Alimentação
O Porto recebe em junho a primeira Unidade de Intervenção Alimentar da Criança para ajudar as famílias com crianças a comer...

A Unidade de Intervenção Alimentar da Criança (UnIAC) é colocada em marcha em junho por iniciativa das faculdades de Ciências da Nutrição e da Alimentação (FCNAUP), Psicologia e Ciências da Educação e a de Medicina da Universidade do Porto, bem como do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, avançou hoje à agência Lusa o diretor da FCNAUP, Pedro Moreira.

A criação da UnIAC, que vai ser anunciada publicamente na terça-feira, no âmbito da celebração do 42.º aniversário da FCNAUP, tem o objetivo aproveitar a investigação que a Universidade do Porto faz no domínio da nutrição e alimentação e trabalhar em conjunto com as várias faculdades da Universidade do Porto para ajudar as famílias a comer saudável e a prevenir a obesidade infantil e outras doenças, explicou Pedro Moreira.

Dar sopa com palhinha a crianças avessas a legumes pode ajudar a travar conflitos entre pais e filhos às refeições e é para aprender a comer saudável que a especialistas do Porto decidiram avançar com a UnIAC.

“Hoje em dia, a nossa sociedade é muito hedónica, temos a ideia que tem que dar prazer, mas a solução da palhinha é um belo exemplo para mostrar que não é tanto a questão do prazer, é mais a questão da motivação para o comer. De facto a palhinha é um método” fácil para pôr uma criança a comer mais saudável sem travar guerras, porque muitas vezes a refeição é um “fator de grande stresse entre o casal”, explica Pedro Moreira, um dos impulsionadores da criação da unidade no Porto.

O “recurso à recompensa” em dar um doce em troca de comer a sopa é um erro apontado por aquele especialista em nutrição, alertando que depois é “muito difícil sair dessa armadilha” de comer saudável com “contratos de recompensa” com sobremesas doces.

As marcações de consultas de nutrição e psicologia devem ser feitas por telefone ou 'e-mail' para a Faculdade de Nutrição e Psicologia, e os dias disponíveis são às segundas-feiras, das 09:30 às 16:00, e aos sábados das 09:00 às 13:00, explicou Sandra Torres, a psicóloga que integra o projeto universitário da UnIAC, referindo que preço das consultas é 30 euros.

“Prevemos com cada caso haver uma avaliação inicial que é feita conjuntamente pelo psicólogo e pelo nutricionista (…) e é partir daqui é que será depois elaborado o plano de intervenção e será programada o tipo de estratégias que vão ser conduzidas”, explicou Sandra Torres.

A psicóloga considera que “há muito trabalho a fazer com os pais, porque na faixa etária das crianças entre os dois e cinco anos quem “toma as grandes decisões” são dos progenitores.

“Aumentar o tempo de exposição de alimentos saudáveis e brincar com eles é um caminho a percorrer nas consultas, disse, explicando que no contexto de intervenção e de consulta vai haver um “supermercado montado” com os produtos alimentares mais desejáveis, onde se vai pôr a criança a brincar e a simular escolhas, com o objetivo de no futuro resultar numa escolha melhor da comida”.

A UnIAC pretende ser “uma resposta” para que um conjunto de profissionais de saúde junto das famílias e das crianças possam trabalhar “colaborativamente com o objetivo de promover um estilo de alimentação saudável da criança”, explicou Pedro Moreira.

“Prevemos com cada caso haver uma avaliação inicial que é feita conjuntamente pelo psicólogo e pelo nutricionista (…) e é partir daqui é que será depois elaborado o plano de intervenção e será programada o tipo de estratégias que vão ser conduzidas”, explicou Sandra Torres.

As consultas com as crianças são uma forma de chegar aos pais também, porque “tem de haver exemplos em casa e uma unidade de discurso na família coerente”, resume Pedro Moreira.

“Sabemos que a biologia humana, regra geral, não nos empurra muito para as coisas que são mais desejadas em termos de alimentação saudável, nomeadamente uma ingestão adequada de produtos hortícolas. Sabemos que comer vegetais é uma coisa muito complicada nas famílias”, acrescenta o diretor da FCNAFP, lembrando que a investigação demonstra que o “consumo de vegetais” pode aumentar com a “exposição repetida de alguns vegetais” ou que a “interação de sabores diferentes dos vegetais com outros que a criança gosta”.

As consultas “inovadoras pelo espírito colaborativo entre nutricionistas, pediatras e psicólogos", vão ter “normas” e “ferramentas” devidamente adaptadas e validades como por exemplo pelo Geração XXI”, um projeto de investigação da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto que tem estudado 8647 crianças, e que concluiu, por exemplo, que as crianças portuguesas preferem doces aos legumes, referiu Pedro Moreira.

 

Opinião
A adolescência (10-19 anos, OMS) é uma fase de transição da infância para a idade adulta, que maiori

As duas grandes tarefas da adolescência: a autonomia e a identidade implicam várias aquisições:

1. Fisiológicas (desenvolvimento cerebral sobretudo de áreas como córtex pré frontal e sistema límbico que permitem a frenação de impulsos, e a aquisição do pensamento abstrato. A puberdade completa que definem um género (papeis espectáveis intrínsecos ao mesmo), e uma imagem corporal que pode ser ou não bem aceite) e aparecimento de emoções e sentimentos de carater sexual.

2. Sociais (integração num grupo de pares, adoção de comportamentos e ideologias identificativas desse grupo; a escola como sistema de socialização e cidadania além da família, contexto familiar com um sistema de crenças (religiosas, etnias, politicas), regras e padrões que podem ser ou não aceites – processo de coping -  Resiliência)

3. Psicológicas (o que sou, o que esperam de mim, que papeis desempenho... aquisição do pensamento abstrato, a maturidade física, a experiência de novos contextos (amigos, namoro, escola/faculdade), a definição de projetos futuros (faculdade/trabalho/sair de casa)

Resiliência - termo adquirido de um conceito da física “ capacidade de um material voltar ao seu estado original quando sujeito a uma força externa que o deforma” (sem existir fratura ou fragmentação) assim, nos adolescentes sujeitos a situações de “crise” (morte familiar, separação pais, rutura amorosa, abandono de amigos, mudança de residência, dificuldades escolares…) têm de recorrer a recursos internos e externos para superar essa dificuldade até atingir novo equilíbrio (geralmente com maior ganho de capacidades e descoberta de “novos recursos”)

 Associados à resiliência os 7 C:

Competência - Efetividade (aérea académica, familiar, social) autonomia

Confiança - Crença nas suas capacidades (em quem me vou tornar - Identidade) a criança e jovem com laços fortes com família, amigos escola e comunidade têm maior sensação de segurança e evitam a procura de alternativas destrutivas para ter atenção e afeto.

Conectividade - Relações fortes Família/ amigos (segurança)

Carácter - Saber o que é o certo e tomar decisões acertadas, sentido de moralidade, associado a valores positivos (identidade)

Contribuição - Papel contributivo para a sociedade (empatia/ compaixão) (identidade)

Controlo (gerir emoções) - Controlo dos resultados das suas ações e decisões (desenvolvimento neuro cognitivo e social)

Coping - Aptidões e capacidades mais eficazes para superar desafios (baseado muito no sistema familiar (aprendo por exemplificação dos meus pais… poder do “ver fazer” é maior do que apenas a oralidade (daí o provérbio faz o que te digo e não o que faço ser muito errado) … na adolescência também a rede alargada amigos, percurso escolar/desportivo, espiritualidade…)

Os adolescentes não são todos iguais. Existem estádios de maturação fisiológica e psicológica e Formas de expressão emocional e psicológica inerentes ao género.

Quanto ao mal-estar psicoemocional as raparigas com mais sintomas de internalização (ansiedade, choro, alteração humor, Auto lesões, alteração padrão alimentar) e os rapazes mais com sintomas de externalização (comportamento de oposição, agressividade, absentismo escolar, consumos) 

Os adolescentes a aprenderem a serem adultos “saudáveis”, a cuidarem de si:

Dificuldades de aceitação dos filhos pelos pais podem estar associadas a vários fatores:

Sistemas educacionais (autoritarismo/ permissividade ou ausência total de regras/ autoritativo: o ideal)

Pais autoritários diminuem a autoconfiança; há controlo pelo medo: risco de reação com conflituosidade franca (fugas, absentismo escolar, consumos, sexualidade em idade mais jovem), ou desenvolver processos de fobia/perturbação de ansiedade tipo pânico, depressão, auto-lesões, fraca capacidade de adaptação a situações novas, dificuldade em definir projetos futuro. Muitas vezes replicação deste padrão nas relações e filhos futuros (nomeadamente violência no sexo masculino e submissão no sexo feminino)

Pais permissivos – dificuldade em definir os limites entre as duas gerações (pais como “melhores amigos”) nas crianças e adolescentes pode desencadear situações de falta segurança (regras definem um ambiente mais controlado e seguro), rotinas (refeições, hora de dormir, horas de estudo, horas e tipos de atividades desportivas/lúdicas, horas de chegar a casa quando se sai com amigos), ausência de sanções ajustadas e conhecidas a problemas (incapacidade de lidar com frustração, incapacidade de gerir conflitos com outros, dificuldade em organizar tarefas nomeadamente escolares, experimentação/consumos). 

Pais autoritativos – flexibilidade nas regras em função da maturidade e comportamento dos filhos, reforçam positivamente capacidades dos filhos. 

Atualmente, com um número crescente de divórcios e reconstituição de famílias a conflituosidade dos pais muitas vezes mantém-se. Neste caso podem surgir dificuldades na perceção de problemas dos filhos e aceitação das mudanças que neles ocorrem. 

