Porto
O presidente do Hospital de São João, no Porto, admitiu hoje que as condições do atendimento pediátrico são “indignas” e ...

“Há um protocolo assinado, temos um projeto pronto para entrar em execução e não temos o dinheiro libertado que torne possível a execução desse projeto”, afirmou António Oliveira e Silva.

O responsável disse que as obras que não dependem dessa verba têm vindo a ser realizadas, nomeadamente o novo centro ambulatório para a pediatria que fica disponível a partir de 15 de junho.

O presidente do Centro Hospitalar do São João falava aos jornalistas a propósito de queixas de pais de crianças com doenças oncológicas sobre a falta de condições de atendimento dos seus filhos em ambulatório e também na unidade do ‘Joãozinho’ para onde as crianças são encaminhadas quando têm de ser internadas, noticiadas pelo JN.

“Tenho recebido mais do que queixas. Há três coisas que temos de realçar: a primeira é a resiliência das crianças doentes e dos pais, a segunda é a resiliência dos profissionais de saúde e em terceiro a da administração, em ter de suportar toda esta situação, que nos deixa sempre numa situação desconfortável”, afirmou Oliveira e Silva.

O presidente do Centro Hospitalar de São João (CHSJ) admitiu sentir-se “maltratado”, tendo em atenção que o hospital São João é um dos melhores do país em termos de cuidados prestados aos doentes e com as contas equilibradas.

“Sinto-me maltratado, porque represento não só o conselho de administração, mas represento os cidadãos doentes a quem tenho a responsabilidade de prestar o melhor tratamento possível e represento também os profissionais do CHSJ. A minha lealdade é tripla e espero que não conflituem”, sublinhou.

O responsável considerou que se notícias como a que hoje foi publicada no JN “não são suficientes para libertar as verbas necessárias a construção do centro pediátrico” não sabe “o que é possível fazer mais”.

“A tutela diz que as verbas estão disponíveis, estão à espera dos procedimentos administrativos ou burocráticos para a libertação para o CHSJ. Tive informação, há cerca de três meses, do ministro da Saúde, que havia as verbas disponíveis para a construção. No fim de fevereiro, tive o contacto da secretaria de Estado a dizer que a verba estava no CHSJ, mas continuo à espera” da libertação do dinheiro, acrescentou.

Na sua edição de hoje, o JN conta que os pais estão desmotivados com a falta de respostas às queixas apresentadas, que se relacionam nomeadamente com os tratamentos de quimioterapia que “são feitos num corredor do hospital”.

“As crianças acabam de fazer quimioterapia e têm de partilhar os elevadores com os carrinhos do lixo” e “os carrinhos da limpeza são colocados ao lado da comida”, contou um dos pais ouvidos pelo JN.

Segundo este jornal, quando depois dos tratamentos as análises indicam que as crianças precisam de ser internadas e ficar em isolamento, “a maior parte das vezes é preciso esperar quatro a cinco horas por uma ambulância, sem condições higiénicas que transporte as crianças do edifício central para o ‘Joãozinho’, num trajeto que demoraria alguns minutos”.

Os pais contam que a situação na zona de quimioterapia de ambulatório “é caótica”, mas quando é necessário “internar os meninos é mil vezes pior”.

“Não se admite que crianças em isolamento tenham quartos com buracos nas paredes, nos sofás, e janelas onde entra frio e não há cortinas para bloquear a luz”, criticam.

O secretário de Estado adjunto da Saúde disse recentemente que os 22 milhões de euros do Governo para as obras da Unidade pediátrica já tinham sido transferidos, aguardando apenas a autorização do Ministério das Finanças. As declarações de Fernando Araújo surgiram após a administração do Hospital de São João ter assumido que o bloqueio das Finanças colocava a unidade de Pediatria do São João em situação de rutura.

Hoje o presidente do CHSJ lembrou que “há 10 anos que o centro pediátrico do Hospital de São João está em instalações provisórias”, e que em junho de 2017, foi assinado um protocolo entre o Centro Hospitalar de São João, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), e a ARS/Norte no sentido de serem desbloqueadas as verbas necessárias para a construção do projeto global do centro hospitalar pediátrico.

“Continuamos a aguardar que sejam desbloqueadas essas verbas. As instalações do internamento são miseráveis, passo do indigno para o miserável. Temos muito más condições para as crianças e muito más condições para os pais das crianças, mas neste momento em instalações provisórias não podemos fazer melhor”, acrescentou.

Investigadores portugueses desenvolvem
ineye® é uma tecnologia para a libertação prolongada e controlada de fármacos e outras moléculas com atividade terapêutica nas...

Semelhante a uma pérola, na forma, na cor e no valor que tem para a oftalmologia, a tecnologia poderá chegar ao mercado dentro de três anos se tudo correr como o previsto.

O projeto, que tem por base a investigação realizada por Marcos Mariz no âmbito do seu Doutoramento no Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), acaba de obter 230 mil euros de financiamento através de uma candidatura liderada pela investigadora Paula Ferreira, do Departamento de Engenharia Química da FCTUC, ao concurso de projetos de investigação IC&DT lançado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

Esta verba, explica Marcos Mariz, vai permitir «otimizar o processo de preparação do dispositivo, não só ao nível do fabrico mas também avaliar qual o processo de esterilização mais eficaz e seguro. Vai permitir ainda fazer a avaliação da biocompatibilidade, isto é, saber se o ineye® não causa irritação ocular e se é bem tolerado pelo doente.»

Após a avaliação da biocompatibilidade do dispositivo, realizada em colaboração com a equipa de Ilídio Correia, da Universidade da Beira Interior (UBI), serão iniciados os ensaios pré-clínicos do inserto na forma de placebo, ou seja, sem fármaco.

Considerando que, «atualmente, a administração da maioria dos fármacos continua a ser feita através de gotas, num processo que exige destreza, leva ao desperdício e à distribuição sistémica de grande parte do fármaco e para o qual os doentes mostram pouca adesão, principalmente em doenças crónicas, esta tecnologia (de acordo com a definição do INFARMED, um medicamento) terá um grande impacto no tratamento de doenças como o glaucoma», assevera o investigador.

