Ministro da Saúde
A deslocalização do Infarmed para o Porto dependerá da comissão da Assembleia da República que vai acompanhar os processos de...

Adalberto Campos Fernandes disse hoje aos deputados na comissão parlamentar de Saúde que "o contexto político mudou significativamente" em relação há um ano, quando a decisão de mudar a Autoridade do Medicamento (Infarmed) para o Porto foi tomada pelo Governo.

O ministro considera que a discussão sobre a deslocalização do Infarmed de Lisboa para o Porto teve o mérito de "abrir um diálogo nacional sobre a descentralização dos serviços públicos".

Contudo, uma vez que o parlamento terá uma comissão para acompanhar processos de descentralização, o ministro disse que "não faria sentido extrair o Infarmed desse processo".

A 18 de julho, o ministro da Saúde disse, perante os deputados da mesma comissão parlamentar, que o Governo teria condições para decidir sobre a mudança do Infarmed para o Porto "a curto prazo".

“Alguns aspetos estão a ser aprofundados” na análise da eventual deslocalização do Infarmed para o Porto e “teremos condições para uma decisão a curto prazo”, referiu, na altura, Adalberto Campos Fernandes.

A mudança do Infarmed para o Porto foi avançada pelo ministro da Saúde em novembro de 2017, logo após a candidatura da cidade para acolher a Agência Europeia do Medicamento ter sido afastada.

A decisão suscitou várias críticas e a oposição dos trabalhadores, assim como da presidente da autoridade do medicamento, Maria do Céu Machado.

Na sequência controvérsia, foi pedido um relatório a um grupo de trabalho que entregou as suas conclusões no final de junho.

Também em julho, Maria do Céu Machado alertou que uma deslocalização da instituição pode representar uma perda de credibilidade do país, e deixou duras críticas ao relatório pedido pelo Governo, que considerou superficial e opinativo, salientando não entender os benefícios da mudança.

No mesmo sentido crítico vai a comissão de trabalhadores do Infarmed ao defender que o relatório sobre a transferência da instituição de Lisboa para o Porto é superficial, e está cheio de erros e omissões.

A Comissão Independente para a Descentralização, criada pela lei 58/2018, tem “a missão de proceder a uma profunda avaliação independente sobre a organização e funções do Estado” e “propor um programa de desconcentração da localização de entidades e serviços públicos”, segundo o presidente do parlamento, Eduardo Ferro Rodrigues.

O antigo ministro socialista João Cravinho vai coordenar a Comissão Independente para a Descentralização, constituída para avaliar a organização e funções do Estado ao nível regional e intermunicipal, que integra ainda o social-democrata Alberto João Jardim.

Um despacho do presidente da Assembleia da República, a que a Lusa teve acesso na quarta-feira, designa como membros da comissão, ouvidos os grupos parlamentares, João Cravinho (que coordena), João Manuel Machado Ferrão, António Fontainhas Fernandes, Alberto João Jardim, Adriano Lopes Gomes Pimpão, Helena Pinto e António Carmona Rodrigues.

 

Os primeiros sintomas ocorrem habitualmente depois dos 65 anos
De acordo com dados da OMS estima-se que existam mais de 25 milhões de pessoas com a doença de Alzhe

A Doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela perda progressiva de neurónios em áreas cerebrais envolvidas no processamento cognitivo. De acordo com a descrição de Alois Alzheimer (1907) a degenerescência neuronal está associada à formação de depósitos de proteínas anormais: beta-amilóide e proteína tau.

Os primeiros sintomas da doença ocorrem habitualmente depois dos 65 anos, manifestando-se por perda de memórias (sobretudo as mais recentes) que se associam a alterações do raciocínio, dificuldades na orientação, capacidade de concentração ou alteração da linguagem. Podem ocorrer também alterações emocionais (ansiedade, depressão) e com o evoluir da doença são frequentes as alterações do comportamento (agitação, agressividade). Nos estádios mais avançados a doença gera uma ocorrem também alterações motoras e incontinência de esfincteres, gerando assim uma elevada dependência de terceiros. Após o aparecimento dos primeiros sinais, os doentes com DA sobrevivem em média 4 a 10 anos.

Os números da doença

A DA é a causa mais comum de demência. Aos 65 anos afeta cerca de 2-3% das pessoas, mas a sua aumenta exponencialmente com a idade, duplicando de 5 em 5 anos. Isto quer dizer que aos 90 anos mais de 50% das pessoas têm DA.

De acordo com dados da OMS estima-se que o número total de doentes a nível mundial ultrapasse os 25 milhões, prevendo-se que, com o envelhecimento demográfico, este número triplique até 2050. Em Portugal, o número de pessoas com demência ronda os 180 000, dos quais 50 a70% têm DA.  

O que causa a doença de Alzheimer?

As causas da DA são ainda mal conhecidas. Admite-se que esta resulte de uma combinação de fatores genéticos e ambientais, mas o principal fator de risco é a idade. As formas verdadeiramente genéticas são raras; nestes casos a doença manifesta-se antes dos 65 anos, têm habitualmente uma evolução mais rápida e é possível identificar outros casos na família com as mesmas características.

Através de estudos populacionais que compararam as características das pessoas com e sem doença, foram identificados alguns fatores que se associam a um maior risco de desenvolver a doença.

Estes fatores de risco são classificados pela sua natureza em ‘não-modificáveis’ e ‘modificáveis’. Os fatores ‘não-modificáveis’ são: idade superior a 65 anos, género feminino, ter um parente em 1º grau com DA e ser portador de um fator genético (genótipo Apo E4). Os ‘modificáveis’, mais importantes pois a sua correção pode minimizar o risco da doença, incluem: alteração do sono (apneia obstrutiva do sono), depressão, baixo nível de escolaridade e condições ou doenças que causam doença vascular: hipertensão arterial, o tabagismo, a diabetes, a obesidade e o sedentarismo.

