Ordem dos Médicos do Norte
A Ordem dos Médicos do Norte pediu hoje ao Governo uma alteração legislativa para que os atestados médicos eletrónicos para a...

Em comunicado, o presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (CRNOM) considera “importante repor a criação dos Centros de Avaliação Médica e Psicológica como organismo vocacionado para a emissão e revalidação das cartas de condução e devidamente apetrechado em termos humanos e materiais".

O responsável diz estar preocupado com a “sobrecarga de trabalho” que os médicos de família vão ter a partir de janeiro, devido à obrigatoriedade de atestados médicos eletrónicos para a carta de condução serem passados por profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

"O processo ficou muito mais complexo, mais burocrático e pode mesmo estar dependente de avaliações externas ao médico de família, como avaliações de cardiologia, oftalmologia ou endocrinologia só para citar três exemplos", alerta o presidente do CRNOM.

De acordo com Miguel Guimarães, "embora a nova legislação tenha sido apresentada como um processo simplificador na emissão ou revalidação das cartas de condução, a verdade é que ficou muito mais lento".

Tal representa um " claro prejuízo para o médico de família, que terá ainda de lidar com as potenciais situações conflituosas” relacionadas com a “morosidade do processo e até ao expectável aumento do número de atestados médicos com parecer negativo".

Por isso, Miguel Guimarães propõe que "o Governo proceda a uma alteração legislativa” do novo modelo de carta de condução em formato eletrónico, “no sentido de não serem os médicos de família a decidirem e comunicarem a inibição de conduzir".

"Tem sido entendimento do Conselho Nacional Executivo da Ordem dos Médicos, já de há uns anos a esta parte, que a obtenção de licenças individuais como a carta de condução, a carta de caçador, a licença ou o reconhecimento de aptidão física para a prática desportiva não constituem uma obrigação para o médico que trabalha no SNS", lembra o responsável.

Miguel Guimarães recorda que, em 2009, o Governo adotou um caminho que considera “mais correto”, com um decreto-lei “que estabelecia a criação dos Centros de Avaliação Médica e Psicológica (CAMP)", mas que nunca chegou a avançar.

“Estes centros, que nunca chegaram a sair do papel, tinham como principal missão gerir de forma integrada a emissão e revalidação das cartas de condução, sendo responsáveis pela avaliação física, mental e psicológica dos candidatos”, descreve.

"A criação destes centros não só simplificava o processo, como permitia libertar os médicos de família de uma obrigatoriedade que em nada contribui para uma melhoria da prestação de cuidados de saúde à população por parte dos especialistas em Medicina Geral e Familiar", defende.

Para o responsável, “estes especialistas já estão sujeitos a uma elevada pressão diária, sendo de lamentar esta sobrecarga clínica e administrativa".

O desafio da década
Os hábitos dos consumidores estão a mudar e as doenças civilizacionais são o novo desafio da indústria seguradora. Como...

A indústria tem de antecipar situações e, nessa ótica, a grande questão é saber que doenças antecipa, num futuro próximo, e de que forma poderão vir a afetar a cobertura?
A perspetiva de futuro é o crescimento das doenças civilizacionais, por exemplo as que derivam da má qualidade do ar e da má alimentação tais como a obesidade, diabete, cancro e doenças cardíacas e doenças respiratórias. A cobertura da maior incidência destas doenças levará os seguradores a terem de ajustar o “pricing” por um lado, mas também a apostar mais na prevenção e deteção precoce evitando custos mais gravosos no futuro. Do lado dos seguros de vida estas doenças resultarão em mais doenças crónicas incapacitantes que poderão agravar o número de situações de invalidez.

O uso abusivo de antibióticos e a consequente resistência aos mesmos é uma preocupações?
Os seguros de saúde cobrem já as situações oncológicas, desde que não sejam situações preexistentes. A questão levanta-se é se os capitais seguros contratados na maioria dos seguros são suficientes. Muitas pessoas valorizam ainda no seguro de saúde, as coberturas que, na verdade, não são, na sua essência, seguro, tais como dentes, óculos e medicamentos, e nem sempre tem perceção que o importante é garantir proteção para as situações em que o orçamento familiar pode ser insuficiente ou gravemente afetado, como é o caso de doenças graves, que implicam custos muitos elevados com cirurgias, internamentos e tratamentos muito dispendiosos. undi simus mos ne ped quatur?

E a existência de sintomas que possam levar a doenças já podem ser cobertos? E do lado dos clientes, terão estes a perceção do que efetivamente está coberto e da suficiência ou não dos capitais seguros?
A grande maioria das pessoas seguras não tem realmente uma noção muito concreta do que está efetivamente seguro, por falta de informação e correto esclarecimento. Esta é uma área em que se tem de apostar fortemente na comunicação para que as decisões de contratação de um seguro e dos capitais a segurar estejam adequadas às necessidades e perspetivas de cada pessoa.

Como devem e podem ser segurados os riscos de doenças mais graves?
As doenças graves estão, de uma forma geral, cobertas pela maioria dos seguros. Existem, no entanto, hoje dia produtos mais vocacionados para a cobertura de patologias mais graves, sejam pelo reforço de capitais, sejam pela inclusão de meios de prevenção e acompanhamento especializado quando surgem estas situações.

E as alterações climáticas que estão a criar alergias persistentes têm coberturas?
As alergias não são uma exclusão das apólices de seguro. No entanto, alguns medicamentos de prevenção, como vacinas podem não estar contemplados na maioria dos Planos de Saúde.

Qual a perspetiva e em que condições poderão estar cobertas as doenças pré-existentes?
Já existem seguradores que cobrem doenças pré-existentes, nomeadamente as de cariz mutualista. Nos seguros de grupo de maior dimensão também é possível assegurar a sua cobertura pela dispersão do risco. Para as restantes situações, esta cobertura só será viável se os seguros passarem a ter uma característica de complementariedade semi-obrigatória (como se verifica em alguns países) permitindo dimensão e economias de escala que absorva a inclusão dos riscos preexistentes.

A existência das chamadas doenças do século, como os AVC, a diabetes tem cobertura nos seguros de saúde?
Sim, estas doenças têm cobertura nos seguros atuais para a maioria dos seus tratamentos. O que pode muitas vezes não estar ajustado são, mais uma vez, os capitais seguros. Por exemplo, o capital de internamento pode não ser suficiente para uma situação prolongada numa unidade de cuidados intensivos.

