Opinião | Dr. Fernando Macário, Nefrologista
Várias décadas de evolução na hemodiálise proporcionaram uma mudança radical no acesso ao tratamento

Portugal destaca-se no tratamento dos doentes renais crónicos, com acesso universal à diálise, elevada qualidade clínica e boas taxas de transplantação renal. Mas será que o copo está meio cheio ou meio vazio? Apesar de toda esta evolução, para a maioria dos doentes, ainda significa duas agulhas ou um cateter, quatro horas de tratamento três vezes por semana, muita medicação, longa espera por um transplante e regimes de tratamento pouco flexíveis. Terá que ser assim?

A hemodiálise noturna pode melhorar a qualidade de vida dos doentes, proporcionando mais liberdade e flexibilidade durante o dia. Como o tratamento é realizado à noite, os doentes têm o dia livre para se dedicarem a atividades profissionais, sociais, familiares e de lazer, o que contribui para uma melhor integração social e maior sensação de normalidade. A qualidade do sono também tende a melhorar com a diálise noturna, uma vez que a remoção gradual de toxinas durante a noite resulta em menos fadiga e mais energia durante o dia.

Uma das maiores vantagens da hemodiálise noturna é a possibilidade de retorno à vida profissional. A realização do tratamento durante a noite permite que os doentes mantenham uma rotina de trabalho normal durante o dia, reduzindo a necessidade de ausências frequentes para sessões de diálise diurnas.

A melhoria na capacidade física e na função cognitiva, observada na hemodiálise longa noturna, também contribui para um melhor desempenho no ambiente de trabalho. Doentes relatam uma maior capacidade de concentração e produtividade, o que é essencial para manter a eficiência no trabalho.

Apesar dos muitos benefícios, a hemodiálise noturna também apresenta desafios. A necessidade de espaço adequado e confortável para o tratamento, a supervisão constante e o treino adequado para lidar com possíveis complicações são fatores que devem ser considerados. Os custos adicionais têm de ser equacionados. Estratégias de digitalização e de monitorização contínua remota podem ajudar a diminuir custos e proporcionar maior conforto ao doente, diminuindo as interações físicas durante as sessões de diálise.

Em resumo, a hemodiálise noturna oferece um potencial significativo para melhorar a reabilitação social e a possibilidade de retorno à vida profissional para doentes com DRC. A combinação de maior flexibilidade de horário, melhor qualidade de vida e desempenho físico e mental pode ajudar os doentes a retomarem suas atividades diárias e profissionais de maneira mais eficaz e satisfatória.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Revela estudo da FCTUC
Um estudo liderado pelo Departamento de Engenharia Informática (DEI) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de...

Esta investigação, desenvolvida no âmbito do projeto “RECoD-Towards Realistic Epileptic Seizure Prediction: dealing with long-term concept drifts and data-labeling uncertainty”, está publicada na revista “Scientific Reports”.

O TL é uma técnica de ML em que um modelo pré-treinado numa tarefa é ajustado para uma nova tarefa relacionada. Treinar um novo modelo de ML é um processo demorado e intenso que requer uma grande quantidade de dados, elevado custo computacional e várias iterações antes de estar pronto para produção. Em vez disso, usa-se o TL para treinar novamente os modelos existentes em tarefas relacionadas e com novos dados.

«Este artigo apresenta uma abordagem de TL para desenvolver modelos personalizados de previsão de crises epiléticas (desenvolvidos para cada paciente) com base em Deep Neural Networks (DNNs). Este modelo foi desenvolvido com base em 40 pacientes da base de dados EPILEPSIAE. Consequentemente, o modelo foi usado para otimizar preditores para novos doentes», começa por explicar César Teixeira, docente do DEI e investigador do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra (CISUC).

Os resultados, prossegue o autor do artigo e líder do projeto, «mostraram que o desenvolvimento por TL permite obter cerca de quatro vezes menos falsos alarmes, mantendo a mesma capacidade de prever crises do que quando os modelos são treinados do zero. Assim, foi possível concluir que as limitações induzidas pelo baixo número de crises podem ser superadas através da utilização destas técnicas», acredita.

De acordo com o docente da FCTUC, o projeto RECoD, para além do modelo de TL desenvolvido, contribuiu também para o desenvolvimento de abordagens não-supervisionadas para a deteção do estado pré-crise e para a interpretação e explicação de preditores de crises epiléticas.

O consórcio deste projeto envolveu a FCTUC, a Universitätsklinikum Freiburg (UKFR) e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

O artigo científico “Addressing data limitations in seizure prediction through transfer learning” está disponível para consulta aqui.

Ação destinada a alunos do pré-escolar e primeiro ciclo
A Sanofi e a Direção-Geral da Educação (DGE) assinam protocolo de colaboração com o objetivo de promover sessões de literacia...

O propósito é criar iniciativas que desenvolvam competências de saúde e bem-estar entre alunos, no âmbito do Projeto Literacia em Saúde da Sanofi direcionado para a Dermatite Atópica e Doenças Raras, visando criar um ambiente escolar mais saudável, inclusivo e informado acerca da dermatite atópica, onde os alunos possam aprender sobre saúde. Esta é uma doença que requer cuidado diário e que afeta o quotidiano das crianças.

Com o apoio da ADERMAP – Associação Dermatite Atópica Portugal - a Sanofi lançou uma coleção de livros da Diana que contam a história de uma criança que vive com Dermatite Atópica. Procura-se procura mostrar pelo que passam algumas crianças que sofrem com Dermatite Atópica e que fazem parte destes projetos. O protocolo inclui também sensibilização para as doenças raras através de livros infantis que contam a história de crianças afetadas pelas doenças de Pompe, Gaucher, Fabry e MPS e que, apesar de raras, devem ser conhecidas e consideradas. A Sanofi associa-se à Direção-Geral da Educação para sensibilizar as crianças para a importância de cuidar da sua saúde e para em conjunto com os professores serem promotores e agentes de saúde pública. Para a Sanofi, é fundamental ter o apoio de uma entidade como a DGE para fomentar o conhecimento sobre as doenças inflamatórias tipo 2 e sobre as doenças raras junto das comunidades escolares, contribuindo assim para a literacia em saúde dos mais jovens, dada a sua incidência nas crianças.”, refere Francisco Rocha Gonçalves, Head of Market Access, Public Affairs and Trade da Sanofi Portugal. “Estamos muito entusiasmados com esta parceria e acreditamos que terá um impacto muito positivo e reforçará o compromisso da Sanofi na promoção da saúde no nosso país,” conclui.

Para a DGE, o mote desta iniciativa tem a mesma base. “Só desenvolvendo, princípios, competências, valores será possível sensibilizar os mais jovens para este tipo de doenças, ainda muito pouco faladas. A colaboração de especialistas das áreas, que promovam ações formativas e lúdicas, como é o caso dos Livros de Educação para a Saúde, sobre a Dermatite Atópica e Doenças Raras, que se inserem no Programa de Literacia em Saúde da Sanofi Portugal pode fazer toda a diferença”.

A Sanofi acredita que investir na promoção da literacia em saúde nas escolas deve ser um processo contínuo, com o objetivo de desenvolver competências em crianças e jovens, permitindo-lhes enfrentar-se positivamente e fazer escolhas individuais conscientes e responsáveis.

Esta colaboração é o início de um caminho importante para a promoção contínua da reflexão e a prática da cidadania entre os jovens, sendo a escola um dos principais meios de transmissão de conhecimento e comportamentos cívicos.

 
Na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC)
Um dispositivo inovador que se apresenta como resposta tecnológica para pessoas com necessidade de administração regular de...

O projeto classificado em primeiro lugar – idealizado pelas enfermeiras recém-licenciadas Ana Gil Pinto e Inga Donici, com a tutoria do professor da ESEnfC, José Hermínio Gomes – tem como propósitos «empoderar e tornar as pessoas mais independentes» relativamente à toma de medicamentos, «diminuindo» assim «o fluxo de utentes nos centros de saúde» e «dando mais oportunidades de acesso aos cuidados», referem as autoras desta ideia de negócio.

As finalistas de Enfermagem da ESEnfC, Ana Gil Pinto e Inga Donici, vão, agora, à final do Concurso Nacional Poliempreende (no início de setembro, na Universidade da Madeira), onde defrontarão os principais projetos de vocação empresarial de cada uma das instituições que participam nesta iniciativa, que visa promover a cultura empreendedora no seio dos estabelecimentos de ensino superior politécnico e fomentar a criação de empresas baseadas no conhecimento, contribuindo para o desenvolvimento regional.

