Conselho de Ministros
O Governo aprovou hoje o suplemento para os ordenados dos enfermeiros especialistas que será retroativo a janeiro deste ano.

No final do Conselho de Ministros, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, afirmou que se trata de honrar um compromisso de outubro de 2017 com os enfermeiros especialistas "há muitos anos infelizmente esquecidos".

Esta classe de enfermeiros tem especializações em áreas como obstetrícia ou cirurgia.

o ministro acrescentou que o Governo está já a negociar com os sindicatos dos enfermeiros a revisão das carreiras.

O subsídio dos especialistas, que os levou a fazer uma campanha de entrega das carteiras profissionais, começará a ser pago assim que o decreto-lei hoje aprovado seja promulgado e publicado em Diário da República, com retroativos a 01 de janeiro.

5 anos da AHF em Portugal
A implementação de um modelo inovador de rastreio e prevenção do VIH e a identificação dos novos desafios e prioridades na...

A reunião vai decorrer na Sala Almada Negreiros do Centro Cultural de Belém e contará com a presença de representantes do Ministério da Saúde, da Administração Regional de Saúde, de organizações não-governamentais, assim como deputados, administradores hospitalares e médicos. No local estará ainda presente uma carrinha que fará a distribuição gratuita de preservativos.

Nos últimos cinco anos, a AIDS Healthcare Foundation (AHF) Europe investiu mais de 1.3 milhões de euros, proporcionando testes de VIH rápidos, gratuitos e anónimos e distribuindo preservativos, juntamente com o Grupo de Ativistas em Tratamento (GAT). O objetivo do programa conjunto é promover a prevenção, assim como fornecer alternativas de testes em contexto comunitário.

Foi em 2013, numa altura em que Portugal enfrentava dificuldades na sequência da crise financeira, que a AHF Europe expandiu os seus programas para o nosso país, estabelecendo uma parceria com o GAT, um grupo que faz, entre outros, a gestão do CheckpointLX (centro de prevenção do VIH), do IN-Mouraria (projeto de promoção do direito à saúde das pessoas que usam drogas), do Espaço Intendente e da unidade móvel Move-se, onde são disponibilizados testes rápidos de VIH para grupos vulneráveis e população em geral. A AHF promove também a distribuição gratuita de preservativos, ações de ativismo e trabalha juntamente com o GAT para aumentar a disponibilidade de serviços de Teste Rápido no país, através de parceiros que trabalham com grupos prioritários.

A operar em 39 países, a AHF é o maior fornecedor global de testes para o VIH, assim como serviços de saúde nesta área, proporcionando tratamentos e cuidados de saúde a mais de 850 mil pessoas em todo o mundo. Em 2017, a AHF e os seus parceiros ofereceram serviços de rastreio do VIH a mais de, 4,2 milhões de pessoas e distribui mais de 40 milhões de preservativos gratuitos.

 

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde vai atribuir doze prémios a personalidades e entidades que considera estarem a promover a saúde pública,...

O ‘chef’ Nuno Queiroz Ribeiro, a nutricionista e ‘blogger’ Ana Bravo, o realizador André Badalo, as panificadoras e quatro canais de televisão – RTP, SIC, TVI e Porto Canal – fazem parte da lista dos premiados hoje divulgados pelo Ministério da Saúde (MS).

“Em sinal de reconhecimento e valorização do esforço e empenho demonstrados pelas pessoas e instituições que se têm juntado ao Ministério da Saúde nesta missão de promoção da saúde pública, este ano, além dos dois galardões que já eram atribuídos a figuras da saúde, como prémios de carreira, o Ministério decidiu distinguir pessoas singulares ou coletivas, nacionais ou estrangeiras que tenham prestado serviços relevantes à saúde pública nos 12 meses anteriores à atribuição do mesmo”, explica o gabinete de imprensa do MS.

O MS explica que tem procurado o apoio de diversos parceiros para induzir hábitos de vida saudáveis e assim obter ganhos em saúde.

Defensor de uma alimentação consciente, o ‘chef’ Nuno Queiroz Ribeiro ficou conhecido ao participar, em 2011, na edição portuguesa do programa Peso Pesado, sendo atualmente um dos responsáveis pelo novo projeto do Ministério que pretende melhorar a qualidade da alimentação disponibilizada nos bares dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde.

Este projeto do MS conta também com a colaboração da nutricionista e ‘blogger’ Ana Bravo, que é outra das premiadas, juntamente com o realizador André Badalo, que também tem colaborado com o Ministério em iniciativas relacionadas com a promoção de hábitos de vida saudáveis.

Por terem assumido o compromisso de reduzir a quantidade de sal no pão, as panificadoras também serão galardoadas: “Com a ajuda dos panificadores será possível reduzir o teor de sal no pão do limite legal de 1,4 gramas por cada 100 gramas de produto, para um máximo de um grama por cada 100 gramas de produto. Desta forma o consumo de pão torna-se um hábito alimentar mais saudável e assim se reduzem riscos de saúde”, recorda o Ministério, lembrando que “os portugueses consomem, todos os dias, 30 toneladas de sal acima da dose recomendada”.

O protocolo de colaboração entre a Direção-Geral da Saúde e quatro canais de televisão – RTP, SIC, TVI e Porto Canal – também será premiado, assim como a Sonae MC, pelas várias iniciativas que tem desenvolvido para sensibilizar os consumidores para a alimentação saudável, tal como tem acontecido com um programa educativo dirigido às escolas do 1º ciclo.

Também é premiada a Associação Portuguesa de Bebidas Refrescantes Não Alcoólicas (PROBEB), que reduziu os teores de açúcar das bebidas açucaradas e ajudou a que os portugueses consumissem, em 2017, menos 5.600 toneladas de açúcar do que no ano anterior, segundo dados do MS.

No Dia Mundial da Saúde, que se celebra a 7 de abril, a Fundação Calouste Gulbenkian vai ser o palco da cerimónia de entrega de prémios.

DGS
A diretora-geral da Saúde garantiu hoje que a rede de frio que conserva as vacinas nos pontos de vacinação é “robusta” e “de...

Em declarações, Graça Freitas refutou desta forma o cenário de desperdício traçado terça-feira pela bastonária da Ordem dos Enfermeiros na comissão parlamentar de Saúde.

Ana Rita Cavaco denunciou o desperdício de centenas de vacinas devido a quebras de energia que desligam os frigoríficos e deu ainda conta de ruturas no abastecimento destes fármacos em várias unidades do país.

