Universidade de Coimbra
Um estudo liderado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) sugere que as bactérias...

Esta investigação, publicada na revista “Heliyon”, evidencia que este processo de deterioração de polímeros pelas bactérias, é relevante para explicar a persistência das bactérias em ambiente hospitalar.

«A ocorrência de infeções em meio hospitalar é um fenómeno multifatorial e está relacionado com a contaminação por bactérias. As bactérias ESKAPE, especificamente as Pseudomonas aeruginosa e Klebsiella pneumoniae, são relevantes na ocorrência destas infeções. Portanto, é necessário investigar para identificar características que justifiquem a prevalência destas espécies no ambiente de saúde», consideram Paula Morais e Rita Branco, docentes do Departamento de Ciências da Vida (DCV) e investigadoras do Grupo de Microbiologia Ambiental do Centro de Engenharia Mecânica, Materiais e Processos (CEMMPRE).

De acordo com as autoras do estudo, este trabalho teve por objetivo deste trabalho perceber como as bactérias conseguem manter-se vivas em meio hospitalar mesmo na presença de vários processos de desinfeção. «Concluímos que as bactérias por vezes podem resistir a alguns antibióticos, mas têm também a capacidade de usar os materiais dos hospitais, por exemplo a cânulas nasais e os tubos para soro, como suporte para o seu crescimento», revelam.

«A estratégia utilizada pelas bactérias passa pela produção de biofilmes sobre os materiais. Posteriormente, iniciam o processo de degradação», explica Paula Morais, alertando sobre a relevância para a saúde pública da persistência e proliferação destes organismos em ambientes hospitalares. «É importante que se reforcem as medidas de controlo de infeções para mitigar os riscos associados ao crescimento bacteriano em tais superfícies», afirma.

Por outro lado, estes processos de degradação de polímeros podem vir a ser relevante em processos futuros, nomeadamente para reciclagem e remoção do lixo plástico. «Vamos continuar a estudar estas bactérias para perceber como conseguem usar o polímero e se o fazem de uma forma eficiente, para serem usadas noutros processos», conclui.

O artigo “Assessment of antimicrobial resistance, biofilm formation, and surface modification potential in hospital strains of Pseudomonas aeruginosa and Klebsiella pneumoniae” está disponível aqui.

Para além das professoras Paula Morais e Rita Branco, participaram neste estudo Roberta Lordelo, aluna de doutoramento da FCTUC e primeira autora do estudo, e Fernando Gama, investigador na Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E) e da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Viseu.

Ordem dos Médicos Dentistas deixa o alerta
A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) alerta para os riscos decorrentes das doenças das gengivas, as doenças periodontais, como a...

A periodontite, a doença periodontal mais avançada, afeta metade da população mundial e é responsável por perda de dentes, provocando dificuldades na mastigação, na fala, além de implicações na saúde mental decorrentes da falta de autoestima. As doenças periodontais são doenças inflamatórias de causa bacteriana, em que ocorre destruição dos tecidos que suportam os dentes. Por terem acesso facilitado à corrente sanguínea, estas bactérias e os produtos de inflamação envolvidos, estão também associadas a mais de 60 outras doenças graves, como as antes mencionadas.

A escovagem regular, no mínimo duas vezes ao dia, o uso de escovilhão ou do fio dentário entre todos os dentes, é a melhor forma de prevenir o desenvolvimento das doenças periodontais.

“A periodontite é uma doença grave, mas silenciosa (não provoca dor); a acumulação das bactérias causadoras destas doenças sobre os dentes ocorre mesmo sem a ingestão de alimentos. No entanto, a periodontite pode ser prevenida, controlando os fatores de risco e com uma correta higiene oral”, afirma Helena Rebelo, presidente da direção do Colégio de Periodontologia da Ordem dos Médicos.

Oito pontos cujo conhecimento é fundamental para a prevenção as doenças periodontais:

  1. Medidas preventivas: Higiene oral eficaz, dirigida às gengivas (existe um espaço entre as gengivas e os dentes) e controlo dos fatores de risco (diabetes, tabagismo, idade, excesso de peso, maus hábitos de higiene);
  2. As gengivas saudáveis nunca sangram;
  3. As doenças periodontais são silenciosas: a dor não é típica nestas doenças;
  4. A falta de tratamento leva à perda de dentes, provocando a diminuição da função mastigatória e grande estigma psicológico;
  5. Sendo a periodontite uma doença crónica, pode ser controlada com eficácia, prevenindo a perda de dentes;
  6. A periodontite não controlada constitui um fator de risco para várias doenças graves, potencialmente mortais;
  7. Como em qualquer doença crónica, a manutenção profissional regular é a chave para o êxito do tratamento;
  8. Sem controlo adequado, os implantes colocados para substituição de dentes podem desenvolver uma patologia semelhante, com repercussões na saúde oral e geral.

A prevenção é, aliás, a principal recomendação do estudo ‘Time to take gum disease seriously: The societal and economic impact of periodontitis’, realizado pela Economist Intelligence Unit (EIU) a pedido da Federação Europeia de Periodontologia (EFP).

Os autores observaram que o investimento orçamental na eliminação da gengivite (fase inicial da periodontite) e no aumento da taxa de diagnóstico e tratamento da periodontite tiveram um retorno do investimento positivo e um aumento nos anos de vida saudáveis em todos os seis países onde o estudo foi realizado (Espanha, França, Alemanha, Itália, Holanda e Reino Unido). A negligência no tratamento da gengivite, por sua vez, teve os efeitos opostos. Consequentemente, os autores enfatizaram a importância de um maior empenho no cuidado e prevenção a nível individual e social, incluindo cuidados dentários em creches e workshops de escovagem dos dentes nas escolas.

Seis milhões têm falta de dentes em Portugal

No Barómetro da Saúde Oral 2023, divulgado em novembro do ano passado, constatava-se que em Portugal existem seis milhões de pessoas sem pelo menos um dente e que 22,8 por cento da população não tem seis ou mais dentes, número considerado de referência para afetação da qualidade da mastigação e da saúde oral.

Sobre os hábitos de higiene oral, o mesmo relatório indica que 78,8% dos inquiridos garantem escovar os dentes pelo menos duas vezes por dia, um aumento de 5,7 pontos percentuais face a 2022.

Apesar deste elemento positivo, os dados revelam que houve uma diminuição (-3 p.p.) do número de pessoas que visitam o médico dentista pelo uma vez por ano: 64,4% em 2023, quando no ano anterior eram 67,4%. Constata-se também que aumentou a percentagem de pessoas que nunca visitam o médico dentista ou o fazem apenas em situações de urgência (26,9% +2,4p.p.)

 
Investigação da Fundação Champalimaud
Ouve-se um telefone a tocar ou um cão a ladrar. Será o seu ou o de outra pessoa?

Todos os dias, tomamos inúmeras decisões com base em sons sem pensar duas vezes. Mas o que é que acontece exatamente no cérebro durante esses momentos? Um novo estudo do Laboratório Renart, publicado na Current Biology, apresenta resultados que permitem a nossa compreensão sobre como as informações sensoriais e as escolhas comportamentais estão entrelaçadas dentro do córtex — a camada externa do cérebro que molda a nossa percepção consciente do mundo.