Seis projetos de ideias e planos de negócios foram apresentados na fase regional do Poliempreende realizada na ESEnfC, três dos quais (aqueles que obtiveram melhor avaliação) vão receber prémios monetários para apoio ao nível da respetiva implementação empresarial.

Esta fase final do concurso envolveu a participação de cerca de 20 estudantes do ensino superior e de seis docentes da ESEnfC, ligados ao Gabinete de Empreendedorismo da instituição e à unidade curricular de Inovação e Empreendedorismo em Saúde (disciplina do 4º ano da licenciatura).

Os projetos foram apreciados por um júri constituído por Conceição Alegre de Sá (vice-presidente da ESEnfC), Elisabete Santos (enfermeira adjunta da enfermeira diretora da Unidade Local de Saúde de Coimbra), Gabriela Fernandes (pró-reitora da Universidade de Coimbra para a Área da Inovação e Empreendedorismo), João Moreira (enfermeiro diretor do Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil) e Nuno Barbosa (diretor-geral da Vygon Portugal).

 
Implantado dispositivo feito de colagénio
O Serviço de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva do São João realizou um tratamento inovador em Portugal para tratar o linfedema...

O linfedema é uma condição em que o fluído linfático se acumula nos tecidos moles da pele, causando inchaço. Isso acontece quando há um desequilíbrio entre a quantidade de fluído produzida e a capacidade do sistema linfático em o transportar. Pode ser congénito (isto é, presente desde o nascimento) ou ser adquirido (após cancro, radioterapia, traumatismos ou infeções). A utente já havia experimentado outros tratamentos previamente, tais como um plano de drenagem postural e o uso de manga elástica, mas ainda assim sofria de uma grave limitação motora e de múltiplos episódios de infeção/celulite anuais.

Neste procedimento, foi usado um dispositivo feito de colagénio, uma proteína natural do corpo, implantado sob a pele através de uma técnica minimamente invasiva. Este dispositivo, que surge como uma solução terapêutica inovadora no tratamento do linfedema, foi conectado aos gânglios linfáticos acima da clavícula do mesmo lado do braço afetado. Não só irá ajudar a drenar o fluído acumulado, mas também irá promover a regeneração natural do sistema linfático. Com o tempo, o dispositivo irá ajudar a criar novos vasos linfáticos saudáveis.

Este dispositivo pode ser usado sozinho ou em conjunto com outros tratamentos cirúrgicos, como a transferência de gânglios linfáticos, ligações entre vasos linfáticos e veias, ou lipoaspiração, por forma a melhorar os resultados e a reduzir o inchaço do braço afetado.

Em 2017, foi realizada no Hospital Universitário de São João a primeira transferência de gânglios microvascularizada do pescoço para a mão. Desde então, seguiram-se outros procedimentos cirúrgicos inovadores tais como a reconstrução mamária em simultâneo com transferência de retalho de tecido ganglionar, transferência de gânglios do estômago e ligações entre vasos linfáticos e veias.

 
12 mil euros para o CSD Lab do BioISI da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Uma equipa de investigadores do Laboratório de Estrutura e Dinâmica Celular (CSD Lab) do Instituto de Biossistemas e Ciências...

Trata-se de distúrbios neurológicos raros que afetam o equilíbrio, a coordenação e a fala e estima-se que, a nível mundial, em cada 100.000 habitantes, 26 sofra de uma das variantes desta doença. Em Portugal, dados mostram que 13 em cada 100.000 pessoas sofre de uma ataxia hereditária. “Apesar de ser pouco frequentes, têm consequências dramáticas, porque muitas delas afetam bebés e o diagnóstico é difícil. Há famílias que passam décadas sem um diagnóstico certo, dificultando a sua inclusão num grupo e a sua capacidade de reação ante a doença”, explica Federico Herrera, investigador de BioISI/CIÊNCIAS.

O financiamento de 12 mil euros, agora atribuído à equipa de Federico Herrera, vai permitir avançar no desenvolvimento de dois projetos que estudam duas doenças raras, que afetam bebés: Ataxia Espástica Autossómica Recessiva de Charlevoix-Saguenay (ARSACS) e Ataxia Espástica 8 (SPAX8).

Para o primeiro estudo - “Rumo a um modelo farmacológico de Ataxia Espástica Autossómica Recessiva de Charlevoix-Saguenay (ARSACS)”, a equipa de investigação da Faculdade de Ciências propõe estabelecer um modelo farmacológico para compreender e testar terapias para ARSACS que se destaca por ser mais económico e de fácil utilização. 

Nesta doença rara, observa-se a perda da função da proteína sacsina, que, por sua vez, tem um importante papel na organização de estruturas celulares denominadas de filamentos intermédios, responsáveis ​​pela construção do “esqueleto” das células (citoesqueleto)  e que possibilitam a comunicação entre as células nervosas e as células musculares, levando a um correto movimento corporal. Este modelo estaria baseado na utilização de uma toxina natural - Withaferin A – que interfere com a formação dos filamentos intermédios, causando os mesmos efeitos que a inativação da proteína sacsina verificada no desenvolvimento desta ataxia.

A segunda parte do financiamento visa suportar o trabalho já em desenvolvimento no âmbito do projeto “Restoring NKX6-2 function by protein complementation: a proof-of-concept”, que pretende obter uma prova de conceito. Partindo do princípio de que a Ataxia Espástica 8 (SPAX8) é causada por mutações que levam a produzir versões truncadas (incompletas) da proteína NKX6-2, relevante durante o desenvolvimento do bebé, os investigadores esperam conseguir encontrar o menor fragmento que é simultaneamente não funcional per se e que se torna funcional quando se junta ao fragmento da proteína produzido pelo paciente.

Esta descoberta permitirá modificar a doença com terapias que não provoquem alterações permanentes no genoma dos pacientes e acelerar o avanço das terapias no pipeline de desenvolvimento de medicamentos.

De acordo com Federico Herrera, o impacto do conhecimento produzido com este financiamento será bastante relevante: “Estes fundos permitir-nos-ão lançar uma nova luz sobre duas doenças raras com pouco interesse para a indústria farmacêutica, mas que constituem dois elevados desafios científicos e biotecnológicos”.

Os dois projetos serão desenvolvidos a partir de setembro de 2024 e vão prolongar-se até setembro de 2025, no contexto de duas teses de doutoramento nestas áreas temáticas.  A médio prazo ainda não estão estabelecidas parcerias, mas a equipa de investigadores mantém-se em contacto com a Associação Portuguesa de Ataxias Hereditárias (APAHE) e com a ARSACS Foundation, que acompanham o desenvolvimento dos projetos. Para dia 25 de setembro, data que assinala o Dia Internacional da Ataxia, está prevista a realização de um evento que irá juntar uma vasta comunidade de clínicos, investigadores, pacientes e associações interessados em ataxias e outras doenças motoras raras.

 
Saúde Infantil
O primeiro ano de vida de um bebé é marcado por um crescimento e desenvolvimento determinante para a

A microbiota intestinal tem um papel crucial na atividade de vários sistemas do corpo humano, nomeadamente do sistema imunitário e do sistema nervoso central, sendo atualmente tema de estudo na comunidade científica. Esta ação torna-se mais importante em determinadas janelas temporais críticas do desenvolvimento, nomeadamente na preconceção, gravidez, vida peri-natal (que decorre entre a 28ª semana de gravidez e o sétimo dia de vida do bebé) e vida pós-natal. Estes períodos são sensíveis e, se perdidas as oportunidades de desenvolvimento da microbiota, as alterações no crescimento e nas funções sistémicas do corpo podem ser irreversíveis.

Há inúmeros fatores que são capazes de modular a composição da microbiota intestinal, nomeadamente: genética do bebé, saúde mental, nutrição, tipo de parto, alimentação, exposição a antibióticos, entre outros. A evidência científica tem demonstrado uma forte ligação entre uma nutrição com qualidade desde os primeiros anos de vida, e a diminuição do risco de desenvolver doenças crónicas a longo prazo.

Desenvolvimento da microbiota

No nascimento, o intestino do bebé é um ambiente quase estéril. Este ambiente desenvolve-se durante o primeiro ano de vida, formando-se uma microbiota simples e altamente variável. É apenas por volta dos três anos de vida que se atinge uma microbiota densa, complexa e estável.

Assim sendo, a composição e a função da microbiota infantil sofrem diversas mudanças em resposta a vários fatores internos e externos. Ao longo da vida, a homeostase da microbiota é afetada inúmeras vezes, devido ao uso de antibióticos, a estados de inflamação, processos de envelhecimento, stress psicológico, nutrição, estilo de vida e outros fatores ambientais, como o tabagismo e a poluição.

