Estudo
Quase dois terços dos portugueses dormem mal, muitos acusam níveis de sonolência preocupantes durante o dia, o que afeta a...

O inquérito feito a 1106 portugueses, dos 18 aos 74 anos, revela que mais de um terço dos inquiridos refere ter más noites e quase o dobro diz ter problemas de sono.

No total, 63% dos inquiridos dorme mal e 41% (cerca de quatro em dez pessoas) acusam excesso de sonolência diurna, o que afeta a produtividade e aumenta o risco de acidentes.

Dos 1106 participantes no estudo (50,5 mulheres e 49,5 homens), 59% declararam ter dificuldade em adormecer, aparecendo o uso de ecrãs até tarde e o sedentarismo associado a este tipo de insónia, já que 31% veem televisão até tarde e 17% usam 'smarthopone' e 'tablet' na cama.

Oito em cada dez inquiridos queixam-se de acordar a meio da noite ou cedo demais, de manhã, aparecendo o calor ou frio (29%) como principais motivos e, em mais de um quinto dos inquiridos, problemas financeiros ou no trabalho, ansiedade, depressão ou dores.

O estudo revela ainda que as medidas mais adotadas para relaxar antes de se deitarem são ver televisão, beber um chá ou infusão, ler, ouvir rádio ou música, tomar um banho de imersão ou tentar pensar em coisas agradáveis.

Para contrariar os problemas de sono - adianta o estudo - quase um quarto dos inquiridos (24%) toma medicamentos para dormir, metade dos quais benzodiazepinas (fármaco ansiolítico e indutor do sono).

Em contrapartida, um em cada dez inquiridos optou terapias não medicamentosas, incluindo psicoterapia, técnicas de relaxamento ou dormir com ajuda de um aparelho para facilitar a respiração.

A Teste Saúde, uma das publicações Proteste, da Deco, associação de Defesa do Consumidor, lembra que, em média, os portugueses dormem sete horas, mas há quem reporte precisar de menos de seis horas, sobretudo mulheres.

"Aqui soam as nossas campainhas, porque o nosso estudo evidenciou que as mulheres são quem menos dorme e quem reporta níveis de sonolência diurna mais preocupantes, a par dos trabalhadores que fazem turnos noturnos", alerta a Proteste.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, os distúrbios do sono afetam cerca de 40% da população mundial, sendo já considerado um problema de saúde pública muito relevante.

A curto prazo, a falta de sono gera um estado emocional instável e afeta as capacidades de trabalho e de concentração, o tempo de reação, o raciocínio lógico e a capacidade de tomar decisões. Aumenta também o risco de acidentes, reduz as defesas do organismo e o risco de problemas cardiovasculares.

Dormir menos de seis horas por dia aumenta em 48% o risco de doença cardíaca.

Para alcançar uma noite repousante, é aconselhável deitar e acordar à mesma hora, incluindo no fim de semana, não ficar a ver televisão e usar ecrãs até tarde e manter o peso adequado, escolhendo para dormir um quarto confortável, calmo, seguro e com temperatura adequada.

Evitar jantares pesados e bebidas alcoólicas ou estimulantes como chás ou café, nas quatro horas antes de se deitar, e procurar uma atividade relaxante, como ler ou tomar banho quente, são outros conselhos.

Contar carneirinhos, dizem os entendidos, não é solução.

Aprovado em Conselho de Ministros
O bastonário da Ordem dos Psicólogos espera que a definição do ato psicológico, aprovado em Conselho de Ministros, permita a...

A definição do ato psicológico, no âmbito da lei que aprova o ato em saúde de diversos profissionais, deverá ter "implicações na integração de mais psicólogos [no Serviço Nacional de Saúde ]", por garantir uma "definição muito mais clara daquilo que os psicólogos fazem", afirmou o bastonário da Ordem dos Psicólogos, Telmo Mourinho Batista, à margem de um seminário dedicado ao "Acto Psicológico", que decorre hoje em Coimbra.

Em setembro, foi aprovada em Conselho de Ministros uma proposta de lei que define o ato em saúde do biólogo, do enfermeiro, do farmacêutico, do médico, do médico dentista, do nutricionista e do psicólogo, estando agora em discussão na especialidade da Assembleia da República.

Para Telmo Mourinho Batista, esta definição do ato psicológico determina que a intervenção de um psicólogo "não se restringe àquilo que tradicionalmente as pessoas veem como única atividade clínica".

O psicólogo pode "participar em toda a prevenção que se faz em Portugal", bem como "na promoção de comportamentos", não se ficando apenas pela "tradicional prestação de cuidados", notou.

"Não ficamos apenas centrados no trabalho quando o problema está instalado, mas a montante desse problema, fazendo coisas que impeçam o seu aparecimento", salientou Telmo Mourinho Batista.

Ao haver uma definição do ato psicológico que cobre "todo o espetro de intervenções do psicólogo", está também a ser dado "um sinal de que os psicólogos" podem fazer mais no Serviço Nacional de Saúde (SNS), realçou.

Muitas vezes, os psicólogos, "porque são poucos", têm "muitas dificuldades em gerir os pedidos que chegam", focando-se apenas em atender o urgente, constatou.

Telmo Mourinho Batista recordou que a Ordem pretende que haja uma "contratação progressiva" destes profissionais, de modo a que se tenham mil psicólogos no SNS, no final da legislatura.

Especialista defende
O neurologista Joaquim Ferreira defendeu que os serviços e os profissionais de saúde têm de adaptar-se para responder às...

“A forma como ainda hoje prescrevemos e tratamos os doentes [de Parkinson] reflete uma forma de tratamento que já não é compatível com o que a ciência nos ensina”, disse o especialista do Instituto de Medicina Molecular.

O tema vai ser debatido numa mesa redonda, com o tema “Está o SNS preparado para tratar a Doença de Parkinson”, no congresso anual da Sociedade Portuguesa de Neurologia, que decorre entre quarta-feira e sábado em Lisboa.

“A questão que se coloca em Portugal não é diferente do problema que se coloca no mundo ocidental, em que a frequência de doentes com doença de Parkinson irá aumentar nos próximos anos”, disse Joaquim Ferreira.

Por outro lado, sublinhou, “como os cuidados, felizmente, melhoram, vamos ter mais doentes a viver mais tempo e a chegarem a fases mais avançadas da doença”.

Esta situação levanta um desafio aos serviços e aos vários intervenientes nesta área, que têm de adaptar-se a esta nova realidade e à mudança dos cuidados prestados na doença.

Para o especialista, “já não faz sentido” o tratamento destes doentes “numa consulta clássica” com um médico, bem como prescrever um número limitado de sessões de fisioterapia, quando as recomendações internacionais sugerem que os tratamentos de reabilitação devem ser feitos de “forma continuada”.

“Os doentes com doença de Parkinson e outras doenças neurodegenerativas não têm apenas problemas neurológicos, têm problemas urinários, têm problemas de pele, de deglutição”, o que exige a intervenção de várias especialidades no tratamento destes doentes, seguindo as recomendações internacionais.

Para isso, defendeu, “precisamos de enfermeiros treinados, de neurologistas treinados, de médicos de medicina geral treinados para que os cuidados sejam prestados" a estes doentes, "que vão requerer mais cuidados".

No congresso, Joaquim Ferreira vai questionar os “vários protagonistas” desta área (médicos, fisiatras, administradores hospitalares, doentes, cuidadores, associações de doentes) sobre como é que as estruturas se estão a adaptar a este novo desafio.