É possível prevenir a DA?

A forma mais imediata de minimizar o risco de desenvolver a doença é controlar os fatores de risco modificáveis. Por outro lado, algumas medidas simples podem melhorar a saúde cerebral. O desenvolvimento de atividades cognitivas e sociais (ex. leitura, dança, jogos de mesa) e a prática regular de exercício físico reduzem o risco de declínio cognitivo. Alguns estudos mostram que a ingestão de uma dieta do tipo mediterrânico, com consumo de peixe, também diminui o risco de DA.

Tratamento

Dos medicamentos atualmente disponíveis, alguns (donepezilo, galantamina, rivastigmina) promovem o aumento de acetilcolina, um neurotransmissor importante nos processos cognitivos. Um outro fármaco, a memantina, aprovada para o tratamento das fases moderada e grave da doença, atua por redução da toxicidade neuronal. Deve salientar-se que o benefício destes fármacos é limitado e não previne nem evita a progressão da doença.

Para além do tratamento farmacológico, o recurso a técnicas de reabilitação cognitiva permite estimular as capacidades cognitivas e pode ser de grande utilidade nos estádios ligeiros da doença.

Atualmente estão em investigação vários fármacos que poderão revolucionar o tratamento da doença de Alzheimer. Esses fármacos, ainda em fase de ensaio clínico, atuam de forma específica nos mecanismos envolvidos na neurodegeneração – promovem a remoção do amiloide. Aguardam-se com grande expectativa os resultados destes estudos e a confirmar-se a sua eficácia, teremos pela primeira vez a possibilidade de intervir na história natural da doença evitando ou reduzindo a progressão da incapacidade.

Autor: 
Dr. José Vale - Neurologista
Diretor do Serviço de Neurologia do Hospital Beatriz Ângelo
Diretor do Serviço de Neurologia do Hospital dos Lusíadas

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
World Cancer Day Spirit Award
A Liga Portuguesa Contra o Cancro integra o grupo de quatro finalistas a receber o prémio World Cancer Day Spirit Award, que...

Fonte da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) disse hoje que além de Portugal, os outros três candidatos são Chipre, Nigéria e Myanmar (antiga Birmânia).

“O sucesso e impacto alcançado ano após ano” das iniciativas dinamizadas em todo o país pela Liga, em parceria com várias entidades e instituições de diversos setores, no Dia Mundial do Cancro, a 04 de fevereiro, “justifica que a LPCC seja, atualmente, uma das instituições escolhidas, entre centenas de candidaturas”.

Este prémio será atribuído pela primeira vez este ano, pela UICC, no âmbito do Congresso Mundial do Cancro, que se realizará em outubro, em Kuala Lumpur, na Malásia.

Por outro lado, acrescentou, “o trabalho efetuado em termos locais, regionais e nacionais é reconhecido pela comunidade científica e pelas instituições congéneres a nível europeu e internacional, razão pela qual elementos da LPCC ocupam atualmente cargos de responsabilidade”.

Para a LPCC, “este reconhecimento europeu e internacional é de extrema importância nomeadamente pela possibilidade que oferece de enquadrar todo o trabalho desenvolvido numa escala global, potencializando assim a mensagem a transmitir”.

A UICC reúne mais de mil organizações de apoio aos doentes oncológicos, entre ligas, institutos de investigação, centros de tratamento e hospitais, entre outras, de 162 países.

As organizações que integram a UICC funcionam como um movimento internacional que visa colocar a luta contra o cancro no topo da agenda global de saúde.

 

Infarmed
As farmácias já estão a ser reabastecidas com medicamentos para tratamento da doença de Parkinson em substituição do fármaco...

Em comunicado, o Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde afirma que tem estado a monitorizar de “forma intensiva, e com prioridade máxima”, a situação de rutura de ‘stock’ do medicamento Sinemet, destinado ao tratamento da doença de Parkinson.

“Na sequência das diversas reuniões com as empresas que têm medicamentos nesta área, foi possível encontrar um conjunto de soluções que vão assegurar o abastecimento do mercado e o tratamento dos doentes, não se prevendo que venha a ocorrer essa rutura”, sublinha no comunicado.

Após estas reuniões, as empresas que têm medicamentos contendo a associação levodopa + carbidopa ou alternativas terapêuticas assumiram um compromisso com o Infarmed de efetuar fornecimentos semanais regulares, estando as farmácias já a ser reabastecidas com estes medicamentos, informa o Infamed.

A autoridade do medicamento adianta que vai continuar a fazer um acompanhamento regular desta situação, através de uma contínua articulação com os doentes, os profissionais de saúde, as farmácias e distribuidores e as empresas detentores de medicamentos, de forma a assegurar que não ocorra qualquer rutura no acesso a medicamentos para a doença de Parkinson.

A rutura por parte da empresa que produz o Sinemet está relacionada com um “problema de fabrico”, que a própria empresa não explicou ao Infarmed, e que afeta 45 países, incluindo Estados Unidos e Canadá.

A presidente do Infarmed, Maria do Céu Machado, afirmou, na semana passada, em conferência de imprensa, afirmou que “a interrupção do tratamento pode ser ainda mais grave do que a própria doença”, garantindo assim que não haverá falhas de tratamento em Portugal.

Quanto à dimensão da rutura do medicamento, Maria do Céu Machado estimou que antes do final do primeiro trimestre do próximo ano “o problema poderá não estar resolvido”.

Há dois medicamentos atualmente comercializados em Portugal para o Parkinson, sendo que o Sinemet atingia até agora 80% da quota do mercado, o que corresponde a mais de 600 mil embalagens por ano.

De acordo com Maria do Céu Machado, um dos laboratórios que já comercializa um medicamento em Portugal, mas com uma pequena quota de mercado, irá fazer “um esforço para aumentar essa quota”, tentando pelo menos triplicá-la.