A pérola é «colocada no interior da pálpebra inferior sem necessidade de cirurgia. A composição e a arquitetura da tecnologia ineye dotam este sistema de uma versatilidade sem precedentes no mercado», conclui.

O ineye®, que já tem patente nacional, estando a decorrer o processo de patenteamento internacional, tem vindo a obter várias distinções. Só em 2017, ano de arranque do projeto como negócio, angariou cerca de 100 mil euros em dinheiro e serviços. Primeiro com o Arrisca C, depois o Inov C e posteriormente dois prémios do consórcio EITHealth, uma das mais abrangentes e importantes iniciativas mundiais na área dos cuidados de saúde, do qual a Universidade de Coimbra é agora membro.

Estudo
Um estudo publicado na revista "Laboratory Investigation" revela que apenas uma refeição rica em gordura saturada,...

O estudo conduzido em dez homens saudáveis por investigadores da Faculdade de Medicina da Geórgia em Augusta, nos Estados Unidos, revela que o consumo de uma só refeição da chamada fast-food produziu alterações quase imediatas e danificadoras nas artérias.

A junk food, às vezes também denominada fast food, caracteriza-se por ser composta por alimentos de rápida ou nenhuma confeção, refinados, enlatados e a baixo preço, o que favorece o aumento do seu consumo por parte da população mais jovem ou com menos recursos. Alguns dos exemplos mais comuns, escreve o Sapo, são os hambúrgueres, sandes, pizzas, batatas fritas, gelados, bolos, entre outros.

No presente estudo, os 10 participantes praticavam exercício físico regularmente, apresentavam níveis saudáveis de colesterol e tinham um perfil lípidico dentro dos valores normais. Tyler W. Benson, primeiro autor do estudo, dividiu então os homens em dois grupos.

Um dos grupos, com cinco homens, recebeu um batido de leite com elevado teor de gordura, mas proporcional ao peso dos participantes. Os outros homens receberam uma refeição com as mesmas calorias dos batidos, mas pobre em gorduras saturadas.

Os investigadores fizeram exames bioquímicos aos participantes quatro horas depois das refeições, tendo-se focado no impacto da gordura sobre os glóbulos vermelhos. Foi observado que os glóbulos vermelhos ficaram mais pequenos e bicudos no caso dos homens que fizeram a dieta gorda. Os investigadores explicam que esses bicos nos glóbulos vermelhos danificam as veias, constituindo a base de várias doenças cardiovasculares.

Infeção no organismo
Por outro lado, observou-se também o aumento da presença da enzima mieloperoxidase (MPO) nesse grupo de homens, que se pensa estar implicada na aterosclerose, uma doença que se caracteriza pela obstrução das artérias aumentando o risco de doença coronária.

Já nos glóbulos brancos, observou-se o aumento dos monócitos pro-inflamatórios, como se a ingestão de fast-food provocasse uma infeção no organismo.

Segundo os investigadores, estes danos são no entanto reversíveis e tendem a desaparecer oito horas mais tarde no caso das refeições de fast-food esporádicas.

Estudo
Os fabricantes automóveis estão a atrasar o lançamento de veículos menos poluentes e a atualização dos atuais modelos para...

O trabalho da Federação Europeia dos Transportes e Ambiente (T&E), divulgado em Portugal pelas associações ambientalistas Quercus e Zero, que pertencem à organização, refere que, na Europa, as empresas que fabricam automóveis estão a travar as vendas de veículos elétricos e as atualizações para tornar mais eficientes e mais limpos os atuais modelos.

Na análise sobre as emissões de dióxido de carbono (CO2) da frota de novos veículos ligeiros, tanto de passageiros como comerciais, em 2017, o estudo conclui que, ao travar as vendas de veículos com menos emissões para assegurar ganhos, os fabricantes estão a prejudicar o clima e os consumidores.

De acordo com o documento, na Europa, no ano passado, apenas seis dos 50 modelos mais vendidos de ligeiros foram atualizados, mas 21 serão relançados como modelos mais eficientes e com menos emissões de CO2 até 2020, escreve o Sapo.

O número de modelos elétricos deverá subir cinco vezes, para um total de 100, em 2021, aumentando a autonomia, a escolha e a concorrência entre as marcas e a maioria dos fabricantes europeus, exceto a Fiat, devem cumprir as metas de redução das emissões de gases com efeito de estufa naquele ano em toda a frota, em parte devido à venda de mais carros elétricos e híbridos 'plug-in', aponta o trabalho.

Os resultados da análise da T&E referem ainda que o aumento das vendas de utilitários desportivos (SUVs) e da potência dos motores estão a resultar no acréscimo de emissões.

Para os ambientalistas, o estudo evidencia que os fabricantes de automóveis "persistem no falso argumento" de que não conseguem cumprir as suas metas de emissões de dióxido de carbono, argumentando com a quebra nas vendas de carros a gasóleo, enquanto apostam em modelos SUVs, potentes e ineficientes, "para maximizar os lucros".

As organizações ambientalistas lamentam esta estratégia da indústria automóvel para tentar demover os reguladores de avançar com novas metas mais ambiciosas para 2025 e 2030 e alertam os decisores políticos para que "não se deixem enganar".

A Quercus exige a definição de limites mais restritos de emissão de dióxido de carbono para 2025, metas para a venda de veículos elétricos e garantias de que as reduções de emissões acontecem na estrada e "não apenas nos laboratórios dos fabricantes".

Também a Zero salienta que o resultado deste procedimento dos fabricantes automóveis é o aumento das emissões e faturas de combustíveis mais caras.

Os veículos ligeiros de passageiros e comerciais emitem dois terços do CO2 nos transportes, o setor que mais emite deste gás com efeito de estufa na UE, representando 27% do total de emissões.

Estudo
Um dedo com 90.000 anos encontrado na Arábia Saudita leva cientistas do instituto alemão Max Planck a concluir que a dispersão...

O osso do dedo fossilizado foi descoberto no deserto de Nefud e o trabalho dos investigadores foi publicado na revista científica Nature Ecology and Evolution.

Segundo o estudo, este é o vestígio de Homo sapiens mais antigo já descoberto fora de África.

