Opinião
A OMS define atividade física como sendo qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esquel

O exercício físico, como subcategoria da atividade física requere planeamento, estruturação, repetibilidade e objetividade com objetivos competitivos ou não. O exercício praticado com regularidade tem efetivamente benefícios cardiovasculares, respiratórios, endócrinos, músculo-esqueléticos e metabólicos de um modo geral. Esses benefícios afetam por sua vez a diminuição do risco de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e doença arterial coronária. Como benefícios adicionais salientamos a menor probabilidade de cancro do cólon e algumas formas de diabetes bem como benefícios em termos psicológicos e sociais com repercussão na qualidade de vida.

No entanto existem diversos tipos de exercício físico com indicações e resultados específicos: exercícios de resistência aeróbica, também conhecidos por aeróbicos (que visam sobretudo o bem estar cardiovascular), exercícios de resistência muscular localizada (fortalecimento de uma região anatómica para melhor controle de certas tarefas), exercícios de flexibilidade ( permitem alivio mecânico-postural -compressivo), exercícios de força (permitem controlar gestualidade e melhor desempenho no dia a dia) e, finalmente, exercícios de agilidade (com melhoria no equilíbrio, propriocetividade e função neuromuscular).

Crianças e adolescentes que praticam exercício adequado melhoram a perceção da sua competência, aprendem novas técnicas, divertem-se , fazem novos amigos e crescem mais harmoniosamente física e psicologicamente. Os adultos, sobretudo os seniores, tem as vantagens, inerentes á melhoria da sua condição física, de prevenção de doenças como a artrose, osteoporose e fibromialgia, bem como  (através da capacidade de prevenção das quedas) diminuição do risco de fraturas (colo do fémur, rádio, coluna, entre outras). Do ponto de vista psicológico, e tolerância á dor, o exercício aumenta o nível de endorfinas do corpo, (substâncias que atuando no cérebro reduzem a dor e induzem à sensação de bem-estar) melhorando o humor e diminuindo os níveis de ansiedade e depressão.

Que todos reflitam sobre a importância da atividade física nos vários escalões etários pois nunca é tarde para começar! Escolham a atividade que vos agrade, mas mexam-se ...pela vossa saúde!

Teremos de denunciar e ajudar os casos de dores cervicais, sobretudo nos nossos jovens (pescoço tecnológico) que passam horas em flexão e contração persistente dos músculos para cervicais! O sedentarismo e a tecnologia invadem-nos, e minam-nos, com custos médicos, sociais e psicológicos crescentes que teremos de contrariar. Todos somos responsáveis e a Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) continuará a fazer o seu trabalho na divulgação da importância da atividade física, transversal, mas especifica, ao longo da vida.

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Projeto ‘PCaGoal’ apresenta resultados positivos após primeira época
Na semana em que se assinala o Dia Mundial da Atividade Física (6 de abril), a Associação Portuguesa de Urologia (APU) -...

Durante a primeira época, realizada entre novembro de 2022 e julho de 2023, doze doentes com cancro da próstata, com uma média de 72 anos, participaram no programa de treinos ‘PCaGoal’. O programa de exercício envolveu a realização de 2-3 sessões semanais, consistindo principalmente de jogo reduzidos de futebol de recreação, durante 8 meses. Os doentes marcaram presença, em média em 77% das sessões de treino. Os resultados indicaram melhorias substanciais em vários aspetos da saúde destes doentes, incluindo:

  • Melhoria na aptidão física – Os participantes demonstraram uma clara melhoria na execução dos movimentos, com uma redução no tempo médio de 5,8 para 4,4 segundos, e um aumento na capacidade de resistência, percorrendo, na prova de marcha de 6 minutos, em média, 580 metros em comparação com 537,5 metros percorridos inicialmente. Este último teste tem sido proposto como fator de prognóstico para a sobrevivência dos doentes.
  • Redução da pressão arterial – Ao longo do programa, verificou-se uma diminuição gradual da média da pressão arterial sistólica (baixou de 134 mmHg para 123 mmHg) e diastólica (passou de 80 mmHg para 73 mmHg) dos participantes, demonstrando benefícios para a saúde cardiovascular. Em geral, a pressão arterial média passou de 97 para 93,5 mmHg.
  • Melhoria na qualidade de vida – Os doentes inscritos relataram melhorias no funcionamento cognitivo e uma redução nos sintomas de depressão associados ao cancro da próstata, o que evidencia o impacto positivo do projeto PCaGoal na saúde mental e social dos participantes.

Miguel Ramos, médico urologista e presidente da APU, sublinha que: “De modo geral, os doentes com cancro tendem a ser menos ativos do que os indivíduos que nunca viveram um processo de doença oncológica, sendo que a prática de exercício físico diminui após o diagnóstico. Para mudar esta realidade e desmitificar o facto de doentes com cancro da próstata não poderem realizar prática de desporto, desenvolvemos o projeto ‘PCaGoal’ que reúne dois fatores aliciantes para motivar os doentes a serem mais ativos: um desporto que gostam (futebol) e colegas de equipa que enfrentam um desafio semelhante.”

Este programa criado pela APU, com o apoio da Bayer, ao qual se associou o FC Porto, utiliza o futebol de recreação para assegurar uma maior adesão à atividade física a longo prazo e contribuir para a redução do impacto do cancro da próstata.

“O sucesso do projeto ‘PCaGoal’ destaca o potencial do exercício físico como uma ferramenta eficaz na gestão do cancro da próstata. A atividade física regular deve ser complementar ao tratamento e desempenhar um papel central num modelo de cuidados integrados mais amplo, que idealmente inclua psicoterapia e nutrição”, destaca Sofia Mesquita, médica interna de Urologia e uma das impulsionadoras do PCaGoal.

Conclusões de estudo que contou com a APLO
O glaucoma permanece como uma das principais causas de cegueira a nível mundial. Esta é a conclusão de um estudo publicado na...

Segundo este estudo, entre 2000 e 2020, o glaucoma foi responsável por 8,40% dos casos de cegueira, o que corresponde a 3,61 milhões de pessoas cegas, e por 1,4% das deficiências visuais, que corresponde a 4,1 milhões de pessoas. 

“O glaucoma é o nome atribuído a um conjunto de condições que se caracterizam por neuropatia do nervo óptico. Frequentemente é uma condição assintomática com perda progressiva de campo visual não detetada até ser demasiados tarde. Por este motivo é a causa de incapacidade visual irreversível mais prevalente a nível global.” afirma Raúl de Sousa, Presidente da APLO. 

As causas do glaucoma estão associadas a fatores de risco já identificados como a existência de uma história familiar de glaucoma, a miopia, a hipertensão arterial e a diabetes. 

“A maioria das pessoas apresentam uma visão normal durante uma parte das suas vidas, já que a prevalência do glaucoma antes dos 35 anos é baixa. A perda de visão ocorre mais frequentemente a partir dos 40 e já não pode ser recuperada. Por esse motivo, o diagnóstico precoce é a chave para a prevenção da incapacidade visual. As pessoas devem fazer pelo menos uma vez por ano, uma avaliação à saúde da sua visão” conclui Raúl de Sousa. 

