Evento realizou-se a 13 de abril
O tema “Saúde e Envelhecimento: Desafios para a Próxima Década” foi debatido no passado dia 13 de abril e reuniu profissionais...

“O que nos espera na próxima década e como podemos impedir ou atrasar o aparecimento de doenças que acompanham o envelhecimento?”, foram as principais questões colocadas na 6ª edição do Congresso CNS, que se realizou no passado dia 13 de abril na Unidade de Lisboa do CNS | Campus Neurológico. A resposta foi consensual: temos de atuar agora.

Foi imediatamente consensual, desde a primeira intervenção no Congresso, que a população portuguesa irá inexoravelmente diminuir nos próximos anos e que o envelhecimento demográfico é inevitável. Usando como critério a percentagem de pessoas com 65 ou mais anos, Portugal está no 5º lugar dos países com população mais envelhecida do mundo. Atualmente, 24% da população tem 65 anos ou mais.

Contudo, a Prof. Carla Torre acrescentou que é esperado ocorrer um aumento da prevalência de doenças cardio e cerebrovasculares (AVCs, insuficiência cardíaca, etc.) e respiratórias (DPOC, asma, etc.) e que a prevalência de demência irá aumentar significativamente, bem como a mortalidade por tumores malignos da laringe, traqueia, brônquios e pulmão. Foi a primeira palestrante a mencionar a necessidade de mudar o planeamento dos cuidados de saúde e referiu o Plano Nacional de Saúde 2030 da Direção Geral de Saúde (DGS).

O Prof. Nuno Marques, coordenador nacional do Plano de Ação de Envelhecimento Ativo e Saudável, descreveu as iniciativas em curso e reiterou a necessidade do envolvimento de múltiplos ministérios e integração dos projetos. Colocou também enfase na necessidade de readaptação do modelo de cuidados, centrando-o nas pessoas.

A Prof. Luísa Lopes apresentou vários “tratamentos” que atrasam o envelhecimento nos modelos pré-clínicos (restrição calórica, inibidores SIRT1, metformina, etc.), mas confessou não ter sido ainda possível demonstrar o mesmo efeito nos humanos. E de forma provocadora alertou para o potencial benefício de implementar na sociedade “quotas de idade” por forma a “obrigar” a uma maior interação inter-geracional.

A Prof. Ana Verdelho deu destaque ao potencial benefício da atividade física e exercício, como uma das intervenções não farmacológicas mais benéficas, apresentando resultados de um ensaio clínico que coordenou.

O Dr. Rui Portugal suportou a necessidade de mudar o centro da discussão, de um tema sobre pessoas mais velhas, para uma noção de promoção de uma vida saudável ao longo de toda a vida. Reiterou que o objetivo mais importante deve ser “comprimir o mais possível” o tempo de doença e perda de autonomia na última fase da vida.

Com a difícil tarefa de propor soluções “económicas”, o Prof. Pedro Pita Barros começou por reconhecer a pobreza como fator indiscutível de risco para estas doenças. Foi também muito interessante a sua visão de que a ansiedade e os sintomas depressivos, piores num contexto de incerteza económica, podem agravar o risco de desenvolver demências. E, por fim, mencionou a possibilidade de implementar incentivos financeiros para promover estilos de vida saudáveis. A Dra. Sofia Athayde, em representação do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Eng. Carlos Moedas, reiterou o compromisso da Câmara em estabelecer e apoiar políticas de envelhecimento ativo e proteção social.

Por fim, o Prof. Tiago Guerreiro alertou para a importância das soluções tecnológicas serem desenvolvidas de forma participativa e multidisciplinar para verdadeiramente constituírem soluções para as pessoas.

Uma das conclusões do Congresso foi também o reconhecimento da inadequação de uma definição de idade que marque o início da “velhice”. A definição de "velho" é subjetiva e varia culturalmente, além de ter mudado ao longo do tempo. Foram também sugeridas várias medidas prioritárias, desde a ajuda ao planeamento antecipado da reforma, investimento na literacia em saúde, estímulo a uma melhor partilha inter-geracional e integração das políticas de várias áreas de ação.

O CNS | Campus Neurológico realiza anualmente um congresso destinado a profissionais de saúde e investigadores na área das neurociências. Este ano, o congresso teve um duplo significado, uma vez que esta 6ª edição fez também parte das comemorações do 10º aniversário do CNS.

Portugal é um dos quatro países da União Europeia a integrar o projeto
Como consciencializar os mais jovens para as questões da fertilidade? Já chegou o jogo que vai desafiar os estudantes...

Qual é a probabilidade de uma mulher com 25 a 35 anos engravidar no espaço de um mês? E com que idade começamos a ficar menos férteis? O exercício físico excessivo afeta a fertilidade? Estas são algumas das questões com as quais os adolescentes se vão deparar ao longo deste jogo. Além da sensibilização e promoção da literacia, os responsáveis esperam recolher dados estatísticos sobre o grau de conhecimento dos jovens nesta área.  

“Este projeto desafia os estudantes a explorarem e compreenderem melhor o funcionamento do corpo humano e os fatores que podem influenciar a capacidade reprodutiva”, começa por explicar a Diretora Executiva da APFertilidade, Joana Freire. “Com este jogo, estamos a proporcionar uma abordagem interativa e envolvente para explorar tópicos sensíveis, como os fatores que podem afetar a fertilidade”. 

O jogo consiste em quatro cenários com nove questões. Após cada cenário, que representa um nível diferente do jogo, o jogador pode ver quantas estrelas recolheu com base nas suas respostas certas ou erradas. Ganha quem obtiver a pontuação mais alta. Atualmente, a APFertilidade já teve oportunidade de apresentar esta iniciativa em sala de aula e convida todas as escolas a acolherem o projeto. 

“Sabemos que é difícil manter os estudantes atentos por longos períodos de tempo. Esta ferramenta, por ter uma natureza tão dinâmica e digital, pode ser uma solução de aprendizagem muito eficaz para abordar este tema. Nas escolas em que aplicamos o projeto, os jovens mostraram-se muito recetivos e os professores fizeram um balanço muito positivo”, diz a Diretora Executiva da associação. O jogo tem uma duração de 5 a 8 minutos e pode ser jogado no telemóvel ou computador. 

Atualmente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada seis pessoas no mundo sofre de infertilidade. “Estamos confiantes de que este projeto vai aumentar a consciência dos jovens, mas também vai incentivar conversas abertas e construtivas sobre saúde reprodutiva, contribuindo para uma sociedade mais informada e capacitada”, termina Joana Freire. 

