Estudo
A conclusão é de um estudo feito nos Estados Unidos e na Austrália que nota um aumento do risco de risco de hemorragias...

Um estudo agora publicado sugere que idosos em boas condições de saúde não devem tomar uma aspirina por dia, como sugerem investigações científicas prévias. Há benefícios comprovados na toma diária da aspirina em pessoas que sofreram um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral (AVC), porque a droga ajuda a diluir o sangue, evitando assim um novo episódio de doença. No entanto, algumas pessoas completamente saudáveis optam por tomar aspirina para diminuir as hipóteses de ataque cardíaco ou AVC e há investigações sobre o uso desse medicamento para reduzir o risco de cancro.

Agora, um novo estudo não encontrou benefícios da toma deste fármacos em pessoas saudáveis com mais de 70 anos; pelo contrário, o medicamento aumentou o risco de hemorragias eventualmente fatais.

A maioria dos estudos sobre os benefícios da aspirina é realizada em pessoas de meia-idade e há evidências crescentes de que os perigos da toma automedicada deste fármaco aumentam à medida que envelhecemos.

Perigosa para o estômago
O estudo foi feito com base em dados de 19.114 pessoas dos Estados Unidos e Austrália. Os entrevistados tinham mais de 70 anos, boas condições de saúde e não possuíam histórico de problemas cardíacos. Metade delas recebeu uma dose diária de aspirina em baixa dose durante cinco anos.

Três relatórios publicados na revista científica New England Journal of Medicine mostraram que estes comprimidos não reduziram o risco de problemas cardíacos ou proporcionaram algum outro benefício para quem as tomou. No entanto, a investigação adianta que a toma da aspirina aumentou o número de grandes hemorragias no aparelho digestivo, em concreto no estômago.

"Isso significa que milhões de idosos saudáveis em todo o mundo que tomam aspirina em doses baixas sem razão médica podem estar a fazê-lo isso desnecessariamente, porque o estudo não mostrou nenhum benefício que compense o risco de hemorragia", comenta o investigador John McNeil, da Universidade Monash, citado pela BBC.

"Estas descobertas vão ajudar a informar os médicos que prescrevem há muito tempo este fármaco", acrescentou.

Instituto Nacional de Estatística
Houve um ligeiro decréscimo em 2017 em relação ao encaixe conseguido no ano anterior, mas ainda assim este foi o segundo melhor...

No ano passado Portugal vendeu medicamentos no valor de 959 milhões de euros. Um ligeiro decréscimo em relação ao encaixe conseguido no ano anterior, mas ainda assim o segundo melhor valor desde 2010 (444 milhões de euros). Sem grandes flutuações nos últimos anos no top dez dos principais países compradores, a lista é liderada pelos Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido.

Os produtos exportados são variados, entre substâncias ativas, genéricos e medicamentos de marca. Há fármacos para doenças do sistema nervoso central, sistema cardíaco, epilepsia, doença de Parkinson, para níveis elevados de concentração de potássio no sangue, antibióticos, vacinas, entre outros.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, enviados ao jornal Público, desde 2010 o percurso foi sempre a subir e a venda deste tipo de produtos atingiu o seu melhor valor em 2016, quando as exportações valeram 1020 milhões de euros. Nesse ano, os Estados Unidos representaram perto de 25% do valor das exportações, seguidos da Alemanha (15,2%) e Reino Unido (12,2%).

Os dados provisórios de 2017 – ano em que vendemos para mais de 140 países – mostram uma ligeira quebra de 6% em relação a 2016. O top três dos países compradores manteve-se inalterado, mas o peso do mercado norte-americano diminuiu. Tendência que se manteve nos primeiros sete meses deste ano, em que as exportações para os EUA se cifraram em cerca de 55 milhões de euros – menos 57,5% quando comparado com o período homólogo.

Os dados preliminares dos primeiros meses deste ano mostram um decréscimo no total das exportações em comparação com o mesmo período do ano passado: passaram de 617 milhões para 493 milhões de euros. Além dos Estados Unidos, também as vendas para o mercado angolano sofreram uma contração significativa (menos 22,8%).

Produzir mais
Para a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), esta “ligeira flutuação” nas vendas no ano passado e aparente continuidade este ano “não permite assinalar uma tendência de redução do valor das exportações”. “De qualquer forma, a conjuntura observada em países como Angola, Brasil e Venezuela podem justificar alguma da perturbação registada”, admite a associação.

Paulo Lilaia, presidente da Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (Apogen), também não aponta razões concretas, mas salienta que “é preciso avaliar as exportações de medicamentos produzidos em Portugal e os que são exportados mas que não são produzidos no país”. “A minha percepção é que a quantidade e o valor de medicamentos produzidos cá e exportados continua a aumentar, o que poderá ter diminuído são os medicamentos importados e depois exportados em que Portugal serve de plataforma. O que traz valor e emprego é o que é produzido em Portugal”, diz, salientando que são várias as empresas que estão a produzir mais.

Já Joaquim Cunha, diretor executivo da Health Cluster Portugal – plataforma que tem associadas diversas empresas do sector da saúde e instituições académicas –, refere que o comportamento das vendas não foi igual ao longo destes sete meses, com sinais de recuperação no segundo trimestre. Por isso, acredita que este ano possa fechar em linha com 2017.

Os valores das importações não têm sofrido grandes oscilações nos últimos anos. Em 2017 Portugal importou medicamentos no valor de 1879 milhões de euros. Alemanha, Espanha e Reino Unido foram os países a quem mais comprámos.

Trabalho de “formiguinha”
Os medicamentos são a maior fatia das exportações, mas não a única. Os dispositivos médicos e material consumível, como batas, campos cirúrgicos ou compressas, também têm uma expressão importante. “As exportações estarão na casa dos 300 milhões de euros. Tem crescido sempre, em 2010 eram 150 milhões”, salienta Joaquim Cunha, que refere que ao todo, em 2017, a saúde terá significado um encaixe perto dos 1,4 mil milhões de euros e um peso a rondar os 3% do total das exportações de bens.

Chegar aqui, acrescenta, representou um trabalho longo. “Em primeiro lugar das empresas. Um trabalho de formiguinha, de persistência e resiliência e os resultados estão a ter efeito. Em segundo lugar, começou a ser possível passar a mensagem da saúde como um forte motor do desenvolvimento económico e social e dar visibilidade ao sector.”

Paulo Lilaia fala do apoio do AICEP “para que as empresas internacionais possam fazer cá o seu investimento” e do apoio às empresas nacionais para que estas entrem no mercado estrangeiro. A Apifarma destaca a participação, pela primeira vez, de empresas portuguesas no evento CPhl North America 2018, que se realizou em Abril. Em Outubro estarão presentes na versão europeia que se realiza em Espanha.

“Este trabalho reforça o compromisso das empresas portuguesas com os projetos de internacionalização, com o investimento em I&D [investigação e desenvolvimento] e com a competência tecnológica de Portugal”, acrescenta a Apifarma, que lembra que “a indústria farmacêutica portuguesa enfrentou vários desafios legislativos e económicos que obrigaram a desafios acrescidos e a uma reorientação estratégica para os mercados internacionais”.

Captar o interesse estrangeiro
A inovação tem sido a aposta da BIAL, empresa portuguesa que no ano passado registou uma faturação de 272 milhões de euros. A propósito do lançamento do seu medicamento da doença de Parkinson em Portugal – já estava à venda na Alemanha, Reino Unido e Espanha –, a farmacêutica recordou que os mercados internacionais têm um peso de 70% na faturação, quando em 2010 era de 30%. O medicamento para a epilepsia que lançaram em 2009 é comercializado em 44 países.

