Administração
O Centro Hospitalar de São João, no Porto, está a “auscultar os serviços jurídicos” sobre a possibilidade de poder aproveitar o...

“Estamos a auscultar os serviços jurídicos sobre a possibilidade de trabalharmos sobre o projeto existente”, adiantou António Oliveira e Silva aos jornalistas, em conferência de imprensa, congratulando-se com a publicação, em Diário da República, do despacho governamental que autoriza o hospital a lançar um concurso para a conceção e construção das novas instalações do Centro Pediátrico.

Apesar de considerar o projeto que tem já dez anos “obsoleto”, o presidente da administração disse que lhe “facilitava a vida” poder trabalhar “em cima do projeto” que já existe, porque há estruturas e infraestruturas que vão ser comuns.

António Oliveira e Silva, para quem este despacho é uma “luz verde” para avançar com a empreitada, sublinhou que “tudo que seja queimar etapas” do processo “é bom”.

O hospital “tem as peças preparadas” para lançar o concurso público dentro de três semanas, porque “grande parte” do trabalho está feito, referiu.

“Se pudesse fazer o processo de concessão e construção do projeto fazíamos isso de imediato. Há o máximo interesse da instituição nisso, não somos nenhuns sádicos e impenitentes que estejamos a usar algum artifício para adiar o lançamento da obra, o nosso interesse é fazer a obra o mais rapidamente possível”, salientou.

Estimando que dentro de “três ou quatro anos” poderá ser possível inaugurar as novas instalações, António Oliveira e Silva acredita que o Governo de António Costa está de “boa fé” senão não tinha avançado com o despacho conjunto rubricado pelos ministérios das Finanças e Saúde.

O presidente da administração considerou que o Governo não ia fazer um despacho a lançar a autorização para um concurso de concessão se não tivesse subjacente a autorização de construção.

“É um dia de imenso orgulho para nós, Centro Hospitalar de São João, mas principalmente para crianças, familiares e profissionais de pediatria que há tanto tempo esperam por isso”, ressalvou.

Apesar de “feliz” e “tranquilo”, António Oliveira e Silva garantiu que “não deixa de estar atento” ao desenvolvimento do processo.

O Governo autorizou na quarta-feira a administração do Centro Hospitalar Universitário de São João a lançar o concurso para a conceção e construção das novas instalações do Centro Pediátrico.

A autorização foi concedida através de despacho assinado pelos ministros das Finanças, Mário Centeno, e da Saúde, Adalberto Fernandes, publicado no Diário da República.

Este é o desenvolvimento mais recente deste ‘dossiê’, que já teve uma intervenção do Presidente da República e a mobilização de personalidades do Porto.

No dia 07, Marcelo Rebelo de Sousa declarou estar à espera que o Governo esclarecesse a sua posição sobre este centro pediátrico.

Na véspera, dia 06, um movimento cívico informal, intitulado “Pelo Joãozinho”, lançou um abaixo-assinado, dizendo ser “tempo de agir”, romper o impasse e avançar de imediato com a construção da nova ala pediátrica.

Há dez anos que o hospital tem um projeto para construir uma nova ala pediátrica, mas desde então o serviço tem sido prestado em contentores.

Em junho, o presidente do Centro Hospitalar afirmou que o problema do centro ambulatório pediátrico, que inclui o hospital de dia da pediatria oncológica, ficou resolvido, mas “continuam a faltar as instalações do internamento pediátrico”.

Maputo
Os médicos de países lusófonos reúnem-se hoje e sexta-feira em Maputo, capital de Moçambique, para estudar formas integradas de...

"Queremos contribuir para o desenvolvimento dos cuidados de saúde, através de estratégias e esforços integrados, em que os diversos parceiros se podem envolver de forma crítica e construtiva", refere António Zacarias, bastonário da Ordem dos Médicos de Moçambique, anfitrião do IX Congresso da Comunidade Médica de Língua Portuguesa (CMLP).

O encontro será simultaneamente o II Congresso da Ordem dos Médicos de Moçambique e contará com a presença de representantes do Brasil, Portugal, Moçambique, Macau, Timor Leste, Cabo Verde e Guiné-Bissau.

Subordinado ao tema "Desafios Profissionais para a Medicina na era da globalização", o encontro prevê comunicações sobre gestão de recursos humanos, peso das doenças crónicas e peso das doenças negligenciadas na atividade do setor.

O financiamento e sustentabilidade dos sistemas de saúde, o papel da indústria farmacêutica e ainda o enquadramento da telemedicina e serviços de saúde à distância são outros dos temas no programa.

A capital moçambicana foi definida como sede do encontro da Comunidade Médica de Língua Portuguesa durante o último congresso realizado em maio de 2017, em Brasília.

Governo
O Governo autorizou na quarta-feira a administração do Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, a lançar o...

A autorização foi concedida através de despacho assinado pelos ministros das Finanças, Mário Centeno, e da Saúde, Adalberto Fernandes, publicado no Diário da República.

É justificada com a consideração de que o Centro Pediátrico “ainda apresenta algumas limitações arquitetónicas”, apesar da remodelação já realizada em 2018 e que significou a assunção de compromissos superiores a dez milhões de euros.

Estas limitações, admite-se no texto do despacho, “levam à dispersão dos serviços e à utilização de estruturas provisórias, reduzindo as condições assistenciais e acarretando elevados custos de manutenção”.

Este é o desenvolvimento mais recente deste ‘dossiê’, que já teve uma intervenção do Presidente da República e a mobilização de personalidades do Porto.

No dia 07, Marcelo Rebelo de Sousa declarou estar à espera que o Governo esclarecesse a sua posição sobre este centro pediátrico.

“Espero que haja essa definição de posição [do Governo] porque não havendo essa definição de posição haverá sempre uns que interpretarão como não sendo agora, mas está para vir e, outros, que interpretarão como não sendo agora, nem nunca”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa à margem de um debate sobre Demografia, no Porto.

Na véspera, dia 06, um movimento cívico informal, intitulado “Pelo Joãozinho”, lançou um abaixo-assinado, dizendo ser “tempo de agir”, romper o impasse e avançar de imediato com a construção da nova ala pediátrica do São João.

Na apresentação do documento, o porta-voz do movimento, Júlio Roldão, explicou que o que reclamam do Governo são as ações necessárias ao desbloqueamento do processo e ao imediato início das obras.

Entre as assinaturas já recolhidas na data estavam as do arquiteto Álvaro Siza Vieira, da cientista Maria de Sousa, do médico Manuel Sobrinho Simões, do presidente do FC Porto, Pinto da Costa, dos artistas e escritores Carlos Tê, João Bicker e Manuela Espírito Santo, e do bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães.

“Ninguém quererá que a nova ala pediátrica do Hospital São João, já dotada de financiamento, possa eternizar-se sem qualquer avanço. Os dez anos que leva de instalações precárias em contentores adaptados para três anos de vida são muito tempo”, afirmou Júlio Roldão.

Há dez anos que o hospital tem um projeto para construir uma ala pediátrica, mas desde então o serviço tem sido prestado em contentores.

O projeto, denominado “Joãozinho”, está orçado em cerca de 22 milhões de euros. O hospital tem cerca de 19 milhões de euros depositados numa conta, mas falta luz verde das Finanças para que os possa utilizar.