Segundo a bastonária, os frigoríficos das unidades de saúde não dispõem de UPS (fonte de alimentação ininterrupta) que os mantenha a funcionar em caso de quebra na rede de energia.

Por esta razão, e tendo em conta que esta situação acontece frequentemente, sobretudo aos fins de semana, são deitados ao lixo centenas de vacinas, desperdiçando milhares de euros.

“Em geral é uma rede robusta, de confiança. Os frigoríficos têm monitorização da temperatura”, afirmou Graça Freitas.

A diretora-geral da Saúde sublinhou ainda que em Portugal já quase não se registam falhas elétricas, ao contrário do que acontecia no passado.

“Felizmente também já não acontece e, quando acontece, é por muito pouco tempo e os frigoríficos têm controlo de temperaturas, têm uma monitorização controlada”, acrescentou.

Segundo Graça Freitas, “quando acontece uma coisa dessas num centro de saúde, ou num ponto de vacinação, as enfermeiras ligam para a Administração Regional da Saúde (ARS) e fazem uma avaliação da situação”.

A autoridade da saúde em Portugal admite que, “excecionalmente e em nome da segurança”, se inutilizem vacinas, se isso se revelar necessário, mas sublinhou que “não existem grandes quantidades de vacinação, porque há centenas de pontos para aproximação da localização”.

Para Graça Freitas, os casos que possam existir são “pontuais” e resolvidos de imediato.

“Se assim não fosse, nós tínhamos reações adversas, que não temos, e falhas nas vacinas, que não temos, porque não temos as doenças, e não tínhamos as taxas de cobertura que temos”, disse.

“Há que distinguir totalmente o que é a normalidade, o que é uma rede organizada nos pontos de vacinação gerida por enfermeiros e o que são incidentes pontuais de fácil resolução que não têm implicações para a segurança do PNV [Plano Nacional de Vacinação]”, concluiu.

 

Direção-Geral da Saúde
O número de casos confirmados de sarampo subiu para 97, o que representa uma subida de sete em relação ao último balanço,...

De acordo com a informação, existiam, até às 19 horas de quarta-feira, sete pessoas com a doença, sendo que, ao longo do surto, foram confirmados 97 casos, a maioria com ligação ao Hospital de Santo António, no Porto.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) adianta ainda que estão internados dois doentes, clinicamente estáveis, e que há 20 casos em investigação.

Na quarta-feira de manhã, o balanço da DGS apontava para 90 casos confirmados de sarampo relativo ao atual surto.

“Está em curso a investigação epidemiológica detalhada da situação, que inclui a investigação laboratorial de todos os casos”, explica a entidade, acrescentando estar a acompanhar, em conjunto com a rede de autoridades de saúde, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e profissionais de saúde, a evolução da situação de acordo com o previsto no Plano de Contingência.

Segundo a DGS, o vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infecciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra.

Os doentes são considerados contagiosos desde quatro dias antes até quatro dias depois do aparecimento da erupção cutânea.

Este organismo do Ministério da Saúde indica que “os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois da pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (progride da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal”.

A DGS recomenda que cada pessoa verifique o boletim de vacinas e, se necessário, que se vacine e aos seus dependentes. Além disso, avisa que quem esteve em contacto com um caso suspeito de sarampo e tem dúvidas, pode ligar para o SNS 24 (808242424) e que se se tiver sintomas de sarampo se deve evitar contacto com outras pessoas.

Impacto no humor
Sabia que o exercício físico pode ser o motor da felicidade?

No mundo frenético em que vivemos actualmente, existem várias estratégias para lidar com o stress e aliviar a ansiedade: comer, fumar, recorrer ao álcool ou drogas, até mesmo enterrar a cabeça no televisor...qualquer coisa que nos dê prazer instantâneo ou nos distraia das preocupações. E a maior parte das vezes funciona. O problema é que esses hábitos podem trazer consequências negativas e, a longo prazo, em vez de nos trazerem felicidade, arriscam-nos a fazê-la desaparecer. Mas existe outra estratégia para reduzir o stress e melhorar o humor que, não só torna as pessoas mais felizes, como traz outros efeitos positivos ao longo do tempo: o exercício físico.

A influência da actividade física a nível da saúde é inegável, quer na prevenção de doenças como na manutenção do peso. Mas a magia do exercício é que, para além do aumento da energia, confere os indivíduos fisicamente activos orgulho ao atingir os seus objectivos de boa forma física e a melhoria da aparência, contribuindo para a sensação de realização pessoal. Sair à rua num dia solarengo ou fazer exercício num ginásio rodeado de pessoas desconhecidas pode servir de estímulo à nossa mente e libertar-nos dos hábitos monótonos e das rotinas do dia a dia.

Mas de que forma é que o exercício físico nos torna mais felizes? Libertando químicos no cérebro que nos fazem sentir dessa forma. As endorfinas são neurotransmissores produzidos pelo nosso organismo em resposta a determinados estímulos. Os neurotransmissores são químicos que permitem transmitir sinais eléctricos dentro do sistema nervoso e que no caso das endorfinas têm receptores em regiões do cérebro responsáveis por bloquear a dor e controlar as emoções.

As endorfinas ajudam a aliviar a dor ou a induzir sensações de prazer ou euforia, tendo um papel importante em reforçar actividades que recompensam essa sensação a nível cerebral (comer, beber, fazer sexo, ...) Os opióides, com a morfina e a heroína, interagem com os mesmos receptores no sistema nervoso central que as endorfinas, reduzindo a percepção de dor.

 A diferença é que os primeiros são químicos produzidos externamente e as endorfinas (palavra que deriva de endógeno e morfina) são produzidos pelo nosso próprio organismo. A outra diferença é que a activação dos receptores opióides pelas nossas endorfinas não leva à dependência como as drogas opiáceas, como a morfina e a codeína.

As endorfinas são produzidas pelo sistema nervoso central, sob acção da hipófise, em resposta a determinados estímulos, especialmente o stress, o medo e a dor. Actuam como mecanismo de defesa ligando-se ao receptores opióides no sistema nervoso central e periférico, bloqueando a dor. Mas também são responsáveis pelas sensações de prazer associadas à comida, às relações sexuais e ao exercício.

A maioria das nossas emoções são processadas no sistema límbico, que inclui o hipotálamo (uma região do cérebro responsável por funções como a respiração, a satisfação sexual, a raiva) e que é muito rico em receptores opióides. Quando as endorfinas atingem estes receptores é desencadeada uma sensação de prazer e bem-estar. Levando a uma inibição das fibras que transmitem a dor, as endorfinas produzem uma sensação de bem-estar e um efeito analgésico, fazendo-se sentir menos os efeitos negativos do stress.

