Otimização da gestão da força de trabalho
A SISQUAL® WFM é agora a responsável pela gestão hospitalar das Unidades Locais de Saúde (ULS) nacionais – uma integração que...

Com esta alteração, as ULS poderão agora partilhar recursos com os extintos ACES de forma dinâmica, otimizando assim a gestão da força de trabalho e aumentando a produtividade e a capacidade de resposta. Este processo exigiu uma cuidadosa coordenação e ajustes contínuos para garantir uma transição suave e eficiente para todas as partes envolvidas.

Segundo Pedro Cabral, COO da SISQUAL® WFM, “uma das principais dificuldades foi a gestão da mudança, que teve impacto não apenas na componente tecnológica, mas também na comportamental e na adaptação a novos processos, regras e formas de trabalho. A SISQUAL WFM desempenhou um papel fundamental na planificação dessa mudança, garantindo, por meio da sua plataforma de Gestão de Força de Trabalho, a integração de uma grande quantidade de equipas novas nas ULS recém-criadas, com um movimento de mais de 20 mil pessoas”.

Esta aposta na ferramenta da SISQUAL® WFM representa um passo significativo no aprimoramento dos processos no ambiente hospitalar em Portugal, que consequentemente contribuirá para o aumento da segurança dos pacientes e simultaneamente a qualidade de vida dos colaboradores nas Unidades de Saúde Locais de todo o país.

O processo de implementação do sistema SISQUAL® WFM nas ULS contou com três fases distintas. 

Primeiro, foi realizado o planeamento de acordo com as orientações dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e respetiva integração com o sistema de informação RHV – Recursos Humanos e Vencimentos, sendo depois definido o plano de migração de recursos humanos, avaliação e mitigação de riscos, redefinição da segurança, acessos e comunicações dentro da RIS (Rede informática da Saúde), assim como a readaptação de todos os sistemas de registo de ponto adaptada à nova organização hospitalar.

A SISQUAL® WFM apoiou também a integração automática dos novos recursos na sua ferramenta, com reconfiguração de novos centros de custo, alteração da árvore hierárquica do sistema, reconversão dos novos números mecanográficos, atribuição de legislações, horários e associação aos respetivos quadros, carregamento de saldos e inicialização de férias. 

Ainda a decorrer, está a formação e apoio na exportação salarial com integração com o RHV da SPMS. Até ao momento foram feitos dois meses de exportação com sucesso, que não seriam possíveis sem o total empenho das equipas de Recursos Humanos das ULS e respetivas Direções no seu permanente apoio e disponibilidade para o desenvolvimento e sucesso deste projeto.

Procedimento inovador permite utilizar uma zona cirurgicamente inacessível
A equipa de nefrologia de intervenção do Hospital Garcia de Orta (HGO), da ULS Almada-Seixal, realizou, recentemente, um...

“Além da inovação tecnológica, este processo tem a mais-valia de poder ser o 2.º acesso do doente na escala de acessos vasculares. Com esta técnica cria-se uma nova opção e menos invasiva. Estamos a poupar vasos ao doente, o que é muito positivo”, sublinha Carlos Oliveira, membro da equipa de nefrologia de intervenção da ULSAS. “Ser minimamente invasivo é a primeira vantagem deste procedimento”, refere o nefrologista, destacando, mais à frente, “a vantagem estética de não deixar cicatriz”.

Em causa está um procedimento endovascular realizado sem cirurgia, em que é introduzido um cateter numa artéria e outro numa veia do antebraço do doente e, através de um dispositivo de radiofrequência, que funciona como um bisturi elétrico, é feita uma fístula, juntando uma artéria e uma veia, através dos dois cateteres.

Nos acessos vasculares para hemodiálise, a cirurgia mais simples e mais recomendada é a do punho, que é o primeiro acesso do doente, como sublinha o nefrologista Pedro Bravo, que realizou este primeiro procedimento. Quando este acesso falha avança-se para uma localização superior, mais proximal.

“É mais uma opção e mais uma alternativa ao que já tínhamos. Nem todos vão precisar porque a opção do punho continua a ser a primeira e melhor opção. Aqueles que já fizeram tentativa e não resultou ou que não têm vasos que permitam a construção de um aceso no punho, e que até agora passavam para o braço, agora têm esta opção. Mas isto implica um mapeamento e um estudo prévios da vasculatura do braço para perceber se são elegíveis anatomicamente”, explica Pedro Bravo.

Os doentes que fazem hemodiálise são doentes crónicos, pelo que se começa pela opção mais longe do coração possível. “Além de ser um método minimamente invasivo, passamos a ter opção de usar uma zona que cirurgicamente não está tão acessível”, complementa o nefrologista.

A técnica é realizada nos EUA e no Canadá desde 2019, e, de acordo com o nefrologista Carlos Oliveira, há 1.300 casos na Europa, sendo este o primeiro a nível nacional com este dispositivo.

Esteve presente no procedimento realizado em Portugal a equipa de nefrologia de intervenção da ULSAS, com o nefrologista Pedro Bravo, em conjunto com o radiologista de intervenção espanhol Iñigo Insausti (Universidade Navarra e Pamplona). Marcaram presença, também, enfermeiros, um técnico de radiologia, e um anestesista, bem como um elemento da cirurgia vascular. Os cirurgiões vasculares são os primeiros a ver os doentes e a fazer o estudo para o acesso, pelo que “é de todo o interesse que haja uma colaboração próxima entre nefrologia e cirurgia vascular”, sublinha Pedro Bravo.

De Espanha veio ainda um técnico dedicado a este tipo de acessos (com experiência no estudo e seleção dos doentes e do local para fazer a fístula) que deu apoio na seleção do doente.

“Quando um doente tem uma doença renal crónica, as guidelines estabelecem um plano de vida do doente que integra o início da terapêutica dialítica (hemodiálise, diálise peritoneal, transplantação renal). No doente que comece por fazer hemodiálise, podemos fazer um plano de vida do acesso vascular. O passo agora é integrar este acesso neste plano de vida. É mais uma etapa que temos no plano de vida do acesso”, remata Carlos Oliveira.

Iniciativa abrange cerca de 200 pessoas já identificadas pela associação SOS Amianto
Começa hoje na Fundação Champalimaud o programa de diagnóstico precoce do Mesotelioma Pleural Maligno (MPM) por exposição...

O programa começa com os primeiros três de um total de 200 pessoas já identificadas pela Associação SOS Amianto e que no passado foram expostas ao amianto nas Fábricas de Fibrocimento de Portugal, desde a década de 60 do século XX. 

O Programa de Diagnóstico Precoce do MPM da Fundação Champalimaud utilizará uma abordagem inovadora, o método de análise de metabolitos voláteis no ar exalado da respiração. Trata-se de um método não invasivo realizado apenas com recurso ao sopro. Será depois complementado com uma TAC torácica de baixa dose. Esta abordagem não invasiva permitirá identificar padrões de compostos voláteis orgânicos que podem corresponder a perfis típicos da doença, tornando o rastreio possível e o diagnóstico mais preciso e acessível.

O MPM é um tipo de tumor maligno da pleura associado à exposição contínua ao amianto com sintomas não específicos, tendo por isso um diagnóstico difícil. O diagnóstico precoce é, por isso, crucial para aumentar as probabilidades de tratamento bem-sucedido. Os sintomas mais comuns, como falta de ar, dor no peito, perda de peso e fadiga, geralmente só aparecem em fases avançadas da doença, o que pode levar à confusão com outras doenças do trato respiratório.

A mortalidade desta doença é muito elevada a nível mundial, sendo cerca de 92.500 casos por ano.

De acordo com Jorge Cruz, cirurgião da Unidade de Pulmão da Fundação Champalimaud que está a liderar este Programa, “atualmente Portugal regista apenas cerca de 38 casos registados por ano de MPM, devido à falta de diagnóstico, um valor manifestamente abaixo de outros países ocidentais”.

