Covid-19
De acordo com um inquérito realizado a 426 especialistas em AVC de 55 países, apenas 1 em cada 5 referem que os doentes com AVC...

Da avaliação feita, constata-se que a maioria dos pacientes idosos, diabéticos, hipertensos, obesos e com insuficiência cardíaca consideram os hospitais como locais potencialmente não seguros e, por isso, evitam aí deslocar-se. Mas, são estes os doentes que têm maior risco de AVC e de AVC’s mais graves.

O AVC pode também surgir como potencial complicação da infeção SARSCoV2: em duas séries de casos é descrito que 36% dos pacientes com COVD-19 têm complicações neurológicas, sendo as mais comuns tonturas, cefaleia ou encefalopatia.

Segundo o Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral (NEDVC) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) “é urgente sensibilizar a população para os sinais de alerta de AVC e para o que deve ser feito em caso de suspeita de AVC”.

Uma das mensagens que mais importa realçar é de que “os hospitais continuam a manter ativos os circuitos para tratamentos de doentes sem COVID19”.

Por isso a especialidade apela a que “perante sinais ou sintomas suspeitos de AVC não deixar de contactar o 112, ativando a Via Verde do AVC para referenciação correta e atempada aos serviços de emergência, de modo a permitir realização de terapêutica de fase aguda adequada, minimizando as sequelas”, apesar do confinamento.

“O AVC é uma emergência médica”, alerta Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral (NEDVC) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) que reforça importância da manutenção da terapêutica prescrita. “Não há indicação para suspender qualquer das terapêuticas previamente prescritas, sem indicação de médico assistente”, esclarece em comunicado

 

Investigação
Um estudo nacional liderado por Conceição Calhau, docente e investigadora da Faculdade de Ciências Médicas|NOVA Medical School...

De acordo com a investigadora, a evidência obtida neste estudo, intitulado Gut microbiota, Spark and Flame of COVID-19 Disease, “fornecerá prova do conceito de que a microbiota intestinal pode ser um fator crítico responsável pelo resultado clínico da doença infeciosa COVID-19”. Se os resultados confirmarem a hipótese, está aberto o caminho para que sejam impulsionadas “novas intervenções médicas direcionadas à microbiota intestinal contra este tipo de vírus, por exemplo, com prebióticos ou probióticos associados a outras intervenções farmacológicas COVID-19 atualmente em desenvolvimento”.

O sistema imunitário é modulado pela microbiota intestinal. Cerca de 70% das células produtoras de anticorpos residem no nosso intestino. A microbiota intestinal tem, por isso, um papel determinante na saúde e particularmente no sistema imunológico, pelo que o perfil da microbiota de pacientes infetados com o novo coronavírus poderá relacionar-se com a vulnerabilidade, desenvolvimento e severidade da doença”, explica a investigadora.

Neste estudo, que conta com um financiamento total de 50 mil euros, os investigadores vão também tentar perceber se os doentes com obesidade, diabetes ou hipertensão são mais suscetíveis à COVID-19, uma vez que está comprovado que estas doenças estão associadas a uma disfunção da microbiota intestinal. Estes doentes, tal como os que apresentam patologia cardiovascular, pertencem aos grupos de risco COVID-19, embora não sejam ainda conhecidos os mecanismos que os tornam mais vulneráveis e com pior prognóstico após a infeção com o novo coronavírus, algo que esta investigação pode vir a clarificar.

Conceição Calhau revela que os participantes deste estudo serão recrutados no Serviço de Medicina Interna do Hospital São Sebastião (Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga), no Serviço de Cuidados Intensivos Polivalente do Hospital Curry Cabral (Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central), no Serviço de Atendimento Permanente do Hospital CUF Infante Santo, em Lisboa, na Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente do Hospital de São Francisco Xavier (Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental) e na Unidade de Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar Universitário de São João. Os critérios de inclusão são ter COVID-19 e mais de 18 anos.

Para explorar as bactérias (espécie, género ou filo) que podem estar representadas nos doentes infetados, em menor ou maior quantidade, será analisado o perfil da microbiota em diferentes estados de doença: doença leve (autoisolamento em casa); doença grave (isolamento no quarto do hospital) e pacientes críticos (Unidade de Cuidados Intensivos hospitalar). A caracterização do microbiota intestinal será feita a partir de amostras de fezes.

Dia Europeu da Insuficiência Cardíaca
A prevalência de insuficiência cardíaca (IC) é 2,5 vezes superior nas pessoas com diabetes, o que significa que esta doença é,...

“As pessoas com diabetes e a população em geral estão de alguma forma cientes do risco aumentado de doença coronária/enfarte agudo do miocárdio, do risco de algumas complicações microvasculares, nomeadamente retinopatia e nefropatia diabética (problemas oculares e renais), mas a associação entre a diabetes e a IC é ainda desconhecida da maior parte das pessoas com diabetes e raramente identificada como uma potencial complicação”, refere a médica. Uma realidade partilhada pelos clínicos. “Mesmo dentro da comunidade médica, é uma complicação para a qual nem todos os colegas e especialidades estão alertas e que nem sempre é abordada nas consultas de diabetes”, acrescenta a especialista.4

Sara Gonçalves confirma que “a IC é uma doença crónica, em que o coração não bombeia a quantidade de sangue suficiente por minuto, capaz de satisfazer todas as necessidades de nutrientes e oxigénio do organismo, necessário para o bom funcionamento do corpo”. 3 O que significa que “o coração tem dificuldade em funcionar para corresponder às necessidades do seu organismo (especialmente durante as atividades físicas) e simultaneamente, dificuldade em eliminar líquidos, levando à sua acumulação.3 Como tal, as pessoas com diabetes apresentam frequentemente cansaço e falta de ar quando fazem atividades como caminhar ou subir escadas, falta de ar na posição deitada e edema dos membros inferiores”.

A boa notícia é que existem formas da pessoa com diabetes tentar evitar esta complicação, sendo fundamental “manter o seguimento pelo médico assistente, com controlo da doença e dos restantes fatores de risco cardiovasculares (hipertensão arterial, tabagismo, obesidade, dislipidemia)”, atesta a especialista.

E é importante também que as pessoas com diabetes saibam que “são sempre doentes com risco acrescido para o desenvolvimento de IC.2 No entanto, um acompanhamento adequado da diabetes, dos restantes fatores de risco e a utilização de determinadas terapêuticas (desde que indicadas) podem levar a uma redução deste risco”.

