Pedrógão Grande
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, garantiu hoje, em Pedrógão Grande, apoio às populações afetadas...

"Esta é uma resposta dinâmica e flexível, disponível para ir às populações mais remotas, às pessoas mais isoladas, de modo a que ninguém fique para trás", disse o governante aos jornalistas, no final de uma reunião de mais de duas horas com 14 estruturas do Ministério da Saúde.

Algumas equipas já estão no terreno, como é o caso da saúde mental, com psiquiatras, psicólogos e técnicos de saúde mental, e, segundo Fernando Araújo, o número de profissionais será "o necessário" nas várias áreas e especialidades, diminuindo ou aumentando ao longo do tempo conforme vão sendo identificadas as necessidades.

O incêndio que deflagrou em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, alastrou a Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Sertã, Penela e Pampilhosa da Serra, e provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.

Segundo o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, as várias etapas previstas no plano de ação estão "programadas, articuladas e coordenadas", e vão estender-se durante pelo menos dois anos junto das populações dos concelhos afetados, sendo que nalgumas áreas, como a saúde mental, podem estender-se no tempo.

"O programa pode durar mais de dois anos. Temos o exemplo da tragédia de Entre-os-Rios, em que na saúde mental foram precisos mais anos de apoio e, portanto, temos de ter a capacidade de ao longo do tempo ir reconhecendo as necessidades e lhes responder", referiu.

O governante salientou que as situações de "quem perdeu os bens e os entes mais queridos demoram vários anos a recuperar e a equilibrar, nas quais o Governo tem a responsabilidade de apoiar".

De acordo com Fernando Araújo, a reunião de hoje, que decorreu no município de Pedrógão Grande, serviu para coordenar as várias estruturas ligadas à saúde que já estão no terreno, de "modo a que o plano seja efetivo, não haja pessoas que fiquem para trás e todos os meios necessários estejam no terreno".

O secretário de Estado adiantou ainda que, no caso da saúde pública, vão ser monitorizadas "cuidadosamente" as questões relacionadas com as águas e os solos, de modo a identificar e, se preciso, ter uma intervenção adequada para que a contaminação eventual das águas ou dos solos não coloque em causa a saúde das pessoas.

“As dezenas de profissionais de diversas áreas da saúde que já estão no terreno vão utilizar as estruturas locais e unidades móveis, de forma a chegarmos às populações mais recônditas e mais isoladas, fazendo uso de toda a capacidade que temos para conseguir chegar a quem precisa".

Estudo
O IVI foi um dos pioneiros a nível mundial em vitrificação de ovócitos para a preservação da fertilidade, técnica que realiza...

Um estudo recente, orientado pelo IVI e pelo Hospital de la Fe de Valencia, com uma amostra de 1759 pacientes (1024 efetuaram vitrificação de ovócitos e 735 criopreservação do tecido ovárico) revela que não existem diferenças significativas em relação a taxa de recém-nascidos, quer dizer, que ambas as técnicas são efetivas. Do total de pacientes que tinham preservado a sua fertilidade, foram analisados os que tinha utilizado o seu material vitrificado para tentar engravidar.   

Neste estudo, cujos resultados foram apresentados hoje em Genebra, no âmbito da 33ª edição do congresso ESHRE, comparam-se os resultados das pacientes que tinham vitrificado os seus ovócitos com as que se submeteram a um transplante do tecido ovárico. A conclusão é que não existem diferenças significativas na taxa de recém-nascidos entre ambos os tratamentos.

Segundo o Dr. César Díaz, ginecologista do IVI Valencia e um dos principais responsáveis pelo estudo, “é muito importante indicar bem as técnicas a cada paciente, uma vez que nem todos podem beneficiar das mesmas técnicas”.

Longe de existir uma solução mágica, o objetivo do IVI e do Hospital é oferecer todas as ferramentas e técnicas possíveis aos seus pacientes, para assim poder individualizar e adaptar cada tratamento em função das suas necessidades.

Neste sentido, o Dr. Díaz reforça que “se há tempo suficiente antes de começar a quimioterapia, se a paciente tem uma reserva ovárica aceitável, e se já começou a puberdade, provavelmente o mais aconselhável é realizar uma vitrificação de ovócitos, dado que, em iguais condições, dado que, em iguais condições no que se refere a taxa de recém-nascidos, esta técnica é menos agressiva”.

A criopreservação do tecido ovárico, estaria recomendado para pacientes pré-puberdade, que ainda não menstruaram, e nas quais é complicado a estimulação e por tanto a recuperação de ovócitos. Também em pacientes com tumores muito agressivos, como o linfoma de Burkitt, em que se carece de tempo suficiente para estimular o ovário antes de começar a quimioterapia.

A investigação, um dos pilares básicos do IVI, permite, com estudos como este, colocar à disposição de todos os pacientes, as melhores técnicas e o maior leque de opções possível para tornar real o desejo de ser mãe.  

Vitrificação de ovócitos
A vitrificação de ovócitos consiste em estimular o ovário com hormonas semelhantes às produzidas pela paciente, para depois conseguir extrair os óvulos do ovário mediante uma agulha muito fina, num procedimento que requer uma sedação mínima. Posteriormente, os óvulos são conservados mediante um esfriamento ultrarrápido, que evita a formação de cristais de gelo, protegendo assim os óvulos por tempo indeterminado (décadas se for necessário). É o mesmo método que se utiliza para preservar óvulos em pacientes que queiram adiar a maternidade por motivos profissionais ou pessoais. Quando a paciente estiver curada do temor, poderá utilizar estes óvulos e fecunda-los com o sémen do seu companheiro ou de dador e assim gerar um embrião que será posteriormente transferido para o útero materno da paciente.

Criopreservação do tecido ovárico
Consiste em extrair um fragmento da superfície do ovário mediante uma cirurgia minimamente invasiva (laparoscopia). O procedimento dura vinte minutos aproximadamente, podendo a paciente regressar a casa e inclusivamente começar a quimioterapia umas horas depois da mesma. Se a paciente apresentar falência ovárica, o dito tecido pode voltar a reimplantar-se numa nova intervenção, recuperando de novo a sua funcionalidade, tanto do ponto de vista da fertilidade como desde o ponto de vista da produção de hormonas (reverteria a menopausa que ocorre frequentemente depois dos tratamentos oncológicos). Igualmente permite a gestação espontânea, sem necessidade de recorrer a técnicas de Fertilização in vitro

Incêndios
A Segurança Social disse hoje que a Linha Nacional de Emergência Social atendeu 2.038 chamadas entre 18 e 22 de junho, mas que...

"Pela abrangência nacional da linha, não tendo a mesma sido criada para esta situação específica [incêndios], não é possível determinar, das chamadas recebidas, quantas se destinavam a informações sobre os incêndios", explicou hoje, por escrito, o Instituto da Segurança Social.

Em resposta às questões colocadas, é explicado que durante os dias 18 e 22 de junho foi reforçada a Linha Nacional de Emergência Social (LNES), através do número 144, gratuito, sendo que esta linha está em funcionamento para todo o território nacional, 24 horas por dia, durante todo o ano, para sinalização de situações de emergência social.

Contudo, adianta que durante os dias 18 e 22 de junho foram efetuadas um total de 2.038 chamadas, 659 das quais feitas logo no dia 18, o dia a seguir ao começo do incêndio em Góis e Pedrógão Grande, este último que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.