O efeito das endorfinas associadas ao exercício e no aumento do limiar à dor têm um efeito curto no tempo. A sensação de prazer associada à realização de exercício, prolonga-se no tempo, fazendo com que os indivíduos queiram repetir os comportamentos que lhe originaram prazer.

Níveis mais altos de endorfinas levam a sensações de euforia, modulação do apetite, libertação das hormonas sexuais e aumento da resposta imunitária. Ajudam as funções cardiovascular, gastrointestinal e genitourinária, melhorando o funcionamento visceral dos órgãos e ajudando a manter a homeostasia e a pressão arterial, a frequência respiratória e o ciclo cardíaco. Mas a libertação de endorfinas varia de pessoa para pessoa, o que significa que a mesma quantidade de exercício pode não ter o mesmo efeito em pessoas diferentes.

Mas o exercício, para além de ajudar o nosso cérebro a lidar com o stress, também actua reduzindo a ansiedade, prevenindo a insónia e melhorando a qualidade do sono, e aumentado a auto-estima. Pode funcionar como distração das nossas preocupações e até mesmo ter um efeito meditativo. E ao aumentar o fluxo sanguíneo ao cortéx pré-frontal, a área do cérebro responsável pelas funções executivas, comportamento e tomada de decisões, melhora a função cognitiva.

Os efeitos são também notórios no aumento da energia, na libido e no estado de saúde, contribuindo obviamente para nos sentirmos mais confiantes e mais felizes.

O que nos dizem os estudos

  • Segundo investigadores na Universidade de Vermont, os benefícios de apenas 20 minutos de exercício no nosso humor podem durar 12 horas.
  • Há maior probabilidade de fazermos exercício quando não estamos particularmente felizes ou tristes. Mas este tem maior efeito no nosso estado mental quando estamos de mau humor.
  • Os indivíduos fisicamente activos são mais felizes e estão mais satisfeitos com a sua vida. O exercício aumenta as endorfinas e outros químicos que fazem o nosso cérebro sentir-se bem, reduz os níveis das hormonas de stress adrenalina e cortisol e é um tratamento cientificamente comprovado para a ansiedade e a depressão.
  • Indivíduos que se exercitam 30 a 60 minutos 3 a 5 vezes por semana obtém benefícios em termos de saúde mental, mas mesmo exercitar menos tempo pode ter um impacto positivo sobre o humor.
  • Num estudo canadiano sobre caminhadas 30 minutos seguidos de exercício num só dia tiveram maior efeito no humor do que 3 sessões de 10 minutos separadas.
  • O treino ao ar livre torna-nos mais revitalizados, enérgicos e empenhados e ao mesmo tempo menos tensos, zangados e deprimidos, que o exercício em recintos fechados. Por outro lado, caminhar na natureza é mais eficaz em eliminar o stress do que caminhar em meio urbano.
  • A música torna o exercício mais divertido: o nosso humor melhora 15% quando ouvimos música durante um treino de cardio. Este sentimento positivo, por outro lado, faz-nos sentir que o treino não é tão difícil. Isto foi provado por investigadores alemães que associaram software de música a máquinas de cardio e musculação. Outro estudo mostrou que ver televisão durante treino na passadeira torna o exercício mais agradável.
  • Investigadores da Universidade da Carolina do Norte calcularam que 19% dos divórcios poderiam ser evitados se ambos os parceiros corressem regularmente, graças ao efeito de diminuição dos sentimentos de raiva através do exercício.

Um estudo sobre exercício físico e bem-estar psicológico demostrou que indivíduos que se exercitam 2 a 3 vezes por semana experienciam significativamente menos depressão, raiva, desconfiança e stress, que aqueles que são sedentários ou o fazem com menos frequência. Têm igualmente sentimentos mais fortes de integração social.

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Inquérito revela
Quase todos (96%) os portugueses inquiridos numa campanha de sensibilização conhecem o problema ambiental causado pelos...

A campanha "#40 dias sem plástico", que decorreu no período da Quaresma (assinalado por alguns grupos cristãos antes da Páscoa), promoveu em média mais de 7.800 reações e de 3.500 partilhas e alcançou diariamente 17.800 pessoas, nomeadamente em redes sociais, segundo o balanço avançado pela Quercus.

A iniciativa convidou os europeus a desistir dos produtos descartáveis, ao mesmo tempo que sensibilizou as populações para modos de vida mais amigos do ambiente, tentando reduzir a poluição do mar, escreve o Sapo.

As conclusões do inquérito a uma amostra de 300 pessoas "permitiram demonstrar que, apesar de 95,9% dos participantes conhecerem o problema ambiental do uso de descartáveis e dos microplásticos, apenas 49,6% mudaram o comportamento adotando melhores práticas no seu dia-a-dia", refere a associação de defesa do ambiente Quercus.

22,6% dos inquiridos não conhecem alternativas aos sacos de plástico
Naquele grupo de inquiridos, 22,6% não conhecem as alternativas ecológicas aos descartáveis, como os sacos de pano, escovas em bambu, garrafas reutilizáveis ou palhinhas em inox, a maioria tem dúvidas na identificação dos produtos que contêm microplásticos e 65% não sabem identificar os plásticos recicláveis.

"Foi ainda possível verificar que continuam a existir muitas dúvidas sobre que resíduos podem ser colocados no ecoponto amarelo" já que 78% dos inquiridos acreditam que podem colocar cápsulas de café e 22,5% acham que não podem colocar pacotes de leite.

Vários partidos apresentaram já propostas visando a proibição ou redução do uso de utensílios descartáreis nos restaurantes, diplomas que estão a ser analisados na Assembleia da República.

"A situação não é animadora", salienta a Quercus, já que o consumo de produtos descartáveis está a crescer e estudos recentes mostram que 259 milhões de copos de café, 10 mil milhões de beatas de cigarros, 40 milhões de embalagens de 'take-away', mil milhões de palhinhas de plástico e 721 milhões de garrafas descartáveis são consumidos em Portugal em cada ano.

Plásticos, como cotonetes, palhinhas ou sacos de plásticos descartáveis, vão parar aos oceanos e deterioram-se, dando origem a pequenas partículas que são ingeridas pelos animais e levam à sua morte.

Os microplásticos também são um ingrediente de muitos cosméticos e produtos de higiene pessoal, como exfoliantes para cabelo, corpo e rosto, pastas e cremes dentais, entrando na rede de esgotos, mas como são demasiado pequenos para serem completamente filtrados nos sistemas de tratamento vão para os rios e mares.

