Relatório da Agência Europeia do Ambiente
A organização ambientalista WWF lamentou que Portugal continue a "ignorar leis que asseguram a qualidade da água",...

"Portugal é um dos países deficitários na aplicação das leis ambientais e isso reflete-se, por exemplo, na qualidade da água dos rios onde tomamos banho no verão e na água que rega os alimentos que consumimos", afirmou em comunicado a diretora da Associação Natureza Portugal (ANP), a representação portuguesa da WWF, Ângela Morgado.

A Wold Wide Fund for Nature (WWF, Fundo Mundial para a Natureza) afirma, segundo o Sapo, não ter tido surpresas com os resultados do relatório, porque os estados membros da União Europeia "andam a contornar os seus compromissos para com as leis da água há quase duas décadas".

Europa não cumpre metas
O resultado, considera a organização, tem sido uma maior deterioração dos rios e os lagos, para os quais os países europeus não vão atingir as metas propostas até 2027.

"Na Europa, o estado das águas é particularmente mau em muitos países da Europa central, como a Alemanha, Holanda e Bélgica, com maior densidade populacional e agricultura mais intensiva. Como resultado, a maioria das massas de água ainda não consegue atingir um bom estado ecológico", refere o comunicado da ANP/WWF.

A organização pede "esforços redobrados para proteger e restaurar os recursos hídricos da Europa" e defende que o relatório deve ser visto como "um alerta final".

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Os arquipélagos da Madeira e dos Açores e os 18 distritos do continente apresentam hoje um risco muito elevado e elevado de...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em risco muito elevado estão as ilhas do Faial, Terceira, Flores e São Miguel, nos Açores, as ilhas da Madeira e do Porto Santo e os distritos de Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Setúbal e Faro no continente.

O IPMA colocou também os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria, Lisboa, Santarém, Évora e Beja em risco elevado.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje no continente períodos de céu muito nublado, apresentando-se geralmente muito nublado no litoral Norte e Centro até meio da manhã, tornando-se gradualmente pouco nublado ou limpo na região Sul a partir da tarde.

A previsão aponta também para a possibilidade de ocorrência de chuva fraca no litoral. Durante a tarde, estão previstas condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros nas regiões do interior Norte e Centro.

Está também previsto vento em geral fraco do quadrante oeste, soprando temporariamente moderado durante a tarde e neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais.

As temperaturas mínimas no continente vão oscilar entre os 10 graus Celsius (na Guarda e em Viseu) e os 16 (Lisboa e Faro) e as máximas entre os 18 graus (na Guarda) e os 26 (em Évora, Beja e Setúbal).

Na Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, possibilidade de aguaceiros fracos nas vertentes norte e terras altas, até ao início da manhã e para o final do dia e vento fraco a moderado de nordeste, soprando por vezes forte nas terras altas.

No Funchal as temperaturas vão variar entre os 19 e 24 graus Celsius.

Nos grupos Ocidental (Flores e Corvo) e Central (Graciosa, São Jorge, Terceira, Pico e Faial) prevê-se céu muito nublado com abertas e vento noroeste bonançoso.

No grupo Oriental (São Miguel e Santa Maria) está previsto céu muito nublado com abertas, possibilidade de aguaceiros fracos e vento nordeste bonançoso, enfraquecendo.

Em Santa Cruz das Flores as temperaturas vão oscilar entre os 18 e os 26 graus, na Horta entre os 16 e os 24, em Angra do Heroísmo entre os 16 e os 23 e em Ponta Delgada entre os 17 e os 23.

 

DECO alerta
Aerofritar é a nova tendência na cozinha e veio para ficar. As fritadeiras a ar têm a vantagem de usarem menos óleo do que as...

Chamam-se fritadeiras a ar ou simplesmente airfryer, na versão em língua inglesa. Há cada vez mais marcas e modelos à venda e os preços estão mais amigos das carteiras dos portugueses. Estes aparelhos replicam o efeito que se obtém com o óleo a borbulhar nas fritadeiras tradicionais, fazendo circular o ar e a gordura sobreaquecidos pelos alimentos.

"Além de levarem mais tempo a fritar do que os modelos a óleo, consumindo mais energia, fritam a temperaturas elevadas, o que contribui para a formação de uma substância potencialmente cancerígena que surge de modo natural em alguns alimentos quando estes são cozinhados a altas temperaturas: a acrilamida", alerta a Associação Defesa do Consumidor (DECO).

O que é a acrilamida?
A acrilamida forma-se de modo natural nos alimentos ricos em açúcares redutores (frutose e glucose) e num aminoácido, a asparagina, presente, por exemplo, nas batatas, quando sujeitos a temperaturas elevadas, como acontece nos fritos, grelhados e assados.

Por provocar cancro em animais e ser um risco para o Homem, escreve o Sapo, foi classificada como potencialmente cancerígena pela Agência Internacional para a Pesquisa do Cancro. "No caso das batatas fritas, existem vários fatores que podem influenciar a formação de acrilamida, como a variedade, a temperatura a que são conservadas e até a forma como são descascadas", frisa a associação Defesa do Consumidor.

Como minimizar a formação de acrilamida?

A DECO aconselha a escolher batatas da seguinte forma:

  • Selecione variedades adequadas para fritura (com baixo teor de açúcares redutores). Consulte os rótulos das batatas pré-embaladas.
  • Conserve-as corretamente. As batatas devem ser guardadas a uma temperatura acima dos 6ºC. Quanto mais baixa for a temperatura de armazenamento, maior a quantidade de açúcares redutores que se forma.
  • Evite que as batatas armazenadas germinem (“grelem”), para isso guarde-as num local escuro: na despensa, por exemplo.
  • Descasque a batata corretamente: algumas tendem a apresentar maior concentração de açúcares redutores junto à casca.
  • A espessura dos palitos influencia a formação de acrilamida nas batatas fritas: palitos mais espessos contêm menores níveis desta substância do que palitos mais esguios.
  • Antes de fritar, e depois de cortadas, passe as batatas por água quente. Esta operação permite uma remoção significativa dos níveis de açúcares presentes nas batatas. Seque-as bem antes de as fritar, envolvendo-as num pano.
Indústria farmacêutica
O ministro da Saúde reconheceu hoje que o acordo com a indústria farmacêutica para a despesa com medicamentos está atrasado,...

