira, dia 28, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

No âmbito desta investigação, já foi desenvolvido um software que está em fase de testes no Hospital de Braga para implementação futura. Concluiu-se que o número de pacientes admitidos nas urgências tem vindo a aumentar ao longo do tempo.

As entradas nas urgências variam consoante o dia da semana, o mês do ano e o facto de um determinado dia ser feriado ou não. “O número de admissões tem o seu pico à segunda-feira, decrescendo durante a semana. Regista-se menos afluência em dias de feriado. Nos serviços de urgência geral e obstétrica, as admissões são mais frequentes nos meses quentes, ao contrário do que acontece com a pediatria”, afirma a jovem de 22 anos, natural de Vieira do Minho (Braga).

A análise dos dados fornece dados relevantes para o bom funcionamento de estruturas hospitalares, como a quantidade de profissionais de saúde ou de camas necessárias em determinado dia da semana ou época do ano. Este modelo matemático é pioneiro a nível nacional, destacando-se pela capacidade de prever em tempo real e de forma dinâmica a informação pretendida.

Inovação premiada

O “Prémio Iniciação à Investigação” distingue anualmente os melhores trabalhos desenvolvidos em Probabilidades e Estatística, no âmbito de dissertações de mestrado. “Este galardão representa uma recompensa pela dedicação no desenvolvimento deste estudo. Reconhece também a qualidade do ensino da UMinho e o trabalho de cooperação desta instituição com entidades externas de referência”, afirma Adriana Vieira.

O trabalho “Modelação de Admissões e Internamentos na Urgência do Hospital de Braga” contou com a coordenação de Inês Sousa, professora da Escola de Ciências da UMinho, e Sónia Dória, diretora de produção do Hospital de Braga.

 

Excesso de carga horária laboral
Em Portugal, ao contrário do resto da Europa, trabalha-se cada vez mais horas, especialmente quadros e chefias, e o fenómeno...

O aumento da permanência no local de trabalho tem vindo a aumentar e isso tem implicações na saúde, aumentando a hipertensão, as doenças cardiovasculares ou a diabetes, mas também os casos de depressão, ansiedade e insónia, disse o especialista à Lusa.

Pedro Afonso é o orador num debate organizado hoje pela Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), sobre o tema "O impacto do excesso de carga horária laboral na saúde psíquica e na vida familiar".

Professor de psiquiatria na Faculdade de Medicina de Lisboa, no Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica e na AESE-Business School, Pedro Afonso cita um estudo desenvolvido na Escola de Negócios segundo o qual 53% dos inquiridos trabalhava mais do que a carga horária média.

A AESE é a primeira "Business School" de Portugal e dedica-se à formação específica em direcção e gestão de empresas. Segundo Pedro Afonso para o estudo foi utilizada o critério da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que indica as 48 horas por semana como máximo, sendo que a maioria dos portugueses inquiridos trabalhava 54.

"Parece ser um fenómeno cultural português e em todas as profissões. De tal maneira que quem não fica mais horas a trabalhar é censurado, quer pelos seus pares quer pelas chefias", disse.

Ainda citando o estudo, que será divulgado em breve, são os cargos de chefia que mais trabalham, "pelo que o fenómeno é transmitido de cima para baixo".

E dos inquiridos, disse Pedro Afonso, "11% tomava ansiolíticos e antidepressivos, o que é muito tendo em conta que a média etária rondava os 40 anos". Uma situação, acrescentou, "que talvez explique porque é que Portugal é o principal consumidor per capita de psicotrópicos"

O psiquiatra compara o fenómeno a uma "nova escravatura", porque acaba por destruir a família ("o escravo era o que não tinha direito a constituir família"), já que "o excesso de carga horária aumenta o risco de divórcio". E depois, adiantou, "como os escravos, o excesso de trabalho coloca em risco a saúde a própria vida".

Pedro Afonso defendeu ainda que as novas tecnologias não vieram reduzir a carga horária mas que pelo contrário "invadiram a vida privada" e que a "pressão vertical" para se trabalhar mais é "cada vez maior", dando como exemplo as sociedades de advogados, onde por norma se trabalha horas a mais.

"Hoje é mal visto quem sai a horas. Não interessa a produtividade. Nos países nórdicos trabalham menos e não consta que tenham menos produtividade. Estar presente não está obrigatoriamente relacionado com o aumento da produtividade", disse.

Ao contrário, acrescentou o psiquiatra, o cérebro tem limites e com o aumento das horas de trabalho o rendimento diminui e aumenta a probabilidade de erro. E também é comprometida a qualidade de vida e uma adequada conciliação entre o trabalho e a família.

 

Estudo revela
A população da União Europeia (UE) vive cada vez mais anos, mas nem sempre com boa saúde, conclui um relatório conjunto da OCDE...

"Temos que investir na vida das pessoas e no capital humano, na educação e no desenvolvimento de habilidades, e também na saúde e na assistência", destacou o comissário europeu de Saúde, Vytenis Andriukaitis, em conferência de imprensa. "Não devemos ver esta despesa como inevitável, mas como um investimento no futuro", acrescentou.

O envelhecimento da população e o aumento das doenças crónicas, assim como os limites orçamentais, fazem com que seja "necessário" que haja uma mudança no fornecimento de assistência médica, afirma a Comissão, baseando-se no relatório realizado com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre a situação da saúde e o acesso aos cuidados médicos na Europa.

A proporção de pessoas com mais de 65 anos na União Europeia passou de menos de 10% em 1960 para cerca de 20% em 2015, e pode chegar a 30% em 2060, de acordo com as projeções.  Em 18 estados do bloco (só um do leste, a Eslovénia), a esperança média de vida é superior a 80 anos. Porém, isso nem sempre é sinal de boa saúde, visto que na União Europeia há cerca de 50 milhões de pessoas com doenças crónicas, indica o relatório.

Além disso, cerca de meio milhão de europeus em idade ativa morrem todos os anos por doenças crónicas, o que gera perdas de cerca de 115 mil milhões de euros. Os gastos de saúde na União Europeia representam 9,9% do PIB em 2015, em comparação com 8,7% em 2005.

Andriukaitis lamenta ainda que "um grande número de pessoas morram a cada ano por doenças evitáveis relacionadas com fatores de risco como o tabaco ou a obesidade".

Na União Europeia, uma em cada cinco pessoas é fumadora, e 16% dos adultos são obesos, em comparação com 11% em 2000.  A obesidade, tal com o consumo excessivo de álcool, são problemas cada vez mais comuns na Europa, a região onde mais se consome álcool no mundo, indica o relatório.

Desigualdades entre estados

"Ainda há muito para fazer para reduzir as desigualdades em matéria de acesso aos cuidados de saúde e da qualidade destes", afirma Angel Gurría, secretário-geral da OCDE.

A duração média de um internamento hospitalar passou de 10 dias em 2000 para oito dias em 2014. Em alguns tratamentos, as diferenças entre os países continuam a ser significativas.

Após um ataque cardíaco, por exemplo, os pacientes permanecem internados, em média, menos de cinco dias na Bulgária, Dinamarca, Suécia e Eslováquia, em comparação com os 10 dias da Alemanha. Estas diferenças também refletem as variações nas práticas hospitalares e nos sistemas de pagamento, segundo o relatório.

