Sob o mote "Saúde Renal para todos"
A Unidade de Nefrologia Pediátrica do Departamento de Pediatria da Unidade Local de Saúde de Coimbra (ULS Coimbra) associa-se...

No dia 11 de março, entre as 10h30 e as 12h decorre uma narração teatral ”No dia em que o lobo fugiu das histórias” encenada pela associação artística, literária, educacional e lúdica “Recortar Palavras”, dirigida às crianças internadas nos Serviços do Hospital Pediátrico e a crianças convidadas de escolas de Coimbra.

No dia 13 de março, entre as 10h30 e as 12h tem lugar a “Hora do Conto – Madalena na Nefrologia”, atividade que será desenvolvida pelo grupo de Educadoras do Hospital Pediátrico adstritas aos Serviços de Internamento e Hospitais de Dia, com a colaboração do Professor de Música. Este momento serve também para assinalar o lançamento do respetivo livro educativo - Madalena na Nefrologia, cujo texto é da autoria da Enfermeira Rute Serra, elemento da equipa de Nefrologia Pediátrica.

No dia 14 de março, Dia Mundial do Rim, entre as 10h30 e as 12h10 tem lugar uma sessão educativa dinamizada pelos médicos e enfermeiros da Unidade de Nefrologia Pediátrica, destinada a alunos do 5º e 6ºanos de escolaridade que será desenvolvida no Colégio Rainha Santa Isabel. A duração da atividade será de aproximadamente 45 minutos e haverá, ainda, um tempo adicional, 30-45 minutos, para discussão e participação ativa dos alunos.

Ainda ao longo do dia 14 de março vai haver animação lúdica e musical a cargo da Operação Nariz Vermelho nos vários Serviços de Internamento do Hospital Pediátrico, Hospitais de Dia e áreas comuns (salas de espera), com a colaboração do Professor de Música e das Educadoras.

A propósito da celebração deste ano, Carmen do Carmo, médica da Unidade de Nefrologia Pediátrica da ULS Coimbra e Presidente da Sociedade Portuguesa de Nefrologia Pediátrica (SPNP), refere “acreditamos que o tema de 2024 é atual e necessário, reconhecendo a necessidade de uma política de saúde inclusiva que garanta a equidade no acesso ao diagnóstico e tratamento”.

Pretende-se sensibilizar para a importância de garantir o acesso equitativo aos cuidados e tratamentos a todos os que vivem com doença renal, de forma a melhorar a sua qualidade de vida e a reduzir a progressão da doença. Avanços terapêuticos recentes têm demonstrado sucesso significativo no atraso da progressão da doença renal crónica, permitindo também reduzir as complicações associadas. Infelizmente, nem todos têm igual acesso a estes cuidados e tratamentos.

Carmen do Carmo continua para dar conta que “esta abordagem deve envolver múltiplos níveis, incluindo as políticas de saúde, os sistemas de saúde, os profissionais, os doentes e as suas famílias”. Sinaliza ainda a importância de cruzar estes temas com artes como “o teatro, a música e a literatura pois facilitam a transmissão de informação relevante à comunidade com ganhos na literacia para a saúde”.

Carolina Cordinhã é médica da Unidade de Nefrologia Pediátrica da ULS Coimbra e Coordenadora do Grupo de Trabalho de Nefrologia da Comunidade da SPNP, e alude “aos desafios que às crianças e adolescentes com doença renal são colocados diariamente, com impacto significativo na sua qualidade de vida, das suas famílias e nas comunidades em que se inserem. Por isso, é com grande entusiasmo que participamos nesta campanha internacional anual, através do Grupo de Trabalho de Nefrologia da Comunidade com desenvolvimento de várias atividades a nível nacional (continente e ilhas) para assinalar o Dia Mundial do Rim”.

Carmen do Carmo esclarece que “a criação de Grupos de Trabalho (GT), no âmbito da SPNP como é o caso do GT de Nefrologia da Comunidade, o qual desenvolve a sua atividade em áreas de grande interesse para a Nefrologia Pediátrica são muito importantes” e prossegue apontando algumas das razões principais como: “melhorar o tratamento dos doentes renais ao promover e facilitar a pesquisa e o debate em áreas específicas e incrementar a comunicação entre especialistas com interesses semelhantes”.

Carolina Cordinhã acrescenta que “o Grupo de Trabalho de Nefrologia da Comunidade através da promoção de ações de formação comunitária contribui de forma significativa para a literacia para a saúde, pois acreditamos que a intervenção junto à comunidade representa um pilar fundamental na melhoria de cuidados destes doentes, nomeadamente no que respeita à consciencialização sobre a importância da saúde renal, fatores de risco, comportamentos preventivos e como viver com doença renal”.

 

Gonçalo Santos, investigador do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS) da FCTUC lidera a investigação
Um estudo internacional liderado por Gonçalo Santos, investigador do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS) da...

Até recentemente, os hospitais públicos, onde grande parte das mulheres chinesas dão à luz, não ofereciam a opção de anestesia durante o trabalho de parto vaginal e a cesariana era a única forma de escapar à dor inerente a este processo. Neste estudo, este é um dos fatores apontados como uma das explicações para a popularidade da cesariana na China de hoje, mas não é o único.

«Tal como em Portugal, a China está já há alguns anos no grupo dos países com a taxa de cesarianas mais alta do mundo, e a sua transição para esta condição foi um processo particularmente rápido. Na China, a taxa de cesarianas cresceu de 4,9%, em 1993, para 38,9%, em 2015–2016, bastante acima da taxa de 10-15% recomendada pela Organização Mundial de Saúde e acima da qual não há benefícios óbvios em termos de redução de mortalidade materna e infantil», revela o antropólogo e sinólogo do Departamento de Ciências da Vida (DCV).

Apesar do alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS), entre 2010 e 2011, e do governo central chinês lançar uma série de medidas para reduzir a taxa de cesarianas, esta continua a ser uma das mais elevadas do mundo. Como mostra o artigo de Gonçalo Santos e Jun Zhang, este fenómeno é causado por fatores estruturais relacionados com a orientação geral das políticas públicas de saúde maternal e com a forma como são geridos os recursos e as finanças dos hospitais com serviços de obstetrícia.

«A explicação, ainda hoje dominante, para a alta taxa de cesarianas na China aponta para uma subida na procura deste tipo de parto devido a uma melhoria generalizada das condições hospitalares para a realização de cirurgias. Por outro lado, ocorreu também uma mudança de atitude em relação ao parto, incluindo o facto das mulheres chinesas de hoje, ao contrário de gerações anteriores, não quererem passar pela dureza do parto vaginal e considerarem não ter idade ou aptidão física necessária para o suportar», aponta Gonçalo Santos.

