Comunicado
A Federação Portuguesa de Psicoterapia defendeu hoje a autonomização da profissão de psicoterapeuta, para “melhor defender” os...

A Ordem dos Médicos e a Ordem dos Psicólogos Portugueses pronunciaram-se contra a criação da profissão de psicoterapeuta, na sequência de um pedido de análise e emissão de parecer por parte do Ministério da Saúde.

Num parecer conjunto, as duas ordens afirmam que a sua posição tem por base “a evidência científica e a salvaguarda e proteção da saúde pública e dos interesses dos cidadãos que procuram os serviços de psicoterapia”.

Num comunicado hoje divulgado, a organização que representa 17 associações e sociedades com responsabilidade na atividade de formação na área da psicoterapia, congratula-se com “a relevância dada a esta temática” pelas duas ordens profissionais e afirma que partilha com estas “a preocupação com os critérios de formação de base e específica exigíveis para a qualificação dos profissionais que exercem ou venham a exercer esta prática”.

No entanto, para a Federação Portuguesa de Psicoterapia (FEPPSI), o parecer das ordens mostra um desconhecimento da “atual situação da psicoterapia em Portugal”.

Em declarações à agência Lusa, a presidente da FEPPSI, Graça Góis, afirmou que, embora a federação reconheça “a importância das ordens”, entende que não devem ser estas a regular a profissão.

"Quem deve regular as questões da psicoterapia deve ser a federação e os seus membros", defendeu a presidente da FEPPSI.

Isto porque o psicoterapeuta, além da sua formação de base (psicólogo, médico ou outras áreas ligadas às ciências sociais), tem uma formação específica e extensa que incluiu três componentes: Processo Psicoterapêutico, Formação Teórico/Metodológica e a Supervisão Clínica da atividade, explicou Graça Góis, adiantando que, nos seus critérios mínimos de formação, a federação defende que o número total de horas não deve ser inferior a 1500 horas.

Nesse sentido, a defende a autonomização da profissão, linha com o que já foi feito noutros países da Europa, posição que tem vindo a defender junto de várias entidades, entre as quais o Ministério da Saúde, para que “esta realidade seja refletida na legislação portuguesa de forma a melhor defender os milhares de Psicoterapeutas que já exercem em todo o Pais e, sobretudo, defender os utentes que a eles recorrem, definindo um quadro claro a nível do enquadramento na área da saúde”.

Uma das maiores preocupações da federação nesta área é sobre “os cuidados a ter na saúde pública e a forma como outros profissionais no campo da Saúde, sem uma formação sólida em Psicoterapia, fazem o atendimento a pacientes neste âmbito sem uma formação específica”.

Por isso, defende que “o ato psicoterapêutico não é, e não pode ser, igual ao ato médico ou ato psicológico, devendo existir profissionais devidamente preparados para exercer estes processos e serviços junto do público”.

Para assegurar o exercício da ciência médica
O Governo aprovou hoje um decreto-lei para alargar às instituições de ensino superior, hospitais e centros de investigação...

O diploma atualiza a legislação que regula as comissões de ética para a saúde, passados 23 anos da sua entrada em vigor, face à “emergência das questões de ética clínica ou assistencial” e às “exigências da investigação científica”, é referido no comunicado do Conselho de Ministros.

O decreto-lei estabelece novas regras para a composição, constituição, competências e funcionamento e a “obrigatoriedade de existência destas comissões não apenas em instituições de saúde, mas também em instituições de ensino superior e centros de investigação biomédica que desenvolvam investigação clínica”.

Segundo o comunicado, distribuído no final da reunião do Conselho de Ministros, a regulação das comissões de ética para a saúde foi revista “de forma aprofundada” para “clarificar” os seus objetivos, direitos e deveres, visando "assegurar o exercício da ciência médica” no “estrito respeito pelo princípio da dignidade da pessoa humana e dos seus direitos fundamentais”.

O Conselho de Ministros aprovou ainda um decreto-lei que altera o regime legal que se aplica aos contratos celebrados à distância e fora dos estabelecimentos comerciais visando "completar" a transposição de uma diretiva europeia relativa às viagens organizadas e aos serviços de viagem.

De acordo com a ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, o diploma visa facilitar "a clareza da informação ao consumidor", obrigando a que a "informação seja disponibilizada na língua do consumidor para garantir que percebeu quais são as condições contratuais".

 

 

Ordem dos Nutricionistas
Portugal devia ter, no mínimo, 500 nutricionistas para atingir o rácio de um por cada 20 mil habitantes, sendo que existem...

"Em termos globais, no Serviço Nacional de Saúde (SNS), há, em números redondos, 400 nutricionistas, sendo que 100 estão nos cuidados de saúde primários e 300 nos cuidados hospitalares", explicou à agência Lusa a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento.

Esta responsável visitou hoje a Unidade Local de Saúde (ULS) de Castelo Branco, numa iniciativa inserida no "Ciclo de Visitas da Bastonária" que está a fazer pelas instituições do SNS da região Centro.

Segundo a bastonária, a "boa novidade" prende-se com a abertura de um concurso para 40 nutricionistas para os cuidados de saúde primários: "Podemos dizer que estes 40 representam 40% de acréscimo para os cuidados de saúde primários, o que é uma nota positiva".

