União Europeia
O Parlamento Europeu pediu hoje, numa resolução, um controlo mais apertado da importação de citrinos para a União Europeia,...

Os eurodeputados exigiram hoje da Comissão Europeia controlos fitossanitários mais exigentes sobre os citrinos importados, incluindo análises por amostragem e certificados de rastreabilidade.

Para o Parlamento Europeu (PE), a revisão proposta pela Comissão dos anexos da diretiva sobre a proteção das plantas contradiz os objetivos do novo regulamento sobre medidas de proteção contra as pragas dos vegetais, na medida em que “põe em causa os requisitos aplicáveis à introdução na União de determinados frutos sensíveis às pragas, especialmente no que se refere à Phyllostictina citricarpa [mancha negra] e à Xanthomonas citri [bactéria que provoca cancro do citrino].

Numa resolução hoje aprovada por 463 votos a favor, 168 contra e três abstenções, os eurodeputados pedem a Bruxelas que modifique o projeto de diretiva de execução de modo a reforçar os controlos dos citrinos importados e prevenir a propagação de pragas aos pomares de citrinos europeus.

Reino Unido
O Reino Unido tornou-se hoje o primeiro país no mundo a autorizar a conceção de bebés a partir do ADN de três progenitores, com...

Sally Cheshire, presidente da Autoridade de Fertilização e Embriologia Humana (HFEA na sigla em inglês), considerou “histórica e importante” a decisão de aprovar a utilização da terapia genética mitocondrial, para evitar a transmissão de uma doença hereditária.

“Tenho a certeza que os doentes prontos a beneficiar desta técnica ficarão encantados”, declarou, adiantando: “Vamos proceder com cautela”.

Para os opositores do tratamento, ele vai demasiado longe na modificação genética e abre a caixa de Pandora da seleção de bebés.

Os deputados britânicos aprovaram em fevereiro a fertilização ‘in vitro’ de bebés com ADN de três pessoas, mas os estabelecimentos de saúde precisavam da “luz verde” da HFEA.

A técnica permite que mulheres que têm doenças que causam mutações nos genes mitocondriais possam ter filhos sem as transmitirem.

As doenças mitocondriais causam sintomas que vão da visão fraca à diabetes e à fraqueza muscular e as autoridades da saúde calculam que cerca de 125 bebés nascem com as mutações no Reino Unido todos os anos.

Discutido em Conselho de Ministros
Os trabalhadores de empresas públicas com contrato individual de trabalho, os cônjuges de beneficiários e filhos maiores de 26...

O decreto-lei, que está a ser discutido em Conselho de Ministros e deverá ser hoje aprovado pelo Governo, define um novo modelo de governação que “garante a representatividade dos seus associados e a autonomia necessária para assegurar uma gestão técnica profissional e eficiente”.

O futuro regime de benefícios do sistema de saúde ADSE ainda não é conhecido, pois terá de ser criado após a entrada em vigor do diploma.

Contudo, neste regime de benefícios “poderá ser alargado o universo de beneficiários, designadamente a trabalhadores de empresas públicas com contrato individual de trabalho, a cônjuges, ainda que sejam trabalhadores, ou a filhos maiores de 26 anos, mediante o pagamento de contribuição”.

Outro aspeto desta reforma da ADSE é a composição do conselho diretivo, que será constituído por três membros: dois nomeados pelo governo e o terceiro escolhido pelos membros do conselho geral e de supervisão.

O conselho geral e de supervisão será composto por 15 membros e inclui na sua constituição quatro representantes eleitos dos beneficiários titulares da ADSE, três das organizações sindicais e dois das associações de reformados, três indicados pelo Ministro das Finanças e três indicados pelo Ministro da Saúde.

O futuro instituto será tutelado pelos membros do governo responsáveis pelas áreas das finanças e da saúde.

Ácido Obeticólico (OCA)
A Agência Europeia do Medicamento (EMA) acabou de aprovar novo tratamento para a Colangite Biliar Primária. Em combinação com o...

A Colangite Biliar Primária (CBP) é uma doença rara do fígado causada por uma reação autoimune que provoca a inflamação constante dos pequenos canais biliares presentes neste órgão, que pode conduzir à destruição parcial do fígado ou ao cancro.

Afetando sobretudo mulheres, estima-se que, em Portugal, afete entre 500 a 1000 pessoas, tendo o diagnóstico da doença aumentado nos últimos 60 anos.

Sem cura, o único tratamento disponível consiste no controlo dos sintomas, e tem como objetivo evitar a progressão da doença. No entanto, até hoje, eram muitos os doentes que não respondiam ao tratamento.

Depois de aprovado nos Estados Unidos, o Ácido Obeticólico, chega finalmente à Europa.

Não tendo havido qualquer inovação no tratamento farmacológico da Colangite Biliar Primária nos últimos 20 anos, a notícia da aprovação, pela Agência Europeia do Medicamento, de um novo tratamento devolve a esperança a milhares de doentes.

O Ácido Obeticólico (OCA) é um agonista do recetor farnesóide X (FXR), um regulador importante das vias inflamatória, fibrótica e metabólica dos ácidos biliares. O OCA aumenta o fluxo da bílis a partir do fígado e suprime a produção de ácidos biliares, reduzindo assim a exposição do fígado a níveis tóxicos dos ácidos biliares.

Ao progredir, a Colangite Biliar Primária pode levar à cirrose ou mesmo ao cancro do fígado, sendo responsável por cerca de 9% dos transplantes de fígado realizados na Europa.

Estudo
Se é uma daquelas pessoas que critica os mais velhos por imitarem a fala de uma criança ao conversar com bebés, um novo estudo...

Investigadores da Universidade de Cambridge conduziram um estudo com bebés e mães para entenderem como funciona o desenvolvimento do cérebro das crianças. Os cientistas descobriram que estas aprendem melhor quando as suas ondas cerebrais estão em sincronia com as dos pais, escreve o Sapo. E mais do que isso: quando a comunicação é feita por uma conversa com voz de criança ou por músicas infantis.

De acordo com a BBC, o estudo, que foi feito com recurso ao controlo tomográfico dos cérebros dos bebés, também sugere que estes precisam de se sentirem seguros e amados para que as conexões do cérebro se formem e gerem aprendizagem.

Para um recém-nascido, o mundo são várias ondas de imagens e sons, uma sobrecarga de informação. Mas com o tempo, o bebé vai ganhando foco - aprende a reconhecer rostos e vozes e, ao longo dos meses, aprende a gatinhar, entender a língua e a comunicar com quem está à sua volta.

As primeiras descobertas dos cientistas da Universidade de Cambridge mostram que as crianças não aprendem tão bem quando as suas ondas cerebrais e as da mãe estão dessincronizadas. Mas, quando ambos estão plenamente sincronizados, a assimilação da informação ocorre de maneira eficaz.

Victoria Leong, que lidera a investigação, afirma que o estudo mostrou que os bebés tendem a aprender melhor quando as mães comunicam com recurso a uma voz calma e tranquila, que até imita os próprios bebés - ela chama-lhe "língua" de "motherese" (linguagem de mãe, em tradução livre).

A cientista também sugere que rimas musicais infantis são uma forma eficaz de sincronizar o cérebro das mães com o dos bebés. "Pode soar estranho para nós, mas os bebés amam ouvir o 'motherese', mais do que o estilo adulto normal de falar. Prende-lhes melhor a atenção e também é mais claro. Já sabemos que, quanto mais o bebé ouvir 'motherese', melhor será o desenvolvimento da sua linguagem", explicou.