Em junho, o presidente do Centro Hospitalar afirmou que o problema do centro ambulatório pediátrico, que inclui o hospital de dia da pediatria oncológica, ficou resolvido, mas “continuam a faltar as instalações do internamento pediátrico”.

“Continua a faltar, como é público, as instalações do internamento pediátrico para o qual ainda não temos solução à vista”, afirmou, na altura, António Oliveira e Silva, frisando, a este propósito, que no que ao centro hospitalar de São João diz respeito, “todas as informações pedidas foram fornecidas”.

 

Ministro da Saúde
O Governo vai dar, em 2019, autonomia a um quarto dos hospitais portugueses, que terão capacidade de recrutar e decidir...

Os ministérios da Saúde e das Finanças, com a dupla tutela dos hospitais EPE, vão lançar “um programa de aplicação, com consequências do estatuto do gestor público e daquilo que está consignado na lei, para que em um quarto dos hospitais portugueses possamos em 2019 dar autonomia, dar incentivos à gestão, com incentivos para a própria gestão e para o hospital, nomeadamente com reforço de investimento e, sobretudo, de autonomia e capacidade de recrutar”, anunciou ontem Adalberto Campos Fernandes no programa “Grande Entrevista”, na RTP3.

Frisando que “não há bons ou maus gestores apenas porque lhe é colocada uma etiqueta em cima do casaco”, Adalberto Campos Fernandes disse que “há contextos e há circunstâncias em que essa gestão é exigida”.

A iniciativa pretende dar “capacidade de estabelecer um contrato de programa" e adaptar os recursos às necessidades na produção, na atividade assistencial, decidindo os investimentos internamente e respondendo pelos tempos de espera, nomeadamente pelo acesso”, referiu o ministro.

“A obrigação maior é respeitar os direitos de acesso, as pessoas têm direito a ter acesso em tempo útil clinicamente aceitável”, salientou.

“Vamos ver que alguns desses gestores serão os mesmos e o desempenho será totalmente diferente porque eles terão condições, liberdade e autonomia”, afirmou Adalberto Campos Fernandes, sustentando que “um enquadramento restritivo, que não dá possibilidade de um gestor exercer as suas competências, é uma limitação”.

“Temos de ter bons profissionais de gestão, boa governação clínica e temos de ter contexto que seja favorável a uma maior autonomia e a uma maior responsabilidade”, vincou.

Questionado sobre se já há resultados da estrutura criada para avaliar as contas do Serviço Nacional de Saúde, o ministro disse que sim e que “são positivos”.

O ministro referiu que a dívida a fornecedores começou a descer e que, apesar de ainda estar acima dos 750 milhões de euros, foram criadas condições para que “a dívida não cresça, antes pelo contrário, diminua mês a mês”.

Está ainda a ser preparada uma injeção adicional de 500 milhões de euros, sobre o financiamento disponibilizado no início do ano para pagamento de dívidas, o que, segundo o ministro, permitirá entrar em 2019 numa “situação estável”.

“O problema não fica todo resolvido, mas claramente com uma trajetória em direção à resolução do problema e a um quadro de sustentabilidade dessa dívida que era imperativo garantir”, rematou Adalberto Campos Fernandes.

Questionado sobre o orçamento do SNS para 2019, o ministro disse que “é prematuro” estar a falar de valores para 2019, uma vez que está em curso um processo de construção orçamental, mas estimou que tenha um aumento de cerca de 300 milhões de euros face a 2018.

Salientou ainda que, “pela primeira vez”, vão ser repostos “os 1000 milhões de euros que tinham sido suprimidos pelo Governo anterior aquando da intervenção externa (2011-2015)” e que esse valor, “que muito penalizou o Serviço Nacional de Saúde e que o deixou em condições muito difíceis”, vai ser superado no final desta legislatura.

Em 10 anos
Cerca de 300 angolanos beneficiaram, nos últimos dez anos, da formação do Centro de Investigação em Saúde de Angola, projeto...

O projeto, criado em 2007 no âmbito de uma parceria entre o Ministério da Saúde de Angola, Governo Provincial do Bengo e a Cooperação Portuguesa, através dos Instituto Camões e a Fundação Calouste Gulbenkian, recebeu ontem a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, que se encontra em Luanda no quadro da visita do primeiro-ministro português, António Costa, a Angola, que decorreu entre segunda e terça-feira.

Em declarações, o investigador e coordenador do Centro de Investigação em Saúde de Angola (CISA), Miguel Brito, realçou que a gestão do projeto passou para as autoridades angolanas, no ano passado, 10 anos após ter começado.

Ao longo dessa década, acrescentou, um total de cerca de 300 pessoas foi formada nos vários níveis na área da saúde e da investigação, desde técnicos médios de saúde, técnicos de saúde, enfermeiros e médicos.

Segundo o investigador português, foram ainda formados vários estudantes em finais de licenciatura e estudantes de mestrado, estando em curso a formação de oito estudantes de doutoramentos.

"O balanço grande é a quantidade de angolanos que temos vindo a ajudar a formar em áreas altamente especializadas da saúde e com graus académicos extremamente importantes para o quadro nacional. Tem sido sempre a nossa preocupação, não tanto as infraestruturas pesadas - temos os nossos laboratórios, os nossos espaços -, mas preocupamo-nos e temo-nos preocupado em formar pessoas", referiu.

Durante 10 anos, prosseguiu Miguel Brito, a formação passou pela realização de 22 projetos, com financiamentos nacionais e internacionais, e que levou à publicação de 22 artigos em revistas científicas internacionais de especialidade, com revisores, e a apresentação de perto de 60 trabalhos em congresso.

O coordenador do CISA realçou que a aposta durante estes anos foi igualmente para a participação em congressos internacionais, com vista a divulgar e atrair mais investigadores nacionais e internacionais, parcerias com instituições nacionais e internacionais, com hospitais, universidades ou outros centros de investigação pares, nacionais e internacionais.

Sempre pautado pela investigação, o CISA realizou vários estudos em doenças prevalecentes na província angolana do Bengo, vizinha da de Luanda, e também pelo resto do país, virados sobretudo para as doenças infecciosas, nomeadamente parasitas intestinais, como a malária, a principal causa de morte no país.

"Temos estudos também em doenças não comunicáveis, por exemplo, em hipertensão arterial, cardiovasculares, que também já é um problema, e obesidades. Estudos relacionados com a malnutrição, quer materna quer infantil, e na perspetiva, às vezes não tanto, da falta do alimento, mas na formação do tipo de alimento, da diversidade alimentar e nas várias faixas etárias", salientou.

Os estudos estendem-se ainda à área da genética, nomeadamente à prevalência das anemias, células falciformes, as doenças filiarias linfáticas, a oncocercose, também conhecida por cegueira dos rios, cujo número de casos têm vindo a diminuir ao longo dos anos, mas que ainda constitui um problema de saúde pública.

Miguel Brito disse que, além do Bengo, as investigações expandiram-se ainda às províncias do Uíge, Luanda e Benguela.

Sobre os desafios na implementação do projeto, o investigador apontou as dificuldades na obtenção de financiamentos e na fixação dos investigadores no Caxito, capital do Bengo, onde se encontra instalado o CISA.

Todavia, relativamente aos financiamentos, a situação tem registado melhorias, segundo Miguel Brito, porquanto "o CISA começou a ficar mais conhecido internacionalmente e a dar provas das suas capacidades".

