Estudo
O “krokodil”, a droga mais destrutiva do planeta, tem na sua composição 95 analgésicos, alguns deles com grande potencial para...

Este resultado acaba de ser publicado na "Chemical Research in Toxicology", a revista científica da Academia Americana de Química, e é da autoria da mesma equipa de investigadores portugueses que desenvolveu o único método existente para detetar o “krokodil” no sangue e na urina.

O Krokodil é uma droga 10 vezes mais potente que a heroína e que está a amputar e matar milhares de pessoas, escreve o Sapo.

A equipa que fez a descoberta é liderada por Ricardo Dinis-Oliveira, professor e investigador de ciências biomédicas na CESPU, especializado em ciências forenses.

Droga pode provocar amputação de membros
“Ao estudarmos a parte má de uma droga tão viciante como o ‘krokodil” – que é mais ácida, agressiva e corrosiva do que qualquer outra no mercado, podendo levar à amputação de membros –, interrogámo-nos sobre o que leva as pessoas que o injetam a tolerar a dor e, ao mesmo tempo, a ter prazer na administração”, afirma Ricardo Dinis-Oliveira.

“Foi assim que identificámos 95 moléculas que, pelo facto de serem semelhantes à morfina, poderão ser também excelentes ferramentas terapêuticas no tratamento e alívio da dor severa, sobretudo quando os tratamentos clássicos deixam de ter eficácia”, acrescenta o autor do estudo.

Félix Carvalho e Carlos Afonso, professores da Faculdade de Farmácia do Porto, são outras duas assinaturas importantes no artigo agora editado por uma das mais importantes publicações mundiais dedicada ao estudo da toxicologia e da química medicinal. Este trabalho insere-se também na tese de doutoramento de Emanuele Alves, quadro da Polícia Federal do Rio de Janeiro.

Ainda antes do artigo ter sido publicado pela revista da Academia Americana de Química, a 30 de maio, a equipa submeteu à Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) um projeto de investigação para estudar qual (ou quais) das moléculas analgésicas se mostrará mais promissora para o tratamento de vários casos de dor severa: queimados, enfarte agudo do miocárdio, politraumatizados, dor oncológica, cuidados paliativos e cuidados terminais.

O projeto apresentado à FCT tem o valor de 240 mil euros e prevê dois investigadores a tempo inteiro, durante três anos. O trabalho de investigação será feito no Instituto Universitário de Ciências da Saúde da CESPU, no Grande Porto, e na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto no âmbito de doutoramentos em Ciências Biomédicas e Forenses.

A candidatura sustenta que a dor há muito deixou de ser considerada um sintoma que se tem de suportar, havendo que encontrar terapêuticas adequadas para a reduzir, aumentando desta forma a qualidade de vida dos doentes. Ainda esta semana, a FCT atribuiu uma bolsa de doutoramento a um estudante que se focará no estudo da farmacologia destes compostos.

“As moléculas estão todas caracterizadas em termos de estruturas químicas”, afirma Ricardo Dinis-Oliveira. “O que a investigação nos vai dizer é quais são aquelas que têm melhor potencial analgésico para o tratamento da dor severa”. Segundo o coordenador da investigação, o “krokodil” poderá “estar oferecer, de forma inesperada, um arsenal terapêutico para dor até à data verdadeiramente incomparável”.

Um caso em Portugal
O “krokodil” é uma droga altamente destrutiva que ganhou este nome por provocar uma aparência esverdeada e escamosa na pele dos consumidores. Muito difundida em países asiáticos e nos Estados Unidos, tem como principal componente psicoactivo um opioide semissintético, a desomorfina. Detetada há uma década na Rússia, em Portugal o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) só tem registo de um caso de consumo no país.

Investigação revela
O aquecimento do planeta em dois graus até final do século, uma meta que é referida como passível de evitar, pode mais do que...

A comunidade internacional concordou, no chamado Acordo de Paris, combater o aquecimento global (limitando a emissão de gases com efeito de estufa) de forma a que esse aumento de temperatura não ultrapasse os 1,5 graus celsius (e não os 02 graus, que era a meta anterior).

No entanto, segundo o Sapo, a investigação agora divulgada considera como muito provável que o planeta exceda essa meta. O estudo usa ferramentas estatísticas as quais indicam que há apenas 05% de probabilidades de a Terra aquecer apenas 02 graus ou menos até final do século. E a possibilidade de aquecer 1,5 graus ou menos é de 01%.

 “A nossa análise mostra que o objetivo dos 02 graus é o melhor cenário”, disse o autor principal do trabalho, Adrian Raftery, acrescentando que para isso era necessário um grande e sustentando esforço, em todas as frentes, nos próximos 80 anos.

Ao contrário, as projeções indicam 90% de hipóteses de que as temperaturas aumentem, neste século, entre 02 e 4,9 graus celsius. “A nossa análise é compatível com estimativas anteriores, mas conclui que as projeções mais otimistas são improváveis de acontecer”, disse Raftery, acrescentando que o planeta está mais perto “da margem” do que as pessoas pensam.

Os responsáveis pela investigação trabalharam sobre três cenários de emissões de gases com efeito de estufa e usaram projeções estatísticas sustentadas em 50 anos de dados de países de todo o mundo. E encontraram um valor médio de aquecimento de 3,2 graus até 2100, com 90% de hipóteses de que o aquecimento global seja neste século entre 02 e 4,9 graus.

Observatório do Afogamento
Sessenta e nove pessoas morreram afogadas em Portugal desde o início do ano, quase todas em zonas não vigiadas, segundo dados...

Segundo o Observatório, morreram 69 pessoas afogadas, quase metade no mar e uma em cada quatro em zonas de rio. Os restantes afogamentos ocorreram em rios, poços, tanques de rega, piscinas (particulares ou de hotéis), valas e marinas.