Para a Fertility Europe, “o conhecimento sobre fertilidade e o foco na geração jovem são de grande importância”, diz a Presidente desta entidade, Klaudija Kordic. “Há demasiado tempo que tudo se trata de evitar a gravidez. Agora temos que mudar para aprender mais sobre como garantir que a jovem geração possa permanecer fértil para que possa engravidar quando desejar".  

Conceitos básicos e úteis
Trata-se de uma doença hereditária, pouco comum, que se carateriza pela deficiência ou ausência de pr

A Hemofilia caracteriza-se por défice quantitativo do factor VIII (FVIII) na hemofilia A e factor IX (FIX) na hemofilia B, duas proteínas plasmáticas de síntese hepática e essenciais para a geração eficaz da trombina necessária nos mecanismos da coagulação. A transmissão genética é ligada ao cromossoma X, razão pela qual afecta quase exclusivamente o sexo masculino e tem uma distribuição universal, independentemente da raça. A hemofilia A tem uma incidência de 1/5000 rapazes nascidos vivos e na hemofilia B é de 1/30000.

Classificação

A classificação da hemofilia é feita com base na determinação dos níveis plasmáticos de FVIII e FIX, sendo que a hemofilia grave é definida por valores inferiores a 0.01 UI/mL (<1% do normal), hemofilia moderada com valores entre 0.01-0.05 UI/mL (1-5%) e hemofilia ligeira com valores superiores a 0.05 e inferiores a 0.40 UI/mL (>5% e <40%).

Diagnóstico

O diagnóstico de hemofilia é feito com base na suspeita clínica, por exemplo, a presença de hematomas espontâneos em crianças menores de 1 ano (nestes casos a hemofilia costuma ser grave). As hemofilias ligeiras ou moderadas são detectadas após análises de coagulação alteradas em estudos pré-operatórios, intervenções cirúrgicas ou em casos em que exista história familiar. O estudo genético e a deteção das possíveis portadoras também são passos fundamentais em todo o processo diagnóstico da hemofilia.

Tratamento

O tratamento atual da hemofilia baseia-se nos concentrados de factor FVIII/FIX. A dose e frequência do tratamento dependerá do tipo de hemofilia, do local e gravidade da hemorragia, do peso do paciente e da existência ou não de inibidores. Na hemofilia ligeira, o DDAVP (desmopresina) é a primeira opção terapêutica.

A profilaxia, que não é mais que a administração regular de concentrados de FVIII e FIX de modo a prevenir as hemorragias e conservar a função articular, está considerada o tratamento gold standard dos pacientes com hemofilia grave. Permite manter os valores basais de FVIII/FIX acima de 1%, transformando a hemofilia grave em moderada e reduzindo consideravelmente o número de hemorragias articulares. As vantagens da profilaxia na redução da taxa anual de hemorragia, do grau de deterioro articular e do absentismo escolar e laboral estão claramente comprovadas quando comparadas com o tratamento on demand. A profilaxia pode ser personalizada de acordo com vários critérios: fenótipo hemorrágico, farmacocinética, grau de artropatia, atividade física e adesão à terapêutica.

Inibidores

O tratamento com factor deficitário é também responsável pela complicação iatrogénica mais grave nas pessoas com hemofilia, o desenvolvimento de inibidores contra o FVIII/FIX. A presença de inibidores associa-se a uma maior morbi-mortalidade e está relacionada com a presença de factores de risco genéticos (mutação do gene do FVIII, história familiar, raça, genes de resposta imunitária) e fatores de risco não genéticos (idade, tratamento intensivo vs profilaxia, tipo de produto, mudanças de tratamento, método de administração).

A indução de tolerância imunológica (ITI) tem como objectivo eliminar o inibidor de forma permanente e esta baseada na exposição ao factor desencadeante, FVIII ou FIX, de uma forma intensiva e continuada. O tratamento é mantido até o paciente tornar-se tolerante ao produto, ou seja, até que a recuperação e a vida média do FVIII/FIX seja normal. Na hemofilia B com inibidores são frequentes os fenómenos alérgicos quando são administrados concentrados de FIX e os resultados positivos da ITI são menos frequentes.

Nos pacientes com inibidores o tratamento dos episódios hemorrágicos é feito usando doses altas de concentrados de FVIII ou agentes bypass: FVII recombinante activado (rFVIIa) ou complexo protombínico activado (FEIBA). O ácido tranexâmico poderá ser usado com coadjuvante, principalmente nas hemorragias das mucosas.

A prevenção de hemorragias nestes doentes pode ser feita usando esquemas profilácticos com rFVIIa/FEIBA ou com novos produtos como o Emicizumab (anticorpo bioespecífico que mimetiza o FVIIIa), Concizumab (anticorpo monoclonal dirigido ao inibidor da vía do factor tissular) ou Fitusiran (RNA de interferência de diminui os valores de antitrombina, aumentando a geração de trombina).

Conclusão

Apesar de ser uma doença grave que sem o tratamento adequado tem um alto nível de morbi-mortalidade, as pessoas com hemofilia (principalmente nos países com sistemas de saúde mais avançados) têm neste momento à sua disposição um amplo arsenal terapêutico (FVIII/FIX de semivida prolongada, anticorpos como o emicizumab e concizumab e a terapia genética, num futuro próximo) que permite uma esperança e qualidade de vida semelhantes à da população geral. O risco de hemorragias, algumas graves e até potencialmente fatais (hemorragias do SNC), está sempre presente e não deve ser descurado, cabendo aos pacientes e familiares mais próximos terem um conhecimento da doença que permita a deteção e tratamento precoce.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Alerta da Associação Nacional de Laboratórios Clínicos (ANL)
Ao tomar conhecimento da Informação de Monitorização produzida pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS) sobre o setor...

A ERS publicou no passado dia 15 de abril de 2024 uma Informação de Monitorização sobre o setor convencionado das análises clínicas, demonstrando uma quebra abrupta do gasto com análises (em 2022, o gasto com análises foi de 136 milhões de euros, 78 milhões a menos que em 2021), para o valor mais baixo desde 2019, antes da pandemia de Covid-19, bem como uma situação de relativa concentração empresarial no setor.

"Reconhecendo que o setor das análises clínicas não vê os preços convencionados serem atualizados já desde 2013", a ERS demonstra que os encargos com o setor convencionado de análises clínicas apresentaram uma variação negativa a partir de 2020 e até 2022, tendo a redução sido mais significativa em 2022 face ao ano anterior (- 36,5%). E registando-se um valor mais baixo mesmo comparando com período anterior à pandemia de Covid-19, o que causa profunda preocupação por evidenciar uma redução do acesso a cuidados de saúde.