Que garantias é possível fazer nos dias de hoje para acautelar a generalidade desse tipo de sinistros?
Sim, estas doenças têm cobertura nos seguros atuais para a maioria dos seus tratamentos. O que pode muitas vezes não estar ajustado são, mais uma vez, os capitais seguros. Por exemplo, o capital de internamento pode não ser suficiente para uma situação prolongada numa unidade de cuidados intensivos.

Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde está a monitorizar os casos de gripe em Portugal, embora neste momento não exista qualquer epidemia,...

"Ainda estamos dentro da atividade basal da gripe, ainda não há epidemia, há casos esporádicos, no entanto, até agora, de facto, os vírus encontrados são H3N2, que são o tipo de vírus mais capaz de se propagar e que dá epidemias mais intensas", declarou aquela responsável, à margem de um seminário realizado na Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve.

Segundo aquela responsável, o número de vírus que até agora foi identificado "ainda é muito pequeno" para que as autoridades possam ter a certeza de que o H3N2 venha a ser o vírus dominante nesta época, mas, caso seja, é um tipo de vírus "mais competente" e que se propaga "com muita facilidade", originando "epidemias grandes", alertou.

"Os que foram identificados até agora são [H3N2]. Pode acontecer que seja uma época gripal de grande intensidade", afirmou, sublinhando que este é um tipo de vírus que afeta muita gente e, como tal, "a percentagem de pessoas que tem uma doença grave, que é internada ou que morre acaba por ser proporcional a esse número de pessoas afetadas".

Recordando que, este ano, já foram registadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) quatro mortes causadas pela gripe, de um total de dez pessoas internadas em Cuidados Intensivos, Graça de Freitas ressalvou, contudo, que esse número está "dentro do padrão habitual", uma vez que se tratavam de pessoas de risco, idosas, com patologias ou que não tinham sido vacinadas.

A subdiretora-geral da Saúde esclareceu ainda que a época gripal dura entre oito a doze semanas, coincidindo, habitualmente, em Portugal, com o final de dezembro e o início de janeiro.

"Nós só sabemos que atingimos o pico [da gripe] quando começamos a descer, mas ainda não atingimos a atividade epidémica clara, ainda não iniciámos a subida", concluiu.

A taxa de incidência gripal entre 28 de novembro e 04 de dezembro foi de 30 por 100.000 habitantes, com tendência crescente, segundo o Boletim de Vigilância Epidemiológica divulgado esta semana pelo Instituto Nacional Ricardo Jorge.

Segundo o boletim, na semana compreendida entre 28 de novembro e domingo passado (04 de dezembro) “foram analisados 10 casos de síndrome gripal, dos quais seis positivos para gripe A(H3).

No Reino Unido
A investigadora portuguesa Mariana Monteiro integra um consórcio europeu de desenvolvimento de novas terapêuticas para a...

Mariana Monteiro, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), do Porto, tem contribuído com os dados da investigação clínica realizada na Universidade do Porto para este estudo de larga escala que está a decorrer no Center for Obesity Research da University College of London (UCL), no Reino Unido.

O estudo pretende “identificar os marcadores genéticos que permitem prever o resultado de um determinado tratamento da diabetes associada à obesidade de modo a permitir que no futuro possa vir a ser aconselhada a terapêutica que melhor se adequa às características de cada doente, tornando-a assim mais eficaz e personalizada”, explica o ICBAS, em comunicado.

Um objetivo adicional desta investigação é “identificar a resposta hormonal que ocorre após a cirurgia da obesidade ou cirurgia bariátrica responsável pela melhoria e remissão prolongada da diabetes, para identificar potenciais alvos para desenvolvimento de novos medicamentos que dentro de alguns anos possam ser administrados aos doentes com diabetes (tipo2) com a mesma eficácia e dispensando a necessidade da cirurgia”.

Neste consórcio, sediado e coordenado no Reino Unido, estão integrados 14 investigadores de diferentes nacionalidades (Portugal, Inglaterra, França e Itália) e conta um financiamento a rondar os seis milhões de libras (6,7 milhões de euros) do National Institute for Health Research (NIHR)

O programa de investigação em curso na UCL combina técnicas de ciência básica com a investigação clínica em voluntários saudáveis e pacientes obesos com diabetes tipo 2.

Em Portugal, a prevalência da diabetes situa-se nos 12,9% da população, dos quais 5,6% não estarão diagnosticados.

Atualmente, para além desta investigação, Mariana Monteiro mantém as funções de Diretora da Unidade Multidisciplinar de Investigação Biomédica do ICBAS (UMIB) e coordena uma equipa de investigação em Endocrinologia Clínica e Experimental na mesma unidade.

O Center for Obesity Research já tem produzido “avanços consideráveis” que têm sido publicados regularmente em periódicos de referencia mundial e assim como divulgados nos meios de comunicação britânica, tais como a BBC News.

Em Matosinhos
A plataforma terá informações destinadas a consumidores de estupefacientes e a todos os que tenham dúvidas sobre estas questões...

"A plataforma surgiu da perceção que tivemos de que era preciso chegar a um público mais jovem", de uma forma "mais atrativa" e com informações destinadas não só a consumidores de estupefacientes, mas também a todos os que tenham dúvidas sobre estas questões, explicou Lurdes Queirós, presidente da direção da ADEIMA.

A também vereadora da ação social da Câmara de Matosinhos referiu ainda ser esta plataforma uma "espécie de equipa de rua digital", que pode dar respostas em tempo real às questões colocadas por jovens, pais e educadores sobre questões ligadas aos comportamentos aditivos e à toxicodependência, escreve o jornal Público.

"A plataforma não deixa de ser uma rede social para tratar estas questões", realçou a responsável, indicando ainda que por detrás da plataforma estará sempre uma equipa de técnicos, pronta para dar as respostas através de salas de 'chat'.

Será ainda "um instrumento de proximidade onde os jovens poderão, de forma anónima e confidencial, usar de um espaço de atendimento não presencial e onde pais e professores poderão também contactar com técnicos especializados", refere a Câmara de Matosinhos em comunicado.

A plataforma "MC", com o nome inspirado no mestre-de-cerimónias da música rap, será também um espaço de debate e partilha de informações e experiências disponível para todos os que tenham acesso à Internet, quer por um computador, quer por um telemóvel.

Promovida pela ADEIMA, e co-financiado pelo SICAD -- Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências e pela Câmara Municipal de Matosinhos, a plataforma "MC" teve um custo de sete mil euros e surge como uma extensão da intervenção.