Em Junho deste ano, a OM Pharma, do Grupo Vifor Pharma, inaugurou a sua nova fábrica em Portugal, um investimento de 10 milhões de euros. Localizada em Alfragide, as instalações vão produzir um medicamento para o tratamento dos níveis elevados de concentração de potássio no sangue que será exportado para países de todo o mundo, incluindo Estados Unidos. Em 2000 a empresa já tinha deslocalizado parte da produção para Lisboa.

Dentro de três anos a Generis terá uma fábrica a funcionar em Rio Maior. Um investimento de 15 milhões de euros, com a criação direta de 100 postos de trabalho. Mas também indiretos com a criação de um curso de análises laboratoriais pela Escola Profissional de Rio Maior. Trata-se de uma unidade de recepção e embalamento de medicamentos a granel produzidos em Venda Nova (Amadora) e na Índia. Prevê-se a produção anual de 100 milhões de embalagens, o que significa um reforço da exportação. Angola, Moçambique e Cabo Verde,  Irão, Líbano e Líbia são alguns dos países compradores.

Desafios do futuro
As três associações são unânimes em dizer que Portugal tem potencial para continuar a crescer nesta área. O presidente da Apogen salienta o facto de sermos vistos como um “país com estabilidade política, o prestígio que a indústria portuguesa já conquistou, com um nível de qualificação elevado nesta área, uma relação positiva da qualidade-custo dos recursos humanos”.

“É essencial promover a importância do valor social e económico da saúde e o seu impacto transversal a toda a sociedade, dada a sua capacidade de gerar emprego, exportações e investimento em inovação”, reforça a Apifarma, que diz que há trabalho que deve ser aprofundado com vista à internacionalização. “Devemos reforçar medidas concretas como a redução de custos de contexto, apoios para promover a competitividade e fomentar a penetração das empresas que produzem em Portugal em novos mercados, ao mesmo tempo que investimos na criação de linhas de crédito para consolidar mercados ou ultrapassar desafios conjunturais.”

Joaquim Cunha afirma que Portugal “deve ambicionar duplicar a exportação”, mas reconhece os desafios: “Temos um tecido nacional capaz de crescer, mas se queremos dar o salto temos de ser capazes de atrair investimento estrangeiro. É muito importante a estabilidade fiscal e baixar a burocracia.”

Presidente da ADERMAP fala sobre a doença e sua missão
No dia em que se assinalou pela primeira vez o Dia Mundial da Dermatite Atópica, estivemos à convers

Para quem desconhece o impacto que a Dermatite Atópica pode ter na vida de um doente, o que nos pode dizer sobre o tema? Quais as principais complicações da doença e de que modo pode condicionar a vida de quem dela padece?

A Dermatite Atópica (DA), ou eczema atópico, é uma doença crónica, imunomediada, atualmente incurável, e multifatorial, pois é determinada pela interação de fatores genéticos e ambientais que ainda estão por elucidar.

A DA é tradicionalmente caracterizada por manifestações físicas na pele. As pessoas que sofrem de DA vêem e sentem os seus efeitos na pele – vermelhidão, edema (inchaço), prurido (comichão), xerose (secura cutânea), fissuras, lesões descamativas, crostas e exsudação.

Esta doença tem também vários efeitos a nível emocional, como impotência e frustração, ansiedade e depressão quando não é possível controlar a doença.

Além dos sintomas físicos característicos da doença, as pessoas que sofrem de DA verificam uma diminuição significativa da sua qualidade de vida.

Durante as crises, esta doença condiciona as nossas atividades no dia-a-dia e mesmo à noite por não conseguirmos dormir devido à intensa comichão e dor nas lesões. Por ter manifestações físicas visíveis e muitas vezes em zonas muito extensas, pode comprometer a interação com as pessoas. Esta doença limita ainda a realização de exercício físico pois a transpiração agrava as lesões devido ao intenso prurido que causam.

Quando a DA assume uma forma moderada a grave, os médicos têm de prescrever tratamentos sistémicos em conjunto com a aplicação de tratamentos tópicos (cremes) mas que não podem ser usados durante muito tempo pois começam a ser tóxicos para outros órgãos como os rins. A DA é uma doença crónica inflamatória que não tem cura e em muitos casos difícil de controlar, estando associada a outras doenças (comorbilidades) como a asma e a rinite alérgica, ou polipose nasal, e pode vir acompanhada de complicações cardiovasculares.

Que idade tinha quando foi diagnosticada com Dermatite atópica?

A Dermatite Atópica foi-me diagnosticada juntamente com a asma por volta dos 7 anos de idade e foram alternando na gravidade ao longo da minha vida.

Tenho atualmente 40 anos e, entre os 7 e os 31 anos, tive episódios relativamente controlados de DA, limitados na duração com lesões circunscritas às zonas mais comuns (ex. dobras dos cotovelos e joelhos, pescoço e pálpebras) e sobretudo no verão por causa do calor e da transpiração. Há 7 anos e meio, depois do meu primeiro filho nascer, a DA reapareceu e alastrou pelo corpo todo.

Quais foram as principais manifestações da doença e quais as regiões do corpo mais atingidas?

As principais manifestações são uma grande sensibilidade da pele, facilmente inflamada e com vermelhidão, edema (inchaço), muita secura e facilmente descamativa sobretudo entre hidratações. Um dos piores sintomas é a comichão (prurido). Quando sentimos comichão, temos uma tendência natural para coçar. Quando não conseguimos controlar, o ato de coçar resulta no surgimento de feridas e fissuras na pele (chego a ver a pele a rasgar em determinadas zonas dos braços). Nas crises mais complicadas, as lesões chegam a estar disseminadas por 80% do meu corpo, atingindo nas situações mais graves o couro cabeludo, é difícil encontrar uma zona da pele completamente “limpa”.

Após o diagnóstico que mudou no seu dia-a-dia? Que cuidados passou a ter?

O diagnóstico da DA foi feito logo aos 7 anos e assumiu uma forma “ligeira” e menos impactante. Desde logo aprendi que tinha de aplicar creme hidratante depois de cada duche, e pelo menos 2 vezes por dia para manter a pele mais hidratada. Tomo duches diários muito rápidos e sempre com água morna, e seco o corpo com muito cuidado (apenas aproximo levemente a toalha da pele pois o simples ato de secar “normalmente” causa danos). Sempre que possível, tento usar apenas roupa de algodão ou outras fibras naturais, e evito alimentos que comprovadamente me pioram as manifestações da doença. Felizmente, no meu caso, a exposição ao sol, de forma cuidada e responsável, faz-me muito bem sobretudo com banhos no mar. Naturalmente, que tento seguir à risca as indicações médicas e beber muita água pois também tem um efeito notório em mim.

Relativamente à ADERMAP, acredito que nasça com o objectivo preencher alguma lacuna, alguma carência no que toca ao apoio aos doentes de Dermatite Atópica… Neste sentido, o que levou à criação desta associação e quais as suas propostas? 

A ADERMAP foi criada por um grupo de pessoas com DA, e familiares, que sentiram a necessidade de agir e de ajudar a dar voz às preocupações, necessidades e impacto no dia-a-dia desta patologia.

A DA é muitas vezes considerada uma “simples doença de pele” e é muitas vezes negligenciada. Quando se fala em DA há uma tendência para associar apenas ao eczema de bebé, mas esta doença atinge qualquer idade e quando surge apenas na idade adulta, pode assumir formas mais disseminadas e graves, afetando o desempenho profissional nos picos das crises.