Bragança
A Unidade Local de Saúde Nordeste juntou ontem os diferentes agentes locais num primeiro plenário para elaborarem, em parceria,...

Depois de feito a nível interno um levantamento das necessidades, foram definidas cinco áreas prioridades de intervenção e os parceiros irão escolher três que merecerão maior atenção pelo menos até 2020. O plano deverá estar pronto “até ao final do ano”.

Antes, irão decorrer mais plenários, como indicou o presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste, Carlos Vaz, para quem “o envolvimento de toda a sociedade civil, desde câmaras municipais a misericórdias, associações, forças militares, bombeiros é importante para alcançar os objetivos”.

O responsável adiantou que “grande parte das medidas do plano irão ser preventivas”, dando como exemplo as áreas onde a região com a população envelhecida tem mais problemas.

O maior índice de mortalidade surge nas doenças circulatórias, tumores, diabetes e saúde mental, mas fazem também parte das preocupações a obesidade infantil e o alcoolismo associado às cirroses hepáticas.

Este plano não necessitará de financiamento específico, segundo disse, já que os programas serão implementados com as equipas da ULS e dos parceiros locais e aproveitando alguns programas já existentes, a começar pelas ações de sensibilização junto dos mais novos.

A Unidade de Saúde Pública da ULS Nordeste coordena este trabalho e a responsável Inácia Rosa explicou que, com a elaboração do diagnóstico, identificaram dez problemas de Saúde na área de intervenção, que corresponde ao distrito de Bragança.

Desses dez, selecionaram cinco que estão a ser propostos aos agentes locais para escolherem três para trabalharem em conjunto em todo o distrito, um dos quais pode ser acrescentando pelos parceiros.

Os cinco identificados foram as doenças cerebrovasculares e cardiovasculares, as doenças tumorais, diabetes, doenças respiratórias e a saúde mental.

“São os representantes da comunidade que irão eleger os três problemas”, vincou, explicando que a seguir irão elaborar o plano “que só vai ficar fechado quando houver uma carta compromisso entre todos os intervenientes”.

A intervenção no terreno passará por atividade que “todos já fazem isoladamente” e que agora querem “todos a trabalhar para o mesmo”.

“Nós temos recursos na comunidade que podem ajudar”, observou.

População
Os responsáveis da Unidade Local de Saúde do Nordeste alertaram para os efeitos do isolamento e do envelhecimento da população...

A saúde mental foi selecionada como uma das áreas prioritárias para intervir nesta região no âmbito de um plano que está a ser elaborado com diferentes parceiros da comunidade que se reuniram ontem no primeiro de vários plenários.

As autoridades locais ainda não têm estudos científicos sobre as causas de o distrito de Bragança ter, a nível nacional, o maior número de casos de suicídio (concretamente uma média anual de 20), mas acreditam que o isolamento e o envelhecimento da população não são alheios a esta realidade que atinge maioritariamente os mais velhos.

O presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste, Carlos Vaz, afirmou que esta é uma área onde é necessário “intervir mais”, porque a região tem “um índice de suicídios superior à média nacional e à média da própria região” Norte.

A coordenadora da Unidade de Saúde Pública da ULS Nordeste, Inácia Rosa, ressalvou que “não há um estudo, mas se calhar tem a ver com o isolamento das pessoas, com o envelhecimento da população”.

“A nossa população é muito mais envelhecida do que o resto da região Norte e do país e o isolamento também é muito”, vincou.

Esta é uma realidade que, considerou a médica, está a contribuir para que Bragança tenha ultrapassado outras regiões com esta problemática, nomeadamente o Alentejo, apresentando uma média de “15 casos anuais por 100 mil habitantes, acima da região Norte e da média nacional”.

O distrito de Bragança, o território servido pela ULS do Nordeste, tem pouco mais de 126 mil habitantes e os casos de suicídio ocorrem maioritariamente na faixa mais idosa da população, de acordo com a coordenadora.

Embora outras problemáticas como o alcoolismo também possam estar associadas, a médica baseia a preocupação com o isolamento num programa que a ULS do Nordeste já teve para analisar os casos de saúde mental.

“Nós fazemos muitos internamentos compulsivos de pessoas e algumas são reincidentes. De três em três meses lá vão eles (polícias) para fazer um mandado de condução e para acompanhar essas pessoas”, concretizou.

Inácia Rosa está convencida de que “o isolamento tem muito a ver com isso, porque as pessoas vêm para a psiquiatria, vão para as suas habitações e não têm retaguarda, não têm ninguém que os apoie e caem no mesmo.

É uma questão “muito preocupante” na região a que não é alheia, na opinião da médica, a parte económica também.

Os responsáveis da ULS do Nordeste querem intervir mais nesta área, em parceria com outros agentes locais no âmbito do Plano para a Saúde Local que está a ser preparado.

Garantem ainda que “a Saúde Mental já não é o parente pobre da Saúde” e que os serviços têm respostas nesta região.

Ministro dos Negócios Estrangeiros
O chefe da diplomacia portuguesa disse ontem, em Caxito, província do Bengo, que a passagem da gestão do Centro de Investigação...

Augusto Santos Silva discursava na cerimónia de apresentação do Centro de Investigação em Saúde de Angola (CISA), projeto com dez anos de existência, que conta com apoios do Estado português e angolano, na investigação e identificação de doenças na província do Bengo e outras regiões do país.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português referiu que a entrega da gestão às autoridades angolanas, desde o ano passado, exprime o "reforço do empenhamento na cooperação portuguesa, apoiando esta nova missão que o CISA deve ter hoje".

"O CISA é, do ponto de vista da cooperação portuguesa, um dos melhores projetos em que alguma vez estivemos envolvidos, porque se destina a apoiar a capacitação de Angola numa área que é absolutamente essencial para o bem-estar da sua população, que é a área da saúde", disse o ministro.

Segundo Augusto Santos Silva, o projeto é ainda importante porque significa apoiar a capacitação de angolanos, através do conhecimento, da investigação aplicada, que ajuda a compreender quais são os problemas que podem ser identificados e as respostas técnicas, científicas e sociais.

O governante português enalteceu ainda o facto de, desde o início, o projeto ter contado com uma parceria entre Angola e Portugal, designadamente entre o Ministério da Saúde, o governo da província do Bengo, e no caso português, com a mobilização de apoios do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, a Fundação Calouste Gulbenkian e também de empresas portuguesas estabelecidas em Angola.

"É um projeto que tem uma história, tem neste momento dez anos desde o seu lançamento e tem permitido desenvolver as qualificações e capacidades dos investigadores angolanos, afirmar internacionalmente a qualidade destes investigadores, basta ver o número de artigos em revistas científicas internacionais que os investigadores do CISA já produziram até agora", frisou.

Para o ministro, a nova direção do CISA, com uma plena integração na estrutura do Ministério da Saúde, tem neste momento o desafio de concretizar o novo contrato-programa, nos termos do qual, há a passagem da gestão do CISA para plena responsabilidade das autoridades angolanas.

De acordo com o ministro, "esse ponto é muito importante", na medida em que beneficiam do CISA novos investigadores angolanos, que são o futuro, a renovação da capacidade científica, médica e sanitária do país.