“Se hoje me perguntar se já estamos preparados a resposta é não”, apesar de já ter havido "enormes avanços”, muitos deles com “benefícios e consequências”, que resultam num melhor tratamento dos doentes.

Contudo, se quisermos que as estruturas hospitalares, os centros de saúde, cada um dos médicos façam melhor trabalho dentro de cinco a 10 anos, “temos de começar desde já a planear”.

O Congresso de Neurologia 2016, subordinado ao tema “Neurologia e a Sociedade”, vai reunir cerca de 400 especialistas, que vão debater temas como os cuidados continuados e paliativos em neurologia, o vírus Zika, a epilepsia, as doenças cardiovasculares e as demências.

“Este ano optámos por virar para fora o congresso”, para a relação da neurologia com a sociedade em que está envolvida, nomeadamente hospitais, estruturas de apoio, associações de doentes, os mecanismos oficiais que se articulam com os doentes neurológicos e também com os profissionais da neurologia, disse o presidente do congresso, Vítor Oliveira.

Segundo especialista
O cientista e neurologista António Damásio realçou os benefícios trazidos pela evolução tecnológica e científica,...

António Damásio apontou os "desenvolvimentos fascinantes" que permitem prolongar capacidades, como a visão e a audição, nos casos dos óculos ou dos aparelhos auditivos, ou ter tratamentos para doenças graves, como o cancro.

E recordou que, atualmente, se regista "uma escala inédita na neurobiologia e na medicina", com avanços que "tocam a natureza interna dos seres humanos", já que se relacionam com funções da mente e podem interferir com a tomada de decisão, referindo a inteligência artificial, a robótica e a automação.

O médico neurologista falava na conferência "Technology, Science and the Human" ("Tecnologia, ciência e o humano"), que decorreu em Lisboa, para assinalar o lançamento da Fundação Bankinter em Portugal.

Os avanços na tecnologia e na ciência têm como ponto de partida a procura, pelos seres humanos, da felicidade, do bem-estar e do prazer, mas também a necessidade de ultrapassar a doença e a dor, e, neste âmbito, "os sentimentos têm uma valência muito importante", disse António Damásio.

Em vários exemplos de avanços tecnológicos podem ser referidas vertentes preocupantes, como a disponibilidade e acesso ao conhecimento, que é positiva, porém permite a sua manipulação, se os seus utilizadores não tiverem dados para analisar a origem e credibilidade da informação, ou se não estiverem atentos.

António Damásio referiu a polémica recente relacionada com a divulgação de informações falsas em redes sociais relacionadas com as eleições presidenciais norte-americanas, em que os utilizadores não têm forma de filtrar o que recebem de uma fonte em que confiam.

Também apontou a possibilidade de um armazenamento infinito na 'cloud' (nuvem) digital porque ninguém "quer excluir nada" ou a dependência de 'smartphones' ou telemóveis inteligentes. E perguntou a quem participava na conferência se não tinham já consultado os seus aparelhos várias vezes, durante a sua intervenção.

"A necessidade foi criada, gerada por um conjunto de sentimentos. As pessoas ficam ansiosas não por um medicamento ou por vinho, mas para obter informações", explicou.

A ideia falsa de que, por ter 'smartphones', alguém domina o conhecimento e não precisa de peritos "é um desastre", defendeu António Damásio, acrescentando que continua a ser necessário ouvir aconselhamento de especialistas e refletir sobre a informação que é recebida, em várias áreas da vida.

Sobre a automação, o debate centrou-se no desemprego que vai criar, por exemplo, entre os camionistas, com a adoção de veículos sem condutor.

"É preciso estar ciente disto e não pensar só na parte boa", alertou António Damásio, acrescentando que "encontrar soluções para os problemas exige reconhecê-los".

Uma das iniciativas da Fundação Inovação Bankinter é o 'Think Tank' "Future Trends Forum", ou forum sobre desafios do futuro, que conta com o trabalho de mais de 400 especialistas para antecipar e detetar as tendências da inovação, o seu impacto na sociedade e nos modelos de negócio.

Especialista alerta
As listas de doentes que esperam por um órgão transplantado aumentou cinco por cento, em 2015, em grande parte devido ao...

Ana França falava durante uma sessão sobre transplantação que decorreu no Salão Nobre do Hospital de São José, que pertence ao Centro Hospitalar de Lisboa Central.

Na sessão, Ana França manifestou “grande preocupação” pelo facto de esta lista de espera ter aumentado (mais quatro por cento), mas, no final do encontro, explicou aos jornalistas que o aumento se deve à maior acessibilidade ao tratamento.

“Melhorou o acesso das pessoas ao tratamento e aumentou a idade média dos doentes” transplantados, disse.

Ana França sublinhou ainda que Portugal é um dos países com mais doentes em tratamento (diálise).

Fernando Rodrigues, do gabinete coordenador de colheitas e transplantação do Hospital de São José referiu que, entre 2012 e 2016, registou-se um crescimento saudável desta atividade, sendo “o gabinete que mais colhe em Portugal”.

Este responsável alertou para o aumento da idade dos dadores de órgãos, que se situa entre os nove dias e os 89 anos. No caso dos mais velhos, apenas é possível aproveitar o fígado para transplante.

Este Centro colheu 237 órgãos em 2015 e 245 em 2016.

Aida Botelho de Sousa, diretora da Hemato-oncologia do CHLC, levou à sessão a necessidade de mais quartos de isolamento, contando esta unidade com apenas quatro.

No caso dos transplantes de medula, é fundamental existirem condições para responder a eventuais problemas causados pela imunodepressão provocada, no âmbito do tratamento.

A instituição apresenta ainda bons resultados ao nível da transplantação de córnea, do coração e do fígado.

Segundo José Fragata, diretor do Centro de Referência de Transplante Pulmonar e Transplante Cardíaco, o Hospital de Santa Marta já realizou 148 transplantes cardíacos, a uma média de oito a dez por ano, o que classificou de “pouco”.

Melhores são os números dos transplantes pulmonares, que este ano ascendem a 24. A meta da equipa é atingir os 35 transplantes por ano.

Santa Marta é também referência na cardiologia pediátrica. Desde 2005, foram realizados 15 transplantes cardíacos, inclusive a um recém nascido com 70 dias e que foi o bebé mais novo a submeter-se a esta intervenção.

O ministro da Saúde esteve presente na sessão, tendo a sua presença visado reconhecer o trabalho dos profissionais deste centro hospitalar.

Sem adiantar pormenores sobre o futuro hospital Oriental de Lisboa, que acolherá os hospitais que compõem o CHLC, o ministro Adalberto Campos Fernandes garantiu que a sua equipa está a trabalhar para que a construção avance o mais rapidamente possível.

Segundo o ministro, a transplantação é uma das prioridades deste governo.

A sessão terminou com um momento musical protagonizado pelo cantor lírico Pedro Tavares, que recebeu um pâncreas transplantado em maio, no Hospital Curry Cabral (CHLC).

Dia 26 de novembro
O próximo sábado, dia 26 de novembro, é de encontros para a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, pelo festejo dos...

No Complexo Desportivo Casal Vistoso, no Areeiro, a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) vai juntar cerca de mil participantes entre pessoas com diabetes, familiares, amigos e muitos convidados. O programa inclui vários desafios: showcooking e alimentação saudável, música, dança e poesia, espaço para as crianças e feira das associações.