De acordo com a Direção-Geral da Saúde, em Portugal, cerca de 200 mil pessoas apresentam hipertensão intraocular e destas um terço sofre de glaucoma. Cerca de seis mil podem evoluir para cegueira irreversível e/ou degradação acentuada do campo visual. 

 
Investigadores descobriram que usar “estações de trabalho ativas” melhora a cognição mental
As "estações de trabalho ativas", ou seja, ambientes que têm passadeiras dobráveis para caminhar, bicicletas,...

"De acordo com os nossos resultados, é possível realizar exercício físico em simultâneo com o trabalho de escritório que costumava ser efetuado durante longos períodos de tempo sentado. As estações de trabalho ativas podem oferecer uma forma de melhorar potencialmente o desempenho cognitivo e a saúde em geral, bastando para isso movimentar-se no trabalho", afirma o investigador principal, Francisco Lopez-Jimenez, cardiologista preventivo da Mayo Clinic.

A investigação envolveu 44 participantes num ensaio clínico aleatório. Foram avaliados quatro escritórios durante quatro dias consecutivos no Centro Dan Abraham para uma Vida Saudável da Mayo Clinic. Os ambientes incluíam uma secretária de pé ou sentada no primeiro dia, seguida de três estações de trabalho ativas aleatórias (com passadeiras dobráveis, steppers ou secretárias de pé). Os investigadores analisaram a função neurocognitiva dos participantes com base em 11 avaliações que verificaram o raciocínio, a memória de curto prazo e a concentração. As capacidades motoras finas foram avaliadas através de um teste de velocidade de datilografia em linha e de outros testes.

A função cerebral dos participantes melhorou ou manteve-se inalterada quando utilizaram as estações de trabalho ativas. A velocidade de digitação diminuiu apenas ligeiramente e a precisão da digitação não foi afetada. O estudo revelou melhores resultados de raciocínio quando os participantes estavam de pé, a utilizar o stepper ou a caminhar, em comparação com os que estavam sentados.

"As pessoas que trabalham num escritório passam uma boa parte do seu dia de oito horas sentadas em frente a um ecrã de computador e a um teclado. Estes resultados indicam que há mais formas de fazer o trabalho mantendo-se produtivo e mentalmente preparado. Seria bom considerar uma estação de trabalho ativa na prescrição para a prevenção e tratamento de doenças como a obesidade, as doenças cardiovasculares e a diabetes", afirma Lopez-Jimenez.

 
"Grupo Lusíadas tem como Missão cuidar das suas pessoas e das suas famílias" refere CEO
A Lusíadas Saúde acaba de lançar o Fundo de Apoio Social – Lusíadas em Família, uma iniciativa de responsabilidade social...

O Fundo Lusíadas em Família destina-se a crianças e jovens com necessidades especificas, até aos 18 anos de idade, que beneficiem de apoio terapêutico complementar para permitir a sua plena integração social.

O apoio prestado por este Fundo materializa-se nos seguintes níveis de apoio:

  • Pagamento do seguro de saúde Lusíadas às crianças e jovens identificados (Plano Mais disponível para agregados familiares);
  • Disponibilização de serviços terapêuticos para as crianças, tais como a Fisioterapia ou a Terapia da Fala nas unidades hospitalares e clínicas da Lusíadas Saúde;
  • A opção de apoio psicológico para os cuidadores no Grupo.

“A Lusíadas Saúde reforça, com o lançamento deste Fundo, o seu compromisso em construir um futuro mais inclusivo, onde as crianças e os jovens serão os grandes impulsionadores de uma sociedade rica em culturas, ideias e valores partilhados. Faz parte da nossa cultura e dos nossos Valores fomentar um ambiente que promova a equidade de oportunidades e que contribua para a integração de todas as pessoas na sociedade, independentemente das suas características.

“Como player de referência na prestação de cuidados de saúde há 26 anos, o Grupo Lusíadas tem como Missão cuidar das suas pessoas e das suas famílias. Estou certo de que este Fundo de Apoio Social - Lusíadas em Família vai ao encontro desse propósito, contribuindo para a melhoria do bem-estar das famílias dos nossos Profissionais”, refere Vasco Antunes Pereira, CEO do Grupo Lusíadas Saúde.

Este projeto está totalmente alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, nomeadamente com a garantia de acesso à saúde de qualidade e promoção do bem-estar para todos, em todas as idades (ODS 3), e com a redução das desigualdades (ODS 10).

O Grupo Lusíadas Saúde tem vindo a apostar continuamente no apoio a pessoas com necessidades especiais. Exemplo disso, o programa de Empregabilidade Inclusiva, que promove a equidade de oportunidades num ambiente diverso e contribui para a participação plena de todas as pessoas na sociedade, integrando 62 pessoas nas diferentes Equipas da Lusíadas Saúde.

A iniciativa Lusíadas Comunidade foca-se igualmente em assegurar cuidados de saúde às populações mais vulneráveis, colocando os nossos serviços clínicos à disposição de quem mais precisa, apoiando beneficiários de 12 organizações do setor social, de Norte a Sul do País.

 
Dia Mundial da Atividade Física
Este mês, a 6 de abril, assinala-se o Dia Mundial da Atividade Física, uma data em que importa relem

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a atividade física frequente contribui para ajudar a prevenir e a controlar doenças não transmissíveis (doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral, diabetes e cancro), bem como a melhorar a saúde mental, a qualidade de vida e o bem-estar 1. O exercício físico desempenha de facto um papel fundamental na promoção da saúde em geral, principalmente na saúde cardiovascular. Existe uma ligação estreita entre o nosso sistema cardiovascular e o funcionamento de órgãos e tecidos que envolvem o sistema auditivo. Tal acontece porque o nosso ouvido interno é uma região com muitos vasos sanguíneos e, por esse motivo, beneficia de hábitos que favorecem a circulação de sangue no corpo.2

Se pratica alguma atividade física, ou se está a pensar introduzir esta rotina no seu dia a dia, aqui estão alguns cuidados essenciais a seguir para proteger a sua audição durante a prática de desporto:

  1. Usar protetores auditivos em desportos náuticos: Nas atividades dentro de água, o ruído do ambiente é amplificado, o que pode danificar a saúde dos seus ouvidos. Se a natação ou o surf fazem parte da sua vida, é crucial utilizar protetores auditivos sempre que pratica estes desportos. Consulte um audiologista para o orientar na escolha dos protetores auditivos mais indicados para o seu caso.
  2. Regular o volume dos auriculares ou auscultadores: Se gosta de correr, ou treinar,  enquanto ouve música, recomenda-se o ajuste de volume dos seus dispositivos de áudio para um nível seguro. Por vezes, para se abstrair do ruído do ambiente, temos tendência de aumentar o volume do som para compensar, o que pode ser prejudicial para a audição.
  3. Estar atento à música em ambientes fechados: Nos ginásios, a música é muitas vezes reproduzida em volumes altos, pelo que é recomendado o uso de protetores auriculares, ou a redução do tempo de exposição a esse ambiente.
  4. Fazer pausas com regularidade: Durante a prática de exercícios de alta intensidade, aconselha-se que faça pausas regulares para descansar os ouvidos e evitar uma exposição contínua a ruídos intensos.