Esta hipótese do aumento da taxa de procura é um fator relevante, mas não suficiente, porque as escolhas das mulheres são sujeitas a condicionantes estruturais. «A persistência da alta taxa de cesarianas da China deve ser explicada por fatores estruturais que têm a ver com a orientação geral das políticas públicas de saúde maternal e de gestão hospitalar. Para explicar esta persistência, na China ou noutro país qualquer, incluindo Portugal, não nos podemos limitar a fatores simplistas como variações nas taxas de procura», considera o investigador da FCTUC.

«É necessário olhar mais fundo, para os fatores políticos e económicos que condicionam as escolhas e as preferências dos vários atores envolvidos no processo do parto com todas as suas incertezas, imponderáveis e imprevisíveis», remata.

O artigo científico “The Rise in Cesarean Births and the Technocratic Medicalization of Childbirth in Late-Reform China" está disponível aqui.

Conversas com Barriguinhas
No primeiro ano de vida, o bebé requer muita atenção e cuidados por parte dos pais, uma vez que é um período repleto de...

Para apoiar as famílias, em particular as grávidas e recém-mamãs, a conciliarem as suas rotinas com primeiro ano de vida do bebé, as Conversas com Barriguinhas vão organizar duas sessões online com palestras e aulas práticas, que contam com a participação de especialistas em Saúde Pediátrica e Materna.

Na primeira sessão, agendada para  6 de março, às 21h00, os pais vão aprender a fazer massagens ao bebé para o alívio das cólicas. Esta e outras dicas para aliviar as dores de barriga no bebé serão partilhadas pela psicóloga pediátrica Clementina Almeida, da ForBabiesBrain. Além disso, as enfermeiras especialistas em saúde infantil e pediatria, Ana Gaspar e Diana Calaia, da Aventura do Cuidar, vão explicar de que forma podem os pais monitorizar a saúde do seu bebé, evitando preocupações e idas desnecessárias ao médico.

E porque esta sessão também é dedicada à saúde da grávida, a fisioterapeuta pélvica Rita Avelino, estará presente para demonstrar vários hábitos posturais saudáveis que as mulheres devem adotar durante o período da gestação.

Já na sessão do dia 13 de março, a fundadora o projeto MOMM, Inês Freitas, vai partilhar dicas para que as futuras mamãs possam cuidar de si no pós-parto, conciliando a sua vida com a nova rotina da maternidade. Ainda sobre os cuidados pessoais, a consultora de imagem e estilo Cristiana Silva vai partilhar ideias de looks com as grávidas, lembrando a importância que a autoestima pode ter no bem-estar da mulher durante a gestação.

E porque o movimento é essencial para uma gravidez saudável, sendo também uma excelente forma de preparar o corpo da mulher para o trabalho de parto, a personal trainer Sandra Sousa vai dinamizar uma aula prática de fitball, com exercícios que podem ser feitos com a bola.

Por fim, Marta Batista, técnica de laboratório da Crioestaminal mostra-lhe onde ficam guardadas as Células Estaminais do Cordão Umbilical dos bebés numa visita guiada pelo maior laboratório de células estaminais da Península Ibérica. As células estaminais do cordão umbilical, só podem ser colhidas no momento do parto, e são úteis no tratamento de mais de 90 doenças. 

Nestas sessões, uma das grávidas participantes irá receber uma mala de maternidade com produtos dos parceiros da iniciativa.

As inscrições estão disponíveis nas plataformas.

Opinião
A obesidade é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, tendo um impacto muito prof

O fígado é um órgão vital que desempenha uma série de funções essenciais no corpo humano, incluindo o metabolismo de gorduras. No entanto, quando uma pessoa está acima do seu peso normal, o fígado fica sobrecarregado com o excesso de gordura, levando a uma condição conhecida como esteatose hepática. Esta condição é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no fígado e pode ser um precursor de lesões hepáticas mais graves, como a esteatohepatite e a cirrose.

Quando o corpo acumula mais gordura do que aquela que pode metabolizar, o fígado é forçado a armazenar o excesso de gordura, o que pode levar à inflamação dos tecidos hepáticos. Com o tempo, isso pode evoluir para esteatohepatite, uma forma mais grave de doença em que à esteatose se associa inflamação do fígado. Se não for tratada, a esteatohepatite pode progredir para cirrose, uma condição na qual o tecido hepático normal é substituído por tecido cicatricial, resultando em danos irreversíveis do fígado e insuficiência hepática.

A gravidade da doença hepática pode aumentar se, além da obesidade, estiverem presentes outros fatores tais como diabetes e excesso de gorduras no sangue. Quando presentes, a ingestão de álcool e outros agressores – vírus da hepatite B ou C, por exemplo – tornam este quadro mais grave. Finalmente, a obesidade e a esteatohepatite aumentam o risco de cancro do fígado. Portanto, é fundamental reconhecer a obesidade como um fator de risco significativo para uma série de problemas de saúde hepática e adotar medidas eficazes para prevenir e tratar essa condição.

A boa notícia é que a obesidade é uma condição prevenível e tratável. É fundamental adotar estratégias de prevenção, nomeadamente a adoção de um estilo de vida saudável, que envolve uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais e cereais integrais, juntamente com a prática regular de exercício físico. Além disso, é importante limitar o consumo de álcool, evitar o tabagismo e manter um peso corporal saudável.

A consciencialização pública desempenha um papel crucial na abordagem da obesidade e nas consequências para a saúde hepática. A aposta em programas educacionais e campanhas de sensibilização devem ser implementadas para destacar os riscos associados à obesidade e promover hábitos de vida saudáveis desde a infância.

Através de uma abordagem abrangente é possível reduzir a prevalência da obesidade e proteger a saúde do fígado.

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Iniciativa promovida em Portugal pela Sociedade Portuguesa de Neurociências e pela Ciência Viva
O Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC) e o Instituto de Investigação Clínica e...

Teatro, conversas e jogos são algumas das iniciativas que vão juntar várias faixas etárias na descoberta das neurociências através da investigação desenvolvida na Universidade de Coimbra (UC). A Semana Internacional do Cérebro pretende mostrar à sociedade os avanços e as descobertas científicas na área das neurociências, assim como promover literacia em saúde no contexto do funcionamento do cérebro.

