Estudo
Cientistas alertam que milhões de toneladas de resíduos de plástico produzidos pelos países mais ricos podem ir parar a aterros...

 “Cerca de 111 milhões de toneladas de resíduos de plástico vão ser abandonados por causa da proibição de importação até 2030, por isso, teremos de desenvolver programas de reciclagem nacionais e repensar a utilização e design de produtos de plástico, se queremos lidar com esta responsabilidade” de tratar o lixo, referem investigadores da Universidade de Georgia, nos Estados Unidos.

No estudo divulgado hoje na publicação Science Advances, os investigadores calcularam o potencial impacto global da legislação chinesa a proibir as importações de resíduos de plástico, a partir de janeiro de 2018, e a forma como pode afetar os esforços mundiais de redução da quantidade deste material nos aterros e no ambiente.

Mais de metade dos resíduos de plástico destinados a reciclagem são exportados pelos países mais ricos para outros Estados, com a China a ficar com a maior parte, mas este país aprovou uma lei que proíbe a importação de resíduos de plástico não-industriais.

“Sabemos de estudos anteriores que somente 9% de todo o plástico produzido foi reciclado, e a maior parte acaba em aterros ou na natureza”, refere Jenna Jambeck, co-autora do trabalho.

As importações e exportações globais anuais de resíduos de plástico dispararam em 1993, crescendo 800% até 2016.

Desde que o estudo começou, em 1992, a China recebeu cerca de 106 milhões de toneladas de resíduos de plástico, o que representa cerca de metade das importações mundiais.

Os países com elevados rendimentos na Europa, Ásia e América são responsáveis por mais de 85% das exportações totais de lixo de plástico, e a União Europeia, no seu conjunto, é o maior exportador.

“É difícil prever o que irá acontecer aos resíduos de plástico que iam para as unidades de processamento chinesas”, aponta Jenna Jambeck, acrescentando que alguns podem ser deslocados para outros países, mas “a muitos deles falta-lhes a infraestrutura para gerir o seu próprio lixo”.

“Os resíduos de plástico eram um negócio rentável para a China que podia usar ou vender o plástico reciclado”, mas muito do plástico recebido nos últimos anos tinha pouca qualidade e tornou-se difícil obter lucros, explica a autora principal do trabalho, Amy Brooks, estudante de doutoramento da faculdade de Engenharia da Universidade de Georgia.

E a China também está a produzir mais resíduos, nomeadamente de plástico, e não necessita de importá-los.

As baixas tarifas praticadas pela China tornavam mais barato aos outros países transportar o lixo por barco até àquele destino do que deslocar os materiais a nível nacional, por camião ou comboio, refere Amy Brooks.

“Sem novas ideias e sem alterações no sistema, mesmo as atuais taxas de reciclagem relativamente baixas deixarão de ser atingidas e os materiais antes reciclados podem passar a ir parar aos aterros”, resume Jenna Jambeck.

Estudo
Alguns tratamentos contra a Doença de Parkinson têm um lado obscuro, como o aparecimento de comportamentos impulsivos...

Divulgada na revista americana Neurology, a investigação baseou-se em 411 doentes franceses submetidos a tratamentos acompanhados durante vários anos.

Em cinco anos, estes "problemas de controlo dos impulsos" afetaram quase metade (46%) dos tratados com "agonistas dopaminérgicos", um tipo de medicamentos sintéticos que imitam a ação da dopamina, um neurotransmissor, escreve a agência de notícias France Presse.

São pessoas que arruínam a sua vida no casino, acordam de noite para esvaziar o frigorífico ou que têm uma sexualidade transbordante. Por exemplo, acabam detidos por exibicionismo ou divorciam-se por terem multiplicado o número de parceiros", descreve o médico Jean-Cristophe Corvol, dos hospitais universitários Pitié-Salpétrière de Paris.

"Começaram a comprar carros de luxo. Um paciente que tinha muito dinheiro disse-me que tinha comprado um Porsche e a mulher dele corrigiu-o: não, compraste quatro de uma vez", acrescentou.

Efeitos secundários

O estudo prova que estes efeitos indesejáveis aumentam com a dose e a duração do tratamento com agonistas da dopamina. "E se o tratamento for interrompido, isto desaparece durante o mesmo ano na maior parte dos casos", destacou Corvol.

A manifestação destes transtornos está amplamente descrita na literatura médica. Mas na falta de um estudo prolongado, pensava-se que a incidência fosse muito menor, de 10% a 15% em um ano.

Segundo os autores, cientistas do Instituto de Saúde e Pesquisa Médica da França (Inserm) e da Universidade da Sorbonne, conhecendo o possível aparecimento destes transtornos, os médicos devem advertir os pacientes e as suas famílias para os efeitos secundários destes tratamentos contra a Doença de Parkinson.

Por outro lado, o especialista menciona que a criatividade artística ou literária de alguns pacientes aumenta exponencialmente durante o tratamento.

A doença de Parkinson, que afeta cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo, manifesta-se por sintomas motores (tremores, lentidão e rigidez) devido à perda de neurónios secretores de dopamina.

Bastonária
A Ordem dos Farmacêuticos prevê uma rutura de prestação de cuidados nos hospitais “como não há memória” a partir de julho e diz...

Numa carta enviada ao ministro da Saúde, a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos antecipa dificuldades com a passagem de muitos profissionais de saúde para 35 horas de trabalho semanais a partir de 1 de julho e sugere que a entrada em vigor da medida seja prorrogada.

Os farmacêuticos preveem que, mesmo que se contrate, já hoje, os profissionais, não se vai a tempo de “acudir às falhas” que vão registar-se no início do próximo mês. Por isso, pede uma prorrogação do prazo para a medida entrar em vigor, de modo a permitir um “planeamento atempado”.

“Temos recebido, nos últimos dias, vários apelos à intervenção da Ordem (…), pois estará em causa a segurança dos doentes no que ao medicamento diz respeito. (…) No que concerne a recursos humanos, a situação vivida na maioria dos serviços farmacêuticos é tão grave que está posta em causa a segurança dos doentes”, refere a carta, a que a agência Lusa teve acesso.

A Ordem alude ao risco de ocorrência de “erros graves”, por cansaço, excesso de pressão, acumulação de funções e tarefas.

“Temos fundados receios de que possa acontecer alguma situação que coloque os doentes em risco, repito, e profissionais numa situação insustentável”, afirma a bastonária Ana Paula Martins.

A representante dos farmacêuticos ressalva que “não pretende gerar insegurança nos portugueses” nem criar factos políticos.

“O que queremos é que o Governo tenho consciência de que é preciso contratar recursos para garantir que a medida com que se comprometeu (alargamento [a outros trabalhadores] das 35 horas de trabalho semanal) não coloca em causa a segurança dos doentes”, indica a carta enviada ao ministro Adalberto Campos Fernandes.

