Recomendações APDP
Sabia que as crises de hipoglicemia e de hiperglicemia são mais frequentes no verão, não só porque o

“O verão é aquela altura do ano em que as pessoas mudam muito rapidamente os seus hábitos de vida, o que pode levar a alguns imprevistos”, começa por explicar Luís Gardete Correia acrescentando que, não só o calor, mas também “o trabalho muscular, devido ao aumento da prática de exercício físico” pode acelerar a absorção da insulina. Por outro lado, explica “a reduzida ingestão de líquidos pode levar à desidratação nos dias mais quentes de verão e ao aumento da glicemia no sangue”.

Assim recomenda-se que, nos meses de verão, a pessoa com diabetes:

  • Garanta uma boa hidratação, bebendo, no mínimo, 1,5 a 2 litros de água por dia. Aumentando as quantidades de água em caso de excesso de calor.
  • Mantenha o equilíbrio glicémico entre refeições, com uma alimentação saudável e equilibrada, leve e rica em nutrientes.
  • Evite o excesso de exposição solar.
  • Pratique desposto de forma saudável.
  • Descanse e durma bem.
  • Proteja a medicação e os materiais de medição da glicose do calor.
  • Aposte em cuidados redobrados com os pés.

Como devem ser as refeições de um doente com diabetes nesta época do ano?

Segundo Luís Gardete Correia, “a alimentação deve ser saudável e equilibrada, leve e rica em nutrientes. As sopas, as saladas e as frutas são alimentos ricos em água, que ajudam o organismo a hidratar-se. Uma alimentação fracionada, com horários estipulados e sem excessos alimentares é o ideal”.

E quais os cuidados a ter com a medicação?

Tal como explica o especialista, a ação da insulina altera-se com o calor. Deve ser, por isso, “guardada numa caixa apropriada e mantida em local seco e fresco. As temperaturas não devem ser superiores a 25-30º C, nem inferiores a 10º C”.  

Além disso, salienta: “é importante tentar não administrar insulina nas zonas do corpo que estejam frequentemente expostas ao sol, uma vez que a velocidade de absorção aumenta naqueles locais”.

E para que já apresenta alterações de sensibilidade nos pés, quais as principais recomendações?

Se já existirem alterações de sensibilidade nos pés, os cuidados devem ser redobrados, explica o endocrinologista. Estes doentes devem “evitar o calçado aberto, usar proteção dentro de água, evitar ter os pés molhados durante muito tempo, as meias não devem ter costuras internas, utilizar meias de algodão para facilitar a respiração da pele e sem costuras internas”.

Luís Gardete Correia chama ainda a atenção para o facto de vivermos um tempo de pandemia. “Durante este período, além dos cuidados e organização de materiais, é importante relembrar que estamos em pleno tempo de uma pandemia, que ainda se vai ainda prolongar, e que as pessoas com diabetes têm maior risco de morbilidade e de mortalidade após infeção por SARS-CoV-2. Neste sentido, os cuidados com higiene sanitária, distanciamento social e a utilização de máscara são medidas fundamentais na prevenção de uma infeção”, conclui.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Literacia em saúde mental
Promover a literacia em saúde mental e a acessibilidade a informação sobre saúde mental e incapacidade intelectual são os...

A autorepresentação situa-nos no âmbito da decisão e autodeterminação das pessoas, relativamente ao seu projeto de vida e à sua capacidade de autonomia e de decidir sobre si. Este direito é incentivado nos estabelecimentos de saúde do IIHSCJ, através da promoção e apoio à dinamização de Grupos de Autorepresentação. Estes grupos representam de forma transversal as pessoas assistidas nos centros desta Instituição.

O projeto tem como protagonistas pessoas com deficiência intelectual e experiência de doença mental. A iniciativa pretende promover a autodeterminação e empowerment das pessoas com deficiência e problemas de saúde mental, seus familiares e representantes, através da criação de um instrumento de disseminação e partilha de informação, desenvolvido por e para pessoas com deficiência e experiência de doença mental. A informação e os testemunhos dos utentes/pessoas assistidas promotoras da iniciativa podem ser encontrados na plataforma online descomplicarasaudemental.pt .

“Saúde Mental – Vamos Descomplicar?” foi um dos seis projetos vencedores da 5ª Edição das Bolsas de Cidadania - Roche 2019.

Este projeto contou com a colaboração de duas entidades parceiras - a Fundação Bento Menni e a Familiarmente - Federação Portuguesa das Associações das Famílias de Pessoas Com Experiência de Doença Mental.

Covid-19 e o risco a comportamentos aditivos
O Serviço de Intervenção nos Comportamento Aditivos e nas Dependências (SICAD) criou uma nova história de livre acesso,...