Influência da microbiota na saúde

Vários estudos demonstraram que perturbações na composição da microbiota infantil estão relacionadas com o risco de desenvolver determinadas doenças, nomeadamente:

  • Asma;
  • Alergias alimentares;
  • Doenças inflamatórias intestinais (Colite Ulcerosa e Doença de Crohn);
  • Diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2;
  • Transtorno do espetro do autismo;
  • Défices comportamentais;
  • Ansiedade; 
  • Depressão.

Interação entre a alimentação e a microbiota

A alimentação e a nutrição são fatores-chave para a composição e a função da microbiota intestinal. A alimentação do bebé inicia-se logo após o nascimento e pode ser através de aleitamento materno ou fórmulas infantis.

O aleitamento materno é considerado o padrão de ouro para a nutrição infantil, uma vez que: 

  • Fornece macro e micronutrientes essenciais para o desenvolvimento do recém-nascido;
  • Contém entre 100 e 10 000 bactérias viáveis por mililitro que afetam diretamente o estabelecimento da microbiota;
  • Melhora o desenvolvimento neurológico e estimula o sistema imunitário;
  • Contém compostos prebióticos, os oligossacáridos do leite materno ou também chamados de HMOs, que influenciam a maturação das células intestinais, favorecem o crescimento de bactérias benéficas e influenciam o sistema imunitário;
  • Contém anticorpos e outras moléculas com propriedades antimicrobianas;
  • Está associado à diminuição do risco de obesidade infantil e diabetes mellitus tipo 2.

Por sua vez, as fórmulas infantis são regulamentadas e produzidas de maneira a se assemelharem o máximo possível ao leite materno. Na produção destas fórmulas, há determinados aspetos que requerem maior atenção, nomeadamente a composição nutricional, componentes bioativos, sabor, textura e a suplementação prebiótica.

Os HMOs podem ter mais de 200 estruturas distintas de indivíduo para indivíduo. No entanto, a indústria não tem a capacidade de reproduzir todas estas estruturas. Assim, as fórmulas infantis podem ser suplementadas com outros compostos prebióticos com estruturas mais simples e parcialmente substituir os HMOs do leite materno e os seus benefícios.

A suplementação prebiótica tem sido cada vez mais considerada e surgiu de modo a aproximar ainda mais este modo de alimentação ao aleitamento materno. Quando comparada a microbiota de lactentes com fórmulas infantis sem suplementação e lactentes com fórmulas infantis com suplementação, conclui-se que estes últimos têm uma microbiota muito mais parecida aos lactentes com aleitamento materno.

Quando o bebé inicia a diversificação alimentar, a sua microbiota sofre alterações de acordo com os alimentos introduzidos entre os 4 e os 12 meses de idade, sendo que as mudanças mais significativas ocorrem entre os 4 e os 9 meses de idade.

A introdução precoce de alimentos que são considerados potenciais alergénicos, como por exemplo os ovos e os amendoins, tem-se mostrado benéfica na prevenção de alergias e intolerâncias alimentares.

A microbiota infantil progride em composição e função durante o primeiro ano de vida, de acordo com inúmeros fatores intrínsecos e externos, nomeadamente a alimentação. Compreender a ligação entre a tríade nutrição pós-natal, neuro desenvolvimento e microbiota intestinal é essencial para desvendar os mecanismos de doenças que se acredita estarem enraizadas no início da vida.

Nota: 
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Relatório de Envelhecimento sobre população portuguesa
O reforço das respostas sociais para combate à pobreza entre idosos e a concretização de iniciativas que promovam o...

O relatório, que analisa o impacto que o envelhecimento populacional tem (e terá) sobre as despesas em saúde e o acesso da população idosa a cuidados de saúde, avalia seis vertentes: Impacto do envelhecimento na despesa em saúde; Proteção financeira na velhice; Acesso dos idosos a cuidados de saúde; Envelhecimento ativo; Reforma e acesso a cuidados de saúde e A pandemia da solidão.

Na vertente do Impacto do envelhecimento na despesa em saúde, verifica-se que esta dependerá da evolução do perfil de morbilidade e do aumento da esperança média de vida. A meta é alcançar um cenário de compressão da morbilidade, onde vidas mais longas e saudáveis reduzem a necessidade de cuidados de saúde intensivos nos últimos anos de vida. Controlar a morbilidade na população idosa pode indiretamente controlar as despesas em saúde, ao limitar a procura por cuidados de longa duração e atenuar a pressão sobre os salários dos profissionais de saúde. Este controle é crucial num contexto onde os recursos para cuidados formais de longa duração são escassos e a oferta de cuidadores informais tende a diminuir. Além disso, um envelhecimento saudável reduz a necessidade de medicamentos inovadores, cujos preços mais elevados pressionam mais os sistemas de saúde.

No âmbito da Proteção financeira na velhice, verifica-se que sendo Portugal um dos países da OCDE onde as despesas diretas em saúde representam uma maior percentagem da despesa total dos agregados familiares, os idosos (especialmente mulheres, pessoas que vivem sozinhas e aqueles com menores rendimentos e escolaridade) enfrentam uma grande desproteção financeira, destinando uma grande parte do seu rendimento a despesas de saúde. Esta situação agrava a pobreza e o risco de pobreza entre os idosos, sendo por isso necessário reforçar a proteção financeira para despesas de saúde entre os idosos, ampliando apoios aos grupos socioeconómicos mais desfavorecidos, para corrigir a regressividade atual das despesas diretas em saúde.

No que se refere ao Acesso dos idosos a cuidados de saúde, as análises demonstram que as barreiras de acesso a cuidados de saúde entre idosos não são determinadas pela idade, mas por características socioeconómicas, como nível de educação e rendimento. Apesar de não enfrentarem maiores barreiras de acesso a urgências ou consultas, os idosos, especialmente os de estratos socioeconómicos mais baixos, têm uma maior desproteção financeira, alocando uma grande parte do seu rendimento a despesas de saúde, principalmente medicamentos. Em 2023 14,2% dos idosos relataram não adquirir todos os medicamentos que necessitavam revelando a necessidade de, para mitigar as necessidades de saúde não satisfeitas dos idosos, implementar medidas de apoio à aquisição de medicamentos mais abrangentes contribuindo desta forma para a redução da pobreza desta faixa etária.

No âmbito do Envelhecimento ativo verifica-se que, embora Portugal venha a investir em políticas para melhorar a qualidade de vida dos idosos (incentivando sua participação no mercado de trabalho e implementando estratégias para reduzir a pobreza e melhorar a sua saúde e bem-estar) comparações internacionais mostram que ainda são necessárias melhorias significativas. Não considerando o fator emprego (participação das pessoas com 60 e mais anos no mercado de trabalho) – indicador que em Portugal mais contribui para o menor Índice de Envelhecimento Ativo (IEA) – verifica-se que os indivíduos com 60 e mais anos apresentam um bom desempenho em termos de participação na sociedade, independência, saúde e segurança.  ‘Portugal deve-se focar não apenas em promover o envelhecimento ativo e saudável das pessoas mais velhas, mas também implementar, entre adultos mais jovens (40-59 anos), estratégias indutoras de melhores níveis de saúde, segurança e participação na sociedade através de atividades não remuneradas’, concluem os investigadores.

Analisando o parâmetro Reforma e acesso a cuidados de saúde, verifica-se que a saída do mercado de trabalho pelos indivíduos que transitam para a reforma, não afeta nem a sua saúde nem a utilização de cuidados de saúde.

Por último, o relatório revela que A pandemia da solidão impacta de forma negativa e muito significativa o estado de saúde auto-reportado, quer em períodos de crise de saúde pública (como aconteceu durante a pandemia da COVID-19) quer em períodos ‘normais’. A solidão é um fenómeno que silenciosa, mas sustentadamente, tem vindo a ganhar relevância nos países desenvolvidos e o seu impacto na saúde e nos custos que lhe estão associados requer que os sistemas de saúde priorizem estratégias de combate ao flagelo que é a solidão.

‘Será necessário promover respostas sociais que combatam a pobreza, continuar a apostar em políticas que permitam à população idosa participar no mercado de trabalho de forma realizada, garantir que as cidades e habitações estão adaptadas à mobilidade de pessoas de mais idade e criar mecanismos que controlem o flagelo que é a solidão’ concluem os investigadores que alertam ainda para os dados do Eurostat que apontam que em 2070 Portugal atingirá previsivelmente uma significativa percentagem de população com pelo menos 60 anos (39,21%).

 
Saúde Mental
Tudo acontece numa fração de segundos: de repente, o coração dispara, como se quisesse saltar do pei

O que é e como acontece um ataque de pânico?