Segundo a Ordem, a maioria dos serviços farmacêuticos dos hospitais públicos “está a reportar impactos na dispensa de medicamentos aos doentes em regime de ambulatório”, na validação e preparação de alguns fármacos e também no processo de distribuição de medicamentos.

“O alargamento em breve ao regime das 35 horas de trabalho semanal vai agravar o problema de base, há muito identificado, podendo comprometer a qualidade assistencial e com isso potenciar riscos de segurança dos doentes”, lê-se no documento remetido ao ministro e datado de quarta-feira, 20 de junho.

A bastonária dá exemplos de serviços em situação mais complexa. No norte do país, a assistência farmacêutica noturna “só existe no Centro Hospitalar de São João e Centro Hospitalar do Porto”.

Há situações em que a falta de pessoal farmacêutico chega aos 40% e a Ordem teme que, com a introdução das 35 horas, haja “colapso dos serviços”.

A bastonária Ana Paula Martins apela ao sentido de urgência do Ministério da Saúde, a quem reconhece trabalho feito na tentativa de encontrar soluções para o setor, indicando mesmo que há muita coisa na saúde que tem melhorado.

O ministro da Saúde tem sido alertado para a necessidade de contratar profissionais para cobrir as necessidades que resultam da passagem de enfermeiros, assistentes e técnicos superiores das 40 para as 35 horas de trabalho semanais, a partir de 1 de julho.

Na quarta-feira no parlamento, o ministro disse que pelo menos dois mil profissionais de saúde serão contratados a partir do próximo mês na primeira vaga de recrutamento, devendo haver outra fase em setembro ou outubro.

Sobre os receios de falta de planeamento atempado destas contratações, Adalberto Campos Fernandes indicou que também há dois anos foram traçados cenários semelhantes, tendo o sistema conseguido ajustar-se.

Mais apoios
A autarquia da Figueira da Foz anunciou o investimento de 140 mil euros em apoios a instituições particulares de solidariedade...

Em declarações à Lusa, no final da 50ª reunião do Conselho Local de Ação Social (CLAS), o vereador Nuno Gonçalves disse que foram apresentados "três programas muito importantes", desde logo o novo regulamento de apoio a IPSS, que disponibiliza 120 mil euros, mediante candidaturas e abrange as cerca de 50 instituições existentes naquele município do distrito de Coimbra.

Os restantes programas são o "Figueira a Sorrir", de cuidados de estomatologia, com 10 mil euros de dotação, o mesmo valor do programa de disponibilização de medicamentos a doentes carenciados.

"Em 2018 é a primeira vez que vão ser postos em prática e serão reiterados nos exercícios vindouros, portanto, todos os anos irão estar ativos. Tivemos de alterar o prazo de candidatura por ser o ano de arranque e irá à Assembleia Municipal [para aprovação] na próxima semana", indicou o autarca que detém o pelouro da Ação Social.

O vereador acrescentou que o programa de disponibilização de medicamentos a doentes carenciados pretende "claramente fazer a diferença", por permitir que várias famílias possam ter acesso a medicamentos "que nunca teriam sem esta fórmula" de apoio.

"E vamos avaliar se o impacto desta medida precisará ou não de um reforço [orçamental], adiantou.

O CLAS da Figueira da Foz leva 17 anos de existência - foi criado em janeiro de 2001, no último ano de mandato de Santana Lopes na autarquia - e, de acordo com Nuno Gonçalves "tem mantido alguma cadência" de trabalho.

"E essa cadência tem vindo a aumentar, com uma média de quatro reuniões por ano, como decorre da lei. "Este CLAS felizmente tem substrato, funciona, é participado", frisou o autarca.

O organismo, que reúne, para além da autarquia, IPSS, forças de segurança e outras entidades ligadas à saúde, educação e justiça, entre outros setores, aprovou hoje por unanimidade a descentralização das suas reuniões pelo concelho, mediante candidaturas dos parceiros que o integram.

"Permitirá conhecer melhor o trabalho que cada uma faz no terreno e não é uma medida simbólica, vai permitir aproximar o próprio órgão da realidade social do município", disse Nuno Gonçalves.

O autarca argumentou que o concelho da Figueira da Foz "tem vindo a melhorar" as suas respostas ao nível social, porque tem "mais almofadas sociais, cada vez mais específicas" e considerou "absolutamente vital" que os programas que estão no terreno sejam monitorizados.

"Ter programas sem monitorização não vale a pena, é ineficiente e é o dinheiro público que está em causa, temos de monitorizar todos os programas que temos implementados", defendeu Nuno Gonçalves.

Saúde e bem estar
O yôga traz diversos benefícios para a saúde, tanto de mulheres quanto de homens, porque trabalha o

 Há pelo menos cinco mil anos que o yôga existe.

Como se escreve e pronuncia?

A palavra ‘yôga’ é um termo sânscrito que significa “união, integração ou integridade”. É do gênero masculino, como todos os termos sânscritos terminados em ‘a’. Escreve-se com ‘y’, com acento no Ô e pronúncia fechada.

Refere-se a qualquer metodologia estritamente prática que conduza ao samádhi –samádhi é o estado de hiperconsciência e autoconhecimento que só o Yôga proporciona.

É uma filosofia de vida. Uma filosofia prática.

Quando foi criado?

Foi criado na Índia Antiga, às margens do Rio Ganges, pensa-se que na cidade de Rishikesh, no sopé dos Himalaias. Os vestígios arqueológicos do Vale do Indo assim o indicam.

Escavações revelaram, no início do Séc. XX, indícios de uma prática junto da natureza e que através da identificação com os elementos naturais, respeitando a capacidade do ser humano se observar a si mesmo e encontrar a união entre o corpo físico, energético, emocional e mental, percepcionava um estado de consciência expandido, uno com o Universo.

Existem 108 tipos de yôga diferentes, todos eles divergindo da prática ancestral do yôga antigo, com uma base de raízes naturalistas, sensoriais e matriarcais.

Em que consiste?

A sua prática completa em oito partes denomina-se ashtánga sádhana.

Comporta mudrá (aquietamento inicial, gestos reflexológicos), pújá (gratidão), mantra (vocalização de sons e ultra-sons), pránáyáma (respiração consciente), kriyá (técnicas de purificação orgânica), ásana (técnicas físicas), yôganidrá (técnicas de descontracção), e samyama (meditação).

A prática e os ensinamentos divergem, dependendo da linhagem, do mestre e da abordagem filosófica, mas todos têm como meta o autoconhecimento.

Costumo, porém, dizer sempre aos meus alunos que a prática do yôga começa verdadeiramente fora da sala de prática.