"E só há uma maneira de essa renovação se fazer: é nós sermos intransigentes no cumprimento dos requisitos técnicos internacionais, no que diz respeito à qualificação do pessoal, condições de trabalho, garantia de que a direção e a gestão respeita e encoraja a qualidade científica e técnica dos investigadores", frisou.

"Este é o melhor caminho para que o CISA beneficie de novos projetos. Já hoje o CISA beneficia não só do apoio da cooperação portuguesa, não só da participação muito importante do Estado angolano, como beneficia do apoio financeiro de fundações internacionais, como a Fundação Gates e esse é o caminho e é nesta é fase em que estamos", acrescentou.

Por sua vez, a governadora do Bengo, Mara Quiosa, disse que o CISA é um centro de muita importância para aquela província, manifestando "o profundo agradecimento por todo o apoio que a cooperação portuguesa tem estado a realizar ao longo de todos estes anos para que o CISA seja um êxito".

Mara Quiosa salientou a grande importância do centro, tendo em conta as várias patologias existentes na província, sobre as quais o CISA tem tido um papel importante na sua identificação, nomeadamente a malária, que é a grande preocupação das autoridades.

 

Ministério das Finanças
O Hospital das Forças Armadas aguarda autorização do Ministério das Finanças para desbloquear pelo menos 4,6 milhões de euros...

A situação financeira do HFAR, agravada por uma dívida do Instituto de Ação Social das Forças Armadas que ultrapassa os 14 milhões de euros, foi o principal alerta deixado pela direção do hospital junto dos deputados da comissão parlamentar de Defesa Nacional, que visitaram na terça-feira as instalações do polo de Lisboa, no Lumiar.

Segundo fontes militares e parlamentares, há cinco áreas que reclamam “obras urgentes” para as quais seriam necessários 4.680.000 euros, mas a despesa terá de ser autorizada pelo Ministério das Finanças.

De acordo com dados que constam numa informação enviada ao Ministério da Defesa em junho, entre os cinco “projetos críticos” para o HFAR está a instalação de uma central de segurança e vigilância, com custo estimado de 190 mil euros.

“A sua inexistência comporta riscos ao nível da segurança militar e da segurança do edificado do Campus de Saúde Militar, particularmente no que se refere ao controlo de acessos, da intrusão e da alarmística - incêndios, cadeias de frio, sistemas de elevação e gases medicinais”, é referido no documento.

A remodelação da cozinha, visando cumprir os normativos legais para a confeção própria, dietas hospitalares dos doentes internados, para criar “condições adequadas” de armazém, frio e de limpeza e para criar “circuitos autónomos” para o pessoal e fornecedores foi também um projeto identificado como “prioritário”, com custo estimado de 1,9 milhões de euros.

De acordo com fontes parlamentares presentes na visita, a direção do hospital manifestou “bastante preocupação” com o estado atual da rede de abastecimento de água para consumo, verificando-se que o reservatório apenas tem capacidade equivalente para o consumo de um dia e regista várias fugas. A rede de água quente também está em “elevado estado de degradação” e apresenta “roturas frequentes”, receando-se que afete o fornecimento ao hospital.

A ampliação do serviço de internamento, a instalação de um sistema de deteção de incêndios, a substituição do sistema de águas quentes e a atualização dos equipamentos de transformação e distribuição de energia elétrica são os outros projetos considerados críticos, é revelado no mesmo documento.

Entrevista
A obesidade é considerada um importante fator de risco para a diabetes tipo 2, doença cardiovascular
Obesidade

Considerada uma epidemia a nível mundial, a obesidade ter vindo a aumentar de ano para ano, sobretudo, nos países desenvolvidos. Em Portugal, por exemplo estima-se que metade da população portuguesa tenha peso a mais. O que é que isto tem para nos dizer?

A obesidade constitui, atualmente, uma pandemia a nível global e Portugal não é exceção. Contudo, quando se compara o nosso País com outros países europeus verificamos que a nossa prevalência, particularmente no que diz respeito à pré-obesidade, é alarmante. Quando se compara os dados atuais com dados anteriores, vemos que a pandemia não mostra sinais de estar sob controlo, antevendo-se um aumento crescente nos dados de prevalência para o futuro próximo.

Quais os principais riscos da obesidade para a nossa saúde? E qual o seu peso em termos sociais e económicos?

Além de ser considerada uma doença, a obesidade comporta um risco acrescido de desenvolvimento de outras doenças, com a diabetes tipo 2 à cabeça, mas passando por uma ampla variedade de outras patologias: hipertensão arterial, várias neoplasias, síndrome de apneia obstrutiva do sono, patologia osteoarticular degenerativa, dislipidemia, etc. Assim, o aumento na prevalência de obesidade e pré-obesidade implica o aumento na prevalência das patologias associadas à obesidade, com os inerentes custos sociais e económicos. Portugal apresenta uma das maiores taxas de prevalência de diabetes (13,3% segundo os dados do último Observatório Nacional da Diabetes); tal expressão da doença acredita-se que advenha do aumento da expressão, na sociedade nacional, de obesidade e pré-obesidade (um dos principais fatores de risco para desenvolvimento da diabetes tipo 2).

Tratando-se de uma doença complexa, quais os principais fatores que contribuem para o aumento de peso?

A obesidade e pré-obesidade resultam de um balanço energético positivo em indivíduos geneticamente predispostos para acumular massa gorda. A expressão dos genes que caracterizam os indivíduos das sociedades contemporâneas acredita-se não sejam substancialmente diferentes dos nossos antepassados recentes. Assim, assume-se que o desenvolvimento de excesso ponderal decorra de um excesso de ingestão alimentar, uma redução dos gastos energéticos ou de ambos. Realmente, verifica-se uma cada vez maior sedentarização da nossa sociedade, com indivíduos urbanizados desempenhando atividades profissionais que comportam baixo gasto energético. Por outro lado, por razões profissionais ou familiares, muitos dos indivíduos da nossa sociedade acabam por praticar hábitos alimentares não saudáveis que propiciam o acúmulo de energia no tecido adiposo. Adicionalmente, o stresse, tão presente em muitas das profissões, e o défice de sono são fatores contributivos para a génese de excesso ponderal.

De um modo geral, culpa-se muito a alimentação pelo excesso de peso, mas a verdade é que, independentemente, dos cuidados alimentares há quem não consiga perder peso mesmo estando a seguir uma dieta equilibrada. O que justifica o insucesso de muitos tratamentos contra a obesidade?

A obesidade é uma doença de fisiopatologia complexa e de tratamento difícil. Na maior parte dos casos, não basta fazer restrição calórica (embora seja um passo extremamente importante para o tratamento da obesidade). O que se passa é que, sobretudo quando a obesidade já se encontra instalada há algum tempo, ocorre um reset do “ponderostato” hipotalâmico. Ou seja, o centro de controlo do peso, localizado no hipotálamo, passa a considerar como normal uma quantidade de gordura corporal em excesso. Como em todos os sistemas homeostático, o ponderostato acionará todos os mecanismos ao seu dispor para evitar que a pessoa perca peso e saia da faixa ponderal que tem como normal. No tratamento da obesidade, vai-se tentar que ocorra novo reset do ponderostato para valores que são realmente normais e tal leva tempo. Assim, no processo de perda ponderal, além de uma boa dose de motivação, o indivíduo obeso deverá ser persistente.

Em matéria de prevenção, o que falta fazer para que os números desta doença parem de aumentar?