Duas outras empresas farmacêuticas têm um medicamento semelhante registado, mas não comercializado em Portugal, que é vendido noutros países europeus. Estes laboratórios comprometeram-se a “fazer um esforço” para comercializar em Portugal o medicamento.

Prémio Artur Santos Silva
A Liga Portuguesa Contra o Cancro anuncia a abertura das candidaturas ao Prémio Nacional de Oncologia da Liga Portuguesa Contra...

O Prémio Artur Santos Silva tem como propósito reconhecer pessoas cujo contributo no campo da medicina, investigação ou ação social, tenham tido um impacto significativo na área da oncologia.

Até ao dia 19 de outubro, todos os proponentes podem submeter a candidatura através do formulário no site da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC). As propostas serão avaliadas por um júri presidido pelo Presidente da LPCC e composto por sete elementos com experiência comprovada na área oncológica. O vencedor do Prémio Artur Santos Silva será divulgado no dia 9 de Novembro de 2018, no âmbito do 3º Congresso Nacional de Prevenção Oncológica e Direitos dos Doentes da LPCC, que irá decorrer no Porto.

O prémio detém o nome de Artur Santos Silva, que foi presidente da mesa da Assembleia Geral da LPCC entre Janeiro de 2010 e Abril de 2012, personalidade cujo curriculum é demonstrativo da sua dedicação e atividade na procura ativa e consequente de apoios ao sector terciário.

Para mais informações, consulte: www.ligacontracancro.pt

Os regulamentos das Bolsas estão disponíveis em: www.ligacontracancro.pt

 

APCA comemora 20 anos em prol da cirurgia ambulatória em Portugal
A Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória organizou no Dia do Serviço Nacional da Saúde, a 15 de setembro, uma sessão...

“Esta sessão pretendeu reviver a história do aparecimento da cirurgia de ambulatório em Portugal, tendo sido apresentado um vídeo institucional desenvolvido pela Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória (APCA), onde foram apresentados os factos e datas mais relevantes deste percurso”, refere Carlos Magalhães, presidente da APCA.

E acrescenta: “Ao mesmo tempo a APCA homenageou 10 personalidades que se destacaram nestes 20 anos da história da cirurgia ambulatória em Portugal e que tiveram um contributo decisivo, para que o nosso país pudesse ocupar uma posição de destaque no panorama Mundial”.

As personalidades homenageadas foram: Dr. Manuel Seca, Dr. Paulo Lemos, Dr. Lima Cardoso, Enf. Argentina Neves, Enf. Fátima Malafaia, Dr. Alberto Roxo, Dr. Mahomed Americano, Dra. Cláudia Borges, Dr. Eurico Castro Alves e Dr. Fernando Araújo.

A cirurgia em regime de ambulatório tem tido, nos últimos anos, em Portugal, um desenvolvimento positivo, sendo que o principal fator de sucesso e desenvolvimento tem sido a sua característica multidisciplinar, envolvendo diferentes grupos profissionais, assim como a garantia de segurança e de elevados índices de qualidade no tratamento dos nossos doentes.

A Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória (APCA) é uma instituição com o estatuto de utilidade pública e foi criada em setembro de 1998. O seu principal objetivo é a promoção da cirurgia de ambulatório, a nível nacional, contribuindo para o seu crescimento e implementação. Para mais informações consulte www.apca.com.pt

 

Alzheimer Portugal assinala Dia Mundial da Doença de Alzheimer
A Alzheimer Portugal vai realizar hoje, em Lisboa, a iniciativa “Passeio da Memória”, uma caminhada solidária que assinala o...

Esta iniciativa, que este ano integra as comemorações do 30º aniversário da Alzheimer Portugal, tem como principais objetivos informar e consciencializar a população para a importância de reduzir o risco de desenvolver demência, para os sinais de alerta e, sobretudo, para a importância do diagnóstico atempado.

Segundo o presidente da Alzheimer Portugal, José Carreira, «qualquer pessoa pode participar no “Passeio da Memória”, desde que reúna condições de saúde para a prática deste tipo de atividade. Para isso, poderão inscrever-se no próprio dia no local da ação. A cada inscrição está associado um donativo mínimo de 5 euros por participante».

O “Passeio da Memória”, considerado o grande evento anual da Associação Alzheimer Portugal, chegou a Portugal em 2011 com uma caminhada de 6 quilómetros que teve lugar em Oeiras. Ao longo dos anos tem crescido em dimensão, tendo no ano passado acolhido milhares de participantes em 19 localidades portuguesas. Nesta oitava edição, a iniciativa vai estar em 67 locais em Portugal, com início a 8 de setembro e término no dia 30 do mesmo mês.

A nível nacional
A região de Lisboa é, em Portugal, a que apresenta a pior cobertura de cuidados continuados, enquanto o interior tem taxas de...

O coordenador da reforma do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para a área dos cuidados continuados integrados, Manuel Lopes, fez uma descrição do panorama nacional, em Bragança, num seminário promovido pela Santa Casa da Misericórdia para assinalar os quatro anos da Unidade de Cuidados Continuados local.

Segundo disse, “a região do país que tem mais dificuldade de cobertura é a região de Lisboa e Vale do Tejo” e nesta área “não é o interior que está prejudicado” em termos de resposta a quem necessita de cuidados médicos depois da alta hospitalar ou em situação de dependência.

De acordo com o responsável nacional, “dentro de Lisboa e Vale do Tejo a pior cidade é Lisboa, com mais de metade das faltas de camas e das respostas domiciliárias”.

Manuel Lopes afirmou que não é possível falar de uma taxa de cobertura nacional dos cuidados continuados porque “fica distorcida pela região de Lisboa”.

“O Algarve tem uma cobertura quase a 100%, o Alentejo está na casa dos 90 e muitos por cento, a região Norte dos 80 e tal por cento, a diversidade é tão grande que a taxa nacional distorce por causa de Lisboa e Vale do Tejo (que) está abaixo dos 50%”, concretizou.