“Para melhorar a resposta no tratamento desta doença é necessário criar uma estratégia de diagnóstico precoce e desenvolver as estratégias terapêuticas, nomeadamente a cirurgia”, acrescenta. 

Apesar de o MPM já estar incluído na lista das doenças profissionais em Portugal, apenas 3% dos casos são notificados, uma vez que a comunicação como doença profissional não é obrigatória. Com a proibição da produção de materiais com amianto na Comunidade Europeia em 2005, prevê-se que o pico desta doença ocorra entre 2020 e 2040.

Neste momento, não existe um protocolo de diagnóstico precoce do MPM em Portugal pelo que a Fundação Champalimaud irá iniciar um estudo prospectivo pioneiro, representando um passo importante na melhoria da deteção e tratamento desta doença.

Dia Mundial da Ortóptica
Ortóptica é a parte da Oftalmologia que diagnostica e trata desequilíbrios oculomotores e distúrbios

A palavra ortóptica remonta ao século VII, às palavras gregas “ortho optikos” (olhos direitos), como primeira abordagem prática do tratamento do estrabismo.

No anexo, do decreto-lei nº 261/93 de 24 de julho, a ortóptica é regulamentada como aquela que desenvolve “atividades no campo do diagnóstico e tratamento dos distúrbios da motilidade ocular, visão binocular e anomalias associadas; realização de exames para correção refrativa e adaptação de lentes de contacto, bem como para análise da função visual; avaliação da condução nervosa do estimulo visual e das deficiências do campo visual; programação e utilização de terapêuticas especificas de recuperação e reeducação das perturbações da visão binocular e de sub-visão; ações de sensibilização, programas de rastreio e prevenção no âmbito da promoção e educação para a saúde.”

Então, desmistifiquemos, a ortóptica não representa a área da saúde que trata dos ossos ou dentes (como muitos equacionam a partir da palavra), “ela” dedica-se aos olhos, “ela” complementa a oftalmologia com os seus exames de diagnostico, “ela” pesquisa cada detalhe para prevenir ou adequar o melhor tratamento possível. É especialista na motilidade ocular, sendo a sua ação primária nos estrabismos, visão binocular, tratamento da insuficiência de convergência e das ambliopias (olho preguiçoso), ajuda na deteção de patologias como: glaucoma, cataratas, retinopatia diabética, degenerescência macular ligada à idade, alterações neurológicas da visão e faz o seguimento de casos de baixa visão.

É também responsável por colaborar com os oftalmologistas no pré e pós operatório. E, ainda, integra equipas de investigação. Versátil, curiosa, delicada e dedicada é como se define esta área profissional.

Os Ortoptistas, assim se designam os técnicos que desempenham as atividades que a ortóptica assume, incorporam o grupo dos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica (TDT). Com a expansão da tecnologia em saúde, estes técnicos vêem a sua ação cada vez mais alargada. Para além da avaliação visual, e análise refrativa, exames como a ecografia ocular, microscopia especular, topografia corneana, biometria com cálculo de lente intra-ocular, tomografia de coerência óptica de segmento anterior e posterior, fotografias da retina (com e sem contraste), e mais recentemente o OCTA (tomografia de coerência óptica – com angiografia associada) fazem parte do dia-a-dia destes profissionais de saúde, que têm como objetivo principal potenciar a saúde da visão, em todas as suas vertentes. Estes profissionais estão aptos a atuar perante todas as idades, sendo tão importante junto dos recém-nascidos como dos mais idosos. Desde a primeira fase da sua formação que desenvolvem um “olho” clínico, porque a sua intervenção depende da sua observação.

Mas, afinal onde se encontram estes profissionais que nem sempre se ouve falar? Os ortoptistas têm como base de formação a área da saúde e integram equipas multidisciplinares, desenvolvendo a sua atividade em hospitais, clínicas, centros de saúde, ópticas, participam em rastreios visuais junto da população (também em escolas e infantários), e centros de investigação.

O sentido da visão é responsável por cerca de 80% da informação exterior que recebemos, motivo pelo qual esta profissão tem uma responsabilidade acrescida no bem-estar biopsicossocial do indivíduo.

«O olho é a janela do corpo humano pela qual ele abre os caminhos e se deleita com a beleza do mundo. …Ora, não percebeis que com os olhos alcançais toda a beleza do mundo? O olho é o senhor da astronomia e o autor da cosmografia; ele desvenda e corrige toda a arte da humanidade; conduz os homens às partes mais distantes do mundo; é o príncipe da matemática, e as ciências que o têm por fundamento são perfeitamente corretas. O olho mede a distância e o tamanho das estrelas; encontra os elementos e suas localizações; ele... deu origem à arquitectura, à perspectiva, e à divina arte da pintura... Que povos, que línguas poderão descrever completamente sua função!» (Leonardo da Vinci 1452-1519)

Leonardo da Vinci não foi ortoptista, mas poderia ter sido...

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Saúde Auditiva
Esta semana assinala-se o Dia Mundial da Criança (1 de junho), uma data com significado especial par

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem cerca de 1,5 mil milhões de pessoas no mundo que sofrem de perda auditiva, das quais 34 milhões são crianças.[1] E destes 34 milhões, 60% dos casos são derivados de causas evitáveis.[2]

A audição é fundamental para o desenvolvimento da fala e da linguagem, bem como para a educação, a aprendizagem e a socialização das crianças, pelo que, quanto mais cedo se identificar a perda auditiva, mais rapidamente se avança para o tratamento adequado. Por este motivo, esteja atento ao comportamento do(s) seu(s) filho(s) e aprenda a identificar os cinco sinais que podem indicar problemas auditivos:

  1. Falta de atenção ou dificuldade em seguir instruções – Se a criança parece frequentemente desatenta, não responde quando a chama e parece não ouvir o que lhe diz, ou o que está à sua volta (por exemplo, o telefone a tocar, a porta a bater, etc.), este pode ser um sinal de perda auditiva;
  2. Atraso no desenvolvimento da fala – É importante perceber se o seu filho está a falar tão bem quanto as crianças da mesma idade, uma vez que o atraso na fala pode representar a existência de problemas auditivos;
  3. Dificuldade no desempenho escolar – Fique atento ao que os professores dizem sobre os comportamentos do seu filho. Se a criança tiver dificuldades em acompanhar as aulas ou entender as instruções, respondendo muitas vezes de forma inadequada ou questionando regularmente ‘O quê’, consulte um médico especialista em audição para avaliar o seu caso;
  4. Volume mais alto quando fala ou utiliza dispositivos eletrónicos – Este é mais um sinal de que algo pode não estar bem. Falar muito alto e aumentar o volume da televisão, ou de outros dispositivos eletrónicos, é razão para ficar alarmado;
  5. Menção sobre um ‘ouvido bom’ e um ‘ouvido mau’ – Existem crianças que falam sobre terem um ‘ouvido bom’ e um ‘ouvido mau’, tendo em conta aquele que lhes permite ouvir melhor ou pior. Este é um indício que também não pode mesmo ignorar.

Gonçalo Nunes, audiologista pediátrico na Widex – Especialistas em Audição, afirma: “Os pais e os familiares mais próximos desempenham um papel crucial na identificação precoce de problemas auditivos nas crianças, ajudando a garantir que a sua qualidade de vida não seja afetada devido a isso. Na Widex acreditamos que a saúde auditiva e o bem-estar geral estão interligados, uma vez que a nossa capacidade de ouvir é fundamental para o nosso desenvolvimento cognitivo, pessoal e social. Isto é especialmente importante nas crianças, que estão num período crítico de aquisições e aprendizagem. Por isso, recomendamos aos pais levarem os seus filhos a realizar exames auditivos com regularidade, especialmente se houver histórico familiar de perda auditiva; questionar diretamente se eles têm dificuldades em ouvir; ensinar a criança a proteger a sua audição em ambientes expostos a ruídos altos e, claro, consultar um médico especialista em saúde auditiva, caso reconheçam sinais aparentes de problemas auditivos.” 