Adalberto Campos Fernandes admitiu que o acordo que devia ter sido estabelecido para 2018 com a indústria farmacêutica sobre a despesa pública com medicamentos “atrasou um bocadinho”, indicando que tal se deveu ao facto de o Governo querer tornar esse acordo “mais exigente e equilibrado e mais interessante para o Estado”.

“Acreditamos que dentro de breves dias assinaremos o acordo”, afirmou o ministro da Saúde hoje aos jornalistas, indicando que não se trata apenas de estabelecer uma meta para a despesa pública com medicamentos.

O novo acordo que está a ser trabalhado pelos ministérios da Saúde e das Finanças com a indústria deve introduzir outras variáveis, que o tornam “inovador”, acrescentou, sem apresentar mais detalhes.

A associação da indústria farmacêutica tinha hoje apelado ao Governo para firmar, este ano, um novo acordo relativo à despesa pública com medicamentos, como o que tinha sido assinado em 2016 e que está a terminar.

Além de um novo acordo para depois de 2018, está também ainda por assinar o acordo específico relativo a este ano. O acordo genérico em vigor é válido para o triénio 2016/2018, mas não chegou a ser assinado o acordo específico para 2018, ao contrário do que aconteceu em 2017 e em 2016.

O presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), João Almeida Lopes, reconheceu o esforço que o Ministério da Saúde tem feito na aprovação de novos medicamentos em Portugal, mas entendeu que é preciso "fazer mais" e recusou “raciocínios frios e impessoais que resultam em cortes” na saúde e barram o acesso a cuidados.

“Em Portugal temos até agora conseguido encontrar os diferentes equilíbrios necessários, mesmo durante o período de assistência financeira [‘troika’]”, disse João Almeida Lopes na abertura da conferência “Um Compromisso Com as Pessoas”, que decorreu hoje em Lisboa.

O representante da indústria farmacêutica lembrou a importância do acordo assinado com o Estado português para o triénio 2016-2018, sublinhando que “é fundamental que o acordo seja confirmado em 2018”.

Nesse acordo, a indústria farmacêutica compromete-se a colaborar para atingir os objetivos orçamentais para a despesa pública com medicamentos em meio hospitalar e em ambulatório, tendo como objetivo “garantir a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

O acordo fixa para cada ano um referencial de despesa pública com medicamentos.

O presidente da Apifarma rejeitou “visões puramente economicistas” que agravem a qualidade dos tratamentos dos doentes portugueses e reconhece que é necessário “evoluir para uma metodologia que permita otimizar os resultados em saúde”, colocando o doente no centro do sistema.

Governo
A Câmara Municipal do Porto recomendou hoje ao Governo, com a abstenção da CDU, que a sede do Infarmed seja transferida para a...

A moção da autoria do movimento "Rui Moreira: Porto, o Nosso Partido", apresentada em reunião do executivo municipal, sugeriu ainda ao Ministério da Saúde para estabelecer um calendário definitivo ao processo de localização dos seus principais serviços no Porto e, que tal ocorra o mais rapidamente possível, tendo em conta os resultados presentes no relatório do grupo de trabalho.

O grupo de trabalho criado para avaliar o impacto da mudança do Infarmed de Lisboa para o Porto considerou, num relatório divulgado pelo Jornal de Notícias na semana passada, que a deslocalização pode melhorar o funcionamento do instituto ao nível da produtividade.

A deslocalização “trará maior produtividade e eficiência, nomeadamente com a construção de instalações mais adequadas do que as atuais, no Parque de Saúde, em Lisboa”, refere o grupo de trabalho, no documento.

Para a comissão de trabalhadores, que ainda não recebeu esse relatório, tais conclusões são "vazias", indicando que o facto de funcionar em três edifícios diferentes nunca foi um problema, porque estão situados a poucos metros uns dos outros.

De acordo com o documento, o investimento será de cerca de 17 milhões de euros, mas, “ao fim de 15 anos, poderá gerar uma poupança de 8,4 milhões”, o que a comissão de trabalhadores considera que não é uma vantagem, é muito pouco.

O presidente da câmara, o independente Rui Moreira, explicou que colocou como data 01 de janeiro porque foi a prometida pelo ministro da Saúde.

Por seu lado, o vereador socialista Manuel Pizarro mostrou dúvidas quanto a esta exigência, dizendo ter reservas que essa se torne em algo útil.

Já o social-democrata Álvaro Almeida recordou que a transferência é o único ato formal do Governo de António Costa, sublinhando que há duas coisas que tem de acontecer até 01 de janeiro: a mudança da sede formal e o início das obras de reabilitação do edifício para o efeito.

Justificando a abstenção à moção, a vereador da CDU Ilda Figueiredo considerou que não há condições para que mudança se concretize no primeiro dia do ano, assumindo já o ter dito ao Governo.

A comunista vincou que “não faz sentido nenhum” apontar nenhuma data sem, antes, acautelar o direito dos trabalhadores e os próprios utentes do serviço, sendo por causa deste “problema de fundo” que decidiu não votar favoravelmente.

Num inquérito a que responderam 85,4% dos 356 trabalhadores do Infarmed, 299 estão contra a mudança e apenas três a favor.

Mais de 92% declararam não estar disponíveis para se mudar para o Porto e 97% considera que teria impacto negativo na missão e desempenho do Infarmed.

34º Congresso da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia
A infertilidade masculina, representa 40% das causas de infertilidade, e até há bem pouco tempo era pouco considerada, por...