A ADERMAP visa ajudar a aproximar e capacitar a comunidade de DA em Portugal, bem como a promover a troca de experiências, a investigação e a partilha de informação e educação sobre esta doença, e sobre as formas de tratamento e controlo, esperando assim ajudar a aumentar os «outcomes» de saúde, nomeadamente no que toca à qualidade de vida das pessoas afetadas por esta doença, e pelas suas comorbilidades.

Na sua opinião, enquanto “doente” e presidente da Associação Dermatite Atópica de Portugal, qual a importância de se falar nesta patologia?

Apesar de a DA ser uma doença da pele comum, que pode surgir em qualquer idade, chegando a atingir níveis de gravidade muito elevados, a maioria das pessoas desconhece o grande impacto negativo na saúde e na qualidade de vida das pessoas que têm ou vivem com esta doença (familiares). Para além dos efeitos físicos e de sintomas muitas vezes difíceis de suportar, esta doença tem um impacto muito importante a nível psicológico, social, profissional. Por outro lado, este impacto é também coletivo, a DA tem um grande impacto financeiro nas pessoas e famílias com DA pois o tratamento inclui a aplicação constante de cremes emolientes e hidratantes que são muito dispendiosos e não têm qualquer comparticipação financeira ou possibilidade de dedução tributária.

Também tem um grande impacto nos sistemas de saúde e na economia. É urgente que esta doença seja tratada como um problema de saúde pública, são necessários estudos socioeconómicos sobre o seu impacto. Felizmente, esta doença está a ser alvo de uma maior visibilidade, atenção e investigação a nível global.

Celebramos a 14 de setembro o 1º Dia Internacional da Dermatite Atópica, como prova do reconhecimento do impacto que esta doença tem nas pessoas que (com)vivem com esta doença, e na sociedade mas muito há a fazer.

Neste sentido que mensagem ou que recomendações gostaria de deixar aqueles que convivem com a doença?

Algumas das mensagens que gostaria de partilhar, é que não estamos sozinhos, há muitas pessoas que sabem o que é viver e conviver com esta doença no dia-a-dia, e que sabem o que é sentir na pele a DA. Que, em qualquer caso, devem procurar médicos das especialidades que diagnosticam e tratem adequadamente esta doença, que há diferentes profissionais (médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros) que podem ajudar a controlar os sintomas da doença e a recuperar a qualidade de vida, e que a ADERMAP foi criada precisamente para promover a visibilidade desta doença, e ajudar a disseminar o seu impacto, e defender as necessidades e direitos das pessoas e famílias com DA, sempre sob uma lógica de sinergias e parcerias para que tenha um valor acrescentado e impacto reais, sobretudo para os casos mais graves e socioeconomicamente vulneráveis em que as necessidades são maiores. Temos de ter esperança pois apesar das horas mais sombrias, esta doença começa a ter a atenção que merece mas muito há a fazer.

Contactem a ADERMAP pois todos juntos vamos ajudar a viver a DA com maior qualidade de vida e se possível com um maior apoio.  

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Liga dos Bombeiros
A Liga dos Bombeiros Portugueses estimou em cerca de 30 milhões de euros as dívidas do Ministério da Saúde às corporações, que...

O Conselho das Federações (órgão consultivo) da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) realizou na noite de sexta-feira, em Coimbra, uma reunião, da qual resultou um documento que “é como uma matriz e um guião para que agora as federações de todo o país, na sua área de jurisdição, vão fazendo um levantamento do que se passa em cada distrito”.

Com este processo pretende-se que seja definida “uma estratégia global” que será apresentada para aprovação ao Conselho Nacional da LBP, em outubro, revelou o presidente da Liga, Jaime Marta Soares.

“Avaliamos uma estratégia que pode culminar com algumas atitudes que não desejamos em relação às dívidas do Ministério da Saúde aos bombeiros portugueses, que ultrapassam os 30 milhões de euros, e há associações de bombeiros que estão em crise financeira com grandes problemas para suprir os seus compromissos”, destacou, salientando que esta situação “pode dificultar a prestação de socorro” às populações.

A Liga pretende chegar a 2019 com um plano estratégico pensado já para cinco anos, “com uma perspetiva dinâmica”, para que se possa ter uma orientação estruturada longo dos tempos.

Assim, referiu Jaime Marta Soares, evitar-se-ia “andar todos anos aos repelões e a procurar inventar e a fazer muitas vezes em cima do joelho aquilo que tem de ser programado à distância entre o Governo as entidades ligadas ao setor e os bombeiros portugueses, que são o principal agente de proteção civil em Portugal”.

“Nós não desejamos entrar em confronto com ninguém, mas também não temos medo, se for necessário, se continuarmos a sentir que somos uns enjeitados do sistema. Não pode haver filhos e enteados e nós não vamos continuar garantidamente em 2019 sem termos bem concretizado tudo aquilo que são as reformas da direção nacional de bombeiros, o comando autónomo dos bombeiros, zonas operacionais, o cartão social do bombeiro - tudo propostas que temos vindo a fazer e que têm sido adiadas ano após ano”, acrescentou.

A Liga propôs ao Governo um investimento de cerca de nove milhões de euros para aquisição de equipamentos especiais dos bombeiros, pretendendo uma “resposta compatível com as necessidades”.

Na reunião foi ainda realizada “uma análise aprofundada dos incêndios deste ano em Portugal”, com mais de 8.550 ignições, com destaque para o incêndio de Monchique.

O Conselho das Federações é um órgão consultivo da LBP. Em outubro decorrerá uma reunião do órgão deliberativo entre Congressos, o Conselho Nacional, que deverá discutir e validar as propostas para negociações com os parceiros.

Grandes Opções do Plano
O Governo quer aumentar, em 2019, as medidas de prevenção de dependências, como o tabaco, a comida ou o álcool, e promover a...

A proposta do Governo sobre as Grandes Opções do Plano para 2019 (GOP), prevê que, no próximo ano, sejam desenvolvidas medidas de prevenção do tabagismo, de alimentação saudável, de promoção da atividade física e de prevenção do consumo de álcool e demais produtos geradores de dependência.

Segundo o documento enviado ao Conselho Económico e Social (CES), a Saúde Pública será valorizada enquanto área de intervenção, pelo que o objetivo passa também por um reforço da vigilância epidemiológica e pela revitalização do Programa de Controlo das Doenças Transmissíveis.

A Estratégia Integrada Para a Promoção da Alimentação Saudável, aprovada em 2017, mantém-se como uma prioridade, sendo garantido o fornecimento de uma “alimentação nutricionalmente adequada” em todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde e disponibilizando, em todos os agrupamentos de saúde, consultas de cessação tabágica e comparticipação de medicamentos para esse efeito.

A resposta dos cuidados de saúde primários deverá ser reforçada, nomeadamente em áreas como a psicologia, a nutrição, a saúde oral, a promoção de literacia em saúde e a prescrição e aconselhamento de atividade física. Será ainda promovido o recurso à telessaúde, sobretudo na área da dermatologia, para “aumentar a proximidade” e os diagnósticos precoces” e “diminuir os tempos de espera”.

O executivo quer ainda implementar integralmente quer os Planos Locais de Saúde, quer o novo Programa Nacional de Vacinação.

Além disso, o plano para 2019 abrange ainda uma ampliação da cobertura do Serviço Nacional de Saúde nas áreas da Saúde Oral e da Saúde Visual.

O envelhecimento ativo continua a ser uma meta do Governo para o próximo ano, pretendendo o executivo que seja feito um plano em colaboração com os municípios, sobretudo nas regiões do país mais desfavorecidas, através de iniciativas legislativas específicas.