“A Semana Internacional do Cérebro tem sido para nós uma excelente oportunidade de disseminação das neurociências com diferentes públicos há mais de 25 anos. Esta celebração tem contado com o excecional envolvimento dos nossos neurocientistas que são desafiados a comunicar a sua ciência nos mais variados contextos (escolas, bares, rádio, parques, autocarros, com exposições, no teatro, entre outros). É um momento do ano importante para transmitir à sociedade a importância da investigação em neurociências, uma área com um impacto social crescente nos dias de hoje”, destaca a coordenadora do Gabinete de Comunicação de Ciência do CNC-UC e do CIBB, Sara Varela Amaral.

“Ao criarmos locais de encontro entre as neurociências e a sociedade, acreditamos que promovemos o entusiasmo e suporte da sociedade à investigação em neurociências, assim como contribuímos para uma sociedade mais conhecedora e capaz de tomar decisões com base em conhecimentos de neurociências”, acrescenta a coordenadora do projeto.

Os cientistas da UC, em conjunto com várias entidades parceiras, vão promover diversas atividades presenciais e online:

Neurocientistas vão às escolas (durante todo o mês de março), com sessões promovidas por neurocientistas junto de públicos escolares, associações e universidades sénior;

Atividades no âmbito da iniciativa Brain Gain: À Descoberta das Neurociências (6, 13, 20 e 27 de março), que pretende inspirar estudantes do ensino superior a seguirem carreiras na área das neurociências;

Celebrações do Dia Mundial do Sono (15 e 16 de março), com mesas redondas com peritos e com o lançamento de vídeos (com ilustração de Cristina Sampaio e financiados pela Resmed Foundation e Gasoxmed) sobre o sono em três centros de ciência nacionais: Planetário, no Porto; UC Exploratório, em Coimbra; Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa;

Celebrações do Dia da Doença Bipolar (20 a 24 de março), com o espetáculo de teatro Oxímoro, entre Solstícios e Equinócios, produzido pela companhia de teatro Marionet, que vai estar em cena no Convento São Francisco (Coimbra).

A Semana Internacional do Cérebro é uma iniciativa internacional promovida anualmente pela Dana Foundation e pela Federação Europeia das Sociedades de Neurociências. Em Portugal, é promovida pela Sociedade Portuguesa de Neurociências e pela Ciência Viva e conta há vários anos com o envolvimento de centros de investigação da Universidade de Coimbra. 

Antigo diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa foi agraciado por Marcelo Rebelo de Sousa
Fausto José Pinto, antigo diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, foi agraciado com o grau de Grande...

"Em nome da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, o seu atual diretor, o Prof. Doutor João Eurico da Fonseca, felicita o Prof. Doutor Fausto Pinto por esta justa condecoração", pode ler-se em comunicado. 

Fausto José Pinto é atualmente Professor Catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e Diretor  do Serviço de Cardiologia e do Departamento de Coração e Vasos da Unidade Local de Saúde de Santa Maria. Foi Presidente da Federação Mundial do Coração (World Heart Federation, 2021-2022) e da Sociedade Europeia de Cardiologia (European Cardiology Society, 2014-2016), Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (Lisboa, Portugal) (2015-2018; 2018-2022), Presidente do Conselho Nacional das Escolas de Medicina (2018-2020), Presidente da Direção do Centro Académico de Medicina de Lisboa (CAML) (2019-2021).

Projeto co-financiado pela Comissão Europeia
Organizações de cuidados de saúde selecionam duas necessidades que vão ser exploradas por equipas inter-regionais de pequenas e...

O HealthChain é um projeto co-financiado pela Comissão Europeia, em que o CHUC, agora unidade Local de Saúde de Coimbra (ULS Coimbra) é um dos parceiros do consórcio.

Trata-se de um projeto desenvolvido por um consórcio de 20 parceiros, de cinco regiões/países diferentes. Cada região reúne a mesma estrutura de parcerias e funções: uma Organização de Cuidados de Saúde, com o papel de identificação de necessidades; Empresas de tecnologias de informação, com o papel de desenvolvimento de soluções; Suporte de ecossistemas regionais (grupos ou associações empresariais), com o papel de apoio às empresas e liderança da ligação entre outras regiões.

É um projeto que propõe um modelo orientado para a procura, co-criativo, perspetivando o desenvolvimento e a adoção de soluções para os desafios identificados pelas instituições de saúde e os seus utilizadores finais. O desenvolvimento de soluções inovadoras é efetuado em conjunto com os fornecedores. Além disso, e muito importante para o impacto, existe um compromisso por parte das organizações de saúde, de adotar a inovação se esta for bem-sucedida. Os mediadores dos ecossistemas (grupos ou associações empresariais) fornecem o apoio empresarial para potenciar o desempenho dos fornecedores e impulsionar a sua competitividade.

Com o mote: ‘No seu contexto de trabalho identifica problemas que poderiam ser resolvidos com o desenvolvimento de soluções digitais?’ decorreu, durante o mês de outubro de 2023, a fase para a submissão de candidaturas. Foram rececionadas 26 propostas, dos mais variados contextos de prestação de cuidados, serviços de apoio e logística e por distintos grupos profissionais.

A gestão deste projeto é da responsabilidade do Gabinete de Inovação da Unidade de Inovação e Desenvolvimento, em colaboração com o líder e parceiro do consórcio em Portugal, Instituto Pedro Nunes (IPN).

Como abertura de candidaturas ao Projeto HealthChain, foi organizado no dia 02 de outubro de 2023, o webinar, “Investigação, Inovação e Co-Criação”, com uma agenda direcionada para a identificação de necessidades; conceitos-chave; co-criação orientada pela procura; identificação e priorização de necessidades; desenhos de pilotos: desenvolvimento e validação, com a participação de especialistas na área, Jorge Figueira, da Universidade de Coimbra e Jorge Pimenta, do Instituto Pedro Nunes, moderado por Patrícia Couceiro, Gestora de Projetos de Inovação do Gabinete de Inovação da ULS Coimbra.

As candidaturas submetidas foram avaliadas por um júri constituído por perfis distintos e com homogeneidade de género: Administrador Hospitalar, Clínico e Investigador, perito em Inovação, perito em Inovação e Mercado, representante do Gabinete de Humanização, perito em Tecnologias de Informação e um perito em Qualidade.

