Núcleo Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro doa 500 mil euros ao IPO Lisboa para aquisição de testes COVID-19

Com o desconfinamento gradual e com vista a reduzir o risco de infeção pelo novo coronavírus, o Núcleo Regional Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro sentiu necessidade de apoiar o maior centro oncológico da região sul do país que, por ano, recebe cerca de 14.000 novos utentes (7.000 novos casos de cancro), tem em tratamento/vigilância 57 mil doentes e onde trabalham 1.900 profissionais, incluindo 360 médicos, 550 enfermeiros, 185 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica e 130 técnicos superiores de saúde.
Francisco Cavaleiro Ferreira, presidente do Núcleo Regional do Sul, afirma: “Na sua missão humanitária e num período de pandemia tão difícil para a saúde pública em geral, para os doentes oncológicos em particular e para todos os profissionais de saúde, a Liga Portuguesa Contra o Cancro, não podia deixar de apoiar financeiramente com uma verba considerável os testes ao COVID-19. Com este apoio garantiremos que todos os doentes oncológicos em tratamento no IPO e os seus profissionais de saúde terão os recursos para que possam ser testados, salvaguardando assim a sua segurança”.
Já João Oliveira, presidente do Conselho de Administração do IPO Lisboa, refere que “para manter a atividade oncológica e contando com as restantes estruturas do Serviço Nacional de Saúde para atenderem doentes eventualmente infetados a realização de testes em larga escala é indispensável. Só se conseguem otimizar os circuitos de doentes e os procedimentos dos profissionais para a proteção relativamente à infeção, se os infetados forem prontamente identificados e os respetivos contactos rastreados, o que envolve a realização de testes de forma quase sistemática”.
O IPO de Lisboa adotou um conjunto de medidas preventivas que permitem assegurar a prestação dos cuidados assistenciais aos doentes oncológicos, com o mínimo de constrangimentos possíveis. De entre os procedimentos aplicados, destaca-se a realização de testes a todos os doentes que iniciam tratamentos de quimio e de radioterapia, que vão realizar cirurgia ou exames médicos invasivos (endoscopias e broncoscopias, entre outros) e a todos os doentes internados. Os testes também são realizados aos profissionais de saúde.
João Oliveira explica que “a colaboração da LPCC com o Instituto assume neste caso uma importante materialidade, contribuído para o esforço financeiro requerido pela resposta à atual epidemia. Têm sido muitas as alterações que tivemos de introduzir no funcionamento do hospital e a LPCC demonstrou desde sempre a maior disponibilidade para nelas colaborar através de recursos próprios ou apoiando na aquisição de meios”.
Uma relação histórica
A LPCC e o IPO são instituições autónomas, mas têm uma ligação histórica – Francisco Gentil, fundador do Instituto, foi também um dos mentores da Liga – e trabalham em articulação algumas áreas de apoio ao doente oncológico.
“O IPO Lisboa conta desde há décadas com um Laboratório de Virologia muito desenvolvido e com trabalhos pioneiros nesta área, mas a adaptação rápida às necessidades colocadas pela epidemia do novo coronavírus requereu a aquisição de muitos meios, razão pela qual este apoio da LPCC é de grande importância”, afirma o presidente do IPO Lisboa.