Na sala onde praticamos, na realidade, colocamos as técnicas a favor da nossa autossuperação, da autoentrega e do autoconhecimento. Mas nos desafios do dia-a-dia é que percebemos se, na realidade, praticamos yôga e aplicamos os seus conceitos. Se a nossa consciência está apta a sublimar estados emocionais e mentais de acordo com aquilo que desejamos.

Fortalecendo o corpo físico, sublimando a energia, aprimorando o emocional e estabilizando o mental.

Alguns benefícios

O yôga traz diversos benefícios para a saúde, tanto de mulheres quanto de homens, porque trabalha o corpo e a mente de forma interligada, com exercícios que auxiliam para uma melhor gestão de stress, ansiedade, aliviando dores no corpo e na coluna, além de melhorar o equilíbrio e facilitar o emagrecimento. 

Começamos a sentir todos os benefícios desta actividade logo no primeiro mês de prática, pois a pessoa adquire consciência corporal e passa a controlar melhor a mente para que ela influencie o corpo e, assim, todo o organismo trabalhe de forma harmoniosa e equilibrada.

Confira abaixo alguns deles:

1. Diminui o stress e ansiedade

A meditação praticada no yôga faz com que a pessoa se concentre no presente, desocupando a mente de problemas do passado ou futuro, o que proporciona equilíbrio emocional, sensação de paz interior, bem-estar e estabilidade da mente para as situações do dia-a-dia.

2. Promove a boa condição física

Os exercícios, técnicas e posturas desta filosofia podem melhorar a resistência e fortalecimento dos músculos, de forma mais ou menos intensa, a depender do estilo e modalidade do yôga praticado. 

Isto ajuda a melhorar o desempenho do corpo para atividades físicas e tarefas diárias, aumenta a massa magra e deixa o corpo em forma, com maior definição e músculos tonificados. 

3. Facilita o emagrecimento

Um dos principais motivos para a perda de peso na prática do yôga deve-se ao bom funcionamento do sistema endócrino, atuando diretamente em glândulas e pontos energéticos que ativam o metabolismo. Ajuda a administrar a ansiedade e vontade de comer, diminuindo a quantidade de calorias consumidas no dia.

Os exercícios e posições realizados também auxiliam na perda de gordura, mas isto varia de acordo com o estilo praticado, menos nos mais tranquilos, como kundaliní ou raja yôga, ou mais nos dinâmicos, como o SwáSthya ou o Ashtánga, por exemplo.

4. Alivia dores corporais

Com o yôga, a pessoa passa a ter maior consciência corporal, o que significa que ela terá maior percepção da postura, da forma como anda, como senta e sinais de tensão muscular. Desta forma, é possível corrigir alterações, como contraturas, para que qualquer alteração seja resolvida e a estrutura muscular fique relaxada, sem causar danos à coluna e articulações do corpo.

Os exercícios de postura e alongamento também ajudam a libertar a tensão e dar flexibilidade aos músculos, aliviando dores causadas por escoliose, hérnia discal, fibromialgia e contraturas musculares, por exemplo. 

5. Controla a tensão arterial e os batimentos cardíacos

O yôga proporciona melhor funcionamento do coração e pulmões, pois regula o sistema nervoso e melhora a circulação sanguínea, batimentos do coração, tensão arterial, além de equilibrar o sistema endócrino, controlando os níveis de hormonas do stress, como cortisol e adrenalina.

A capacidade respiratória também melhora, devido aos exercícios de expansão dos pulmões e controle da respiração. Desta forma, o yôga melhora a forma física, mas de forma diferente dos exercícios físicos convencionais, como musculação ou desportos vários.

6. Melhora o sono

Além de causar relaxamento e tranquilidade, facilitando uma boa noite de sono, o yôga aumenta a produção de melatonina, hormona que regula o ciclo do sono, deixando-o com mais qualidade e profundidade. 

Ter o corpo mais relaxado também faz com que o descanso seja melhor à noite, proporcionando mais energia e disposição no dia seguinte.

7. Melhora o prazer no contacto íntimo

O desempenho sexual também pode melhorar com o yôga, pois o casal passa a ter maior sensibilidade durante o contacto íntimo, devido a maior capacidade de relaxar e ter melhor receptividade ao parceiro.

Além disto, com o controle da concentração e alívio da ansiedade, problemas como dificuldade para atingir o orgasmo, disfunção eréctil, ejaculação precoce podem ser controlados. 

Autora:
Carla Ferraz
Coach
Mindfulness
High-Performance
Autora do livro "Treinar a Mudança"
https://carlaferrazfindthechange.wordpress.com/

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Reação
O primeiro-ministro declarou-se “sem capacidade” para se pronunciar sobre as proporções do recurso à cesariana em Portugal,...

“Confesso-me absolutamente sem capacidade de dar qualquer contributo útil para esse debate e para lhe poder responder. Limito-me a confiar na medicina e na boa opção dos seus profissionais e de quem assegura as boas práticas no exercício da atividade”, declarou António Costa.

O primeiro-ministro dirigia-se ao deputado único do PAN, André Silva, que o questionou sobre o Relatório de Primavera 2018 do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), que indica que o recurso à cesariana atingiu “proporções epidémicas” nos últimos 20 anos em Portugal, com uma prevalência de 27,6% nos hospitais públicos e o dobro nos privados.

André Silva sublinhou a “enorme diferença” das taxas de recurso à cesariana nos hospitais públicos e nos privados, questionando se haveria “interesses económicos” na base dessa discrepância.

O deputado questionou os motivos pelos quais os critérios que se aplicam aos hospitais públicos não se estendem ao setor privado”, argumentando que “esta forma de nascer tem riscos para as mães e piora a saúde dos bebés e das futuras crianças e adultos”.

“Vou-lhe ser franco, não lhe vou responder. Eu não me substituo à opinião técnica de quem é médico, e eu não sou, para saber qual é a técnica adequada ao parto”, respondeu António Costa.

Para o primeiro-ministro, “seria um erro profundo substituir um tema que deve ser sujeito a um debate técnico, ao apuramento de boas práticas, por um debate político” e por “opiniões políticas”.

 

 

Nenhum doente infetado
O Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) garantiu hoje que não há nenhum doente infetado com a bactéria "legionella...

"No âmbito do plano de controlo que fazemos, a bactéria foi detetada no chuveiro de uma casa de banho desativada. Naturalmente que acionámos logo todas as medidas de prevenção adequadas, mas importa frisar que não temos nenhum doente infetado ou qualquer caso clínico. Não há razão para alarme", apontou o presidente do CHCB, João Casteleiro, em declarações à agência Lusa.

Este responsável explicou que a bactéria foi detetada há cerca de três semanas "em análises de rotina" e que, desde essa altura, foram tomadas medidas de prevenção e controlo para garantir que não haja qualquer possibilidade de contágio.