No Reino Unido, Alemanha, Holanda e Eslováquia, predomina o uso de medicamentos genéricos, que representam mais de 70% dos produtos vendidos. Na Itália, Luxemburgo e Grécia, esta taxa é de menos de 20%. Em quatro países - Chipre, Grécia, Bulgária e Roménia - mais de 10% da população não tem cobertura médica básica.

Contração involuntária da musculatura origina pressão desnecessária
Com a chegada dos dias mais frios e a aproximação do inverno, aumentam os primeiros sintomas de dores musculares, de...

“Quando saímos à rua e sentimos frio, todos temos tendência a ‘encolher’ o corpo, levantar os ombros e projetá-los para a frente e, muitas vezes, para permanecer longos períodos nessa mesma posição que repetimos várias vezes ao dia. A pressão provocada sobre a coluna e articulações é desnecessária e responsável por que as mesmas fiquem ‘doridas’ ao final da jornada de trabalho, contribuindo para dores de costas mais regulares”, introduz Luís Teixeira, médico ortopedista e presidente da Associação Portuguesa Spine Matters. 

A circulação sanguínea mais fraca, também resultado deste tipo de contração do corpo, poderá ainda originar uma desacelaração do metabolismo, diminuição da força e da massa muscular, limitação articular e até uma maior dificuldade na realização de alguns movimentos que exijam uma maior flexibilidade. “A não correção de algo que assumimos como natural e que nem sempre associamos às dores consequentes, tem impacto em todos estes pontos do nosso organismo e conduz, inclusive, a alterações posturais mais prolongadas, que irão manter todas estas reações”, continua o especialista em ortopedia que salienta que são precisamente as pessoas menos ativas a sofrer ainda mais,”idosos, pessoas com doenças degenerativas como artrites e artroses, pessoas com fraturas ou recém-operadas.”  

Para prevenir e combater este tipo de condição, Luís Teixeira recomenda a realização de alguns exercícios de alongamento diário, numa repetição matinal e nocturna de 5 minutos mínimos em cada, como o espreguiçar. Para quem treina, e que tem tendência também a reduzir a intensidade no inverno, a recomendação é clara: “No inverno, devemos continuar a treinar. O facto de nos mantermos ativos, e o mais possível, é fundamental para evitar lesões. Além disso, os alongamentos ativam a circulação”, explica o médico que recomenda também que as pessoas se movimentem “já que assim irão estimular a produção de líquido sinovial, responsável pela lubrificação das articulações” e que mantenham as extremidades do corpo aquecidas, nomeadamente o pescoço, de forma a prevenir contraturas musculares. 

 

 

Métodos de contraceção
A grande maioria das portuguesas em idade fértil (94,1%) utiliza um método contracetivo para evitar uma gravidez não desejada....

Mas, segundo a “Avaliação das Práticas Contracetivas das Mulheres em Portugal”, desenvolvida pela Sociedade Portuguesa da Contracepção e pela Sociedade Portuguesa de Ginecologia em 2015, apesar da maioria das mulheres (58%) utilizar pílula como contracetivo regular, cerca de 22% destas admitem que se esquecem de tomar a pílula todos os ciclos ou mais de uma vez por mês. E, das mulheres que se esquecem, 38% refere que não faz absolutamente nada para evitar uma gravidez.

Quando analisamos a utilização do preservativo, os dados são semelhantes. De acordo com o relatório português do Estudo Health Behaviour in School-aged Children 2014, coordenado internacionalmente pela Organização Mundial de Saúde, 21,6% dos jovens portugueses afirmam não ter utilizado preservativo na primeira relação sexual e 20,3% na última relação sexual, apontando para isso várias razões, entre as principais não ter pensado nisso, não ter o preservativo consigo, o facto de ser um método caro ou de estarem alcoolizados no momento do ato. Um outro estudo, desenvolvido por uma marca de preservativos, aponta que cerca de 40% dos jovens sexualmente ativos na faixa etária dos 16-24 anos afirmou ter relações sexuais com mais do que uma pessoa sem preservativo e 61% não costuma sequer pensar em preservativos até ao momento em que precisa de um.

Para Teresa Bombas, médica especialista em ginecologia e obstetrícia e presidente da Sociedade Portuguesa da Contracepção (SPDC), “a utilização inconsistente dos métodos contracetivos é arriscada e deve ser evitada. Os jovens tem um índice de fertilidade muito elevado e têm a ideia de que se encontram protegidos, mas é uma falsa perceção, a possibilidade de uma gravidez não planeada ou de uma doença sexualmente transmissível, essa sim, é muito real. É por isso, essencial alertar que só um uso correto da contraceção permite reduzir o risco de falha do método e, consciencializar que, caso haja uma falha, existe ainda a possibilidade de fazer contraceção de emergência, para evitar uma gravidez não desejada e o recurso ao aborto”.

Contraceção de Emergência – uma segunda oportunidade quando algo corre mal

Quando uma mulher não quer engravidar, preocupa-se com uma possível falha na sua contraceção regular. Por isso, é importante que saiba que, perante, por exemplo, o esquecimento da toma da pílula contracetiva, retenção ou rotura ou não utilização do preservativo tem uma segunda oportunidade – a pílula de emergência, que pode adquirir de forma simples e sem receita na farmácia.

No mesmo estudo, conclui-se que as portuguesas conhecem já a pílula de emergência, uma vez que a quase totalidade das inquiridas no estudo – 87% - refere conhecer este método contracetivo de emergência1. Mas, quando se analisa a utilização deste método, verificamos que apenas 17% das mulheres sexualmente ativas que afirma conhecer este método já tiveram de recorrer a ele para evitar uma possível gravidez não desejada1. E as utilizadoras são, essencialmente, as mulheres mais jovens, que ainda não querem constituir família.

A pílula do dia seguinte deve ser tomada o mais rapidamente possível após uma relação sexual não protegida ou uma falha no método contracetivo utilizado. EllaOne® (acetato de ulipristal) representa um avanço na contraceção de emergência. Atua no bloqueio temporário da ovulação, inclusivamente no momento de maior risco de gravidez (a meio do ciclo menstrual da mulher) e com uma eficácia mantida até 120 horas após a relação sexual 6 , ou seja, o tempo de vida que os espermatozoides permanecem vivos no aparelho reprodutor feminino, impedindo assim que óvulo e espermatozoides se encontrem e que a gravidez ocorra.

Universidade do Colorado
Os fumadores têm um risco muito maior do que os não fumadores de morrer por qualquer causa. Mas se também sofrem de diabetes,...

Não há qualquer dúvida que fumar é muito prejudicial para a saúde – dos fumadores e de quem os rodeia.

O tabagismo é, como avisam inúmeros estudos e especialistas, o primeiro fator de risco para sofrer uma morte prematura. Mas este risco pode agravar-se bastante quando o fumador tem uma doença crónica associada.

É o caso das pessoas portadoras de VIH, para as quais fumar encurta mais a esperança de vida do que o próprio vírus. O mesmo acontece com a diabetes. Um estudo realizado pela Universidade do Colorado, em Denver nos Estados Unidos, mostra que o risco de morrer por qualquer causa na população fumadora, já por si elevado, chega a duplicar em caso de diabetes, podendo tornar-se uma combinação fatal.

