Estudo
A relação entre a obesidade e o cancro da próstata, bem como a prevenção e tratamento desta doença, vão ser objeto de estudo...

"A investigação tem início oficial em julho e será desenvolvida no âmbito do projeto ProMETAB, que procurará clarificar de que forma a alimentação e os estilos de vida, nomeadamente a exposição a desreguladores endócrinos, contribuem para a alteração do metabolismo das células afetadas", aponta esta instituição de ensino superior sediada na Covilhã, distrito de Castelo Branco, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.

Com o nome "ProMETAB - Fatores extrínsecos na modulação do metabolismo da próstata: aplicações na prevenção, diagnóstico e tratamento do cancro", o projeto será realizado no Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (CICS-UBI) e vai centrar-se nas causas da doença e formas de prevenção.

Segundo a informação, na prevenção "serão estudados alguns fatores que podem atuar como agentes protetores, averiguando qual o efeito da dieta mediterrânica, considerada uma das mais saudáveis do mundo, na manutenção do ‘metabolismo saudável’ das células da próstata”.

Desenvolvida na Cova da Beira, esta investigação também terá particular atenção ao eventual impacto que a fruta produzida na região pode ter para contrariar o desenvolvimento da doença.

"Iremos clarificar de que modo alguns componentes da dieta mediterrânica, nomeadamente frutos da região da Cova da Beira e plantas aromáticas usadas como condimentos, poderão ter um impacto decisivo, contrariando os efeitos da obesidade e da disrupção endócrina no desenvolvimento do cancro da próstata", explica a investigadora responsável pelo ProMETAB, Sílvia Socorro, que é citada na nota de imprensa.

De acordo com a investigadora, "o projeto produzirá igualmente informação consubstancial para a sua exploração como alimentos saudáveis e com impacto na definição das estratégias de educação para a saúde, visando a promoção de uma alimentação saudável, contribuindo igualmente para a valorização de recursos naturais endógenos da Cova da Beira na economia regional e nacional".

Outro dos objetivos será identificar um conjunto de moléculas que se espera poderem vir a ser exploradas como novos medicamentos.

"Prevê-se a síntese de novas moléculas com capacidade de inibir o metabolismo das células do cancro da próstata em pontos-chave para a progressão dos tumores, assim como o teste funcional da sua ação terapêutica em modelo animal. Com esta estratégia, reunir-se-á um conjunto de informação pré-clínica que, posteriormente, poderá ser aplicada em redes de investigação translacional", acrescenta Sílvia Socorro.

A UBI frisa ainda que o "ProMETAB" reforça o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no CICS-UBI em torno do cancro da próstata, nomeadamente em investigações anteriores lideradas pela mesma investigadora, e tem em consideração que o cancro é cada vez mais visto como uma doença que pode ser evitada pela adoção de estilos de vida saudáveis e pela minimização da exposição a fatores de risco.

"No caso da próstata, um trabalho publicado em 2016 na Revista Nature estima que corresponda a mais de 90% dos casos", destaca a coordenadora do projeto.

Os trabalhos serão levados a cabo nos laboratórios do CICS-UBI, com um financiamento superior a 235 mil euros pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, pelos investigadores do CICS-UBI e da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS).

Além de Sílvia Socorro, conta com o contributo de Ana Paula Duarte (co-investigadora responsável), Cátia Vaz, Cláudio Maia, José Eduardo Cavaco, Paulo Almeida, Samuel Silvestre e Sara Correia.

O projeto tem ainda a colaboração de Bruno Pereira, médico urologista do Centro Hospitalar Cova da Beira, e que também é docente da FCS, "para assim se aumentar o impacto translacional, ou seja, de aplicação prática dos resultados obtidos", conclui a responsável pelo ProMETAB.

Estudo
Um estudo desenvolvido na Faculdade de Farmácia de Coimbra concluiu que os métodos utilizados nas estações de tratamento de...

Uma investigação realizada por especialistas da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC) concluiu que “os atuais métodos utilizados” nas ETAR “não são eficazes na remoção dos vírus mais resistentes”, afirma a Universidade de Coimbra (UC), numa nota enviada hoje à agência Lusa.

“Análises realizadas em amostras colhidas em 15 ETAR, de norte a sul do país”, no âmbito daquele estudo, revelaram “a presença de quantidades elevadas de material genético de alguns vírus, tais como poliomavírus JC e Norovírus”, sublinha a mesma nota.

O poliomavírus JC é “muito pouco conhecido", mas "muito comum entre a população humana”, refere a UC, adiantando que, no entanto, “este vírus apenas causa doença em indivíduos que tenham o sistema imunitário bastante comprometido, o que pode acontecer devido a diversas patologias”.

Nestes doentes, o vírus JC pode causar Leucoencefalopatia Progressiva Multifocal (PML, na sigla inglesa), “uma doença desmielinizante do sistema nervoso central que pode ser fatal”. Já o grupo dos Norovírus é um dos principais responsáveis por gastroenterites e pode ser transmitido através da ingestão de água ou alimentos contaminados.

Como não existe legislação, nem a nível nacional, nem europeu, que regule a presença de vírus nas águas residuais tratadas, o estudo focou-se em detetar e quantificar a existência dos vírus mais resistentes “com o objetivo de chamar a atenção das entidades competentes e dos decisores políticos para a necessidade de incluir esta avaliação nas ETAR por forma a evitar riscos para a saúde humana”, frisa Ana Miguel Matos, coordenadora do estudo e docente da FFUC.

“Os efluentes das ETAR são lançados nos recursos hídricos para reutilização, podendo ser uma via de transporte destes vírus para população”, salienta ainda a investigadora, citada pela UC.

“Não pretendemos causar alarmismo, mas sim produzir informação que leve à implementação de novas práticas de avaliação da qualidade da água que sai das ETAR para prevenir a dispersão de vírus”, reitera Ana Miguel Matos.

Para avaliar em que medida os atuais métodos de tratamento de águas residuais praticados pelas diferentes ETAR são eficazes na destruição de vírus, as análises foram realizadas em esgotos não tratados (influentes colhidos à entrada das ETAR) e nos respetivos efluentes (à saída das ETAR).

À entrada das ETAR, o vírus JC surgiu em 14 das 15 estudadas, com níveis de concentração de 538 mil vírus por litro. Após o tratamento, o genoma do vírus JC permaneceu detetável em oito ETAR, embora em concentrações inferiores (213 mil vírus por litro), explicita a UC.