Estas partículas acabam por entrar na cadeia alimentar dos humanos, "podendo colocar a saúde em risco", alerta a Quercus.

A poluição do mar pelos plásticos é um problema global. Em 1990, a produção de plástico era metade da atual e daqui a alguns anos poderá existir no oceano mais plástico do que peixe, se nada for feito para evitar o elevado consumo deste material, conclui.

Os plásticos são fabricados a partir do petróleo e demoram entre 200 a 400 anos a desaparecer do meio natural, tendo o seu fabrico várias questões ambientais associadas.

11 de abril – Dia Mundial da Doença de Parkinson
Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson, preocupada com falta de informação, reforça apoio prestado aos doentes.

Muitos doentes depois de receberem um diagnóstico de Parkinson associam esta patologia a uma incapacidade precoce, mas a Doença de Parkinson não é o fim de um caminho, como explica a presidente da Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson (APDPk), Ana Botas.

“Viver com doença de Parkinson é uma adaptação. O que explicamos às pessoas é que o caminho que têm a percorrer vai ser percorrido. Apenas será necessário encontrar a forma mais adequada de o fazer”, afirma Ana Botas, acrescentando que “ter uma atitude otimista faz muita diferença”.

A Doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum a nível mundial (depois da Doença de Alzheimer) e afeta perto de 20 mil portugueses. Esta doença do movimento tem uma sintomatologia alargada e que varia muito entre os doentes, mas estão identificados quatro sintomas motores muito comuns: lentidão dos movimentos, rigidez muscular, tremor e alterações da postura.

A propósito do Dia Mundial da Doença de Parkinson, 11 de abril, a APDPk lança em Portugal a campanha #UniteforParkinsons, cujo lema é “Aproveitar mais de cada dia”. Esta campanha conta com testemunhos positivos de doentes que vivem com Parkinson e cujo tratamento passou pela estimulação cerebral profunda (Deep Brain Stimulation, ou DBS, na sigla inglesa).

A campanha vai estar visível em toda a frota da Carris – 603 autocarros e 58 elétricos – durante os dias 9 e 16 de abril, bem como nas redes sociais da APDPk, Carris e Metro de Lisboa. A Sonae Sierra e a CBRE também se associaram a esta campanha e terão expostos nos seus centros comerciais os testemunhos destes doentes, um pouco por todo o país, entre os dias 11 e 25 de abril.

A #UniteforParkinsons foi desenvolvida internacionalmente pela EPDA (European Parkinson Disease Association) com o apoio da Medtronic. Em Portugal, a campanha é adaptada e implementada pela APDPk.

“Nenhum doente é igual a outro doente”, explica Ana Botas, acrescentando que “há quem procure a APDPk numa fase muito embrionária e também temos doentes que nos chegam quando os sintomas são mais evidentes”.

Para a presidente da APDPk, há muito a melhorar no campo desta patologia, incluindo a correta referenciação dos doentes para as consultas de neurologia especializada e os tempos e espera para estas consultas.

“Perante a suspeita de que uma pessoa possa ter doença de Parkinson, esta deve ser encaminhada para uma consulta de neurologia ou idealmente para uma consulta especializada de Doença de Parkinson (consulta de Doenças do Movimento). De igual forma, os doentes devem ser acompanhados preferencialmente em consultas especializadas e devem poder aceder a equipas multidisciplinares com formação na abordarem dos vários problemas associados à doença”, explica Joaquim Ferreira, Professor da Faculdade de Medicina de Lisboa, Diretor do CNS – Campus Neurológico e membro do Conselho Científico da APDPk.

Ana Botas destaca também a enorme falta de informação que existe. Para colmatar esta falha, para além do apoio que a associação dá, a APDPk tem em funcionamento, em parceria com o CNS e com apoio da Bial, a Linha Informativa Parkinson, através do contacto 261 330 709. Nesta linha todos os doentes são atendidos por neurologistas que esclarecem dúvidas sobre a doença. A Linha Informativa Parkinson funciona terças e quintas-feiras entre as 18h00 e as 19h00 e sábados entre as 17h00 e as 18h00. As chamadas são gratuitas.

A associação vai também arrancar, em maio, com a distribuição de um guia informativo sobre a doença em hospitais e centros de saúde, para chegar a doentes e médicos de clínica geral. Neste documento é possível encontrar informação sobre as causas e sintomas da doença, prevenção e opções de tratamento e também dicas para viver com Parkinson.

Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatóide
No âmbito do Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatóide, que se assinala hoje, dia 5 de abril, a Associação Nacional dos...

“Temos recebido, nas últimas semanas, várias denúncias de doentes que saem das farmácias hospitalares sem saber exatamente qual o medicamento que lhes é fornecido e sem saber se o seu médico foi informado da troca”, alerta Arsisete Saraiva, presidente da Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR).

Estas denúncias já motivaram, por parte da A.N.D.A.R. e de outras associações de doentes crónicos, um pedido de audiência ao ministro da Saúde. Em causa estarão as novas orientações da Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica (CNFT) do INFARMED sobre a mudança de medicamentos biológicos para biossimilares, que recomendam a utilização de fármacos mais baratos.

“Não podemos permitir que as farmácias hospitalares alterem o tratamento prescrito sem ter em conta a opinião do médico e sem o devido consentimento dos doentes. Isto fragiliza a relação entre médico e doente, que é fundamental, ainda mais no caso das doenças crónicas como a artrite reumatóide”, sublinha Arsisete Saraiva. “É o médico, quem melhor conhece o doente e sabe do seu historial clínico, deve ser ele o principal responsável pela prescrição. A escolha do medicamento não pode transitar para a CNFT, de cada hospital e muito menos ter por base critérios meramente economicistas”.

Este tema estará em destaque nas XVIII Jornadas da A.N.D.A.R., que decorrem hoje, no Hotel Altis. Às 14h30 está agendada uma Mesa Redonda sobre genéricos e biossimilares com Carlos Alves, presidente da CNFT, e os reumatologistas Fernando Pimentel, Filipe Araújo e João Madruga Dias. Discussão que contará ainda com a participação de Cláudia Furtado, do INFARMED, Elsa Mateus, presidente da Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas e Rute Simões Ribeiro, da Escola Nacional de Saúde Pública, numa intervenção que terá como foco o esclarecimento dos doentes sobre este tema.