O problema da obesidade não é um problema de fácil resolução. Em primeiro lugar deveriam ser desenvolvidas campanhas eficazes de sensibilização para a problemática da obesidade, a nível dos vários setores da sociedade. Prioritariamente, dever-se-ia atuar a nível do ensino básico por forma a incutir as noções de estilo de vida saudável e passar a mensagem de que o excesso ponderal tem graves consequências para a saúde individual e que o mesmo não é uma situação inevitável. Por um lado, combatia-se o desenvolvimento de obesidade infantil e, por outro, utilizava-se as crianças e os jovens como vetores de informação para passar a mensagem dentro do núcleo familiar.

Mas só informar e sensibilizar para a problemática não seria suficiente. Seria necessário a criação, a nível das unidades de saúde, de toda uma estrutura de suporte (médico, enfermeiro, nutricionista, profissional de atividade física, psicólogo) para ajudar eficazmente a perder peso todos aqueles que começam a ter excesso ponderal.

Para além dos médicos e dos doentes, também os poderes políticos e a indústria alimentar têm um papel preponderante no combate à obesidade. Na sua opinião, que medidas poderiam ser tomadas para melhorar este aspeto tão importante de saúde publica?

Além de medidas de carácter médico e envolvendo outros profissionais de saúde, para um eficaz combate à obesidade/pré-obesidade são necessárias medidas políticas que envolvam alterações urbanísticas (facilitando a prática de atividade física ao ar livre), medidas de intervenção no sector alimentar (penalizando alimentos nefastos e aliviando a taxação de alimentos saudáveis) e medidas legislativas, nomeadamente na área fiscal, que favoreçam a adoção de estilos de vida saudável. Estas medidas teriam que ser planeadas para implementação a longo prazo por forma a que esta e as próximas gerações possam eficazmente gerir o balanço energético no sentido de evitar o acúmulo de gordura corporal.

Relativamente ao diagnóstico, em que momento um individuo deve procurar ajuda? Quando é estamos perante um caso de obesidade ou excesso de peso?

Um indivíduo deve procurar ajuda a partir do momento que apresenta um peso superior ao que seria expectável para a sua altura; ou seja, quando o seu índice de massa corporal (IMC) ultrapassa os 25 Kg/m2 (pré-obesidade). Nessa altura as intervenções recomendadas são, unicamente, de intervenção sobre o estilo de vida. Contudo, se o indivíduo já apresentar obesidade (IMC igual ou superior a 30 Kg/m2) ou se o IMC é superior a 27 Kg/m2 e o doente apresenta outras patologias associadas à obesidade, além das medidas de intervenção sobre o estilo de vida, já poderá ser equacionada terapêutica farmacológica antiobesidade.

E qual o especialista mais indicado para seguir e/ou tratar um caso de obesidade?

Sendo a obesidade uma doença endócrina, o endocrinologista deverá fazer parte da equipa que trata o indivíduo obeso. Contudo, idealmente, a atuação deverá ser multidisciplinar com envolvimento de outros profissionais de saúde, nomeadamente, de nutricionistas. Contudo, face à complexidade da doença, muitos outros profissionais poderão ser chamados a intervir para uma solução eficaz e atempada do excesso ponderal.

Quanto ao tratamento da obesidade, que opções terapêuticas estão disponíveis? Qual o papel da terapêutica farmacológica no combate à obesidade?

Além das medidas de intervenção comportamental, alimentar e de implementação da atividade física, necessárias e imprescindíveis para tratamento da pré-obesidade e de todas as classes de obesidade, existem fármacos antiobesidade (indicados a partir de IMC de 30 Kg/m2, ou de 27 se estiverem presentes patologias associadas à obesidade). A terapêutica farmacológica é de extrema importância para um eficaz combate ao excesso ponderal e deve ser considerada em associação (e nunca em substituição) das medidas de intervenção no estilo de vida. Dentre os fármacos antiobesidade, em Portugal, estão disponíveis o orlistato 120 mg (de nome comercial XenicalÒ), o liraglutido 3 mg (de nome comercial SaxendaÒ) e a associação bupropion 90 mg /naltrexona 8 mg (de nome comercial MysimbaÒ). Para situações de obesidade severa (obesidade classe III – IMC igual ou superior a 40 Kg/m2 - ou obesidade classe II – IMC entre 35 e 39,9 Kg/m2) poderá ser considerada uma cirurgia bariátrica se o doente for elegível e estiver recetivo a esse tratamento.

Para terminar, que últimas considerações gostaria de fazer relativamente a este tema?

A obesidade é uma doença de extrema complexidade, mas possível de ser controlada. A nível da sociedade, há necessidade de uma atuação conjunta e concertada em vários planos, para um eficaz controlo da pandemia de obesidade. A nível individual, desde que a pessoa com obesidade/pré-obesidade esteja sensibilizada e motivada para a resolução do seu problema, atualmente, existem soluções eficazes para o seu tratamento.

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Obesidade: Pandemia mundial do século XXI

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
EUA
Quatro pessoas que receberam órgãos do mesmo doador desenvolveram posteriormente cancro da mama, revela um estudo citado nos...

Rins, pulmões, fígado e coração foram retirados de um mesmo dador para serem implantados em quatro recetores diferentes e todos eles acabaram por ter cancro da mama depois da operação, segundo um estudo publicado no American Journal of Transplantation, ontem divulgado.

Os quatro doentes desenvolveram metástases e três deles morreram.

O quarto doente conseguiu sobreviver depois de os médicos terem voltado a remover um dos rins doados e após ser submetido a múltiplos tratamentos.

A dadora, de 53 anos, não tinha nenhum problema médico conhecido, nem muito menos lhe foi diagnosticado qualquer tumor maligno nos seus órgãos.

O autor do estudo, professor de Nefrologia na Universidade de Amesterdão, Frederike Bemelman, qualificou este caso como "extremadamente raro".

“Há sempre um pequeno risco (…). Também há uma pequena probabilidade de que algo aconteça no processo”, comentou o especialista.

A transmissão de uma neoplasia - cancro - após um transplante de um órgão acontece apenas cerca de cinco vezes em 10.000 intervenções e na maioria dos casos a tecnologia disponível não permite que seja detetada antes da doação.

A Diretora de Serviços Médicos da Organização Internacional de Transplantes, Elisabeth Coll, afirmou à agência EFE que "estes casos infelizes acontecem excecionalmente, porque são impossíveis de serem detetados antes”.

“Antes de se fazer um transplante de qualquer órgão são realizados todos os testes possíveis para descartar qualquer transmissão neoplásica”, salientou a responsável.

Estudo
Um em cada 10 doentes renais que faz hemodiálise não tem qualquer rede de suporte, concluiu um estudo sobre o perfil destes...

O estudo, realizado por um grupo de assistentes sociais, em coautoria com a investigadora Sónia Guadalupe do Instituto Superior Miguel Torga, adianta que quase 11% da população que faz hemodiálise não tem nenhuma rede de suporte.

A maioria (72,2%) tem como principal fonte de apoio a família, os amigos e os vizinhos. Um grupo restrito destes doentes com insuficiência renal crónica depende exclusivamente de uma rede de apoio formal.