A relação perigosa entre a diabetes e as doenças cardiovasculares e renais tem sido, de resto, retratada pela dupla Maria Diabetes & Zé Coração, protagonistas da campanha lançada pela Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca, Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, do Núcleo de Estudos de Diabetes Mellitus da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, da Sociedade Portuguesa de Diabetologia e da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia Diabetes e Metabolismo, com o apoio da AstraZeneca.

Cuidado de reabilitação
A Portugal AVC - União de Sobreviventes, Familiares e Amigos (PT.AVC) alerta para as consequências da atual crise sanitária nos...

Num inquérito realizado entre 20 e 27 de abril e ao qual responderam 868 sobreviventes de AVC, 91% dos doentes com indicação para cuidados de reabilitação reportaram terem sido obrigados a interromper os tratamentos ou não ter tido possibilidade de os iniciar.

Existe múltipla evidência científica que o atraso do programa de reabilitação individualizado e multidisciplinar leva a um agravamento do prognóstico funcional, conduzindo a uma pior integração e menor qualidade de vida, como o que se verificou durante este período.

Por outro lado, apenas 15% dos inquiridos mantiveram as consultas de seguimento da forma habitual, durante a pandemia; 66% referiram adiamento das consultas sem possibilidade, sequer, de teleconsulta, só utilizada por 19% dos inquiridos; e 48% dos sobreviventes com consultas agendadas, referiu ainda ter tido exames cancelados ou adiados durante este período.

Cerca de um terço, refere sentir-se pior ou muito pior relativamente ao seu estado geral de saúde, com a situação gerada pela pandemia. Percentagem que sobe para 44% entre os que habitualmente beneficiavam de cuidados de reabilitação, e atinge 50% nos que sofreram AVC há menos de um ano.

A maioria dos inquiridos (58%) referiu sentimentos de maior nervosismo e/ou ansiedade, sendo as queixas de maior dificuldade na movimentação e/ou comunicação do que antes deste período, a maior preocupação relativamente à recuperação, e mesmo ao risco de ter um novo AVC, as preocupações mais referidas. 38% afirmou ainda que a situação atual está a ter repercussões negativas na sua economia familiar, muitas vezes já fragilizada.

A Portugal AVC destaca portanto que na fase atual, em que se desenham as estratégias para retorno ao funcionamento prévio de serviços de saúde, é imperativo o investimento na expansão, readaptação e reorganização dos cuidados de reabilitação do AVC em Portugal, tanto a nível hospitalar bem como extra-hospitalar, com uma interligação que privilegie a proximidade entre  as diversas entidades envolvidas, nunca esquecendo que a qualidade deve estar sempre presente. Ou seja, reabilitação coordenada e multidisciplinar, como é defendido por diversas entidades internacinais.

Projeto português
Acaba de ser apresentada mais uma solução desenvolvida no seio do movimento #ProjectOpenAir. Trata-se de um equipamento...

Um projeto que nasceu por iniciativa do médico Miguel Onofre Domingues, que, apesar da sua larga experiência em cenários de guerra, afirmou “nunca me senti tão desprotegido como agora”, por falta de equipamento adequado de proteção no meio hospitalar. Um sentimento relatado por profissionais de saúde em todo o mundo e que contribuiu para numerosas baixas nesta primeira linha de combate, em diversos países.

De acordo com o professor André Dionísio Rocha, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNL e um dos mentores do projeto, o fato integral funciona como uma armadura contra o COVID-19 e pode ser reutilizado, com lavagens regulares, tal como estabelece a certificação que lhe foi atribuída pelo CITEVE, que atesta que este fato suporta 25 lavagens sem perder propriedades.

Para além do fato completo de corpo inteiro com proteção de pescoço, ombros e capucho, o kit é composto por uma touca, óculos de proteção, viseira, avental, luvas de cano alto até ao cotovelo e cobre botas. Este kit pode ser adaptado às necessidades e protocolos estabelecidos em cada unidade hospitalar.

Uma inovação que representa uma vantagem face aos equipamentos descartáveis que se encontram atualmente em uso, por garantir uma redução da produção de resíduos e também por reduzir as necessidades de investimento do Serviço Nacional de Saúde.

No projeto estão envolvidas três empresas portuguesas, a Latino Group, a Science4you e a Culto da Imagem, que estão já preparadas para produzir as diferentes peças do kit, de acordo com as normas estabelecidas pela DGS para a prevenção e controlo de infeção, relativas ao equipamento de proteção individual. Um contributo para o qual foi fundamental o envolvimento da COTEC.

Recorde-se que em cerca de um mês o #ProjectOpenAir contribuiu para o desenvolvimento de um ventilador de código aberto, de baixo custo, e também esteve na origem na criação da plataforma Vent2Life, que pretende recuperar equipamentos médicos inoperacionais.

Estudo
Uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) descobriu um...

Atualmente sem terapias eficazes, a doença de Alzheimer é um dos maiores problemas de saúde mundial, tendo um grande impacto económico e social. Caracteriza-se pela progressiva degeneração e morte dos neurónios, especialmente na zona do hipocampo, a região do cérebro responsável pela formação e consolidação de memórias. Acredita-se que a perda de função dos neurónios desta região estará na base da perda de memória observada na doença.

Deste modo, o estudo, já publicado na revista científica Molecular Therapy - Nucleic Acids, procurou microARNs (pequenas sequências genéticas com um papel regulador nas nossas células) que fossem possíveis alvos terapêuticos inovadores para a doença de Alzheimer, tendo filtrado o microARN-31 como alvo promissor para este tipo de estratégias.

Este trabalho teve como objetivo principal «estudar se seria possível obter, através da modulação de um microARN específico, um efeito benéfico num modelo animal da doença de Alzheimer. Queríamos observar se aumentar os níveis do microARN-31 – já identificado em quantidades mais baixas no plasma de doentes, comparando com pessoas saudáveis da mesma idade - traria benefícios relevantes não só no que diz respeito às características histopatológicas da doença, como ao nível das alterações comportamentais características da patologia», afirma Ana Luísa Cardoso, coordenadora do projeto.

Para avaliar os efeitos benéficos do microARN-31, a equipa de investigadores recorreu a um modelo animal de ratinho para o estudo da doença de Alzheimer, utilizando apenas fêmeas.