A azoospermia (ausência de espermatozoides nas amostras de sémen) requere fazer-se uma biopsia testicular que permita saber se o testículo gera espermatozoides. Seria um grande avanço descobrir um método alternativo não invasivo, como um algoritmo, que permita conhecer a presença de espermatozoides no testículo evitando dita intervenção. A Dra. Marga Esbert do IVI Barcelona baseou o seu estudo na determinação da capacidade preditiva de certos fatores, para indicar a existência ou não de espermatozoides no testículo.

Para o estudo recolheram-se dados de todos os pacientes azoospérmicos do IVI Barcelona submetidos a biopsias testiculares ente 2004 e 2017. De uma amostra total de 96 homens analisaram-se diferentes parâmetros tais como a idade, duração da esterilidade, nível de FSH, índice de massa corporal, tamanho dos testículos e tipo de patologia, e a sua associação com o sucesso da biopsia.

Segundo comenta a Dra. Esbert, “em pacientes com azoospermia obstrutiva somos capazes de recuperar espermatozoides até 100% dos casos, contudo em homens com azoospermia secretora a percentagem baixa para 29%, que seriam os mais beneficiados se conseguíssemos um diagnóstico utilizando um método não-invasivo.

Estão a ser pesquisados diferentes tipos de marcadores, mas, de momento, não existe consenso a nível científico. Da nossa parte, neste estudo descobrimos que em função do volume testicular podemos estimar de forma bastante viável a presença de espermatozoides no testículo. Estamos a trabalhar para conseguir outros tipos de marcadores, e na próxima fase a nossa investigação estará focada em localizar proteínas e micro RNA das amostras de pacientes azoospérmicos que permitam prever se o testículo é funcional”.

Por outro lado, a Dra. Rocío Rivera do IVI Valencia, estudou as diferenças no perfil proteico das amostras de diferentes pacientes, comparando entre aqueles, que graças à fecundação mediante ICSI, se conseguiu obter uma gravidez, com os que falharam, de modo que após analisar as proteínas que compõe os espermatozoides, se pudesse identificar quais é que estão relacionados com o sucesso ou fracasso reprodutivo. Para estandardizar o máximo possível o fator feminino, e que o resultado da gestação dependera, com maior peso, do fator masculino, optou-se em todos os pacientes por tratamentos com doação e ovócitos.

A Dra. Rivera afirma que “com este estudo conhecemos e descrevemos o perfil proteico das amostras, tanto as que originaram gravidezes, como as que não. Concluímos que existem diferenças em relação às proteínas, e que estas podem servir como marcadores que nos permitem separar os espermatozoides suscetíveis de engravidar, das que não. Indo além, mediante a técnica MACS, poderia pensar-se em enriquecer uma amostra com espermatozoides que contenham proteínas ótimas para serem utilizadas em tratamento de reprodução. Não obstante, isto não deixa de ser uma hipótese para continuar a investigar no futuro”.

Azoospermia obstrutiva
A azoospermia consiste na ausência de espermatozoides no sémen ejaculado, a obstrutiva é a menos grave. Consiste na ausência dos túbulos seminíferos ou ducto deferente que impede a saída de espermatozoides no ejaculado, mas há produção espermática no testículo.

Azoospermia secretora
A azoospermia secretora é a mais grave já que implica uma ausência de espermatogénese (processo de formação das células sexuais masculinas) que provoca que não se gerem espermatozoides.

Técnica Macs
O Macs é uma técnica que permite selecionar os espermatozoides com as melhores características para ser utilizados nos tratamentos de procriação medicamente assistida.

Reino Unido
Uma profissional de saúde foi detida hoje no Reino Unido por suspeitas de ter matado oito bebés e de ter tentado matar outros...

A detenção da mulher, que a polícia não especificou se era enfermeira, médica ou outro tipo de funcionária, resultou de uma investigação na unidade neonatal do hospital público do condado de Chester, devido a suspeitas sobre as circunstâncias da morte de 17 bebés entre junho de 2015 e junho de 2016.

Devido ao resultado da primeira investigação, a polícia anunciou hoje que as autoridades se encontram a investigar a morte dos outros bebés e os ferimentos sofridos por outros 15, nesse mesmo período.

Segundo o investigador Paul Hughes, devido à natureza do caso, a polícia consultou uma série de especialistas para extrair "toda a informação possível", de modo a indicar detalhadamente as causas das mortes.

"Não estabelecemos prazos, mas nesta investigação estamos comprometidos a chegar às conclusões o mais rapidamente possível", afirmou Hughes, assegurando que as famílias dos menores estão a par de todos os avanços na investigação.

Depois de registado o aumento de mortes, o hospital fez o pedido de investigação junto das autoridades em maio de 2017, e deixou de realizar partos de bebés com menos de 32 semanas, transferindo as mães para outros hospitais.

O diretor do hospital, Ian Harvey, afirmou hoje que o pedido de investigação não foi realizado de forma ligeira, mas devido à necessidade de o hospital e das famílias obterem as respostas necessárias.

No Porto
O Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), o IPO-Porto e a biofarmacêutica Phyzat...

Com apoio financeiro do Norte 2020, o projeto decorrerá nos próximos dois anos.

Segundo o i3S, “os parceiros visam desenvolver um novo medicamento baseado em RNA de interferência (componentes das células), validar novos alvos terapêuticos e adaptar à oncologia uma tecnologia desenvolvida no i3S para entrega de ácidos nucleicos”.

A participação do i3S centra-se no desenvolvimento de “um novo sistema de entrega de oncoterapias genéticas com recurso a dendrímeros, macromoléculas capazes de incorporar fármacos e que podem ser desenhados para os entregarem a alvos específicos”.

Ana Paula Pêgo, que lidera a equipa que desenvolveu no INEB (um dos institutos que integra o i3S) esta tecnologia baseada em dendrímeros, sublinha, em comunicado, que o seu grupo “há muito tempo que se concentra no desenvolvimento destes nanocarregadores com propriedades ideais para transportarem ácidos nucleicos, como por exemplo RNA de interferência”.