Leong explica que a mesma máxima vale para pais, avós e pessoas próximas - sempre que se ouvem rimas infantis ou a chamada "voz de criança", os bebés conseguem conectar-se melhor com o interlocutor.

Evitar a diabetes antes do seu aparecimento
A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal promove ações de formação a 100 enfermeiros para integrarem o primeiro...

Evitar a diabetes antes do seu aparecimento é a missão do Programa Gosto!, um programa de alteração de estilos de vida. “O objetivo da formação promovida pela Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) consiste em capacitar enfermeiros dos cuidados de saúde primários para orientarem sessões de educação em grupo dirigidas a pessoas identificadas com risco acrescido de diabetes tipo 2, através da modificação dos hábitos alimentares e da prática de atividade física”, explica a Enfª. Lurdes Serrabulho, coordenadora pedagógica do programa.

A investigação clínica tem evidenciado que, quando se realizam pequenas mudanças nos estilos de vida, há uma redução de mais de 50% no risco de desenvolver diabetes. Estas mudanças, se forem mantidas, podem ter efeitos significativos positivos a longo prazo e na saúde em geral.

As ações de formação iniciaram esta semana em diferentes unidades de saúde e na Escola da Diabetes da APDP. Almeirim, Alpiarça, Alvito, Azambuja, Arruda dos Vinhos, Benavente, Braga, Carregal do Sal, Cartaxo, Chamusca, Coimbra, Coruche, Grândola, Golegã, Montemor-o-Velho, Oliveira de Azeméis, Rio Maior, Salvaterra de Magos, Santarém Sátão e Viseu, são os Municípios que integram a primeira fase de formação.

O Programa Gosto! insere-se no âmbito do Não à Diabetes! Desafio Gulbenkian, um projeto de prevenção da diabetes tipo 2 promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian e cuja responsabilidade de implementação é da APDP. Este projeto, um dos maiores de sempre na luta contra a diabetes, tem como objetivo diminuir a prevalência nacional da diabetes nos próximos 5 anos. Para tal, pretende, por um lado, evitar que 50 mil pessoas de risco desenvolvam diabetes tipo 2 e, por outro, diagnosticar 50 mil pessoas que têm diabetes e não o sabem.

“A diabetes é a primeira doença crónica a desafiar a sociedade com a necessidade de programas de prevenção primária, fundamentais para reduzir uma das maiores pandemias da humanidade”, sublinha João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP.

65 anos da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna
No próximo dia 16 de dezembro, pelas 18h00 na Faculdade de Ciências Médicas/Nova Medical School, será realizado um evento de...

Portugal é, provavelmente, o país no mundo que melhor soube preservar a vocação generalista da Medicina Interna e a posição nuclear da especialidade no hospital. Os internistas em Portugal têm capacidade para abordar todas as doenças médicas dos adultos, seja nos serviços de urgência, nas enfermarias ou no ambulatório, podem tratar a maioria das doenças, decidir quando necessitam a cooperação de outras especialidades ou em que circunstância devem referenciar os doentes a outras especialidades. Além disso, têm também a capacidade para abordar os doentes sem diagnóstico, tratar as doenças sistémicas e prestar cuidados paliativos.

Os internistas portugueses são competentes e dedicados e, são essas características que têm permitido dar resposta à variabilidade da pressão sobre os hospitais nas urgências e no internamento e tem evitado ruturas no SNS. No entanto, este esforço tem um impacto relevante sobre a vida pessoal e familiar de cada internista, que aliado à diminuição do rendimento mensal e do preço das horas extraordinárias, tem lançado muitos na procura do duplo emprego e tem provocado um crescente burnout entre estes profissionais e assistentes. Luís Campos alerta que “este é um problema a que urge fazer frente, através da discriminação positiva da Medicina Interna e de outras medidas que atenuem este problema e tornem o exercício desta especialidade mais compensador e atrativo.”

Reunião plenária
A Comissão Nacional para os Direitos Humanos, tutelada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, vai realizar, na sexta-feira,...

Na informação de agenda divulgada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, lê-se que a reunião plenária terá como “principal objetivo abordar as políticas nacionais na área da saúde mental numa perspetiva de direitos humanos” e “promover o contacto direto com organizações que trabalham em áreas relacionados com a temática (…), procurando criar um espaço para a partilha de informação e identificação de desafios e boas práticas”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, vai intervir na sessão de abertura, às 15:00. Seguir-se-ão intervenções da secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Teresa Ribeiro, que preside à Comissão Nacional para os Direitos Humanos (CNDH), do embaixador de Portugal junto das organizações internacionais em Genebra, Pedro Nuno Bártolo, do diretor do Programa Nacional para a Saúde Mental, Álvaro Andrade de Carvalho, e do especialista em saúde mental José Caldas de Almeida.

Questionado a 04 de novembro, dia em que Portugal foi eleito para a Comissão de Direito Internacional, sobre a inatividade da CNDH, o ministro Augusto Santos Silva frisou que “uma das prioridades” do seu mandato seria “justamente fortalecer a atividade e a visibilidade” do organismo criado em 2010, que integra representantes de vários ministérios, para assegurar “o cumprimento das obrigações de direitos humanos” assumidas por Portugal.

“É preciso dar coerência, também nacional, à participação de Portugal na área dos direitos humanos”, justificou. “Essa frente interna não pode ser descurada”, reconheceu, adiantando que faria “questão de participar na próxima reunião” da CNDH.

O regulamento da CNDH prevê a realização de três reuniões plenárias, uma das quais em formato alargado à sociedade civil – a que respeita a 2016 vai acontecer na sexta-feira.

“O diálogo aberto com a sociedade civil constitui um pilar fundamental”, garantiu a diplomacia portuguesa, na informação de agenda divulgada.

O tema da reunião, que se realiza no Palácio das Necessidades, será a saúde mental, num contexto em que Portugal apresenta das taxas de prevalência de perturbações mentais mais elevadas da Europa.

O tema foi objeto de uma resolução apresentada por Portugal e Brasil e apoiada por outros 61 países, que foi adotada pelo Conselho de Direitos Humanos a 01 de julho.

Essa resolução assinala que as pessoas com perturbações mentais estão mais sujeitas a discriminação, exclusão e violência, a “institucionalização ilegal ou arbitrária” e a práticas de “sobremedicação”.

Face a isso, a resolução apela aos Estados que “tomem medidas ativas para integrar a perspetiva de direitos humanos nos serviços de saúde mental” e “promovam o direito de todos à inclusão total e à efetiva participação em sociedade”.

Em Londres
Uma mulher em Londres tornou-se na primeira a dar à luz depois de ter visto a sua fertilidade restaurada com tecido do seu...

Moaza Al Matrooshi, de 24 anos, retirou o ovário direito aos nove anos de idade por causa de um tratamento de quimioterapia para uma doença grave de sangue, segundo a Universidade de Leeds, local onde o ovário foi congelado.

A sua fertilidade foi restaurada após o tecido preservado ter sido transplantado o ano passado, referiu a universidade.

“É a primeira vez que o procedimento é feito com sucesso numa menina em pré-puberdade e eu estou feliz que esta jovem tenha tido o seu bebé”, disse Helen Picton, chefe da divisão de reprodução e desenvolvimento inicial da universidade.