Após injeção de um vírus geneticamente modificado que forçasse a expressão do microARN-31, foram avaliados marcadores da doença, como a acumulação de placas beta amilóide (aglomerados tóxicos de um peptídeo, característicos da doença) no cérebro dos animais, assim como a perda de função neuronal na zona do hipocampo. Realizaram-se também ensaios comportamentais, para aferir se o microARN-31 poderia prevenir a perda de memória associada à doença de Alzheimer.

"Uma das principais fases deste estudo focou-se no desenvolvimento de uma estratégia lentiviral, ou seja, uma ferramenta de expressão de um vírus, capaz de entregar o microARN-31 aos neurónios e passível de ser entregue no cérebro do modelo animal da doença de Alzheimer. Posteriormente, quisemos avaliar a deposição de placas beta amilóide, a função neuronal e o comportamento dos animais após a injeção do microARN, e avaliar se existiam melhorias quando comparado com animais não tratados com a sequência genética", explica Ana Teresa Viegas, primeira autora do estudo.

"Observámos que a expressão deste microARN no hipocampo dos animais levava a uma diminuição da deposição de placas beta amilóide, especialmente na zona do subículo – pequena área do hipocampo responsável pela memória de trabalho. Também verificámos que, comparando com os animais não tratados, os animais que receberam o microARN-31 apresentavam menores défices neste tipo de memória, que é recrutada em tarefas simples do dia-a-dia, não implicando vários processos de aprendizagem. Simultaneamente, observámos menores níveis de ansiedade e de inflexibilidade cognitiva – características observadas nos humanos em fases iniciais da doença", realça Ana Teresa Viegas.

A opção de realizar o estudo em modelos animais fêmeas pretendeu "mostrar a relevância de se focarem alguns estudos de doenças neurodegenerativas no sexo feminino, porque, especialmente no caso da doença de Alzheimer, esta é mais prevalente em mulheres, e a grande maioria dos estudos são ou foram feitos em animais machos, ignorando possíveis diferenças entre sexos. Por outro lado, o estudo também abordou, em termos comportamentais, tópicos que não temos visto abordados noutros estudos, como a inflexibilidade cognitiva, sendo que a maioria dos mesmos se focam na memória a longo prazo”, refere Ana Luísa Cardoso.

Na próxima fase do estudo, a equipa vai procurar compreender como a utilização deste microARN-31 poderá ser útil para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas para outras doenças neurodegenerativas e explorar melhor como é que esta sequência exerce os efeitos protetores observados. Vai igualmente estudar o papel deste microARN em outros modelos da doença que sejam mais facilmente transponíveis para o ser humano.

Este estudo, que contou ainda com a participação de Vítor Carmona, Elisabete Ferreiro, Joana Guedes, Pedro Cunha, Ana Maria Cardoso, Luís Pereira de Almeida, Catarina Resende de Oliveira e João Peça - também investigadores do CNC - e com a colaboração de João Pedro de Magalhães, investigador da Universidade de Liverpool, Reino Unido, foi financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), pela Bial e pelo programa de ações Marie Curie.

APDP alerta e apela ao esclarecimento
A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) vem esclarecer que as pessoas com diabetes podem justificar a falta...

José Manuel Boavida, presidente da APDP, destaca que este recurso é limitado. Após os trintas dias previstos no Código de Trabalho, o trabalhador com doença crónica e considerado de risco terá de decidir entre ficar em casa sem remuneração ou ir trabalhar. “É preciso acautelar que as pessoas mais frágeis se mantenham em teletrabalho enquanto durarem os atuais riscos de contaminação por coronavírus ou, quando sob indicação médica se devam ter que manter em confinamento, não percam o seu salário, após os 30 dias.” Reforça ainda que “mais uma vez se pede às autoridades de saúde que clarifiquem as orientações de quem deva ser considerado em risco”.

O diploma, que entrou em vigor a dia 3 de maio, menciona que os imunodeprimidos e os portadores de doença crónica que, de acordo com as orientações da autoridade de saúde, são considerados de risco, podem justificar a falta ao trabalho mediante declaração médica, desde que não possam desempenhar a sua atividade em regime de teletrabalho ou através de outras formas de prestação de atividade. Uma medida excecional de proteção que, segundo o mesmo decreto, inclui pessoas com hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, doença respiratória crónica, cancro e insuficiência renal.

“Este é um regime de falta justificadas ao trabalho e não de baixa médica, como tal, e dado que a norma não restringe a fonte de tal declaração aos médicos de família, pode ser emitida por qualquer médico. Isto assegura que as pessoas com diabetes, nos casos em que o teletrabalho não seja possível, podem recorrer a esta medida de exceção para permanecerem em casa sem perder a sua remuneração.” esclarece Martins Alfaro, advogado, membro dos corpos sociais da APDP.

Martins Alfaro reforça ainda que “a justificação de faltas não encontra fundamento na doença, mas sim no risco devido à condição de saúde do trabalhador. São faltas remuneradas, mas que, de acordo com o Código do Trabalho, têm um limite de 30 dias ao ano. Um recurso limitado que, após os trinta dias previstos no Código de Trabalho, o trabalhador com doença crónica e considerado de risco terá de decidir entre ficar em casa sem remuneração ou ir trabalhar.”

A APDP disponibiliza ainda a Linha de Apoio Diabetes (21 381 61 61) que está disponível das 8h00 às 20h00, incluindo fins de semana, para esclarecer potenciais dúvidas de âmbito legal na área da COVID-19.

Dia Mundial da Asma
Assinala-se hoje, dia 5 de maio, o Dia Mundial da Asma. Em Portugal são cerca de 700 mil os doentes asmáticos, um quarto dos...

Apesar de ser uma doença crónica, não existindo cura, “com o tratamento adequado, a asma pode ser controlada e pode permitir ao doente ter uma boa qualidade de vida e sem restrições”, salienta Ana Mendes, da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC).  Apesar disto, “a asma também pode matar”, alerta a especialista que reforça ainda: “Portugal tem uma taxa de mortalidade por asma idêntica à dos países com melhores indicadores de saúde, mas, nos últimos anos, tem-se verificado um aumento, ainda que ligeiro, mas preocupante, do número de casos. A maioria das mortes por asma é evitável e pode traduzir a dificuldade de perceção da gravidade e da possibilidade de controlo da doença”.