Os biossimilares são, como o próprio nome indica, medicamentos similares aos biológicos de referência, mas não totalmente iguais, ao contrário do que acontece com os genéricos, que são uma cópia fiel dos medicamentos convencionais. Desenvolvidos a partir de células vivas, os medicamentos biológicos passam por um processo extremamente complexo, daí ser impossível a reprodução de cópias iguais.

Na China
Uma equipa de cientistas chineses descobriu novos dados sobre a origem dos vírus com ácido ribonucleico (ARN), uma descoberta...

Especialistas do Centro de Saúde Pública de Xangai descobriram, após anos de pesquisa, que aqueles vírus podem não ter aparecido tão recentemente quanto se pensava, já que encontram sinais do ácido em vários vertebrados, como peixes e répteis, indicou o jornal Shine na edição de segunda-feira.

De acordo com o cientista-chefe da equipa de cientistas chineses, Zhang Yongzhen, a descoberta alterou "completamente a compreensão da virosfera".

"Muitos patogénicos humanos que no passado só foram encontrados em mamíferos, encontrámos agora em pássaros e diferentes tipos de peixes", explicou.

O que significa que esses vírus, que causam muitas doenças em animais, humanos e plantas, são tão antigos quanto os seus hospedeiros vertebrados.

Muitas doenças humanas graves, como o VIH, Ébola, Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) e gripe são causadas por vírus ARN.

Esta descoberta pode vir a melhorar a capacidade de detetar e identificar micro-organismos e, desta forma, tratar com mais precisão doenças infecciosas novas e desconhecidas.

Ásia
Os Serviços de Saúde de Macau anunciaram na quarta-feira à noite terem sido confirmados dois casos de sarampo em tripulantes de...

As autoridades afirmaram terem sido notificadas pelo Departamento de Controlo de Doenças da ilha, na terça-feira, da existência de dois casos de sarampo, um homem e uma mulher, ambos tripulantes de cabine da companhia aérea Tigerair Taiwan.

O homem efetuou voos na segunda-feira, "durante a manifestação de sintomas", entre o aeroporto internacional de Taoyuan em Taiwan e o aeroporto internacional de Macau e de Macau para Kaohsiung, também na ilha, indicaram aqueles serviços, em comunicado.

Já a mulher esteve em voos de ida e volta, a 31 de março, entre Taoyuan e Macau.

Os Serviços de Saúde acrescentaram que os dois tripulantes permaneceram sempre no avião, durante a estada em Macau.

A Região Administrativa Especial de Macau obteve a acreditação da erradicação do sarampo da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2014, sendo um dos quatro primeiros países da Região do Pacífico Ocidental a eliminar a doença.

Apesar de cada vez mais pessoas estarem vacinadas contra o sarampo, têm ocorrido, recentemente, casos esporádicos de surtos de sarampo. Em Portugal, o surto de sarampo tinha infetado, até quarta-feira, 90 pessoas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Segundo a DGS, o vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infecciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra.

Este organismo do Ministério da Saúde indica que “os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois da pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (progride da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal”.

A Europa registou, no ano passado, um forte aumento de casos de sarampo, que a OMS considerou uma tragédia em relação aos apenas 5.273 casos contabilizados em 2016. Mais de 20 mil pessoas foram afetadas e 35 morreram.

40 mil portugueses diagnosticados
Em Portugal existem cerca de 40 mil doentes diagnosticados com Artrite Reumatóide (AR), uma doença q

A AR é uma doença auto-imune de etiologia desconhecida, crónica, que se caracteriza pela inflamação das articulações e que pode conduzir à sua destruição. Existe também uma ampla variedade de alterações extra articulares. Afeta duas vezes mais mulheres do que os homens e sua incidência aumenta com a idade.

Em geral acomete grandes e pequenas articulações em associação com manifestações sistémicas como rigidez matinal, fadiga e perda de peso. Quando envolve outros órgãos, a morbidade e a gravidade da doença são maiores, podendo diminuir a expectativa de vida em cinco a dez anos.

O diagnóstico depende da associação de uma série de sintomas e sinais clínicos, achados laboratoriais e radiográficos. A presença de artrite (inflamação nas articulações) é uma característica fundamental da doença. A inflamação articular causa alterações características: edema, dor das articulações e, por vezes, rubor e calor. Causa também rigidez, uma sensação de prisão dos movimentos, especialmente no início da manhã ou depois de períodos de repouso. A orientação para diagnóstico é baseada nos critérios de classificação do Colégio Americano de Reumatologia.

O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são fundamentais para o controle da atividade da doença e para prevenir incapacidade funcional e lesão articular irreversível.

Os objetivos principais do tratamento são: prevenir ou controlar a lesão articular, prevenir a perda de função e diminuir a dor, tentando maximizar a qualidade de vida destes pacientes.

Um estilo de vida saudável deve ser promovido nos doentes com Artrite Reumatóide. Os doentes fumadores devem deixar de fumar. Sabe-se que o tabagismo aumenta o risco de desenvolver AR com anticorpos anti-CCP positivos em indivíduos com susceptibilidade genética. Foi também observado em estudos científicos um risco aumentado de doença em ex-fumadores sem hábitos há mais de 10 anos. Não sendo o único factor relacionado com a doença, aumenta, porém, o seu risco e gravidade.

Neste contexto, não iniciar hábitos tabágicos poderá ser uma forma de diminuir o risco de doença, não prevenindo o seu aparecimento na totalidade. Em indivíduos com excesso de peso, é aconselhado a perda ponderal para prevenir o desgaste articular e outras doenças, como hipertensão e diabetes.

A prática de exercício físico deve ser recomendada, mas sempre orientada pela equipa médica. É aconselhada a realização de exercícios isotónicos e isométricos para fortalecimento muscular e manutenção da função articular, assim como exercícios aeróbicos para otimização do sistema cardiorrespiratório.

A abordagem medicamentosa da terapêutica começa pela educação do paciente e de seus familiares sobre sua doença, as possibilidades de tratamento, com seus riscos e benefícios.

O tratamento medicamentoso engloba o tratamento sintomático e o tratamento da evolução da doença em si. Os anti-inflamatórios e os analgésicos, bem como a cortisona são considerados medicamentos sintomáticos, embora haja estudos que indicam que a cortisona, em doses pequenas a médias evita ligeiramente a progressão das erosões ósseas causadas pelo processo inflamatório.

Os fármacos modificadores do curso natural da doença serão os clássicos, que englobam os imuno moduladores e os imunossupressores, e os bio tecnológicos, sendo que estes vieram alterar profundamente a progressão da doença no sentido favorável. Podem ser feitos em monoterapia ou em terapia combinada, conforme cada caso.