A jovem deu à luz na terça-feira num hospital privado de Londres.

“É um milagre. Estive tanto tempo a esperar por este resultado (…) um bebé saudável”, disse a jovem à BBC.

Moaza Al Matrooshi, nacional do Dubai, nasceu com talassemia beta, uma doença de sangue que reduz a produção de hemoglobina e pode ser fatal.

A jovem teve de fazer quimioterapia para se preparar para um transplante da medula óssea para tratar a doença, mas o tratamento danificou o seu ovário remanescente, fazendo com que iniciasse a menopausa aos 20 anos, explicou a universidade.

“Após o transplante, os seus níveis hormonais começaram a voltar ao normal, ela começou a ovular e a sua fertilidade foi restaurada”, acrescentou.

Segundo o presidente da Sociedade Britânica de Fertilidade, Adam Balen, aquele é um “passo inovador nesta área de preservação da fertilidade e tem potencial para ajudar muitas jovens que enfrentam tratamentos de cancro a preservar a sua fertilidade no futuro”.

Hospital São João
A associação “Um Lugar para o Joãozinho”, que visa construir uma ala pediátrica no hospital São João, no Porto, defendeu que...

“Esta obra tem de ser feita. Por isso, já a seguir, vou pedir ao senhor Secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, que convoque uma reunião com as diferentes partes envolvidas – Administração do HSJ, Direção da Associação Joãozinho, Administração do Continente/Sonae e Administração do Consórcio Lucios-Somague – para tratar de dois pontos, um que está a impedir a obra, outro que assegura uma parte significativa do seu financiamento futuro”, indica o presidente da associação, Pedro Arroja, num email hoje remetido ao presidente do Centro Hospitalar de São João (CHSJ) e ao Ministério da Saúde.

Na missiva, a que a Lusa teve acesso, Pedro Arroja defende o “desimpedimento imediato do espaço por parte do hospital para que a obra possa prosseguir” e a “prossecução do dossier Mecenas-Continente, que garante uma parte importante do financiamento futuro da obra”.

No documento, o responsável tece duras críticas ao parecer jurídico divulgado em outubro sobre a construção da nova ala pediátrica financiada pelo Continente Hipermercados, em troca da construção de um supermercado no terreno do hospital.

“Caro Dr. Oliveira e Silva [presidente do CHSJ], já deve antecipar o valor que eu atribuo ao parecer, aliás, nota jurídica, da autoria do Dr. Vasco Moura Ramos – zero. Um papel feito de generalidades, banalidades e suposições falsas e mentirosas e, no fim, inconclusivo – como não podia deixar de ser para quem não sabe daquilo que está a tratar”, pode ler-se.

Ainda sobre o parecer, Pedro Arroja refere ter existido um “conflito de interesses” por parte do autor, advogado da Cuatrecasas, sociedade que contra ele “tinha apresentado uma queixa-crime” por difamação.

“Aproxima-se mais um Natal e as crianças continuam internadas num barracão”, escreve Pedro Arroja, acrescentando: “um dia estas crianças vão-nos perguntar por que é que não fizemos esta obra, se a comunidade estendeu as mãos para reunir os recursos que a tornam possível”.

Contactado, o Centro Hospitalar de São João escusou-se a comentar o assunto.

No final de outubro, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que o projeto “Joãozinho” é “um problema que tem de se resolver”.

O “Joãozinho” nasceu em 2009 e em março de 2015 foi lançada a primeira pedra da obra pelo então primeiro-ministro, Passos Coelho. O projeto só avançou nove meses depois com a demolição de instalações junto à Urgência Pediátrica, mas a obra voltou a parar pouco tempo.

Bastonária revela
Quase metade das farmácias portuguesas estão em situação de insolvência ou de grande fragilidade económica, revelou a...

Ana Paula Martins falava numa conferência subordinada ao tema “A transparência nas relações entre os Profissionais de Saúde e a Indústria Farmacêutica”, que contou ainda com a participação da Ordem dos Médicos, da Apifarma (associação da industria farmacêutica) e do Infarmed (autoridade do medicamento).

Num universo de três mil farmácias, “há cerca de 500 em insolvência, 800 em grande fragilidade económica e 1.500 não pagam aos fornecedores”, afirmou a bastonária, lembrando que esta realidade ainda é um reflexo da crise das farmácias.

Em situações destas, em que os farmacêuticos têm de gerir com menos dinheiro, “há um risco adicional de haver práticas menos corretas, sim”, admitiu Ana Paula Martins, defendendo, contudo, que nem na situação de maior fragilidade, um farmacêutico se pode deixar levar pelas más práticas.

“É um farmacêutico, antes de mais, e o primado do farmacêutico é o doente, é o cidadão, temos de manter completamente longe as questões de má prática. Não podem acontecer nunca”, afirmou, sublinhando que quando a prescrição é por DCI (denominação comum internacional), o farmacêutico tem de vender um dos cinco genéricos mais baratos.

Todo o painel de debate sobre a transparência girou em torno da ideia de que as más práticas ou a corrupção entre profissionais da saúde e da indústria farmacêutica podem ser apetecíveis, mas que não existe área na sociedade portuguesa mais transparente, mais legislada e mais escrutinada do que esta.

Relativamente aos congressos científicos, em Portugal ou no estrangeiro, em que os médicos participam e que são pagos pelos laboratórios, todos (representantes dos médicos e da área do medicamento) foram unânimes em considerar que não se trata de “influência”, mas sim de “conhecimento”.

O próprio presidente da Apifarma, João Almeida Lopes, considerou que a “formação médica permanente é fundamental”.

“Não quero ir a um médico que nunca foi a um congresso ou viu um ‘paper’ científico”, afirmou.

No debate foi ainda recordado que só entre 2015 e 2016 houve 50 alterações ao quadro normativo do medicamento, que a legislação é muito rigorosa, que todas as declarações de interesses têm de estar publicadas na plataforma do Infarmed, que em termos de autorregulação, os profissionais têm de ser mais rápidos e eficazes.

Miguel Guimarães, presidente do Conselho Regional Norte da Ordem dos Médicos, e candidato a bastonário, afirmou a este propósito que “se tudo fosse escrutinado em Portugal como acontece hoje com os médicos e os farmacêuticos, estaria tudo melhor em Portugal”.

“É impossível ser mais transparente. É ler os protocolos”, afirmou.

João Almeida Lopes acrescentou que nesta área “Portugal é um país exemplar, em termos de leis, deontologia e autorregulação”, e, citando o responsável da Ordem dos Médicos, considerou que bem estaria o país “se este exemplo fosse utilizado noutras atividades”.

Dia Internacional do Chá
Com mais de cinco mil anos, o chá é das bebidas mais populares do mundo, fazendo parte da tradição d

Existem diferentes tipos e variedades de chá e várias tradições associadas ao seu consumo. Por exemplo, nos países orientais ditam os costumes que a refeição seja acompanhada por chá quente. Mais especificamente na China, ao longo dos séculos, o chá teve um papel central em muitas festas e eventos de degustação.

Mais tarde, depois  dos portugueses o levarem para o Reino Unido, o tradicional “chá das cinco” tornou o chá ainda mais famoso.

Mais do que uma bebida, beber uma chávena de chá é um ritual e um momento de relaxamento de partilha e de convívio.

Apesar de existirem diferentes variedades de chá, esta bebida tem em comum o facto de ser elaborada a partir das folhas da Camellia Sinesis.

