Mais de 560 camas
O Governo aprovou em Conselho de Ministros o apoio financeiro a conceder para a construção do futuro Hospital Central da...

Segundo o comunicado divulgado após a reunião do Conselho de Ministros, a resolução aprovada "assegura o apoio financeiro à construção e fiscalização da empreitada, bem como à aquisição de equipamento médico e hospitalar estrutural do futuro Hospital Central da Madeira".

O Governo sublinha que o apoio financeiro "está de acordo com a programação prevista no quadro dos projetos plurianuais e é determinado em cooperação com o Governo da Região Autónoma da Madeira, no respeito pelo princípio da solidariedade nacional e nos termos da Lei das Finanças das Regiões Autónomas, salvaguardando o interesse público".

"O apoio a prestar corresponde a 50% da despesa relativa à obra de construção do Hospital Central da Madeira, até um montante de 132ME, e será disponibilizado à medida que os trabalhos estejam em condições de ser pagos", lê-se no comunicado.

O projeto, avaliado no total em 340 milhões de euros, gerou nos últimos anos muita polémica, inclusive pelo parecer desfavorável a uma primeira candidatura a Projeto de Interesse Comum dado pelo Conselho de Acompanhamento das Políticas Financeiras.

A decisão do Conselho de Ministros é o culminar de um processo que resulta de uma segunda entrega pelo Governo da Madeira, em junho de 2018, de documentação necessária para que pudesse ser considerado como Projeto de Interesse Comum e o concurso fosse lançado ainda este ano.

Na altura, o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, disse que o executivo "correspondeu às recomendações do Governo da República, em decisão de 02 julho de 2010, em que aconselhava a Madeira a candidatar o novo hospital ou tentando preencher todos os requisitos que o classificam como Projeto de Interesse Comum".

"Foi isso que a região fez e hoje [29 de julho de 2018], pela segunda vez, entregou este Projeto de Interesse Comum para a construção do novo hospital", salientou, após uma reunião em Lisboa, no Ministério das Finanças, tendo o ofício sido apresentado também ao ministro da Saúde, Alberto Campos Fernandes.

A legislação define como Projetos de Interesse Comum os que são "promovidos por razões de interesse ou estratégia nacional e ainda os suscetíveis de produzir efeito económico positivo para o conjunto da economia nacional".

São também consideradas a "diminuição dos custos de insularidade" ou a "relevância especial nas áreas sociais, ambientais, do desenvolvimento das novas tecnologias, dos transportes e das comunicações".

O novo Hospital Central da Madeira está previsto para a zona de Santa Quitéria, nos arredores da cidade do Funchal, abrangendo uma área na ordem dos 170 mil metros quadrados, incluindo estacionamentos, e com uma capacidade superior a 560 camas.

Organizações
Mais de metade dos países do mundo não vai cumprir a meta de redução da mortalidade precoce por doenças não transmissíveis...

A Aliança das Doenças Não Transmissíveis, da qual faz parte a associação portuguesa dos doentes diabéticos, lamenta os objetivos “vagos e pouco ambiciosos” da declaração política a ser adotada hoje na reunião das Nações Unidas para a prevenção e controlo das doenças transmissíveis.

“A manter-se a situação atual, mais de metade dos países de todo o mundo não vai conseguir alcançar a meta” de redução da mortalidade precoce (antes dos 70 anos). O objetivo é diminuir em um terço a taxa de mortalidade precoce por doenças não transmissíveis até 2030.

A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) é a única organização da sociedade civil portuguesa a participar hoje na reunião de alto nível das Nações Unidas para prevenir e controlar as doenças não transmissíveis.

Em declarações, o presidente da APDP indicou que os países deviam “ter ido mais longe” nos objetivos a traçar nesta declaração política, tendo sido essa a recomendação da Aliança das Doenças Não Transmissíveis.

Contudo, João Boavida considera que a declaração é “apenas genérica e de intenções”, sem concretização de medidas.

“Os estados membros não podem continuar a ignorar a ameaça séria que as doenças não transmissíveis representam para a sobrevivência e bem-estar de milhões de pessoas em todo o mundo”, indica a declaração emitida pela Aliança das Doenças Não Transmissíveis, a que a agência Lusa teve acesso.

Esta Aliança, em conjunto com organizações da sociedade civil de vários países, considera que os líderes mundiais estão a negligenciar o investimento nas doenças não transmissíveis.

“A declaração [política a assinar pelas Nações Unidas] é omissa em relação à aplicação de taxas, regulação e legislação, o que evidencia a influência das indústrias produtoras de bens de consumo que prejudicam a saúde”, exemplifica a Aliança.

Da parte da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, João Boavida considera que “continua a haver uma grande dificuldade de as Nações Unidas tomarem uma posição clara para chegar aos objetivos que estão traçados”.

Entre esses objetivos está a redução da mortalidade precoce – antes dos 70 anos –, meta que deve ser alcançada através da prevenção e controlo de doenças não transmissíveis, como as doenças cerebrocardiovasculares, o cancro ou a diabetes.

João Boavida lembra que era fundamental traçar na declaração objetivos para que os países trabalhassem em conjunto para reduzir os custos dos medicamentos e aumentar ou melhorar a acessibilidade aos tratamentos.

“Há novos fármacos [para as várias doenças não transmissíveis] a preços obscenos e vão corresponder a uma enorme pressão sobre os serviços de saúde e vão criar desigualdades de acesso”, sublinhou.

Setembro, Mês de Sensibilização para as Doenças Malignas do Sangue
No final daquele que é o mês de Sensibilização para as Doenças Malignas do Sangue, a Associação Portuguesa de Leucemias e...

A centena de doentes que participaram no programa deste ano tinham entre 25 e mais de 65 anos de idade e estiveram em contacto com várias atividades que lhes proporcionaram momentos de interação e informação sobre a saúde e as melhores formas de compreender e combater a sua doença, como programas de exercício, recuperação física e programas de horticultura e culinária. Estes momentos contaram com a participação de doentes e profissionais de saúde de diferentes especialidades, o que lhes permitiu o contacto com mais ferramentas para a autogestão da sua doença.

A presidente da a Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL), Isabel Barbosa avança que para a associação “foi um resultado muito relevante para nós. Temos a certeza que estamos a marcar positivamente a vida destes doentes, especialmente tendo em conta os mais recentes dados do relatório do Lymphoma Coalition (Coligação do Linfoma), que mostram que quanto mais os doentes estiverem ativamente envolvidos e informados, mais e melhores são os resultados na melhoria da sua qualidade de vida e autogestão da sua doença. Estas pessoas vão ter mais sucesso a gerir a sua própria doença, bem como o seu tratamento, o que leva a melhorias consideráveis na possibilidade de cura ou melhoria da sua condição de saúde.”

A partir de setembro novas atividades passam a estar disponíveis para os doentes, nomeadamente a visita a uma horta biológica, na qual podem identificar os alimentos e temperos que mais podem beneficiá-los. Em outubro terá início a iniciativa “Roda de Conversa” que vai permitir juntar doentes e profissionais de saúde de várias áreas, como a psicologia, farmácia e oncologia, em sessões nas quais  vão poder falar sobre a sua doença e receber informação útil para a acompanharem, encarando-a positivamente. Para além desta sessão, a associação está também a trabalhar no desenvolvimento de webinars para proporcionarem a literacia na saúde destes doentes e se poder falar sobre as várias particularidades das doenças oncológicas do sangue e outras áreas que impactem a saúde e qualidade de vida dos doentes, tais como os direitos dos doentes oncológicos e impacto das doenças malignas do sangue.

“Fazemos um balanço muito positivo do projeto Viver +. Houve uma grande adesão por parte dos doentes para participação nas atividades, maior do que aquela que estávamos à espera. Estamos gratos aos profissionais e voluntários dedicados a proporcionar estas boas experiências aos doentes que nos procuram, o que realça a importância do papel das associações de doentes.” completa Isabel Barbosa.

Até ao final do ano estará disponível um guião para os doentes oncológicos, com informação essencial para ajudá-los nos dia a dia e as dúvidas que possam surgir. O projeto Viver + recebeu em 2018 um prémio monetário da biofarmacêutica Celgene, integrado no Change Makers, o programa internacional de responsabilidade social da companhia que visa reconhecer iniciativas centradas nas pessoas com doença oncológica e, assim, possibilitou a continuidade das atividades desenvolvidas e que terão continuação até ao final do ano.

 

Oncologia
O Instituto Português de Oncologia do Porto integra uma rede de estudos científicos no domínio dos dados reais (RWE) com o...

Ao firmar uma parceria com o European Oncology Evidence Network – Rede de Dados de Oncologia Europeia (E-OEN) para integrar uma rede de estudos científicos no domínio dos dados reais em conjunto com os principais centros de oncologia da Europa, o Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto vai poder analisar resultados com dados reais e aplicar melhorias no tratamento dos doentes, sustentou, em comunicado.