Entre as medidas adotadas está a proibição dos banhos de chuveiro, de modo a evitar a inalação de aerossóis, que são o principal modo de transmissão desta bactéria.

"Esta é uma situação que pode acontecer, mas como temos pessoas que, por estarem doentes, estão mais fragilizadas e mais suscetíveis, tomámos todas as medidas para reduzir os riscos. Essa é uma delas, sendo que as pessoas podem continuar a tomar banho, mas de banheira", explicou.

Segundo acrescentou, foram também realizados choques térmicos com o aumento da temperatura da água nas canalizações, bem como o doseamento e medição do cloro para erradicar a bactéria.

"Estamos a seguir tudo o que está previsto pela Direção-Geral de Saúde para estes casos", salientou João Casteleiro, adiantando que as medidas deverão ser mantidas "até à próxima semana", altura em que se espera que os resultados das análises indiquem que a bactéria já foi eliminada.

O Centro Hospitalar da Cova da Beira integra o Hospital da Covilhã e o Hospital do Fundão, no distrito de Castelo Branco.

Cuidados, prevenção e diagnóstico
A estratégia da saúde na área das demências entrou hoje em vigor, dando um ano para estarem constituídos os planos regionais de...

Segundo despacho, publicado na terça-feira (assinado pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo), e que hoje entra em vigor, aprova-se a estratégia da saúde para as demências, que define os princípios a que devem obedecer os cuidados a pessoas com demência, os critérios e medidas na prevenção e deteção precoce, e medidas na área do diagnóstico e do tratamento.

“Pretende-se assim, desenvolver uma estratégia que promova uma maior colaboração e coordenação intersetorial, o diagnóstico atempado e correto, bem como o acesso a tratamentos, farmacológicos e não farmacológicos, mediante o reforço do papel dos cuidados de saúde primários e da colaboração destes com os cuidados hospitalares, os cuidados continuados integrados e os cuidados paliativos, e a continuidade dos cuidados na comunidade e o apoio às famílias”, refere o despacho, que entra hoje em vigor.

No documento considera-se prioritário criar planos regionais de saúde para as demências (a cargo das administrações regionais de saúde), que se ajustem às especificidades de cada região e que no conjunto constituirão “um verdadeiro plano nacional de saúde para as demências”.

Esses planos, que terão de estar prontos em 12 meses, terão como eixos fundamentais, segundo o despacho, a melhoria da qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus cuidadores, a investigação pertinente nas áreas relacionadas com as demências e os direitos das pessoas em situação de incapacidade.

No documento, que contém as conclusões de um grupo de trabalho sobre a matéria, diz-se que, sendo o principal risco para o desenvolvimento de demência a idade, o envelhecimento da população deverá implicar um número crescente de demências, atualmente estimado em mais de 150.000, a maior parte dos casos em pessoas com mais de 65 anos.

E nele sugere-se atenção ao estado nutricional, porque a perda de peso é uma característica clínica importante da pessoa com demência, a consciencialização pública para o problema, a formação de profissionais de saúde e o acesso a novas tecnologias.

Sugere-se ainda a definição de um quadro jurídico relativo aos direitos das pessoas em situação de incapacidade, incluindo o enquadramento legal dos cuidados, das intervenções e da investigação, a capacitação dos cuidadores formais e informais e o incentivo à investigação nesta área.

Em comunicado divulgado hoje, a Associação Alzheimer Portugal congratulou-se com a aprovação da estratégia, que considerava urgente, “seguindo o exemplo da maioria dos países europeus que assinalam a demência como uma prioridade de saúde pública”, nas palavras do presidente da associação, José Carreira.

José Carreira considerou, no comunicado, que “ainda falta a articulação desta estratégia com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, de modo a que se criem os apoios necessários à melhoria das condições de vida das pessoas com demência, bem como dos seus cuidadores”.

Radiação Ultravioleta
Quase todas os distritos do país apresentam hoje um risco muito elevado de exposição à radiação ultravioleta (UV), segundo...

As exceções a este risco muito elevado são os distritos de Viana do Castelo, Santarém, Lisboa, Setúbal e Évora, que apresentam risco elevado.

O risco de exposição à radiação UV é também muito elevado em toda a Região Autónoma da Madeira enquanto nos Açores o risco é muito elevado na ilha das Flores, elevado em S. Miguel e no Faial e a ilha Terceira apresenta risco moderado.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje, dia em que começa o verão, um aumento da instabilidade atmosférica, com ocorrência de aguaceiros, por vezes fortes, e de granizo e trovoada.

Está igualmente prevista uma pequena descida da temperatura máxima, com exceção da região do Algarve, onde se prevê uma pequena subida.

As temperaturas máximas vão variar entre os 31 graus Celsius, em Évora, e os 24 (Guarda) e as mínimas entre os 16 (Guarda e Sines) e os 21 graus (Faro).

Na Região Autónoma da Madeira está previsto céu geralmente muito nublado, com abertas nas vertentes sul da ilha da Madeira, possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos nas vertentes norte e nas zonas montanhosas e uma pequena descida de temperatura nas zonas montanhosas. Quanto a temperaturas, no Funchal vão variar entre os 19 e os 23 graus Celsius.

Para os Açores, o IPMA prevê períodos de céu muito nublado com abertas e aguaceiros nas ilhas do Grupo Ocidental (Flores e Corvo), aguaceiros na madrugada e manhã e novamente a partir da noite, com possibilidade de trovoadas, nas ilhas do Grupo Central (Terceira, Graciosa, S. Jorge, Pico e Faial), e períodos de céu muito nublado com abertas, aguaceiros e vento fraco nas ilhas do Grupo Oriental (S. Miguel e Santa Maria).

As temperaturas máximas vão oscilar entre os 20 e os 27 graus em Santa Cruz das Flores, entre os 20 e os 26 na Horta, entre os 19 e os 24 em Angra do Heroísmo e entre os 19 e os 26 em Ponta Delgada.

 

Associação Alzheimer congratula a iniciativa
A Associação Alzheimer Portugal congratula-se pela aprovação da Estratégia da Saúde na Área das Demências por parte do...

Esta Estratégia define “os princípios a que devem obedecer os cuidados a pessoas com demência, os critérios a utilizar na intervenção preventiva, as medidas a adotar relativamente à deteção precoce, as medidas de acesso ao diagnóstico médico, bem como ao diagnóstico compreensivo, e o escalonamento das respostas terapêuticas nos três níveis de cuidados de saúde, clarificando-se um percurso de cuidados para as pessoas com demência, assente nos princípios da ética, proximidade, acessibilidade, equidade e continuidade”.