Fernando Torres, audiologista na Widex – Especialistas em Audição, afirma: “Na jornada da audição, os audiologistas têm um papel fundamental na vida de quem vive com perda auditiva. Acompanhamos e ajudamos as pessoas a construir uma ponte entre o silêncio e o som. Num continente onde cerca de 196 milhões de indivíduos vivem com perda de audição 3, a nossa missão enquanto audiologistas é oferecer soluções inovadoras para melhorar a audição e, desta forma, contribuir para a qualidade de vida de quem tem perda auditiva.  Acreditamos que a vida é para se ouvir em plenitude, e trabalhamos todos os dias para garantir que todos possam apreciar o mundo dos sons, quer quando praticam os seus desportos favoritos, quer quando realizam outras atividades do seu dia a dia.”

 

Referências 

1. Organização Mundial da Saúde. Physical Activity. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/physical-activity. [Consultado em março de 2024].

2. Widex. (2023). Seis exercícios para melhorar a audição que precisa de conhecer. Disponível em: https://www.widex.pt/pt-pt/blog/6-exercicios-para-melhorar-a-audicao-que-precisa-de-conhecer?topic=Aparelhos%20Auditivos%20e%20Acess%C3%B3rios. [Consultado em março de 2024].

3. Organização Mundial da Saúde. (2021). World Report on Hearing. Disponível em: https://cdn.who.int/media/images/default-source/health-topics/deafness-and-hearing-loss/world-report-on-hearing/world-report-on-hearing---infographic.jpg?sfvrsn=b01f2796_34. [Consultado em março de 2024].

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Médicos Internos ou Especialistas
As candidaturas à nova edição do Prémio MSD de Investigação em Saúde decorrem até dia 2 de maio. Promovido pela MSD Portugal,...

Os Médicos Internos ou Especialistas, com atividades em estabelecimentos de prestação de Cuidados de Saúde ou em Instituições Científicas sem fins lucrativos, podem submeter os seus projetos no site do Prémio, até 2 de maio.

Os protocolos submetidos serão avaliados de acordo com o seu objetivo e metodologia, inovação, exequibilidade, aplicabilidade e/ou impacto estimado na população alvo, sendo atribuído um valor de 10.000€ ao projeto que melhor cumpra estes critérios. Está ainda prevista a atribuição de duas Menções Honrosas, com valor pecuniário de 1.500€ cada.

A Comissão de Avaliação é constituída por reconhecidos especialistas, nomeadamente: a Professora Doutora Catarina Resende de Oliveira, o Professor Doutor Daniel Pinto, a Professora Doutora Emília Monteiro, o Professor Doutor Firmino Machado, o Professor Doutor Manuel Abecasis, a Professora Doutora Mariana Monteiro e o Professor Doutor Nuno Sousa. 

Desde que foi criado, o Prémio MSD de Investigação em Saúde já analisou mais de 300 candidaturas, submetidas por equipas e instituições científicas de todo o país. Na 5.ª edição, o Grande Vencedor foi o projeto “Técnicas de Imagem de Perfusão para Determinar a Viabilidade do Parênquima Cerebral em Doentes com Trombose Venosa Cerebral”, um trabalho desenvolvido pelo Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (CHLC). O projeto visava melhorar os resultados da terapêutica endovascular em casos de Trombose Venosa Cerebral (TVC), através de técnicas de imagem de perfusão.

Com a 6.ª edição do Prémio MSD de Investigação em Saúde, a MSD Portugal reitera o seu compromisso de apoiar a investigação científica em Portugal, enquanto motor para melhorar os cuidados prestados aos doentes, como também para o desenvolvimento e competitividade do país. 

Para consultar o regulamento do Prémio e a ficha de candidatura, visite o site.

Com atividades planeadas ao longo de todo o mês de abril
Abril é o Mês da Saúde e, este ano, a ESSATLA – Escola Superior de Saúde Atlântica volta a unir-se à Freguesia de Barcarena, em...

O Mês da Saúde arranca na Academia Sénior de Valejas, nesta quinta-feira, às 14h00, com uma sessão educativa sobre Suporte Básico de Vida (SBV), inserida no projeto “Mãos no Coração” da ESSATLA. O momento vai dotar os participantes de conhecimentos e técnicas, tornando-os capazes de realizar as ações principais de SBV: compressões torácicas e ventilações. Já no dia 8 de abril, a ESSATLA vai abordar “A importância da postura em contexto escolar”, numa sessão de educação para a saúde organizada para os alunos da EB1 Santo António de Tercena, a partir das 14h00.

A menopausa será também um dos assuntos abordados no Mês da Saúde de Barcarena, numa sessão que se realiza no dia 11 de abril, com o tema “Impacto da severidade dos sintomas da menopausa na dor musculoesquelética”. O momento vai decorrer no Grupo Recreativo de Tercena, a partir das 16h00, e tem como objetivo refletir sobre questões como a influência hormonal nas dores musculares e articulares, analisando o impacto destes sintomas no quotidiano das mulheres durante a menopausa. A segunda semana de abril inicia-se com uma sessão de “Mindfulness - Atenção Plena como fonte de bem-estar", que será ministrada às 14h00, na EB1 Santo António de Tercena, procurando sensibilizar os alunos para estes temas.

À semelhança do ano anterior, a 20 de abril acontece a caminhada solidária organizada pela Sociedade de Educação e Recreio "Os Unidos de Leceia" e a ESSATLA, que, este ano, fazem um convite especial às pessoas com Doença de Parkinson. Com o Dia Mundial de Consciencialização da Doença de Parkinson a assinalar-se também em abril (dia 11), a atividade tem como objetivo sensibilizar a população para esta patologia neurológica degenerativa e progressiva do sistema nervoso central, que afeta um por cento da população mundial acima dos 65 anos. A caminhada apresenta um percurso de cerca de seis quilómetros, com ponto de encontro na SERUL, Leceia, às 09h30. A organização solicita aos participantes que contribuam com bens não perecíveis, que serão posteriormente distribuídos pela Comissão Social de Freguesia.

Para o dia 22 de abril, a Escola Superior de Saúde Atlântica tem preparada uma sessão de rastreios de nutrição, realizada pelos profissionais e alunos da instituição, no Centro Jovem de Queluz de Baixo. Finalmente, e após um mês de atividades para toda a comunidade local, o dia 30 de abril fica marcado por uma “Manhã em Saúde”, que integra uma abordagem ao tema “Saúde da Mulher”, assim como mais uma sessão de rastreios – desta vez, dedicados à identificação de possíveis disfunções da articulação temporomandibular. As atividades decorrem entre as 10h00 e as 11h30, no Centro Jovem de Queluz de Baixo. O workshop “Ikigai – Uma ideia para viver mais e melhor”, na Junta de Freguesia de Barcarena, encerra a iniciativa. Orientada pela ESSATLA, a sessão pretende introduzir à comunidade o conceito japonês, enquanto ferramenta de autoconhecimento. 