“O objetivo passa por aumentar a qualidade dos cuidados de saúde que se presta aos doentes através de projetos de investigação que possam trazer melhores resultados em saúde e mais eficiência”, frisou.

No futuro, além da disponibilização de mais e melhor conhecimento sobre os resultados, será possível usar a RWE para envolver mais doentes nos processos de decisão e desenvolver competências em Portugal na área de `data science´ (ciência de dados) aplicado em saúde.

O instituto de oncologia foi selecionado após uma auditoria técnica realizada em 2017, em que a E-OEN conclui que reunia todas as competências necessárias para integrar esta rede internacional, nomeadamente ao nível do sistema organizativo, da qualidade dos registos clínicos, da gestão da informação e dos sistemas que a apoiam (sistema de informação hospitalar, o processo clínico eletrónico e o Vision) e do seu modelo operacional.

A análise de controlo de gestão e de custos em saúde já é realizada pelo IPO do Porto através do “Outcomes Research Lab”, um departamento do Instituto que analisa gestão de custos versus resultados para os doentes.

“O potencial do RWE em gerar valor para os doentes e para os sistemas de saúde é contingente à capacidade de acesso a base de dados de qualidade, diversificada e extensa”, explicou o presidente do IPO do Porto, Laranja Pontes, citado na nota.

O responsável acrescenta que “o desenho de estudos multicêntricos ou de `benchmarking´ [avaliação comparativa] depende da capacidade de organização de estabelecer processos de medida que estão disponíveis em redes colaborativas como esta”.

A E-OEN, coordenada pela IQVIA – multinacional americana que atende às indústrias combinadas de tecnologias de informação em saúde e pesquisa clínica -, é uma rede colaborativa de alguns dos principais centros de oncologia da Europa que pretende realizar estudos científicos no domínio dos dados reais.

 

Associação Portuguesa de Hospitalização Privada
Os hospitais privados aceitaram a proposta do ministro da Saúde para negociar com a ADSE, até 31 de dezembro, as normas do...

Com esta decisão fica “suspensa, até obtenção de um eventual acordo, a aplicação de ajustamentos aos procedimentos em vigor”, afirma a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) em comunicado.

Esta decisão foi tomada na quarta-feira pelos hospitais privados, que decidiram retomar a assembleia-geral que tinham suspendido no passado dia 12, “para abordar em exclusivo a relação com a ADSE, tendo aprovado a atribuição de um mandato à direção da APHP” para “aceitar formalmente a proposta do ministro da Saúde e negociar com o conselho diretivo da ADSE, até 31 de dezembro, as normas do regime convencionado da ADSE”.

A APHP ficou assim mandatada para “reencetar as negociações e desenvolver todos os esforços” para encontrar “um acordo no qual se fixem normas do regime convencionado da ADSE que confiram a todas as partes envolvidas maior previsibilidade, nomeadamente disponibilidade para fixar preços de medicamentos e de próteses intraoperatórias e, consequentemente, a necessária revisão de alguns preços relacionados com a urgência, o internamento e o bloco operatório e a eliminação da norma das ‘regularizações’”, sublinha.

A associação reitera a necessidade de cumprimento do diploma de 10 de maio, que “estabelece o prazo de pagamento de 60 dias e que, aliás, deixa explícito que o diploma se sobrepõe à vontade das partes”.

Os hospitais privados salientaram a necessidade de ativar o grupo de trabalho conjunto entre a ADSE e a APHP, já proposto há longos meses, com o objetivo de ultrapassar as questões operacionais que se colocam, por exemplo em relação às devoluções de faturação.

Os hospitais privados portugueses reafirmam “o seu total compromisso” para com os beneficiários da ADSE relativamente ao acesso “a uma medicina de qualidade, razão última pela qual estes têm depositado até hoje a sua confiança”.

Relatório revela
A prevalência do consumo de álcool entre jovens continua alta, apesar de ter reduzido entre 2002 e 2014. Os rapazes consomem...

Quando é que teve a sua primeira bebedeira? Para muitos dos jovens entrevistados em 2014 — 7% das raparigas e 9% dos rapazes—, isso aconteceu aos 13 anos ou ainda mais cedo. Além disso, um quarto dos rapazes e um quinto das raparigas disse ter estado bêbado duas ou mais vezes até aos 15 anos. Estes números continuam a ser preocupantes, apesar de, em termos globais, o consumo de álcool entre adolescentes ter diminuído de 2002 para 2014. Estes dados foram divulgados esta quarta-feira num relatório da Região Europeia da Organização Mundial de Saúde (OMS/Europa).

Em 2002, 46% dos jovens de 15 anos entrevistados em 36 países da OMS/Europa tinham começado a consumir álcool aos 13 anos ou ainda antes, escreve o Observador. Uma percentagem que diminuiu para 28%, em 2014, sendo a frequência mais baixa nas raparigas (25%) do que nos rapazes (31%). O relatório refere que o consumo de álcool entre jovens continua a ser comum em muitos países e regiões, isto apesar de, em 12 anos, ter havido uma diminuição do número de bebedeiras, do uso de múltiplas bebidas alcoólicas e na idade de início do consumo.

Os jovens são consumidores regulares de álcool numa idade em que não deveriam beber de todo”, disse Zsuzsanna Jakab, diretora da OMS/Europa. “Como sabemos que qualquer consumo de álcool neste período crítico do desenvolvimento é particularmente prejudicial, os decisores políticos têm a responsabilidade de implementar medidas que sabemos serem eficazes, como limitar o acesso, fazer cumprir as verificações de idade e restringir qualquer tipo de publicidade ao álcool, incluindo marketing digital.”

Em Portugal, é proibida a venda de qualquer bebida alcoólica a menores de 18 anos. A primeira lei de restrição de venda a menores (que ainda permitia a venda de bebidas não espirituosas a maiores de 16 anos) entrou em vigor em 2013, medidas que não tiveram impacto no relatório agora publicado. Outras medidas incluem a proibição da venda de álcool em cantinas, postos de venda automática e em determinadas estações de serviço entre a meia-noite e as 8 horas, e o aumento dos impostos sobre o álcool.

Portugal entre os países com menor consumo de álcool entre jovens
Quando comparado com os restantes países da OMS/Europa, Portugal estava entre os países onde uma menor percentagem de raparigas (4%) consumia álcool semanalmente, a par de países como Islândia (2%), Finlândia, Irlanda, Noruega, Suécia (3%) e Letónia (4%). Já os rapazes, consomem, tendencialmente, mais álcool semanalmente do que as raparigas — em Portugal, 11%.

Os jovens portugueses tendem a consumir mais cerveja (5,3%, em termos globais) do que vinho: 1,4% nos rapazes, 0% para as raparigas. Já as bebidas espirituosas agradam a 4,1% dos jovens. Em qualquer, dos casos, o consumo entre rapazes é maior do que entre raparigas.

Mesmo com consumos baixos, cerca de 38% dos jovens portugueses iniciaram o consumo de álcool em idade precoce, com mais de 16% a ter-se embebedado duas ou mais vezes até aos 16 anos, quando foram entrevistados.

Entre as motivações que levam os jovens a beber estão sobretudo questões sociais e emocionais: bebem para se divertirem e para conseguirem fazê-lo com os outros. Esta tendência é tanto maior quanto mais individualistas forem os países (como Reino Unido, Irlanda, Holanda ou Suíça), por oposição ao países considerados coletivistas, como Portugal e Espanha.

Os portugueses preferem vinho
Apesar de os jovens preferirem cerveja ao vinho, entre os portugueses em geral é o vinho que recolhe a preferência, com 61% — contra a cerveja, 26%. Uma tendência muito diferente daquela que se verifica a nível mundial, em que 45% do consumo de álcool corresponde a bebidas espirituosas, seguida da cerveja (34%) e só depois o vinho (12%). Os resultados foram divulgados no relatório global sobre álcool e saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado na semana passada.

Tal como nos jovens, o consumo de álcool é maior entre os indivíduos do sexo masculino do que em indivíduos do sexo feminino. Em 2016, os homens portugueses consumiram em média 25,1 litros de bebidas alcoólicas, contra 8,7 litros consumidos, em média, pelas mulheres. Também por aí se justifica que mais mulheres se abstenham totalmente de consumir álcool ou tenham deixado de consumir.

Todos os países podem fazer muito mais para reduzir os custos sociais e na saúde por causa do consumo prejudicial de álcool”, disse Vladimir Poznyak, coordenador da unidade de Gestão do Abuso de Substâncias da OMS. “Ações com custo-benefício comprovado incluem aumentar as taxas nas bebidas alcoólicas, proibições e restrições na publicidade ao álcool e restringir a disponibilidade física do álcool.”

Em termos globais, 27% dos jovens entre os 15 e os 19 anos é consumidora regular de bebidas alcoólicas, com a maior fatia deste grupo na Europa, à frente das Américas e do Pacífico Ocidental. O mesmo acontece com os consumos globais, a Europa continuava, em 2016, a ter o maior consumo per capita do mundo, apesar de ter reduzido 10% em relação a 2010.

