Procuradoria-Geral da República
A Procuradoria-Geral da República revelou hoje que estão em curso mais de 30 buscas em estabelecimentos oficiais relacionados...

De acordo com uma nota da Procuradoria-Geral da República (PGR), as buscas domiciliárias e não domiciliárias em Portugal decorrem na área da Grande Lisboa e do grande Porto.

Além dos estabelecimentos oficiais ligados à área da saúde, duas das buscas realizam-se em escritórios e locais de trabalho de advogados.

No decurso destas diligências foi, igualmente, efetuada uma detenção, que uma fonte ligada ao processo confirmou ter sido Cunha Ribeiro, ex-presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

Segundo a PGR, participam na operação três juízes de instrução criminal, oito magistrados do Ministério Público, oito dezenas de elementos da Polícia Judiciária (PJ), seis peritos da Unidade de Perícia Financeira e Contabilística da PJ e nove peritos da Unidade de Tecnologia e Informação da PJ.

"No inquérito investigam-se suspeitas de obtenção, por parte de uma empresa de produtos farmacêuticos, de uma posição de monopólio no fornecimento de plasma humano inativado e de uma posição de domínio no fornecimento de hemoderivados a diversas instituições e serviços que integram o Serviço Nacional de Saúde (SNS)", refere a nota da PGR.

Para o efeito - explica - "um representante da referida empresa de produtos farmacêuticos e um funcionário com relevantes funções no âmbito de procedimentos concursais públicos nesta área da saúde terão acordado entre si que este último utilizaria as suas funções e influência para beneficiar indevidamente a empresa do primeiro".

Os factos em investigação ocorreram entre 1999 e 2015.

De acordo com a informação da PGR, os suspeitos terão obtido vantagens económicas que procuraram ocultar, em determinadas ocasiões com a ajuda de terceiros.

Em causa estão factos suscetíveis de integrarem a prática de crimes de corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagem e branqueamento de capitais.

Nesta investigação, o Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ.

Em Lambeth
Os serviços de saúde de Lambeth, no sul de Londres, lançaram um folheto em língua portuguesa para incentivar a numerosa...

O folheto contém instruções sobre como registar-se no posto médico para ter acesso a um médico de família e, consequentemente, ao sistema nacional de saúde britânico, que é gratuito.

O documento sugere também que os cidadãos portugueses mostrem exames médicos que tenham trazido de Portugal ao novo médico de família, para este conhecer os seus problemas de saúde.

Inclui também outras informações sobre o funcionamento do sistema de saúde, nomeadamente as alternativas aos médicos de família para casos de emergência e o acesso a exames ou vacinas.

A iniciativa partiu de Vikesh Sharma, um médico com consultório em Lambeth, ao qual chegou em 2013 e onde se apercebeu de alguns problemas da comunidade portuguesa.

Em Lambeth, um sexto dos cerca de 300 mil habitantes fala português, mas no centro de saúde Grantham Centre Practice a percentagem é ainda mais elevada: um terço dos 6.000 utentes são lusófonos.

Porém, o médico notou que a taxa de inscrição dos portugueses junto dos centros de saúde era baixa, que recorriam muito aos serviços de emergência dos hospitais e que deixavam agravar doenças por falta de acompanhamento.

A principal barreira é a dificuldade na comunicação em língua inglesa, mas existem também elementos culturais, como a diferença de funcionamento das consultas.

O vereador português em Lambeth Guilherme Rosa considerou "promissora" esta iniciativa, que ajude a comunidade a lidar com problemas de saúde mental ou doenças como os diabetes.

A cônsul-geral de Portugal em Londres, Joana Gaspar, espera que o esforço ajude a ultrapassar a falta de confiança dos portugueses no uso dos serviços de saúde britânicos.

"Existe uma barreira linguística, mais a barreira cultural, e [os portugueses] não se sentem à vontade para recorrer aos serviços públicos que têm à sua disposição, recorrendo apenas em casos de emergência, quando os casos de saúde já são muitas vezes irreversíveis", lamentou.

O documento foi lançado durante um seminário na segunda-feira à noite, que reuniu representantes de outras entidades e organizações que trabalham com minorias étnicas ou com a comunidade portuguesa em particular.

Vikesh Sharma defendeu a necessidade de olhar para o problema de uma forma mais global, que inclua aspetos como a educação, língua ou habitação.

"Ao criar essas relações, podemos reduzir as desigualdades ao nível da saúde", disse.

Cuidado Centrado na Funcionalidade
O serviço de enfermagem do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) vai implementar em 2017 o programa Cuidado...

Segundo António Marques, diretor de enfermagem, que abrange 2.700 profissionais, a implementação deste programa resulta de um estudo pioneiro em Portugal realizado este ano no CHUC por um grupo de enfermeiros.

"A investigação decorreu este ano e, por isso, temos resultados e vamos incorporá-los na prática quotidiana e tirar partido deles, que era uma das nossas intenções", disse o responsável à agência Lusa, salientando que o projeto se insere na linha estratégica da investigação em cuidados de enfermagem.

O estudo abrangeu as quatro enfermarias de Medicina A do Hospital da Universidade de Coimbra, que são as áreas com mais idosos, dividido por um grupo de controlo, em que foi mantida a prática habitual, e outro caso, no qual foi implementado o programa educativo sobre o Cuidado Centrado na Funcionalidade.

Os dados foram recolhidos em quatro momentos (até duas semanas antes da hospitalização, entre o terceiro e o quinto dia de internamento, na alta e três meses após a alta), numa amostra de 101 idosos internados.

De acordo com António Marques, o estudo confirmou "que mais de metade dos utentes tem uma perda de funcionalidade a partir da linha de base que lhe foi diagnosticada até ter alta hospitalar".

"Constatámos ainda que 41,6% das pessoas incluídas no estudo não recuperaram o estado funcional que tinham antes da hospitalização e o que é curioso é que estas pessoas recorrem muito mais ao serviço de urgência após terem alta do que as pessoas que não tiveram episódios de internamento", salientou.

O diretor de enfermagem dos CHUC salientou que o "cidadão que foi cuidado no hospital e teve declínio na funcionalidade procurou a urgência 39,6% a mais, em comparação com aquele que não teve declínio".

O objetivo da implementação do programa de Cuidado Centrado na Funcionalidade é aumentar a taxa de funcionalidade do idoso, uma vez que o "declínio é fator preditor para recorrer mais à urgência".

"É um trabalho muito recente e temos de estabelecer um rumo realista, não sei qual a percentagem que podemos estimar ganhar neste domínio, mas estou convencido, por causa de resultados comparados a outros níveis, que, no mínimo, somos capazes de conseguir mais de 10% de recuperação da funcionalidade", sublinhou António Marques.