Referências: 

1,2 Organização Mundial da Saúde (2023). Deafness and hearing loss. Disponível em: https://www.who.int/health-topics/hearing-loss#tab=tab_2. [Consultado em maio de 2024].

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Dia 5 de junho
A Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC) promove, a 5 de junho, mais uma edição do...

“No ano em que celebramos os 50 anos do 25 de Abril, temos o privilégio de comemorar os 45 anos daquela que foi uma das maiores conquistas da democracia: a criação do SNS”, afirma o presidente da ESTeSC-IPC, Graciano Paulo, alertando que “todos seremos poucos para garantir a existência de um SNS forte, funcional e sustentável, ao serviço de toda a sociedade, tal como explicitado no artigo 64º da Constituição da República Portuguesa”.

Com o objetivo de contribuir para um SNS mais robusto, a ESTeSC-IPC promove a reflexão sobre o passado, o presente e o futuro do Serviço Nacional de Saúde, em três dimensões: o Ensino, a Investigação e a Prática Profissional.

O primeiro painel do evento, dedicado ao Ensino, conta com uma conferência de Pedro Nuno Teixeira, Professor Catedrático da Universidade do Porto (UP) e ex-secretário de Estado responsável pela revisão do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior, à qual se segue um painel de discussão com os dirigentes das instituições de ensino superior de Coimbra. Segue-se uma sessão sobre investigação, que arranca com a conferência de Alexandre Quintanilha, Professor Jubilado da UP, e reúne, depois, num painel de discussão, os responsáveis das unidades de investigação de Coimbra.

O período da tarde será dedicado ao papel das profissões no SNS. Inicia com uma conferência de Adalberto Campos Fernandes, Professor Associado da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa (ENSP-UNL) e ex-ministro da Saúde, à qual se segue um painel de debate com as ordens e associações profissionais de saúde. O evento encerra com a conferência “Futuro do SNS”, proferida por Constantino Sakellarides, Professor catedrático jubilado da ENSP-UNL e ex-diretor geral de Saúde.

O programa detalhado, bem como o formulário de inscrição (aberta a todos os interessados até à próxima segunda-feira, 3 de junho), estão disponíveis em https://annual-meeting.estesc.organideia.com/annual-meeting/.

 
Opinião
Em Portugal, no dia 1 de junho celebra-se a o Dia Mundial da Criança.

As doenças neurológicas em idade pediátrica trazem desafios para o dia-a-dia destas crianças e das suas famílias, desde as atividades da vida diária, à necessidade de tratamentos intensivos e à participação em atividades educacionais, sociais e comunitárias. A sociedade tem um papel importante na vida destas crianças, através da sua responsabilidade na adaptação do ambiente escolar, quer pela utilização de rampas e elevadores para tornar acessíveis as diferentes áreas do recreio quer pela utilização dos equipamentos (como os escorregas e baloiços) adaptados, colocação de placas de sinalização em braille, utilização de cores com contraste, seleção de jogos e atividades inclusivas, disponibilização de dispositivos de comunicação aumentativa e alternativa (tablets e aplicações especificas), criação de espaços com brinquedos sensoriais e de áreas que proporcionam momentos de tranquilidade. Todavia, uma sociedade inclusiva depende essencialmente da formação dos profissionais da área da educação, não só para que todos estes recursos sejam utilizados de forma correta, mas também, para que todas as crianças encarem com naturalidade a sua presença no ambiente, assim como a sua utilização por todos.

A sociedade assume, também, o seu papel nos cuidados médicos integrais e no apoio total aos cuidadores através de rendimentos ajustados, do apoio socioeconómico e apoio psicossocial.

Merece a pena destacar que uma família que é cuidada, cuidará melhor da sua criança com doença neurológica. O apoio da família e dos amigos é importante para trazer a criança para os encontros e eventos e ser suporte aos cuidados nesses momentos, mas também para proteger o tempo em casal, tão importante para cuidar da relação e da harmonia familiar.

Os profissionais de saúde que trabalham diariamente com estas crianças e com as suas famílias incluem-se na rede de suporte social. A fisioterapia faz parte desta rede como parte integrante no tratamento e reabilitação das crianças com doença neurológica. A intervenção da fisioterapia deve ser dirigida às etapas do desenvolvimento motor e focar-se na melhoria de funções como a capacidade de rolar, sentar, gatinhar, posição de pé e o andar, ajustando os objetivos às atividades e rotinas diárias da criança.

Os planos de intervenção devem ser individualizados e ajustados aos objetivos da família, baseando-se no controlo motor, na promoção da estabilidade e mobilidade, no aumento da força, melhoria do equilíbrio e da coordenação motora, proporcionando uma melhor qualidade de vida e aumento da independência. É também da responsabilidade da fisioterapia apoiar as famílias na promoção de um estilo de vida saudável e na integração da criança no desporto adaptado. O envolvimento e participação das famílias nas sessões de fisioterapia é fundamental para a obtenção e manutenção de ganhos funcionais, assim como, para o ajuste do plano às reais necessidades da família, tanto nas sessões realizadas em contexto de clínica como no domicílio.

Em suma, cabe a todos nós, profissionais de saúde, da educação, amigos ou familiares, valorizar a diversidade, desenvolver empatia e compreensão, e potenciar a autonomia destas crianças, em qualquer ambiente que frequentem.

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Dia Mundial sem Tabaco
Ao longo dos anos, muito se tem falado do impacto negativo do consumo do tabaco na nossa vida e na s

O consumo de tabaco não afeta apenas os seus pulmões, também tem um impacto significativo na saúde oral. De acordo com a Ordem dos Médicos Dentistas, é o principal fator de risco para o desenvolvimento de cancro oral.

No âmbito do Dia Mundial sem tabaco, celebrado hoje, dia 31 de maio, a Clínica Médis pretende sensibilizar para o impacto do tabaco na saúde oral.

Fumadores em Portugal

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de fumadores na população adulta em Portugal, situa-se entre os 20% e os 25%, o que equivale a quase um quarto da população. Além disso, estima-se que a percentagem de mortes causadas pelo tabaco esteja entre 10% a 12% do total de óbitos registados no país.

Por muito boa que seja a sua higiene oral, dificilmente impede as consequências do tabaco, por isso é necessário ter cuidados redobrados. A boca é a principal porta de entrada do fumo no organismo e, por isso, é um dos locais onde os efeitos nocivos do tabaco se manifestam de forma mais visível. E é também a boca, ou melhor dizendo, o sorriso, que é um cartão de visita de cada Pessoa. Nesse sentido, um fumador deve fazer check-ups regulares para monitorizar a sua saúde oral.

Quais os efeitos do tabaco na saúde oral?

  • Mau hálito: uma das consequências mais comuns e imediatas do tabaco na saúde oral é o facto de causar mau hálito, que muitas pessoas têm e nem associam que possa ser pelo facto de serem fumadores. Além do odor desagradável, o fumo também provoca secura e irritação da mucosa oral e das vias respiratórias.
  • Pigmentação dentária: mais conhecida por “manchas nos dentes”, é muito comum nos fumadores, pois o esmalte pode tornar-se mais amarelado e escurecido. Os responsáveis são a nicotina e o alcatrão, substâncias que se depositam na superfície dentária.
  • Doença periodontal: o tabaco pode dificultar o combate às bactérias que causam as doenças periodontais, devido à sua interferência no sistema imunológico. Assim sendo, a circulação sanguínea na boca e a cicatrização das gengivas torna-se reduzida, podendo expor as raízes dos dentes e levar mesmo à sua perda.
  • Alterações na cicatrização e redução da taxa de sucesso de tratamentos: a cicatrização dos fumadores após cirurgia oral é mais lenta e retardada. Além disso, por exemplo, a formação de coágulo após a extração de um dente é quatro vezes mais frequente nos fumadores do que nos não fumadores.
  • Maior propensão para cáries: é também na população fumadora que se verifica um maior número de cáries nas raízes dos dentes, uma vez que o tabaco provoca a perda do suporte do dente e expõe a sua raiz.
  • Cancro oral: em casos mais intensos, existe mesmo o risco de se desenvolver cancro oral. Este tipo de cancro, o sexto mais frequente em todo o mundo, apresenta uma baixa taxa de sobrevivência, que ronda os 40% nos doentes afetados.