O osso foi encontrado junto de fósseis de outros animais e ferramentas de pedra, num local que hoje é deserto mas que deve ter sido um lago de água doce rodeado por vegetação, escreve o Sapo.

Antes desta descoberta, considerava-se que a migração dos Homo sapiens para fora de África e em direção à Eurásia não tinha ido tão longe, ficando-se pelas florestas do Levante.

“É importante reconhecer que não existiu uma única e rápida onda migratória para fora de África. O que defendemos é que existiram múltiplas expansões e a colonização da Eurásia foi bem mais complexa do que nos dizem os livros da escola”, explicou Michael Petraglia, arqueólogo na Universidade de Oxford, no Reino Unido, e um dos autores do artigo, durante a conferência de imprensa organizada pela revista Nature sobre o estudo.

"Esta descoberta mostra conclusivamente pela primeira vez que os membros mais antigos da nossa espécie colonizaram uma região extensa do sudoeste asiático e não se limitaram ao Levante", afirmou Huw Groucutt, da Universidade de Oxford e do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana.

Encontrado em 2016
O fóssil foi encontrado em 2016, à superfície da terra, no sítio arqueológico que era estudado por esta equipa internacional de cientistas desde 2014.

Foi Iyad Zalmout, investigador no Departamento de Paleontologia da instituição responsável pelo levantamento geológico na Arábia Saudita que viu o pequeno osso, durante uma caminhada.

"Imediatamente percebeu que era um osso humano", acrescentou, adiantando que não foi encontrada mais nenhuma parte do corpo deste indivíduo.

"Morrer não é tão mau como se pensa"
"Na minha humilde opinião, morrer não é tão mau como se pensa". Quem o diz é Kathryn Mannix, médica especialista em...

Levar as pessoas a evitar falar sobre a morte e substituir esta palavra por eufemismos torna muito mais difícil lidar com a perda de alguém que amamos. "Deixámos de falar sobre a morte. Deixámos de usar a palavra morrer e passámos a usar outras parecidas", comenta a especialista em cuidados paliativos numa longa entrevista à BBC, esclarecendo que em vez de "morto", usa-se "falecido" e em vez de se dizer que "alguém está a morrer" diz-se que está "muito doente".

A autora do livro "With the End in Mind: Dying, Death and Wisdom in an Age of Denial" defende que quando se usam estas palavras, as famílias não percebem que a pessoa está a aproximar-se do momento da morte, escreve o Sapo.

"Acho que perdemos a imensa sabedoria humana de aceitar a morte de uma maneira normal. Acho que está na hora de voltar a falar da morte e recuperar essa mesma sabedoria", assevera a médica.

É apenas um processo normal
Kathryn Mannix acredita que a morte é "como nascer", ou seja, "é apenas um processo" normal como tantos outros na vida: "A pessoa vai ficando mais cansada e desgastada. À medida que o tempo passa, dorme mais e passa menos tempo acordada."

A médica defende também que as famílias podem aprender sobre os melhores momentos para dar os medicamentos ao paciente ou deixar as visitas entrarem, sem que o doente seja incomodado durante o sono, tão importante, segundo esta especialista.

A médica britânica acredita que a morte é "um processo tranquilo", para o qual as pessoas se podem preparar e com o qual podem lidar. "E isso deve ser celebrado. Algo com que nos possamos consolar uns aos outros. (...) Morrer é algo que deveríamos recuperar, algo sobre o que deveríamos falar", acrescenta.

Para Kathryn Mannix a morte, quando acontece a dormir, é até relaxante: "As pessoas estão tão relaxadas que nem se darão ao trabalho de pigarrear, limpar a garganta, e a respiração passa por entre as pequenas quantidades de muco ou saliva na parte de trás da garganta", descreve.

"Isso pode causar um ruído estranho, que muitos chamam de estertor da morte", diz, para acrescentar logo a seguir: "As pessoas falam desse som como se fosse algo terrível, mas esse som, na verdade, diz-me que o paciente está tão profundamente relaxado, e num estado de consciência tão profundo, que nem sequer a saliva na garganta o incomoda enquanto as bolhas de ar entram e saem dos pulmões".

"Bem no fim da vida, haverá um período de respiração superficial, e uma expiração que não será seguida por uma inspiração. Por isso, a morte normal é realmente um processo tranquilo e algo que podemos reconhecer e para o qual nos podemos preparar", conclui.

Incêndios
Quinze feridos graves na sequência dos grandes incêndios de 2017 já entregaram os requerimentos para serem indemnizados pelos...

Relativamente aos familiares das vítimas mortais, a Provedora da Justiça, Maria Lúcia Amaral, recebeu 309 requerimentos de indemnização referentes a 115 vítimas mortais reconhecidas (diretas e indiretas) dos incêndios de junho e outubro de 2017.

Desses 309 requerimentos, "299 requerimentos foram respondidos, tendo 282 propostas de indemnização sido aceites", disse à agência Lusa a assessoria da Provedora da Justiça.

Os critérios para a atribuição de indemnizações por ferimentos graves, abrangendo danos físicos ou psíquicos, diretamente resultantes dos grandes incêndios de junho e outubro, foram fixados em fevereiro.

As pessoas podem apresentar um requerimento à Provedora da Justiça até 30 de maio.

Para este processo, foram definidas "cinco situações em que alguém afetado pelo incêndio pode ser considerado ferido grave", estando abrangidos ferimentos físicos e corporais, mas também danos de natureza psíquica, explicou o membro do Conselho para a Indemnização das Vítimas de Incêndios, o juiz conselheiro Joaquim Sousa Ribeiro, aquando da entrega do relatório que fixa os critérios, em fevereiro.

De acordo com o relatório publicado no portal do Governo, estão abrangidas três situações relacionadas com feridos graves com internamento hospitalar: por dano permanente que se revista de relevância funcional ou estética; por um período não inferior a 30 dias ou com verificação de perigo de vida (estado de coma ou necessidade de ventilação assistida) ou com lesão que provoque dor em grau considerável (no mínimo grau cinco, em sete).