O córtex é dividido em regiões responsáveis por funções diferentes: áreas sensoriais processam informações do ambiente, enquanto áreas motoras controlam as ações. Surpreendentemente, sinais relacionados a ações futuras, que poderíamos esperar encontrar apenas em áreas motoras, também aparecem em áreas sensoriais. O que estarão a fazer sinais relacionados com o movimento em regiões dedicadas ao processamento sensorial? Quando e onde é que estes sinais surgem? As respostas a estas perguntas podem ajudar a esclarecer a origem e o papel destes sinais inesperados, e de como influenciam - ou não - a tomada de decisões.

Uma Abordagem Diferente

Os investigadores abordaram estas perguntas através de uma experiência realizada em ratinhos. Raphael Steinfeld, investigador pós-doutorado e autor principal do estudo, explica: "Para desvendar o que sinais relacionados a ações futuras poderão estar a fazer em áreas sensoriais, pensámos cuidadosamente sobre a tarefa que os ratinhos teriam que realizar.

Estudos anteriores basearam-se em tarefas 'Go-NoGo', onde os animais realizam a sua escolha ao fazerem uma ação ou permanecendo imóveis, dependendo da natureza do estímulo. No entanto, esta configuração confunde sinais relacionados com movimentos específicos versus movimentos em geral. Para conseguirmos isolar sinais relacionados com ações específicas, treinámos os ratinhos a realizarem uma decisão entre duas ações. Os animais tinham que determinar se um som ultrapassava um determinado limite predefinido, categorizando-o como alto ou baixo, e registando a sua decisão ao lamber um dos tubos — à esquerda ou à direita".

No entanto, isto não foi suficiente. "Os ratinhos rapidamente aprenderam esta tarefa, respondendo muitas vezes, assim que ouviam o som", continua Steinfeld. "Para separar a atividade cerebral relacionada com o som, daquela relacionada à resposta, introduzimos um delay crítico de meio segundo. Durante este intervalo, os animais tinham que refrear a sua decisão. Crucialmente, este delay permitiu-nos separar temporalmente a atividade cerebral ligada ao estímulo, daquela ligada à escolha, e acompanhar como os sinais neurais relacionados ao movimento se desdobravam ao longo do tempo, a partir da entrada do sinal sensorial inicial".

"Para separar as representações neurais de estímulo e de escolha, também foi importante desenvolver um conjunto de experiências que fossem suficientemente desafiadoras para permitir que os ratinhos cometessem erros. Uma taxa de sucesso de 100% dificultaria a distinção entre estímulo e escolha, já que cada estímulo acaba por elicitar sempre a mesma resposta. Ao criar o potencial para erros, poderíamos garantir a distinção entre a codificação neural do som e das decisões tomadas". Por exemplo, nos casos em que os ratinhos ouvem o mesmo tom mas tomam decisões diferentes (corretas ou incorretas), os investigadores podem examinar se a atividade de um neurónio varia entre as duas ações. Se sim, isto é uma indicação de que o neurónio codifica informações sobre a tomada de decisão.

Conexões Profundas

Após seis meses de rigoroso treino, os investigadores puderam finalmente começar a registar a atividade neural nos ratinhos enquanto estes realizavam a tarefa. A atenção foi dada ao córtex auditivo, a parte do córtex responsável por processar o que ouvimos, uma vez que já haviam demonstrado ser necessária para a tarefa. "O córtex dos ratinhos e dos humanos é composto por seis camadas, cada uma com funções especializadas e conexões distintas com outras regiões cerebrais", explica Alfonso Renart, investigador principal e autor do estudo. "Dado que certas camadas geralmente recebem informações sensoriais de regiões cerebrais, enquanto outras enviam sinais para centros motores, foi possível registarmos simultaneamente - pela primeira vez numa tarefa como a nossa, na qual os sinais sensoriais e motores podem ser claramente distinguidos - a atividade em todas as camadas do córtex auditivo".

"Descobrimos que os sinais relacionados com o som e a escolha exibiam padrões espaciais e temporais distintos", continua Renart. "Sinais relacionados com a deteção de som apareciam e desapareciam rapidamente, cerca de 400 milissegundos após o som ser apresentado, e eram distribuídos amplamente por todas as camadas corticais. Em contraste, sinais relacionados à escolha, que indicam o movimento que o ratinho está prestes a fazer, emergiram mais tarde, antes da decisão ser executada, e estavam concentrados nas camadas mais profundas do córtex".

No entanto, apesar da separação temporal entre a atividade do estímulo e da escolha, análises adicionais revelaram uma relação intrigante: neurónios que respondiam a uma frequência sonora específica também tendiam a ser mais ativos para as ações associadas a esses sons. Como explica Steinfeld, "Por exemplo, um neurónio que reage a altas frequências pode ativar num animal a reação de uma lambidela no tubo da direita e noutro animal no tubo da esquerda, sendo que isto depende de como cada um foi treinado, já que mudámos a contingência som-ação. Esta variabilidade entre diferentes animais mostra que a atividade não é pré-definida, mas sim, que se adapta através da experiência. Estes neurónios aprendem a aumentar a sua atividade para qualquer ação apropriada, com base na sua frequência sonora preferida".

Origem e papel dos sinais de escolha

Então, qual poderá ser a origem destes sinais de escolha no córtex auditivo? "Curiosamente", observa Renart, "os sinais sensoriais iniciais no córtex auditivo não parecem prever a eventual escolha dos ratinhos, e os sinais de escolha emergem significativamente mais tarde. Isto sugere que os sinais sensoriais no córtex auditivo não causam diretamente as ações dos ratinhos, e que os sinais de escolha que observamos são provavelmente calculados noutras regiões cerebrais superiores envolvidas no planeamento ou execução de movimentos, que enviam o seu feedback para o córtex auditivo".

Se estes sinais de movimento não ditam ações, qual poderá ser o seu papel? Talvez sirvam principalmente para integrar e transmitir informações. Por exemplo, estes sinais podem ajustar a percepção do cérebro para se alinhar com uma decisão já em curso, aumentando a estabilidade daquilo que percepcionamos. Alternativamente, podem estar a preparar o cérebro para os resultados sensoriais esperados das ações, como o ruído feito pelo movimento, garantindo que as nossas experiências sensoriais correspondem aos nossos movimentos.

No entanto, estas são apenas hipóteses ainda por verificar. "Podemos perguntar-nos então senos sinais sensoriais do córtex auditivo não informam diretamente as escolhas, e se os sinais de escolha que observamos não são na verdade produzidos nesta área do cérebro, então qual é exatamente o propósito do córtex auditivo?", Reflete Renart. "Poderíamos especular que o córtex auditivo está mais preocupado em construir uma experiência consciente do som do que com a transformação sensorial-motora, mas esta é uma história para outro dia".

Ainda assim, um papel causal não pode ser totalmente descartado, especialmente porque as camadas mais profundas do córtex auditivo transmitem informações ao estriado posterior, parte do centro de controlo do cérebro para hábitos e movimentos. Estudos futuros irão focar-se na identificação das origens precisas destes sinais de movimento e sobre como estes influenciam o comportamento. Por enquanto, podemos adicionar mais uma peça ao quebra-cabeça de como o cérebro converte percepções em ações, e aos mecanismos internos de funcionamento para situações como aquela em que ouvimos passos durante a noite.