O Instituto da Segurança Social sublinha ainda que desde o dia 26 de junho que está em funcionamento um número de telefone específico (300 518 003) para atendimento e acompanhamento das populações afetadas pelos incêndios, sem precisar o número de chamadas que foram efetuadas através deste número.

"Também, desde esse dia [26], o apoio da segurança social está a ser assegurado por equipas de ação social nos Serviços Locais de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, pelo que as equipas de atendimento serão reforçadas em número, por forma a garantir o acompanhamento regular com cada família vitima dos incêndios", lê-se no documento.

É ainda explicado que no decurso do plano de emergência decretado, a Segurança Social, no âmbito do apoio social às vítimas dos incêndios, manteve em funcionamento, entre os dias 17 e 23 de junho, equipas de técnicos para prestarem atendimento e acompanhamento social nos concelhos abrangidos pelos incêndios, com maior incidência nas zonas mais afetadas com perda de vidas humanas e de bens pessoais e de subsistência.

"As equipas de apoio funcionaram junto dos centros de acolhimento de emergência nas zonas mais fustigadas, no distrito de Leiria, concretamente nos concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Ansião, tendo este apoio sido posteriormente alargado ao distrito de Coimbra, às populações de Góis e Pampilhosa da Serra", sublinha.

A Segurança Social adianta que este apoio social foi reforçado em virtude da especial situação de vulnerabilidade das populações afetadas, sendo que contempla atendimento permanente (por marcação ou espontâneo), avaliação diagnóstica das necessidades, dos danos e das perdas, acompanhamento regular sempre que se justificar ou for solicitado para as situações sinalizadas.

É ainda feita uma avaliação e atribuídos subsídios e prestações sociais e familiares, com apoio no preenchimento de requerimentos, visitas domiciliárias sempre que se justificar (em articulação com as autarquias, GNR, IPSS e saúde) e encaminhamento e articulação interinstitucional no âmbito da rede local de intervenção.

Organização Mundial da Saúde
A Organização Mundial da Saúde pode vir a classificar no próximo ano o vício dos videojogos como distúrbio psiquiátrico. Esta...

Grande parte dos jovens passa diversas horas por dia a jogar, seja videojogos ou no computador, hábito que se tornou uma dependência em muitos casos. Por isso, há médicos e investigadores que pretendem que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifique este vício como transtorno psiquiátrico. Esta proposta, segundo o Diário de Notícias, foi feita durante a revisão da Classificação Internacional de Doenças - a nomenclatura mundial para denominar as doenças através de códigos usados para fins médicos e estatísticos. Uma nova edição do manual da Classificação Internacional de Doenças, na sua 11.ª edição - CID-11 -, vai ser lançada no próximo ano e a versão provisória classifica este vício como transtorno psiquiátrico. Atualmente encontra-se classificado no grupo de "outros transtornos de hábitos e impulsos".

A iniciativa de incluir este distúrbio na CID-11 surgiu no congresso mundial sobre o cérebro que decorreu em Porto Alegre (Brasil). Apesar de só no próximo ano poder ser classificado como distúrbio, já desde 2014 que médicos e investigadores demonstram a sua preocupação com as implicações que esse vício pode trazer para a saúde.

Especialistas explicam que os jogadores que se encontram viciados já não conseguem separar o tempo de lazer passado a jogar e as restantes tarefas diárias, deixando que o jogo influencie as atividades do dia-a-dia. "A maioria dos jovens joga de maneira tranquila e controlada. Mas entre os que se tornam dependentes vemos prejuízos importantes, como reprovação na escola, afastamento dos amigos e conflitos com a família", afirmou ao jornal brasileiro Estado de S. Paulo a o psiquiatra Daniel Spritzer. A inclusão na Classificação Internacional de Doenças tem ainda a vantagem, segundo o médico Cristiano Nabuco frisou em declarações àquele jornal, de fazer que seja mais fácil conseguir "apoios para investigar o tema".

Estudos sobre o vício em videojogos entre os americanos e europeus revelam que entre 1% e 5% dos jogadores desenvolvem a dependência. Esta percentagem aumenta para 10% de dependentes nos países asiáticos. Em Portugal o número de jovens que apresentam sinais de dependência de videojogos está a aumentar, com 20% a admitirem que são viciados em jogos online, de acordo com o European School Survey Project on Alcohol and Other Drugs. No nosso país, a ala psiquiátrica do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, integra desde 2014 o núcleo de utilização problemática da internet, unidade que tem o objetivo de tratar quem procura ajuda médica para resolver o vício nos videojogos.

Conselho Geral e de Supervisão
Inscrição de trabalhadores das empresas públicas, reguladores e fundações não será imediata e depende de acordo entre entidades...

A abertura da ADSE a novos beneficiários vai mesmo avançar (ainda não se sabe quando), mas o acesso aos serviços disponibilizados pelo sistema de saúde não será imediato e estará dependente de um período de carência que pode chegar aos 90 dias. A proposta consta do projeto de decreto-lei que regula os benefícios da ADSE e que foi apresentado na semana passada aos membros do Conselho Geral e de Supervisão já nomeados.

Este Conselho, onde têm assento representantes dos sindicatos, de associações de reformados e dos beneficiários, ainda não está em pleno funcionamento, uma vez que a eleição dos quatro representantes dos beneficiários só decorrerá em Setembro, escreve o jornal Público. A direção do instituto da ADSE, liderada por Carlos Liberato Baptista, optou contudo por lançar já a discussão sobre o novo regime de benefícios, com o compromisso de só o aprovar quando o Conselho estiver completo e se tiver pronunciado sobre ele.

Representantes de beneficiários eleitos a 12 de Setembro
A entrada de novos beneficiários na ADSE está dependente da eleição dos quatro representantes que terão assento no Conselho Geral e de Supervisão, ao qual compete dar parecer sobre as principais decisões que se prendem com o sistema.

O processo devia estar fechado no final de Junho, mas revelou-se mais complexo e acabou por ser adiado para não coincidir com o mês de Agosto. De acordo com o cronograma enviado aos sindicatos, as eleições estão marcadas para 12 de Setembro e os resultados serão conhecidos no final do mês. Só depois será possível discutir e aprovar o novo regulamento e abrir a ADSE a novos beneficiários.

A apresentação das candidaturas decorrerá entre 27 de Julho e 9 de Agosto. As listas são constituídas por quatro membros efetivos e quatro suplentes (que têm de ser beneficiários da ADSE) e devem ser subscritas por um mínimo de 100 beneficiários titulares.

No projeto de decreto-lei refere-se que “o início do gozo dos benefícios concedidos reporta-se à data de início da entrega do desconto, relativamente aos beneficiários titulares e associados, e à data da aceitação da inscrição na ADSE, nos restantes casos, podendo, no entanto, vir a estar ainda sujeito ao estabelecimento de um período de carência”.

Trata-se de uma diferença significativa face ao regime em vigor, onde se prevê que “o início da fruição dos benefícios concedidos pela ADSE reporta-se à data de início do desconto legal obrigatório sobre o vencimento relativamente aos beneficiários titulares no ativo e à data de apresentação na ADSE do pedido de inscrição nos restantes casos”. E no caso dos recém-nascidos, nos primeiros três meses basta apresentar o cartão do pai ou da mãe, desde que sejam beneficiários.