A "MC -- Metas Comunica" será oficialmente lançada na segunda-feira, pelas 11:00, na Câmara Municipal de Matosinhos.

Universidade do Minho
Projeto envolve 130 crianças e revelou que o recurso a umas lentes de contacto com um desenho especial pode ter 60% de eficácia...

Estas lentes de contacto não travam por completo a miopia, nem tão pouco a conseguem curar fazendo com que regrida. Isso será para um futuro melhor que ainda está por vir. O que estas lentes serão capazes de fazer – e já não é pouco – é conseguir que a normal progressão da miopia aconteça bem mais devagar. São lentes de contacto “especiais” porque têm “um desenho diferente”, explica José González Méijome, director do Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental (CEORLab) da Universidade do Minho, onde se realizam testes clínicos com um grupo de 25 crianças.

As crianças que durante dois anos experimentaram estas lentes de contacto com um desenho especial progrediram de uma dioptria para “2,5 ou menos do que isso”. No mesmo período, o grupo de controlo que usou as lentes de contacto convencionais aumentou de uma dioptria para quatro. O projeto no CEORLab começou em 2012, quando as crianças tinham entre oito e dez anos, e os bons resultados obtidos fizeram com se decidisse prolongá-lo por mais dois anos. Nesta segunda fase, as 25 crianças envolvidas nos ensaios vão usar as lentes especiais e beneficiar do efeito de retenção observado na primeira fase do projeto.

“O problema da miopia é que o olho cresce de mais. Se passar de uma bola redondinha a uma bola de râguebi que estica numa direção, a imagem vai ficando mais desfocada”, explica o investigador ao jornal Público.

O tamanho do olho importa e uma diferença de meio milímetro pode parecer insignificante, mas não é. “Um milímetro de crescimento de olho pode significar três dioptrias ou mais nas suas lentes de contacto”, nota José González Méijome. A miopia moderada e alta inicia-se geralmente entre os cinco e os dez anos e progride de forma significativa até aos 16, altura em que tende a desacelerar. Assim, é sobretudo para crianças e jovens que a inovação pode ser eficaz.

“No grupo das crianças que usavam as lentes o olho cresceu menos 60 %”, explica o diretor do CEORLab, que exemplifica: “No grupo de controlo que usou lentes de contacto convencionais um olho com 20 milímetros cresceu, passados dois anos, para 21.” No grupo que usou estas lentes especiais passou para 20,4, acrescenta.

Mas afinal o que é que estas lentes têm de especial? “O seu desenho ótico, o modo como as dioptrias da lente são distribuídas à frente do olho”, responde o investigador. “Se uma criança tem duas dioptrias de miopia, a lente ‘normal’ tem a correção de duas dioptrias em toda a sua área de visão para proporcionar uma visão nítida”, explica José González Méijome. Nestas lentes, contrapõe, “o que se faz é uma manipulação ótica da distribuição da potência das dioptrias”.

As novas lentes de contacto hidrofílicas estão a ser testadas por 130 crianças em quatro centros de investigação em todo o mundo, incluindo o CEORLab em Portugal, num projeto associado a uma empresa multinacional norte-americana e já são comercializadas. O projeto de investigação em curso e que só terminará no final de 2018 serve para demonstrar a segurança e eficácia das lentes e, se necessário, corrigir o seu desenho.

Os alertas para o aumento da miopia na população mundial são conhecidos e há especialistas que defendem que a doença está a assumir “proporções epidémicas”. Um artigo na revista Nature, de Março de 2015, referia que, até ao final desta década, cerca de 2500 milhões de pessoas de todo o mundo terão miopia – ou seja, mais de um terço da população mundial. Neste momento, na Europa e nos Estados Unidos, cerca de metade dos jovens têm este problema. É o dobro dos valores registados há 50 anos.

 

O que é que nos está a deixar míopes? Não há uma resposta simples. “Conseguimos identificar fatores que estarão a contribuir para isso, como hábitos de visão, a exigência educativa, a exposição a um trabalho visual a uma distância muito curta, a menor exposição à luz solar.” Depois há, claro, os fatores genéticos que aumentam a probabilidade de ser míope.

Universidade do Minho
Investigadores da Universidade do Minho estão a fazer testes clínicos para validar a segurança e eficácia de lentes semi...

Chamam-se lentes esclerais porque ficam apoiadas na região escleral (a parte branca) do olho. São, por isso, maiores do que as lentes de contacto convencionais. Também não são gelatinosas, como as que são usadas para compensar a miopia ou astigmatismo, mas semi-rígidas. Cientistas do Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental (CEORLab) da Universidade do Minho estão a testar estas lentes de contacto em pessoas com problemas na córnea e registaram uma recuperação de visão de 30% em média, escreve o jornal Público.

Quando a córnea, a parte transparente e protetora do olho, sofre algum tipo de lesão, a visão é afetada. “A córnea é o principal elemento que vai contribuir para formar a imagem dentro do olho, na retina, se algo a afetar é como se tivéssemos uma janela arranhada ou distorcida e, por isso, vai distorcer tudo o que vemos à nossa volta”, explica José González Méijome, diretor do CEORLab. É como se mergulhássemos num mundo desfocado e os nossos olhos estivessem debaixo de água. Os óculos ou as lentes de contacto convencionais não conseguem compensar esta distorção e, se o fazem, essa reabilitação é muito tímida, diz o especialista.

Os ensaios clínicos no laboratório da Universidade do Minho estão a ser feitos com as lentes esclerais, um produto que já existe no mercado mas que, neste caso, está a ser adaptado e otimizado. “Estas lentes que estamos a testar estão aprovadas pela FDA [a agência norte-americana que regula os medicamentos e alimentos], mas ainda não estão a ser comercializadas. Há já outras lentes esclerais no mercado. Mas estas não existem”, diz o diretor do CEORLab, que está a validar a sua segurança e eficácia num projeto que une a ciência à indústria e que é realizado em parceria com uma empresa norte-americana que vai produzir estas lentes. “Temos a capacidade de redesenhar estas lentes e modificar os seus parâmetros, como o raio de curvatura, a potência, o diâmetro, a correção do astigmatismo, o grau de assimetria. São umas novas lentes”, sublinha José González Méijome.