Em doentes aos quais se fazem diagnósticos tardios, e com a progressão da doença em doentes tratados de modo o não mais adequado, desenvolve-se a incapacidade para realização de suas actividades tanto de vida diária como profissional, com impacto económico significativo para o doente e para a sociedade.

Embora sendo uma doença crónica que não tem cura, se precocemente diagnosticada e eficazmente tratada, tem hoje um muito bom prognóstico vital e funcional.

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Desperdício alimentar
O Governo quer que sejam criados pontos de venda específicos de produtos alimentares em fim de prazo de validade e propõe...

São duas das medidas que integram a Estratégia Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar que vai hoje ser analisada pelo Conselho de Ministros, segundo fonte oficial do Governo.

De acordo com a mesma fonte, a Estratégia Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar propõe um conjunto de 14 medidas que visam não só o combate ao desperdício de alimentos, mas também a promoção da doação de alimentos, tendo como objetivo a redução do desperdício alimentar para metade em 2030.

Uma das medidas propostas é a promoção de locais específicos para venda de produtos em risco de desperdício.

Segundo fonte oficial do Ministério da Agricultura, o objetivo desta medida é garantir que bens alimentares próximos da data limite de validade tenham um circuito comercial que facilite o seu consumo.

A ideia é que surjam pontos de venda reconhecíveis pelo consumidor, assegurando as condições de segurança alimentar.

Até final de julho deste ano deve ser criado um enquadramento regulador desta medida, com orientações aos operadores económicos da distribuição alimentar.

Outra das propostas que integra a Estratégia de Combate ao Desperdício Alimentar é a criação de uma plataforma colaborativa que permita identificar disponibilidades por tipo de géneros alimentícios e que junte doadores e beneficiários.

Um projeto piloto desta plataforma prevê-se que seja implementado até outubro deste ano.

Esta plataforma deve integrar os vários sistemas de informação já existentes e permitir uma fácil interação entre a oferta e a procura.

A Estratégia considera que existem potenciais novos doadores, incluindo grandes empresas, que não concretizaram ações de doação de alimentos por receio ou desconhecimento das regras aplicáveis, nomeadamente no caso das refeições preparadas, como no caso das cantinas.

Por isso, um dos objetivos é facilitar e incentivar o regime de doação, tornando o ambiente regulatório de fácil execução e perceção. Contudo, os procedimentos devem respeitar as normas de segurança alimentar e garantir que se cumprem as regras de higiene de quem manuseia alimentos e das instalações.

Outra das medidas é a criação de um selo distintivo para as empresas ou operadores que levem a cabo iniciativas pioneiras no combate ao desperdício alimentar.

É também proposto rever e difundir das linhas de orientação da segurança alimentar para combater o desperdício, a promoção de ações de sensibilização junto dos consumidores, nomeadamente junto das escolas.

Segundo a mesma fonte, definem-se também ações de formação técnica aos diferentes elos da cadeia sobre segurança alimentar.

Pretende-se igualmente criar no portal do Instituto Nacional de Estatística uma área com indicadores dedicados ao desperdício alimentar, projeto que deve estar concluído até 2020.

Segundo estimativas das Nações Unidas, cerca de um terço dos alimentos produzidos anualmente para consumo humano são perdidos ou desperdiçados anualmente. Na União Europeia, as estimativas apontam para um desperdício de cerca de 20% dos alimentos produzidos.

Em todo o mundo calcula-se que atualmente 795 milhões de pessoas não ingiram alimentos suficientes para uma vida saudável e ativa, número que corresponde a quase a toda a população residente nos Estados Unidos e na União Europeia.

Manuel Heitor
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, quer que Portugal se compare aos melhores do mundo para que...

Numa intervenção no final dos "Encontros com a Inovação em Saúde", promovido no Porto pelo Health Cluster Portugal e este ano dedicado ao tema "Novas Agendas de Investigação e Inovação para a Saúde do Futuro", o ministro defendeu que o país deve ousar estar sempre entre os melhores.

Sugerindo uma "constante comparação internacional com o que de melhor se faz na Europa e no mundo ao nível da investigação clínica", Manuel Heitor afirmou que "apesar das diferenças nos temas nacionais de saúde" a comparação só pode ser "com os melhores", para que "nos próximos 10 ou 12 anos" se possam "desenvolver em Portugal centros académicos clínicos que sejam, pelo menos, de referência europeia".

Para o ministro, entre os "muitos desafios" que o país enfrentará na próxima década está conseguir "perceber os desafios e as oportunidades inéditas associadas à atividade de investigação clínica, que, entre muitas outras coisas, só será feita ser for perfeitamente endogeneizada dentro das unidades de cuidados de saúde e dos hospitais".

"A investigação clínica não se faz sem médicos e, por isso, para discutir as agendas de investigação clínica para o futuro temos de ter aqueles que diariamente dialogam e tratam os doentes", disse o governante, defendendo a formação destes "com a capacidade de poderem perceber e dialogar com o novo conhecimento".

Manuel Heitor defendeu ainda que, quer sejam públicas ou privadas, Portugal não pode continuar a ter "unidades de cuidados de saúde, e em particular hospitais, com intensidades de investimento em investigação tão baixos".

"Precisamos de centros académicos clínicos onde, a partir de recursos humanos, a partir de recursos financeiros a cultura institucional evolua para que possamos aspirar a ser uma referência na área da investigação clínica e médica", acrescentou.

Como exemplo desse "esforço de investimento" citou a "estreita articulação com o Health Cluster Portugal" e a "colaboração com a Apifarma" para poder ser criada "uma agência de financiamento especializado para a investigação clínica em Portugal que junte fundos públicos, nomeadamente da Fundação para a Ciência e Tecnologia, e a Apifarma".

"Espero que sejamos capazes de o fazer. Isso exige um esforço coletivo único de muitos dos que estão aqui para não ter apenas uma estrutura que financie e avalie, mas em que o esforço da investigação clínica possa depois ser transmitido para o Sistema Nacional de Saúde", justificou.

Especialista
O cirurgião Carlos Vaz, investigador na área das intervenções menos invasivas, defendeu, durante uma conferência no Porto, que...

"A grande novidade é que, pela primeira vez, o cirurgião vai ter um dispositivo digital a auxiliá-lo, inserido num computador. Assim, ao invés de colocar as mãos diretamente no doente, é um aparelho que faz isso, comandado à distância pelo profissional. E, entre os dois, há um computador, que permite ao cirurgião fazer coisas que, caso estivesse diretamente em cima do doente, não conseguiria", disse Carlos Vaz à margem da conferência YES Talk, dedicada à cirurgia robótica.