Manuel Lopes tem também a responsabilidade da estratégia do SNS para uma maior proximidade e disse ainda não estar satisfeito com a cobertura nacional, apesar de no país existirem “aproximadamente 8.500 camas e seis mil pessoas a receber cuidados em casa”, o que soma cerca de 14.500 respostas.

“Eu não posso estar satisfeito porque o que acontece é que as necessidades da população são crescentes”, afirmou.

O coordenador nacional vincou que “é bom que fique claro” que o país não está “a ganhar a batalha da luta contra a dependência funcional nas pessoas idosas, ou seja está a aumentar mais depressa o número de anos vividos do que o número de anos vividos sem dependência”.

“Estamos a viver mais anos, mas também estamos a viver mais anos com dependência, ou seja, continuamos a ter cada vez mais pessoas a precisar de mais cuidados”, apontou.

Para Manuel Lopes, “isto não é um problema do Ministério da Saúde, é um problema de todos” que exige o envolvimento de todos os atores, “nomeadamente, a nível local, das câmaras municipais “porque o modo como se vive na cidade depende em grande parte das câmaras municipais”.

“Para as pessoas idosas puderem andar na rua têm de ter ruas decentes, puderem andar em transportes públicos, têm de ter transportes públicos capazes, para puderem estar nas suas casas, as casas têm de estar adaptadas à sua situação. Isto é um desafio societal e individual, não se pode começar a preparar a velhice quando tiver 65 anos”, exemplificou.

O coordenador nacional conclui que “a resposta não deve ser avaliada só pelo número de camas, que promove a institucionalização”, e defende “uma resposta de mais proximidade”.

“Nós defendemos é a criação de equipas de cuidados continuados integrados que vão a casa das pessoas e a esse nível ainda precisamos de continuar a trabalhar para criar mais equipas e mais capacidade dessas equipas para levarem cuidados a casa das pessoas, cuidados esses que precisam de ser articulados entre a saúde e a segurança social para desse modo as pessoas puderem envelhecer em sua casa”, indicou.

Segundo o coordenador, a idade média dos doentes da rede “é muito elevada, está acima dos 80 anos” e “todos eles têm várias patologias, têm o grupo de doenças normais destas idades, como hipertensão, diabetes e obesidade, doenças osteoarticulares, fraturas do fémur”.

Há, contudo, concluiu, “outra realidade muito presente na população idosa, que é as situações de demência, e a probabilidade de uma pessoa ter demência a partir dos 65 anos aumenta muito com a idade, a cada cinco anos duplica, segundo alguns estudiosos”.

Ambiente
A associação ambientalista Zero lamentou a "fraca colaboração" das pessoas na entrega de medicamentos para reciclar,...

"Apesar de se registar um aumento de 8% nos resíduos recolhidos, a maior parte dos portugueses não está a encaminhar corretamente os resíduos de embalagens e restos de medicamentos" que comprou mas deixou de usar, indica a Zero, que se baseou nos dados da sociedade Valormed, que gere os resíduos de medicamentos.

Ao mesmo tempo, a associação assinala que pelo menos um estudo feito na água recolhida no estuário do Tejo revelou a presença de "antibióticos, de anti-hipertensivos e anti-inflamatórios em mais de 90% das amostras".

A Zero afirma que não chega esperar que os cidadãos colaborem voluntariamente e ouçam as mensagens das campanhas de sensibilização e propõe medidas como uma tara sobre as embalagens para evitar que vão para o lixo.

Defende ainda que se estude uma campanha em 2019 "com um incentivo monetário" para encorajar a entrega dos medicamentos e alargar os pontos de recolha às 1.250 parafarmácias, que também vendem medicamentos não sujeitos a receita.

Quartéis de bombeiros, instituições de solidariedade e outros locais também deviam ter pontos de recolha, sugere a associação.

No ano passado, as farmacêuticas declararam 304 milhões de embalagens vendidas à Valormed, correspondente a 5.895 toneladas de resíduos, mas apenas 975 toneladas foram entregues nas farmácias, um aumento de 8% em relação a 2016.

Parte dos medicamentos que não são entregues estarão a contaminar águas, porque as pessoas os deitam fora nos esgotos, estima a Zero.

"Apesar de não haver qualquer evidência de que a presença de algumas substâncias ligadas ao uso de medicamentos (incluindo as de uso veterinário) nas águas subterrâneas e superficiais possa colocar em risco a saúde humana, existem estudos que constatam que estão a ocorrer impactes em diversas espécies dos meios aquáticos, nomeadamente em peixes", salienta.

Especialista
Diagnosticar a Fibrose Pulmonar Idiopática é um desafio. É para os doentes, que não costumam associar os principais sintomas a...

A Fibrose Pulmonar Idiopática (FPI) é uma doença rara, contando-se, na Europa, cerca de 4.61 novos casos por cada 100.000 habitantes. Com uma sobrevivência mediana de três a cinco anos2, caracteriza-se por sintomas muitas vezes desvalorizados e atribuídos a outras causas, mesmo quando persistentes. “Um dos principais sintomas da FPI é a dispneia de esforço, ou seja, o cansaço”, explica António Morais. “Mas esta é uma doença característica do idoso, muito mais frequente a partir dos 60 anos. Ora quando se sente cansaço, o idoso atribui este sinal a uma perda de performance que é natural ocorrer com a idade.”

É quando este cansaço se torna mais frequente que gera receio de algo mais grave e motiva uma consulta médica. “A FPI é uma doença rara e, por isso, não é - e nem tem de ser - a primeira doença em que o médico pensa. O que tentamos é sensibilizar os colegas, sobretudo os dos cuidados de saúde primários, que são aqueles aos quais o doente recorre primeiro, para não pararem de procurar quando não encontram razão que justifique os sintomas. O médico pode e deve pensar na FPI se o doente é idoso, se tem dispneia de esforço lentamente progressiva e/ou crepitações inspiratórias nas regiões inferiores do tórax, com som semelhante ao do velcro.”