Como reporta o ABC, os resultados deste estudo mostraram que, por si só, a diabetes está associada a um risco até duas vezes maior de mortalidade por qualquer causa, assim como um tumor não localizado no pulmão, na população fumadora.

Ciência e tecnologia
A plataforma nacional EUPATI, integrando o projeto internacional, que reúne 19 países, será formalizada, na sexta-feira, com o...

"A nossa ambição, do EUPATI Portugal, será que esta plataforma se desenvolva como referência para a sociedade e para os doentes, em termos de informação credível e de qualidade, relativa aos diferentes aspetos da saúde e do desenvolvimento de medicamentos", disse hoje à agência Lusa Beatriz Lima, uma das responsáveis pelo projeto.

"As pessoas, em vez de fazerem pesquisas pouco diferenciadas na internet, poderão, ao saber da existência do 'site' EUPATI e da informação que está associada, informar-se com mais confiança", realçou Beatriz Lima, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, uma das entidades parceiras.

Além da procura de novos parceiros, está também a ser iniciado o trabalho de tradução para português das ações de formação e dos textos informativos disponibilizados na plataforma internacional.

"Está previsto que o conjunto dos cursos que já foram desenvolvidos no âmbito do projeto EUPATI serão traduzidos para português. Trata-se de ações de informação e de formação dos doentes na área do desenvolvimento de medicamentos e da investigação clínica", explicou.

Na sexta-feira, o lançamento oficial da plataforma nacional vai ocorrer durante uma conferência na qual serão abordados temas relacionados com ensaios clínicos em Portugal e com a intervenção dos doentes nestes ensaios, um evento que conta com a participação de uma representante da plataforma internacional EUPATI, Ingrid Klingmann.

O projeto integra representantes da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, da Universidade de Aveiro, do Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde), da Apifarma (Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica), da Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas e da Associação Nacional de Displasias Ósseas (ANDO).

As plataformas nacionais do EUPATI juntam parceiros em saúde, entre pacientes, universidades e investigação e indústria farmacêutica, mas recebe adesões de representantes das autoridades nacionais, decisores políticos, profissionais de saúde, jornalistas da área da saúde ou intervenientes na área.

O objetivo é disponibilizar ao público "conhecimento objetivo, credível, correto e atualizado acerca dos processos de investigação e desenvolvimento de medicamentos", além de contribuir para "a literacia em investigação clínica", e facilitar o envolvimento dos pacientes como parceiros, com a academia, autoridades, indústria e nas comissões de ética, refere uma informação do EUPATI.

Estudo
Os jovens que vivem com pais desempregados revelam maiores fragilidades ao nível do bem-estar psicológico e têm piores...

O estudo da autoria da investigadora Diana Frasquilho vai ser discutido durante o Fórum “Crises Socioeconómicas e Saúde Mental” que decorre hoje e sexta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian.

O trabalho centrou-se no impacto da recessão económica, em particular do desemprego, na estrutura familiar e na saúde mental e bem-estar de adultos desempregados e dos adolescentes que vivem com pais desempregados.

Entre os principais resultados do estudo, ressalta o facto de os jovens que vivem com pais desempregados, quando comparados com os que vivem com pais empregados, relatarem significativamente piores resultados ao nível do bem-estar psicológico e de expectativas educacionais, “percecionando as repercussões da crise económica de forma mais intensa”.

Os fatores de maior vulnerabilidade são o desemprego paternal, a baixa situação socioeconómica, ser rapariga, os jovens mais novos e os rapazes mais velhos cujo pai está desempregado.

As pessoas desempregadas e os seus familiares constituem um grupo da população mais afetado pelas consequências da recessão económica, tais como dívidas, já que os adultos desempregados têm uma “alta prevalência de sofrimento psicológico e de insatisfação com a vida”.

Estes fatores foram particularmente notórios em mulheres desempregadas, idosos, pessoas com baixa escolaridade, solteiros, pais e mulheres cujos parceiros não tinham emprego.

“A pior saúde mental foi também mais prevalente nos adultos desempregados com menor capacidade em estruturar o seu tempo e naqueles com maior privação financeira”, acrescenta o estudo.

Além da “diminuição substancial” das despesas do agregado familiar, o desemprego foi também responsável por alterações no relacionamento familiar (mais atrito e parentalidade mais rigorosa), bem como alterações no bem-estar psicológico dos pais e dos filhos (maior preocupação, irritabilidade, raiva e tristeza).

O estudo salienta, contudo, que “a qualidade das relações familiares parece moderar a associação entre o desemprego parental e o bem-estar psicológico dos jovens”.

Ou seja, as relações familiares - bem como a capacidade financeira e a estruturação do tempo - são apontadas como “fatores modificáveis” e, por isso, potencialmente moderadores desta relação entre bem-estar psicológico e desemprego parental, desde que sejam alvo de intervenções que as transformem positivamente.

Nesse sentido, o estudo defende intervenções urgentes para proteger adultos e jovens durante esta “recessão económica histórica” e para diminuir as desigualdades na saúde e as despesas sociais.

“A identificação destes fatores modificáveis associados ao bem-estar dos adultos, família e filhos no contexto de desemprego é essencial, sobretudo porque Portugal enfrenta uma recessão económica histórica apresentando uma das mais elevadas taxas de desemprego na Europa, e porque as intervenções para proteger adultos e jovens durante este período em particular, são urgentemente necessárias”, refere.

Além de poderem diminuir as desigualdades na saúde e as despesas sociais para o país, estas intervenções poderão maximizar as oportunidades de vida, assumindo “um papel fundamental para alcançar uma população mais saudável e produtiva”.

Prematuridade e Paralisia Cerebral
Em Portugal, a grande prematuridade é a principal causa de paralisia cerebral entre crianças de 5 an

A prematuridade é tida como uma das causas para a paralisia cerebral, estimando-se que esta seja 10 vezes mais frequente em bebés prematuros e de baixo peso. O risco aumenta em gravidezes gemelares.

Desenvolvendo-se em meio extra-uterino, os recém-nascidos prematuros, apesar de colocados em ambiente médico altamente tecnológico, necessário para a sua sobrevivência, incorrem em inúmeros riscos, sendo os pulmões, o intestino, os olhos, os ouvidos e o cérebro os órgãos mais afetados.

De acordo com os especialistas, “nascer prematuro implica algumas vezes a existência de doenças específicas”, muitas vezes detetadas ainda durante o internamento. São elas a hemorragia cerebral, a leucomalácia periventricular, a retinopatia e a displasia broncopulmonar.

Algumas destas situações comprometem o desenvolvimento e crescimento de diferentes órgãos, sendo que, são os bebés com idade gestacional inferior a 32 semanas e baixo peso os que apresentam um risco aumentado de doença.

A par das alterações dos diferentes órgãos e sistemas, persistem como as mais importantes sequelas da prematuridade, as alterações do neurodesenvolvimento, onde se enquadram os casos de paralisia cerebral, os défices visuais e auditivos.