Para José Carreira, presidente da Alzheimer Portugal, “a publicação deste despacho é uma vitória para a Associação, que desde o início se empenhou na urgência da criação de um Plano Nacional para as Demências, seguindo o exemplo da maioria dos países europeus que assinalam a demência como uma prioridade de saúde pública”.

O Despacho n.º 5988/2018 salienta a importância de “desenvolver uma estratégia que promova uma maior colaboração e coordenação intersetorial, o diagnóstico atempado e correto, bem como o acesso a tratamentos, farmacológicos e não farmacológicos, mediante o reforço do papel dos cuidados de saúde primários e da colaboração destes com os cuidados hospitalares, os cuidados continuados integrados e os cuidados paliativos, e a continuidade dos cuidados na comunidade e o apoio às famílias”.

“Importa ainda, no âmbito da referida Estratégia, implementar medidas tendentes a desenvolver a consciencialização pública em termos de saúde para o problema das demências, promover a literacia dos cidadãos em geral, a formação dos profissionais de saúde, o acesso a novas tecnologias e a investigação”, é salientado neste despacho.

No entanto, José Carreira sublinha que “ainda falta a articulação desta estratégia com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, de modo a que se criem os apoios necessários à melhoria das condições de vida das pessoas com demência, bem como dos seus cuidadores”.

A Alzheimer Portugal foi um parceiro ativo na conceção dos documentos que deram origem ao despacho publicado ontem em Diário da República, e estará representada na Coordenação do Plano Nacional da Saúde para as Demências por Catarina Alvarez e Maria do Rosário Zincke dos Reis. Este grupo de trabalho será responsável pelo acompanhamento da elaboração de Planos Regionais para as Demências, que ficará a cargo das Administrações Regionais de Saúde, que no espaço de um ano terão de desenvolver medidas adaptadas às especificidades da região em que atuam, e articuladas com o Plano Nacional de Saúde e o Plano Nacional de Saúde Mental.

Campanha ‘Josephine explica a escoliose’
A escoliose idiopática é a principal deformidade da coluna em crianças e adolescentes e afeta 2% a 3% das crianças e jovens...

Mais comum após os 10 anos de idade e em crianças e jovens do sexo feminino, esta doença afeta em grande escala a autoestima, pelo impacto que tem na imagem devido ao visível desalinhamento da coluna.

“Contudo, o diagnóstico de escoliose não deve ser encarado como um problema sem resolução. Entre as crianças e jovens que recebem este diagnóstico, menos de 1% podem vir a necessitar de tratamento”, explica Pedro Fernandes, ortopedista do Hospital Santa Maria, em Lisboa.

“A escoliose manifesta-se maioritariamente no pico de crescimento da adolescência e o verão é uma época do ano em que os pais, com maior facilidade, por exemplo na praia, conseguem ver as costas dos seus filhos e perceber se existe alguma alteração de postura a indicar ao pediatra ou médico de família”, acrescenta o especialista, que também é o coordenador da campanha ‘Josephine explica a escoliose’.

Pedro Fernandes salienta que o diagnóstico precoce contribui para o correto acompanhamento e tratamento dos doentes. A maior parte dos casos não necessita de tratamento e, naqueles em que o tratamento é recomendado, poderá passar pelo uso de um colete de correção postural (em casos menos graves), ou por uma cirurgia (em situações mais avançadas), que nos dias de hoje e graças ao avanço da tecnologia médica, é um procedimento com elevada segurança e sucesso terapêutico.

A campanha nacional ‘Josephine explica a escoliose’ foi lançada em 2016 com o objetivo de sensibilizar e esclarecer sobre a escoliose pediátrica. A campanha conta com o patrocínio científico da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia e da Sociedade Portuguesa de Pediatria e com o apoio da Medtronic.

 

 

Garante Ministro
Pelo menos dois mil profissionais de saúde serão contratados a partir do próximo mês na primeira vaga de recrutamento para...

Adalberto Campos Fernandes, que está hoje a ser ouvido na audição parlamentar de Saúde, foi questionado várias vezes pelos deputados sobre a quantidade de profissionais que o Governo está a planear contratar para cobrir as necessidades que resultam da passagem de enfermeiros, assistentes e técnicos das 40 para as 35 horas de trabalho semanais, a partir de 1 de julho.

O ministro disse que os números definitivos estão a ser ultimados, mas que, numa primeira fase, em julho, haverá uma primeira colocação que “ultrapassará os dois mil profissionais”.

Depois de julho irão sendo feitos ajustamentos e uma segunda fase de contratações está prevista para setembro ou outubro, segundo o ministro.

Sobre os receios de falta de planeamento atempado destas contratações, o ministro indicou que também há dois anos foram traçados cenários semelhantes, tendo o sistema conseguido ajustar-se.

Adalberto Campos Fernandes vincou ainda que, para o Governo, as 35 horas de trabalho semanal “não são um capricho, nem um favor, nem uma benesse aos profissionais: “são um reconhecimento do esforço, uma valorização do preço por hora e uma forma de dar algum descanso e alívio”.

 

Um grupo de seis médicos cardiologistas pediátricos do Iraque iniciam na próxima segunda-feira no Hospital de São João do Porto...

Em declarações à agência Lusa, o cardiologista pediátrico Jorge Moreira, do Centro Hospitalar de São João, explicou que a vinda dos especialistas iraquianos foi mediada por uma empresa que pediu a colaboração do Hospital de São João na sua formação.

“São técnicas implementadas já há bastantes anos aqui no hospital, como as empresas que comercializam esses equipamentos sabem, acharam que a nossa experiência poderia ser útil para os tais médicos do Iraque e propuseram a formação”, contou o especialista.

Esclareceu que “o cateterismo tem uma parte de diagnóstico e uma parte, cada vez mais importante, de tratamento percutâneo de certas cardiopatias congénitas”.

Segundo Jorge Moreira, os seis médicos do Iraque vão participar “nas sessões habituais de trabalho, em que serão tratadas crianças que têm canais arteriais, que é um tipo de cardiopatia congénita relativamente frequente”.

“O encerramento destes vasos vão ser feitos pela implantação de dispositivos de vários tipos e tamanhos e com a presença desses médicos, para que possam adquirir competências nesses aspetos”, afirmou.

Na próxima segunda-feira será realizada uma sessão teórica, para introdução ao tema, com palestras onde será explicada a experiência da equipa do “São João”.

Na terça e na quarta-feira, “o objetivo é tratar três crianças em cada um dos dias, num total de seis casos”, disse Jorge Moreira.

Os especialistas iraquianos são oriundos de várias instituições do seu país.

“Para nós também é um desafio, encaramos esta atividade com certa expectativa porque não sabemos exatamente o grau geral de competência dos médicos que vêm. Imagino que tenham alguma e que isto possa ser útil e que possam aplicar esta técnica lá na terra deles”, acrescentou.