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
Embora assentes nos mesmos princípios dos Cuidados Paliativos em geral, os Cuidados Paliativos à Pes

Atualmente, há ainda uma grande desvalorização dos idosos enquanto destinatários dos Cuidados Paliativos. Esta desvalorização traduz-se em aspetos como: menor acesso a apoio emocional e espiritual nos últimos dias de vida, menor apoio na avaliação e controlo da dor, fraca participação nas decisões terapêuticas e na opção do local da morte (não são contempladas as suas opiniões). No caso das pessoas com demência, a desvalorização evidencia-se ainda mais, possivelmente pela dificuldade na avaliação do sofrimento da pessoa. Além disso, o controlo sintomático pode ser dificultado “pelo facto de se expressarem mal verbalmente e também pela ideia errónea de que este tipo de doentes não experimenta dor ou outros sintomas, embora a evidência disponível mostre que tal ideia é incorreta”. Estes aspetos refletem-se na dificuldade dos profissionais de saúde em reconhecer as suas necessidades paliativas e adequar um plano de cuidados a cada situação. Esta complexidade exige uma abordagem multidisciplinar e multidimensional, com ponto de partida na avaliação das capacidades e necessidades (específicas) de cada pessoa.

Os cuidados à pessoa com demência incluem intervenções integradas e sistémicas, quer farmacológicas, quer não-farmacológicas, onde se destaca a abordagem familiar e psicossocial. De acordo com a evidência disponível, cerca de 43% dos idosos vivem com a família, o que contradiz o desinvestimento desta enquanto entidade cuidadora, e simultaneamente sustenta a necessidade de apoio às pessoas idosas e familiares na comunidade. Este é um aspeto desafiante para a Enfermagem, considerando que o enfermeiro é um profissional de proximidade com competência para avaliar e intervir na pessoa, em todas as dimensões e em todos os contextos de cuidados.

De acordo com o Palliative Nursing Group, do Royal College of Nursing, o papel da enfermagem paliativa implica a avaliação das necessidades da pessoa doente e sua família – no âmbito da saúde física, psicológica, social e espiritual – o planeamento, implementação e avaliação das intervenções adequadas com o objetivo de promover a qualidade de vida e uma morte digna. Assim, em todos os contextos de cuidados, os enfermeiros devem ser capazes de proporcionar suporte e conforto à pessoa doente, valorizá-la, manter a esperança, preservar a dignidade, estar presente, ser empático, conhecer bem o doente e família (alvo dos cuidados) e ter a capacidade de se manter atualizado nos conhecimentos, garantindo, assim, a qualidade e sustentação das suas intervenções.

Enquanto os Cuidados Paliativos não forem uma realidade sedimentada nos cuidados de saúde em Portugal, é importante que todos os profissionais envolvidos – onde destaco os enfermeiros – conheçam a filosofia de cuidados para garantir a continuidade adequada de cuidados ao longo do percurso evolutivo da doença e desenvolvam competências para intervir, pelo menos, com ações paliativas, considerando os pilares da abordagem paliativa. O caminho a percorrer avizinha-se longo e desafiante para os enfermeiros, mas o despertar para estas questões – que seria, provavelmente, o passo mais difícil – já está a acontecer e, mais importante, vai ao encontro da enfermagem holística e interpessoal que é ensinada desde o início. Continuemos!

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
10 de maio | Dia Mundial do Lúpus
O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) é uma doença autoimune em que o sistema imune ataca o próprio co

Estatísticas e Manifestações Clínicas

As idades mais comuns para o início da doença estão entre 18 e 55 anos, abrangendo uma faixa etária ampla. Para além disso, o sexo feminino é oito a dez vezes mais afetado pelo LES.

Na Europa, estima-se que 40 em 100.000 pessoas sofrem de LES, com uma variação significativa nessa estimativa. Esses números destacam a importância de compreender e tratar adequadamente essa doença. Em Portugal e segundo a Sociedade Portuguesa de Reumatologia, cerca de 0,07% da população é afetada pelo LES, sendo tipicamente mulheres em idade reprodutiva. Isso resulta em aproximadamente quatro mil casos registados no país. Essa prevalência indica a necessidade de estratégias eficazes de tratamento e gestão do LES.

A doença pode evoluir de forma constante ao longo de vários anos ou de forma rápida, intercalando-se com períodos de remissão. Essa variabilidade na progressão da doença requer uma abordagem individualizada no tratamento e acompanhamento dos pacientes. Os sintomas variam, com possíveis complicações graves que exigem atenção urgente. Em cerca de 90% dos casos existem manifestações cutâneas e/ou articulares. No entanto, alguns doentes podem apresentar manifestações de maior gravidade, particularmente alterações renais (37%) ou neuropsiquiátricas (18%).

É fundamental que os profissionais de saúde estejam atentos aos sinais de agravamento da doença e tomem medidas adequadas para evitar complicações.

O papel das Células Estaminais Mesenquimais do Tecido do cordão umbilical no LES

Células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical têm propriedades imunorreguladoras e demonstraram efeitos terapêuticos em diversas doenças autoimunes, incluindo o Lúpus. Essas células têm o potencial de modular a resposta imune e reduzir a inflamação associada ao LES.

Vários ensaios clínicos têm investigado o efeito do transplante dessas células no tratamento do LES, mostrando um perfil de segurança promissor. Essas pesquisas têm como objetivo avaliar a eficácia e a segurança dessa abordagem terapêutica inovadora.

Pode-se destacar um estudo recente que avaliou a segurança e os efeitos das células estaminais mesenquimais de cordão umbilical em doentes com LES, sugerindo que essas células podem representar uma nova abordagem terapêutica com um perfil de segurança melhor em comparação com as terapias atuais. Esses resultados preliminares são encorajadores e indicam a necessidade de estudos adicionais para confirmar esses achados. As células estaminais do cordão umbilical parecem ser seguras e apresentam efeitos benéficos no combate ao Lúpus, exercendo efeitos em algumas células, o que sugere novos mecanismos de combate à doença. Essas descobertas abrem caminho para uma compreensão mais aprofundada dos mecanismos envolvidos no LES e para o desenvolvimento de terapias mais eficazes. Os autores concluem as células estaminais do tecido do cordão umbilical são muito seguras e também apresentarem efeitos benéficos no combate ao Lúpus.

Um outro ensaio clínico demonstrou que o transplante de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical é promissor no tratamento de LES uma vez que resultados impressionantes. Os autores verificaram taxa de sobrevida global de 92,5%, uma diminuição significativa na atividade da doença do LES, melhorias em vários sistemas de órgãos afetados pelo LES, incluindo os sistemas renal, hematopoiético e cutâneo. Esta melhoria abrangente destaca o potencial das células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical nas diversas manifestações do LES, podendo oferecer aos pacientes uma chance de melhor qualidade de vida. No entanto, alguns pacientes apresentaram recidiva da doença após 6 meses, podendo levar à necessidade aplicação de mais doses. Mais pesquisas são necessárias para entender e lidar com esse desafio.

Comparação com Terapia Atual

A terapia atual para o LES visa induzir a remissão e controlar rapidamente a atividade da doença, usando fármacos anti-inflamatórios, corticosteróides e imunossupressores. Embora essas abordagens tenham sido eficazes no controlo dos sintomas, elas também podem apresentar efeitos colaterais significativos e não são adequadas para todos os pacientes.