Desde 2012, com a criação de um núcleo de investigação em enfermagem, que o CHUC tem desenvolvido um plano estratégico que contempla 30 projetos de melhoria, que, segundo António Marques, apresentam uma taxa de consecução de 94%.

Entre eles, destacam-se também o projeto do Sistema de Classificação de doentes por Graus de Dependência dos Cuidados de Enfermagem, para a determinação da carga de trabalho, que tornou o CHUC no "maior produtor de dados do país".

Os dados, de acordo com a direção de enfermagem dos CHUC, revelaram um desagravamento da sobrecarga de trabalho dos enfermeiros e a qualidade e fiabilidade dos serviços subiu de 42 para 88%, "o melhor resultado no país".

Outro dos projetos com grande impacto prende-se com o internamento de pessoas dependentes, em que, nos últimos quatro anos, foram introduzidas medidas corretivas que permitiram aumentar o número de serviços de excelência (acima de 90%) e reduzir a zero os que estavam abaixo de 75%.

O projeto "Sucesso e Benchmarking", que visou a partilha de experiências bem-sucedidas e a sua adaptação em diversos contextos, contou com a apresentação de 56 iniciativas e a participação de 1.106 enfermeiros, culminando na publicação de duas coletâneas de comunicações.

“Cancro 2020: Podemos fazer (ainda) melhor”
Um estudo sobre cancro defende que os doentes devem poder escolher livremente o local onde querem ser tratados e que os...

Estas são algumas das conclusões do estudo “Cancro 2020: Podemos fazer (ainda) melhor”, que será hoje apresentado em Lisboa.

Trata-se de um projeto promovido pela Escola Nacional de Saúde Pública, da Universidade Nova de Lisboa, e que resulta da análise de um conjunto de especialistas em saúde e peritos nacionais.

“Pretendemos contribuir para a redefinição dos modelos organizacionais e de financiamento, numa altura em que a eficiência do Serviço Nacional de Saúde (SNS) depende da capacidade das instituições para trabalharem em conjunto, numa estratégia verdadeiramente orientada para as necessidades dos doentes e para a criação de valor em saúde”, afirma Rute Simões Ribeiro, a investigadora principal do estudo.

A quarta edição deste “Think Tank” focou-se em duas doenças oncológicas das mais prevalentes em Portugal e no mundo: o cancro da mama e o cancro colorretal.

Os peritos defendem que os doentes possam escolher livremente onde querem ser tratados e deixa uma recomendação aos profissionais de saúde: “Devem aprender a explicar com clareza aos doentes a sua situação, usando linguagem comum”.

Entre as várias conclusões do estudo consta a de que “as instituições devem ser organizadas em função e benefício do doente”.

“Todos os doentes devem receber a mesma qualidade de tratamento, independentemente do hospital onde são seguidos”, defendem os especialistas.

Na opinião destes peritos, todos os doentes devem ser ouvidos e avaliados por equipas multidisciplinares, defendendo ainda a existência de uma “rede de cuidados de excelência”.

Outra conclusão vai no sentido de o financiamento dos hospitais abranger os ganhos em saúde para os doentes e sociedade.

A partir de hoje
Todos os alimentos são obrigados, a partir de hoje, a conter a informação nutricional, apresentada de forma mais clara,...

Estas novas regras de rotulagem nutricional, que emanam de um regulamento europeu, exigem maior visibilidade nos rótulos e mais informação sobre alergénios, entre outras disposições.

Este regulamento entrou em vigor a 13 de dezembro de 2014, mas previa um regime transitório, até hoje, designadamente para produtos que não costumavam conter informação nutricional detalhada, como é o caso da carne fresca de porcinos, ovinos e aves, bem como da origem vegetal de óleos refinados e gorduras.

Assim, embora alguns géneros alimentares já estejam adaptados às novas regras desde 2014, só a partir de hoje é que se torna obrigatória a rotulagem sobre a informação nutricional.

Além de terem de ser mais legíveis, os rótulos terão de indicar de forma clara e uniforme a presença de alergénios alimentares - como soja, frutos secos, glúten ou lactose – em alimentos pré-embalados, assim como os restaurantes e os cafés terão de fornecer esta informação.

Outra obrigatoriedade passa a ser a indicação do país de origem, o que até agora só era obrigatório para a carne fresca de bovino (requisito que foi estabelecido durante a crise da BSE), as frutas e os legumes, o mel e o azeite.

A carne fresca de porco, ovinos, caprinos e aves passa agora também a estar abrangida por esta obrigatoriedade.

Os óleos ou gorduras vegetais têm de indicar a sua origem vegetal específica.

Toda a outra informação - valor energético, lípidos, ácidos gordos saturados, hidratos de carbono, açúcares, proteínas e sal – terá de estar obrigatoriamente indicada nos rótulos de todos os alimentos.

Outra obrigatoriedade é a da indicação da data de congelação da carne, produtos à base de carne e produtos de pesca congelados.

A dimensão dos carateres também foi alvo de correção, passando a ser obrigatória uma dimensão mínima para facilitar a leitura dos rótulos.

Organização Mundial de Saúde
A taxa de mortalidade por malária caiu quase 30% desde 2010, mas em 2015 ainda morreram no mundo 429 mil pessoas devido à...

"Fizemos progressos excelentes, mas o nosso trabalho está incompleto. Só no ano passado, o saldo global da malária atingiu os 212 milhões de casos e as 429 mil mortes", escreveu a diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, no prefácio do documento.

Publicado anualmente pela OMS, o relatório de 2016 conclui que a taxa de incidência (novos casos) de malária caiu 41% em todo o mundo, entre 2000 e 2015, e 21% entre 2010 e 2015.

Já a taxa de mortalidade diminuiu 62% globalmente entre 2000 e 2015 e 29% entre 2010 e 2015.

Entre as crianças com menos de cinco anos, a taxa de mortalidade terá caído 69% nos últimos 15 anos e 35% nos últimos cinco.

Ainda assim, em 2015, o paludismo matou 303 mil crianças com menos de cinco anos em todo o mundo (70% de todas as mortes).

Entre 2000 e 2015, 17 países eliminaram a malária, ou seja, estiveram pelo menos três anos sem casos indígenas da doença, e seis destes países foram certificados como livres de malária pela OMS.

Além destas, há outras boas notícias destacadas no documento, nomeadamente no diagnóstico e tratamento das crianças e mulheres da África Subsaariana, região que concentra 90% dos casos e 92% das mortes por malária.