Apesar de não ter cura, a doença tem tratamento. E há esperança de que o arsenal terapêutico possa vir a crescer, uma vez que, segundo António Morais, “há um grande interesse da indústria farmacêutica por esta doença e vários ensaios clínicos a decorrer”.

A fibrose pulmonar idiopática é uma doença rara, em que os pulmões apresentam cicatrizes extensas e espessamento intersticial. É uma doença crónica, que afeta cerca de 110 mil pessoas na Europa, com sintomas como tosse, dispneia progressiva (cansaço), perda de peso, debilidade, que progressivamente se vão tornando mais graves, impedindo até as tarefas mais simples.

1Raghu G, Wycker D, Edelsberg J, et al. Incidence and prevalence of idiopathic pulmonary fibrosis. Am J Respir Crit Care Med2006;174:810–16.
2Ganesh Raghu, in Goldman's Cecil Medicine (24ª edição), 2012

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Sete concelhos do continente e o arquipélago da Madeira apresentam hoje risco muito elevado de exposição à radiação...

Em risco muito elevado estão os distritos da Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora, Beja, Setúbal e Faro e o arquipélago da Madeira.

Os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Bragança, Aveiro, Coimbra, Leiria, Viseu, Lisboa, Santarém e as ilhas Terceira, Faial Flores e S. Miguel, nos Açores estão com níveis elevados.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) recomenda a utilização de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol, protetor solar e evitar a exposição das crianças ao Sol.

O índice ultravioleta varia entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O cálculo é feito com base nos valores observados às 13:00 em cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

Comissão do Mercado de Valores Mobiliários
O lucro da Luz Saúde subiu 7,7% no primeiro semestre em comparação com o mesmo período do ano anterior, para 9,4 milhões de...

De acordo com o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), nos primeiros seis meses do ano, o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) totalizou 28,8 milhões de euros, mais 7,3% do que no período homólogo.

“No primeiro semestre de 2018, a Luz Saúde aumentou os seus rendimentos operacionais consolidados em 13,5% face ao período homólogo, atingindo os 273,7 milhões”, lê-se na informação remetida ao mercado.

Os rendimentos operacionais do segmento de cuidados de saúde privados totalizaram 220,5 milhões, mais 15,8% do que o valor registado no primeiro semestre de 2017, impulsionado, principalmente, pela atividade gerada pelas unidades adquiridas em 2017 e 2018 (duas unidades na Madeira, British Hospital em Lisboa e Idealmed em Coimbra), bem como pelo crescimento das unidades existentes.

Por sua vez, os rendimentos operacionais do segmento de cuidados de saúde públicos cresceram 5,1% em comparação com o período homólogo, atingindo 51,3%, devido à “evolução dos preços com a inflação e do aumento do nível de complexidade da atividade desenvolvida no Hospital Beatriz Ângelo”.

O segmento de outras atividades obteve 8,8 milhões de rendimentos operacionais, mais 18,2% do que no mesmo período de 2017, enquanto o centro corporativo atingiu 9,6 milhões de euros, uma subida de 19,7%.

No primeiro semestre, o investimento consolidado foi de 34,5 milhões de euros, dos quais 24,2 milhões representam o investimento na expansão da rede privada.

“Os restantes 10,3 milhões correspondem a investimentos de reposição e atualização tecnológica, com destaque para a continuação do investimento na área de diagnóstico por imagem em várias unidades do grupo”, explicou a Luz Saúde.

No final do período em causa, a divida líquida consolidada da Luz Saúde totalizava 265,1 milhões de euros, um aumento de 23,3 milhões de euros face ao valor de final de ano de 2017.

“No segundo semestre de 2018, a Luz Saúde irá manter o enfoque em alavancar a elevada procura que se verifica pelos seus serviços no segmento privado de cuidados de saúde, em particular em resposta ao elevado crescimento que se verifica nos seguros de saúde, e através da melhoria contínua da utilização da capacidade instalada, do turnover dos ativos e, em consequência da rentabilidade global”, anunciou.

O Grupo Luz Saúde presta os seus serviços através de 29 unidades - onde se incluem 12 hospitais privados, um hospital do SNS explorado pela Luz Saúde em regime de Parceira Público-Privada (PPP), 14 clínicas privadas a operar em regime de ambulatório e duas residências sénior - e está presente nas regiões Norte, Centro, Centro-Sul de Portugal Continental e na Madeira, segundo a informação disponível na sua página na internet.

Ordem dos Médicos
O despacho que autoriza o Hospital São João, no Porto, a lançar o concurso para a concessão e projeto do Centro Pediátrico é ...

“A decisão do Governo é uma decisão positiva em avançar com o projeto, mas é uma decisão que tem de ter consequências rápidas naquilo que é a passagem das crianças para dentro do hospital”, afirmou Miguel Guimarães.

Na sua opinião, qualquer decisão que o Governo tenha tomado relativamente a que possam ser feitas obras fundamentais para colocar “rapidamente” na unidade hospitalar as crianças em tratamento é “positiva”.

Ontem, em conferência de imprensa, o presidente da administração do hospital adiantou estar a “auscultar os serviços jurídicos” sobre a possibilidade de poder aproveitar o projeto existente para a construção do Centro Pediátrico.

Apesar de considerar o projeto que tem já dez anos “obsoleto”, António Oliveira e Silva disse que lhe “facilitava a vida” poder trabalhar “em cima do projeto” que já existe, porque há estruturas e infraestruturas que vão ser comuns.

Questionado sobre qual a solução mais adequada, se recuperar o projeto antigo ou fazer um novo, o bastonário foi perentório em afirmar que o mais indicado é que “as obras que são necessárias sejam feitas rapidamente”.

“Com projeto anterior ou novo, o ideal é que as coisas andem para a frente. Não conheço o projeto antigo, mas sei que tem muitos anos, e pode não estar exatamente adequado às necessidades atuais, sendo importante fazer uma reavaliação rápida do que existe e do que está em cima da mesa e, depois, avançar”, referiu.