Foram apurados dois projetos vencedores:

  • Reabilitar@mente, proposto pelas enfermeiras Sara Godinho, La Salete Fernandes, Daniela Neves e Célia Laranjeiro, do Serviço de Medicina Interna H. A finalidade deste projeto é a implementação de programas de reabilitação cognitiva à pessoa idosa internada, para melhorar a orientação, a memória e a independência funcional, concomitante e complementariamente às intervenções de enfermagem de reabilitação na área da funcionalidade.
  • Recomed, submetido por Marisa Caetano e Francisco Machado, farmacêuticos hospitalares e por Sara Ramos e José Luís Cabral, cirurgiões plásticos. O principal objetivo é melhorar, com uma solução digital e integrada no registo eletrónico do doente, a acessibilidade e atualização da lista de medicamentos dos doentes internados neste serviço clínico, evitando erros de comunicação e consequências negativas em questões de segurança do doente, pretendendo-se, sempre que possível, uma participação ativa do próprio doente, capacitando-o para gerir melhor a sua medicação.

Para dar resposta a estes desafios a líder do projeto diligenciou para que pequenas e médias empresas portuguesas pudessem apresentar propostas, as quais terminaram em meados do passado mês de fevereiro. Neste momento as propostas encontram-se em análise e, após o veredicto, irá dar-se início ao planeamento e implementação de soluções, num trabalho de cocriação com os serviços proponentes.

Mais tarde irá juntar-se a cada desafio uma empresa internacional, europeia, numa perspetiva de colaboração inter-regional e sustentabilidade do projeto.

O evento é aberto ao público
A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS) e o Conselho Nacional da Juventude organizam, na próxima quarta-feira, 6 de...

“A 2.ª edição deste evento surge da necessidade de darmos voz aos mais jovens. Renovamos o nosso compromisso com a escuta ativa e a participação dos jovens na construção de políticas de saúde mais abrangentes e eficazes. Este encontro oferece uma plataforma para a expressão das preocupações e necessidades dos jovens, mas também impulsiona uma cultura de envolvimento cívico e de responsabilidade social”, diz a presidente da SPLS, Cristina Vaz de Almeida. 

“Acreditamos que as perspetivas da juventude são fundamentais para o desenvolvimento de novas políticas e para a promoção da literacia em saúde. Estamos expectantes para as discussões produtivas e inspiradoras que certamente surgirão neste importante encontro. Juntos, podemos construir um futuro mais saudável e promissor para todos os cidadãos portugueses", termina. 

O debate vai contar com representantes de oito associações e ordens profissionais: Ordem dos Médicos Veterinários, Associação Nacional de Estudantes de Nutrição, Federação Nacional de Estudantes de Enfermagem, Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde, Associação Nacional de Estudantes de Psicologia, Associação Nacional de Estudantes de Medicina, Associação Portuguesa de Jovens Farmacêuticos e Associação Nacional de Jovens na Fisioterapia. 

Dia 26 de março
A Escola Superior de Enfermagem do Porto organiza o Dia Aberto 2024 no próximo dia 26 de março. Neste evento, estudantes do...

As inscrições são gratuitas, mas obrigatórias e estão abertas até ao dia 22 de março.

A receção aos visitantes e a visita à ESEP será feita em dois períodos distintos, um da parte da manhã com início às 10:00 horas e outro da parte da tarde, a partir das 15:00 horas.

 
Denuncia Sindicato dos Enfermeiros
Estrutura diz que administração do São João está a substituir profissionais em greve nas cirurgias adicionais por colegas de...

O Sindicato dos Enfermeiros – SE acusa a administração da Unidade Local de Saúde de São João, no Porto, de estar a substituir enfermeiros grevistas do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) por colegas de outros serviços, nomeadamente do Bloco de Urgência. A greve, convocada por outra estrutura sindical da Administração Pública, paralisou as 13 salas do Bloco Central, mais as de Neurocirurgia e Cirurgia de Ambulatório, obrigando ao adiamento de centenas de cirurgias. Nas últimas três semanas, adianta o SE, “não se realizaram cirurgias de produção adicional, e este fim de semana foi possível abrir algumas salas do Bloco Central porque foram deslocados profissionais de outros serviços, nomeadamente enfermeiros e auxiliares”. No total, de acordo com dados recolhidos pelo SE, “terão sido cerca de 700 as cirurgias em produção adicional que ficaram por realizar em três semanas”.

Entre alguns dos motivos para a paralisação está o facto de a percentagem monetária destinada a cada profissional, por cirurgia feita no âmbito do SIGIC, ter sido alterada de forma unilateral. Pedro Costa, presidente do SE, explica que, “no caso dos enfermeiros, a percentagem variava entre 7% e 14%, e há colegas que neste momento estão a receber 6,9%, por exemplo, sem nada ter sido acordado com a administração”.

Ainda segundo o Sindicato dos Enfermeiros – SE, esta é uma situação que se arrasta há algum tempo. “Um dos problemas consistia no facto de o hospital ter de pagar o SIGIC ao fim de dois meses, o que não era cumprido”. Contudo, e após um acordo verbal com os trabalhadores, “ficou acertado que os pagamentos eram feitos num prazo máximo de até quatro meses”.

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros – SE admite que tem existido uma grande pressão da ULS de São João para que os profissionais voltem a realizar a produção adicional, “pois é uma valência financeira muito importante para o hospital”. Porém, salienta, embora a adesão dos profissionais de saúde ao SIGIC seja voluntária, “o funcionamento deste sistema de produção adicional hospitalar tem regras estipuladas e que devem ser cumpridas pela administração”. “Não pode, a meio do jogo, mudar as regras de forma unilateral”, frisa.

Outro dos problemas em cima da mesa, sustenta Pedro Costa, diz respeito “à complexidade de algumas cirurgias”. “Há pacientes com comorbilidades associadas e isso era valorizado na altura de calcular os valores pagos para cada cirurgia, agora, aparentemente, isso deixou de ser contabilizado”, explica.

O Sindicato dos Enfermeiros – SE manifesta total solidariedade para com os enfermeiros da ULS de São João e apela mesmo aos colegas de outras unidades hospitalares que estejam em situação igual para denunciarem estas alterações. Entretanto, incita ainda “a administração da Unidade Local de Saúde do São João a repor a legalidade do funcionamento do SIGIC e a abster-se de substituir trabalhadores em greve, dado que, recorda, essa é uma medida proibida por lei”.

Março é o Mês da Consciencialização para o Cancro Colorretal
A Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva (SPED) vai promover uma ação nacional de consciencialização para o Cancro...