Entre os documentos enviados aos sindicatos está também a nova tabela do regime convencionado a aplicar aos novos beneficiários onde, numa nota de rodapé, fica claro que este plano de benefícios tem um “período de carência de 90 dias para todas as novas adesões”, contados a partir da data de adesão.

Este período de carência terá como objetivo permitir que a ADSE se adapte ao expectável aumento de beneficiários, decorrente da abertura do sistema a novos subscritores.

Atualmente, a ADSE cobre à volta de um milhão e 200 mil beneficiários entre titulares - trabalhadores e aposentados que descontam todos os meses uma parte do salário para o sistema - e familiares, que não fazem qualquer desconto. A intenção de alargar o universo da ADSE foi assumida politicamente no relatório do OE para 2016 e as estimativas apontam para a entrada de 400 mil novos beneficiários.

Entrada de trabalhadores a contrato depende de acordo
O projeto de decreto-lei concretiza o alargamento da ADSE a trabalhadores e familiares que agora não podem aceder ao sistema e cria uma nova tipologia de beneficiários.

Desde logo há mudanças significativas nos beneficiários titulares, que agora se cingem aos funcionários públicos no ativo e aos aposentados. Passarão a fazer parte desta tipologia (e por isso sujeitos a um desconto de 3,5%) os trabalhadores das empresas públicas, dos reguladores, das fundações e das associações públicas, incluindo os contratos individuais de trabalho e os contratos a prazo, desde que a relação laboral perdure há mais de um ano sem interrupções.

Nestes casos, contudo, a inscrição dos trabalhadores não será automática e está “condicionada à prévia celebração de acordo da respetiva entidade empregadora com a ADSE”, onde ficarão definidos os procedimentos da inscrição, comunicação de dados, processamento do desconto, assim como “todas as condições de atribuição dos benefícios”.

Para José Abraão, dirigente da Federação de Sindicatos para a Administração Pública (Fesap), a possibilidade de estes trabalhadores se inscreverem na ADSE “deveria resultar diretamente da lei e não depender da boa vontade da entidade empregadora”. E lembra que a proposta vem “pôr em causa” as expectativas dos trabalhadores dos hospitais EPE.

A proposta abre a ADSE também aos titulares de cargos políticos, membros dos gabinetes e aos titulares de subvenções mensais vitalícias, que passam a ser também beneficiários titulares. Nestes casos, porém, a inscrição dependerá apenas da vontade da pessoa.

A ADSE conta ainda ganhar novos beneficiários junto daqueles que renunciaram à ADSE e que terão 120 dias (contados desde a entrada em vigor do novo regime de benefícios) para pedir a reinscrição. Esta possibilidade destina-se aos beneficiários titulares que entre 2012 e 2105, quando os descontos subiram de 1,5% para 3,5%, desistiram da ADSE. Para o futuro mantém-se a regra de irreversibilidade em caso de desistência.

Filhos e cônjuges descontam
Para acomodar o alargamento da ADSE a mais familiares (indo ao encontro das recomendações do Tribunal de Contas) cria-se uma nova tipologia de beneficiários - os associados - a quem será exigido um desconto para poderem usufruir do sistema de saúde.

É nesta categoria que serão integrados os cônjuges ou unidos de facto que trabalham no sector privado, desde não tenham mais de 65 anos na data do pedido de inscrição, e os filhos até 35 desde que coabitem com os titulares. Tanto uns como outros estão atualmente fora do sistema.

Os ascendentes que coabitem com os beneficiários titulares e que não tenham rendimentos próprios iguais ou superiores a 50% do salário mínimo (ou 80%, caso se trate de um casal) também passam a integrar esta categoria, quando atualmente fazem parte dos beneficiários familiares.

Tanto ascendentes como filhos entre 26 e 35 anos passarão a descontar 3,5% sobre o valor do salário mínimo (557 euros), já o desconto dos cônjuges está em aberto. No projeto de diploma, colocam-se em cima da mesa várias taxas, que se agravam à medida que a idade avança e que, no máximo, corresponderão a 2,7%.

Do lado dos sindicatos, a proposta tem de ser melhorada. José Abraão alerta que este diploma permite que “um casal de funcionários públicos desconte mais (3,5% cada um) do que um casal em que um é funcionário público e o outro beneficiário associado (3,5% o primeiro e 2,7% o segundo)”. E defende que devia ser estudada a possibilidade de os cônjuges pagarem 3,5%, para que os filhos fiquem isentos.

A ADSE foi criada em 1963 e funciona como uma espécie de seguro de saúde. Comparticipa as despesas médicas e permite que os seus beneficiários recorram aos médicos com convenção ou ao regime livre. Os beneficiários podem também recorrer aos hospitais públicos, mas estes encargos são suportados pelo orçamento do SNS.

Unicef
A Unicef estima que, no mundo inteiro, 688 milhões de crianças são afetadas pela insegurança alimentar. Em Portugal, esta...

Com base nos dados da sondagem da Gallup World Poll, a Unicef quis avaliar como estão os agregados familiares com crianças com menos de 15 anos, focando a insegurança alimentar. Alguns resultados do relatório divulgado na segunda-feira: estima-se que 45% das crianças com menos de 15 anos, de 147 países e quatro territórios analisados, vivem com alguém que reporta que, nos 12 meses anteriores ao inquérito, houve alturas em que não teve dinheiro para comprar comida. Na União Europeia esta taxa foi de 20%. Em Portugal é maior: 25%.

A vizinha Espanha alcança um valor inferior, com 13,17%. Entre os países europeus com o menor valor deste indicador encontram-se Suécia (3,42%), Noruega (5,65%), Luxemburgo (5,99%), Alemanha (7,27%), Croácia (7,33%), Dinamarca (7,64%), Suíça (7,94%) e Finlândia (8,61%), os únicos que registam valores inferiores a 10%, escreve o jornal Público.

O mesmo relatório sublinha que em Portugal 2% das crianças, com idades entre 1 e 15 anos, não comem três refeições por dia e que o rácio de pobreza na população menor de 18 anos é de 18% – dados de 2009 retirados do relatório Estatísticas do rendimento e das condições de vida na União Europeia. Refira-se ainda que a percentagem da insegurança alimentar nos agregados familiares com pelo menos uma criança com menos de 15 anos é maior (24,96%) do que na generalidade de agregados familiares portugueses (19,04%).

À volta do mundo, são 688 milhões de crianças menores de 15 anos que vivem num agregado familiar em que não houve dinheiro suficiente para comprar comida durante o ano anterior ao inquérito de 2014/2015. São os territórios de África que apresentam maior percentagem neste indicador, sendo que na África Oriental e Meridional, o valor atinge os 66%. África Ocidental e Central registam 60% e o Corno de África 57%. No Médio Oriente e no Norte de África, a percentagem é inferior: 34%. A América Central fica nos 55%, a América do Sul nos 37% e a América do Norte nos 27%. Por sua vez, o Sudoeste Asiático regista uma percentagem de 45% e o Sul Asiático de 38%. A Comunidade dos Estados Independentes (CEI), que envolve onze repúblicas que pertenciam à antiga União Soviética, chega aos 28% e a União Europeia (sem a CEI) fica-se pelos 20%. Com um valor inferior ao de Europa está a Ásia Oriental, que apresenta a menor percentagem: 15%.