Como evitar estes efeitos nocivos?

Deixar de fumar é a solução mais eficaz para reduzir os riscos associados ao tema, evitando doenças graves. Não sendo possível, a curto prazo, alcançar esse objetivo, é importante adotar outras medidas para tentar evitar consequências mais graves.

É de extrema importância que tenha uma higiene oral cuidada, escovando os dentes e a língua com maior frequência, uma vez que ajuda na eliminação de resíduos. Isto porque, o fumo e os compostos do tabaco são extremamente nocivos para os tecidos da cavidade oral.

É também fundamental que faça uma ingestão regular de alimentos ricos em antioxidantes, como frutas e legumes, de forma a reduzir os efeitos adversos e a ajudar na limpeza do organismo.

Mais importante ainda é frequentar consultas de higiene oral com regularidade. Pode aconselhar-se com o seu médico dentista, que poderá estabelecer um plano estratégico, bem como informá-lo sobre os produtos que podem ajudar a acabar com o vício. O envolvimento dos profissionais de saúde oral em programas de desabituação tabágica é cada vez mais comum e aumenta o desenvolvimento de estratégias mais abrangentes de controlo do tabagismo. 

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Dia 4 de junho
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) realiza, no dia 4 de junho, um workshop de culinária dedicado a doentes hemato...

Este workshop tem o intuito de contribuir para o conhecimento dos benefícios de uma alimentação nutricionalmente equilibrada para a vida de doentes hemato-oncológicos. A parte prática do workshop será conduzida pelo Chef Pedro Sommer e pelo Chef Leandro Batista, que vão partilhar receitas saudáveis e saborosas adequadas às necessidades nutricionais dos doentes.

Por sua vez, as nutricionistas Diana Alexandre e Inês Almada Correia vão coordenar a componente teórica do evento, partilhando informação nutricional que contribua para a recuperação e qualidade de vida destes doentes.

A entrada é livre, mas os lugares são limitados, sendo necessária inscrição prévia, através do email [email protected]. Esta é mais uma iniciativa promovida pela APCL que pretende criar um espaço de partilha de informação e experiências relevantes para pessoas que vivem ou lidam com doenças hemato-oncológicas.

 
Entrevista | Dra. Joana Marinho, Oncologista
O Cancro da Bexiga é um dos mais prevalentes em Portugal.

O que é o carcinoma urotelial e qual a sua incidência na população portuguesa?

O carcinoma urotelial é um tipo de cancro que leva ao crescimento anormal das células de revestimento do trato urinário, mais frequentemente da bexiga, mas também se pode desenvolver nos ureteres e na pelve renal, uma vez que estas células também estão lá presentes.

Segundo os dados do Globocan 2022 é o 8º tumor mais incidente na população portuguesa, considerando ambos os sexos, o 4º em homens.

Quais os principais sintomas ou sinais de alerta?

O principal sinal de alerta é o aparecimento de sangue na urina (hematúria). É o sinal mais frequente e que motiva na grande maioria das vezes a procura de cuidados médicos. Podem aparecer também outros sintomas como dor ao urinar, aumento da frequência urinária e dor na região lombar.

Quais os fatores que contribuem para aumentar o risco de cancro da Bexiga? Qual a sua relação, por exemplo, com o vírus do papiloma humano (HPV)?

O principal fator de risco para o desenvolvimento de cancro urotelial é o tabagismo. Existem ainda outros fatores de risco, menos frequentes como exposição a certas substâncias químicas (como as usadas na indústria do couro, borracha, têxtil e de tintas), infeções crónicas do trato urinário, radioterapia prévia à região pélvica e história familiar de cancro urotelial.

Múltiplos estudos sugeriram que existe uma relação entre a infeção pelo papilomavírus humano (HPV) e o carcinoma urotelial da bexiga. Um estudo (meta-análise) que incluiu dados de 52 estudos e 2855 casos de cancro da bexiga constatou que a prevalência de HPV nos doentes com cancro da bexiga era de 17%. A maioria desses casos estava associada a serotipos de alto risco de HPV, especialmente o HPV 16.

É possível determinar a sua causa e explicar o porquê desta neoplasia atingir maioritariamente o sexo masculino?

Os homens tem quatro vezes mais probabilidade de desenvolver cancro da bexiga. No entanto, doentes do sexo feminino diagnosticadas com cancro da bexiga têm um risco maior de recorrência, progressão e mortalidade.

São múltiplos os fatores que podem levar ao desenvolvimento de carcinoma urotelial, como já dito na pergunta anterior, e a sua maior prevalência no género masculino estará eventualmente relacionada com o maior consumo de tabaco.

No entanto em estudos em que se controla o fator tabaco, a incidência continua a ser mais elevada no sexo masculino. Não se sabe bem a causa. Existem fatores genéticos, imunológicos e hormonais que podem contribuir, como maiores níveis de androgénios, mas ainda estão em estudo.

Tendo em conta que alguns sintomas são comuns a outras patologias – como é caso da urgência urinária presente na bexiga hiperativa, por exemplo – como é feito o seu diagnóstico?

O sintoma/sinal mais comum acaba por ser o aparecimento de sangue na urina. E quando este aparece, é um sinal de alerta, que deve motivar avaliação médica. Muitas vezes, se o sintoma se tratar de urgência urinária o diagnóstico pode ser atrasado, uma vez que os doentes demoram a procurar ajuda médica.

O diagnóstico pode passar inicialmente por ecografia reno-vesical (ao sistema urinário), à procura de massas ou alterações no revestimento do aparelho urinário, seguida de um exame chamado de cistoscopia, que consiste na visualização do interior da uretra e da bexiga com uma câmara. Se observado algo de anormal será realizada uma biópsia.

Sendo que nem todos tumores invadem o músculo da bexiga, como se classificam e qual o seu sistema de estadiamento?

Os tumores da bexiga classificam-se de acordo com a profundidade de invasão da bexiga, e portanto dividem-se em tumores não músculo-invasivos (ou também chamados tumores superficiais da bexiga), quando não invadem o músculo. Estes é o subtipo mais comum de tumores uroteliais.

Falamos em tumores músculo-invasivos, quando invadem o músculo (estima-se que sejam apenas 10% de todos os tumores do urotélio).

Para o seu diagnóstico e estadiamento, necessitamos da biópsia, pois é esta que vai definir se o tumor invade ou não o músculo. Para pacientes com doença limitada à bexiga, a profundidade de invasão do tumor primário é a variável prognóstica mais importante para determinar o risco de recorrência ou progressão. Isso é integrado ao sistema de estadiamento padrão, o sistema tumor, nódulo, metástase (TNM), no qual a profundidade de invasão do tumor primário fornece informações prognósticas importantes.

Se a doença invadir o músculo será necessário também a realização de um tomografia computorizada (TAC), para avaliar se a doença está limitada ao órgão.

Quais as opções terapêuticas disponíveis para o tratamento do cancro da Bexiga?

As opções terapêuticas são várias, e dependentes do tipo de tumor (se invade ou não o músculo), e se a doença está limitada apenas ao órgão, ou se invade outras estruturas.