“O Cancro Colorretal é uma doença frequente, muitas vezes silenciosa e que pode ser fatal. Em Portugal, é o segundo mais frequente nas mulheres, depois do Cancro da Mama, e o segundo mais frequente nos homens, depois do Cancro da Próstata, ocupando o primeiro lugar em termos de mortalidade. A colonoscopia permite a sua prevenção, ao remover os pólipos que lhe dão origem, e permite um diagnóstico precoce que pode salvar as suas vidas”, alerta Susana Lopes, presidente da SPED.

E acrescenta: “É fundamental que as pessoas percebam que esta é uma doença prevenível, tratável e ultrapassável. Além da realização dos exames médicos, é importante reforçar a necessidade de promover e manter um estilo de vida saudável, já que o consumo de tabaco e álcool, a pouca atividade física, a dieta pobre em fibras e a obesidade, são fatores de risco conhecidos para o desenvolvimento de Cancro Colorretal”.

Numa fase inicial, o Cancro Colorretal pode não causar sintomas, o que realça a importância do rastreio. Quando a doença causa sintomas, os mais frequentes são: perda de sangue nas fezes; alteração prolongada do padrão habitual do funcionamento do seu intestino; dor abdominal; fadiga; perda inexplicável de peso. 

Dia Mundial da Obesidade
Celebrar o dia 4 de março, é mais uma oportunidade para falarmos de obesidade e do doente obeso.

As consequências são múltiplas, desde hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, patologia respiratória como síndrome de apneia obstrutiva do sono, patologia degenerativa osteoarticular, doença cardiovascular e alguns tipos de cancro.

Reconhecida pelas organizações de saúde como uma doença crónica, ainda não a tratamos como tal.  As consultas especificas estão limitadas a alguns centros, o tratamento cirúrgico da obesidade também, assim como apoio de nutricionista, de psicólogo ou a comparticipação de medicamentos.

O combate desta doença, pelo seu caracter recidivante, exige uma equipa multidisciplinar de profissionais, que em conjunto definem estratégias individualizadas, ajustadas e prolongadas no tempo, à semelhança de outras doenças crónicas. O tratamento implica diversas intervenções que exigem continuidade ao longo da vida, pois o risco de recuperação ponderal é elevado, frustrando o doente e os profissionais.

É por isso fundamental, criar programas que estimulem a atividade física, que ensinem e facilitem a escolha de produtos alimentares saudáveis, como é disso exemplo o programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável, para a prevenção da pré-obesidade e obesidade.

Apesar de todo a conhecimento científico sobre obesidade, os doentes obesos ainda são avaliados como “preguiçosos”, “sem força de vontade“ ou “desleixados “. Características que os culpabilizam pela doença, geram discriminação e desmotivação.

O obeso que adquire um peso saudável, adquire uma nova vida. Aumenta a sua esperança de vida, diminui o risco de doenças degenerativas e cardiovasculares, ganha confiança e autoestima.

Combater o preconceito de que só é obeso quem quer, é também o papel do Dia Mundial da Obesidade.  A obesidade não é uma escolha, e quem vive com a doença sente todos os dias os efeitos deletérios do excesso de peso, tanto a nível físico como psicológico.

Temos todos, um logo trabalho pela frente.

 
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Apelo da SPEDM e da SPEO
É urgente a disponibilização no mercado e respetiva comparticipação médica de novos fármacos para o tratamento da obesidade já...

O alerta é da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) e da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO), que apelam à premência de colocar a obesidade e o seu tratamento no centro da agenda das políticas de saúde em Portugal.

De forma a melhorar o acesso aos cuidados de saúde e a sensibilizar a população para este problema, torna-se ainda importante haver um reforço das consultas de obesidade no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em dezembro de 2023, o Ministério da Saúde criou, pela primeira vez, um programa de resposta integrada à obesidade no SNS, reforçando a intervenção precoce e eficaz para reduzir o impacto negativo do excesso de peso na saúde da população. De acordo com os últimos dados oficiais, o excesso de peso, que inclui a pré-obesidade e a obesidade, atinge 67,6% da população adulta portuguesa.

“A obesidade é uma doença crónica e sabemos que poderá continuar a aumentar em Portugal caso não se tome uma posição urgente e concreta. O reforço para as ações de prevenção e tratamento da obesidade no SNS, anunciado em dezembro do ano passado, é, sem dúvida, um primeiro passo, mas ainda há muito a fazer, nomeadamente, a introdução de novos fármacos que já existem noutros países e a comparticipação dos fármacos para a obesidade, nomeadamente dos já existentes no mercado. Precisamos destes novos medicamentos, bem como de reforçar as consultas de obesidade. Só assim conseguiremos atuar na prevenção das comorbilidades, evitando o efeito da obesidade na progressão para doenças como a diabetes, a hipertensão, a apneia do sono, as doenças cardiovasculares e as doenças oncológicas, e, assim, garantir a qualidade de vida, o bem-estar e reduzir a mortalidade do maior número de pessoas possível”, sublinha Paula Freitas, presidente da SPDEM.

“Apesar de, no papel, a obesidade ser reconhecida como doença em Portugal, alguns profissionais e autoridades de saúde nacionais, ainda não atuam como tal. Portugal é, muitas vezes, citado pelo seu pioneirismo no reconhecimento oficial desta doença. Contudo deveria ser mais coerente com essa atitude e não continuar a alimentar a iniquidade existente no acesso a um dos pilares do tratamento da obesidade; quem tem maior status socioeconómico pode aceder aos fármacos antiobesidade, quem tem menores recursos não. E é, precisamente, este último grupo da população que apresenta uma prevalência de obesidade mais elevada. As consequências de não tratarmos, de forma eficaz, esta doença serão os elevados custos sociais e económicos que serão suportados por todos nós”, refere, por seu turno, José Silva Nunes, presidente da SPEO.

2024 marca os 20 anos desde que a obesidade foi considerada como uma doença pela Direção Geral de Saúde. Apesar de ser considerada um real problema de saúde pública, as autoridades ainda não estão alerta, nem capacitaram o SNS para dar as respostas adequadas.

De acordo com a Federação Mundial da Obesidade, cerca de 39% dos portugueses adultos serão obesos até 2035. A nível global, a obesidade afeta 1,1 mil milhões de pessoas, cerca de 14% da população mundial. 

A alimentação saudável e a atividade física são fundamentais para ajudar a manter um peso equilibrado, mas não são o tratamento da obesidade que é uma doença que necessita de tratamento adequado, tal como todas as outras doenças.

Também o acompanhamento médico é essencial para a promoção de um tratamento eficaz da obesidade, através de intervenções específicas que promovam a perda de peso e previnam o seu reaparecimento a longo prazo.