O relatório do primeiro semestre do Observatório do Afogamento regista um total de 62 mortos (mais sete no mês de julho), quase metade (29 casos) no mar e apenas dois casos foram registados em zonas vigiadas. Um em cada quatro casos (16) foram registados em zonas fluviais. O maior número de casos ocorreu no distrito do Porto (12), seguido de Faro (11) e Lisboa (nove), escreve o Sapo.

O mês de junho foi o que mais mortes por afogamento registou, com 17 casos, seguido de fevereiro (11), março e maio (10) e janeiro, abril e julho (sete casos cada). Na lista das causas determinadas para o afogamento incluem-se pesca lúdica, tentativa de salvamento, arrastamento por correntes (mar e rio), passeio junto ao mar, embriaguez, queda de carro ao rio ou ritual religioso. Quase metade dos casos não tem causa determinada.

O Observatório do Afogamento foi fundado em 2017 pela Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores para "contabilizar as mortes por afogamento em Portugal, de forma a serem criadas estratégias de prevenção".

A maioria das praias portuguesas iniciou a época balnear durante o mês de junho, um período que se estende até 15 de outubro para efeitos da “exploração e funcionamento de concessões de apoio balnear e seus serviços acessórios”. Contudo, houve locais onde a época balnear arrancou a 01 de maio, uma vez que compete às câmaras municipais definir a época balnear em cada praia do seu concelho.

Este verão brinde às coisas boas da vida, mas beba menos
É tempo de férias, de praia, de sol, de jantaradas, amigos, festas e, é tempo de esquecer as obrigações e a rotina! É por isso...

As doenças cardiovasculares, as doenças do aparelho digestivo e órgãos anexos, particularmente, a doença hepática crónica e as neoplasias, as perturbações neuropsiquiátricas e os acidentes de viação, estão todos associados a um consumo excessivo das bebidas alcoólicas.

Os números:
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o consumo abusivo de álcool:

- provoca 3.3 milhões de mortes, no mundo, o que representa 5.9% da mortalidade mundial;
- está associado a mais de 200 doenças;
- aproximadamente 25% da mortalidade mundial, está associada ao consumo de álcool, nos indivíduos entre os 20 e os 39 anos e existe uma relação entre o consumo excessivo de álcool e a doença mental.

A Doença Cardíaca:
O abuso de álcool provoca várias alterações no organismo que afetam muitos órgãos, incluindo o coração: O músculo cardíaco danificado não consegue bombear sangue suficiente para o resto do corpo. Quando o ventrículo esquerdo não consegue bombear todo o sangue, o coração dilata para acolher o sangue extra. A frequência cardíaca aumenta para compensar a redução da contração cardíaca. Isso produz ainda mais pressão sobre o coração e os vasos sanguíneos. Finalmente, o músculo cardíaco pode falhar, devido aos danos e excesso de esforço.

Segundo a Sociedade Portuguesa de Cardiologia, consumir álcool em excesso aumenta o risco de desenvolver Hipertensão Arterial, Obesidade, Colesterol e Diabetes e pode provocar doenças como o Acidente Vascular Cerebral, Insuficiência Cardíaca, Arritmias Cardíacas, Morte Súbita Cardíaca e Cardiomiopatia Dilatada Alcoólica.

Nas palavras do Prof. João Morais, Presidente da SPC, “o Verão é um bom período para iniciar práticas de exercício, comer melhor e até para deixar de fumar”. Mais acrescenta que esta é também “uma ótima altura para relembrar que o consumo de álcool, em excesso, está associado a graves doenças cardíacas, as quais podem levar à morte prematura". O Presidente da SPC aconselha: "bebam naquele jantar especial, ou naquela refeição que só nestas alturas fazemos. Evitem o consumo sistemático de álcool a todas as refeições ou mesmo todos os dias.”

Associação Zero
A associação ambientalista Zero revelou que a partir de quarta-feira a humanidade atinge o limite e recursos disponíveis para...

De acordo com a Zero, o último ano em que a humanidade respeitou o "orçamento natural anual", fazendo com que os recursos existentes no planeta chegassem para o ano inteiro, foi há quase 50 anos, em 1970.

A Zero sublinha também o peso da pegada ecológica de Portugal, lembrando que eram precisos mais do que um planeta se todos os países atingissem os níveis portugueses, escreve o Jornal de Notícias.

"Se todos os países tivessem a mesma pegada ecológica do que nós, seriam necessários 2,3 planetas", lembra.

Para os ambientalistas da Zero, o consumo de alimentos (32% da pegada global do país) e a mobilidade (18%) são as atividades humanas diárias que mais contribuem para a Pegada Ecológica de Portugal.

"Num mundo onde persiste uma enorme desigualdade em termos de distribuição de rendimentos e acesso a recursos naturais, estes dados são claros sobre a necessidade de se produzir e consumir de forma muito diferente", defendem.

O chamado de Overshoot Day, quando os recursos se esgotam, "indica-nos que estamos a forçar os limites do planeta cada vez com maior intensidade, uma tendência que é urgente mudar para bem da Humanidade e da sua qualidade de vida", acrescenta.

Entre as várias propostas da Zero para reduzir o défice ambiental está a aposta numa economia circular, onde "a utilização e reutilização de recursos é maximizada" e que segundo os ambientalistas deverá ser "uma prioridade transversal a todas as políticas públicas".

"O ponto fulcral deverá ser a redução no uso de materiais, a promoção da reutilização e a extensão dos tempos de vida dos bens e equipamentos. Para ser eficaz, teremos que mudar o paradigma de 'usar e deitar fora', muito assente na reciclagem, incineração e deposição em aterro, para um paradigma de 'ter menos, mas de melhor qualidade'", defende a associação.