As restantes situações abrangidas pelo processo de indemnização a feridos graves estão relacionadas com danos psiquiátricos permanentes com repercussão na autonomia "pessoal, social ou profissional" e com a "perda ou diminuição permanentes da utilização de qualquer dos sentidos ou funções".

A indemnização exige um relatório de um perito médico-legal.

Os requerimentos podem ser entregues diretamente à Provedora de Justiça, na junta de freguesia ou câmara municipal do lugar de residência, ou em consulado português para quem resida no estrangeiro.

Os serviços da Provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, estão disponíveis para qualquer apoio ou esclarecimento através da linha azul 808 200 084 e do endereço [email protected].

Incêndios
A Segurança Social já concedeu 104 mil euros em apoios a 202 famílias afetadas pelos incêndios de outubro de 2017, para ajudar...

As 202 famílias representam um total de 505 beneficiários pela medida da Segurança Social de atribuição de subsídios a agregados com carência económica, no contexto dos incêndios de 15 e 16 de outubro, informou à agência Lusa o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSS).

Dos 104 mil euros já concedidos, 32 mil euros foram para a rubrica de apoio à despesa com habitação e cerca de 38 mil euros para as rubricas de aquisição de bens e serviços de primeira necessidade, e para a aquisição de instrumentos de trabalho.

Fonte do MTSS explicou que os dados "reportam maioritariamente ao mês de março", sendo que "os balanços apresentados não se encontram fechados, tendo em conta o caráter contínuo de muitos dos apoios".

Segundo o ministério, as unidades móveis da Segurança Social, do Instituto de Registos e Notariado e das Direções Regionais de Agricultura e Pescas do Centro e Norte visitaram, entre 16 de novembro e 31 de dezembro, 604 lugares de 18 concelhos, "totalizando 2.113 atendimentos individuais.

Já em janeiro, as cinco carrinhas do Espaço Móvel do Cidadão percorreram 432 lugares ou aldeias de 13 concelhos, fazendo um total de 2.096 atendimentos, sob a coordenação da Segurança Social, informou.

Os incêndios de outubro de 2017, que atingiram 36 concelhos da região Centro, provocaram 49 mortos e cerca de 70 feridos, e destruíram total ou parcialmente perto de 1.500 casas e cerca de meio milhar de empresas.

Extensas áreas de floresta e de terrenos agrícolas foram igualmente destruídas pelos fogos, que afetaram de forma mais grave os municípios de Castelo de Paiva e Vagos, no distrito de Aveiro; Oleiros e Sertã (Castelo Branco); Arganil, Figueira da Foz, Lousã, Mira, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Tábua e Vila Nova de Poiares (Coimbra); Gouveia e Seia (Guarda); Alcobaça, Marinha Grande e Pombal (Leiria); e Carregal do Sal, Mortágua, Nelas, Oliveira de Frades, Santa Comba Dão, Tondela e Vouzela (Viseu).

Na sequência dos fogos que deflagram em 15 de outubro foram consumidos 190.090 hectares de floresta, cerca de 45% da área total ardida durante 2017, de acordo com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Os dois incêndios que, em outubro, destruíram maiores áreas ocorreram no distrito de Coimbra, nos concelhos da Lousã, onde foram atingidos cerca de 43.900 hectares, e de Oliveira do Hospital (perto de 43.200 hectares).

Medicamentos
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou o decreto-lei do Governo que altera o regime jurídico dos...

Esta decisão do chefe de Estado foi divulgada no portal da Presidência da República na Internet.

O diploma em causa, aprovado em Conselho de Ministros no dia 22 de março, transpõe para a ordem jurídica nacional a diretiva da União Europeia n.º 2017/1572.

Segundo o comunicado desta reunião do Conselho de Ministros, a nova legislação "adequa as regras nacionais de rotulagem e sobre os dispositivos de segurança que devem figurar nas embalagens de certos medicamentos para uso humano, permitindo a sua identificação e autenticação, com vista a impedir a introdução de medicamentos falsificados na cadeia de abastecimento legal".

Num parecer sobre o projeto de decreto-lei do Governo, a Comissão Nacional de Proteção de Dados deixou alertas sobre o novo regime, referindo que obriga os fabricantes de medicamentos a terem um sistema de registo e análise de reclamações e que, caso não fossem introduzidas alterações pelo legislador, existia “a hipótese de, nas reclamações, constarem dados de saúde relativos a pessoas singulares identificadas ou identificáveis", que "pode incidir sobre dados sensíveis”.

 

Gémeas Siamesas
A segunda das duas gémeas siamesas angolanas que partilhavam o mesmo coração e fígado, nascidas há uma semana em Luanda, morreu...

A informação foi confirmada à Lusa por fonte da família, acrescentando que o funeral das duas meninas será realizado terça-feira, em Luanda, num desfecho que os médicos já previam desde a manhã de hoje, dada a raridade deste tipo de caso.

Na quarta-feira, os médicos confirmaram, após exames imagiológicos, a impossibilidade de separação cirúrgica das meninas, que permaneceram na incubadora do Hospital Pediátrico David Bernardino até ao final da tarde de ontem.

"É uma situação clínica que é sobejamente conhecida como complicada (...) Logo à partida colocava a inviabilidade da separação, compartilhavam o coração e o fígado, tudo o resto era esperar", explicou à Lusa a diretora clínica do hospital pediátrico, Margarida Correia, ao final da manhã, pouco depois da morte da primeira das duas gémeas siamesas.

Além destas duas gémeas siamesas, uma terceira gémea nasceu no mesmo parto, por cesariana, a 02 de abril, na maternidade Augusto Ngangula, também na capital angolana, onde permanece internada, sem problemas de saúde.

Apesar das dificuldades do setor da Saúde em Angola, o hospital garante que tudo o que era possível para salvar as gémeas siamesas "foi feito".

"Infelizmente não vão conseguir viver além destes dias que lhes foram proporcionados pela natureza", desabafava, anteriormente, a médica Margarida Correia.

Um desfecho que também já era esperado pelo pai das meninas, Panzo Afonso, de 34 anos: "É duro, é mesmo doloroso".

Em declarações à Lusa, este militar do Exército angolano confessou a surpresa provocada pelo nascimento das siamesas.