Miguel Guimarães salientou que o projeto tem de andar “rapidamente para a frente” porque se demorar um ano ou dois as crianças continuam em contentores, o que “é péssimo”.

O Governo autorizou na quarta-feira a administração do Centro Hospitalar Universitário de São João a lançar o concurso para a conceção e construção das novas instalações do Centro Pediátrico.

A autorização foi concedida através de despacho assinado pelos ministros das Finanças, Mário Centeno, e da Saúde, Adalberto Fernandes, publicado no Diário da República.

Há dez anos que o hospital tem um projeto para construir uma nova ala pediátrica, mas desde então o serviço tem sido prestado em contentores.

Em junho, o presidente do Centro Hospitalar afirmou que o problema do centro ambulatório pediátrico, que inclui o hospital de dia da pediatria oncológica, ficou resolvido, mas “continuam a faltar as instalações do internamento pediátrico”.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
O outono começa no domingo com temperaturas acima dos 30 graus Celsius, podendo aproximar-se dos 40 nas regiões da Beira Baixa,...

De acordo com Observatório Astronómico de Lisboa, o equinócio de outono ocorre no dia 23 de setembro às 02:54 horas. Esta estação prolonga-se até ao dia 21 dezembro às 22:23 horas, dando início ao inverno.

Em declarações, o meteorologista Ricardo Tavares adiantou que o outono vai começar com temperaturas bastante elevadas para esta altura do ano.

“Para os próximos dias vai haver alguma alteração. Vamos ter uma subida de temperatura já no sábado, com algum significado, entre 02 a 04 graus Celsius das máximas, o que já levou o IPMA [Instituto Português do Mar e da Atmosfera] a emitir aviso amarelo de tempo quente”, disse.

O IPMA colocou sob aviso amarelo para sábado e domingo os distritos de Évora, Setúbal, Santarém, Lisboa e Beja devido ao tempo quente.

“Estes distritos já têm aviso amarelo e é provável que, à medida que nos aproximamos do fim de semana, o IPMA os estenda a mais distritos. No domingo e na segunda-feira vamos ter novas subidas da temperatura máxima”, indicou.

De acordo com Ricardo Tavares, as temperaturas vão subir até segunda-feira e a partir de terça-feira começam a descer gradualmente.

“Segunda-feira prevê-se que seja o dia mais quente com máximas a aproximarem-se dos 40 graus no interior do Alentejo, Vale do Tejo e na Beira Baixa [entre os 35 e os 40]. De resto em todo o território vão estar valores acima dos 30 graus. Uma situação de tempo quente nesta altura do ano”, disse.

Ricardo Tavares explicou que “esta não é uma situação anormal”, mas as temperaturas “estão bastante acima da média para esta altura do ano”.

 

Estudo
Uma equipa de investigadores em Portugal descobriu que o parasita malária e a bactéria 'E.coli' evitam a sua...

Num artigo agora publicado na revista científica ‘Scientific Reports', os investigadores explicam que até agora sabia-se que várias bactérias e parasitas se servem da maquinaria da célula hospedeira para seu proveito, evitando a sua própria destruição, ou fagocitose, sem que em muitos dos casos se saiba exatamente como e que agora foi descoberto o mecanismo pelo qual estes microrganismos subvertem a fagocitose da célula hospedeira.

“O sistema imunitário tem como função defender as células de agentes patogénicos externos ao organismo. A primeira linha de defesa é operada por células como os macrófagos, os neutrófilos e as células dendríticas, cuja função é fagocitar (“fagos” = comer e “citos” = célula), ou, por outras palavras, internalizar e destruir os agentes patogénicos" adiantam a equipa de investigadores do Centro de Estudos de Doenças Crónicas (CEDOC-NMS|FCM) da Universidade Nova de Lisboa e do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), liderada por Duarte Barral (CEDOC-NMS|FCM).

A fagocitose é o englobamento e digestão de partículas sólidas e micro-organismos por células, processo que nos humanos está ligado diretamente ao processo imunológico.

Duarte Barral explica num comunicado que o estudo representa “um valioso contributo para o crescente conhecimento não só das estratégias usadas por estes microrganismos, mas também dos mecanismos de defesa das nossas células contra eles”.

“Futuramente, este conhecimento poderá ter importância no desenvolvimento de novas estratégias para combater infeções provocadas por este tipo de microrganismos”, adianta.

Num estudo anterior, os investigadores tinham já demonstrado que o parasita da malária 'Plasmodium berghei', e a bactéria 'E. coli', ao infetarem as células do hospedeiro levam ao aumento da expressão de proteínas da célula hospedeira, cuja consequência é a inibição da fagocitose e consequentemente da destruição dos parasitas.

Duarte Barral, salienta que “é interessante que uma bactéria e um parasita tenham evoluído independentemente estratégias semelhantes de escapar à sua destruição, provavelmente por ser a forma mais eficiente de o conseguir; isto revela um conhecimento profundo dos mecanismos celulares por parte dos microrganismos, resultado de milhões de anos de co-evolução”.

Dia Mundial do Coração assinala-se a 29 de setembro
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular vai promover um vídeo de sensibilização para a importância de prevenir o...

“Acreditamos que se ensinarmos as crianças desde muito cedo a compreender a gravidade do enfarte agudo do miocárdio e como podem prevenir esta doença, estaremos a contribuir para a educação e promoção da saúde e para que, no futuro, se transformem em adultos mais saudáveis”, explica João Brum Silveira, presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC).

E acrescenta: “Com este vídeo queremos ainda, além de transmitir mensagens capazes de melhorar a prevenção da doença, incentivar os mais novos a encorajar os pais a adotar comportamentos mais saudáveis e reforçar que, através do reconhecimento e valorização dos sintomas de alerta para o enfarte agudo do miocárdio, permitimos um tratamento rápido e mais eficaz”.

