Governo
O secretário de Estado Adjunto da Saúde, Fernando Araújo, disse em Paredes de Coura que este ano o Governo dotou a Rede de...

O governante, que falava durante a inauguração desta Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) da aquela vila do Alto Minho, disse que a medida "reflete a aposta do Governo numa rede que esteve parada, suspensa nos últimos anos".

"Estamos a apostar nas pessoas mais vulnerárias. Havia unidades que estavam muitas vezes preparadas e prontas. O nosso objetivo é abrir, ter soluções para os utentes, investir na recuperação das pessoas", referiu, adiantando que o Norte "é das regiões mais avançada nesta área, com 2.469 camas e de 3.829 lugares de acompanhamento domiciliário".

A UCCI de Paredes de Coura, gerida pela Santa Casa da Misericórdia local e dotada de 22 camas representou um investimento superior a um milhão de euros, financiada em 50% pelo programa Modelar.

De acordo com Fernando Araújo, no distrito de Viana do Castelo, "foram calculadas como necessárias 227 camas estando atualmente em funcionamento 218 o que representa uma taxa de cobertura de cerca de 96%, uma das melhores a nível nacional".

Aquela unidade, que vai começar a funcional no dia 02 de janeiro de 2017, permitiu a criação de 20 postos de trabalho, entre médicos, enfermeiros, psicólogos, psiquiatras, fisioterapeutas e pessoal auxiliar.

Segundo o provedor da Santa da Misericórdia de Paredes de Coura, Pereira Júnior "era um sonho" que a instituição, com 132 anos, perseguia há mais de uma década por representar uma necessidade enorme do concelho".

Aquela unidade resultou da requalificação e adaptação do antigo hospital da Santa Casa da Misericórdia, às novas funções.

Responsável garante
O coordenador do Programa Nacional das Doenças Oncológicas garantiu hoje que os bancos e as seguradoras não terão acesso ao...

Nuno Miranda falava a propósito da notícia publicada na edição de hoje do jornal Público, segundo o qual o “Governo avança com Registo Oncológico contra parecer da Proteção de Dados”.

De acordo com o jornal, a proposta de lei que cria o Registo Nacional Oncológico (RON) vai avançar, “sem acolher a sugestão da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) que, para mitigar o risco de identificação dos titulares dos dados, sugere o recurso à aplicação de um hash criptográfico”.

“Este permitiria a introdução dos dados ao mesmo tempo que possibilitaria a sua proteção, impedindo a revelação imediata das referências identificativos dos doentes que padecem ou padeceram de cancro”, escreve o matutino.

Antes, a CNPD já tinha “acatado a recomendação de não introduzir nem o nome nem o mês de nascimento dos doentes no registo”.

Para Nuno Miranda, já existem três registos oncológicos e ao futuro registo nacional apenas terão acesso os profissionais de saúde que trabalham nos hospitais onde estes doentes são tratados.

O coordenador do programa disse entender as preocupações da CNPD, tendo em conta que se trata de “dados sensíveis”, mas garante que os mesmos não poderão ser acedidos por bancos ou seguradoras, apenas pelos profissionais de saúde que acompanham os doentes.

“Nunca ouvi falar de acesso de seguradoras ou bancos a registos nos hospitais”, disse, acrescentando que, se o fizerem, estarão a cometer um crime.

Governo
O secretário de Estado Adjunto da Saúde, Fernando Araújo, afirmou que o Governo vai encontrar uma solução técnica que assegure...

"Temos a certeza que iremos encontrar a melhor solução técnica que garanta a segurança dos dados, mas que não ponha em causa um bem que é essencial, tratar melhor os doentes oncológicos", afirmou Fernando Araújo.

O governante, que falava aos jornalistas durante a inauguração da Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) de Paredes de Coura, disse que "este tipo de registo é recomendado por todos os peritos no âmbito oncológico, pelos vários países europeus, pela Organização Mundial de Saúde (OMS)".

"Seguindo as melhores práticas do ponto de vista segurança dos dados encontraremos uma solução técnica adequada que responda às necessidades dos utentes", reforçou o secretário de Estado.

Fernando Araújo, que reagia deste modo às questões colocadas pelos jornalistas a propósito da notícia avançada pelo jornal Público, que adianta que o Governo vai avançar com Registo Oncológico chumbado pela Proteção de Dados, disse que "já existem registos oncológicos regionais, devidamente autorizados pela Comissão Nacional de Proteção de Dados e que funcionam há muitos anos".

"Este Registo Oncológico Nacional visa integrar estes vários registos oncológicos regionais num único, com o mesmo tipo de informação e, portanto, mais do que criar algo de novo, visa integrar o já existente", sustentou.

"Já existem registos oncológicos regionais, devidamente autorizados pela Comissão Nacional de Proteção de Dados e que funcionam há muito anos", frisou, sublinhando que "nunca houve quebra de segurança".

Para o responsável, "mais do que chumbar, a Comissão Nacional de Proteção de Dados fez recomendações técnicas para que salvaguardar a segurança dos dados".

"Estamos a utilizar a experiência que temos nos registos regionais e iremos seguir as recomendações da Comissão Nacional de Proteção de Dados", referiu, garantindo que "as recomendações feitas no ano passado que foram seguidas na totalidade".

"Um dos exemplos era o nome dos utentes que, no primeiro registo existia, e que foi totalmente retirado", defendeu, reafirmando que "será encontrada a melhor solução técnica que garanta a segurança dos dados mas que não ponha em causa um bem que é essencial, tratar melhor os doentes oncológicos".

Para Fernando Araújo, o Registo Oncológico Nacional vai introduzir "equidade" no tratamento dos doentes oncológicos de todo o país.

Fiscalização
A Autoridade de Segurança Alimentar apreendeu géneros alimentícios e suspendeu a atividade de uma cantina escolar, numa...

A operação, que decorreu nas últimas semanas do primeiro período escolar, foi dirigida aos serviços de restauração em estabelecimentos público e privados de ensino pré-escolar, básico, secundário, superior e profissional, e visou “verificar o fornecimento de refeições aos alunos de forma a garantir a Segurança Alimentar”, adianta a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) em comunicado.

Segundo a ASAE, foram fiscalizados 112 operadores económicos, tendo sido instaurados 28 processos de natureza contraordenacional, destacando-se como principais infrações o incumprimento dos requisitos gerais e específicos de higiene, a inexistência de processo baseados nos princípios do HACCP (sistema de gestão de segurança alimentar) ou a sua deficiente implementação, a falta de inspeção periódica, instalação de gás, entre outras.