De acordo com o DSM V (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, APA), um ataque de pânico é definido como um período breve de intenso medo ou mal-estar, acompanhado por pelo menos quatro sintomas somáticos ou cognitivos. Estes sintomas podem incluir taquicardia, palpitações, tremores, dispneia, sudorese, sensação de morte iminente, medo de morrer ou de perder o controlo, entre outros.

Quando os ataques de pânico ocorrem repetidamente e sem causa aparente, estamos perante a chamada Síndrome do Pânico, uma condição psicológica que se estima, afeta cerca 3,5% da população portuguesa e entre 2-3% dos cidadãos europeus

Quais as causas mais comuns que levam à Perturbação de pânico?

Segundo a literatura, existem vários fatores que levam a desenvolver esta condição psicológica, entre eles estão fatores sociais, cognitivos e genéticos. Atente-se que para quem sofre desta síndrome limitante, as causas podem ser imaginárias, mas os sintomas são bem reais, e muitas vezes incapacitam as pessoas de terem uma vida normal. Pesquisas recentes concluem que esta perturbação desenvolve-se devido a uma desregulação da serotonina no cérebro, que, de alguma forma, influencia o metabolismo da lactose, levando o cérebro a interpretar erroneamente um aumento nos níveis de dióxido de carbono no sangue.

Pense nisto, é como se, de repente, o cérebro interpretasse que a pessoa está a ser sufocada, ativando um mecanismo de alertar e preservação da vida. De repente, a pessoa sente os efeitos de uma descarga de adrenalina na corrente sanguínea, e o corpo começa a funcionar a todo o vapor e o sistema de alerta dispara e o instinto de lutar ou fugir é acionado.

Quais as pessoas mais afetadas por esta perturbação?

Esta condição ocorre principalmente em adultos jovens, na faixa etária entre 20 e 45 anos, afetando ambos os sexos, mas com uma predominância significativa no sexo feminino, numa proporção de 3 para 1. Cerca de 70% dos casos da síndrome manifestam-se em mulheres, especialmente jovens entre os 15 e 25 anos.

A perturbação de pânico frequentemente surge na adolescência ou no início da vida adulta, uma fase crucial para o desenvolvimento profissional e social. É raro que a condição comece após os 50 anos. Quanto mais cedo a doença se manifesta, maiores são as implicações sociofamiliares e económicas, as comorbilidades associadas e o grau de cronicidade.

Como podemos mitigar os efeitos da perturbação de pânico?

A compreensão e o tratamento adequado da perturbação de pânico são essenciais para mitigar os impactos negativos desta condição na vida dos indivíduos afetados e na sociedade como um todo.

Contudo, o mais difícil para o cliente compreender é que todos aqueles sintomas são, na verdade, resultado de um erro de interpretação cognitivo. O corpo todo se prepara para um risco que, na verdade, não existe, mas quando o sistema de alerta e de preservação de vida é acionado o corpo todo se preparar para: lutar, fugir e, em última análise, paralisar.

Esta condição psicológica tem tratamento?

Sim, claro! A síndrome de Perturbação de Ataques de Pânico tem tratamento eficaz, com altos índices de cura, especialmente através da hipnose e da terapia cognitivo-comportamental (TCC).

Acredita-se que o uso da hipnoterapia é a abordagem mais eficaz e com inúmeras vantagens comparativamente a outras abordagens. A hipnose oferece vantagens como menor dependência de medicamentos, maior autonomia para o paciente, e um tratamento direcionado que pode acelerar o processo de cura. As principais vantagens, são:

  1. Menos Dependência de Medicamentos: Ao contrário dos psicofármacos, que podem ter efeitos secundários e causar dependência, a hipnose não possui efeitos colaterais químicos.
  2. Autonomia do Paciente: A hipnose capacita o paciente, fornecendo-lhe ferramentas para autoregulação e gestão dos seus sintomas.
  3. Tratamento Direcionado: Enquanto a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode exigir várias sessões para identificar e reestruturar crenças disfuncionais, a hipnose pode acelerar este processo, acedendo diretamente ao subconsciente.
  4. Flexibilidade Terapêutica: A hipnose pode ser integrada em outras abordagens terapêuticas, complementando e potenciando os seus efeitos.

Ou seja, para além de ser uma técnica natural e inócua, utilizamos técnicas de hipnose para ajudar os pacientes a reprocessar memórias traumáticas, permitindo que liberem o medo associado e compreendam as causas profundas dos seus ataques de pânico.

Porque a necessidade de Dia Internacional do Pânico, que acontece dia 18 julho? 

Ao contrário do que possam pensar, o Dia Internacional do Pânico não é um convite para perder a cabeça, mas sim uma oportunidade para compreender melhor a síndrome do pânico e encontrar formas de lidar com esta condição que tira muita qualidade de vida às pessoas. O pânico pode surgir silenciosamente no quotidiano, com causas que, embora imaginárias, resultam em sintomas muito reais que frequentemente incapacitam as pessoas de levarem uma vida normal.

A perturbação de pânico tem fortes implicações sociofamiliares e económicas, retirando qualidade de vida às suas vítimas. Além disso, as comorbilidades associadas e o grau de cronicidade limitam significativamente a vida das pessoas. Se os sintomas não forem ultrapassados, geralmente ocorrem duas coisas:

Primeiro, a pessoa desenvolve comportamentos evitativos, levando-a a um isolamento progressivo. Isto acontece porque ela deixa de acreditar que possui recursos para lidar com essa perturbação limitante. Assim, isola-se gradualmente e só sai à rua acompanhada por alguém que possa socorrê-la, aquilo que em psicologia chamamos "figura contrafóbica".

Segundo, há uma hipervalorização dos sintomas. A pessoa torna-se hipervigilante aos sinais do corpo, interpretando qualquer mudança, especialmente nas alterações na respiração, como um gatilho para um ataque de pânico. Paradoxalmente, a pessoa não corre nenhum risco real, já que um ataque de pânico é, em última análise, um alarme falso e um erro de interpretação cognitiva do sistema nervoso.

Existem diferenças entre uma crise de ansiedade e Síndrome do Pânico?

A ansiedade e a síndrome do pânico, embora relacionadas, diferem na intensidade e na imprevisibilidade dos sintomas. A ansiedade tem causas mais concretas e lógicas, como enfrentar um desafio ou uma situação delicada, por exemplo, como um exame ou uma apresentação. A síndrome do pânico caracteriza-se por episódios de intenso medo que ocorrem de forma súbita e sem uma causa aparente, isto é, não existe hora nem motivo para ocorrerem.

Conclusão

Compreender e tratar a síndrome do pânico é essencial para mitigar os seus impactos negativos na vida dos indivíduos e na sociedade como um todo. É importante reconhecer que sentir medo é uma resposta natural do organismo a situações de perigo. No entanto, quando este medo se torna desproporcional e irracional, transformando-se em pânico (medo patológico), é crucial procurar ajuda. Através da terapia adequada e de um suporte contínuo, é possível recuperar a serenidade e retomar uma vida plena e saudável.

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Shortlist divulgada hoje inclui ainda as cidades de Heilbronn e Klagenfurt
Guimarães está na shortlist das três cidades finalistas que disputam o título de Capital Verde Europeia 2026. O município chega...

Para Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães, “é um enorme orgulho para o município de Guimarães ver novamente valorizado o trabalho que desenvolve em prol da sustentabilidade”. O edil considera que a presença de Guimarães, pelo segundo ano consecutivo, entre as cidades finalistas ao título de Capital Verde Europeia é a prova de que o caminho que está a ser trilhado é o certo. “O nosso compromisso com o desenvolvimento ambientalmente sustentável só é possível com o apoio das escolas e universidades, empresas e cidadãos, pois só dessa forma alcançaremos o objetivo comum de sensibilizar a população para a necessidade de proteger o ambiente e assim combater as alterações climáticas. As iniciativas e ações que temos vindo a realizar, ao longo dos últimos anos, fazem de Guimarães uma cidade referência para as outras cidades, portuguesas e europeias”, diz o edil.

O painel de sete especialistas independentes que avaliou o lote inicial de nove cidades candidatas valorizou o desempenho das três cidades finalistas, incluindo Guimarães, em sete parâmetros ambientais: qualidade do ar; qualidade da água e eficiência; biodiversidade, áreas verdes e uso sustentável do território; desperdício e economia circular; poluição sonora; desempenho energético e mitigação das alterações climáticas; e adaptação às mesmas.