As células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical apresentam características promissoras, como baixa imunogenicidade, capacidade de migração para locais de inflamação e propriedades imunomodulatórias, tornando-as um excelente alvo terapêutico para doenças autoimunes, incluindo o Lúpus Eritematoso Sistémico.

Estudos adicionais são necessários para avaliar a eficácia das células estaminais mesenquimais do cordão umbilical no tratamento do LES, bem como determinar a melhor forma de administração e dosagem. Além disso, é importante considerar os potenciais efeitos colaterais e interações medicamentosas antes de implementar essa terapia como opção de tratamento padrão. No entanto, os resultados já verificados são muito encorajadores e sugerem que as células estaminais mesenquimais podem desempenhar um papel importante no tratamento do LES, melhorando sua qualidade de vida e/ou reduzindo a progressão da doença nos pacientes com LES.

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Evento realiza-se entre os dias 9 e 11 de maio
A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) promove entre os dias 9 a 11 de maio, na Casa das Histórias...

Este evento, que procurará discutir a transformação em curso do Serviço Nacional de Saúde (SNS), contará com oradores de destaque e uma grande variedade de sessões sobre diferentes dimensões da reforma do SNS.

A conferência terá início com uma sessão inovadora onde se discutirá a transformação do SNS e a importância de parcerias e alianças para além das fronteiras das Unidades Locais de Saúde (ULS). Mais tarde, oradores especializados irão liderar discussões abrangentes sobre modelos de integração de cuidados, o papel dos cuidadores informais e mecanismos inovadores de financiamento.

Líderes de opinião internacionais vão trazer uma perspetiva global sobre a integração de cuidados de saúde. Entre os oradores destacam-se Jon Guajardo (Osakidetza), Jaqueline Mallender (Economic Research Council, UK) e Niamh Lennox Chhugani (IFIC). 

Também neste evento decorrerá apresentação da Bolsa de Capital Humano. A 4.ª edição deste prestigiado prémio apresenta projetos que visam potenciar o capital humano e dotar os profissionais de saúde das competências necessárias para que assumam um papel ativo de liderança na gestão da mudança, à luz do tema “Como gerir a transição para a ULS, para mais colaboração das pessoas e melhor integração de cuidados“.

Vão ser ainda apresentados os resultados da 1ª Edição do Barómetro da Integração de Cuidados, primeiro grande estudo que procura avaliar a perceção sobre o grau de integração de cuidados no SNS e, consequentemente, o sucesso da reforma em curso.

A conferência culminará com reflexões sobre as lições aprendidas e pontos de ação, com comentários finais do Chairman desta Conferência, Pedro Lopes (Sócio de Mérito e Presidente da APAH 2008-2013).

 
Resultados do estudo “Os portugueses e os fatores de risco”
A Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC) está a divulgar os resultados do estudo “Os portugueses e os fatores de risco”,...

O estudo, elaborado pela GfK Metris, em março de 2024, contou com a participação de 934 indivíduos, de idade igual ou superior a 18 anos, residentes em Portugal Continental, e teve como objetivo analisar e compreender o nível de conhecimento dos portugueses sobre a saúde cardiovascular e os fatores de risco associados.

De acordo com o estudo, no que diz respeito ao conhecimento dos portugueses sobre o “Colesterol”, conclui-se que 64% dos portugueses consideram um valor normal de colesterol como inferior a 190 mg/dL, sendo que 65% dos indivíduos têm consciência de que não existe apenas o Colesterol Total.

Já no que diz respeito ao conhecimento dos portugueses sobre a “Tensão Arterial”, os resultados mostram que 75% dos entrevistados acreditam que um valor normal de tensão arterial é inferior a 140/90 mmHg; e que 80% reconhecem a importância de uma atenção redobrada à saúde cardiovascular, quando há histórico de familiares que sofrem de hipertensão.

Relativamente aos temas “Atividade Física” e “Obesidade”, concluiu-se que a maioria dos portugueses (73%) discorda da ideia de que apenas exercícios em ginásios contam como atividade física válida para a saúde cardiovascular; 52% não sabem quando é considerado o valor Normal de Índice de Massa Corporal (IMC); e 68% consideram falsa a afirmação de que a gordura nas coxas e ancas é mais prejudicial do que a gordura abdominal.

Sobre o “Tabagismo”, os resultados do estudo indicam que 68% dos portugueses reconhecem que os cigarros eletrónicos não são uma alternativa saudável aos cigarros convencionais e que não são uma boa ajuda para quem pretende deixar de fumar.

Estes resultados destacam tanto os pontos de conhecimento positivos quanto as lacunas que ainda existem no entendimento dos portugueses sobre saúde cardiovascular.

Entrevista | Dr. Gonçalo Sarmento e Costa
Apesar de ser conhecido por provocar bronquiolites em bebés e crianças, o Vírus Sincicial Respiratór

Embora, quase sempre, oiçamos falar de Vírus Sincicial Respiratório (VSR) associado à idade pediátrica, a verdade é que também a população adulta pode ser afetada por este vírus. Neste sentido, quais as principais complicações do VSR nos idosos?

É fundamental que as pessoas conheçam o VSR como vírus que causa uma infeção respiratória aguda potencialmente fatal nas idades mais avançadas. O VSR carateriza-se por causar uma particular inflamação brônquica, que se traduz num broncoespasmo duradouro e menos respondedor à terapêutica “standard of care”, prolongando muitas vezes os internamentos, em especial dos idosos, que se vêm a expostos a uma maior exposição a sobreinfeções bacterianas, confusão ou “delirium” hospitalar, e à perda da sua autonomia (muitas vezes irreversível), que muitas vezes dita uma institucionalização à data de alta.

Quais os principais fatores de risco associados ao VSR nesta população? A que outras comorbilidades se pode associar, conduzindo ao seu agravamento?

Os idosos apresentam-se especialmente vulneráveis às complicações do VSR, essencialmente devido a três fatores: a imunosenescência (que se pode resumir a um envelhecimento com perda de eficiência do nosso sistema imunitário), a maior prevalência de doenças crónicas e a fragilidade que surge com o envelhecimento biológico dos vários sistemas de órgãos. Além dos idosos, os doentes portadores de doença cardiovascular, oncológica e, claro, respiratória crónica são também doentes muito sensíveis a este vírus.

Para quem não sabe muito sobre este tema, que vírus é este e como pode ser prevenido e combatido?

De uma forma muito simplificada, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), tal como indica o seu nome, é um vírus que pode provocar doença respiratória em pessoas de todas as idades, e é muito contagioso, podendo sobreviver várias horas nas mãos ou em objetos. Os seus sintomas podem variar, dependendo de fatores como a idade ou o estado de saúde da pessoa.

Sendo um Vírus de atingimento do sistema respiratório, as medidas básicas de utilização de máscara, limitação de contatos sociais quando estamos doentes e medidas de higiene das mãos são fundamentais no controlo e disseminação desta infeção que na maioria das vezes se apresenta como um síndrome gripal (não confundir com gripe, mas antes uma infeção respiratória vírica). Transmite-se pelo contacto com secreções ou objetos com o vírus através do nariz, dos olhos ou da boca e o período de incubação varia entre 2 a 8 dias.