O aumento global da insegurança alimentar
Pode ainda observar-se que a segurança alimentar (fator traduzido na expressão “teve dinheiro suficiente para comprar alimentos nos últimos 12 meses”) tem vindo a diminuir globalmente desde 2006 (84%), tendo sofrido uma descida acentuada de 2007 (80%) para 2008 (71%), fase correspondente ao início da crise financeira. Desde 2013 até 2015, a taxa manteve-se nos 69%. O estudo revela, ainda, que, em todos países da amostra, é possível concluir que a segurança alimentar é mais sensível ao rendimento nos agregados familiares com crianças com idades inferiores a15 anos do que na população entre os 15 e 24 anos.

No entanto, a Unicef alerta: visto que não foram incluídos países para os quais não havia dados suficientes, a estimativa de insegurança alimentar nos agregados familiares pode estar subestimada a nível global.

O relatório não deixa de ressalvar, por fim, que é “indubitavelmente” diferente falar-se de insegurança alimentar em regiões como a África subsariana e a Europa, por exemplo.

Estudo
Um estudo observacional publicado na revista “Fungal Biology”, da British Mycological Society, conclui que existem fungos...

Fungos que podem dar origem a infeções pulmonares, como o Exophiala dermatitidis ou o E. phaeomuriformis, foram encontrados em amostras recolhidas em máquinas de lavar louça de 189 casas em 101 cidades de vários continentes. Segundo o estudo, 56% das máquinas de lavar louça continham fungos, sendo que a sua maioria estava impregnada nas borrachas de vedação deste eletrodoméstico.

De acordo com a investigação, escreve o Sapo, tanto o Exophiala dermatitidis como o E. phaeomuriformis "apresentaram uma tolerância notável ao calor, a altas concentrações de sal, aos detergentes agressivos, e à água com teor ácido ou alcalino".

As condições bioquímicas dentro das máquinas de lavar louça não só permitem que estas espécies de fungos sobrevivam, como se alastrem mesmo a temperaturas de 60 ou 80 graus Celsius.

Os fungos são organismos extremófilos e por isso conseguem sobreviver em condições geoquímicas extremas. São responsáveis por doenças nos seres humanos, ao colonizarem os pulmões dos pacientes com fibrose quística ou com outros problemas de saúde que causam imunossupressão.

O estudo salienta que pessoas a tomar antibióticos, assim como as que têm o sistema imunitário debilitado, estão no grupo de risco deste tipo de infeções pulmonares.

Um outro estudo publicado na revista PLOS One salienta que "nas últimas duas décadas a incidência de infeções fúngicas nos seres humanos aumentaram de forma alarmante".

i3S/Ipatimup
Depois de uma angariação de verbas para que o filho com um neuroblastoma pudesse ser submetido a um tratamento nos Estados...

Para além desse financiamento, Susana e David vão entregar um donativo no valor de 150 mil euros para ser investido na área do cancro pediátrico, mais especificamente num projeto que envolve dois grupos de investigação do i3S/Ipatimup e colaboradores da área da neuro-oncologia pediátrica. A doação será formaliza no dia 5 de julho, às 12 horas, no Auditório Mariano Gago, no i3S/Ipatimup, escreve o Sapo.

"A única exigência do casal era que a verba fosse investida na área da oncologia pediátrica e, nesse sentido, optamos pelos gliomas pediátricos, com um projeto muito próximo da clínica", adianta José Carlos Machado, líder de um dos grupos de investigação - "Genetic Dynamics of Cancer Cells" - envolvido no projeto. "Mantemos a componente de investigação básica nas áreas da genética e imunologia, mas em colaboração com clínicos da consulta de neuro-oncologia pediátrica e com aplicação direta no tratamento de crianças", acrescenta o investigador.

De facto, sublinha Paula Soares, líder do outro grupo de investigação que integra o projeto – "Cancer Signalling & Metabolism" - o projeto permitirá "identificar a possibilidade das crianças serem submetidas a novos tratamentos dirigidos pelas alterações moleculares das células tumorais".

O tratamento do cancro conheceu avanços significativos na última década, mas nos cancros das crianças não se observou o mesmo tipo de avanço. A raridade da maior parte destes cancros, assim como o bom prognóstico associado a alguns deles, ajudam provavelmente a explicar o menor investimento feito nestes casos. Este projeto de investigação propõe-se caracterizar cancros pediátricos do sistema nervoso central (gliomas), relativamente ao tipo de alterações genéticas e ao tipo de resposta imunológica associados a estes cancros.

"A nossa expectativa é que uma maior e melhor compreensão da biologia dos gliomas permita que sejam tomadas decisões clínicas melhor informadas e, desta forma, seja possível otimizar o tratamento e a sobrevida deste grupo de doentes", explica José Carlos Machado. "Esperamos contribuir para o alargamento imediato de opções terapêuticas e alavancar, no futuro, a realização de ensaios clínicos que ajudem a promover a translação destas opções de tratamento para o universo dos gliomas pediátricos", acrescenta a investigadora Paula Soares.

Este apoio, salienta ainda José Carlos Machado, "vai-nos permitir fazer uma melhor caraterização genética dos tumores de crianças, recorrendo, por exemplo, a técnicas de vanguarda de sequenciação do genoma humano. Esta informação pode ser muito útil para a adequação e desenvolvimento de terapias mais apropriadas para a faixa etária pediátrica, nomeadamente através da identificação de novos alvos terapêutico prevalentes neste grupo de tumores".

"As aplicações deste estudo podem ser imediatas, quando os alvos terapêuticos identificados correspondam a fármacos já disponíveis. Esperamos também que o conhecimento adquirido neste estudo em gliomas possa servir como modelo para aplicar noutros cancros de crianças", acrescenta.

Jardins de Belém
Os jardins de Belém vão ser palco de uma festa onde o protagonista vai ser a saúde e é de olhos postos nela que, entre as 10h00...

Este evento nasce porque, para a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), que lidam quotidianamente com muitos doentes crónicas, sentem uma obrigação ética de intervir na prevenção das doenças e na promoção da saúde.

A carga das doenças crónicas cresce à medida que aumenta a esperança de vida dos portugueses, atingindo mais de metade da população em geral e os idosos em particular. Os portugueses apenas têm cerca de seis anos de vida saudável depois dos 65 anos, um terço dos anos que têm os idosos na Suécia, sendo o terceiro país europeu com menor número de anos de vida

A evidência mostra que muitas destas doenças são preveníveis: 80% dos casos de doença coronária, de acidentes vasculares cerebrais, de diabetes do adulto e 40% dos casos de cancro poderiam ser evitados pela correção dos hábitos alimentares, pelo exercício físico e pelo abandono do tabaco, segundo um relatório da Organização Mundial de Saúde.

Assim, a “Festa da Saúde” pretende ser um espaço de informação e de motivação à adoção de hábitos de vida saudável com melhor alimentação, mais exercício e melhor controlo da saúde. É grande a oferta de atividades ao ar livre: o remo, a vela são uma opção, aulas de zumba ou ioga, jogos tradicionais, caminhada e outras.

Mas há mais. Os Espaços de Rastreio e Informação ao Público vão dar possibilidade a quem passar por Belém de conhecer um pouco mais sobre a saúde, com rastreios visuais, à diabetes, ao colesterol, entre muitos outros.