"Nunca tive a noção que existia [gémeas siamesas]", apontou, enaltecendo o apoio médico prestado naquele hospital público de referência na capital angolana.

"Encontrei uma equipa profissional (...) Tivemos boa assistência, bons cuidados", assume.

A mãe das gémeas siamesas, Maria Tomé, de 28 anos, permanece internada na maternidade Augusto Ngangula, em recuperação.

Farmácia comunitária
As farmácias vão poder, dentro de um mês, ter consultas de nutrição, testes rápidos de rastreio da sida e hepatites, e serviços...

A nova definição de serviços farmacêuticos foi publicada ontem em Diário da República, numa portaria que estipula a entrada em vigor 30 dias após a publicação. A portaria altera outra sobre o mesmo tema (serviços farmacêuticos que podem ser prestados pelas farmácias) com mais de 10 anos.

“A evolução do setor das farmácias comunitárias nestes últimos 10 anos requer a revisão da referida portaria, nomeadamente englobando serviços de promoção da saúde”, justifica-se na portaria hoje publicada.

Assim, além dos serviços já prestados como a venda de medicamentos, apoio domiciliário, ou administração de primeiros socorros e de vacinas, são alargadas as prestações das farmácias, como a preparação individualizada de medicamentos, ou testes rápidos para o rastreio de infeções por vírus de imunodeficiência humana (VIH), vírus da hepatite C e vírus da hepatite B, “incluindo o aconselhamento pré e pós-teste e a orientação para instituições hospitalares” se necessário.

As farmácias podem ainda prestar os primeiros cuidados na prevenção e tratamento do pé diabético, e “promover campanhas e programas de literacia em saúde, prevenção da doença e de promoção de estilos de vida saudáveis”.

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) “pode emitir orientações relativas às condições de prestação dos serviços”, devendo também ser informada sobre a prestação desses serviços.

Num comunicado hoje divulgado, a Associação Nacional de Farmácias (ANF) lembra-se que “a definição dos serviços das farmácias comunitárias foi um compromisso assumido pelo Governo no acordo celebrado há um ano com a ANF”.

Segundo a ANF Portugal tem 2.922 farmácias, distribuídas pelo continente e todas as ilhas dos Açores e Madeira.

 

BioISI
Com o objetivo de elevar a troca de conhecimentos e o desenvolvimento de novas abordagens capazes de contribuir para o avanço...

Margarida Gama Carvalho, coordenadora da Unidade de Expressão Génica e Regulação do BioISI, refere que “os dez projetos financiados no âmbito do concurso “Cross-Disease Analysis of Pathways”, em que se inclui o FlySMALS, terminam este ano e, como tal, eleva-se a curiosidade e a vontade de partilhar os resultados da investigação desenvolvida, procurando integrá-la com o estado-da-arte da investigação nesta área. Este workshop vai promover a discussão integrada de tópicos de investigação em doenças neurodegenerativas por um painel de 20 especialistas de renome, entre os quais 14 investigadores internacionais, incluindo os membros do consórcio FlySMALS e de dois outros consórcios europeus financiados no âmbito deste programa.”

O programa do workshop procura promover a análise das doenças além das fronteiras clínicas tradicionais, combinando abordagens experimentais fundamentais, clínicas e pré-clínicas, com abordagens computacionais; redefinição de fenótipos clínicos e novas abordagens no tratamento de doenças neurodegenerativas; e identificação de semelhanças e diferenças nas vias moleculares subjacentes às doenças neurodegenerativas.

As inscrições já estão a decorrer e podem ser feitas através do preenchimento do seguinte formulário online: https://goo.gl/4C5rko

Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
No próximo dia 11 de Abril, investigadores do BioISI – Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas – estarão no átrio do...

As várias oportunidades disponíveis inserem-se nas 5 áreas de investigação em que o BioISI desenvolve a sua atividade: Bioinformática, Biotecnologia, Biomedicina, Química Biológica, Biofísica. “Cada uma das áreas será apresentada pelos investigadores responsáveis, com o objetivo de auxiliar os estudantes a tomar uma decisão informada e a optar pela área com que mais se identificam, motivando o envolvimento em investigações que permitem desafiar os problemas complexos das ciências da vida”, refere Margarida Gama Carvalho, coordenadora da Unidade de Expressão Génica e Regulação do BioISI.

A participação é gratuita e as inscrições podem ser feitas até dia 10 de Abril, através do email [email protected].

 

Movimento Caçadores Mais Caça
Os caçadores portugueses estão preocupados com as doenças nos javalis e exigem que os animais “sejam vistos por um veterinário...

“Estamos preocupados com a falta de veterinários porque há milhares de javalis que não são inspecionados por médicos veterinários para dizerem se [os animais] estão ou não infetados com várias doenças, incluindo a tuberculose e a triquinoses”, destacou.

O bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Cid, confirmou em declarações que de facto “não há veterinários suficientes” para “fazer as inspeções quer nos javalis, quer em todas as áreas da inspeção alimentar”.

Apesar de se fazer inspeção em algumas “montarias organizadas e declaradas”, o responsável referiu que “não é feita nenhuma inspeção a todos os outros javalis que são abatidos durante todo o ano nas chamadas noturnas, um problema mais complicado que necessitaria da parte do Governo, nomeadamente do Ministério da Agricultura, um investimento grande para criar nas freguesias, nas zonas onde essa prática é mais recorrente, centros de inspeção com médicos veterinários validados para o fazerem”.

A Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) dá conta que “a lei determina que a inspeção sanitária de peças de caça maior seja efetuada em estabelecimentos devidamente aprovados para o efeito”, sem, no entanto, confirmar a falta de veterinários existentes para este efeito.

José Baptista referiu inclusivamente que o proprietário de um restaurante em Bragança lhe garantiu que 90% dos javalis não são alvo de “inspeção sanitária” e que há pessoas que desistiram de consumir este tipo de carne, uma vez que não há garantias da inexistência de doenças.

Numa nota informativa emitida pela DGAV relativamente a este assunto, lê-se que “é expressamente proibida a colocação no mercado” de peças de caça selvagem maior que não tenham sido previamente inspecionadas num “estabelecimento de tratamento de caça aprovado”.