No laboratório da Universidade do Minho os testes clínicos já decorrem há cerca de um ano. Atualmente, os investigadores estão avaliar um grupo de 50 pessoas com idades entre os 18 e 67 anos que estão a usar estas lentes. Cerca de 25 destes doentes já as usam há um ano. O projeto ainda está em curso e o processo de recrutamento só deverá terminar em Janeiro quando conseguirem juntar 60 doentes. “Já percebemos que as lentes conseguem aumentar a capacidade visual e, em muitos casos, duplicam-na”, refere José González Méijome. O ganho, especifica, é de três a cinco linhas de acuidade visual comparando com a visão que a pessoa tinha quando usava outro método de compensação, fossem outras lentes de contacto ou óculos.

Para usar uma linguagem pouco científica mas que as pessoas estão habituadas numa consulta com um especialista, “isto significa que em média as pessoas entram no consultório a ver qualquer coisa como 30 a 40% e saem a ver 80 a 90%”, explica o investigador. Cada linha de acuidade visual representa cerca de 10% de melhoria na visão. Em média, a melhoria observada pelos investigadores é na ordem dos 30%, mas pode ser superior. “Temos casos em que observámos pessoas que não tinham mais do que 20% da visão e conseguiram chegar a 80 %”, confirma. “Parece apenas um número mas esta diferença pode mudar vidas”, diz José González Méijome, lembrando que “uma pessoa que vê abaixo dos 50% pode nem sequer estar habilitada para a conduzir um carro”.

As lesões na córnea podem surgir na sequência de acidentes, complicações cirúrgicas ou patologias (uma das mais frequentes é o chamado “queratocone”, quando a córnea adota uma forma muito bicuda, que afetará 1 em cada 2 mil pessoas.). Existem também problemas que surgem na sequência de cirurgias usadas, por exemplo, para compensar a miopia, diz o especialista. “A cirurgia a laser é um método altamente eficaz mas, por vezes, a córnea sofre uma descompensação e começa a degenerar. Há uma perturbação da visão e o doente não consegue ver, nem com óculos nem com lentes de contacto normais.”

Além de quantificar a melhoria da visão com o uso destas lentes esclerais, o projeto do CEORLab também quer estudar a “reação da superfície ocular a estes dispositivos e se é possível utilizá-las durante longos períodos de tempo”, diz José González Méijome. “Na segunda parte do projeto, que agora se inicia, também iremos avaliar as diferentes propriedades biológicas da lágrima e dos tecidos oculares para perceber o impacto destes dispositivos.” A investigação é ainda o trabalho de doutoramento de Rute Araujo, uma aluna da Universidade do Minho que, atualmente, é a única instituição de ensino no país que garante desde a licenciatura ao grau de doutoramento na área da optometria.

Para explicar como funcionam estas lentes, o investigador usa a imagem de um acidente. “É como se tivéssemos um carro amolgado, enchêssemos com massa a parte da amolgadela e déssemos uma tinta por cima. Aparentemente, está novo mas por baixo a superfície está achatada, colocámos à sua frente um material rígido que, de alguma forma, disfarça a irregularidade”, diz. Assim, quando a luz chega ao nosso olho, em vez de encontrar uma superfície deformada, já encontra uma superfície regular com a qual já pode focar outra vez a imagem na retina. "São lentes de contacto terapêuticas. Elas não estão só a tirar os óculos da frente da cara por questões cosméticas, podem ser a única solução para recuperar a visão.”

Nos últimos anos, as lentes esclerais, um material rígido permeável aos gases, têm sido muito exploradas, beneficiando dos avanços tecnológicos nos materiais (polímeros) e no desenho e fabrico deste tipo de dispositivos. “Este projeto visa sistematizar as observações que se estão a fazer no terreno clínico. O que queremos é padronizar e demonstrar, com uma amostragem suficiente e estatisticamente representativa, que são seguras e eficazes. Por outras palavras, provar que não fazem mal à córnea e que conseguem reabilitar a visão do olho”, resume o diretor do CEORLab.

A culpa é dos genes
O estreitamento da pélvis da mulher é uma das principais razões que levam especialistas em ginecologia/obstetrícia a recomendar...

Contrariando mas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), as cesarianas são um procedimento cada vez mais comum nos hospitais e maternidades, quer por desejo da mãe, que por indicação médica.

Os casos dos bebés com dificuldades em passar pelo canal de parto são também cada vez mais e aumentaram de 30 para 36 em cada 1000 nascimentos desde 1960, escreve o Sapo.

Esta situação despertou o interesse de Philipp Mitteroecker, médico do Departamento de Biologia Teórica, na Universidade de Viena, que aponta para a necessidade de compreender a questão relativa à evolução humana. "Sem a intervenção médica moderna, estes problemas seriam frequentemente fatais, segundo uma perspetiva evolucionista", comenta o médico.

Sem a cirurgia, os genes destas mulheres não seriam passados à geração seguinte, já que tanto o bebé como a mãe morreriam no parto. Ao serem submetidas a cesarianas, estas mulheres passam às filhas genes que codificam uma pélvis igualmente estreita. E assim sucessivamente.

O médico sublinha que a intenção do estudo não é criticar a intervenção cirúrgica, mas compreender que existe um efeito evolutivo associado à mesma.

Em conclusão, os investigadores da Universidade de Viena, na Áustria, dizem que esta passagem de genes pode afetar o curso natural da evolução humana.

Em Portugal a taxa de cesarianas é elevada. Segundo dados de 2015, o setor público tem uma taxa de 28%, enquanto nos privados a taxa atinge os 66%.

Saúde Animal 24
A Saúde Animal 24 é a primeira linha telefónica de assistência em saúde veterinária, que nasce através de dois médicos...

São dez horas da noite e o cão decide roer as pilhas do comando da televisão. A família está de férias e o gato é picado por uma abelha. Há um bebé prestes a nascer e um “irmão” de quatro patas tão ou mais ansioso do que os pais. Uma viagem programada para breve e uma mala cheia de perguntas sobre as vacinas e burocracias necessárias para transportar o animal de estimação.

Estas são situações reais e bem familiares para quem um animal de companhia, escreve o Sapo. Imprevistos que surgem fora das consultas veterinárias e que por isso deixam os donos inseguros, com dúvidas e sem saberem o que fazer.

A partir de agora todas estas dúvidas podem ter uma resposta rápida e à distância de um simples telefonema: a Saúde Animal 24 acaba de se lançar no mercado e é a primeira linha telefónica de assistência em saúde veterinária, que nasce com o objetivo de esclarecer as questões que surgem fora de horas, ou que não se enquadram no âmbito das consultas veterinárias.