Opinião
A sociedade atual está mais acelerada do que nunca e muitas pessoas afirmam não ter tempo para ativi

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), “para um adulto, entre os 18 e os 64 anos, são recomendados entre 150 a 300 minutos semanais de atividade física aeróbica de intensidade moderada, ou pelo menos, 75 a 150 minutos de atividade física aeróbica de intensidade vigorosa, ou uma combinação equivalente de ambas ao longo da semana, para obter benefícios significativos para a saúde”. Apesar disso, apenas 27,5% dos adultos e 81% dos adolescentes cumprem estas recomendações.

É muito importante reconhecer que todos os tipos de ativação são bons, e é aí que encontramos a diferença entre atividade e exercício físico. A atividade refere-se a todas as ações que põem o nosso corpo a trabalhar, de modo que os nossos músculos e articulações trabalhem naturalmente. Por isso, dentro da atividade física encontramos tarefas como ir a pé para o trabalho, optar pelo elevador em vez das escadas, dançar ao som da nossa música preferida. Resumidamente, qualquer ação que possa contribuir, mesmo que minimamente, para a saúde a médio e longo prazo.

Por outro lado, referimo-nos a exercício físico quando há planeamento, intensidade, repetição e escolha de exercícios a realizar, que garantam resultados duradouros. O exercício físico, tal como a atividade física, também assume a forma de diferentes ações, como praticar um desporto com amigos, fazer uma corrida ou ir a um centro desportivo. Neste caso, a decisão de entrar no mundo do exercício físico traz consigo mudanças a nível fisiológico, mas também a nível mental, como dormir melhor, alívio da dor, melhor resistência ao esforço, maior capacidade de concentração, entre outros.

A atividade física são todos os movimentos que implicam o funcionamento dos músculos, enquanto o exercício físico são as atividades planeadas e repetitivas que são organizadas com o objetivo de melhorar o funcionamento do corpo. Por conseguinte, a chave do sucesso para alcançar um estilo de vida saudável reside na combinação da atividade física, na tentativa de mudar os nossos hábitos para outros mais benéficos para a saúde e na dedicação de, pelo menos, duas horas por semana de exercício físico.

 
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Análise segura e em tempo real de dados cirúrgicos
A Johnson & Johnson MedTech está a trabalhar em colaboração com a NVIDIA para acelerar e expandir a inteligência artificial...

As duas empresas assinaram um acordo de entendimento para acelerar a IA para o extenso portfólio de tecnologias cirúrgicas da J&J MedTech com a plataforma de IA da NVIDIA, desenvolvida para cuidados de saúde. As tecnologias são projetadas para permitir a utilização rápida, segura e em tempo real de IA através do ecossistema digital de cirurgia da J&J MedTech.

“A Johnson & Johnson MedTech está a caminhar para um futuro na saúde mais conectado e personalizado”, disse Tim Schmid, Vice-Presidente Executivo e Chairman Mundial da MedTech. “O futuro será cada vez mais impulsionado por tecnologias digitais que proporcionem eficiência, melhorem a tomada de decisões e apoiem na formação e educação cirúrgica. O nosso conhecimento na área da saúde e ecossistema digital em cirurgia, associadas às plataformas de IA da NVIDIA, têm um enorme potencial para criar uma experiência cirúrgica mais conectada.”

Um elemento-chave da aceleração da IA para cirurgia é a edge computing avançada, que permitirá o processamento de dados dentro do bloco operatório, um passo necessário para que os algoritmos de IA analisem dados cirúrgicos ao vivo e armazenados, em tempo real. Esta nova abordagem poderá também ajudar a reduzir a necessidade de transferência de dados sensíveis e permitirá que aplicações específicas sejam executadas separadamente, num ambiente informático seguro, possibilitando uma latência ultrarrápida no bloco operatório, onde cada segundo é importante.

A plataforma edge computing da NVIDIA IGX e a plataforma de IA NVIDIA Holoscan edge criam uma infraestrutura para implementar aplicações de software alimentadas por IA no bloco operatório.

A Johnson & Johnson MedTech também vai tirar partido das tecnologias de IA para alargar o seu ecossistema aberto em cirurgias. As soluções específicas da NVIDIA foram concebidas para ajudar a acelerar a inovação em todo o ecossistema e acelerar o desenvolvimento e a implementação de aplicações baseadas em IA de uma forma segura e escalável.

"Um dos maiores desafios na expansão da IA para cirurgia é o design fechado das tecnologias cirúrgicas", afirma Shan Jegatheeswaran, vice-presidente e Global Head of Digital da MedTech. “Trazer hardware e software de edge computing avançados para os blocos operatórios permite mais inovação e novas soluções, baseadas em IA, para tomada de decisões clínicas, educação, formação e colaboração - com o objetivo final de melhorar o atendimento ao paciente”.

 
Campanha “A Vitória Contra a Doença Renal começa na Prevenção”
A Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) vai realizar sessões de esclarecimento sobre a doença renal crónica em...

As sessões dirigem-se a jovens entre os 14 e 16 anos e realizam-se a 11 de abril, na Escola Secundária Stuart Carvalhais, em Massamá, a 12 de abril, na Escola Secundária de Viriato, em Viseu, e a 17 de abril, na Escola Secundária Mães D’Água, na Amadora.

“Estas sessões podem contribuir de forma positiva para o programa de educação em saúde de várias escolas, bem como prevenir e reduzir a incidência da doença renal crónica. Vamos continuar a promover várias ações de consciencialização, ministradas por médicos e enfermeiros, em escolas básicas e secundárias de norte a sul do país.”, afirma Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL.

A campanha “A vitória contra a doença renal começa na prevenção” conta com o apoio da Associação de Doentes Renais de Portugal, da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Diálise e Transplantação, da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, da Sociedade Portuguesa de Nefrologia e da Sociedade Portuguesa de Transplantação.

A doença renal crónica caracteriza-se pela deterioração lenta e irreversível da função dos rins. Como consequência da perda desta função, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, resultando na acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue (azotemia ou uremia). Os doentes com diabetes, hipertensão arterial, obesidade e historial familiar de doença renal podem estar em risco de desenvolver esta doença.

 
Há 13 clínicas em Portugal com esta distinção de 5 estrelas, e são todas clínicas Affidea
A Affidea Portugal vê, este ano, reconhecidas 13 clínicas, com a distinção de 5 estrelas no âmbito da Eurosafe Imaging, uma...

A exposição à radiação médica para realização de exames de imagiologia em grandes doses pode ser prejudicial para o utente. Por essa razão, as organizações têm procurado reduzir e controlar a exposição global às radiações, através da criação de normas básicas de segurança, de boas práticas e de inovações que permitem reduzir a dose necessária, mas atingindo os mesmos resultados.

Na Affidea, a preocupação com a segurança do paciente traduziu-se na criação e implementação de um Programa de Gestão de Dose que monitoriza a dose de radiação em todos os exames e identifica oportunidades de redução da dose de radiação, otimizando-a e garantido a qualidade da imagem médica obtida. Assim, afirma Miguel Santos, CEO da Affidea Portugal, “esta prestigiante distinção vem confirmar o forte compromisso da Affidea para com a segurança dos pacientes.”