De acordo com o júri, o município de Guimarães foi selecionado “pelas suas práticas de gestão de resíduos e economia circular, proibindo materiais de utilização única em eventos da cidade e promovendo programas de prevenção de resíduos alimentares. Além disso, também melhorou a eficiência hídrica através da redução do consumo de água nos edifícios municipais, da deteção e reparação precoce de fugas e da criação de estações de água públicas”.

Em outubro, as cidades finalistas apresentarão a um painel de jurados internacionais, presidido pela Comissão Europeia, a sua estratégia de comunicação e o plano de ação que será implementado, no caso de virem a ser eleitas Capital Verde Europeia 2026. Para além de um troféu, a cidade vencedora receberá um prémio financeiro de 600 mil euros, destinado a apoiar ações-chave nas sete áreas de indicadores ambientais e a organizar eventos de sensibilização, com e para os cidadãos.

Ecossistema Guimarães 2030 lidera transição sustentável

Ao longo dos últimos anos, Guimarães tem reforçado a aposta na sustentabilidade através de ações e projetos que se inserem num ecossistema de governança integrador, participativo e multidisciplinar, o Guimarães 2030. Trata-se de um modelo coordenado pelo município, em conjunto com o Laboratório da Paisagem, e, para além do Governo, envolve universidades, empresas, associações sem fins lucrativos, decisores políticos e cidadãos. O objetivo é tornar o território climaticamente neutro até 2030, com foco na investigação, educação e sensibilização ambiental.

A inclusão de Guimarães na shorlist das cidades que disputam o título de Capital Verde Europeia 2026 surge depois de, em 2017, Guimarães ter alcançado o quinto lugar na disputa pelo título de 2020 e de, no ano passado, ter sido uma das três cidades finalistas ao título de 2025 – título que acabaria por ser atribuído à cidade de Vilnius, na Lituânia. Em caso de vitória, Guimarães tornar-se-á na segunda cidade portuguesa premiada, depois de Lisboa ter conquistado o título em 2020.

18 de julho
No dia 18 de julho, às 21:00, as "Mamãs Sem Dúvidas" realizam um curso online gratuito e intensivo sobre o trabalho...

O curso abordará as etapas fundamentais do trabalho de parto, os sinais iniciais, e como preparar-se para este momento tão importante. Serão ainda discutidas as diferentes opções de alívio da dor e a importância de um plano de parto.

O curso conta ainda com Maria Costa, formadora da BebéVida, que falará sobre a oportunidade única de recolher células estaminais durante o parto, tendo em conta o seu potencial terapêutico, associado ao tratamento de mais de 80 doenças, incluindo certos tipos de cancro, doenças hematológicas e imunodeficiências. Além disso, as pesquisas continuam a explorar novas aplicações, ampliando as opções de cura e prevenção de diversas condições de saúde.

As inscrições para o evento já estão abertas e devem ser efetuadas através do link: https://mamassemduvidas.pt/exercicio/

 
Ação da Fundação EDP e Fundação Infantil Ronald McDonald chega a vários hospitais
A Fundação EDP e a Fundação Infantil Ronald McDonald vão desenvolver iniciativas conjuntas de educação e de sensibilização para...

Estas iniciativas vão realizar-se nos Serviços de Pediatria de Hospitais do Serviço Nacional de Saúde onde a Fundação Infantil Ronald McDonald tem projetos de apoio a famílias com crianças e jovens em tratamento hospitalar, aos quais passará a oferecer conteúdos didáticos e lúdicos desenhados pela Fundação EDP, no âmbito do Your Energy, um programa que oferece aulas interativas para o ensino e as boas práticas de sustentabilidade nas escolas. Uma parceria que pretende acrescentar valor à rotina diária destas crianças e jovens, em particular das que se encontram em situação de tratamento prolongado.

A primeira iniciativa conjunta decorreu no dia 9 de julho na Sala Brincar Ronald McDonald da Ala Pediátrica do Hospital de São João, no Porto.

“Através desta parceria, a Fundação EDP alarga a sua intervenção na área da educação para a sustentabilidade e para a transição energética. Estamos a trabalhar estes temas em escolas de todo o país desde 2023, de forma envolver os mais jovens na reflexão e na ação necessária e urgente rumo a um futuro comum mais sustentável. Ao fazê-lo nas pediatrias hospitalares, queremos que os nossos conteúdos pedagógicos e lúdicos possam contribuir para enriquecer os dias e melhorar o bem-estar das crianças e jovens em tratamento”, afirma Vera Pinto Pereira, presidente da Fundação EDP.

“A Fundação Infantil Ronald McDonald, ao estar centrada no desenvolvimento dos melhores cuidados de saúde das crianças e jovens e das suas famílias, tem uma preocupação base e diária com a sustentabilidade. Através desta parceria com a Fundação EDP, para integrar o programa educativo Your Energy nos hospitais onde atuamos, vamos ajudar a passar estes valores para as crianças e jovens em tratamento hospitalar e suas respetivas famílias e, ao mesmo tempo, vamos, juntos, proporcionar momentos divertidos e lúdicos para ajudar a criar boas memórias do hospital, num período difícil e desafiante”, afirma Marta Sousa Pires, Diretora Executiva da Fundação Infantil Ronald McDonald.

Campanha disponível entre 12 a 26 de julho
A campanha Vale + da Cruz Vermelha Portuguesa já permitiu dar 600 mil refeições a quem mais precisa desde a criação do projeto,...

Para que a CVP consiga reforçar a sua capacidade de resposta aos pedidos de apoio, esta campanha está de regresso a 597 grandes superfícies de todo o país, entre 12 e 26 de julho. Neste período, será possível realizar uma doação em caixa, através da aquisição de vales monetários ou alimentares (que se traduzem em arroz, atum, esparguete, grão-de-bico e salsichas).

Pingo Doce, El Corte Inglés, Auchan, Mercadona e E.Leclerc são parceiros desta iniciativa.

Nos fins de semana de 13 e 14, 20 e 21 de julho, realizam-se recolhas de bens de primeira necessidade em loja, com a presença de voluntários.

Na primeira campanha de 2024, realizada em março, o valor angariado tanto em vales como em produtos recolhidos permitiu à CVP doar o equivalente a quase 149 mil refeições.

A Cruz Vermelha Portuguesa encontra-se em todo o território nacional, onde desenvolve programas sociais que visam mitigar as vulnerabilidades das pessoas e famílias, proporcionando-lhes refeições dignas e equilibradas, auxiliando no pagamento de despesas básicas, como rendas de casa, luz, água e até despesas médicas. Através de um acompanhamento individual, a CVP procura a capacitação de quem apoia, de forma a quebrar o ciclo de pobreza e ajudar a reconstruir as suas vidas de forma mais sustentável.

“A Cruz Vermelha tem a ambição de fazer mais por todos, para construir um futuro mais digno e humano. Esta nova campanha do Vale + vai permitir reforçar a nossa capacidade de respostas sociais no terreno a famílias em situação vulnerável, pessoas em situação de sem abrigo, migrantes e refugiados”, explica o Presidente Nacional, António Saraiva, apelando à participação de todos. 

Tratamento para obstruções das artérias coronárias
A Unidade de Intervenção da Covilhã alcançou, no passado dia 8 de julho, um marco significativo ao realizar com sucesso o seu...

A tecnologia do novo equipamento vem complementar os procedimentos de alta complexidade já disponíveis na Unidade. De acordo com o Coordenador da Unidade de Intervenção da Covilhã e Cardiologista, Dr. Marco Costa, "o recurso a este dispositivo era essencial para dar continuidade ao trabalho e responder às necessidades dos utentes com angioplastias complexas", especialmente devido à alta prevalência de doença coronária calcificada na região.

O Rotablator é indicado para tratar obstruções coronárias causadas por grandes quantidades de cálcio. O procedimento utiliza um cateter com uma ogiva coberta de microdiamantes que, ao girar entre 150 a 160 vezes por segundo, realiza a ablação do cálcio, facilitando a abertura da obstrução e a subsequente colocação e expansão do stent.

O primeiro procedimento foi realizado num utente com uma lesão de mais de 90% numa artéria circunflexa, caracterizada por uma grande extensão de doença severamente calcificada. A utilização do cateter com a ogiva diamantada fragmentou a placa de cálcio, desobstruindo a artéria e preparando-a para a colocação do stent. No pós-operatório, o utente apenas precisou de repouso e vigilância de 24 horas, tendo alta no dia seguinte, com menos queixas de angina, resultando num melhor prognóstico.

A técnica de aterectomia rotacional, seguida da colocação de stent, está agora disponível para as equipas especializadas da Unidade de Intervenção da Covilhã, que utilizarão o dispositivo conforme necessário. De salientar que esta nova Unidade do Hospital Pêro da Covilhã já realizou, desde de 1 de fevereiro de 2024, 686 procedimentos, dos quais 206 foram angioplastias. 