No sábado, faz ainda parte ainda do programa um show cooking de comida saudável, cortesia do chef Fábio Bernardino, e durante os dois dias do fim-de-semana vai também dar-se voz aos especialistas, que vão falar sobre a forma como a cidade pode promover a saúde, sobre a importância dos estilos de vida saudáveis, como mudar os comportamentos de risco ou gerir melhor a saúde. o domingo para terminar da melhor forma teremos o Concerto pela Saúde, com a participação do Trio Edu Miranda.

“Este é um evento para o público em geral, para que todos possam saber mais sobre como se pode viver melhor e com saúde”, refere Luís Campos, presidente da SPMI. “Porque só uma população informada pode fazer as melhores escolhas”, acrescenta.

Pode consultar o programa aqui.

Para mais informações consulte: www.festadasaude.pt

Podologista alerta
Manuel Azevedo Portela, presidente da Associação Portuguesa de Podologia, alerta que com o avançar da idade é preciso estar...

De acordo com um estudo recente realizado pela Associação Portuguesa de Podologia (APP), 85% da população com idade superior a 35 anos, apresenta alguma alteração nos pés, escreve o Sapo.

As calosidades, os joanetes e as onicopatias (infeções nas unhas) são as alterações mais comuns nos pés. Manuel Azevedo Portela, presidente da Associação Portuguesa de Podologia (APP) salienta que "o sexo feminino é o que mais sofre com problemas nesta zona do corpo tão subvalorizada. Após os 60 anos de idade, regista-se uma prevalência de 70% das doenças osteoarticulares nos pés".

O especialista alerta que os pés tendem a alongar e a alargar à medida que envelhecemos. "Temos de estar conscientes dessa alteração e adaptar o tamanho do calçado com o passar dos anos, para evitar deformações nos dedos o prevenir os dolorosos e inestéticos calos. É a partir dos 50 anos que começam a surgir as primeiras queixas de problemas nos pés. Para evitar esta situação, há quem recomende a utilização de calçado com um tamanho superior ao pé, em cerca de 2 cm", acrescenta o presidente da APP e professor adjunto do Instituto Politécnico de Saúde do Norte (IPSN-CESPU).

Manuel Azevedo Portela salienta que atualmente "são doze os hospitais públicos nacionais que têm consulta de podologia. A contratação de podologistas no Serviço Nacional de Saúde está direcionada para o pé diabético, mas é necessário que a consulta seja transversal, de forma a garantir que todos os doentes possam usufruir de tratamentos podológicos especializados", frisa.

Neste contexto, o pé diabético é a patologia mais complicada, sendo a principal causa de amputação da extremidade inferior. Estima-se que 15% dos doentes diabéticos desenvolvem úlceras nos membros inferiores ao longo dos anos e que 85% das amputações são provocadas por esse tipo lesões.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Sete regiões do continente apresentam hoje risco ‘extremo’ de exposição à radiação ultravioleta, enquanto o resto do país está...

De acordo com o Instituto, em risco ‘extremo’ estão as regiões de Beja, Bragança, Évora, Guarda, Penhas Douradas, Portalegre e Funchal (Madeira).

Para as regiões com risco ‘extremo’, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) recomenda que se evite o mais possível a exposição ao sol.

As regiões de Braga, Porto, Vila Real, Viseu, Aveiro, Beja, Castelo Branco, Faro, Leiria, Lisboa, Santarém, Setúbal, Sines, Viana do Castelo, Porto Santo (Madeira) e Ponta Delgada (ilha de São Miguel, Açores), Angra do Heroísmo (Terceira) e Santa Cruz das Flores (ilha das Flores) e Horta (Faial) estão com níveis ‘muito elevados’.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade no litoral oeste a sul do Cabo Carvoeiro até meio da manhã e tornando-se muito nublado no litoral oeste a partir do fim da tarde e aumento temporário de nebulosidade durante a tarde nas regiões do interior Norte, com possibilidade de ocorrência de aguaceiros e trovoada.

A previsão aponta ainda para vento em geral fraco do quadrante leste, soprando moderado no Algarve até ao início da tarde e nas terras altas, rodando para o quadrante oeste a partir do início da tarde, neblina matinal em alguns locais do litoral Centro e Sul e descida da temperatura máxima no litoral das regiões Norte e Centro e na região Sul.

Para a Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, apresentando-se em geral pouco nublado nas vertentes sul da ilha, possibilidade de ocorrência de aguaceiros nas vertentes norte e terras altas e vento fraco a moderado de norte.

Nos Açores prevê-se períodos de céu muito nublado com abertas, aguaceiros fracos na madrugada e início da manhã e vento noroeste fraco a bonançoso.

Quanto às temperaturas, em Lisboa vão oscilar entre 18 e 30 graus Celsius, no Porto entre 16 e 29, em Vila Real entre 18 e 34, em Viseu entre 16 e 32, em Bragança entre 16 e 34, em Coimbra entre 17 e 33, na Guarda entre 19 e 30, em Castelo Branco entre 19 e 35, em Santarém entre 17 e 36, em Portalegre entre 19 e 25, em Évora entre 17 e 36, em Beja entre 19 e 34, em Faro entre 19 e 34, no Funchal entre 20 e 25, em Ponta Delgada e na Horta entre 18 e 24 e em Santa Cruz das Flores entre 18 e 22.

Incêndios
O diretor-geral da Saúde, Francisco George, disse que os médicos, enfermeiros, psicólogos e outros profissionais estão a ajudar...

“Não queremos que as pessoas esqueçam junho de 2017. É preciso mobilizar energias para construir a esperança” em Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e demais concelhos devastados pelos fogos que deflagraram no dia 17 e que provocaram 64 mortos, adiantou Francisco George.

Falando aos jornalistas, nos Paços do Concelho de Pedrógão, no final de reunião com autarcas, profissionais de saúde e outros responsáveis, o diretor-geral da Saúde realçou o trabalho dos psicólogos e psiquiatras, entre outros, no apoio às populações nas últimas duas semanas.

Também no dia 17, durante a tragédia, a resposta do Centro de Saúde de Pedrógão Grande, distrito de Leiria, “foi magnífica”, sublinhou.

Na reunião, participaram o presidente da Administração Regional de Saúde do Centro, José Tereso, e a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Ana Abrunhosa, além do presidente da Câmara Municipal, Valdemar Alves, entre outros.

“Foi uma muito importante reunião de coordenação, no sentido de evitar duplicações” nesta área, afirmou Francisco George, ao recordar que uma unidade móvel de saúde “tem percorrido todas as aldeias” dos três municípios mais atingidos pela catástrofe, de que resultaram pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos.

No Porto
Nos dias 7 e 8 de julho, o Hotel Crowne Plaza, no Porto, recebe a 2ª Conferência de Valor da Associação Portuguesa de...

A 2ª Conferência de Valor é presidida por Pedro Esteves, administrador hospitalar, atualmente na Administração Regional de Saúde do Norte, que fará a abertura da conferência, seguindo-se a palestra de Sally Lewis, do País de Gales que vem falar sobre “Como assegurar a adoção de cuidados de saúde baseados em valor”. Após esta palestra segue-se o Porto de Honra. O jantar de trabalho vai contar com a presença do Senhor Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, Gerry O’Dwyer, Presidente da Associação Europeia de Administradores Hospitalares e Alexandre Lourenço, Presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH).