No caso dos Norovírus, foi detetada a sua presença (antes de qualquer tratamento) também em 14 ETAR mas em concentrações superiores (um milhão de vírus por litro). À saída, o vírus permanecia em 10 ETAR, em concentrações de 266 mil vírus por litro.

Os investigadores verificaram ainda que a permanência destes vírus à saída das ETAR é independente dos métodos de tratamento aplicados por cada uma delas.

A próxima fase do estudo será verificar se estes dois vírus resistem a um método inovador de tratamento de águas residuais que está a ser desenvolvido por uma equipa de investigadores do Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC.

O método em causa combina a utilização de ozono fotocatalítico e biofiltros com uma amêijoa de água doce conhecida como amêijoa asiática (Corbicula fluminea) para remoção de vírus e bactérias das águas residuais.

Relatório
A deslocalização do Infarmed para o Porto pode melhorar funcionamento do instituto ao nível da produtividade, segundo o...

De acordo com o relatório do grupo de trabalho criado pelo Ministério da Saúde para avaliar o impacto da mudança do Infarmed de Lisboa para o Porto, a que o Jornal de Notícias (JN) teve acesso, a deslocalização “trará maior produtividade e eficiência, nomeadamente com a construção de instalações mais adequadas do que as atuais, no Parque de Saúde, em Lisboa”.

“É um investimento de cerca de 17 milhões de euros, mas que, ao fim de 15 anos, poderá gerar uma poupança de 8,4 milhões”, é referido no documento, que já foi entregue ao Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

O grupo concluiu também, segundo o JN de hoje, que “não se verificam impedimentos absolutos para a deslocalização do Infarmed para o Porto”, mas alerta para a necessidade de se criar uma estratégia que proteja os recursos humanos por forma a garantir a continuidade da missão da agência do medicamento”.

Contudo, a recusa dos trabalhadores na deslocalização para o Porto é um dos principais constrangimentos para a mudança.

De acordo com um inquérito da comissão de trabalhadores do Infarmed, a que agência Lusa teve acesso, 99% dos trabalhadores discorda da deslocalização para o Porto. Apenas sete por cento estariam disponíveis para se mudar.

No documento a que o jornal teve acesso, o grupo admite que a recusa pode comprometer a missão, mas, com medidas de compensação, os riscos “são negligenciáveis”.

“Contemplar em legislação excecional compensações aos funcionários em deslocação ou alterar a natureza jurídica do Infarmed, de instituto público para entidade reguladora independente” são algumas das soluções apontadas.

No relatório é explicado que “caso os trabalhadores não adiram voluntariamente à transferência, poderá “verificar-se a situação típica de mobilidade geográfica/territorial a que se refere o artigo 24.º da lei número 25/2017”, ou seja, podem beneficiar de subsídio de fixação, de deslocamento e de residência, bem como de garantia de transferência escolar dos filhos e de preferência de colocação do cônjuge”.

No que diz respeito à natureza jurídica (passar o Infarmed a Entidade Reguladora Independente), o grupo sublinha que “com este estatuto, aos trabalhadores seria aplicado o regime de contrato individual de trabalho”.

Como tal, teria ao dispor “autonomia regulamentar própria para estabelecer o regime de carreiras e categorias, assim como as inerentes posições remuneratórias e ouras justificadas com compensações”, é indicado.

O grupo destaca contudo que qualquer uma das soluções terá de ser acompanhada, em paralelo, por um processo de formação de novos recursos humanos “como garante da continuidade do Infarmed”.

A deslocalização do Infarmed de Lisboa para o Porto foi anunciada em novembro do ano passado pelo ministro da Saúde, tendo sido recebida com surpresa e desagrado pelos trabalhadores do instituto.

O anúncio foi feito depois de se saber que a candidatura do Porto a receber a sede da Agência Europeia do Medicamento não tinha sido vencedora.

Em dezembro de 2017, o ministro da Saúde criou um grupo de trabalho para avaliar esta deslocalização.

 

Dispositivo inovador
Um engenheiro informático de 24 anos do Uganda, Brian Gitta, ganhou o Prémio África com um dispositivo inovador que testa a...

"É um exemplo perfeito de como a engenharia pode desbloquear o desenvolvimento - neste caso, melhorando os cuidados com a saúde", afirmou em comunicado a júri do Prémio África de Inovação em Engenharia, Rebecca Enonchong.

O novo ‘kit’ de teste da malária funciona com um feixe de luz vermelha sobre um dedo para detetar mudanças na forma, cor e concentração das células vermelhas do sangue, afetadas pela malária, sendo os resultados enviados em um minuto para um computador ou telemóvel vinculado ao dispositivo.

Gitta tornou-se no mais jovem vencedor daquele prémio, no valor de 33 mil dólares (28.300 euros), foi selecionado esta semana em Nairóbi, no Quénia, dando um importante passo no combate a esta doença mortífera em África.

"Vamos desenvolver [o kit] para os hospitais em primeiro lugar, para que as pessoas possam se familiarizar primeiro à marca e conquistar a confiança dos pacientes ao longo do tempo", disse Brian Gitta, citado pela agência de notícias Associated Press.

 

Conselho de Administração
O Centro Hospitalar Barreiro Montijo (CHBM) garantiu que os médicos têm “um conjunto de perfis distintos” dos restantes...

O comunicado do conselho de administração do Centro Hospitalar Barreiro Montijo surge após a Ordem dos Médicos ter anunciado que vai averiguar a alegada criação de falsos perfis médicos no CHBM que permite que profissionais não médicos acedam a processos clínicos.

O conselho de administração do CHBM explica que o Centro Hospitalar Barreiro Montijo utiliza como sistema de informação clínica a plataforma SClinico desenvolvida pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), que é acedido através da utilização de “nome de utilizador” mais “palavra passe”, específicos para cada utilizador.

Segundo o CHBM, a palavra passe é definida pelo próprio utilizador de acordo com as regras de funcionamento do sistema.

“O acesso à informação do SClinico é diferenciado por perfis de utilizador, sendo definido um perfil para os médicos e atribuído apenas aos profissionais médicos e um conjunto de perfis distintos para outros profissionais de saúde (p.e. Enfermeiros, Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica, Psicólogos, Assistentes Sociais, Nutricionistas) atribuídos de acordo com a área profissional em que se enquadram”; refere comunicado.

O CHBM adianta que “em caso algum é atribuído ‘perfil médico’ a profissionais não-médicos”.