O consumo de álcool faz com 237 milhões de homens e 46 milhões de mulheres sofra de problemas de saúde relacionados com o consumo, sendo a prevalência maior na região europeia, seguida das Américas. Globalmente, morreram três milhões de pessoas, em 2016, por motivos relacionados com o consumo de álcool. Uma parte dos dois mil milhões de pessoas que consomem álcool regularmente.

Estudo
Grupo de 11 doentes que fez tratamento experimental, depois de cessar terapia com antirretrovirais, ficou durante mais de 15...

Um pequeno grupo de doentes infetados com o VIH-1, da sida, que recebeu um novo tratamento experimental com dois anticorpos combinados, e sem medicação antirretroviral associada, durante dois ensaios clínicos distintos, permaneceu sem vestígios do vírus durante mais de 15 semanas seguidas. Alguns chegaram mesmo às 30 semanas.

Os resultados, escreve o Diário de Notícias, publicados em dois artigos nas revistas científicas Nature e Nature Medicine, são, segundo os próprios investigadores, "um passo importante" para futuras abordagens terapêuticas novas desta doença infecciosa, que afeta mais de 36 milhões de pessoas em todo o mundo.

Os artigos, que relatam os resultados de dois ensaios clínicos com os mesmos dois anticorpos, em dois grupos de doentes distintos, têm a assinatura comum de Michel Nussenzweig, da Universidade Rockfeller, em Nova Iorque, que liderou o trabalho que sai na Nature.

Foi aquele investigador, com a sua equipa, que desenvolveu, aliás, os dois anticorpos designados como amplamente neutralizantes, a partir de anticorpos que se sabia serem fundamentais para o combate à infeção do VIH em pessoas que, de forma espontânea, apresentam uma resposta imunitária mais eficaz contra o vírus.

Dois dos doentes que participaram no ensaio mantiveram-se sem vestígios do vírus no sangue nas 30 semanas seguintes.

No estudo publicado na Nature, os investigadores apresentam os resultados relativos a 15 participantes, aos quais foi administrada por três vezes, e a intervalos de três semanas, a combinação dos dois anticorpos, designados respetivamente por 3BNC117 e 10-1074, depois de terem cessado o tratamento com medicamentos antirretrovirais.

Dos 15 doentes, 11 completaram o ciclo de tratamento e, destes, nove mantiveram-se sem vestígios do vírus na circulação sanguínea durante uma média de 15 semanas. Dois deles mantiveram essa condição ao longo de 30 semanas. Nos outros dois doentes, a carga viral voltou a aumentar ao fim de 12 semanas.

Quanto aos resultados publicados na Nature Medicine, que dizem respeito a um grupo de sete doentes, eles apontam na mesma direção. Estes participantes, que apresentavam sinais de carga viral no sangue depois de terem cessado a medicação antirretroviral, receberam a combinação dos dois anticorpos entre uma e três tomas pelo período de um mês. Estes resultados demonstram a inexistência de efeitos secundários nos pacientes. Apenas alguns deles experimentaram uma fadiga ligeira, segundo os autores do estudo.

No caso destes doentes, a carga viral diminuiu muito por períodos entre três e 16 semanas, dependendo da carga viral inicial de cada doente.

"Um primeiro passo importante"
Ambos os estudos mostram que esta abordagem terapêutica é capaz de suprimir a carga viral detetável nestes doentes sem recurso a antirretrovirais, faltando agora fazer estudos mais prolongados, e com maior número de participantes, que já estão, aliás, a decorrer, conduzidos pela mesma equipa da Universidade de Rockefeller, e pelos National Institutes of Health dos Estados Unidos.

A combinação destes dois anticorpos já tinha sido testada com sucesso em primatas não humanos. Os resultados desse trabalho, publicados também na Nature Medicine, em abril deste ano, mostraram esta mesma eficácia na supressão da carga viral detetável na corrente sanguínea durante várias semanas após a administração do tratamento experimental.

Os resultados agora obtidos são mais um passo que parece decisivo para o desenvolvimento de novos tratamentos que não obriguem à toma diária dos antirretrovirais para manter a carga viral em níveis não detetáveis - a suspensão desse tratamento, que pode ocorrer por esquecimento, por exemplo, é um enorme risco, já que o vírus volta a replicar-se em maiores quantidades e pode mais facilmente tornar-se resistente à medicação.

Daí a importância de uma terapia que possa ser administrada mais espaçadamente no tempo. Como sublinha o diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, que integra os National Institutes of Health, Anthony Fauci, "um tratamento seguro e eficaz com anticorpos abriria novas possibilidades para as pessoas que vivem com o VIH".

Por isso, o responsável não tem dúvidas de que "estes [novos] estudos representam um primeiro passo importante para esse objetivo". Além disso, sublinha, "estabelecem que a combinação deste tipo de anticorpos contra o VIH consegue de forma segura suprimir o vírus em certos indivíduos e, aparentemente, sem o desenvolvimento de resistências por parte do vírus".

Estudo
Aumentar o consumo de fruta na infância é a principal meta da iniciativa escolar «Heróis da Fruta» lançada pela APCOI –...

74,9% das crianças entre os 2 e os 10 anos não cumpre a recomendação internacional da Organização Mundial de Saúde (OMS) para uma ingestão mínima de cinco porções de frutas e legumes diárias. Esta é uma das principais conclusões do primeiro estudo realizado pela primeira vez em parceria entre investigadores da Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI) e do Instituto de Saúde Ambiental (ISAMB) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), que analisou uma amostra de 12.764 alunos, no ano letivo 2017/2018.

O estudo também observou as diferenças entre os vários distritos e regiões relativamente à ingestão diária de fruta e legumes e as conclusões são ainda mais alarmantes: Bragança foi o distrito que apresentou a maior percentagem de crianças abaixo das recomendações com 96,7%, seguindo-se o distrito da Guarda com 91,9%, a Região Autónoma dos Açores com 86,6%, Madeira com 85,7%, Viana do Castelo com 82,1%, Vila Real com 81,5%, Santarém e Viseu com 80,4%, Coimbra com 78,6%, Portalegre e Setúbal com 78,1%, Porto com 77,5%, Braga com 74%, Aveiro com 73,1%, Lisboa com 68,1%, Leiria com 66,5%, Faro com 66,3%, Castelo Branco com 64,3%, Beja com 61,6% e por último Évora com 59,0% das crianças a não ingerir a dose diária suficiente de fruta e legumes.

«Heróis da Fruta» com sucesso comprovado na mudança de hábitos dos alunos
A equipa de investigadores da APCOI/ISAMB/FMUL, analisou também os efeitos da implementação da 7ª edição do projeto «Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável» nas alterações de hábitos alimentares dos alunos e concluiu que, globalmente, 41,9% das crianças aumentou o seu consumo diário de fruta após 12 semanas de participação no projeto.

Em todos os distritos e regiões verificou-se um aumento do consumo diário de porções de fruta após a implementação do projeto, tendo sido o distrito de Portalegre a registar a maior subida com uma percentagem de aumento de 60,5%. Seguindo-se Setúbal com um aumento de 57,6%, Viana do Castelo com 56,4%, Braga com 74,0%, o Viseu com 46,9%, Porto com 46,1%, Guarda com 43,1%, Coimbra com 41,5%, Faro com 41,2%, Vila Real com 39,0%, Lisboa com 37,8%, Castelo Branco com 37,6%, Aveiro com 37,4%, Leiria com 37,2%, Madeira com 36,2%, Bragança com 35,8%, Évora com 35,6%, Açores com 35,5%, Beja com 33,9% e finalmente Santarém com 29,8%.

Para Mário Silva, presidente e fundador da APCOI «Estes números vêm comprovar a importância do projeto Heróis da Fruta enquanto ferramenta de educação para a saúde. O sucesso desta fórmula vencedora é o seguinte: utiliza personagens com que as crianças se identificam combinados com desafios diários que nos ajudam a transmitir as mensagens e os comportamentos-modelo, e claro, recompensas capazes de manter os alunos e os professores motivados! Para este ano letivo que se inicia elevámos ainda mais essa fasquia, porque haverá prémios de participação para todas as crianças que serão enviados por correio para cada escola e ainda a oportunidade de mais crianças poderem contactar ao vivo com as mascotes do projeto, entre muitas novidades e surpresas. Para se candidatarem aos prémios, basta estarem inscritas e realizarem tarefas tão simples como por exemplo a leitura de um conto».

Depois de efetuar a inscrição no site www.heroisdafruta.com os professores e educadores recebem acesso aos materiais pedagógicos, sem qualquer custo. Mário Silva explicou tratar-se de «uma iniciativa chave-na-mão desenhada para crianças dos 2 aos 10 anos e que todos os professores de turmas 1º ciclo ou educadores de salas de pré-escolar poderão colocar em prática de forma muito simples e gratuita».