É a mesma planta, a Camellia Sinesis, que através do processo de oxidação e secagem das folhas dá origem a quatro tipos de chá, com sabores e aromas diferentes: o chá branco, chá verde, chá oolong e chá preto.

Depois das folhas serem colhidas, o momento em que é interrompido o processo natural de oxidação é o fator que determina o tipo de chá que vamos ter.

O mais leve e suave é o chá branco que não sofre o processo de oxidação, ou seja é um chá elaborado com folhas jovens e flores acabadas de apanhar. Este chá tem um teor de cafeína ligeiramente mais reduzido e é o que apresenta uma maior riqueza em antioxidantes.

Uma breve e ligeira oxidação das folhas de Camellia Sinesis vai dar origem ao chá verde, que preserva o seu poder antioxidante, mantendo a sua riqueza em bioflavenoides como as catequinas (galato de epigalocatequina) - substâncias responsáveis por neutralizar a ação dos radicais livres que causam o envelhecimento celular prematuro. Para além disso, o consumo do chá verde está associado a uma menor prevalência de alguns tipos de cancro e tem mostrado ser um bom aliado da saúde do sistema cardiovascular e da memória.

Por sua vez, um processo de oxidação de duração média (entre o chá verde e o preto), vai dar origem ao chá oolong, um chá elaborado com folhas parcialmente oxidadas.

Já o chá preto, o mais intenso, é elaborado com folhas que foram sujeitas a um processo de oxidação significativamente mais longo.

De acordo com a região onde é produzido, o chá preto, pode ter outras designações como, Darjeeling, Assam, Ceilão ou Nilgiri.  

O chá preto parece ser ter uma ação positiva na capacidade cognitiva, uma vez que contribui para uma melhor capacidade de concentração e de resposta.

Apesar dos benefícios do chá, a dose diária aconselhada é de duas canecas, de preferência ao início do dia, devido ao seu poder estimulante, uma consequência da presença de teína na sua composição.

A teína, também conhecida como cafeína do chá, está desaconselhada a pessoas com hipertensão ou hipertiroidismo. Para além disso, a sua toma deve ser evitada ao final do dia por gestantes e pessoas com problemas de sono, de forma a evitar as insónias.

Por outro lado, as infusões a que muitas vezes chamamos “chás de ervas” e que são preparadas e elaboradas através de folhas, flores ou raízes de outras plantas secas são na realidade tisanas, como por exemplo, tisana de camomila, cidreira, tília, lúcia lima, cavalinha, dente de leão, entre outras.

O chá e as tisanas podem ser bebidos ao longo do dia e à refeição. A seguir à água, são uma excelente forma de manter o organismo hidratado, enquanto protegemos o nosso corpo, graças à ação das substâncias antioxidantes.

O chá é uma bebida versátil, e de acordo com o tipo de chá, dos diferentes aromas e dependendo das suas propriedades, pode ser consumido quente ou frio, em distintos momentos do dia.

Ao pequeno-almoço o chá pode ser utilizado como alternativa ao café e é uma excelente forma de promover a hidratação logo no início do dia. Durante a manhã e a tarde, o chá pode complementar um snack ou pode ser uma alternativa saborosa e aromática à água.

Em vez de sumos e bebidas artificiais, o chá pode ser um excelente acompanhante das refeições principias.

Ao final do dia, podemos escolher uma tisana com propriedades calmantes e relaxantes, depois de uma refeição, o ideal será escolher uma infusão digestiva.

As tisanas, muitas vezes utilizadas como remédios caseiros, apesar de serem naturais requerem determinados cuidados. Algumas quando consumidas em excesso podem ter efeitos indesejáveis, como por exemplo efeitos abortivos, elevação da pressão arterial, ou alteração do efeito de alguns fármacos, como por exemplo, a tisana de hipericão que reduz o efeito dos anti contracetivos orais.

No momento de preparar um chá, sempre que possível opte pelas folhas secas, uma vez que estas têm mais espaço para se expandirem e em contacto com a água libertarem o seu aroma e sabor.

De preferência opte pelas folhas de agricultura biológica, embaladas em vácuo e confirme se estão devidamente identificadas.

Por outro lado, as saquetas revelam-se uma opção mais prática, uma vez que não é necessário utilizar outros acessórios como os coadores, por exemplo.

Para preparar um verdadeiro ritual de degustação de chá, idealmente, a água deve ser mineral e mesmo antes de começar a ferver devemos adicionar as folhas, flores ou saquetas que deverão ficar em repouso cerca de 3 a 8 minutos, dependendo da variedade do chá ou tisana.

O tempo de infusão é indicativo, mas um tempo de infusão mais longo vai refletir-se num chá com sabor e aroma mais intenso.

No final, evite adicionar açúcar, podendo optar por infusões mais leves ou com aromas frutados, se preferir os sabores doces. Pode ainda optar por adicionar canela, gengibre ou leite.

Saiba mais em: https://amesacomcatarinaoliveira.wordpress.com/

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Infarmed
Infarmed afirma que até ao final do ano estarão aprovados 50 novas substâncias, das quais 20% são para tratar vários cancros.

Até ao final do ano, a Autoridade Nacional do Medicamento vai ter aprovados 50 novas substâncias inovadoras, das quais 20% são para o tratamento de vários tipos de cancro. Será o maior número de medicamentos aprovados desde que há registos, escreve o Diário de Notícias. Só 2014 se aproxima destes valores: na altura foram aprovados 45 inovadores. O ministro da Saúde reforçou que a aposta do governo é na prevenção e diagnóstico precoce do cancro. Estima-se que por ano surjam cerca de 50 mil novos casos da doença.

"Neste momento, estão aprovados mais de 40 medicamentos inovadores. Dez, que já estão terminados, são para a área da oncologia. Mama, linfoma, entre outros. Até ao final do ano, serão 50 aprovações. Será o maior número desde que há registos no Infarmed (2007)", afirmou Henrique Luz Rodrigues, presidente do Infarmed, que participou no debate "Cancro 2020 - Podemos fazer ainda melhor". O responsável salientou o esforço de organização que permitiu que em três meses fosse possível reduzir os atrasos na aprovação de medicamentos. Mudança que se deu depois de em junho ter sido aprovada a Comissão de Avaliação de Tecnologias de Saúde, que conta com cem peritos. Em breve, mais 20 deverão ser contratados para reforçar o serviço.

"O financiamento é um problema, dado os custos associados à terapêutica. Precisamos de apoio da indústria", afirmou o presidente do Infarmed, recordando a reunião realizada na semana passada, em Lisboa, que juntou vários ministros europeus e laboratórios. Também o ministro de Saúde, Adalberto Campos Fernandes, recordou a reunião para dizer que este tem de ser um esforço de todos, lembrando ainda o objetivo de terminar com as autorizações de utilização excecional (AUE), mecanismo usado quando os medicamentos ainda não estão aprovados pelo Infarmed. "Tem sido possível ter um diálogo direto com a indústria para estabelecer acordos estratégicos aplicados casos a caso. Tudo faremos para em 2017 terminar com as AUE, que não são boas para os doentes, hospitais, para o Estado. Foram 60 milhões de euros que resultaram de atrasos na decisão da agência do medicamento", afirmou o ministro da Saúde.

Ouvidos no Parlamento
Autores do estudo que detetou carências de iodo entre as crianças portuguesas vão ser ouvidos no Parlamento. A fortificação...