"Além disso, ao terem uma inteligência própria, os sistemas conseguirão criar memórias das operações que foram feitas, auxiliando os cirurgiões no processo de decisão", acrescentou.

Segundo o especialista, a cirurgia robótica surgiu a partir das técnicas de cirurgia minimamente invasiva como a laparoscopia e a videoendoscopia, utilizadas desde 1987.

Com a criação da laparoscopia, "deixamos de abrir as cavidades, como o tórax e a barriga, e passamos a fazer furos nos quais inserimos pequenos tubos, com entre um e cinco milímetros de diâmetro. Por um dos tubos colocamos uma câmara e pelos outros diferentes instrumentos", contou.

Questionado sobre a evolução da cirurgia robótica a nível mundial, indicou que está ainda "pouco introduzida", devido ao facto de ser muito cara, tanto no desenvolvimento como na utilização e na manutenção.

Apesar disso, Carlos Vaz, que começou a trabalhar com cirurgia robótica em 2010, defende que a avaliação desta tecnologia deve ser feita tendo em consideração "aquilo que ela vale intrinsecamente, independentemente das condições à volta".

"Em Portugal, esta área está muito mais atrasada do que em outros países", afirmou, contando que existem somente quatro sistemas robóticos instalados no território nacional, todos em instituições privadas de cuidados de saúde, enquanto na Bélgica - "um país com a mesma dimensão" -, existem cerca de 20.

"O nosso Serviço Nacional de Saúde (SNS) ainda não tem nenhum. No mínimo, os hospitais universitários deveriam ter. Estão a formar médicos, que depois hão de ser cirurgiões e que, durante todo curso, não tiveram qualquer contacto com a cirurgia robótica, que virá a ser a cirurgia do tempo deles", referiu.

Relativamente ao papel dos médicos e dos cirurgiões num universo onde a robótica tende a ser cada vez mais utilizada, o especialista afirmou que os profissionais vão ser sempre necessários, mas que, no entanto, terão que estar em constante adaptação.

Durante a YES Talk, promovida pelos estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) no âmbito do congresso internacional YES Meeting, participou ainda a investigadora Guilia Veronesi, responsável pelo desenvolvimento de programas pioneiros na área da cirurgia robótica para doenças torácicas, desde 2006.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde vai atribuir um selo de qualidade às padarias que façam pão com menos de um grama de sal por cada 100...

Segundo uma informação oficial do Ministério, “a obtenção do selo será feita através de candidatura, sendo aceites as primeiras 250 candidaturas recebidas”.

A distribuição dos selos será feita por regiões: 89 para a região Norte, 82 para o Centro, 55 em Lisboa e Vale do Tejo, 13 para o Alentejo e 11 na região do Algarve. As candidaturas podem ser apresentadas até dia 4 de maio.

A atribuição deste selo do pão - “Menos sal, mesmo sabor” – pretende, segundo o Ministério, “conceder uma distinção pública às padarias que atualmente já cumpram a meta mais ambiciosa definida para o ano de 2021 para o teor máximo de sal no pão”.

Portugal tem desde 2009 legislação que estabelece um teor máximo de sal no pão de 1,4 gramas de sal por 100 gramas de pão.

O Ministério e as autoridades de saúde têm considerado que “é possível reduzir ainda mais o teor de sal no pão” e reconhecem que já existem “muitas padarias portuguesas” que têm feito um esforço de maior redução.

Um protocolo entre a Associação dos Industriais da Panificação, a Direção-Geral da Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge estabeleceu já novas metas para nova redução de sal no pão, tendo como meta final atingir um grama de sal por 100 gramas de pão até 2021.

Há também metas intermédias definidas neste protocolo: 1,3 gramas de sal por 100 gramas já este ano, 1,2 gramas de sal por 100 gramas em 2019 e 1,1 grama de sal por 100 gramas de pão em 2020.

As autoridades de saúde consideram o consumo excessivo de sal como um dos maiores riscos de saúde pública em Portugal e, segundo dados do último inquérito alimentar nacional, a população portuguesa apresenta um consumo médio diário de sal de 7,3 gramas, superior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde, que aponta para cinco gramas diárias por pessoa.

Pioneiro nos transplantes
O Prémio Nacional de Saúde de 2017 foi para o cardiologista João Queiroz e Melo, pioneiro nos transplantes de coração, anunciou...

O júri premiou o médico por contribuir para "ganhos indiscutíveis de saúde", prestigiando o Serviço Nacional de Saúde internacionalmente.

Queiroz e Melo nasceu em Tomar em 1945 e especializou-se em cirurgia geral e cirurgia cardiotorácica, deu aulas em várias universidades e fez o primeiro transplante do coração em 18 de fevereiro de 1986 no Hospital de Santa Cruz.

Dirigiu hospitais, trabalhou em várias universidades e hospitais pelo mundo e é membro de diversas sociedades científicas.

O júri do prémio incluiu os bastonários das ordens dos médicos, dentistas, psicólogos, biólogos, nutricionistas, farmacêuticos e os diretores do Instituto de Higiene e Medicina Tropical e Escola Nacional de Saúde Pública.

O Prémio Nacional de Saúde, atribuído desde 2006 a personalidades que se destacaram nas Ciências da Saúde foi atribuído em anos anteriores a figuras como o neurocirurgião João Lobo Antunes, o cardiologista Fernando de Pádua ou a investigadora Odette Santos.

 

Campanha alerta para a importância do Rastreio
O cancro do intestino (ou cancro colorretal) é um dos tipos de cancro mais comum nos homens e nas mu

Em Portugal, existem mais de 80 mil doentes ativos e 50 % da nossa população desconhece os sintomas desta patologia**.

Todos os anos surgem 7 mil novos casos e, depois do cancro do pulmão, o cancro colorretal é a doença oncológica com maior taxa de mortalidade: ainda mata 11 portugueses por dia***!

Esta doença surge maioritariamente a partir dos 50 anos, mas pode ocorrer em pessoas mais jovens. A maioria dos casos de cancro do cólon e reto, desenvolvem-se a partir de lesões benignas (pólipos) presentes no intestino grosso que evoluem gradualmente.

É fundamental saber que esta doença tem um percurso “silencioso”, isto é, desenvolve-se ao longo de vários anos e muitas vezes sem apresentar quaisquer sintomas.

E quais os sintomas a que as pessoas devem prestar atenção?