Com apresentação de Jorge Gabriel, a partir das 9h30 vão juntar-se à “Festa da diabetes nos 90 anos da APDP” o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, o Chef Vítor Sobral, com uma demonstração de cozinha saudável, o músico Carlos Alberto Moniz e o poeta José Fanha, com um momento de palavras ditas e palavras cantadas. No encontro, haverá ainda oportunidade para participar no Desafio da Merenda Saudável, fazer atividade física, ouvir “Histórias de Vida” de jovens com diabetes, pelo Núcleo Jovem da Associação, e trocar experiências.

“Há 200 pessoas por dia diagnosticadas com diabetes. Há 500 pessoas por dia que são internadas por diabetes. Há 12 pessoas por dia que morrem por diabetes A diabetes é considerada, erradamente, uma doença invisível, pelo que é necessário dar-lhe visibilidade e coloca-la na agenda do Governo, do Serviço Nacional de Saúde e da Sociedade. Na Festa do dia 26 contamos com a presença destes três setores, porque a diabetes precisa da atenção e do envolvimento de todos. Este tem sido o esforço da APDP ao longo dos anos”, garante José Manuel Boavida, presidente da Festa.

Aguarda-se a presença de 14 associações de pessoas com diabetes de todo o país para participar neste dia especial, de convívio e de solidariedade, que tem o apoio da Câmara Municipal de Lisboa. O convite é para todos e a entrada é livre! A inscrição deve ser feita através do número 21 381 61 01/51 ou do email [email protected].

Programa Festa da Diabetes nos 90 anos da APDP

Apresentação Jorge Gabriel

09h30 | Abertura e acreditação
10h00-10h15 | Receção: Descontraia-se ativamente
Aula de atividade física com Vanessa Costa, professora da APDP
10h15-10h30 | Boas-vindas à festa da APDP
João Filipe Raposo (Diretor Clínico da APDP), Jorge Máximo* (Vereador do Desporto da Câmara Municipal de Lisboa), João Afonso* (Vereador dos Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa), Luis Gardete Correia (Presidente da APDP), Fernando Medina* (Presidente da Câmara Municipal de Lisboa), Maria Antónia Almeida Santos (Vice-Presidente da Comissão de Saúde da Assembleia da República) e Eduardo Ferro Rodrigues (Presidente da Assembleia da República)
* por confirmar
10h30-11h15 | Palavras ditas, palavras cantadas
Música e poesia com Carlos Alberto Moniz e José Fanha
11h15-11h45 | A atividade física pode ser alegre e bem disposta
Demonstração de salsa com Pedro Fonseca, do Estúdio 8
11h45-12h15 | A menina dança?
Com DJ Miguel Antão
12h15-13h00 | Showcooking e alimentação saudável
Com Chef Vitor Sobral
13h00-14h00 | Desafio da merenda saudável
14h00-14h10 | Tuna da Aldeia
(Associação de Diabéticos do Sátão)
14h10-14h40 | Vox Pop – Histórias de Vida
com o Núcleo Jovem da APDP
14h40-15h10 | Música Popular Portuguesa
15h10-15h40 | Concurso “Mostra os teus encantos”
Desafio: o vídeo da Diabetes
15h40-16h00 | Até sempre
Alexandra Costa, João Nabais e José Manuel Boavida
16h00-16h30 | A menina dança?
Com DJ Miguel Antão
Atividades paralelas | Feira das associações, Roteiro APDP e Espaço Criança

Mais informações em www.apdp.pt.

Instituto de Inovação em Saúde
Uma proposta da investigadora Salomé Pinho, do i3S, para realização de ensaios pré-clínicos com objetivo de encontrar uma nova...

Segundo o Instituto de Inovação em Saúde (i3S), o prémio foi atribuído pela organização europeia ECCO – European Crohn’s and Colitis Organisation, que tem como principal missão a melhoria dos cuidados de saúde de doentes com doença inflamatória intestinal (DII), em todos os seus aspetos através de diretrizes internacionais para a prática clínica, educação, investigação e colaboração na área da DII.

“A missão da nossa equipa de investigação é usar uma abordagem multidisciplinar, desde a investigação fundamental, até à validação pré-clínica e clínica de estratégias terapêuticas racionais para a inflamação, e em particular para a DII”, esclarece a investigadora Salomé Pinho.

Este projeto resulta da colaboração entre o i3S e o serviço de Gastrenterologia do Centro Hospitalar do Porto/Hospital de Santo António (CHP), em particular com a unidade de DII, coordenada por Paula Lago.

A doença inflamatória intestinal engloba a doença de Crohn e a colite ulcerosa, doenças crónicas do trato gastrointestinal que resultam de uma resposta inflamatória exacerbada no intestino dos doentes afetados. Trata-se de uma doença altamente debilitante e incapacitante com elevado impacto social e económico.

Apesar dos recentes avanços nas estratégias terapêuticas disponíveis para o tratamento da DII, uma grande percentagem de doentes permanece não responde ao tratamento convencional, e cerca de metade dos doentes não consegue atingir remissão ou controlo sustentado da doença.

As questões relacionadas com os efeitos secundários de alguns medicamentos e a ineficácia da resposta terapêutica que existe apontam para a necessidade de medicamentos mais eficazes e específicos.

“Ao longo dos últimos anos a nossa investigação tem-se focado na identificação de novos mecanismos moleculares da doença que possam ser alvos específicos de novas terapias. Recentemente, identificámos que doentes com DII apresentavam uma deficiência na composição de açúcares nos linfócitos T intestinais (publicado na revista Human Molecular Genetics 2014) e que essa deficiência promovia uma resposta imunológica exacerbada no intestino. A partir desta evidência temos vindo a desenvolver métodos experimentais que permitam reparar e corrigir a deficiência de açúcares nos linfócitos T e desta forma controlar a resposta inflamatória do intestino", explica, em comunicado, a investigadora do i3S.

Nesta altura, sublinha Salomé Pinho, “temos evidências experimentais que apontam para o facto de estarmos perto de uma nova formulação terapêutica na DII com resultados promissores no controlo da inflamação intestinal e severidade da doença”.

Foi por “esta evidência clara do potencial de transferência do conhecimento para melhoria da qualidade de vida dos doentes” que a ECCO distinguiu a investigadora.

A European Crohn´s and Colitis Organization (ECCO) reúne mais de 3000 experts em DII e agrega cerca de 36 estados membros do Conselho da Europa promovendo colaborações com outros países além da Europa.

Em Gaia e Espinho
Um projeto-piloto de acompanhamento personalizado a doentes oncológicos de Gaia e Espinho permitiu a redução de custos...

“Foi uma amostra pequena de doentes, mas que serviu de experiencia piloto para que agora se possa expandir para outras instituições. É isso que provavelmente irá acontecer, porque estamos a ter bons resultados. Os números são pequenos mas são positivos”, afirmou enfermeira Selena Rocha, do Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) de Gaia/Espinho.

O projeto "GIDO - Gestão Integrada do Doente Oncológico" que promove o acompanhamento personalizado dos doentes com cancro foi implementado há cerca de um ano pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, IPO/Porto e ACeS Espinho/Gaia.

A experiência foi desenvolvida no âmbito do programa “Boas Práticas de Governação”, este ano sob o tema “Caminhos para a Implementação”, que tem como objetivo principal a implementação de projetos inovadores que fomentem uma maior articulação entre cuidados de saúde primários e hospitalares, que possam trazer melhorias efetivas para o doente.

Para esta experiência, foram referenciados 40 doentes da área de Gaia/Espinho acompanhados na Clínica de Urologia do IPO/Porto.