Segundo o relatório, em 2015 mais de metade (51%) das crianças com febre que recorreram aos cuidados de saúde públicos em 22 países africanos foram sujeitas a um teste de diagnóstico de malária, quando em 2010 apenas 29% o faziam.

Também a percentagem de mulheres grávidas que receberam as três doses recomendadas de tratamento preventivo da malária aumentou cinco vezes, de 6% em 2010, para 31% em 2015.

A proporção da população em risco na África Subsaariana que dorme sob uma rede mosquiteira tratada com inseticida ou protegida por vaporização residual aumentou de 37% em 2010 para 57% em 2015.

"Estamos definitivamente a ver progressos", afirmou o diretor do Programa Global de Malária da OMS, Pedro Alonso, citado num comunicado da organização.

Contudo, o mesmo responsável alertou que "o mundo ainda está a lutar para alcançar os níveis elevados de cobertura que são necessários para vencer esta doença".

Os autores do relatório confirmam que cerca de 43% da população em risco na África Subsaariana não está ainda protegida pelos métodos primários de controlo do vetor da malária, as redes mosquiteiras e a vaporização residual e em muitos países os sistemas de saúde não têm recursos suficientes e são pouco acessíveis às pessoas mais vulneráveis.

Em 2015, 36% das crianças com febre não foram levados aos serviços de saúde em 23 países africanos.

No relatório, a diretora-geral da OMS considera "uma prioridade urgente" o aumento do financiamento dos programas de controlo da malária.

Segundo o relatório, o financiamento quase estagnou entre 2010 e 2015, ano en que totalizou 2,9 mil milhões de dólares, menos do que metade do objetivo.

"Para alcançarmos as nossas metas globais, as contribuições, tanto das fontes domésticas como internacionais, devem aumentar substancialmente, alcançando 6,4 mil milhões de dólares anuais até 2020", escreve Margaret Chan.

A malária é provocada por um parasita do género Plasmodium, que é transmitido aos seres humanos através da picada de uma fêmea do mosquito Anopheles.

Existem várias espécies, mas o Plasmodium falciparum é o mais perigoso para os humanos e o mais prevalente em África, onde se concentram 90% das mortes pela doença.

Os primeiros sintomas da malária são febre, dores de cabeça e vómitos e aparecem entre 10 e 15 dias depois da picada do mosquito, mas se não for tratada, a malária por P. falciparum pode progredir para uma fase grave e acabar por matar.

O combate à doença passa por uma diversidade de estratégias, que passam pela prevenção, através do uso de redes mosquiteiras impregnadas de inseticida e pulverização do domicílio, assim como pelo diagnóstico e tratamento dos casos confirmados com medicamentos anti-maláricos.

Ainda não existe qualquer vacina para a doença, mas a OMS anunciou no mês passado que a primeira vacina contra a doença será lançada em 2018 na África Subsaariana.

Comece já hoje a prevenir
As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal.
Estetoscópio e coração a ilustrar a doença coronária

Em Portugal, 70% da população tem colesterol elevado, 20% é fumadora e obesa, 40% é hipertensa, a maioria é sedentária (somos o país da União Europeia com menos praticantes de atividade física), o número de diabéticos tem vindo a aumentar consideravelmente e estamos a adoptar uma dieta cada vez menos mediterrânica. Tudo isto contribuiu para que as doenças cardiovasculares representem a principal causa de morte em Portugal (cerca de um terço).

O coração é um músculo cuja função é impulsionar o sangue a todos os pontos do corpo através das artérias. As artérias coronárias estão situadas na superfície do coração para alimentar o músculo cardíaco (miocárdio). As duas principais são a artéria coronária direita e a artéria coronária esquerda. Esta última, por sua vez, compreende duas artérias secundárias muito importantes: a artéria descendente anterior e a artéria circunflexa. Cada uma destas artérias leva sangue a uma determinada zona do coração. As artérias coronárias saudáveis têm um interior liso flexível, que deixa passar livremente o sangue. Quando existem obstáculos à passagem de sangue no interior das artérias, existirão zonas do coração que não vão ser devidamente irrigadas. Esta disfunção é designada por doença coronária.

A doença coronária consiste no desenvolvimento de placas ateroscleróticas no interior das artérias coronárias. Estas placas são formadas por depósitos de gordura e de outras substâncias na parede das artérias coronárias, que estreitam a entrada dos vasos, impedindo a normal circulação sanguínea no seu interior e a correta irrigação dos tecidos do coração.

Fatores de risco da doença coronária

Para a formação de placas de aterosclerose nas artérias coronárias contribuem um conjunto de factores de risco, essencialmente relacionados com o estilo de vida. É possível influir e modificar alguns fatores de risco. Contudo, existem outros que não são modificáveis, mas, que também, podem contribuir significativamente para o desenvolvimento da doença coronária.

Fatores de risco modificáveis

Tabagismo, sedentarismo, stress, obesidade e excesso de peso, hipertensão arterial, hipercolesterolémia, diabetes mellitus.

Fatores de risco não modificáveis

Idade avançada, género masculino, história familiar.

Nós deixamos alguns conselhos:

Por tudo o que dissemos, comece já hoje a prevenir.

Se fuma…deixe de fumar; caminhe pelo menos 30 minutos por dia (contribui para a diminuição da tensão arterial, alívio do stress e melhoria do sono), reduza o consumo de sal…use ervas aromáticas; coma menos gordura e mais verdura; reduza o consumo de álcool; tome os medicamentos segundo as instruções dos profissionais de saúde…não os pare de tomar sem eles terem tomado conhecimento; seja positivo em tudo o que faz…faça novos amigos e faça o favor de ser feliz!

Continue no Caminho Para Um Coração Saudável…

Bibliografia: Texto elaborado a partir de publicações da Sociedade Portuguesa de Hipertensão: “7 dias do coração” (2013) e “Dia Europeu do Doente Coronário” (2012).

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
"Rationing - Missed care: An international and multidimensional problem"
Investigadores do Porto estão a participar num projeto de 31 países destinado a encontrar possíveis soluções para o...

Com o projeto "Rationing - Missed care: An international and multidimensional problem" (Racionamento - Cuidados perdidos: Um problema internacional e multidimensional), pretende-se perceber a dimensão do problema, quantificando-o, bem como determinar as principais causas e possíveis intervenções para o mitigar.

"Por diversos motivos, incluindo recursos humanos insuficientes, aumento da procura por cuidados de saúde, restrições financeiras, decisão clínica, entre outros, os cuidados de enfermagem são por vezes racionados", indicou o investigador do Centro de Engenharia e Gestão Industrial (CEGI) do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) Mário Amorim Lopes.