"Porém, o número mínimo de nutricionistas que deveríamos ter neste momento deveria ser 500 para atingirmos o rácio de um nutricionista para cada 20 mil habitantes. E temos que continuar este caminho de aumentar o número de nutricionistas nos cuidados de saúde primários, que são locais de excelência para o trabalho dos nutricionistas", sublinhou.

Alexandra Bento explicou que os nutricionistas, enquanto profissionais de saúde, trabalham as questões da alimentação e da nutrição, questões estas que estão muito relacionadas com as grandes causas de mortalidade na atualidade.

"A alimentação é o determinante de saúde que tem mais impacto naquilo que são as grandes causas de mortalidade na atualidade e, portanto, precisamos de mais nutricionistas nos cuidados primários", defendeu.

Adiantou ainda que, em termos de cuidados hospitalares, o que se verifica efetivamente é que há um défice de nutricionistas, sendo que a situação se torna ainda mais preocupante na região Centro.

"O rácio que a Ordem propõe para os hospitais é de um [nutricionista] para cada 50 a 75 camas. Nesta região [Centro], o rácio está muito, muito desfavorecido. Temos hospitais na zona Centro em que temos um nutricionista para 200 camas", frisou.

Contudo, a bastonária mostra-se otimista e realçou mesmo que, atualmente e pela primeira vez, verifica-se uma preocupação por parte da tutela em dar dimensão à área do nutricionismo.

"Nunca, como na atualidade, se verificou uma grande preocupação em trabalhar a nutrição como uma grande área para haver ganhos em saúde. Mas é preciso ainda uma dinâmica muito maior, porque já começámos muito tarde", sustentou.

Alexandra Bento sublinhou ainda que apesar do "muito" que tem vindo a ser desencadeado na atualidade, a urgência da situação exige mais força e mais ímpeto nas medidas políticas na área da nutrição.

Farmácias e Parafarmácias
Os testes para o autodiagnóstico das infeções por vírus da SIDA e hepatites B e C vão poder ser vendidos nas farmácias e...

O decreto aprovado permite a "disponibilização direta ao público dos dispositivos de autodiagnóstico das infeções" por vírus da SIDA e hepatites B e C nas farmácias e parafarmácias, é referido no comunicado do Conselho de Ministros, distribuído no final da reunião.

De acordo com o comunicado, aquele tipo de dispositivos oferece hoje maiores garantias de fiabilidade relativas aos resultados quanto à sua “sensibilidade e especificidade”.

Quanto ao preço dos dispositivos, na conferência de imprensa realizada no final da reunião do Conselho de Ministros, a ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, não adiantou o que está previsto.

Contactada pela agência Lusa, fonte oficial do Ministério da Saúde respondeu que “ainda não está definida a questão do preço nem a data em que estará disponível para o público”.

O objetivo é “transformar Portugal num país sem infeção epidémica” do vírus da SIDA até 2030 através da promoção da “deteção precoce dos casos” e da diminuição da proporção dos diagnósticos tardios, quebrando o ciclo de transmissões, é sublinhado no comunicado do Conselho de Ministros.

A alteração baseia-se nas recomendações da ONU e da Organização Mundial de Saúde "indo ao encontro do que é já praticado" em Espanha, França, Bélgica e Itália, lê-se ainda na nota.

A medida entrará em vigor logo após a publicação do diploma em Diário da República, disse à Lusa fonte do governo.

Investimento
O ministro da Ciência e Tecnologia reconheceu hoje que as verbas nacionais canalizadas para a investigação e inovação ainda...

“Queremos duplicar a nossa posição no próximo quadro comunitário”, afirmou hoje Manuel Heitor durante a sessão de abertura das comemorações dos 25 anos de existência dos programas de doutoramento em Ciências da Vida do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), que decorreu hoje em Lisboa.

O ministro lembrou que Portugal recebeu quase 1,6% dos fundos comunitários do programa “Horizonte 2020”.

O país recebeu cerca de 555 milhões de euros entre 2014 e 2017 e agora tem como meta conseguir um financiamento de dois mil milhões de euros do programa “Horizonte Europa” (2021/2027).

Manuel Heitor lembrou o aumento de investimento nas últimas décadas, apesar de reconhecer que continua a ser residual a percentagem de PIB investido em investigação (1,35%): “Os números têm-se multiplicado ao longo dos anos, mas continuam a ser menos do que desejávamos”.

Também o número de doutorados tem aumentado, mas ainda existe um caminho a percorrer: “Na altura em que foi criado o programa, havia 400 novos doutores por ano. Esse número multiplicou-se por sete. Agora são 2.700 por ano”, lembrou o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Em 25 anos, o programa de doutoramento do IGC criou 600 doutorados, que ajudaram a mudar a forma de fazer ciência em Portugal e no mundo.

O cientista António Coutinho foi o mentor do programa e hoje esteve na Gulbenkian, onde foi homenageado por Isabel Mota, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, e Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud.

Para Leonor Beleza, António Coutinho é um dos responsáveis pelo reconhecimento internacional dos cientistas portugueses e por ter aberto uma porta que veio permitir competir na área das ciências da vida.