Para a concretização do projeto foram criados canais de comunicação estruturados entre as unidades de saúde de cuidados primários e o Instituto Português de Oncologia do Porto durante o diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos doentes.

“Temos doentes identificados pelo IPO-Porto (Clínica de Urologia) e referenciados para os cuidados de saúde primários, onde o enfermeiro do ACeS (Equipa de Ligação) mantém o contacto com o enfermeiro do IPO-Porto (Enfermeiro de Referência), de forma a garantir um alinhamento e correto acompanhamento do percurso do doente oncológico”, esclareceu Selena Rocha.

Segundo a enfermeira, quando se faz um diagnóstico numa doença oncológica os doentes são referenciados para um hospital e há um afastamento do doente dos cuidados primários que faz com que não recorra à sua unidade de saúde, mas sim ao hospital, algo que não é "prático" em termos de deslocação e exige "maiores custos".

Um dos principais objetivos do GIDO é "dar conforto e qualidade de vida ao doente que está em fim de vida" visto que, nesse caso, "há uma mudança de paradigma dos cuidados, porque não há intenção curativa".

“A implementação do projeto incluiu também a elaboração de questionários de satisfação para os profissionais de saúde e utentes e, atualmente, encontra-se em discussão a expansão do projeto para o Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho ou alargamento para outro serviço”, frisou Selena Rocha.

Os resultados deste projeto-piloto serão apresentados quinta-feira, em Lisboa.

Medicamentos de venda livre
Os medicamentos não sujeitos a receita médica continuam a ser mais baratos nos hipermercados do que nas farmácias, com preços...

A Deco/Proteste analisou o preço de 24 medicamentos não sujeitos a receita médica em farmácias e nos espaços saúde dos hipermercados, comparando preços de analgésicos, xaropes para a tosse ou antigripais e anti-histamínicos.

Conclui que o conjunto desses 24 medicamentos é 13% mais barato nos hipermercados do que nas farmácias, segundo o estudo que vai ser publicado na próxima edição da revista Teste Saúde e a que a agência Lusa teve acesso.

Apesar de serem mais baratos nos hipermercados, as farmácias continuam a ser as preferidas dos consumidores e detêm uma fatia de quase 80% das vendas dos remédios não sujeitos a receita.

“Desde que a venda de medicamentos não sujeitos a receita foi permitida fora das farmácias, em 2005, e o seu preço deixou de ser fixado pelo Estado, os nossos estudos têm demonstrado, de forma consistente, que as farmácias têm o preço médio mais elevado”, refere a Deco.

Do grupo dos medicamentos mais vendidos desde 2005, só 11 se mantiveram mas o preço aumentou quase 40%, ao contrário dos fármacos sujeitos a receita, cujos preços têm vindo a diminuir.

O conjunto dos 24 medicamentos analisado custa, em média, 118,50 euros nos hipermercados, 134,17 euros nas parafarmácias e 134,37 nas farmácias.

As farmácias são os espaços que apresentam, segundo a Deco, maior variação de preços para o mesmo medicamento: em muitos casos foram encontrados nas farmácias os preços mais baixos e os preços mais altos.

A Deco analisou também preços de dez produtos para cuidados pessoais ou de dermocosmética, como creme após muda de fraldas ou produtos contra os piolhos. Também aqui os hipermercados surgem como os que praticam o preço médio mais baixo, mas a diferença percentual em relação às farmácias é de apenas 4%.

Em termos regionais, Viseu apresentou o valor médio mais baixo quer nos medicamentos analisados quer nos produtos de higiene pessoal.

Lisboa exibiu o valor mais elevado no caso dos medicamentos e Coimbra o mais alto no conjunto dos 10 produtos de higiene ou dermocosmética.

Os preços foram recolhidos pela Deco entre junho e julho deste ano num total de 206 farmácias, 92 parafarmácias e 69 lojas de hipermercados que responderam. No total foram recolhidos 8.935 preços em 308 estabelecimentos.

Colangite Biliar Primária
Afetando sobretudo mulheres, a Colangite Biliar Primária é uma doença rara do fígado que pode conduz

A Colangite Biliar Primária (CBP) é uma doença rara do fígado causada por uma reação autoimune que provoca a inflamação constante dos pequenos canais biliares presentes neste órgão. “Nesta doença é como se organismo deixasse de reconhecer o fígado e o sistema imunitário começasse a agredi-lo”, começa por explicar Helena Cortez-Pinto, especialista em Gastrenterologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte – HSM.

Estima-se que, em Portugal, possam existir entre 500 a 1000 casos de Colangite Biliar Primária, tendo o diagnóstico da doença aumentado nos últimos 60 anos. “Não se sabe, ainda, se este aumento está relacionado com o aumento da incidência desta doença ou com o facto de os médicos estarem mais despertos para o seu diagnóstico”, acrescenta a professora da Faculdade de Medicina de Lisboa.

Apesar de não existir ainda uma explicação científica que justifique o porquê de esta doença ser mais predominante junto do sexo feminino, sabe-se ainda que afeta entre nove a 10 mulheres para um homem. “Contudo, sabe-se que as doenças autoimunes são mais incidentes nas mulheres”, adianta.

Com maior incidência em pessoas entre os 40 e os 60 anos de idade, esta doença pode, no entanto, ser diagnosticada em idades mais jovens.

Quanto às suas causas, uma vez que se trata de uma doença multifatorial, “o que se sabe é que tende a aparecer onde existe uma maior atividade industrial, quando existem hábitos tabágicos associados ou alterações nos cromossomas sexuais”. Por outro lado,  “é mais suscetível de aparecer em pessoas que tenham infeções do trato urinário frequentes e em pessoas em que o sistema imunitário está debilitado”.

Embora possa ser assintomática, os sintomas mais comuns são a fadiga, prurido ou comichão forte. “O prurido surge, habitualmente, com mais intensidade à noite ou quando está calor e pode ter uma menor ou maior intensidade”, explica a gastroenterologista. Em fases mais avançadas da doença pode surgir icterícia.

Uma vez que é bastante frequente os doentes não apresentarem sintomas durante os primeiros anos, pode suspeitar-se do diagnóstico da doença quando as análises de rotina apresentem alterações nas análises do fígado. “Apesar do diagnóstico ser relativamente simples, verificamos que, desde as primeiras alterações até ao diagnóstico, podem decorrer vários anos, período durante o qual a doença vai evoluindo”, lamenta a médica.

“Existem dois exames do sangue que podem diagnosticar esta doença e que são bastante simples, e que são a pesquisa de anticorpos antimitocondriais e os níveis séricos fosfatase alcalina. No entanto, sobretudo a primeira não é uma análise de rotina, só sendo, habitualmente, pedida quando se suspeita da doença”, explica Helena Cortez-Pinto.

Sem cura, a verdade é que o prognóstico desta doença depende do estadio em que ela é diagnosticada. “Se for diagnosticada numa fase inicial, existe uma maior probabilidade do tratamento impedir a progressão da doença. No caso de ser detetada mais tardiamente, a doença pode evoluir para formas mais graves, como é o caso da cirrose ou cancro do fígado podendo, eventualmente, ser necessário proceder-se ao transplante hepático”, adianta a especialista.

Sabe-se, aliás, que a Colangite Biliar Primária é responsável por “cerca de 9% dos transplantes de fígado realizados na Europa, por cirrose hepática”.