Este racionamento leva a que "não seja possível contratar mais gente", passando um enfermeiro que supervisione entre dez a 15 camas de internamento a ter que se ocupar de 20 ou 30, não conseguindo prestar "o mesmo nível e qualidade de serviço", explicou à Lusa o investigador.

"No limite, isto pode colocar a vida dos pacientes em risco, para além de conduzir ao burnout [distúrbio depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso] do profissional, o que pode ter repercussões na sua própria saúde", referiu.

Outro dos objetivos desta iniciativa é encontrar uma base metodológica para abordar o problema do racionamento, que tem implicações na prática clínica mas que também suscita considerações éticas e filosóficas, assim como questões económicas e sociais.

"Ao contrário do entendimento generalizado, os gastos em saúde não são uma despesa, mas um investimento", indicou Mário Amorim Lopes, acrescentando que "uma população doente tem um elevado custo económico, que excede em larga medida os custos de tratamento".

Para o investigador, não obstante o prejuízo pessoal, esta situação afeta também a produtividade do país, o consumo e, em última análise, o crescimento económico, tornando-se assim fundamental perceber que ganhos podem ser gerados com o aumento de determinada despesa em saúde e, em particular, nos cuidados de enfermagem.

Os quatro grupos de trabalho vão abordar diferentes áreas, voltando-se o primeiro para a conceptualização, a organização e as metodologias, enquanto o segundo vai estudar as intervenções e conceções com base em evidências.

As dimensões éticas do racionamento dos cuidados de enfermagem fica a cargo do grupo 3 e, finalmente, a quarta equipa vai focar o seu trabalho nas áreas da educação e da formação.

O projeto, que envolve cerca de 80 investigadores de 31 países, associações que representam os enfermeiros e a Organização Mundial de Saúde (OMS), por exemplo, é financiado pela agência europeia Cost - European Cooperation in Science and Technology.

Os envolvidos esperam que os resultados obtidos nestes estudos culminem na publicação de artigos científicos, na promoção de conferências, de seminários e de 'workshops', assim como na disseminação a decisores políticos, a instituições e à sociedade civil.

Ordem dos Médicos
Os atestados médicos eletrónicos para a carta de condução vão poder ser passados por todos os médicos e o processo entrará em...

Segundo um comunicado emitido pela Ordem dos Médicos, “a implementação do processo de desmaterialização da emissão de atestados para cartas de condução vai ser adiado para 1 de abril”.

“Pretende-se dar tempo suficiente para descomplexificar, preparar e testar todos os procedimentos de forma exaustiva, bem como permitir tempo suficiente para as necessárias avaliações e adaptações, assim como para a formação dos profissionais, evitando sobrecargas e tensões desnecessárias”, refere o comunicado.

Segundo a Ordem, o processo entrará em vigor em simultâneo no setor público e privado, já que os atestados eletrónicos para a carta de condução “podem ser emitidos por todos os médicos”.

Na semana passada, o Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos pedia ao Governo uma alteração legislativa para que os atestados médicos eletrónicos para a carta de condução deixem de ser obrigatoriamente passados por profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos manifestou-se preocupado com a “sobrecarga” de trabalho que os médicos de família passariam a ter a partir de janeiro devido à obrigatoriedade de atestados médicos eletrónicos para as cartas de condução serem passados pelos profissionais do SNS.

Direção-Geral da Saúde
Nem todas as unidades de saúde garantem descontaminação de materiais e equipamentos. Materiais como seringas continuam a ser...

A participação das unidades de saúde na campanha para prevenir infeções nos hospitais e outras unidades de saúde aumentou entre 2014 e 2015 e houve melhorias em praticamente todos os índices de precauções básicas de controlo de infeção. Mas os níveis alcançados em 2015 continuam muito abaixo dos objetivos, de acordo com o relatório de uma auditoria realizada e publicada no site da Direção-Geral da Saúde (DGS).

O documento quantifica em 266 o universo de unidades de cuidados hospitalares, primários e continuados inscritas na plataforma da campanha. Mas nota que, dessas, apenas 237 inseriram os dados necessários — um número que equivale a apenas 27,7% do total de unidades de saúde existentes em Portugal. Assim se conclui que pouco mais de um quarto do total de hospitais públicos e privados, agrupamentos de centros de saúde e unidades de cuidados continuados (no continente e ilhas) aderiu à campanha. Em 2014, apenas 21,6% o tinham feito.

Muito acima da média estão os hospitais públicos, com uma adesão de mais de 96%, e os centros de saúde da Madeira, com uma adesão de 100% tanto em 2015 como no ano anterior. Os hospitais privados continuaram em 2015 abaixo da média de 27,7% (com 23,8%), sendo que em 2014 apenas 8,9% tinham participado na campanha.

Seringas e descontaminação
Este trabalho — da responsabilidade do Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e de Resistências aos Antimicrobianos (PPCIRA) — refere, por exemplo, que 10% das unidades de saúde utilizavam medidas injetáveis de dose múltipla; e em 4,2% dessas unidades eram usadas seringas de uso múltiplo, para biópsias.

As unidades de saúde garantiram que o processo de descontaminação era adequado. O relatório recomenda formação na segurança de injetáveis e transfusões, já que, "para além dos problemas relacionados com a infeção [...], um dos eventos adversos mais frequentes são erros medicamentosos".

Por outro lado, em 6,3% das unidades de saúde continuavam em 2015 a ser reutilizados materiais que, à partida, eram de uso único. Nos restantes 93,7% não eram reutilizados em 2015 esses materiais (o que corresponde a um aumento relativamente aos 90,9% de 2014). Em síntese: o documento identifica melhorias em todos os critérios relativos à descontaminação, mas o indicador continua abaixo dos desejáveis 100%.

Também em 2015, existia em 84,5% das unidades de saúde um protocolo interno de descontaminação de materiais e equipamentos que o documento diz ser necessário em todas. A percentagem era ainda mais baixa (78,6%) em 2014.

Condições para isolamento
Por outro lado, os exemplos de evolução positiva são vários. Melhoraram, por exemplo, as condições para isolamento dos utentes e a avaliação individual do risco de infeção do doente desde a sua admissão até à alta hospitalar. Concretamente, em 2015, havia condições para isolamento dos utentes em 82,6% das unidades de saúde (e este dado inclui o isolamento através das precauções de contacto), quando essa percentagem era de 81,5% em 2014.