“Estou muito sensibilizado com as palavras de Isabel Mota e Leonor Beleza, mas eu preciso dizer uma coisa: Eu ainda estou vivo”, afirmou António Coutinho arrancando gargalhadas e aplausos de uma plateia de cientistas e investigadores.

O primeiro programa de doutoramento surgiu há 25 anos no Instituto Gulbenkian de Ciência e, até hoje, só no IGC, foram concebidos dez programas.

Dos 600 doutorados, cerca de 70% dedicam-se a investigação ou ensino superior, 13% desenvolveram ou integraram a indústria e 9% trabalham em áreas de apoio à ciência.

Atualmente há dezenas de investigadores a dirigir laboratórios em instituições científicas nacionais e internacionais, professores universitários, antigos alunos que lançaram ‘start-ups’ ou trabalham em áreas de apoio à ciência.

Entidade Reguladora da Saúde
O hospital Garcia de Orta e o Centro Hospitalar Tâmega e Sousa falham no direito de acompanhamento dos utentes nas urgências,...

Segundo deliberações da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) hoje divulgadas, foram recebidas, em dois anos, mais de 90 reclamações sobre recusa do direito de acompanhar utentes nas urgências no Garcia de Orta, em Almada, e mais de 100 no Centro Hospitalar Tâmega e Sousa.

A ERS diz que os hospitais têm de “adequar a sua conduta no que respeita à garantia do direito de acompanhamento dos utentes dos serviços de saúde”.

O regulador recorda que a regra disposta na lei manda que seja reconhecido a todos o direito de acompanhamento nos serviços de urgência por uma pessoa indicada pelo utente. A lei prevê que se limite o direito de acompanhamento por questões de “condições e requisitos técnicos”.

Contudo, a ERS avisa que limitar o direito de acompanhamento não pode ser usado como regras, nem ser aplicado para toda e quáquer situação.

Durante o processo aberto pelo regulador, o hospital Garcia de Orta admitiu que o serviço de urgência “apresenta constrangimentos físicos” que “frequentemente dificultam o exercício do direito de acompanhamento”.

O regulador avisa que as unidades do Serviço Nacional de Saúde com urgências devem “proceder às alterações necessárias nas instalações, organização e funcionamento” para permitir o acompanhamento do utente, “situação que não se verificou” no Garcia de Orta.

Durante o processo pela ERS, o hospital acaba por indicar que vai “diligenciar no sentido de assegurar a todo o cidadão admitido no serviço de urgência o direito ao acompanhamento” sempre que isso “não comprometa as condições e requisitos a que deve obedecer a prestação de cuidados”.

O regulador acaba por considerar que o hospital ainda “não apresenta prova”, nomeadamente documental de ter dado cumprimento a essas alterações.

A situação no Garcia de Orta teve origem numa reclamação de 2016 de um familiar de uma doente com as duas pernas amputada, portadora de deficiência e com incapacidade permanente de 96% a quem foi recusado direito de acompanhamento.

Além desta reclamação, a ERS detetou mais de 90 queixas relativas ao direito de acompanhamento no Hospital Garcia de Orta em 2016 e 2017.

Sobre as reclamações referentes ao Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, o regulador teve mais de 100 queixas desde 2017 com relatos de recusa do direito de acompanhamento dos utentes nas urgências.

A ERS diz que o Centro Hospitalar Tâmega e Sousa restringe o direito de acompanhamento e que “não existe nenhum argumento que permita” que a unidade de saúde o faça.

Por isso, adverte o Centro Hospitalar para a necessidade de adequar a sua conduta” quanto ao direito de acompanhamento e “evitar a repetição futura” de situações que originaram as reclamações.

Este Centro Hospitalar alega, em reposta à ERS, que o direito de acompanhamento é sempre garantido no caso de menores de idade, de utentes com incapacidade física e com confusão mental.

Contudo, uma das reclamações enviadas ao regulador partiu da filha de um doente de Alzheimer que alega ter sido impedida de entrar para acompanhar o pai na urgência por “ordens do chefe de serviço”.

O doente acabou por morrer no hospital nesse mesmo dia, onde tinha dado entrada com febre e vómitos e depois de no dia anterior já ter sido observado na urgência, tendo tido alta.

Sobre este caso, o Centro Hospitalar, em resposta à ERS indicou que o doente, na primeira ida à urgência, foi medicado, tendo melhorado e tido alta. No dia seguinte, foi triado com a cor laranja “por agravamento clínico”, tendo sido verificado o óbito, situação que o hospital diz lamentar.

Quando à recusa de acompanhamento, o Centro Hospitalar Tâmega e Sousa refere que “quando há muita afluência de utentes e os casos são graves não é possível ter em permanência o acompanhante”.

“No entanto, disponibilizamos uma sala de informações onde podem saber do doente”, acrescenta o hospital.

Hospitais Privados
Os hospitais privados exigiram hoje o pagamento das faturas a 60 dias e alertam que as alterações às regras de faturação...

Os hospitais privados analisaram na quarta-feira, em assembleia-geral da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), todo o processo negocial com a ADSE e as “suas graves implicações”, tendo manifestado “grande preocupação” com “as recentes alterações às regras e procedimentos de faturação que a ADSE tem vindo a introduzir durante o Verão”.