O estudo, que envolveu 3.114 doentes em tratamento em 25 clínicas de hemodiálise de todo o país em 2016, indica que a maioria da população em hemodiálise é masculina, com mais de 65 anos, casada, com casa própria e tem baixos níveis de escolaridade e pouca literacia em saúde.

Há, no entanto, um grupo de doentes que apresenta indicadores que apontam para situações de vulnerabilidade social, refere o estudo, que pretendeu “conhecer a fundo” a população em hemodiálise, disse à agência Lusa Marta Olim, assistente social e uma das autoras do estudo, a par de Sónia Guadalupe do Instituto Superior Miguel Torga.

O estudo, publicado no National Kidney Foundation of Nephrology Social Work, salienta que a percentagem de doentes desempregados, que residem em habitações precárias, que vivem sozinhos ou em famílias monoparentais e de pacientes que foram deslocados dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) ou que não têm nenhum apoio informal ou formal é “altamente relevante”. 

Entre os desempregados, destacavam-se os de longa duração, já sem benefícios sociais, o que se deve à dificuldade de encontrarem um trabalho compatível com as suas limitações e com os dias de tratamento.

Marta Olim adiantou que, tendo em conta que as dificuldades sociais têm um “impacto clínico determinante”, a investigação quis “perceber os perfis maioritários e minoritários” destes doentes para poder intervir “o melhor possível” junto desta população.

“Isso tem que ver com o conhecimento das suas famílias, dos seus recursos económicos e de como, por exemplo, vivem”, disse a investigadora.

Segundo o estudo, o primeiro a retratar esta realidade em Portugal, 10% dos doentes são oriundos dos PALOP (Países de Língua Oficial Portuguesa), maioritariamente de Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé.

Vêm para Portugal ao abrigo de acordos de saúde e chegam em “condições muito frágeis”, precisando de ser “muito apoiados e suportados”, disse Marta Olim.

Chegam com uma “fragilidade psicossocial enorme e com um desenraizamento muito significativo”, sustentou a assistente social, contando que vêm a pensar que a sua estada em Portugal é “muito temporária e a maior parte das vezes é para a vida toda”.

O facto de não terem apoios formais, de estarem deslocados do seu país, e as exigências do tratamento dificultam a criação laços sociais informais, o que os torna uma população vulnerável e um alvo especial para intervenções de assistência social, salienta o trabalho.

A maioria dos doentes (53,8%) tem o primeiro ciclo, mas ainda há muitos analfabetos (10,18%). Apenas 7% tinham o ensino superior.

São pessoas que “têm pouco acesso, pouca informação, pouca literacia em saúde” e recorrem aos serviços em situações “muito mais avançadas de doença”, disse Marta Olim, explicando que existe uma associação direta entre a baixa escolaridade, o acesso aos cuidados de saúde e o facto de entrarem em situações de doença crónica.

Também por isso há uma população maioritária de homens em diálise. “Esta é uma doença silenciosa e os homens culturalmente vão ao médico muito mais tarde, só quando a dor aperta, a mulher começa a ir mais cedo”, por exemplo na gravidez, em que se deteta diabetes e hipertensão, que são as duas grandes patologias que desencadeiam a doença crónica.

Para as autoras do estudo, o conhecimento do perfil sociológico destes doentes é decisivo para melhorar programas específicos de intervenção de serviço social, bem como medidas de política organizacional e social capazes de satisfazer as necessidades dos doentes e de promover o seu bem-estar individual e social.

Escola Superior de Tecnologia da Saúde
O docente Paulo Graciano, da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra, é coautor das primeiras normais...

O Politécnico de Coimbra (IPC), em comunicado, refere que as normas "têm como objetivo definir níveis de referência de diagnóstico em pediatria nos exames de radiologia convencional, tomografia computorizada (TAC) e radiologia de intervenção".

"A criação de normas europeias deve-se à necessidade de regular o crescente aumento do número de exames com radiação e vai levar a uma redução significativa na radiação a que as crianças são submetidas", refere a nota.

Citado no comunicado, Paulo Graciano acredita que a implementação destas normas vai levar "a uma redução significativa na radiação a que as crianças são submetidas nos exames radiológicos".

O docente da Escola Superior de Tecnologia da Saúde (ESTeSC) espera que com a utilização das normas técnicas publicadas pela Direção-Geral da Energia da Comissão Europeia "se passe a ter uma forma homogénea de avaliar a exposição à radiação nos vários países da Europa".

Para o presidente da ESTeSC, José João Joaquim, também citado no comunicado, a segurança dos doentes "é uma prioridade no contexto da utilização de procedimentos em saúde e os grupos de risco devem merecer uma atenção particular dos profissionais e da academia, no sentido de criar conhecimento para a adoção de boas práticas".

"Esta investigação é de extrema importância para mostrar à sociedade a capacidade e a qualidade que a escola vem assumindo, mas acima de tudo a possibilidade de disponibilizar conhecimento e recursos em benefício da comunidade, neste caso em concreto de uma população muito especial", sublinha.

As normas foram desenvolvidas pela Sociedade Europeia de Radiologia (ESR), Sociedade Europeia de Radiologia Pediátrica (ESPR), Federação Europeia de Associações de Técnicos de Radiologia, Radioterapia e Medicina Nuclear (EFRS) e Federação Europeia de Organizações de Física Médica (EFOMP).

Estudo
Superar o vício e prevenir overdoses pode passar por um implante de células estaminais que liberta poderosas enzimas e torna o...

Uma equipa de investigadores da Universidade de Chicago acredita que pode estar próxima de alcançar a cura para a dependência em cocaína. Segundo os cientistas, superar o vício e prevenir overdoses pode passar por um implante de células estaminais que liberta poderosas enzimas e torna o paciente imune à substância, mesmo em quantidades normalmente letais.

Divulgada esta quarta-feira, na publicação científica Nature Biomedical Engineering, a investigação afirma que esta terapia genética radical tem a capacidade de reduzir o desejo por cocaína e proteger o organismo contra overdoses. O tratamento, escreve o Observador, consiste no implante de células estaminais geneticamente programadas para libertar enzimas BChE (butirilcolinesterase) que têm a capacidade de remover as drogas de classe A (consideradas as mais perigosas para a saúde) da corrente sanguínea.

Os cientistas já conheciam a capacidade das enzimas BChE — que são encontradas no plasma do sangue — de eliminar a cocaína do sistema. No entanto, a ação desta enzima é demorada e esta não permanece tempo suficiente na corrente sanguínea para ajudar aqueles que estão viciados na substância. Assim, os investigadores de Chicago alteraram o ADN da enzima para a tornar 4.400 vezes mais potente que a BChE natural. Com a capacidade de permanecer no sistema até 10 semanas e com implantes que podem libertar a substância durante 20 a 30 anos, a equipa acredita que esta descoberta representa uma esperança no tratamento a longo prazo da dependência.

Os testes em laboratório descritos no artigo mostraram que os ratos que foram implantados perdiam o apetite por cocaína e conseguiam sobreviver a altas dosagens que mataram todos os ratos sem o implante. De acordo com o estudo, os animais implantados são imunes a dosagens de até 150 miligramas por quilograma — o que seria equivalente à resistência a uma overdose de 12 gramas numa pessoa com 75 quilos (que, em condições normais, seria letal). Assim, esta terapia torna organismos viciados imunes à substância de que são dependentes.