A paralisia cerebral é uma perturbação do controlo dos movimentos voluntários que resulta de uma lesão ou anomalia cerebral que atinge o cérebro em período de desenvolvimento, sendo que, de acordo com o Programa de Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral, “as partes do cérebro que controlam os movimentos musculares são particularmente vulneráveis à lesão nos bebés prematuros”.

No prematuro os membros inferiores são os mais atingidos, no entanto, não há dois casos iguais de paralisia cerebral, uma vez que as suas manifestações dependem da localização das lesões e áreas afetadas do cérebro.

O seu diagnóstico é, habitualmente, determinado pela associação de atraso das competências motoras e alterações do tónus muscular, reflexos e padrões de movimentos.

Este aspeto leva a que, em grande parte dos casos, a paralisia cerebral não seja diagnosticada nas primeiras etapas da infância.

“Nunca encarámos os nossos filhos como deficientes”

Diogo e José Marques, gémeos, nasceram às 30 semanas de gestação, com pouco mais de 1kg. A mãe, Natercia, tinha 24 anos e garante que a questão da prematuridade nunca se colocou. “Não disponhamos dessa informão médica”, revela.

“Posto isto, na altura, existiram todas as dúvidas e angústias inerentes à prematuridade, que se agravaram 24 horas após o nascimento com a entrada nos cuidados intensivo,  com os bebés em incubadoras, entubados e ligados a máquinas de suporte de vida”, recorda admitindo que, rapidamente “todas as dúvidas e angústias foram susbtituídas pela incerteza de sobrevivência”.

Durante dois meses e meio, mãe e pai tiveram as suas vidas em suspenso para acompanhar os filhos. “Eu passava o dia no hospital e o pai ia depois do trabalho, onde ficava até à meia-noite”, conta.

Os principais riscos apontados pela equipa médica eram “insuficiência respiratória e a não-total formação dos pulmões”.  “Ainda internados, falaram-nos de leucomalácia - que nós começámos a pesquisar em livros, pois não havia internet”, explica Natércia Marques.

Com uma condição delicada, os bebés eram vigiados e monitorizados com frequência. “Eram realizados exames de rotina para bebés de baixo peso, cujas avaliações eram feitas de 15 em 15 dias”, afirma a mãe.  

“A paralisia cerebral foi a constatação de um facto aos cinco meses, após exames da atividade cerebral – ressonância magnética, eletroencefalograma – e análise pediátrica”, recorda adiantando que nunca houve qualquer sinal que os levasse a desconfiar do diagnóstico.

“Na altura, reagimos pessimamente à notícia. Aos cinco meses não sabíamos quais os níveis cerebrais afetados. Sabíamos, sim, que a paralisia cerebral tinha como padrão comum afetar a locomoção”, conta acrescentando que José sofre tetraplegia e Diogo de diplegia com locomoção autónoma “depois de realizadas cirurgias aos quatro anos de idade”.

Sabendo das dificuldades que iriam encontrar ao longo da vida, Natércia e o marido procuraram ajuda especializada. “Tentámos sempre pedir ajuda aos profissionais relacionados com a paralisia cerebral, como a Liga Portuguesa dos Deficientes Motores ou a Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa, e absorver o máximo possível de informação”,  afirma.

Por outro lado, sempre tentaram que a integração fizesse parte do seu dia-a-dia. “Em relação aos nossos filhos, acreditamos que a integração no sistema de ensino regular foi a melhor forma de eles entenderem a diferença”, explica acrescentando que nunca encararam os filhos como deficientes. “Talvez devido ao facto de ambos terem um desenvolvimento verbal e cognitivo normal”, justifica.

A verdade é que José concluiu o 9º ano de escolaridade e é “atualmente interprete de uma companhia de dança adaptada – CIM-V’oarte – e frequenta o Centro de Atividades Ocupacionais da APCL”.

“O Diogo é um jovem alegre, focado, com gosto em aprender. Sempre deu grande importância aos estudos e encara todas as experiências profissionais como conquistas pessoais”, acrescenta revelando que o filho é licenciado em Ciências da Comunicação, tendo concluído, no início deste ano, o mestrado na mesma área.

Apesar de todos os obstáculos, a mãe salienta que o grande desafio continua a ser “fazer entender aos outros que a paralisia cerebral não é uma doença mental”.

“Fui educado para nunca encarar a paralisia como uma condicionante”

Até adquirir uma locomoção completamente autónoma, Diogo teve de passar por várias cirurgias durante a infância. “Aos quatro anos tive de fazer uma cirurgia para proceder ao alongamento do tendão de Aquiles, com imobilização de gesso para iniciar a marcha autónoma”, começa por contar o jovem.

“Aos 10 anos, durante o verão, e antes de entrar para o 5º ano, realizei uma cirurgia complexa a nível muscular que consistiu num novo alongamento do tendão de Aquiles, alongamento dos gémeos e tenotomia dos músculos adutores”, acrescenta explicando que esta cirurgia pressupunha o alongamento da tensão muscular e a criação de força.

“A minha paralisia cerebral afeta os membros inferiores, o que em parte, limita a minha capacidade de locomoção e equilíbrio”, justifica.

No entanto, admite que o facto de, desde cedo, ter tido contacto com outros casos de paralisia cerebral – “com crianças e jovens cuja paralisia provoca limitações que os impede de realizar pequenas tarefas como falar ou pegar numa colher para comer” – fez com que tenha encarado a sua condição como algo que tem de tentar contrariar.

“Nesse sentido, dou uma grande importância ao meu bem estar físico indo ao ginásio todas as semanas, por exemplo”, revela.

Por outro lado, apesar de sempre consciente das limitações adquiridas, nunca se sentiu diferente. E o mérito, esse é todo dos pais.

“Os nossos pais, para além de sempre nos educarem como se educa qualquer criança sem limitações, através da nossa integração no sistema de ensino regular, por exemplo, nunca foram demasiado protetores. Levavam-nos para todo o lado e deixavam-nos ter as nossas próprias experiências no mundo”, explica Diogo que aos nove anos viajou sozinho, com o seu grupo de Escuteiros, até à Disneyland em Paris.

Aceitar a deficiência é meio caminho andado para a integração, no entanto, Diogo lamenta que ainda exista algum preconceito contra aquilo que é diferente. “Muito devido à ignorância e falta de informação por parte das pessoas que associam, erradamente, a Paralisia Cerebral à deficiência mental e cognitiva”, afirma.

“A minha mãe costuma contar uma história caricata que lhe aconteceu quando eu tinha apenas 18 meses. Na altura foi tentar increver-me, a mim e ao meu irmão, num colégio religioso de Lisboa e a freira ao saber da nossa condição respondeu-lhe: «Deus nosso Senhor nos proteja dos deficientezinhos!»”, conta.

“Acredito que não tenha sido fácil para a minha mãe ouvir tal coisa, mas sei que a partir dessa experiência infeliz, teve a capacidade de nos preparar melhor para situações parecidas que pudessemos vir a enfrentar no futuro”, acrescenta Diogo.

Para contornar estes e outros obstáculos, Diogo usa a sua arma secreta: o sentido de humor.

“O uso do humor perante as minhas limitações é algo espontâneo e natural. Talvez sirva, de certa forma, não só para desarmar os outros, mas sobretudo para os colocar mais à vontade com a minha deficiência”, refere.