Foram ainda apreendidos diversos géneros alimentícios, designadamente azeite por rotulagem incorreta, ovos com data de consumo ultrapassada e diversos produtos cárneos por ausência de documentação relativa à sua rastreabilidade.

Foi ainda suspensa a atividade de uma cantina escolar por falta de requisitos gerais e específicos de higiene, adianta a ASAE.

Universidade de Coimbra
Maria Filomena Botelho e José Guilherme Tralhão, docentes e investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra,...

O colangiocarcinoma é o segundo tumor primário do fígado e possui um mau prognóstico, sendo as opções terapêuticas conhecidas ineficazes na maioria dos casos. Torna-se necessário o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas que visem a redução das taxas de mortalidade associadas a este cancro.

Neste contexto, e tendo em conta que a bomba de sódio e iodo possui uma sobre-expressão no colangiocarcinoma e é mediadora da captação de iodo em órgãos como a tiroide, os investigadores que integram o projeto financiado pretendem avaliar o potencial terapêutico do iodo 131 no colangiocarcinoma através de diversos modelos in vitro e in vivo, esperando vir a desenvolver uma nova estratégia para tratar o colangiocarcinoma com recurso à radioterapia metabólica.

O projeto de investigação, liderado por Ilka Boin da UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas, surge de uma parceria entre diversos grupos de investigação de Portugal e do Brasil que integram a Universidade de Coimbra (UC), o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), a UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas (Brasil) e a FAMERP - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Brasil).

Ao projeto foi atribuído o maior financiamento possível no contexto da atribuição de projetos congéneres na Chamada Universal 2016 (faixa C - R$120.000,00).

Apesar de chumbado pela Proteção de Dados
Comissão diz que está em causa a privacidade dos doentes e informação com valor económico para bancos e seguradoras. Governo...

O Governo decidiu avançar com o Registo Nacional Oncológico (RON) apesar de a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) ter chumbado a proposta. A entidade voltou a levantar fortes objeções à proposta de criação daquele registo, por considerar que a proposta de lei do Governo que cria e regula a base de dados que permitirá traçar o retrato da realidade oncológica em Portugal continua a não salvaguardar a privacidade dos doentes. 

Num parecer emitido no passado dia 20 - o segundo sobre esta matéria - a CNPD aconselha o Governo a expurgar do registo nacional o número de utente e o número do processo clínico dos doentes. São dois dados que "não só revestem um forte carácter sensível como permitem a identificação dos titulares", alerta aquela comissão, reiterando os alertas quanto ao "risco muito elevado" de discriminação e de exposição da privacidade dos doentes. 

O Governo, porém, vem agora lembrar que "o parecer da CNPD é obviamente importante, mas que a Assembleia da República é soberana no processo legislativo". A resposta do Ministério da Saúde, enviada ontem ao jornal Público, surge já depois de perante o primeiro parecer da CNDP, o Governo ter acatado a recomendação de não introduzir nem o nome nem o mês de nascimento dos doentes no registo.

Agora a proposta de lei vai mesmo seguir o seu caminho até ao Parlamento, sem acolher a sugestão da CNPD que, para mitigar o risco de identificação dos titulares dos dados, sugere o recurso à aplicação de um hash criptográfico. Este permitiria a introdução dos dados ao mesmo tempo que possibilitaria a sua proteção, impedindo a revelação imediata das referências identificativos dos doentes que padecem ou padeceram de cancro.

"Trata-se de um registo que é de âmbito nacional, mas sediado no Instituto Português de Oncologia de Lisboa, ou seja, numa instituição com reconhecida idoneidade", reagiu ao PÚBLICO o Ministério da Saúde, para lembrar que a proposta de criação do RON foi precedida de estudos rigorosos.

De resto, já existem três registos oncológicos regionais que desde 1988 contêm a maior parte desta informação."Trata-se agora de proceder finalmente à sua integração, algo requerido por todos os peritos nacionais e internacionais, como fundamental para o Serviço Nacional de Saúde", acrescenta o ministério, para sublinhar que o RON vai permitir reunir informação precisa "sobre os tipos de neoplasias existentes em Portugal, em que locais, que populações de risco, qual a efetividade dos rastreios, qual o impacto dos novos fármacos" e que abordagem terapêutica apresenta melhores resultados. Trata-se, em suma, de "uma informação crítica para a melhoria no tratamento dos tumores em Portugal".

Comissão levanta “obstáculos excessivos"
Na mesma linha, o coordenador do Programa Nacional das Doenças Oncológicas, Nuno Miranda, considerou que a CNPD está a levantar “obstáculos excessivos e desproporcionais”. “Não se trata de um registo aberto e acessível ao público em geral, pelo que não me parece que faça sentido esta quantidade de obstáculos face a um registo que é extremamente necessário para sabermos o que se passa em termos de realidade oncológica em Portugal”, reagiu ao jornal Público, sublinhando que esta proposta “é em tudo semelhante ao que já vigora em muitos outros países" e "segue as recomendações da Organização Mundial de Saúde”.

Para este especialista, que calcula existirem em Portugal cerca de 400 mil pessoas que escaparam à doença oncológica, o RON devia, aliás, ir mais longe do que o Governo está agora a querer pôr à votação na Assembleia da República, fazendo constar não só o ano mas o mês do nascimento. “No caso de uma criança, é muito diferente ter um mês ou um ano de idade. E, mesmo para calcular incidências, era importante ter a data de nascimento”, preconiza, lembrando que a maioria das bases de dados semelhantes são nominais, ou seja, contêm a identificação do nome do doente.

A inexistência de um estudo de impacto deste registo central, do qual pudessem resultar soluções tecnológicas capazes de salvaguardar a identidade dos doentes oncológicos sem afetar a finalidade do registo, é uma das falhas que a CNPD aponta e que já constava, de resto, do primeiro parecer desta autoridade.

"Informação com valor económico"
Para a CNPD, o risco de exposição de privacidade e de discriminação é "tanto maior quanto esta é, de facto, informação com especial valor económico”. E o pior é que este tipo de informação é, ainda segundo aquela entidade, “potenciador de juízos discriminatórios, entre outros, no contexto laboral, no âmbito das relações contratuais (designadamente aquelas em que intervenham entidades bancárias e seguradoras) e também no domínio das relações sociais”. No parecer assinado pela presidente da CNPD, Filipa Calvão, sublinha-se que a discriminação “pode afetar não apenas os titulares dos dados mas também, no caso de cancros com incidência genética, os seus familiares”.