Por outro lado, acrescenta, “as terapias genéticas para o cancro ainda precisam de um veículo ideal para entregar os ácidos nucleícos especificamente às células cancerígenas. É aqui que surge o encontro perfeito entre a investigação desenvolvida no i3S e a Phyzat”.

 

Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo
A Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo inicia no sábado, no Porto, uma campanha de alerta em relação aos cuidados a ter com...

Segundo a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), a Carrinha de Sensibilização vai percorrer, pela primeira vez, até final de julho, o país de norte a sul e do litoral ao interior, junto de praias marítimas e fluviais, bem como locais de trabalho ao ar livre, nomeadamente junto de trabalhadores da construção civil e da agricultura.

“Neste Verão, com Moderação” é a mensagem que a APCC irá transmitir nesta iniciativa que conta com o apoio da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia (SPDV) e da Direção Geral da Saúde.

No sábado, na Avenida Brasil (junto à Pérgola), no Porto, o dermatologista e presidente da APCC, Osvaldo Correia, assim como outros dermatologistas e diversas figuras públicas - como a ex-atleta Rosa Mota e o apresentador de televisão Jorge Gabrielc - lançarão esta Campanha de Verão.

Na cerimónia será lembrada a elevada incidência dos cancros da pele, a necessidade de melhorar a proteção no desporto, ao ar livre e no trabalho e será explicado como fazer o autoexame para identificar o mais precocemente possível eventuais cancros de pele que podem ocorrer mesmo em idade de adulto jovem, “muitas vezes pelos exageros cumulativos de exposição exagerada e inadequada ao sol”, refere a APCC.

Depois do Porto, o Roteiro do Verão passará, no domingo, pela praia fluvial de Macedo de Cavaleiros, por Coimbra (dia 13), num estaleiro de obra de construção civil, por Aveiro (dia 14), nos canais da ria, pelo distrito da guarda (dia 15) numa praia fluvial, e por Peniche (dia 21), com a seleção portuguesa de surf, para lembrar os cuidados a ter com o sol nos desportos náuticos.

Em 22 de julho, a carrinha de sensibilização estaciona em Cascais, no dia seguinte no Bombarral, junto de agricultores, no seu local de trabalho, e, no dia 28, em Vilamoura, na Praia da Falésia.

Em cada um destes locais está prevista uma sessão de esclarecimento da população, com a participação de dermatologistas locais.

Em simultâneo, mas até final de agosto, vão estar colocados cartazes e ‘muppies’ em mais de 100 autarquias com a mensagem “Sol e Pele, Saber Conviver”.

Este é o 16.º ano consecutivo de ações de sensibilização nas praias, organizadas pela APCC, mas o primeiro ano em que será feito um roteiro itinerante por todo o país.

 

Projeto MitoSKIN
Investigadores do Porto e de Coimbra estão a desenvolver antioxidantes naturais aplicáveis em cosméticos para a pele e em novos...

Embora a utilização de antioxidantes naturais ou sintéticos em produtos cosméticos seja "uma prática corrente", o projeto MitoSKIN está centrado em desenvolver "antioxidantes otimizados", que possam ser direcionados para um organelo celular específico, designado por mitocôndria, indicou o investigador José Feliciano Duarte, um dos fundadores.

As mitocôndrias "são responsáveis pela produção de energia nas células, através de um processo conhecido como ‘stress' oxidativo, explicou o responsável pela comunicação e marketing do MitoSKIN, criado pela Universidade do Porto e pelo Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra.

O ‘stress' oxidativo, por sua vez, está diretamente envolvido em condições e doenças associadas ao envelhecimento, incluindo as alterações na pele, doenças neurodegenerativas (como a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) ou a doença de Alzheimer) e doenças hepáticas (doença de Wilson ou o fígado gordo não alcoólico).

Segundo o responsável, os antioxidantes normalmente utilizados "não são direcionados especificamente para a mitocôndria, possuindo limitações, como a baixa penetração celular e uma ação não específica no interior das células".

De forma a evitar essas complicações, utilizam-se concentrações elevadas desses componentes, o que pode originar problemas secundários de origem alérgica e inflamatória.

Já os antioxidantes naturais, normalmente encontrados na dieta e otimizados neste projeto, são direcionados para as mitocôndrias, garantindo "a sua fácil penetração celular e acumulação efetiva no interior dos organelos celulares, onde exercem um efeito protetor específico contra o ‘stress' oxidativo", contou o investigador.

Os antioxidantes otimizados serão utilizados em produtos cosméticos, para prevenir e minimizar as situações de ‘stress' oxidativo e retardar as alterações que ocorrem durante o processo de envelhecimento, como é o caso da perda de elasticidade e do aparecimento de rugas.

A médio e longo prazo, os investigadores pretendem igualmente aplicar os antioxidantes otimizados em fármacos para o tratamento de doenças neurodegenerativas e hepáticas, para as quais não existe atualmente um tratamento eficaz, através de um projeto mais abrangente, ao qual o MitoSKIN está associado.

"Os nossos antioxidantes possuem características que os tornam bons candidatos a fármacos para o tratamento dessas doenças, através da sua capacidade protetora da função mitocondrial, no caso de doenças como o Alzheimer, ou da capacidade de remoção de metais de transição acumulados em excesso nas mitocôndrias, no caso da doença de Wilson", exemplificou.

Os estudos realizados pela equipa mostram que existe "uma vantagem clara exibida pelos antioxidantes otimizados, com acumulações específicas na mitocôndria cerca de cinco mil vezes superiores às dos antioxidantes tradicionais", afirmou.

Além disso, continuou, esses antioxidantes são duas a três vezes mais seguros do que os restantes e têm maior capacidade de remoção de metais de transição em excesso, que promovem ‘stress' oxidativo.

Da equipa responsável pelo projeto fazem também parte investigadores do grupo de Química Medicinal do Centro de Investigação em Química da FCUP, coordenado pela professora Fernanda Borges, e investigadores do grupo MitoXT - Toxicologia Mitocondrial e Terapêutica Experimental, da Universidade de Coimbra, coordenado pelo professor Paulo Oliveira.