Neste mesmo sentido, “Chega de mortes por asma” foi o tema definido, a nível internacional, pela GINA - Global Iniciative Network for Asthma mote ao qual a SPAIC, por considerar que “a asma tem tratamento e qualquer morte por asma é inaceitável” se associou.

A dificuldade de adesão à terapêutica (encarar a asma como doença crónica e com necessidade de medicação diária), o uso incorreto dos dispositivos inalatórios, a utilização excessiva de medicamentos de alívio rápido (broncodilatadores de curta ação) e uma má perceção do controlo da doença - com 88% da população no Inquérito Nacional de Asma a acreditar que tinha a asma controlada, mas apenas 57,5 % estava de facto controlada – são os principais desafios apontados por Ana Mendes ao tratamento adequado da asma.

Em plena pandemia de COVID-19, os doentes asmáticos devem, tal como a restante população, evitar o contágio seguindo todas as normas da Direção Geral de Saúde de proteção e redução de risco de infeção. Torna-se fundamental, também nesta altura, “manter a asma controlada e, para isso, continuar a medicação diária habitual conforme prescrita pelo médico assistente. É essencial que o esquema terapêutico seja mantido e ajustado de acordo com o plano de ação que estiver definido pelo médico.  Os asmáticos devem estar atentos aos seus sintomas e sinais de agravamento da asma e ajustar a sua medicação atempadamente”, refere Ana Mendes. Para avaliar se a asma está controlada os doentes podem preencher o questionário CARAT – Teste de Controlo da Asma e Rinite Alérgica (disponível online).

A SPAIC tem concentrado esforços para informar e sensibilizar a população para a asma - tendo participado já em diversas campanhas para o efeito – e defendendo que a informação deve estar disponível e deve ser reforçada de forma a sensibilizar os doentes, os profissionais de saúde e a população em geral para a importância da doença e do seu controlo. No panorama atual, sem poder desenvolver ações de sensibilização na rua, a SPAIC está empenhada em encontrar meios alternativos para transmitir esta importante mensagem. “Na era da globalização social, os meios digitais são, cada vez mais utilizados e, nesta época de contingência, ainda mais. As redes sociais, os canais de informação online e os media podem ser os principais instrumentos para divulgar informação”.

Não há provas de contágio
O Departamento de Alimentação e Nutrição do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) explica alguns dos...

O INSA revela que “perante toda a informação até agora disponibilizada, podemos afirmar que os especialistas são unânimes que a transmissão por embalagens de plástico, cartão ou outro material não é evidente, uma vez que, mesmo permanecendo nas superfícies, a carga viral é muito baixa”.

Segundo um relatório emitido pela agência norte-americana do medicamento (FDA, Food and Drugs Administration), para os consumidores atualmente não há evidências de que alimentos ou embalagens de alimentos estejam associados à transmissão do coronavírus devido ao Covid-19.

“Queremos assegurar aos consumidores que não há qualquer prova de que a comida para humanos ou animais ou que as suas embalagens possam estar associadas com a transmissão do novo coronavírus que provoca a Covid-19”, refere o relatório da FDA.

“No entanto, se quiser, pode desinfetar as embalagens e deixá-las secar ao ar, como forma de precaução”, lê-se ainda na publicação, segundo o INSA, que informa ainda que outros organismos corroboram a informação reportada no relatório da FDA.

“Assim sendo, a recomendação geral é manter as regras de higiene e lavar as mãos com água e sabão quando se regressa a casa, e novamente quando se termina a tarefa de arrumar as compras”, assegura o INSA.

 

 

 

 

Visão
Já ouviu falar que a cenoura faz bem aos olhos, correto?

Uma dieta alimentar variada será sempre a receita correta para uma vida saudável e, consequentemente, uma visão também mais saudável. Segundo uma investigação realizada por investigadores da Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI) e do Instituto de Saúde Ambiental (ISAMB) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), realizada junto de 12.764 alunos no ano letivo 2017/2018, 74,9% das crianças entre os 2 e os 10 anos não cumpre a recomendação internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para uma ingestão mínima diária de cinco porções de fruta e legumes, o que é preocupante.

Segundo as Ópticas Conselheiros da Visão, existem alimentos que, graças às suas propriedades, são mais indicados para serem ingeridos se for diagnosticado um determinado problema – e, neste caso, o acompanhamento de um profissional de nutrição é essencial. No entanto, existem alimentos que, graças aos seus nutrientes contribuem, sempre para uma boa visão.

Frutas e legumes: uma combinação a não perder

A ingestão de vitamina C ajuda a prevenir o aparecimento de cataratas. Frutos como os citrinos, mas também kiwi, morango, groselhas, papaia, manga ou mamão são ricos nesta vitamina.

Os vegetais de folha verde-escura e os pimentos são igualmente bons para a saúde ocular, ajudando a diminuir a degeneração macular provocada pela idade, assim como a vitamina A, que faz parte de outros alimentos como cenoura, abóbora, tomate ou espinafres. Se não aprecia comer estes vegetais crus ou cozinhados a solo, pode sempre preparar deliciosos sumos que contenham um ou dois dos frutos mencionados acima e uma ou duas folhas verdes.

Não precisa de beber um sumo destes todos os dias, provavelmente dois a três dias por semana será suficiente. Se preferir ingeri-los ao pequeno-almoço, pode intercalar nos outros dias com cereais integrais (pão integral ou aveia), ricos em fibra, e que são ótimos para a prevenção do glaucoma, por exemplo.

A família dos ómegas nunca desilude

A família dos ómegas – peixe, amêndoas, azeite ou óleo de linhaça para vegetarianos - é um excelente lubrificante ocular. O manjericão e os orégãos possuem luteína, que ajuda a manter os vasos sanguíneos do olho saudáveis. Os ovos, de galinha ou codorniz, de preferência cozidos, são também uma boa fonte de vitamina A.
A verdade é que a lista de benefícios dos alimentos adequados a manter a visão saudável é interminável e basicamente todos os que a Natureza nos dá têm propriedades positivas. Quanto às crianças, é muito importante começar a introduzir todos os alimentos na sua dieta à medida que o pediatra for autorizando, mesmo que seja necessário “mascarar” alguns deles, como no caso dos sumos, por exemplo.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
SPH assinala a 1ª semana da Hipertensão em casa
A Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) assinala a partir de 17 de maio (domingo) a 1ª Semana da Hipertensão EM CASA tendo...