A este propósito, Nuno Miranda diz não ter conhecimento “de nenhuma seguradora que tenha acedido a dados de registos oncológicos”. De resto, e como lembra o ministério, "é possível na atual plataforma registar todos os acessos e monitorizar os mesmos", sendo que as objeções levantadas pela CNPD poder-se-iam também levantar relativamente a todos os registos de patologia e mesmo em relação às certidões de óbito. “Há sempre riscos inerentes a termos registos de saúde mas também há riscos inerentes ao facto de não os termos”, resume Nuno Miranda, para insistir na importância desta base de dados e assegurar a equidade nos tratamentos.

Além de agregar e uniformizar os dados dos registos oncológicos regionais, a base nacional somará os novos casos de cancro (cujo registo terá de ser feito até nove meses a contar do diagnóstico) e a posterior atualização anual do estádio da doença, das terapêuticas usadas e do estado vital do doente. Os dados são mantidos no anonimato até 15 anos após a morte do doente.

Estudo
Estudos mostram que jovens portugueses já passam demasiado tempo na Internet, mas com valores em linha ou até inferiores aos...

As crianças e jovens portugueses já passam um tempo considerável, tanto durante a semana como ao fim-de-semana, a utilizar o computador – seja para conversar, navegar na Internet, enviar emails ou mesmo para estudar. Os sinais de dependência das novas tecnologias já são alguns, mas mesmo assim os valores encontrados em Portugal ainda estão quase sempre abaixo da média europeia.

No estudo europeu Net Children Go Mobile, realizado 2014, foram identificados alguns casos extremos: 6% dos jovens admitiram que tinham ficado sem comer ou sem dormir por causa da Internet. No entanto, tirando estes casos limite, os adolescentes portugueses mostraram “resultados em sintonia com a média europeia” ou até mais baixos nos vários indicadores referentes ao uso excessivo: por exemplo, em média 42% dos jovens europeus admitiram passar frequentemente ou algumas vezes menos tempo com a família, com os amigos e deixar tarefas escolares de lado por causa da Internet e dos jogos. Em Portugal, o valor ficou nos 31%, escreve o jornal Público.

Também o estudo mundial Health Behaviour in School-Aged Children, do mesmo ano, avaliou a dependência da Internet, numa escala que varia entre 9 e 45 pontos, correspondendo o valor mais alto a uma elevada dependência. Os autores do trabalho chegaram a uma média de 18 pontos para a realidade portuguesa – um valor inferior ao da realidade europeia.

Até mil euros
Entidades públicas ou privadas que não deem prioridade a grávidas, idosos, pessoas com deficiência ou com crianças de colo...

Com a nova legislação, "todas as entidades públicas e privadas que prestem atendimento presencial ao público" ficam obrigadas a "prestar atendimento prioritário às pessoas com deficiência ou incapacidade, pessoas idosas, grávidas e pessoas acompanhadas de crianças de colo".

A partir desta terça-feira, segundo a TSF, todas as entidades públicas ou privadas que não cumpram a obrigatoriedade do atendimento prioritário podem ser multadas com coima entre 50 a 500 euros quando a entidade infratora for uma pessoa singular, ou de 100 a mil euros se for uma pessoa coletiva.

Todas as pessoas a quem for recusado o atendimento prioritário podem chamar as autoridades policiais, para tomarem conta da ocorrência, mas sobretudo para impor a obrigatoriedade.

De fora desta obrigatoriedade ficam as situações de atendimento presencial ao público feitas através do serviço de marcação prévia.

Não estão obrigadas a fazer atendimento prioritário as entidades prestadoras de cuidados de saúde quando esteja em causa "o direito à proteção da saúde e do acesso à prestação de cuidados de saúde".

Nessas situações, "a ordem do atendimento deve ser fixada em função da avaliação clínica a realizar".

Fora desta obrigação estão também as conservatórias ou outras entidades de registo "quando a alteração da ordem de atendimento coloque em causa a atribuição de um direito subjetivo ou posição de vantagem decorrente da prioridade de registo".

Usufruem deste regime as pessoas com deficiência que tenham um grau de incapacidade igual ou superior a 60%, reconhecido por atestado multiusos, e apresentem dificuldades específicas que lhes possam "limitar ou dificultar a atividade e a participação em condições de igualdade".

Beneficiam também as pessoas idosas, ou seja, todas as que tenham idade igual ou superior a 65 anos e tenham "evidente alteração ou limitação das funções físicas ou mentais".

Relativamente às pessoas acompanhadas por crianças de colo, a nova legislação é válida apenas para crianças até aos dois anos.

Por outro lado, caso haja uma situação de conflito, em que várias pessoas tenham direito ao atendimento prioritário, o atendimento deve fazer-se por ordem de chegada.

Neurologia Pediátrica
Considerada como uma disfunção motora que afeta duas em cada mil crianças, a paralisia cerebral “é r

Em 1861 William Little, um cirurgião ortopédico, comunicou à Sociedade Obstétrica de Londres um trabalho em que defendia que um parto difícil e a «sufocação» do bébé no momento do parto produziam uma lesão cerebral que se manifestava por paralisia e rigidez. Não muito depois, no final do século XIX, Sigmund Freud contestou esta teoria. Freud argumentava que muitos bébés que sofreram asfixia no parto se desenvolviam, subsequentemente, de modo normal. Propunha, alternativamente, que um desenvolvimento cerebral anormal na vida fetal estaria subjacente à paralisia cerebral.

Sir William Osler, um influente médico do século XIX, foi o primeiro a utilizar o termo «paralisia cerebral» na literatura médica.

Curiosamente, mais de um século e meio depois, as duas hipóteses revelaram-se não exclusivas mas sim complementares. As duas foram confirmadas por investigações posteriores.

Múltiplos eventos anteriores ao parto como a exposição tóxicos, anomalias genéticas, acidentes vasculares cerebrais ou infeção fetal podem produzir uma lesão cerebral. Na vida pós natal o parto é um momento chave: traumatismo e asfixia são as principais agressões. Infeção continua a ser uma causa importante de paralisia cerebral na vida pós natal.

Muito se especulou também por razões médico-legais, se a asfixia intraparto era a causa preponderante de paralisia cerebral: os métodos actualmente disponíveis (sobretudo a Ressonância Magnética cerebral) sugerem que é causa em apenas 10% dos casos. 

Os efeitos que produz uma lesão cerebral dependem do tipo de agente ou situação agressora.

Doenças diferentes poderão assim produzir efeitos próprios (por exemplo, infecção na vida fetal com frequência causa alterações nos olhos ou surdez; asfixia terá como consequências principais disfunção motora e cognitiva, defeitos de desenvolvimento de natureza genética podem manifestar defeitos de desenvolvimento craniofacial e mais raramente de outros órgãos, etc). No mesmo grupo de causas pode o grau de gravidade das consequências ser variável.