“Independentemente da sua aceitabilidade, são impossíveis de concretizar em outubro, o que pode conduzir, assim, já, a uma significativa e muito grave rutura na prestação”, adverte em comunicado a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada.

Estando em causa “a transparência e o equilíbrio da relação e a necessidade de acautelar os superiores interesses dos Beneficiários da ADSE”, os operadores privados exigem o pagamento das faturas a 60 dias, em cumprimento da lei, e a aplicação da Tabela da Ordem dos Médicos no regime convencionado, em linha com o que já acontece no regime livre e de acordo com o compromisso assumido em fevereiro.

“A ADSE [sistema de assistência na doença dos funcionários e aposentados do Estado] tem nas suas regras o pagamento a 120 dias quando a lei obriga expressamente a que se cumpra um prazo de 60 dias”, afirma a APHP, adiantando que “esta situação é particularmente gravosa para os operadores”.

Salienta que a ADSE não contemplou na sua Tabela de Preços e Regras as diversas matérias que fazem parte dos cuidados de saúde prestados aos beneficiários da ADSE, como a chamada de especialistas a atendimento médico permanente e ao internamento, a sala de observações em urgência, as diárias de curta duração, os atos de medicina com consumos, a utilização do piso de sala dos blocos cirúrgicos, os serviços de preparação e administração de fármacos ou a eventualidade do beneficiário ter necessidade de diferentes episódios hospitalares num mesmo dia.

Os hospitais privados afirmam que “têm levado até ao limite a capacidade de acomodar as reduções da ADSE”, frisando que “a realidade é que a ADSE insiste em medidas que, no limite, penalizam os beneficiários”.

“Os operadores privados não podem aceitar reduções unilaterais nem que a remuneração dos médicos, já extremamente baixa na prestação de cuidados à ADSE, baixe ainda mais, quando devia ser atualizada”, defendem.

A associação lamenta que se tenha perdido a oportunidade de definir “um novo modelo de relação, de verdadeira parceria, que tivesse em conta a sustentabilidade de todas as partes envolvidas, com base em regras claras, estáveis, equitativas, equilibradas e que assegurassem a previsibilidade de gestão de todas as partes envolvidas”.

Infeção
Apesar de todos estarmos em posição de risco para contrair a doença, existem factores que contribuem
Mão com ligadura e tubo de soro

A sépsis define-se como disfunção orgânica com risco de vida, devido a uma resposta inflamatória desregulada do hospedeiro a uma infecção.

Qualquer infecção pode cursar num continuum de gravidade que vai desde o momento em que um microrganismo (um micróbio) invade uma parte do nosso organismo (Ex: bexiga, pulmão, etc.), passando pela chamada bacteriemia (presença de bactérias no sangue) até à sépsis propriamente dita que pode rapidamente evoluir para choque séptico e disfunção multiorgânica – quando vários sistemas de órgãos começam a não funcionar eficientemente. O nosso organismo é uma organização com muitas interdependências entre os vários órgãos, que começa a falir quando os seus membros entram em disfunção, logo esta põe sérios riscos à nossa vida.

Todos nos arriscamos a uma sépsis? Sim, mas na verdade há alguns factores de risco que contribuem para que tal possa acontecer. São exemplos: internamento recente, infecções adquiridas em hospitais, idade avançada, indivíduos debilitados ou imunossuprimidos.
Há uma constelação de dados clínicos, laboratoriais, radiológicos, fisiológicos e microbiológicos que são necessárias para fazer o diagnóstico definitivo de sépsis, porém há vários sinais clínicos que nos fazem pensar logo nesta entidade, levando a que o doente seja rapidamente orientado para tratamento antibiótico associadamente a outros cuidados em termos hospitalares, por exemplo admissão em Unidades de Cuidados Intensivos/intermédios mediante o grau de gravidade e evolução nas primeiras horas.

Estes doentes geralmente apresentam-se com tensão arterial baixa, frequência cardíaca elevada, febre e analiticamente com glóbulos brancos elevados (embora em situações de maior gravidade ocorre o oposto, glóbulos brancos diminuídos), pele fria e acinzentada, diminuição de débito urinário e estado mental alterado.

O tratamento da sépsis, tratando-se de um estado decorrente de infecção, passa obrigatoriamente por administração de antibióticos, sempre que possível (isto é, quando conseguimos isolar um microrganismo) dirigidos ao agente infecioso. Tal nem sempre acontece numa primeira abordagem já que, frequentemente, o doente já nos aparece em sépsis e, embora se deva colher para cultivo sangue, urina e outros líquidos orgânicos quando existentes (como secreções brônquicas, ou pus se existir uma ferida ou abcesso acessível), não podemos protelar o início do antibiótico nestes doentes até existir crescimento de microrganismos em cultura já que isso pode levar até vários dias e nem sempre se consegue uma amostra capaz de identificação do “criminoso”. Assim sendo utilizam-se os antibióticos que, face à suspeita de local de infecção, sejam os habitualmente mais eficazes, modificando-se a estratégia, se necessário, aquando da identificação de um dado microrganismo (isto se a escolha antibiótico inicial se mostrar como não sendo a mais adequada). Porém o tratamento da sépsis é mais do que apenas antibióticos já que esta é o resultado de um conjunto de respostas à infecção que necessitam de outros cuidados – o que medicamente se chamam cuidados de suporte. Estes doentes precisam quase sempre de muitos fluídos, mais popularmente conhecidos como soros (e outros tipos de substâncias) capazes de proceder à melhor e mais rápida hidratação do doente, oxigénio e por vezes ventilação mecânica ou até hemodiálise.