Disponível 24 horas por dia através do número 760 450 911, este serviço está preparado para responder a dúvidas dentro das áreas da nutrição, comportamento, intoxicações, viagens e ainda a questões de saúde pública encaminhando os clientes, sempre que se justifique, para uma clínica ou hospital veterinário da sua freguesia de residência. Inovadora e pioneira em Portugal e na Europa, a linha Saúde Animal 24 é a solução que faltava aos pet lovers e um apoio muito útil para os médicos veterinários.

Ao longo do nosso percurso profissional, apercebemo-nos que os donos dos animais têm muitas dúvidas e que na maioria das vezes estas não ficam devidamente esclarecidas”, explica Salvador Falcão, médico veterinário e cofundador da Saúde Animal 24.

“Por acharem que o problema em causa não justifica a marcação de uma consulta, por se sentirem inibidos em perguntar ao médico veterinário, ou porque até ligaram para a clínica, mas o feedback acabou por chegar através da assistente pois o médico estava ocupado, há situações que ficam sem uma resposta atempada e adequada, podendo comprometer a saúde do animal”, afirma Salvador Falcão.

"Sabemos que cerca de 70% dos gatos e entre 30 a 40% de cães nunca foram vistos por um veterinário ou que foram apenas a uma única consulta durante toda a vida do animal. Com este serviço acreditamos que vamos conseguir aproximar a população dos médicos veterinários: através do aconselhamento telefónico podemos alertar para os principais cuidados de saúde, incentivar a marcação de uma visita ao veterinário e demonstrar a gravidade e complexidade de uma situação que por vezes pode passar despercebida pelos donos”, conclui Carolina Rebelo, cofundadora do projeto, e médica veterinária.

A Saúde Animal 24 está disponível para todas as pessoas que têm, trabalham ou convivem com animais. As chamadas têm um custo de 0,60€ + IVA, independentemente da sua duração e são atendidas por uma equipa de enfermeiros veterinários devidamente formada para o efeito, apoiada por uma equipa técnica de médicos veterinários, responsáveis por supervisionar o serviço.

 

A Saúde Animal 24 conta ainda com um website que disponibiliza informação relativa às principais questões e dúvidas relacionadas com todas as áreas acima referidas: www.saudeanimal24.pt.

A culpa é das dietas pouco variadas
O escorbuto, uma doença historicamente associada à Época dos Descobrimentos, reapareceu na Austrália.

Causada pela deficiência de vitamina C, a condição era uma "maldição" comum - e muitas vezes fatal - para os marinheiros que passavam longos meses em alto-mar sem consumir frutas nem vegetais frescos.

Considerado atualmente uma doença rara, escreve o Sapo, o escorbuto ressurgiu na sequência de maus hábitos alimentares continuados, segundo Jenny Gunton, que dirige o Centro de Investigação sobre Diabetes, Obesidade e Endocrinologia do Instituto Westmead em Sydney. A médica e investigadora redescobriu a doença após observar feridas que não cicatrizavam em vários pacientes.

"Quando lhes perguntei sobre as suas dietas, uma pessoa disse que comia poucas frutas e vegetais frescos e o resto comia quantidades adequadas de vegetais, mas cozinhavam-nos demais, destruindo a vitamina C", disse a cientista. "Isso mostra que uma pessoa até pode ingerir muitas calorias e mesmo assim não receber os nutrientes suficientes", acrescentou.

O diagnóstico de escorbuto em 12 pacientes foi feito com base em exames de sangue e sintomas. Todos ficaram curados a partir da ingestão de boas quantidades de vitamina C.

A falta de vitamina C pode levar a uma formação deficiente de colagénio na organismo, causando hematomas, sangramento nas gengivas, manchas vermelhas na pele, dores nas articulações e dificuldades de cicatrização. Entre os alimentos que evitam o aparecimento do escorbuto estão as laranjas, morangos, brócolos, kiwis, pimentão e toranja, mas a sua cozedura excessiva pode destruir nutrientes essenciais.

Gunton, que publicou a investigação na revista Diabetic Medicine, informa que os doentes obesos ou com excesso de peso também podem vir a sofrer da patologia.

O artigo relata que não há nenhum padrão social na incidência da doença e que os pacientes com dietas pobres parecem ter origens socioeconómicas variadas.

"Esse resultado sugere que, apesar da grande quantidade de recomendações de dieta, ainda há muitas pessoas (...) que não estão a receber as mensagens", comenta Gunton. "O corpo humano não consegue sintetizar vitamina C, por isso temos de comer alimentos que a contenham", advertiu ainda.

Congresso Nacional de Oftalmologia
A diabetes é a temática principal do Congresso Nacional de Oftalmologia. Com os casos de retinopatia diabética a aumentar,...

Estão a aumentar os casos de diabetes ocular (retinopatia diabética) e de miopia. No fundo, Portugal segue uma tendência mundial. A retinopatia diabética afeta mais de 16% dos diabéticos e é mesmo a principal causa de cegueira neste grupo de pessoas. Por isso, a diabetes é a temática principal do Congresso Nacional de Oftalmologia, que arrancou ontem no Convento de São Francisco, em Coimbra.

Mais de 1400 médicos oftalmologistas juntam-se no Convento de São Francisco para tentar ver como será o futuro da oftalmologia em Portugal, escreve a TSF. Com os casos de retinopatia diabética a aumentar, importa discutir a temática. "A diabetes é uma epidemia a nível mundial, tem aumentado, e as repercussões a nível ocular são imensas".

Maria João Quadros é a presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia. Adverte que um dos problemas são os casos não identificados. "Cerca de 50% dos diabéticos não estão identificados e se a diabetes não for detetada a tempo, a retinopatia diabética também não o é".

É por isso possível que seja na consulta de oftalmologia que o doente fique a saber que é diabético.

Outro problema no centro das atenções, refere a presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, é o aumento mundial dos casos de miopia, muito devido à falta de exposição à luz solar. "É outra das epidemias do século XXI. Serão abordadas causas e formas de tratamento".

Ainda não está definida a causa do aumento da miopia, mas apontam-se alguns caminhos. "Cada vez mais estudamos mais horas e passamos tempo dentro de casa, as crianças não brincam na rua, e esta será uma das causas para o aumento da miopia".

A oftalmologia portuguesa está na linha da frente a nível mundial, defende Maria João Quadros, a Presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia.