Vítor Paixão Dias, presidente da SPH refere que “relativamente ao panorama atual da hipertensão e do risco cardiovascular global no nosso país, embora a prevalência da hipertensão arterial se mantenha relativamente estável nos últimos 15 anos, atingindo mais de 40% da população adulta, a mortalidade cardiovascular de que a hipertensão é o principal fator de risco, tem vindo sistematicamente a diminuir e veio para baixo dos 30%, o que é um marco histórico. No entanto, o principal fator de risco não modificável é a idade e o envelhecimento da população colocará cada vez mais desafios aos médicos e aos decisores políticos”.

As atividades online previstas passam por webinares temáticos em formato digital: sessões de cerca de 45 minutos realizadas através de plataformas web que vão permitir esclarecer dúvidas, orientar na prática do exercício físico e de uma alimentação adequada. A SPH quer desconstruir mitos relacionados com o dia-a-dia de um doente hipertenso, incentivar a atividade física regular e uma alimentação saudável com baixo teor de sal. E relembrar a importância de cumprir a toma da medicação prescrita.

No contexto do COVID-19, a Sociedade Portuguesa de Hipertensão esclarece que os doentes hipertensos com o vírus devem ter as mesmas precauções que indivíduos da mesma faixa etária e com o mesmo perfil de co-morbilidades não hipertensos e à luz do conhecimento atual não devem suspender o tratamento com iECAs (inibidores da enzima de conversão de angiotensina) ou ARAs (antagonistas dos recetores de angiotensina).

Balanço
As farmácias voltaram a ter máscaras em quantidade para fazer face às necessidades da população. Na semana de 13 a 19 de abril,...

A rede também sofreu com a escassez de equipamentos de proteção. Na última semana de março, só conseguiu dispensar 278 mil máscaras, número pouco acima do normal antes da epidemia de COVID-19.

No dia 24 de março, a Associação Nacional das Farmácias (ANF) recomendou às 2.750 farmácias associadas a aplicação aos produtos de proteção contra o COVID-19, que são de preço livre e vendidos por múltiplas cadeias e comerciantes, da margem de comercialização definida por lei para os medicamentos comparticipados, ou ainda mais baixa. Nessa data, denunciou à ASAE centenas de propostas comerciais especulativas, apresentadas às farmácias por empresas de ocasião, e pediu por carta a intervenção do primeiro-ministro. No dia 17 de Abril, o Governo regulamentou a margem de lucro para todos os operadores económicos.

“Como maior rede de saúde pública, temos a especial responsabilidade de garantir que todos os portugueses têm acesso a materiais de proteção adequados, em condições de igualdade, em qualquer ponto do território”, afirma Paulo Cleto Duarte, presidente da ANF. As farmácias só dispensam à população máscaras certificadas. Os farmacêuticos e as suas equipas estão preparados para esclarecer quaisquer dúvidas sobre as especificações técnicas e o uso correto das máscaras e outros equipamentos.

 

 

 

Em Portugal e no mundo
Neste mês de maio, o mês do coração, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) reforça que, apesar da situação pandémica que...

“A Sociedade Portuguesa de Cardiologia quer deixar bem presente neste mês do coração, a importância das doenças cardio e cerebrovasculares que continuam a ser primeira causa de morte em Portugal e no mundo”, relembra o Presidente da SPC, Prof. Victor Gil. “O coração continua a bater e é importante estarmos atentos aos seus sinais. Escute o seu coração”, acrescenta.

“A existência de uma pandemia com as características que tem a Covid-19 não coloca as doenças cardiovasculares entre parênteses, elas continuam presentes e é de extrema importância estarmos atentos aos seus sinais e escutarmos o nosso coração”, reforça o Presidente da SPC.

O mês de maio é habitualmente celebrado por um conjunto de iniciativas de alerta e educação sanitária centradas na temática cardiovascular, no entanto, este ano a pandemia COVID-19 sobrepôs-se, naturalmente a todas as ações que a SPC tinha planeado.

A SPC deixa alguns conselhos para este mês do coração, cujo lema continua a ser “Escute o seu coração”:

  • Em plena pandemia, o coração continua a bater: esteja atento aos seus sinais;
  • Dor no peito, falta de ar, inchaço nas pernas, perda de consciência, palpitações, continuam a ser sintomas suspeitos de doença cardíaca! Procure ajuda médica;
  • Se tem doença cardiovascular crónica mantenha o acompanhamento médico por consultas presenciais ou teleconsulta;
  • Se tiver sintomas agudos - dor forte no peito, falta de ar aguda ou perda de consciência - chame o 112;
  • Nunca interrompa ou modifique a medicação cardiovascular sem orientação médica;
  • Proteja-se!
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) acaba de lançar uma edição digital extra da “Revista Medicina Interna”...

"A pandemia pelo SARS-CoV-2 é um acontecimento ímpar da história contemporânea com consequências que ultrapassam largamente as questões técnicas da assistência aos doentes afectados. Sabemos onde se iniciou, mas não sabemos quando e como terminará” afirma João Sá, Editor-Chefe da publicação.

“Num movimento espontâneo sem precedentes, as equipas dos diversos serviços clínicos - enfermarias, cuidados intensivos, cuidados intermédios, urgência hospitalar e extra-hospitalar - obrigaram-se a produzir mudanças na estrutura, nos fluxos de doentes, na alocação de equipamentos e de guarnições de médicos, enfermeiros, técnicos, assistentes operacionais, terapeutas e secretariado. Por estes motivos decidimos abrir as páginas da revista aos testemunhos de quem esteve na frente, e a estudiosos e investigadores de disciplinas não clínicas”, acrescenta João Sá. 

Esta edição integra textos abordando temas como o papel da Medicina Interna na Pandemia SARS-CoV-2, o internamento e os modelos assistenciais de geometria variável, a resposta dos serviços de infecciologia, a intervenção da Medicina Intensiva, o impacto da pandemia em hospitais não centrais, a hospitalização domiciliária, o envelhecimento demográfico em fase pandémica, os efeitos na comunicação médico-doente, o papel da comunicação social, a publicação científica em tempos de crise, a formação médica, os desafios da ética, a imunomodulação, a oportunidade da Medicina à distância,  os figurinos em cuidados paliativos, o papel das instituições académicas em tempo de pandemia, a influência dos estudos epidemiológicos entre outros testemunhos clínicos e científicos.