"Sendo as análises clínicas essenciais para o diagnóstico e terapêutica, mas também para a prevenção e promoção da saúde, e que a esmagadora maioria das decisões clínicas assenta na realização prévia de análises clínicas para conhecer o estado de saúde da pessoa, uma redução de tal monta não pode deixar de causar profunda consternação com a redução do acesso à proteção da saúde no Serviço Nacional de Saúde (SNS), que lhe está subjacente e que se verificou em tais anos", escreve a ANL em comunicado.

De acordo com a Associação Nacional de Laboratórios Clínicos (ANL) "a Informação de Monitorização da ERS evidencia também que existe relativa concentração empresarial no setor, com 26% dos operadores a serem responsáveis por cerca de 90% da totalidade de requisições aceites em Portugal continental no primeiro semestre de 2023". 

"Num setor em que há uma inaceitável ausência de atualização dos preços convencionados por parte do Ministério da Saúde, acompanhada até de reduções sucessivas de preços e de não atualização dos mesmos, nem à luz da elevada inflação conhecida nos últimos anos, o esmagamento dos pequenos operadores, o consequente encerramento dos pequenos e médios laboratórios, muitos de cariz familiar, e a concentração da atividade num menor número de laboratórios, que também apresentam dificuldades de sustentabilidade, é uma evidente realidade e que foi sendo ostensivamente ignorada", salienta a associação. 

"O Estado tem sido, ao longo dos anos, o primeiro e único responsável pela consequência da concentração empresarial e pela redução do número de laboratórios de análises clínicas convencionados que, com extremas dificuldades, ainda garantem 3.178 estabelecimentos com convenção com o SNS e cerca de 15.000 Colaboradores. É esta rede de laboratórios convencionados que, nos últimos 40 anos, tem garantido aos Portugueses o acesso de proximidade, qualidade e sem espera, às análises clínicas do SNS, e é esta rede que, agora, está ainda mais gravemente ameaçada por políticas erráticas de internalização de análises clínicas por parte de algumas Unidades Locais de Saúde (ULS), gerando uma gritante iniquidade regional no acesso dos utentes", acrescenta. 

A ANL "agradece à ERS o alerta que a sua Informação de Monitorização sobre o setor convencionado das análises clínicas representa e está totalmente disponível para uma ativa colaboração com o Ministério da Saúde para promover a melhoria do acesso às análises clínicas por parte dos Portugueses, apelando a que seja rapidamente adotada uma política de valorização do setor, invertendo a situação insustentável em que o setor se encontra, fruto de uma errada política até agora seguida".

A plataforma tem uma comunidade onde os membros podem colocar questões sobre casos específicos
A formação avançada dos associados é um pilar fundamental do modelo AniCura, uma referência no setor veterinário. Por este...

Para além da formação presencial e da formação contínua diária nas clínicas, esta ferramenta permite que os mais de 1800 associados da AniCura tenham acesso online a 450 conteúdos de formação de qualidade e a uma calculadora de doses. Contribui também para o desenvolvimento das equipas e para a melhoria das suas competências e aptidões em diferentes áreas.

"Estes espaços de formação são essenciais para promover a aprendizagem avançada dos veterinários, para que possam aplicá-la no seu dia a dia. A Duniavet dá-nos a flexibilidade para que cada profissional possa aceder aos conteúdos a qualquer hora do dia. Também dispõe de uma comunidade na qual os nossos associados têm acesso aos últimos casos clínicos que estão a ser tratados e podem tirar dúvidas sobre casos específicos que são respondidos por especialistas de renome que colaboram com a plataforma", comenta Maria José Cabrera, Responsável da P&O AniCura Iberia.

A formação é essencial para o desenvolvimento profissional

Um dos principais objetivos da AniCura é acompanhar a formação de tendências de desenvolvimento que permitam identificar e desenvolver o talento dentro da organização. "Estudos mostram que nós, adultos, aprendemos e expandimos os nossos conhecimentos através da formação em cerca de 10%. 20% aprendemos com aqueles que nos rodeiam, com alguém que atua como mentor ou modelo, no nosso caso os clínicos com quem trabalhamos. Entretanto, 70% fazemo-lo enfrentando novos desafios ou projetos, expondo-nos a novas situações e expandindo as nossas tarefas para lidar com diferentes complexidades", explica Maria José Cabrera.

Neste sentido, o desafio da AniCura é assegurar que a aprendizagem através da formação está perfeitamente ligada a um plano de desenvolvimento 70-20-10 para pôr em prática no local de trabalho e garantir e melhorar este conhecimento.

 
Jornada decorreram a 19 e 20 de janeiro
A Lusíadas Saúde realizou no passados dia 19 e 20 de janeiro as II Jornadas de Medicina Narrativa, que este ano foram dedicadas...

O evento teve lugar no Auditório do Hospital Lusíadas Lisboa e contou com a participação de pensadores, cientistas e humanistas de excelência em várias áreas do conhecimento e de várias nacionalidades.

No decurso dos dois dias, os vários oradores, nacionais e internacionais, refletiram sobre a importância da Medicina Narrativa nos dias de hoje e o seu contributo para uma abordagem clínica mais humanística e focada em promover o bem-estar no propósito de vida de cada pessoa.

De acordo com a Comissão Organizadora, o objetivo do evento foi explorar a importância das histórias e das diversas áreas das Humanidades, tendo em vista a prática de uma Medicina que além de garantir a saúde e a sobrevivência de cada doente, possa entender a sua história de vida como forma de conhecimento para promover o seu bem-estar.

“Este evento representa uma oportunidade de recentrar o foco dos cuidados de saúde no que verdadeiramente importa a quem sofre e a quem cuida. A Medicina Narrativa traz uma ligação próxima com o doente, trabalha a capacidade de nos relacionarmos empaticamente com a pessoa, de ouvir as suas histórias e compreender a sua linguagem única. Podemos ser tecnicamente brilhantes, mas só saberemos cuidar, se o fizermos com proximidade e individualidade", afirmou Margarida Lobo Antunes, Coordenadora do Departamento da criança e do adolescente no Hospital Lusíadas Lisboa e elemento da Comissão Organizadora das II Jornadas de Medicina Narrativa.

O evento contou com um programa diversificado. No primeiro dia foram debatidos temas como o papel das histórias e das memórias, da música e do canto para o bem-estar e para a melhoria do estado de saúde do doente. Sendo dado destaque, ainda, à importância que a dignidade, o legado histórico e a compreensão das emoções representam para uma prestação mais flexível e criativa nos cuidados de saúde.

O segundo dia das Jornadas centrou-se na abordagem de temas pertinentes como, por exemplo, a relação entre a arte e a medicina, o poder curativo da arte, da poesia e do espaço envolvente, a importância da consciência e da autotransformação das histórias de vida, bem como a partilha da experiência e a vivência em ambiente hospitalar.