Na doença não músculo invasiva, o tratamento pode passar por cirurgia, radioterapia e quimioterapia, ou tratamentos intravesicais (com introdução de medicamentos na bexiga), como mitomicina ou BCG (bacilo Calmette–Guérin).

Na doença músculo-invasiva, se limitada ao órgão, os tratamentos podem passar por cirurgia com ou sem quimioterapia antes ou após a cirurgia, ou ainda imunoterapia após a cirurgia.

Se a doença se encontra espalhada a outros órgãos, ou seja, se estamos perante uma doença metastizada, esta deixa de ser potencialmente curável. O tratamento padrão atual é habitualmente quimioterapia, seguida ou não de imunoterapia.

Apesar de ainda não se encontrar aprovado pela EMA (agência europeia do medicamento), o tratamento de primeira linha padrão na doença metastizada será a breve prazo composto por imunoterapia em conjunto com uma nova classe de fármacos, os anticorpos conjugados a fármaco. Este tratamento parece vir revolucionar as taxas de sobrevivência deste tipo de tumores.

Qual a taxa de sobrevivência deste tipo de cancro?

A taxa de sobrevivência é muito variável consoante o tipo de doença que temos (se invade ou não o músculo e se a doença está limitada apenas ao órgão, ou se invade outras estruturas).

Segundo dados americanos (American Cancer Society), na doença não músculo-invasiva podemos falar em taxas de sobrevivência aos 5 anos superiores a 95%. Na doença musculo-invasiva limitada ao órgão essa taxa desce para cerca de 70%, e na doença metastizada cerca de 8%.

Neste sentido, qual a importância do diagnóstico precoce? Existem rastreios? Quando se deve investigar a doença?

Não existe exame de rastreio. Até agora o rastreio não mostrou diminuir a mortalidade e portanto não está preconizado. No entanto o mais importante é alertar a população para os sinais de alarme mais comuns, e que não devem ser ignorados, principalmente, alterações recentes no padrão miccional e presença de sangue na urina.

Muitas vezes o que vemos é que os doentes vão adiando a procura de ajuda médica quando aparecem estes sintomas. É fundamental estar alerta e procurar o médico assim que surjam. Isto permitirá detetar a doença numa fase mais inicial, aumentando a possibilidade de cura.

Na sua opinião, quais os principais desafios que esta neoplasia apresenta, tanto no que diz respeito ao diagnóstico quanto ao tratamento?

Um dos principais problemas no diagnóstico, prende-se com o diagnóstico tardio por duas razões: a primeira porque os doentes demoram a procurar ajuda médica. Muitas vezes os homens têm vergonha de procurar o médico, e menosprezam a perda de sangue. O segundo problema é a resposta do nosso serviço nacional de saúde. Em alguns hospitais existe a chamada via verde de hematúria, que permite que um doente que chegue à urgência com sangue na urina que não possa ser explicado por uma infeção por exemplo, possa rapidamente ser avaliado em consulta e pedidos os exames para diagnóstico e despiste de carcinoma urotelial.

O que vemos na maioria das realidades é um tempo muito longo desde o aparecimento do sintoma, procura de cuidados médicos, e o efetivo diagnóstico da doença. Isto leva a atrasos no inicio de tratamento, com compromisso na sua eficácia.

Quanto ao tratamento, nos últimos anos temos tidos muitas novidades e inovações para o tratamento do carcinoma urotelial.

Desde novidades na doença não musculo-invasiva, que em pouco tempo teremos tratamentos potencialmente mais eficazes na prática clinica e com melhor tolerância. Na doença musculo-invasiva, os principais desafios passam por aumentar a taxa de cura na doença localizada, uma vez que as taxas de recorrência após tratamento rondam os 40-50%. Já existem vários ensaios clínicos a testar novas moléculas neste contexto e com resultados promissores.

Na doença metastizada, o ultimo ano trouxe novidades no tratamento de primeira linha, com uma duplicação das taxas de sobrevivência comparativamente ao tratamento de quimioterapia clássica. Resta agora saber como selecionaremos os doentes para estes novos tratamentos, uma vez que se esperam também toxicidades não desprezíveis.

Outro fator importante são os custos. Estes tratamento inovadores estão associados a custos elevadíssimos, e podem não estar acessíveis a todos os cidadãos globalmente. Ao nível de Portugal, sendo negociado um financiamento com o INFARMED, não serão à partida colocados entraves ao seu acesso. No entanto temos de pensar também na sustentabilidade a longo prazo.

Para terminar, quais as principais ideias-chave que devemos reter sobre a doença?

Em resumo, o carcinoma urotelial é um cancro prevalente em Portugal, especialmente entre homens, com uma incidência significativa que justifica o alerta . É importante saber que existe, estar alerta para sinais e sintomas, principalmente hematúria (sangue na urina), e se é fumador, não esquecer que a melhor prevenção é a abstinência.

Diagnósticos precoces salvam vidas! Estejam alerta!

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sociedade Portuguesa de Pneumologia reforça
Por ocasião do Dia Mundial Sem Tabaco da OMS, que se assinala hoje, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia sublinha a...

"Sabe-se que há uma rede de influencers digitais pagos pela indústria para promover expressamente os seus produtos. Por outro lado, a indústria interfere na tomada de decisão política, fazendo lobby nos governos e decisores políticos, impedindo que sejam implementadas políticas públicas preventivas eficazes. Deste modo, a OMS urge que os Governos e decisores políticos avancem com ações concretas para banir preferencialmente, ou regular eficazmente, os novos produtos de tabaco e nicotina, ao mesmo tempo que devem acelerar a implementação de medidas abrangentes da CQCT", escreve a SPP em comunicado

A OMS defende a implementação de um pacote de medidas sinérgicas, como o aumento significativo da tributação em todos produtos de tabaco e de nicotina; a criação de mais zonas livres de fumo, com extensão a espaços exteriores; regulamentação mais robusta e fiscalização eficaz relativamente à venda e comercialização de produtos do tabaco/nicotina e da exploração de plataformas digitais para aliciar jovens consumidores, e a proibição dos cigarros eletrónicos com aromas. Além disso, a OMS considera fundamental proteger as políticas de Saúde Pública da nefasta influência da indústria do tabaco; e apoiar iniciativas de educação e sensibilização da população, e em particular dos jovens, para as táticas enganosas da indústria.

Trabalhando em conjunto, os governos, as organizações de saúde pública, a sociedade civil e os jovens capacitados podem criar um mundo onde a próxima geração esteja livre dos perigos do tabaco e da dependência da nicotina. Portugal está na cauda da Europa relativamente à prevenção e controlo do tabagismo, devendo acelerar a implementação das medidas da CQCT e regular eficazmente os novos produtos como tabaco aquecido, shisha e vapes.

Consumo em Portugal

Em Portugal, segundo os dados mais recentes (Inquérito do SICAD, 2022; população portuguesa, entre os 15 e os 74 anos) o consumo de tabaco mantem-se muito elevado nos adultos, progredindo até à idade média e só baixando significativamente a partir dos 65 anos, sobretudo entre as mulheres (25-34 anos: 34,9%, 44.9% nos homens, 24,9% nas mulheres; 35-44 anos: 38,1%; 42,8% nos homens e 33,8% nas mulheres; 45-54 anos: 36,1%, 45,5%, nos homens e 27,4% nas mulheres; 55-64 anos: 27,4%, 41,8% nos homens, 14,8% nas mulheres; 65-74 anos: 12,0%, 21,8% nos homens, 3,7% nas mulheres). 

O consumo nos jovens (15-24 anos) é mais baixo do que nos adultos (20,7%: 26,9% no sexo masculino e 14,2% no sexo feminino), pois neste grupo etário ainda se está a estabelecer a progressão do uso ocasional para o uso regular e/ou diário, além de que a disponibilidade financeira para a aquisição de tabaco é mais baixa. 