 
Recomendações
Uma pessoa com conjuntivite alérgica queixa-se de olhos vermelhos, comichão (prurido), lacrimejo, se

Assim, podemos ter conjuntivites alérgicas agudas, com uma resposta rápida a um alérgeno conhecido (ou não), como por exemplo o pelo de gato. Podemos também ter conjuntivites sazonais, que surgem mais na primavera e outono (conjuntivite da febre dos fenos), e são geralmente desencadeadas pelo pólen das árvores ou gramíneas,  presente durante essas épocas do ano. São mais frequentes quando há mais pólen no ar com dias quentes, secos ou ventosos. E podemos ter ainda conjuntivites alérgicas perenes, também conhecidas como conjuntivites alérgicas crónicas, que se podem manifestar durante todo o ano e que podem ser causadas por alérgenos presentes em ambientes internos, como poeira, ácaros ou pelos de animais.

Mas há formas de alergia ocular mais graves que estas e que podem afetar não só a conjuntiva, mas também a córnea, provocando queratoconjuntivites alérgicas que podem ser mais incapacitantes. Um exemplo é a queratoconjuntivite vernal. A córnea pode ser afetada, com úlceras, e a pálpebra apresenta papilas na sua superfície interna.  Ela é mais comum em crianças do sexo masculino (com 5 a 20 anos) que podem também ter asma, eczema e alergias sazonais. Pode reaparecer a cada primavera (há mais pólen no ar) e desaparecer no outono e inverno e muitas crianças superam a doença ao alcançar a idade adulta. Outro exemplo de forma mais grave de alergia ocular é a queratoconjuntivite atópica que surge em pessoas com predisposição genética para reações atópicas e que podem ter também asma ou dermatite atópica. Os alérgenos do ambiente podem agravar os sintomas, mas não variam com as estações do ano.  As quertoconjuntivites podem ainda parecer nos portadores lentes de contacto (conjuntivite alérgica de papilas gigantes) com resultado de uma reação às soluções salinas utilizadas, ou serem devidas a uma utilização demasiado prolongada ou pouco higiénica das lentes.

Há medidas gerais que podem ajudar a prevenir as alergias oculares e que devemos ter em consideração. As mais importantes são:

  • Evitar os alérgenos que sabemos que podem afetar-nos e que podem incluir pólen, ácaros, pelos de animais, produtos químicos, determinados alimentos, produtos de cuidados pessoais entre outros.
  • Manter uma boa higiene palpebral pode ajudar a reduzir a exposição a alérgenos.
  • Lavar as mãos com frequência, limpar regularmente as superfícies da casa e evite tocar os olhos com as mãos sujas.
  • Evitar ambientes com fumo, ar poluído ou produtos químicos irritantes para os olhos.
  • Usar filtros de ar condicionado de alta eficiência em casa para reduzir a quantidade de alérgenos no ar.

Cada tipo de conjuntivite alérgica pode requerer abordagens de tratamento específicas dependendo da gravidade dos sintomas e das necessidades individuais de cada pessoa. No entanto existem algumas abordagens que são comuns e que podem ser consideradas:

  • Aplicar compressas frias sobre os olhos fechados pode proporcionar alívio temporário da comichão e do desconforto.
  • Utilizar lágrimas artificiais sem conservantes pode ajudar a aliviar a sensação de corpo estranho e a irritação causadas pela conjuntivite alérgica e a remover alérgenos dos olhos.
  • A utilização de medicamentos mais específicos como vasoconstritores, anti-histamínicos ou estabilizadores dos mastócitos em colírio, pode ser necessária para aliviar os sintomas. Os anti-histamínicos orais podem ser úteis para controlar os sintomas sistémicos. Em casos mais graves pode ser necessário recorrer à utilização de corticoides e mesmo imunoterapia. É importante consultar um oftalmologista para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado às suas necessidades individuais. Mas, mais importante ainda é aplicar as medidas de prevenção para reduzir o risco de alergia.

 
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Dia 13 de abril
"Doenças Reumáticas: do raro ao comum" é o tema do XXVII Fórum de Apoio ao Doente Reumático, uma reunião organizada...

A 27.ª edição do Fórum de Apoio ao Doente Reumático conta com a participação multidisciplinar de especialistas e destina-se a doentes, familiares, cuidadores informais, profissionais de saúde e público em geral com interesse pela temática.

Moderada por Ana Rodrigues, Coordenadora de Reumatologia no Hospital Lusíadas e Professora na NOVA Medical School, a reunião terá início com um debate sobre planos e estratégias no campo das doenças raras em Portugal, que contará com a intervenção de Maria do Céu Machado, do Grupo de trabalho para o Plano Nacional Intersectorial para as Doenças Raras, e Palmira Martins, da RD-Portugal – União das Associações das Doenças Raras em Portugal. Ainda durante a manhã, Ana Cordeiro, do Serviço de Reumatologia do Hospital Garcia de Orta, ULS Almada Seixal, abordará algumas doenças reumáticas raras, seguido da partilha de testemunhos de doentes e da oportunidade de participar num momento dedicado a perguntas e respostas.

A tarde inicia-se com um debate moderado por Catarina Marques, vice-presidente da LPCDR, sobre “Reumatologia e Medicina Geral e Familiar, centrada no doente”, onde Maria José Santos, reumatologista da ULS Almada Seixal, Elsa Mateus, presidente da LPCDR, e Rita Lopes Silva, médica de Medicina Geral e Familiar na ULS Almada Seixal, partilharão a sua perspetiva multidisciplinar ao abordar algumas das comorbidades mais comuns, como a diabetes, a hipertensão, a osteoporose e problemas associados aos níveis de colesterol alterados.

A sessão “Mente sã, corpo são (ou não)?” será moderada por Ana Vieira, da Direção da LPCDR, abordando os temas “Promover a saúde psicológica na doença reumática”, por Vera Guimarães, psicóloga na Unidade de Oncologia e Equipa Intra-hospitalar de suporte em Cuidados Paliativos, e “Ligando os pontos entre as doenças mentais e reumatológicas”, da responsabilidade de Vasco Medeiros, psiquiatra, ambos especialistas da ULS Estuário do Tejo.

No decorrer do evento, estará disponível uma equipa de profissionais da Associação Portuguesa de Profissionais de Saúde Em Reumatologia (APPSReuma) responsável pela realização de um rastreio sobre o risco de fraturas de fragilidade através do instrumento FRAX. Este é um processo individualizado para cada paciente cujo resultado apresenta a probabilidade de fratura nos próximos 10 anos segundo a avaliação dos fatores de risco e que, há 10 anos, quando introduzido em Portugal, marcou nova era no diagnóstico da osteoporose.