Rede para o Envelhecimento Saudável (IBEROS+)
Inovar no âmbito das doenças associadas ao envelhecimento, utilizando a Bioengenharia aplicada à engenharia de órgãos e tecidos...

Coordenado pela Universidade de Vigo, o consórcio pretende trabalhar doenças associadas ao envelhecimento, fazendo uso da área da Bioengenharia orientada para a engenharia de órgãos e tecidos e para a medicina personalizada. Para isso, o plano de ação passa por encontrar soluções para a escassez de doações de órgãos e tecidos, pelo desenvolvimento de fármacos de baixo custo e em tempos reduzidos, pelo compromisso ético de reduzir os ensaios em animais e pelo aprofundamento do modelo de medicina personalizada, onde possa ser possível utilizar tecidos organoides biofabricados a partir das células do próprio paciente.

Em junho realizaram-se, no Edifício de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa no Porto, as segundas jornadas onde foram apresentados alguns resultados, nomeadamente: Bioimpressão 3D (Patricia Díaz, USC); Biomateriais avançados e tecnologia de CO2 supercrítico (Ana Oliveira, UCP); Dispositivos organ-on-a-chip (Laura Vázquez, BFlow); e Organoides (Immacolata Maietta, UVigo).

Soluções Tecnológicas para a Saúde do Futuro

A estratégia do IBEROS+ centra-se na I&D em biofabricação para responder aos desafios sócio sanitários associados ao envelhecimento da população na Euroregião Galiza-Norte de Portugal e na União Europeia em geral. Com o objetivo de promover a investigação aplicada na Euroregião nestas áreas ao mais alto nível internacional, os responsáveis pelo IBEROS+ propõem, entre outras ações, a contratação de 13 investigadores e tecnólogos, a publicação de mais de 20 artigos científicos em colaboração, a aplicação de três patentes, o estabelecimento de 40 contactos com empresas do setor e o desenvolvimento de três contratos de I+D com empresas. 

Como primeira ação de transferência, será publicado um Livro Branco sobre biofabricação e engenharia de tecidos que permitirá analisar a situação atual deste sector e estabelecer previsões sobre a sua evolução. O objetivo desta publicação é fornecer dados para orientar futuras decisões legislativas, administrativas ou económicas.

O Grupo de Investigação em Biomateriais e Tecnologia Biomédica do Centro de Biotecnologia e Química Fina da Universidade Católica Portuguesa no Porto, liderado pela investigadora Ana Leite Oliveira, tem um papel relevante em diversas frentes de atuação, especialmente no desenvolvimento de materiais avançados com propriedades bioativas e terapêuticas, a partir da valorização de subprodutos e resíduos biológicos que têm um elevado potencial como plataformas para a engenharia de tecidos e terapias celulares. Um dos principais objetivos atuais do grupo é a utilização segura de tecido biológico de origem humana e animal. “Para isso, estamos a desenvolver novos protocolos que visam reduzir a resposta imune à matriz extracelular e, simultaneamente, preservar a sua integridade e bioatividade, bem como esterilizar esses biomateriais sensíveis,” salienta Ana Leite Oliveira, investigadora do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF). 

Colaboração entre Centros de Conhecimento e Empresas

Uma das novidades deste projeto é a incorporação de empresas. Da Galiza, juntaram-se ao consórcio a BFlow, que desenvolve dispositivos de microfluídica capazes de imitar o comportamento de um órgão em laboratório, a Arbinova que, sob a marca Beta Implants, desenha e fabrica implantes para cirurgia veterinária, e a iBoneLab, especializada em testes pré-clínicos de biomateriais em tecidos vivos.

A empresa portuguesa que integra o consórcio é a ILof-Intelligent Lab on Fiber, uma spin-off nascida no INESC TEC e incubada na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que oferece uma plataforma inteligente para o desenvolvimento de medicamentos personalizados.

As universidades envolvidas são as espanholas de Santiago de Compostela e a de Vigo, e as portuguesas Católica, Porto e a do Minho. O consórcio inclui ainda a Fundación Biomédica Galicia Sur, o Instituto de Investigaciones Marinas del CSIC, o Servizo Galego de Saúde, o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia e o Instituto Superior de Engenharia do Porto.

O IBEROS+ é financiado com 2,2 milhões de euros pelo Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Interreg Espanha-Portugal e co-financiado pelo FEDER. Até 2026, este consórcio ibérico, constituído por mais de 150 investigadores, tem como principal objetivo melhorar a saúde e a qualidade de vida da população destas regiões e da União Europeia, com especial incidência nas doenças associadas ao envelhecimento.

3ª edição do Happiness Camp quer juntar 15.000 pessoas e 500 empresas na Alfândega do Porto
A cidade do Porto volta a ser o palco da maior conferência europeia dedicada à felicidade corporativa: o Happiness Camp. A 3ª...

Segundo dados da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, 16,5% da população portuguesa apresenta perturbações de ansiedade, as perturbações do humor têm uma prevalência de 7,9% e as doenças mentais e do comportamento representam 11,8% da carga global das doenças no país - uma percentagem superior à das doenças oncológicas e apenas inferior às doenças cérebro-cardiovasculares, o que demonstra a degradação da saúde mental em Portugal. Assim, a 3ª edição do Happiness Camp pretende discutir a felicidade como um todo, através da partilha de conhecimentos, sensibilização e criação de uma comunidade de apoio, onde os participantes possam trocar e aprender as melhores práticas sobre felicidade. Só em 2023, 75% dos participantes relataram ter implementado novas estratégias de bem-estar nas suas empresas, levando a um aumento mensurável da satisfação e bem-estar dos funcionários

“Ao longo das últimas edições, o Happiness Camp tem sido uma plataforma de mudança positiva. Este ano, mais do que nunca, queremos abordar a urgência da felicidade corporativa, especialmente num momento em que os dados mostram uma realidade de degradação alarmante da saúde mental em Portugal, mas também uma crise de emigração de talento jovem, onde o burnout e a depressão predominam a realidade corporativa portuguesa. O Happiness Camp surge como um farol, que pretende tornar a sustentabilidade humana na pedra angular de todas as organizações, onde a felicidade corporativa não seja apenas um objetivo, mas uma realidade tangível e acessível a todos. Ao reunir líderes, especialistas e a comunidade em geral, acreditamos que podemos inspirar transformações profundas que não só melhoram a vida dos indivíduos, mas também fortalecem o tecido social e empresarial do nosso país,"afirma António Pedro Pinto, Presidente da Associação Happiness Camp e co-fundador e CEO do Happiness Camp.

Destaques do Evento

O Happiness Camp 2024 contará com dois palcos principais – o Happy Stage e o Joyful Stage – onde serão realizadas mais de 25 palestras de especialistas internacionais e nacionais em felicidade e sustentabilidade humana. Entre os temas abordados estarão temáticas como a promoção do bem-estar no local de trabalho, a liderança consciente e a experiência do colaborador.

No Happy Stage, os participantes terão a oportunidade de ouvir palestras de figuras influentes como: Lori George, Ex-Diretora Mundial de Diversidade, Equidade e Inclusão na Coca-Cola, e a primeira profissional no mundo a trabalhar políticas como a de igualdade salarial, e que discutirá estratégias de liderança orientadas para o propósito; Kerri Warner, Diretora Mundial de Comunicação Interna na Spotify, que abordará estratégias para criar proximidade numa era de trabalho hibrido, e em empresas com centenas de colaboradores; Jen Fisher, Diretora de Sustentabilidade Humana da Deloitte, e primeira Chief Wellbeing Officer no mundo, que falará sobre técnicas para criar equipas mais resilientes; e, Tom Freeman, Diretor de Cultura Organizacional da Headpsace, que explorará politicas de saúde mental, e o impacto das mesmas na cultura organizacional.

Já no Joyful Stage, o foco será em temas críticos como a neurodiversidade e as expectativas da geração Z no mercado de trabalho, com Sonya Barlow, CEO da LMF Network e Apresentadora da BBC; o papel da diversidade na transformação organizacional, com Dr. Zaheer Ahmad, Membro do Conselho de Diversidade, Equidade & Inclusão da Toyota Motors & membro independente na Premier League; e o papel da autopromoção no bem-estar e produtividade, através das mãos de Stefanie Sword-Williams, CEO da Fuck Being Humble.