Esta edição especial pode ser consultada em http://revista.spmi.pt/site

Doença do coração
Cansaço, falta de ar e inchaço na pernas e tornozelos estão entre os principais sintomas da Insufici

A insuficiência cardíaca é uma forma de doença avançada do coração, em que o músculo do coração está cansado e por esse motivo não consegue bombear o sangue com eficácia. É habitualmente consequência de outras doenças do coração, a mais frequente o enfarte do miocárdio, uma vez que a morte das células do músculo do coração, transformam-se em cicatriz e esta não tem capacidade de contração. Pode ser também causada por doenças das válvulas do coração, quer pela existência de apertos ou por fugas dessas válvulas. Numa menor percentagem de casos, pode ser de causa hereditária ou ser causada por doenças mais raras, como infeção do músculo do coração, consumo exagerado de bebidas alcoólicas ou tratamento oncológico.

Dada sua gravidade, Ana Timóteo, Cardiologista, alerta para a necessidade de prevenir os principais fatores de risco associados a doença cardiovascular: hipertensão arterial, colesterol alto, diabetes, tabaco, excesso de peso, sedentarismo. É que, embora esta seja mais frequente em indivíduos mais idosos, há cada vez mais casos diagnosticados em pacientes jovens, em consequência de um estilo de vida pouco saudável.

Atenção aos sintomas!

Para além do cansaço, falta de ar ou inchaço nos membros inferiores, a cardiologista revela que a insuficiência cardíaca pode apresentar outras manifestações como “dificuldade em dormir por falta de ar quando deitado, tosse, inchaço da barriga”, pelo que deve ficar atento. “O aparecimento destes sintomas, em particular na ausência de outra causa aparente que os explique, deve levar o doente a procurar ajuda médica junto do seu médico assistente”, afirma a especialista.

Após uma avaliação detalhada do doente, “na pesquisa dos sintomas ou das causas associadas a insuficiência cardíaca e na identificação de sinais específicos pela observação”, os exames complementares de diagnóstico, como o eletrocardiograma, são essenciais para identificar a doença. Segundo Ana Timóteo, é importante ainda avaliar as concentrações dos péptidos natriuréticos – hormonas produzidas no coração e que possuem propriedades diuréticas, natriuréticas e vasodilatadoras – que, em caso de Insuficiência Cardíaca, se encontram aumentadas.

Em caso de suspeita da doença, “estes indivíduos devem também fazer um ecocardiograma que é uma ecografia ao coração que permite confirmar que a bomba do coração está a funcionar adequadamente e eventualmente identificar a causa da falha da bomba”, explica a representante da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

Para além das causas, tratamento depende da gravidade da doença

De acordo com Ana Timóteo, quando a causa da Insuficiência Cardíaca está relacionada com um fator externo, “como as bebidas alcoólicas, os tratamentos do cancro, a hipertensão arterial”, estes devem ser suspensos ou controlados de imediato. São também importantes medidas gerais como a redução de consumo de sal.

“Depois, o tratamento passa por medicamentos, alguns para reduzir a acumulação de líquidos e vários outros que podem melhorar os sintomas e o prognóstico da doença, bem como melhorar a qualidade de vida e reduzir os internamentos hospitalares”, adianta.

Alguns doentes podem necessitar da colocação de aparelhos “semelhantes aos pace-makers” e, em casos mais avançados da doença, pode ser necessária a transplantação do coração.  

Os doentes com formas de Insuficiência Cardíaca mais ligeiras, “podem ser acompanhados pelo seu médico de família ou cardiologista. Nas formas mais avançadas, o acompanhamento deverá ser realizado em unidades especializadas”.

Embora esta seja uma forma avançada de doença do coração, explica a médica especialista que “com recurso aos tratamentos referidos, a situação pode ficar controlada, nomeadamente quanto ao controlo dos sintomas”.

Não obstante, há que salientar que o seu prognóstico é variável e que as infeções são uma importante complicação associada à doença, podendo “motivar descompensações, a maioria delas levando a internamento hospitalar”.

Por outro lado, salienta Ana Timóteo, o não cumprimento das recomendações médicas, “nomeadamente da medicação prescrita”, podem comprometer o prognóstico deste quadro. “Também o incumprimento de outras medidas, como a restrição de sal nos alimentos pode causar descompensação. Por fim, existe uma série de outras doenças associadas, como anemias, arritmias, crises de tensão arterial muito elevada, que podem também contribuir para a descompensação da insuficiência cardíaca”, esclarece a especialista.

Entre as principais regras para conviver com a doença, a cardiologista destaca:

  • Reduzir o sal na alimentação;
  • Completa abstinência de bebidas alcoólicas;
  • Uma dieta rica em legumes, fruta e peixe, evitando carnes mais gordas ou derivados do leite mais gordo e os alimentos com muito açúcar;
  • Controlo rigoroso da tensão arterial, diabetes e do colesterol;
  • Deixar de fumar;
  • Algum exercício físico adaptado á situação clínica de cada individuo;
  • Cumprimento rigoroso da medicação indicada pelo seu médico;
  • Autovigilância de aparecimento de sintomas que podem indicar agravamento da situação, como aumento de peso, aparecimento de inchaço nas pernas, falta de ar, agravamento de cansaço;
  • Vacinação contra a pneumonia e vacinação anual contra a gripe, uma vez que estas infeções agravam a situação e são causas frequentes de internamento nestes doentes.

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Nota: 
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Science DiabetICC Footwear
Um inovador calçado terapêutico mais ajustado à condição do pé diabético, que terá na sua constituição materiais inteligentes...

Inserida no projeto Science DiabetICC Footwear, que foi cofinanciado pelo programa Portugal 2020/Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, a nova tipologia de calçado vai ser produzida pela ICC - Indústrias e Comércio de Calçado S.A., em colaboração com a ESEnfC - Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, que identificou esta necessidade terapêutica, e a Universidade do Minho (através do IPC - Instituto de Polímeros e Compósitos, do 2C2T - Centro de Ciência e Tecnologia Têxtil e do CF-UM-UP - Centro de Física das Universidades do Minho e do Porto).