O documento salienta, por outro lado, o aumento de 10,3 pontos percentuais no critério da avaliação de risco individual de infeção: 72,6% das unidades de saúde tinham, em 2015, aplicado o sistema de acompanhamento desde a admissão do doente até à alta hospitalar, quando em 2014 essa percentagem era de apenas 59,7%.

Entre Janeiro e Novembro
Cada vez mais doentes sobrevivem através de medicamentos inovadores que o SNS não comparticipa. A maior parte é para...

Entre Janeiro e Novembro houve 1678 doentes que só puderam ser tratados com medicamentos inovadores nos hospitais portugueses mediante um mecanismo conhecido como “autorização de utilização excecional” (AUE). Esta autorização serve para dar resposta aos casos em que os fármacos estão no mercado, mas o Serviço Nacional de Saúde ainda não decidiu se os vai ou não comparticipar.

O problema é que em Portugal as autorizações acabam por ser utilizadas durante longos períodos, já que a decisão sobre as comparticipações chega a demorar dois anos. Como os hospitais não têm todos os mesmos critérios na hora de solicitar estas autorizações, o processo acaba por gerar desigualdades entre doentes e muita despesa para os hospitais. O exemplo mais mediático até agora foi o dos novos tratamentos para a hepatite C.

A demora na avaliação dos medicamentos e a chegada de cada vez mais fármacos ao mercado tem-se espelhado no aumento das AUE. Em 2015 foram concedidas um total de 1485 autorizações excecionais e neste ano, só até dia 17 de Novembro, o valor já estava próximo das 1700, indicam os dados enviados ao jornal Público pela Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed).

“Os utentes terão sempre acesso aos medicamentos de que necessitam e as AUE serão aprovadas enquanto as avaliações estiverem em curso. Estamos a fazer uma melhor gestão dos recursos e a aumentar a acessibilidade aos medicamentos inovadores”, garantiu ao jornal Público o organismo, em resposta escrita.

O Infarmed garante também que, com as avaliações que estão quase a terminar, será possível reduzir bastante estes valores. “Neste momento existem cerca de 40 novos medicamentos com financiamento aprovado ou em fase final de aprovação. Além destes 40 medicamentos espera-se a concretização de mais dez processos de medicamentos inovadores até ao final do ano”, esclarece a autoridade. Segundo a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), há pelo menos mais 15 inovadores para além dos processos que o Infarmed prevê terminar.

“Com estas aprovações concedidas, será possível uma redução de 34% nesse total, correspondente a 578 AUE”, reforça o regulador do medicamento, assegurando que, “relativamente aos prazos de conclusão dos processos dos medicamentos inovadores”, estão a “caminhar para a resolução dos atrasos, sendo uma das principais medidas a constituição da Comissão de Avaliação de Tecnologias de Saúde (CATS)”.

Fármacos de fim de linha
Esta comissão recentemente criada conta com 100 peritos e vai ter mais 20 profissionais para agilizar os processos — que, por lei, devem ser concluídos em 75 dias. A maior parte destes medicamentos utilizados através das AUE são para tratamentos na área da oncologia, que reúne o “maior número de aprovações”. Mas também há fármacos para áreas como o VIH, diabetes, hepatite C, hemofilia e doenças respiratórias. Ou seja, quase sempre são medicamentos de fim de linha, em que os doentes já tentaram todas as outras terapêuticas, sem sucesso, e resta-lhes uma última hipótese.

Há um mês, durante um congresso organizado pela Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, o presidente do Infarmed, Henrique Luz Rodrigues, anunciou que tem como objetivo terminar com as AUE que são dadas devido a atrasos nas aprovações das comparticipações. “Se os medicamentos forem aprovados atempadamente, as AUE não têm razão de ser”, frisou.

Um dos problemas das AUE é que acabam por gerar uma despesa sem controlo para os hospitais, que durante o período excecional têm de pagar os medicamentos de acordo com o preço imposto pela farmacêutica — que normalmente é superior àquele a que o Infarmed chega após a análise da comparticipação. O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, avançou no Parlamento, no início de Novembro, que o valor das autorizações ascendia aos 60 milhões de euros anuais.

Por isso, a tutela já propôs um acordo com a indústria. Se o Infarmed começar a cumprir o prazo de 75 dias, os laboratórios estão disponíveis para ceder gratuitamente ao Estado os tratamentos que forem necessários durante estes dois meses e meio. A partir desse prazo, voltam a cobrar um preço tabelado e superior ao que se consegue após as negociações da comparticipação.

Glifosato
Diploma procede à primeira alteração à lei de 2013 que regula a distribuição, venda e aplicação de pesticidas que têm como...

Não chegou a haver maioria para aprovar o fim do uso do glifosato — nem entre os partidos da Assembleia da República nem entre os 28 Estados-membros da União Europeia. Agora, o Governo português avança com um projeto de decreto-lei para alterar a legislação existente desde 2013 que, na prática, passa a proibir este tipo de produtos, que contêm o glifosato, em locais públicos.

Se o diploma avançar tal como está, escreve o jornal Público, o uso de pesticidas com glifosato será proibido nos “jardins infantis, jardins e parques urbanos de proximidade e nos parques de campismo", mas também "nos hospitais e noutros locais de prestação de cuidados de saúde ou lares e residências para idosos", nas escolas e estabelecimentos de ensino, sendo a exceção os dedicados às ciências agrárias.

O diploma procede à primeira alteração à lei de 2013 que “regula a distribuição, venda e aplicação de pesticidas para uso profissional, e define os procedimentos de monitorização à utilização desses produtos”. E estabelece que “a aplicação” de herbicidas deste tipo apenas pode ser utilizada em circunstâncias especiais: quando não houver “meios e técnicas de controlo alternativos” ou “quando se esteja perante um risco para a agricultura, floresta ou ambientes naturais".

Nestes casos, estabelece o diploma, deve ser dada preferência aos produtos “cuja utilização é permitida em modo de produção biológico”, produtos “de baixo risco ou que apresentem baixa perigosidade” e que “não exijam medidas particulares de redução do risco para o homem ou o ambiente”.

Efeitos nocivos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras agências da ONU referiram, em Maio deste ano, ser pouco provável o glifosato — o ingrediente ativo da fórmula de alguns herbicidas — provocar cancro, como defendem organizações para a defesa do ambiente. Nas discussões deste ano no Parlamento sobre o uso do glifosato, não houve consenso acerca dos estudos científicos publicados sobre os eventuais efeitos nocivos do herbicida na saúde humana.

Em Maio, na discussão parlamentar de uma proposta do Bloco de Esquerda chumbada na Assembleia com os votos contra da direita e dos comunistas, para proibir a aplicação de produtos que contêm glifosato, o ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, disse estar globalmente de acordo com as medidas apresentadas pelos bloquistas e anunciou que o Governo preparava legislação que ia no sentido dessa proibição.

