Administradores
O absentismo no setor da saúde tem registado valores “muito anómalos” para o próprio setor, afirma o presidente da Associação...

Outro problema que está a afetar o setor é a “grande conflitualidade profissional” que se está a viver nos hospitais, suscitada pelas greves, por “algum mal-estar” dos profissionais e por “alguma animosidade perante a ação governativa”, disse, em entrevista, o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), Alexandre Lourenço.

Para Alexandre Lourenço, a desmotivação dos profissionais reflete-se no nível de absentismo que “está praticamente em 12%, o que é muito anómalo para o próprio setor”.

“Se tivéssemos trabalhadores motivados não teríamos um absentismo tão elevado”, defendeu.

Dados do Relatório Social do Ministério da Saúde indicam que as faltas ao trabalho dadas pelos profissionais de saúde totalizaram quase 3,8 milhões de dias em 2017, mais 2,4% do que no ano anterior, a maioria devido a doença (46,3%), mas também às greves no setor.

As ausências ao trabalho por motivos de greve totalizaram 120.886 dias, representando o maior aumento face ao ano anterior (76,6%), destaca o documento, que observa ainda um acréscimo de 26,3% das faltas injustificadas, que somaram 21.048 dias, mais 4.379 dias face a 2016.

O presidente da associação sublinhou que a “grande conflitualidade profissional, laboral” que se está a viver nos hospitais é “mais grave” do que as questões de atividade e do acesso aos serviços de saúde.

“É muito atípico observar esta animosidade dentro das organizações, uma vez que os salários foram repostos, houve aumentos líquidos de salários, houve uma redução dos horários de trabalho”, mas quem está nos hospitais percebe o que se está a passar e quais os motivos.

“Não é estranho para quem está dentro das organizações, porque as condições de trabalho deterioram-se a partir do momento em que temos menos profissionais e que existe uma procura muito maior de cuidados de saúde e a expectativa dos doentes e das famílias são cada vez mais crescentes”, sustentou o presidente da APAH.

Na sua opinião, estes problemas deviam ser resolvidos localmente pelos hospitais, mas a falta de autonomia dificulta-lhes essa intervenção.

“Os hospitais hoje, pela falta de autonomia, têm alguma dificuldade em resolver estes problemas e dar respostas concretas aos seus profissionais”, sendo que estas “questões de recursos humanos se gerem, essencialmente, localmente”, sublinhou Alexandre Lourenço.

Para o presidente da associação, é necessária “uma estratégia de gestão de recursos humanos mais efetiva, mais ponderada, em que os profissionais também são responsabilizados pela gestão das organizações e pelos resultados alcançados”.

“Não podemos ter as organizações representativas dos profissionais de uma forma quase de treinadores de bancadas sem ser responsabilizados pelo que se passa nas organizações”, vincou.

Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares
Os hospitais portugueses vão receber gestores dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) para estágios, troca de...

“Vamos abrir as portas dos hospitais portugueses para acolher gestores desses países e também dar apoio de consultoria para a gestão de serviços de saúde nesses países”, disse Alexandre Lourenço em entrevista, a propósito do 27.º congresso da Associação Europeia dos Administradores Hospitalares, que decorre entre quarta e sexta-feira, no Centro de Congresso do Estoril, em Cascais.

No primeiro dia do congresso vão ser discutidas formas de cooperação na gestão de serviços de saúde entre o Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe e Timor, no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) com o patrocínio da Federação Internacional dos Hospitais.

“Para nós, o desenvolvimento dos sistemas de saúde depende muito da capacidade de liderança e da gestão das organizações e, particularmente, o Brasil e Portugal têm maior capacidade nestas áreas e estamos a organizar um ‘workshop’ que vai permitir fazer essa ponte e apoiar os outros países lusófonos nesta matéria”, adiantou o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH).

O objetivo é encontrar “pontes e possibilidade de gestão”, que passam pela promoção de programas de estágio e de capacitação de gestores.

“Em Portugal e a nível europeu promovemos estágios” de curta duração (um mês), em que gestores portugueses vão a outros países e vice-versa, e “vamos propor isso a estes países africanos”, explicou o presidente da APAH.

Segundo Alexandre Lourenço, esses programas de estágio vão ser disponibilizado pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares e pelo Colégio Brasileiro dos Executivos de Saúde.

“Também existe da nossa parte uma necessidade de aprender muito com os colegas africanos”, que vão dar a conhecer a realidade dos seus países no congresso, disse.

Por outro lado, a experiência adquirida em Portugal e na Europa para combater doenças infecciosas também “pode ser útil” para ajudar os países lusófonos.

“Em Portugal e na Europa estamos muito focados nas doenças crónicas e a reestruturação do sistema funciona muito nesta base”, mas estes países “continuam a viver grandes dificuldades no âmbito das doenças infecciosas.

Nesse sentido, a experiência adquirida “ao longo do tempo para combater essas doenças infecciosas pode ser útil a apoiar estes países.

Mas o se pretende mesmo “é uma cooperação conjunta para conseguir perceber os problemas e criar momentos de troca de experiências e de aprendizagem mútua”, frisou Alexandre Lourenço.

No congresso europeu são esperados mais de 600 participantes e 100 oradores de toda a Europa, incluindo membros da Comissão Europeia, da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Administradores
A Associação dos Administradores Hospitalares quer que os doentes e os profissionais de saúde participem na gestão dos...

Em entrevista, o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) afirma que é necessário “criar mecanismos de melhoria da experiência dos doentes nos hospitais”, levando-os para a gestão hospitalar, primeiro de modo consultivo, ouvindo as suas opiniões e a sua avaliação.

“Os serviços de saúde estão organizados de forma diferente dos restantes serviços que a população usa. Os hospitais e os centros de saúde mantêm uma organização que é, muitas vezes, avessa à experiência do doente. Temos de perceber com os doentes que mudanças estruturais têm de existir no sistema”, argumenta Alexandre Lourenço.