Quais os principais sintomas desta infeção?

Tosse, coriza (corrimento nasal), febre e falta de ar (dispneia) são os sintomas mais comuns.

Existe vacina para o VSR? Que estratégias de imunização estão disponíveis para esta população?

Sim, existe vacina desde 2023. Foi um ano de boas notícias no que concerne ao VSR, com a chegada de duas vacinas que mudam o paradigma da abordagem aos doentes de risco. Desde então, podemos recomendar com segurança aos nossos idosos que se vacinem contra o VSR, de forma a que possam estar mais protegidos deste vírus que injustamente é abordado relativamente à idade pediátrica, apesar de ser mais mortal nos doentes idoso.

No entanto, há um longo caminho a percorrer, no sentido de avançarmos com a imunização destes doentes, que passa pela sensibilização dos decisores para a comparticipação das vacinas que se encontram a preços que constituem um obstáculo para a maioria dos nossos doentes de risco.

Houve alguma mudança no comportamento pós-pandemia?

Com a era pós-pandemia, houve avanços na forma como passámos a encarar as infeções respiratórias, sendo que, por exemplo, hoje podemos realizar testes respiratórios, adquiri-los nas farmácias a preços acessíveis e despistar infeções com VSR, Covid, ou mesmo a Gripe. Neste sentido, e mesmo nos Hospitais, houve um aumento significativo de diagnóstico destas doenças, pelo que tem sido mais percetível.

O que precisamos saber e reter sobre este vírus?

Precisamos de saber que é um vírus particularmente nocivo nos extremos de idades, sobretudo nas populações mais idosas e nos portadores de doença crónica, e que anualmente é responsável por muitos internamentos no nosso SNS.

É fundamental que entendamos que, uma vez infetado por este vírus, não existe um tratamento dirigido, pelo que a prevenção através da vacinação e medidas de contenção, como a utilização de máscara em caso de suspeita de infeção respiratória e desinfeção das mãos, são fundamentais. A infeção é aguda, mas pode associar-se a complicações crónicas, como a perda de autonomia ou o agravamento de outras doenças preexistentes.

No âmbito deste tema, que mensagem ou recomendação gostaria de deixar?

Não deixe de perguntar ao seu médico assistente qual será o seu plano vacinal tendo em conta a sua idade, estado de saúde e complicações associadas. Utilize máscara em caso de infeção e higienize as mãos. Mesmo que seja uma pessoa saudável, pode transmitir uma doença como VSR a uma pessoa mais vulnerável.

Nem todos os adultos têm indicação para se vacinarem, mas todos têm a responsabilidade de diminuir o risco de transmissão da sua infeção, que pode eventualmente até ser causada pelo VSR.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia 13 de maio
No dia 13 de maio, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), em parceria com o El Corte Inglés, comemora o seu...

Com moderação da ex-deputada e ex-presidente da Comissão Parlamentar de Saúde, Maria Antónia Almeida Santos, o evento conta com a presença de três especialistas da APDP: José Manuel Boavida, presidente, João Filipe Raposo, diretor clínico, e Rita Nortadas, especialista em Medicina Interna.

“É com muito orgulho que assinalamos mais um ano desta que é a associação de diabetes mais antiga do mundo! Este evento assinala a enorme evolução conseguida desde então e, em três sessões, será possível explorar a história da APDP, os avanços e a inovação no tratamento e ainda a estreita interação entre a diabetes e a obesidade. Cada vez mais perto dos 100 anos, mantemos o compromisso que sempre nos foi tão característico e continuaremos a lutar pelos direitos de quem vive com diabetes!”, afirma José Manuel Boavida.

“Para o El Corte Inglés é uma honra associar-se à celebração do 98º aniversário da APDP e integrar a Conferência ‘O que é a Diabetes e o que a ciência tem feito para a combater’ no Ciclo Pensar a Saúde da programação do Âmbito Cultural. Este ciclo representa também o compromisso da empresa em promover o conhecimento e esclarecimento dos nossos clientes, neste caso, sobre uma patologia muitas vezes incompreendida.”, explica Vasco Marques Pinto, da área de Responsabilidade Social Corporativa do El Corte Inglés. 

O evento educativo tem assim como objetivo desvendar os desafios da diabetes e explorar os avanços científicos que têm sido alcançados para combater esta doença, que afeta mais de um milhão de portugueses.

“Atualmente, mais de 40% dos portugueses entre os 20 e os 79 anos vivem com diabetes ou pré-diabetes. Percorremos um longo caminho, mas não podemos parar agora! É importante continuarmos a abordar a forma como a evolução do tratamento e também a melhor compreensão da doença têm melhorado a vida das pessoas com diabetes. Mas importa agora agir para detetar e tratar a diabetes de forma mais precoce.”, defende João Filipe Raposo.

A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, fundada em 1926, é uma organização reconhecida internacionalmente como pioneira no apoio e no acompanhamento multidisciplinar das pessoas com diabetes em Portugal. Foi fundada por Ernesto Roma, criador da Diabetologia Social, para apoiar as pessoas com diabetes em situação de carência monetária a adquirirem insulina, hormona essencial para a sua sobrevivência.

Em todo o mundo, uma em cada 10 pessoas vive com diabetes, uma das doenças mais prevalentes e uma das principais causas de morte em todo o mundo. Em Portugal, segundo os dados mais recentes do relatório anual do Observatório Nacional da Diabetes, em 2021, cerca de 1,1 milhões de portugueses entre os 20 e os 79 anos têm diabetes, o que representa 14,1% da população neste grupo etário. Ainda assim, 44% destes não tinham sido diagnosticados.

A entrada é gratuita, mas carece de pré-inscrição individual.

 
Desenvolvimento de normas e ferramentas
A convite do Instituto Português da Qualidade (IPQ), a GS1 Portugal integra atualmente a Comissão Setorial para a Saúde (CS/09)...

De acordo com o seu plano de atividades, em colaboração com a GS1 Portugal, a CS/09 prevê diversas iniciativas, nomeadamente o desenvolvimento de uma norma para a correta utilização dos códigos globais de identificação única dos produtos, como o GS1 DataMatrix, para inclusão de informações adicionais relevantes, tais como o Folheto Informativo Digital, Clinical Pathways – ferramenta utilizada como guideline clínica adequada a contextos de prestação de cuidados de saúde – ou instruções de utilização de Dispositivos Médicos (IFU), e a execução de um Plano de Formação para profissionais na área da saúde.

“É com grande satisfação que aceitamos o convite para integrar esta Comissão. É um convite muito prestigiante, de que depreendemos o reconhecimento do trabalho que temos vindo a implementar, em estreita colaboração com múltiplas instituições do setor, em Portugal. Reconhecemos a importância das atividades desenvolvidas pela CS/09 e estamos comprometidos em contribuir ativamente para a dinamização das diversas componentes que influenciam a rastreabilidade, interoperabilidade e eficiência do Setor da Saúde, no nosso país e internacionalmente”, afirma João de Castro Guimarães, Diretor Executivo da GS1 Portugal.