Elsa Frazão Mateus, presidente da Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas, sublinha que «nesta 27.ª edição, à semelhança das anteriores, o foco mantém-se no “Apoio ao Doente Reumático”, ao promover a apresentação e discussão aberta, das várias perspetivas desta área abrangente, a todos os que por ela tenham interesse, desde o público em geral aos profissionais de saúde. Prometemos uma abordagem multidisciplinar, do raro ao comum, de forma a promover a qualidade de vida e a capacitação das pessoas com doença reumática, como defende a missão da LPCDR.»

É possível aceder-se ao programa completo em www.lpcdr.org.pt

Projeto conjunto das principais seguradoras de saúde
No dia 21 de março, oficializou-se o lançamento da MovSaúde, uma associação sem fins lucrativos que tem como objetivo principal...

Para fazer face aos problemas sociais mais críticos da sociedade portuguesa no que concerne à prevenção em saúde, é essencial mudar o sistema e começar a olhar para a cooperação entre empresas de uma forma claramente diferente e mesmo revolucionária. Ao unirem forças em prol da saúde pública, os Associados Fundadores dão movimento à mudança e querem liderar pelo exemplo, garantindo assim maior escala e impacto na forma como dão resposta à prevenção em saúde. 

A MovSaúde ambiciona ser uma associação de referência nacional na promoção da saúde e prevenção do cancro, nomeadamente o cancro colorretal, o 1º em número de novos casos e o 2º em número de mortes em Portugal, e incentivar a investigação. A prioridade nesta fase de arranque é o rastreio do cancro colorretal, para procurar reduzir o número de diagnósticos em estadios mais avançados e focando no diagnóstico precoce. 

Patrícia Ramalho, porta-voz da MovSaúde, sublinha: “A MovSaúde espelha o sentido de responsabilidade de várias entidades em acrescentar valor ao sistema de saúde em Portugal, apostando na prevenção e no diagnóstico precoce, promovendo a qualidade de vida. Acreditamos que estamos a criar um modelo diferenciador e de coesão que permitirá ainda influenciar a responsabilidade individual de cada cidadão para com a sua saúde, com benefício para o sistema no seu todo.” 

Para além dos Associados Fundadores, os Estatutos da MovSaúde preveem ainda mais duas categorias de Associados, promovendo a participação ativa multissetorial, assim como Parceiros Institucionais públicos e privados e Parceiros de Impacto Social. 

O rastreio do cancro colorretal, através de campanhas nacionais e diversas iniciativas locais, seguirá a metodologia preconizada atualmente pelo SNS e destina-se aos utentes em geral, não sendo necessário ter seguro de saúde. 

Consubstanciando o empenho na promoção da literacia dirigida a diversas faixas etárias e prevenção de norte a sul de Portugal, a MovSaúde pretende arrancar com cobertura em 85% dos concelhos do país já na fase inicial, incluindo as ilhas da Madeira e dos Açores. 

Até ao final do primeiro semestre, a MovSaúde estará focada na captação de novos Associados e Parceiros, na expansão da rede e na realização de protocolos e parcerias. 

Novo Projeto CT-Luso visa capacitação de profissionais nas áreas da ética, regulamentação, investigação biomédica e ensaios clínicos
A sessão de lançamento do novo projeto CT-Luso realiza-se, esta quinta-feira, dia 4 de abril, no Hotel Radisson Blu, em Maputo,...

O projeto, aprovado e financiado pela Comissão Europeia através do Programa EDCTP3 - Parceria entre a Europa e os Países em Desenvolvimento para a Realização de Ensaios Clínicos, engloba Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Portugal. O objetivo é capacitar profissionais para a realização de ensaios clínicos, no mais estrito cumprimento das boas práticas biomédicas internacionais, tendo presente o impacto, direto e indireto, no desenvolvimento dos países envolvidos.

A iniciativa vem dar continuidade ao projeto desenvolvido entre 2018 e 2022 – BERC-Luso, Projeto de Capacitação Ética e Regulamentar nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, aprovado e financiado pelo Programa EDCTP2.

 
Perturbação do neurodesenvolvimento
O autismo, também conhecido como Perturbação do Espectro do Autismo (PEA), é uma condição do neuro d

Muitos casos de autismo permanecem sem diagnóstico devido à falta de recursos e conscientização, o que destaca a necessidade de esforços aumentados na identificação e apoio a pessoas com essa condição. A prevalência do autismo aumentou significativamente nas últimas décadas em todo o mundo. Essa tendência ascendente pode ser atribuída a vários fatores, incluindo melhorias no diagnóstico, maior conscientização e mudanças nos critérios de diagnóstico. 

Em Portugal, a prevalência do autismo é de 1 em 200 pessoas, com aproximadamente 1 em 160 crianças sendo diagnosticadas com a condição. Atualmente, Portugal é o 24º país com mais diagnostico de crianças com autismo no mundo. 

O que é Autismo? 

A Perturbação do Espectro do Autismo significa que esta condição apresenta uma grande variabilidade dos sintomas, desde as formas mais leves até às formas mais graves. Geralmente é diagnosticado na primeira infância e os sintomas podem ser observados no comportamento, interações sociais e habilidades de comunicação de uma criança. 

Sintomas do Autismo 

Os sintomas do autismo podem variar bastante, mas alguns sinais comuns incluem: dificuldade em interações sociais e compreensão social; desafios na comunicação verbal e não verbal; comportamentos repetitivos ou interesses restritos; sensibilidades sensoriais; dificuldade em se adaptar a mudanças na rotina, entre outros. 

Desafios e Oportunidades 

Pessoas diagnosticadas com PEA enfrentam desafios únicos, mas também possuem habilidades e capacidades únicas. Muitas pessoas com PEA têm talentos excecionais em áreas como música, arte, matemática e memória. Valorizar essas habilidades e oferecer oportunidades para pessoas com autismo mostrarem suas habilidades pode contribuir para uma sociedade mais inclusiva. 

Apoio a Pessoas com Autismo 

Criar um ambiente e uma rede de apoio para pessoas com PEA é essencial. Isso inclui aumentar a conscientização sobre o autismo, promover a aceitação e inclusão e fornecer acesso a serviços de apoio adequados. Educar a comunidade sobre o autismo e promover a compreensão e aceitação pode ajudar pessoas com autismo a levar uma vida plena. 

Diagnóstico e Tratamento 

Diagnosticar ao PEA envolve uma avaliação abrangente do comportamento e desenvolvimento de uma criança. O diagnóstico precoce é crucial para implementar intervenções que possam ajudar a melhorar a qualidade de vida do indivíduo. Embora não haja cura conhecida para o autismo, programas de intervenção precoce, terapia comportamental, terapia da fala e apoio educacional podem melhorar significativamente as habilidades e a capacidade de um indivíduo de funcionar na vida diária. 

Atualmente, inúmeras investigações estão em curso de forma a encontrar tratamentos e intervenções eficazes que possam aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida de pessoas com PEA.  

Além disso, também são alvo de investigação ativa fatores genéticos e ambientais que podem contribuir para o desenvolvimento do autismo. Ao identificar esses fatores, espera-se que tratamentos mais direcionados e personalizados possam ser desenvolvidos, levando a melhores resultados para pessoas com autismo. 