Na verdade, a sépsis requer sempre uma avaliação e tratamento médico e, dependendo da sua gravidade, são frequentes os internamentos mais ou menos longos, sendo sempre um motivo de preocupação para os profissionais de saúde pela gravidade em que pode incorrer, nomeadamente risco de morte. Quando abordada precocemente, porém, é muitas vezes reversível, podendo o doente sobreviver-lhe sem sequelas. 

*este artigo não foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico, por opção do autor

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
IPMA
Quinze distritos do continente e o arquipélago da Madeira estão hoje em risco muito elevado de exposição à radiação...

Em risco muito elevado estão os distritos de Braga, Vila Real, Bragança, Viseu, Porto, Aveiro, Guarda, Coimbra, Castelo Branco, Santarém, Lisboa, Portalegre, Setúbal, Évora e Beja, no continente, e o arquipélago da Madeira.

Os distritos de Viana do Castelo, Leiria e Faro, no continente, e as ilhas Terceira, Flores, Faial e S. Miguel, nos Açores, estão com níveis elevados.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda a utilização de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol, protetor solar e evitar a exposição das crianças ao Sol.

O índice ultravioleta varia entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O cálculo é feito com base nos valores observados às 13:00 em cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade no litoral, em especial da região Centro e do sotavento algarvio, dissipando essa nebulosidade durante a manhã.

Durante a tarde, está previsto um aumento temporário de nebulosidade nas regiões do interior a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela e no sotavento algarvio.

A previsão aponta também para vento fraco, soprando temporariamente moderado a partir do início da tarde, de noroeste, no litoral oeste a sul do Cabo Mondego e nas terras altas e, de sudoeste, na costa sul do Algarve.

Está ainda prevista neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais do litoral Norte e Centro e do sotavento algarvio.

As temperaturas mínimas no continente vão oscilar entre os 13 graus Celsius (em Braga) e os 24 (em Portalegre) e as máximas entre os 24 (em Aveiro) e os 36 (em Évora).

Na Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, aguaceiros fracos, em especial nas vertentes norte e terras altas e vento fraco a moderado de nordeste.

No Funchal as temperaturas vão variar entre os 21 e 26 graus Celsius.

Para as ilhas das Flores e Corvo (grupo ocidental dos Açores) prevê-se períodos de céu muito nublado com boas abertas, possibilidade de aguaceiros fracos e vento sueste bonançoso.

O IPMA prevê para as ilhas Graciosa, S. Jorge, Terceira, Faial e Pico (grupo central) períodos de céu muito nublado com abertas, aguaceiros e vento fraco a bonançoso de sueste.

Em S. Miguel e Santa Maria (grupo oriental) estão previstos períodos de céu muito nublado com boas abertas, aguaceiros, geralmente fracos, mais prováveis durante a tarde e vento sueste bonançoso.

Em Santa Cruz das Flores e na Horta as temperaturas vão oscilar entre os 21 e os 27 graus, em Angra do Heroísmo entre 21 e 26 graus e em Ponta Delgada entre os 20 e os 26.

Nova unidade
A Câmara Municipal de Sintra anunciou que aprovou o projeto de arquitetura do futuro hospital do concelho, um investimento de...

O documento foi aprovado na terça-feira, na reunião do executivo municipal, liderado por Basílio Horta (PS), seguindo-se agora a elaboração do projeto de especialidades, que contempla o caderno de encargos da obra, segundo explica o município do distrito de Lisboa.

A conclusão desta próxima fase está prevista para fevereiro de 2019, data em que poderá ser lançado o concurso para a construção do equipamento hospitalar, que ficará situado no bairro da Cavaleira, na freguesia de Algueirão-Mem Martins.

Esta nova unidade resulta de um acordo de colaboração entre o município e os ministérios das Finanças e da Saúde, assinado em junho de 2017, que prevê um investimento global de 51,2 milhões de euros.

O município disponibiliza o terreno e assume a conceção e construção da nova unidade hospitalar e seus acessos, no montante de 29,6 milhões de euros, enquanto o Ministério da Saúde investe na aquisição e instalação do equipamento e no funcionamento, no valor de 21,6 milhões de euros.

A unidade, em articulação com o Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), “integrará serviços de urgência básica, consultas externas diferenciadas de alta resolução, unidade de cirurgia ambulatória, meios complementares de diagnóstico e terapêutica modernos”, anunciou a Administração Regional de Saúde (ARS).

Além de 60 camas de convalescença, estão previstas especialidades de anestesiologia, cardiologia, cirurgia geral e pediátrica, cirurgia plástica, gastrenterologia, medicina física e reabilitação, medicina interna, neurologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, patologia clínica, pediatria, pneumologia, psiquiatria (incluindo infantil e adolescente), radiologia e urologia.