A promoção de uma dieta alimentar saudável e sustentável, com a redução do consumo de proteína de origem animal e um aumento significativo do consumo de hortícolas, frutas e leguminosas secas, é outra das propostas da Zero.

"Trará enormes benefícios à saúde de todos e uma redução significativa do impacto ambiental associado à alimentação", sublinham os ambientalistas, lembrando que, em Portugal, tal significará uma aproximação da balança alimentar portuguesa com o que é defendido no padrão alimentar da roda dos alimentos.

A Zero propõe ainda a promoção da mobilidade sustentável assente em diferentes estratégias, designadamente a melhoria do acesso e das condições em que operam os transportes públicos, a disponibilização de condições e infraestruturas que estimulem a "mobilidade suave" e a partilha do transporte ('car-sharing').

"Evitar usar o cartão de crédito ambiental é um investimento no nosso bem-estar e qualidade de vida. Viver com pleno respeito pelos generosos limites do Planeta Terra é a única forma de garantirmos um melhor futuro para todos", defende a Zero.

Na Europa
Foram apreendidos 140 milhões de cigarros de contrabando e 32 pessoas detidas em seis países no último trimestre. A...

O Organismo Europeu de Luta Contra a Fraude (OLAF) e os Estados membros da União Europeia apreenderam 140 milhões de cigarros de contrabando e detiveram 32 pessoas em seis países, no último trimestre, escreve o Observador.

O comunicado do organismo destaca uma operação, no princípio de julho, na cidade espanhola de Valencia em que foram apreendidos nove milhões de cigarros dissimulados numa carga, proveniente dos Estados Unidos e que indicava transporte de sapatos. Nove pessoas foram presas e acusadas de contrabando pelas autoridades espanholas, em Valencia.

Nas últimas semanas, o OLAF transmitiu também, aos serviços alfandegários espanhóis, informações sobre um envio suspeito, procedente dos Emirados Árabes Unidos, com destino ao aeroporto de Barcelona-El Prat e que permitiu apreender um milhão e 800 mil cigarros.

O mesmo comunicado refere-se também à operação que ocorreu no porto belga de Amberes onde 90 milhões de cigarros de contrabando, vindos do Egito, foram detetados pelas autoridades. A polícia fronteiriça da Roménia deteve seis pessoas e retirou de circulação um milhão e 200 mil cigarros de contrabando no princípio do mês.

Na Grécia foram confiscados pelas autoridades 14 milhões de cigarros, em Salónica, apesar das tentativas dos contrabandistas que insistiam que a carga correspondia a sacos de plásticos. O Organismo Europeu de Luta Contra a Fraude e a polícia holandesa desmantelaram uma fábrica ilegal de cigarros, numa operação que conduziu à detenção de 14 indivíduos e à apreensão de cinco milhões de cigarros. Na Ucrânia, em virtude do intercâmbio de informações com a União Europeia, sobre contrabando, as autoridades de Kiev impediram a circulação de 15 milhões de cigarros.

9ª. Edição da Geração Depositrão
As cerca de 900 escolas e entidades que participaram na 9ª. Edição da Geração Depositrão recolheram 413 toneladas de resíduos...

Entre os resíduos recolhidos ao longo do ano letivo contamos mais de 850 frigoríficos, 1700 grandes eletrodomésticos ou 5200 televisores/monitores, entre outros.

A tabela dos vencedores no critério de peso total recolhido é liderada pelas escolas: EB23 Damião de Odemira (Beja), líder a nível nacional, com mais de 16 500 kg; EB1 de Loução–Venade (Viana do Castelo) que ultrapassou os 14 500 kg; Escola Secundária de Ponte de Sor (Portalegre) com peso superior a 13 000 kg; Escola Secundária com 3.º Ciclo do Fundão (Castelo Branco) que reuniu mais de 10 000 kg e a EBI/S Cardeal Costa Nunes (Região Autónoma dos Açores) que somou mais de 8 900 kg.

No que respeita à categoria peso total por aluno, destacam-se as escolas: Jardim de Infância de Casais de São Clemente e EB1 de Lamas (ambas de Miranda do Corvo), EB1 de Loução-Venade (Viana do Castelo), EB1 de Cabanas de Tavira (Faro) e a Escola Básica de Paiva (Évora). A escola que ocupa o primeiro lugar desta categoria (Jardim de Infância de Casais de São Clemente) recolheu mais de 445 kg por aluno.

Para além da atividade de recolha, as escolas responderam a desafios criativos, segmentados por níveis de escolaridade.

Neste contexto, foram apuradas as escolas:

EB23 Dr. Acácio de Azevedo (Aveiro)
Escola Básica e Secundária Pedro da Fonseca (Castelo Branco)
EB/JI João Beare (Leiria)
Jardim de Infância do Cacém Nº1, Escola Básica e Secundária Gama Barros e Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (Lisboa)
EB23 Sophia de Mello Breyner (Porto)
Escola Secundária da Ribeira Grande e Escola Rui Galvão de Carvalho (Região Autónoma dos Açores)
Escola EB1/PE e Creche do Porto Moniz e EB23 Dr. Horácio Bento de Gouveia (Região Autónoma da Madeira)
EB1 Nº 6 do Barreiro (Setúbal)

Filipa Moita, Responsável de Comunicação da ERP Portugal, conclui que “o compromisso assinado pelas escolas e entidades que participaram é motivo de orgulho e satisfação, pois a recolha destes resíduos, muitos deles perigosos, tem sido uma causa defendida por todos e abraçada com muita energia e dedicação! Parabéns a todos os cidadãos que revelaram, novamente, a sua preocupação com a sustentabilidade, este ano traduzida, também, no donativo a entregar à Operação Nariz Vermelho.”