Um dado preocupante é a descida da idade média de experimentação do tabaco nos mais jovens para os 16 anos, em ambos os sexos (SICAD, 2022). A motivação para cessar de usar tabaco/nicotina é assustadoramente baixa (dos utilizadores, 96% relatam motivação baixa para cessar, independentemente do sexo). 

O inquérito nacional escolar de 2019 (Lavado e Calado, 2020) mostra que o consumo de tabaco nos mais jovens (13-18 anos) diminui entre ambos os sexos, comparativamente aos dados de 2015, mas a experimentação e uso dos novos produtos (cigarros eletrónicos, sisha e tabaco aquecido) está a tornar-se mais significativa. Esta tendência foi reforçada no inquérito nacional escolar de 2022 (SICAD, 2023, dados preliminares), mostrando um aumento no consumo dos produtos de tabaco e nicotina nos jovens á custa da experimentação dos novos produtos, i.e. tabaco aquecido e cigarros eletrónicos. 

Relativamente à iniciação do consumo, em 2019, 38,4% dos alunos do ensino público, disseram já ter experimentado fumar ou vapear. A experimentação foi mais alta no sexo masculino (40,7%), do que no sexo feminino (36,3%). Os cigarros foram o tipo de produto mais utilizado por quem já experimentou (29,3%), seguido dos cigarros eletrónicos (22,2%), do tabaco para cachimbo de água (15,0%) e do tabaco aquecido (4,9%) (Lavado e Calado, 2020).

Campanha da SPP

Neste contexto, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia lançou uma campanha nas redes sociais, divulgando uma série de imagens e vídeos dirigidos aos jovens, com mensagens claras e impactantes sobre os novos produtos do tabaco/nicotina e o marketing perverso da indústria que alicia crianças e adolescentes nas redes sociais a usar estes produtos.

"Queremos ajudar a construir uma geração mais consciente e livre do marketing predatório da indústria do tabaco/nicotina e da dependência da nicotina. Preocupantemente, o cérebro das crianças e adolescentes, ainda em desenvolvimento, é particularmente vulnerável à nicotina e outras substâncias aditivas".

"O risco de dependência nicotínica depende sobretudo da idade de experimentação e uso. Assim, quando as crianças e jovens experimentam produtos de tabaco e nicotina, facilmente se tornam dependentes, levando ao consumo repetido e regular, além de abrirem caminho para experimentarem outras substâncias psicoactivas, como cannabis, cocaína, etc. A dependência pode ser considerada como o pior malefício do uso de tabaco e nicotina, pois é por serem dependentes que os fumadores e vapers persistem no uso regular e continuado ao longo de anos e décadas e têm muita dificuldade em cessar; e consequentemente podendo adoecer e morrer prematuramente".

A boa notícia é que existe tratamento seguro e eficaz para ajudar os fumadores, utilizadores de tabaco aquecido e vapers a cessar o uso de tabaco e nicotina, tornando o processo de desabituação nicotínica muito mais fácil e tranquilo. "Os vapes e o tabaco aquecido não são dispositivos médicos, nem medicamentos, nem constituem uma alternativa segura e eficaz para deixar de fumar".

"Se usa produtos de tabaco e/ou nicotina não espere mais, procure ajuda médica para cessar, fale com o seu médico ou outro profissional de saúde!"

Consequências do consumo

Não é preciso esperar muito tempo para adoecer quando se usa cigarros eletrónicos.

"Diversos estudos indicam que os vapes podem causar sintomas e doença respiratória em adolescentes e jovens como exacerbações de asma, bronquite, pneumonia; inflamação e irritação do trato respiratório com sintomas recorrentes de tosse, aperto torácico e falta de ar, e dificuldade respiratória aguda. Por outro lado, existem estudos que concluem que os vapes podem elevar a pressão arterial e a frequência cardíaca em adultos jovens saudáveis".

"Em 2019, o CDC, EUA, reportou uma epidemia de doença respiratória aguda grave causada pelo uso de cigarros eletrónicos designada por EVALI. A EVALI é uma doença aguda grave que se manifesta por dificuldade respiratória. Causa insuficiência respiratória aguda com necessidade de hospitalização, tratamento com corticoides, oxigénio de alto débito e/ou ventilação mecânica. Até fevereiro de 2020 foram hospitalizadas 2.807 pessoas, das quais 80% eram jovens, 68 faleceram, e algumas tiveram necessidade de transplante pulmonar. Devido à pandemia COVID-19, a monitorização dos casos de EVALI foi interrompida nos EUA. No entanto, continuam a ser relatados casos de EVALI nos EUA e na Europa".

Salienta-se ainda que uso de nicotina prejudica seriamente o desenvolvimento cerebral do feto e do adolescente, associando-se a alterações cognitivas e comportamentais: dificuldades de memória, concentração e aprendizagem; ansiedade, insónia, cefaleias, fraqueza; aumentando o risco de problemas de saúde mental na vida futura.

 
É urgente a sensibilização de que o seu consumo é também muito nocivo à saúde
Entre as doenças oncológicas, a do Pulmão assume-se como um dos mais diagnosticados na atualidade e a principal causa de morte...

Este ano a Organização Mundial da Saúde dedica esta data à proteção das crianças contra a interferência da indústria do tabaco. Para a responsável da Pulmonale, a Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão, “as tendências mostram um declínio contínuo nas taxas de consumo de tabaco tradicional. No entanto, há uma nova realidade que são os cigarros eletrónicos, com grande crescimento nomeadamente entre os jovens”, salientando que “segundo os dados, um em cada cinco adolescente fumou recentemente cigarros eletrónicos”.

Um estudo recente da OMS destacou que os cigarros eletrónicos ultrapassaram os cigarros convencionais em popularidade junto dos adolescentes, com 32% dos jovens de 15 anos usaram-nos em algum momento, números que descem para 25% relativamente aos cigarros convencionais. Esta tendência foi também observada a partir dos 13 anos, em que 11% já́ fumaram alguma vez e, no caso dos cigarros eletrónicos, a percentagem aumenta para 16%.

Segundo Isabel Magalhães, “temos de sensibilizar os jovens que o consumo de cigarros eletrónicos não faz menos mal à saúde, mas que também é muito nocivo à saúde e contribui para o diagnóstico de cancro do pulmão”, mas também aos fumadores em geral, “apelar à cessação tabágica e não a substituírem pela transição dos cigarros tradicionais para os cigarros eletrónicos”. 

 
Dia Mundial sem Tabaco
O tabagismo é uma das maiores ameaças à saúde pública e o exercício e a dieta são ferramentas para v

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é uma das maiores ameaças à saúde pública que o mundo já enfrentou. Provoca mais de 8 milhões de mortes por ano, das quais mais de 7 milhões se devem ao consumo direto de tabaco e cerca de 1,3 milhões resultam da exposição de não fumadores ao fumo passivo 1. Neste sentido, o exercício físico e o desporto não só são essenciais para manter um corpo forte e em forma, como também podem ser ferramentas poderosas para vencer esta dependência a que se juntam todos os dias cerca de 80.000-100.000 jovens no mundo 2.

Inúmeros estudos demonstram que a atividade física regular pode ajudar a reduzir os desejos de nicotina e a melhorar o humor durante o processo de deixar de fumar3. Em suma, o exercício físico regular e controlado reduz os níveis de ansiedade provocados pelo facto de se deixar de fumar, ao mesmo tempo que alivia os sintomas provocados pelos sintomas de abstinência.

Inclusão do desporto na rotina

O desporto deve ser incluído de forma personalizada e progressiva. O ideal é começar com sessões de 20 minutos, no máximo, em que é feito um trabalho cardiovascular leve, como caminhar, andar de bicicleta ou fazer exercício na elíptica. Esta prática deve ser sempre controlada e sem exceder a intensidade, por isso o ideal é evitar declives acentuados se a opção for fazer exercício ao ar livre. “Pode começar com três sessões de 20 minutos na primeira semana e adicionar minutos às sessões até conseguir fazer confortavelmente 45-50 minutos, altura em que podemos aumentar a frequência dos treinos até cinco dias por semana", explica Daniel Galindo, Diretor do Departamento de Experience & Innovation do VivaGym.