O responsável indica, a título de exemplo, que não se devem “chamar os doentes para irem todos os dias, em dias diferentes, fazer procedimentos aos hospitais”.

Para isso, defende que é necessário ouvir os doentes, com consultas que podem ser feitas através de inquérito, fazendo até depender a avaliação dos conselhos de administração e dos administradores da opinião dos utentes.

“Hoje em dia, de uma forma genérica, nos vários serviços públicos e privados que usamos somos inquiridos sobre a nossa satisfação. O Serviço Nacional de Saúde (SNS) serve as pessoas, não é um serviço passivo em que as pessoas têm caridosamente acesso a cuidados de saúde”, indica Alexandre Lourenço.

O presidente da APAH considera que os hospitais estão atualmente “muito focados nos processos internos de prestação de cuidados”, mas “desfocados da experiência e do interesse do doente”: “Esta é uma grande mudança cultural que tem de existir no sistema”.

Os administradores pretendem ainda que os profissionais de saúde participem também na gestão dos hospitais, devendo igualmente contribuir para avaliar o desempenho das administrações.

Uma “avaliação permanente de todos os atores interessados no sistema de saúde” contribuirá para que haja gestores “preparados e qualificados”.

“A gestão [dos hospitais] é altamente complexa. São organizações com profissionais elevadamente diferenciados e estas pessoas também têm de estar envolvidas na gestão e na decisão da sua organização, principalmente na decisão estratégica do caminho a percorrer. [Os profissionais] têm de ser trazidos para a gestão de topo, não necessariamente na gestão operacional diária, mas na gestão estratégica”, argumenta Alexandre Lourenço.

A Associação dos Administradores Hospitalares tem defendido que os gestores dos hospitais sejam avaliados e responsabilizados pela sua gestão, promovendo os melhores e afastando os que tenham pior desempenho.

O presidente da associação insiste na necessidade de ser dada autonomia aos hospitais, mas com “orçamentos próximos dos custos reis”, responsabilizando depois a gestão.

Na semana passada, o ministro da Saúde anunciou a intenção de dar autonomia a um quarto dos hospitais portugueses, um processo que devem arrancar no próximo ano.

“Não sei se o número definido de um quarto dos hospitais será possível ou não. Mas penso que o importante é ter critérios muito transparentes para dizer que instituições estão preparadas para isso”, alerta Alexandre Loureço.

O responsável lembra que há muitos hospitais com custos de operação “muito superiores ao próprio financiamento”, o que tem de ser tido em conta na avaliação e na forma de dar autonomia às organizações.

Universidade de Coimbra
A Universidade de Coimbra inaugura hoje uma unidade pioneira de terapia celular, que vai facilitar o acesso da comunidade...

Trata-se de uma unidade piloto, a primeira a ser instalada na região Centro, que vai ser inaugurada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, na antiga Faculdade de Medicina do Polo I da Universidade de Coimbra (UC).

"Com a inauguração desta infraestrutura, a Universidade passa a dispor de duas unidades de produção no âmbito das terapias avançadas, como é o caso da terapia celular e dos radiofármacos (teranóstica), reforçando o seu posicionamento estratégico na área da saúde", sublinha Amílcar Falcão, vice-reitor da instituição, citado num comunicado da UC.

A abertura do laboratório, designado de UpCells, resulta de uma parceria entre a UC e a farmacêutica Tecnimede, que possibilita já o arranque de um primeiro projeto de investigação para o desenvolvimento de uma vacina de grau clínico direcionada para as células estaminais cancerígenas.

"A existência de uma infraestrutura deste tipo potencia a translação da investigação básica para a investigação clínica, alavancada numa parceria da UC com uma farmacêutica de referência como é o caso da Tecnimede", refere a investigadora Teresa Cruz, também citada no comunicado.

O projeto ImmunoDC@cancerstemcells "corresponde já à concretização daquilo que se espera possa ser o início de muitos outros projetos em terapia celular (medicina regenerativa e imunoterapia)", conclui o investigador Bruno Neves.

Após a inauguração do UpCells, às 15:00, realiza-se na Reitoria da Universidade de Coimbra o debate "As Novas Fronteiras da Saúde: Do Saber à Investigação", promovido pela Tecnimede e pelo jornal Expresso.

Neste evento, será discutida a importância para a saúde pública da relação entre a indústria farmacêutica e as universidades.

 

Direção-Geral da Saúde
A vacinação contra a gripe vai começar em 15 de outubro e o Serviço Nacional de Saúde terá 1,4 milhões de doses de vacinas para...

A vacinação vai começar cerca de duas semanas depois do que tem sido habitual, para garantir uma “melhor e maior proteção durante o período da epidemia de gripe”, que em Portugal tem início habitualmente na segunda quinzena de dezembro, explica a Direção-Geral da Saúde (DGS).

No Serviço Nacional de Saúde a vacina vai continuar gratuita para as pessoas a partir dos 65 anos, para residentes ou internados em instituições, para os bombeiros e para pessoas com algumas doenças específicas. Nestes casos, a vacina não necessita de receita médica e dispensa também pagamento de taxa moderadora.

Além das 1,4 milhões de doses adquiridas para o Serviço Nacional de Saúde, haverá também vacinas dispensadas nas farmácias através de prescrição médica, com uma comparticipação de 37%.

As receitas médicas específicas para a vacina da gripe passadas desde o dia 1 de julho terão validade até final do mês de dezembro.

A gripe é uma doença contagiosa e que geralmente se cura de forma espontânea. As complicações, quando surgem, ocorrem sobretudo em pessoas com doenças crónicas ou com mais de 65 anos.

A DGS considera a vacinação a melhor forma de prevenir as complicações graves e recomenda que as vacinas sejam administradas de preferência até final do ano.

Estudo
Um implante de um dispositivo elétrico na coluna vertebral em três pessoas paraplégicas há anos permitiu, em conjugação com...

Segundo a agência Associated Press (AP), o acontecimento divulgado por duas equipas de investigadores que trabalham separadamente, ainda não representa uma cura, uma vez que os pacientes apenas conseguem caminhar com assistência, seja de um andarilho ou outra qualquer ajuda que lhes permita manter o equilíbrio.