Experiências Interativas e Networking

O evento também incluirá os Happiness Labs: sessões práticas, em formato de masterclasse, que proporcionarão aos participantes a oportunidade de aprender e aplicar técnicas para melhorar a experiência do colaborador, aprimorar culturas organizacionais, e trabalhar a saúde mental. Estes workshops exigem inscrição prévia e abordarão temas como linguagem corporativa inclusiva, a humanização da marca, e psicologia positiva. Alguns dos promotores incluem o International WELL Building Institute, IE University Madrid, e Nova Business School.

Além disso, o Happiness Camp 2024 oferecerá espaços dedicados à promoção de uma agenda lúdica, que visam quebrar barreiras, promover sinergias, assim como trabalhar os skills de comunicação e colaboração, através de atividades como team-buildings e yoga do riso.

No final da conferência, os participantes terão ainda acesso a um certificado que contabiliza 8 horas de formação oficial, que é acreditado pela prestigiada Happiness Business School, e que pode ser personalizado em diferentes áreas, como a de comunicação, liderança e saúde mental.

 
Proteção também se faz à mesa
O tempo quente e os dias de sol convidam a passar mais tempo ao ar livre, no entanto, apesar da expo

Estima-se que, todos os anos, em Portugal, sejam diagnosticados entre 11 a 12 mil novos casos de cancro cutâneo, cerca de mil dos quais, melanomas. Os dados são da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo que, nos últimos anos, assiste com preocupação ao aumento da sua incidência.

O cancro de pele pode afetar qualquer pessoa, em qualquer idade, embora seja mais frequente após os 50 anos de idade ou em pessoas que tenham tido uma exposição prolongada ao sol. No entanto, desengane-se se pensa que só na praia é que corre riscos, estando exposto aos malefícios da radiação solar. Mesmo quando não está calor, os raios UV podem ser prejudiciais!

Por isso, os especialistas aconselham a uma exposição solar segura, procurando a sombra sempre que possível e evitando o sol de verão no meio do dia. Crianças e pessoas de pele mais clara devem evitar a exposição solar entre as 11 e as 17 horas.

Esta é, ainda, a altura de intensificar o uso do protetor solar, que deve ser aplicado diariamente, e não apenas nos momentos de lazer. 

Os produtos com fator de proteção solar (FPS) 30, ou superior, são recomendados para uso diário e também para a exposição mais prolongada ao sol.

Estes devem proteger contra os raios UVA e contra os raios UVB e devem ser aplicados uniformemente, em todas as partes de corpo - incluindo mãos, orelhas, nuca e pés -, 30 minutos antes da exposição solar, para que a pele os absorva, renovando a sua aplicação de duas em duas horas ou após o banho.

É igualmente importante proteger as cicatrizes, especialmente as recentes, que podem ficar escuras e desenvolver lesões se expostas ao Sol.

Além do protetor solar, no verão é importante usar chapéu e roupas de algodão em todas as atividades ao ar livre. E tenha atenção na escolha dos materiais utilizados! É que, por exemplo, os tecidos sintéticos, como o nylon, bloqueiam apenas 30% da radiação UV.

Deste modo, a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, recomenda que opte sempre que possível por roupas com proteção UV, especialmente indicadas para os mais pequenos.

Quanto aos hábitos diários, há também alguns cuidados a ter no que toca à higiene e alimentação. É que as temperaturas mais quentes exigem hidratação redobrada, por dentro e por fora, pelo que se recomenda uma maior ingestão de líquidos nesta época do ano, abusando da água ou de sumo de frutas.

Alimentos que ajudam à manutenção de uma pele saudável no verão

Para além da utilização de um fator de proteção adequado à sua pele, a alimentação pode ser uma ótima aliada para a saúde da pele. 

De acordo com a nutricionista Catarina Soares de Oliveira, entre os hortofrutícolas que apresentam maiores benefícios, o destaque recai sobre tomate, melancia, morango e cenoura.

Rico em licopeno - um poderoso antioxidante conhecido pela sua capacidade de proteger as células dos efeitos nocivos dos radicais livres – o tomate “é um excelente aliado na prevenção contra certos tipos de cancro e contra o envelhecimento precoce da pele”.

“A melancia e o morango, pobres em calorias e muito ricas em água, contribuem para uma melhor hidratação do organismo. Além disso, a vitamina C, presente nestes frutos (e no kiwi e citrinos), além da função antioxidante - com um efeito protetor contra os efeitos dos raios UV -, desempenha um papel crucial na formação do colagénio – substância essencial para a elasticidade e firmeza da pele”, destaca a nutricionista.

A cenoura, rica em betacaroteno - um carotenoide com ação antioxidante, que estimula a produção de melanina – vai ajudá-lo a manter a pele mais saudável e bonita, mantendo um bronzeado duradouro ao longo desta época.

Por outro lado, também os legumes de folha verde escura têm um papel importante para a manutenção da saúde da sua pele. “Os espinafres são uma excelente fonte de antioxidantes, polifenóis e carotenos, as substâncias capazes de aumentar a proteção de pele face aos efeitos dos raios solares, prevenindo as manchas e o fotoenvelhecimento da pele”, determina Catarina Soares de Oliveira que aconselha a que os junte, sempre que possível, às suas sopas e saladas.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ensaio clínico
A Mayo Clinic já veio anunciar um feito inovador no transplante de órgãos, oferecendo esperança a milhares de pessoas que...

"A cirurgia e a evolução do doente excederam as nossas expetativas", afirma David Lott, presidente do Departamento de Otorrinolaringologia (ORL) - Cirurgia de Cabeça e Pescoço/Audiologia da Mayo Clinic no Arizona. "Este é um grande feito no lançamento do que acreditamos ser o futuro do transplante de laringe."

Um artigo de David Lott sobre este caso foi publicado em 9 de julho na revista médica Mayo Clinic Proceedings. 

A laringe está localizada na garganta e é vulgarmente conhecida como a caixa vocal. O transplante de laringe é considerado um procedimento extremamente raro, realizado apenas algumas vezes em todo o mundo. Mais notável ainda é o facto de a equipa cirúrgica da Mayo Clinic ter realizado com êxito um transplante de laringe num doente com cancro ativo, o que faz deste um dos primeiros casos deste tipo no mundo.

Seis cirurgiões da Mayo Clinic realizaram o transplante de 21 horas, que incluiu a laringe, a traqueia, a faringe, o esófago, a tiroide, as glândulas paratiróides e uma complexa rede de vasos sanguíneos e nervos.

O transplante histórico foi realizado num homem de Massachusetts, Marty Kedian, que lutava contra uma forma rara de cancro da laringe chamada condrossarcoma. Ao longo dos últimos 10 anos, Kedian foi submetido a dezenas de cirurgias e tratamentos que acabaram por lhe retirar a voz e a capacidade de engolir e respirar normalmente. Há vários anos, Kedian teve de se submeter a uma traqueostomia que lhe permitiu respirar através de um orifício no pescoço. Ele diz que a traqueostomia, combinada com a perda da voz, diminuiu significativamente a sua qualidade de vida.

"Eu estava vivo, mas não estava a viver", explica Kedian. "Adoro falar com as pessoas onde quer que vá, mas não conseguia. Sentia-me estranho e não queria ir a lado nenhum."

Após anos de cirurgias, os médicos disseram a Kedian que a única opção que lhe restava era fazer uma laringectomia e remover a laringe cancerosa. Ele recusou.

"Não queria fazer uma laringectomia. Queria encontrar uma forma de recuperar a minha qualidade de vida", afirma.

Kedian encontrou o que procurava no Programa de Transplante de Laringe e Traqueia da Mayo Clinic, onde Lott estava a liderar o primeiro ensaio clínico conhecido sobre transplante de laringe nos EUA. Depois de ter sido aceite como doente para o ensaio clínico, Kedian e a sua mulher, Gina, mudaram-se para uma casa temporária em Phoenix. A 29 de fevereiro, Kedian tornou-se o primeiro doente da Mayo a ser submetido com êxito a um transplante total da laringe.

"Queria este transplante para poder falar e respirar normalmente com a minha nova neta. Quero ler-lhe histórias de embalar com a minha própria voz", diz Kedian.

Como o caso foi conduzido como parte de um ensaio clínico, é considerado um passo crucial para tornar o procedimento disponível para uma população mais alargada.

"Até agora, os transplantes de laringe têm sido efctuados como medidas extraordinárias", explica Lott. "O ensaio clínico permite-nos realizar uma verdadeira investigação científica destinada a investigar exaustivamente a segurança e a eficácia do transplante da laringe como uma opção fiável para os doentes."

O programa foi aprovado para efetuar mais transplantes de laringe nos próximos anos.