 

Leilão
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Os esclarecimentos sobre os imóveis e a formalização da compra podem ser solicitados pelos interessados até à véspera do leilão.

O Centro Hospitalar de Lisboa Central agrega os hospitais de S. José, Santo António dos Capuchos, Santa Marta e D. Estefânia.

 

À margem do congresso
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde garantiu hoje que o Governo "irá estar do lado da ciência" quando tomar a...

"Iremos analisar essa proposta e eu diria que seguramente iremos estar do lado da ciência e dos argumentos científicos que estão no terreno", assegurou Fernando Araújo, em declarações à Lusa, à margem do 4º Congresso dos Psicólogos, a decorrer em Braga.

Sobre o reconhecimento da profissão de psicoterapeuta, o bastonário da Ordem dos Psicólogos, Francisco Miranda Rodrigues, igualmente á margem daquele evento, defendeu ser "impensável" que o executivo o venha a fazer, observando que a psicoterapia "é uma atividade e não uma profissão".

O Ministério da Saúde fez um pedido de análise e parecer à Ordem dos Médicos e à Ordem dos Psicólogos sobre a possibilidade de ser reconhecida a profissão de psicoterapeuta, tendo ambas emitido uma opinião negativa.

"Estamos a avaliar de forma cuidada os argumentos aduzidos. Há uma argumentação técnica e científica muito relevante. A apreciação conjunta que foi feita está muito robusta e vamos analisar as licenciaturas e as profissões já existentes, no conjunto de conhecimentos que tem sido adquirido e será seguramente o mais adequado a poder promover este tipo de decisão", explicou o governante.

"Muito proximamente iremos ter uma decisão", disse.

O bastonário da Ordem dos Psicólogos argumentou que "a psicoterapia não é em si uma profissão, é uma atividade, um conjunto de técnicas que são utilizadas por, na maior parte dos casos, psicólogos e também por médicos".

Por isso, defendeu, "ao ser exercida por profissionais já reconhecidos, com uma profissão regulada, havendo um garante de formação base na área da saúde e depois formação complementar" não é necessária aquela nova profissão.

O 4º Congresso dos Psicólogos portugueses, que decorre até sexta no Altice Forum Braga, tem como tema "Psicologia na prevenção e promoção do desenvolvimento das pessoas, coesão social e crescimento económico".

O congresso conta com mais de 1.800 inscritos e 800 comunicações oriundas de 13 países.

Agência Internacional para a Investigação do Cancro
O número de novos casos de cancro em Portugal ultrapassará este ano os 58 mil, com as mortes por doença oncológica a ascenderem...

De acordo com os dados hoje divulgados por esta agência da Organização Mundial de Saúde (OMS), um quarto da população em Portugal está em risco de desenvolver cancro até aos 75 anos e 10% corre risco de morrer de doença oncológica.

O cancro colorretal será o tipo de cancro com mais novos casos em Portugal este ano, estimando-se a deteção de mais de 10 mil doentes.

Segue-se o cancro da mama, que deve afetar quase sete mil portuguesas e o da próstata, que será diagnosticado em mais de 6.600 pessoas.

O cancro do pulmão, que é o que mais doentes afeta em termos mundiais, surge em Portugal em quarto lugar de incidência, com a estimativa de mais de 5.200 casos este ano.

Numa análise por sexos, o cancro com maior incidência nos homens é o da próstata, seguido pelo colorretal. Nas mulheres, o cancro da mama aparece em primeiro lugar, sendo também o colorretal o que tem a segunda maior incidência.

Em termos de mortalidade, o cancro do pulmão é o mais mortal em Portugal, tal como acontece a nível mundial, seguido do cancro do cólon, do estômago e da próstata. O cancro da mama surge em quinto lugar, numa análise a 36 tipos de doença oncológica.

De acordo com a Agência Internacional para a Investigação do Cancro (IARC, na sigla inglesa), são mais de 155 mil as pessoas em Portugal que vivem com cancro diagnosticado há mais de cinco anos.

Em todo o mundo, mais de 18 milhões de novos casos de cancro e 9,6 milhões de mortes são estimados este ano, segundo a IARC.

Um em cada cinco homens e uma em cada seis mulheres em todo o mundo desenvolve cancro nalguma fase da sua vida.

Os números hoje divulgados estimam que um em cada oito homens e uma em cada 11 mulheres acabem por morrer devido a doença oncológica.

 

FDA preocupada
As autoridades de saúde norte-americanas consideraram que o uso por adolescentes de tabaco eletrónico atingiu níveis &quot...

O aviso da FDA (Food and Drug Administration), citado pela Associated Press, marca uma nova etapa no relacionamento daquela agência norte-americana com os fabricantes de tabaco consumidos pela juventude.

Desde 2017, os responsáveis da FDA têm vindo a discutir o consumo de cigarros eletrónicos pela população norte-americana.

O comissário da FDA Scott Gottlieb afirmou que a agência não previu a "epidemia de dependência" aos cigarros eletrónicos por parte dos jovens, sobretudo àqueles que apresentam sabores.

Gottlieb sublinhou que cinco dos maiores fabricantes de cigarros eletrónicos têm agora um prazo de 60 dias para reverter o consumo daquele tipo de produtos por adolescentes.