“No fundo, não deixo que a minha deficiência me defina como pessoa. Sou persistente e tenho os meus sonhos”, acrescenta. Por isso, tem um objetivo bem definido – trabalhar na sua área de formação e conseguir um emprego “para começar a garantir alguma estabilidade financeira”.

“Quero acreditar que a inclusão é um processo gradual...”, conclui

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Parlamento Europeu
O Parlamento Europeu aprovou hoje a revisão da diretiva (lei comunitária) que estabelece valores-limite nacionais de emissão de...

No mesmo dia em que a Agência Europeia do Ambiente (EEA, sigla em inglês) divulgou um relatório que revela que a poluição do ar causou mais de 6.600 mortes prematuras em Portugal, em 2013, os eurodeputados aprovaram a “nova” diretiva que constitui o texto legislativo de enquadramento geral da Europa em matéria de qualidade do ar.

As novas regras estabelecem os compromissos de redução das emissões de dióxido de enxofre (SO2), óxidos de azoto (NOx), compostos orgânicos voláteis não-metânicos (NMVOC), amoníaco (NH3) e partículas finas (PM2,5).

De acordo com a EEA, os óxidos de azoto são emitidos sobretudo pelo setor dos transportes, o amoníaco pelo setor agrícola, o metano pelos setores agrícola, dos resíduos e da energia e as partículas pelos setores do aquecimento, da indústria e dos transportes.

O texto aprovado pelo hemiciclo, em Estrasburgo, salienta a necessidade de “identificar e corrigir numa fase precoce a legislação da União ineficaz em matéria de controlo da poluição atmosférica na fonte para alcançar objetivos em matéria de qualidade do ar mais amplos”.

“A questão da qualidade do ar, combinada com o escândalo da Volkswagen e as emissões em condições reais de condução, ganhou uma relevância sem precedentes na agenda pública. Talvez seja agora reconhecido que, na última década, nos focámos tanto nas emissões de CO2 que acabámos por negligenciar a qualidade do ar”, observou a relatora do Parlamento Europeu, Julie Girling.

O relatório sobre qualidade do ar da EEA hoje divulgado, refere que, em 2013, a exposição a partículas finas PM2.5, a ozono e a dióxido de azoto originaram 6.640 mortes prematuras em Portugal.

Este número é mais elevado que as 6.190 mortes estimadas pela EEA para 2012, para Portugal.

As partículas finas associam-se a 6.070 mortes, o ozono a 420 e o dióxido de azoto a 150, especifica a EEA.

No total dos 28 Estados membros da União Europeia (UE), o número de mortes atribuídos a poluentes atingiu 520.000 em 2013, sendo 436.000 relacionadas com as partículas finas.

O número de mortes devido às concentrações de partículas finas é mais elevado na Alemanha, com 73.400, seguida da Itália, com 66.630.

A análise efetuada mostra que, em 2014, cerca de 85% da população urbana da UE estava exposta a partículas finas em níveis que afetam a saúde, nomeadamente doenças cardiovasculares, asma e cancro do pulmão, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Doentes têm acesso aos melhores tratamentos e profissionais
Hoje e até 26 de novembro realiza-se o Congresso Nacional de Neurologia 2016, no Sana Lisboa Hotel, subordinado ao tema ...

Segundo o Prof. Vítor Oliveira, presidente do evento "este ano optámos por nos virar para o exterior, para a relação da neurologia com a sociedade em que está envolvida: instituições hospitalares, estruturas oficiais, estruturas de apoio, associações de doentes, os diversos mecanismos oficiais que se articulam com os doentes neurológicos e também com os profissionais da Neurologia".

O evento servirá para abordar os grandes temas da área da neurologia e serão analisados os problemas de cada um. Este ano pela atualidade que vivemos existiu a necessidade de incluir um tema novo: Neuro-Zika. O Zika é uma ameaça à saúde pública e é possível que chegue a Portugal através do calor e dos mosquitos. O enfoque da neurologia neste tema está relacionado com situações recentes que se estão a descobrir. O Zika pode provocar alterações neurológicas em termos de nervos periféricos em indivíduos adultos. A neurologia está em alerta para esta nova realidade resultante das alterações imunitárias sobre o sistema nervoso, provocadas por infeção aguda do Zika.

No caso da epilepsia existe a necessidade de centros diferenciados de referenciação, para a realização da cirurgia em casos específicos e de especial complexidade. No entanto, a nível nacional dispomos já de centros sofisticados que asseguram esses cuidados. Na área da Esclerose Múltipla existe um claro problema de acesso à medicação. Os medicamentos disponíveis são extremamente dispendiosos, por isso a disponibilização dos medicamentos inovadores tem de ser realizada de uma forma rigorosa.

Com a participação das associações de doentes, serão também analisadas as dificuldades destes doentes. A doença de Parkinson será outra patologia abordada, bem como a articulação em rede com os centros de diagnóstico, com novos tratamentos como por exemplo a cirurgia de Parkinson, que envolve uma equipa multidisciplinar altamente diferenciada e os hospitais têm também ser de referência. Deverá haver unidades espalhadas pelo país de modo a cobrir as necessidades da população. Por outro lado, existe também um problema na área da fisioterapia, dado que esta está limitada a um número fixo de sessões para determinadas patologias, no entanto, verifica-se que em muitos dos casos há um benefício para além desse período. Este é seguramente um problema que atinge um número elevado de doentes com diversas patologias em que os cuidados de Medicina Física e Reabilitação são uma necessidade imperiosa.

O congresso de Neurologia reunirá cerca de 400 especialistas e terá a participação de vários personalidades científicas de vários países nomeadamente: Hugh Willison da Universidade de Oxford especialista nas complicações do Zika, Mário Siebler especialista suíço em patologia vascular cerebral, Joel Akri responsável pela rede de assistência aos doentes de Alzheimer em França.

A nível nacional salienta-se a palestra sobre cuidados continuados pela Dra. Galriça Neto e o papel das associações de doentes pela Prof. Maria do Céu Machado.

Investigação conclui
O consumo de tabaco em jovens saudáveis e fumadores recentes afeta a circulação sanguínea de forma aguda numa fase inicial,...

Intitulado "Efeitos agudos do tabaco na função vascular em fumadores jovens e saudáveis", o estudo foi conduzido por Telmo Pereira, docente de Fisiologia Clínica na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC), tendo sido premiado no maior congresso asiático da especialidade.

O investigador de Coimbra recebeu o prémio científico "New Investigator award in clinical science", durante a participação no Hypertension Seoul 2016 (26.º Meeting da International Society of Hypertension), realizado em Seul, Coreia do Sul, entre 24 e 29 de setembro (www.ish2016.org).

Telmo Pereira e Joaquim Castanheira, ambos docentes do Departamento de Fisiologia Clínica da ESTeSC, apresentaram um total de sete comunicações científicas neste evento que reuniu investigadores e clínicos de 80 países ligados à área da Hipertensão Arterial.

O estudo da ESTeSC comprova que o consumo de tabaco em fumadores há menos de dois anos tem efeitos agudos ao nível vascular, que explicam o aparecimento de doenças cardiovasculares no futuro.