A Comissão Setorial para a Saúde (CS/09) – criada no âmbito do Sistema Português da Qualidade (SPQ) e constituída em maio de 1994 – desenvolve as suas atividades integradas no IPQ e pretende analisar, promover e dinamizar as várias componentes que influenciam a Qualidade na Saúde, bem como apresentar propostas para a respetiva melhoria.

Esta nomeação reforça a missão da GS1 Portugal de liderar a melhoria da competitividade na cadeia de valor através de standards, soluções e transferência de conhecimento.

 
Dia Mundial do Lúpus assinala-se a 10 de maio
No dia 10 de maio assinala-se o Dia Mundial do Lúpus, uma doença crónica autoimune que afeta cerca de cinco milhões de pessoas...

“Na ADL reconhecemos a importância da literacia em saúde para que os doentes consigam ter um papel ativo na gestão da doença. Para além disso, o acompanhamento clínico por parte de profissionais de saúde especializados é crucial para o sucesso do tratamento” explica Rita Mendes, presidente da ADL. “É importante sensibilizar para esta patologia e promover o empoderamento dos doentes. O encontro 'Viver o futuro com Lúpus' é uma oportunidade para partilhar conhecimento, de forma a contribuir para uma melhor qualidade de vida dos doentes”, acrescenta.

O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) pode afetar qualquer parte do corpo e é provocado por um desequilíbrio do sistema imunológico, em que as células responsáveis pela defesa produzem anticorpos contra células do próprio organismo. Esta condição pode afetar desde as articulações e músculos até aos órgãos internos como rins, pulmões e coração.

Entre as manifestações mais graves do lúpus encontra-se a Nefrite Lúpica (NL), que afeta cerca de 40% dos doentes com LES. Esta complicação pode levar à insuficiência renal e a outras complicações graves, sendo uma das principais causas de morbimortalidade associada à doença. 

Apesar dos avanços no conhecimento sobre a patogénese do lúpus e das melhorias nas terapêuticas existentes, a NL continua a ser um grande desafio para os doentes e profissionais de saúde. A qualidade de vida dos doentes com NL é significativamente reduzida, com fadiga crónica e custos associados à doença, tanto diretos como indiretos.

O Dia Mundial do Lúpus serve para recordar que ainda há muito a ser feito no combate a esta doença, tendo em conta que existe uma necessidade médica por preencher no tratamento de doentes com NL que permita preservar a função renal a longo prazo, reduzindo as recidivas e a redução gradual de corticosteroides. Através da investigação, do desenvolvimento de novas terapêuticas, da educação para a saúde e do apoio aos doentes, é essencial trabalhar em conjunto para um futuro onde o lúpus deixe de ser um obstáculo à qualidade de vida.

 
Proctologia
O Quisto Pilonidal é uma doença bastante comum, especialmente em jovens.

Geralmente, este problema está relacionado com características congénitas e com as mudanças hormonais da puberdade, levando ao crescimento de pêlos abaixo da pele da região. O quisto pilonidal ocorre, na maior parte das vezes, em homens com idades entre 15 e 30 anos. Nas mulheres corresponde apenas a 20% dos casos.

Os principais fatores de risco para desenvolvimento deste problema são: excesso de pêlos na região entre os glúteos; ovário poliquístico; obesidade; ausência de prática de atividade física e atividade de trabalho em posição sentada por muitas horas.

Sintomas do Quisto Pilonidal

Normalmente os primeiros sintomas do quisto pilonidal envolvem a formação de um abcesso, com bastante inchaço e dor. A região torna-se muito sensível ao contacto. Movimentos simples, como sentar, podem causar grande sofrimento. O quadro inflamatório agudo pode causar febre e, durante as crises, pode ser necessária a drenagem de pus. Este procedimento deve ser realizado de forma urgente, mas trata-se de uma solução paliativa. O uso de antibióticos pode ser indicado para controlar o processo, mas também não resolve o problema. Na fase crónica, os orifícios do quisto pilonidal podem eliminar secreção de forma persistente e necessitam de um tratamento cirúrgico definitivo.

Tratamento Cirúrgico

Até há poucos anos a única forma efetiva de tratar o quisto pilonidal era através da remoção cirúrgica convencional. No entanto, esta técnica exige um pós-operatório longo e trabalhoso. Nele, os pacientes devem realizar diariamente, por aproximadamente 60 dias, curativos profundos, com profissionais de enfermagem, para evitar o reaparecimento do problema. A cirurgia a laser para remoção do quisto pilonidal costuma durar cerca de 30 minutos e o paciente volta para casa no mesmo dia. O procedimento é realizado através de uma fibra (cateter) inserido dentro das aberturas do quisto. É feita uma limpeza minuciosa do local, com remoção de pêlos e tecidos. Em seguida, com a fibra laser de raio circular são realizados os disparos de forma intermitente até cauterizar toda a parte interna das suas paredes, até à obliteração do seu interior. Sabemos inclusive, que o efeito de fechar e cicatrização do laser pode persistir por mais de 3 a 6 meses após o procedimento realizado.

Vantagens da técnica laser

Para além de ser um procedimento mais rápido e seguro, a recuperação pós-operatória é muito mais rápida e com um desconforto mínimo. Isto ocorre porque as feridas externas são muito pequenas. Muitos estudos já avaliaram a eficácia do método e principalmente a hipótese de o problema aparecer novamente. Num recente estudo de revisão sistemática do assunto, ficou demostrado que as hipóteses são semelhantes à técnica tradicional e inclusive alguns trabalhos demonstram superioridade para o laser. As complicações pós-operatórias como infeções e sangramento são muito menores como laser.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
10 mil euros para o projeto vencedor
A MSD Portugal anuncia a prorrogação do prazo de candidaturas à 6.ª edição do Prémio MSD de Investigação em Saúde até 19 de...

A revisão da data-limite para a submissão de candidaturas permite que as equipas de profissionais de saúde, que representem instituições de prestação de cuidados de saúde ou de instituições científicas, públicas ou privadas, sem fins lucrativos, tenham mais uma oportunidade para se candidatar ao Prémio, através do site, caso ainda não o tenham feito.

Ao projeto vencedor será atribuído um prémio no valor de 10 000€ e está também prevista a atribuição de duas menções honrosas, com o valor de 1 500€ cada. Como critérios de avaliação e seleção dos protocolos constam o objetivo e a metodologia, a inovação, a exequibilidade, a aplicabilidade e/ou o impacto estimado na população alvo.

A Comissão de Avaliação é constituída por reconhecidos especialistas, nomeadamente, a Professora Doutora Catarina Resende de Oliveira, o Professor Doutor Daniel Pinto, a Professora Doutora Emília Monteiro, o Professor Doutor Firmino Machado, o Professor Doutor Manuel Abecasis, a Professora Doutora Mariana Monteiro e o Professor Doutor Nuno Sousa.

Desde que foi lançado, o Prémio MSD de Investigação em Saúde já analisou cerca de 350 candidaturas submetidas por equipas e instituições científicas de todo o país.

Para consultar o regulamento do Prémio e a ficha de candidatura, visite o site.

 
Dia 5 de junho
No dia 5 de junho a AIBILI abre as suas portas à comunidade, com o objetivo de proporcionar um contacto direto com uma...

A iniciativa decorre, entre as 14h30 e as 17h00, na FMUC – Auditório Prof. Doutor José Cunha-Vaz, Sub-Unidade 1 – Polo III da Universidade de Coimbra.