No entanto, a DGAV prevê que a carne pode ser consumida “pelo caçador e o seu agregado familiar”.

A este respeito, Eduardo Biscaia, da Federação Nacional de Caçadores e Proprietários, com 17.580 associados, defendeu que “é ridículo” que a DGAV diga “que há perigo para a saúde pública na comercialização da caça, mas deixa circular a ideia de que na alimentação própria ou familiar é preciso ter cuidado”.

Em vez de dizer isto, devia era garantir veterinários, advogou.

José Baptista acrescentou ainda que “a DGAV sabe que os javalis que tenham triquinoses têm que ser destruídos e não podem ser consumidos a qualquer título, seja por caçadores e seus familiares ou pela população em geral”.

Atualmente, “há milhares e milhares de javalis que não são inspecionados e são consumidos. E isso não pode estar a acontecer”, reiterou.

Os caçadores criticam ainda a diminuição da caça e o preço para tirar licenças que, segundo José Baptista, em Portugal é muito mais caro do que em Espanha.

Governo
O grupo técnico independente para avaliar a gestão das listas de espera para consultas e cirurgias conta entregar até ao fim do...

Em declarações, o bastonário da Ordem dos Médicos, que preside ao grupo, explicou que o prazo dado pelo Ministério era impossível de cumprir, porque o trabalho envolve análise de muitos dados e reuniões com várias entidades e unidades de saúde.

Além disso, Miguel Guimarães adiantou que o grupo técnico teve “dificuldade no acesso a alguns dados” considerados essenciais para realizar o trabalho.

Este grupo técnico independente para avaliar os sistemas de gestão das listas de espera para consultas e cirurgias foi criado após um relatório do Tribunal de Contas, divulgado em outubro passado, que pôs em causa a fiabilidade dos dados oficiais.

O relatório do Tribunal de Contas divulgado veio contrariar números da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), que apontavam para menos tempo de espera na primeira consulta de especialidade dos hospitais públicos.

Mais tempo de espera para uma consulta hospitalar e mais utentes a aguardarem por uma cirurgia entre 2014 e 2016 foram alguns dos aspetos identificados pelo tribunal.

Entretanto, poucos dias depois de ser conhecido o relatório, O Ministério da Saúde emitiu um despacho a criar um grupo técnico e independente, dando o prazo de dois meses para apresentação de um relatório final.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, preside a este grupo técnico, que integra representantes dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, da Direção-Geral da Saúde, da Inspeção-geral das Atividades em Saúde, da Entidade Reguladora da Saúde, da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, de associações de doentes e da comunidade académica.

A ideia de uma “auditoria independente e urgente” ao SNS tinha sido lançada pelo próprio bastonário da Ordem dos Médicos mal foi conhecido o relatório do Tribunal de Contas.

Segundo Miguel Guimarães, este grupo para avaliar a gestão das listas de espera tenta percorrer todo o caminho feito pelo doente até chegar a uma consulta hospitalar ou cirurgia e detetar onde há erros ou fragilidades.

Conselho Geral e de Supervisão
A abertura da ADSE (sistema de saúde da administração pública) aos funcionários públicos com contrato individual de trabalho ...

A revisão do regime de benefícios e a consequente abertura a novos beneficiários começou a ser equacionada há mais de um ano, mas foi decidido pelo CGS que as novas entradas deviam ser feitas de forma faseada, dando-se prioridade aos CIT (onde se incluem milhares de trabalhadores dos hospitais EPE) e aos que no passado renunciaram ao sistema.

Em causa, escreve o Diário de Notícias, está um universo que abrange quase 88 mil pessoas (entre 82 500 com contrato individual de trabalho e 5750 renúncias tácitas e expressas). Um estudo realizado pela ADSE no ano passado estima que, num cenário realista, deste total, o número de potenciais adesões ronde as 64 mil.

A proposta inicial de abertura do sistema previa a entrada dos cônjuges dos atuais beneficiários (atualmente apenas podem estar na ADSE se não tiverem qualquer outro subsistema saúde, o que limita o universo aos cônjuges dos funcionários públicos que não trabalham) e aos filhos com idade superior a 26 anos. Foi decidido, no entanto, que este alargamento apenas avançará depois de realizados estudos que permitam ver o impacto nas contas da ADSE.

Além do novo regime de benefícios, o CGS irá ainda analisar os trabalhos realizados para aferir a sustentabilidade da ADSE e analisar a revisão das tabelas de consultas, exames e atos médicos. Os novos preços que o subsistema paga à rede convencionada entraram recentemente em vigor e foram desenhados de forma a criar limites em alguns valores e atos, proporcionando uma poupança anual de algumas dezenas de milhões de euros.

Sarampo
O número de casos confirmados de sarampo subiu para 105, mais oito casos do que no último balanço, divulgou a Direção-Geral da...

De acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS), existiam até domingo sete pessoas com a doença, sendo que, ao longo do surto, foram confirmados 105 casos, 15 dos quais (14%) em pessoas não vacinadas e 10 tinham esquema vacinal incompleto.

Dos casos confirmados, 85 (81%) são profissionais de saúde.

A DGS acrescenta que apenas um doente se mantém internado e que há ainda 24 casos em investigação.

O vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infecciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra.

Os doentes são considerados contagiosos desde quatro dias antes até quatro dias depois do aparecimento da erupção cutânea.

Segundo a DGS, “os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois da pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (progride da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal”.

Existe vacina contra o sarampo no Programa Nacional de Vacinação, que deve ser administrada aos 12 meses e 5 anos de idade.

As pessoas com esquema vacinal completo podem contrair a doença, mas de forma leve e não são veículo de transmissão, segundo as autoridades de saúde.

Quem já teve sarampo está imunizado e não voltará a ter a doença.

Dor Crónica atinge 40% da população adulta
Estima-se que, em Portugal, cerca de 40% da população adulta sofra de dor crónica.

A dor crónica é geralmente definida como uma dor persistente ou recorrente durante pelo menos 3 a 6 meses, que persiste para além da cura da lesão que lhe deu origem, ou que existe sem lesão aparente.