 

ONU
A ação do Fundo Global de Combate à Sida, Tuberculose e Malária permitiu salvar 27 milhões de vidas, refere esta agência das...

O relatório mostra que grandes progressos foram alcançados graças aos esforços feitos para pôr fim a epidemias, sobretudo em novos tratamentos.

De acordo com os resultados do relatório de 2018 do fundo, 17,5 milhões de pessoas receberam terapia antirretroviral contra os vírus da sida (VIH) e cinco milhões foram tratados contra a tuberculose.

Ainda segundo o mesmo documento, 197 milhões de pessoas receberam medicamentos de prevenção contra o mosquito vetor da malária.

"O progresso foi alcançado com o apoio de vários países e parceiros, incluindo da França, o fundador e segundo maior doador do Fundo Global", afirma a entidade em comunicado.

O relatório foi apresentado hoje num evento em Paris, presidido por Jean-Yves Le Drian, ministro dos Negócios Estrangeiros francês.

A França será, aliás, o país que vai acolher a sexta conferência do fundo, a realizar a 10 de outubro de 2019, na cidade de Lyon.

Os números deste relatório demonstram que “juntos, é possível por um fim a estas epidemias”, mas para se alcançar este objetivo, é preciso “aumentar o investimento, acelerar a inovação, reforçar as parcerias e haver mais foco no impacto” destas doenças, disse Peter Sands, diretor executivo do fundo.

Conseguida a redução do pico epidémico da Sida, as taxas globais de infeção por VIH baixaram mais lentamente, mas mantêm-se extremamente elevadas em alguns grupos populacionais em determinados países.

A Tuberculose é agora a principal causa de morte por doença infeciosa, com 1,7 milhões de mortes por ano, e no mundo existem ainda 4,1 milhões de casos da doença por ano – por diagnosticar, sem tratamento e sem serem registados.

Quanto à malária, o número de casos está em crescimento. Em 2016, havia mais cinco milhões de casos de malária do que em 2015. Com o aumento da resistência a medicamentos para tratar a doença e a inseticidas contra o mosquito causador da doença dificultam o seu controlo, refere o fundo.

Infarmed pede reunião
O medicamento Sinemet, para o tratamento da doença de Parkinson, está em rutura de stock, informou hoje o Infarmed que diz...

Segundo a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), a falta deste medicamento foi detetada em 45 países, incluindo os Estados Unidos da América e o Canadá e deve-se a “um problema no local de fabrico”.

“O Infarmed (…) convocou as empresas com medicamentos destinados ao tratamento da Doença de Parkinson para uma reunião na sexta-feira. Neste encontro estarão ainda presentes associações de doentes e sociedades científicas”, refere o comunicado.

No final da reunião serão prestados esclarecimentos pelo conselho diretivo do Infarmed.

 

 

OMS preocupada
O cancro do pulmão é o tipo de cancro com maior número de novos casos em todo o mundo e é igualmente o responsável pelo maior...

Juntamente com o cancro do pulmão, o cancro da mama e o colorretal são os que têm maior incidência, estando também entre os cinco mais mortais.

Pulmão, mama e colorretal são, em conjunto, responsáveis por um terço dos novos casos e da mortalidade em todo o mundo, de acordo com a Agência Internacional para a Investigação do Cancro (IARC, na sigla inglesa), que pertence à Organização Mundial da Saúde.

O cancro do pulmão e o cancro da mama terão, cada um, mais de dois milhões de novos diagnósticos este ano, contribuindo em conjunto para quase 12% do total da incidência de cancro.

O cancro colorretal, o terceiro mais comum, terá 1,8 milhões de novos casos este ano, seguindo-se o cancro da próstata (com 1,3 milhões) e o cancro do estômago em quinto (cerca de um milhão de casos).

Em termos de mortalidade, o cancro do pulmão é o mais mortal, prevendo-se que cause 1,8 milhões de mortes este ano, sendo um tumor que mundialmente tem um mau prognóstico.

O colorretal surge como o segundo tipo de cancro que mais mortes provoca (estimam-se 880 mil mortes este ano), seguido do cancro do estômago e do cancro do fígado.

O cancro da mama surge em quinto lugar quanto à mortalidade por doença oncológica e as estimativas apontam para 627 mil mortes este ano. Apesar de ser o segundo tipo de cancro mais frequente, a mortalidade não é tão elevada porque “o prognóstico é relativamente favorável, pelo menos nos países desenvolvidos”.

Relativamente ao cancro do pulmão, o mais mortal, a Agência Internacional da OMS avisa que se têm registado elevadas incidências em mulheres sobretudo na América do Norte e na Europa do Norte e na Europa Ocidental, na China e na Nova Zelândia.

Para a OMS, o crescimento do cancro do pulmão nas mulheres é mesmo encarado como “preocupante”.

“As medidas de boas práticas incorporadas na Convenção Quadro para Controlo do Tabaco da OMS reduziram efetivamente o tabagismo ativo e impediram a exposição involuntária a fumo do tabaco em muitos países”, segundo Freddie Bray, responsável da IARC, alertando que é necessário, contudo, “continuar a implementar políticas direcionadas e eficazes de controlo do tabaco em todos os países do mundo".