Segundo a organização, o " AIBILI OPEN DAY pretende ser uma ampla plataforma de networking, debate e discussão". 

O programa já está disponível e incluirá palestras onde serão apresentadas as capacidades e valências da AIBILI e abordada a Investigação e Inovação Clínica em Portugal. As inscrições são gratuitas, mas obrigatórias. 

 
9 e 10 de maio
Entre os dias 9 e 10 de maio, decorre no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, o VI Curso Teórico-Prático de Nefrologia...

Dirigido a especialista e internos de Pediatria, Medicina Geral e Familiar, Enfermeiros e outros técnicos de saúde, este curso aborda quatro temáticas de interesse na área da Nefrologia. 

O primeiro painel aborda a Hematúria, Proteinúria e Função tubular e equilíbrio hidro-eletrolítico, sob o tema "Como investigar? Como orientar?" 

"Anomalias da micção" é o segundo tema em discusão, abordando tópicos como: Disfunção vesical. Fisiopatologia, clínica; Estudo urodinâmico para principiantes: interpretação e indicações. Uroterapia com Biofeed-back" e Enurese.

O curso aborda ainda o tema "Criança com patologia glomerular no SU" - Síndrome nefrótico. Episódio inaugural e recidiva e Síndrome nefrítico. Como investigar, quando internar. 

Havendo espaço para uma atualização sobre Hipertensão (Diagnóstico e investigação e O papel do MAPA). 

 
Da oncologia às doenças neurológicas
Além de cuidados de saúde e cuidados especializados ao domicílio, a empresa oferece serviços de apoio nas atividades de vida...

A empresa “Cuidamos em Casa”, do grupo B. Braun, já está disponível no Grande Porto para “promover a qualidade de vida e autonomia das pessoas e famílias no conforto da sua casa”, revela Rita Tavares, diretora do projeto. A empresa, especializada em cuidados de saúde, dispõe ainda de uma ampla gama de serviços de apoio domiciliário e cuidados especializados, direcionados a diferentes patologias.

Em funcionamento na zona da Grande Lisboa desde 2018, e agora no Porto, a “Cuidamos em Casa” oferece serviços de saúde em várias áreas, como nutrição, enfermagem, terapia da fala, podologia, análises clínicas, acompanhamento médico e outras terapêuticas. “Acreditamos que a melhoria das condições pessoais e sociais é mais efetiva quando os cuidados ocorrem no meio habitual de vida, próximo das recordações, pertences, família e amigos”, explica Rita Tavares. 

Os serviços, disponíveis 24h por dia, vêm dar resposta a uma franja da população que necessita de apoio e acompanhamento especializados, seja qual for a fase de vida em que se encontra o doente. Os cuidados desdobram-se em várias especialidades, como oncologia, doenças crónicas, patologias neurológicas, cuidados paliativos, acompanhamento materno-infantil, entre outros. 

“Reconhecemos a diversidade das necessidades de saúde da população e, portanto, oferecemos serviços especializados e individualizados. Sabemos que existem doenças sem cura, no entanto, todas merecem ter os cuidados necessários. O nosso objetivo é garantir que cada pessoa recebe o suporte necessário para melhorar a sua qualidade de vida e enfrentar os desafios de saúde com dignidade e conforto, na comodidade do seu lar”, continua a diretora. 

Já na área de serviços de apoio domiciliário, a empresa disponibiliza ainda cuidados com tarefas quotidianas para melhorar a qualidade de vida da comunidade. Destacam-se, por exemplo, os cuidados de higiene e conforto pessoal, tratamento de roupa, apoio na alimentação, acompanhamento de deslocações, confeção de refeições, entre outros.  

A equipa multidisciplinar deste projeto é composta por profissionais especializados, qualificados e experientes nas diversas áreas. “Esta expansão a norte revela a necessidade de responder ainda mais às necessidades individuais de cada pessoa. Estamos prontos para fazer parte da comunidade da área do Grande Porto e continuar a fazer a diferença na vida das pessoas que precisam desta ajuda”, finaliza Rita Tavares. 

 
Maio, mês do Coração
A propósito do Mês do Coração, a campanha ‘O lugar do coração é em casa’ relembra a importância de sensibilizar a população...

Para manter o bom funcionamento do coração há cinco cuidados que devemos adotar para melhorar a saúde cardiovascular:

  1. Ter uma alimentação saudável pode ajudar a aliviar os sintomas e a travar o agravamento da insuficiência cardíaca. Álcool, sal e gorduras devem ser evitados. Já os vegetais, a fruta, a fibra, os laticínios com pouca gordura, a carne magra e o peixe são fundamentais na sua dieta, para que o corpo tenha os nutrientes necessários;
  2. Praticar exercício físico com regularidade é um hábito que deve fazer parte da sua rotina. O corpo precisa de atividade e incluir a realização de uma caminhada no seu dia a dia pode fazer a diferença. Mesmo as pessoas que vivem com insuficiência cardíaca devem praticar exercício físico ligeiro para aliviar os sintomas e manter o seu bem-estar;
  3. Controlar o peso é um fator essencial. A insuficiência cardíaca está geralmente associada a alterações súbitas no peso que podem indicar alterações no estado de saúde. Por isso, é necessário estar atento ao seu peso de forma a mantê-lo regular e nos valores indicados de acordo com a sua altura e massa corporal;
  4. Deixar de fumar vai trazer muitos benefícios para a sua saúde. Tal acontece, porque os fumadores têm um maior risco cardiovascular e o tabaco pode agravar lesões existentes no músculo cardíaco, o que leva a que seja ainda mais difícil para o coração transportar o sangue para todas as partes do corpo;
  5. O apoio social e emocional é fundamental. A família e os amigos têm um papel chave no que diz respeito a ajudar a cumprir o plano de tratamento e até mesmo motivar as mudanças no estilo de vida. Além disso, os contactos sociais são importantes para reduzir o stress e a ansiedade, bem como criar uma rede de suporte.

Para quem vive com insuficiência cardíaca, o coração não parou, mas também não consegue manter o esforço necessário para bombear adequadamente o sangue para todas as partes do corpo. Embora a insuficiência cardíaca seja uma condição grave, progressiva e incurável, existem opções de tratamento disponíveis que, aliadas a um estilo de vida mais saudável tendo por base os cuidados referidos acima, contribuem para uma melhor gestão da doença e qualidade de vida dos doentes.

Estima-se que, pelo menos, 64 milhões de pessoas no mundo vivem com insuficiência cardíaca. Em Portugal, afeta cerca de 4% da população e prevê-se que venha a aumentar entre 50 a 70% até 2030. Para mais informações sobre esta doença, consulte: www.coracaoemcasa.pt

 
Especialista explica
Mais de 10 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com doença inflamatória intestinal (DII), uma do

As pessoas associam frequentemente a DII a episódios de diarreia, no entanto, tal como explica o especialista, esta trata-se de uma doença grave e crónica cujos outros sintomas podem incluir hemorragia retal, fadiga, perda de peso e dores de estômago e nas articulações. Os dois principais tipos de DII são a doença de Crohn e a colite ulcerosa.