O avanço é que se se desligar o estímulo elétrico, os pacientes voltam a não conseguir mover as pernas de forma voluntária.

Numa sessão de fisioterapia, o paciente de 29 anos Jered Chinnock moveu-se para trás e para a frente numa distância equivalente a um campo de futebol.

“A parte de andar ainda não é algo que me permita simplesmente deixar a cadeira de rodas para trás e ir”, disse Chinnock à AP, acrescentando que “há, no entanto, esperança de que isso venha a ser possível”.

O trabalho insere-se no objetivo de ajudar pessoas com lesões na coluna vertebral a recuperar as funções do corpo, e os investigadores afirmam que apesar de o estímulo apenas ter sido testado num grupo pequeno de pessoas, é uma abordagem promissora que precisa de mais estudo.

Cristina Sadowsky, especialista em reabilitação do hospital universitário norte-americano Johns Hopkins, afirmou estar entusiasmada em relação ao avanço, mas alertou que nem todos os pacientes com lesões semelhantes vão responder da mesma forma.

Lesões graves na coluna vertebral ‘desligam’ a capacidade de o cérebro dar uma ordem de movimento aos nervos, que por sua vez a devem ativar nos músculos.

Outras abordagens para contornar a falta de mobilidade de pessoas paraplégicas já foram tentadas, como exoesqueletos ou implantar estímulos nos músculos, que ajudar a mover membros paralisados.

Com esta nova abordagem, os três pacientes estão a dar passos sob o seu próprio comando, com movimento intencional, referem os artigos ontem publicados nas revistas científicas Nature Medicine e New England Journal of Medicine.

A teoria em relação a esta abordagem é a de que os circuitos nervosos sob o local da lesão estão apenas adormecidos, não mortos, e que aplicar corrente elétrica pode acordar alguns desses circuitos que, conjugado com uma reabilitação rigorosa, pode restaurar as ‘ligações enferrujadas’ e, eventualmente, permitir que voltem a receber comandos simples.

“A recuperação pode acontecer se se verificarem as circunstâncias certas”, referiu a professora da Universidade de Louisville Susan Harkema, co-autora do estudo publicado pelo New England Journal.

“A coluna vertebral pode voltar a fazer coisas, não tão bem como fazia antes, mas pode voltar a funcionar”, acrescentou.

Há quatro anos a equipa de Harkema fez manchetes quando alguns pacientes implantados com um estimulador da coluna vertebral – originalmente concebidos para tratar dor – foram capazes de mover os dedos dos pés, as pernas e pôr-se de pé por breves instantes. Mas não conseguiram andar.

Um dos estudos aponta ainda a necessidade de cautela em relação à segurança dos pacientes: um deles fraturou a anca num exercício de reabilitação numa passadeira, ainda que cuidadosamente apoiado.

A nova abordagem vai necessitar de estudos mais aprofundados não apenas para perceber se pode ajudar outros pacientes, mas também para definir riscos. E ainda não é claro quanto custa esta terapia, cuja tecnologia continua a ser desenvolvida pelos investigadores.

Estudo
Um terço dos trabalhadores que participaram no estudo da Deco estão em risco de esgotamento profissional e cerca de metade...

Segundo um estudo da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco), que será publicado na edição de outubro da revista Teste Saúde, os profissionais em maior risco de desenvolver crises de ‘burnout’ (esgotamento) são os empregados de lojas e supermercados (43%), profissionais de saúde (não médicos, 39%) e quem trabalha em serviços administrativos (37%) ou em profissões ligadas ao ensino (28%).

No estudo da Deco, que envolveu 1.146 trabalhadores entre janeiro e fevereiro deste ano, cerca de metade dos inquiridos queixaram-se da falta de apoio por parte dos supervisores em situações de stress e um em cada quatro por parte dos colegas.

Três em cada dez trabalhadores afirmaram-se emocionalmente cansados do trabalho mais de uma vez por semana e 35% revelaram sentir-se exaustos com a mesma frequência.

“Em 11% dos casos, o cansaço surge todos os dias, logo de manhã, perante a perspetiva de mais uma jornada de trabalho. Diário é também o stress laboral para 14 %. Contudo, a maioria dos inquiridos considera que desempenha bem as suas funções profissionais”, refere o estudo.

“Quando a pressão se torna excessiva, difícil de gerir e se prolonga no tempo, pode transformar-se em stress crónico e afetar a vida pessoal e familiar, a saúde e, claro, o desempenho profissional”, recorda a Deco, sublinhando que “22% dos inquiridos que tomaram medicamentos para combater o stress indicaram um período mínimo de tratamento de três anos”.

De entre as explicações para o descontentamento com o trabalho, destacam-se o conteúdo das próprias funções, que os trabalhadores vislumbram como uma (im)possibilidade de progressão na carreira, e a (má) relação com os superiores hierárquicos.

Dos que sentem falta de apoio dos patrões ou supervisores em momentos de stress, 50% estão em risco de ‘burnout’. Apenas 19% dos que se dizem apoiados se encontram na mesma situação.

“De falta de auxílio, mas do departamento de recursos humanos, queixam-se 71% dos inquiridos. Destes, 47% apresentam sinais de stress crónico (quando há apoio, apenas 12% estão em risco)”, refere o estudo.

Em 77% dos casos, os inquiridos são trabalhadores ditos efetivos, isto é, com contrato a termo incerto, e três quartos trabalham total ou parcialmente na área em que se especializaram em termos profissionais ou académicos. Dos que têm formação superior, 81% exercem funções na sua área de especialização.

Contudo, recorda a Deco, “a diferença entre trabalhar ou não na área de especialização parece não se refletir nos números do ‘burnout’”: 30% dos que exercem funções na sua área estão em risco, contra 33% dos que não o fazem.

Cerca de um terço dos inquiridos revelou que a profissão afeta negativamente a sua qualidade de vida e 35% afirmaram o mesmo em relação à saúde.