Magda Ferro, Diretora de comunicação da Operação Nariz Vermelho acrescenta: “Agradecemos a todas as escolas e entidades Geração Depositrão que contribuíram arduamente para ajudar os Doutores Palhaços a levar alegria a mais de 41 000 crianças hospitalizadas, em 14 hospitais pediátricos do nosso país! Um forte abraço de palhaço a todos os agentes da reciclagem!”

Esta campanha da ERP Portugal é implementada em parceria com a ABAE (Associação Bandeira Azul da Europa), através do Programa Eco-Escolas, e conta com o apoio das marcas LG, Orima, Pingo Doce, Science4You e Worten.

Estudo
Uma equipa de investigação do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra desenvolveu um teste que...

Este novo teste propõe uma alternativa aos atuais testes pré-natais que, além de serem realizados exclusivamente em animais, apresentam limitações quando testados em contexto clínico.

A solução, desenvolvida no âmbito de um estudo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, irá permitir avaliar a toxicidade dos medicamentos num sistema “humanizado” e poderá contribuir para a redução de defeitos no desenvolvimento do sistema vascular do embrião.

O sistema é “humanizado” porque as células não são testadas em animais, mas colocadas numa plataforma microfluídica e expostas a condições de fluxo arterial que permite uma avaliação toxicológica em condições semelhantes ao que acontece in vivo.

Numa primeira fase, a equipa desenvolveu uma metodologia para obter células endoteliais humanas a partir de células estaminais pluripotentes (CEP) – que podem originar todos os tecidos do organismo – e avaliou o impacto de 1280 químicos, identificando dois particularmente perigosos.

Helena Vazão, autora do artigo científico publicado, esclarece que “o grupo desenvolveu uma plataforma capaz de analisar e relacionar muitos dados simultaneamente de forma mais rápida (high-throughput) baseada em CEP humanas”.

Por seu lado, a investigadora Susana Rosa, outra das autoras do artigo científico, sublinha que “identificámos dois compostos, aflufenazina (um anti-psicótico) e o 7-Cyclo (um anti-inflamatório), que interferem na formação da vasculatura embrionária. Os compostos foram posteriormente testados num modelo animal de embriões de peixe zebra confirmando-se a sua toxicidade”.

A análise é baseada em células endoteliais (células que revestem os vasos sanguíneos e que estão em contacto direto com o sangue) embrionárias, obtidas a partir das células pluripotentes. A equipa descobriu que estes dois químicos apresentam uma maior toxicidade nas células endoteliais embrionárias quando comparados com as células endoteliais pós-natais.

Os problemas vasculares do embrião estão associados à morte do feto, malformações e deficiência cognitiva à nascença, podendo ser causadas pelo ambiente ou pela exposição a fármacos, sendo necessário um teste fiável que possa despistar químicos nocivos.

O estudo foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e por fundos europeus através dos programas COMPETE, QREN e FEDER.

Prova de ciclismo inicia-se a 4 de agosto em Lisboa
A Volta a Portugal em Bicicleta arranca a 4 de agosto em Lisboa, na Praça do Império e a Sociedade Portuguesa de Esclerose...

Também nas cidades de chegada (Lisboa, Setúbal, Castelo Branco, Bragança, Mondim de Basto, Viana do Castelo, Fafe, Santo Tirso, Oliveira de Azeméis, Guarda e Viseu), vai ser possível visitar a Casa da Esclerose Múltipla (EM) e conhecer as experiências que permitem aos visitantes sentir e viver por um momento as dificuldades e limitações que uma pessoa com EM enfrenta no seu dia a dia. Entre as experiências o visitante poderá sentir a falta de equilíbrio, ao andar com barbatanas sobre um tapete desnivelado; a fadiga e cansaço excessivo, através da colocação de perneiras que tornam os membros pesados ou da poltrona baixa que torna particularmente difícil levantar; as dificuldades de memória, através do Livro da Alice, que os visitantes da Casa da EM vão dar por si a ler a mesma página vezes sem conta; entre outras.

Além da Casa da EM, a Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM) terá um quiosque onde disponibiliza mais informação sobre as suas atividades e projetos e haverá um espaço dedicado ao projeto EM’FORÇA. A área onde se encontra este espaço está aberta ao público entre as 13h30 e as 18h00.

Alexandre Dias, que foi diagnosticado com EM há cerca de 5 anos atrás, é um dos representantes da SPEM neste espaço e atleta do EM’FORÇA, que este ano se prepara para participar numa das provas mais duras do planeta: o IRONMAN, a realizar-se em Barcelona no dia 30 de setembro, e que compreende 3,8 Km de natação, 180 Km de ciclismo e 42 Km de corrida.

No dia 11 de agosto, em dia de descanso para os ciclistas profissionais, Alexandre e uma equipa de ciclistas amadores lançam-se numa etapa de ciclismo de cerca de 80 Km, com partida e chegada à cidade de Fafe. Esta prova faz parte dos treinos de preparação física que Alexandre Dias desenvolve regularmente até ao IRONMAN.

Sobre a Casa da EM o atleta explica, “Ao trazer a Casa da EM da Merck, para a Volta a Portugal, a nossa principal preocupação foi criar um espaço em que todas as pessoas possam ter uma experiência tão aproximada quanto possível do que é viver com EM e sensibilizar os que desconhecem a doença. Queremos interagir com estas pessoas e passar o nosso testemunho. A EM é a doença do foro neurológico mais incapacitante entre jovens adultos, mas é importante mostrar que é possível viver e enfrentar desafios com EM.”