Celebração do Dia da Mulher
Para assinalar o Dia Internacional da Mulher, a equipa de Endocrinologia do Hospital CUF Descobertas promove, nos dias 7 e 8 de...

O evento começa com a iniciativa “À conversa com…”, que terá lugar no dia 7 de março, entre as 18h45 e as 21h00, no Auditório do Centro do Conhecimento do Hospital CUF Descobertas. A conversa será sobre a menopausa e o impacto desta fase na vida das mulheres, com Cristina Mesquita de Oliveira, Presidente da VIDAs - Associação Portuguesa de Menopausa e autora do livro “Descomplicar a Menopausa”, Inês Sapinho, Coordenadora de Endocrinologia do Hospital CUF Descobertas, Eugénia Chaveiro, ginecologista-obstetra no Hospital CUF Descobertas e dois testemunhos.

Segue-se um debate focado na liderança no feminino e o risco de burnout, com Filipa Breia da Fonseca, Investigadora e Professora da Nova SBE, Ana Moniz, Professora Convidada da Nova SBE, Susana Esteban, Enóloga e Produtora de Vinhos e Joana Álvares, CEO e fundadora da Beautyst.pt.

Já no Dia da Internacional da Mulher, das 9h00 às 13h00, a iniciativa “Saúde da Mulher 360º” abre espaço para o esclarecimento de dúvidas, junto de profissionais de saúde, sobre estilos de vida saudáveis e as doenças mais comuns entre a população feminina. Na Make-Up Station, as mulheres terão a oportunidade de aprender técnicas de maquilhagem expresso.

Os eventos são gratuitos, sendo que a ação do dia 7 de março está sujeita a inscrição.

Universidade de Coimbra participou do estudo
Um estudo internacional em que participam Cristina Padez, Daniela Rodrigues e Aristides Machado-Rodrigues, investigadores do...

De acordo com esta investigação, publicada na revista The Lancet, estas tendências, juntamente com o declínio da prevalência de pessoas com baixo peso desde 1990, fazem da obesidade a forma mais comum de subnutrição na maioria dos países.

«A análise dos dados globais estima que entre as crianças e adolescentes do mundo, a taxa de obesidade em 2022 era quatro vezes superior à taxa de 1990. Em Portugal, em 2022, a prevalência de obesidade em crianças e adolescentes era de 6% nas meninas e 9% nos rapazes. Entre os adultos, a taxa de obesidade mais do que duplicou nas mulheres e quase triplicou nos homens. No total, 159 milhões de crianças e adolescentes e 879 milhões de adultos viviam com obesidade em 2022», revelam os coautores do estudo, acrescentando que, em Portugal, a prevalência de obesidade nas mulheres era de 23% e nos homens de 22%, nesse ano.

Entre 1990 e 2022, a proporção de crianças e adolescentes do mundo que foram afetados pelo baixo peso diminuiu cerca de um quinto nas raparigas e mais de um terço nos rapazes. Em Portugal, o valor de baixo peso/magreza foi de 1% nas meninas e 3% nos rapazes, em 2022. A proporção de adultos em todo o mundo que foram afetados pelo baixo peso baixou para mais de metade durante o mesmo período. Em Portugal, nesse mesmo ano, os valores foram de 2% nas mulheres e nos homens.

Como explicam os investigadores do CIAS, «a obesidade e o baixo peso são formas de desnutrição e são prejudiciais à saúde das pessoas de várias maneiras. Este último estudo fornece uma imagem altamente detalhada das tendências globais em ambas as formas de desnutrição nos últimos 33 anos».

«É muito preocupante que a epidemia de obesidade, que era evidente entre adultos em grande parte do mundo em 1990, se reflita agora em crianças e adolescentes em idade escolar. Ao mesmo tempo, centenas de milhões de pessoas ainda são afetadas pela subnutrição, especialmente em algumas das partes mais pobres do mundo. Para combater com sucesso ambas as formas de desnutrição, é vital melhorar significativamente a disponibilidade e o preço acessível de alimentos saudáveis e nutritivos», alerta o professor Majid Ezzati, do Imperial College London, autor sénior deste artigo.

Foram mais de 1500 os investigadores que contribuíram para este estudo, que analisou o índice de massa corporal (IMC) para compreender como a obesidade e o baixo peso mudaram em todo o mundo entre 1990 e 2022. Os investigadores analisaram medidas de peso e altura de mais de 220 milhões de pessoas com cinco anos ou mais (63 milhões de pessoas com idades entre cinco e 19 anos e 158 milhões com 20 anos ou mais), representando mais de 190 países.

«Os adultos foram classificados como obesos se tivessem IMC maior ou igual a 30kg/m2 e classificados como abaixo do peso se o IMC fosse inferior a 18,5kg/m2. Entre crianças em idade escolar (cinco a nove anos) e adolescentes (10 a 19 anos), o IMC utilizado para definir obesidade e baixo peso depende da idade e do sexo, pois há aumento significativo de altura e peso durante a infância e a adolescência», concluem.

Este novo estudo foi conduzido pela NCD Risk Factor Collaboration (NCD-RisC), em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para além dos investigadores da FCTUC, participaram também Anabela Mota-Pinto, Luísa Mavieira e Lélita Santos da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e do Centro Hospitalar de Coimbra (CHUC).

O artigo científico pode ser consultado aqui.

Estudo pioneiro apresentado nos Estados Unidos por médico português
Liderada por David Ângelo, médico cirurgião, uma equipa portuguesa de profissionais de saúde realizou, entre 2019 e 2023, um...

O estudo será apresentado hoje pelo médico português David Ângelo a convite de uma das mais prestigiantes instituições da especialidade da articulação temporomandibular, a Sociedade Americana de Cirurgiões da Articulação Temporomandibular que realizará o seu congresso anual, de 29 de fevereiro a 3 de março. Esta apresentação surge no âmbito da publicação do referido estudo na revista Journal of Clinical Medicine.

Durante muitos anos, não existiu consenso sobre como tratar as disfunções temporomandibulares em crianças (por um conjunto de situações era recomendável esperar até o doente atingir os 18 anos para algumas intervenções cirúrgicas à articulação temporomandibular de crianças), por receio de poder causar complicações ou possíveis alterações no seu crescimento craniofacial, assim como danos irreversíveis.