Métodos da Investigação
Esta investigação é pela primeira vez realizada em conjunto por investigadores da Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI) e do Instituto de Saúde Ambiental (ISAMB) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL)  e resulta da análise do inquérito junto dos alunos participantes na 7ª edição do projeto «Heróis da Fruta – Lanche Escolar Saudável» no ano letivo 2017/2018. A recolha de dados, através da aplicação de um questionário antes e depois das 12 semanas de intervenção do projeto, foi reportada pelos professores e conta com uma amostra global composta por 12.764 crianças com idades compreendidas entre os 2 e os 10 anos de 626 estabelecimentos de ensino distribuídas pelos 18 distritos continentais e das duas regiões autónomas: Açores e Madeira.

Nas próximas semanas serão divulgados publicamente mais resultados deste estudo sobre hábitos alimentares e estilos de vida das crianças portuguesas. O artigo final deste estudo será posteriormente submetido pelos investigadores para publicação em revista científica.

Inscrições para o ano letivo 2018/2019 abertas até 12 de outubro
As inscrições para a 8ª edição do projeto «Heróis da Fruta» dirigem-se a salas de ensino pré-escolar (a partir dos 2 anos) e turmas de 1º ciclo do ensino básico, mas também poderão inscrever-se bibliotecas escolares, ATL's, CATL's ou outras componentes de apoio familiar que reúnam o mesmo grupo de crianças diariamente, públicos ou privados, sendo apenas necessário um registo gratuito através do endereço www.heroisdafruta.com ou do telefone 214 866 045 até ao dia 12 de outubro de 2018.

Entrevista
O Cancro da Tiroide atinge, anualmente, cerca de 500 portugueses, no entanto, admite-se que uma perc

Estima-se que, todos os anos, surjam cerca de 500 casos de cancro na tiroide, no entanto, metade fica por diagnosticar. O que contribui para o subdiagnóstico desta patologia?

Cerca de 5% dos portugueses apresentam nódulos na tiroide e destes cerca de 10% são malignos. Contudo, a maior parte deles são de pequeno volume e não são visíveis nem palpáveis. Nem todas as pessoas estão atentas e conscientes da importância da tiroide, por vezes descurando o aumento do volume do pescoço ou a tumefacção (inchaço) cervical o que atrasa o diagnóstico.

Neste sentido, quais os tipos de cancro mais frequentes e seus principais sintomas?

O cancro da tiroide mais frequente é o carcinoma diferenciado da tiroide - carcinoma papilar e folicular –: o papilar representa 70-80% de todos os cancros da tiroide e o folicular 10-15%. O carcinoma medular da tiroide é menos frequente e aparece em cerca de 5-10% dos casos e o carcinoma anaplásico é muito raro estando presente em menos de 2% dos casos.

O cancro da tiroide pode ser completamente assintomático. Contudo, o aparecimento de uma tumefacção (inchaço) na parte anterior ou lateral do pescoço de crescimento rápido, dura e pouco móvel pode ser o primeiro sinal de cancro da tiroide. Mais ainda se esta se acompanhar de rouquidão ou dificuldade em engolir.

Que causas estão associadas ao desenvolvimento do cancro da tiroide?

Não se sabe bem porque é que o cancro da tiroide aparece. Pessoas com mais de 40 anos, com familiares com cancro da tiroide ou que foram submetidas a radiações, principalmente radioterapia da cabeça ou do pescoço, têm maior probabilidade de desenvolver um cancro da tiroide.

Como é feito o seu diagnóstico?

O diagnóstico é fácil e inicia-se com a palpação cuidadosa da tiroide que se localiza na face anterior do pescoço, seguindo-se a realização de uma ecografia, exame acessível, de baixo custo e sem riscos de radiação para a pessoa. A ecografia é o exame mais sensível que permite detetar e caracterizar os nódulos da tiroide. Quando estes apresentam algumas características ecográficas que possam fazer suspeitar de malignidade ou são de maior volume (>1,5 – 2cm) devem ser submetidos a uma punção aspirativa com uma agulha fina - são retiradas células que depois de coradas com reagentes específicos e observadas ao microscópio permitem classificar o nódulo como benigno ou maligno – cancro.

Alguns especialistas referem que o cancro da tiroide é o «melhor» cancro que se pode ter. Porquê? Qual a sua taxa de sobrevivência?

O carcinoma diferenciado da tiroide, que representa mais de 90% dos casos de cancro da tiroide, tem um prognóstico excelente e uma evolução lenta, por vezes arrastada ao longo de anos.

A mortalidade do carcinoma diferenciado da tiroide (papilar e folicular) é muito baixa (estima-se em 0,5 por 100.000 pessoas por ano). A maioria dos cancros é curável – mais de 80% cura após o primeiro tratamento, especialmente se de pequenas dimensões (menos de 2 cm) e sem gânglios metastizados no pescoço. Contudo se o cancro é de maior volume, se se insinua para fora da tiroide invadindo os tecidos adjacentes, se apresenta gânglios metastizados ou metástases à distância, a sua resposta ao tratamento está dependente da especificidade deste e do timing certo, pelo que deve ser efectuado por uma equipa multidisciplinar.

O carcinoma medular não tem tão bom prognóstico e o anaplásico tem muito mau prognóstico com uma sobrevida de 6-12 meses, contudo é muito raro.

Em que consiste o seu tratamento? E quais os cuidados a ter?

O tratamento inicial é cirúrgico e geralmente toda a glândula é retirada – tiroidectomia total, mas nalgumas circunstâncias pode ser suficiente retirar apenas metade desta - hemitiroidectomia. Quando na ecografia são detectados gânglios no pescoço suspeitos de conterem células malignas do cancro da tiroide – metástases, estes são também retirados na cirurgia.

Nalguns doentes apenas o tratamento cirúrgico é suficiente. Noutros casos é necessário fazer uma terapêutica com Iodo 131 (Iodo radioactivo) para eliminar restos de tumor que eventualmente tenham ficado no pescoço ou então gânglios metastizados. O Iodo é captado pelas células da tiroide e ao longo de alguns meses provoca a sua fibrose e morte.

Em circunstâncias especiais e muito raras poderá ser necessário realizar outros tratamentos médicos com fármacos que impedem a progressão do cancro.

Se toda a glândula tiver sido retirada na cirurgia não há mais produção de hormonas e, portanto, será necessário proceder à toma diária, em jejum, de um comprimido da hormona T4 (levotiroxina). No organismo é convertida em T3. É um tratamento simples e eficaz desde que na dose certa e é para toda a vida. A dose de levotiroxina deve ser ajustada periodicamente pelo médico especialista que acompanha o doente com cancro da tiroide, caso necessário, após a realização de análises.

A cirurgia apresenta riscos? Quanto ao tratamento hormonal, quais os efeitos secundários mais frequentes?

A cirurgia apresenta os mesmos riscos de qualquer outra cirurgia: infecção, hemorragia e complicações da cicatrização e outros riscos específicos. Ao lado da tiroide passam os nervos que vão para as cordas vocais, se estes forem inadvertidamente lesados durante a cirurgia o doente pode ficar rouco ou mesmo com dificuldade em falar ou em engolir. As glândulas que controlam a concentração de cálcio no sangue e que se denominam paratiróides são quatro e localizam-se 2 por cima e por trás da tiroide e 2 por baixo e por trás dos lobos da tiroide, são de pequeno volume (grão de arroz) e se forem retiradas ou danificadas durante a cirurgia, o doente operado pode necessitar de suplementos de cálcio temporariamente ou mesmo para o resto da vida.

O tratamento hormonal deve ser dado na dose certa para cada doente. Se a hormona da tiroide estiver em excesso o doente desenvolve um hipertiroidismo – pode apresentar agitação, palpitações, alterações do humor, aumento da sudorese, emagrecimento... Se dada em doses inferiores ás necessárias o doente fica com hipotiroidismo – sente cansaço, muito sono, edemas, apatia, depressão, pele seca e aumento de peso, entre outros sintomas.


De acordo com a especialista, a maioria dos cancros é curável. Mas temos de estar atentos.

Apesar de mais de 80% dos casos de cancro da tiroide ter um prognóstico positivo, quais as principais complicações associadas a estes tumores? Qual a importância da vigilância regular e, sobretudo, do diagnóstico precoce?

Mesmo com bom prognóstico é um cancro com possibilidade de recorrência tardia, nomeadamente aparecimento de metástases nos gânglios do pescoço ou noutros órgãos como osso e pulmão, daí a necessidade de um seguimento regular e específico por um clinico com experiência nesta patologia, ou mesmo por uma equipa multidisciplinar.

Um diagnóstico precoce e um tratamento especializado permitem conseguir curar este tumor rapidamente, por vezes só com o tratamento cirúrgico ou com cirurgia e uma dose baixa de Iodo radioativo.

Por que motivo as mulheres apresentam maior risco de desenvolver alterações na tiroide e, sobretudo, nódulos malignos?

As doenças endócrinas são mais frequentes nas mulheres e as doenças da tiroide, nomeadamente o cancro, obedecem à mesma regra. Pensa-se que as mulheres terão um ambiente hormonal mais propício ao aparecimento de doenças endócrinas e também por terem maior probabilidade de aparecimento de alterações do seu sistema imunológico apresentam mais doenças autoimunes da tiroide e alguns tipos de cancro.