Legislar para que seja obrigatório que o sal que os portugueses consomem contenha iodo é uma das várias propostas que os investigadores do projeto IoGeneration, que fez um estudo sobre a deficiência deste micronutriente em crianças, vão apresentar nesta quarta-feira na Comissão Parlamentar da Saúde.

Os investigadores, segundo o jornal Público, vão pedir aos deputados que iniciem a discussão para a criação de legislação sobre a fortificação universal do sal com iodo, de forma a que sejam atingidos os níveis recomendados, garantindo, ao mesmo tempo, que não são ultrapassados os limites diários impostos ao consumo de sal por pessoa. A fortificação universal do sal com iodo como principal medida para prevenção e controlo dos distúrbios originados pela deficiência deste micronutriente é recomendada há mais de duas décadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Sublinhando que a deficiência de iodo é um grave problema de saúde pública, Conceição Calhau, investigadora principal do IoGeneration , defende que, além da legislação, há outras “ações que são imperativas”, como a divulgação e a comunicação sobre este problema que ainda é “muito desconhecido em Portugal”. É ainda fulcral, diz, monitorizar a situação para perceber se as recomendações estão ou não a ser cumpridas.

“Queremos resolver um problema que tem sido silenciado em Portugal. Queremos que seja colocado na agenda política”, afirma. Devido à inadequada ingestão de iodo as crianças “não nascem com o potencial máximo de desenvolvimento” do sistema nervoso central, afirma. Isto “quando este problema é facilmente prevenível”, prossegue Conceição Calhau.

Em Portugal, as carências deste micronutriente são conhecidas desde há algum tempo. Ao longo dos últimos 10 anos, foram sendo publicados resultados de estudos que apontam para a carência de iodo quer em grávidas, quer em crianças. Um deles, divulgado em 2010, do Grupo de Estudo da Tiroide da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, com uma amostra de 3631 grávidas em 17 maternidades do interior, litoral e regiões autónomas, mostrava que 83% das mulheres tinham valores de iodo inferiores aos recomendados.

32% das crianças com carência
Face a esta evidência epidemiológica, em 2013, a Direcção-Geral da Saúde emitiu uma orientação recomendando a prescrição de suplementos com iodo às mulheres antes da gravidez, durante a gravidez e durante a amamentação, enquanto a Direcção-Geral da Educação fez sair uma circular em que determinava que os refeitórios das escolas deviam usar apenas sal iodado.

Três anos depois, os resultados do estudo efetuado pelo IoGeneration (que avaliou 2018 crianças, entre os seis e os 12 anos, de 83 escolas do Grande Porto, do Tâmega e de Entre Douro e Vouga) permitiram perceber que estas recomendações não surtiram grande efeito. Em nenhuma das cantinas das escolas envolvidas no estudo era usado sal iodado, 68% dos pais desconheciam a existência de sal iodado, apenas 2% o usavam em casa e 32% das crianças tinham níveis insuficientes deste micronutriente.

Persiste, lamenta Conceição Calhau, um grande desconhecimento sobre este matéria. O iodo  é um micronutriente essencial à síntese das hormonas da tiroide, as quais são cruciais para o neurodesenvolvimento. A deficiência de iodo compromete este desenvolvimento em qualquer fase da vida mas, quando isto acontece durante a gravidez ou nos primeiros anos de vida, o impacto será mais evidente, porque estas são as fases de maior relevância no neurodesenvolvimento.

O problema não é um exclusivo português. No mundo, um terço das crianças têm deficiência de iodo e os países têm tentado encontrar várias soluções para prevenir este problema.

O projeto IoGeneration durou um ano, foi liderado por uma equipa do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto com a colaboração da Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário e da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Noruega.

Estudo europeu revela
As conclusões são do grupo europeu SCORE que, juntamente com a European Monitoring Centre for Drugs and Drug Addiction (EMCDDA)...

De forma a calcularem os hábitos de consumo de substâncias ilícitas na Europa, investigadores procederam à recolha e análise de amostras diárias de águas residuais recolhidas durante uma semana nas bacias hidrográficas de cada uma das 50 cidades europeias incluídas no estudo que teve lugar durante o mês de março e reuniu 18 países.

Tal como explica o relatório do projeto SCORE, a análise aos resíduos de esgotos é capaz de fornecer dados objetivos sobre o uso de drogas uma vez que todos os químicos que entram no corpo humano saem praticamente inalterados ou como uma mistura de metabólicos. Após processar a droga ingerida, o corpo divide o seu composto químico que, após ser expelido na urina, acaba por ir parar às águas residuais. Com isto em mente, escreve o Sapo, os investigadores conseguem assim determinar a quantidade, a zona geográfica e o tipo de substância mais consumida em cada cidade europeia.

Após analisarem as águas residuais de 25 milhões de pessoas, os investigadores encontraram vestígios de quatro drogas ilícitas: anfetamina, cocaína, ecstasy e metanfetamina. De uma forma geral, a cocaína e o ecstasy lideram o topo das drogas mais consumidas ao sábado e ao domingo enquanto a metanfetamina registou níveis mais altos durante a semana.

Portugal foi um desses casos onde os compostos da cocaína e do ecstasy foram detetados nas águas residuais de Lisboa, especialmente ao fim de semana. Aqui o consumo diário ronda as 274,5 mg e 34,2 mg, respetivamente.

O estudo, que é realizado desde 2012, revela que Bélgica, Holanda, Espanha e Reino Unido são os países onde se registou o maior consumo de cocaína, que por outro lado não é tão visível em cidades da Europa do Leste.

Comparativamente com os anos anteriores, registou-se um aumento no consumo de ecstasy em algumas cidades europeias e uma maior dispersão no que toca à metanfetamina, que geralmente estava mais concentrada na Eslováquia e República Checa e foi agora detetada no Sul da Europa.

De todas as drogas em análise, a anfetamina é a substancia ilícita que apresenta mais variações uma vez que foi detetada em níveis muito baixos no Sul da Europa mas com maior intensidade no Norte da Europa.

No relatório, onde são apresentadas as conclusões do estudo, o diretor da European Monitoring Centre for Drugs and Drug Addiction (EMCDDA) salienta a importância deste projeto iniciado em 2012. “Esta análise residual demonstrou o seu potencial enquanto complemento funcional para estabelecer ferramentas capazes de monitorizar substâncias ilícitas. A sua capacidade de fornecer dados atuais relativamente ao uso de drogas é particularmente relevante face a um panorama que está em constante transformação. Ao detetar mudanças no consumo de drogas, quer a nível geográfico e ao longo do tempo, pode ajudar os serviços de saúde e tratamento a responder melhor às tendências emergentes e às necessidades de tratamento”, conclui Alexis Goosdeel.

Aquecimento global
O Ártico bateu recordes de calor no período de 12 meses terminado em setembro, quando o ar quente desencadeou uma fusão massiva...

A avaliação lúgubre foi feita no relatório sobre o Ártico relativo a 2016, um documento revisto por outros cientistas que não os seus autores, feito por 61 cientistas de todo o mundo, que é publicado pela agência governamental dos EUA para a Atmosfera e os Oceanos (NOAA, na sigla em Inglês).

O documento cobre o período de outubro de 2015 a setembro de 2016, um período em que “a temperatura média anual sobre as áreas terrestres (do Ártico) foi a maior desde que há registos”, como se salientou.