No entanto, segundo o estudo, quem segue um estilo menos saudável, isto é, quem fuma, consome álcool, recorre a drogas ilícitas e/ou dorme menos de seis horas por dia parece em maior perigo de ‘burnout’ do que quem tem hábitos de vida mais saudáveis.

Cerca de um quinto dos inquiridos afirmou ter tomado medidas contra o stress nos últimos cinco anos. A maioria (78%) tomou medicamentos, 55% optaram pela prática de exercício físico e 26%, pela psicoterapia.

Na falta de uma evidência forte sobre a eficácia das intervenções para prevenir e tratar o 'burnout', o estudo refere:"Dos empregadores, espera-se que aliviem um pouco a válvula da pressão laboral, através de ambientes mais participativos, que deem ao trabalhador maior sensação de segurança, controlo e recompensa", e aos trabalhadores recomenda-se que identifiquem os fatores de stress e, se possível, discutam com os supervisores a possibilidade de os contornar ou tornar mais leves", além de tentarem desempenhar atividades de que gostem fora do meio laboral.

Estudo
Um grupo de cientistas da Universidade de Cambridge anunciou a descoberta de uma nova estratégia de combate às partículas...

“É a primeira vez que se propõe um método sistemático para atacar os patógenos, a causa da doença de Alzheimer, que foram identificados recentemente como pequenos grupos de proteínas conhecidas como oligómeros", explicou o investigador principal, Michele Vendruscolo.

As proteínas são normalmente responsáveis por processos celulares importantes, mas, nos doentes de Alzheimer, estas proteínas tornam-se “rebeldes”, formam grupos e matam as células nervosas saudáveis, segundo o estudo.

Em regra, as proteínas precisam de ligar-se numa estrutura específica para funcionar corretamente e quando este processo falha, a célula apresenta “um grave problema de ligamento”, formando grupos anormais de células e depósitos perigosos de proteínas.

Segundo explicou Vendruscolo, o cérebro perde capacidade para se desfazer desses depósitos perigosos ao envelhecer, o que provoca doenças como a demência.

O diretor científico do Centro de Investigação de Alzheimer, no Reino Unido, David Reynolds, considerou que estudos como o este são vitais para aprimorar os progressos no descobrimento de fármacos e acelerar os novos tratamentos para estes doentes.

Outro dos autores principais, Christopher Dobson, da Universidade de Cambridge, sublinhou que este estudo mostra que é possível “não apenas encontrar compostos que se dirijam diretamente aos oligómeros tóxicos que causam transtornos degenerativos, como aumentar a sua potência de forma racional”.

A descoberta, segundo os especialistas, abre a porta ao desenvolvimento de novos medicamentos para tratar a doença de Alzheimer, que afeta cerca de 44 milhões de pessoas em todo o mundo.

Os cientistas estimam que os medicamentos baseados nesta nova estratégia possam entrar em testes clínicos dentro de dois anos.

Dia Internacional do Idoso assinala-se a 1 de outubro
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular vai promover o primeiro encontro sobre estenose aórtica, no âmbito das...

"O primeiro estudo português sobre esta doença indicou-nos que cerca de 82 por cento das pessoas com mais de 70 anos nunca tinha ouvido falar de estenose aórtica, nem de como esta se manifesta. Desta forma, torna-se imprescindível promover um maior conhecimento sobre a doença junto da população, contribuindo para o reforço do reconhecimento dos seus sintomas (cansaço, dor no peito, desmaios) e importância do diagnóstico precoce”, refere Rui Campante Teles, Coordenador da Campanha “Corações de Amanhã”.

O médico cardiologista acrescenta: “Com este evento pretendemos, além de sensibilizar as pessoas para a doença, promover a partilha de testemunhos entre doentes, incentivando à interajuda”.

A campanha “Corações de Amanhã” conta com o Alto Patrocínio da Presidência da República e tem como objetivos aumentar o conhecimento e compreensão sobre estenose aórtica, promovendo o seu diagnóstico e tratamento precoce. Para mais informações sobre a campanha e inscrições, gratuitas, na iniciativa envie email para [email protected] ou ligue 215862207.

A aorta é a principal artéria do nosso corpo que transporta sangue para fora do coração. Quando o sangue sai do coração flui da válvula aórtica para a artéria aorta. A válvula aórtica tem como função evitar que o sangue bombeado pelo coração não volte para trás. Na presença de estenose, a válvula aórtica não abre completamente, vai ficando cada vez mais estreita e isso diminui o fluxo sanguíneo do coração. Se não for detetada atempadamente esta doença pode limitar muito a qualidade de vida e até ter um desfecho letal.

Programa da iniciativa:

09:30 – Café de Boas Vindas

10:00 – O Coração Sénior – Reconhecer sinais de alerta

10:20 – Estenose aórtica, qual o diagnóstico e tratamento

11:00 – Espaço tertúlia: partilha de experiências, perguntas e respostas

12:00 – Encerramento

 

Congresso da Federação Internacional para a Cirurgia de Obesidade e Distúrbios Metabólicos
Das cirurgias robóticas, à embolização vascular, passando pelas cirurgias feitas através de endoscopia, têm sido muitos e...

“Nos últimos 10 anos, têm surgido vários tratamentos com resultados excelentes. A gama de opções de tratamento invasivo, seja ele minimamente invasivo, até às cirurgias modernas, é muito grande”, confirma Rodrigo Oliveira, coordenador do departamento de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Hospital da Cruz Vermelha e o primeiro português a realizar uma cirurgia ao vivo, com uma destas inovações cirúrgicas, no congresso da Federação Internacional para a Cirurgia de Obesidade e Distúrbios Metabólicos (IFSO), que se realiza no Dubai, de 26 a 29 de setembro.

O especialista, que tem dupla nacionalidade (portuguesa e brasileira), vai ainda ser protagonista de um debate sobre as reintervenções na obesidade, ou seja, quando os doentes já operados voltam a recuperar o peso perdido.