 

Alerta é da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral
Estima-se que mais de 35 por cento dos acidentes rodoviários (de automóvel e/ou moto) originam lesões na coluna cervical, todos...

“As lesões na coluna cervical são muito frequentes nos acidentes de viação e as suas consequências podem variar desde dores passageiras de causa traumática muscular a situações mais graves como a paralisia nos membros. A prevenção é o fator mais importante e requer cuidados redobrados em período de férias em que as viagens são mais longas. Os sintomas podem ser imediatos ou aparecer após o embate, pelo que é preciso ter em atenção aos primeiros sinais para avaliar a gravidade da situação”, explica o ortopedista Manuel Tavares de Matos, presidente da SPPCV.

E acrescenta: “Os sinais e sintomas de lesão na coluna incluem: dor e rigidez no pescoço, ombros e costas, eventualmente irradiada para os membros, náuseas, cefaleias ou tonturas; alterações da sensibilidade como formigueiros, dormência, diminuição da força nos braços ou pernas; estado de consciência alterado, dificuldades respiratórias e de concentração; perda de controle da bexiga e intestinos”.

Nos acidentes automobilísticos, as lesões na coluna cervical resultam quer de traumatismos diretos sobre a cabeça ou de movimentos mais complexos como flexão e hiperextensão formando o clássico “golpe de chicote” por vezes com mecanismos de rotação associados formando lesões complexas cervicais. “Particular atenção deve ser dada às crianças que pela sua constituição podem desenvolver lesões graves cervicais, por vezes sem tradução radiológica”, salienta o ortopedista.

Para proteger a coluna durante as viagens de carro os especialistas recomendam que se sente de forma correta mantendo a coluna totalmente apoiada no banco, com o apoio da cabeça colocado a altura correta; use sempre o cinto de segurança e faça pausas frequentes, por exemplo a cada duas horas. Além destas precauções é importante que não ingira bebidas alcoólicas; não utilize o telemóvel enquanto conduz; não exceda a velocidade permitida; mantenha a distância de segurança e não conduza em situações de fadiga (se dormiu pouco por exemplo) ou se está a tomar medicamentos que podem causar sonolência.

“As lesões na coluna também podem ser provocadas por quedas, atividades desportivas e mergulhos em águas rasas e atos de violência. As lesões na coluna representam mais de 50 por cento das causas de incapacidade física em idade laboral e são uma das principais causas de ausência no trabalho, em todo o mundo”, conclui Tavares de Matos.

 

Cerca de 5 milhões sofrem da doença
A drepanocitose, ou anemia das células falciformes, é uma doença hereditária associada à produção an

Sendo uma doença recessiva, esta só se manifesta na sua plenitude se o indivíduo herdar a alteração genética tanto do pai como da mãe.

A drepanocitose é mais frequente em indivíduos descendentes ou originários de países da região de África subsariana. Esta diferente distribuição dos indivíduos afectados pela drepanocitose é explicada pela proteção que a hemoglobina S confere contra a malária.

Existem ainda pessoas que têm o chamado traço drepanocítico, ou seja, que herdaram a alteração genética só de um progenitor, sendo que do outro receberam o gene “normal” da hemoglobina.

As pessoas com traço drepanocítico têm uma variabilidade quanto às manifestações de doença, apresentando habitualmente uma ligeira anemia, sem outras manifestações. Estes indivíduos têm, no entanto, de ser vigiados uma vez que em algumas circunstâncias podem desencadear sintomas idênticos aos das pessoas com a doença (sobretudo em contexto cirúrgico, requerendo especial atenção quando são operadas).

As pessoas com traço drepanocítico são também apelidadas de “portadoras”, podendo transmitir a alteração genética à descendência.

A hemoglobina é transportada no interior dos glóbulos vermelhos, responsáveis pelo transporte de oxigénio dos pulmões para os tecidos. No caso da presença de hemoglobina S, esta apresenta uma estrutura diferente do normal, que confere uma rigidez anormal ao glóbulo vermelho, dificultando a sua passagem dentro dos vasos sanguíneos de menor calibre (os capilares).

Consequentemente, os glóbulos vermelhos terão tendência a provocar obstruções/oclusões dos pequenos vasos, presentes no interior de tecidos como os músculos, o baço, os ossos, os pulmões e o cérebro, sendo estes territórios os mais atingidos pelo fenómeno que se chama de vaso-oclusão. Este fenómeno é agravado em várias circunstâncias físico-químicas, sendo mais comum no contexto de infeção, exercício físico intenso, desidratação e alterações drásticas da temperatura corporal.

A oclusão dos capilares provoca dor recorrente, chamada de crise vaso-oclusiva, obrigando frequentemente a internamento para hidratação e terapêutica para a dor. Assim, os indivíduos com drepanocitose sofrem frequentemente de episódios agudos de dor, que pode surgir em várias localizações (mais frequentemente nos membros), que os obriga a recorrer ao hospital, sendo internados para hidratação e tratamento intensivo da dor.

Ao longo do tempo, estes episódios provocam alterações a nível dos vasos sanguíneos, facilitando complicações mais graves como acidentes vasculares cerebrais (AVC), insuficiência renal, enfartes do baço, necroses ósseas e alterações da circulação pulmonar que provocam hipertensão pulmonar.

Sendo menos flexíveis, os glóbulos vermelhos são mais susceptíveis a serem destruídos ao passarem pelos capilares, sendo esse o motivo pelo qual os indivíduos com drepanocitose sofrem de anemia.

Actualmente o tratamento dos doentes com drepanocitose começa logo na infância, sendo as manifestações da doença comuns a partir dos 6 meses, tratando as crises vaso-oclusivas e tentando prevenir as complicações mais graves.

Assim, os doentes em maior risco de complicações como o AVC são submetidos a transfusões sanguíneas regulares, que têm como objetivo a diminuição da percentagem de hemoglobina S no sangue. Esta é uma estratégia comum ao tratamento das complicações pulmonares agudas (a chamada síndrome torácica aguda).

Nos doentes com mais sintomatologia, maior frequência de crises vaso-oclusivas ou em risco de complicações mais graves também está indicado o início de medicação que permite aumentar um subtipo de hemoglobina presente durante a vida intrauterina e à nascença, a hemoglobina fetal, que se sabe ser protetora contra as complicações da doença. Este medicamento é a hidroxiureia.

Devido aos fenómenos de oclusão dos vasos sanguíneos do baço (enfarte esplénico), os indivíduos com drepanocitose encontram-se em maior risco de desenvolver infeções bacterianas graves, pelo que a prevenção deste fenómeno passa por fazer antibióticos de forma preventiva (profilaxia) durante a infância e a vacinação contra a pneumonia e a meningite.