A Medicina Narrativa assenta no conceito de uma prática clínica realizada com empatia, reflexão, profissionalismo e confiança, cujos alicerces enraízam no reconhecimento da dimensão intersubjetiva da relação clínica e da consequente atenção à história de cada doente. O contacto mais próximo com o conhecimento narrativo permite aos profissionais de saúde uma visão mais holística sobre os seus doentes e a prática de uma Medicina mais personalizada, ao mesmo tempo que propicia espaços de reflexão sobre a sua própria vivência como profissionais a fim de promover o necessário autocuidado.

 
ABC Global Alliance integra uma nova Comissão Lancet sobre o cancro da mama
A nova Comissão Lancet sobre o Cancro da Mama divulgou hoje os resultados e recomendações sobre as melhorias a nível mundial no...

O cancro da mama é o cancro mais comum no mundo, estimando-se que, no final de 2020, pelo menos 7,8 milhões de mulheres vivam com esta doença. Nesse mesmo ano, estima-se que tenham morrido 685 000 pessoas com este tipo de cancro e que tenham sido diagnosticadas mais 2,3 milhões de pessoas. Prevê-se que esta situação se agrave, com 3 milhões de diagnósticos anuais até 2040 e um milhão de mortes anuais, sendo os países de baixo e médio rendimento os mais afetados.

Os recentes progressos na investigação e no tratamento ajudaram a reduzir o número de mortes por cancro da mama, verificando-se uma diminuição até 40% em alguns países de elevado rendimento. No entanto, o cancro da mama continua a representar um enorme fardo a nível mundial, tendo a Comissão afirmado que "a sociedade, os governos e os decisores no setor da saúde apenas veem a ponta de um icebergue".

As desigualdades nos cuidados de saúde, juntamente com os custos ocultos do cancro da mama, implicam que muitas mulheres e alguns homens sejam deixados para trás e esquecidos. Trata-se de um problema global, tendo a Comissão destacado os principais obstáculos que impedem o progresso no seu relatório, defendendo seis áreas cruciais para a mudança.

Uma dessas áreas é o cancro da mama metastático ou avançado. O relatório refere que 20 a 30% das doentes com cancro da mama inicial sofrem reincidências que normalmente não são documentadas pela maioria dos registos nacionais oncológicos. Consequentemente, desconhece-se o número de doentes que vivem com cancro da mama metastático, uma doença já de si mal compreendida. Os autores defendem que pelo menos 70% dos registos oncológicos a nível mundial devem documentar com maior rigor o estádio da doença aquando do diagnóstico, bem como as reincidências, de modo a refletir com precisão a prevalência e o impacto desta doença. Isto seria apoiado pela melhoria dos programas de diagnóstico precoce, devendo a comissão visar 60% dos casos de cancro invasivo diagnosticados no estadio I ou II.

"As doentes que vivem com cancro da mama metastático/avançado (CMB/CAA) têm sofrido durante muito tempo com o estigma, as conceções erradas e o abandono, não só da sociedade em geral, mas também dos prestadores de cuidados de saúde e grupos de defesa dos doentes. É urgente mudar a forma como o cancro da mama metastático é entendido e tratado. Esta transformação permitirá tratar a maioria, aliviar o sofrimento de todos e não esquecer ninguém que vive com MBC/ABC. Esta é uma das mensagens mais fortes da nova Comissão Lancet sobre o Cancro da Mama, que está totalmente alinhada com a luta de longa data da Aliança Global ABC", afirma Fátima Cardoso, Presidente da Aliança Global ABC e diretora da Unidade da Mama do Centro Clínico Champalimaud, Lisboa, Portugal.

O relatório sublinha também a importância de melhorar a comunicação com os doentes, afirmando que todos os profissionais de saúde do mundo devem receber preparação em competências de comunicação que permita envolver os doentes em todas as fases dos cuidados oncológicos, da melhor forma possível.

Por outro lado, o relatório afirma que existem muitos custos - físicos, psicológicos, sociais e financeiros - que são mal reconhecidos e que não são captados pelos atuais indicadores de saúde mundiais, uma lacuna que a Comissão defende que deve ser colmatada urgentemente através do desenvolvimento de novos instrumentos e parâmetros.

A nova Comissão Lancet sobre o Cancro da Mama começou a trabalhar em 2021 com o compromisso de elevar o padrão de cuidados médicos do cancro da mama e de colmatar a lacuna de equidade que existe entre e dentro dos países. As recomendações no sentido de enfrentar os desafios urgentes para as doentes com cancro da mama serão divulgadas esta terça-feira, 16 de abril, às 14h00, numa sessão online.

O registo pode ser feito através da ligação: https://www.eventbrite.co.uk/e/lancet-breast-cancer-commission-report-launch-tickets-862423932197).

O trabalho da Comissão foi financiado e apoiado pelo National Institute for Health and Care Research (NIHR), Breast Cancer Now, ABC Global Alliance e pela University of Cambridge.

 
Tumores raros
Os linfomas cutâneos são doenças neoplásicas com origem nos linfócitos destacados à pele e, por defi

No processo diagnóstico é necessário fazer-se a distinção entre linfomas primários cutâneos e linfomas sistémicos com envolvimento cutâneo secundário, cujo comportamento e manejo são, em regra, diferentes.

Os primeiros sinais dum linfoma cutâneo podem ser manchas ou placas (lesões espessas) avermelhadas ou violáceas, por vezes descamativas, nódulos ou tumores com ponto de partida na pele, que podem evoluir com úlceras e sobreinfeção. Frequentemente estas lesões acompanham-se de prurido (comichão) ou dor e algumas podem ter um comportamento flutuante ou podem evoluir até envolver toda a pele. Nos estádios mais avançados, para além destas lesões podem aparecer gânglios aumentados, massas, sintomas sistémicos como febrícula, perda de peso ou suores noturnos.

Os linfomas cutâneos no seu conjunto são doenças raras, dividem-se de acordo com a sua origem em linfomas T e linfomas B e cerca de metade são representados por Micose Fungoide (de origem em linfócitos T). A outra metade é representada por outras entidades ainda mais raras, com manifestações e comportamentos variados.

A segunda mais frequente categoria de linfomas cutâneos de células T, as doenças linfoproliferativas CD30+, são a papulose linfomatóide e o linfoma anaplásico primário cutâneo. A primeira manifesta-se com lesões de pequenas dimensões, pruriginosas, que aparecem e desaparecem espontaneamente, ocasionalmente deixando cicatriz. O linfoma anaplásico, pelo contrário, é caracterizado por tumores com crescimento rápido, que menos frequentemente regridem espontaneamente e que podem atingir dimensões impressionantes e formar úlceras. De forma geral, estas patologias apresentam um bom prognóstico, pois têm excelente resposta ao tratamento.