Apesar de nem sempre existir uma causa óbvia para a dor, sabe-se que esta atinge sobretudo o sexo feminino e que a idade é um importante fator de risco, a par do excesso de peso ou obesidade.

Entre as principais causas estão doenças como o cancro, diabetes ou artrose, bem como os traumatismos ou posições forçadas e incorretas. Esta pode ainda estar associada a um período de pós-operatório ou surgir sem causa aparente.

Diana Azevedo sofre de dor crónica. Uma condição que tem limitado a sua vida pessoal e profissional. “Sou bailarina e professora de dança e tive que parar de trabalhar completamente durante nove meses”, começa por dizer.

No seu caso, a dor atinge toda a parte superior do corpo – cabeça, face, pescoço, ombros, braços, zona cervical e omoplatas – e é causada por vários problemas estruturais. “O primeiro, devido a um acidente rodoviário que tive há mais de 10 anos, é uma hérnia cervical e 5 ou 6 protusões ao longo de toda a coluna. Essa hérnica cervical está a prender o nervo mediano no meu braço direito e causa-me dores intensas no pulso, braço e omoplatas”, explica.

Diana sofre ainda de uma luxação na articulação temporomandibular, causada por má articulação das maxilas inferior e superior, que lhe causa dores “insuportáveis” na face. A combinação destes problemas desencadearam, como explica, um processo de dores “agudas intensas e constantes” ao longo de vários meses. “Alguns dias essas dores viajavam por todo o corpo e variavam entre picadas, queimaduras, choque elétricos ou paralisias momentâneas”, refere.

A angústia da dor levou-a a recorrer a vários médicos que, sem resposta, demoraram cerca de nove meses a chegar a um diagnóstico. “Fui acompanhada por três equipas profissionais no Hospital de Gaia – Neurocirurgia, Cirugia Maxilofacial e Consulta da Dor. Após vários meses a fazer exames, a ir a consultas semanais (por vezes, duas vezes por semana) e a várias consultas da urgência, conseguiram chegar ao diagnóstico final”, conta revelando que, entre a primeira consulta e a certeza de que padecia de dor crónica, passaram nove meses. “Durante este processo consultei também vários profissionais e realizei vários exames no sistema privado”, admite.

Por não ser facilmente compreendida, Diana admite que, mesmo depois do diagnóstico, sentiu que a sua condição não foi valorizada. “Durante os meses em que os especialistas não conseguiam chegar a um diagnóstico, várias vezes me disseram que era eu que estava a imaginar essas dores. Que não se justificava ter dores tão intensas com os problemas que parecia apresentar. Mesmo depois de chegarem a um diagnóstico, alguns especialistas continuaram a desvalorizar a minha dor”, revela acrescentando que, na sua opinião, muitos clínicos não estão “preparados” para uma problemática que atinge milhares de pessoas em todo o mundo.

Incapacidade física e/ou funcional, afastamento social ou perturbação do sono – que chega a atingir 90% dos doentes – são algumas das principais consequências da dor. Vários são os estudos que demonstram uma diminuição bastante significativa da saúde física e mental dos pacientes.

“As repercurssões a nível profissional, no meu caso, foram gigantescas. Recomecei a dançar em setembro de 2017 mas, infelizmente, às vezes não consigo dar aulas porque estou novamente com dores e só consigo ficar deitada a descansar o dia todo”, comenta acrescentando que, como trabalha por conta própria,  teve de “viver à custa de familiares” durante os nove meses em que não pôde trabalhar.

Também a nível social e familiar afirma ser díficil gerir emoções. “Custa-me muito ver a dor que as pessoas mais próximas sentem por não me conseguirem ajudar. Apesar de estarem sempre presentes, sinto que esta situação os esgota cada vez mais e que se sentem impotentes perante a minha situação”, comenta.

Yoga e pilates: estudos apontam atividades como arma de combate à dor crónica

Vários estudos internacionais têm apontado o yoga e o pilates como duas atividades que mais ajudam a combater a dor crónica, do mesmo modo que a acupunctura e as massagens terapêuticas que contribuem para o alívio dos sintomas.

No entanto, devido à sua complexidade, a dor crónica requer abordagens diferenciadas e complementares, como tratamento físico e psicológico e terapêutica farmacológica onde se inclui uma gama alargada de medicamentos para alívio da dor (analgésicos).

Acompanhada pela Consulta da Dor desde o diagnóstico, Diana Azevedo já utilizou vários medicamentos e admite que nenhum “funciona completamente”. “Há dias em que ajudam um pouco, mas a maioria das vezes não surtem qualquer efeito”, diz desapontada.

Na tentativa de atenuar a dor já fez fisioterapia e decidiu, paralelamente ao tratamento indicado pelos especialistas, fazer acupunctura,  meditação e pilates. “Esta terapia (acupunctura) tem sido a única prática que me ajuda verdadeiramente”, revela admitindo que se esta “não fosse tão pesada financeiramente e pudesse fazer diariamente”, não hesitaria.

“Estas terapias, complementadas com a minha atividade profissional – a dança – permitiram-me encontrar uma forma mais orgânica de lidar com o meu dia-a-dia e encontrar forças para voltar a trabalhar e viver da melhor forma possível, com mais otimismo, perseverança e muita paciência e compaixão para comigo mesma”, revela.

Para além disso, Diana revela ter cuidado com a alimentação, um dos aspetos que considera de extrema importância para qualquer doente, e não descura a prática de exercício físico.

“O exercício físico, para mim, é a melhor terapêutica deste processo de recuperação. Quando dou as minhas aulas e danço, quase não sinto dores”, afirma.

Associação Força 3P: acesso gratuito a consultas é uma forma de apoiar os doentes

A Associação Força 3P trabalha no sentido de apoiar aqueles que sofrem de Dor Crónica. “No momento mais crítico do meu processo encontrei a Força 3P. Conheci pessoas que viviam diariamente com a mesma situação que eu, que compreendiam melhor do que ninguém aquilo que eu estava a passar e que eram compassivas consigo próprias e com os outros”, comenta admitindo que foi com a sua ajuda que conseguiu sair da “escuridão”.