De acordo com a professora da Faculdade de Medicina de Lisboa, o tratamento médico disponível para esta doença é o ácido ursodeoxicólico (UDCA) que, quando administrado e tomado de forma correta permite um maior controlo sobre a doença durante largos anos.

“Contudo, uma percentagem dos doentes não respondem de forma adequada ao tratamento, verificando-se a sua progressão. Existe ainda uma percentagem, ainda que pequena, que não tolera bem o tratamento”, refere. A verdade é que, de acordo com os dados disponíveis sabe-se que cerca de 20 por cento dos doentes com Colangite Biliar Primária “têm uma resposta inadequada ao tratamento standard ou não o consegue tolerar”.

Deste modo, tal como explica Helena Cortez-Pinto, seria “muito importante encontrar-se uma resposta alternativa para esta percentagem de casos em que os doentes não respondem ao tratamento já existente”.

Nos últimos 20 anos não houve qualquer inovação no tratamento farmacológico desta doença. No entanto, um tratamento inovador para a CBP foi, recentemente, aprovado nos Estados Unidos - o Ácido Obeticólico -  e espera agora por aprovação na Europa, representando uma esperança para estes doentes.

“Ao progredir, a Colangite Biliar Primária pode levar à cirrose ou mesmo ao cancro do fígado. A cirrose é a destruição parcial do fígado, levando a complicações como ascite (barriga de água), encefalopatia (confusão mental) ou sangramento digestivo (por rotura das varizes do esófago)”, conclui a especialista em Gastroenterologia.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Qualidade dos cuidados
Um grupo de peritos apresentou uma proposta de financiamento da saúde em função dos bons resultados

Um estudo elaborado pela The Boston Consulting Group, a ser apresentado hoje publicamente, propõe a remuneração da saúde com base nos bons resultados, apresentando para isso quatro recomendações para incentivar a qualidade e a inovação na saúde.

Uma dessas recomendações aponta para a criação de um modelo de incentivos financeiros aos prestadores de cuidados de saúde que dependa dos resultados alcançados e baseia-se, para isso, num programa desenvolvido na Suécia, em que o pagamento por doente considerava todo o processo de tratamento durante dois anos e responsabilizava os hospitais incentivando-os a minimizarem complicações e custos.

Neste caso, conseguiu-se uma redução entre 15% a 20% nos reinternamentos e de 17% no custo por doente, referem os autores do estudo, explicando que esta proposta de modelo agora apresentada fará com que os critérios de financiamento passem a estar alinhados com os interesses dos doentes, numa lógica de médio prazo, valorizando a qualidade em detrimento da quantidade e prevendo a responsabilização dos prestadores.

Ainda na mesma lógica, o estudo defende a adoção de um “modelo de contratualização plurianual de objetivos e de financiamento”, segundo o qual o orçamento para a saúde deixa de ser anual e passa a estar orientado para resultados a médio prazo.

Desta forma, os prestadores podem definir objetivos a alcançar nos diferentes níveis de cuidados de saúde e programar a melhor forma de os alcançar.

Para tal, podem recorrer a novas práticas de inovação, identificando no processo o que melhor resulta para cada um dos casos.

Outra recomendação apresentada no relatório é a de reformar o modelo de acesso às tecnologias de saúde, medida considerada crucial para criar um sistema de saúde baseado em resultados.

Essa reforma passaria pela introdução de critérios de determinação da sua efetividade e pela redução dos atrasos processuais.

À semelhança do financiamento dos prestadores com base em resultados, também as tecnologias de saúde devem ser remuneradas com base no valor real criado para os doentes, defende o estudo.

Desta forma, para um determinado nível de despesa com medicamentos, o pagador pode assegurar a obtenção dos melhores resultados possíveis e os prestadores têm a informação necessária para selecionar a inovação que aporta os melhores resultados para os seus doentes.

Torna-se, portanto, fundamental implementar um sistema que meça os resultados das tecnologias em saúde e que lhes atribua o valor correspondente.

O relatório defende ainda que os resultados em saúde sejam monitorizados, analisados e publicados, promovendo a transparência e contribuindo para a liberdade de escolha dos doentes.

Por último, é recomendado o reforço e a otimização do financiamento de medicamentos e outras tecnologias de saúde inovadoras, aumentando as verbas disponíveis para a inovação e criando um fundo dedicado a medicamentos inovadores com reembolso centralizado.

O estudo, que teve o apoio de uma farmacêutica, contou ainda com a participação de um conselho estratégico, composto por personalidades como o ex-presidente do Infarmed Eurico Castro Alves, o administrador hospitalar Luis Matos e o deputado e médico Ricardo Baptista Leite.

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Estudo
Os adolescentes britânico consomem, em média, a cada ano, o equivalente a uma banheira de bebidas aç

De acordo com os números revelados hoje pelo Cancer Research - um organismo de solidariedade britânico centrado na luta contra o cancro – e que assentam num inquérito nacional, o consumo dos adolescentes entre os 11 e os 18 anos representa mais de 234 latas de bebidas açucaradas por ano, três vezes mais do que a quantidade de açúcar adicionado recomendado, refere a agência AFP.

Entre as crianças dos quatro aos dez anos, o consumo é de cerca de 110 latas por ano, e de 70 para aqueles com idades entre os 18 meses e os três anos.

Denunciando os "números chocantes”, a responsável pela prevenção no Cancer Research, Alison Cox, alertou em comunicado contra os riscos da obesidade, cancro e outras doenças que podem decorrer de um consumo excessivo de açúcar.

Apelou igualmente ao Governo britânico para colocar em prática o mais rápido possível uma taxa sobre as bebidas açucaradas não alcoólicas, como os refrigerantes, uma medida que existe apenas em alguns países, e que passará a aplicar-se também em Portugal a partir de 2017, sendo uma das medidas previstas no Orçamento do Estado para o próximo ano.

O Governo britânico anunciou em março a introdução dentro de dois anos desse imposto, recuperado depois em agosto no âmbito de um projeto de combate à obesidade, mas considerado globalmente muito insuficiente pelos profissionais de saúde.

De acordo com o Cancer Research, uma taxa sobre o açúcar de 20 cêntimos por litro de açúcar poderia prevenir 3,7 milhões de casos de obesidade no decorrer da próxima década.

“O Governo pode fazer ainda mais pela próxima geração” limitando a publicidade à chamada ‘junk food’ na televisão, acrescentou Alison Cox.

O estudo do Cancer Research surge depois de ter sido conhecido que os adolescentes britânicos estão entre os menos ativos do mundo.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) apelou aos governos para que taxem as bebidas açucaradas com o objetivo de combater a obesidade. A nível mundial, o número de casos de obesidade duplicou desde 1980.

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Terapias
O novo acelerador linear do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, hoje inaugurado, vai permitir uma “maior oferta na...

“Não teríamos necessidade de comprar este aparelho se não fosse para aumentar a qualidade. A nossa grande mensagem é que os cidadãos se devem empenhar num diagnóstico precoce”, afirmou Laranja Pontes aos jornalistas depois da inauguração do novo aparelho, o nono da instituição, mas um modelo de última geração que representou um custo de cerca de cinco milhões de euros.

Por seu lado, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, afirmou que com este investimento no IPO do Porto, em conjunto com o que está a ser feito em Coimbra e no futuro em Lisboa, significa que Portugal vai ter “até 2019 qualquer coisa como 100 milhões de euros dedicados à área do cancro”.