As lesões cerebrais dependem ainda do estado de desenvolvimento em que o feto ou a criança se encontram. Por exemplo, a mesma asfixia no período perinatal actuando num bébé que nasce no termo da gestação (40 semanas) produz um padrão de paralisia diferente comparativamente com um bébé prematuro. Mesmo no contexto de prematuridade existem variantes relacionadas, por exemplo, com a prematuridade extrema.

O conceito de paralisia cerebral evoluiu finalmente para definir uma disfunção motora (frequentemente associada a disfunção cognitiva e sensorial e a epilepsia) resultante de uma lesão cerebral ocorrida na vida fetal ou numa fase precoce do desenvolvimento.

Esta disfunção ou dificuldade motora (e as disfunções associadas) será não progressiva, no sentido que é o resultado (ou a «sequela») de uma lesão cerebral que não é continuada no tempo.

Deve acentuar-se, na linha do que expusemos acima, que a expressão final de paralisia cerebral não está presente imediatamente após se constituir uma lesão: a constituição/«cicatrização» da lesão e o desenvolvimento do bébé  nos primeiros anos de vida são dois processos de sinal oposto. O resultado final, as dificuldades ou disfunções que irão ocorrer mais tarde, requer uma observação cuidada, experiente e prolongada no tempo.

Paralisia cerebral ocorre um cerca de 2/1000 crianças.

A disfunção motora mais comum é a paralisia e uma «rigidez» muscular associada chamada hipertonia espástica.

Existe um padrão unilateral de paralisia (variante «hemiplégica») em que sómente os membros superior e inferior direitos ou esquerdos são afectados pela paralisia e hipertonia.

Também ocorre a variante  com envolvimento mais grave nos membros inferiores que nos membros superiores (chamada «diplégica»), habitualmente resultante de complicações neurológicas da prematuridade.

Existem casos de paralisia cerebral em que o defeito é sobretudo de controle de movimento (forma «extrapiramidal»). Manifestam-se por movimentos involuntários que se assemelham a movimentos de «torsão» nos membros e no tronco.

Finalmente, na forma mais grave, os 4 membros são afectados por uma paralisia com hipertonia espástica («tetraplégica»).

O envolvimento pode afectar os músculos da face, boca e laringe e perturbar ou mesmo impedir a articulação das palavras («disartria»).

Uma criança com paralisia cerebral terá uma dificuldade motora que pode ser mais ou menos significativa (poderá por exemplo observar-se somente o uso preponderante de uma das mãos, com a outra demonstrando uma subtil lentidão e dificuldade para realizar movimentos com mais precisão).

Quanto ao grau de gravidade das disfunções associadas aplica-se também o comentário acima: 20 a 60% com dificuldades de aprendizagem e défice cognitivo, cerca de 30% com epilepsia, 40% com problemas visuais (frequentemente estrabismo). Salientamos que um número significativo de crianças com paralisia cerebral irá ter (em alguns casos mesmo quando afectado por uma doença motora grave) uma aprendizagem escolar adequada.

No decurso da infância e adolescência, alguns problemas ortopédicos podem manifestar-se: a paralisia e a rigidez determinam menos mobilidade de articulações, colocam um «stress» sobre determinadas articulações (sobretudo as ancas), pode evoluir uma curvatura da coluna vertebral (escoliose).

Algumas crianças com paralisia cerebral têm refluxo do conteúdo ácido do estômago para o esófago (pelo posicionamento deitado, pela hipertonia dos músculos, que aumenta a pressão intra-abdominal). A dificuldade para a deglutição e o refluxo gastro-esofágico podem causar aspiração para as vias respiratórias.

Outros terão alguma disfunção do controle (esvaziamento) da bexiga e propensão para infeções urinárias.

A investigação sobre paralisia cerebral tem permitido um melhor conhecimento das causas e algumas atitudes preventivas: por exemplo a vacinação contra a rubéola erradicou rubéola congénita que no passado era uma causa de cegueira, surdez e paralisia cerebral.

A hipotermia (arrefecimento corporal) protege o cérebro (e os outros órgãos) da privação de oxigénio e do défice de compostos energéticos e demonstrou ter um efeito não só sobre a mortalidade como também sobre a gravidade das sequelas quando ocorre uma asfixia no momento do parto.

A intervenção sobre paralisia cerebral usa diferentes técnicas, salientando-se a Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Terapia da fala.

Várias tecnologias de comunicação aumentativa têm sido desenvolvidas para melhorar a comunicação das crianças com incapacidade motora para falar.

A toxina botulínica é uma substância paralisante que, injectada em músculos selecionados, produz uma diminuição da rigidez hipertónica podendo atenuar o impacto sobre as articulações.

O Ortopedista pode realizar diversas intervenções para corrigir a postura de articulações ou para corrigir escoliose ou luxação da anca.

 Uma intervenção directa capaz de «corrigir» a lesão que causou a disfunção cerebral seria um objectivo último. Teóricamente as chamadas «células estaminais» teriam a capacidade de se diferenciarem em células cerebrais e «ocupar o lugar» de outras afectadas por uma doença.

Não é certo que estas células, uma vez localizadas numa lesão, possam reconstituir a arquitectura e o funcionamento de um cérebro normal. Teriam que ser administradas por uma via directa para o Sistema Nervoso. Este modelo de intervenção está actualmente num processo de investigação, experimental, e não existem dados firmes ou conclusivos quanto à eficácia e à segurança.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ministro da Saúde
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, afirmou, em Coimbra, que as expectativas dos profissionais do setor "são...

"As expectativas dos profissionais são mais do que legítimas", sublinhou o ministro da Saúde, no âmbito de uma vista ao Hospital Pediátrico de Coimbra, onde foi confrontado, na entrada, com exigências por parte do Sindicato dos Enfermeiros.

O sindicato entregou "uma prenda" ao ministro, exigindo a reposição das 35 horas de trabalho "para todos" os enfermeiros e mais verbas para serem contratados mais profissionais.

Questionado por um dirigente sindical sobre quando é que vai haver reposição das 35 horas para todos os enfermeiros, o ministro disse que será "quando o país puder", salientando que o executivo vai continuar a "trajetória" de contratação de mais enfermeiros, que são "um pilar importantíssimo do Serviço Nacional de Saúde".

Em declarações aos jornalistas, Adalberto Campos Fernandes frisou que o Governo, ao fim de um ano, "foi o que mais enfermeiros recrutou" e que conseguiu fazer "a reposição justa das 35 horas para mais de 31 mil enfermeiros".

O ministro da Saúde referiu que a obrigação do executivo é a de "continuar a trabalhar para que 2017 seja um melhor ano para o Serviço Nacional de Saúde e para os portugueses".