A denúncia partiu do Sindicato dos Médicos da Zona Sul, que pediu à Ordem para instaurar um processo de inquérito à criação de “falsos perfis médicos” para acesso ao sistema informático clínico no Centro Hospitalar do Barreiro, segundo uma carta a que a agência Lusa teve acesso.

Na carta enviada ao bastonário dos Médicos é pedido à Ordem que instaure um processo de inquérito, bem como a “subsequente efetivação da respetiva responsabilidade disciplinar”.

O bastonário Miguel Guimarães confirmou à agência Lusa ter recebido o pedido do Sindicato e prometeu atuar, começando por realizar uma visita ao Centro Hospitalar do Barreiro Montijo para averiguar a situação, visita que está marcada para dia 03 de julho.

No comunicado, o Centro Hospitalar do Barreiro Montijo confirma que foi proposta uma visita ao CHBM por parte do bastonário da Ordem dos Médicos, tendo sido “imediatamente aceite”.

“Confia o conselho de administração que esta oportunidade promoverá o total esclarecimento do presente assunto”, sustenta.

O representante dos médicos lembra que se trata de uma matéria “de enorme importância”, podendo estar em causa a segurança dos dados clínicos e dos dados pessoais dos doentes e também dos médicos.

Na carta enviada à Ordem, à qual a Lusa teve acesso, o Sindicato lembra a “ilicitude do procedimento informático”, considerada grave porque “ofende os princípios e normas legais que protegem a confidencialidade da informação”, põe em causa o segredo médico e viola o direito dos doentes à segurança dos seus dados clínicos.

No comunicado, o conselho de administração do Centro Hospitalar Barreiro Montijo volta a lamentar que o Sindicato dos Médicos da Zona Sul não tenha respondido afirmativamente ao convite que lhe foi endereçado para reunir e esclarecer o presente assunto.

Perfis falsos
A Ordem dos Médicos vai averiguar a alegada criação de falsos perfis médicos no Centro Hospitalar Barreiro Montijo que permite...

A denúncia partiu do Sindicato dos Médicos da Zona Sul, que pediu à Ordem para instaurar um processo de inquérito à criação de “falsos perfis médicos” para acesso ao sistema informático clínico no Centro Hospitalar do Barreiro, segundo uma carta a que a agência Lusa teve acesso.

Na carta enviada ao bastonário dos Médicos é pedido à Ordem que instaure um processo de inquérito, bem como a “subsequente efetivação da respetiva responsabilidade disciplinar”.

O bastonário Miguel Guimarães confirmou à agência Lusa ter recebido o pedido do Sindicato e prometeu atuar, começando por realizar uma visita ao Centro Hospitalar do Barreiro Montijo para averiguar a situação, visita que está marcada para dia 3 de julho.

O representante dos médicos lembra que se trata de uma matéria “de enorme importância”, podendo estar em causa a segurança dos dados clínicos e dos dados pessoais dos doentes e também dos médicos.

Em declarações à agência Lusa, Miguel Guimarães salienta que a Ordem dos Médicos não tem atribuídas competências inspetivas, mas, caso detete matéria de facto, fará uma denúncia ao Ministério Público, à Inspeção-geral das Atividades em Saúde e à Comissão Nacional de Proteção de Dados.

“A denúncia [do Sindicato] parece-nos forte e baseada em dados objetivos”, indicou, adiantando que pretende ouvir o diretor clínico do Centro Hospitalar Barreiro Montijo, bem como os médicos do hospital.

O problema da confidencialidade dos dados clínicos dos doentes tratados no Hospital Barreiro-Montijo tinha sido já levantado em abril. Na altura, a administração do Centro Hospitalar garantiu que cumpria as regras de acesso ao sistema que contém os dados dos doentes e advertia que cabe a cada profissional de saúde não fornecer os seus dados a terceiros.

Segundo o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, no Centro Hospitalar Barreiro Montijo foram criados “falsos perfis médicos” para acesso ao sistema informático clínico, que serão usados por assistentes sociais da instituição que, assim, “passaram a ter acesso ao processo clínico dos doentes e a registar aí as suas observações”.

Na carta enviada à Ordem, à qual a Lusa teve acesso, o Sindicato lembra a “ilicitude do procedimento informático”, considerada grave porque “ofende os princípios e normas legais que protegem a confidencialidade da informação”, põe em causa o segredo médico e viola o direito dos doentes à segurança dos seus dados clínicos.

Além disso, a alegada existência de perfis médicos falsos faz com que os profissionais que assim acedam ao sistema informático assumam um estatuto e profissão que não detêm, acrescenta o Sindicato dos Médicos da Zona Sul.

É necessária “urgente e rigorosa investigação” ao caso, apela a estrutura sindical, para quem parece impossível que a situação ocorra à revelia da administração do Centro Hospitalar e do diretor clínico.

Atendendo às competências deontológicas da Ordem dos Médicos, o Sindicato pede uma intervenção e a instauração de um processo de inquérito.

Bactérias aquáticas
Uma coleção de cianobactérias instalada no Porto, constituída por 386 estirpes e que já serviu de base para novos compostos...

"As cianobactérias, conhecidas anteriormente como microalgas azuis, são bactérias fotossintéticas muito antigas, tendo sido os primeiros organismos a produzir oxigénio na Terra", informou o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR), onde está instalada a coleção LEGE CC, composta por estirpes de meios marinhos, estuarinos e dulciaquícolas, maioritariamente de origem portuguesa (84%).

Estas bactérias aquáticas são, ainda hoje em dia, "responsáveis por cerca de 50% do oxigénio que respiramos, podendo também produzir hidrogénio e fixar azoto atmosférico, contribuindo, assim, para a fertilização natural de solos de áreas inundadas, como arrozais", acrescenta o comunicado.

"Muitas destas cianobactérias têm sido testadas em termos de atividade farmacológica, levando à importante descoberta de novos fármacos com capacidade anticancerígena, antimicrobiana, anti-obesidade e antimalárica", indicou o director do CIIMAR, Vítor Vasconcelos, referido no documento.

De acordo com o professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), "a facilidade de produção de biomassa tem incentivado a sua investigação e utilização como fonte de proteínas em dietas animais ou suplementos alimentares humanos".

Além disso, continuou o coordenador da equipa de Biotecnologia Azul e Ecotoxicologia do CIIMAR, responsável pela coleção, a sua capacidade de resistir a radiação luminosa elevada torna-as "muito interessantes para o desenvolvimento de produtos cosméticos e de protectores solares".