  • Perda de sangue pelo reto / ânus ou misturado nas fezes
  • Alteração persistente dos hábitos intestinas, como prisão de ventre, diarreia e/ou fezes muito escuras
  • Cansaço e emagrecimento sem razão aparente
  • Sensação de que o intestino não esvazia completamente
  • Dor forte ou desconforto abdominal sem explicação aparente

Infelizmente, as pessoas ainda não estão conscientes para esta realidade.

Trata-se de uma doença maioritariamente assintomática e, por isso mesmo, o rastreio não pode ser desvalorizado.

Muitas vezes, as pessoas não aceitam bem o facto de terem de fazer a colheita de fezes para análise ou submeter-se a uma colonoscopia, mas considerando os ganhos em saúde, eu diria que compensa largamente o desconforto. O cancro do intestino, quando detetado a tempo, tem cura em 90% dos casos!

No entanto, a falta de literacia, junto com a falta de um programa de rastreio de base populacional, explica os números alarmantes do nosso país.

Será fundamental criar e aplicar algumas medidas como:

  • Gerar mais campanhas de sensibilização e informação;
  • Definir e implementar um rastreio de base populacional (a Direção-Geral da Saúde está a dar passos neste sentido, mas em muitas zonas do território nacional isto está longe de ser uma realidade);
  • Desmistificar o Cancro do Intestino, pois as pessoas ainda vêm a doença como algo estigmatizante e sobre o qual devam ter vergonha;
  • Ter o apoio dos Meios de Comunicação Social para disseminar o conhecimento e aumentar a literacia sobre esta patologia e o seu rastreio, sem tabus.
  • As farmácias comunitárias têm feito um esforço para informar e aumentar o conhecimento das pessoas.

A campanha “Conhece os sintomas do Cancro do Intestino?” é um exemplo disso mesmo e que chama a atenção para a Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes (PSOF).

Este método de rastreio utilizado identifica pequenas quantidades de sangue nas fezes, que podem ser consequência da presença de um tumor ou de pólipos no intestino.

Através deste tipo de sensibilização conseguimos detetar casos positivos; fazer com que as pessoas possam ir ao médico atempadamente; contribuir para diminuir o número de mortes; dar mais apoio aos doentes e aos seus familiares e, acima de tudo, promover uma maior qualidade de vida!

 

*Fonte: Relatório GLOBOCAN 2012 - Agência Internacional de Investigação do Cancro
**Fonte: Spirituc / Europacolon / 2012
*** Fonte: Programa Nacional para as Doenças Oncológicas 2017

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Direção-Geral da Saúde
O surto de sarampo infetou até hoje 90 pessoas, o que aumenta o balanço em quatro casos relativamente a segunda-feira, segundo...

De acordo com a informação da Direção-Geral da Saúde (DGS), três dos quatro novos casos confirmados laboratorialmente já estavam em investigação na terça-feira e já estão curados.

Há ainda 15 casos em investigação, refere a DGS e o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge no boletim epidemiológico de hoje.

Os casos confirmados aconteceram todos em adultos, sendo que 49 eram mulheres e 13 não estavam vacinados. Destes 90, 74 pessoas eram profissionais de saúde.

Segundo a DGS, o vírus do sarampo é transmitido por contacto direto com as gotículas infecciosas ou por propagação no ar quando a pessoa infetada tosse ou espirra.

Os doentes são considerados contagiosos desde quatro dias antes até quatro dias depois do aparecimento da erupção cutânea.

Este organismo do Ministério da Saúde indica que “os sintomas de sarampo aparecem geralmente entre 10 a 12 dias depois da pessoa ser infetada e começam habitualmente com febre, erupção cutânea (progride da cabeça para o tronco e para as extremidades inferiores), tosse, conjuntivite e corrimento nasal”.

Incêndios
A Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra juntou-se à Administração Regional de Saúde do Centro e ao Instituto...

Uma nota de imprensa da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC) especifica que o grupo desta instituição de ensino integra 41 elementos entre estudantes, docentes e não docentes e que o estudo engloba praticamente 30 concelhos.

“O protocolo de cooperação, assinado em fevereiro, prevê a colaboração de estudantes, docentes e não docentes da ESTeSC em dois projetos distintos: um estudo nos concelhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande; e outro a envolver 26 concelhos da região Centro. O projeto, coordenado pela Professora Cristina Santos, do Departamento de Saúde Ambiental da ESTeSC, abrange a participação de 41 elementos da ESTeSC”, lê-se na nota de imprensa.

Os grandes incêndios de 2017, o primeiro em Pedrógão Grande, em junho, e o segundo em grande parte da região Centro, em outubro, provocaram a morte a 115 pessoas, além de centenas de feridos, e a destruição de milhares de casas, empresas e de uma vasta área florestal.

“No primeiro estudo serão avaliados os efeitos a longo prazo dos incêndios na saúde de 330 indivíduos, previamente identificados. O programa prevê a aplicação de um inquérito (onde, entre outros, serão registados aspetos como o estado de saúde física/mental, a capacidade respiratória, os hábitos tabágicos e alimentares, e a preparação para emergências), a realização de provas respiratórias e de uma radiografia ao tórax. Esta avaliação será realizada em duas fases: a primeira em março/abril de 2018 e a segunda em outubro/novembro 2019”, sintetiza ainda a escola.

O segundo, ainda de acordo com a mesma informação, “pretende conhecer as opiniões e necessidades das populações na área da saúde mental”.

“Ao longo de duas semanas, serão realizados inquéritos a 75 indivíduos, residentes nos concelhos de Arganil, Castanheira de Pera, Carregal do Sal, Figueiró dos Vinhos, Góis, Gouveia, Lousã, Marinha Grande, Mira, Mortágua, Nelas, Oleiros, Oliveira de Frades, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Santa Comba Dão, Seia, Sertã, Tábua, Tondela, Vagos, Vila Nova de Poiares e Vouzela”, explica aquela informação.

A realização destes dois estudos por parte da Administração Regional de Saúde e do Instituto Nacional de Saúde decorre de uma resolução do Conselho de Ministros, em julho de 2017, que determinou a implementação de um plano estratégico de saúde pública para avaliar os efeitos dos incêndios na população.

O objetivo passa por adquirir conhecimentos que auxiliem a tomada de decisões em saúde, bem como minimizar os riscos de exposição das populações vulneráveis.

“Para a ESTeSC, assume particular relevância a participação de docentes, não docentes e gabinete de apoio ao estudante na valência de psicologia neste estudo, enquadrado nas várias valências do ensino em saúde exercidas”, conclui a nota de imprensa.

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