“Raramente se viu o Ártico evidenciar um tão claro, forte ou acentuado sinal de persistente aquecimento e os seus efeitos em cascada no ambiente do que este ano”, afirmou Jeremy Mathis, diretor do programa de investigação sobre o Ártico que está a ser desenvolvido na NOAA.

A região do Ártico continua a aquecer a uma velocidade que é o dobro da do resto do planeta, que também deve ter em 2016 o ano mais quente dos tempos modernos, escreve o Sapo.

Os cientistas climáticos disseram que as razões para o aumento da temperatura incluem a queima dos combustíveis fósseis, que emite gases com efeito de estufa para a atmosfera, bem como a tendência de aquecimento do oceano associada ao El Niño, que terminou em meados do ano mas exacerbou o aquecimento.

A temperatura média anual do Ártico em terra supera em 3,5 graus Celsius (ºC) a registada em 1900. A temperatura da superfície do mar no pico do verão, em agosto de 2016, esteve 5ºC acima da média do período 1982-2010 nos mares de Barents e Chukchi, bem como nas costas leste e oeste da Groenlândia.

Estudo
Pelo menos um tipo de vírus tornou-se menos letal ao infetar as mulheres para garantir que elas não morrem antes de passar a...

Durante anos, os cientistas acreditaram que o vírus HTLV-1 - que pode causar leucemia, entre outras doenças - era mais mortal para os homens porque as mulheres tinham um sistema imunitário mais robusto, pelo menos contra este vírus em particular.

Mas novas evidências, publicadas na revista científica Nature Communications, mostram que o vírus se adaptou através da evolução para aproveitar uma oportunidade que os homens não podem oferecer: gerar uma criança.

"A razão pela qual estas doenças são menos agressivas em mulheres é que o vírus quer ser passado de mãe para filho", o que pode acontecer no nascimento e durante a amamentação, explicou Vincent Jansen, coautor do estudo e professor da Universidade de Londres.

Tal como descobriu Charles Darwin, as estratégias evolutivas que as criaturas criam para atrair companheiros ou presas, ou para evitarem ser comidas, são infinitamente complexas e surpreendentes, escreve o Sapo.

Assim, não se sabe exatamente como os vírus - partículas microscópicas cujo material genético é relativamente simples - podem detetar e se ajustar ao sexo do hospedeiro.

Jansen e o investigador Francisco Ubeda, também da Universidade de Londres, usaram modelos matemáticos complexos para mostrar que nenhuma outra explicação é tão plausível quanto a que sugerem. Estes cientistas compararam a incidência e a progressão do HTLV-1 no Japão e no Caribe.

No Japão, eles descobriram que o vírus era quase três vezes mais propenso a causar leucemia em homens do que em mulheres. No Caribe, no entanto, as hipóteses do vírus se transformar na sua forma letal era praticamente igual para ambos os sexos.

A razão, deduziram, é que o aleitamento materno - uma das formas em que o vírus pode ser passado de mãe para filho - é mais comum e prolongado no Japão, "levando o vírus a tornar-se menos fatal em mulheres".

Ministro da Saúde diz
O ministro da Saúde garantiu hoje que o Estado vai ser implacável com todos aqueles que ofendem os direitos dos cidadãos,...

“Seremos muito exigentes e muito determinados na defesa do bom nome das pessoas e das instituições mas seremos implacáveis e absolutamente duros naquilo que são comportamentos que ofendem os direitos fundamentais dos cidadãos, nomeadamente o direito a que os seus recursos sejam utilizados com decência e utilidade pública”, disse Adalberto Campos Fernandes, embora sem apontar qualquer caso concreto.

O ministro falava na sessão de abertura da conferência “Transparência nas Relações entre os Profissionais de Saúde e a Indústria Farmacêutica”, organizado pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA), que decorre hoje em Lisboa.

Sem nomear qualquer caso concreto, mas numa altura em que decorre uma investigação a alegados casos de corrupção com o negócio do plasma em Portugal, Campos Fernandes defendeu a regulação e a participação de todos os agentes ligados à saúde na defesa dos recursos do Estado em benefício dos cidadãos.

“Nós podemos dizer que a saúde precisa de mais dois mil milhões ou de três mil milhões, mas talvez também fosse bom que todos fizéssemos um exercício e ver se todos os milhões que nós temos estão todos a ser gastos com eficiência, com utilidade e com decência”, afirmou, apelando a um debate construtivo sobre o setor capaz de clarificar ambiguidades.

Na terça-feira, o ex-presidente da Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo e do INEM, Cunha Ribeiro, foi detido pela Polícia Judiciária no âmbito de uma investigação relacionada com o negócio do plasma, que envolve também a farmacêutica Octapharma.

Questionado pelos jornalistas se estava a referir-se ao caso que envolve o ex-responsável do INEM, o ministro da Saúde afirmou que a posição do ministério já foi transmitida na terça-feira mas sublinhou, de forma genérica, que todos os comportamentos irregulares têm de ser corrigidos.

“A esmagadora maioria dos agentes que compõem o setor fazem bem e merecem respeito e proteção mas aqueles, muito poucos, que não fazem bem têm de ser isolados, e esses comportamentos têm de ser corrigidos”, frisou, acrescentando que os casos que não funcionam são aqueles em que a justiça intervém.

Na conferência que decorre no Centro Cultural de Belém participam, entre outros, o presidente da APIFARMA, João Almeida Lopes, a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, e Fernando Seara, presidente do Conselho Deontológico da APIFARMA.

Criada no Porto
Uma empresa do Porto desenvolveu uma tecnologia que permite aos pacientes fazer fisioterapia em casa, tornando a reabilitação...

A Sword Arya, criada por uma equipa liderada pelo engenheiro eletrónico Virgílio Bento, pode ser vista como um terapeuta digital que, a partir de um sistema de quantificação, analisa os movimentos feitos pelos pacientes e dá-lhes informações como se de um humano se tratasse.

Os utilizadores colocam os sensores nos membros que vão exercitar e registam-se na aplicação, que lhes vai indicar quais os exercícios que devem ser feitos, acompanhando-os ao longo do treino e dando indicações sobre os movimentos realizados.

Esta tecnologia fornece 'feedback' dos exercícios também às equipas clínicas que acompanham o paciente, quer seja no hospital, no centro de reabilitação ou à equipa de fisioterapeutas do Sword Arya, podendo estas avaliar o desempenho do paciente, alterar o programa e deslocar-se às suas casas sempre que haja necessidade para tal.

De acordo com o engenheiro eletrónico, a aplicação pode ser utilizada por pacientes em casos de recuperação após um acidente vascular cerebral (AVC), reabilitação do joelho, da anca, do ombro e prevenção pós-quedas.

A tecnologia desenvolvida no Porto já está nos Estados Unidos, através de uma rede de clínicas de fisioterapia e, neste momento, a equipa da Sword Arya, que conta com cerca de 18 elementos, está a negociar a entrada em quatro hospitais na China, país onde "há um terapeuta para cada cem mil pessoas".

A ideia para a criação do terapeuta digital surgiu a partir de uma história pessoal. Quando era jovem, o irmão de Virgílio Bento ficou em coma durante um ano, depois de ter sido vítima de um atropelamento, e este assistiu, "na primeira pessoa", à dificuldade em aceder a uma terapêutica de reabilitação eficaz, principalmente "inacessível" a quem não tem recursos financeiros como a sua família tinha.