Na visita ao Pediátrico de Coimbra, Adalberto Campos Fernandes ouviu os profissionais de saúde, bem como as famílias, com uma mãe a enaltecer o trabalho do hospital, que salvou a vida do seu filho, que "não se importa de passar o Natal" naquele espaço, porque "apanhou o carinho" dos profissionais.

A iniciativa serviu para "prestar homenagem aos 130 mil profissionais do Serviço Nacional de Saúde que hoje mesmo, em todo o país, estão a prescindir de estar com as suas famílias e estão a fazer aquilo que sabem fazer melhor, que é servir os portugueses", frisou o ministro, que ainda deixou a promessa de contratação de mais enfermeiros para aquele hospital, após ouvir os pedidos do diretor do serviço de pediatria médica, que defendia mais "três a quatro enfermeiros" para o seu serviço.

Governo
O Ministério da Saúde e a Associação Nacional de Laboratórios assinaram um protocolo que visa a melhoria da sustentabilidade...

Segundo o Ministério da Saúde, este "acordo inédito" resulta de um consenso alargado que abrange não só contenção da despesa neste setor, mas também a revisão do enquadramento técnico dos laboratórios convencionados, a desmaterialização dos resultados analíticos e a colaboração destas entidades na vigilância e controlo epidemiológico.

O ministério dirigido por Adalberto Campos Fernandes lembra, a propósito, que o setor convencionado das análises clínicas desempenha um papel complementar ao do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na prestação de cuidados de saúde aos portugueses.

"A convergência de esforços entre o Estado e os agentes económicos permanece como um dos garantes do controlo da despesa pública, num quadro de manutenção da acessibilidade às melhores práticas de diagnóstico e terapêutica no Serviço Nacional de Saúde, bem como de prestação, tendencialmente gratuita, de cuidados de saúde aos cidadãos", salienta o Ministério da Saúde.

O acordo assinado com a Associação Nacional de Laboratórios (ANL) poderá abranger outras entidades não associadas, estando em curso a análise de protocolos semelhantes com associações representativas de outras áreas de diagnóstico e terapêutica.

A importância da Reabilitação Respiratória
Afetando mais o sexo masculino, as doenças do aparelho respiratório são a principal causa de interna

As doenças do aparelho respiratório têm uma elevada prevalência representando, no seu conjunto, a terceira principal causa de morte em todo o mundo. “Em Portugal são responsáveis por cerca de 19 por cento dos óbitos e a principal causa de internamento”, refere António Carvalheira Santos, Chefe do Serviço de Pneumologia do Hospital Pulido Valente, estimando-se que, dentro de cinco anos, “sejam reponsáveis por cerca de 12 milhões de mortes anuais”.

De acordo com o especialista, mais de cem milhões de europeus sofrem, atualmente, de doença respiratória crónica. Um dado alarmante se pensarmos nas elevadas taxas de mortalidade e incapacidade que a patologia provoca.

Entre as doenças respiratórias que mais afetam os portugueses encontram-se a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), a Asma Brônquica, as Neoplasias Pulmonares, as Pneumonias, as Fibroses Pulmonares, as Bronquiectasias e a Tuberculose.

“No entanto, há outras que são também relevantes, como as Embolias pulmonares, a Hipertensão Pulmonar de várias causas, o Síndroma de apneia obstrutiva do sono, as Doenças Neuromusculares e as Doenças deformativas da parede tóracica que são causas de insuficiência respiratória e implicam, muitas vezes, a necessidade de utilização de oxigénio e mesmo de ventilação mecânica para que os doentes tenham boa qualidade de vida”, acrescenta o pneumologista.

No Inverno, com temperaturas mais baixas e com níveis de humidade elevados, aumenta a probabilidade de agravamento da doença respiratória crónica, uma vez que estes doentes estão mais susceptíveis a infeções respiratórias, como a pneumonia.

“O frio é um irritante brônquico e por isso facilitador ao aparecimento das doenças respiratórias”, revela António Carvalheira Santos.

“A correta manutenção da terapêutica brônquica prescrita e a vacinação da gripe e das pneumonias devem ser encaradas como primordiais. A limpeza das vias aéreas é outro cuidado a ter”, assinala.

Por outro lado, entre as medidas que podem evitar o agravamento da doença está a reabilitação respiratória.

Para o especialista a reabilitação respiratória é uma componente fundamental no tratamento do doente respiratório crónico. “Tem sido alvo de particular atenção pelos investigadores nos últimos 10 anos e é, atualmente, apontada como uma intervenção de primeira linha no tratamento da DPOC estável, classes B, C e D da GOLD, bem como em doenças respiratórias crónicas propiciando a diminuição dos sintomas, melhoria na funcionalidade, capacidade de exercício e qualidade de vida e na autonomia da gestão da doença”, revela.

“Um programa de reabilitação respiratória tem como objetivos proporcionar a diminuição das incapacidades físicas e psicológicas causadas pela doença respiratória através da melhoria da aptidão física e mental, alteração de comportamentos de agravamento, promovendo a reintegração social e capacitando o doente para a gestão integrada da sua doença”, explica o médico pneumologista.

Indicada a todos os doentes com doença respiratória crónica sintomáticos, a reabilitação respiratória deve, na opinão deste especialista, ser prescrita como parte integrante do seu programa terapêutico.

Este programa “assenta em três pilares: controlo clínico, ensino e treino de exercício. Em virtude dos doentes terem características diferentes, os programas de reabilitação têm de ser talhados de acordo com essas mesmas características, embora as várias componentes têm de estar presentes”.

A reabilitação respiratória conta, por isso, com uma equipa interdisciplinar composta por médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e terapeutas ocupacionais que vão ajudar o doente a gerir a sua doença.

Uma melhor tolerância ao exercício, com aumento da resistência ao esforço, a redução dos sintomas respiratórios de fadiga e dispneia ou a reversão da ansiedade e depressão associados à doença respiratória são alguns dos benefícios do tratamento.

“A evolução da medicina nesta área, associada à investigação clínica, tem mostrado que a Reabilitação Respiratória evidência benefícios de saúde muito significativos para estes doentes e, simultaneamente, redução dos custos diretos e indiretos com a saúde”, adianta António Carvalheira Santos.

No entanto, admite que “a taxa de referenciação e adesão à Reabilitação Respiratória, assim como a capacidade de resposta dos serviços de saúde públicos ou privados, tem sido diminuta”.

“Num estudo recente foi avaliado que cerca de 1 por cento dos doentes respiratórios crónicos sintomáticos em Portugal têm acesso a esta terapêutica enquanto na Europa, nos países de médica adesão, é de 30 por cento estendendo-se este valor para 70 por cento nos países de grande adesão”, avança.