Comparação entre filhos (a individualidade e as capacidades intrínsecas a cada filho podem ser difíceis de valorizar, sobretudo se o 1º filho não “deu problemas” e o segundo é uma “dor de cabeça”)

Projeção das vivências dos pais nos filhos (pode não ser tão obvia, mas tendencialmente o ser humano tem tendência a recorrer ao que conhece e experienciou… reforçando ou antagonizando essas experiências (“como fui muito reprimido agora vou dar tudo ao meu filho” ou “eu na tua idade também queira sair e meu pai não deixava…não sabia nada da vida e tu também não sabes”)

Conflito de ideais/ crenças (orientação sexual, opção de namoro por uma etnia diferente, não querer casar, gravidez na adolescência, a interrupção voluntaria da gravidez, a contraceção na adolescência)

Poder do grupo de pares (desejo de fazer tatuagem/piercing/pintar cabelo de cor diferente, inicio do namoro/ experimentações)

Medo de falhar (os pais muitas vezes sentem-se culpabilizados por situações que os adolescentes experienciam: o engravidar, o consumir drogas, as auto lesões e ideações suicidas, o ter uma orientação sexual diferente), esta situação pode levar a situações de maior rigidez nas regras ou aboli-las de todo, dificultar a socialização, dificultar o diálogo… muitas vezes os pais esquecem-se que podem pedir ajuda (outros familiares, técnicos saúde, amigos…). O pior mal é não dar uma resposta a uma solicitação de um adolescente (mesmo que tenha de ser transitoriamente protelada… “vou pensar no que me pediste e amanhã de manhã falamos”)

Exigência/expectativas demasiado elevadas (muitos adolescentes não conseguem, mesmo que se apliquem, de atingir bom resultados na escola; contudo podem ser ótimos atletas. E vice-versa). O planeamento dos projetos futuros pode passar por um curso profissional em vez de um curso na faculdade por exemplo. E é de todo errado castigar um adolescente que adora o seu desporto onde se sente capaz e valorizado, proibindo-o de treinar só porque não tem bons resultados escolares (geralmente desmotiva-os mais…)… o desporto é um local onde se treinam regras (treinadores também ajudam os pais no processo educativo e podem ser também uma pessoa significativa para o adolescente a quem podem pedir ajuda), socialização (amigos), desenvolvem aptidão física e ajudam também no percurso escolar ( maior concentração, mais memória…)

Poder da comunidade (“o que os outros irão falar”… muitas vezes os pais até compreendem a situação dos seus filhos mas a pressão da família/comunidade envolvente impede-os de manifestar esse apoio… assim cria-se no adolescente uma revolta porque os pais que seriam seus pontos de força e segurança dicam desacreditados e gera-se um conflito geracional)

Não reconhecer outras pessoas significativas na vida dos filhos (professores, treinadores, outros familiares)

Sinais de alarme para os pais de adolescentes:

1. Quebra de rendimento escolar ou faltas às aulas injustificadas:

Esteja sempre atento (calendário escolar, época de exames, contacte regularmente o diretor de turma;

Acompanhe o rendimento escolar do seu filho – identifique as suas dificuldades e, sem crítica, ajude-o a superá-las. Se necessário, solicite apoio (explicador, outro familiar, aulas de apoio na escola);

Ajude-o a planear tarefas e assim ser mais autónomo;

Não castigue o insucesso com retirada do desporto e outras atividades que promovem o seu bem-estar e saúde.

2. Mentiras, ocultação de quando, onde, com quem estão:

A ausência de regras ou “demasiadas” regras podem levar o adolescente a experimentar situações de risco;

A confiança deve ser trabalhada através de regras claras, moldadas à maturidade do seu filho. Devem estar definidas as “sanções” antes da “quebra das regras”; 

Tente perceber o ponto de vista do seu filho e negoceie com ele o que pense ser seguro e razoável. Evite escaladas de argumentação e contra-argumentação;

Uma boa comunicação assenta na confiança e responsabilização.

3. Abandono de atividades que lhes eram prazerosas (futebol, dança, teatro, música):

Muitas vezes os adolescentes perdem interesse em atividades que anteriormente gostavam sem que isso seja um problema. Mudam de amigos, gostam de estar “sem fazer nada” no seu quarto…;

Contudo uma quebra brusca sobretudo associada a “mal-estar”, evitamento de abordar o assunto, pode estar subjacente uma situação de risco (bullying, abuso, “não se sentirem capazes ou suficientemente bons” (exigência elevada ou demasiadas expectativas dos outros), “dificuldade na imagem/ orientação sexual”, “depressão”, “problemas na família”…)

4. Isolamento (em casa, do grupo de amigos…), choro fácil:

Muitas vezes associadas ao foro mental (ansiedade, depressão, auto lesões, ideação suicida), independentemente da causa subjacente.

5. Alterações do comportamento (irritabilidade permanente, heteroagressividade, insónias, queixas somáticas recorrentes (cefaleias, toracalgia, dor abdominal sem causa “orgânica” aparente):

Atenção que existem diferenças na vivência do mal-estar entre rapazes (+ mudanças de comportamento, consumos, absentismo escolar) e raparigas (choro, tristeza, insónias, sintomas psicossomáticos, Auto lesões);

A imaturidade neuro cognitiva (pensamento abstrato só após 16 anos) impede-lhes de muitas x terem insight dos seus problemas e expô-los numa conversação como nos adultos.

6. Auto-lesões (Cortes, arrancar cabelos, queimaduras com cigarros…) Usar roupa comprida mesmo no verão para esconder as marcas:

Muitos adolescentes tentam ocultar dos pais os sinais de mal-estar… que normalmente vão em crescendo nas situações mais graves e associadas a “clusters” de fatores de risco

7. Mudança brusca de amigos (amigos com comportamentos de risco):

Mudança de amigos pode ocorrer de forma salutar, mas se esses amigos estão envolvidos em comportamentos de risco a “pressão pelos pares” pode levar à adoção dos mesmos comportamentos. Especial atenção aos adolescentes maturadores precoces (quando a maturação corpo está mais avançada do que a sua idade real). Não se esqueça que continua a ser um exemplo para o seu filho (ex: se fumar)

8. Marcar encontros com pessoas que não conhecem (em particular redes sociais):

O facto de os adolescentes permanecerem em casa não implica que não estejam em risco. O acesso pela internet permite por um lado a manutenção da sua socialização com os seus amigos “reais” (escola, desporto…) mas também a “descoberta” de sites promotores de comportamentos de risco (ex: anorexia e bulimia, Auto lesões, desafios de risco para a saúde), encontros com adultos de natureza sexual, partilha de vídeos e fotos de nudez/sexo. Além de que pode ser um agente de bullying (ciberbullying);

Estabeleça horários de desligar aparelhos eletrónicos, bloqueie sites de internet na sua casa, Debata com seu filho cenários “hipotéticos de risco” e o que fazer se se sentir “em perigo”.

9. Encontrar comida escondida, redução brusca da quantidade de alimentos nas refeições, após as refeições irem logo para a casa de banho (vomitar), mudança de vestuário (preferirem roupa larga, comprida ou acharem que nada fica bem porque estão “gordas”):

Na 1ª e 2ª fase da adolescência a mudança corporal pode trazer desconforto com a imagem, em particular nas raparigas. Sinais de alerta como os descritos ao lado devem ser sempre valorizados pois podem evitar-se doenças de comportamento alimentar como a anorexia e bulimia nervosa.

Conselhos para pais de adolescentes:

Evite exaltar-se e “perder a calma, Ouça seu filho. Esteja sempre disponível para o diálogo.

Seja gentil, mostre afeto desde que não embarace seu filho, em particular junto dos seus amigos

Envolva-se na vida do seu filho e acompanhe seu desempenho escolar.

Os amigos do seu filho são importantes! …Está a desenvolver capacidades sociais.

Tente conhecer os amigos de seu filho, só assim terá uma melhor compreensão do seu comportamento.

Estabeleça regras claras e adequadas. Estas devem ser adaptadas ao desenvolvimento e comportamento do seu filho. As consequências de infração de regras devem ser conhecidas e cumpridas.

Evite demasiado controlo ou autoritarismo. Ame seu filho incondicionalmente, especialmente quando ele comete erros.

Evite ideias pré-concebidas e julgamentos face à identidade do seu filho… aceite as diferenças (sexualidade, projetos futuros, espiritualidade, amizades) e ajude-o a ser “feliz”!

Auxilie na toma de decisões difíceis. Seu filho não está preparado para planear, estabelecer prioridades, organizar pensamentos, gerir impulsos e prever todas as consequências de seus atos. Mas promova progressivamente a sua autonomia e autoconfiança.

Elogie o êxito do seu filho e mantenha espectativas positivas (e realistas) em relação a ele.

Não projete as suas experiências como adolescente no seu filho 

Não faça comparações entre os seus filhos

Se “não souber lidar” com alguma situação particular, não se precipite e se necessário peça ajuda. Mas não deixe o seu filho sem uma resposta. Continuará a ser um exemplo para o seu filho.

Mantenha o acompanhamento médico regular do seu filho, muitas situações podem ser prevenidas. Ensine o seu filho a cuidar da sua saúde!

Promova a participação de pessoas significativas na vida do seu filho (treinador, professor, outros familiares) para o auxiliar nos momentos mais difíceis!