"Os efeitos do tabaco na integridade vascular, com particular destaque para a disfunção endotelial e o aumento da pressão arterial, potenciam a ocorrência de doenças cardiovasculares, num cenário de exposição repetida ao tabaco ao longo da vida", explica a ESTeSC em nota divulgada hoje.

A investigação conduzida por Telmo Pereira pretendeu avaliar os efeitos agudos do tabagismo na função endotelial (referente ao tipo de células que cobrem o interior dos vasos sanguíneos) e na hemodinâmica central (circulação sanguínea) de fumadores jovens e saudáveis.

O estudo prova que o consumo de tabaco provoca um efeito "agudo e pernicioso" sobre a função vascular, comprometendo de forma muito significativa a função endotelial, garante a ESTeSC.

Segundo Telmo Pereira, o tabagismo é reconhecido como "um importante fator de risco modificável para as doenças cardiovasculares", traduzindo-se a longo prazo num maior risco de eventos cardiovasculares importantes, particularmente o Acidente Vascular Cerebral e o Enfarte do Miocárdio.

"Vários estudos têm sido desenvolvidos com o propósito de identificar o mecanismo pelo qual o tabagismo lesa o sistema cardiovascular, prevalecendo a ideia de que o tabaco induz alterações com impacto direto na função endotelial", refere o investigador, que se debruçou sobre o efeito agudo de um cigarro na função vascular em fases mais iniciais de exposição tabágica.

Neste contexto, o estudo centrou-se em jovens, com idade média de 21 anos, com uma história recente de hábitos tabágicos: fumadores há menos de dois anos.

"Utilizaram-se técnicas sofisticadas para avaliar o impacto vascular de um cigarro, tendo-se demonstrado um efeito agudo e pernicioso do tabaco sobre a função vascular, comprometendo a função endotelial, aumentando a frequência cardíaca e a pressão arterial, e promovendo uma maior rigidez arterial", conclui Telmo Pereira.

“Health at a Glace 2016”
A quantidade de pessoas de baixos rendimentos que relatou necessidades de saúde não satisfeitas por motivos financeiros...

O relatório “Health at a Glace 2016” refere que as barreiras ao acesso aos cuidados de saúde podem estar relacionadas com a falta de serviços abertos ou com problemas financeiros, sendo uma fonte de procura inapropriada de cuidados de urgência.

Segundo o documento, cerca de 3,6% da população dos países da União Europeia referiu ter ficado com necessidades de saúde não satisfeitas devido a custos, distância dos serviços ou tempos de espera.

Em Portugal, segundo o relatório, triplicou entre 2008 e 2014 a proporção de pessoas de baixos rendimentos que viu necessidades de saúde não satisfeitas devido a motivos financeiros.

“O aumento dos cuidados de saúde não satisfeitos, sobretudo entre a população de menor rendimento, levanta preocupações pois pode traduzir-se num pior estado de saúde e num aumento das desigualdades sociais”, refere o documento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Ainda assim, a média da população portuguesa que em 2014 referia cuidados de saúde não satisfeitos estava abaixo dos 10%, superados por países como a Grécia, Estónia ou Letónia, que exibem os valores mais elevados.

Na margem oposta situam-se países como o Luxemburgo, Holanda, Espanha ou Áustria em que menos de 1% da população relata necessidades não satisfeitas.

Relatório revela
A morte prematura de 550 mil pessoas em idade laboral na União Europeia devido a doenças crónicas, incluindo diabetes e cancro,...

Segundo um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico – OCDE hoje divulgado, estas estimativas não incluem as perdas adicionais relacionadas com menor produtividade e menor emprego das pessoas que vivem com doenças crónicas.

O documento refere que são 550 mil as mortes prematuras de pessoas entre os 25 e os 64 anos nos países da União Europeia a cada ano, resultando na perda potencial de 3,4 milhões de anos produtivos.

Nas doenças crónicas estão incluídos cancros, diabetes, doenças respiratórias ou patologias cardiovasculares.

Embora o diagnóstico precoce e os melhores tratamentos tenham aumentado substancialmente a percentagem de pessoas que sobrevivem a estas doenças, muitos países ainda têm dificuldades em aumentar as taxas de sobrevivência ao cancro, por exemplo.

Para a OCDE, a carga da saúde nos gastos com benefícios sociais é elevada, no entanto os estados-membros da União Europeia (UE) destinam apenas cerca de 3% em média dos seus orçamentos de saúde à saúde pública e à prevenção.

O relatório mostra um crescimento dos gastos em saúde, que foi lento em muitos países em 2015, representando no conjunto 9,9% do PIB da UE.

Enquanto Alemanha, Suécia e França gastam cerca de 11% do seu PIB em cuidados de saúde, os países mais orientais da UE tendem a gastar muito menos, entre 5% a 6%. Portugal situa-se, com 8,9% do PIB, abaixo da média da UE.

Em todos os países se prevê que a percentagem da despesa com saúde aumente nos próximos anos, sobretudo devido ao envelhecimento da população e às novas tecnologias de diagnóstico e terapêutica.

Centro de Prevenção da Obesidade Infantil
A Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil inaugura hoje, em Cascais, uma exposição de pinturas a óleo criadas pela...

A exposição pretende sensibilizar as famílias para importância da fruta na alimentação das crianças e ainda assinalar o lançamento do livro que conta também com o prefácio da apresentadora de programas culinários da televisão, Filipa Gomes.

Este livro solidário já está disponível nas melhores livrarias do país e cada exemplar vendido contribui com 1€ para “Missão 1 Quilo de Ajuda”, o fundo social criado pela Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI) para garantir a oferta de cabazes de fruta semanais para proporcionar lanche aos alunos mais carenciados das escolas portuguesas.

A mostra vai estar patente até 23 de Dezembro no Centro de Prevenção da Obesidade Infantil em Cascais e pode ser visitada de segunda-feira a sexta-feira, entre as 10h00 e as 17h00. As entradas são livres. Morada: Centro Comercial Jumbo de Cascais, Loja Nº27, 1º Piso, 2754-522 Cascais

O livro solidário "Dezasseis trincas para esvaziar o cesto da fruta" é ideal para oferecer como presente de natal a qualquer criança e pode ser adquirido presencialmente no local da exposição, nas livrarias ou ainda online no seguinte endereço: https://www.wook.pt/livro/dezasseis-trincas-para-esvaziar-o-cesto-da-fruta-joao-barbosa/18956069.

Estudo
Mais escolaridade e maior controlo dos riscos cardiovasculares ajudam a evitar doença. Portugal pode acompanhar tendência

Os novos casos de demência estão a diminuir. É esta a conclusão de um estudo realizado nos Estados Unidos que analisou mais de 21 mil pessoas em dois momentos: 2000 e 2012 e que revelaram que a taxa de incidência passou de 11,6% para 8,8%.Os dados vão ao encontro de outros estudos feitos na Europa, nomeadamente Reino Unido, que mostraram a mesma tendência.

Um sinal positivo que contraria as estimativas há muito traçadas: que as demências iriam aumentar muito com o envelhecimento da população. Mais educação e menos riscos cardiovasculares são fatores apontados como fundamentais na mudança desta equação. Portugal também pode acompanhar a tendência se continuar a apostar em políticas de saúde pública e com o aumento da escolaridade, dizem os especialistas contactos pelo DN.