Segundo Vítor Vasconcelos, tal como sucede com os jardins botânicos e zoológicos, uma colecção deste tipo "é um importantíssimo repositório de biodiversidade", com relevância para a compreensão da evolução da vida na Terra e com implicações biotecnológicas, "capazes de gerar produtos e serviços com um impacto económico significativo, de forma sustentável".

A partir desta coleção, registada na World Federation of Culture Collections, já foram isolados novos compostos, como as portoamidas (com funções na inibição do crescimento de microalgas), a hierridina-C (com atividade anti-malárica) e as bartolosidas (compostos antivegetativos para aplicar em tintas para navios ou antibiofilme).

A colecção LEGE CC tem integrado projetos europeus e nacionais, como o INNOVMAR (Novelmar - Novel marine products with biotechnological applications), financiado pelo Norte 2020, o VALORMAR (valorização integral dos recursos marinhos: potencial, inovação tecnológica e novas aplicações) e o ALGAVALOR (produção integrada de microalgas e valorização das suas diversas aplicações).

Preocupação
O bastonário da Ordem dos Médicos defendeu uma maior regulamentação da telemedicina nos hospitais portugueses, na sequência da...

“A medicina à distância é uma questão que já existe, mas é nova. A regulamentação que existe neste momento para a medicina à distância ainda é incompleta”, alertou Miguel Guimarães, em declarações à agência Lusa.

“O exame é feito fora, mas a responsabilidade tem de ser de alguém e não pode morrer solteira”, sublinhou.

Segundo o bastonário, a “medicina feita à distância ou as consultas feitas através do telefone não têm enquadramento legal, de alguma forma violam até o próprio código deontológico da Ordem dos Médicos” e é preciso “repensar muita da regulamentação que existe para a medicina à distância de uma forma geral”.

Neste sentido, anunciou que vai, na segunda-feira, pedir informações ao Ministério da Saúde e aos diretores clínicos dos hospitais, que têm meios de diagnóstico contratados através de empresas.

“É preciso perceber o que é que os contratos que os hospitais estão a fazer com estas empresas prestadoras de serviços salvaguardam relativamente à qualidade e responsabilidade dos serviços externos”.

Miguel Guimarães defendeu que “algumas urgências polivalentes deviam ter radiologistas durante 24 horas, até porque, ao não terem radiologistas, ficam obrigadas a fazer mais vezes ecografias, que é o meio de diagnóstico mais inócuo”.

O bastonário reiterou as suas preocupações sobre a falta de radiologistas, a partir da 01:00, nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde das regiões norte e sul do país.

“Uma coisa é ter exames realizados à distância e outra coisa é o próprio radiologista poder tirar dúvidas e falar com o doente, com o cirurgião ou com o médico de medicina interna”, frisou.

Sobre o caso de telerradiologia no Centro Hospitalar do Oeste (CHO), o bastonário confirmou que, ainda em 2015, foi aberto um inquérito disciplinar contra o profissional em causa na Ordem dos Médicos, desconhecendo eventuais conclusões, na sequência de exposições da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) e da Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

O bastonário defendeu que o caso na unidade de Torres Vedras do CHO deve ser investigado pela IGAS e pelo Ministério Público, face às discrepâncias entre o diagnóstico e o relatório de autópsia da doente.

Num relatório conhecido na quinta-feira, a ERS obrigou o Centro hospitalar do Oeste a adotar regras específicas para os prestadores de serviços, que garantam a qualidade do serviço e a articulação entre os profissionais, na sequência da morte de uma doente examinada por um radiologista em prestação de serviços à distância.

Confrontado pela família e com resultados dispares da Tomografia Axial Computorizada e da autópsia, o CHO tentou ouvir aquele profissional, mas sem sucesso, e, por não dispor de “autoridade disciplinar sobre ele”, veio a suspender a respetiva prestação de serviços, abrindo um novo concurso e, mais tarde, implementando nos cadernos de encargos dos concursos o que foi exigido pela ERS.

 

Ultravioletas
Doze distritos do continente e os arquipélagos da Madeira e dos Açores apresentam hoje um risco muito elevado de exposição à...

Em risco muito elevado de exposição à radiação UV estão os distritos de Bragança, Vila Real, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Santarém, Lisboa, Portalegre, Setúbal, Évora, Beja e Faro, o arquipélago da Madeira e os grupos ocidental (Flores e Corvo) e central (Graciosa, S. Jorge, Faial, Pico e Terceira) dos Açores.

O grupo oriental (Santa Maria e São Miguel) apresenta hoje um risco elevado e os distritos do Porto, Aveiro, Coimbra e Leiria estão com níveis moderados.

Os distritos de Viana do Castelo e Braga apresentam risco baixo, segundo o IPMA.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje nas regiões do Norte e Centro do continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando-se geralmente muito nublado nas regiões do litoral, onde há possibilidade de ocorrência de períodos de chuva fraca ou chuvisco.

Durante a tarde, está previsto um aumento de nebulosidade nas regiões do interior, onde há condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros, podendo ser de granizo e acompanhados de trovoada, em especial no interior Norte.

A previsão aponta ainda para vento fraco, soprando moderado nordeste nas terras altas do interior até ao início da manhã, neblina ou nevoeiro matinal nas regiões do litoral e descida da temperatura máxima, em especial no interior Centro.

Na região Sul prevê-se céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade até final da manhã, em especial no litoral oeste, vento fraco, soprando temporariamente moderado do quadrante oeste na faixa costeira durante a tarde, neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais e descida da temperatura máxima no interior.

As temperaturas mínimas vão oscilar entre 15 graus Celsius (em Viana do Castelo, Leiria, Guarda, Évora e Beja) e os 19 (em Bragança) e as máximas entre os 21 (no Porto e em Viana do Castelo) e os 35 (em Bragança).

Para a Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado e vento fraco. No Funchal, as temperaturas vão variar entre os 19 e os 23 graus.

O IPMA aguarda para o grupo ocidental dos Açores períodos de céu muito nublado, aguaceiros fracos, especialmente na madrugada e manhã e vento norte bonançoso.

Para os grupos central e oriental prevê-se períodos de céu muito nublado com abertas e vento fraco a bonançoso.

Em Santa Cruz das Flores e na Horta as temperaturas vão oscilar entre os 19 e os 25 graus, em Angra do Heroísmo entre os 19 e os 24 e em Ponta Delgada entre os 18 e os 24.

 

IPMA
O distrito de Bragança está hoje sob aviso amarelo devido à persistência de valores elevados de temperatura máxima, segundo o...