O congresso realiza-se numa altura em que, de acordo com Rodrigo Oliveira, “já se entendeu que a obesidade não é apenas um problema de peso”. Tanto que, hoje, a cirurgia destinada a tratar o problema deixa de ser conhecida como bariátrica, para passar a ser metabólica. “Fomos descobrindo, ao longo das últimas décadas e sobretudo dos últimos 10 anos, vários tratamentos, principalmente invasivos, tratamentos cirúrgicos com resultados excelentes para o tratamento da obesidade. Inovação que já estamos a usar no Hospital da Cruz Vermelha, onde as cirurgias são chamadas de metabólicas”, acrescenta.

Aqui, aos cirurgiões juntam-se especialistas de várias especialidades, desde a endocrinologia à nutrição. “Porque o facto só de operar não adianta. O doente tem que ser operado e depois ter um acompanhamento especializado. Mais ainda, se ele ficar gordo e tiver doenças metabólicas, pode vir a sofrer de cancro, pode perder a visão devido aos diabetes, pode ter que amputar uma perna, ter uma insuficiência renal e fazer diálise. Quer dizer, a perda dele é muito grande. E não é a operação que resolve tudo.”

Dia da Sensibilização para o Cancro da Tiroide
Hoje assinala-se o Dia da Sensibilização para o Cancro da Tiroide, uma doença silenciosa que conta, anualmente, com 500 novos...

A patologia da tiroide é muito frequente e, embora exista um grande desconhecimento das doenças associadas a esta glândula, bem como da forma como se manifestam, estima-se que uma em cada dez pessoas sofra de problemas de tiroide.

Aumento de peso, depressão, falta de concentração, falta de motivação, dificuldades para engravidar ou obstipação são sinais e sintomas de disfunções da tiroide, mas que facilmente são confundidos com outras doenças e mais de 30% dos portugueses desconhecem os seus sintomas.

Celeste Campinho, presidente da ADTI, refere que “existindo uma prevalência de nódulos da tiroide na população geral, é crucial a deteção precoce desta patologia e realizar campanhas para esclarecer e informar, sobretudo as mulheres que apresentam 4-7 vezes mais alterações na tiroide do que os homens”.

As mulheres são as mais atingidas, particularmente entre os 20 e os 40. Contudo, a partir dos 50 anos pode existir uma tendência para surgirem os problemas, existindo fases em que estão mais suscetíveis a esta doença, por exemplo, durante a gravidez.

“As doenças da tiroide têm tratamento. Contudo, quando não existe um diagnóstico precoce podem existir graves consequências, afetando o funcionamento dos outros órgãos e sistemas” refere Celeste Campinho, presidente da ADTI, alertando que “o cancro da tiroide tem habitualmente bom prognóstico, desde que diagnosticado atempadamente”.

Surdez na Terceira idade
A surdez é umas das principais deficiências sensoriais do ser humano e a Organização Mundial da Saúd

Em Portugal, os dados do último Inquérito Nacional da Saúde e Exame Físico de 2015 (INSEF 2015), apontam para mais 1.6 milhões de portugueses com dificuldades auditivas entre os adultos dos 25 aos 75 anos de idade, aproximadamente 23% dessa população. A prevalência é ainda maior nos idosos entre os 65 e 75 anos, em que 4 de cada 10 idosos (40%) apresentam dificuldades para ouvir uma conversa normal, mesmo em ambientes silenciosos.

As dificuldades auditivas estão directamente relacionadas às dificuldades na comunicação, pois podem limitar a escuta de uma música da qual apreciamos, dos elogios que recebemos, como também dos sons de perigo ou da fala de um professor. O facto é que a perda auditiva não tratada é incapacitante, e em pessoas que não possuem outros meios de linguagem, nomeadamente a gestual, ou tratamento adequado apresentam dificuldades de aprendizagem na infância e maior risco de isolamento social e depressão em todas as idades.

O impacto social e emocional da perda auditiva é preocupante, e quando relacionada ao aumento da idade, geralmente evolui de maneira lenta e progressiva, dificultando o seu diagnóstico precoce. Toda gente conhece aquele vizinho reformado que escuta a televisão nas alturas ou aquela senhora que sempre pede para repetir aos gritos o que você acabou de dizer, e sabemos que muitos de nós apenas dizemos “Ah! É da idade.”. Mas são esses os sintomas que podem aumentar em até 5 vezes o risco de se desenvolver a demência, a depender do grau da surdez.

Sabemos que a esperança de vida à nascença em Portugal tem vindo a aumentar nas últimas décadas e espera-se com isso o aumento das perdas auditivas relacionadas ao aumento da idade. Mas, Portugal ainda é um dos países europeus que encontra-se abaixo da média em relação aos anos de vida saudável acima dos 65 anos, ou seja, vivemos muito anos mas com pouca qualidade de vida.

O que é muito importante saber é que a idade não é um factor limitante para o tratamento das dificuldades auditivas, nem nas crianças e nem nos idosos, mesmo em tratamentos mais invasivos como as cirurgias.

Existem diversas soluções para a grande maioria das perdas auditivas, como a realização de cirurgias, as terapias da fala, o uso de dispositivos externos e implantados, que evoluíram muito nas últimas décadas, e são cada vez mais realizados no mundo e em Portugal. Com a finalidade de melhorar a qualidade da saúde auditiva e de vida das pessoas, os tratamentos são cada vez mais frequentes nos idosos.

Fique atento à sua saúde auditiva e das pessoas próximas de si: ao apresentar ou identificar sintomas de dificuldades auditivas nas conversas normais em ambientes silenciosos ou notar a necessidade de aumentar o volume de diversos dispositivos para ouvir melhor, fale com um médico. Uma boa saúde auditiva é importante para toda gente!

*este artigo não foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico, por opção dos autores

Autores:
Dra. Tammy Messias Takara – Médica Interna de Saúde Publica
Dr. Guilherme Machado de Carvalho e Dr. Sousa Vieira -  especialistas em otorrinolaringologia Hospital Lusíadas Porto

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
SNS
É uma das medidas para financiar o SNS sugeridas por três investigadores da Universidade Nova de Lisboa, entre eles Francisco...