O estudo norte-americano, publicado no jornal JAMA Internal Medicine, avaliou pessoas a partir dos 65 anos. A maior percentagem de casos de demência - onde a idade é um dos principais fatores de risco - foram detetados em pessoas acima dos 85 anos. Ao mesmo tempo o trabalho mostrou que o nível de escolaridade aumentou no mesmo período (cerca de um ano), sugerindo que os níveis de educação e culturais podem ser protetores e retardar o surgimento e evolução da doença. Mas este pode não ser o único fator importante, ainda que não tenha sido possível estabelecer uma relação direta: a diminuição dos riscos cardiovasculares também podem ter um peso importante. Embora o estudo revele que existem mais pessoas com diabetes e hipertensão, o diagnóstico precoce e o acesso a medicação correta estar a atenuar esse efeito.

"Existem seis estudos que apontam para a redução da incidência. Pensa-se que na causa destes resultados podem estar o maior controlo do risco cardiovascular e a chamada reserva cognitiva. A escolaridade é um indicador importante. Mas é importante perceber que estes resultados não são consensuais e dizer que há uma redução da taxa de incidência (novos casos) não é o mesmo que dizer que haja uma redução da prevalência (casos totais)" afirma ao Diário de Notícias Isabel Santana, investigadora da Faculdade de Medicina da Universidade de de Coimbra.

A neurologista explica que há uma relação entre a doença e a idade. Com a redução dos riscos cardiovasculares, as pessoas vão viver mais anos e dessa forma aumenta o número de pessoas que poderão desenvolver a doença. "Mas os resultados do estudo são uma boa novidade. É sinal que estas doenças são preveníveis. Até hoje não tinha havido uma medida de prevenção eficaz", diz Isabel Santana.

Poderemos esperar o mesmo em Portugal? "Não existem estudos nacionais, mas podemos dizer que as taxas de prevalência dos vários países são sobreponíveis. Em principio seguiremos o mesmo padrão. Existem vários planos estratégicos para controlo de fatores de risco e houve uma revolução cultural enorme nos últimos anos com o aumento dos anos de escolaridade", aponta.

António Leuschner, presidente do Conselho Nacional de Saúde Mental, reforça a ideia: "Esta é uma tendência que se apurou nos últimos três a cinco anos, contrariando as muitas previsões que com o envelhecimento populacional muito acentuado haveria um aumento da incidência. Isto quererá dizer que haverá menos novos casos", refere o psiquiatra, salientando que "o risco de demência é menor quanto maior é o nível de literacia e o nível de escolaridade atingido". Quanto a Portugal, "se o nível de acesso aos cuidados for bom, se comermos melhor, se reduzirmos o consumo de álcool e tabaco, com o nível de escolaridade é razoável esperar que a população que terá 65 anos daqui a 15 anos tenha níveis de literacia superiores e condições melhores. Mas se essas condições não existirem, não podemos esperar milagres. É fundamental que não se pare o processo para não se andar para trás", alerta.

Vítor Oliveira, presidente do Congresso de Neurologia, que decorre entre hoje e sábado em Lisboa, lembra que "quanto mais próximos estivermos dos países desenvolvidos, maior semelhança teremos com eles". Mas há um grande desafio que Portugal tem de ultrapassar e pode ter peso nos resultados: "O grande drama é o Acidente Vascular Cerebral (AVC) que ainda é a primeira causa de morte em Portugal enquanto que na média europeia e nos EUA está em terceiro lugar. Um quarto das demências são vasculares e o AVC é uma das causas. Há margem para tratar melhor e a prevenção é importante: mais exercício, redução do consumo de sal, da diabetes, menos sedentarismo e apostar num envelhecimento ativo".

Estudo
O sistema imunitário está ligado à hipertensão arterial, revela uma linha de investigação recente que já resultou num ensaio...

Apesar de ser muito falada, há muitos mistérios sobre a hipertensão arterial, um deles é a sua relação com o sistema imunitário. Uma equipa de cientistas em Itália tem estado a abordar esta nova linha de investigação e está a desenvolver uma terapia que poderá vir a ser aplicada aos hipertensos crónicos que não respondem aos medicamentos. O tratamento passa por matar um nervo do baço, impedindo que um grupo de células do sistema imunitário invada as paredes dos vasos sanguíneos e dê mais força à doença.

A técnica é experimental e foi aplicada só a ratinhos hipertensos, mas teve resultados positivos, escreve o jornal Publico. O estudo sobre este trabalho foi publicado na revista Nature Communications.

O aumento da pressão arterial está ligado ao aumento do batimento do coração. Episodicamente, não há mal no aumento do ritmo cardíaco. A reação fisiológica a uma situação de perigo passa pela injeção de adrenalina na circulação que faz o coração bater mais rápido, levando o sangue aos músculos e dando capacidade de resposta ao perigo.

O problema é quando a pressão arterial se mantém alta no tempo. As causas podem ser muitas, desde genéticas até ambientais. Do ponto de vista vascular, os vasos sanguíneos periféricos estreitam-se, o coração bate com mais força para garantir que o sangue continua a chegar a todos os tecidos e a hipertensão instala-se. Ao fim de muitos anos, surgem problemas sérios, como o acidente vascular cerebral.

Felizmente há medicamentos que atuam em diferentes órgãos e permitem diminuir a pressão arterial. Ainda assim, entre cinco a 10% dos hipertensos crónicos não reagem a estes medicamentos. Além disso, os mecanismos fisiológicos que se encadeiam desde a resposta a um fator de risco da hipertensão, como o excesso de sal no sangue, até à condição de saúde se manifestar são desconhecidos.

O trabalho publicado na Nature Communications e que foi coordenado por Giuseppe Lembo, do Instituto Neurológico Mediterrânico (Neuromed), em Pozzilli, Itália, poderá vir a destrinçar alguns dos mistérios desta doença. “Neste artigo, estivemos interessados em olhar para o sistema imunitário como causa da hipertensão”, disse ao PÚBLICO Daniela Carnevale, uma das autoras.

Mais precisamente, os cientistas estudaram a ligação entre a hipertensão, o sistema imunitário e o sistema nervoso simpático, que pertence ao sistema nervoso autónomo (não é controlado conscientemente). O sistema nervoso simpático é importante na manutenção da homeostase e atua nos órgãos do corpo em resposta aos stresses. Segundo a cientista, há muito que se sabe que a ativação exagerada do sistema nervoso simpático tem um efeito na hipertensão, tanto a nível do coração como dos rins – outro órgão importante na equação da doença. Mas a ligação ao sistema imunitário é a novidade.

“Quando há uma situação de hipertensão, há substâncias que são detetadas pelo cérebro e este ativa o sistema nervoso simpático”, explica Daniela Carnevale. “Este tipo de ativação no cérebro provoca uma descarga no baço.”

O baço é um órgão importante para filtrar o sangue, retirando os glóbulos vermelhos velhos da corrente sanguínea. Além disso, acumula linfócitos T (uma das várias classes de células do sistema imunitário), que entram em ação quando um novo organismo patogénico é detetado no sangue.