Planeie atividades em família que sejam atrativas para o seu filho

Não “invada” a privacidade do seu filho (ex: telemóvel) ele vai-se sentir “traído” e tenderá a ocultar situações de risco. Se acha que existe algum problema (porque mais que ninguém conhece o seu filho), aborde a situação com o seu filho, escolhendo o “melhor momento”.

Não se coloque ao nível do seu filho. Os pais são a referência para os filhos (valores, regras, cuidado, afeto, responsabilidade) mas não devem ser mais um dos seus amigos”, a confusão de papéis não ajuda o seu filho a crescer.

Não deixe de ter as suas atividades e o “espaço para si”… Mostre ao seu filho que também necessita de ter tempo para as suas atividades, amigos e família…promova a partilha de tarefas e responsabilidades entre os diferentes elementos da família.

Dr. Sérgio Neves - Pediatra, Coordenador da Unidade de Pediatria da Clínica de Santo António

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Protocolo
O Hospital das Forças Armadas vai começar a fazer cirurgias a utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), com o objetivo de...

Os ministros da Saúde e da Defesa assinaram hoje em Lisboa uma portaria conjunta sobre a colaboração entre o hospital das Forças Armadas e o SNS no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos em Cirurgias.

Segundo o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, a portaria torna o hospital das Forças Armadas uma “entidade ativa” na recuperação das listas de espera em cirurgia, contribuindo nomeadamente nas cirurgias às cataratas ou em cirurgias na área da ortopedia e da otorrinolaringologia.

“As Forças Armadas têm um enorme prestígio na área da Saúde. E há muitas áreas onde podemos ser suplementares. (…). É mais um passo no caminho que temos vindo a prosseguir no sentido de conjugar esforços e partilhar recursos”, afirmou Adalberto Campos Fernandes aos jornalistas, à margem da cerimónia de assinatura que coincidiu também com a comemoração do 4.º aniversário do hospital das Forças Armadas.

Foi também assinado um protocolo entre o hospital e o INEM com vista a avaliar a possibilidade e instalar duas viaturas médicas de emergência e reanimação (VMER) no hospital das Forças Armadas, uma em Lisboa e outra no polo do Porto.

 

 

Estudo
Um estudo recente concluí que alguns antidepressivos, uns com mais risco do que outros, podem aumentar até 5% a massa corporal...

Pessoas que são obesas têm maior risco de desenvolver depressão. A depressão pode levar à obesidade, uma vez que faz com que não nos sintamos motivados para fazer exercício e ter uma alimentação saudável e equilibrada. Estes distúrbios são dois problemas de saúde que já têm vindo a ser relacionados há algum tempo, mas os estudos sobre o tema nunca tiveram uma amostra significativa ou informação suficiente.

Agora, um novo estudo descobriu outra possível ligação entre o aumento de peso e a depressão: os antidepressivos.

Uma equipa liderada por Rafael Gafoor, no Reino Unido, analisou o peso, as medidas e o Índice de Massa Corporal (IMC) de perto de 295 mil adultos entre 2004 e 2014. Estas medições foram feitas por um médico, no mínimo, três vezes.

A amostra foi depois dividida de acordo com o seu IMC e tendo em conta se tomavam ou não antidepressivos. Durante esses 10 anos foram também considerados outros factores que influenciam o aumento de peso, como a idade, se tinham outras doenças, se fumavam ou se bebiam.

Os resultados mostraram que os doentes a quem eram prescritos os medicamentos para a depressão tinham mais 21% de hipóteses de aumentar o seu peso em cerca de 5% nos 10 anos seguintes, sendo que os anos mais preocupantes seriam o segundo e terceiro ano de tratamento.

Os antidepressivos também mostraram ter um impacto variável consoante os pacientes.

No entanto, apesar de a amostra ser grande, a investigação tem algumas condicionantes. Como foi um estudo apenas por observação, não se pode dizer que os antidepressivos causam mesmo aumento de peso. Durante os 10 anos, houve quem fosse ao médico mais vezes, o que fez com que obtivesse um IMC mais consistente. Também é possível que os sintomas depressivos tenham aumentado o apetite e diminuído a motivação para fazer exercíci e, por último, nada garante que os doentes tenham sempre tomado a medicação corretamente.

Assim, a conclusão dos investigadores é que os antidepressivos "podem estar a contribuir, a longo prazo, para um aumento do peso da população", pelo que as pessoas que os tomam têm de ter noção dos riscos antes de começar a medicação. Mas "nenhum paciente deve parar de tomar e, se tiver alguma preocupação, deve falar com seu médico ou farmacêutico", alerta Gafoor.

 

Estudo
Um estudo recente descobriu que quem come mais fruta, vegetais e cereais integrais tem cinco vezes menos probabilidades de...

Nos últimos 17 anos, uma equipa de investigadores da Universidade de Nova Iorque estudou cerca de 550 mil adultos em seis estados e mais duas cidades dos EUA e chegou à conclusão de que uma dieta mediterrânica protege as pessoas contra os efeitos prejudiciais da poluição do ar. Aqueles que seguem uma alimentação rica em fruta, vegetais e cereais integrais têm menos cinco vezes de probabilidade de morrer de causas relacionadas com a poluição do ar - Os antioxidantes encontrados nestes alimentos contrariam o seu efeito no organismo.

"A adoção de uma dieta mediterrânea tem o potencial de reduzir os efeitos da poluição do ar numa parte substancial da população nos Estados Unidos", acredita George Thurston, o principal autor do estudo.

Para chegar a estes resultados, a amostra foi monitorizada e exposta, a longo prazo, a alguns tipos de poluição do ar, incluindo na forma de partículas (formam-se na atmosfera como resultado da reação química entre diferentes poluentes). Ao mesmo tempo, os investigadores tiveram em atenção o tipo de alimentação que cada um dos participantes seguia.

Aqueles que não tinham uma alimentação rica em frutas, vegetais e cereais integrais mostraram uma taxa de mortalidade por doenças cardíacas 10% mais elevada, por cada aumento de 10 partes por mil milhões na exposição a dióxido de nitrogénio (que resulta, por exemplo, dos motores de combustão ou incêndios). Na mesma situação, para os que seguiam a dieta mediterrânea, a taxa de mortalidade só subiu 2 por cento.

A taxa de mortalidade por doenças cardíacas também aumentou para 17% quando a exposição à poluição em forma de partículas aumentou 10 miligramas por metro cúbico. Para os seguidores deste tipo de alimentação, aumentou apenas 5 por cento.

“Estudos anteriores mostraram que mudanças na dieta, particularmente a adição de antioxidantes, podem atenuar os efeitos adversos da exposição a altos níveis de poluição do ar em curtos períodos de tempo", lembra Chris Lim, um dos investigadores. "O que não sabíamos era se a dieta podia influenciar a associação entre a exposição à poluição do ar a longo prazo e os efeitos na saúde", acrescenta.

Estudo
A tosse convulsa provocou, entre 2000 e 2015, uma média de 143 hospitalizações por ano. Recém-nascidos são os mais afetados....

A tosse convulsa tornou a gerar preocupação nos últimos anos e o primeiro estudo sobre o tema traça um retrato do que se passou entre 2000 e 2015. Neste período, houve uma média de 143 hospitalizações por ano, correspondente a três internamentos por semana. A doença custou ao Estado cerca de 2,7 milhões de euros, só em custos diretos. 

O trabalho foi desenvolvido por investigadores do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde. Em comunicado, a instituição sublinha que os dados, anonimizados, foram cedidos pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), ao abrigo de um protocolo de colaboração com o referido centro de investigação.

No período em estudo, ocorreram 2.229 hospitalizações por tosse convulsa nos hospitais públicos portugueses. 94% desses internamentos diziam respeito a lactentes com menos de um ano, sobretudo bebés com menos de dois meses (idade em que não foi ainda iniciada a vacinação contra a tosse convulsa). Seguiram-se as crianças e adolescentes com idades compreendidas entre 1 e 17 anos, que somaram 3,5% dos internamentos, e por fim, os adultos e idosos.

A equipa de investigação concluiu que, ao longo do tempo, se verificaram surtos a cada 3 ou 5 anos, tendo sido registado um pico maior em 2012. “Curiosamente, ocorreram mais hospitalizações de lactentes com menos de 1 ano durante o Inverno, enquanto nos restantes grupos etários estas foram mais frequentes no Verão. Adicionalmente, o Algarve foi a região que registou maior taxa de internamentos, “possivelmente devido à maior aglomeração de indivíduos de diferentes grupos etários e ao maior influxo de estrangeiros”, explicou Manuel Gonçalves Pinho, investigador do CINTESIS.

Sara Oliveira, outra das autoras do estudo, salienta que as hospitalizações por tosse convulsa representam “apenas a ponta do iceberg” e que esta doença continua, nos dias de hoje, a atingir não só a população pediátrica, mas também os adultos e idosos. Apesar do Programa Nacional de Vacinação incluir a imunização contra a tosse convulsa desde 1965, e do elevado índice de cobertura vacinal, é importante compreender que “não se erradicou a doença e que se deve ter um elevado índice de suspeição perante situações de tosse prolongada, para evitar um diagnóstico tardio, a disseminação da doença e as complicações consequentes”

Grávidas devem vacinar-se

Em 2017, a DGS implementou a vacinação de todas as grávidas  entre as 20 e 36 semanas de gestação, com o intuito de proteger recém-nascidos e pequenos lactentes, já que os bebés só podem fazer a vacina aos 12 meses. Os últimos dados disponíveis sugerem que a medida pode estar a ter efeito. Segundo dados publicados no portal da transparência do SNS, em 2015 foram declarados 239 casos de tosse convulsa, em 2016 houve 565 casos e em 2017 o número baixou para 60.  Segundo o último balanço da DGS, no ano passado 75% das grávidas fizeram a vacina.