São propostas que representam mais 900 milhões de euros para SNS já no próximo Orçamento do Estado. Uma delas está diretamente relacionada com os laboratórios. O presidente do IPO de Lisboa sugere que se reduza entre 10 a 20% o preço dos medicamentos. Para isso, escreve a TSF, o Governo deve pedir um esforço de 300 milhões de euros à indústria farmacêutica.

"Há muito tempo que se denota pela prática é que medidas eficazes de redução do preço dos medicamentos são medidas administrativas, quase impostas à indústria", frisa Francisco Ramos, fazendo notar que "se os poderes públicos tiverem a vontade suficiente, é possível que a indústria concorde em suportar este sacrifício para que de facto seja possível garantir nos próximos anos a sustentação do financiamento da inovação terapêutica".

Quanto aos contribuintes, diz Francisco Ramos, devem ser aliviados nas despesas em saúde oral, próteses oculares e auditivas. Mas, em contrapartida, devem também poder deduzir menos despesas de saúde no IRS. Francisco Ramos propõe uma descida dos atuais 15% para 5%.

Há ainda uma outra proposta: recorrer ao superavit da ADSE. "Parece difícil aceitar que exista no ministério um sistema que até gera superavites, a ADSE, com o SNS que tem tradicionalmente déficit. A proposta - não isenta de críticas, reconheço - é uma clara opção por reforçar o financiamento do Serviço Nacional de Saúde em detrimento dos saldos acumulados da ADSE", explica o presidente do IPO Lisboa.

Seria uma "medida conjuntural, enquanto esses saldos existissem", refere o antigo secretário de Estado, professor da Escola Nacional de Saúde Pública e presidente do IPO Lisboa.

As medidas para financiar o Serviço Nacional de Saúde foram apresentadas numa conferência do Conselho Económico e Social.

Mais açúcar, mais imposto
O diretor do Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável apoia a medida, uma vez que desde que a taxa foi criada em...

O Governo quer aumentar o imposto sobre o açúcar nos refrigerantes. O secretário de Estado Adjunto e da Saúde confirmou à TSF: as bebidas mais doces passam a pagar mais imposto.

A taxa máxima que é cobrada à indústria vai aumentar de 16 para 20 euros por cada cem litros. O imposto sobre os refrigerantes foi criado em 2016 apenas com 2 escalões de tributação. Agora passa a ter quatro, revela Fernando Araújo.

"Até agora existiam apenas dois escalões, um acima de oito gramas de açúcar por 100 mililitros de bebida e um abaixo. Significava que as bebidas que possuíam menos de oito gramas não tinham nenhum incentivo para continuar a reduzir esse açúcar ao longo do tempo. Nós iremos submeter isso ao Governo no âmbito do Orçamento de Estado a inclusão de mais dois patamares: as cinco gramas e as duas gramas e meia."

A ideia é incentivar a indústria a reduzir o açúcar nas bebidas para conseguir uma redução do imposto a pagar. Fernando Araújo revela que em termos fiscais esta medida até é amarga para os cofres do estado, porque a taxa mínima também é reduzida e assim regista-se menos receita fiscal. Ainda assim, a taxa vai permitir poupar dinheiro em despesas de saúde.

Estas mudanças no imposto sobre as bebidas açucaradas foram preparadas pelas secretarias de Estado da Saúde, Comércio e Assuntos Fiscais. O grupo de trabalho que analisou a aplicação da taxa criada de 2016 concluiu que o aumento dos escalões de imposto permitirá poupanças de 11 milhões de euros em saúde.

Fernando Araújo está otimista e acredita que a medida será aprovada em Assembleia da República: "Penso que será uma proposta que, à partida, terá todas as condições para ser aprovada, o que significaria que no próximo ano podíamos ter aqui um esforço conjunto de todas as partes nesta luta sem tréguas contra a diabetes, contra a obesidade e contra doenças cardiovasculares nas quais Portugal, infelizmente, ainda tem alguma liderança na Europa."

Contactado pela TSF, o diretor do Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável Pedro Graça não estava disponível para gravar, mas revelou que apoia este aumento porque desde que a taxa foi criada em 2016, o consumo de açúcar foi reduzido de forma significativa em Portugal.

SPMI aposta na formação e educação médica
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna vai promover a segunda edição do curso de “Diabetes – Terapêutica Farmacológica Não...

Este curso dirige-se a todos os internistas, médicos de medicina geral e familiar, farmacêuticos e outros profissionais de saúde, e conta com certificação Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), Ordem dos Farmacêutico (2.55 CDP) e DGERT – SIGO (corresponde às exigências do Código de Trabalho e da União Europeia).

Com duração de 40 horas, e em português, o curso é constituído por aulas teóricas, que simulam a metodologia presencial, através de vídeos, slides e voz-off, destinados à transferência do conhecimento, e por aulas práticas com exercícios, casos e problemas, que têm a finalidade de desenvolver competências, bem como um e-Manual que organiza de forma global os conteúdos do curso.

A inscrição está disponível através da Plataforma de e-learning: https://elearning-spmi.dlc.pt

A diabetes é considerada, pela Organização Mundial da Saúde, como a epidemia do século XXI.  De acordo com os dados do Observatório da Diabetes, referentes a 2015, estima-se que mais de um milhão de portugueses entre os 20 e os 79 anos tenham a doença, aos quais se juntam 500 mil em que esta continua ainda por diagnosticar.

O curso “Diabetes – Terapêutica Farmacológica Não Insulínica” é uma organização do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus (NEDM) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.

 

Mulheres são as mais atingidas
Atingindo sobretudo mulheres, o cancro da tiroide é uma doença muito prevalente em Portugal.