No âmbito do Dia da Sensibilização para o cancro da Tiroide, e em jeito de conclusão, a que sinais devemos estar atentos e quais os principais conselhos?

Pessoas com mais de 40 anos com história familiar de cancro da tiroide ou que tenham sido submetidas a radiação da cabeça e pescoço devem vigiar periodicamente a tiroide.

Sempre que alguém note o aparecimento de uma tumefacção na face anterior do pescoço deve recorrer ao seu médico de forma a realizar uma ecografia da tiroide.

A tiroide é uma glândula fundamental ao funcionamento de todas as células, tecidos e órgãos do organismo. Reconhecer a sua importância como órgão vital e estar atento a sinais de doença como aparecimento de nódulos ou “inchaços” no pescoço levam a um diagnóstico e tratamento mais precoces do cancro.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
OE2019
O primeiro-ministro, António Costa, afastou ontem a possibilidade, reclamada pelo BE, de incluir no Orçamento do Estado para...

Afirmando estar de acordo quanto ao princípio e a “bondade da intenção” da criação de mecanismos de proteção para os cuidadores informais, António Costa argumentou que é preciso “medir o custo” e que, se no “ano zero” o plano custaria 120 milhões de euros, “quando atingir a velocidade de cruzeiro” serão 800 milhões de euros anuais.

António Costa respondia à deputada e coordenadora do BE, Catarina Martins, que, no debate quinzenal na Assembleia da República, questionou se “não é possível incluir” já no próximo Orçamento do Estado uma previsão para os mecanismos de proteção aos cuidadores informais.

“Há mais de 800 mil pessoas a trabalhar a cuidar dos seus familiares, o próprio Governo tem estudos que dizem que estas famílias estão na pobreza e muitas vezes no isolamento e em exaustão graves”, argumentou Catarina Martins, que invocou palavras do Presidente da República em defesa da existência de um estatuto do cuidador informal.

“Presumo que seja muito prematuro neste Orçamento do Estado ter concluída a avaliação do custo desta matéria. Registamos que existe um consenso político alargado, desde o Bloco de Esquerda até ao Presidente da República”, disse António Costa, assegurando que “não será o Governo a pôr-se de fora” desse consenso.

Contudo, “é fundamental que seja bem preparado e bem executado para que não frustre uma expectativa das famílias”, disse, acrescentando que ainda irá avaliar “a resposta certa que é saber quando é o ano zero” da aplicação daquelas medidas.

O primeiro-ministro sublinhou que o impacto financeiro das medidas sociais aprovadas no último ano e "sem inovar mais nada" representa já um "aumento de 1.100 milhões de euros nas prestações sociais aos portugueses".

"A preocupação principal é cumprir as expectativas criadas" pelas medidas já tomadas, acrescentou, exemplificando com a atualização das pensões.

Abrindo o primeiro debate quinzenal depois das férias, Catarina Martins questionou o primeiro-ministro sobre quando tenciona apresentar a proposta da nova Lei de Bases da Saúde, com António Costa a responder que “seguramente a tempo de cumprir o objetivo”, ou seja, de ter na presente legislatura uma nova lei.

Lembrando que o projeto de lei do BE para uma nova Lei de Bases está na comissão de especialidade desde o dia 22 de junho, Catarina Martins instou o primeiro-ministro a esclarecer se a intenção do Governo é acabar ou não com as parcerias público-privadas na saúde e se pretende colocar o setor privado “como supletivo” no Serviço Nacional de Saúde.

“A visão que o Governo tem do Serviço Nacional de Saúde é conhecida, o PS foi fundador do SNS. A visão é a preservação, a defesa e a promoção do serviço público, universal e tendencialmente gratuito”, disse.

Antes de responder a Catarina Martins, António Costa aproveitou para saudar a Assembleia da República “no regresso aos trabalhos parlamentares” depois das férias, vincando que será “a última sessão legislativa de uma legislatura que poucos acreditavam que chegasse até aqui”.

“A verdade é que estamos aqui, graças ao empenho do Partido Socialista, do BE, do PCP, do PEV, que conseguiram construir uma solução de governo estável que permitiu ao país recuperar a confiança, crescimento, criação de emprego e contas certas”, disse, perante os aplausos dos deputados socialistas.

Coordenador
O coordenador da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados reconheceu ontem que o objetivo de atingir as 14 mil camas...

“O incremento da rede é evidente que é necessário, nunca isto foi negado”, disse Manuel Lopes na comissão parlamentar de Saúde, onde foi ouvido a pedido do PSD, sobre as condições de integração dos doentes na Rede Nacional de Cuidados Paliativos (RNCP) e a evolução verificada nas Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) e RNCP nos últimos anos.

Manuel Lopes recordou que o que estava previsto em 2006, quando a rede foi criada, é que houvesse, dez anos depois, cerca de 14.000 camas e, neste momento, existem 8.500. “Estamos longe do que foi previsto em 2016”, afirmou.

Mas, sublinhou, esta situação “não se resolve de um momento para o outro”, uma vez que a maioria das camas em falta é em Lisboa, onde há dificuldade em encontrar espaços para acolher estas unidades.

“Das cerca de 7.000 camas que faltam em todo o país, mais de metade é na Região de Lisboa e Vale do Tejo, nomeadamente na cidade de Lisboa, onde fatores como a especulação imobiliária não deixam muito espaço a alguns operadores para se aventurarem neste tipo de resposta”, explicou o coordenador da comissão.

Para combater estas dificuldades, foram feitos acordos com a Câmara de Lisboa e com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para entrarem nesta resposta.

“Este é um esforço que está a ser feito e vai levar algum tempo”, sublinhou.

Questionado pelos deputados sobre as necessidades de camas no país em cuidados continuados e em cuidados paliativos, Manuel Lopes disse que tem havido “um aumento substantivo do número de camas de cuidados continuados”, mas houve uma redução de lugares nas equipas de cuidados continuados integrados, que apoiam atualmente cerca de 6.000 pessoas.

“Quando assumimos esta coordenação constatámos que havia imensas equipas de cuidados continuados integrados que existiam formalmente, mas não estavam dotadas de recursos necessários à lotação que declaravam, ou seja, por hipótese, declaravam que tinham 20 vagas, mas não tinha profissionais para responder a essas vagas”, explicou.

“Era uma forma de dizermos que temos uma resposta e depois não temos”, disse, contando que o esforço feito foi de adequar a dotação de profissionais das equipas às vagas. Apesar de haver menos lugares declarados, hoje as equipas estão “a atender a mais pessoas do que no passado”, porque houve um aumento da taxa de ocupação desta resposta.

Também ouvida na Comissão de Saúde, a presidente da Comissão Nacional de Cuidados Paliativos, Edna Gonçalves, afirmou que objetivo de atingir, até ao final do ano, as 417 camas de cuidados paliativos, não será atingido.

“Neste momento o que existe são 382 camas de cuidados paliativos e estamos a trabalhar a abertura de mais 10 a 12 camas no Hospital de Faro ficando com isto completo a nossa proposta para o plano estratégico 2017/2018 na região do Algarve”, frisou.

Edna Gonçalves adiantou que todos os hospitais com mais de 100 camas deviam ter uma unidade de cuidados paliativos, mas admitiu que isso não é possível.

“É impossível, não há pessoas com formação para tudo isto”, disse, adiantando que, perante esta dificuldade, a “preocupação maior” foi com os grandes centros hospitalares que são escola.

Para Edna Gonçalves, o “grande entrave” neste momento ao aumento das respostas é a necessidade de os profissionais terem formação para fazerem cuidados paliativos.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Quase todo o território de Portugal continental, assim como o arquipélago da Madeira e a ilha açoriana do Faial, estão hoje em...

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), no território do continente só o distrito de Vila Real escapa ao risco elevado, apresentando um risco moderado de exposição aos raios ultravioleta (UV).

Para as regiões com risco elevado, o IPMA recomenda a utilização de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol, protetor solar e evitar a exposição das crianças ao Sol.

O índice ultravioleta varia entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O cálculo é feito com base nos valores observados às 13:00 em cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

Especialistas
O café mundial está a perder rapidamente a sua resistência à doença da ferrugem e algumas espécies até aqui consideradas...

O alerta é de que a resistência, que nas últimas décadas se tem baseado no "híbrido Timor", pode estar a decair.

O aviso foi feito por Christophe Montagnon, diretor científico da World Coffee Research (WRC), uma das principais organizações de investigação sobre café, segundo notícias em publicações especializadas.

Montagnon deu conta das suas previsões na 27.ª conferência bienal da Associação de Ciência e Informação sobre o Café (ASIC), que decorreu em Portland, nos Estados Unidos da América.

O "híbrido Timor" é um híbrido natural, entre as espécies Coffea arabica e Coffea canephora, encontrado em Timor-Leste e que se tornou decisivo para os programas de combate à Hemileia vastatrix, responsável pela ferrugem alaranjada do cafeeiro.