Deixar de fumar pode provocar aumento de peso

"Não vamos negar que há provas de que deixar de fumar pode, em alguns casos, levar a um aumento de peso, por isso é necessário estabelecer um plano: tente incluir mais fruta e vegetais na sua dieta, bem como muita água e evite ao máximo os alimentos processados. Se conseguir combinar isto com algum treino de força no ginásio, verá que os resultados são exponenciais e será o seu próprio corpo que lhe pedirá para voltar ao ginásio no dia seguinte", acrescenta.

Exercícios contraindicados durante o processo de deixar de fumar

"Isso dependerá sempre do seu nível de aptidão física, mas, a priori, não existe nenhum, basta evitar esforços de alta intensidade que possam levar a uma falta de oxigénio ou a uma possível lesão muscular", conclui.

Referências:

  1. Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo. Lisboa: Direção-Geral da Saúde, 2019.
  2. The World Bank. Curbing the Epidemic: Governments and the Economics of Tobacco Control. Washington, DC: World Bank Publications; 1999. Available from: http://www. worldbank.org/tobacco/book/html/cover2a.html
  3. Ussher MH, Faulkner GEJ, Angus K, Hartmann-Boyce J, Taylor AH. Exercise interventions for smoking cessation. Cochrane Database Syst Rev. 2019 Oct 30;2019(10):CD002295. doi: 10.1002/14651858.CD002295.pub6. PMID: 31684691; PMCID: PMC6819982.
 
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
No Dia Mundial da Criança
No próximo dia 1 de junho, a Sanofi, em parceria com a Secção Regional do Sul e Regiões Autónomas da Ordem dos Farmacêuticas,...

Ao longo da manhã do Dia da Criança, no teatro da KidZania, vão ser transmitidos os vídeos do projeto “Diana e a Dermatite Atópica”. Para complementar, os mais novos vão ter a oportunidade de saber mais sobre esta condição, através de sessões de leitura e livros para colorir. No final, serão oferecidos livros da coleção que podem ser levados para casa.  

A Dermatite Atópica (DA) é, muitas vezes, uma condição estigmatizante. Para uma criança com esta condição, a aparência da pele afetada pode levar ao seu isolamento social, além de ser doloroso fisicamente, devido ao prurido intenso que pode originar feridas. Por sua vez, as outras crianças podem recear o contágio, desconhecendo que esta é uma doença inflamatória crónica da pele, que não pode ser transmitida de pessoa para pessoa.  

Segundo um estudo publicado no Jornal da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia, estima-se que, em Portugal, existam, aproximadamente, 1.900 crianças, entre os 6 meses de idade e os 5 anos, com DA grave e não controlada. Este número sobe para 18.333, na faixa etária entre os 12 e os 17 anos.

Estes números são particularmente impactantes quando, o mesmo estudo, nos diz que, de forma transversal a todas as faixas etárias, a DA moderada a grave afeta a qualidade de vida dos doentes de forma significativa, sendo que 34% reportam perturbações de sono, 33% ansiedade, 27% dificuldades em tomar banho, 19% dificuldades em vestir-se e despir-se e 5,2% depressão.

Tendo em conta esta realidade e a necessidade de aumentar o conhecimento da população para a DA e o seu impacto, a Sanofi tem investido em promover o seu programa de literacia, dirigido a pais e professores, com o apoio da  ADERMAP - Associação Dermatite Atópica Portugal e da Direção-Geral da Educação. Desde a sua criação, este programa já chegou a mais de 120 escolas de norte a sul do pais, incluindo ilhas, contando com mais de 35.000 livros distribuídos.

Sobre esta parceria, Luís Lourenço, Presidente da Direção Regional do Sul e Regiões Autónomas  da Ordem dos Farmacêuticos garante que “Espelha o compromisso da Ordem dos Farmacêuticos em capacitar os jovens, desde cedo, com conhecimentos que influenciem positivamente as suas decisões e comportamentos em relação à saúde.”

Por sua vez, Francisco Rocha Gonçalves, Head of Acess, Public Affairs & Trade da Sanofi, declara que esta iniciativa é uma aposta de futuro, uma vez que “Apostar em literacia em saúde desde a infância é fundamental, pois crianças informadas vão transformar-se em adultos mais saudáveis e conscientes, capazes de tomar decisões informadas, seja para o seu próprio bem-estar como da comunidade onde se inserem.”

Para conhecer mais sobre o projeto “Diana e a Dermatite Atópica” pode visitar a plataforma online tudosobreadermatiteatopica.pt.

 
25 e 26 de outubro
A Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV) anuncia a realização do seu XIII Congresso Anual, que terá...

Os temas principais são "Fronteiras do tratamento cirúrgico” e “Competência em cirurgia da coluna". No primeiro tema, reunindo especialistas renomados de diversas especialidades médicas e cirúrgicas, serão abordadas as diferentes perspetivas de tratamento das patologias da coluna vertebral num formato de “crossfire”, fomentando a multidisciplinaridade e o alargamento transversal do conhecimento. A competência em cirurgia da coluna surge como a necessidade do reconhecimento da figura do cirurgião da coluna como um especialista oriundo da Ortopedia ou da Neurocirurgia e que se dedica de forma total ou maioritariamente ao tratamento destes doentes, resultando na excelência da prática cirúrgica.

Nelson Carvalho, presidente do congresso, destacou a importância do evento: "Este congresso representa uma oportunidade ímpar para a nossa comunidade discutir as mais recentes inovações e aprimorar as nossas competências. Estamos entusiasmados por proporcionar um espaço onde a colaboração entre médicos e a indústria biomédica pode crescer, beneficiando assim os nossos doentes."

O XIII Congresso da SPPCV é um evento imperdível para todos os profissionais interessados na área da patologia da coluna vertebral.

A Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV) divulga a abertura das candidaturas para as bolsas de formação profissional destinadas a internos e jovens especialistas, a decorrer até ao dia 30 de junho de 2024

 
Ação acontece no próximo dia 31 de maio
No âmbito do Dia Mundial sem Tabaco, A Equipa Regional do Programa Nacional de Prevenção e Controlo do Tabagismo da...

O objetivo principal desta iniciativa é consciencializar a comunidade sobre os riscos associados ao uso do tabaco e promover um estilo de vida saudável e livre de fumo. Atendendo ao desafio proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o Dia Mundial sem Tabaco, as atividades incluirão ações específicas sobre os perigos do tabagismo, incentivando a cessação tabágica e a adoção de hábitos de vida mais saudáveis.

A responsabilidade social do MAR Shopping Algarve é evidenciada através deste projeto, que reforça o seu compromisso ativo com questões de saúde pública, alertando para os efeitos nocivos e mortais do consumo do tabaco e da exposição ao fumo ambiental, e para desencorajar o consumo de todas as formas de tabaco/nicotina. A colaboração com a Administração Regional de Saúde do Algarve destaca uma parceria estratégica fundamental para alcançar objetivos comuns na promoção da saúde e bem-estar da comunidade local.

Adicionalmente, até 3 de junho, o Meeting Place acolherá novamente a escultura ‘Homem de Ferro, Pulmões de Vidro’, uma peça que simboliza os efeitos nocivos do tabaco nos pulmões humanos e serve como uma poderosa ferramenta de sensibilização.

 
Pelo 5.º ano consecutivo
O Prémio de Risco Cardiovascular Dr. Pedro Marques da Silva foi entregue ao trabalho “Lipoproteina (a), um importante...