31 de maio | Dia Mundial sem Tabaco
É um exame importante. Tão importante como a medição da tensão arterial para quem sofre de hipertensão ou da glicemia para os...

É por isso que a FPP aproveita o Dia Mundial sem Tabaco, que se assinala a 31 de maio, para reforçar a necessidade de se fazerem mais deste tipo de exames, tornando-o “mais democrático, espalhado pelo País” e acessível aos fumadores, sobretudo os mais jovens e até os mais recentes. Um trabalho a que a FPP quer dar a sua ajuda.

“É preciso insistir no diagnóstico precoce e no ensino da população”, reforça o especialista, que não concorda com a realização de espirometrias aos fumadores apenas a partir dos 40 anos, como preconizam as guidelines nacionais. “Se esperarmos pelos 40, pode haver uma perda de função respiratória que já não é recuperável.” Até porque, acrescenta, “só se nota uma perda da função respiratória quando está nos 60%. É, por isso, preciso intervir nos fumadores e a FPP pretende, juntamente com as farmácias, fazer uma campanha nacional para a realização de espirometrias aos fumadores, sobretudo os mais jovens”.

Paula Pinto, pneumologista, explica que a espirometria é “um exame não doloroso” e que “mede a quantidade de ar que uma pessoa é capaz de inspirar ou expirar cada vez que respira, ou seja, a quantidade de ar que um indivíduo é capaz de colocar para dentro e para fora dos pulmões e a velocidade com que o faz”, concordando que “devem ser efetuados todos os esforços para aumentar a acessibilidade à espirometria nos diversos níveis de saúde”.

Para a realização deste teste é necessário um técnico especializado e um médico, a quem cabe a leitura do resultado. Apesar de tudo isto, José Alves considera que a democratização das espirometrias é exequível, através de programação e organização. “Marca-se um dia e faz-se, nesse mesmo dia em que o técnico se desloca às farmácias, uma série de exames, que depois o médico vai poder avaliar.” Gastos que, com a deteção precoce, se transformam numa “poupança enorme. Não estamos a querer tirar o protagonismo ao Serviço Nacional de Saúde, a quem cabe a realização destes exames. Mas a disponibilizarmo-nos para o fazer a quem não tem acesso fácil e rápido. É esse o nosso objetivo”.

A DPOC é uma doença que afeta o sistema respiratório, “causando obstrução das vias aéreas, sendo a sua principal causa o tabagismo”, explica Paula Pinto. “Esta doença tem um forte impacto na vida das pessoas e no Sistema Nacional de Saúde”, acrescenta, salientando que se manifesta, muitas vezes, com sintomas como “o cansaço, que vai aumentando progressivamente e provoca uma adaptação sucessiva dos doentes às limitações crescentes. No dia-a-dia, não conseguir acompanhar ‘o passo’ de outras pessoas da mesma idade, é um exemplo destes sintomas. Outro sintoma é a sensação de cansaço em tarefas simples, como ir às compras ou subir escadas, precisando de parar mais frequentemente do que outras pessoas para recuperar”.

Trata-se de uma doença que, de acordo com dados recentes, atinge cerca de 14% da população portuguesa com mais de 45 anos “e está ainda subdiagnosticada. Atualmente, estima-se que a nível mundial 250 milhões de pessoas sofram de DPOC, prevendo-se que, em 2030, a DPOC seja a terceira causa de morte”.

É uma doença que se instala progressivamente e “afeta maioritariamente fumadores ou ex-fumadores”, pelo que “a procura de ajuda junto do médico é tardia e numa fase em que os sintomas já são muito limitantes. Muitas vezes, a ida ao médico só acontece porque o doente teve um episódio de agravamento que obrigou a uma ida ao hospital em episódio de urgência, que sendo suficientemente grave pode inclusivamente levar a um internamento (estes casos são classificados como agudizações). O sentimento de culpa associado a esta doença também motiva algum afastamento dos doentes da procura do seu médico, pois consideram os sintomas uma consequência natural de fumarem”, refere a especialista.

Neste Dia Mundial sem Tabaco, a médica reforça que “principal prevenção da DPOC passa pela evicção tabágica. Se é ou foi fumador e tem queixas, como falta de ar, cansa-se mais do que as pessoas da sua idade, tem tosse ou expetoração deverá consultar o seu médico para efetuar uma espirometria, uma vez que o tratamento precoce desta doença se traduz numa maior qualidade de vida, bem como num aumento da sobrevida”.

Tecnologia
Investigadores do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR) criaram uma ...

"A nossa ideia é fornecer aos utilizadores a possibilidade de saber qual a espécie de qualquer amostra biológica que estes queiram analisar", disse à agência Lusa Filipe Pereira, líder do projeto e investigador no CIIMAR.

As soluções desenvolvidas pela ‘startup' (empresa de base tecnológica em fase de desenvolvimento) Identifica, que realiza igualmente análise de amostras no seu laboratório, podem ser utilizadas por laboratórios, por empresas e pela comunidade em geral.

Segundo o coordenador, esses testes e ‘kits' são o resultado de dez anos de investigação na área da genética populacional e forense, na Universidade do Porto, "apresentando características únicas, nomeadamente na identificação de amostras degradadas e processadas".

"A grande vantagem é termos desenvolvido ‘kits' que funcionam em amostras degradadas e com misturas de diferentes espécies", como é o caso dos produtos alimentares processados e das amostras ambientais, frisou.

Essa vantagem, continuou, resulta do facto de a equipa efetuar investigação na área da genética forense, onde essa é "uma característica fundamental".

"Os nossos ‘kits' estão desenhados para darem resultados quando as amostras têm pouco DNA, situações em que, através de outras técnicas, não se consegue obter qualquer resultado", acrescentou.

Por outro lado, enquanto "a maioria das empresas no mercado fornece testes para humanos", os responsáveis pela Identifica estão "focados em identificações biológicas em DNA de outros animais, plantas, bactérias e fungos".

Em breve, a equipa espera lançar um serviço para deteção de DNA de animais em amostras alimentares e vestuário, tendo como público-alvo os utilizadores ‘vegan'.

No futuro, pretendem também tornar os ‘kits' portáveis, permitindo ao utilizador fazer a identificação em qualquer local, trabalho que está a ser desenvolvido em parceria com o International Iberian Nanotechnology Laboratory (INL), em Braga.

Segundo Filipe Pereira, essa é uma inovação que "ainda não existe, em nenhuma parte do mundo".

Ainda no doutoramento em genética populacional, no Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, o investigador desenvolveu ‘kits' para identificar espécies, investigação que continuou no CIIMAR, resultando em diversos testes genéticos, como um para deteção do salmão transgénico.

O projeto Identifica conquistou o segundo lugar na edição deste ano do Business Ignition Programme (BIP), um programa que visa dotar os participantes de competências relevantes para darem resposta a desafios e oportunidades de mercado.

O BIP, promovido pela U.Porto Inovação, pelo CIIMAR e pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência da Universidade do Porto (INESC TEC), é financiado pelo Norte 2020, Portugal 2020 e União Europeia.

A ‘startup' Identifica, que realiza trabalhos em parceria com outras entidades, como a Sociedade Internacional de Genética Forense, está incubada no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto.

Melhor qualidade
Os hospitais de Coimbra vão investir dez milhões de euros na automatização do ‘core’ laboratorial do Serviço de Patologia...

“O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) está a implementar uma cadeia laboratorial de elevado grau de automatização, em conformidade com o conceito ‘corelab’, no Edifício São Jerónimo, localizado no campus do polo dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC)”, afirma uma nota do gabinete de comunicação do CHUC.

O projeto surge no âmbito da reorganização dos laboratórios do Serviço de Patologia Clínica (SPC) do CHUC, que tem como principais objetivos reduzir o tempo de resposta aos pedidos de análises e o número de amostras colhidas por doente, otimizar recursos e simplificar processos e fluxos de trabalho.

Trata-se de “uma intervenção com um custo superior a 10 milhões de euros repartidos por um período de cinco anos”, que “vai permitir a automatização total de cerca de seis milhões e 200 mil análises realizadas anualmente no laboratório principal do polo HUC, o que representa mais de 90% do total de análises realizadas neste laboratório”, sublinha o presidente do Conselho de Administração do CHUC, Fernando Regateiro, citado na mesma nota.

Em 2017, o SPC do CHUC realizou mais de oito milhões e 200 mil análises, no total dos laboratórios de que dispõe – incluindo os dos hospitais Pediátrico e Geral (Covões) – que, com esta intervenção, serão também objeto de “uniformização tecnológica e de recursos, para além da uniformização da carteira de serviços laboratoriais”.

As principais áreas de automatização incluem “a bioquímica, hematologia, serologia infecciosa, imunologia e imunoquímica, num vasto painel de parâmetros analíticos”, refere o gabinete de comunicação do CHUC.

O CHUC prevê, com “a organização do trabalho em conceito ‘corelab’”, uma redução anual de custos superior a um milhão de euros, na aquisição de reagentes, para um número de análises crescente.

“Há também ganhos indiretos relevantes gerados por esta solução tecnológica, como o conceito do ‘tubo único’, a existência de apenas um frigorífico para amostras e outro para reagentes, a total rastreabilidade das amostras, a gestão documentada da informação e a libertação de profissionais para as áreas mais diferenciadas e com menor grau de automatização”, acrescenta o CHUC.