Uma das regiões onde a situação está a causar mais preocupações é na América Latina, onde especialistas admitem que as previsões sobre a capacidade de resistência foram sobrestimadas, referem as mesmas publicações.

Especialistas dizem que a variedade de arábica Lempira, amplamente plantada nas Honduras, é uma das que no ano passado perdeu a sua resistência à ferrugem.

Produtores em todo o mundo têm estado nas últimas décadas a desenvolver várias técnicas de combate à doença da ferrugem, com uma epidemia de 2012 que afetou muitas das produções na América Latina a suscitar ações mais intensas, segundo a WRC.

As estimativas da organização é de que globalmente a ferrugem levou a reduções de entre 50 e 80% nos volumes de produção, afetando significativamente várias comunidades agrícolas.

Em resposta foram plantadas variedades de café resistentes à ferrugem, em particular o "híbrido de Timor", com aumentos de produção e expectativas de resultados idênticos aos anteriores.

A WCR destaca o facto de a base genética do "híbrido Timor", que tem servido para combater a ferrugem, começar a dar sinais de redução de eficácia devido a um processo conhecido como ‘introgressão’ ou ‘hibridação introgressiva'.

A ‘introgressão’ é o movimento de um gene de uma espécie para o acervo genético de uma outra através de repetidos retrocruzamentos entre um híbrido e sua original geração progenitora.

Montagnon nota que algumas variedades que há três décadas eram resistentes, como as Catimors e Sarchimors, estão a perder a resistência.

A solução, considera a WCR, pode passar por desenvolver e testar novos híbridos e promover estratégias que invistam na saúde da planta, como manutenção, conservação dos solos, nutrição e sombra.

Em 2012 investigadores da Universidade de Évora anunciaram que o original do "híbrido de Timor" tinha sido encontrado junto a uma aldeia timorense, "no meio de uma floresta de café não ordenada, sem qualquer proteção ou referência".

Os clones do "híbrido de Timor" - variedade que tinha sido identificado nos anos 60 do século passado e que depois ficou "perdida" - permitiram criar variedades resistentes à doença da ferrugem.

"A planta é conhecida desde os anos 60, mas, no período da ocupação indonésia de Timor, perdeu-se todo esse conhecimento e referências", disse na altura Pedro Nogueira, da Universidade de Évora.

A planta original foi redescoberta, graças a um projeto que envolveu os departamentos de Geociências e Economia da Universidade de Évora, a Universidade Nacional de Timor Lorosa'e e o Centro para a Investigação da Ferrugem do Café, em Lisboa.

A planta original do "híbrido de Timor" resulta do cruzamento da espécie arábica, com 44 cromossomas e não resistente à ferrugem, com a espécie robusta, com 22 cromossomas e resistente à doença.

"Este cruzamento, improvável, pelo facto de a espécie arábica ter o dobro dos cromossomas da espécie robusta, aconteceu por um acaso da natureza em Timor-Leste", explicou.

Após ter sido descoberta nos anos 60 do século XX, a planta foi clonada e as novas variedades que originou, resistentes "à principal doença do café", frisou Pedro Nogueira, permitiram "a melhoria e, mesmo, a salvação de vastas plantações de café arábica em todo o mundo".

 

No próximo ano
A Câmara Municipal de Lisboa vai realizar um estudo epidemiológico sobre saúde mental infantojuvenil, nas escolas da capital,...

“Cremos que há muitos problemas entre a população infantojuvenil em relação à saúde mental, mas não temos dados concretos, não temos dados fruto de um estudo rigoroso, científico”, explicou o autarca, em declarações à agência Lusa, no final da cerimónia de abertura do 1.º Fórum de Saúde Mental, a decorrer em Lisboa hoje e quinta-feira.

O vereador do BE (que tem um acordo de governação da cidade com o PS) notou na sessão que Portugal “é o segundo país com a mais elevada prevalência de doenças psiquiátricas na Europa” e garantiu que “a Câmara Municipal de Lisboa dará o seu contributo, sempre em articulação com os parceiros institucionais”.

Além do referido estudo epidemiológico, a autarquia pretende dar maior atenção ao tema da saúde mental através dos projetos ‘Prescrição social’, desenvolvido pela Unidade de Saúde Familiar da Baixa, e ‘Manicómio’, para a inclusão de pessoas com doença mental.

“Do mesmo modo, pretendemos lançar novos projetos com os vários parceiros, como é exemplo a área dos Cuidados Continuados Domiciliários Integrados, no âmbito do Programa ‘Lisboa, Cidade de Todas as Idades’, onde também se inclui a saúde mental”, referiu Manuel Grilo.

O autarca responsável pelos pelouros da Educação e Direitos Sociais acrescentou que “a introdução da dimensão da saúde mental noutros planos de intervenção social da Câmara de Lisboa também já está presente”.

"Em todos os projetos, que a partir de agora estão em curso na Câmara Municipal de Lisboa, e em particular no departamento dos direitos sociais, esta dimensão da saúde mental vai estar sempre presente”, reiterou.

Manuel Grilo vincou ainda que o 1.º Fórum de Saúde Mental "pretende dar visibilidade ao tema da saúde mental numa perspetiva holística, ao longo de todo o ciclo de vida, não se pretendendo apenas fazer um evento de discussão clínica ou académica mas, sobretudo, construir um instrumento de trabalho para novas abordagens e intervenção prática".

O diretor do Plano Nacional de Saúde Mental, Miguel Xavier, sublinhou durante a cerimónia de abertura do Fórum que é necessário "reformar a mentalidade" da população e participar em debates sobre este tema, destacando que "publicar um decreto não resolve o estigma".

Maioria dos fumadores é dependente da nicotina
O consumo de tabaco é a principal causa evitável de doença e de morte prematura, e o fator de risco

Estima-se que o consumo do tabaco seja responsável por cerca de 90% da mortalidade por cancro do pulmão por cerca de 30% da mortalidade por outro tipo de cancros, por mais de 90% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crónica, por cerca de 30% das mortes por doença coronária e 15% das mortes por doença cardiovascular.

Para além dos efeitos do consumo de tabaco na saúde dos fumadores ativos, existe evidência científica de que as pessoas expostas ao fumo do tabaco ambiental têm maior probabilidade de contrair cancro do pulmão, doença cardiovascular bem como patologia respiratória de natureza aguda e crónica.

Sabe-se também que o consumo de tabaco durante a gravidez é lesivo para a saúde do feto e favorece o aparecimento de complicações durante o parto.

O fumo do tabaco é altamente tóxico, contém cerca de 7000 substâncias químicas diferentes das quais 50 são agentes cancerígenos. Os cigarros contêm monóxido de carbono, alcatrão, irritantes, aditivos e numerosas substâncias prejudiciais à saúde.

A grande maioria dos fumadores é dependente da nicotina e segundo vários estudos a nicotina gera tanta dependência como a heroína, a cocaína e o álcool.

Parar de fumar é um processo difícil em que as tentativas podem terminar no reatar do tabagismo várias vezes, até completa abstinência.

Parar de fumar não é apenas uma questão de força de vontade. Os fumadores têm que aprender novos mecanismos de “copping” e cortar com velhos padrões de modo a ter sucesso.

Nas consultas especializadas os fumadores dispõem de equipas treinadas com múltiplos intervenientes, com aconselhamento e apoio comportamental, terapêutica farmacológica e plano personalizado de seguimento.

Quase todos os fumadores que tentam deixar de fumar, experimentam sintomas de privação. Começam geralmente ao fim de poucas horas e podem persistir várias semanas ou meses.

A síndroma de privação da nicotina aparece quando ocorre cessação abrupta, ou redução substancial da dose de nicotina num fumador crónico, e compreende alguns dos seguintes sintomas: desejo compulsivo de fumar, irritabilidade, frustração, ansiedade, dificuldade de concentração, cansaço, impaciência, insónia, obstipação, aumento de apetite e de peso.

A dependência do tabaco é uma doença crónica, que requere intervenções repetidas e é essencial que os profissionais de saúde forneçam aconselhamento e terapêutica farmacológica apropriada, do mesmo modo que o fazem para outras doenças crónicas, como a hipertensão arterial, a diabetes, ou a hipercolesterolémia.

Parar de fumar é a melhor atitude que os fumadores podem adotar para o melhorar a sua saúde e qualidade de vida. Os fumadores que deixam de fumar antes dos 50 anos reduzem para metade o risco de morrer nos 15 anos seguintes em comparação com os que continuam a fumar. Se deixarem de fumar antes dos 30 anos é possível anular este risco.

Passadas algumas horas do último cigarro, iniciam-se uma série de benefícios para a saúde, que continuam ao longo dos anos.

Existe uma efetiva diminuição do risco de doença coronária e cerebrovascular, cancro do pulmão e outros cancros e doença pulmonar obstrutiva crónica.