"A colite ulcerosa afeta apenas o cólon causando inflamação nesta porção do intestino, enquanto a doença de Crohn pode afetar várias partes do sistema digestivo, desde a boca até ao anus", explica o médico gastrenterologista. 

De acordo com este especialista a DII não afeta dois doentes da mesma maneira. "Para algumas pessoas, a DII é apenas uma doença ligeira. Para outras, é uma doença debilitante que pode levar a complicações potencialmente fatais", sendo  provável que haja períodos de doença ativa seguidos de períodos de remissão.

"Alguns doentes podem desenvolver aquilo a que chamamos manifestações extra-intestinais da sua doença inflamatória intestinal", afirma Victor Chedid. "E isto pode afetar outros órgãos para além dos intestinos", alerta. 

Tratando-se de uma doença sem crónica, para a qual não existe cura, suspeitava-se que a alimentação e o stress poderiam estar entre as causas da doença. No entanto, explica o médico da Mayo Clínic, "agora os médicos sabem que estes fatores não causam a DII, mas podem piorá-la". Segundo o gastrenterologista, uma possível causa da DII é um mau funcionamento do sistema imunitário. "Quando o sistema imunitário tenta combater um vírus ou uma bactéria invasora, uma resposta imunitária atípica faz com que o sistema imunitário ataque também as células do trato digestivo", revela. 

Por outro lado, refere que várias mutações genéticas têm sido associadas à DII. "A hereditariedade também parece desempenhar um papel importante, uma vez que a DII é mais comum em pessoas que têm familiares com a doença", acrescenta. 

No que toca ao tratamento, este médico diz que exitem vários medicamentos para ajudar a  para reduzir a inflamação. No entanto, garate que "ter atenção ao que se come pode ajudar a aliviar os sintomas". Deste modo, recomenda que: 

  • Limite os produtos lácteos;
  • Faça pequenas refeições;
  • Beba muitos líquidos;
  • Considere tomar multivitamínicos;
  • Fale com um nutricionista.

"Temos de nos concentrar em dietas ricas em alimentos anti-inflamatórios e antioxidantes, e pobres em alimentos processados e que podem ser pró-inflamatórios", reforça Victor Chedid.

E aconselha: visite o seu médico se tiver alterações persistentes nos seus hábitos intestinais ou se tiver algum dos sinais e sintomas de DII.

Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Novo livro aborda a nutrição numa perspetiva única em Portugal
O ‘Prato do Dia’ de hoje já não é o mesmo ‘Prato do Dia’ do tempo dos nossos pais. Hoje, fazer um menu implica conhecer os...

O livro “Alimentação Individual e Coletiva - Nutrir Pessoas, Planear Refeições e Gerir Serviços”, da autoria dos nutricionistas Ada Rocha, Carlos Damas e Cláudia Viegas, e editado pela LIDEL, é uma obra que aborda a nutrição numa perspetiva enriquecedora e esclarecedora para todos os profissionais que têm de lidar com alimentos no dia a dia. Conhecer os alimentos, as suas características e de como deles é possível ter benefícios individual e coletivamente, é fundamental para dar resposta à exigência crescente dos consumidores.

“Com um pensamento estruturado, [os autores] preenchem o vazio sobre a falta de uma obra que aborde um conhecimento simultaneamente conceptual, científico e operacional da alimentação coletiva na área da saúde, conseguindo uma comunicação simples, mas tecnicamente exigente, precisa e esclarecedora", escreve Helena Ávila, Nutricionista Especialista em Alimentação Coletiva e Restauração, no Prefácio. 

Partindo duma base de ciência nutricional, este livro foi escrito a pensar nos profissionais da hotelaria e da restauração, nos estudantes do ensino superior da área da alimentação e nutrição, e nos nutricionistas, assim como em outros interessados nestas matérias.

Divido em três parte, os leitores poderão encontrar neste livro informações sobre os Alimentos e Recomendações Alimentares e Nutricionais, com os aspetos básicos dos alimentos e a sua relação com os nutrientes, segue-se o Planeamento de Refeições e Ementas, que adapta as recomendações nutricionais de diferentes grupos populacionais aos diferentes contextos de alimentação individual e coletiva, referindo também a elaboração de fichas técnicas e, por fim, a Organização e Gestão de Serviço de Alimentação Coletiva, sobre os diferentes sistemas de produção e distribuição de refeições, os aspetos relacionados com a legislação atual no que se refere aos alergénios, e também à sustentabilidade.

Este livro não é um fim em si mesmo, antes um caminho para a melhoria contínua do serviço de fornecimento de refeições. Segundo os autores, “Este é um manual que se quer prático, com aplicação a contextos concretos, e em que são referidas porções de alimentos e valores nutricionais.”

 
‘Cancro da Bexiga sem Reticências’,
Maio é o mês de sensibilização para o Cancro da Bexiga – o tipo mais frequente de carcinoma urotelial – e neste âmbito a...

Esta iniciativa conta com o apoio científico da Associação de Investigação Cuidados de Suporte em Oncologia (AICSO) e do Grupo Português Genito-Urinário e permite esclarecer algumas dúvidas sobre o cancro da bexiga através de vídeos explicativos, protagonizados por médicos especialistas no tratamento desta doença. Rui Amorim (Urologista) e Joana Marinho  (Oncologista), são alguns dos especialistas convidados, que abordam ‘O que é o Cancro da Bexiga e Fatores de Risco’ e ‘ O Papel da Quimioterapia no Tratamento do Cancro da Bexiga’, respetivamente. A epidemiologia do Cancro da Bexiga, sinais e sintomas e fatores de risco são as áreas que merecem destaque nesta nova plataforma informativa.

Em Portugal, no ano 2020 houve 2068 novos casos de cancro da bexiga. Este cancro afeta os tecidos da bexiga, fazendo com que as células que a constituem comecem a crescer descontroladamente. Apesar de ser mais frequente no sexo masculino, existe alguma prevalência no sexo feminino. Dados da Globocan (2020) indicam que, no mesmo ano, a incidência foi de 1903 doentes do sexo masculino para 705 novos casos no sexo feminino. O cancro da bexiga é o tipo mais frequente de carcinoma urotelial, sendo a idade média de diagnóstico cerca de 70 anos.

É importante não ignorar os sintomas, uma vez que podem ser confundidos com infeções do trato urinário (cistite), pedras na bexiga, bexiga hiperativa ou próstata aumentada. As manifestações do cancro da bexiga passam pela necessidade de urinar com frequência, dor ou ardor ao urinar, fluxo urinário reduzido ou intermitente, sensação de esvaziamento incompleto e sangue na urina.

Apesar de não ser possível evitar esta patologia, existem vários fatores de risco que contribuem para o cancro da bexiga, nomeadamente o tabagismo, que é o principal fator de risco associado ao cancro da bexiga. Assim como, a exposição a produtos químicos industriais e o vírus do papiloma humano (HPV). 

Para Filipe Ribeiro, Diretor Médico da Astellas Pharma, “A avaliação precoce dos sinais e sintomas do Cancro da Bexiga, à semelhança de outras patologias, vai contribuir para um diagnóstico atempado e o adequado acompanhamento médico. Contribuir para o crescimento da literacia em saúde é um dos pilares da ação da Astellas, para que cada vez mais se tomem decisões conscientes e informadas.”

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