De acordo com o IPMA, o distrito de Bragança (com temperaturas entre os 19 e os 25 graus Celsius) vai estar sob aviso amarelo até às 21:00 de hoje.

O aviso amarelo, o terceiro mais grave de quatro níveis (vermelho, laranja, amarelo e verde), vai estar em vigor até às 06:00 de sábado nos distritos do continente e até 08:00 nos Açores.

O IPMA prevê para hoje nas regiões do Norte e Centro do continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando-se geralmente muito nublado nas regiões do litoral, onde há possibilidade de ocorrência de períodos de chuva fraca ou chuvisco.

Durante a tarde, está previsto um aumento de nebulosidade nas regiões do interior, onde há condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros, podendo ser de granizo e acompanhados de trovoada, em especial no interior Norte.

A previsão aponta ainda para vento fraco, soprando moderado nordeste nas terras altas do interior até ao início da manhã, neblina ou nevoeiro matinal nas regiões do litoral e descida da temperatura máxima, em especial no interior Centro.

Na região Sul prevê-se céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade até final da manhã, em especial no litoral oeste, vento fraco, soprando temporariamente moderado do quadrante oeste na faixa costeira durante a tarde, neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais e descida da temperatura máxima no interior.

As temperaturas mínimas vão oscilar entre 15 graus Celsius (em Viana do Castelo, Leiria, Guarda, Évora e Beja) e os 19 (em Bragança) e as máximas entre os 21 (no Porto e em Viana do Castelo) e os 35 (em Bragança).

 

Cuidados especializados
A região do Baixo-Vouga vai ter a primeira Unidade Coordenadora Funcional da Osteoporose no país, para melhorar o acesso e a...

Em comunicado, a ARSC esclarece que acaba de aprovar a constituição da Unidade Coordenadora Funcional (UCF) da Osteoporose do Baixo Vouga.

Esta unidade junta o Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Vouga e o Centro Hospitalar Baixo Vouga, "segundo um modelo organizacional de prestação dos cuidados especializados que permite diagnosticar e tratar antes que ocorram as fraturas".

Citada na mesma nota, a presidente da ARSC, Rosa Reis Marques, sublinha que “a cooperação clínica e institucional entre os cuidados de saúde primários e hospitalares trará, sem dúvida, resultados promissores para a saúde dos nossos doentes, no âmbito da prevenção e do tratamento desta doença silenciosa”.

A UCF da Osteoporose do Baixo Vouga tem como funções promover o acesso universal e equitativo à prestação de cuidados de saúde, fomentar a cooperação entre profissionais e a articulação e complementaridade entre os vários serviços do Serviço Nacional de Saúde (SNS), promover a utilização de novas técnicas e contribuir para a implementação de programas regionais ou nacionais nesta área.

A ARSC sublinha que a osteoporose e as fraturas osteoporóticas que lhe são consequentes constituem “um importante problema de saúde pública” a que importa dar resposta.

“Calcula-se que em Portugal existam cerca de meio milhão de pessoas com osteoporose e estima-se que a incidência anual de fraturas da anca seja entre 154 a 572 por 100 mil mulheres e de 77 a 232 por 100 mil homens, dependendo da idade”, refere a mesma nota.

De acordo com a ARSC, mais de 10 mil doentes são admitidos anualmente no SNS devido a fraturas de fragilidade da anca o que implica internamento.

A ARSC refere ainda que a ocorrência deste tipo de fratura aumenta em 15 a 25% a mortalidade do indivíduo durante o primeiro ano depois da fratura, adiantando que a maioria dos doentes torna-se dependente de terceiros e muitos ficam acamados.

 

Medida
Reduzir o horário de trabalho no serviço de urgência e abrir concursos para recém-especialistas são algumas das soluções...

Uma diminuição das listas de espera através da redução - de 18 para 12 horas - do horário de trabalho no serviço de urgência permitira que nessas “seis horas” os médicos estivessem disponíveis para outras atividades, designadamente consultas, cirurgias, acompanhamento dos doentes internados e formação, defendeu hoje o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

De acordo com informação que o SIM distribuiu esta manhã à população em panfletos, esta redução das horas semanais dedicadas à urgência permitiria "realizar mais de um 1,5 milhões de consultas e mais de 50 mil cirurgias por ano".

Outra das medidas avançadas por Jorge Roque da Cunha para reduzir as listas de espera são a abertura de concursos para recém-especialistas hospitalares e médicos de família.

Lembrando que o país "já saiu da austeridade", o sindicalista sublinhou que é preciso implementar medidas “para defender e salvar o Serviço Nacional de Saúde (SNS)” e apelou ao Governo para que encare “a saúde como um sério problema”.

“Apelamos ao senhor ministro da Saúde e ao senhor primeiro-ministro para que encarem a saúde como um sério problema e para não empurrarem com a barriga todos estes problemas”, afirmou, junto ao Hospital de S. João, no Porto, criticando a “incapacidade inqualificável” do ministro Adalberto Campos Fernandes para implementar medidas que permitam reduzir as listas de espera para consultas e para cirurgias.

Jorge Roque da Cunha admitiu a possibilidade de ser realizada uma nova greve dos médicos, defendendo a necessidade de o sindicato e o Ministério da Saúde “voltarem a negociar rapidamente” e de forma "séria”.

“As nossas reivindicações, neste momento, não são questões salariais”, disse Jorge Roque da Cunha, lamentando que a atitude do ministro da Saúde pareça mostrar que não as considera relevantes.

Com esta atitude, avisou o sindicalista, o ministro “está a empurrar-nos para formas de luta mais gravosas, que afetam os nossos utentes e que não queremos repetir”.

“A incapacidade do ministro da saúde tem sido perfeitamente inqualificável, parece que nada acontece, está noutro planeta, justifica com o ministro das Finanças. Nós achamos que o Governo é só um e, ou o Governo toma medidas para defender e salvar o SNS ou, os problemas vão-se avolumando e, qualquer dia, as pessoas mesmo mais desfavorecidas não têm acesso à saúde”, disse.

Segundo referiu, a “incapacidade que o Governo tem tido em contratar 100 especialistas” faz com que, por exemplo, no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, “uma enfermaria de cirurgia vá ser encerrada” ou que, no Hospital de S. João, “12 camas de obstetrícia também” estejam “em risco de serem encerradas”.

O secretário-geral do SIM falava aos jornalistas no âmbito de uma ação de sensibilização à população, na qual o sindicato colocou à entrada do portão do hospital de S. João um ‘outdoor’ com caricaturas do ministro da Saúde e do primeiro-ministro, onde se lê “Está a ver senhor primeiro-ministro? São dois anos de espera para consulta! Colocação de médicos sem atraso!”.