O potencial do cordão umbilical no tratamento do autismo 

A utilização de células estaminais do cordão umbilical como terapia para o PEA tem despertado cada vez mais interesse na comunidade médica e científica. Atualmente existem vários ensaios clínicos a decorrem, que avaliam o efeito da infusão de células estaminais provenientes de sangue e também de tecido do cordão umbilical em crianças diagnosticadas com PEA. Os resultados promissores obtidos em vários ensaios clínicos até o momento indicam que essa abordagem terapêutica pode representar uma alternativa segura e eficaz para o tratamento dessa condição complexa. 

Um destes exemplos é um ensaio clínico realizado em crianças com PEA revelou resultados promissores ao utilizar a infusão de células estaminais do cordão umbilical como forma de tratamento. Essa abordagem mostrou-se segura e, além disso, resultou em melhorias significativas nos sintomas apresentados pelos pacientes. Ou seja, neste ensaio clínico, cerca de metade das crianças do estudo, as taxas das escalas clínicas usadas para medição da gravidade de PEA reduziram ao longo do tratamento ao ponto, indicando melhorias significativas e colocando estas crianças numa categoria de sintomas de PEA leve. Esses resultados são consistentes com outros ensaios clínicos que também demonstraram a segurança e eficácia do uso de sangue do cordão umbilical para tratar o PEA. 

Outro exemplo é o caso de Salvador, um menino autista português com seis anos, que fez um tratamento inovador, através de um procedimento com as suas células estaminais. Ao fim de três meses foram registadas melhorias dos sintomas de hiperatividade e, entretanto, começou a falar.

Tanto o sangue quanto o tecido do cordão umbilical contêm células que possuem propriedades regenerativas e terapêuticas, capazes de auxiliar na melhoria dos sintomas associados ao PEA. Portanto, é de extrema importância não descartar o cordão umbilical após o nascimento, pois ele pode representar uma valiosa fonte de células estaminais que podem ser utilizadas no combate a essa perturbação e até mesmo em outras patologias. 

Portanto, considerando os benefícios potenciais e a segurança comprovada, é fundamental conscientizar a população sobre a importância de preservar o cordão umbilical e considerar a possibilidade de armazenar as células estaminais presentes nele. Dessa forma, poderemos ampliar as opções terapêuticas disponíveis para o tratamento do PEA e de outras condições médicas, proporcionando uma melhor qualidade de vida para os pacientes e suas famílias. 

 
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Novo estudo aborda o impacto dos produtos farmacêuticos na qualidade de vida dos consumidores
No âmbito do Dia Mundial da Saúde, que se celebra no próximo domingo, 7 de abril, o Produto do Ano, sistema de avaliação...

De acordo com os dados apresentados, 65% dos consumidores afirma ter confiança nos produtos de farmácia que estão atualmente disponíveis no mercado e 27% revela ter muita confiança. Adicionalmente, os entrevistados destacaram de que forma estes artigos melhoram a sua qualidade de vida, sendo que 85% referiu o alívio de sintomas, 57% o controlo de condições de saúde, 42% a melhoria da função física ou mental e 21% o aumento da longevidade.

No que diz respeito à escolha dos produtos farmacêuticos, os consumidores consideram diversos critérios no momento da tomada de decisão. A “Eficácia” é o fator mais relevante, com 72% dos inquiridos a priorizar esse aspeto, seguindo-se a “Segurança” com 61%. O “Preço” e a “Recomendação” de um profissional de saúde foram também parâmetros escolhidos por 55% dos entrevistados. 28% dos consumidores valorizam a “Inovação” e a “Marca”, nesta seleção de produtos.

“É de extrema importância que a indústria continue a produzir e fazer chegar ao mercado produtos seguros e eficazes que atendam às necessidades dos consumidores.”, afirma José Borralho, CEO do Product of the Year Portugal.

Relativamente aos produtos procurados pelos consumidores e mais especificamente no setor dos suplementos, 71% dos inquiridos valoriza suplementos que promovam abordagens holísticas para o bem-estar. Além disso, os consumidores consideraram os suplementos de magnésio (35%), de ervas adaptógenas (31%) e de melatonina (24%) os seus preferidos no quesito de descanso. Os produtos de magnésio foram também mencionados por 80% dos entrevistados, que destacam os seus benefícios para a saúde muscular e recuperação após o exercício.

O estudo realizado pela QuestionPro contou com uma amostra de 907 participantes, dos quais 367 eram do sexo feminino, 321 do sexo masculino e 2 não-binário. Em relação à faixa etária, 42% dos inquiridos tinha entre 35 a 44 anos, 25% entre os 26 e 34, 21% entre os 45 e 54, 7% acima de 55 e, por fim, 6% tinha uma idade compreendida entre 18 e 25 anos. Quando à distribuição geográfica, a maioria dos entrevistados reside na Grande Lisboa (37%), seguindo-se o Centro (21%), o Norte (17%), o Grande Porto (16%), o Algarve (4%), as Ilhas (2%) e o Alentejo (1%).

 
Opinião
A Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) é uma perturbação do neurodesenvolvimento caracterizada po

Podemos, assim, estar perante uma criança que: pode ter um brincar tão restrito e repetitivo que acaba por brincar sempre à mesma coisa; pode não tolerar o toque e os empurrões de outras crianças, acabando por se isolar em momentos de brincadeira em grupo; pode ter dificuldades em realizar as atividades desportivas por ser descoordenada; pode apresentar uma seletividade alimentar ou uma compulsividade; o almoço na escola pode ser um momento de grande desconforto, por não tolerar o barulho do refeitório; pode ter dificuldades em  permanecer sentada por longos períodos de tempo; pode não sentir a necessidade de ir à casa de banho; pode não saber como usar a sanita, entre tantos outros desafios. São preocupações desta natureza e com um impacto significativo na funcionalidade e no dia-a-dia das crianças, das suas famílias e da comunidade escolar que levam ao encaminhamento para Terapia Ocupacional.

A Terapia Ocupacional é uma profissão da área da saúde que promove a participação e o desempenho ocupacional no dia-a-dia. Para tal, avalia as competências da criança (motoras, sensoriais, cognitivas e sociais), o ambiente onde se encontra (casa, escola, parque infantil ou outro) e analisa as ocupações que são esperadas para a criança. De acordo com as preocupações expostas e os resultados da avaliação é definido, em conjunto com os pais, um plano individual de intervenção, onde muitas vezes, também a comunidade escolar é incluída.

Os terapeutas ocupacionais recorrem a uma série de abordagens e metodologias específicas, que podem englobar o desenvolvimento das competências necessárias da criança, a definição de estratégias, adaptações no ambiente e nas atividades, bem como consultoria à família, educadores/professores e a colaboração em equipa.

É, ainda, comum as crianças com autismo apresentarem dificuldades no processamento da informação sensorial. As dificuldades de modulação são as mais abordadas, em que a criança pode apresentar reações exageradas aos diferentes estímulos (hiperreactividade sensorial) ou ausência de reações perante os estímulos sensoriais (hiporreatividade sensorial). Para além destas, as dificuldades de perceção e discriminação sensorial, isto é, a capacidade da criança interpretar e distinguir os diferentes estímulos, estão frequentemente presentes, contribuindo em grande parte para as dificuldades em saber o que fazer e como fazer. Esta capacidade é denominada de práxis e abrange a capacidade de ter uma ideia do que fazer (ideação), planear as ações necessárias com o seu corpo (planeamento motor) e executá-las.