O cancro da tiroide é uma doença muito prevalente em Portugal e no mundo e a sua incidência tem vindo a aumentar, em parte devido a um diagnóstico mais precoce, nomeadamente de formas menos agressivas. A incidência de cancro da tiroide é cerca de 4 vezes maior na mulher do que no homem. Porém a mortalidade tem vindo a diminuir, nomeadamente na mulher devido a melhorias no diagnóstico e tratamento da doença. De facto trata-se de um dos cancros com maior sobrevivência.  

Apesar de a prevalência dos nódulos da tiroide palpáveis ser relativamente baixa (cerca de 5% na mulher e 1% no homem) o diagnóstico ecográfico de patologia nodular da tiroide poderá ser muito frequente, podendo atingir 19 a 68%. Esta prevalência é maior na mulher e no idoso e poderá atingir valores mais expressivos em regiões iodo-carentes como poderá ser o caso de Portugal.

O diagnóstico de nódulos da tiroide, seja pelo exame clínico ou por exame ecográfico acidental, obriga a uma investigação para exclusão do cancro da tiroide, que pode ocorrer em 7%-15% dos casos, dependendo de sexo, idade, exposição prévia a radiação, história familiar de cancro da tiroide e outras determinantes.

A ecografia tem um papel fundamental na seleção dos nódulos da tiroide com maior risco de cancro. Em função da dimensão e padrão ecográfico dos nódulos é possível estabelecer um gradiente de risco, que vai da suspeição muito elevada (risco superior a 70%) a suspeição muito baixa (risco inferior a 3%) ou benignidade (risco inferior a 1%). Recentemente tem vindo a ser usada um outro sistema de categorização ecográfica do risco dos nódulos denominado TI-RADS (Thyroid Imaging Reporting And Data System).

A decisão de realizar uma citologia aspirativa do nódulo da tiroide (vulgar “biópsia” da tiroide) sob controlo ecográfico é tomada com base no risco de malignidade determinado por ecografia. Nos casos sem indicação para citologia, por apresentarem um risco muito baixo, estará indicado o seguimento periódico.

Os resultados citológicos são classificados de acordo com o sistema de Bethesda, que para além das categorias de benignidade e malignidade inclui ainda um conjunto de 3 categorias com risco crescente de malignidade denominadas no seu conjunto como indeterminadas e cujo risco começa em 5-15% e vai até 60-75%. Em alguns casos a citologia pode ser “não diagnóstica” e obrigar a repetição do exame.

A decisão para intervenção cirúrgica é tomada em função da história clínica, dados ecográficos e resultados citológicos. A cirurgia da tiroide deverá ser realizada por cirurgião experiente nesse tipo de intervenção e o seguimento e tratamento do cancro da tiroide, quando confirmado pela histologia, deverá ser feito em centros vocacionados para o tratamento deste tipo de patologia.

Para evitar o diagnóstico excessivo de nódulos da tiroide, recomenda-se que não seja feito o rastreio ecográfico desta patologia em indivíduos sem história clinica suspeita. Em geral, os nódulos da tiroide diagnosticados neste contexto são de pequenas dimensões e apresentam um baixo risco de malignidade.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
OMS
Mais de três milhões de pessoas no mundo morreram em 2016 devido ao consumo de álcool, sendo que os homens representam três...

De acordo com o relatório “A Situação Global sobre o Álcool e a Saúde 2018”, uma em cada 20 mortes no mundo deveu-se ao consumo nocivo de álcool, correspondendo a 5% do conjunto das doenças a nível mundial.

Este estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra um quadro global sobre o consumo nocivo de álcool em todo o mundo, o peso da doença em relação ao conjunto das doenças e indica o que os países estão a fazer para diminuírem este fardo.

“Muitas pessoas, suas famílias e as comunidades sofrem as consequências do consumo nocivo do álcool, através da violência, ferimentos, problemas de saúde mental e doenças, tais como o cancro e os acidentes vasculares cerebrais", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Para este responsável “é hora de intensificar as ações para evitar esta séria ameaça ao desenvolvimento de sociedades saudáveis".

Do total das mortes atribuídas ao consumo nocivo do álcool, 28% deveram-se, entre outras causas, a lesões resultantes de acidentes de trânsito ou a violência entre pessoas, 21% foram causados por problemas digestivos e 19% por doenças cardiovasculares, sendo que doenças infecciosas, o cancro, perturbações mentais e outras situações de saúde representam a restante parcela.

Apesar de se observarem algumas tendências globais positivas desde 2010, o relatório classifica como “inaceitavelmente elevado” o peso da doença causada pelo consumo abusivo de álcool no conjunto das doenças, bem como o número das lesões provocadas, em particular na região das Américas e na região da Europa.

Em termos globais, estima-se que 237 milhões de homens e 46 milhões de mulheres sofram de problemas devido ao consumo de álcool, sendo que é maior a prevalência entre homens e as mulheres da região da Europa (14,8% e 3,5%, respetivamente) e da região das Américas (11,5% e 5,1%, pela mesma ordem).

O estudo refere ainda que os problemas com o consumo de álcool são mais comuns nos países com rendimentos mais elevados, prevê que o consumo global de álcool aumente nos próximos dez anos e diz que a Europa tem o maior consumo per capita do mundo, apesar deste ter diminuído em mais de 10% desde 2010.

A OMS estima que 2,3 mil milhões de pessoas consumam atualmente álcool no mundo, sendo que este é consumido por mais de metade da população de três regiões - Américas, Europa e Pacífico Ocidental.

Formações
A Comunidade Médica de Língua Portuguesa apelou ao poder executivo dos países lusófonos para que facilite a atribuição de...

"As pessoas que vão estagiar andam sempre com problemas com os vistos e depois têm de regressar. Queremos ver se os bastonários conseguem transmitir ao poder político a necessidade de pôr cobro a isso", disse José Pavão, secretário-permanente da Comunidade Médica de Língua Portuguesa (CMLP), à margem do decurso do IX Congresso do organismo, em Maputo.

"Não tem sentido para um jovem que sai da Guiné-Bissau para Coimbra que ao fim de dois meses tenha as autoridades a chateá-lo" por causa de um visto de permanência em Portugal, exemplificou.