Amanhã problema estará resolvido
Uma infestação de moscas obrigou hoje ao encerramento do bloco cirúrgico pediátrico do Hospital de São João, no Porto, o que,...

“É um problema que, recorrentemente, vamos tendo e vamos resolvendo pontualmente, como todas as intervenções que são necessárias nas instalações provisórias do internamento de pediatria”, afirmou.

António Oliveira e Silva falava aos jornalistas na inauguração do novo Centro Ambulatório Pediátrico, que acolhe as consultas externas e também os tratamentos pediátricos oncológicos, cuja falta de condições existentes até agora motivaram muitas queixas e denúncias dos pais.

“Para terem uma ideia, durante o ano 2017 foram feitas 1.419 intervenções no internamento de pediatria. Provavelmente, este ano vão ser duas mil”, disse.

Segundo o presidente do Centro Hospitalar de São João, “à medida que se deterioram as instalações a funcionar em contentores - que estavam previstas para durar três anos e vão com quase sete ou oito anos - é evidente que os problemas vão surgindo e nós vamos resolvendo”.

Em relação à infestação de moscas que obrigou a fechar o bloco da pediatria, Oliveira e Silva afirmou que “amanhã [sábado], o problema estará resolvido”.

Há dez anos que o hospital tem um projeto para construir uma ala pediátrica, mas desde então o serviço tem sido prestado em contentores.

O projeto, denominado “Joãozinho”, está orçado em cerca de 22 milhões de euros. O hospital tem cerca de 19 milhões de euros depositados numa conta, mas falta luz verde das Finanças para que os possa utilizar.

O presidente do Hospital de São João, António Oliveira e Silva, admitiu em abril, que as condições do atendimento pediátrico são “indignas” e “miseráveis”, lamentando que a verba para a construção da nova unidade não seja desbloqueada.

“Há um protocolo assinado, temos um projeto pronto para entrar em execução e não temos o dinheiro libertado que torne possível a execução desse projeto”, afirmou António Oliveira e Silva.

Na ocasião, o responsável disse que as obras que não dependem dessa verba têm vindo a ser realizadas, nomeadamente o novo centro ambulatório para a pediatria, hoje inaugurado.

 

Coordenador
A prevalência da diabetes na região Centro encontra-se alinhada com a média nacional, que ronda os 9,8% da população...

"Estima-se que existam muito mais, entre 13,9% da população, mas há muito mais pessoas que serão diabéticas só que não estão diagnosticadas", referiu Hélder Ferreira, que coordena o Programa Regional da Diabetes da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

Segundo o médico, que falava à agência Lusa na Lousã, à margem da sexta e última reunião de um ciclo de sessões para debater a diabetes no Centro, "esta região é, mesmo assim, a nível do país das que tem melhores indicadores de diabetes".

Para Hélder Ferreira, que é também vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, para a obtenção de bons indicadores na doença contribuiu a criação, há cerca de 10/15 anos, das consultas individualizadas de diabetes nas unidades dos cuidados de saúde primários (centros de saúde).

De acordo com o especialista, a prevenção é a melhor arma para estancar o aumento exponencial da diabetes em Portugal, que é uma "doença transversal" e que já atinge mais de um milhão de portugueses.

"Temos de atuar antes de aparecer diabetes ou, quando há situações diagnosticadas, diminuir as complicações. Por vezes, as pessoas desvalorizam a doença porque não dá sintomas, mas as suas complicações agudas ou tardias matam", frisou o especialista.

As complicações agudas "podem matar no momento, como a hipoglicémia, em que a pessoa pode entrar em coma e falecer, mas felizmente são raras as mortes por estas situações atualmente".

"O que é mais preocupante são complicações que aparecem ao fim de alguns anos de se ter a diabetes, como a cegueira, a insuficiência renal, os enfartes, AVC e a doença arterial periférica, que pode levar ao chamado síndrome do pé diabético, com amputações dos membros", explicou Hélder Ferreira.

O coordenador do Programa da Diabetes da ARS do Centro salientou ainda que "os problemas cardiovasculares que surgem associados à diabetes representam 50% das causas de morte nos doentes com diabetes tipo 2 - e podem representar a perda de 12 anos de vida".

"A pessoa com diabetes é, por norma, um paciente com multimorbilidade, o que implica polimedicação, com todos os benefícios e eventuais interações e efeitos secundários dos fármacos" disse o especialista, frisando que "muitos medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos de forma inadequada, levando à toma de forma incorreta e utilização de fármacos sem evidência científica".

Promovida pela Sociedade de Diabetologia e ARSC, a formação de hoje é a última de um ciclo de seis reuniões e dirigiu-se aos profissionais de saúde das unidades de cuidados primários (médicos e enfermeiros) para debater e analisar "a aplicabilidade e a eficiência dos planos de saúde nacionais na área da diabetes, o tratamento em Portugal e o acesso à inovação, em particular no Centro do país".

Saudação
O parlamento aprovou hoje por unanimidade um voto de saudação pela retirada da transsexualidade da classificação internacional...

A Assembleia da República saúda a decisão da OMS, "apelando a que esta atualização seja rapidamente posta em prática em Portugal, com a garantia clara da existência de cuidados de saúde acessíveis e respeitadores dos Direitos Humanos" no país.

O voto apresentado pelo PAN refere-se à decisão anunciada na segunda-feira pela OMS de retirar as "identidades trans da lista de ‘transtornos mentais e comportamentais’ da Classificação Internacional de Doenças (CIS)".

"A última revisão estrutural deste documento ocorreu em 1989, há 28 anos, pelo que a sua atualização constitui um avanço histórico nesta área, lançado as bases para uma nova era de reparação de danos e injustiças a que foram sujeitas as pessoas trans e de género diverso por todo o mundo", lê-se no voto aprovado.

No documento é salientado que, "com esta decisão já há muito desejada pela comunidade internacional de ativistas dos Direitos Humanos e aclamada por organizações europeias como a Transgender Europe e a ILGA-Europe", a OMS contribui "ativamente para a diminuição do estigma e da discriminação em função da identidade e expressão de género, mostrando ainda que estão em alerta para acompanhar mais alterações que possam vir a ser necessárias nesta matéria, nomeadamente em relação a crianças e jovens trans".

 

 

Presidente do Centro Hospitalar
O presidente do Centro Hospitalar de São João, Porto, disse hoje que o problema do centro ambulatório pediátrico, que inclui o...