A responsável acrescenta que Portugal tem médicos oftalmologistas suficientes.

Joaquim Murta coordena um simpósio sobre o futuro da oftalmologia em Portugal, que pretende avaliar também o que se tem vindo a fazer em termos cirúrgicos e médicos.

O 59º Congresso de Oftalmologia decorre em Coimbra até ao próximo sábado.

Governo
Governo admite dificuldades, mas está a estudar uma hipótese reclamada por muitas mulheres que querem ser mães. Hoje, no...

A garantia foi dada numa resposta enviada por escrito ao grupo parlamentar do PCP que dizia, na questão enviada ao Governo, que muitas mulheres têm contestado o atual idade limite que se fica pelos 40 anos.

O assunto é, contudo, polémico e nem entre os especialistas reúne consenso. Na resposta, o Ministério da Saúde acrescenta que o tema está a ser analisado no plano assistencial e científico, apesar de admitir que o "aumento da idade limite implica uma eficácia menor destas técnicas", pelo que é "preciso ter em conta efeitos negativos nos tempos de espera".

O problema anterior é, aliás, uma das preocupações do presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, que tem contestado o aumento desta idade limite, escreve a TSF.

Eurico Reis admite que agora a questão é mais complicada porque há mulheres como as lésbicas ou as mulheres sem parceiro que, pela primeira vez, por lei, podem aceder a estas técnicas.

Contudo, o presidente deste conselho sublinha que, apesar da "compaixão" que sente por esta mulheres, "a verdade é esta: todo o tempo e meios concentrados em mulheres com idade acima de 40 anos vão ter uma eficácia marginal ou baixíssima, impedindo que mulheres mais novas tenham acesso a estes tratamentos".

Pior, defende Eurico Reis, é que "quando chegar a vez das mulheres mais novas a probabilidade de sucesso será menor, sendo que hoje já estão prejudicadas pelas listas de espera".

A posição anterior é contudo contestada pela Associação Portuguesa de Fertilidade que argumenta que não é inútil usar a procriação medicamente assistida em mulheres depois dos 40 anos.

Filomena Gonçalves acrescenta que "40 anos continua a ser muito limitativo pois há muitas mulheres que pensam nestes assuntos em cima dessa idade".

A associação tem ainda conhecimento de casos de mulheres que após dois ou mais anos em lista de espera chegam aos 40 anos e são afastadas pelo serviço público porque atingiram o limite de idade.

Recorde-se que, no privado, estes tratamentos custam milhares de euros, pelo que a Associação Portuguesa de Fertilidade aplaude a notícia de que o Governo está a estudar este eventual alargamento da idade máxima de acesso.

A TSF tem tentado obter um comentário do Ministério da Saúde sobre este tema, mas até ao momento não obteve resposta.

Pedido de apoios
O Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida tem pedido apoios a vários ministérios para avançar com uma campanha...

O presidente do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida lamenta a falta de resposta dos vários ministérios a quem pediu financiamento para fazer uma campanha de sensibilização destinada aos jovens, incluindo a adolescentes no secundário, para os problemas da infertilidade.

Eurico Reis explica à TSF que o Conselho defende que é preciso "começar mais cedo" a alertar os futuros pais para estes temas e são precisas campanhas para os jovens: "As mulheres quando se apercebem destes problemas já estão nos trinta e tal anos".

O Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida defende que os problemas da fertilidade são cada vez mais comuns e não chega alertar os jovens para as gravidezes indesejadas, pelo que é uma "frustração" não conseguir financiamento para alertar as mulheres, desde novas, para estes problemas.

Artigo de Opinião
A alimentação não pode ser vista como uma arma isolada contra o cancro, porém, é fundamental para a

O acompanhamento nutricional do doente oncológico deve ser individualizado e personalizado de acordo com a sua situação específica: o tipo de tumor, a evolução da doença, outras doenças associadas e o tipo de tratamento são critérios fundamentais a considerar quando se estabelecem as necessidades nutricionais de cada doente, bem como o seu plano alimentar. A intervenção nutricional deve ser integrada numa equipa multidisciplinar, de modo a que todas as particularidades, necessidades e implicações dos tratamentos possam ser conhecidas por todos os profissionais de saúde que acompanham o doente.

Para além das particularidades referidas, é importante ter em conta uma série de outros fatores antes de estabelecer qualquer plano alimentar: alterações do apetite, sintomas gastrointestinais, alergias e/ou intolerâncias alimentares, análises bioquímicas, dificuldades de mastigação e/ou deglutição e hábitos e preferências alimentares do doente. Além destes, é fundamental compreender o seu contexto familiar e a autonomia, mobilidade e disponibilidade do doente para preparar, confecionar e realizar as refeições.

Deste modo, os desafios passam por prevenir ou minimizar o declínio do estado nutricional imposto pela doença, bem como desmistificar mitos criados pelos doentes em relação à alimentação, através de um acompanhamento individualizado. Não há nenhum elemento que tenha obrigatoriamente que estar presente em todos os planos alimentares, uma vez que cada caso deve ser acompanhado de forma individualizada, de acordo com as necessidades identificadas e estabelecidas. De facto, a disponibilidade de informação que existe atualmente e o fácil acesso à mesma geram nos doentes muitos mitos associados aos alimentos que podem resultar na adoção de dietas demasiado restritivas, que podem debilitar o estado nutricional.

O livro Receitas Deliciosas para Doentes Oncológicos em Tratamento da aTTitude IPSS, apresenta informação credível, atualizada e adaptada ao doente oncológico em tratamento, que pretende ser uma ferramenta útil na melhoria da qualidade de vida do doente, visando desmistificar crenças e apoiar com conselhos práticos e receitas adaptas a esta fase cujo desafio é, muitas vezes e tão simplesmente, alimentar o doente, adequadamente e com sabor!

São vários os testemunhos que diariamente são partilhados nas redes sociais da IPSS a reforçar a importância de uma alimentação adequada e adaptada às necessidades do organismo durante o tratamento de quimioterapia.