Subordinado ao tema "Desafios Profissionais para a Medicina na era da globalização", o encontro que decorreu em Maputo discutiu questões ligadas à gestão de recursos humanos, bem como ao peso das doenças crónicas e das doenças negligenciadas na atividade do setor.

O financiamento e sustentabilidade dos sistemas de saúde, o papel da indústria farmacêutica e ainda o enquadramento da telemedicina e serviços de saúde à distância são outros dos temas no programa.

O encontro contou com a presença de representantes do Brasil, Portugal, Moçambique, Macau, Timor-Leste, Cabo Verde e Guiné-Bissau.

 

Setor farmacêutico
A Autoridade da Concorrência e o Infarmed assinaram na sexta-feira um protocolo de cooperação que permitirá facilitar a deteção...

Trata-se de “um protocolo inédito de cooperação para a constituição de instrumentos de articulação e de intercâmbio de informação, capazes de incrementar a eficácia de atribuições e competências das duas entidades”, afirmou o Infarmed em comunicado.

A deteção atempada de falhas ou distorções concorrenciais é um dos objetivos partilhados pelas duas entidades, que, desde sexta-feira, passaram a trocar informações relativas à supervisão, monitorização e acompanhamento da comercialização e consumo de medicamentos de uso humano, dispositivos médicos e cosméticos.

“Ao permitir o acesso a elementos de informação corretos e fiáveis, o protocolo permitirá facilitar a deteção de indícios da existência de práticas anticoncorrenciais no setor farmacêutico”, adianta, sublinhando que este setor é de “importância crucial” para a saúde pública e para a economia, representando os medicamentos uma fatia expressiva das despesas das famílias e do Estado.

Para as duas entidades, “é imprescindível assegurar o funcionamento aberto e concorrencial dos mercados neste setor”, para garantir o acesso a medicamentos e produtos de saúde seguros e a preços comportáveis, quer se trate de produtos inovadores ou já bem estabelecidos no mercado.

Para tal, defendem, é importante acompanhar de perto a evolução dos preços, a vigência das patentes, a introdução de medicamentos genéricos, o desenvolvimento de medicamentos biossimilares, a falta e as ruturas de medicamentos no mercado, avaliando em que medida situações identificadas como anómalas podem estar relacionadas com a existência de práticas anticoncorrenciais.

A consolidação e intensificação da cooperação com as entidades reguladoras setoriais é outra das prioridades definidas para 2018 e que permitirá à Autoridade da Concorrência (AdC) otimizar a sua atuação através da partilha de experiências e conhecimento sobre os respetivos mercados e potenciais restrições à concorrência, adianta o comunicado.

O acesso a medicamentos e produtos de saúde com qualidade, segurança e custo-efetividade é um dos objetivos do Infarmed enquanto entidade reguladora.

“Este protocolo contribuirá para este desígnio e para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde, através do uso racional dos produtos de saúde, da promoção da sua concorrência e da proteção do cidadão perante eventuais situações de rutura e problemas de acesso no mercado”, acrescenta o comunicado.

 

Lei entrou ontem em vigor
A lei que proíbe o abate de animais como medida de controlo da população entrou ontem em vigor no continente, mas os...

O Bastonário dos Médicos Veterinários, Jorge Cid, mostrou-se “preocupado e apreensivo” relativamente à falta de ação dos municípios para se adaptarem à proibição de abate de animais.

“Vejo com alguma preocupação, apreensão e alguma tristeza que não haja nenhuma evolução nesta matéria e não se esteja a querer estudar o assunto de base que é o que me parece que vai resolver o problema”, afirmou o bastonário.

O bastonário dos veterinários reforçou que só o combate ao abandono dos animais poderá ajudar a resolver o problema do número de animais nos canis e nas ruas, que as famílias portuguesas não têm capacidade de adotar.

“Parece-me que o caminho é precisamente o combate ao abandono e realmente criar condições para que as pessoas não abandonem os animais e estudar este problema a fundo, aí é que acho que devia incidir o esforço”, frisou.

Em vigor desde 23 de setembro de 2016, a lei que aprova medidas para a criação de uma rede de centros de recolha oficial de animais e estabelece a proibição do abate de animais errantes como forma de controlo da população estabelecia um período transitório de dois anos para adaptação, que termina hoje.

Também Ricardo Lobo, membro da direção da Associação Nacional de Médicos Veterinários dos Municípios (ANVETEM), afirma que o problema dos animais errantes é um “problema de educação”.

“O problema dos animais errantes tem que se resolver com tempo, é um problema basicamente de educação das pessoas e o que temos de baixar é este número perfeitamente absurdo de animais que nos chegam aos Centros de Recolha Oficial (CRO). Baixando este número de animais que nos chega aos Centros de Recolha Oficial obviamente que deixamos de abater animais”, disse.

Desde ontem é proibido o “abate de animais em centros de recolha oficial de animais por motivos de sobrepopulação, de sobrelotação, de incapacidade económica ou outra que impeça a normal detenção pelo seu detentor”.

De acordo com a lei, os animais acolhidos pelos Centros de Recolha Oficial que não sejam reclamados pelos seus donos no prazo de 15 dias, a contar da data da sua recolha, são “considerados abandonados e são obrigatoriamente esterilizados e encaminhados para adoção”.

O diploma prevê também a “integração de preocupações com o bem-estar animal no âmbito da Educação Ambiental, desde o 1.º Ciclo do Ensino Básico” e a dinamização anual de “campanhas de sensibilização para o respeito e a proteção dos animais e contra o abandono”.

A Região Autónoma da Madeira deixou de abater animais nos canis municipais em 2016 depois de aprovar a proibição do abate de animais de companhia e errantes e definiu um programa de esterilização, em sessão plenária no parlamento insular em 04 de fevereiro de 2016, que entrou em vigor 30 dias depois.

Já os municípios da Região Autónoma dos Açores têm até 2022 para se prepararem para o fim do abate de animais nos canis municipais apesar de haver já alguns municípios a tentar antecipar o fim do abate.

Páginas