Nesse mesmo mês, a Comissão Europeia concluiu que "os Estados-Membros não estavam preparados para assumir a responsabilidade por uma decisão sobre esta substância ativa". E na véspera de expirar a licença para utilização deste herbicida, cuja utilização foi aprovada em 2002 na União Europeia, decidiu prolongar por ano e meio a licença de uso do glifosato até 31 de Dezembro de 2017.

Onicofagia afeta um terço dos humanos
Roer as unhas é "um problema comum" que ainda "não foi resolvido pela psiquiatria, psicologia e medicina"...

A onicofagia é altamente prejudicial para o ser humano. Para além de ser uma forma de abrir as portas do organismo à entrada de bactérias, pode causar problemas nas unhas, pele, dentes e sistema gastrointestinal.

O vício afeta 20 a 30% da população mundial independentemente da idade, "podendo levar a problemas psicossociais significativos e ter um impacto negativo na qualidade de vida", de acordo um estudo publicado em 2016 na revista PubMed.com.

O problema pode ser grave principalmente quando está associado a outras condições como transtorno por défice de atenção com hiperatividade (TDAH) ou transtorno de ansiedade por separação (TAS), escreve o Sapo.

A Associação Americana de Psquiatria incluiu a onicofagia na lista de transtornos obsessivos-compulsivos (TOC), escreve a BBC. Mas nem todos os psiquiatras concordam com esta classificação. Alguns argumentam que apesar de a onicofagia ser, como no caso do TOC, uma conduta natural levada ao excesso, as obsessões do TOC são motivadas por ansiedade, o que para alguns especialistas não ocorre no caso de roer as unhas.

Por outro lado, um estudo publicado em 2015 na revista Journal of Behaviour Therapy and Experimental Psychiatry indica que o que move a onicofagia não é a ansiedade, mas sim o perfecionismo. As conclusões do estudo mostraram que este hábito pode ajudar as pessoas a diminuir a irritação, tédio ou insatisfação.

Outra possibilidade é a predisposição genética. Alguns estudos mostram que um terço das pessoas que roem as unhas tem familiares com o mesmo hábito.

Mas o que existe debaixo das unhas?
Várias coisas com nomes feios: bactérias como a E. coli e a salmonela. As verrugas nas mãos, causadas pelo vírus do papiloma humano, também podem propagar-se pelos lábios e pela boca.

Roer as unhas pode causar paroníquia, uma infeção da pele dolorosa que em casos graves pode despoletar a necessidade de uma cirurgia. A deformação dos dentes, da oclusão dentária ou o desgaste prematuro destes é outro dos resultados do vício.

Na Holanda
Para combater a obesidade infantil, a indústria alimentar holandesa vai eliminar as personagens animadas das embalagens de...

Personagens animadas como o "Nemo" ou "a Dora exploradora" vão deixar de ser usadas nas embalagens de determinados alimentos que possam ser prejudiciais para a saúde dos mais novos.

De forma a desencorajar os hábitos alimentares menos saudáveis, a indústria alimentar holandesa afirma que pretende retirar determinados bonecos infantis das embalagens, já que estas têm um efeito apelativo nas crianças, escreve o The Guardian.

Desta forma, a indústria pretende colocar em prática um plano responsável para evitar, mais facilmente, a ingestão dos alimentos indesejáveis, como chocolates, gomas, bolachas e outros tipos de doces.

A medida, segundo o Sapo, será aplicada a produtos para crianças até aos 13 anos.

A decisão foi tomada após debates públicos sobre o impacto da publicidade dirigida a crianças, confirma a Federação Holandesa de Indústria Alimentar (FNLI).

A porta-voz do Ministério de Saúde holandês, Leonne Gartz, revela que as medidas envolvem a remoção de personagens do cinema, banda desenhada, desenhos animados e séries televisivas do mercado alimentar, mas não as imagens animadas associadas a marcas de produtos específicos.

Estudo
Pacientes diagnosticados com esquizofrenia ou transtorno bipolar podem estar a sofrer, na verdade, de um problema imunitário...

Um estudo publicado na revista Lancet Psychiatry sugere que um em cada 11 casos de psicose pode envolver anticorpos que atacam determinadas partes do cérebro.

Os cientistas analisaram amostras de sangue de 228 pessoas do Reino Unido e acreditam que a descoberta abre novos caminhos para o tratamento de várias doenças do foro mental, escreve a BBC.

Sarah Galloway, de 25 anos, vive em Gateshead, no nordeste da Inglaterra, e está a viver um período de recuperação, depois de sofrer um ataque provocado pelo próprio sistema imunitário. Sarah Galloway estava no último ano de Química quando começou a sentir alterações no seu rendimento. "Fiquei mal em poucos dias," conta.

"Comecei a ter alucinações. Achava que o meu corpo se tinha transformado e eu tinha patas de aranha ou orelhas de coelho. Cheguei a ver e a sentir essas mudanças", relata. "Tinha pensamentos estranhos como os de que alguém estava a tentar matar-me ou de que eu tinha que matar alguém. Isso fez com que eu me automutilasse", recorda a britânica.

Sarah foi logo diagnosticada com um transtorno bipolar e tratada com medicação antipsicótica, escreve o Sapo. No entanto, um exame de sangue revelou que havia algo incomum no seu sistema imunitário. Os anticorpos que deveriam proteger o organismo de Sarah estavam a atacar a superfície das células do cérebro, alterando as suas funções.

Isso mudou o tratamento da universitária, que recebeu drogas para reduzir a atividade do seu sistema imunitário, os chamados medicamentos imunossupressores. Os médicos chegaram a filtrar-lhe o sangue para retirar os anticorpos problemáticos.

Belinda Lennox, psiquiatra da Universidade de Oxford, teme que outros pacientes possam sofrer de doenças semelhantes. Esta médica comandou um grande estudo no Reino Unido: colheu sangue de 228 pessoas que pela primeira vez haviam apresentado uma crise psicótica.

A especialista concluiu que os anticorpos em causa atacaram o recetor NMDA, que ajuda as células do cérebro a comunicarem entre si. Estes anticorpos foram encontrados no sangue de Sarah e em 3% das outras amostras.

"Pacientes que estão atualmente a ser tratados nos serviços públicos de saúde mental podem ter esses anticorpos e, potencialmente, podem ser tratados de maneira diferente", disse Lennox à BBC.