Corrupção
A Unidade Nacional contra a Corrupção da Polícia Judiciária realizou na segunda-feira buscas às instalações da ADSE em Lisboa,...

Segundo a revista Sábado, o presidente demissionário do sistema de saúde dos funcionários público (ADSE), Carlos Liberato Baptista, está a ser investigado por suspeitas de corrupção, que resultam de uma denúncia que chegou ao Ministério Público sobre alegados pagamentos encobertos como contrapartida para a assinatura de convenções entre a ADSE e clínicas privadas.

Carlos Liberato Batista demitiu-se em abril, alegando “motivos pessoais”, dias antes de a TVI emitir uma reportagem que levantou suspeitas sobre a sua gestão na Associação de Cuidados de Saúde da antiga Portugal Telecom.

Ministério Público disse, no início de maio, que estava a decidir se iria realizar uma auditoria ao subsistema de saúde dos funcionários públicos, como tinha sido pedido por Carlos Baptista.

“O Ministério Público encontra-se a recolher elementos com vista a decidir se há procedimentos a desencadear no âmbito das respetivas competências”, informou na altura o MP.

Carlos Liberato Baptista tinha pedido à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) uma auditoria ao tempo em que presidiu ao subsistema de saúde dos funcionários públicos.

 

Apifarma
Apenas cerca de um terço dos medicamentos inovadores autorizados a entrar no mercado entre 2015 e 2017 tem atualmente decisão...

Os dados foram hoje apresentados pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) numa conferência que decorre em Lisboa, denominada “Um Compromisso Com as Pessoas”.

Segundo o diretor executivo da Apifarma, Heitor Costa, só 32,2% dos novos medicamentos com autorização de introdução no mercado na União Europeia entre 2015 e 2017 é que estão devidamente avaliados e com decisão sobre financiamento em Portugal.

Há 59 novas moléculas – consideradas como medicamentos de primeira indicação – que ainda aguardam decisão e mais de 31% destas são para tratamentos oncológicos.

Dos novos fármacos de 2015 a 2017 que já têm uma decisão em Portugal, quase 80% foram aprovados.

Contudo, em conjunto com os novos fármacos ainda não avaliados, a taxa de disponibilidade do grupo de medicamentos inovadores disponíveis entre 2015 e 2017 é de cerca de 25%.

O tempo de aprovação de novos medicamentos mantém-se elevado e sem grandes variações, como reconheceu Heitor Costa, estando nos 15,7 meses para os medicamentos inovadores aprovados entre 2015 e 2017. Em mais de 70% dos casos, a aprovação demora mais do que um ano.

2ª edição da iniciativa espera mais de 15 mil participantes
A receita é já conhecida: melhor alimentação, exercício e mais prevenção são os ingredientes para uma vida mais saudável....

“Esta é a primeira aposta pública da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) em relação ao tema da prevenção da doença e promoção da saúde, num contacto direto com a população”, refere João Araújo Correia, presidente da SPMI. “É uma festa, uma grande festa, em que o internista sai para rua e vai junto da população, disponibilizando-se para responder a todas as questões e realizando vários rastreios”, acrescenta.

Ao longo dos dois dias do evento são esperadas mais de 15.000 participantes, sobretudo famílias, que vão poder realizar rastreios à função respiratória, tensão arterial, Índice de Massa Corporal, visão, entre vários outros. Vão poder fazer ginástica e degustar um pequeno-almoço, almoço ou lanche saudáveis, com os ensinamentos do chef Fábio Bernardino, que sabe juntar o sabor à saúde! Pode também assistir-se a conversas sobre temas de interesse, dando voz a especialistas de várias áreas, que vão falar sobre a forma como a cidade pode promover a saúde, a importância de adotar estilos de vida saudáveis e evitar os comportamentos de risco.

“Serão conversas despreocupadas, com uma linguagem de fácil entendimento por todos, sobre temas como ‘A cidade na saúde do indivíduo’, ‘Desporto, sexo e outras ousadias sem prazo de validade’ ou ainda ‘Perplexidades do nosso tempo: morremos por comer demais e temos doenças por excesso de limpeza’”, refere o especialista.

Porque é grande a oferta e para que os visitantes não se ‘percam’, será oferecido o Passaporte da Saúde, um documento onde todos vão poder recolher carimbos nas bancas por onde vão passando, chegando ao fim com um verdadeiro “atestado de saúde”.

Inserida na iniciativa CIDADE+, um evento anual, gratuito, que celebra a sustentabilidade e o ambiente, a Festa da Saúde é um evento igualmente gratuito e pretende ser um meio de informação e de motivação à adoção de hábitos de vida saudável. Até porque a prevenção continua a ser o melhor remédio. “Sempre foi uma aposta muito mais rentável e é muito mais simpático evitar a doença do que tê-la”, explica o presidente da SPMI. “Estamos a viver mais tempo e ainda bem que assim é, mas temos que conseguir vencer a batalha de viver mais e com melhor saúde. Porque se é um facto que vivemos os mesmos anos que os cidadãos de outros países europeus, é também verdade que vivemos muitos menos anos com saúde. E, aqui, o internista tem um papel importantíssimo porque, graças à visão holística que tem do doente, está muito bem colocado para dar conselhos sobre uma vida mais saudável."

 

Governo
A associação da indústria farmacêutica apelou hoje ao Governo para firmar este ano um novo acordo relativo à despesa pública...

O presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), João Almeida Lopes, reconheceu o esforço que o Ministério da Saúde tem feito na aprovação de novos medicamentos em Portugal, mas entendeu que é preciso "fazer mais" e recusou “raciocínios frios e impessoais que resultam em cortes” na saúde e barram o acesso a cuidados.

“Em Portugal temos até agora conseguido encontrar os diferentes equilíbrios necessários, mesmo durante o período de assistência financeira [‘troika’]”, disse João Almeida Lopes na abertura da conferência “Um Compromisso Com as Pessoas”, que decorre hoje em Lisboa.