Com este novo calçado, pretende o consórcio chegar a uma solução que, simultaneamente, minimize o risco de lesão e promova o máximo conforto ergonómico (com capacidade de adaptação da forma) e termofisiológico, associando-lhe, ainda, um design mais moderno e apelativo. Pedro Parreira, investigador que coordena a parceria da ESEnfC e da UICISA: E - Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (centro de pesquisa acolhido no estabelecimento de ensino superior de Coimbra) neste projeto, explica que o Science DiabetICC Footwear "pretende ultrapassar as dificuldades associadas às limitações dos produtos já existentes", constituindo-se como "um calçado inovador". "Será um calçado ecológico, impermeável e arejado, que evitará odores e facilitará a circulação sanguínea. A palmilha terá caraterísticas especiais, será removível e de limpeza fácil, integrará agentes terapêuticos e permitirá absorver impactos em andamento. Incluirá materiais inteligentes (self-sensing composites) para a monitorização de parâmetros clínicos do pé, contribuindo para reduzir o risco de aparecimento de infeções associadas a úlceras. O peso do sapato será reduzido, com design apelativo em várias cores, e a sola será antiderrapante", descreve o docente da ESEnfC. Pedro Parreira sublinha, ainda, que se pretende "que [este sapato terapêutico] seja um dispositivo médico, sustentado em investigação clínica, a ser comparticipado pelo Serviço Nacional de Saúde". 

O projeto Science DiabetICC Footwear: Desenvolvimento de calçado terapêutico inovador para pé diabético é cofinanciado pelo COMPETE 2020, no âmbito do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, na vertente de copromoção, com um incentivo aprovado de 700.047,24 euros, para um investimento de despesas elegíveis totais de 1 milhão de euros (€ 1.003.152,74).

Pela ESEnfC, participam neste projeto os investigadores Pedro Parreira, Anabela Salgueiro-Oliveira, João Apóstolo e Rui Baptista.

Cuidados
A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) reconhece a importância da decisão de um conjunto de medidas do...

“Tendo chamado a atenção, muitas vezes, da falta de cuidados estruturados de proximidade em relação aos lares, congratulamo-nos, agora, com as medidas tomadas pelo Ministério da Saúde de reforçar o apoio às equipas e utentes dos lares, através da intervenção dos profissionais dos Centros de Saúde” avança José Manual Boavida, presidente da APDP.

José Manuel Boavida adianta ainda que “a APDP tem uma longa história de cooperação com os lares, nomeadamente através da formação dos seus profissionais nos cuidados às pessoas com diabetes, em áreas tão diversificadas como o tratamento com insulina ou a prevenção e controlo do pé diabético. O modelo de intervenção comunitária da associação é um exemplo a seguir no combate à pandemia da covid-19 nos lares. Também aqui queremos afirmar que o SNS pode contar com a associação e recorrer à nossa linha de atendimento telefónico sempre que necessário”.

É importante relembrar que a APDP é responsável pela formação na área da diabetes para profissionais de saúde em todos os níveis de cuidados desde há décadas e também desde há mais de 15 anos aos profissionais de Centros de Dia e Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas.

Com o objetivo de reforçar a corrente de solidariedade tão necessária para ultrapassar este período de crise, a APDP enviou na semana passada cartas à Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, à União das Misericórdias e à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, disponibilizando o recurso à sua linha Diabetes de apoio por parte dos técnicos de instituições que continuam a cuidar de pessoas em que a prevalência da diabetes atinge muitas vezes os 30% e a necessidade de cuidados é enorme.

José Manuel Boavida relembra que as pessoas com diabetes são um dos grupos mais vulneráveis a desenvolver complicações graves após a infeção com o Covid-19 “é crucial reforçar as medidas e cuidados a ter para controlar a diabetes. O doente deverá continuar a tomar a medicação para a diabetes, sem nunca interromper o tratamento com insulina, fazer a recolha dos dados de glicemia de quatro em quatro horas, beber mais líquidos para evitar a desidratação e verificar a temperatura diariamente, de manhã e à noite”.

A linha Diabetes de apoio da APDP (21 381 61 61) está disponível para todos os portugueses com diabetes e seus familiares e funciona das 8h00 às 20h00, incluindo fins de semana. Desde que foi criada, a 25 de março de 2020, já atendeu e ajudou mais de 1.000 pessoas com diabetes.

Covid-19
Perante notícias divulgadas nos meios de comunicação sobre casos de síndroma inflamatório em crianças, a Sociedade Portuguesa...

As Sociedades científicas do Reino Unido e Espanha emitiram recentemente alertas que dão nota do aparecimento de alguns casos raros de crianças que são internadas por um quadro clínico grave e invulgar.

Tratam-se de doentes que têm um contexto epidemiológico de contacto com a doença COVID-19, por vezes com teste de PCR ou anticorpos positivos para SARS-CoV-2. De acordo com a Sociedade Portuguesa de Cardiologia “a apresentação clínica destes doentes em idade pediátrica consiste num síndroma inflamatório sistémico grave que envolve vários órgãos e sistemas, incluindo sintomas gastrointestinais como dor abdominal e lesões cutâneas, e eventual sobreposição de miocardite e alguns sinais de síndroma de Kawasaki”.

Segundo os especialistas desta sociedade científica “este quadro clínico sugere uma síndroma de choque tóxico habitualmente requer internamento em cuidados intensivos” e, de acordo com os dados disponíveis, trata-se de um quadro que, com contexto da pandemia, “em idade pediátrica é apenas muito raramente grave.”

“Não temos, à data em que escrevemos este texto, conhecimento de nenhuma fatalidade no contexto desta eventual nova apresentação da COVID-19”, esclarece em comunicado a Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

Quanto à doença de Kawasaki, explica que se trata de “uma vasculite inflamatória sistémica rara, de causa ainda não esclarecida - provavelmente secundária a agentes infeciosos - que causa um síndrome clínico em crianças geneticamente suscetíveis, podendo condicionar envolvimento coronário em 5-10% dos casos tratados”, sendo muito raro estes doentes necessitarem de cuidados intensivos em fase aguda.

“Não existe, neste momento, nenhuma evidência científica que sugira que doentes que tenham tido doença de Kawasaki no passado estejam agora mais suscetíveis de contrair a COVID-19”, acrescenta no documento enviado aos órgãos de comunicação social.