Deixar de fumar reduz a incidência de sintomas respiratórios, como tosse e expetoração, bem como de infeções respiratórias como bronquite e pneumonia.

O fumador também poupa muito dinheiro: um fumador de 20 cigarros/dia pode poupar cerca de 1600 euros por ano.

A nível económico mundial, os custos que esta epidemia acarreta são devastadores. Para além dos custos em termos de saúde pública para tratar as doenças relacionadas com o tabaco, há que considerar que o tabaco mata pessoas no auge da sua produtividade, privando famílias do seu sustento e nações da sua força de trabalho.

A cessação tabágica é a curto prazo a medida mais importante, pois reduz substancialmente a morbilidade e a mortalidade das doenças associadas ao tabagismo.

É indiscutível o aumento da sobrevida e da qualidade de vida dos ex-fumadores comparativamente com aqueles que continuam a fumar.

A cessação tabágica está entre as intervenções em saúde a que apresenta melhor relação custo-eficácia. 

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No próximo mês
Evento é organizado pelo Fórum Hematológico do Norte e compreende também o primeiro Workshop Educativo dedicado à patologia, na...

Nos próximos dias 25, 26 e 27 de outubro, a cidade do Porto acolhe o primeiro Encontro Educativo em Mastocitoses Sistémicas, que compreende também um workshop dedicado à patologia, que conta com especialistas de diferentes nacionalidades.

O evento realiza-se no Auditório da Biblioteca Almeida Garrett, no Palácio de Cristal, e tem o suporte científico de várias entidades, nomeadamente do Fórum Hematológico do Norte e das Sociedades Portuguesas de Hematologia e de Dermatologia e Venereologia.

A iniciativa vai contar com intervenções de Andreas Reiter, Karl Sotlar, Luís Escribano, Peter Valent e Wolfgang R. Sperr, entre muitos outros, que vão assegurar sessões dedicadas à abordagem laboratorial da doença, manifestações clínicas, tratamento, situações especiais e programas de investigação.

Também os doentes e suas famílias terão um momento programado neste evento, que se vai realizar na tarde do dia 27 de outubro, nos jardins do Palácio de Cristal, naquilo a que a organização chama de “uma tarde mágica” com sessões educativas sobre a doença.

Os profissionais interessados em participar no evento podem consultar o programa completo e inscrever-se a partir do site norahsevents.eventkey.pt/. Por sua vez, os doentes e cuidadores que queiram participar nas atividades do dia 27 de outubro têm apenas de se inscrever através do email [email protected].

Dia 4 de outubro
No dia 4 de outubro, hospitais, clínicas e consultórios veterinários abrem as suas portas para dar a conhecer o dia a dia de um...

No próximo dia 4 de outubro, vários hospitais, clínicas e consultórios veterinários de todo o país vão abrir as suas portas e receber a 2.ª edição do Open Day. Uma iniciativa da Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) que convida empresas, escolas, estudantes e a população em geral a conhecer de perto o dia a dia de um médico veterinário e as suas diferentes áreas de atuação, numa partilha de experiências e conhecimento.

Este ano a Direção Geral do Ensino (DGE) associa-se a esta iniciativa, promovendo a participação dos alunos dos diferentes agrupamentos escolares nas  várias áreas, nomeadamente no que se refere à saúde e bem-estar animal.

Para assinalar esta data em que se comemora o Dia Mundial do Animal e do Médico Veterinário, bem como o 27.º aniversário da Ordem dos Médicos Veterinários, a OMV convida toda a população a participar na 2.ª edição do Open Day. Para além das entidades aderentes, também a sede da Ordem dos Médicos Veterinários e as respetivas delegações regionais poderão ser visitadas.

A iniciativa dá continuidade ao sucesso do ano passado que reuniu mais de 360 participantes e espera superar as expectativas nesta 2ª edição. Para participar, basta submeter a inscrição até ao dia 1 de outubro para o email  [email protected]  com o nome e indicação do local a visitar. Conheça as entidades aderentes do seu distrito no site da OMV, em https://www.omv.pt/open-day-2018.

Dia Mundial da Contracepção assinala-se hoje
A história da contracepção remonta aos tempos de Hipócrates, Aristóteles e Éfeso, que já tinham uma

Durante muitos anos casais mais informados e mulheres regulares nas suas menstruações utilizaram métodos do calendário e da temperatura que eram muito falíveis. O duche vaginal, os espermicidas e o coito interrompido também fizeram e provavelmente ainda fazem, parte do armamentário de métodos contraceptivos, mas com baixas taxas de sucesso, levando ao que a contracepção da era moderna quer evitar: gravidezes indesejadas e menor taxa de abortamentos.

A partir da década de 60, com a introdução do primeiro contraceptivo hormonal, vulgo pílula, deu-se uma revolução, não só no controle da natalidade, mas também na liberdade sexual. A mulher passou assim a poder controlar o número de filhos que desejava, independentemente dos dias do mês e da frequência das relações sexuais.

As primeiras formulações, com doses muito elevadas de Estrogénios e Progestativos, tinham efeitos secundários adversos, que levaram a que ao longo destes últimos 50 anos, muitas outras formulações com mais baixa dosagem tenham sido progressivamente introduzidas no mercado. Sendo melhor toleradas e com menos complicações são hoje o principal método contraceptivo utilizado em todo o mundo civilizado.

O principal objectivo de um grande leque de formulações hormonais, como método contraceptivo, é não só funcionar como tal, como ir de encontro às especificidades de cada mulher, evitando efeitos secundários nocivos e em simultâneo funcionar em situações específicas da vida da mulher (por ex. amamentação), ou tratar situações ou patologias (por ex. hemorragias abundantes, acne, hirsutismo, síndrome do ovário poliquístico, dismenorreia – dor com a menstruação).

A evolução dos métodos contraceptivos hormonais levou a que novas formas de disponibilização fossem estudadas e postas ao dispor das mulheres, não prejudicando o seu efeito contraceptivo. Temos hoje em dia anéis vaginais, implantes subcutâneos, injectáveis, selos. 

Claro que todos estes métodos hormonais têm contra indicações e exigem alguma vigilância: se a mulher tem problemas cardiovasculares ou história anterior de trombose não deve optar por qualquer um dos métodos acima descritos; se desenvolver icterícia ou em análises / exames se detectar algum alteração da função hepática deverá suspender qualquer um destes métodos hormonais; em caso de lhe ser diagnosticado um cancro de mama qualquer método contraceptivo hormonal deverá ser suspenso (os estudos efectuados não detectaram qualquer relação entre o uso de contraceptivos orais e o risco de cancro da mama, mas a dúvida permanece, sabendo-se que a estar ligado, é ao estrogénio da pílula e não ao progestativo); se aparecerem hemorragias uterinas anómalas, deverão ser estudadas antes de prosseguir com o uso destes métodos. 

É importante também realçar que os métodos contraceptivos hormonais oferecem protecção de cancro do ovário e do endométrio. Os estroprogestativos diminuem, em cerca de 50%, o risco de desenvolver cancro do endométrio, sendo esta protecção tanto maior quanto mais prolongada for a utilização. Esta protecção é maior ainda quando utilizadas doses mais elevadas de progestativos, persistindo durante alguns anos após a suspensão da terapêutica. Já o risco de cancro do ovário é diminuído em 40% em utilizadoras deste método contraceptivo, sendo também a protecção proporcional à duração da terapêutica.

Em relação ao implante contraceptivo é importante realçar, que carece de intervenção médica quer para a sua introdução como remoção, e que está indicado em mulheres dos 18 aos 40 anos de idade. A duração da sua eficácia é de 3 anos.

O implante subcutâneo poderá ser mais atraente para as mulheres jovens que procuram uma contracepção eficaz a longo-prazo e reversível, assim como para aquelas com contra-indicações ao uso de estrogénios. A sua hemorragia menstrual pode sofrer alterações e tornar-se ausente, irregular, pouco frequente, frequente, prolongada ou raramente abundante. O padrão hemorrágico que irá ter durante os primeiros três meses indica geralmente o seu padrão hemorrágico futuro.

Já no século XXI, surge a opção transdérmica de contracepção hormonal, vulgo selo/penso. Este sistema que adere à pele contém uma combinação de estrogénio e progestativo e a sua aplicação é semanal durante 3 semanas consecutivas, seguida de uma de pausa, assim como com a maior parte das pílulas, durante a qual ocorrerá a hemorragia de privação. Pode ser aplicado no abdómen, nádegas, parte superior do tronco (com excepção da região mamária) ou na parte externa do braço.

As principais contra-indicações para o uso deste método são a irritação no local de aplicação, a tensão mamária e as dores menstruais que ao contrário da pílula ocorrem com este sistema. Em termos de eficácia contraceptiva, sabe-se através de vários estudos que é tão boa ou superior à pílula oral.