A Volta a Portugal em Bicicleta encontra-se na sua 79ª Edição e este ano decorre entre 4 e 15 de agosto. De seguida deixamos listada a calendarização da prova:

04 de agosto: Lisboa - Lisboa
05 de agosto: Vila Franca de Xira - Setúbal
06 de agosto: Reguengos - Castelo Branco
07 de agosto: Figueira de Castelo Rodrigo - Bragança
08 de agosto: Boticas - Sr.ª Graça
09 de agosto: Macedo Cavaleiros - Viana do Castelo
10 de agosto: Braga - Fafe
11 de agosto: Descanso
12 de agosto: Lousada - Santo Tirso
13 de agosto: Gondomar - Oliveira de Azeméis
14 de agosto: Lousã - Guarda
15 de agosto: Viseu - Viseu

Estudo
Investigadores do Porto concluíram que a doença autoimune ‘miastenia gravis’, que pode levar à paralisia de vários grupos...

Embora esta investigação não determine as causas que levam a esta mudança de paradigma, estudos realizados noutros países apontam os fatores ambientais e a toma de determinados medicamentos por parte da população idosa como possíveis causas, disse a investigadora Ernestina Santos, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS), uma das entidades responsáveis pelo projeto.

A ‘miastenia gravis’ (MG) é uma doença rara, de causa desconhecida, que afeta, em Portugal, 288 idosos num milhão, com cerca de 22 novos casos por ano e que pode levar à paralisia dos músculos dos movimentos dos olhos, da mastigação, da deglutição, dos movimentos dos membros e, em casos mais graves, dos músculos respiratórios.

De acordo com a investigadora da Unidade Multidisciplinar de Investigação Biomédica (UMIB) do ICBAS, tradicionalmente, esta patologia, que tem tratamento quando diagnosticada, era mais comum nas mulheres e nos jovens.

As conclusões deste estudo, no entanto, vieram demonstrar que o número de novos casos registados anualmente tem ocorrido, sobretudo, em doentes do sexo masculino, acima dos 65 anos, referiu.

Para a investigadora, estes resultados são de extrema importância para que se possa antecipar e contemplar o diagnóstico numa faixa etária que não era habitual, permitindo identificar e tratar os novos doentes idosos com esta patologia.

Durante o projeto, foram ainda estudados os fatores de suscetibilidade genética nos doentes com início da doença em idade jovem e nos de início tardio, tendo-se percebido que esses fatores diferem, embora o tratamento seja o mesmo para qualquer idade, através de medicação.

"A grande mensagem é que esta doença é mais frequente no idoso do que aquilo que se pensava e que se deve estar alerta para esse facto", referiu a também médica do Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar do Porto, outra das instituições envolvidas na investigação.

Com a duração de cinco anos, é o primeiro estudo a nível nacional nesta área, tendo englobado todos os hospitais do Norte de Portugal que tratam a doença.

A equipa responsável pelo projeto venceu, em junho, o Prémio Orlando Leitão/Biogen, que distingue anualmente o melhor trabalho apresentado durante o Congresso da Sociedade Portuguesa de Neurologia.

Instituto Português do mar e da Atmosfera
Dezoito concelhos dos distritos de Faro, Portalegre, Castelo Branco, Guarda e Santarém estão hoje em risco ‘máximo’ de incêndio...

Segundo o Instituto Português do mar e da Atmosfera (IPMA), estão em risco 'máximo' de incêndio os concelhos de Monchique, Silves, Loulé, São Brás de Alportel, Tavira, Alcoutim e Castro Marim (Faro), Abrantes, Mação (Santarém), Gavião, Nisa, Marvão (Portalegre), Vila Velha de Ródão, Vila de Rei, Proença-a-Nova, Oleiros (Castelo Branco), Guarda e Sabugal (Guarda).

O IPMA colocou ainda vários concelhos dos 18 distritos de Portugal continental em risco ‘elevado’ e ‘muito elevado’.

O risco de incêndio determinado pelo IPMA engloba cinco níveis, que podem variar entre o "reduzido" e o "máximo".

O cálculo é feito com base nos valores observados às 13:00 em cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

Às 06:30, a Autoridade Nacional de Proteção Civil dava conta de três incêndios, nenhum de grandes dimensões, que estavam em fase de conclusão.

No que diz respeito ao estado do tempo, o IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade na região Norte e litoral Centro até meio da manhã.

A previsão aponta também para vento em geral fraco predominando de noroeste, sendo moderado a forte nas terras altas das regiões Centro e Sul e soprando moderado durante a tarde no litoral a sul do Cabo Carvoeiro.

Está também previsto neblina ou nevoeiro matinal no litoral Norte e Centro e pequena subida da temperatura máxima no interior Norte e Centro.

Quanto às temperaturas, em Lisboa vão variar entre 16 e 25 graus celsius, no Porto entre 13 e 23, em Braga entre 12 e 27, em Viana do Castelo entre 13 e 23, em Vila Real entre 11 e 26, em Viseu entre 10 e 25, em Bragança entre 12 e 29, na Guarda entre 10 e 23, em Coimbra entre 12 e 25, em Aveiro entre 15 e 23, em Castelo Branco entre 14 e 30, em Leiria entre 13 e 23, em Santarém entre 14 e 27, em Portalegre entre 13 e 28, em Évora entre 15 e 30, em Beja entre 14 e 30, em Setúbal entre 15 e 28, em Faro entre 20 e 31.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todas as regiões de Portugal continental apresentam hoje risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação ultravioleta, de acordo...

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), também os arquipélagos da Madeira e Açores apresentam hoje risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV).

Para as regiões com risco 'muito elevado', o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o UV é 'baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade na região Norte e litoral Centro até meio da manhã.

A previsão aponta também para vento em geral fraco predominando de noroeste, sendo moderado a forte nas terras altas das regiões Centro e Sul e soprando moderado durante a tarde no litoral a sul do Cabo Carvoeiro.

Está também previsto neblina ou nevoeiro matinal no litoral Norte e Centro e pequena subida da temperatura máxima no interior Norte e Centro.