Estudos recentes mostraram que estes linfócitos T têm um papel importante na hipertensão arterial, explica um comunicado do Neuromed. Estas células são ativadas e migram para as paredes dos vasos sanguíneos dos órgãos afetados pela hipertensão, não só reforçando a doença mas também causando danos aos órgãos, como os rins. Não se compreende ainda o que os linfócitos T provocam no sistema vascular daqueles órgãos, e a equipa italiana quer estudar este fenómeno no futuro. Mas a pergunta por trás deste trabalho era, em primeiro lugar, compreender que estímulo é que os ativava.

Na experiência, os cientistas foram testar o papel do sistema nervoso simpático neste processo. E descobriram em ratinhos hipertensos que, quando cortavam o nervo vago que estimula o baço, os linfócitos T não saiam daquele órgão. “Descobrimos que o recrutamento [das células] do sistema imunitário e o aumento da pressão arterial dependem desta via”, explica-se no artigo.

Uma das hipóteses futuras é testar este método em doentes hipertensos que não respondem aos medicamentos. “Não tivemos nenhuns efeitos secundários desta intervenção nos ratinhos”, explica Daniela Carnevale. “Poderemos testar o mesmo procedimento em humanos.”

Para Rui Cruz Ferreira, médico e diretor do programa nacional para as doenças cerebrais e cardiovasculares da Direção-Geral da Saúde, esta investigação dá uma nova perspetiva sobre a hipertensão. Quanto à sua aplicação, o médico é prudente: “É um estudo experimental. Não quer dizer que resulte em humanos. Recentemente houve uma nova via de tratamento da hipertensão que passava pela denervação de certos nervos do rim. Era apontada como um tratamento muito auspicioso, mas os resultados ficaram aquém do esperado.”

Limites ultrapassados em 2015
A associação Zero transmitiu preocupação com os efeitos da má qualidade do ar na saúde e alerta que em 2015 se registaram &quot...

"A mortalidade associada à qualidade do ar ainda é muito significativa", salienta a Associação Sistema Terrestre Sustentável - Zero, referindo as "mortes prematuras anuais, as ultrapassagens de valores-limite e a forte necessidade de redução de emissões".

"2015 foi um mau ano em termos de qualidade do ar", resume a Zero, especificando que, com base em dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), "houve um conjunto de ultrapassagens significativas de valores-limite da qualidade do ar, principalmente por comparação com o ano de 2014".

Segundo a análise da Zero, verificaram-se 66 excedências ao valor-limite diário de partículas inaláveis na estação de monitorização da avenida da Liberdade, em Lisboa, local onde ocorreram também 20 excedências aos limites de dióxido de azoto, com a média anual "bastante superior ao permitido pela legislação europeia e nacional".

"Esta média foi igualmente superada no Porto, na estação de Francisco Sá Carneiro/Campanhã e em Braga na estação de monitorização de Frei Bartolomeu Mártires – São Vitor", acrescenta a associação liderada por Francisco Ferreira.

Naqueles casos, o tráfego rodoviário é o responsável pela ultrapassagem dos valores-limite, por isso, os ambientalistas consideram "indispensável a tomada de medidas para redução das concentrações, da responsabilidade fundamentalmente das autarquias das zonas afetadas".

Um relatório da Agência Europeia do Ambiente (EEA na sigla em inglês), hoje divulgado, conclui que a exposição a partículas finas PM2.5, a ozono e a dióxido de azoto causaram 6.640 mortes prematuras em Portugal, em 2013, mais que as 6.190 mortes estimadas para 2012.

As partículas finas associam-se a 6.070 mortes, o ozono a 420 e o dióxido de azoto a 150.

"Se em termos relativos, ponderando a população de cada país, a mortalidade no que respeita às partículas e ao dióxido de azoto é reduzida, já em relação ao ozono, o valor estimado para Portugal é dos mais elevados no contexto da União Europeia a 28", salienta a Zero.

A associação chama ainda a atenção para uma referência no relatório da EEA ao ozono.

"Em relação a um dos objetivos intercalares da denominada Diretiva Tetos Nacionais de Emissão que fixa valores máximos de determinados poluentes à escala anual e para cada país, deveria entre 1990 e 2010 ter-se reduzido a exposição da vegetação a elevadas concentrações de ozono numa área de pelo menos um terço do país, o que em Portugal e Espanha não foi conseguido", alerta.

O Parlamento Europeu vota hoje uma diretiva denominada Tetos Nacionais de Emissão, que atualiza os valores limite de emissão por país, para vários poluentes atmosféricos, e para a Zero "os limites deveriam ser mais ambiciosos dado o total de mortes prematuras" que provocam.

Tendo em conta os valores de emissão reportados em 2014, segundo a Zero, "os objetivos para 2020 já foram atingidos", porém, para amoníaco, óxidos de azoto e partículas finas, "haverá que desenvolver políticas ambiciosas ao nível do transporte rodoviário e na produção de energia elétrica".

Agência Europeia do Ambiente
A poluição do ar causou mais de 6.600 mortes prematuras em Portugal, em 2013, e no ano seguinte somente um local tinha um...

O relatório sobre qualidade do ar da Agência Europeia do Ambiente (EEA, sigla em inglês) refere que, em 2013, a exposição a partículas finas PM2.5, a ozono e a dióxido de azoto originaram 6.640 mortes prematuras em Portugal.

Este número é mais elevado que as 6.190 mortes estimadas pela EEA para 2012, para Portugal.

As partículas finas associam-se a 6.070 mortes, o ozono a 420 e o dióxido de azoto a 150, especifica a EEA.

No total dos 28 Estados membros da União Europeia (UE), o número de mortes atribuídos a poluentes atingiu 520.000 em 2013, sendo 436.000 relacionadas com as partículas finas.

O número de mortes devido às concentrações de partículas finas é mais elevado na Alemanha, com 73.400, seguida da Itália, com 66.630.

O documento da EEA apresenta ainda dados de 2013 recolhidos nos Estados membros e analisa as concentrações de partículas inaláveis (PM10)e PM2.5, ozono e dióxido de azoto, poluentes que podem causar problemas de saúde, cardíacos, respiratórios e cancro.

Nas estações de medição portuguesas somente é apontada uma situação acima dos limites de concentração definidos pela UE, em Lisboa, na avenida da Liberdade, referente ao dióxido de azoto.

A análise efetuada mostra que, em 2014, cerca de 85% da população urbana da UE estava exposta a partículas finas em níveis que afetam a saúde, nomeadamente doenças cardiovasculares, asma e cancro do pulmão, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A EEA refere ainda que as emissões de PM2.5 relacionadas com a queima de carvão e de biomassa nas habitações, assim como na área comercial e em edifícios institucionais não desceu para "níveis significantes".

Por outro lado, as emissões de amoníaco resultantes da atividade agrícola "continuam altas".

O diretor executivo da EEA, Hans Bruyninckx, citado no relatório, salienta que a redução de emissões levou a melhorias na qualidade do ar na Europa, mas "não o suficiente para evitar inaceitáveis efeitos" na saúde humana e no ambiente.

Para o responsável, é necessário atacar as causas da poluição do ar o que exige uma "transformação fundamental e inovadora" na mobilidade, energia e sistemas de alimentação.

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