O representante da indústria farmacêutica lembrou a importância do acordo assinado com o Estado português para o triénio 2016-2018, sublinhando que “é fundamental que o acordo seja confirmado em 2018”.

Nesse acordo, a indústria farmacêutica compromete-se a colaborar para atingir os objetivos orçamentais para a despesa pública com medicamentos em meio hospitalar e em ambulatório, tendo como objetivo “garantir a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

O acordo fixa para cada ano um referencial de despesa pública com medicamentos.

O presidente da Apifarma rejeita “visões puramente economicistas” que agravem a qualidade dos tratamentos dos doentes portugueses e reconhece que é necessário “evoluir para uma metodologia que permita otimizar os resultados em saúde”, colocando o doente no centro do sistema.

Na conferência de hoje está a participar o presidente da Federação Europeia da Indústria Farmacêutica, Stefan Oschmann, e é também esperada a presença do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

 

Opinião
Stephen Covey, um dos gurus da Liderança mais conceituados a nível internacional, que escreveu entre

Baseado no trabalho do psicólogo Howard Gardner que defendeu que o indivíduo tem várias inteligências e não apenas a inteligência racional, mais conhecida pelo QI, Covey desenvolveu todo um trabalho fomentando que as 4 inteligências estão ao serviço do ser humano, quer no aspecto pessoal quer no profissional.

Essas inteligências são: a Inteligência Física, a Inteligência Emocional, a Inteligência Racional e a Inteligência Espiritual.

Todas elas assentam na relevância do autoconhecimento e na autoconsciência e todas podem funcionar como alertas do que podemos alterar nas nossas vidas para melhorarmos os nossos níveis de satisfação e propósito.

A Inteligência Física é uma das menos faladas, mas talvez a que mais facilmente poderemos aprender a escutar. Tem a ver com tudo o que está relacionado com o nosso corpo, os sinais que emite não só para nos prevenir, como também para cuidar dele a nível da alimentação, do descanso, da nutrição e da respiração. Todos nós sabemos reconhecer quando estamos cansados, com sono e com fome ou sede. Mas será que todos sabemos identificar todos os sinais de stress que o nosso corpo nos envia? Ou reconhecer quando o nosso corpo nos pede mais movimento, alongamentos ou mais oxigénio?

A Inteligência Emocional foi muito promovida por Daniel Goleman e assenta na importância da autoconsciência, autogestão, consciência social e da gestão de relacionamentos. É nesta área que nos apercebemo-nos de como as nossas emoções se expressam fisicamente em nós e como podemos gerir toda essa energia emocional, desenvolvendo o que chamamos de autorregulação. Aprender a identificar as emoções e os seus sinais para que possamos regulá-los melhor e dar uma resposta adequada à situação em causa, é o primeiro passo para se melhorar a Inteligência Emocional.

A Inteligência Racional, ou o QI, é a mais conhecida e é a base do funcionamento da sociedade e da educação contemporânea tal como a conhecemos. Está relacionada com o raciocínio lógico e estruturado, o poder de análise, a resolução de problemas e toda a parte cognitiva do nosso eu.

A Inteligência Espiritual, que não tem a ver necessariamente com religião, é segundo Covey a alavanca de todas as outras inteligências. É a que está na base do nosso propósito e contributo para um mundo melhor ao nosso redor, é a nossa conexão mais profunda connosco e com o outro e é a base da harmonia interior e exterior que espelhamos. Está ligado ao tempo que nos damos a nós mesmos e aos valores e crenças que temos.

O mais curioso é que todos temos e podemos desenvolver (ainda mais) estas 4 inteligências e, por conseguinte, podemos usar este recurso gratuito para acender a este potencial que habita em nós em prol do nosso bem: físico, mental, emocional e espiritual.

Vale a pena investir tempo para melhorar as nossas 4 inteligências. Mais cedo ou mais tarde faremos bom uso delas, e poderemos utilizar a informação que elas nos transmitem para melhorarmos as nossas vidas e os nossos relacionamentos. Nem que seja connosco próprios, que é seguramente um óptimo primeiro passo!

Invista em si, em conhecer-se melhor, em aprender a captar a informação que transborda do seu corpo e das suas emoções e a escolher-se a si, para que consiga sorrir genuinamente com mais frequência.

Aquele abraço,

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Um grupo de cientistas dinamarqueses deu um novo passo na prevenção da infertilidade: construiu um óvulo artificial. No futuro,...

Uma equipa de cientistas do Rigshospitalet, em Copenhaga, fabricou um ovário artificial com tecido desse órgão recolhido antes de tratamentos com quimioterapia ou radioterapia.

Estes tratamentos de cancro podem danificar os ovários, tornando as mulheres inférteis, escreve o Sapo. Atualmente, as mulheres podem congelar os seus óvulos e, assim que estiverem curadas, tentar uma fertilização in vitro para poderem engravidar ou recorrerem a barrigas de aluguer no caso dos países onde a lei permite.

As mulheres podem ainda transferir tecido dos ovários: uma parte do tecido é retirado antes de a mulher proceder a algum tratamento de cancro, para depois ser congelado e reimplantado. Esta segunda opção acarreta riscos, uma vez que o tecido removido e reimplantado pode conter células potencialmente malignas, aumentando o risco de recidiva de cancro.

10 anos
Para Susanne Pors, co-autora deste novo estudo, os ovários artificiais são uma solução segura. Para os produzirem, os cientistas pegaram em ovários de mulheres prestes a começar tratamentos de cancro e removeram todas as células do tecido. Deste processo resultou uma "estrutura", feita maioritariamente de colagénio, que poderá ser usada em seres humanos dentro de cinco a 10 anos.

Para já, o estudo decorreu com recurso a ratinhos de laboratório. Os investigadores implantaram nessa estrutura folículos que armazenam óvulos. "Esta é a primeira prova de que conseguimos desenvolver estas células. É um passo importante no desenvolvimento da técnica", comentou Susanne Pors ao jornal The Guardian.