“Este é um bom sinal de que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está vivo, de que o esforço de investimento está presente, vai ser muito reforçado nos próximos anos e, portanto, é a confiança que podemos dar aos portugueses de que o SNS está apto a responder às maiores exigências que se colocam, nomeadamente numa doença que hoje causa tanta preocupação”, declarou o ministro, que também marcou presença para a inauguração das novas instalações da Unidade de Investigação Clínica da instituição.

O governante recordou que o SNS vai fechar 2016 com mais 3.000 profissionais e que no total do ano vão estar aprovados 50 novos medicamentos, “dos quais uma parte significativa está destinada ao tratamento do cancro”.

“Estamos a reconstruir, a recuperar e a reorientar o SNS. Como tenho dito, não nos peçam para fazer num ano aquilo que é impossível do ponto de vista material fazer num ano, mas deixem-nos comparar no final da legislatura o SNS com o que existia no final do ano passado”, disse Campos Fernandes.

Sobre o novo acelerador linear, a diretora do serviço de Radioterapia, Luísa Carvalho, afirmou que “não traz verdadeiramente nada de novo a não ser que é o último da sua geração”, sendo possível realizar tratamentos de forma mais rápida e precisa.

Duplica número de pessoas a antirretrovirais
O número de pessoas infetadas pelo VIH que estão a tomar medicamentos antirretrovirais duplicou em apenas cinco anos, mas há...

"Em junho de 2016, cerca de 18,2 milhões de pessoas tiveram acesso aos medicamentos que salvam vidas, incluindo 910 mil crianças, o dobro do número em relação há cinco anos", indicou o documento do Programa Conjunto das Nações Unidas para o VIH/SIDA (ONUSIDA) intitulado “Get on the Fast-Track: the life-cycle approach to HIV”.

Neste relatório, hoje lançado em Windhoek, na Namíbia, refere-se que está em curso uma meta de 30 milhões de pessoas em tratamento com antirretrovirais (ARV) até 2020.

Entretanto, o relatório mostra também os enormes riscos que as mulheres jovens estão a enfrentar.

No ano passado, mais de 7.500 adolescentes e mulheres jovens foram infetadas com VIH por semana em todo o mundo, a maior parte delas em África, nomeadamente no sul do continente.

“As mulheres jovens enfrentam uma ameaça tripla", disse o diretor executivo da ONUSIDA, Michel Sidibé, durante o lançamento do relatório na capital namibiana.

“Elas sofrem com um alto risco de infeção pelo VIH, têm baixas taxas de testes de HIV e têm pouca adesão ao tratamento. O mundo está a falhar com as jovens e temos urgentemente necessidade de fazer mais", sublinhou.

Sidibé saudou o progresso feito com o tratamento do VIH, mas alertou que qualquer avanço é "incrivelmente frágil".

A alta taxa de infeção entre as jovens e as adolescentes é muitas vezes motivada por relacionamentos com homens mais velhos.

O relatório apontou que os dados recolhidos na África do Sul mostraram que mulheres e adolescentes estavam a ser infetadas com o VIH por homens adultos.

Muitos homens contraem o VIH muito mais tarde na vida e, depois, continuam com o ciclo de infeção.

O relatório apontou um estudo na província de KwaZulu-Natal, na África do Sul, que revelou que apenas 26% dos homens sabiam o seu estado de portador do VIH e apenas cinco por cento estava em tratamento.

Globalmente, entre 2010 e 2015, o número de novas infeções por VIH nas mulheres jovens, entre 15 e 24 anos, reduziu em apenas seis por cento, passando de 420.000 para 390.000. Para atingir o objetivo de menos de 100.000 novas infeções por VIH entre adolescentes e mulheres jovens até 2020, exigirá uma redução de 74% entre 2016 e 2020.

O relatório também alertou para o risco de resistência aos medicamentos e a necessidade de reduzir os custos dos tratamentos de segunda e terceira linha.

Também destacou a necessidade de mais sinergias com os programas de combate à tuberculose (TB), ao papilomavírus humano (HPV) e o cancro de colo do útero, e aos programas de hepatite C, a fim de reduzir as principais causas de doença e morte entre pessoas a viver com VIH.

Em 2015, das 1,1 milhões de pessoas com VIH que morreram, 440.000 tinham tuberculose, incluindo 40.000 crianças.

Globalmente, o acesso a medicamentos contra o VIH para prevenir a transmissão do vírus de mãe para filho aumentou em 77% em 2015. Como resultado, as novas infeções por VIH entre crianças diminuíram 51% desde 2010.

Simpósio Nacional SPO 2016
Mais de 450 profissionais de saúde reuniram-se na Figueira da Foz este fim-de-semana para debater o futuro da oncologia em...

O Registo Oncológico Nacional (RON), o acesso a cuidados de qualidade e a equidade no acesso à inovação são os três compromissos defendidos pela SPO.

«Esta proposta materializa-se em três objetivos que definimos como ´Compromissos’, porque é urgente que aqueles que têm responsabilidades políticas, governativas e de regulamentação se comprometam a desenhar, em conjunto com a SPO, um novo mapa do cancro em Portugal. Só com uma discussão alargada e com envolvimento da sociedade civil, conseguiremos mudar a realidade da Oncologia no nosso país», afirma Gabriela Sousa, presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia.

«A Oncologia é uma área prioritária e o que temos vindo a assistir é à definição e implementação de medidas avulsas para essa prioridade. É importante começar a operacionalizar de forma objetiva algumas medidas e isso levou a direção da SPO a tomar algumas decisões e traçar um plano operacional para melhorar a qualidade da Oncologia em Portugal», conclui.

O primeiro compromisso passa pela sensibilização das instituições para a implementação do registo de âmbito nacional, devendo cada instituição ser responsável pela introdução dos dados com uma equipa para o efeito, e pela inclusão de ferramentas clínicas para avaliação de outcomes. De acordo com o documento, «cada instituição deve conhecer os seus dados relativamente à caracterização da população dos doentes que trata e respetivos outcomes». Medidas cuja implementação deve ocorrer já em 2017 e a responsabilidade é atribuída à Coordenação do Plano Nacional para as Doenças Oncológicas e à própria SPO.

No segundo compromisso apresenta-se como objetivo o estabelecimento de critérios de qualidade assistencial até ao final do 1º trimestre de 2017 para as cinco patologias major - mama, próstata, colón e reto, estomago e pulmão -, com possibilidade de monitorização, avaliação e auditoria. Uma medida que será da responsabilidade dos Colégios das Especialidades da Ordem dos Médicos (Cirurgia Geral, Radioncologia, Oncologia, Anatomia Patológica e Imagiologia), DGS e SPO.

No terceiro e último compromisso defende que o financiamento de tecnologias de saúde (fármacos, meios de diagnóstico, ou novas técnicas terapêuticas) devem acompanhar o caráter prioritário dado à Oncologia em Portugal. Este deve também ser revisto periodicamente de acordo com as indicações terapêuticas e o volume de doentes a tratar. Estabelece como meta a «agilização da avaliação fármaco-económica num período máximo de seis meses, com possibilidade de tratamento de todos os doentes que cumprem os critérios pré-definidos, já a partir de 2017. Após a AIM o acesso deve ser possível, devendo a empresa detentora de autorização de comercialização devolver a diferença de preço após acordo de comparticipação». Uma medida a ser discutida com o INFARMED e com responsabilidade da SPO.