“Continua a faltar, como é público, as instalações do internamento pediátrico para o qual ainda não temos solução à vista”, afirmou António Oliveira e Silva, frisando, a este propósito, que no que ao centro hospitalar de São João diz respeito, “todas as informações pedidas foram fornecidas”.

O presidente da administração do “São João” salientou que com o novo Centro Ambulatório Pediátrico, que estará a funcionar em pleno da próxima quinta-feira, a área de tratamento do hospital de dia de oncologia pediátrica é “basicamente o dobro do que era até agora, com áreas lúdicas e mais confortáveis, para as crianças e pais”.

“Em relação ao tratamento das crianças com problemas oncológicos penso que este espaço nos permite resolver o problema de imediato. Subsiste, no entanto, o problema do internamento, embora tenhamos feito alterações de maneira a tentar sustentar as instalações provisórias durante o espaço de tempo previsto para a construção da nova ala”, acrescentou.

Segundo Oliveira e Silva, “prevê-se que a partir do momento em que o projeto seja aprovado e os trâmites processuais do concurso sejam concluídos, a obra da nova ala pediátrica seja concluída em dois anos”.

Vários pais têm denunciado que a prestação de cuidados a crianças com cancro no “São João” era feita num corredor, sublinhando também o mau estado de conservação dos quartos de internamento, nomeadamente a existência de buracos na parede, que deixam entrar frio.

Há dez anos que o hospital tem um projeto para construir uma ala pediátrica, mas desde então o serviço tem sido prestado em contentores.

O projeto, denominado “Joãozinho”, está orçado em cerca de 22 milhões de euros. O hospital tem cerca de 19 milhões de euros depositados numa conta, mas falta luz verde das Finanças para que os possa utilizar.

O presidente do Hospital de São João, António Oliveira e Silva, admitiu em abril, que as condições do atendimento pediátrico são “indignas” e “miseráveis”, lamentando que a verba para a construção da nova unidade não seja desbloqueada.

“Há um protocolo assinado, temos um projeto pronto para entrar em execução e não temos o dinheiro libertado que torne possível a execução desse projeto”, afirmou António Oliveira e Silva.

Na ocasião, o responsável disse que as obras que não dependem dessa verba têm vindo a ser realizadas, nomeadamente o novo centro ambulatório para a pediatria, hoje inaugurado.

O novo Centro Ambulatório Pediátrico foi construído em oito meses e custou 800 mil euros. Ocupa uma área de mil metros quadrados e 39 espaços para assistência médica de enfermagem, exames e tratamentos. O número de salas para tratamento de quimioterapia passou de cinco para sete.

 

23 de junho: Dia Internacional da Síndrome de Dravet
A propósito do Dia Internacional da Síndrome de Dravet que se assinala amanhã, dia 23 de junho, a DRAVET PORTUGAL faz um novo...

Sara Prates, presidente da Dravet Portugal alerta: “a Síndrome de Dravet é frequentemente confundida com convulsões febris ou com outras epilepsias e, por consequência, são administradas terapêuticas desadequadas e que podem agravar significativamente a doença. A Síndrome de Dravet não pode ser confundida com outras formas de epilepsia. Neste sentido, é importante divulgar esta síndrome para que a informação chegue a mais pessoas e para que também a comunidade médica esteja mais alerta para as especificidades da doença.”

Acrescenta  ainda: “a emissão do Cartão da Pessoa com Doença Rara a todos os doentes diagnosticados com Síndrome de Dravet será, sem dúvida, uma grande ajuda na identificação imediata destes pacientes aquando da chegada a uma urgência. Desta forma, nas situações de urgência e/ou emergência, os profissionais de saúde têm acesso à informação relevante da pessoa com doença rara e à especificidade da situação clínica, permitindo o melhor atendimento e evitando atraso e procedimentos com erro e dano.”

O Cartão da Pessoa com Doença Rara deverá ainda permitir melhorar a continuidade de cuidados, assegurando que a informação clínica da pessoa com Síndrome de Dravet está disponível, num formato acessível, e que a acompanha nos diferentes níveis de cuidados de saúde. Deverá também facilitar o encaminhamento apropriado e rápido para o centro de tratamento que assegure efetivamente, os cuidados de saúde adequados.

Para assinalar o Dia Internacional da Síndrome de Dravet, a Dravet Portugal em conjunto com as famílias participam no workshop “Madalenas de Fruta” no Pavilhão do Conhecimento, uma atividade que permitirá um momento de convívio entre todos e também de aprendizagem.

 

 

Plano de Contingência para o verão
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou-se hoje convicta de que as zonas de maior pressão populacional no verão estão...

“As administrações regionais de saúde, sobretudo aquelas que sabem que vão ter maior pressão, têm planos de contingência preparados para expandir a oferta em função da procura”, afirmou hoje Graça Freitas, considerando que o sistema de saúde está preparado para responder às “solicitações próprias do verão”.

Admitindo que, “se num determinado dia se juntarem muitas condições adversas” os sistemas de saúde das regiões envolvidas poderão ter “tempos de espera mais prolongados”, a diretora-geral da Saúde assegurou que as administrações regionais de saúde, os centros de saúde e os hospitais “tem um plano de expansão de recursos e de adequação ao verão”.

Na Nazaré, onde hoje fez a apresentação do plano “Saúde Sazonal Verão Seguro”, Graça Freitas sublinhou a importância da “monitorização, prevenção e comunicação” como os três eixos fundamentais do plano que entrou em vigor a 1 de maio e que se prolongará até ao final de setembro.

O plano que visa a aplicação de medidas, sobretudo preventivas e de minimização dos riscos associados à sazonalidade assenta em parcerias com entidades como o IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), entidades ligadas à proteção civil e autarquias.

O plano assenta em “medidas concretas desenvolvidas localmente”, como a climatização de locais de saúde, segurança nas praias e outras, mas sobretudo, “na sensibilização da população e daqueles que nos visitam para evitar comportamentos de risco e adotar um estilo de vida saudável, explicou Graça Freitas.

A apresentação do plano foi presidida pelo secretário de Estado e adjunto da Saúde, Fernando Araújo, que à margem da cerimónia disse à Lusa estar “confiante” de que “com o trabalho que foi feito com todos os centros de saúde haverá, seguramente, uma resposta adequada para as pessoas que venham usufruir do sol e deste clima”.