“Para além da significativa redução anual de custos – superior a um milhão de euros –, o CHUC estima uma redução anual de 80 mil tubos de sangue colhidos, promovendo decisivamente o bem-estar do doente, a melhor eficácia assistencial e o equilíbrio ambiental, reduzindo em 35% a produção dos resíduos hospitalares associados”, destaca Fernando Regateiro.

O presidente do CHUC salienta ainda que “as condições criadas para a implementação do ‘corelab’ do CHUC representam uma intervenção sem precedentes no contexto do SNS [Serviço Nacional de Saúde], focada na centralidade dos utentes e suportada em pensamento ‘lean’, orientado para a minimização dos desperdícios, a redução de custos, a melhoria da qualidade e o aumento da eficiência”.

A entrada em funcionamento do ‘corelab’ do CHUC está prevista para o último trimestre deste ano.

24º Congresso Nacional de Medicina Interna | 31 de maio a 3 de junho
O 24.º Congresso Nacional de Medicina Interna será, segundo Estevão de Pape, Presidente do Congresso, uma oportunidade para ...

O evento, que decorre a partir do dia 31 de maio até ao domingo seguinte, tem lugar no Centro de Congressos do Algarve, nos Salgados.

O congresso irá abordar temas de relevo para a prática clínica, dando especial destaque “aos desafios que a especialidade enfrenta, como o envelhecimento da população e consequentes comorbilidades, a fragmentação do conhecimento e a hiperespecialização dos internistas, alternativas ao internamento e a necessidade da redução do número de doentes que acorrem aos serviços de urgência hospitalares. Desafios estes que deverão ser liderados por profissionais de medicina interna, muito pelas qualidades e formação dos seus internistas”, explica o Presidente do Congresso.

Este ano, o lema do congresso é Medicina Interna 100 Margens porque “a Medicina Interna não deve ter limites ou margens. Não devemos fechar-nos no hospital sem falar com outras especialidades. Não nos devemos fechar à comunidade e ao doente e aos desafios atuais. A Medicina Interna é o grande pilar dos hospitais, a força motriz da vida hospitalar, com uma visão global única. Temos de saber liderar mas também ter a responsabilidade da dedicação sem limites, aplicando à doença, e ao doente, todas as áreas da medicina interna e interligando-as para tirar daqui o melhor partido”, acrescenta Estevão de Pape.

A sessão de abertura do 24.º Congresso Nacional de Medicina Interna tem início no dia 1 de junho, pelas 10h30 e conta com a presença de vários nomes de relevo no sector, tais como: Dra. Rosa Matos, Secretária de Estado da Saúde em representação do Ministro da Saúde; Dr. Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos; Prof. Doutor Armando Carvalho, Presidente do Colégio Medicina Interna, Dr. Xavier Corbella, Secretário Geral da European Federation of Internal Medicine (ENFIM), e Dr. Diogo Cruz, Subdiretor Geral da Saúde.

Em destaque ao longo dos três dias estão várias temáticas, tais como: ‘Complicações Clínicas em internamentos prolongados por motivo social após alta clínica, caracterização de um serviço de medicina; ‘Alternativas ao internamento convencional’; ‘Inovação em saúde’; ‘Hospitalização domiciliária - Um modelo para saúde 100 fronteiras’; ‘Globalização em saúde pública: Desafios e oportunidades’ e ‘Questões éticas em fim de vida’, este último apresentado por Dr. Guilherme Oliveira Martins da Fundação Gulbenkian.

Estevão de Pape refere ainda, em género de conclusão, “É neste congresso, nas suas comunicações, que veremos grandes estudos e projectos apresentados, por especialistas de medicina interna, na área de insuficiência cardíaca, diabetes, hipertensão e doenças autoimunes, por exemplo. O programa foi pensado para dar especial destaque ao jovem internista de forma a criar a dinâmica necessária para uma nova forma de olhar o hospital, ainda mais atualizado, moderno e organizado, sem falhas de comunicação e que contribuem para uma melhor e maior oferta do sistema de saúde”.

Para mais informações consultar site do congresso: https://www.spmi.pt/24congresso/.  

Eutanásia
O homicídio assistido é crime em Portugal, mas há portugueses a morrer por sua vontade na Suíça, e, para outros, a morte chega...

Numa altura em que a morte medicamente assistida está em discussão no parlamento, com o debate de quatro leis para despenalizar esta prática na terça-feira, a Lusa tentou fazer um retrato do fenómeno em Portugal.

Para o fazer legalmente, há portugueses a recorrer à eutanásia, mas no estrangeiro, na Suíça, por exemplo.

A Dignitas, uma associação com sede na Suíça, defende uma “abordagem integrada” quanto ao problema do fim da vida, combinando “cuidados paliativos, prevenção do suicídio”, além de apoio psicológico, e que pode terminar na morte medicamente assistida.

Na prática, apesar de ser associada à morte medicamente assistida, a associação salientou, em vários momentos da sua resposta, por email, à Lusa, que tem um trabalho “muito mais abrangente”, com base no aconselhamento e na procura de alternativas a uma vida digna e com conforto.

A Dignitas afirmou que tinha, em 2017, 25 associados portugueses, o que, sublinhou, não quer dizer que todos queiram recorrer à morte assistida, dado que alguns são considerados apoiantes da causa.

Desde 2009, a associação da Suíça, país onde a morte assistida está regulada, tem registadas cinco pessoas com nacionalidade portuguesa que tiveram a sua ajuda para morrer.

De resto, este país europeu, onde se admite que poderá existir suicídio assistido se for praticado por um doente terminal em sofrimento intolerável e irreversível, foi onde nasceu também a Exit International, movimento pró-eutanásia fundado pelo australiano Philip Nitschke, conhecido por “Dr. Morte”.

O movimento, criado em 2008, não respondeu às perguntas da Lusa, mas a revista Visão noticiou, em 2017, que a Exit International tinha pelo menos 30 registos em Portugal, admitindo Philip Nitschke que foram enviados produtos e que, “provavelmente sim”, alguns portugueses tenham morrido com os chamados “peacefull pill” (droga tranquila).

A venda deste tipo de medicamento é ilegal em Portugal, dado que foi proibida há já alguns anos. Mas, na Internet são muitos os ‘sites’ onde é possível encomendar, com cartão de crédito, a substância para morrer.

Contactada pela Lusa, a Polícia Judiciária (PJ) informou que não existe qualquer investigação em curso sobre compra ou venda ilegal desse tipo de medicamento que chega a atingir centenas de euros no mercado negro.

E se não há memória de julgamentos recentes de eutanásia nos tribunais portugueses, o mesmo não se pode dizer da investigação de processos.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) tem números: em 2015 e 2016, foram abertos 76 processos, mas a esmagadora maioria deles, mais de 90% (70 processos), foi arquivada.

Em 2015, foram registados dois inquéritos por homicídio privilegiado e um foi arquivado. O crime de incitamento ou ajuda ao suicídio esteve na base de 34 inquéritos registados nesse ano, tendo sido arquivados 31.

Em 2016, registou-se um inquérito por homicídio privilegiado e o crime de incitamento ou ajuda ao suicídio voltou a estar na base de 39 inquéritos, tendo sido arquivados 38.

A morte ou suicídio assistido é, em Portugal, uma realidade quase subterrânea, mas revelada, de forma muito parcial, pelas estatísticas das autópsias no Instituto de Medicina Legal.

Os números são reduzidos, segundo dados fornecidos à Lusa pelo Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses (IMLCF), através do Ministério da Justiça quanto ao pentobarbital, uma das substâncias associadas aos medicamentos usados no suicídio assistido e que, em Portugal, só é permitida em veterinária.

Desde 2009, quando foi introduzida uma plataforma LIMS que permite ter informação estatística atualizada sobre processos e exames realizados e pendentes, o IMLCF identificou “a presença de pentobarbital em dez casos”.

“Em cinco destes casos havia alguma informação sugestiva de se tratar de administrações voluntárias (suicídio)”, lê-se na informação do instituto.

E há médicos que já praticaram a morte medicamente assistida em Portugal? A consulta dos arquivos de jornais revela alguns casos.

Em abril de 2016, a revista Sábado publicou, com o título “Sim, matei quatro pessoas e defendo a eutanásia”, o depoimento de um médico, não identificado, em que descreve como ajudou a morrer uma amiga, em sua casa. Ela e mais três pessoas, incluindo “um dos [seus] melhores amigos”.

Laura Ferreira dos Santos, que dedicou parte da sua vida à reflexão, investigação e intervenção em torno das problemáticas do fim de vida, tendo publicado em 2009 o livro “Ajudas-me a morrer?”, foi uma das fundadoras do movimento Direito a Morrer com Dignidade, que deu origem à petição discutida no parlamento, no ano passado.

Doente oncológica, num depoimento à Visão, há dois anos, equacionava usar o medicamento letal. Morreu em dezembro de 2016.

Pontos Essenciais
A eutanásia foi descriminalizada em dois países europeus, Holanda e Bélgica, em 2002, mas há mais países do mundo onde é...

Em Portugal, onde o debate chega ao parlamento, a morte assistida não está tipificada como crime com esse nome, mas a sua prática pode ser punida por três artigos do Código Penal: homicídio privilegiado (artigo 133.º), homicídio a pedido da vítima (artigo 134.º) e crime de incitamento ou auxílio ao suicídio (artigo 135.º).

A palavra eutanásia tem origem no grego – “eu”, que significa boa, e “tanathos”, que quer dizer “morte”, ou seja, “boa morte”, remetendo para o ato de tirar a vida a alguém por solicitação, de modo a acabar com o seu sofrimento.