Entidades ainda mais raras e de teor indolente, manifestas geralmente por placa/nódulo único na parte superior do corpo são o linfoma primário cutâneo CD4+ de células pequenas e medias e o linfoma primário cutâneo CD8+ acral, com boa resposta ao tratamento local e excelente prognóstico.

Outros LCCT, desta vez com comportamento agressivo são o linfoma agressivo citotóxico epidermotrópico CD8+ e linfoma cutâneo primário de células T gama/delta, que se manifestam com nódulos ou massas rapidamente evolutivas e frequentemente com sintomas gerais com muito impacto no estado geral. Estas patologias muito frequentemente apresentam má resposta ao tratamento e um prognóstico pouco favorável.

O linfoma subcutâneo tipo paniculite apresenta-se com múltiplos nódulos ou placas profundas nos membros e tronco acompanhadas de um estado inflamatório, com manifestações de autoimunidade e o seu prognóstico varia em função da sua resposta ao tratamento.

Uma categoria que reúne manifestações diversas é o linfoma T periférico primário cutâneo, sem outra especificação, geralmente com comportamento agressivo e respostas pouco duradouras ao tratamento.

A suspeita clínica baseia-se na aparência, localização e evolução destas lesões, tornando essencial o acompanhamento e avaliação por um dermatologista experiente, de forma a navegar o extenso o diagnóstico diferencial destas lesões, sinais e sintomas. A biópsia das lesões é imprescindível para o diagnóstico, mas nem sempre é suficiente. O diagnóstico integra dados clínicos com a análise histológica, que necessita quase sempre de ser complementada por estudos imuno-histoquímicos e genéticos. A diferenciação entre diversas entidades é muitas vezes difícil, o que pode dever-se às manifestações pouco específicas, aos aspetos histologicos frustres ou de difícil interpretação e pode ser necessária repetição de biópsias até chegar aos elementos necessários para diagnóstico.

Apesar dos avanços tecnológicos importantes mais recentes, a raridade destas patologias dificulta a sua caracterização, mesmo a nível mundial, tanto no que diz respeito aos elementos necessários para o seu diagnóstico, como para estabelecer linhas de orientação para o tratamento. É por estas razões que, numa tentativa de melhorar os cuidados e o conhecimento sobre estas doenças, as pessoas diagnosticadas com linfomas cutâneos beneficiam de seguimento em centros de referência e podem beneficiar de ser enquadradas em estudos e ensaios clínicos.

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Universidade de Coimbra
Investigar o funcionamento do cérebro de bebés, através de momentos em que partilham o foco de atenção com adultos,...

Financiado com cerca de 250 mil euros (249 679,61 euros) pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, o projeto de investigação SocialBabyBrain – Correlatos neurais da atenção partilhada: uma base fundamental para o desenvolvimento subsequente da competência social vai estar em curso até 2026, estando a ser implementado em Coimbra, onde bebés e suas famílias começam na próxima semana a participar no estudo.

“A atenção partilhada – ou seja, a forma como os bebés coordenam com um adulto a sua atenção em relação a um objeto – é um marco importante na forma como compreendem o mundo social que os rodeia”, contextualiza a investigadora do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), Vera Mateus.

Assim “conhecer os mecanismos cerebrais subjacentes ao desenvolvimento desta habilidade de interação social pode ajudar a identificar precocemente padrões comportamentais e neuronais que constituem maior risco para dificuldade na interação social e comunicação com os outros”, elucida a também coordenadora do projeto SocialBabyBrain.

No estudo que vai ser desenvolvido com os bebés, vão decorrer várias atividades que têm como base momentos de brincadeira. “Eles vão realizar algumas brincadeiras com uma investigadora da equipa, usando alguns brinquedos”, explica Vera Mateus. “Numa das atividades, o bebé usa uma touca elástica com sensores – técnica não invasiva e totalmente segura – que nos permite aprender como funciona o seu cérebro. Esta técnica, denominada espectroscopia funcional por infravermelho próximo (fNIRS), regista a ativação do cérebro durante os momentos de brincadeira, permitindo identificar quais as áreas mais ativas nos momentos de interação”, contextualiza a investigadora. Além das atividades com a investigadora, o estudo contempla ainda um momento de brincadeira entre a mãe e o bebé e alguns questionários para conhecer a família e o bebé.

Sobre os resultados que a equipa de investigação pretende alcançar, Vera Mateus explica que “a partir da recolha de dados comportamentais e de neuroimagem, para além de investigar mudanças ao longo do tempo no cérebro dos bebés, este projeto permitirá compreender como as manifestações comportamentais da atenção partilhada se relacionam com a maturação de áreas cerebrais específicas, e explicam as diferenças individuais em habilidades sociocomunicativas que surgem mais tarde, como a linguagem e a competência social”.

Vera Mateus avança ainda que os resultados deste estudo podem também “ajudar a informar programas de intervenção precoce, direcionados a pais e profissionais de saúde e de educação que lidem com crianças desta faixa etária, com a finalidade de promover trajetórias de desenvolvimento mais positivas”.

Atualmente, existe já algum conhecimento produzido sobre os mecanismos cerebrais associados à atenção partilhada em bebés e crianças, mas, no entanto, “esses estudos tendem a focar-se em um único momento de avaliação e, como tal, o nosso projeto foi pensado também para preencher esta lacuna no conhecimento”, avança a investigadora.

A participação neste estudo está ainda aberta. Podem participar famílias residentes em Coimbra ou arredores, com bebés até aos 9 meses de idade. A colaboração com o estudo contempla a visita às instalações da Universidade de Coimbra três vezes: aos 10, 13 e 24 meses de idade do bebé, tendo cada sessão a duração estimada de 1h15. As famílias com bebés que tenham interesse em participar ou receber mais informações sobre o estudo podem inscrever-se através do endereço de e-mail [email protected].

Participam ainda no projeto mais duas investigadoras do CINEICC, Ana Ganho Ávila e Mónica Sobral; a investigadora da Universidade Presbiteriana Mackenzie - São Paulo, Brasil, Ana Osório; e a investigadora da Universidade Lusíada - Porto, Sara Cruz.

Recomendação surge no âmbito do Dia Nacional da Reabilitação Respiratória
Assinala-se a 21 de abril o Dia Nacional da Reabilitação Respiratória. Para a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) é...

Neste mês em que também se assinala o Dia Mundial da Atividade Física (6/abril) e o Dia Mundial da Saúde (7/abril), a SPP destaca a ligação entre estes três conceitos: saúde, deporto e reabilitação respiratória. “Os três conceitos estão naturalmente ligados e convergem na promoção e manutenção da saúde.  A atividade física, o exercício regular e a prática desportiva não só promovem a saúde respiratória, cardiovascular e muscular, como também a saúde em geral, física e emocional. Quando já existem problemas respiratórios, a reabilitação respiratória desempenha um papel crucial na recuperação funcional, na melhoria da qualidade de vida e do estado de saúde. Doentes que outrora eram desencorajados a fazer exercício devido às limitações que apresentavam, hoje têm indicação formal para o incluir nos seus cuidados diários”, referem as médicas pneumologistas.