Segundo a proposta de GOP, o Governo vai realizar um estudo, em 2019, para avaliar o custo de novos equipamentos de saúde nos hospitais a fim de reforçar “as redes hospitalares metropolitanas e regionais” e garantir “a adequação dos serviços a prestar às populações, de acordo com a sua distribuição pelo território e com as suas necessidades específicas”.

O Governo quer criar novas Unidades de Saúde Familiar em 2019 para garantir que todos os portugueses passem a ter médicos de família.

 

Liga Portuguesa Contra o Cancro
O presidente do Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro defendeu que o Governo “pode fazer mais e melhor”...

“O Governo pode fazer mais e melhor, sobretudo em relação à prevenção primária”, afirmou Vítor Veloso, em declarações, a propósito de um encontro de colaboradores do Núcleo Regional do Norte da Liga, que terminou sábado em Viana do Castelo.

Segundo o responsável, na área da prevenção primária, o Governo “devia libertar as verbas orçamentadas e que neste momento não são desbloqueadas”, para dotar os hospitais, sobretudo os do interior do país, “com mais recursos e maquinaria”.

“Praticamente todos os hospitais especializados estão na periferia”, disse, referindo que não entende “que Vila Real tenha um único acelerador [linear], devia ter pelo menos dois [aparelhos para radioterapia] (…)”.

“Ainda há pouco tempo o aparelho avariou (…). Para nós, isso é inconcebível, é um mau planeamento, é um mau serviço que o Estado está a prestar à população e tem de dar mais para os hospitais do interior, e os munir dos recursos adequados”, acrescentou.

O médico referiu que “no litoral está tudo bem, mas a verdade é que nos hospitais do interior [a situação] é diferente” e os doentes oncológicos “têm de se deslocar inutilmente”.

Dotar as unidades hospitalares com os equipamentos necessários “custa dinheiro inicialmente”, mas permitiria ao Estado “economizar muito” a longo prazo, porque “tratar um cancro avançado é terrivelmente mais caro do que tratar um [em fase] inicial”, afirmou.

Esta é também uma questão de “diminuição da mortalidade”, disse, exemplificado que, no Norte, o rastreio ao cancro da mama permitiu diminuir a mortalidade em 25%.

Vítor Veloso defendeu também que o Governo deveria “interferir diretamente, publicar leis muito mais agressivas”, para travar ‘lobbies’ que diz existirem.

“As companhias de seguro, os bancos e os empregadores não podem só receber lucros, têm também de ter um papel social importante neste tipo de doente”, sublinhou.

Segundo o responsável, os “‘lobbies’ existentes” estão “todos os dias a ignorar e a calcar os direitos [dos doentes oncológicos] que estão preconizados em lei” e muitas vezes só através de apoio jurídico dado pela Liga esses direitos são alcançados.

Sobre o encontro de colaboradores em Viana do Castelo, Vítor Veloso afirmou que, além do debate sobre como será possível combater “as grandes barreiras” que existem para assim “ajudar mais os doentes e estar mais próximo dos doentes”, foi também abordada a necessidade de como “fazer com que a Liga continue a ser a organização não-governamental com maior notoriedade”.

“Não somos só Liga do Instituto Português de Oncologia (IPO), somos Liga para todos os doentes oncológicos do país. Queremos disseminar os princípios da prevenção primária e sabemos que os panfletos já não têm o peso que tinham”, referiu, acrescentando ser preciso outro tipo de marketing e entrar mais nas redes sociais, para assim chegar a todos e passar a mensagem da importância em “apostar na prevenção primária e nos diagnósticos precoces”.

Secretário de Estado da Saúde
Quase dois terços das cirurgias realizadas em Portugal já são feitas em ambulatório, um procedimento que quase triplicou nos...

“Portugal conseguiu uma pequena revolução na cirurgia ambulatória. Nós tínhamos os números mais baixos do ponto de vista europeu e num curto espaço de tempo conseguimos dar um enorme salto e o relatório da OCDE ‘Health at a Glance’, que vai sair dentro de pouco tempo, vai demonstrar isso”, disse o secretário de Estado e da Saúde, Fernando Araújo.

Dados do último Relatório de Acesso a Cuidados de Saúde referem que em 2010 a cirurgia ambulatória representava 49,4% do total das cirurgias programadas, número que subiu para 63,2% no final de 2017.

“A tendência de crescimento da atividade programada que se registou em 2017 (587.283 cirurgias) foi acompanhada por um movimento de transferência de cirurgias convencionais para cirurgias de ambulatório (mais 6%, o correspondente a mais de 370 mil intervenções cirúrgicas em ambulatório)”, sublinha o documento.

Há dez anos, apenas um em cada quatro doentes era operado em regime de ambulatório, números muito inferiores já na altura ao resto da Europa, observou Fernando Araújo, que falava a propósito dos 20 anos da Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória (APCA), que organizou sábado, no Porto, uma sessão comemorativa de homenagem aos que mais se destacaram nesta área nas últimas duas décadas em Portugal.

Agora, depois de ter passado para o grupo intermédio de resposta, ao lado da França e da Bélgica e da Espanha, com os últimos dados de 2017, Portugal está “seguramente a caminhar para o grupo de elevada resposta”, adiantou, salientando que foi ainda dos países que mais cresceu, por ano, na última década na Europa.

Segundo dados avançados pelo governante, a taxa de cirurgia ambulatória programada às cataratas subiu de 59,04% em 2005, para 99,05% em 2018, a das varizes de 17,83% para 88,97% e a das hérnias de 21,74% para 65,71%.

Já a taxa de cirurgia ambulatória programada da amigdalectomia cresceu de 20,49% em 2005 para 63,70% em 2018, e a taxa de cirurgia ambulatória à vesícula passou de 2,51% para 29,97%.

“São números que nos podem orgulhar, mas são números que ainda podemos melhorar mais, por isso foi nomeada uma nova comissão para avaliar questões que ainda possam ser alteradas, porque apesar de termos números muito bons, ainda há uma percentagem que podemos subir”, frisou.

O objetivo é que Portugal evolua 10 pontos percentuais e se junte aos países que têm as “metas mais elevadas”, cerca de 75%.

Para Fernando Araújo, esta “pequena revolução”, de quase triplicar o valor que existia há 15 anos, “foi fruto, seguramente, do grande envolvimento dos profissionais de saúde”.

A “grande vitória” é dos “médicos e enfermeiros” que, com o seu envolvimento e motivação, “conseguirem mostrar que era possível e conseguiram tranquilizar e trazer os doentes para o processo”.

Contactado, o presidente da APCA, Carlos Magalhães, saudou os resultados alcançados por Portugal, salientando o facto de todos os hospitais fazerem cirurgia em ambulatório e de todas as especialidades cirúrgicas terem este procedimento.

Para Carlos Magalhães, este procedimento “traz vantagens para todos”, para os pacientes, para os cuidadores, para os médicos e para o SNS.

Entre as vantagens, apontou a recuperação das listas de espera para cirurgia, a libertação de camas para internamento de doentes mais complexos, a diminuição da taxa de infeção hospitalar, além de ser economicamente “mais rentável” para o SNS.

Infarmed
A Autoridade do Medicamento quer que os hospitais e centros de saúde tenham uma linha direta para os doentes de Parkinson...

A presidente do Infarmed disse que vão ser contactadas as unidades do Serviço Nacional de Saúde para “poder haver uma linha direta”, para que os doentes possam contactar os seus médicos, com a finalidade de esclarecer sobre alternativas ao medicamento Sinemet, que está em rutura de ‘stock’.

No final de uma reunião com laboratórios, sociedades científicas e representantes dos doentes, Maria do Céu Machado disse aos jornalistas que o centro de contacto SNS 24 está também preparado para esclarecer dúvidas aos doentes.