Artigo de Opinião
O acesso à Saúde é um direito humano fundamental e foi a pensar no princípio básico de que os cuidad

Desde 2014 que existe um dia para relembrar a Saúde o “Universal Heatlh Coverage Day” (UHC) ou Dia da Cobertura Universal de Saúde que se celebra a 12 de Dezembro.

Esta organização universal baseia-se na constituição de 1948 da Organização Mundial de Saúde (OMS) e na declaração de Alma-Ata de 1978 que afirmam que a saúde é um direito humano fundamental e não um privilégio, sendo uma das metas mundiais para a melhoria social. Conta com mais de 840 organizações mundiais e mais de 350 economistas de 110 países.

A OMS define a saúde como o “completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade”.

Mas como é possível fazer com que todos consigam atingir esta plenitude, este direito básico que por vezes se torna tão complexo? Uma estratégia são as conferências para a promoção de saúde, que existem desde 1986.

Porém, é necessário chamar a atenção dos governos e grandes potências mundiais, porque todos devem de ter acesso a um serviço de saúde quer seja preventiva ou curativa, de reabilitação ou paliativa, com qualidade adequada e que não exponha o doente a dificuldades económicas.

A UHC tem então três grandes objectivos:

1)      Equidade no acesso aos Serviços de Saúde- a saúde como direito e não só para aqueles que o podem pagar;

2)      Serviços de Saúde de qualidade adequada;

3)      Proteger as pessoas de risco financeiro - só por terem necessidade de recorrer a estes serviços não devem ficar em risco.

Optimizar a política de financiamento de saúde é fundamental, por isso mais de 267 economistas de 44 países assinaram em Setembro de 2015 uma declaração que explicita porque faz economicamente sentido investir na saúde. Esta declaração foi publicada no The Lancet e no The New York Times.

E hoje é o dia! O dia em que todas estas organizações mundiais, incluindo a OMS se juntam e discutem formas de fazer chegar a todos, em qualquer local do mundo, um serviço de saúde eficaz e financeiramente acessível.

Este ano vão-se definir objectivos para 2030:

- Priorizar o pobre - colocar os marginalizados e mais necessitados em primeiro lugar;

- Exigir uma acção politica - não esperar que esta surja, exigi-la;

- Humanizar o sistema de saúde - que seja para todos, de fácil acesso e de qualidade;

- Redefinir a segurança em saúde - devemos de salvaguardar todos em qualquer lugar do mundo.

Este é um pilar fundamental para um desenvolvimento sustentável mundial e hoje é o dia!

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
“Fundo para a Investigação em Saúde”
Dois projetos de investigação da Universidade de Coimbra, na área da Diabetes, foram distinguidos pelo Infarmed - Autoridade...

O projeto “Identificação de novos biomarcadores precoces das complicações da diabetes: do metabolismo à imagiologia multimodal de sistemas” é liderado por Miguel Castelo-Branco, docente da Faculdade de Medicina (FMUC) e Diretor do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde da UC (ICNAS), e obteve 130 mil euros de financiamento.

Esta investigação “visa essencialmente o uso de tecnologias sofisticadas (neurofisiologia, imagiologia metabólica, estrutural e funcional de vários órgãos) para diagnosticar as complicações da diabetes da forma mais precoce possível. É um projeto de descoberta de biomarcadores para medicina preventiva”, explica o docente.

Já o projeto “Microbioma de feridas diabéticas: diagnóstico precoce, prognóstico e terapia”, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC (CNC), conquistou 100 mil euros para encontrar uma solução para a ferida crónica do pé diabético, que afeta mundialmente cerca de 70 milhões de pessoas e que pode levar a amputações.

O projeto, coordenado por Sónia Gonçalves Pereira, do grupo “Micobacteriologia Molecular e Microbioma” liderado por Nuno Empadinhas, resulta da colaboração com o grupo “Obesidade, Diabetes e Complicações” dirigido por Eugénia Carvalho, cuja investigação prévia abriu caminho à abordagem inovadora agora proposta para as feridas diabéticas crónicas.

A investigação, que tem a participação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), pretende caraterizar os microrganismos (microbiota) da pele e de feridas diabéticas, e identificar combinações microbianas indicativas da evolução das mesmas (prognóstico) para diagnóstico precoce.

Sónia Gonçalves Pereira sublinha que “atualmente desconhecem-se as razões pelas quais algumas feridas diabéticas cicatrizam e outras se tornam crónicas, embora estudos recentes apontem para desequilíbrios na composição da microbiota da pele como fator determinante”.

O Fundo para a Investigação em Saúde, de acordo com o Infarmed, financia atividades e projetos de investigação “dirigidos para a proteção, promoção e melhoria da saúde das pessoas, nomeadamente nas áreas de investigação clínica, investigação básica e translacional, com potencial interesse clínico ou em terapêutica e investigação em saúde pública e serviços de saúde”.

Centro Nacional de TeleSaúde
O acompanhamento de doentes em casa através de meios como a televisão está previsto num acordo quadro de telemedicina, que vem...

Denominado Centro Nacional de TeleSaúde (CNTS), este centro de telemedicina está formalmente criado, mas só agora poderá arrancar no terreno, uma vez que foi assinado na semana passada o Acordo Quadro de Telemedicina, entre os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e empresas fornecedoras de serviços de telemedicina.

Segundo Artur Mimoso, da SPMS, este acordo, que foi iniciado em 2014, pretendeu qualificar pequenas empresas já no terreno, através de consórcios com empresas grandes para fazerem trabalho de telemedicina.

Essas empresas no terreno desenvolveram projetos piloto de medicina à distância, tendo apresentado bons resultados, mas sem capacidade técnica e financeira para se estender.

No fundo, trata-se de aliar pequenas empresas que prestam os serviços a outras grandes empresas que vendem os equipamentos tecnológicos.

“Não fizemos nenhuma compra, mas a seleção de um grupo de serviços já existentes mas sem capacidade técnico-financeira para chegar a sítios mais distantes. O objetivo era precisamente dotar o SNS de capacidades de prestar serviços de telemedicina”, explicou.

Na senda deste acordo, será desenvolvido o CNTS, um projeto pioneiro a nível europeu, que “depois de equipado com pessoal e as tecnologias que o acordo vai permitir” vai fazer teleconsultas, acompanhamento de doentes em casa à distância.

“De futuro, o acompanhamento feito hoje nos hospitais pode chegar a casa das pessoas através da rede. Estamos a maximizar o que já existe. Tínhamos os projetos sustentados em pequenos mercados. Estamos a preparar o mercado para avançar com os projetos piloto que tão bons resultados deram, mas que foram com empresas sem capacidade de expansão”, afirmou Artur Trindade.