O enfarte agudo do miocárdio, ou ataque cardíaco, ocorre quando uma das artérias do coração fica obstruída, o que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes. Esta obstrução é habitualmente causada pela formação de um coágulo devido à rutura de uma placa de colesterol. Os sintomas mais comuns são a dor no peito, por vezes com irradiação ao braço esquerdo, costas e pescoço, acompanhada de suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade. Na presença destes sintomas é importante ligar imediatamente para o número de emergência médica – 112 e esperar pela ambulância que estará equipada com aparelhos que registam e monitorizam a atividade do coração e permitem diagnosticar o enfarte.

Para evitar um enfarte é importar adotar estilos de vida saudáveis: não fumar; reduzir o colesterol; controlar a tensão arterial e a diabetes; fazer uma alimentação saudável; praticar exercício físico; vigiar o peso e evitar o stress.

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), uma entidade sem fins lucrativos, está a promover, em Portugal, a campanha Stent Save a Life – Não perca Tempo, Salve uma vida” com o objetivo de melhorar a prestação de cuidados médicos ao doente com enfarte e o seu acesso ao tratamento mais adequado. Para mais informações consulte: www.apic.pt

 

Reconhecimento da área
O presidente do Instituto de Medicina Tradicional (IMT), Frederico Carvalho, afirmou hoje que Macau e Portugal devem assumir-se...

"Se Macau é uma plataforma de medicina tradicional chinesa para os países de língua portuguesa, então Portugal deve ser uma ponte para o espaço europeu e lusófono", disse o responsável à Lusa, à margem do Fórum de Medicina Tradicional Chinesa que decorre em Macau até sexta-feira.

Frederico Carvalho destaca 2018 como "um ano de afirmação" na difusão e reconhecimento desta área em Portugal, para a qual contribuiu a parceria com o Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa, na ilha da Montanha, adjacente a Macau.

O peso de Portugal na internacionalização da medicina tradicional chinesa é testemunhado em recentes nomeações: em julho, o IMT e a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa passaram a ter, pela primeira vez, representação e poder de voto na comissão técnica da Universidade de Xangai (ISO TC/240).

Pouco depois, adiantou Frederico Carvalho, Portugal criou uma comissão técnica de medicina tradicional e complementar, "única no espaço europeu", onde se vão debater e "tentar criar critérios de qualidade (…) desde os produtos de saúde à base de plantas aos aparelhos e procedimentos".

O objetivo é garantir que todos os interessados, "ao introduzir determinados produtos no espaço europeu, através de Portugal, o façam de acordo com critérios de qualidade", explicou.

De acordo com o responsável, Macau vai estar envolvido neste processo através do Parque, criado em 2011 no âmbito do projeto chinês "Uma Faixa, uma Rota" e onde Portugal anunciou uma representação no ano passado.

"Queremos levar Macau para este âmbito de decisões e assim contribuir para a 'homogenização' do ensino em matéria de medicina chinesa. Tentar 'homogeneizar', não no sentido formatado do termo, mas nos critérios de qualidade", realçou.

Neste sentido, Portugal pode mesmo afirmar-se como "regulador a nível mundial", para garantir critérios de qualidade antes de os produtos chegarem à Europa ou aos países lusófonos, disse à Lusa Olga Silva, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

Olga Silva é a primeira portuguesa a representar Portugal no comité de especialistas do Parque, juntando-se a muitos outros especialistas e agentes reguladores europeus e chineses.

Além do controlo de qualidade, Frederico Carvalho destaca o papel de Portugal e do Parque na formação da medicina tradicional chinesa nos países lusófonos, nomeadamente em Moçambique, onde o IMT tem realizado vários cursos de formação.

"Vários médicos e enfermeiros do ministério da Saúde moçambicano já começaram a integrar, no exercício das suas profissões, algumas práticas de medicina tradicional, nomeadamente a acupuntura", avançou.

Por fim, apontou 2019 como o "ano da concretização efetiva" dos projetos que o IMT e a Faculdade de Farmácia têm discutido e apresentado ao Parque, que "naturalmente levam o seu tempo de maturação e debate".

"Estamos com esta expectativa e achamos que os outros países também", admitiu, acrescentando que o próximo ano é especial por marcar o 20.º aniversário da devolução de Macau à China, razão pela qual haverá uma "demonstração mais cabal" de todos os projetos.

Novas instalações
O porta-voz dos pais de crianças com doença oncológica tratadas no São João, no Porto, considerou hoje “pouco claro” o despacho...

“Este despacho é um nim, nem não, nem sim”, afirmou Jorge Pires em declarações aos jornalistas, depois de o Governo de António Costa ter autorizado na quarta-feira a administração do Centro Hospitalar Universitário de São João a lançar o concurso para a conceção e construção das novas instalações do Centro Pediátrico.

Classificando este despacho como “pouco claro”, Jorge Pires considerou que a “melhor solução” seria aproveitar o projeto já existente para a ala pediátrica, agilizando processos, porque se for necessário voltar a fazer um novo projeto de arquitetura e especialidades isso significará voltar à “estaca zero”.

“Se esse concurso for para voltar a fazer tudo de novo é um processo moroso e um voltar atrás, mas se for para aproveitar o projeto antigo fantástico, o que nos queremos é ganhar tempo para que as crianças não sofram”, vincou.

Já hoje, em conferência de imprensa, o presidente da administração do hospital, António Oliveira e Silva, revelou estar a “auscultar os serviços jurídicos” sobre a possibilidade de poder aproveitar o projeto existente.

Apesar de considerar o projeto que tem já dez anos “obsoleto”, o presidente da administração disse que lhe “facilitava a vida” poder trabalhar “em cima do projeto” que já existe, porque há estruturas e infraestruturas que vão ser comuns.