Na Madeira preveem-se períodos de céu muito nublado, aguaceiros em geral fracos, em especial nas vertentes norte e terras altas e vento fraco a moderado de noroeste, tornando-se gradualmente do quadrante leste a partir da tarde.

Para os Açores prevê-se céu geralmente pouco nublado, neblinas e chuvisco e vento fraco a bonançoso.

Quanto às temperaturas, em Lisboa vão variar entre 16 e 25 graus celsius, no Porto entre 13 e 23, em Braga entre 12 e 27, em Viana do Castelo entre 13 e 23, em Vila Real entre 11 e 26, em Viseu entre 10 e 25, em Bragança entre 12 e 29, na Guarda entre 10 e 23, em Coimbra entre 12 e 25, em Aveiro entre 15 e 23, em Castelo Branco entre 14 e 30, em Leiria entre 13 e 23, em Santarém entre 14 e 27, em Portalegre entre 13 e 28, em Évora entre 15 e 30, em Beja entre 14 e 30, em Setúbal entre 15 e 28, em Faro entre 20 e 31.

No Funchal as temperaturas vão oscilar entre 21 e 26 graus, em Ponta Delgada e Angra do Heroísmo entre 20 e 26 e em Santa Cruz das Flores entre 22 e 28.

União Europeia
O Conselho da União Europeia divulga hoje as cidades candidatas a receber as sedes da Autoridade Bancária Europeia e da Agência...

A cidade do Porto formalizou esta segunda-feira a sua candidatura para acolher a sede da Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês), que regula a indústria farmacêutica europeia e que opera na capital britânica desde 1995.

A EMA conta com 890 trabalhadores e recebe anualmente visitas de cerca de 35 mil representantes da indústria, enquanto a Autoridade Bancária Europeia (EBA) tem 159 funcionários, segundo dados da União Europeia.

Uma vez publicadas as candidaturas, a Comissão Europeia realiza uma avaliação técnica sobre as cidades, tendo em conta aspetos como a oferta hoteleira, as ligações de transportes e a disponibilidade de trabalhadores locais – no caso da EMA, 20 por cento dos funcionários eram de Londres.

O executivo comunitário deixará a decisão ao Conselho da União Europeia, que representa os Estados-membros da UE.

Os países comunitários terão uma “discussão política” com base na evolução da Comissão, último passo antes da votação dos ministros, em novembro, para escolher onde se vão localizar as duas agências.

Os ministros de Assuntos Gerais serão os responsáveis pela votação, que terá um máximo de três rondas e seguirá o esquema que já foi utilizado em 2013 para mudar de Londres para Budapeste a sede da CEPOL, agência da UE para a formação policial.

A votação será secreta e não contará com a participação do Reino Unido. Cada um dos 27 Estados-membros terá o mesmo número de pontos.

Na primeira ronda, cada país poderá atribuir 3, 2 e 1 pontos às cidades candidatas, de acordo com a ordem da sua preferência.

Se algumas delas conseguir três pontos de mais de metade dos países (14), será considerada eleita por maioria absoluta. Se isso não acontecer, passam à ronda seguinte as três cidades com maior número de votos.

Na segunda ronda, cada país terá um ponto – se alguma cidade conseguir 14, será eleita. Caso contrário, passarão à última ronda as duas mais votadas.

Em primeiro lugar, será decidida a nova sede da EMA e o país que a acolher terá de renunciar à EBA, caso também seja candidato.

O Porto apresentou esta segunda-feira a candidatura à sede da EMA, considerada como “a melhor forma” de a UE trabalhar a coesão no seu território.

O Governo aprovou, em abril, a candidatura de Portugal, pretendendo instalar a sede do organismo europeu na capital, mas a decisão gerou polémica, com outras cidades a reivindicarem a mesma intenção.

Em final de junho, o executivo decidiu reabrir o processo de candidatura, de forma a integrar também representantes do Porto, e o Conselho de Ministros decidiu a 13 de julho candidatar a cidade do Porto para acolher a EMA, por considerar ser a cidade portuguesa que "apresenta melhores condições para acolher a sede daquela instituição".

Lisboa já é sede de duas agências europeias, a da Segurança Marítima e o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência.

Praticamente todos os Estados-membros da União Europeia já apresentaram ou vão apresentar uma candidatura a sede da EMA, relativamente à qual deve existir uma decisão final em outubro ou novembro.

Polícia armada nos navios
Os Médicos Sem Fronteiras e outras organizações recusaram ontem assinar um novo código de conduto elaborado pelo governo...

O Ministério do Interior de Itália elaborou um código depois de terem surgido alegações de que algumas organizações sem fins lucrativos estavam a cooperar com traficantes de migrantes, segundo a agência Associated Press.

As autoridades italianas já disseram que as organizações que não assinaram o novo código poderiam correr o risco de ter acesso negado aos portos italianos.

As organizações humanitárias ainda tentaram promover alterações na proposta do governo, manifestando-se contra as regras que exigem que seja permitido ter polícia armada embarcada nos seus navios.

O diretor dos Médicos Sem Fronteiras, Gabriele Eminente, disse que a organização se recusou a aceitar política armada a bordo, alegando que a presença de armas “entra em conflito com os princípios” do grupo humanitário em todo o mundo.

Segundo a agência de patrulhamento de fronteiras da União Europeia, as organizações não-governamentais representam cerca de 40% de todos os resgates marítimos.

Centenas de milhares de migrantes são levados para Itália depois de serem resgatados no Mediterrâneo, após embarcarem na Líbia em barcos com condições precárias.

Apenas duas das cerca de 10 organizações que operam na zona, a ‘Save the Children” e a MOAS, concordaram com as novas regras definidas pelo governo italiano.