A morte assistida é o ato que leva à morte de um doente por sua vontade, através do suicídio assistido ou através do ato de um profissional de saúde (eutanásia).

Embora com soluções legais diferentes, em vários países onde é praticada a morte assistida, o sofrimento intolerável do doente e o seu grau de consciência para tomar essa decisão são condições essenciais para a prática.

Um levantamento dos países onde é possível praticar legalmente a morte assistida (eutanásia ou suicídio assistido), na Europa e noutros países do mundo, foi feito pela Divisão de Informação Legislativa Parlamentar da Assembleia da República, para o parecer sobre a petição a favor da eutanásia, debatida em fevereiro de 2017, no parlamento.

Países e condições para a prática da morte assistida

Na Europa:

Holanda

Foi o primeiro país europeu a permitir a eutanásia e o suicídio assistido, que é possível fazer desde 2002.

Legalmente, é necessário que a pessoa tenha doença incurável, esteja num sofrimento insuportável e não tenha qualquer perspetiva de melhorar.

É condição a pessoa que quer morrer estar na plenitude das suas capacidades mentais. O recurso à eutanásia é permitido a partir dos 12 anos, com consentimento dos pais.

Na Holanda, existe uma Comissão de Controlo da Eutanásia.

Bélgica

Desde 2002 que a lei descriminalizou a eutanásia em todas as suas modalidades, não se fazendo distinção entre abreviar a vida por uma terceira pessoa, suicídio assistido ou deixar morrer.

O médico tem um papel importante e tem de informar o doente do seu estado de saúde, discutir o pedido de eutanásia, bem como as possibilidades de cuidados paliativos.

O doente tem que ser maior ou pelo menos emancipado, estar consciente no momento do pedido, que tem que ser voluntário, sem qualquer pressão externa.

Uma das condições é o doente estar numa situação médica sem saída e em sofrimento físico e/ou psíquico constante e insuportável e sofrer de uma doença incurável.

Na Bélgica, existe uma Comissão Federal de Controlo e Avaliação.

Luxemburgo

Foi o terceiro país europeu a despenalizar a eutanásia e tem uma lei muito parecida com a da Bélgica.

Prevê, no entanto, uma norma para que o doente manifeste, por escrito, em que condições e circunstâncias pode submeter-se à eutanásia se o médico concluir que tem uma doença grave e incurável e que a sua situação é “irreversível à luz do estado da ciência”.

Suíça

Apesar de a eutanásia ser ilegal, as autoridades suíças admitem que poderá existir suicídio assistido se for praticado por um doente terminal em sofrimento intolerável e irreversível. Foi na Suíça que nasceram e existem organizações como a Exit e a Dignitas, que ajudam no suicídio assistido. Em 2016, segundo o Diário de Notícias, havia 20 portugueses inscritos na Dignitas.

Na América:

Estados Unidos

Nos Estados Unidos, ao nível federal, o ato médico de abreviar a vida por terceiros é proibido e comparado ao crime de homicídio. O suicídio assistido, porém, está regulamentado em cinco estados: Oregon, desde 1997, Vermont (2013), Califórnia (2015), Washington (2008) e Montana (2009).

Canadá

Em 2005, o Supremo Tribunal decidiu a descriminalização da eutanásia se praticada por um médico a pedido de alguém mentalmente competente em situação de doença terminal.

No ano seguinte, em 2006, é aprovada uma lei que se aplica a adultos mentalmente competentes com uma doença grave ou incurável em estado avançado de declínio irreversível. Dois médicos ou enfermeiros avaliam o pedido, que tem de ser corroborado por duas testemunhas.

Uruguai e Colômbia

Estes dois países adotaram normas legais da possibilidade de despenalização judicial do “homicídio piedoso”. Na prática, aplica-se um “perdão judicial” a situações de “homicídio piedoso”, isentando-o de responsabilidade criminal se tiver sido praticado como resposta a um pedido reiterado da vítima em estado terminal e com intenção provada para por fim ao seu sofrimento intenso e irreversível.

Eutanásia
A Assembleia da República debate e vota, na generalidade, na terça-feira, os quatros projetos de lei para despenalizar e...

O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) foi o primeiro partido a apresentar um projeto, ainda em 2017, seguido, já este ano, pelo BE, pelo PS e o partido ecologista "Os Verdes".

O que é a eutanásia? 

A morte assistida é o ato que leva à morte de um doente por sua vontade, através do ato de um profissional de saúde (eutanásia) ou através de suicídio assistido.

A palavra eutanásia tem origem no grego – “eu”, que significa boa, e “tanathos”, que quer dizer “morte”, ou seja, “boa morte”, remetendo para o ato de tirar a vida a alguém por solicitação, de modo a acabar com o seu sofrimento. O termo, criado pelos filósofos enciclopedistas, surgiu pela primeira vez no século XVIII.

Embora com soluções legais diferentes, em vários países onde é praticada a morte assistida, o sofrimento intolerável do doente e o grau de consciência para tomar essa decisão são condições essenciais para a prática.

O que é a distanásia? 

A distanásia define-se como o adiamento, de forma artificial, da morte de um doente que se encontra em fase terminal com o recurso a tratamentos médicos considerados desproporcionados. Também é o utilizado o termo “obstinação terapêutica” como sinónimo de distanásia.

Em que países pode ser praticada a eutanásia? 

A eutanásia não é crime em quatro países europeus, Holanda, Bélgica, Luxemburgo e Suíça, mas há mais países do mundo onde é possível a morte assistida ou o suicídio assistido.

Nos Estados Unidos, há cinco Estados onde está regulamentada esta prática: Oregon, desde 1997, Vermont (2013), Califórnia (2015), Washington (2008) e Montana (2009). No Canadá, também é possível a eutanásia desde 2006.

Ainda no continente americano, há mais dois países onde é possível antecipar a morte: Uruguai e Colômbia.

Em Portugal, a eutanásia é crime? 

A sua prática pode ser punida por três artigos do Código Penal, homicídio privilegiado (artigo 133.º), homicídio a pedido da vítima (artigo 134.º) e crime de incitamento ou auxílio ao suicídio (artigo 135.º), embora não exista um crime com esse nome.

As penas variam entre um a cinco anos de prisão para o homicídio privilegiado, até três anos para homicídio a pedido da vítima e de dois a oito anos para o crime de incitamento ou auxílio ao suicídio.

O que prevê o Código Deontológico dos Médicos? 

A vida é vista, no juramento de Hipócrates feito pelos médicos, enquanto um dom sagrado: “Não darei a veneno a ninguém, mesmo que mo peça, nem lhe sugerirei essa possibilidade.”

O Código Deontológico também impede os médicos de darem uma “ajuda ao suicídio, à eutanásia e à distanásia”. E recomenda que, nos cuidados paliativos, o médico dirija “a sua ação para o bem-estar dos doentes, evitando utilizar meios fúteis de diagnóstico e terapêutica que podem, por si próprios, induzir mais sofrimento, sem que daí advenha qualquer benefício”.

O que têm em comum os projetos de lei do PS, BE, PAN e PEV? 

Traços em comum entre os quatro projetos são a despenalização de quem pratica a morte assistida e a garantia da objeção de consciência para os médicos e enfermeiros.

Todos os diplomas preveem que só podem pedir, através de um médico, a morte medicamente assistida pessoas maiores de 18 anos, sem problemas ou doenças mentais, em situação de sofrimento e com doença incurável, sendo necessário confirmar várias vezes essa vontade.

Os projetos de lei estipulam, embora com algumas diferenças, as condições para um doente pedir para morrer, confirmando, por várias vezes, essa vontade, e mediante pareceres positivos, vários, de médicos.

De acordo com os textos dos quatro projetos, o pedido de morte medicamente assistida só pode ser feito pelo próprio, através de um médico, com salvaguardas da avaliação por comissões técnicas, conforme as soluções propostas pelos partidos.

Em que condições pode um doente pedir a eutanásia?

Há ‘nuances’ nos projetos dos vários partidos, mas vários são os pontos em comum: o doente tem que ser maior de idade, são necessários vários pareceres médicos, inclusivamente de especialistas da doença de que a pessoa sofre.

O PAN, único partido a por esta matéria no seu programa eleitoral, foi o primeiro a apresentar o seu projeto, ainda em 2017.

No projeto, estipula-se que “o pedido de morte medicamente assistida apenas é admissível nos casos de doença ou lesão incurável, causadora de sofrimento físico ou psicológico intenso, persistente e não debelado ou atenuado para níveis suportáveis e aceites pelo doente ou nos casos de situação clínica de incapacidade ou dependência absoluta ou definitiva”.

O BE refere que o pedido tem de “corresponder a uma vontade livre, séria e esclarecida da pessoa com lesão definitiva ou doença incurável e fatal e em sofrimento duradouro e insuportável”.

Já no texto do PS, a condição para pedir a “antecipação da morte” é ser uma “decisão da própria pessoa, maior, em situação de sofrimento extremo, com lesão definitiva ou doença incurável e fatal”.

O projeto do PEV, último a ser entregue no parlamento, prevê o recurso à “morte medicamente assistida” em caso de “pedido sério, livre, pessoal, reiterado, instante, expresso, consciente e informado da pessoa” se estiver “em situação de profundo sofrimento decorrente de doença grave, incurável e sem expectável esperança de melhoria clínica”, em “estado terminal ou com lesão amplamente incapacitante e definitiva”.

Em que condições pode o doente revogar a decisão?

Pode fazê-lo a qualquer momento, de acordo com todos os projetos. E se o doente ficar inconsciente, o processo é parado de imediato.