Apesar de reconhecer que o tratamento ainda precisa de ser mais investigado, a equipa diz estar pronta para testar em seres humanos. “Não temos observado efeitos secundários óbvios, mas vamos estudá-los com cuidado”, garantiu Ming Xu, que liderou a equipa de investigadores, ao The Guardian.

Xu sublinha que este tratamento é “altamente específico e eficiente na eliminação de cocaína” e afirma-se confiante de que o seu trabalho tem potencial para ser a primeira intervenção aprovada para o tratamento da dependência daquela droga. “Comparativamente a outras terapias genéticas, a nossa abordagem é minimamente invasiva, funciona a longo prazo, requer pouca manutenção e tem um custo razoável. É muito promissora”, disse.

Além deste tratamento, a equipa da Universidade de Chicago está também a desenvolver tratamentos semelhantes para a dependência de álcool e nicotina. E os investigadores esperam começar, brevemente, a trabalhar na cura para o vício em opióides.

Semana Europeia de Luta Contra o Cancro de Cabeça e Pescoço | 17 a 21 de setembro
O Cancro de Cabeça e Pescoço é uma doença devastadora e, anualmente, são diagnosticados cerca de 300

O Cancro de Cabeça e Pescoço engloba qualquer tipo de cancro nas vias aéreas ou digestivas da região da cabeça e pescoço, com exceção do esófago cervical. Não inclui, portanto o cérebro nem os olhos. 

Este tipo de cancro, maioritariamente, tem origem nas células escamosas que revestem as superfícies mucosas e húmidas. Existem mais de 30 áreas dentro da cabeça e pescoço onde o cancro se pode desenvolver.

Este é o 7º tipo de cancro mais comum na Europa, com mais de 150 000 novos pacientes diagnosticados e era, normalmente, associado a homens de idade superior a 50 anos, fumadores e consumidores regulares de bebidas alcoólicas. Porém, esta tendência tem vindo a alterar-se e este tipo de tumores está a aparecer em indivíduos mais jovens, inclusive em mulheres, entre os 30 e 45 anos, que não fumam e não apresentam consumo excessivo de bebidas alcoólicas.  

Esta incidência em pessoas cada vez mais jovens está relacionada com o Vírus do Papiloma Humano (HPV), que pode ter na origem na prática de sexo oral sem proteção, sendo que o risco aumenta em função do número de parceiros. Também a falta de higiene íntima e bucal podem contribuir para aumentar o risco de transmissão de vírus e de desenvolvimento de tumores, principalmente localizados na amígdala, orofaringe e língua.

A capacidade de identificar sinais e sintomas precoces com este tipo de cancro é crucial para a sobrevivência, uma vez que 80-90% dos doentes com cancro de cabeça e pescoço diagnosticado em estadios iniciais sobrevivem. Por outro lado, mais de 50% dos doentes com cancro diagnosticado em fase avançada recaem.

Destes dados resulta importância de se proceder à realização de iniciativas que introduzam este tema na agenda do dia de forma a promover a consciencialização. Para assinalar a luta contra este tipo de cancro, durante a Semana Europeia de Cancro de Cabeça e Pescoço, de 17 a 21 de setembro, assinala-se a 6ª edição da campanha Make Sense.

Esta campanha, que tem vindo a ganhar bastante expressão ao longo dos anos, tem por principal objetivo sensibilizar a população, os profissionais de saúde, a comunicação social e as entidades oficiais para uma doença que mata 3 portugueses por dia. As iniciativas enquadram-se na campanha europeia, “The Make Sense Campaign”, realizada pela European Head and Neck Society (EHNS), na qual estão envolvidos países como Espanha, Itália, Alemanha, França, Inglaterra e Portugal.

Durante esta semana podemos contar com uma série de atividades que se centram na partilha de informação credível e atualizada sobre o cancro da cabeça e pescoço para ajudar a assegurar um diagnóstico, tratamento e cuidados de sobrevivência.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
A poluição do ar pode aumentar em 40% o risco de desenvolver demência, revela um novo estudo feito em Inglaterra. Milhares de...

O impacto do ar poluído na saúde dos pulmões e do coração era já conhecido, mas agora os cientistas garantem que pode também causar danos ao cérebro. Em causa está o efeito de químicos como o Dióxido de Azoto (NO2) que se alojam no corpo humano.

O estudo publicado na revista BMJ Open, aponta para que entre 131 mil londrinos com mais 50 anos, 2200 desenvolveram demência num período de sete anos. Embora não tenha ficado provada uma ligação causal entre a poluição e a doença, descobriu-se que quem vive nas cinco áreas com níveis mais elevados de partículas finas (PM2,5) tinha mais 20% de probabilidade de desenvolver demência durante o tempo em que decorreu a investigação. Enquanto os expostos aos cinco níveis mais altos de NO2 tinham mais 40% de probabilidade, mesmo considerando a idade, classe social e hábitos de vida, escreve o Diário de Notícias.

Esta investigação surge na sequência de uma realizada no ano passado, no Canadá, onde se concluiu que entre 2,2 milhões de pessoas que viviam continuamente próximo de estradas mais movimentadas tinham um risco 12% maior de demência.

O investigador principal do estudo, Frank Kelly, do King's College de Londres, citado pelo The Times , admite que embora os resultados não sejam conclusivos a estabelecer uma causa direta, "tem aumentado a perceção de que os impactos do ar poluição do ar na saúde vão além dos pulmões".

Acrescenta ainda que é muito provável que a poluição não cause demência por si só, mas que aumente o risco de desenvolver a doença. "A poluição atmosférica está ligada a muitas doenças e por isso existe uma evidência inegável de que devemos melhorar a qualidade do ar nas cidades para melhorar a saúde pública".

As grandes fontes dos principais poluentes do ar são os gases expelidos pelos carros. Em Portugal, a Avenida da Liberdade atinge muitas vezes os níveis mais elevados de poluição do ar na Europa.

 

Em Lisboa
A Neuropatia atinge cerca de 8% da população geral, mas a frequência pode ultrapassar os 50% em idosos, diabéticos e alcoólicos...

A neuropatia é a mais recente área de intervenção do programa Saúde Mais Próxima que, desde 2012, já desenvolveu campanhas de rastreio nas áreas das doenças respiratórias, obesidade, doenças cardiovasculares, osteoporose, cancro da pele e Acidente Vascular Cerebral (AVC), entre outras. É desta forma que a Saúde Mais Próxima se associa à campanha global “Escute o seu corpo”, a qual conta com o apoio da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar. Com vista a identificar e reencaminhar possíveis casos de neuropatia, a campanha arranca hoje, dia 18, em Alcântara, e decorrerá até dia 21, retomando de 24 a 26 de setembro. Os profissionais de saúde envolvidos neste projeto de saúde de proximidade levam a cabo um check-up geral, através do qual é realizada a avaliação do pé e de aspetos como a glicemia, tensão arterial, índice de massa corporal (IMC) e outros fatores que permitam calcular o risco de neuropatia.

Como explica Jorge Brandão, médico de medicina geral e familiar e Vice-presidente da APMGF, "a Neuropatia corresponde a um quadro de lesões nos nervos motores, sensoriais e/ou autónomos que afetam diferentes fibras nervosas. Ocorre quando há lesão no sistema nervoso periférico, como nos nervos dos braços e das pernas, o que conduz a um quadro sintomático desconfortável e perturbador da qualidade de vida dos doentes".