Clique nas imagens para ver as receitas

“Já confeciono as receitas do livro há pelo menos dois meses e de facto ajuda-me a ultrapassar alguns efeitos secundários da quimioterapia, como a falta de apetite e os enjoos. A alegria com que preparo as receitas são meio caminho para um dia mais bem disposto e positivo.” – Daniela Costa

 “Muitos PARABÉNS fiquei maravilhada com as receitas do livro, para as pessoas que precisam de muita atenção e carinho nada melhor que saborear essas delícias. Sou cozinheira e reconheço que é necessário adotar novas ideias na confecção dos pratos para ajudar os doentes oncológicos.” - Antônia Aparecida Rodrigues

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Cientistas do Centro Champalimaud identificaram circuitos de neurónios no cérebro dos ratinhos que modulam a estimativa do...

A investigação, publicada na revista Science, descobriu que "a manipulação da atividade de certos neurónios no cérebro do ratinho levava estes animais a subestimar ou sobrestimar a duração de um intervalo de tempo fixo", refere um comunicado divulgado pelo Centro Champalimaud.

"Os cientistas identificaram, pela primeira vez, circuitos neurais que modulam a estimação do tempo decorrido – pelo menos no cérebro do ratinho", acrescenta.

Os resultados deste trabalho, de Joe Paton, investigador principal do Learning Lab, de Sofia Soares, estudante de doutoramento, e de Bassam Atallah, pós-doutorado, dão uma resposta neurobiológica à antiga questão de perceber como o cérebro consegue produzir estimativas tão variáveis do tempo decorrido.

"O tempo voa, o tempo passa, o tempo para. Todas estas expressões mostram o quão variável pode ser a nossa perceção da passagem do tempo", refere a informação.

E este foi o ponto de partida da investigação que pretendia perceber como é que o cérebro humano constrói esta experiência tão subjetiva.

Os resultados obtidos "também poderão ajudar a explicar por que o tempo parece voar quando nos divertimos e ficar parado quando não temos nada para fazer", explica o Centro Champalimaud.

O grupo de neurocientistas estuda há vários anos as bases neurais da avaliação da passagem do tempo, no âmbito de um objetivo mais abrangente de perceber como o cérebro aprende a relacionar causas com efeitos, mesmo ao longo de grandes períodos de tempo.

Focaram-se num tipo de neurónios que libertam dopamina, um dos 'mensageiros' químicos, ou neurotransmissores, utilizados pelo cérebro, e que fazem parte de uma zona profunda, a 'substantia nigra pars compacta', que está envolvida no processamento temporal.

"Estes neurónios dopaminérgicos estão implicados em muitos dos fatores e perturbações psicológicos associados a alterações na estimativa do tempo", como motivação, mudanças sensoriais, atenção, novidade e emoções como medo ou alegria, escrevem os autores na Science.

Nos seres humanos, refere a informação, a destruição da 'substantia nigra' provoca a doença de Parkinson, que também é acompanhada de deficiências da perceção do tempo.

Quanto à possibilidade de extrapolar as conclusões do estudo para os seres humanos, segundo os autores, "é muito provável que um circuito semelhante exista no cérebro humano, mas o obstáculo que impede de tirar essa ilação é que o que agora mediram no ratinho não pode ser considerado uma perceção, porque os animais não conseguem dizer o que sentiram".

Para resolver problemas das urgências
O Colégio da Competência em Emergência Médica da Ordem dos Médicos alertou que só com a criação de uma especialidade de...

O alerta foi lançado a propósito da “já habitual discussão pública sobre as dificuldades sazonais na prestação de cuidados médicos nos Serviços de Urgência” (SU), que volta à ribalta em épocas como o Natal e quase sempre centrada na escassez e défices na diferenciação dos recursos humanos, como as principais causas dos constrangimentos.

Em comunicado, este colégio da Ordem dos Médicos lamenta que estas discussões e alertas, com maior ou menor impacto na opinião pública, não se tenham traduzido em alterações significativas no funcionamento das urgências, “pelo que todos os problemas identificados até à data se mantêm praticamente inalterados ou até agravados nos últimos anos”.

Entre os problemas sistematicamente identificados nos serviços de urgência contam-se a afluência excessiva de utentes, o crónico sub-dimensionamento dos recursos humanos, a falta de qualificação, “o papel preocupante de empresas de contratação de médicos associado a custos exorbitantes, bem como questões sobre a qualidade do serviço”.

Para o colégio da Competência em Emergência Médica (CCEM), a criação da Especialidade de Urgência e Emergência é “a única forma de dotar os Serviços do SNS, de forma uniforme, sustentada e não sujeita a constrangimentos sazonais ou outros, de recursos humanos próprios e tecnicamente qualificados nesta área”.

O CCEM considera urgente criar condições para a presença nos SU de equipas dedicadas contratualmente, adequadamente qualificadas, com formação e avaliações específicas, e com “possibilidade de progressão na Carreira Médica de forma a criar escola a longo prazo”.

“Só com a Especialidade de Urgência e Emergência, obviamente adaptada à nossa realidade num exercício multidisciplinar com todas as Especialidades existentes, se conseguirão atingir estes objetivos, eliminando os problemas conhecidos e repetidamente debatidos em público”, afirmam os profissionais.

O CCEM considera ainda que só desta forma se conseguirá também trabalhar em “soluções imediatas e de compromisso” para resolver problemas que indiretamente condicionam o congestionamento das urgências, como aumentar a capacidade de resposta dos cuidados primários, a capacidade de internamento hospitalar, encontrar soluções de prestação de cuidados fora do ambiente hospitalar, Cuidados Continuados e Cuidados Paliativos.

O CCEM, criado em 2003, recorda que na Assembleia Geral de Maio de 2016 foi “novamente reforçada e aprovada a proposta da criação e implementação da Especialidade de Urgência e Emergência, por via deste Colégio da Ordem dos Médicos em parceria com a Sociedade Europeia de Medicina de Emergência (Urgência)”.

Os profissionais sublinham que a associação europeia tem “apoiado formalmente este objetivo do CCEM”, a que não será alheio o facto de a Especialidade em Medicina de Urgência e Emergência ser reconhecida como especialidade autónoma em 15 países da União Europeia e em 5 como Sub-Especialidade, enquanto em Portugal é uma área que ainda está por regulamentar, existindo apenas como “Competência”.

Não só na Europa, mas em todos os continentes multiplicam-se os países que desenvolvem esta área como especialidade própria, ao passo que Portugal se encontra “manifestamente na cauda dessa evolução”, lamentam.

Com tendência crescente
A taxa de incidência gripal entre 28 de novembro e 04 de dezembro foi de 30 por 100.000 habitantes, com tendência crescente,...