Nos dias úteis das 9:00 às 17:00, os doentes que ligarem para a linha Saúde 24 com dúvidas ligadas ao medicamento Sinemet serão encaminhados diretamente para um profissional do Infarmed. Nos outros horários, o próprio centro de contacto SNS 24 “tem informação de modo a tirar dúvidas aos doentes”.

Sobre a rutura de ‘stock’ do Sinemet, a presidente do Infarmed garantiu que não haverá falta de medicamentos para os doentes portugueses, estando a ser encontradas alternativas com outros laboratórios.

“Isto não é a mesma coisa que um antibiótico. Não pode haver falha. Para alguns doentes, a vida deles depende deste medicamento, afirmou.

Contudo, a Autoridade do Medicamento apela a que os doentes não iniciem corridas às farmácias para comprar mais medicação do que aquilo que necessitam.

A este propósito, o Infarmed vai contactar as associações de farmácias e os distribuidores para que monitorizem eventuais situações de pedidos de embalagens em grande quantidade, para que apenas sejam vendidas as necessárias.

Aliás, as associações de doentes vão também fazer um apelo junto dos seus associados para que não haja uma compra exagerada de embalagens do medicamento. Os representantes dos doentes vão ainda apelar junto das famílias para que dispensem embalagens excedentárias que possam ser utilizadas por doentes sem acesso a medicação.

Também as sociedades científicas ligadas a estes doentes e aos clínicos que os acompanham vão apelar aos médicos para que façam uma prescrição criteriosa, seja em termos de indicações terapêuticas, seja em número de embalagens, para garantir que são tratados todos os doentes.

A rutura por parte da empresa que produz o Sinemet está relacionada com um “problema de fabrico”, que a própria empresa não explicou ao Infarmed, e que afeta 45 países, incluindo Estados Unidos e Canadá.

A empresa não adiantou ao próprio Infarmed qual o problema concreto de fabrico. Um representante da empresa – MSD –,presente na reunião com a Autoridade do Medicamento, disse aos jornalistas que também não foi comunicado à empresa em Portugal qual o problema concreto ao nível de fabrico.

As quatro empresas que estiveram presentes na reunião comprometeram-se a encontrar soluções para o abastecimento do mercado. Uma das empresas, que já tem um medicamento em comercialização no mercado, comprometeu-se a aumentar a produção desta alternativa ao Sinemet. Outras duas empresas vão avaliar a possibilidade de importar embalagens de medicamentos de outros mercados.

Câmara de Gaia
A Câmara de Vila Nova de Gaia vai alargar a distribuição de fruta e produtos hortícolas como complemento dos lanches às...

Atualmente, o programa está implementado nos estabelecimentos de 1.º Ciclo, mas somar-se-ão 3.000 alunos de pré-escolar, num total de 15.000 crianças.

No total, a medida custa 900 mil euros, sendo comparticipada em 50% pela União Europeia, ou seja, cabe à Câmara de Gaia, distrito do Porto, pagar 450 mil euros.

O fornecimento de fruta e outros produtos como o tomate ou a cenoura para acompanhamento dos lanches tem como objetivo, descreveu o presidente da câmara à agência Lusa, "promover uma intervenção pedagógica no sentido da valorização das boas práticas alimentares".

O autarca também frisou que estas "não são medidas isoladas", sendo "o culminar do trabalho realizado para aderir ao pacto de Milão, um consórcio de municípios que à escala europeia definem um conjunto de boas práticas na área da alimentação nas escolas".

"Esta medida, a da fruta, soma-se a outras como a uniformização dos lanches escolares ou a introdução de peixe fresco uma vez por semana nas escolas. São etapas que vamos cumprindo de um programa articulado para justificar a adesão ao pacto de Milão", disse o presidente da câmara.

Outra das propostas que será discutida segunda-feira prende-se com um protocolo a celebrar entre a câmara e a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) que na prática significa a adesão de Gaia ao projeto-piloto do Governo de colocar a saúde oral nos Cuidados de Saúde Primários.

"A medida faz muito sentido porque a área talvez mais inacessível, quer nos hospitais quer nos centros de saúde, é a da medicina dentária. O que o Ministério [da Saúde] faz é criar um protocolo de parceria com os municípios, cabendo-lhe fornecer os recursos humanos, enquanto as câmaras pagam a cadeira e os consumíveis", descreveu Eduardo Vítor Rodrigues.

O autarca avançou que Gaia vai solicitar a implementação do programa em dois centros de saúde a definir pela ARS-Norte, mas, garantiu Vítor Rodrigues, o acesso será generalizado a todos os cidadãos do concelho.

"É uma enorme mais valia para a comunidade", disse o presidente da câmara sobre um projeto que deverá custar, por sala (cadeira e consumíveis), cerca de 50 mil euros às autarquias.

Infarmed garante
A autoridade do medicamento garantiu na semana passada que não haverá faltas de medicação para a doença de Parkinson em...

O conselho diretivo do Infarmed esteve reunido na sexta-feira com laboratórios, sociedades científicas e representantes de doentes para avaliar alternativas terapêuticas ao medicamento Sinemet, que está em rutura de ‘stock’.

Em conferência de imprensa no final da reunião, a presidente do Infarmed, Maria do Céu Machado, manifestou-se convicta de que não vai haver falhas no acesso à medicação, lembrando que se trata de um medicamento do qual depende muitas vezes a vida dos doentes.

O Infarmed apelou aos doentes para que não façam “uma corrida às farmácias”, para criarem “stocks individuais” deste medicamento, lançando também aos médicos um apelo para que não haja prescrição exagerada.

“Podemos comprometer-nos que não vai falhar o medicamento a nenhum dos doentes”, afirmou Maria do Céu Machado, indicando que o assunto está a ser tratado com “enorme preocupação” pela Autoridade do Medicamento.

A presidente do Infarmed lembrou que “a interrupção do tratamento pode ser ainda mais grave do que a própria doença”, garantindo assim que não haverá falhas de tratamento em Portugal.

A rutura por parte da empresa que produz o Sinemet está relacionada com um “problema de fabrico”, que a própria empresa não explicou ao Infarmed, e que afeta 45 países, incluindo Estados Unidos e Canadá.

Quanto à dimensão da rutura do medicamento, a presidente do Infarmed estimou que antes do final do primeiro trimestre do próximo ano “o problema poderá não estar resolvido”.

Na reuniãoestiveram quatro empresas farmacêuticas, incluindo um representante da empresa MSD em Portugal, que comercializa o medicamento Sinemet.

Há dois medicamentos atualmente comercializados em Portugal para o Parkinson, sendo que o Sinemet atingia até agora 80% da quota do mercado, o que corresponde a mais de 600 mil embalagens por ano.

De acordo com Maria do Céu Machado, um dos laboratórios que já comercializa um medicamento em Portugal, mas com uma pequena quota de mercado, irá fazer “um esforço para aumentar essa quota”, tentando pelo menos triplicá-la.

Duas outras empresas farmacêuticas têm um medicamento semelhante registado, mas não comercializado em Portugal, que é vendido noutros países europeus. Estes laboratórios comprometeram-se a “fazer um esforço” para comercializar em Portugal o medicamento.

“Até fim de outubro, se formos todos conscienciosos, prescritores e doentes, não vamos ter rutura nenhuma. E até ao fim do ano supomos que haja comercialização de outras moléculas. Gostaria de assumir que este processo que estamos a desencadear leva a que não haja uma rutura”, afirmou a presidente do Infarmed.