A ideia do estudo surgiu pelo médico David Ângelo, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (Cirurgia de Cabeça e Pescoço) e cirurgião no Instituto Português da Face, que explica que «comecei a observar uma procura elevada da minha consulta por pais, com crianças com idades entre os 5 e os 14 anos, devido a problemas nas articulações temporomandibulares e queixas de dores fortes. Alguns casos estavam a fazer medicação diária para a dor e algumas crianças já estavam a tomar antidepressivos! Desenhei um estudo, com a minha equipa, para avaliar o impacto de técnicas minimamente invasivas (artrocentese e a artroscopia) na articulação temporomandibular desta população.»

Após aprovação pela comissão de ética, este estudo inédito, teve início a 1 de junho de 2019 (numa duração total de três anos) e incluiu doentes com idade inferior a 18 anos, com patologia da articulação temporomandibular. Dependendo do estado da doença, o cirurgião realizava a artrocentese ou a artroscopia da ATM (duas técnicas minimamente invasivas onde David Ângelo tem já muita experiência em adultos, com excelentes resultados). Foi realizada a avaliação de diferentes parâmetros como a dor, dificuldade na mastigação, tensão muscular, dificuldade na abertura da boca e complicações da intervenção.

O estudo incluiu 26 crianças, todas tratadas de forma rigorosa e metódica, em que 67% fez artrocentese e 33% fez artroscopia, sendo posteriormente seguidas por uma equipa de acompanhamento multidisciplinar. Os resultados alcançados foram muito positivos: verificou-se uma redução significativa da dor no pós-operatório de quase 90%, uma melhoria da função mastigatória de mais de 96% e redução dos estalidos intra-articulares em 89% das crianças.

Não tendo apresentado nenhuma complicação cirúrgica nestes tratamentos, foi também possível reduzir a dor média (de 4.04 antes da intervenção para 0.5 após intervenção) e comprovar ótimos resultados da abertura de boca (de 35.5mm para 43mm após a cirurgia).

A artrocentese e a artroscopia da articulação temporomandibular representaram assim uma opção eficaz e segura para tratar doentes em idade pediátrica com disfunções temporomandibulares intra-articulares, integrando assim mais uma opção nas estratégias disponíveis e oferecendo uma solução minimamente invasiva e efetiva, especialmente quando o tratamento conservador falhar. No entanto, o cirurgião recomenda cuidados especiais, onde só mãos experientes devem fazer esta intervenção em crianças pois há particularidades técnicas que são importantes controlar para os procedimentos serem bem-sucedidos.

A equipa submeteu os resultados à revista internacional “Jornal of Clinical Medicine”, que, reconheceu mérito e a qualidade desta investigação, como sendo o primeiro trabalho a nível mundial a desmistificar o tratamento cirúrgico de forma séria em idades pediátricas.

O estudo prospetivo deu, assim, a conhecer que tanto a artrocentese como a artroscopia da articulação temporomandibular parecem beneficiar doentes em idade pediátrica com disfunções temporomandibulares, diminuindo significativamente a dor, melhorando a abertura máxima de boca, evitando a progressão da doença sem complicações pós-operatórias relevantes.

O mérito foi de tal forma reconhecido, que, após a publicação do artigo na revista (a 24 de janeiro), David Ângelo recebeu um convite pela Sociedade Americana de Cirurgiões da Articulação Temporomandibular para apresentar os resultados deste trabalho nos EUA, no dia 1 de março de 2024.

O número de crianças com estes problemas tem vindo a aumentar, provavelmente devido à sobrecarga, ao stress e ansiedade em que vivem atualmente. Com estes resultados, é possível uma intervenção mais “precoce” nesta comunidade, sem ser necessário aguardar até aos 18 anos de idade, garantindo uma melhoria da qualidade de vida destes doentes e evitando complicações da doença.

Saúde Auditiva
A propósito do Dia Mundial da Audição, que se assinala a 3 de março, alertamos para a importância de

A perda de audição é uma realidade global que afeta mais de 1,5 mil milhões de pessoas no mundo, impactando não só a capacidade de ouvir, mas também a qualidade de vida. Para quem vive com o diagnóstico de perda auditiva, ou conhece alguém próximo nesta situação, não precisa de se preocupar porque vamos contar-lhe tudo sobre a jornada de reabilitação auditiva, apresentando de seguida os três passos essenciais para uma reabilitação auditiva eficaz:

Prevenção do problema: como cuidar e prevenir?

O primeiro passo para uma saúde auditiva duradoura é a prevenção. Para cuidar dos seus ouvidos e prevenir problemas de audição, recomenda-se a redução do tempo de exposição a ruídos intensos e prejudiciais, ou o uso de protetores, quando é mesmo necessário estar exposto a locais ruidosos; a utilização de auriculares ou auscultadores de forma segura; a adoção de um estilo de vida saudável e a realização de exames auditivos com regularidade.

Resolução do problema: tenho perda auditiva e agora?

Perante um diagnóstico de perda auditiva, é normal surgirem algumas questões que o possam preocupar, porém o mais importante é consultar um profissional especialista em audição (audiologista) para o avaliar e ajudar a encontrar a solução mais adequada para o seu caso.

Antes de escolher um centro auditivo, aconselhamos a procurar informação sobre todos os que existem no mercado. Isto porque, o mercado de reabilitação auditiva não é regulado e, é preciso ser cauteloso na escolha dos profissionais de saúde que o vão atender. Além disso, importa ainda ver se a empresa tem certificação de qualidade em Portugal e se os seus aparelhos estão registados no INFARMED e classificados como dispositivos médicos. Não compare apenas o preço dos aparelhos auditivos. Tenha em conta a tecnologia incorporada e todos os serviços incluídos (consultas, exames, manutenção e assistência técnica), pois é o conjunto de todas estas componentes que contribuem para uma reabilitação auditiva bem sucedida.

Quando tiver toda a informação, faça a sua primeira consulta e solicite a experimentação de vários aparelhos auditivos para perceber com qual é que se sente mais confortável em termos de qualidade de som e de funcionalidades.

Manutenção da audição: quais os cuidados a manter para ouvir a vida de forma plena?

A manutenção da audição é um compromisso a longo prazo. Mesmo com a utilização de um aparelho auditivo é crucial dar continuidade aos cuidados auditivos, o que inclui a realização de check-ups regulares, ajustes no dispositivo sempre que for necessário e a adoção de hábitos saudáveis para preservar a saúde auditiva ao longo do tempo.