No entanto a deixa um alerta:  todas as crianças com sintomas sugestivos da COVID-19 (febre, tosse, dificuldade respiratória) que surjam com dor abdominal, exantema ou palidez cutânea e cansaço importante ou prostração, devem contactar o médico assistente e as autoridades de saúde (serviço telefónico SNS 24) para orientação clínica. “Persiste atualmente um grande desconhecimento quanto a estas recentes formas de apresentação da COVID-19 e a SPC sugere que estas situações agora descritas são extremamente raras e devem ser valorizadas com um juízo prudencial, de modo a evitar alarmismos da população”, conclui.

Investigação
Um consórcio internacional, que reúne cientistas de 40 países, incluindo Portugal, está a estudar o impacto da COVID-19 na...

As implicações da pandemia que enfrentamos, "especificamente o confinamento a casa, o isolamento social, o encerramento das creches, jardins-de-infância e escolas, o teletrabalho, o lay off e os despedimentos, vieram colocar novos desafios ao exercício da parentalidade e da coparentalidade", afirma Maria Filomena Gaspar, investigadora do Centro de Estudos Sociais (CES) e professora da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), que coordena o estudo em Portugal, em conjunto com Anne Maria Fontaine, professora emérita da Universidade do Porto (UP).

Estes desafios, acrescenta a especialista em Psicologia da Educação da UC, "resultam das múltiplas tarefas que têm de conciliar (funções parentais habituais, apoio ao ensino escolar em casa, trabalho em casa, aumento das horas despendidas em tarefas domésticas) numa situação de confinamento que é nova e, para muitos pais, acompanhada de grandes desafios financeiros e da antecipação de dificuldades no futuro".

A equipa solicita a participação de pais e mães neste estudo através do preenchimento de um questionário, disponível em: https://inqueritos.ces.uc.pt/index.php/293452. É feito um apelo especial aos pais para responderem, "pois habitualmente são as mães que mais participam neste tipo de investigação, o que gera uma lacuna na compreensão da satisfação e exaustão parental dos homens". A única condição é ter pelo menos 1 filho(a) a viver em casa, qualquer que seja a idade.

Maria Filomena Gaspar explica que "há fatores que podem ajudar os pais e mães a lidar com o stresse resultante da necessidade de conciliarem múltiplas tarefas em situação de confinamento, enquanto outros podem dificultar. No primeiro grupo inclui-se a existência de um/a companheiro/a que partilha as tarefas e de momentos em que os pais/mães se autocuidam, por exemplo, enquanto no segundo grupo podemos considerar a existência de uma criança com problemas de comportamento ou hiperatividade ou uma mãe/pai muito autoexigente consigo mesmos".

Este é o segundo grande estudo conduzido pelo consórcio internacional que investiga o burnout parental (IIBP: Internacional Investigation of Parental Burnout) e que é liderado por Isabelle Roskam e Moïra Mikolajczak, da Universidade de Louvain, na Bélgica.

O objetivo deste grupo de cientistas é estudar a validade conceptual, prevalência e variação intercultural do burnout parental em todo o mundo (cf. https://www.burnoutparental.com/international-consortium).

 

Recomendações
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Quem está em casa, em teletrabalho, não deve descurar os cuidados com a sua coluna, tendo especial atenção à postura que adota quando está sentado à secretária, assim como aos comportamentos sedentários, muito prejudiciais para as costas.

Por ser uma das principais causas associadas ao surgimento de dores nas costas e por acarretar problemas dos pés à cabeça, o sedentarismo é o primeiro aspeto a combater. Estar em isolamento social pode significar uma redução mais ou menos significativa em termos de atividade física, no entanto, mesmo em casa, é fundamental não esquecer os exercícios de fortalecimento muscular, ao nível dos músculos das costas, mas também da região abdominal e dos membros inferiores, de forma a prevenir e a reduzir a dor.

Permanecer na mesma posição por longos períodos representa também um dos perigos para a coluna vertebral, dado que durante as várias horas em que estamos sentados a trabalhar, se verifica uma sobrecarga dos músculos e discos intervertebrais. Sendo, por isso, fundamental fazer intervalos regulares, de maneira a mudar de posição.

Já a adoção de posturas incorretas está na origem de grande parte dos problemas de saúde. Além da típica dor nas costas, a postura extremamente prejudicial que a maioria das pessoas assume pode provocar também dores nos pés, dificuldades na recuperação pós-treino, fadiga, tensão arterial alta, obstipação, bem como consequências a nível psicológico, gerando desmotivação, mau humor ou problemas de sono. O que pode pôr em causa a sua produtividade no trabalho.

Que cuidados devo ter em teletrabalho?

Em casa, pode sentir-se mais descontraído, contudo, é importante que trabalhe nas mesmas condições em que trabalharia se estivesse no escritório e que redobre os trabalhos com a sua postura.

Primeiramente, é fundamental que organize o seu espaço de trabalho e que opte por uma superfície estável, como uma secretária ou uma mesa. Além disso, é indispensável uma boa cadeira, de forma a prevenir a fadiga e desconforto, proporcionando uma postura corporal saudável. Neste sentido, lembre-se que uma cadeira demasiado alta vai levar a que adote uma má postura, por isso, escolha uma com assento regulável, de modo a que a sua altura seja facilmente ajustável. O assento deve ser macio e almofadado, já a base da cadeira deve também ter rodas, para que se consiga deslocar com as costas direitas, e ser grande o suficiente para promover estabilidade, enquanto que a parte traseira da cadeira deve servir de apoio tanto à parte inferior como à parte superior das costas.

Faça pequenos ajustes à sua posição, que podem fazer a diferença na sua saúde. Siga as seguintes recomendações:

  • Mantenha o monitor do computador ao nível dos seus olhos, utilizando um suporte, livros ou até resmas de papel;
  • Use uma almofada se a cadeira não tiver curvatura lombar;
  • Ajuste a altura da cadeira de modo a que, quando sentado, fique com os seus pés totalmente apoiados no chão e os joelhos ao mesmo nível da bacia;
  • Não se incline para a frente nem para trás enquanto sentado, mantenha o alinhamento correto do tronco e as costas apoiadas no encosto da cadeira;
  • Não trabalhe no sofá, visto que, pouco tempo depois, vai dar consigo completamente “mergulhado” ou quase deitado;
  • Não cruze as pernas e mantenha os pés apoiados no chão;
  • Mantenha o teclado do computador perto de si, a uma distância entre 10 a 15 cm;
  • Opte por uma almofada de rato com o apoio para o pulso;
  • Levante-se regularmente e caminhe um pouco pela casa, de modo a alongar os músculos e as articulações.
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