No segundo dia, após a abertura proferida por Alexandre Lourenço inicia-se a Sessão I “Desafio: A Sustentabilidade do Sistema de Saúde”, moderada por Fernando Regateiro, do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra. Segue-se a exposição de Rafael Bengoa, Codiretor do Instituto de Saúde e Estratégia de Bilbao, especialista em sustentabilidade dos sistemas de saúde, que nos chega para falar sobre como “Salvar o Sistema de Saúde”.

A sessão II “Oportunidade: Modelos para a eliminação do desperdício e sistemas de custeio” vai ter como moderadora Ana Escoval, Presidente do Centro Hospitalar de Lisboa Central e como orador principal, Andrea Masina, Diretor-Geral do Grupo Villa Maria, em Itália, cuja apresentação mostra a sua perspetiva, “Integrando o processo logístico e assistencial de cuidados”, à qual se segue um momento de discussão.

Após o almoço, a sessão III “Oportunidades: Novos modelos de gestão para assegurar sustentabilidade” vai ter como moderador António Dias Alves, Presidente do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e como convidado principal, proveniente da Hungria, Miklós Szócska, perito da Organização Mundial de Saúde e especialista em gestão da mudança dos sistemas de saúde, já foi ministro da saúde da Hungria e vem apresentar a “Gestão da mudança para a sustentabilidade dos sistemas de saúde.” 

Investigação
Uma equipa internacional liderada por um investigador da Universidade de Évora, Anthony Burke, produziu com sucesso novas...

“Fabricámos várias moléculas e algumas delas foram testadas em alvos biológicos de doença de Alzheimer, contra uma enzima que é implicada na doença”, disse Anthony Burke, do Centro de Química de Évora da Universidade de Évora (CQE-UÉ).

Segundo o investigador, estas moléculas criadas no laboratório do CQE-UÉ “inibem o funcionamento das enzimas responsáveis pela degradação de um neurotransmissor que é essencial para o cérebro e para os neurónios”.

“O neurotransmissor chama-se acetilcolina (ACh) e é muito bom para o cérebro. O problema é que os doentes com Alzheimer têm uma deficiência deste neurotransmissor, que tem a ver com o funcionamento da memória e que provoca, depois, a degradação dos neurónios”, realçou.

As moléculas produzidas na UÉ, ao inibirem o funcionamento da enzima colinesterase (ChE), que destrói a acetilcolina, são eficazes para o tratamento da doença de Alzheimer, de acordo com a equipa de investigação.

“Estas moléculas não servem para curar a doença, mas podem combater sintomas do Alzheimer. São eficazes para que o doente possa obter um alívio dos seus sintomas”, frisou Anthony Burke.

O Alzheimer é uma doença neurológica crónica que provoca uma deterioração progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas, explicou a UÉ.

O projeto de investigação, financiado por fundos comunitários através do anterior programa operacional do Alentejo, o InAlentejo, envolveu uma equipa formada por especialistas em química sintética, medicinal, computacional, bioquímica, farmacêutica e tecnologia de química de fluxo contínuo.

Em colaboração com Instituto Max Planck, de Potsdam, na Alemanha, os investigadores, de acordo com a UÉ, produziram novas moléculas quirais, isto é, que apresentam apenas na sua composição o ingrediente ativo benéfico.

São, assim, “mais seguras para o organismo humano”, disse Anthony Burke, salientando que, atualmente, no mercado, “existem poucos fármacos para doentes de Alzheimer” e “apenas um que também inibe a mesma enzima responsável pela degradação do neurotransmissor”.

Mas, apesar desse outro fármaco, frisou o investigador irlandês da Universidade de Évora, a molécula criada no Centro de Química da academia alentejana “é nova e é inovadora”.

“Já a testámos em ratinhos e verificámos que conseguiu ser absorvida pelo organismo e pelo cérebro, com bons resultados”, congratulou-se.

A UÉ, revelou, possui, pois, “o princípio ativo para um fármaco final” e já “patenteou a molécula em Portugal”, detendo também “uma patente internacional para um catalisador responsável para a síntese da molécula, ou seja, para o processo de fabrico do fármaco”.

As moléculas foram obtidas com recurso a um catalisador “verde” (organocatalisador), igualmente desenvolvido na UÉ, que permite produzir fármacos isentos de metais prejudiciais ao doente, explicou a universidade.

Segundo Anthony Burke, a equipa gostaria de “continuar a desenvolver este projeto”, mas “o financiamento já acabou”, pelo que o objetivo é, agora, despertar o interesse da indústria farmacêutica.

“Esse é o nosso grande objetivo, que uma indústria farmacêutica se interesse e que continue este trabalho, porque acho que temos alguma coisa interessante em mãos”, argumentou.

O investigador admitiu que “ainda se está longe da fase de ensaios clínicos, em humanos”, mas o facto de as moléculas terem sido submetidas "com sucesso aos testes preliminares, nos ratinhos de laboratório", indicam que um futuro fármaco pode ser benéfico para os doentes.

“Pode, eventualmente, ser um melhor e mais eficaz fármaco do que as soluções que já existem no mercado. E pode também vir a ser mais barato”, afirmou.

Exposição solar segura
Para muitos, verão é sinónimo de praia, sol e calor.
Mulher na praia a aplicar protetor solar

Durante o verão, a radiação solar incide com mais intensidade sobre a Terra, aumentando o risco de queimaduras, cancro cutâneo e outros problemas de pele. No entanto, não é só na praia que estamos expostos à radiação e, mesmo quando não está calor, os raios UV podem ser prejudiciais.

De acordo com a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, que todos os anos lança o alerta, o cancro de pele pode afetar qualquer pessoa, em qualquer idade, embora seja mais frequente após os 50 anos de idade ou em pessoas que tenham tido uma exposição prolongada ao sol.

O risco aumenta se tiver pele clara ou se for propenso a queimaduras solares (sobretudo, se as tiver sofrido na infância).

Deste modo, os especialistas aconselham a uma exposição solar segura, procurando a sombra, sempre que possível, e evitando o sol de verão no meio do dia. Crianças e pessoas de pele mais clara devem evitar a exposição solar entre as 11 e as  17 horas.

Esta é, ainda, a altura de intensificar o uso do protetor solar, que deve ser aplicado diariamente, e não apenas nos momentos de lazer. 

Os produtos com fator de proteção solar (FPS) 30, ou superior, são recomendados para uso diário e também para a exposição mais prolongada ao sol.

Estes devem proteger contra os raios UVA e contra os raios UVB e devem ser aplicados uniformemente, em todas as partes de corpo, incluindo mãos, orelhas, nuca e pés, 30 minutos antes da exposição solar, para que a pele os absorva, renovando a sua aplicação de duas em duas horas ou após o banho.

É igualmente importante proteger as cicatrizes, especialmente as recentes, que podem ficar escuras e desenvolver lesões se expostas ao Sol.

Além do protetor solar, no verão é importante usar chapéu e roupas de algodão em todas as atividades ao ar livre. Tecidos sintéticos, como o nylon, bloqueiam apenas 30% da radiação UV.

“Para as crianças, sempre que possível procurar roupas com proteção UV”, aconselha a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo.

Quanto aos hábitos diários, no que diz respeito à higiene e alimentação, há alguns cuidados a ter.

As temperaturas mais quentes exigem hidratação redobrada, por dentro e por fora. Portanto, deve aumentar a ingestão de líquidos no verão e abusando da água ou  de sumo de frutas.