 

Diz Agência Internacional para a Investigação do Cancro
Mais de 18 milhões de novos casos de cancro e 9,6 milhões de mortes são estimados este ano em todo o mundo, segundo a Agência...

Um em cada cinco homens e uma em cada seis mulheres em todo o mundo desenvolve cancro nalguma fase da sua vida, de acordo com os dados da Agência Internacional (IARC, na sigla inglesa).

Os números hoje divulgados estimam que um em cada oito homens e uma em cada 11 mulheres acabem por morrer devido a doença oncológica.

Para este ano, estima-se que o número de mortes por cancro ascenda a 9,6 milhões, quase a população total de Portugal.

Em todo o mundo, o número de pessoas que estão vivas após cinco anos do diagnóstico de cancro é estimado em 43,8 milhões.

“O aumento do peso do cancro deve-se a vários fatores, incluindo crescimento da população e envelhecimento, bem como na mudança de prevalência de alguns tipos de cancro ligados ao desenvolvimento social e económico”, refere a Agência da Organização Mundial da Saúde.

Os esforços de prevenção feitos por vários países conseguiram fazer decrescer a incidência de alguns cancros, como o cancro do pulmão (registando-se alguma redução em homens na Europa do Norte e na América do Norte) ou o cancro do colo do útero.

Cerca de metade dos novos casos de cancro em 2018 e mais de metade das mortes deverão ocorrer na Ásia, região onde se concentra 60% da população global.

A Europa terá 23,4% dos novos casos e 20% das mortes por cancro, apesar de contar com menos de 10% da população global. Na América estima-se que ocorram 21% dos novos casos e 14% da mortalidade e em África menos de 6%.

Na Ásia e em África, a proporção de mortes por cancro é maior do que a proporção de novos casos, sobretudo porque nestas regiões surgem casos com pior prognóstico, devido a um acesso limitado a diagnósticos e tratamentos em vários países.

80 por cento dos problemas da saúde da visão podem ser resolvidos nos centros de saúde
A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) defende a implementação de consultas de saúde da visão, nos...

“Um mero rastreio apenas à ambliopia e só para crianças com 2 e 4 anos de idade, tal como o que está a ser implementado pela Direção-Geral da Saúde, só vai contribuir para o agravamento da lista de espera para primeiras consultas de Oftalmologia. Só em 2017 ficaram por realizar 233 228 consultas”, alerta Raúl Sousa, presidente da APLO. E acrescenta: “Esta Estratégia Nacional para a Saúde da Visão abdica da implementação das recomendações da OMS e das boas práticas no resto mundo, em troca pelo experimentalismo de rastreios avulsos sem vislumbre da implementação de soluções que resolvam os problemas dos utentes de forma simples e imediata.”

A APLO defende que a implementação de consultas de saúde da visão, nos centros de saúde, realizadas por um Optometrista, permitiria uma redução significativa do impacto das doenças visuais, melhorando a prevenção, deteção e correção de erros refrativos de forma atempada, resolvendo assim mais de 80 por cento dos problemas da saúde de visão de forma imediata.

 

 

Serviço apresenta carências
A Entidade Reguladora da Saúde detetou problemas nas escalas de anestesia no Hospital da Senhora da Oliveira, Guimarães, sendo...

O regulador analisou a situação no Hospital da Senhora da Oliveira a partir da reclamação de uma parturiente, em fevereiro de 2016, sobre a falta de administração de analgesia epidural durante o trabalho de parto. Em 2017, a Entidade Reguladora teve conhecimento de mais quatro reclamações que “evidenciam a existência de constrangimentos ao nível das escalas de anestesia” naquele hospital.

O próprio hospital, em resposta enviada ao regulador em março deste ano, refere que “o serviço de anestesiologia é um dos mais carenciados”, tendo, à data, “apenas 20 médicos especialistas, nem todos em horário completo, e seis prestadores de serviço”. Isto, apesar de o hospital ter submetido “vários pedidos de contratação” à tutela.

“Face às carências evidenciadas, o serviço de anestesiologia tem feito um esforço assinalável para cumprir com a distribuição de médicos em todas as áreas”, refere o hospital na resposta que dá ao regulador e que integra a deliberação da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), hoje divulgada.

Continua a unidade de saúde a explicar que “não existe margem para efetuar muitas substituições em caso de ausências não programadas”, como sucedeu com as reclamações analisadas pelo regulador, em que houve faltas de anestesistas por motivos de doença ou falecimento de familiares.

Além da reclamação da parturiente por falta de administração de epidural durante o trabalho de parto, a ERS teve conhecimento de mais quatro reclamações, que indicam cirurgias programadas desmarcadas por falta de anestesistas.

Num dos casos, um utente já tinha visto a sua cirurgia ser reagendada quatro vezes por falta de anestesistas. Outro utente queixa-se do facto de ser "a terceira vez que é chamada para cirurgia para oftalmologia", sendo a operação desmarcada por falta de anestesistas.

A Entidade Reguladora recomenda ao Hospital da Senhora da Oliveira que assegure que, quando “constata não possuir capacidade para a prestação de cuidados de saúde por falta de recursos especializados essenciais à sua realização, os utentes sejam encaminhados para unidade hospitalar que garanta a prestação dos cuidados de saúde necessários e em tempo útil”.

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