Os resultados foram apresentados esta semana em Barcelona, no encontro anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia.

Estudo
Especialistas em medicina geral e familiar destacam os benefícios da continuidade dos cuidados médicos, mas realçam que a...

Quem é acompanhado sempre pelo mesmo médico tem tendência a aderir melhor aos tratamentos, a seguir com mais atenção os conselhos do profissional de saúde e a visitar menos vezes as urgências hospitalares. Até aqui, nada de novo. Agora, um grupo de investigadores ingleses diz que a continuidade dos cuidados de saúde também pode reduzir o risco de morte. É pelo menos esta a convicção dos autores de uma análise que se baseou em 18 estudos feitos em nove países desde 2010.

Dos 726 artigos identificados nas pesquisas, escreve o Diário de Notícias, os investigadores selecionaram 22 que se encaixavam nos critérios, dos quais 18 mostravam uma ligação entre a continuidade de cuidados médicos e uma redução da taxa de mortalidade. Um fenómeno que tanto se aplica aos médicos de clínica geral como aos especialistas, cirurgiões e psiquiatras.

No estudo publicado na revista médica britânica BMJ, os autores de St Leonard"s Practice, na Universidade de Exeter (Reino Unido), destacam que esta revisão demonstra que, apesar dos numerosos avanços técnicos das últimas décadas, a continuidade dos cuidados é uma característica importante da prática médica e potencialmente "uma questão de vida ou morte". Ressalvam, no entanto, que estes são estudos observacionais e que é difícil provar que o acompanhamento feito pelo mesmo médico pode, efetivamente, reduzir a mortalidade.

Em causa poderá estar o facto de os pacientes se sentirem mais à vontade para falar com os médicos sobre o que sentem, o que permite que os profissionais acumulem mais conhecimento sobre os mesmos e os tratem melhor.

Para Jorge Brandão, vice-presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), os resultados vão ao encontro do conceito de "cuidados em continuidade", uma "norma" entre os clínicos desta especialidade, "que se contrapõe com os cuidados esporádicos". Quando estes existem, prossegue, "há um maior conhecimento do médico em relação ao utente e vice-versa", o que "permite que haja um diagnóstico mais precoce de um conjunto grande de doenças".

Segundo o médico de medicina geral e familiar, é também de realçar "a existência de programas de prevenção de patologias". Com tudo isto, avança, "é possível que haja uma redução da mortalidade e da morbilidade".

Quanto mais tempo um utente é seguido pelo médico, maior é a confiança com o clínico, o que também é um fator muito importante na prevenção e diagnóstico de doenças. "Muitas vezes, o doente vem com uma queixa e por trás existem outros problemas, por vezes até de caráter emocional". Com "a continuidade, o acompanhamento e a relação", criam-se condições "para que se sinta à vontade para falar". "Isso pode ser muito útil", sublinha o médico.

"Agudizam menos"
O acompanhamento pelo mesmo profissional de saúde tem vindo a ser associado a melhores adesões às terapêuticas, a uma maior atenção aos conselhos médicos, a menos urgências hospitalares e a uma maior satisfação relativa aos cuidados de saúde.

Com base no que já é conhecido, Margarida Dias, coordenadora de Medicina Geral e Familiar do Hospital CUF Descobertas, diz que "faz sentido pensar" que "como os utentes agudizam menos, têm menos complicações e morrem mais tardiamente". Admite "que a taxa de mortalidade possa ser menor", mas não será correto "dizer que isso está provado". São estudos observacionais, ressalva, "e só por isso já levantam questões".

Devido à "multiplicidade de problemas" de saúde que existem, "necessariamente, cada pessoa terá muitos médicos, mas sem dispensar um que assuma a função de coordenador de cuidados ao longo do tempo". E costuma ser o médico de família a assumir esse papel. "Só pelos benefícios que a continuidade dos cuidados proporciona às pessoas, devemos dar-lhes a oportunidade de serem preferencialmente seguidas por um clínico".

Associação Portuguesa de Seguradores
Empresas apostam cada vez mais na oferta de seguros de grupo na hora de negociar com os trabalhadores, o que justifica o...

Quase um quarto dos portugueses já tem seguro de saúde. Em março, segundo estatísticas da Associação Portuguesa de Seguradores publicadas há menos de um mês, esta oferta chegava já a quase 2,4 milhões de pessoas, quando no final de 2014 ainda estava abaixo dos dois milhões. A subida é justificada em boa parte pela aposta das empresas nos seguros de grupo, enquanto os individuais pouco subiram nestes quatros anos, mantendo-se entre os 850 e os 900 mil beneficiários, escreve o Diário de Notícias.

O crescimento dos seguros aparece entre as razões elencadas pelos especialistas para a crescente procura dos serviços privados de saúde - por exemplo, Augusto Mateus, no seu estudo do ano passado sobre o setor particular, refere que "a ligação dos operadores privados com os subsistemas de saúde e com as seguradoras de saúde pode ser vista como uma relação win-win" -, mas raramente como o mais decisivo.

"Há de facto incentivos fortes para recorrer ao privado", começa por explicar o economista Ricardo Paes Mamede, "seja através dos seguros de saúde pagos por empresas, que os usam cada vez mais como opção em vez de aumentos nos salários, seja através da ADSE, e o mais forte deles todos, que é o SNS não conseguir responder ao nível dos tempos de espera e da qualidade expectável".

O presidente da Associação de Hospitalização Privada reforça a ideia de que os seguros de saúde são cada vez mais uma mais-valia que as empresas usam na hora de negociar com os trabalhadores, mas não vê aí nada de negativo. "O ideal mesmo era que esses benefícios fossem alargados às Pequenas e Médias Empresas", defende Óscar Gaspar. "Há uma grande importância dos seguros de grupo, as grandes empresas apostam nos seguros de saúde para os seus funcionários, porque já se percebeu que esta é uma das questões mais relevantes para os trabalhadores".