O chefe de Serviço de Pneumologia do Hospital Pulido Valente acredita que a fraca acessibilidade do doente a um programa de reabilitação respiratória “pode estar relacionado com o facto de sentir que é complicado o cumprimento do programa, por depressão ou desmotivação, por dificuldades de transporte, por escassez de recursos financeiros ou ainda por resistência do doente e familiares à mudança de rotinas, medicação, e início de novas abordagnes terapêuticas como a cessação tabágica, oxigenoterapia, ventiloterapia ou exercício terapêutico”.

Por outro lado, admite que a quase inexistente oferta de programas de Reabilitação Respiratória, fora do ambiente hospitalar, é uma grande condicionante ao acesso ao tratamento.

“Hoje, em Portugal, só um pequeno número de doentes respiratórios crónicos é privilegiado ao terem acesso a um tratamento global com Programa de Reabilitação incluído. Torna-se, pois, premente a abertura de Centros de Reabilitação Respiratória de proximidade, que possam dar respostas às necessidades do país”, adverte o especialista.

“Cheguei quase às últimas. Tive de aprender a respirar”

Luís Gottschalk foi diagnosticado com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica há 25 anos. Ex-fumador, admite que, ainda assim, só deixou o tabaco 12 anos depois de saber que tinha a doença.  
A fazer Reabilitação Respiratória há dois anos, afirma que teve de aprender a respirar.

“A DPOC foi diagnosticada há 25 anos, no entanto, reconheço que os sintomas já existiam há muito mais tempo”, começa por contar.

“Sentia-me cansado, tinha dificuldade em subir escadas, falta de ar. Eu nadava muito e passei a ter muitas dificuldades em respirar”, revela.

Em 1993 uma gripe forte precipitou-lhe o diagnóstico. “Foi a primeira vez que me senti a sufocar, não é facil explicar... Tive de chamar o médico a casa que me aconselhou a consultar um especialista. Na altura, disse-me que suspeitava de um enfisema”, explica Luís.

Para além do enfisema, este ex-fumador, sofria de bronquite. “Eu era fumador desde os 14/15 anos. Cheguei a fumar quatro maços de tabaco por dia. Depois de me ter sido diagnosticada a DPOC tentei várias vezes, sem sucesso, deixar de fumar”, admite.

Ao ser diagnosticado com enfisema – uma das manifestações da doença pulmonar obstrutiva crónica - pensou “ao menos não é cancro”. “Eu não tinha ideia da gravidade do problema”, confessa.

Luís era professor de filosofia numa escola secundária e passou a sentir várias limitações no seu dia-a-dia. “Desde que comecei a sufocar passei a sentir pânico em diversas ocasiões”, recorda.

“Tudo na vida me custava. Ir à rua cansava-me, não conseguia subir escadas e acabei por me isolar socialmente”, recorda. “Eu tinha vários amigos que moravam em prédios sem elevador e eu tive de deixar de os visitar”, justifica. Por outro lado, relembra o desgaste psicológico que a doença provocava.

Fora do país, onde viveu durante oito anos, sentiu o seu estado agravar-se. “Estive na Índia e tive um ataque que foi um pavor. Em 2002, em Maputo, tive de ser internado. Estive quase a fazer um pneumotórax. Nesse ano regressei a Portugal”, conta.

“Em 2003 estava péssimo e deixei de fumar. Fui decidindo, a cada dia, que não era o dia em que voltaria a fumar... ao fim de umas semanas comecei a sentir-me melhor”, revela Luís.

No entanto, um ano depois sofre um pneumotórax. “Cheguei quase às ultimas. Estava em Madrid na altura, e ao fim de três semanas de internamento soube que tinha de ser operado. Pedi para regressar a Portugal”, recorda.

A cirurgia, para além de tratar o pneumotórax, serviu para retirar parte do pulmão que se encontrava doente permitindo que a outra parte se expandisse.

“Após a operação fiz reabilitação respiratória para aprender a respirar”, afirma Luís.

Fez cinesioterapia e começou a praticar exercício físico. “Além de aprender a fazer exercícios respiratórios, a controlar a respiração e a expelir os fluído, eu tinha de ter os músculos bem trabalhados para conseguir respirar usando o diafragma”, explica.

O programa de Reabilitação Respiratória teve a duração de um ano, no Hospital Pulido Valente. “É fácil obter para os operados mas, depois de ter sofrido uma pneumonia alguns anos mais tarde, fiquei em lista de espera e acabei por procurar um centro privado especializado”, revela.

Atualmente, usa poucos medicamentos. “Só um no inicio do dia e outro a meio da tarde”, revela. Mas admite ter uma vida limitada. “Não consigo correr, consigo manter a marcha durante duas horas, mas correr é impossível e ainda tenho muita dificuldade em subir escadas. Faço muitas paragens”, diz. No entanto, tenta fazer uma vida o mais normal possível.

“Faço sessões de reabilitação duas vezes pode semana e nos outros dias vou ao ginásio. Tento manter sempre esta rotina. Nos períodos de maiores dificuldades faço reabilitação todos os dias”, conclui.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Organização Mundial de Saúde
Um protótipo de uma vacina canadiana contra o Ébola pode ser "até 100%" eficaz na proteção contra este vírus mortal,...

Num ensaio clínico que envolveu cerca de 6.000 pessoas, que receberam a vacina no ano passado, na Guiné, não houve nenhum caso de Ébola, contra 23 casos nos não vacinados, disse a subdiretora-geral de Sistemas de Saúde e Inovação da Organização Mundial de Saúde (OMS), Marie-Paule Kieny, à agência France Presse.

Estes dados sugerem "fortemente que a vacina é muito eficaz e pode ter uma eficácia de até 100%", adiantou Marie-Paule Kieny.

Se tudo correr bem, a vacina poderá estar disponível em 2018, no âmbito de um processo de aprovação acelerado, avançou a responsável.

"Depois de 40 anos, parece que agora temos uma vacina eficaz para a doença do vírus Ébola”, afirmou Thomas Geisbert, um investigador do Galveston National Laboratory, no Texas.

O Ébola causou a morte de mais de 11.000 pessoas na África Ocidental.

Direção-Geral da Saúde
A infeção pelo vírus Zika, o Ébola e a infeção pelo novo Coronavírus vão passar a ser doenças de notificação obrigatória a...

O despacho de Francisco George, divulgado no ‘site’ da Direção-Geral da Saúde (DGS), atualiza a lista de doenças transmissíveis sujeitas a notificação laboratorial obrigatória ao Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE).

A legislação prevê que seja o diretor-geral da Saúde a definir as doenças transmissíveis de notificação obrigatória e outros riscos para a saúde pública.