Maria do Céu Machado lembrou que a Autoridade do Medicamento, enquanto organismo regulador, tem instrumentos “para conseguir que não haja rutura”, nomeadamente obrigando a que empresas com medicamento registado, mas que não o comercializam em Portugal, passem a comercializá-lo “por questões de interesse de saúde pública”.

Dia do Serviço Nacional da Saúde assinala-se a 15 de setembro
Um estudo realizado pela Universidade Nova de Lisboa revela que dos mais de dois milhões de portugueses com algum tipo de...

“Em Portugal, muitas pessoas mais velhas vivem com perda de visão evitável, causadas por erro de refração e catarata. Ambas as condições podiam ser diagnosticadas atempadamente por um simples exame ocular, realizado pelo optometrista. No entanto, no nosso país, ainda não existem cuidados de saúde primários, ao nível do Serviço Nacional da Saúde, acessíveis a toda a população”, refere Raúl Sousa, presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO).

De acordo com os dados recolhidos pelos investigadores da Universidade Nova, “as perdas associadas à cegueira variam entre 74 e 185 milhões de euros. Por sua vez, a redução de produtividade associada à perda moderada e grave da visão varia entre 130 e os 555 milhões de euros”.

Mais de dois milhões de portugueses são atingidos por dificuldades em ver, sendo as mulheres as mais afetadas (27,5%) que os homens. A percentagem de pessoas com dificuldades em ver aumenta com a idade: cerca de 9% até aos 34 anos, 14% entre 35 e 44 anos, 30 a 32% entre os 45 e 74 anos, e superior a 40% para idades mais avançadas. Estima-se que entre os adultos com mais de 50 anos, cerca de 42 mil sofram de cegueira e mais de 260 mil sofram de perda da visão moderada e grave na população.

As conclusões são do estudo Saúde da Visão – Impacto Socioeconómico, conduzido pela Universidade Nova de Lisboa.

 

 

 

 

 

Recomendações
As crianças pequenas não sabem avaliar o perigo.
Bebé perto de frascos de detergente

Objectos perigosos

As crianças pequenas não têm capacidade para avaliar o perigo, pelo que qualquer objecto que encontram em casa pode transformar-se num brinquedo muito interessante.

Botões, tampas e rolhas de garrafas, moedas, pregos pequenos, parafusos e até brinquedos com peças demasiado pequenas são uma atracção irresistível para crianças até aos 3 anos, que gostam de levar tudo à boca. Mas consistem um grande perigo, pois as crianças podem engasgar-se e até sufocar.

Causas dos acidentes domésticos

Sabia, por exemplo, que as quedas são a principal causa de acidentes domésticos com crianças? Seguem-se os cortes, as queimaduras e as intoxicações.

Atitudes que podem salvar

Não se limite a proibir as crianças de fazerem isto ou aquilo; deve procurar ensiná-las e alertá-las para os riscos que certos actos envolvem, para que elas possam desenvolver a noção do que é o perigo e do que são comportamentos perigosos. Mesmo quando as crianças são pequenas e a explicação requer muita paciência.

E, sobretudo, dê o exemplo: as crianças imitam os adultos.

Sempre que necessário, explique à criança porque é que as suas acções lhe são permitidas a si e a ela não, apontando razões de idade, capacidade, responsabilidade, segurança, etc.

Cuidados com medicamentos

  • Todos os medicamentos devem ser guardados fora do alcance das crianças, em lugares altos e, de preferência, em armários ou caixas bem fechadas;
  • Não tome, nem dê medicamentos sem prescrição ou orientação médica;
  • Não deixe os seus medicamentos ao alcance das crianças e, de preferência, não os tome à frente delas, pois estas tendem a imitá-lo;
  • Não use remédios cujo prazo de validade já expirou ou cujas embalagens estão deterioradas. Junte-os e entregue-os na farmácia mais próxima.

Cuidados com escadas

  • As escadas devem ter um corrimão de apoio e o piso não deve ser liso (escorregadio);
  • Se tem crianças pequenas, principalmente se estão na fase de gatinhar ou a começar a andar, coloque protecções e barreiras (portões) em todos os acessos da casa às escadas;
  • Não se esqueça de fechar as protecções e barreiras dos acessos às escadas depois de passar. Um portão mal fechado é como se não existisse.

Cuidados com janelas e varandas

Coloque grades ou redes de protecção em todas as janelas e varandas. São as únicas formas de evitar acidentes graves em apartamentos. Uma porta ou uma janela aberta representam um grande perigo. Há muitas quedas de crianças em consequência de janelas e portas abertas.

Cuidados com piscinas, lagos, lagoas e até na praia

  • Nunca deixe a criança sozinha perto de uma piscina, mesmo que esta seja própria para ela;
  • Nunca deixe uma criança sozinha na piscina, seja em que circunstância for. Muitos afogamentos de crianças até aos 4 anos ocorrem porque os adultos se ausentam por “um minuto”, para atender o telefone, ir buscar o lanche, etc.
  • Esteja atento às brincadeiras das crianças na água;
  • Coloque braçadeiras ou coletes às crianças que não sabem nadar, mesmo quando elas estão a brincar ao pé da piscina. Se escorregarem e caírem para dentro da água estarão mais protegidas;
  • Se tem piscina em casa, coloque uma vedação ou tela de protecção à volta, de forma a impedir que a criança tenha acesso à água.

Cuidados na cozinha 

  • Não deixe crianças sozinhas na cozinha;
  • Guarde facas e objectos cortantes em locais pouco acessíveis;
  • Não deixe tachos e panelas ao lume sem ninguém na cozinha e tenha especial cuidado com líquidos quentes, como sopa ou água a ferver, já que queimaduras com líquidos quentes são frequentes em crianças;
  • Não deixe os bicos do fogão ligados quando acaba de cozinhar;
  • Vire os cabos das frigideiras para o interior do fogão, para evitar que as crianças tentem pegar-lhes;
  • Pode remover os botões do fogão quando este não estiver em uso;
  • Guarde bem os fósforos, pois as crianças não têm medo do fogo e certas brincadeiras podem provocar incêndios;
  • Torradeiras, bules, garrafas térmicas e outros equipamentos devem ser mantidos fora do alcance das crianças;
  • Cuidado ao utilizar panelas de pressão. Cumpra sempre as indicações do fabricante;
  • Tenha cuidado na utilização do gás no fogão. Acenda o fósforo antes de abrir o gás. Se o seu fogão tiver acendedor eléctrico, acenda primeiro o gás, no mínimo, e só então accione o acendedor;
  • Quando acender o forno, coloque-se de lado e não em frente do fogão;
  • Use apenas toalhas, aventais e panos de tecidos naturais. Evite usar roupa de tecidos sintéticos e aventais de plástico quando está a cozinhar;
  • Na utilização do microondas não cubra alimentos com papéis metalizados nem coloque, no seu interior, louças com decoração prateada ou dourados (causam faíscas).

Cuidados com produtos de limpeza e outros produtos tóxicos

  • Seja na cozinha, dispensa ou em qualquer outra divisão da casa ou no jardim, guarde estes produtos em locais inacessíveis a crianças e a animais;
  • Há fechos e protectores (inclusive cadeados) que impedem a abertura de armários e gavetas da cozinha ou de outros locais;
  • São produtos tóxicos, muitas vezes até inflamáveis e, a sua ingestão ou inalação pode ter consequências graves ou até fatais;
  • Nunca coloque detergentes, lixívia, insecticidas ou pesticidas em garrafas de água de plástico já usadas, porque as crianças podem ingerir o produto pensando ser água, resultando num acidente com grande gravidade.