Quase quarenta por cento da população portuguesa, além de ter acesso ao Serviço Nacional de Saúde, está ainda coberta por um subsistema de saúde público (por exemplo, a ADSE ou a Assistência na Doença aos Militares), privado ou um seguro de saúde (individual ou de grupo). Sinais de que o país tem uma saúde para ricos e outra para pobres, ainda para mais olhando para alguns problemas recentes de acesso e com pessoal no SNS?

A resposta parece resumir-se a uma palavra chave: financiamento. Ninguém prevê uma aproximação ao modelo americano, com um peso esmagador dos seguros de saúde na oferta de cuidados, e até os prestadores privados consideram que "o Estado deve garantir a equidade de acesso". "O SNS é um pilar fundamental do sistema de saúde, que deve ser reforçado. Se o SNS não estiver bem, contagia todo o setor", argumenta Óscar Gaspar, que já foi secretário de Estado da Saúde, num governo PS, e tem defendido um aumento do orçamento para a Saúde, que considera estar abaixo das reais necessidades no terreno.

"Não se corre o risco de um modelo próximo do americano", sublinha também Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, que vê nos subsistemas ou seguros de saúde uma espécie de upgrades que as pessoas acrescentam ao pacote básico de serviços que continua a ser dado pelo Estado. E neste campo, Alexandre Lourenço lembra que os subsistemas como a ADSE ou a ADM já representam tanto ou mais do que os seguros privados. Um modelo, como defende num texto publicado hoje pelo DN, que não é sustentável. "A ADSE continua a sustentar o crescimento do setor privado de saúde. Entre 2010 e 2016, o financiamento da rede convencionada da ADSE aumentou de 190,2 para 405,3 milhões de euros - um aumento de 112%", sublinha Alexandre Lourenço, que num artigo de opinião recente já tinha afirmado que o Estado, ao financiar entidades privadas, promove a disputa pelos recursos humanos do SNS.

Críticas em que é acompanhado por Paes Mamede, que destaca a aparente contradição nos incentivos de acesso à saúde privada dados por um subsistema do Estado. "E o que se percebe é que esta é a principal fonte de financiamento de alguns privados".

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Os arquipélagos da Madeira e dos Açores e os 18 distritos do continente apresentam hoje um risco muito elevado de exposição à...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em risco muito elevado estão as ilhas do Faial, Terceira, Flores e São Miguel, nos Açores, as ilhas da Madeira e do Porto Santo e os distritos de Porto, Aveiro, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Leiria, Santarém, Portalegre, Lisboa, Setúbal, Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança, Coimbra, Évora, Beja e Faro, no continente.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje no continente períodos de céu muito nublado, apresentando-se muito nublado no litoral das regiões Norte e Centro até final da manhã, tornando-se gradualmente pouco nublado ou limpo na região Sul a partir do final da manhã e chuva fraca, nas regiões Norte e Centro, em especial no litoral e até final da manhã.

A previsão aponta também para vento em geral fraco do quadrante oeste, soprando temporariamente moderado no litoral sul do Algarve, durante a tarde, e nas terras altas, neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais, pequena descida da temperatura mínima e subida da máxima nas regiões do interior.

As temperaturas mínimas no continente vão oscilar entre os 11 graus Celsius (na Guarda) e os 17 (em Faro) e as máximas entre os 20 (em Viana do Castelo e na Guarda) e os 28 (em Évora e Beja).

Na Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, aguaceiros, em geral fracos, em especial nas vertentes norte e terras altas e vento fraco a moderado do quadrante norte. No Funchal as temperaturas vão variar entre os 19 e os 23 graus.

No grupo Ocidental (Flores e Corvo) prevê-se céu muito nublado com boas abertas e vento norte bonançoso, rodando para noroeste.

Para o grupo Central (Graciosa, S. Jorge, Pico, Faial e Terceira) prevê-se períodos de céu muito nublado com abertas, possibilidade de aguaceiros fracos durante a madrugada e manhã e vento norte moderado tornando-se bonançoso.

A previsão aponta ainda para o grupo Oriental (S. Miguel e Santa Maria) períodos de céu muito nublado com abertas e vento nordeste moderado, tornando-se bonançoso e rodando para norte.

Em Santa Cruz das Flores e na Horta as temperaturas vão oscilar entre os 18 e os 24 graus, e em Angra do Heroísmo e Ponta Delgada entre os 17 e os 23.

Direitos LGBT
O Governo do Reino Unido anunciou hoje que proibirá as terapias de reorientação sexual como parte de um novo plano de ação para...

O executivo da conservadora Theresa May lançou uma iniciativa em defesa dos direitos LGBT com um orçamento de 4,5 milhões de libras (5 milhões de euros).

Mais de 108 mil pessoas LGBT participaram numa pesquisa do Governo para desenvolver o programa, dos quais 2% admitiram ter participado em terapias de conversão sexual e 5% disseram que estas lhe foram oferecidas.

"Consideraremos todas as opções legislativas e não legislativas para proibir a promoção ou a oferta de terapias de conversão", refere-se no plano de ação divulgado pelo Governo.

Dois em cada três entrevistados indicaram que evitam apertar a mão de seu parceiro do mesmo sexo em público por medo de uma reação menos positiva, enquanto 23% disseram que seus colegas responderam negativamente à sua homossexualidade.

Theresa May disse que o Reino Unido "pode sentir-se orgulhoso por ser um líder mundial" em termos de direitos LGBT e sublinhou que o resultado da pesquisa permitiu-lhe ver quais são as áreas em que se pode melhorar a vida desse coletivo.

"Fiquei chocado com o número de respostas em que se expressou que não podem ser abertos com sua orientação sexual", disse.

"Ninguém jamais deve esconder quem é ou quem ama", disse May, antes de enfatizar que o plano do governo envolve "passos concretos" para alcançar uma mudança "real e duradoura" na sociedade.

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