Deve apostar no consumo de frutas e legumes com alto teor de água e fibras, e em alimentos pobres em hidratos de carbono, que ajudam na hidratação do corpo, previnem doenças e adiam os sinais do envelhecimento.

Cenoura, abóbora, mamão, maçã e beterraba, ricos em carotenos, são alimento que apresentam uma importante ação antioxidante ajudando na prevenção de danos.

Deve aplicar, todos os dias, um bom creme hidratante para ajudar a manter a quantidade adequada de água na pele; e no banho, recomenda-se que use sabonetes compatíveis com o seu tipo de pele (porém, sem nuca exagerar!).

A temperatura da água deve ser fria ou morna para evitar o ressequimento da pele.

Esteja atento a lesões cutâneas suspeitas

A Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo aconselha a que examine, uma vez por mês, a pele para verificar se apresenta qualquer “alteração ou mancha” suspeita.

O exame deverá incidir sobre todo o corpo, parte anterior e parte posterior, com particular atenção nas áreas expostas ao sol.

Para tal, deve colocar-se em frente a um espelho de corpo inteiro, com um espelho de mão para ajudar a verificar as áreas mais difíceis, e procurar sinais que:

  1. sofreram alguma alteração de tamanho, cor e/ou forma;
  2. apresentam um aspeto diferente dos restantes;
  3. são assimétricos ou apresentam um rebordo irregular;
  4. são asperos ou escamosos;
  5. dão vontade de coçar;
  6. sangram ou libertam líquido;
  7. têm um aspeto rosado ou apresentam várias cores;
  8. parecem uma pequena ferida que não cicatriza.

Em qualquer um dos casos, deve procurar o médico assim que suspeite de alguma alteração.

Segundo a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, o cancro da pele pode ser tratado, sobretudo, se for diagnosticado precocemente.


Quando diagnosticado precocemente, o cancro de pele pode ser tratado.
Faça o auto-exame todos os meses. 

As 4 principais lesões cutâneas suspeitas:

Melanoma

É o tipo menos frequente de cancro da pele, mas também o mais agressivo.

Ao contrário dos outros tipos, mais comuns em idosos, o Melanoma pode afetar pessoas de qualquer idade.

Apresenta-se como um “sinal” muito escuro, que desenvolveu bordos irregulares ou cores diferentes ao longo do tempo, ou como uma “protuberância de crescimento rápido, rosa ou avermelhada”.

Pode surgir de um “nevo” atípico que se modificou ou como uma lesão recente, sobretudo em pele como muitos nevos (sinais) ou lentigos (manchas solares parecidas com sardas) ou em pele com antecedentes de queimaduras solares.

Pode difundir-se rapidamente sob a forma de metástases, sendo necessário o seu tratamento cirúrgico imediato.

Carcinoma Basocelular

É o tipo mais comum de cancro de pele e também o menos perigoso. Apresenta-se, habitualemente, como um nódulo elevado, da cor da pele, com bordos brilhantes e aspeto perolado; uma mancha ou ferida que não cicatriza ou como uma protuberância ligeiramente dura e rugosa que cresce lentamente ao longo do tempo. Se não for tratado pode invadir tecidos mais profundos.

Carcinoma Espinocelular

Este é o segundo tipo de cancro de pele mais comum. Rosto, couro cabeludo e dorso das mãos são as áreas mais afetadas por estas lesões, uma vez que são as que mais expostas estão à radiação solar.

Apresenta-se como um nódulo duro que pode crescer rapidamente e tornar-se ulcerado e exsudativo.

De acordo com a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, o carcinoma espinocelular pode difundir-se rapidamente para os gânglios e provocar metástases, em especial, em lesões mais avançadas localizadas nos lábios, orelhas, mãos e pés, ou em indíviduos imunodeprimidos.

Queratose actínica

Apresentando-se como manchas vermelho-acastanhadas escamosas e rugosas, estas lesões acometem a população mais idosa atingindo, sobretudo, as zonas da pele mais exposta ao sol: rosto, orelhas, dorso das mãos e couro cabeludo.

Tratam-se de lesões pré-cancerosas que, em 10-15% dos casos, podem evoluir para carcinomas espinocelular.

Devem ser tratadas a fim de prevenir a sua progressão.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Um estudo desenvolvido no Porto mostra que as crianças mais baixas e com menos gordura e músculo desenvolvem um padrão postural...

Os resultados do estudo, desenvolvido pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), indicam ainda que as crianças com o padrão postural retificado apresentam um esqueleto menos resistente - menor conteúdo mineral e menor densidade mineral óssea - do que aquelas que têm um padrão postural de curvaturas aumentadas.

Esta investigação tinha como objetivo demonstrar a existência de uma associação entre as propriedades físicas do osso e o desenvolvimento de diferentes tipos de postura, bem como o papel das quantidades de gordura e de músculo corporais nessa relação.

Para obtenção dos dados, foram analisadas 1.138 raparigas e 1.260 rapazes, com sete anos de idade, pertencentes à Geração XXI - projeto iniciado em 2005, que acompanha o crescimento e o desenvolvimento de mais de oito mil crianças nascidas em hospitais públicos da Área Metropolitana do Porto.

De acordo com o investigador do ISPUP Fábio Araújo, não é "absolutamente claro" qual desses padrões é o "mais favorável", do ponto de vista clínico, principalmente em crianças onde muito pouco se sabe sobre o papel destas tipologias posturais relativamente aos sintomas musculoesqueléticos.

No entanto, tendo em conta unicamente as conclusões deste estudo, é possível defender que, relativamente à promoção das propriedades físicas do osso desde a infância, a postura de curvaturas aumentadas parece sem mais favorável e a mais indicada.

Para prevenir o aparecimento de uma postura retificada ou, então, promover ligeiramente o aumento das curvaturas da coluna, nos casos em que possa ser necessário, Fábio Araújo indica que pode-se recomendar um aumento de peso, mas apenas nas crianças que apresentem, efetivamente, peso baixo.

Nestes casos, a criança pode também ser avaliada por especialistas de reeducação postural, como fisioterapeutas, para alongar a musculatura que se apresente ligeiramente encurtada e, assim, potenciar um aumento das curvaturas da coluna, dentro dos limites fisiológicos que terá de ser adaptado a cada criança.

Segundo Fábio Araújo, nos casos de perfil postural de curvaturas aumentadas, existe uma relação "particularmente forte" entre a postura e as propriedades físicas do osso, verificando-se uma potenciação destas duas vertentes através de mecanismos de sustentação da posição de pé.

Como as crianças com este perfil têm mais peso, "necessitam de fazer mais força para o suportar contra a gravidade, o que faz com que as vértebras sejam comprimidas" e esse "stresse mecânico" promova a formação de mais tecido ósseo, "traduzindo-se em alterações da orientação vertebral" e formando "uma postura com curvaturas aumentadas", explicou.

Sabe-se, agora, que se o osso for afetado, o mesmo acontece com a postura, o que pode levar a problemas musculoesqueléticos, como o desenvolvimento de dores nas costas, esclareceu o investigador.

"Se alterarmos a postura, poderemos conseguir influenciar a forma como o osso se desenvolve, o que pode ser importante para tratar problemas como a osteoporose", concluiu.

Esta investigação, coordenada pela investigadora do ISPUP Raquel Lucas e da qual fazem ainda parte Ana Martins, Nuno Alegrete e Laura Howe, deu origem a um artigo que foi publicado recentemente no versão 'online' da revista "The Spine Journal".