"Os meus pais, que eram ambos professores, por verem que não havia a disponibilidade de recursos humanos e a disponibilidade do centro de reabilitação em providenciar ao meu irmão mais horas de reabilitação por dia, assumiram o papel de terapeuta, o que fez com que a intensidade terapêutica fosse maximizada, tendo acelerado a sua recuperação", contou.

Segundo o empreendedor, a indústria da recuperação motora mantém as mesmas práticas nos últimos 50 anos, que passa por um terapeuta para um paciente, devido a escassez de profissionais nessa área, que leva a que uma hora com eles "seja muito cara" e que o acesso à reabilitação "não seja democrático".

"Isto é um problema, porque os estudos científicos e clínicos provam é que há uma relação direta entre a recuperação futura do doente e o número de horas de terapia que faz", referiu.

Para Virgílio Bento, a hora que o terapeuta tem com o paciente "é tão importante" que deve que ser destinada a processos de aprendizagem e de toque humano, ficando a parte do treino para este realizar sozinho.

No entanto, segundo indica, o terapeuta "não pode escrever numa folha os exercícios para fazer em casa", visto que isso pode levar a que o paciente não realize o programa de reabilitação ou faça movimentos incorretos, originando lesões e anulando a eficiência do tratamento.

Os diferentes tipos
No contexto de uma alimentação saudável, as gorduras provenientes de diferentes alimentos são essenc
Hambúrguer e batatas fritas a ilustrar as gorduras alimentares

 

Quando consumidas nas proporções recomendadas (não excedendo os 30% do valor energético diário), as gorduras são bem toleradas e têm diversos efeitos benéficos. Mas, quando consumidas em excesso e desregradamente os efeitos prejudiciais são muitos e rapidamente se fazem sentir no nosso estado de saúde.

 

Tipo de gordura que nos fornecem os alimentos:

  • Gordura Saturada;
  • Gordura Monoinsaturada;
  • Gordura Polinsaturada;
  • Ácidos gordos Ómega 6;
  • Ácidos gordos Ómega 3;
  • Gordura hidrogenada;
  • Ácidos gordos trans;
  • Colesterol;
  • Fitosteróis;

Gordura saturada

A gordura saturada reconhece-se geralmente pelo facto de ser sólida à temperatura ambiente. Este tipo de gordura é predominantemente constituída por ácidos gordos saturados. Estes ácidos gordos dizem-se saturados porque não dispõem na sua estrutura química de ligações entre os átomos de carbono livres para reagir com outros átomos.

O consumo excessivo de gordura saturada está associado ao aumento do risco de doenças dos aparelhos circulatório e cardíaco, aumento do colesterol sanguíneo, particularmente do colesterol LDL (“mau colesterol”), doença aterosclerótica, etc. assim, recomenda-se que a ingestão de gorduras saturadas não ultrapasse os 10% do valor energético total.

Alimentos ricos em gordura saturada: manteiga, queijos gordos, produtos de salsicharia e charcutaria (ex.: salsichas, alheiras, chouriços, morcelas, etc.), banha de porco, óleo de palma, óleo de coco, gordura da carne de vaca, etc.

Gordura Monoinsaturada

A gordura monoinsaturada reconhece-se geralmente pelo facto de ser líquida à temperatura ambiente, podendo solidificar se submetida a temperaturas muito baixas. Este tipo de gordura é predominantemente constituída por ácidos gordos monoinsaturados. Estes ácidos gordos dizem-se monoinsaturados porque dispõem na sua estrutura química de uma ligação livre, entre átomos de carbono, para reagir com outros átomos.

Estes ácidos gordos são os que o nosso organismo melhor tolera. O seu consumo está associado com a diminuição da fracção LDL do colesterol sanguíneo (“mau colesterol”) e com a manutenção da integridade celular. Este ácido gordo raramente origina lesões celulares pois não promove a formação de radicais livre (compostos que reagem com o oxigénio, tornando-se muito prejudiciais para as células).

O azeite é definitivamente o maior fornecedor alimentar de ácidos gordos monoinsaturados, devendo por isso ser sempre preferido em relação às outras gorduras, tanto para cozinhar como para temperar; outros alimentos como o óleo de amendoim, os frutos oleaginosos (ex.: amêndoas, nozes, amendoim, avelã, etc.) e o abacate fornecem também quantidades significativas de ácidos gordos monoinsaturados.

Gordura Polinsaturada

A gordura polinsaturada reconhece-se geralmente pelo facto de ser líquida à temperatura ambiente podendo, tal como as gorduras monoinsaturadas, solidificar naturalmente se submetida a temperaturas ambientes muito baixas. Este tipo de gordura é predominantemente constituída por ácidos gordos polinsaturados. Estes ácidos gordos dizem-se polinsaturados porque dispõe na sua estrutura química de ligações livres, entre os átomos de carbono, o que lhes permite reagir com outros átomos.

Os ácidos gordos polinsaturados são componentes fundamentais da nossa alimentação. Desempenham papéis essenciais na resposta à infecção, são essenciais no crescimento e desenvolvimento do nosso organismo, na produção de metabolitos essenciais que contribuem de modo decisivo para a modelação da resposta cardiovascular, entre muitas outras funções. No seu conjunto estes ácidos são considerados essenciais, porque o nosso organismo não os consegue sintetizar a partir de outras substâncias, por isso têm que ser fornecidos pelo regime alimentar.

Entre os ácidos gordos polinsaturados, temos os ácidos gordos da série ómega 6 e os ácidos gordos da série ómega 3, que se distinguem com base na sua estrutura química e nas diferentes funções que cada um desempenha.

São boas fontes de gordura polinsaturada: óleos vegetais, frutos oleaginosos, cereais integrais, sementes, gordura de peixe, óleo de fígado de peixe e hortícolas de cor verde escura.

Ácidos gordos Ómega 6

Os ácidos gordos da série ómega 6 são um conjunto de ácidos gordos polinsaturados, que quimicamente se caracterizam por possuírem uma dupla ligação no 6º átomo de carbono a contar do último radical metilo (ou seja a contar do fim da molécula).

Estes ácidos gordos desempenham um papel importante no desenvolvimento cerebral, no tempo de vida e estrutura das células, na protecção da pele, etc.

Quando consumidos em excesso, podem ter efeitos prejudiciais para a nossa saúde tais como o envelhecimento celular precoce, alterações estruturais das membranas celulares, anomalias na multiplicação celular e indução do aparecimento de carcinomas, formação abundante de compostos facilitam o entupimento dos vasos sanguíneos, etc. Fazendo uma alimentar diária saudável e moderando o consumo total de gorduras, o risco de consumir ómega 6 em excesso é praticamente nulo.

São boas fontes alimentares de ácidos gordos ómega 6 os óleos vegetais (amendoim, soja, girassol, milho, etc.), frutos oleaginosos, cereais integrais e sementes.

Ácidos gordos Ómega 3

Os ácidos gordos da série ómega 3, são um conjunto de ácidos gordos polinsaturados, que quimicamente se caracterizam por possuírem uma dupla ligação no 3º átomo de carbono a contar do último radical metilo (ou seja a contar do fim da molécula).

De um modo geral associa-se o adequado consumo destes ácidos gordos, ao melhor funcionamento do sistema cardiovascular e à protecção do indivíduo em relação a doenças cardíacas e vasculares. Para além do importante papel na prevenção das doenças cardíacas, é de salientar a associação entre o adequado consumo deste tipo de ácidos e o normal desenvolvimento do córtex cerebral e das capacidades cognitivas da criança.