João Ferrão, Diretor de Audiologia da Widex – Especialistas em Audição, afirma: “Estima-se que cerca de 196 milhões de pessoas na Europa vivem com perda de audição, um número que se prevê que cresça significativamente até 2050. Enquanto audiologistas, o nosso papel é estar ao lado de quem tem perda auditiva e ajudá-lo a enfrentar todos os desafios, proporcionando-lhe soluções inovadoras para melhorar a sua audição e, consequentemente, a sua qualidade de vida.  A vida é para se ouvir em todos os momentos e trabalhamos diariamente para garantir que todos possam desfrutar do mundo dos sons em pleno.”

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sete unidades locais de saúde deixam de realizar cirurgias a partir do dia 1 de abril
A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) está preocupada com as eventuais consequências da redução do número de hospitais...

Para a LPCC, no diagnóstico e tratamento do cancro existem dois aspetos fundamentais a ter em conta: a qualidade (independentemente do tipo e características daquelas) e o tempo de atuação. Vítor Rodrigues, membro da Direção da Liga Portuguesa Contra o Cancro, explica que como princípio, o tratamento deve ser realizado em instituições apetrechadas e com equipas multidisciplinares experientes e competentes. “Mas a acessibilidade geográfica e a temporal são também muito importantes. Se os hospitais mais diferenciados não tiverem capacidade de resposta podem ocorrer atrasos de tratamento inaceitáveis. E, por outro lado, haverá que diferenciar as situações menos graves, que requerem abordagens menos complexas, das mais graves, que requerem recursos mais complexos. Cabe aos responsáveis pela saúde equilibrar os dois braços da balança, tentando encontrar os melhores caminhos, a bem da saúde e bem-estar das pessoas”, afirmou.

Esta quinta-feira, a Direção Executiva do SNS (DE-SNS) anunciou que sete unidades locais de saúde (algumas da quais com mais de um hospital integrado) vão deixar de fazer cirurgias ao cancro da mama, já a partir do dia 1 de abril. De acordo com a DE-SNS, deve restringir-se o tratamento cirúrgico do cancro da mama a instituições que realizem pelo menos cem cirurgias por ano e tenham pelo menos dois cirurgiões dedicados. A deliberação vem alterar a rede de referenciação para a cirurgia da neoplasia da mama. 

Dia Mundial do Rim assinala-se a 14 de março
No mês de março, a Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) vai promover várias sessões de esclarecimento sobre a...

A iniciativa, dirigida a jovens entre os 14 e 16 anos, insere-se na campanha nacional “A Vitória Contra a Doença Renal começa na Prevenção”, que tem como objetivo educar e sensibilizar os mais jovens para a doença renal crónica, incentivando medidas preventivas.

“O nosso objetivo com esta iniciativa é contribuir para aumentar a literacia em saúde, junto dos mais jovens, para que possamos incentivá-los, de forma informada e consciente, a controlar os fatores de risco para a doença renal, como o tabagismo, a diabetes, a obesidade e a hipertensão. Acreditamos que, ao apostar na capacitação dos mais novos, sobre como cuidar dos seus rins, vamos certamente ter um papel ativo na prevenção da doença renal”, explica Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL.

Esta campanha conta com o apoio da Associação de Doentes Renais de Portugal, da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Diálise e Transplantação, da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, da Sociedade Portuguesa de Nefrologia e da Sociedade Portuguesa de Transplantação.

A doença renal crónica é uma doença provocada pela deterioração lenta e irreversível da função renal. Como consequência da perda de função, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, levando à acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue (azotemia ou uremia). Doenças como a hipertensão arterial, diabetes e doenças hereditárias podem provocar lesões nos rins e causar insuficiência renal crónica. Nos estádios mais avançados, os portadores desta doença precisam de efetuar tratamentos de substituição da função renal regularmente, como a hemodiálise, a diálise peritoneal ou o transplante renal.

Federação Mundial de Obesidade prevê um aumento de 100% da obesidade infantil a nível mundial
A propósito do Dia Mundial da Obesidade, que se assinala anualmente a 4 de março, a Associação Protectora dos Diabéticos de...

“Segundo dados da Federação Mundial de Obesidade, prevê-se um aumento de 100% da obesidade infantil entre 2020 e 2035. Temas como o papel do ambiente escolar, o tipo de alimentação disponível e, ainda, o impacto do estigma no desenvolvimento de crianças e jovens devem ser trazidos para a esfera pública para impulsionar uma intervenção urgente nesta área da saúde, contribuindo para reverter as estimativas”, alerta Raquel Coelho, pediatra na APDP.

Até 2035 mais de metade da população mundial estará acima do peso ou terá obesidade, estima um relatório da Federação Mundial de Obesidade. O tipo de urbanismo, o ritmo laboral, a gestão de tempo e o stress contribuem para um estilo de vida sedentário, que se alia à oferta alimentar hipercalórica. Os mais jovens acabam por ser afetados, desde muito cedo, por uma sociedade dependente destes fatores.

“Obesidade é uma doença, não é uma escolha de estilo de vida ou falta de força de vontade e resulta da interação de múltiplos fatores em diferentes pessoas, culturas e países. É, por isso, necessário investir no apoio a pessoas, tanto crianças como adultos, que sofrem com a doença e que muitas vezes se inibem de procurar tratamento especializado. É igualmente importante formar e preparar os profissionais de saúde para tratar a obesidade sem estigmas e com empatia”, afirma Carolina Neves, endocrinologista na APDP.

A endocrinologista reforça ainda que “tratar a obesidade não se resume à perda de peso. É necessário um acompanhamento continuado por uma equipa multidisciplinar em todas as fases da vida, uma vez que se trata de uma doença para a qual existe tratamento, mas não cura. Paralelamente, urge mudar mentalidades, garantir acessibilidade de tratamento a quem tem a doença e combater o principal fator modificável que promove o aumento da doença, o ambiente obesogénico em que atualmente vivemos”.

A obesidade está na origem de mais de 200 doenças, entre as quais a diabetes, em que o excesso de peso contribui para 80% dos casos. O impacto da obesidade como causa de complicações metabólicas, mecânicas e mentais requer uma abordagem multidisciplinar e reforça o benefício de estratégias de prevenção e tratamento precoce.

“O Dia Mundial da Obesidade convida assim à discussão aberta sobre a obesidade e a diversidade, promovendo a reflexão sobre o impacto desta pandemia em várias dimensões. O excesso de peso afeta a diabetes e preocupa-nos a incapacidade de resposta no que diz respeito ao tratamento nestas duas doenças que se relacionam. Procuramos diariamente dar resposta às lacunas que ainda existem no nosso país, mas a situação merece uma resposta concertada e que garanta o melhor resultado atualmente possível”, conclui José Manuel Boavida, presidente da APDP.

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