A Sociedade Americana do Cancro estima que este ano se registarão 12 620 novos casos de cancro da laringe nos EUA. Até agora, muitos destes doentes tinham pouca esperança de que o transplante da laringe fosse uma opção possível no futuro, devido ao risco associado à utilização de terapia imunossupressora. Os doentes transplantados recebem terapia imunossupressora para diminuir a resposta imunitária do organismo, o que reduz o risco de rejeição do órgão. No entanto, os medicamentos imunossupressores também aumentam o risco de propagação do cancro.

O caso de Kedian era único. Ele já estava a receber terapia imunossupressora devido a um transplante renal anterior.

"Ter um doente com um cancro ativo que já tinha a sua própria imunossupressão permitiu-nos realizar o transplante em segurança, sem introduzir riscos adicionais, de uma forma que nunca tinha sido feita antes", explica Girish Mour, diretor médico do programa.

Lott acrescenta: "A possibilidade de realizar este transplante no contexto de um cancro ativo num doente que já está a receber terapêutica imunossupressora, sob o rigor e a supervisão de um ensaio clínico, permitiu-nos dar este passo vital para compreender melhor a segurança dos doentes com cancro e, potencialmente, tornar o transplante da laringe uma opção padrão".

A remoção do cancro era a principal prioridade da equipa cirúrgica.

"Primeiro, removemos a laringe cancerosa do Sr. Kedian", explica Lott. "Depois, quando estávamos confiantes de que o cancro tinha desaparecido, concentrámo-nos na realização do transplante", afirma o especialista. 

Quatro meses após a cirurgia, Kedian consegue falar com a sua nova voz, engolir e respirar sozinho, o que o médico considera notável.

"O Sr. Kedian já recuperou cerca de 60% da sua voz, o que eu não imaginava que acontecesse durante pelo menos um ano. Ele ainda fala com a mesma voz e o mesmo sotaque de Boston que tinha antes do cancro", salientou. "Também consegue comer hambúrgueres, macarrão com queijo, quase tudo o que lhe apetece, e engolir sem problemas. A sua respiração também continua a melhorar de forma constante".

Os médicos planeiam retirar a cânula de traqueostomia quando Kedian recuperar a capacidade total de respirar por si próprio.

"A equipa da Mayo devolveu-me a minha vida", diz Kedian. "Estou muito grato por tudo isto. Também estou profundamente grato pela generosidade do meu dador de órgãos e da família do dador. Espero que um dia tenha a oportunidade de usar a minha voz para lhes dizer: 'Obrigado.

Este caso significa um avanço monumental. Representa o futuro do transplante de laringe, no qual todos os doentes que necessitem de uma laringectomia total terão a opção de uma reconstrução que lhes permita manter a sua qualidade de vida", afirma Marshall Strome, M.D., que fez história na medicina ao efetuar o primeiro transplante total de laringe do mundo em 1998. "Com o ensaio clínico em curso, Lott e a sua equipa estão em posição de fazer avançar o campo de uma forma que nenhum outro programa pode atualmente alcançar. A equipa da Mayo descobriu o Santo Graal para o tratamento do cancro da laringe, que eu acredito que se tornará uma realidade no final desta década".

Lott descreve este caso como a cereja no topo do bolo das suas duas décadas de investigação. A sua equipa está autorizada a efetuar mais transplantes de laringe nos próximos anos. Para além do ensaio clínico, a equipa de investigação de Lott está a investigar formas de restaurar a função da laringe através do aperfeiçoamento das técnicas de transplante e de tecnologias pioneiras de medicina regenerativa.

"Iniciei o meu percurso como cirurgião da laringe e investigador para criar um programa que está a ultrapassar os limites da ciência", afirma. "A nossa dedicação é para com os milhares de indivíduos que sofrem de disfunção laríngea e para encontrar opções fiáveis que preservem a sua saúde e qualidade de vida. É disso que trata este estudo clínico".

Kedian regressará a Massachusetts na próxima semana. Está entusiasmado por voltar a reunir-se com a família e os amigos e por ler histórias de embalar à sua neta. Kedian também planeia usar a sua própria história para inspirar outros e ser uma voz de esperança.

"A Mayo e o Dr. Lott ajudaram-me a recuperar a minha qualidade de vida", afirma Kedian. Neste momento, a minha tarefa é ficar melhor. A próxima será mostrar aos outros que também o podem fazer.

 
Projeto desenvolvido pelo Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus – Casa de Saúde da Idanha
Atelier “Açúcar e Canela” é o grande vencedor, de entre mais de uma centena de candidaturas, da 12.ª edição do Prémio MSD |...

O Júri distinguiu ainda, com Menções Honrosas, os projetos “Escola de Talentos”, da Ponto de Apoio à Vida - Associação de Solidariedade Social, de Lisboa; e “TREVO - Tratar, Revitalizar, Empoderar & Viver Origens”, do Centro Social do Vale do Homem, em Braga.

Para a decisão do júri na escolha do vencedor pesaram, em especial, três fatores: a promoção do desenvolvimento, empoderamento e inclusão de uma população marginalizada e altamente estigmatizada, para a qual, tipicamente, não existem muitas respostas e, também, a promoção de uma economia circular.

O Atelier “Açúcar e Canela” é uma resposta inovadora e inclusiva que, através da venda de alimentos de pastelaria e da realização de “mini caterings” para reuniões de equipa, contribui diretamente para o bem-estar e a saúde dos participantes. Alívio de sintomas ligados à doença, melhoria da capacidade de socialização, motivação para novas aprendizagens e recuperação de experiências antigas, aumento da autoestima e valorização pessoal são alguns dos benefícios enumerados pela instituição.

O projeto destacou-se pelo forte impacto na sociedade em geral, combatendo o estigma associado à doença mental e deficiência intelectual. Além disso, fomenta ainda uma cultura ambiental e ecológica na instituição, através da sensibilização para o combate ao desperdício alimentar e a importância da reciclagem.

O valor do Prémio destina-se a apoiar as várias atividades do projeto, através da aquisição de eletrodomésticos, utensílios e uniformes, mas também da dinamização de workshops inclusivos para a comunidade em geral e da participação em ações de formação específicas na área da pastelaria e catering. Pretende-se ainda implementar um processo de embalamento ecológico e sustentável, criar uma plataforma e um quiosque ambulante, para divulgação e venda dos produtos, e criar um doce conventual baseado em receitas antigas da Casa Saúde da Idanha.

O Prémio MSD | Maria José Nogueira Pinto, no valor total de 20 mil euros, que distingue o trabalho desenvolvido por pessoas, individuais ou coletivas, que se destaquem no contexto da responsabilidade social, avalia anualmente dezenas de candidaturas de projetos desenvolvidos em território nacional e ilhas.

 
Perspetivas do ICO 2024 realiza-se no próximo dia 17 de julho
A Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) organiza no próximo dia 17 de julho, às 21h30, o webinar “Obesidade em...

“O ICO, promovido pela Fundação Mundial de Obesidade, é um dos mais reconhecidos congressos internacionais da área, com uma história de mais de quatro décadas de pesquisa, educação e Uma imagem com texto, captura de ecrã, Tipo de letra, logótipo

Descrição gerada automaticamentecolaboração no campo da obesidade. Para todos os que dedicam a esta área, é sempre um momento de atualização e acompanhamento, que este ano voltou a ir ao encontro das expectativas dos participantes, em particular num momento em que a área da obesidade tem assistido a uma enorme evolução. Neste sentido, considerámos importante promover esta iniciativa em Portugal, a pensar, principalmente, em todos os que não tiveram a oportunidade de acompanhar o evento que decorreu em junho, no Brasil”, esclarece José Silva Nunes, endocrinologista e presidente da SPEO.

João Nunes Salles, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, acredita que “estas iniciativas são de interesse transversal a várias especialidades desde medicina geral e familiar, endocrinologia, diabetologia, e outros, e torna-se uma experiência ainda mais rica por cruzar as perspetivas sobre a obesidade em dois polos opostos do mundo, Portugal e Brasil”.

O webinar “Obesidade em foco” irá contar com a participação do Profº. Doutor José Silva Nunes, endocrinologista e presidente da SPEO, e do Profº. Doutor João Salles, endocrinologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, com a moderação de Carolina Moreno, endocrinologista e secretária-geral da SPEO. Nesta sessão serão abordados os temas de discussão mais relevantes do ICO, os avanços científicos no diagnóstico e terapêutica da obesidade, assim como as perspetivas futuras face a esta doença crónica, complexa e multifatorial.

A participação no webinar é gratuita e os participantes terão oportunidade de partilhar questões em direto. Para assistir ou obter mais informações, visite obesidadeemfoco.pt/ .

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