Oncologia
O Instituto Português de Oncologia do Porto vai começar a efetuar um teste aos genes dos tumores extraídos da mama, para...

O coordenador da Clínica de Mama do Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto), Joaquim Abreu de Sousa, disse que este teste genómico (ou assinatura genética), que estará disponível a partir de 17 julho, estuda 50 genes associados ao cancro da mama, determinando, para além do grau de agressividade do tumor, a forma como este se vai comportar.

De acordo com o médico, normalmente, para verificar esses indicadores, são utilizados os fatores de prognóstico clássico, como o tamanho do tumor, o número de gânglios e o grau de diferenciação celular, entre outros, o que, com este teste, passará a ser muito mais fiável.

Para Joaquim Abreu de Sousa, a mais-valia da assinatura genética é enorme, visto que representa um ponto de viragem no entendimento da doença, permitindo tratar os doentes de forma altamente especializada e individualizada, sendo os diagnósticos e as terapêuticas desenhadas em função das características individuais de cada um.

Na última década, foi administrada "muita terapêutica adjuvante" (quimioterapia) a doentes com cancro da mama, estimando-se que, em cerca de dois terços desses pacientes, os resultados teriam sido praticamente os mesmos caso isso não tivesse acontecido, explicou.

A assinatura genética "vai evitar o sub e o sobretratamento dos doentes", referiu o médico, visto que somente serão selecionados para a quimioterapia aqueles em que se verifique que existe vantagem na terapêutica.

O tratamento direcionado vai possibilitar ainda "uma redução na despesa relacionada com os custos diretos da quimioterapia e com efeitos adversos associados", indicou Joaquim Abreu de Sousa, acrescentando tratar-se da passagem da medicina de medida única para a medicina personalizada.

Para além disso, são efetuados nos hospitais locais, pelo seu 'staff', sem necessidade de enviar a amostra do tumor para outros laboratórios analisarem a assinatura genética, como acontecia com os testes da primeira geração, que foram efetuadas no início dos anos 2000.

O coordenador indicou ainda que o teste genómico estuda os genes do tumor, associados à proliferação e à resposta imune, por exemplo, que permitem predizer qual o risco (baixo, intermédio ou alto) de o tumor voltar a aparecer e a criar metástases, diferenciando-se do teste genético, que avalia, nos genes do doente, se existe risco de este vir a desenvolver cancro.

Segundo um comunicado do IPO-Porto hoje divulgado, vários organismos internacionais, nomeadamente o 'National Cancer Institute' (líder na investigação em oncologia nos Estados Unidos), enfatizam o valor do diagnóstico molecular para reduzir o tratamento com quimioterapia de doentes com cancro da mama.

Os resultados deste estudo vão ser apresentados ainda hoje, pelas 16:30, no auditório principal do IPO-Porto.

Estudo
Bastou um aumento de apenas 0,5 graus Celsius na temperatura média global para que as ondas de calor e as chuvas torrenciais se...

Os investigadores compararam dois períodos (1960-1979 e 1991-2010), entre os quais a temperatura média aumentou 0,5 graus Celsius.

Entre ambos os períodos, a intensidade das precipitações extremas aumentou 10% em um quarto do território mundial. E as secas prolongaram-se por uma semana a mais em metade das regiões, segundo o estudo publicado na revista científica Nature Climate Change.

A temperatura do planeta já tinha subido 1ºC desde a era pré-industrial, escreve o Sapo. "Agora dispomos de observações reais que nos permitem determinar os impactos concretos do aquecimento", disse Carl-Friedrich Schleussner, investigador do Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático, na Alemanha.

As mudanças climáticas, geradas pela combustão de combustíveis fósseis, surgiram com a industrialização, mas aceleraram-se nos últimos 50-60 anos. Entre os períodos estudados, foram registadas temperaturas às vezes 1ºC mais altas nos verões e 2,5ºC mais altas nos invernos.

A comunidade internacional adotou em dezembro de 2015, em Paris, um acordo para limitar o aquecimento abaixo de 2ºC em relação à era pré-industrial, e, se possível, a 1,5ºC. "Vemos claramente que uma diferença de 0,5ºC conta", afirmou Erich Fischer, da Escola Politécnica Federal de Zurique, coautor do estudo.

Estudo
Um estudo norte-americano da Universidade de Brigham Young defende que praticar exercício físico de forma intensiva durante,...

A investigação científica publicada no jornal científico "Preventive Medicine" e liderada por Larry Tucker analisou dados de mais de 5 mil adultos residentes nos Estados Unidos.

A investigação, escreve o Sapo, debruçou-se sobre os níveis de atividade física diária dos participantes. Em comunicado, os investigadores adiantam que o estudo comparou também o comprimento dos telómeros dos participantes, uma estrutura dos genes que está diretamente relacionada com o envelhecimento das células.

Ao analisar os níveis de atividade segundo quatro categorias - sedentária, baixa, moderada e alta -, os investigadores descobriram que, nas três primeiras, o comprimento destes estruturas eram praticamente semelhantes, ou seja, só os participantes que se empenharam em altos níveis de atividade física revelaram telómeros maiores. Essa diferença, significa, segundo os cientistas mais 9 anos de vida.

Os investigadores definiram níveis altos de intensidade física uma corrida de 30 minutos para as mulheres e de 40 para os homens, pelo menos cinco dias por semana. "Quem tem 40 anos, não significa que tenha 40 anos biologicamente. Todos conhecemos pessoas que parecem mais jovens. (...) Quanto mais ativos fisicamente formos, menos envelhecimento biológico ocorre no nosso organismo", comenta Tucker na referida nota da universidade.

Estudo
Componentes da levedura do pão podem ser a solução para evitar os efeitos tóxicos dos poluentes nas plantas e vegetais que...

A investigação, publicada na revista Scientific Reports, centrou-se em dois genes da levedura do pão que permitem às plantas e vegetais crescer rodeadas por poluentes que normalmente afetariam o seu crescimento, como metais pesados e elementos orgânicos libertados pela indústria, e restos de herbicidas e pesticidas agrícolas.

"As estratégias atuais para descontaminar os solos são muito dispendiosas e nem sempre muito eficazes. Uma solução pode estar na ‘Saccharomyces cerevisiae’, a espécie de levedura usada para fermentar o pão, a cerveja e o vinho", afirma Paula Duque, do Instituto Gulbenkian de Ciência.

Usando uma planta herbácea chamada ‘Arabidopsis thaliana’ em que inseriram cada um dos dois genes estudados, os investigadores verificaram que se tornou mais resistente a herbicidas, fungicidas e metais pesados, escreve o Sapo.

"Estes dois genes de leveduras produzem proteínas capazes de expelir moléculas das células. Assim, formulámos a hipótese de que poderiam desempenhar um papel semelhante em plantas, eliminando as moléculas tóxicas e permitindo um crescimento vegetal normal", afirmou a investigadora do Instituto Gulbenkian, que colaborou com colegas do Instituto Superior Técnico.

O próximo passo é repetir a experiência para compreender melhor como estas plantas desenvolvem resistência, para descobrir se os resultados se repetem em plantas de interesse agrícola. "Mas os resultados obtidos com genes da espécie de levedura utilizada na produção do pão ou da cerveja são verdadeiramente promissores para a resolução de um problema ambiental sério", de acordo com Paula Duque.

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