De salientar ainda, porque também se comemora o Dia da Liberdade em abril, o facto de muitos dos doentes respiratórios se sentirem privados da liberdade básica que é respirar precisamente por terem desenvolvido uma doença respiratória. Contudo, a reabilitação respiratória permite-lhes recuperar alguma dessa liberdade - permite-lhes recuperar função respiratória assim como a capacidade para fazerem uma série de atividades que foram deixando de fazer.

Um dos aspetos sempre destacados pela SPP é a dificuldade de acesso dos doentes aos programas de reabilitação respiratória, uma terapêutica cuja eficácia e segurança estão já demonstradas no tratamento dos doentes respiratórios. A reabilitação respiratória consiste numa intervenção multidisciplinar, supervisionada por um médico, e que trata pessoas com doenças respiratórias crónicas, ajudando-as a respirar mais eficientemente, a melhorar a sua capacidade de exercício e a qualidade de vida.

No entanto, as médicas pneumologistas destacam que se tem assistido a um crescimento da oferta destes programas e da sua prescrição por parte dos profissionais de saúde. Susana Clemente e Inês Faria esclarecem que “à medida que a importância da reabilitação respiratória no tratamento de diversas doenças respiratórias se torna mais evidente e incontornável, os próprios profissionais de saúde, incluindo médicos, fisioterapeutas e enfermeiros, estão cada vez mais conscientes dos seus benefícios e segurança como parte integrante do tratamento dos doentes respiratórios. A maior procura gera mais oferta e, efetivamente, a disponibilidade de programas de reabilitação respiratória em hospitais, clínicas e centros de saúde tem vindo a crescer. No entanto, ainda estamos longe do cenário ideal e ainda existem inúmeros desafios e barreiras a ultrapassar”.

Na impossibilidade de acederem a programas de reabilitação respiratória, as especialistas evidenciam que “os doentes respiratórios podem adotar várias estratégias para se manterem fisicamente ativos e não se deixarem acomodar pelas limitações das suas doenças”, no entanto, é fundamental salientar que apesar de a prática de exercício físico poder beneficiar muitos doentes respiratórios, “é importante adaptar o tipo e a intensidade do exercício às particularidades de cada um e à gravidade da sua condição respiratória. É essencial consultar um pneumologista que poderá aconselhar o doente de forma personalizada com o objetivo de maximizar os benefícios do treino de exercício e minimizar eventuais riscos”.

Dia 16 de maio
Bruce Hood, conceituado professor e psicólogo, revela como podemos ser pessoas mais felizes a partir de 7 lições. A chave está...

Todos nós queremos ser mais felizes, mas muitas vezes o nosso cérebro não o permite. Quando estamos presos nas nossas cabeças, ficamos obcecados com as nossas imperfeições, comparamo-nos com os outros e não conseguimos ver o que há de bom na nossa vida. A Ciência da Felicidade, baseado em décadas de estudos em neurociência e psicologia do desenvolvimento revela que a chave para a felicidade não é o autocuidado, mas a ligação.

«Este livro é uma ave rara: baseado na ciência mais recente, é escrito com graça e sabedoria, e oferece lições claras e valiosas para viver melhor. Recomendo vivamente!», escreve Daniel Gilbert, autor de Tropeçar na Felicidade.

«Um guia maravilhoso sobre o que realmente torna as pessoas mais felizes. Se quer ideias práticas que pode usar agora mesmo para impulsionar o seu bem-estar, este é o seu livro", aforma Robert Waldinger, psiquiatra da Universidade de Harvard

O autor vai estar em Portugal a 16 de maio como convidado especial das comemorações do Centro Ciência Viva do Dia Nacional do Cientista.

 
Concurso destina-se a internos das especialidades de Cardiologia, Medicina Interna, Pneumologia e Reumatologia
A Johnson & Johnson Innovative Medicine Portugal lançou a 2.ª edição do Concurso de Casos Clínicos BEEP - Boosting...

Com esta iniciativa, a Johnson & Johnson Innovative Medicine Portugal pretende promover o desenvolvimento e discussão científica focada em internos e médicos mais jovens, bem como estimular a criação e partilha de conhecimento na área da Hipertensão Pulmonar, em benefício dos doentes.

“Já são duas edições desta iniciativa que pretende promover e reconher a investigação científica realizada em Portugal. Acreditamos que a partilha da prática clinica é uma forma de encontrar soluções de valor para os doentes”, afirmou Jacobo Muñoz, diretor clinico da Johnson & Johnson Innovative Medicine Portugal.

Este concurso irá distinguir dois trabalhos, um escolhido pela decisão da Comissão de Avaliação independente, constituida por seis especialistas na área, e o outro escolhido através da votação dos seus pares.

Os vencedores serão conhecidos no evento Meet The PHuture, que decorre em novembro, onde os casos serão apresentados e discutidos com os especialistas.

Os médicos interessados em participar, numa primeira fase, deverão enviar os seus abstracts até 5 de maio. É possível consultar o regulamento e submeter o caso aqui.

Na segunda fase, que decorre entre 27 de maio e 14 de julho, deverão fazer a submissão de vídeo de apresentação do caso (máx. 5 min) o qual será votado pelos pares no Janssen Medical Cloud, a plataforma da J&J Innovative Medicine destinada a profissionais de saúde.

Tratamento da dor osteoarticular por embolização
A CUF passou a realizar um procedimento inovador para o tratamento da dor osteoarticular, que permite melhorar a qualidade de...

A embolização musculoesquelética é uma técnica minimamente invasiva, recentemente implementada em Portugal, que proporciona o alívio da dor crónica causada pela inflamação dos tecidos musculoesqueléticos e é uma alternativa para os doentes que não obtiveram alívio com os tratamentos convencionais, como sejam medicação, fisioterapia ou cirurgia, ou até mesmo infiltrações.

Pedro Marinho Lopes, Radiologista de Intervenção na CUF, destaca como grande vantagem desta nova técnica “a melhoria da qualidade de vida destes doentes, permitindo-lhes retomar rapidamente as suas atividades diárias com maior conforto e bem-estar”.  

É um procedimento que não requer incisões, suturas ou cicatrizes, e que atua apenas nos tecidos inflamados, preservando os tecidos saudáveis. Semelhante a um cateterismo, “é inserido um cateter fino e flexível até à área onde reside a dor e nesse local, são injetadas microesferas dentro dos vasos sanguíneos anómalos, que vão bloquear o fluxo de sangue e, consequentemente, reduzir a inflamação”.