O documento de Compromissos foi apresentada na sessão “Cobertura e organização dos cuidados oncológicos em Portugal” que reuniu no Simpósio Nacional da SPO, os Colégios da Especialidade da Ordem dos Médicos - Cirurgia Geral, Anatomia Patológica, Oncologia Médica e Radioncologia, o Coordenador do Plano Nacional para as Doenças Oncológicas, a presidente da Associação de Enfermagem Oncológica Portuguesa (AEOP) e deputados do PS, PSD e PCP.

«Foi um momento de encontro de diversas vozes com a comunidade oncológica nacional, dando espaço à riqueza multidisciplinaridade e da pluralidade», conclui a presidente da SPO.

 

Hospital Gaia/Espinho
O Serviço de Cirurgia Plástica e Unidade de Microcirurgia do Hospital Gaia/Espinho realizou hoje uma cirurgia pioneira no país...

“É uma cirurgia que permite a reconstrução do sistema linfático que é lesionado durante a cirurgia de mastectomia (remoção completa da mama), em doentes com cancro da mama”, explicou o cirurgião Gustavo Coelho, que introduziu esta técnica em Portugal.

O tratamento, segundo o especialista, consiste no transplante de gânglios linfáticos do pescoço/cervical para o punho, recorrendo a técnicas microcirúrgicas.

O linfedema do membro superior é a complicação mais frequente pós mastectomia, com uma prevalência elevada, podendo atingir cerca de 50% das doentes submetidas a mastectomia.

Frequentemente, os doentes submetidos a mastectomia são também submetidos à excisão dos gânglios linfáticos. Este procedimento torna-se necessário porque existe a possibilidade de algumas células cancerígenas poderem ficar alojadas nesses gânglios. Essa remoção vai tornar o processo de retorno da linfa (fluído linfático) ao sistema circulatório mais lento, o que pode conduzir a um inchaço/edema no braço.

A segunda cirurgia com esta nova técnica, a que a Lusa assistiu, foi hoje realizada, mas a primeira doente operada, no passado mês de outubro, Rosa Carvalho, de 52 anos, que se deslocou ao hospital para o curativo, explicou que “as melhoras já são muitas, o braço desinchou e o peso e as dores são muito menores”.

Rosa Carvalho apresentava um linfedema grave do braço esquerdo após a realização de uma mastectomia por cancro da mama, realizada há cinco anos.

“O médico explicou-me que ia ficar com o braço mais leve, mais magrinho, mas que a recuperação será gradual. Eu já sinto melhoras”, afirmou Rosa Carvalho.

A doente contou que “o peso era de tal forma que já não conseguia comer de faca e garfo, tinha de pousar o braço na mesa. Hoje já o consigo fazer, embora ainda sinta a tendência de pousar o braço”.

O cirurgião Gustavo Coelho esclareceu que, “do ponto de vista estético, temos um membro com um volume duas a quatro vezes maior, mas também do ponto de vista funcional as doentes têm uma limitação muito grande”.

O linfedema é muitas vezes associado ao cancro da mama, mas ele pode acontecer por outro tipo de patologias, nos membros superiores e inferiores.

“Associado ao cancro da mama a prevalência é muito alta. Pensa-se que cerca de 50% das cerca de seis mil mulheres que são mastectomizadas e submetidas à excisão dos gânglios linfáticos vão desenvolver linfedema do braço, isto faz com que existam cerca de três mil novos casos de linfedema por ano em Portugal”, frisou.

Segundo o especialista, “os benefícios desta técnica são óbvios, com uma franca melhoria dos sintomas como dor, melhoria significativa e duradoura da deformidade do membro afetado, mobilidade, e um retorno da qualidade de vida que, infelizmente, estes doentes perdem com a progressão desta doença”.

A maioria dos linfedemas do membros superiores desenvolve-se entre o primeiro e o segundo ano após a cirurgia oncológica, havendo no entanto observações clínicas de aparecimento tardio, mais de 10 anos após a terapêutica inicial.

O Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho afirma ser pioneiro em Portugal no tratamento do linfedema dos membros superiores com a técnica de transferência de gânglios linfáticos vascularizados submentoneanos (cervicais).

Refere ainda que, até agora, o tratamento para o linfedema tem sido, maioritariamente, paliativo, com o objetivo de prevenir a progressão da doença e alívio dos sintomas. As opções cirúrgicas disponíveis são muito limitadas e com resultados muitas vezes não satisfatórios”.

Com a realização desta técnica, o Serviço de Cirurgia Plástica pretende tornar-se num futuro centro de referenciação no tratamento desta patologia.

7º Encontro de Formação da Ordem dos Médicos Veterinários
Promover uma formação alargada dos Médicos Veterinários, debater o estado da arte da profissão e dar a conhecer os mais...

Este evento contará com mais de 100 palestras versando temas transversais a todas as áreas relacionadas com a medicina veterinária, sendo que a sessão de abertura decorrerá no dia 26 de novembro às 18h30, com a presença do Diretor Geral de Alimentação e Veterinária, Fernando Manuel d’Almeida Bernardo.

São muitos os assuntos que vão ser abordados no 7º Encontro de Formação da Ordem dos Médicos Veterinários (EFOMV), desde animais de companhia, a animais de produção e equinos passando pela saúde pública e segurança alimentar. Estas palestras terão a assinatura de conceituados Médicos Veterinários nacionais e internacionais.

A Ordem dos Médicos Veterinários espera receber de mais de mil profissionais e estudantes da área da medicina veterinária, num encontro que anualmente reúne a Classe num momento único de formação.

Para o Bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Cid, “é fundamental que a Ordem impulsione este tipo de formação. O EFOMV não só o promove a partilha de conhecimento e experiências, como fomenta o encontro e o convívio entre pares. Esta formação de dois dias é transversal a todas as áreas de atuação e especialidade do Médico Veterinário, permitindo assim a inclusão de todos os profissionais”.

No Luxemburgo
Os portugueses no Luxemburgo foram no ano passado a segunda nacionalidade que mais recorreu aos Médicos do Mundo, segundo a...

Segundo o relatório europeu da ONG, em 2015 os Médicos do Mundo atenderam 177 doentes no Luxemburgo, dos quais 18 portugueses, que representam 10% do total.

Em primeiro lugar figuram os imigrantes romenos (26%), seguidos dos portugueses (10%) e marroquinos (8%), representando os luxemburgueses cerca de 7%.

A maioria é sem-abrigo, mas há também casos de imigrantes recém-chegados ao país, escreve o Sapo.

Arminda tem 56 anos e chegou ao Luxemburgo há sete meses, à procura de trabalho, mas não fala francês e continua sem encontrar emprego.

Sem contrato de trabalho, a imigrante portuguesa, que vive em casa de um filho, não tem autorização de residência no país, e sem ela, não tem direito a assistência médica.

Por essa razão, de 15 em 15 dias vai ao consultório dos Médicos do Mundo em Esch-sur-Alzette, a segunda maior cidade do país, para obter medicamentos gratuitos para a hipertensão.

"Lá dão-me os medicamentos para 15 dias, ou, se tiverem de sobra, para um mês", disse.

Sem os enfermeiros e médicos voluntários da ONG, a imigrante portuguesa também não teria recebido tratamento para outros problemas de saúde detetados pela organização.

"Uma vez estava constipada e o doutor mandou-me abrir a boca e viu que eu tinha os dentes estragados", contou.

Arminda esperou dois meses para ser atendida por um dentista, que lhe arrancou quatro dentes.

Foi também graças aos Médicos do Mundo que conseguiu óculos novos, quando se queixou de "dores de cabeça e problemas na vista".