Nestes casos, a Integração Sensorial é cada vez mais reconhecida e utilizada por terapeutas ocupacionais especializados em crianças com PEA. Esta é uma abordagem de intervenção, com recurso a um raciocínio clínico especializado e a equipamentos que proporcionem oportunidades sensoriomotoras adequadas às necessidades individuais da criança, de forma adequar o processamento e integração dos estímulos sensoriais e promover um melhor desempenho da criança no seu dia-a-dia. 

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Fundação Champalimaud
Situado na parte de trás da cabeça, o cerebelo é uma estrutura que desempenha um papel fundamental n

A palavra "cerebelo" significa "pequeno cérebro", embora o número de neurónios desta estrutura corresponda a mais de metade dos neurónios do cérebro. O cerebelo é essencial para coordenar os movimentos e o equilíbrio, ajudando-nos a realizar tarefas diárias com facilidade, tais como caminhar numa rua cheia de gente ou praticar desporto. É também crucial para o processo de aprendizagem que nos permite associar sinais sensoriais a ações específicas. Por exemplo, sempre que pegamos num copo sem entornar o líquido que tem dentro, e que ajustamos facilmente a força aplicada ao peso do copo e ao quão cheio este se encontra, estamos a pôr à prova a capacidade do cerebelo em associar sinais visuais a respostas motoras correspondentes.

Os "sinais de aprendizagem" do cérebro

Para que a aprendizagem tenha lugar, o cerebelo monitoriza continuamente o mundo exterior e o resultado dos movimentos que nele fazemos. Quando nos enganamos, a informação sobre os nossos erros pode ser utilizada para ajustar a força das ligações cerebrais, conduzindo, ao longo do tempo, a alterações nas nossas respostas comportamentais a sinais específicos. No entanto, não se sabe exatamente como é que esses "erros" ou "sinais de aprendizagem" são representados no cérebro para conduzir a mudanças de comportamento aprendidas. A mais recente investigação do Laboratório de Megan Carey na Fundação Champalimaud, publicada nanrevista Nature Neuroscience, fornece provas convincentes de que a atividade de uma classe específica de inputs cerebelares, chamados fibras trepadoras, é absolutamente essencial para que a aprendizagem associativa aconteça.

Para estudar o papel das fibras trepadoras e dos seus alvos – as células de Purkinje cerebelares – na aprendizagem, os investigadores realizaram uma série de experiências com ratinhos. Utilizaram uma tarefa de aprendizagem clássica, conhecida como condicionamento do piscar do olho. Nesta tarefa, os ratinhos aprendem a piscar um olho em resposta a um determinado sinal, – uma luz, por exemplo –, que antecede um dado acontecimento, tipicamente uma ligeira lufada de ar dirigida a esse olho. Esta tarefa ilustra eficazmente a aprendizagem associativa, mostrando como os ratinhos aprendem a associar um sinal sensorial a uma resposta motora adaptativa – neste caso, o pestanejar.

"Na nossa experiência", explica a Dra. Tatiana Silva, primeira autora do estudo, "utilizámos uma técnica chamada optogenética. Este método funciona como um comando altamente preciso para as células cerebrais, utilizando a luz para ligar ou desligar determinadas células de interesse em momentos extremamente específicos". E acrescenta: "As fibras trepadoras respondem normalmente a estímulos sensoriais como uma lufada de ar no olho. Ao ativar com precisão estas fibras com optogenética, conseguimos induzir o ratinho a pensar que recebeu um sopro de ar, quando na realidade isso não aconteceu. Após estimularmos repetidamente as fibras trepadoras durante a apresentação de um sinal visual, os ratinhos aprendem a piscar o olho em resposta a esse sinal – mesmo na ausência de estimulação. Isto mostra que a atividade das fibras trepadoras é suficiente para produzir este tipo de aprendizagem associativa."

Os autores conseguiram ainda demonstrar que as fibras trepadoras também são necessárias para que a aprendizagem associativa ocorra. "Quando utilizámos a optogenética para silenciar seletivamente as fibras trepadoras durante a apresentação de um sopro de ar", explica Silva, "os ratinhos não conseguiram aprender a piscar o olho em resposta ao sinal visual". A equipa de Carey manipulou de forma semelhante uma série de outros tipos de células do cerebelo, e constatou que nenhum era capaz de fornecer sinais de aprendizagem tão fiáveis como as fibras trepadoras.

O aparecimento dos "neurónios zombies"

Analisando mais de perto alguns dos seus resultados, os investigadores observaram uma reviravolta inesperada. Para manipular a atividade das fibras trepadoras através da optogenética, utilizaram ferramentas genéticas que permitem expressar/inserir nesses neurónios uma proteína sensível à luz, chamada Channelrhodopsin-2 (ChR2). E surpreendentemente, descobriram que, quando tentavam ensinar os ratinhos com a ChR2 a piscar o olho utilizando o método tradicional do sopro de ar, os animais não conseguiam aprender. Como explica Carey, após terem realizado registos sistemáticos da atividade neuronal no cerebelo destes ratinhos, "verificámos que a introdução de ChR2 nas fibras trepadoras alterou as suas propriedades naturais, impedindo-as de responder adequadamente a estímulos sensoriais standard tais como sopros de ar. Essa incapacidade, por sua vez, bloqueou completamente a capacidade de aprendizagem dos animais."

"O que é notável", diz Tatiana Silva, "é que estes eram os mesmos ratinhos que tinham aprendido perfeitamente bem a tarefa quando associámos o sinal visual com a estimulação das fibras trepadoras ao invés de um sopro de ar." Involuntariamente, a equipa tinha alcançado um objetivo de longa data em neurociência: modular padrões específicos de atividade em neurónios específicos, sem interromper completamente a sua comunicação, o que resultou numa intervenção mais natural para elucidar o seu papel causal. Por outras palavras, embora as fibras trepadoras permanecessem espontaneamente ativas e fossem funcionais, o facto de a sua codificação dos estímulos sensoriais estar alterada deixou os animais totalmente incapazes de aprender a tarefa. Isto levou Silva a apelidá-las de "neurónios zombies": células funcionalmente vivas mas incapazes de interagir como habitualmente com o circuito cerebral.

Devido à subtileza dos efeitos inesperados da introdução da ChR2 nas fibras trepadoras, a Dra. Megan Carey afirma: "Estes resultados constituem a prova mais convincente até à data de que os sinais das fibras trepadoras são essenciais para a aprendizagem associativa cerebelar. Os nossos próximos passos consistem em compreender por que razão a introdução da ChR2 conduz à "zombificação" dos neurónios e em determinar se as nossas descobertas se estendem a outras formas de aprendizagem cerebelar". Parece que até os mortos-vivos têm algo a ensinarnos sobre o mundo dos vivos.

 
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