Ministério das Finanças
A Autoridade Tributária e Aduaneira e a Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica realizaram "uma ação nacional...

Da operação, nota o comunicado do Ministério das Finanças, resultaram, pelo fisco, 600 processos de contraordenação por não emissão de fatura ou não exibição dos documentos de transporte ou de aquisição, ao passo que, pela Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE), foram instaurados 50 processos de contraordenação, nomeadamente por incumprimento dos requisitos de higiene ou falta de certificação de segurança alimentar.

Foram também instaurados pela ASAE quatro processos-crime por "identificação de géneros alimentícios avariados, usurpação de utilização de Denominação de origem protegida e fraude alimentar".

"A ASAE efetuou ainda duas detenções e determinou a suspensão de sete estabelecimentos por falta de requisitos de higiene", é também referido.

A presença destas entidades no terreno, sublinha o Ministério das Finanças, "é essencial para detetar, dissuadir e penalizar situações de incumprimento voluntário".

"Pretende ainda garantir-se uma justa repartição do esforço fiscal. Para além do efeito dissuasor, pretende desenvolver-se uma ação pedagógica sobre os operadores económicos, aumentando a perceção do risco e dos custos associados ao não cumprimento", nota o ministério tutelado por Mário Centeno.

Santa Maria
O Serviço de Neurocirurgia do Hospital Santa Maria, em Lisboa, operou desde o início do ano dois doentes com uma nova técnica...

Segundo um comunicado do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), a que pertence o Santa Maria, este serviço de neurocirurgia é o único a aplicar a técnica em Portugal.

“Este tipo de tratamento está direcionado para pessoas que sofram de epilepsia não controlada com terapêutica médica, nas quais é previsível a localização de uma zona relativamente restrita no cérebro, responsável pelo início das crises”, prossegue o comunicado.

A informação acrescenta que, “se esta for suficientemente localizada, a ablação por radiofrequência torná-la-á inativa, com melhoria da frequência das crises ou mesmo, com o seu controlo na íntegra”.

Outra vantagem desta técnica é “evitar a realização de uma grande cirurgia para abertura do crânio”.

“A técnica é efetuada recorrendo apenas à realização de pequenos orifícios, de dois milímetros, através dos quais são colocados os elétrodos, que chegam assim a locais profundos do cérebro, muitas vezes inacessíveis em cirurgias abertas”.

Dados apresentados na Conferência IAS
Investigadores norte-americanos estão a testar aquela que poderá ser a nova arma contra a propagação do vírus VIH entre a...

Atualmente, cerca de um quinto de todas as novas infeções registadas pelo VIH atingem adolescentes e mulheres entre os 15 e os 24 anos.

A possibilidade de colocar no mercado um método exclusivamente feminino de proteção contra o vírus vai libertar as mulheres da dependência dos homens no uso do preservativo. Pelo menos é esta a opinião do diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, Anthony Fauci. “Se você puder dar às mulheres a oportunidade de se protegerem de uma forma completamente confidencial, será um grande passo para ajudá-las”, afirmou em entrevista à BBC.

Em fase de testes, o anel vaginal com antirretroviral tem mostrado uma eficácia bastante importante no combate ao vírus VIH.

Este trata-se de um anel flexível, do tamanho dos diafragmas usados como anticoncecionais, e que é colocado no colo do útero, libertando dapivirina – um conhecido antirretroviral – que atua no organismo durante o período de um mês, altura em que deve ser substituído.

Recentemente, os investigadores testaram a adoção deste método em adolescentes americanas. Durante seis meses, 96 jovens sexualmente ativas, entre os 15 e os 17 anos, utilizaram o anel. Em 87% dos casos foi possível detetar níveis do antirretroviral na vagina.

Cerca de 74% das jovens afirmaram não sentir o anel no dia-a-dia e 95% consideraram-no fácil de usar.

Quanto aos parceiros, estes admitiram sentir um aumento de prazer depois da colocação do anel vaginal.

A apresentação destes dados decorreu durante a Conferência IAS (International AIDS Society), que teve lugar em Paris entre os dias 23 e 26 de Julho.

O anel será agora testado em África, o continente mais atingido pela epidemia. Caso o anel vaginal consiga aprovação regulatória, ele poderá ser o primeiro método de prevenção feminino do VIH. 

Estudo
Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto mostra que níveis elevados de gordura corporal favorecem o...

"As células do melanoma crescem mais rapidamente e morrem menos" quando entram em contacto com as moléculas produzidas pelo tecido adiposo (gordura), explicou à Lusa o investigador da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), Pedro Coelho, responsável pelo projeto.

De acordo com o especialista, essa exposição faz com que as células do melanoma migrem e adiram mais facilmente à superfície de outros órgãos, o que, no caso do cancro, traduz-se numa maior agressividade.

O estudo mostra também que as moléculas produzidas pelos adipócitos (células responsáveis pelo armazenamento da gordura) aumentam a probabilidade de o tumor desenvolver vasos sanguíneos próprios, criando uma forma alternativa para que o melanoma cresça e, posteriormente, se multiplique.

Nesta investigação, que demorou cerca de quatro anos a ser concluída e onde foram utilizados modelos ‘in vitro' e ‘in vivo', percebeu-se ainda que os elevados níveis de gordura corporal têm um efeito negativo na renovação celular, processo essencial para a eliminação de células "defeituosas".

Os resultados demonstram igualmente que quando as células cancerígenas são expostas às moléculas libertadas pelo tecido adiposo, resistem mais ao tratamento, como se estivessem a ser "protegidas contra os efeitos da radioterapia", indicou Pedro Coelho.

O passo seguinte, segundo o investigador, passa por verificar quais as alterações produzidas nos melanomas pelas células libertadas pelo tecido adiposo, de forma a controlar ou bloquear esse processo, evitando assim que a doença se torne resistente ao tratamento.