"Na Bayer não valorizamos apenas a dinamização da investigação nacional, mas também relembramos o Dr. Pedro Marques da Silva", afirma Carla Gonçalves, Diretora Médica na Bayer Portugal. Sublinha ainda: "O Dr. Pedro Marques da Silva foi um especialista em medicina interna que dedicou grande parte da sua vida ao estudo dos lípidos e do risco cardiovascular, estando muito à frente do seu tempo em conceitos que hoje são objeto de intensa investigação clínica, na qual a Bayer também tem contribuído. É para nós um privilégio manter viva a sua memória ao apoiar a entrega deste prémio."

Mais de cinco anos após a primeira edição deste prémio, a Bayer continua a demonstrar o seu compromisso com a inovação e a excelência na área da medicina cardiovascular, celebrando a memória e o legado do Dr. Pedro Marques da Silva através desta distinção.

Há várias décadas que as patologias cardiovasculares representam uma prioridade para a Bayer, que tem vindo a focar-se na investigação e desenvolvimento de medicamentos inovadores destinados à prevenção e tratamento de um amplo espetro de doenças, tais como a doença renal crónica associada à diabetes tipo 2, com albuminúria, doença coronária, o enfarte agudo do miocárdio, o acidente vascular verebral, a fibrilhação auricular, a hipertensão arterial, a insuficiência cardíaca, entre outras.

As doenças cardiovasculares têm vindo a evoluir ao longo dos anos e, paralelamente, a Bayer tem-se dedicado ao desenvolvimento de soluções terapêuticas cada vez mais inovadoras e diferenciadoras, capazes de melhorar a saúde dos doentes e conceder-lhes mais qualidade de vida. Em Portugal, Dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) indicam que 1 em cada 3 portugueses morre de uma doença cardiovascular, o que corresponde a cerca de 35 mil mortes relacionadas com doenças do coração por ano.

 
Opinião
No Dia Mundial da Esclerose Múltipla, é importante referir que esta é a doença desmielinizante (ou s

Sabe-se que os tratamentos atuais, baseados em fármacos imunossupressores, ajudam a retardar a progressão da doença e a reduzir a frequência de surtos (agravamento de sintomas neurológicos), mas muitas vezes apresentam efeitos adversos significativos e não são completamente eficazes. Perante esta situação, a comunidade científica tem explorado novas abordagens terapêuticas, incluindo o uso de células estaminais mesenquimais.

Recentemente, um estudo publicado na revista Cell Transplantation, investigou o uso de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical em 35 pessoas com esclerose múltipla. Este estudo teve como objetivo principal demonstrar a eficácia e segurança do tratamento com estas células, administradas em diferentes momentos.

Os pacientes foram divididos em dois grupos: um recebeu uma única dose de células estaminais, enquanto o outro grupo recebeu duas doses. Os doentes foram acompanhados antes, durante e até doze meses após a administração das células. Para avaliar a eficácia do tratamento, diversos parâmetros foram monitorizados, incluindo capacidade motora (equilíbrio, flexibilidade, força e resistência física), capacidade cognitiva, fadiga, qualidade do sono, perceção de qualidade de vida, e foram ainda realizadas análises sanguíneas e ao líquido cefalorraquidiano, além de ressonância magnética.

Os resultados foram promissores: ambos os grupos mostraram melhorias significativas na escala geral de incapacidade seis meses após o tratamento. No entanto, os pacientes que receberam duas doses apresentaram melhorias em mais parâmetros específicos da doença, do que os que receberam única dose. Os investigadores concluíram que o tratamento com células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical é bem tolerado e tem potencial para travar a progressão da esclerose múltipla e melhorar a qualidade de vida destes doentes.

Apesar dos excelentes resultados, os autores do estudo destacam a necessidade de mais ensaios com um número maior de participantes para determinar as doses celulares mais eficazes.

A utilização de células estaminais mesenquimais pode representar uma opção terapêutica para milhares de pessoas que enfrentam as limitações impostas tanto pela esclerose múltipla, como até de outras patologias. O avanço da investigação e a realização de mais ensaios clínicos são cruciais para explorar o potencial destas terapias inovadoras, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos doentes.

Referências:

  • Alghwiri AA, et al., The effect of stem cell therapy and comprehensive physical therapy in motor and non-motor symptoms in patients with multiple sclerosis: a comparative study. Medicine 2020; 99:34(e21646). 
  • https://www.anem.life/2023/10/13/o-que-e-a-em/ acedido em 21 de maio de 2024. 
  • https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/multiple-sclerosis acedido a 21 de maio de 2024.
  • Jamali F, et al., Human Umbilical Cord-Derived Mesenchymal Stem Cells in the Treatment of Multiple Sclerosis Patients: Phase I/II Dose-Finding Clinical Study. Cell Transplant. 2024 Jan-Dec; 33:9636897241233045. doi: 10.1177/09636897241233045.
  • Kobelt G, et al., The long-term cost of multiple sclerosis in France and potential changes with disease-modifying interventions. Mult Scler. 2009 Jun;15(6):741-51. doi: 10.1177/1352458509102771. Epub 2009 Apr 21. PMID: 19383645.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
5 de junho
A GS1 Portugal, organização neutra, sem fins lucrativos, responsável pelo desenvolvimento de standards para a saúde, promove no...

Esta iniciativa junta diferentes agentes da área da saúde - públicos e privados – para apresentar um rastreio global ao panorama atual do setor da saúde, ao mesmo tempo que traçam o prognóstico para um futuro mais saudável.

No final do evento, irá realizar-se uma visita de 30 minutos ao Centro de Simulação do Hospital da Luz. Learning Health é um centro de simulação clínica de última geração e o maior em Portugal, que tem como objetivo responder às necessidades de formação prática das várias especialidades médicas, de enfermagem e outros grupos profissionais ligados à área da saúde e, para isso, recria diferentes contextos da prática clínica que envolvem complexidade, proporcionando diversas oportunidades de treino.

A GS1 Portugal trabalha em conjunto com laboratórios, hospitais, farmácias, associações e reguladores, de forma a promover a adoção, utilização e expansão dos Standards GS1 na saúde, para que as organizações garantam a rastreabilidade e colaborem de forma mais eficiente, sempre com foco na redução de custos, na automatização dos processos e, principalmente, na segurança do paciente, de forma a promover um futuro mais sustentável.

A inscrição para assistir ao evento pode ser feita aqui.

 
Campanha “O que é ser Enfermeiro Oncologista”
Após as celebrações do mês de maio, marcado por duas ocasiões especiais que destacam a importância da enfermagem (Dia...

A campanha digital “O que é ser Enfermeiro Oncologista” conta com o apoio da Astrazeneca, da Daiichi Sankyo, da Merck e da Uriage. O vídeo oficial da campanha, uma infografia animada que ilustra os diferentes momentos de atuação da Enfermagem Oncológica, foi apresentado durante a 17.ª Conferência Nacional de Enfermagem Oncológica, III Conferência Internacional de Enfermagem Oncológica, que se realizou entre os dias 23 e 25 de maio. 

“Foi com muito orgulho que apresentámos esta campanha, reforçando o nosso compromisso com a excelência na Enfermagem Oncológica”, comenta o Enf. Jorge Freitas, fundador da AEOP. “As celebrações internacionais em torno da Enfermagem tiveram, assim, uma expressão nacional que nos deixa muito satisfeitos”.

Já a Enf.ª Ana Paula Amorim, Presidente da Direção da AEOP, salienta que “este vídeo espelha aquilo que é o nosso papel na prestação multidisciplinar de cuidados à pessoa com doença oncológica, ilustrando todas as etapas nas quais estamos envolvidos, desde o diagnóstico até à sobrevivência, ou fim de vida do doente, e destacando a nossa dedicação em cada um desses momentos”.

O vídeo da campanha pode ser visualizado nas redes sociais da AEOP, bem como no website.

 

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