Segundo o boletim, na semana compreendida entre 28 de novembro e domingo passado (04 de dezembro) “foram analisados 10 casos de síndrome gripal, dos quais seis positivos para gripe A(H3).

Desde o início do ano, o Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios analisou 137 casos de síndrome gripal, dos quais 62 deram positivo para o vírus da gripe A(H3).

O boletim refere também que foram internadas nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) 10 pessoas com gripe.

“Em todos os doentes foi identificado o vírus influenza A, sendo três do subtipo A(H3), três não foram subtipados e quatro não são H1N1 o que significa que também poderão ser, com elevada probabilidade A(H3)”, refere o boletim.

Os doentes internados tinham idades compreendidas entre os 50 e 87 anos e quatro não tinham sido vacinados contra a gripe sazonal, sublinha.

“Medicamento: As Dimensões do Valor” - Pós-Graduação novamente na Católica
Com o propósito de expor, aprofundar e dar resposta aos desafios crescentes na área da identificação e da quantificação do...

O curso, que irá decorrer até junho de 2017, convida docentes nacionais e estrangeiros de renome na área da saúde, entre eles, o diretor geral da Saúde, Francisco George, o vogal do Conselho Diretivo do Infarmed, Hélder Mota Filipe, e o vice presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo.

Ricardo Baptista Leite, um dos coordenadores desta pós graduação, refere que “o curso dá a cada formando a oportunidade de aprofundar o conhecimento no que respeita ao acesso dos medicamentos ao mercado, ao financiamento, à utilização e às relações institucionais, tanto na indústria farmacêutica como em organismos do Estado ou instituições do sistema de saúde”.

A pós-graduação destina-se a profissionais que exerçam a sua atividade no setor farmacêutico e noutras áreas da saúde, com particular interesse nas componentes mais relevantes do processo de avaliação e gestão do valor dos medicamentos no seio dos sistemas de saúde e da sociedade.

Pode consultar todas as informações em: http://www.ics.lisboa.ucp.pt/site/custom/template/ucptpl_fac.asp?SSPAGEID=975&lang=1&artigoID=2116

Ordem dos Médicos
A Ordem dos Médicos e a Fundação Merck Sharp & Dohme voltam a juntar-se para atribuir, pela terceira vez, o Prémio Miller...

O Prémio Miller Guerra volta em 2017 com a finalidade de premiar a vertente humanista da medicina, homenageando também a memória do Prof. Miller Guerra. Na sua primeira edição, em 2013, dedicada à Carreira de Medicina Geral e Familiar, foi galardoado Mário Moura, médico da especialidade. Em 2015, numa distinção à Carreira Hospitalar, o prémio foi atribuído ao cirurgião pediátrico António Gentil Martins. Em 2017, respeitando a alternativa entre as duas carreiras médicas, o Prémio volta a distinguir a Medicina Geral e Familiar e pretende galardoar um médico de família (especialista de Medicina Geral e Familiar ou Clínico Geral) que se demarque por uma carreira exemplar dedicada ao serviço dos doentes e ao progresso da assistência médica em Portugal, com uma atitude humanista na prática clínica, como era apanágio do Prof. Miller Guerra.

As carreiras médicas dos candidatos deverão caracterizar-se pelo exemplo humanitário, sólidos conhecimentos técnicos e científicos, uma enorme dedicação aos princípios do juramento de Hipócrates, bem como por uma aptidão para a liderança. A capacidade de atração e formação de seguidores e um impacto positivo na instituição em que trabalham, na sociedade médica e na sociedade em geral serão também critérios a considerar. O Prémio destina-se a médicos em atividade ou reformados, não podendo ser atribuído a dois ou mais candidatos ou a título póstumo.

O Júri é composto por um Presidente, sendo este o Presidente da Ordem dos Médicos, por um Vice-Presidente - o Presidente da Fundação Merck Sharp & Dohme, os três Presidentes das Secções Regionais da Ordem dos Médicos, um representante da sociedade civil designado pela Fundação Merck Sharp & Dohme, um membro médico da comunidade académica a designar pelo Conselho de Reitores, o Presidente da Associação dos Médicos de Carreira Hospitalar, o Presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar e um Secretário a designar pela Ordem dos Médicos.

Com o valor pecuniário de 50 mil euros, o Prémio mantém a sua periodicidade, sendo atribuído de dois em dois anos. Os candidatos devem ter nacionalidade portuguesa e as propostas de candidatura poderão ser apresentadas por instituições de saúde públicas ou privadas, grupos de profissionais de saúde e grupos de cidadãos. A ficha de candidatura deve ser requerida na sede da Ordem dos Médicos, em Lisboa, ou no site da Ordem dos Médicos (www.ordemdosmedicos.pt) e as propostas devem integrar ainda documentação relevante que ateste a excelência das carreiras dos candidatos.

João Pedro Miller Guerra (1912-1993) foi responsável pelo célebre Relatório das Carreiras Médicas, publicado em 1961, e que esteve na génese das atuais carreiras médicas tendo contribuído para um progresso decisivo na formação técnico-científica dos médicos e na qualidade dos cuidados de saúde em Portugal. 

Eurostat
Portugal apresentava, em 2014, a quarta mais baixa taxa de fumadores da União Europeia, de 20%, de acordo com dados sobre...

Segundo o gabinete oficial de estatísticas da UE, as proporções mais baixas de fumadores entre a população com 15 ou mais anos registaram-se na Suécia (16,7%), Reino Unido (17,2%), Finlândia (19,3%), Portugal (20,0%) e Luxemburgo (20,4%), enquanto os países com mais fumadores, em torno de um terço da população, eram a Bulgária (34,7%), Grécia (32,6%) e Áustria (30%).

Portugal apresenta também das taxas mais baixas de fumadores passivos – inalação involuntária de fumo de tabaco de outros -, de 8,6%, apenas atrás de Suécia (5,9%) e Finlândia (6,3%), enquanto os valores mais altos foram registados na Grécia, onde cerca de dois terços da população (64,2%) disse estar exposta quotidianamente ao fumo de tabaco em locais fechados, na Croácia (44,7%) e na Bulgária (40,5).

Com a média europeia de fumadores a situar-se perto dos 25%, o Eurostat assinala que em todos os Estados-membros da UE a proporção é mais elevada entre os homens (28,7%) do que entre as mulheres (19,5%).

 

Em Portugal a disparidade é ainda maior, já que a proporção de fumadores do sexo masculino era de 27,8%, contra apenas 13,2% do sexo feminino.

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