Para a definição das doenças e de outros riscos de saúde é tida em consideração uma decisão do Parlamento Europeu e do Conselho (Decisão n.º 1082/2013/UE) relativa a ameaças sanitárias graves transfronteiriças, que enquadra a vigilância da resistência a antimicrobianos na União Europeia.

A DGS adianta que a resistência aos antimicrobianos é um problema emergente nos cuidados de saúde, com implicações diretas na morbilidade e mortalidade.

Neste contexto, sublinha, “prevenir emergências e a transmissão cruzada de microrganismos com suscetibilidade intermédia ou resistência aos antimicrobianos é um dos objetivos da vigilância epidemiológica”.

É neste enquadramento que o despacho de Francisco George vem “tornar obrigatória a notificação de microrganismos, através do SINAVE, pelos laboratórios”.

O SINAVE é um sistema que permite monitorizar a ocorrência de doenças transmissíveis suscetíveis de constituir um risco para a saúde pública, implementar com rapidez e segurança medidas de prevenção e controlo destas doenças e cortar a cadeia de transmissão na comunidade e ocorrência de novos casos de doença e surtos.

“Este sistema reforça o compromisso do Estado na proteção da saúde da população, respondendo aos novos desafios que se colocam na vigilância das doenças infecciosas”, refere a DGS.

Para fazer a notificação, os laboratórios têm de registar-se no ‘site’ Sinavelab, para poderem dispor das condições de acesso necessárias à notificação laboratorial obrigatória.

As doenças devem ser notificadas quer se tratem de “casos possíveis, prováveis ou confirmados” e quando ocorre uma morte, refere o despacho publicado em Diário da República e que entra em vigor no dia 01 de janeiro.

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe
A atividade gripal manteve-se baixa, na semana passada, mas com tendência para crescer, revela o Boletim de Vigilância...

Segundo o relatório, publicado semanalmente, todas as quintas-feiras, a taxa de incidência da gripe foi de 74,9 casos por cem mil habitantes, na semana de 12 a 18 de dezembro.

Na semana precedente, de 05 a 11 de dezembro, a atividade gripal esteve igualmente baixa, com tendência para crescer, tendo-se registado 45,5 casos por cem mil habitantes. Na altura, foi apontado o início provável do período epidémico.

Entre 12 e 18 de dezembro, foram identificados 36 vírus da gripe do subtipo A (H3).

O boletim refere, ainda, que foram reportados, na semana passada, seis casos de gripe, por parte das 20 unidades de cuidados intensivos hospitalares que enviaram informação, sendo que cinco tinham o vírus A (H3). Nenhum doente estava vacinado contra a gripe e cinco eram doentes crónicos.

Desde o início da época gripal, em outubro, foram comunicados 31 casos de gripe admitidos nas unidades de cuidados intensivos.

Na semana do Natal, a temperatura média apresenta valores abaixo do normal, no território a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, destaca o relatório, adiantando que a mortalidade observada, "por todas as causas", tem números de acordo com o esperado.

De acordo com o boletim, houve um aumento da atividade gripal na região europeia.

A época gripal 2016-2017 começou em outubro e termina em meados de maio.

Administração Regional de Saúde do Centro
Os centros de saúde de Coimbra vão estar abertos ao público no dia 26, segunda-feira, com uma equipa para atendimento de...

A abertura ao público no dia em que o Governo concede tolerância de ponto ocorre entre as 10:00 e as 18:00 e abrange os centros de saúde de Celas, Eiras, Fernão de Magalhães, Norton de Matos, Santa Clara e São Martinho. A iniciativa enquadra-se "no âmbito das medidas preconizadas no Plano de Contingência para Temperaturas Extremas Adversas - Módulo Inverno 2016/2017", afirma, em comunicado, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

A medida "está em consonância com os procedimentos adotados internamente pelas administrações dos hospitais no controle da situação resultante do aumento da procura dos serviços de urgência nesta altura", adianta.

Na nota, a ARSC frisa ainda que o Hospital dos Covões, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), tem a funcionar, aos fins de semana, uma consulta aberta para casos de doença aguda não urgente.

A consulta, disponibilizada à população de Coimbra e arredores, funciona no edifício de consulta externa do Hospital dos Covões e proporciona exames complementares de diagnóstico e um atendimento "geralmente rápido", evitando "deslocações desnecessárias à urgência geral", assinala.

Governo
O governo aprovou hoje a Lei da Saúde Pública, um documento que reúne e atualiza “a mais relevante legislação” nesta área, como...

Trata-se de uma proposta de lei que estabelece as regras e os princípios de organização da saúde pública.

Nesta organização estão contemplados os serviços de saúde pública, as autoridades de saúde e do Conselho Nacional de Saúde Pública.

O diploma estabelece as medidas de proteção e promoção da saúde e prevenção da doença, incluindo as de vigilância epidemiológica, ambiental e entomológica, e proteção específica através da vacinação, estando ainda previstos os procedimentos relativos à gestão de emergências em saúde pública.

“É assim consolidada num único diploma a mais relevante legislação específica de saúde pública produzida ao longo de várias décadas”, lê-se na apresentação da Lei, hoje aprovada em Conselho de Ministros.

Universidade do Minho
O procedimento usa dois sensores para descobrir onde está o cálculo renal em metade do tempo dos métodos habituais. Prevê-se...

No Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS), na Universidade do Minho, em Braga, foi desenvolvido um método para encontrar pedras nos rins com a ajuda de sensores. Estima-se que o novo método, que está a ser desenvolvido nos últimos anos, chegue ao Hospital de Braga em 2017.

A pedra nos rins afeta cerca de 55 milhões de adultos na Europa, segundo dados de 2012 da Associação Europeia de Urologia (EAU, na sigla em inglês). E desde 1982 o número de pessoas afetadas duplicou. O que está a causar isso? As alterações no estilo de vida, que levaram ao aumento da obesidade e das síndromes metabólicas. A maioria dos afetados são homens, mas a mudança dos hábitos de vida também está a provocar mais cálculos renais nas mulheres, de acordo com a Associação Portuguesa de Urologia.

“Na Europa, estima-se que cerca de 5% da população tenha litíase renal [presença de pedras nos rins]. Embora não existam estatísticas reais sobre a prevalência desta doença em Portugal, calcula-se que seja semelhante a outros países europeus, nomeadamente Espanha, onde a prevalência é de cerca de 5%”, indica-nos Emanuel Carvalho Dias, um dos urologistas do ICVS responsáveis pelo novo método de remoção de pedras nos rins.