Cuidados com electricidade e tomadas

  • Se possível, todas as tomadas devem ter ligação terra;
  • Instale protectores adequados em todas as tomadas da casa, para evitar choques eléctricos;
  • Esteja sempre alerta, pois uma tomada tem uma atracção especial para as crianças que estão na fase de gatinhar ou até um pouco mais crescidas, parecendo os locais ideais para tentarem enfiar os dedos e os mais variados objectos.

Cuidados com objectos pontiagudos ou cortantes

Facas, tesouras, chaves-de-fendas e outros objectos perfuradores nunca devem ser dados às crianças para elas brincarem. Mantenha esses objectos em locais fechados e a que a criança não tenha acesso.

Cuidados com a tábua e o ferro de engomar

  • Nunca deixe o ferro ligado com o fio desenrolado e ao alcance das crianças. Além da alta temperatura, é perigoso pelo seu peso e pela ligação à electricidade;
  • Evite o uso de tábuas de passar roupa que possam ser puxadas para baixo.

Cuidados com armas

  • Não tenha armas em casa. Se tiver, arrume-as ou guarde-as longe do alcance das crianças;
  • Nunca tenha as armas carregadas em casa;
  • Nunca deixe as munições junto à arma. Guarde-as em local seguro e inacessível às crianças.

Outros riscos

  • Nunca deixe bebidas alcoólicas ao alcance de crianças;
  • Procure ajuda médica, se o seu filho engolir uma substância não alimentar;
  • Anote os números dos telefones do seu pediatra, do hospital, dos centros de envenenamento e de outros centros de ajuda em local bem visível (por exemplo, ao pé do telefone);
  • Leia atentamente os rótulos das embalagens antes de usar qualquer produto;
  • Ensine as crianças a não aceitarem bebidas, comida, doces que lhes sejam oferecidos por adultos que não conhecem;
  • Não deixe que crianças com idade inferior a 10 anos andem sozinhas de elevador.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Entrevista
Prurido intenso, sensação de ardor, perturbação do sono e irritabilidade são os principais sintomas

O que é a Dermatite Atópica e qual o seu impacto na vida dos doentes?

A Dermatite Atópica, também conhecida como Eczema Atópico, é a doença inflamatória crónica cutânea mais comum e é caracterizada por uma pele muito seca que apresenta frequentemente inflamação e um intenso prurido. Quando persiste no adulto tende a ser mais grave.

Quais as causas desta doença inflamatória? E qual a faixa etária mais afetada?

A dermatite atópica parece resultar da interação de fatores genéticos (muitos doentes quando nascem já estão predispostos para ter uma pele mais frágil e sensível, com tendência a desenvolver reações exageradas contra compostos inócuos do meio ambiente- a alergia) e ambientais (exposição a poluição atmosférica, fumo de tabaco, menos exposição aos microrganismos protetores que existem no solo das áreas verdes e rurais).

Pode afetar todas as idades, mas o início da doença é mais frequente no grupo etário abaixo dos 5 anos de idade. A prevalência da Dermatite Atópica na população em geral estima-se que seja de 2-5%, e cerca de 15% nas crianças e adolescentes.

Existe justificação para o facto de esta doença atingir sobretudo crianças?

Pensa-se que poderá estar relacionada com maior imaturidade da pele nesta faixa etária, produzindo menos substâncias que a impermeabilizam, permitindo um contacto precoce com alérgenos e bactérias invasoras que promovem a inflamação

Qual a sua relação com outras patologias como a asma?

A DA é habitualmente a primeira manifestação de doença alérgica precedendo o aparecimento de rinite ou asma alérgicas.

Quais os principais sintomas e complicações da Dermatite Atópica?

Prurido intenso, sensação de ardor, perturbação do sono, irritabilidade, perturbação da imagem social, perturbação da qualidade de vida podendo nos casos mais graves condicionar sentimentos depressivos e de ansiedade.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é essencialmente clinico-manifestações cutâneas sugestivas em localizações típicas e que variam de acordo com a idade: no lactente as lesões cutâneas atingem a face, tronco e abdómen, na criança e adolescente as pregas cutâneas nos braços e atrás dos joelhos, atrás das orelhas e dobra do pescoço, no adulto as mãos, nuca, também as pregas podendo ser generalizadas. A comprovação de atopia ou alergia com a realização de testes cutâneos alergológicos e outras manifestações como rinite, asma ou alergia alimentar também apoiam o diagnóstico. É importante fazer o diagnóstico diferencial com outras doenças de pele como a psoríase ou dermatite seborreica.

Qual o seu tratamento? Quais as opções terapêuticas disponíveis?

Em primeiro lugar fomentar a restauração da barreira cutânea com cremes específicos, em segundo lugar a utilização de cremes com corticoides e outros compostos semelhantes que têm por objetivo desinflamar a pele. Nos casos mais graves é necessária medicação mais abrangente (sistémica) sob a forma de comprimidos imunosupressores.

Recentemente têm surgido novos medicamentos de utilização apenas hospitalar que parecem ser promissores porque poderão atuar de forma mais específica na desregulação do sistema imunológico que caracteriza a dermatite atópica. 

A Dermatite Atópica pode ser prevenida?

Pensa-se que a aplicação de cremes protetores da barreira cutânea possa prevenir o desenvolvimento da dermatite atópica em crianças de risco (história familiar de doença alérgica significativa) mas é um conceito ainda em estudo. A menor exposição a poluição atmosférica, fumo de tabaco, e a maior exposição aos microrganismos protetores que existem no solo das áreas verdes e rurais parece se protetora para o desenvolvimento das doenças alérgicas em geral e também da dermatite atópica.

Por que motivo esta doença continua a ser subvalorizada?

Porque até há bem pouco a sua fisiopatologia era pouco conhecida, por outro lado era menos frequente e menos grave. Com o aumento significativo das doenças alérgicas nos países em vias de desenvolvimento a dermatite atópica passou a ser vista não apenas como uma doença cutânea, mas parte de uma processo mais abrangente conhecido como a marcha alérgica. 

Que mensagem importa reforçar quanto a esta matéria?

A Dermatite atópica pode ter um impacto significativo na qualidade dos doentes e suas famílias e por isso não deve ser subvalorizada. Devido à importância que a alergia pode desempenhar na Dermatite Atópica, é indispensável que seja feito um diagnóstico preciso e que haja seguimento por um médico especialista nesta área.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Debater e delinear estratégias
Lisboa vai debater questões relacionadas com a saúde mental, num evento que terá lugar no Fórum Lisboa, nos dias 26 e 27 de...

Segundo uma nota enviada à agência Lusa, o 1.º Fórum de Saúde Mental, organizado pela Câmara Municipal de Lisboa, através do pelouro da Educação e dos Direitos Sociais, pretende “não só congregar o maior número de especialistas possível, com o máximo de multidisciplinaridade, como de decisores políticos e jornalistas, no sentido de fazer um exame crítico ao estado atual das políticas públicas de saúde na área da saúde mental e, com base nisso, ter sustentação para se desenharem possíveis planos de ação”.

Citado no comunicado, o vereador Manuel Grilo (BE), que substituiu Ricardo Robles no executivo da Câmara Municipal, afirma que o evento visa “dar visibilidade a este tema, que tem sido esquecido, convocando a comunidade para debater, delinear estratégias conjuntas com os vários parceiros, contribuindo ativamente para a implementação do Plano Nacional de Saúde Mental”.

O autarca acrescenta que “o município, dentro das suas competências locais, pretende dar o mote para o desenvolvimento e apoio de medidas na área da saúde mental na capital, a divulgar no encerramento do Fórum”.

A sala permite albergar um total de 700 pessoas, sendo que o evento já conta com 500 inscrições.