Os cinco projetos piloto, que decorreram em Viana do Castelo, Évora e Beja, foram na área da principal doença respiratória, a DPOC, ao longo de 7 meses de acompanhamento de centenas de doentes.

O resultado foi uma “significativa redução” nas idas às urgências, nas hospitalizações (menos 60%), no número de dias de internamento (que passou de uma média de 276 dias para 105 dias). Foi possível ainda atrasar o começo das complicações das doenças.

A forma de o doente passar a aceder às consultas a partir de casa vai depender da doença e dos equipamentos que de que possa dispor.

“O aparelho mais acessível é a televisão, mas o que pretendemos é poder usar as boxes de televisão para conseguir passar alguma informação e literacia em saúde”.

Segundo Artur Mimoso, o acordo previu usar esses aparelhos em casa de pessoas com menos meios e menos literacia e, numa segunda fase, a possibilidade de colocar as operadoras a funcionar não só com a box de televisão, mas incorporar componentes de medicina através da box e não introduzir mais aparelhos: maximizar aparelhos que já existem em casa mas dar-lhes novas funcionalidades.

Com esta tecnologia será possível tornar o SNS acessível a todos, mesmo quem vive em zonas rurais ou do interior, cabendo ao doente, por exemplo, inserir os seus dados para fazer a medição diária da tensão arterial, da oximetria (quantidade de oxigénio no sangue), da temperatura e do número de passos dados (pedómetro).

Os dados inseridos pelo doente seguem para o call center clínico, composto por uma equipa de técnicos de cardiopneumologia, enfermeiros e farmacêuticos, que fazem a gestão dos dados em tempo real e, em função do estado de saúde do doente, é emitido um alerta no sistema de monitorização e analisado o encaminhamento necessário.

O médico especialista faz a avaliação dos dados e, em casos graves, pode marcar consulta ou direcionar para as urgências.

Fenprof e Observatório da Deficiência
A Federação Nacional dos Professores e o Observatório da Deficiência e dos Direitos Humanos vão realizar um estudo para...

Em comunicado, as duas entidades referem que em Portugal há pouca informação em estudos científicos ou estatísticas públicas sobre números de docentes com deficiência nas escolas, pelo que se propõem realizar em 2017 "um estudo de caracterização dos docentes com deficiência em Portugal, bem como as representações e práticas da comunidade educativa em relação a estes professores”.

O estudo servirá também para “identificar obstáculos, facilitadores e boas práticas no que respeita à inclusão dos docentes com deficiência e a sua relação com a escola” e para propor medidas ao Governo e ao parlamento com vista a que os espaços educativos sejam inclusivos para todos, incluindo para os professores.

Atualmente, dizem ambas as organizações, há falta de adequação de condições para docentes com deficiências exercerem em pleno a sua atividade e só medidas pontuais adotadas por algumas escolas permitem ”atenuar as dificuldades acrescidas sentidas por estes docentes”.

A organização Internacional de Educação, que representa mais de 36 milhões de trabalhadores de Educação em todo o mundo, aprovou no seu último congresso a necessidade de haver mais atenção para com professores com deficiência, respondendo este estudo a esse apelo.

Na próxima semana, a 12 e 13 de dezembro, realiza-se o primeiro encontro do Observatório da Deficiência e dos Direitos Humanos para discutir os vários problemas com que se debatem as pessoas com deficiência.

Quando anunciou a realização deste encontro, o observatório que está integrado no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa lembrou que União Europeia um em cada seis cidadãos da União Europeia tem uma deficiência, o que representa cerca de 80 milhões de pessoas.

Por outro lado, a taxa de pobreza entre as pessoas com deficiência é 70% superior à das pessoas sem deficiência, “em parte devido às limitações no acesso ao emprego”, sendo que a “taxa de emprego das pessoas com deficiência se situa nos 50%”.

Economista Daniel Bessa diz
O economista Daniel Bessa realçou, em Coimbra, que a saúde é a única área de atividade em Portugal que se afirma como...

Na área da investigação e desenvolvimento (I&D), “Portugal está muito aquém da média comunitária, com uma exceção, que é a saúde”, disse o antigo ministro da Economia, ao intervir numa sessão do 59.º Congresso Português de Oftalmologia, que terminou sábado, no Convento São Francisco.

Na sua opinião, importa que a inovação nas diferentes áreas da saúde “seja levada ao termo da cadeia de valor” e que se traduza “em resultados para os utentes”.

Insistindo no “potencial enorme” da saúde para criar emprego e rendimento, Daniel Bessa disse que “o país pode chegar facilmente à receita” apostando na inovação.

O economista participava numa sessão sobre o futuro da saúde em Portugal, em que o professor Joaquim Murta, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), apresentou o projeto do Subcluster em Oftalmologia, a criar no âmbito do Health Cluster Portugal (HCP).

Joaquim Murta, diretor do Centro de Responsabilidade Integrado de Oftalmologia do CHUC, disse que a proposta, concebida sob a sua coordenação, visa “tornar a oftalmologia alavanca do reconhecimento global” da medicina portuguesa.

Ideia lançada há menos de um ano, o futuro Subcluster da Oftalmologia envolve diversos hospitais públicos e privados, empresas do setor, instituições científicas e de ensino e o Ministério da Educação.

Dos contactos efetuados com o ministro da Saúde, os promotores do projeto concluem que Adalberto Campos Fernandes “está particularmente interessado em envolver as estruturas” públicas que integram o Serviço Nacional de Saúde, sublinhou Joaquim Murta.

“Avaliar os resultados dos diferentes centros oftalmológicos nacionais, validando eficiências e racionalização de custos sem perda de qualidade, deslocando o foco da remuneração das unidades do volume para os resultados, criando valor para o doente, criando uma cultura de autoavaliação e melhoria”, é outro dos objetivos.

Frisando que “em oftalmologia é mais fácil quantificar”, Joaquim Murta afirmou que os pagadores (Estado, companhias privadas ou indústria) “beneficiarão significativamente através deste sistema de cuidados de saúde baseado no valor”.

A proposta de ‘cluster’ prevê a criação de uma rede de investigação clínica em Portugal, reconhecida na União Europeia, “em torno de projetos concretos de grande envergadura na área das doenças oftalmológicas”.

Essa rede, segundo o professor da Universidade de Coimbra, “possibilitará, paralelamente, um consistente relacionamento” com as empresas, ao nível dos ensaios clínicos, I&D da indústria farmacêutica e biotecnologia.

O Congresso Português de Oftalmologia foi organizado pela Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, presidido pela especialista de Coimbra Maria João Quadrado.

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