Mas o que são estas pedras? São estruturas sólidas provocadas pela cristalização nos rins de minerais ou sais de ácidos. Depois, de formadas, podem manter-se no rim ou descer pelo tubo que faz uma ligação à bexiga, o uréter. Se em muitos casos a pedra desaparece sem qualquer intervenção, em cerca de 20% dos casos causa uma dor forte e tem de ser realizada uma cirurgia.

No método convencional, para se remover a pedra dos rins, é necessário usar uma agulha que atravessa a pele, assim como fazer radiografias. “Torna-se difícil conseguir picar o rim e tirar as pedras maiores”, diz ao jornal Público Emanuel Dias sobre as dificuldades encontradas numa cirurgia.

Testes em porcos
Como vai ser então utilizado o novo método? Depois de aplicar uma anestesia, usam-se dois sensores: um eletromagnético, que funciona com ondas pulsadas de baixa frequência e que penetra no rim, e outro externo. O primeiro sensor é colocado dentro do rim através de um ureterorrenoscópio flexível, um instrumento que penetra na uretra, na bexiga e segue até ao rim. Por fim, este sensor interno emite um sinal vermelho, que e visível num ecrã assinalando assim o local onde deve ser feita a picada. Por fora, os médicos utilizam o segundo sensor, o externo, que está sempre a emitir um sinal verde. Quando os pontos dos dois sensores se intercetam, é então o momento de fazer a picada com a agulha.

A ajudá-los, os urologistas têm um sistema de navegação e o ecrã onde surgem os pontos a três dimensões obtidos pelos sensores. “É como se fosse o GPS da pedra nos rins”, afirma Emanuel Dias. Encontrada a pedra, é necessário destruí-la. Aqui o método passa a ser o tradicional e já conhecido: o processo ultra-sónico.

Neste novo método, além de se simplificar o processo de remoção da pedra, pois o cálculo é detetado de forma precisa, o paciente não fica exposto aos raios X e também se evitam muitas hemorragias associadas à cirurgia. “Este é um método completamente novo”, afirma Emanuel Dias, que desenvolveu o trabalho em conjunto com os investigadores Estevão Lima e João Vilaça, também do ICVS.

A precisão deste método permite assim que a cirurgia demore menos tempo do que o método convencional. “O tempo da cirurgia encurta. Passa a demorar em média meia hora, enquanto uma cirurgia normal dura duas horas”, aponta o urologista.

Até agora, o método encontra-se em fase pré-clínica, tendo sido testado em cerca de 20 porcos. O projeto, que tem sido apresentado em congressos internacionais, teve um artigo publicado na revista The Journal of Urology, em 2013. E esta terça-feira foi um dos projetos divulgados no Roteiro da Ciência, que Carlos Moedas, comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação, fez pelo Minho. Mas as novidades para os doentes podem surgir “em breve”, refere Emanuel Dias: em 2017, a equipa de investigadores espera que o método comece a ser aplicado no Hospital de Braga.

As pedras nos rins podem ser evitadas. Ingerir muitos líquidos e ter uma alimentação saudável com substâncias inibidoras – como o arroz, a batata, a clara de ovo e frutas, uvas ou peras – pode ajudar.

A partir de janeiro
Os medicamentos para o tratamento da dor oncológica, moderada a forte, passam a incluir duas novas substâncias ativas,...

Em causa estão analgésicos estupefacientes, nomeadamente os medicamentos opioides, como Buprenorfina, Fentanilo, Hidromorfa, Tapentadol, Morfina, aos quais acresce Oxicodona e Oxicodona+Naxolona, quando receitados para o tratamento da dor oncológica moderada a forte.

“Tratando-se de medicamentos indispensáveis ao tratamento da dor oncológica moderada a forte cuja prevalência, por motivos de saúde pública, importa reduzir, é necessário facilitar o acesso dos doentes a esta terapêutica, promovendo a equidade e universalidade do tratamento da dor, e contribuir para uma melhoria significativa da qualidade de vida dos doentes oncológicos”, lê-se na portaria.

Segundo fonte da Autoridade do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), com a publicação da portaria passa a ser possível acrescentar novas substâncias ativas, sem alterar o diploma.

Mantém-se a necessidade de o médico que prescreve mencionar expressamente a portaria na receita para o doente ter acesso à comparticipação.

A portaria entra em vigor no início de janeiro.

Prevenir o AVC na quadra natalícia
Todas as receitas tradicionais podem ter pequenas alterações, adaptando-se a um conceito mais saudáv

 

 

Certamente que também não vai querer ver os últimos esforços que tem feito para perder peso caírem por terra em apenas dois dias.

 

 

 

Para uma quadra natalícia mais saudável, mas ainda assim cheia de sabor e prazer à mesa, deixo-lhe alguns conselhos práticos:

  1. Não deixe de praticar a sua atividade física diária.
  2. Demolhe bem o bacalhau, o sal é sempre um veneno para a tensão arterial.
  3. Aumente a quantidade de hortícolas no prato e reduza a quantidade de arroz, massa ou batata, como forma de tentar compensar um pouco a ingestão de doces.
  4. Ingira fruta fresca ao longo do dia para fugir à tentação dos doces.
  5. Na confeção dos doces tradicionais, reduza a quantidade de açúcar da receita, bem como a de gemas de ovos. Nas receitas com leite, opte por leite magro. Use e abuse da canela.
  6. Na confeção de fritos como as rabanadas, filhós, bolinhos de bacalhau e outros, conceba porções maiores para fritar! Quanto mais pequena a porção, mais óleo de fritura irá reter.
  7. Para fritar, prefira azeite ou, em alternativa, óleo de amendoim, pois este atinge uma temperatura mais elevada sem se deteriorar.
  8. Nos assados, evite manteiga, natas ou outros cremes de gordura, preferindo azeite ou alguns produtos mais light. Pode servir os assados acompanhados por frutas tropicais, tornando-se saborosos, apelativos e mais ricos nutricionalmente.
  9. Substitua sal por especiarias e ervas aromáticas.
  10. No prato, retire com os talheres todas as gorduras visíveis da carne e do peixe e evite os molhos.
  11. As bebidas alcoólicas são para consumo moderado, com um máximo de consumo diário de dois copos de vinho para o homem e um para a mulher.
  12. Evite os refrigerantes pelo seu elevado conteúdo em açúcar. Mesmo os sumos naturais devem ser restringidos a um baixo consumo.
  13. Com as sobras, use a sua criatividade para criar novos pratos, mas não volte a adicionar mais gordura ou sal na sua elaboração.

E lembre-se que o Acidente Vascular Cerebral não escolhe dia nem hora! Mais vale um natal cheio de vida, do que menos uma vida neste Natal!

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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