Em 2015, a maioria dos doentes que recorreram à associação no Luxemburgo eram sem-abrigo (56%), mas há também casos de imigrantes sem autorização de residência, disse à Lusa a responsável dos Médicos do Mundo no Luxemburgo, Sylvie Martin.

Os cidadãos europeus não são obrigados a registar-se durante os três primeiros meses de estadia noutro país da União Europeia, mas passado esse período, "têm de fazer prova de que têm rendimentos para ter autorização de residência", explicou a responsável.

Sem ela, "ficam na mesma situação dos imigrantes indocumentados" e não têm acesso a cuidados de saúde.

O relatório anual dos Médicos do Mundo foi realizado em 11 países europeus - Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Grécia, Holanda, Luxemburgo, Noruega, Reino Unido, Suécia e Suíça - e na Turquia.

Globalmente, 94% dos cerca de dez mil doentes atendidos pela organização eram estrangeiros, representando os cidadãos europeus 24%.

Cerca de 68% dos imigrantes que passaram pelos consultórios dos Médicos do Mundo na Europa não tinham cobertura médica.

No relatório, a ONG considera que a situação dos cuidados de saúde dos migrantes e refugiados na Europa "é alarmante".

Quarenta por cento dos doentes atendidos em 2015 "necessitavam de tratamentos urgentes ou bastante urgentes" e 51% "tinham uma doença crónica que nunca tinha sido tratada".

De acordo com o relatório europeu, 94% das pessoas atendidas em 2015 viviam abaixo do limiar de pobreza.

No documento, a ONG insta os países da UE a "oferecer sistemas de saúde pública universal, fundados na solidariedade e equidade", abertos a todos os residentes, "independentemente do seu estatuto de imigrante".

Em Coimbra
O Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra conquistou três projetos europeus, que conseguem para...

De acordo com uma nota da Universidade de Coimbra (UC) hoje divulgada, o investigador Paulo Oliveira vai liderar um consórcio internacional mtFOIEGRAS, para investigar a síndrome do fígado gordo não alcoólico (SFGNA), numa “perspetiva de desenvolvimento de ferramentas não invasivas e rápidas para um diagnóstico mais preciso”.

Essas ferramentas são “baseadas em alterações metabólicas, nomeadamente ao nível da produção de energia da célula hepática”, acrescenta a UC.

A doença é atualmente diagnosticada através da biopsia do fígado, um “procedimento invasivo, arriscado e caro”.

A SFGNA afeta 06 a 37% da população mundial e “poderá ser uma ‘assassina silenciosa’, porque os sintomas evidenciam-se em fases tardias, quando se apresenta incurável, contribuindo para o aumento do risco de diabetes, cirrose hepática e cancro”.

O investigador João Nuno Moreira, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC)  e da Faculdade de Farmácia da UC, coordena o consórcio NanoDoxer, que visa testar em modelos animais uma estratégia terapêutica de combate ao cancro da mama triplo negativo e o neuroblastoma, que não possuem atualmente terapias específicas.

Esta estratégia terapêutica, “com sucesso já demonstrado” ‘in vitro’, tem como alvo “uma proteína (nucleolina) que se encontra presente nas células estaminais cancerígenas e que permite avaliar a sua ‘agressividade tumoral’”.

A proteína será “abordada através de uma combinação de fármacos transportados por uma nanopartícula para reduzir o impacto do tumor e a sua recorrência”, refere ainda a UC.

A investigadora Olga Borges participa no projeto GoNanoBioMat, coordenado pelo Empa Swiss Laboratory of Materials Science and Technology, da Suíça, que irá desenvolver nanomateriais, com “função transportadora de fármacos (por exemplo, vacinas), através da implementação do conceito ‘safe-by-design’, garantindo a sua segurança na utilização clínica e a avaliação do risco toxicológico”.

O projeto mtFOIEGRAS conta com a participação da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, universidades de Lisboa e do Porto e de instituições académicas, clínicas e empresariais de Itália, Alemanha, Espanha, Polónia, Reino Unido e Áustria.

O estudo é apoiado através do quadro de financiamento do programa Horizonte 2020 na tipologia Marie Skłodowska-Curie Research and Innovation Staff Exchange.

O consórcio NanoDoxer é composto pela empresa portuguesa Treat-U, os institutos de oncologia do Porto e de Vall d’ Hebron (Espanha) e o Hospital Pediátrico Gaslini (Itália), tendo sido um dos 11 projetos financiados pela Euronanomed II Joint Transnational Call-2015, de um total de 66 candidaturas.

O projeto “GoNanoBioMat”, financiado no quadro europeu da ProSafe, que visa promover a nanosegurança, conta com a participação, designadamente, das universidades de Applied Science and Arts Western Switzerland, de Genebra (Suíça), e West University of Timisoara, da Roménia.

Global Drug Survey
O maior inquérito “online” do mundo sobre consumo de álcool e drogas, o Global Drug Survey, é lançado hoje em Portugal e aborda...

O inquérito estará disponível durante dois meses e segundo os organizadores pretende chegar este ano a 200 mil pessoas, depois de sempre ter ultrapassado as 100 mil nas anteriores cinco edições.

Helena Valente, da Faculdade de Psicologia do Porto, investigadora na área das substâncias psicoativas e uma das representantes em Portugal do Global Drug Survey (GDS), explicou que o inquérito é lançado em 23 países e que é “o maior inquérito sobre padrões de consumo de drogas no mundo”.

A responsável reconheceu que por ser “online” não chega a todo o tipo de pessoas, mas que, por outro lado, o facto de ser respondido pela internet concede-lhe um grau de confidencialidade que permite respostas “que de outra forma eram complicadas”, dado que em alguns países “os consumidores de drogas têm a vida dificultada”.

De qualquer forma, explicou, consegue-se o objetivo, que é ter um conhecimento sobre padrões de consumo, sendo que ao mesmo tempo se “dá um retorno aos que respondem”, criando informação sobre formas de gerir consumos, e dando conselhos práticos para ajudar os consumidores.

O inquérito (disponível a partir de hoje em www.globaldrugsurvey.com/GDS2017 ) não está pensado para “padrões de consumo problemático” nem para pessoas que não têm qualquer consumo, nem de bebidas alcoólicas, sendo mais para “consumidores ocasionais”, quer de drogas mais comuns quer de novas substâncias.

Este ano, explicou Helena Valente, vai incidir nas drogas vaporizadas, na compra de drogas na chamada “darknet” (rede fechada, não acessível pelos meios convencionais) e no uso crescente de ayahuasca, uma bebida feita de várias plantas que altera a consciência e permite sensações de psicadelismo e visionismo, usada por exemplo por algumas tribos no Brasil.

Outros temas do inquérito são o uso medicinal de cannabis, o consumo de ecstasy ser mais perigoso nas mulheres, os cogumelos mágicos e as “bad trip”, a ajuda aos consumidores de álcool que querem beber menos, ou as substâncias, além da cannabis, que estão a ser consumidas por vaporização e quais os riscos.

Helena Valente disse que o consumo de drogas por vaporização é uma nova moda, nomeadamente o haxixe.

Um vaporizador permite a extração e inalação dos compostos ativos do produto e substitui o método tradicional de misturar com tabaco.

O GDS, com sede em Londres, é constituído por 40 académicos e clínicos dos países participantes e está traduzido para 13 línguas. Os responsáveis pretendem chegar a 2020 com tradução para 20 línguas e com meio milhão de respostas por ano.

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