Planos alimentares pobres em ómega 3 aumentam o risco da ocorrência de: tromboses, aterosclerose, doenças cardíacas, alterações neurológicas, dificuldades de aprendizagem, diminuição da acuidade visual, entre outros.

Se consumidos em excesso, os ácidos gordos ómega 3, têm efeitos indesejáveis como por exemplo dificultar a resposta à infecção e alterações da coagulação sanguínea com tendência para a hemorragia. O consumo excessivo destes ácidos é raro, mas pode acontecer, especialmente se o consumidor ingerir suplementos de óleos de peixe e adicionalmente consumir com regularidade alimentos enriquecidos em ómega 3 actualmente disponíveis no mercado.

São boas fontes alimentares de ómega 3 a gordura e o óleo de fígado de peixes (ex.: salmão, arenque, sável, chicharro, congro, sardinha, enguia, óleo de fígado de bacalhau, etc.) e hortícolas de cor escura (ex.: brócolos, espinafres).

Gordura hidrogenada

Diz-se que uma gordura sofreu hidrogenação quando, por um processo natural ou artificial, os átomos de carbono dos seus ácidos gordos reagem com o hidrogénio e perdem as ligações livres. Ora, se possuíam ligações livres e por algum motivo deixam de as ter, estes ácidos gordos passam de mono ou polinsaturados a saturados, designando-se ácidos gordos hidrogenados.

Os óleos vegetais são frequentemente submetidos ao processo de hidrogenação pela indústria alimentar, o que faz com que estes passem do estado líquido para o estado sólido. Com este processo pretende-se obter uma gordura consistente e macia que é mais fácil de usar na produção alimentar. Esta gordura também parece aumentar o tempo de vida dos alimentos onde se insere e atribui-lhes um sabor apreciado pelos consumidores.

A hidrogenação dos ácidos gordos polinsaturados é um dos processos que induz a formação dos prejudiciais ácidos gordos trans. São imensos os alimentos que contém gordura hidrogenada, sendo de notar que o processo de obtenção de margarinas e outras gorduras para barrar de origem vegetal, é o da hidrogenação de óleos vegetais (através da hidrogenação, o óleos alimentares passam do estado líquido ao estado sólido/ pastoso).

Os alimentos muito processados industrialmente são habitualmente ricos em gordura hidrogenada, por exemplo: pão de forma de produção industrial, bolachas, biscoitos, fast-food, batatas fritas de pacote, aperitivos, snacks de chocolate, alguns cereais de pequeno-almoço, produtos de pastelaria e confeitaria, bolos embalados, refeições prontas a consumir, refeições congeladas e embaladas prontas a consumir, alguns gelados, etc.

Ácidos gordos trans

Nos alimentos, os ácidos gordos mono e polinsaturados podem apresentar duas formas estruturais diferentes, cientificamente descritas como a forma cis e a forma trans. A que se encontra habitualmente é a forma cis. Durante a hidrogenação dos ácidos gordos mono ou polinsaturados, estes sofrem alterações estruturais fundamentais que levam à transformação da sua estrutura química cis (normal) em trans (anómala).

Os ácidos gordos trans podem-se formar por 3 processos: transformação bacteriana dos ácidos gordos polinsaturados no aparelho digestivo de animais ruminantes – ex.: vaca - passando depois para a carne, gordura e leite destes ruminantes (este é o processo que produz menor quantidade de ácidos gordos trans), a hidrogenação industrial das gorduras polinsaturadas e o aquecimento e fritura de óleos vegetais a altas temperaturas.

Sabe-se que estes ácidos gordos são muito prejudiciais para a saúde (mais ainda do que a gordura saturada), porque aumentam os níveis sanguíneos de colesterol LDL (“mau colesterol”) e triglicerídeos e diminuem os de colesterol HDL (“bom colesterol”), estando portanto, associados a uma maior incidência de doenças cardíacas e vasculares. Apenas 1% do valor energético total diário (no máximo), pode corresponder a estas gorduras.

As principais fontes alimentares dos ácidos gordos trans, são os alimentos que contêm gordura hidrogenada e os cozinhados em óleos vegetais submetidos a um sobreaquecimento.

Colesterol

O colesterol é um tipo de gordura que existe apenas nos alimentos de origem animal e é um dos compostos pertencentes à vasta família dos esteroides. Apesar de desempenhar funções muito importantes no nosso organismo, este tipo de gordura se consumida em excesso pode também revelar-se muito prejudicial. Quando se ingerem grandes quantidades de colesterol diariamente, este pode elevar os níveis do nosso colesterol sanguíneo (do colesterol total e do “mau colesterol”) e por isso, aumentar o risco do aparecimento de doenças circulatórias e cardiovasculares.

As recomendações nutricionais actuais indicam que, por dia, não se deve ingerir mais de 300 mg de colesterol. Assim é aconselhável reduzir o consumo de alimentos ricos neste tipo de gordura: produtos de salsicharia e charcutaria (ex.: presuntos, chouriços, alheiras, salsichas, etc...), vísceras alimentares e miúdos, banha, toucinho, massas folhadas, caldos concentrados, gema do ovo, leite gordo, queijos, manteiga, margarina, camarão, caranguejo, lagostim, polvo fresco, enguia, amêijoa, etc.

Adicionalmente procure aumentar o consumo de alimentos vegetais, uma vez que nestes, o colesterol é praticamente inexistente e, como têm um elevado teor em fibras, contribuem para a diminuição da absorção do restante colesterol alimentar.

Fitosteróis

Os fitosteróis são um tipo de gordura, estruturalmente semelhante ao colesterol, mas que ao contrário deste, têm origem vegetal. São elementos essenciais da componente lipídica das plantas e da estrutura das suas membranas celulares.

Os estudos actuais demonstram que os fitosteróis desempenham um importante papel na diminuição dos níveis de colesterol sanguíneo, contribuem para a diminuição do risco de doenças cardiovasculares, parecem contribuir para um melhor controle das glicemias nas diabetes tipo 1 e 2 e contribuem para a prevenção do aparecimento de diversos tipo de cancro (cólon, mama e próstata), entre muitos outros efeitos benéficos.

As melhores fontes alimentares de fitosteróis são: óleos vegetais pouco refinados, sementes, frutos oleaginosos, hortícolas, legumes e leguminosas secas. Os fitosteróis são facilmente removidos durante o processamento alimentar, por isso procure consumir alimentos de origem vegetal pouco processados industrialmente.

Se consumir diariamente frutos e vegetais em abundância, não necessitará de recorrer aos produtos industrializados fortalecidos com fitosteróis a um preço elevado. No entanto, se o seu dia alimentar é nutricionalmente mais pobre, estes produtos (ex.: margarinas e “iogurtes” que ajudam a diminuir o colesterol) podem ser uma alternativa útil.

Até à data não se conhecem efeitos indesejáveis, de grande gravidade, resultantes do uso dos alimentos enriquecidos em fitosteróis. Alguns estudos parecem mostrar, no entanto, a ocorrência de uma diminuição dos valores sanguíneos de vitaminas antioxidantes, que pode ser compensada com o aumento do consumo de hortofrutícolas (de preferência dos mais coloridos), que são ricos neste tipo de vitaminas.

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