A Neuropatia é uma doença cuja prevalência aponta para cerca de 8% da população em geral, mas a frequência pode ultrapassar os 50% em idosos, diabéticos e alcoólicos. "Sabe-se que 50% das pessoas podem estar em risco de desenvolver Neuropatia com o passar dos anos e 1 em cada 3 pessoas poderá evoluir para um quadro debilitante. É importante que as pessoas, em especial os grupos de risco, reconheçam os sintomas e procurem identifica-los junto do seu médico, de modo a travar ou controlar a doença", esclarece Jorge Brandão.

Sobre o funcionamento da unidade de saúde, Noémia Silveiro, Diretor do Núcleo Saúde Mais Próxima esclarece que “atendendo às especificidades da neuropatia, sempre que se verifique a necessidade de uma maior intervenção médica é desenvolvido um parecer da equipa de profissionais de saúde da SCML, de modo a proceder ao reencaminhamento para as respetivas unidades de saúde. Mais do que avaliar a saúde de cada um, a Saúde mais Próxima aposta numa forte componente de apoio social, reencaminhando as pessoas para as várias unidades de saúde e fazendo o acompanhamento das mesmas, com o objetivo de garantir que é dada uma resposta”.

Calendário “Saúde mais Próxima” – 09h às 18h

Setembro
18 | JF Alcântara – Rua Leão Oliveira
19 | JF Benfica – Estrada de Benfica, junto à Igreja
20 |JF SANTA Maria Maior – Rua Senhora da Saúde, junto à Capela
21 | JF Marvila – Bairro das Amendoeiras (R. Luís Pacheco)
24 | JF Sta. Maria Maior – Largo S. Domingos, nº. 14 
25 | JF Penha de França: Praça Paiva Couceiro
26 | JF S. Domingos de Benfica – Rua António Macedo, Bairro do Calhau

 

Governos do mundo
A Organização Mundial da Saúde pediu na terça-feira aos governos de todo o mundo medidas decisivas para acabar com a...

A reunião, em que participam cerca de 50 chefes de Estado e de Governo, realizar-se-á à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), nunca se deu tanta atenção e a um nível tão alto ao problema da tuberculose, nem se teve tão claro o que é preciso ter e fazer para acabar com a doença.

“Devemos aproveitar este novo impulso e atuar em conjunto para por fim a esta terrível doença”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em comunicado.

“Na cimeira, que se realizará em 26 de setembro, está previsto a adoção de uma declaração política para reforçar a luta contra a tuberculose e aumentar os investimentos nessa área”, afirmou ainda o mesmo responsável.

De acordo com dados divulgados pela OMS, embora no ano passado existissem menos doentes e mortes por tuberculose, os países não estão a fazer o suficiente para combater a doença.

O número de pessoas a morrer de tuberculose tem diminuído desde o ano 2000, divulgou na terça-feira a OMS num relatório anual, alertando, no entanto, que o número precisa de diminuir mais depressa.

Segundo a OMS, o número de casos fatais baixou de 23% registados em 2000 para 16% em 2017.

Ainda assim, a OMS estima que cerca de 1,3 milhões de pessoas tenham morrido de tuberculose no ano passado, referindo que as mortes em pessoas sem diagnóstico de VIH se situaram entre 1,2 e 1,4 milhões. Quanto aos que têm VIH, um grupo especialmente vulnerável, estima-se que 300.000 pessoas tenham morrido por causa da infeção com tuberculose.

No entanto, está-se ainda longe da meta estabelecida para 2020, de reduzir anualmente o número de mortes provocadas pela doença em 4 a 5%.

Classificada como a décima causa de morte a nível mundial, a tuberculose está presente, de forma latente, em 1,7 mil milhões de pessoas, quase um quarto da população. Desde 2011 que é a principal causa de morte com um único agente infeccioso.

De acordo com “a melhor expectativa”, cerca de dez milhões de pessoas passaram a sofrer de tuberculose em 2017, entre os quais um milhão de crianças, 5,8 milhões de homens e 3,2 milhões de mulheres.

Dois terços das novas infeções aconteceram em oito países: Índia, China, Indonésia, Filipinas, Paquistão, Nigéria, Bangladesh e África do Sul, que, juntamente com outros 22 países, são responsáveis por 87% dos casos no mundo.

Canadá
Mais de 8.000 pessoas morreram em dois anos no Canadá devido a sobredoses de opiáceos, utilizados em medicamentos ou sob a...

“Entre janeiro a março de 2018 houve pelo menos 1.036 mortes no Canadá que têm a ver opiáceos, dos quais 94% foram consumidos sem intenção (de forma acidental)”, informou a Agência de Saúde Pública do Canadá (ASPC) em comunicado.

No total, “mais de 8.000 pessoas morreram entre janeiro de 2016 e março de 2018 após terem consumido estes fortes analgésicos”, salientou.

“É no ocidente do Canadá, em particular, na província de Colúmbia Britânica e em Alberta, que os efeitos se fizeram sentir mais”, lê-se ainda no comunicado.

No final de agosto, na província da Colúmbia Britânica foi lançado um processo contra mais de 40 empresas farmacêuticas que fabricam ou comercializam esses analgésicos, cujo uso pode criar comportamentos aditivos.

A crise dos opiáceos no Canadá é explicada também devido ao tráfico de fentanil, uma droga ilegal sintética importada da Ásia e que é considerada 30 a 50 vezes mais potente do que a heroína e 50 a 100 vezes mais potente do que a morfina.

As ‘overdoses’ de fentanil foram detetadas em consumidores de cocaína que não sabiam que o pó branco tinha sido misturado com este opioide que é muito mais barato.

“No passado, as mortes por ‘overdose’ verificaram-se em especial entre as pessoas que usaram drogas por um longo período”, salientou a ASPC.

Confrontado com a crise, o governo canadiano pôs à disposição cerca de 84 milhões de dólares canadianos (55 milhões de euros) para financiar novos projetos de investigação sobre opiáceos com o objetivo melhorar os serviços de emergência e tentar limitar as ‘overdoses’ mortais.

Diversas províncias canadianas também distribuíram doses de naloxona (igualmente chamada Narcan), um antídoto para as ‘overdoses’.

Após referendo
O Presidente da Irlanda, Michael Higgins, anunciou ontem a promulgação da lei de liberalização do aborto, na sequência de um...

Os irlandeses aprovaram por uma maioria de mais de 66% a liberalização do aborto num país de 4,7 milhões de habitantes, três anos após a legalização do casamento homossexual.

A consulta abordou especificamente a questão da revogação da oitava emenda à Constituição irlandesa, que, em 1983, estabeleceu o tabu sobre o aborto na Irlanda.

Agora é substituído pela 36ª emenda, que abre o direito ao aborto.

"O Presidente Higgins assinou hoje a Trigésima Sexta Emenda da Lei Constitucional (...), que se tornou lei", disse Michael Higgins, na rede social Twitter.

O ministro da Saúde da Irlanda, Simon Haris, também indicou na rede social que vai apresentar legislação para implementar o direito ao aborto já na "semana que vem", antes do escrutínio parlamentar, previsto para outubro.

Dublin anunciou a intenção de permitir o aborto incondicional até 12 semanas, ou até 24 semanas em casos excecionais, especialmente quando a vida da mãe está ameaçada.

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