De acordo com o especialista, os benefícios são evidentes logo após o procedimento, com “a redução significativa da dor e da inflamação, melhorando a função e a mobilidade”. 

A embolização é uma técnica segura e eficaz, realizada por profissionais especializados e experientes, com recurso a anestesia local. Tem a duração de aproximadamente uma hora e o doente recebe alta no próprio dia.

BIAL, SPDMov e SPN criam plataforma e-learning
A BIAL, a Sociedade Portuguesa das Doenças do Movimento (SPDMov) e a Sociedade Portuguesa de Neurologia (SPN) uniram-se para a...

O primeiro módulo contém sete tópicos centrais, 26 aulas ministradas por 18 preletores, especialistas em Doenças do Movimento, com cerca de dez horas de formação online, disponível on demand. Os temas abordados incluem Epidemiologia, Fisiopatologia, Apresentação Clínica, Diagnóstico e Tratamento da Doença de Parkinson. Contém também um tópico final de abordagem crítica à ciência, em que os inscritos poderão aprofundar o seu conhecimento sobre leitura e escrita de artigos científicos, bem como apresentação de trabalhos nesta área terapêutica.

“No ano do centenário da BIAL, queremos reforçar o nosso compromisso com a investigação e formação médica contínua nas Doenças do Movimento. É com orgulho que lançamos o Moving ON Academy, uma plataforma de e-learning que tem como objetivo tornar a informação acessível a todos os profissionais de saúde médicos com interesse em criar uma base sólida de conhecimento para melhor diagnosticar e tratar os doentes com estas patologias”, refere Bruno Fidalgo Dias, responsável do Departamento Médico da BIAL em Portugal e Espanha.

Com esta plataforma, as organizações pretendem contribuir para a formação de todos os neurologistas, através do desenvolvimento de programas abrangentes de formação teórica e prática. A coordenação está a cargo de Miguel Grunho, Vice-Presidente e Secretário-Geral da SPDMov e Neurologista no Hospital Garcia de Orta, e Rui Araújo, Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Neurologia e Neurologista no Centro Hospitalar Universitário de São João.

As Doenças do Movimento são doenças neurológicas que se caracterizam por alterações do movimento do corpo, podendo englobar lentidão de movimentos (hipocinésia), movimentos involuntários exagerados (hipercinésia) e falta de coordenação dos mesmos. A Doença de Parkinson é a segunda maior doença neurodegenerativa, e a sua prevalência aumenta com a idade. 

Sessões são online e gratuitas
Quatro oftalmologistas da UOC - Unidade de Oftalmologia de Coimbra vão estar na próxima quarta-feira, dia 17 de abril, em...

A sessão é gratuita e vai acontecer a partir das 21h00, na página de Facebook da UOC – Unidade de Oftalmologia de Coimbra, acessível no endereço www.facebook.com/UnidadedeOftalmologiadeCoimbra. Os interessados vão ter a oportunidade de colocar questões através da caixa de comentários da página, podendo desde já começar a fazê-lo.

A responder às questões e a esclarecer todas as dúvidas estarão o Prof. Dr. Joaquim Murta, a Prof.ª Dra. Andreia Rosa, o Dr. Miguel Raimundo e o Dr. João Quadrado Gil, da UOC – Unidade de Oftalmologia de Coimbra e do Centro Hospital e Universitário de Coimbra.

Esta é a sexta sessão de uma iniciativa inovadora da UOC - Unidade de Oftalmologia de Coimbra, que visa aproximar os médicos dos doentes através dos meios digitais.

 
Com GPS para dispositivo de processador de áudio do implante coclear
André da Silva Freire foi premiado no Concurso Internacional de Invenção Infantil IDEASforEARS, uma competição mundial...

André da Silva Freire destacou-se no Concurso IDEASforEARS com uma ideia inovadora: um sistema de localização por georreferenciação do dispositivo de processador de áudio do implante coclear, com base num mapa disponível no smartwatch. O jovem, com 10 anos de idade e também ele portador de um implante coclear, decidiu concorrer depois de ter perdido duas vezes o seu processador de áudio e não querer repetir a má experiência. Considerado um exemplo notável da combinação de criatividade e praticidade, o projeto submetido a concurso - além da sua natureza inventiva – significa um impacto positivo na vida de todos os que necessitam de recorrer a implantes cocleares para poderem ouvir e terem uma rotina com normalidade.

“O implante coclear é muito importante no meu dia-a-dia e, por isso, fico aflito quando perco o meu processador de áudio. Para evitar que isso volte a acontecer, decidi conceber uma solução capaz de localizar os dispositivos em tempo real. Gostava bastante que este projeto ganhasse vida e ajudasse todas as pessoas com perda auditiva!”, diz André da Silva Freire, vencedor português do concurso IDEASforEARS, da MED-EL.

Aos 10 anos, o André sofreu uma surdez repentina, causada por uma otite que provocou a surdez total do ouvido direito.  Meses mais tarde, no verão de 2023, foi implantado no Hospital Dª Estefânia (Lisboa), onde também colocou o processador auditivo. O jovem frequenta atualmente o 5.º ano de escolaridade e vive o seu dia a dia sem qualquer limitação, graças ao aparelho que lhe permite ouvir o que o rodeia.

Em Portugal, a primeira cirurgia de implante coclear foi efetuada em 1985, tendo sido um dos países pioneiros. Desde então, já foram colocados mais de 2500 implantes cocleares em Portugal, entre adultos e crianças. O implante coclear é um dispositivo biomédico implantável capaz de fornecer algum grau de perceção auditiva a pacientes com perda auditiva neurossensorial e que veio alterar o paradigma do tratamento da surdez neurossensorial. Atualmente, existem mais de 300.000 pessoas implantadas mundialmente, sendo que o implante coclear na infância, associado ao diagnóstico precoce da surdez neurossensorial profunda, modificou radicalmente o prognóstico de jovens adultos, permitindo-lhes viver sem limitações.

Desde apresentações de vídeo imaginativas a desenhos detalhados e protótipos à escala real, crianças de 24 países submeteram 253 soluções inventivas. As inscrições demonstraram um espectro impressionante de criatividade: gorros, capacetes, almofadas com processadores de áudio integrados, até pulseiras ou colares projetados especificamente para pessoas com perda auditiva iniciarem uma chamada de emergência, ou até mesmo sapatos com alerta integrado para sons de trânsito, foram algumas das ideias a concurso. Nesta edição do concurso IDEASforEARS os participantes demonstraram, ainda, um grande interesse em soluções sustentáveis, com ideias inovadoras que incorporam energia solar, energia eólica e outras tecnologias amigas do ambiente, como a energia cinética, demonstrando o seu compromisso com um futuro mais verde e mais inclusivo.