Entre as principais iniciativas, esta associação “tem vindo a construir uma rede de contatos, possibilitando aos sócios uma série de descontos nas mais diversas áreas terapêuticas”.

Foi assim que Diana chegou ao Centro de Reabilitação de Gaia, onde teve acesso gratuito a consultas de psicologia. “Esse profissional fez um trabalho incrível comigo e ajudou-me a encontrar paz de espírito e positividade na minha vida”, afirma. “Graças a esta associação, ao psicólogo, à minha acupunctura e às pessoas que me são próximas, hoje já consigo ter uma vida ativa e viver a maioria dos dias sem dor”, conclui.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Organização
O que está a acontecer hoje no mundo "é muito mais do que o público em geral se apercebe", foi a principal conclusão...

"Há muita coisa que nós, público em geral, pensamos serem ficção científica e que não o são, estão aqui", disse o responsável, para quem a "primeira grande mensagem do simpósio foi que o que está a acontecer hoje no mundo é muito mais do que o público em geral se apercebe".

O membro do conselho científico da Fundação Bial, entidade organizadora do evento que decorreu no Porto, vincou ainda que a "capacidade de as pessoas controlarem coisas à distância, de aprenderem muito mais rápido, de melhorarem a capacidade de decisão, a capacidade cognitiva, coisas que se veem nos filmes, tudo isso está a acontecer hoje".

No último dia do debate promovido a cada dois anos pela Fundação Bial e que decorreu na Casa do Médico, Rui Costa fez o balanço de um encontro que em 2018 se debruçou sobre o "potenciar a mente".

De um simpósio que foi dos "mais abrangentes" em termos de temas debatidos, elencou o das "pessoas que trabalham em mecanismos de farmacologia", as "substâncias que podem ajudar os suplementos alimentares", os "fármacos auxiliares da memória e capacidade de decisão", o uso da "inteligência coletiva e artificial para potenciar a mente e até mesmo os interfaces cérebro-máquina".

"E falamos de tudo isto, juntando-lhe, também, as pessoas que trabalham nas implicações éticas de toda esta melhoria", salientou o também professor de Neurociências e Neurologia da Universidade Columbia, nos Estados Unidos.

E continuou: "o mais interessante e ao mesmo tempo assustador é o que está a acontecer com os nossos cérebros, mas também na sua interação com a inteligência artificial, algo que há um ano não se imaginava possível".

Destacando ter sido este "o primeiro simpósio a nível mundial que reuniu todos estes aspetos, mais a questão ética", o professor catedrático louvou o papel da fundação neste trabalho.

"É de louvar que haja em Portugal uma fundação privada tão atenta ao que se passa no mundo e que se tenha quase reinventado a cada dois anos para trazer não o que está a acontecer, mas antecipando o que vai ser a grande revolução no que se relaciona com o cérebro", concluiu Rui Costa.

Legionella
A nova lei de prevenção e combate à bactéria ‘legionella’ será aprovada pelo parlamento no prazo máximo de 15 dias e repõe as...

Segundo Jorge Costa, coordenador do grupo de trabalho constituído no âmbito da comissão parlamentar de Ambiente para propor um novo enquadramento legal para a prevenção e combate à ‘legionella’, o parlamento poderá votar em plenário o diploma que PS, PCP e Bloco de Esquerda (BE) conseguiram hoje consensualizar assim que este seja votado em reunião da comissão parlamentar.

O projeto de lei pode ser votado já na próxima semana ou, no máximo, dentro de 15 dias, disse Jorge Costa.

Partindo de uma proposta de lei do Governo, o novo diploma é o resultado de uma "reconversão” dessa proposta para acolher propostas apresentadas em projetos de lei pelo BE e PCP e ficou quase terminado, em reunião do grupo de trabalho, que com o acordo do PS, PCP e BE deixou já definido o novo enquadramento legal nos seus "traços essenciais".

“Resulta um projeto que, essencialmente, constitui uma estratégia de prevenção e combate à ‘legionella’, que define um programa de prevenção a partir da articulação de entidades públicas em torno da Direção-Geral da Saúde (DGS), que define uma política de fiscalização que retoma com uma periodicidade de três em três anos as inspeções periódicas obrigatórias por uma entidade externa - como existiam na legislação que o Governo anterior revogou - e define também uma política para enfrentar surtos”, disse Jorge Costa.

O coordenador do grupo de trabalho disse que “o eixo desta lei” passa a ser a fiscalização dos equipamentos, que obriga as “entidades públicas e privadas a uma manutenção” com “regras apertadas” não só aos equipamentos de climatização ou tratamento de ar interior, mas também os que sofrem impacto do ar exterior.

“Consideramos que o diploma vai ao encontro das nossas preocupações, que o que fica definido é uma lei à altura do conhecimento disponível sobre esta matéria e das melhores práticas internacionais em termos de prevenção, fiscalização e resposta aos surtos de ‘legionella’”, disse Jorge Costa.

Em janeiro, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, anunciou que o Governo elaborou um diploma para prevenir surtos de infeção causados pela bactéria ‘legionella’, como os de Vila Franca de Xira e Lisboa, que prevê auditorias trienais e sanções acima dos 40 mil euros em caso de incumprimento.

A ideia, segundo o ministro, era ter uma nova legislação que reunisse os contributos de Governo e partidos.

Em 01 de março, o Conselho de Ministros aprovou a proposta de lei que estabelece o regime de prevenção e controlo da doença dos legionários, provocada pela bactéria ‘legionella', propondo "um conjunto de procedimentos relativos à instalação, ao uso e à manutenção de redes, sistemas e equipamentos nos quais a ‘legionella' é capaz de proliferar e disseminar".

Segundo o comunicado do Conselho de Ministros então divulgado, "os responsáveis por equipamentos de maior risco (torres de arrefecimento, equipamentos industriais de utilização intensiva que usem água, etc.) ficam sujeitos a obrigações de registo, planos de prevenção e auditorias trienais".

"Para os equipamentos de menor risco (piscinas, termas, fontes, redes prediais de água quente, etc.), há obrigações atenuadas: planos de prevenção ou apenas manutenção/limpeza", lia-se na nota.

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