O processo também não avança se um dos pareceres médicos for negativo, havendo, ainda, recurso da decisão para as comissões criadas para avaliar os processos.

Cada partido, porém, tem uma solução diferente.

O PAN propõe uma Comissão de Controlo e Avaliação da Aplicação da Lei, que também recebe a analisa os processos de morte medicamente assistida, composta por médicos, juristas e uma personalidade da área da ética ou bioética.

O diploma do BE sugere uma Comissão de Avaliação dos Processos de Antecipação da Morte, a funcionar no âmbito da Assembleia da República, que também decide sobre os processos e rege-se por um regulamento próprio.

O projeto do PS cria a Comissão de Verificação e Avaliação dos Procedimentos Clínicos de Antecipação da Morte, com juristas, médicos, enfermeiros e um especialista em bioética indicado pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, que funciona junto do parlamento.

Já "Os Verdes" têm soluções distintas, propondo comissões por cada área de Administração Regional de Saúde, que faz a avaliação dos pedidos por região, compostas por médicos, enfermeiros, advogados e um magistrado. As decisões têm que ser tomadas por dois terços e não podem existir abstenções.

Todos os partidos sugerem que estas comissões façam relatórios regulares sobre a aplicação da lei.

Vai realizar-se um referendo? 

Não se sabe. O CDS-PP e vários dirigentes do PSD defenderam uma consulta aos portugueses, a exemplo do que aconteceu com outra matéria complexa e delicada – a despenalização do aborto, em 1998 e em 2007. Uma certeza existe: se os projetos de lei forem chumbados, também cai a ideia do referendo.

De acordo com a lei, os referendos podem ser pedidos por grupos parlamentares, pelo Governo ou por grupos de cidadãos. Depois, o Tribunal Constitucional aprecia o pedido e, por fim, a decisão cabe ao Presidente da República.

 

Estudo
Cerca de três quartos (76%) das Unidades de Saúde Familiar (USF) estão insatisfeitas com a atuação do Ministério da Saúde,...

No segundo dia do 10.º Encontro Nacional das USF - Unidades de Saúde Familiar, a associação apresentou a nona edição de um estudo que promove desde 2005, e onde aponta um crescimento do descontentamento, quando comparado com a realidade em 2015.

Segundo a mostra, o número de coordenadores de USF insatisfeitos "passou de 8,5% em 2015 para 35,2 % em 2017", sendo que a "soma com os muito insatisfeitos perfaz 76,1%", lê-se no documento a que a agência Lusa teve acesso.

O estudo pretende caracterizar o estado da reforma dos cuidados de saúde primários (CSP) desde 2005, ano da sua criação, através da avaliação que os coordenadores da USF fazem do momento atual da mesma.

A quase totalidade (91,4%) das USF ‘modelo A' querem passar a ‘modelo B' (um modelo mais avançado que prevê metas e incentivos para os profissionais), no ano em que o Governo "bloqueou na totalidade a abertura" das segundas, refere o estudo.

A situação, adianta, dá razão à associação nacional de USF na promoção de uma petição online para o fim das quotas para a constituição de ‘modelos A' e a eliminação das quotas na evolução para os ‘modelos B'".

Destacando ser o "capital humano" a "maior riqueza de todo o tipo de organizações", a USF-AN exige um "plano de recursos humanos nacional a curto, médio e longo prazo", motivando, dessa forma, "os profissionais a continuarem a apresentar candidaturas a USF de modo a que seja conseguida uma cobertura a 100% daquelas unidades em Portugal".

Ainda segundo o documento, "até maio de 2018, existiam em Portugal 501 USF", estimando a associação que "abranjam nove mil profissionais" que prestam cuidados de saúde a "quase seis milhões de pessoas".

O censo decorreu entre abril e 09 de maio e foram inquiridos todos os coordenadores de USF em atividade, tendo sido conseguida uma taxa de resposta de 71,4% (342 das 479 USF existentes no início do estudo), naquela que é a segunda taxa de resposta mais alta de sempre e com o maior número absoluto de respondentes, congratula-se o presidente USF-AN, João Rodrigues, citado pelo documento.

Considerando que estes estudos têm conseguido fornecer informação nova sobre aspetos importantes da evolução da reforma dos CSP ao permitir identificar áreas que necessitem de maior apoio e atenção ao seu desenvolvimento, apontando caminhos para a sua melhoria, o nono exercício mantém a linha traçada.

Assim, as três principais áreas que os coordenadores alterariam para melhorar o funcionamento das USF são os "Recursos Humanos na Saúde", "processo de trabalho" e "equipamentos e materiais".

Expandir a autonomia de gestão dos Agrupamentos dos Centros de Saúde, o desenvolvimento da governação clínica e de saúde e a implementação do enfermeiro de família e das várias profissões de saúde (fisioterapia, dentista, psicólogo, terapia da fala, entre outros) são outras algumas das melhorias reclamadas pela associação no documento hoje apresentado.

Relatório
O apoio psicológico apenas foi dado a 40% das pessoas que sentiram essa necessidade na sequência dos fogos de junho e de...

O resultado surge nas conclusões do estudo de opinião realizado no âmbito da comissão de acompanhamento à população afetada pelos incêndios de 2017, na área da saúde mental, que finalizou o seu relatório final este mês e ao qual a agência Lusa teve acesso.

Dos inquiridos, apenas 17,9% referiram ter necessidade de apoio psicológico.

Das pessoas que receberam apoio psicossocial, 56,9% consideraram-no "suficiente, e, no que respeita à qualidade do mesmo, apenas dois dos inquiridos consideraram que não tinham sido bem atendidos".

Dos aspetos mais positivos do apoio psicossocial, surge, em primeiro lugar, a oferta de bens, como roupa ou alimentos (43%), surgindo depois o acompanhamento psicológico (11,3%) e a solidariedade (10,2%).

Relativamente aos aspetos negativos, as pessoas afetadas criticaram a falta de apoio (40,8%), injustiças ou má distribuição (19,9%) e a falta de comunicação ou informação (08,3%).

Os inquiridos apontaram o serviço de saúde (38,8%), domicílio (38,5%) e bombeiros (36,7%) como os locais onde deveria ser prestado o apoio psicossocial.

Os concelhos onde o impacto psicológico foi mais referido (23,8% dos entrevistados) situam-se no grupo de Oliveira do Hospital, Arganil e Tábua (acompanhados por uma equipa de saúde mental comunitária) e no grupo de Pampilhosa da Serra, Góis, Lousã e Vila Nova de Poiares (que são "caracterizados por terem uma resposta reduzida na área da saúde mental").

Já nos concelhos mais afetados pelo grande incêndio de 17 de junho – Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos -, a percentagem é muito reduzida (04%), o que "sugere a importância de uma resposta de saúde mental consistente já instalada no terreno".

O inquérito, realizado em 26 concelhos afetados pelos grandes incêndios de 2017, foi feito a mais de 700 pessoas, sendo que 08% (58 inquiridos) perderam um familiar ou amigo e 5,4% referiram terem sido eles próprios, amigos ou familiares vítimas de ferimentos. Foram também entrevistados bombeiros, um elemento das forças de segurança, 19 profissionais de saúde e oito profissionais de intervenção social.

Dos 08% que referiram ter perdido um familiar ou amigo durante os incêndios, 63,8% evidenciavam um processo normal de luto e cerca de um terço relataram reações que podem estar relacionadas com processo de luto complicado (36,2%), segundo o inquérito a que a agência Lusa teve acesso.

Cerca de dois terços das 58 pessoas que experienciaram um processo de luto referiram não ter sentido necessidade de apoio psicológico, sendo que as pessoas com luto complicado sentiram uma maior necessidade deste tipo de apoio.

De acordo com o inquérito, nove das 11 pessoas que evidenciaram luto complicado receberam apoio psicossocial e todos referiram ter "sido bem ou muito bem atendidos".

No estudo, fica também claro que os profissionais do centro de saúde tiveram um maior peso (42,1% contra 09,4%) no apoio nos incêndios de junho em relação aos de outubro, enquanto nestes, os familiares e amigos, bem como os municípios, tiveram um papel mais importante.

"Estas diferenças parecem estar relacionadas não só com a estrutura dos serviços de saúde locais, como com a estrutura da família e da sociedade em geral", explica o estudo.

O inquérito também questionou 67 entidades locais, como câmaras municipais, juntas de freguesia, centros de saúde e escolas, que consideraram que deveria ter havido mais coordenação, mais locais de atendimento e menos burocracia na resposta psicossocial às pessoas afetadas pelos grandes incêndios de 2017.

As entidades apontaram ainda para a necessidade de menor demora nas consultas (23,6%), melhores horários de atendimento (10,9%) e melhor preparação dos profissionais (07,3%).

Cinquenta e seis das 67 entidades inquiridas revelaram que os incêndios tiveram também um impacto institucional.

Mais de metade (58,9%) referiu que o principal impacto sentido na sequência dos fogos foi o impacto psicológico sobre os trabalhadores e colaboradores, sendo que "algumas entidades referiram ter havido absentismo por razões de saúde mental”.

Incêndios
A comissão de acompanhamento na área da saúde mental concluiu num relatório que a expansão da rede de equipas comunitárias em...

"A expansão da rede de equipas comunitárias de saúde mental a nível de todo o país, tal como se encontra preconizado no plano nacional de saúde mental, é o fator determinante para garantir um apoio adequado aos indivíduos mais vulneráveis das populações atingidas", concluiu o relatório final da comissão de acompanhamento às populações afetadas pelos grandes incêndios de 2017, a que a agência Lusa teve acesso.