“Isto não é claro, na verdade é mais uma trapalhada jurídica para resolvermos, estamos a jogar contra o tempo”, disse o porta-voz.

Jorge Pires frisou que é “urgente andar para a frente” com a ala pediátrica, mas não com “fait-divers”, nem com medidas de secretária, acrescentando que agora com este anúncio do Governo “calam-se todos durante uns tempos” enquanto continua “tudo na mesma”.

As condições das instalações e dos transportes continuam “miseráveis”, contou, questionando-se sobre “quantas crianças precisam de morrer para que isto melhore”.

O representante dos pais perguntou ainda como é possível o Governo anunciar esta semana 300 milhões de euros para ciclovias e para uma coisa “urgentíssima e importantíssima” para a região Norte, como é o caso do Centro Pediátrico, dizer que não há dinheiro.

“É uma questão de prioridades”, concluiu.

O Governo autorizou na quarta-feira a administração do Centro Hospitalar Universitário de São João a lançar o concurso para a conceção e construção das novas instalações do Centro Pediátrico.

A autorização foi concedida através de despacho assinado pelos ministros das Finanças, Mário Centeno, e da Saúde, Adalberto Fernandes, publicado no Diário da República.

Este é o desenvolvimento mais recente deste ‘dossiê’, que já teve uma intervenção do Presidente da República e a mobilização de personalidades do Porto.

No dia 07, Marcelo Rebelo de Sousa declarou estar à espera que o Governo esclarecesse a sua posição sobre este centro pediátrico.

Na véspera, dia 06, um movimento cívico informal, intitulado “Pelo Joãozinho”, lançou um abaixo-assinado, dizendo ser “tempo de agir”, romper o impasse e avançar de imediato com a construção da nova ala pediátrica.

Há dez anos que o hospital tem um projeto para construir uma nova ala pediátrica, mas desde então o serviço tem sido prestado em contentores.

Em junho, o presidente do Centro Hospitalar afirmou que o problema do centro ambulatório pediátrico, que inclui o hospital de dia da pediatria oncológica, ficou resolvido, mas “continuam a faltar as instalações do internamento pediátrico”.

Obras de ampliação e remodelação
O Governo autorizou as obras de ampliação e de remodelação do Hospital Amato Lusitano (HAL), em Castelo Branco, um investimento...

"As obras de remodelação e ampliação do Hospital Amato Lusitano - Unidade Local de Saúde de Castelo Branco foram autorizadas. O investimento é no valor de 3,8 milhões de euros, que deverá ser concluído até 2020", refere, em comunicado enviado à agência Lusa, a Unidade Local de Saúde (ULS) de Castelo Branco.

Com este investimento, a ULS de Castelo Branco vai ampliar, remodelar e modernizar o HAL, nomeadamente na construção do edifício de Ambulatório I, que irá concentrar valências de hospital de dia e de consulta externa.

"As instalações existentes para a Unidade da Criança, nomeadamente urgências e consulta pediátrica, também fazem parte do projeto de investimento", lê-se na nota.

Adianta ainda que as áreas entretanto desocupadas vão ser reorganizadas, permitindo uma resposta com muito mais qualidade para a população.

A ULS de Castelo Branco tem ainda em curso as obras de remodelação no Centro de Saúde da Sertã (629 mil euros) e de Penamacor (500 mil euros), cuja conclusão se prevê para o final deste ano.

“The Pathologist”
A professora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e diretora do serviço de Anatomia Patologia do Centro...

A distinção foi atribuída à investigadora – que integra também o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da U.Porto (Ipatimup), atualmente integrado no i3S – pela revista científica “The Pathologist” que, ao longo de dois meses, inquiriu patologistas de todo o mundo sobre quem consideravam merecedor do título.

O reconhecimento do eleitorado, que destaca as capacidades de Fátima Carneiro enquanto patologista e professora universitária, valeram à médica portuguesa o primeiro lugar na lista de 100 posições elaborada pela revista britânica.

“Além disso, entre os colegas de profissão, Fátima Carneiro é destacada não só enquanto uma perita na sua área de especialidade, mas, também, pelas suas capacidades de liderança”, refere a FMUP.

No comunicado enviado à Lusa, Fátima Carneiro considera que “mais do que uma distinção pessoal, a conquista deste prémio é um reconhecimento pelo trabalho desenvolvido na Anatomia Patológica, uma especialidade médica a que, por passar despercebido, não é atribuído o valor devido, mas que é essencial para o exercício da Medicina com as suas exigências atuais”.

Sobre o seu percurso, Fátima Carneiro destaca, além do envolvimento no ensino e na atividade de diagnóstico, “um especial orgulho em ter conseguido atingir a senioridade na sua área de investigação, o cancro gástrico, e de todas as parcerias de investigação e ensino que estabeleci ao longo da carreira em quatro os continentes”.

No que à academia e à investigação diz respeito, a docente da FMUP é autora de mais de 250 artigos científicos e contribuiu para o desenvolvimento de vários capítulos de livros de especialidade.

Natural de Angola (1954), Fátima Carneiro licenciou-se em Medicina pela FMUP em 1978. Atualmente, a Professora Catedrática da FMUP é, também, diretora do Serviço de Anatomia Patológica do Centro Hospitalar São João.

Na carreira de investigação de Fátima Carneiro destacou-se o seu percurso enquanto investigadora do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup).

Ao longo da sua carreira, a investigadora dirigiu vários projetos internacionais, foi presidente da Sociedade Europeia de Patologia (2011-2013) e, em Portugal, coordenou a Rede Nacional de Bancos de Tumores (2008). Atualmente Fátima Carneiro preside a Academia Nacional de Medicina Portuguesa.

Em 2015, o título de patologista mais influente do mundo foi atribuído ao médico português Manuel Sobrinho Simões – também ele docente da FMUP, fundador do Ipatimup, e patologista no CHSJ. Manuel Sobrinho Simões integra também a Top 100 desta edição da revista científica “The Pathologist”.

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