Nos adultos, o objetivo é minimizar as complicações tardias da doença, como o AVC, a insuficiência renal, a hipertensão pulmonar (que pode evoluir com insuficiência cardíaca), as alterações ósseas, sendo importante uma abordagem multidisciplinar entre várias especialidades de forma a manter o suporte necessário para atrasar a evolução das sequelas da doença.

Nas últimas décadas, graças às medidas preventivas e ao melhor tratamento das complicações, foi possível prolongar a esperança média de vida (actualmente perto dos 60 anos), com qualidade, dos indivíduos com drepanocitose.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Recursos Humanos
A contratação de profissionais de saúde, para suprir as necessidades da passagem às 35 horas de trabalho semanais a 1 de julho,...

Na audição parlamentar que hoje decorre, Adalberto Campos Fernandes garantiu que o Governo está “há muitos meses” a trabalhar no planeamento dos recursos humanos necessários a partir de 1 de julho, altura em que muitos enfermeiros, assistentes operacionais e técnicos de diagnóstico passam das 40 para as 35 horas de trabalho semanais, à semelhança do que já aconteceu com outra parte destes profissionais em 2016.

Segundo o governante, as contratações irão decorrer numa primeira fase em julho e numa segunda fase em setembro ou outubro.

“Está fechado o plano. Iremos ter uma contratação muito significativa”, afirmou o ministro, em reposta ao deputado do PSD Ricardo Batista Leite, sem especificar quantos profissionais serão necessários.

Sobre os receios de falta de planeamento atempado destas contratações, o ministro indicou que também há dois anos foram traçados cenários semelhantes, tendo o sistema conseguido ajustar-se.

Campos Fernandes vincou ainda que, para o Governo, as 35 horas “não são um capricho, nem um favor, nem uma benesse aos profissionais: “são um reconhecimento do esforço, uma valorização do preço por hora e uma forma de dar algum descanso e alívio”.

Já esta semana, o ministro tinha garantido que estava em curso um “plano de trabalho intenso” para definir os profissionais que é preciso contratar em cada unidade com a passagem às 35 horas semanais a partir de 01 de julho.

Num encontro com dirigentes do ministério que ocorreu na segunda-feira, Campos Fernandes disse que “é óbvio” que o desafio das 35 horas está a ser preparado, salientando que Governo e instituições estão a trabalhar e a preparar “como nunca foi feito”, numa tentativa de “demonstrar objetivamente as necessidades”.

“Contrataremos os recursos que forem necessários contratar. Mas objetivamente os que estiverem disponíveis e os que fizerem falta. (…) Ninguém nos perdoaria que cometêssemos os mesmos erros que foram cometidos há quatro, cinco ou há dez anos. Velhas soluções não resolvem velhos problemas”, afirmou.

Disse ainda que está a ser feita “uma avaliação de necessidades”, fazendo “ajustamentos unidade a unidade”, de forma a realizar uma “reposição do que for necessário” e “amortecer a necessidade de recursos”.

IPMA
Quase todas as regiões do país apresentam hoje um risco muito elevado de exposição à radiação ultravioleta (UV), segundo...

Todas as regiões do país apresentam um risco muito elevado, com exceção do distrito de Faro e das ilhas de São Miguel e Terceira, nos Açores, que estão com níveis elevados.

A ilha do Porto Santo (arquipélago da Madeira) tem um risco moderado de exposição à radiação UV.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje no continente céu geralmente pouco nublado, aumentando de nebulosidade a partir da manhã, aguaceiros, mais frequentes durante a tarde e nas regiões Norte e Centro, onde poderão ser por vezes fortes e de granizo, e que serão pouco prováveis na região Sul.

Estão também previstas condições favoráveis à ocorrência de trovoadas em especial nas regiões Norte e Centro e vento fraco, soprando moderado a forte de sueste no Algarve até final da manhã, e temporariamente moderado de noroeste na faixa costeira ocidental durante a tarde.

A previsão aponta ainda para neblina matinal em alguns locais, pequena descida de temperatura no litoral Norte e Centro e pequena subida da máxima no litoral oeste da região Sul.

As temperaturas mínimas no continente vão oscilar entre os 16 graus Celsius (em Braga e Porto) e os 21 (em Castelo Branco) e as máximas entre os 26 (no Porto e em Viana do Castelo) e os 34 (em Santarém e Braga).

Na Madeira prevê-se céu geralmente muito nublado, com boas abertas nas vertentes sul e nas zonas montanhosas, possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos nas vertentes norte e nas zonas montanhosas até final da manhã e vento fraco a moderado do quadrante norte.

No Funchal as temperaturas vão variar entre os 19 e os 23 graus.

Para os Açores prevê-se períodos de céu muito nublado com abertas, aguaceiros fracos (nas ilhas Flores, Corvo, grupo Ocidental, e Graciosa, Faial, Pico, São Jorge e Terceira, no grupo central) e vento fraco tornando-se bonançoso.

Em Santa Cruz das Flores e na Horta as temperaturas vão oscilar entre os 20 e os 26 graus, em Angra do Heroísmo entre os 19 e os 25 e em Ponta Delgada entre os 19 e os 26.

 

Alteração da categoria
O Governo britânico vai rever a utilização de canábis para fins medicinais, o que poderá levar à prescrição de medicamentos à...

Javid, que fez o anúncio na Câmara dos Comuns, onde apresentou diversas medidas que serão tomadas pelo executivo, afirmou que a diretora-geral de Saúde do Reino Unido, Sally Davies, vai preparar e apresentar uma lista dos produtos à base de canábis que "podem ter benefício médico".

Com base na lista de Davies, o Conselho Consultivo sobre o Abuso de Drogas irá determinar se procede à alteração da categoria normativa dos medicamentos, "ponderando sobre os possíveis danos e necessidades de saúde pública".

Atualmente, a canábis possui a categoria 1, o que significa que não lhe é atribuída valor terapêutico e a sua distribuição e posse é ilegal, de acordo com as regulações sobre o abuso de drogas no Reino Unido de 2001.

"Se a revisão concluir que existem significativos benefícios médicos, então iremos proceder à reclassificação", garantiu o ministro.

Javid sublinhou que "de nenhuma maneira se trata de um primeiro passo para a legalização da canábis para uso recreativo", assegurando que o Governo não tem nenhum plano para proceder à legalização e acrescentou que as "penalizações pela posse e venda não autorizada manter-se-ão sem alterações".

A intervenção do ministro foi feita depois dos líderes de partidos políticos britânicos terem feito um apelo para a legalização da canábis, ou pelo menos a sua despenalização para fins medicinais.

Esta revisão ocorre depois de nos últimos dias serem conhecidos os casos de crianças epiléticas britânicas com grandes dificuldades em obter a medicação apropriada ao tratamento das suas convulsões, que por ser feita à base de canábis, é ilegal no Reino Unido.