Sem precisar o reforço de meios que irá ser acionado este verão, o governante admitiu ajustes “quer em termos de horários dos cuidados de saúde primários, quer em termos de profissionais” e disse que o Governo irá “tentar ajustar os meios para que os potenciais casos que possam existir tenham realmente uma resposta adequada”.

A DGS promove, desde 2004, Planos de Contingência com o objetivo de minimizar os potenciais efeitos do calor intenso na saúde da população.

Desde 2017, adotou-se modelo baseado nos efeitos de fatores ambientais na saúde (indicadores da procura dos serviços, de morbilidade e de mortalidade), atualmente disponíveis em tempo real.

O Plano de Contingência Saúde Sazonal (módulos de inverno e de verão) reforça a necessidade de todos os serviços e estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) implementarem planos de contingência de nível local e regional, valorizando-se a intervenção, comunicação e monitorização contínuas, ao longo do ano, adaptando-as à sazonalidade e às suas especificidades.

O Plano de Contingência Módulo Verão detém orientações estratégicas para comunicar o risco e a gestão desse risco à população e aos parceiros do setor da saúde, bem como, capacitar os cidadãos para a sua proteção individual e a prontidão dos serviços de saúde para a resposta ao aumento da procura ou a uma procura diferente da esperada.

Entidade Reguladora da Saúde está a investigar o caso
Um jovem de 15 anos perdeu um testículo cinco dias depois de ter sido atendido no serviço de Urgência do Hospital São Bernardo ...

Os pais apresentaram queixa à Entidade Reguladora da Saúde (ERS) que está agora a investigar o caso.

A primeira ida do jovem ao serviço de urgência do Hospital São Bernardo, em Setúbal, ocorreu a 17 de novembro de 2016.

Segundo o Correio da Manhã, que cita fonte familiar liga ao caso, o jovem foi observado e suspeitou-se de imediato de uma torção do testículo direito, perturbação que obrigaria a uma cirurgia imediata.

O jovem foi sujeito a uma ecografia de urgência que terá descartado essa hipótese.

Enviado para casa

O jovem foi então enviado para casa com uma prescrição médica que previa a toma de antibiótico, anti-inflamatório e a recomendação de colocar gelo na zona com dor.

Cinco dias depois, o jovem voltou ao mesmo hospital e após nova ecografia foi enviado de urgência para o Hospital de Dona Estefânia, em Lisboa, onde acabou por perder o testículo.

Segundo fonte da Entidade Reguladora da Saúde, o jovem foi bem avaliado, embora por vezes os sintomas possam gerar diagnósticos equívocos, escreve o referido jornal.

Necrose testicular

O testículo do jovem entrou em necrose testicular devido à perda da irrigação sanguínea. Tal pode instalar-se seis horas após a torção do cordão espermático, com compromisso da produção de espermatozoides.

Após 12 horas, há risco também de compromisso da função endócrina do testículo (produção de testosterona). A possibilidade de necrose aumenta de forma significativa com o tempo, explica Ângela Pereira, do Serviço de Pediatria e Cirurgia Pediátrica do Hospital de Braga.

A torção testicular é uma emergência cirúrgica e necessita de avaliação imediata. Pode destruir o testículo se não for tratada a tempo e, por isso, se o seu filho tem dor testicular, deve levá-lo imediatamente ao Serviço de Urgência mais próximo, refere a especialista.

Quais são os sintomas?

No recém-nascido, nem sempre é fácil diagnosticar, pois os sinais e sintomas podem ser frustes. Deve suspeitar-se se o escroto ficar vermelho e aumentar de volume. Nos mais velhos, para além destes sinais, há também queixas de dor testicular intensa e súbita, dor abdominal e podem ocorrer náuseas e vómitos.

Reconhecimento
A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) viu a sua candidatura aceite como membro consultivo da Organização das...

Consideradas como uma epidemia, as doenças crónicas não transmissíveis – doenças cardiovasculares, cancro, diabetes e doenças pulmonares - constituem um problema de saúde pública, comprometendo o desenvolvimento económico e social em todo o mundo. Neste sentido, e para responder aos principais desafios do milénio no domínio da saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu um plano de ação global para a prevenção e controlo das doenças não transmissíveis para o período de 2013-2020, que compromete os Chefes de Estado e de Governo no desenvolvimento de programas nacionais ambiciosos.

No seguimento da definição das metas, a Assembleia Geral da ONU, voltará a reunir-se, pela terceira vez para falar sobre este tema, a 27 de setembro, de modo a acompanhar os progressos globais e nacionais, bem como definir os caminhos ainda a percorrer.

No próximo dia 5 de julho decorrerá, em Nova Iorque, uma reunião preparatória ao encontro de setembro, na qual estará presente o diretor clínico da APDP, João Filipe Raposo que defende “a importância dos países partilharem conhecimento e experiências nacionais sobre o que resulta e o que não resulta na luta contra as doenças não transmissíveis, das quais a diabetes é uma das mais complexas”. João Filipe Raposo alerta ainda para o aumento do número de pessoas no mundo a sofrer e morrer de doenças não transmissíveis. “O preço da inação é inaceitável pois o impacto negativo deste tipo de doenças é imenso, prejudicando anos de vida saudável, famílias, comunidades e a própria economia global”, sublinha.

O plano de ação global prevê o cumprimento de nove metas até o ano de 2020 tais como – reduzir em 25% a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis através da prevenção e do tratamento, reforçar a prevenção e o tratamento do consumo nocivo de álcool, reduzir em 10% o sedentarismo, promovendo a prática de atividade física e a diminuição em 30% o consumo de sal. Promover a redução em 30% do consumo de tabaco na população com mais de 15 anos, baixar em 25% a prevalência de pressão arterial elevada, travar o aumento dos casos de diabetes e obesidade, assegurar em 50% o acesso universal a medicamentos e o acompanhamento médico para prevenir acidentes cardiovasculares e  garantir em 80% as tecnologias básicas e os medicamentos essenciais a preços acessíveis, necessários para tratar as principais doenças não transmissíveis nos sistemas de saúde públicos e privados. 

A APDP é uma instituição de prestação de cuidados de saúde globais e de proteção às pessoas com diabetes, numa zona de influência correspondente ao território nacional e com ligações no campo assistencial, de investigação e formativo a várias instituições e organizações internacionais. Acompanha por ano mais de 18 mil pessoas com diabetes.

A Associação é desde 2009, o único Centro de Educação a nível nacional reconhecido pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) e, desde 2011 é também reconhecida como clínica de referência no tratamento de crianças e jovens (Centre of Reference for Pediatric Diabetes) a nível europeu.

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