Nesta investigação colaboraram ainda profissionais da Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto (ESS-P.Porto) e do Serviço de Radioterapia do Hospital de São João, do Porto.

Governo reconhece
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde reconheceu hoje que os presos não têm tido o mesmo acesso que o resto da população...

Fernando Araújo falava aos jornalistas no final de uma visita ao Hospital Prisional São João de Deus, em Caxias, para acompanhar as condições de aplicação de um despacho conjunto que visa melhorar o acesso da população reclusa, jovem e adulta, ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) em condições de igualdade dos demais cidadãos.

Acompanhado pela secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Fernando Araújo visitou alguns doentes internados nesta unidade de saúde da responsabilidade do Ministério da Justiça, um dos quais aproveitou a ocasião para agradecer aos profissionais de saúde por lhe terem salvado a vida.

“Cheguei aqui e estava a morrer. Eles salvaram-me”, disse José emocionado, na véspera de ser um homem livre. Por essa razão, e por deixar de ser um recluso a partir de terça-feira, vai ser transferido para o Hospital de Cascais, onde acabará o tratamento.

Chegou ao Hospital de Caxias muito doente, pois apanhou uma infeção hospitalar numa unidade de saúde onde estava a ser tratado a uma infeção respiratória.

João, a cumprir uma pena de nove meses de prisão por conduzir com carta de condução ilegal, esteve internado em Caxias três semanas, durante as quais melhorou, o que o leva a ser grato, principalmente pela atenção que lhes prestaram os profissionais de saúde.

No final desta visita, Fernando Araújo afirmou que a população reclusa “nem sempre tem tido as mesmas igualdades” de acesso, apesar dos seus “problemas específicos, como ao nível da saúde mental, infeções víricas, entre outras, e nos quais compete à Saúde, em articulação com a Justiça, encontrar soluções adequadas”.

De acordo com os protocolos hoje assinados, os profissionais de saúde dos hospitais de referência das prisões irão deslocar-se a estas instituições para administrar os tratamentos, nomeadamente ao nível das infeções víricas.

A população reclusa é um dos focos da estratégia contra a hepatite C que através dos tratamentos inovadores está a conseguir taxas de cura na ordem dos 96%.

“É tempo de olhar para as populações que não têm tido este tipo de tratamento – toxicodependentes, reclusos e migrantes”, adiantou.

A estimativa do governo é que existem 1.500 reclusos a necessitarem destes tratamentos.

“Queremos que esta população não esteja esquecida”, disse Fernando Araújo.

Para a secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Helena Mesquita Ribeiro, esta desigualdade no acesso aos tratamentos aconteceu porque “não se uniram os esforços, nem se conjugaram as vontades que os ministérios da Saúde e da Justiça decidiram agora encetar”.

“É uma questão de humanidade para com estas pessoas e de responsabilidade pelo que é a missão do Estado de garantir saúde pública para todos e também para a população reclusa”, disse aos jornalistas.

Procriação Medicamente Assistida
As mulheres com situação clínica comprovada que impeça a gravidez podem a partir de terça-feira recorrer a uma gestante de...

O decreto vem regulamentar a Lei n.º 25/2016, de 22 de agosto, que regulou o acesso à gestação de substituição e estabelece as condições em que “é possível recorrer à gestação de substituição, apenas concebida para situações absolutamente excecionais e com requisitos de admissibilidade estritos”.

Segundo o decreto hoje publicado, “o recurso à gestação de substituição só é possível a título excecional e com natureza gratuita, nos casos de ausência de útero e de lesão ou doença deste órgão que impeça de forma absoluta e definitiva a gravidez da mulher ou em situações clínicas que o justifiquem, e sempre sujeito à celebração de contratos de gestação de substituição, que depende de autorização do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) e audição prévia da Ordem dos Médicos”.

É privilegiada “a ligação da mãe genética com a criança, ao longo do processo de gestação de substituição, designadamente no âmbito da celebração e da execução do próprio contrato, circunscrevendo-se a relação da gestante de substituição com a criança nascida ao mínimo indispensável, pelos potenciais riscos psicológicos e afetivos que essa relação comporta”.

“Isto, obviamente, sem prejuízo das situações em que a gestante de substituição é uma familiar próxima, em que poderá existir, habitualmente, uma relação entre a gestante de substituição e a criança nascida. Procura-se, ainda, assegurar a máxima segurança médica possível, acautelando o envolvimento de todas as partes, numa decisão alicerçada na tutela de interesses comuns e, em especial, dos interesses da criança”.

Segundo o decreto regulamentar, deve ser garantida à gestante de substituição, no âmbito do próprio contrato, um acompanhamento psicológico antes e após o parto.

Os candidatos a uma gestante de substituição têm de realizar um pedido de autorização prévia para a celebração de contratos de gestação de substituição, apresentado ao CNPMA através de formulário disponível no respetivo sítio da internet, cujo modelo é criado por este Conselho, subscrito conjuntamente pelo casal beneficiário e pela gestante de substituição.

Neste pedido de autorização prévia deve constar, além dos dados identificativos, a aceitação das condições previstas no contrato-tipo de gestação de substituição por parte do casal beneficiário e da gestante de substituição.

Uma declaração de um psiquiatra ou psicólogo favorável à celebração do contrato de gestação de substituição e uma declaração do diretor do centro de PMA no qual a técnica ou técnicas necessárias serão efetuadas, aceitando a concretização nesse centro do ou dos tratamentos a realizar, são igualmente necessárias.

O acesso às técnicas necessárias deve obedecer aos mesmos critérios que são aplicados aos beneficiários com acesso a técnicas de PMA, não podendo existir tempos de espera distintos dos aplicáveis a esses beneficiários.

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