A comissão entende que a saúde mental deve ser "parte integrante das respostas em situação de emergência e catástrofe", sendo que deve ser contemplada em todas as fases de desenvolvimento de planos globais.

Nesse sentido, o relatório defende que deve ser estruturado "rapidamente um modelo de respostas de saúde mental", que esteja integrado com as respostas gerais em situação de emergência e catástrofe, com níveis de coordenação "claramente identificados", e assente, "em termos de prevalência antecipável das perturbações, nos cuidados de saúde primários".

O plano de respostas deverá ter em conta as fases pré-crise (preparação), a fase imediata após o evento e a fase de estabilização.

A comissão considera que é necessário que os serviços locais de saúde mental constituam um núcleo local de resposta a catástrofes, formado por um médico, um enfermeiro, um psicólogo e um assistente social, com formação específica nesta área.

"Este núcleo tem como responsabilidade articular com um núcleo semelhante dos ACeS [Agrupamentos de Centros de Saúde] e com o gabinete de crise da ARS [Administração Regional de Saúde]", refere, considerando que a referenciação de casos deve ser feita sempre que possível às equipas comunitárias de saúde mental.

Para um plano desta ordem, a comissão afirma que é necessário avançar com programas de formação dirigida aos profissionais no terreno, sendo que a sua ausência poderá ter um impacto negativo na forma como as pessoas lidam com uma situação de emergência.

No entanto, o relatório reconhece que a implementação de um sistema de formação "é incompatível com a proximidade temporal do verão".

Por isso, numa perspetiva de contingência, defende a difusão do documento "Primeiros Cuidados Psicológicos: Guia para profissionais no terreno", da Organização Mundial de Saúde.

No relatório, é ainda sublinhado que o desenvolvimento de respostas de saúde mental em situações de emergência e catástrofe "não deve ser encarado como um atributo da responsabilidade exclusiva do setor da saúde, mas sim como um processo colaborativo", envolvendo múltiplos agentes, desde as entidades governamentais e passando pelas comunidades.

Saúde Mental
O relatório final da comissão de acompanhamento na área da saúde mental estima que nos territórios afetados pelos incêndios...

A comissão de acompanhamento na área da saúde mental às populações afetadas pelos grandes incêndios de 2017 estima que "a prevalência pontual de perturbações psiquiátricas graves suba aproximadamente 01% (de uma base de 02 a 03%)" e aumente 05 a 10% nas perturbações ligeiras a moderadas (de uma base de 10%).

A restante população deverá "recuperar habitualmente sem patologia relevante", conclui a comissão, no relatório final a que a agência Lusa teve acesso.

"Para responder a esta heterogeneidade de cenários, é necessário desenvolver um sistema com diversas camadas de apoio e intervenção, complementares entre si, que atenda às necessidades dos diferentes grupos", defende a comissão de acompanhamento, presidida por António Leuschner.

A comissão considera que a resposta em saúde mental "foi célere e efetiva nos dois grandes incêndios da região Centro", em junho e outubro de 2017, sendo que o facto de haver já no terreno equipas comunitárias de saúde mental "foi uma enorme mais-valia para a eficiência da resposta".

Ao todo, as equipas comunitárias de saúde mental "realizaram perto de cinco mil consultas de psicologia e psiquiatria, e mais de um quarto desse número de domicílios de saúde mental relacionados com os incêndios", sublinha o relatório.

Para além disso, a comissão considera também positiva a colaboração institucional com outras instituições, como os fuzileiros, autarquias, INEM, misericórdias e Cruz Vermelha.

Anexado ao relatório, está também presente uma proposta de folheto para distribuir junto das populações com soluções para lidar com o luto, feito pelo diretor do Centro de Bioética da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, António Barbosa.

Nesse documento, intitulado "O meu luto", o especialista refere que partilhar as experiências vividas e os seus sentimentos com alguém de confiança ou com um profissional de saúde pode "contribuir para aliviar os sintomas e ajudar a lidar com os acontecimento e as memórias traumáticas".

António Barbosa refere que o medo e a ansiedade, quando se tornam constantes e excessivos, poderão ser combatidos através de vários recursos, como respirar profunda e lentamente, organizar um diário ou participar num grupo de apoio.

Na proposta de folheto são também apresentadas medidas sobre como lidar com as insónias e com a má alimentação, apontando também para medidas de "autocuidado".

O "autocuidado", refere, pode assumir a forma de descanso e relaxamento, a prática de atividade física para libertar a tensão, o convívio com familiares e amigos ou falar sobre o luto, que pode ajudar a pessoa a "lidar com a perda".

Para aniversários ou datas marcantes relacionadas com a pessoa que morreu ou a data em que a pessoa faleceu, António Barbosa define várias estratégias, nomeadamente anotar no calendário os momentos que poderão ser difíceis e pensar no que poderá fazer durante esses momentos.

No dia em concreto, a pessoa deve libertar-se das suas expectativas e das dos outros, fazer algo que normalmente não faria em memória do ente querido, criar um momento que honre e reconheça a perda ou falar "com o falecido", interiormente ou em voz alta, sendo que esta forma de verbalizar o que a pessoa quer dizer pode "proporcionar conforto".

O especialista aponta ainda para a importância da comunidade, da necessidade de se olhar para o futuro e da ajuda de profissionais que a pessoa pode e deve procurar.

 

Investigação
Mastigar pastilha elástica durante o exercício físico pode ser um aliado contra o excesso de peso em homens com mais de 40 anos...

“Combinar exercício físico e pastilha elástica pode ser uma maneira eficaz de controlar o peso”, escrevem os investigadores na revista Journal of Phisical Therapy Science, citados hoje pela AFP.

No estudo, os investigadores examinaram “o ritmo cardíaco, a distância percorrida, a velocidade de marcha, o número de passos e gasto energético” de 46 atletas japoneses com idades entre os 21 e os 69 anos.

A estes foi pedido que caminhassem ao seu “ritmo natural” durante 15 minutos numa pista de atletismo. Metade mastigou duas pastilhas elásticas durante o percurso e a outra metade ingeriu os ingredientes das pastilhas em forma de pó dissolvido em água.

No final, perceberam que aqueles que mastigavam pastilha elástica apresentaram, globalmente, uma frequência cardíaca mais elevada.

Verificaram ainda que os homens com idade superior a 40 anos, quando mastigavam pastilha elástica, tendiam a andar mais rápido, percorrendo uma maior distância, o que os fazia gastar mais calorias.

 

 

SNS
O presidente da Associação Nacional da Unidades de Saúde Familiar (USF-AA), João Rodrigues, criticou este fim de semana que só...

Em declarações à agência Lusa no final do primeiro dia do 10.º Encontro Nacional das USF - Unidades de Saúde Familiar, que decorreu em Gondomar, o presidente da USF-AN criticou o Governo por decisões que considera "contraditórias".

Lembrando que de acordo com "as cotas publicadas em janeiro, em 2018 podem abrir 25 USF 'modelo A' e 20 'modelo B'", João Rodrigues criticou o facto de as segundas "só poderem transitar em outubro" apesar de já "aprovadas pelo parecer técnico nacional".

O Ministério da Saúde publicou recentemente um estudo, com dados de 2015, a validar esta informação, "dizendo haver uma eficiência de 103 milhões de euros anuais se todo o país estivesse em USF 'modelo B'", enfatizou João Rodrigues.

Insistindo que as USF 'modelo B' "produzem mais qualidade nos cuidados e custos menores em termos de resultado final", o dirigente elencou as mais-valias destas unidades.

"Há menos internamentos evitáveis. Por exemplo, um utente diabético vigiado numa USF 'modelo B' é menos internado, pois é melhor controlado, sendo que estes doentes vão menos ao serviço de urgência. E um doente quando recorre ao serviço de urgência hospitalar está a disparar a despesa e também porque está mais doente", disse.

Dando conta que em 2018 abriram 10 USF 'modelo A', João Rodrigues revelou um questionário feito em janeiro pela associação "aos coordenadores das USF 'modelo A'", vincando que "91% deles responderam querer ir para o 'modelo B'".

Sobre os serviços de Avaliação Psicológica de Condutores e que dificuldades têm tido os médicos de família para passar atestados para cartas de condução, o presidente da USF-AN manteve o tom crítico, afirmando que "continua tudo na mesma".

Salientando que os "profissionais não estão preparados tecnicamente para fazer esse tipo de avaliação, desde logo, por falta de materiais", lembrou a "promessa deste Governo" de "criação de centros especializados" para garantir que "estão em banho-maria".

O primeiro de dois dias do 10.º Encontro Nacional das USF - Unidades de Saúde Familiar abriu com uma homenagem a António Arnaut, considerado o "pai" do Serviço Nacional de Saúde, que esta semana faleceu em Coimbra.

Infarmed
Um dos medicamentos para prevenir a malária está esgotado em Portugal, confirmou hoje a Autoridade do Medicamento (Infarmed),...

A informação foi confirmada à agência Lusa por fonte oficial do Infarmed, após uma notícia da Visão online que dá conta que as “últimas embalagens de mefloquina se venderam no início de maio”.

A reposição de stock de mefloquina está prevista para 27 de julho, estando o Infarmed “neste momento a avaliar alternativas para o abastecimento do mercado com esta substância”.

De acordo com a Autoridade do Medicamento os medicamentos com mefloquina têm alternativa terapêutica na sua indicação principal (Atovaquona + Proguanilo), que pode ser utilizada e “não tem ruturas notificadas”, ou seja, está disponível no mercado.

 

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