Vencedores ganham uma viagem a Innsbruck

André da Silva Freire vai juntar-se a outras famílias de todo o mundo numa viagem até Innsbruck, na Áustria, onde a MED-EL está sediada. As crianças terão a oportunidade única de se conectarem com mentes criativas de vários países – da Itália à Indonésia, da Argentina à Austrália – promovendo uma troca global de ideias e inovação. Além disso, conhecerão os inventores e engenheiros da empresa

 
Candidaturas à 1ª edição do Prémio terminam no dia 30 de setembro
A Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) lança a 1ª edição do Prémio SPOT - Jornalismo na área de Ortopedia e...

Nesta edição, podem ser submetidos trabalhos realizados entre o dia 1 outubro de 2023 e 30 de setembro de 2024. O prémio distinguirá o melhor trabalho produzido por um jornalista detentor de carteira profissional, em língua portuguesa, e que tenha sido publicado/difundido num órgão de comunicação social legalmente constituído em Portugal, de âmbito nacional, regional ou local, no período estipulado. Os trabalhos podem ser desenvolvidos nas áreas da imprensa, rádio, televisão ou internet.

O júri da 1ª edição do prémio será constituído por João Gamelas, presidente da SPOT; João Gonçalves, diretor executivo da APORMED; João Almeida Lopes, presidente da APIFARMA; Isabel Moiçó, jornalista experiente e reconhecida na área, e Andreia Garcia, professora doutorada em ciências da comunicação no ISEC Lisboa e ESCS-IPL. Na avaliação dos trabalhos será tido em conta a pertinência, relevância, impacto da informação para o público, qualidade, rigor jornalístico e nível de investigação.

O prémio será atribuído no 43º Congresso da SPOT, em novembro, a um único trabalho candidato e o vencedor será premiado com o valor de 1.000€ (mil euros).

Os trabalhos devem ser enviados para [email protected], até ao dia 30 de setembro de 2024, fazendo-se acompanhar pela fotocópia da carteira profissional do autor e declaração do órgão de comunicação onde o mesmo tenha sido publicado.

O regulamento do Prémio pode ser consultado em https://spot.pt/ .

Iniciativa dirige-se à população jovem
A DaVita Portugal, em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, vai promover uma iniciativa de rastreio à doença renal, no dia...

“O nosso principal objetivo é consciencializar todas as pessoas para a importância da prevenção da doença renal nos seus estádios iniciais, quando ainda é possível retardar ou atrasar a sua progressão. Desta forma, através dos rastreios e dos ensinamentos da nossa esquipa esperamos conseguir incentivar as pessoas a proteger a saúde dos rins, com pequenas mudanças no seu comportamento e estilo de vida”, explica Paulo Dinis, Diretor-Geral da DaVita Portugal.

O rastreio à doença renal consiste na avaliação da tensão arterial, frequência cardíaca, glicemia capilar, peso e altura, e presença de proteínas na urina.  São fatores de risco para o desenvolvimento da doença renal crónica a hipertensão arterial, a doença cardiovascular, a diabetes, o excesso de peso ou a obesidade.

Estas avaliações serão realizadas por equipas de médicos nefrologistas e enfermeiros de diálise das Clínicas DaVita Benfica e DaVita Sacavém que, “considerando o seu nível de perícia na área, vão também realizar ensinos, sensibilização e aconselhamento sobre outros fatores de risco e hábitos de vida saudável que contribuem para a saúde renal”, conclui Paulo Dinis.

A doença renal crónica é provocada pela deterioração lenta e irreversível da função renal. Como consequência, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, resultando na acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue (azotemia ou uremia). Nas fases mais avançadas, as pessoas com esta doença necessitam de realizar regularmente um tratamento de substituição da função renal que poderá ser a hemodiálise, a diálise peritoneal ou o transplante renal.

 
‘Até quem é do contra, é a favor de nos doar o IRS’ é o mote desta campanha
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) acaba de ser lançar a campanha ‘Até quem é do contra, é a favor de nos doar o...

“Ao destinarem 0,5% do seu IRS a favor da APCL, os portugueses estão a apoiar a missão da Associação, nomeadamente as atividades de literacia, o apoio aos doentes e familiares, bem como os projetos em curso. Este donativo é um importante contributo para a continuidade do trabalho da Associação”, refere MAnuel Abecasis, presidente da APCL.

Exemplo de um dos projetos em curso é a Casa de Acolhimento Porto Seguro, uma habitação inaugurada em 2023 totalmente recuperada, destinada a doentes hemato-oncológicos deslocados, em fase de terapêutica ou transplante, e aos familiares que os acompanham.

Ao preencher a declaração anual de IRS Modelo 3 (em papel ou online) no Quadro 11, Instituições Particulares de Solidariedade Social ou Pessoas Coletivas de Utilidade Pública, basta assinalar com uma cruz o Campo 1101 e colocar o NIPC (número de identificação de pessoa coletiva) da APCL: 505 945 401. Esta simples procedimento permite doar à APCL o correspondente a 0,5% do valor liquidado no IRS.

Mais informações sobre a consignação do IRS à APCL aqui

 
Ana Félix é a Coordenadora do Doutoramento da NOVA Medical School
Já estão abertas as inscrições para o novo Doutoramento em Medicina, da NOVA Medical School, um programa inovador focado na...

O programa doutoral é uma oportunidade única para os profissionais médicos aprofundarem os seus conhecimentos em áreas fundamentais da medicina e contribuírem para avanços significativos na área da saúde. O Doutoramento em Medicina oferece acesso a uma rede de apoio especializada, incluindo unidades de investigação clínica, apoio à inovação digital e um biobanco de última geração (CHAIN BIOBANK).

"Este Doutoramento representa um compromisso com a excelência académica e a inovação na área da medicina. Estamos ansiosos para receber médicos talentosos e motivados que desejam fazer a diferença através da investigação e da prática clínica", refere a Professora Ana Félix, Coordenadora do Doutoramento da NOVA Medical School.

O programa do Doutoramento em Medicina da NOVA Medical School cobre diversas áreas de aprofundamento incluindo mecanismos de doença, desenvolvimento de novas tecnologias e ferramentas, intervenções clínicas, tecnologias digitais e promoção de saúde das populações e de políticas de saúde.

Os candidatos selecionados terão a oportunidade de trabalhar em projetos de investigação originais, sob a orientação de professores especializados e experientes.

As candidaturas para o Doutoramento em Medicina decorrem de 15 a 30 de abril. Todas as informações estão disponíveis no site da NOVA Medical School.

 

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