 

Dados oficiais
A despesa com pessoal do Serviço Nacional de Saúde atingiu os 3,844 mil milhões euros em 2017, uma subida de 5,2% face a 2016,...

Os dados constam do Relatório Social do Ministério da Saúde que faz uma análise da evolução dos encargos com pessoal do SNS entre os anos de 2010 e 2017.

Segundo o relatório, houve um “decréscimo acentuado” entre 2010 e 2012. Entre 2013 e 2015 assistiu-se a uma certa estabilização e apenas em 2016 se assiste a uma retoma do crescimento dos encargos com pessoal, devido ao aumento do número de trabalhadores e a reposição das majorações do trabalho suplementar, mas ainda inferior ao valor de 2010, o ano que registou o maior volume de despesa com pessoal.

Em sentido oposto, o ano 2012 foi o que registou o menor volume de despesa, o que se justifica pelo não pagamento dos subsídios de férias e de Natal.

De 2014 a 2016 registou-se progressivamente um aumento do volume de horas de trabalho suplementar nas diversas entidades, sendo que no ano 2017 assistiu-se a um aumento de 5,1%, sublinha o documento.

O Relatório Social adianta que as maiores variações, em termos de volume de trabalho suplementar, face ao ano anterior ocorreram em estabelecimentos hospitalares de grande dimensão, designadamente no Centro Hospitalar de São João e Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Outras entidades, como o Instituto Nacional de Emergência Médica, Instituto Português de Oncologia do Porto, Administração Regional de Saúde do Centro e Unidade Local de Saúde do Alto Minho também registaram acréscimos face a 2016.

Relativamente ao número de recursos humanos estrangeiros a exercer funções no Ministério da Saúde e Serviço Nacional de Saúde, os dados apontam para uma tendência de estabilização entre 2010 e 2017, ano em que foram contabilizados 3.103 trabalhadores, contra 3.115 em 2016.

“Os grupos de pessoal médico (1.828) e de enfermagem (546) têm sido os mais representativos ao longo dos anos”, correspondendo em 2017, respetivamente, a 58,9% e 17,6% do total de trabalhadores estrangeiros no Ministério da Saúde”, refere o documento.

Em valores globais, verificou-se um ligeiro decréscimo do número de médicos estrangeiros entre 2016 e 2017, tendo o seu número passado de 1.858 para 1.828, correspondendo a menos 30 médicos, adianta o relatório, que destaca o número de profissionais estrangeiros que desempenham funções de Assistente Operacional com 489 trabalhadores.

Ao contrário do pessoal de enfermagem, que tem registado uma diminuição progressiva do número de trabalhadores estrangeiros a exercer funções no SNS ao longo destes anos, os assistentes operacionais têm vindo a apresentar um crescimento anual desde 2015.

“Na verdade, apenas neste grupo profissional o ano 2017 surge como o ano que regista o maior número de trabalhadores estrangeiros” nos últimos sete anos, sublinha.

 

 

Investimento
O Hospital Internacional dos Açores (HIA), o primeiro privado da Região, que vai abrir em 2020, promete ser uma "estrutura...

Luís Miguel Farinha falava aos jornalistas sobre as mais-valias de um projeto, de 30 milhões de euros, que deverá abrir portas no primeiro trimestre de 2020, após o lançamento da primeira pedra que marcou hoje o arranque da construção do HIA num terreno contíguo ao Nonagon, o Parque de Ciência e Tecnologia de São Miguel, na Lagoa.

"Em termos privados não existe (nos Açores) uma capacidade instalada/integrada que possa ter todas as valências e que desde que o doente chega possa fazer tudo dentro da unidade. Portanto, vamos ter possibilidade de ter aqui bons recursos humanos, vamos apostar muito na tecnologia, muita tecnologia de ponta, vamos fazer um investimento muito forte entre 27 a 30 milhões de euros e principalmente vamos investir muito nos recursos humanos", disse Luís Miguel Farinha.

O presidente do conselho de administração do HIA lembrou que a infraestrutura que vai disponibilizar 44 especialidades médicas pretende contratar 350 profissionais, sendo que a ideia passa por "atrair a maioria de recursos humanos dos Açores" e depois seduzir outros do continente para o projeto.

"Naturalmente que o serviço regional (de saúde) dos Açores é um serviço de qualidade, ao contrário do que as pessoas por vezes falam, ao nível nacional, se calhar, é dos serviços de qualidade que mais tenho visto, mas os médicos precisam de projetos, além dos sistemas remuneratórios temos de ter projetos, os médicos querem projetos para desenvolverem a atividade pela qual se formaram e que gostam de fazer", disse.

Luís Miguel Farinha referiu que "já existem alguns médicos em vista", admitindo "algumas áreas (médicas) deficitárias nos Açores", mas disse acreditar que, "em conjunto com o Governo Regional dos Açores", se possam fixar mais médicos na Região, sendo que atualmente não existe qualquer convenção com o executivo açoriano.

"O modelo de negócio que está feito para esta unidade é um modelo de negócio que não tem contratação nenhuma de convenção, o modelo de negócio está feito para os mercados segurador, do turismo de saúde, da população flutuante, mas (...) a estrutura está ao serviço dos açorianos. Estamos disponíveis para fazer todas as convenções, para fazer todos os acordos que forem considerados uteis, quer pelo Governo Regional, quer por outras estruturas locais, de forma a que todos os açorianos possam ter acesso a esta estrutura", disse.

O presidente do Governo Regional dos Açores presidiu, esta tarde, à cerimónia que assinalou o arranque da construção do HIA, sublinhando que este investimento dá provas de "um novo clima económico nos Açores".

"Em primeiro lugar, o facto de se tratar de um investimento privado significativo, confirma e no fundo dá sequência a um novo clima económico que se vive na nossa Região, o segundo aspeto tem a ver com o facto em que a disponibilização de novos serviços ou o reforço de serviços já instalados repercutir-se-á numa melhoria dos serviços que nesse domínio são prestados às açorianas e aos açorianos e em terceiro lugar o facto deste investimento nem substituir nem diminuir o nosso compromisso de ter um bom serviço regional de saúde ", afirmou Vasco Cordeiro.

O presidente do executivo açoriano disse que a melhoria dos indicadores económicos e sociais nos Açores levam ao aumento da confiança para investimento privado, referindo que o HIA é apenas um dos muitos projetos que apresentaram candidatura ao "Competir Mais", sistema de incentivos ao investimento privado.

"Neste momento são já cerca de 900 candidaturas que estão a ser analisadas e que representam quase 400 milhões de euros de investimento privado e cerca de dois mil postos de trabalho direto", sublinhou.

 

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