 

São precisos mais profissionais
O professor catedrático da Universidade do Porto Félix Carvalho é o primeiro português a presidir à federação EUROTOX de...

Em declarações à Lusa, o mais recente presidente da Federação dos Toxicologistas Europeus e das Sociedades Europeias de Toxicologia (EUROTOX) afirmou serem necessárias, tanto em Portugal como nos restantes países europeus, formações e cursos da área de toxicologia, isto porque “são muito bons, mas poucos” os peritos que atualmente existem no nosso país.

“Em Portugal existem faculdades que ensinam toxicologia, mas apenas como unidades curriculares, não há propriamente uma formação de toxicologistas. Não basta a frequência destas unidades curriculares é necessária a frequência em cursos especializados, em que no final o investigador esteja em condições de ser considerado perito. Faltam-nos muitos peritos nesta área em Portugal”, contou o professor da Faculdade de Farmácia.

Depois de ter exercido funções como Secretário Geral, entre 2012 e 2018, o professor catedrático foi eleito o primeiro português presidente da sociedade, durante o 54.º Congresso da EUROTOX, que decorreu em Bruxelas, de 02 a 05 de setembro.

Segundo Félix Carvalho, esta nomeação vai permitir “ter uma voz mais ativa junto das universidades” relativamente a questões “fundamentais” como a segurança dos alimentos, dos medicamentos e dos agentes químicos que diariamente são colocados no mercado.

“Precisamos de ter pessoas com conhecimento de causa, e para isso é necessário aumentarmos a educação em toxicologia”, frisou.

Para Félix Carvalho, “os constantes desafios” que se colocam aos especialistas com os novos compostos que são postos à venda no mercado, estão a tornar a toxicologia “cada vez mais necessária”.

“A toxicologia terá sempre um papel fundamental que é o de assegurar a promoção da segurança do homem, dos animais e do ambiente, isto é, da saúde global”, acrescentou o professor catedrático da Universidade do Porto.

 

Setor privado está a influenciar os consumidores
Os produtos saudáveis estão “a perder a guerra para serem apetecíveis”, em comparação com os produtos de má qualidade que...

O diretor executivo da Aliança Mundial para Melhorar a Nutrição (GAIN, na sigla em inglês) falava numa conferência em Roma.

Haddad considerou que o setor privado está a influenciar os consumidores com mensagens que pretendem criar aspirações e emoções a partir do consumo de produtos não saudáveis, enquanto o setor público não convence de igual forma sobre a necessidade de uma boa alimentação.

Comparou os mil milhões de dólares que investiram em publicidade, em 2016, as multinacionais norte-americanas Hershey (de chocolate) e General Mills (cereais, gelados e outros), com apenas 50 milhões destinados dois anos antes à ajuda global para fomentar dietas que previnam doenças não transmissíveis.

O perito recomendou aos governos para “criarem apelo para alimentos nutritivos” e procurarem sócios privados que colaborem na luta contra a má nutrição.

Estima-se que uma em cada três pessoas no mundo sofre de diferentes formas de má nutrição – fome aguda, carência de micronutrientes, excesso de peso e obesidade – e que, se nada for feito, poderá ser afetada uma em cada duas pessoas em 2030.

O facto de as “dietas pobres” contribuem para seis dos 10 principais fatores de doença na Índia e para cinco em Itália mostra que têm um impacto semelhante na maioria dos países.

Em todos esses casos, o denominador comum é “o consumo inadequado de alimentos”, apontou Haddad, sublinhando que as empresas “são parte do problema, mas também da solução”, pelo que há que dialogar com estas para alterarem o modelo de negócio e sejam mais responsáveis.

Segundo informação da fundação Acesso à Nutrição, dos mais de 20.000 produtos analisados nas 22 maiores companhias de alimentos e bebidas do mundo, 32% foram catalogados como “sãos”, apesar de apenas 14% cumprirem padrões internacionais para venda a menores.

“O ambiente dos sistemas alimentares não está a facilitar-nos na hora de tomar decisões inteligentes” em matéria de dieta, disse Haddad, reclamando uma alteração das normas sobre as etiquetas, impostos ou ementas escolares considerando “o que funciona”.

Citou estudos de acordo com os quais o consumo diário de cinco peças de fruta e verdura custa até 52% das despesas da casa em alguns países, no meio de uma tendência de encarecimento desses alimentos e de embaratecimento dos que contêm alto teor de gordura e açucares.

Cirurgia inédita
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) realizou o seu primeiro implante auditivo osteointegrado, que permite uma...

"Este tipo de implantes vem suprimir necessidades, sobretudo na área pediátrica, permitindo solucionar casos de surdez causada por malformações ou infeções crónicas do ouvido externo e médio", explicou o diretor do Serviço de Otorrinolaringologia, Luís Filipe Silva, citado num comunicado do CHUC enviado à agência Lusa.

A intervenção permite manter o ouvido interno e o nervo auditivo, sendo utilizada em doentes que não possuem surdez profunda causada por anomalias do ouvido interno.

O primeiro implante foi colocado hoje numa intervenção realizada no Hospital Pediátrico.

"O Serviço de Otorrinolaringologia do CHUC prossegue o objetivo estratégico de responder a todo o tipo de implantes auditivos, beneficiando da experiência de uma equipa com mais de 30 anos de prática no campo dos implantes cocleares", salienta o comunicado.

O CHUC já realizou mais de mil implantes cocleares para os casos de surdez profunda, que se fazem em Coimbra desde 1985.

 

Resistência antimicrobiana
O Parlamento Europeu (PE) apelou à redução do consumo de antibióticos na União Europeia, de modo a limitar o desenvolvimento de...

Com uma larga maioria de 589 votos a favor, e apenas 12 contra, os eurodeputados, reunidos em sessão plenária em Estrasburgo (França), aprovaram um texto não vinculativo que insta a Comissão Europeia e o Conselho Europeu (Estados-membros) a “limitar a venda de antibióticos por parte dos profissionais de saúde […], e a suprimir toda a incitação – financeira ou de outro tipo – à prescrição de antibióticos”.

O documento recomenda a difusão de mensagens de sensibilização para “promover uma mudança de atitude que conduza a uma utilização responsável dos antibióticos”, e para “encorajar os pacientes […] a respeitar as recomendações prescritas pelos profissionais médicos”.

O PE considera ainda que as instâncias comunitárias devem intensificar os esforços para melhor recolher e transmitir dados de casos de resistência aos antibióticos e que devem criar incentivos para a investigação de novas substâncias alternativas.

“Se nada for feito, a resistência antimicrobiana pode causar mais mortes do que o cancro, de agora a 2050”, preconiza a relatora do texto, a eurodeputada austríaca Karin Kadenbach, que pede uma abordagem “holística” da saúde humana e animal.

A resistência aos antibióticos, causada principalmente pelo uso excessivo em humanos e animais, é responsável por cerca de 25.000 mortes anuais na União Europeia, de acordo com o PE.

 

Estado do tempo
Quatro distritos do continente e a ilha da Madeira estão hoje em risco muito elevado de exposição à radiação ultravioleta (UV),...

Em risco muito elevado estão os distritos de Vila Real, Setúbal, Beja e Faro, no continente, e a ilha da Madeira.

Os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Viseu, Bragança, Coimbra, Guarda, Leiria, Castelo Branco, Santarém, Lisboa, Portalegre, Évora, no continente, as ilhas do Porto Santo, Ponta Delgada, Terceira, Flores e Faial, nos Açores, estão com níveis elevados.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda a utilização de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol, protetor solar e evitar a exposição das crianças ao Sol.

O índice ultravioleta varia entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O cálculo é feito com base nos valores observados às 13:00 em cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

 

 

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