Também no início deste século uma nova formulação com estrogénio e progestativo, em forma de anel vaginal é aprovada. O anel deve ser usado durante 3 semanas consecutivas e retirado durante uma semana, em que ocorre a hemorragia de privação, colocando novo anel ao fim dessa semana de pausa. A sua eficácia é também tão boa ou superior à da pílula oral, visto que a sua capacidade contraceptiva se mantém por mais duas semanas, no caso de a mulher se esquecer de trocar o anel (o que não é de todo aconselhável). Poderá existir uma desadaptação a este método quando a mulher sente desconforto vaginal ou sensação de corpo estranho, interferência com as relações sexuais.

Um facto de somenos importância, em relação aos contraceptivos hormonais, especialmente a pílula estroprogestativa, é a diminuição da libido e da lubrificação que provoca, o que se repercute, por vezes, de forma negativa na sexualidade do casal. 

Remontando também a um passado mais recente, início do século XX, outros métodos foram sendo desenvolvidos, com por exemplo o Dispositivo Intra-Uterino (DIU), que nos dias de hoje é largamente utilizado, mas por vezes, fruto ainda de algum preconceito. Há mulheres que não aceitam a ideia de ter “ um objecto estranho “, dentro do seu útero. Trata-se no entanto de um dos métodos mais eficazes e saudáveis que a mulher pode utilizar. Tem as suas contra-indicações como qualquer dispositivo / medicamento e é necessária a intervenção médica para a sua introdução. Os mais comuns, os DIU de cobre podem aumentar a hemorragia mensal e não resolver a dismenorreia.

Com a evolução do DIU ao longo dos tempos, foram desenvolvidos, dispositivos medicados, mais conhecidos como SIU, que libertam progesterona e que impedem o crescimento do endométrio, levando a que a mulher na maior parte dos casos não menstrue ou menstrue escassamente. Este aparelho torna-se assim muito confortável para uso prolongado, por ausência da menstruação mensal, tendo ainda outras indicações: pode servir de tratamento nas mulheres com hemorragias muito volumosas, que conduzem muito frequentemente a anemias, evitando assim situações mais invasivas como por ex. a histerectomia.

As mulheres que optem por este tipo de contracepção, têm que ter presente que para que a sua eficácia seja o mais alta possível, cerca de 99%, devem consultar regularmente o seu médico para que seja verificado que ele se encontra in situ, ou seja, não se tenha deslocado, o que a suceder pode por em causa a sua eficácia contraceptiva. Como grande vantagem não existe a necessidade de um acto diário e sabe-se hoje em dia que a mulher pode permanecer com o mesmo DIU durante 10 anos.

No que diz respeito ao SIU, como existe um efeito hormonal dependente da quantidade de hormona que possui para libertação, está estimado que deve ser substituído de 5 em 5 anos ou de 3 em 3 anos conforme o SIU porque se tenha optado.

Para todas as mulheres que optem por métodos contraceptivos hormonais ou mecânicos, é necessário transmitir que não estão protegidas contra doenças sexualmente transmissíveis (Ex. Sífilis, Gonorreia, Infecção por Clamydia, Infecção por HIV) e no caso do DIU / SIU podem ainda facilitar o desenvolvimento de infecções vaginais e ascensão dessas infecções para o útero e abdómen provocando um quadro de Doença Inflamatória Pélvica (DIP), necessitando de tratamento com antibióticos, que por vezes requer internamento.

Por isso as mulheres que optem por este tipo de contracepção, devem ser ainda mais cautelosas em relação ao tipo de relações sexuais e evitar certos tipos de práticas sexuais que possam aumentar a contaminação com a flora intestinal.

A contracepção de emergência, também designada de contracepção pós-coital ou do "dia seguinte" é um método de prevenção da gravidez após uma relação sexual desprotegida. Não é destinado à utilização como método permanente de contracepção. Assim, embora todas as mulheres sexualmente activas devam estar informadas da sua existência, esta deve ser utilizada apenas em último recurso. Este tratamento deve ser iniciado o mais cedo possível após a relação desprotegida, dado que a sua eficácia diminui à medida que aumenta o intervalo entre a relação sexual e a sua administração. O ideal será iniciar este tratamento dentro de 72 horas após o coito.

No caso de contra-indicação para qualquer um destes métodos e na eventualidade de relações esporádicas ou com múltiplos parceiros, a mulher deve sempre recorrer ao uso de preservativo – o método barreira mais eficaz, como contraceptivo e como preventivo de doenças sexualmente transmissíveis.

*este artigo não foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico, por opção do autor

Autor: 
Dra. Bercina Candoso - Ginecologista / Obstetra
Assistente Hospitalar Graduada de Ginecologia e Obstetrícia MJD - CHP
​Responsável Centro de Uroginecologia e Pavimento Pélvico MJD- CHP

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Instituto Português do Mar e da Atmosfera
A ilha da Madeira está hoje em risco muito elevado de exposição à radiação ultravioleta, segundo o Instituto Português do Mar e...

As previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) indicam ainda que tanto Porto Santo como as ilhas açorianas do Faial e das Flores, assim como todo o território de Portugal continental, estarão em risco elevado.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda a utilização de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol, protetor solar e evitar a exposição das crianças ao Sol.

O índice ultravioleta varia entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O cálculo é feito com base nos valores observados às 13:00 em cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

 

Secretário de Estado da Saúde
Governos de vários países têm de congregar esforços, trocar experiências e encontrar soluções para a “autêntica ameaça” da...

Portugal é o coorganizador de um encontro sobre obesidade Infantil que decorre hoje, em Nova Iorque, à margem da 73.ª Assembleia Geral das Nações Unidas.

Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde afirmou que a obesidade infantil é “um problema epidémico de saúde pública em todo o mundo, inclusive também em Portugal”, onde uma em cada três crianças tem excesso de peso ou é obesa.

Para combater esta epidemia, Fernando Araújo defendeu que é preciso “congregar esforços e encontrar as medidas mais adequadas”, lembrando que “as crianças obesas tendem a ser adultos obesos no futuro”.

“O impacto em termos da diabetes, das doenças cardiovasculares e outras é extremamente impactante, portanto os governos têm que naturalmente juntar meios e forças, trocar experiências e encontrar boas soluções para combater esta autêntica ameaça que temos em termos de uma geração”, sustentou.

Fernando Araújo recordou o conjunto de medidas adotadas por Portugal para lutar contra este problema, destacando duas que considerou “emblemáticas”: a estratégia integrada de promoção de alimentação saudável e a tributação das bebidas açucaradas.

“No ano passado conseguimos, pela primeira vez, juntar os vários membros do governo, focados numa única visão, e agora temos, a partir dessa, tomado medidas que de alguma forma vão ao encontro dessa estratégia”, salientou.

Sobre a tributação das medidas açucaradas, efetuada em 2017, disse que tem tido “resultados extremamente positivos”, registando-se uma redução do hábito de ingestão destas bebidas de cerca de 7%.

Houve também uma redução do seu valor calórico em cerca de 11% e a redução do próprio açúcar em cerca de 15%, realçou, afirmando que, com esta medida, “os jovens, nos quais estes refrigerantes são uma fonte calórica muito relevante, estão a consumir menos.

Destacou ainda o “apoio e a abertura” que a indústria teve neste âmbito, reformulado os seus refrigerantes, o que fez com que a população, e principalmente os jovens, consumam menos açúcar.

O governante adiantou que está agora a ser discutido com a indústria a redução do açúcar noutros produtos, como iogurtes e cereais, para obter “uma estratégia integrada, transversal, de redução do açúcar ingerido”.

“Estamos neste momento a tentar celebrar um acordo com a indústria e com a distribuição. É expectável que no próximo mês de outubro se possa concluir esta negociação”, disse, avançando que “o acordo é para três anos, com objetivos muito claros, ano a ano, que seja monitorizado e escrutinado do ponto de vista público”.

Fernando Araújo salientou que as expectativas sobre este acordo são “muito favoráveis”, estando convicto será “um acordo inédito na Europa”, que se traduz numa congregação de “esforços com a indústria, no sentido de reduzir o impacto de dietas menos saudáveis”.

Destacou ainda a importância da atividade física neste combate: “Temos dos índices mais baixos da Europa de atividade física dos nossos jovens e nós temos de conseguir mudar isso e, portanto, este esforço comum com o Ministério da Educação, com a questão de campanhas dirigidas aos jovens de forma a torná-los ativos, porque jovens ativos tornar-se-ão no futuro adultos também ativos, serão um fator muito relevante na promoção e na redução da obesidade infantil”.

Para o governante, estas medidas também têm como objetivo reduzir as desigualdades no país. “Em geral, são os jovens de classes sociais mais baixas, com menos informação, com menos possibilidades económicas, que acabam por consumir dietas menos saudáveis e até praticar menos atividade física”.

Portanto, acrescentou, é preciso também “reduzir estas iniquidades em Portugal” e esse esforço “tem de ser feito em conjunto para termos um país mais coeso, mais justo e mais saudável”.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, também está hoje em Nova Iorque, para participar numa reunião, sob o tema "Juntos para erradicar a tuberculose: uma resposta global urgente para uma epidemia global", no âmbito da Assembleia-Geral das nações Unidas.

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