«Eu enfrento a Covi-19 com os Outros. Não sejas tu o vírus!​» acessível às famílias e passível de ser usada em tempo de férias, desta vez para ajudar a pensar sobre as preocupações e as conquistas com o progressivo regresso à normalidade.

De acordo com o SICAD, «depois de termos explorado a compreensão da realidade pelo João e alargado a mesma com o olhar da Maria, propomos agora uma terceira visão da pandemia: a do Emanuel. Sendo o mais novo do grupo, esta terceira versão proporciona uma leitura do dia-a-dia pelos olhos dos mais novos, introduzindo o receio do desconfinamento e o alargamento dos medos a outro tipo de germes».

Além da nova história, já há nove que constituem o Programa de Prevenção Universal «Eu e os Outros», criado em 2007. Este Programa baseia-se na exploração de narrativas interativa em que os jogadores assumem o papel do personagem principal enquanto gerem situações do dia-a-dia de um grupo de 9 amigos de idades compreendidas entre os 13 e os 19 anos.

As narrativas abordam temas da adolescência – sexualidade, comportamento alimentar, exercício físico e saúde, bullying – cruzando-os com os comportamentos aditivos… e agora também às questões ligadas à Covid-19.

 

De forma descentralizada
Segundo a Secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira “o contexto de pandemia não reduziu o acesso dos portugueses...

“De janeiro a julho de 2020 foram já aprovados 36 novos medicamentos para utilização pelos utentes, com particular incidência nas áreas de oncologia, anti-infeciosos, cardiovasculares e neurologia, possibilitando mais opções terapêuticas”, revelou Jamila Madeira na conferência de imprensa de atualização dos dados relativos à evolução da Covid-19 em Portugal.

A governante sublinhou que a reserva estratégica de medicamentos e dispositivos – que inclui medicamentos para a pandemia de SARS-CoV-2, bem como medicamentos experimentais em uso nos hospitais – “será reforçada de forma descentralizada junto dos hospitais e de forma centralizada pelo Infarmed e pelo Laboratório Militar”, conforme estava já contemplado no orçamento suplementar.

Entre janeiro e junho deste ano, a despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com medicamentos em ambulatório totalizou 683 milhões de euros, mais 5,4% face ao período homólogo de 2019. Já a despesa do SNS em medicamentos em meio hospitalar ascendeu a 671 milhões nos primeiros seis meses do ano, ou seja, um crescimento de

133 doentes com covid-19 tratados com Remdesivir

De acordo com o dados avançados por fonte oficial, o SNS já tratou 133 doentes com covid-19 com o fármaco Remdesivir desde o início da pandemia do novo coronavírus

O fármaco – objeto de uma autorização condicional da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla inglesa) para o tratamento da covid-19 em adultos e adolescentes com mais de 12 anos com pneumonia e que precisem de oxigénio – está a ser distribuído num programa de “acesso especial”.

“Temos conseguido assegurar a disponibilização do medicamento aos doentes para os quais ele tem sido prescrito”, observou o presidente do Infarmed na sequência do anúncio hoje divulgado pela Comissão Europeia, que oficializou um contrato de 63 milhões de euros com a farmacêutica Gilead para assegurar tratamentos com este antiviral na União Europeia.

 

Recomendações
Os pés são a parte do corpo mais exposta ao sol, em especial na época do Verão.

As queimaduras solares ocorrem quando a radiação ultravioleta atinge a camada superficial da pele, provocando uma lesão das suas células e um processo inflamatório agudo, que é possível reconhecer pela vermelhidão da pele.

A principal causa, passa pela falta de cuidados com os pés, como a não utilização de protetor solar ou pouca utilização nessa zona e ainda a sua exposição solar nas horas de maior calor.

Em caso de exposição solar excessiva dos pés deve colocar, imediatamente, pomadas hidratantes e anti-inflamatórias e compressas de água fria no sentido de aliviar a dor provocada pela queimadura.

Para evitar queimaduras solares nos pés é essencial colocar corretamente o protetor solar, com fator elevado de proteção, no dorso dos pés e nos dedos. Este simples gesto pode fazer toda a diferença na prevenção de queimaduras e consequentemente cancro na pele. As pessoas mais fragilizadas como os idosos e as crianças devem ter uma atenção redobrada, uma vez que a pele é, muitas vezes, mais sensível.

É recomendável ainda hidratar bem os seus pés e evitar a exposição solar nas horas de maior calor, nomeadamente entre as 11h e as 16h, procurando espaços frescos e sombras, uma vez que, para além das queimaduras previne o desenvolvimento de bolhas e descamação da pele.

Se porventura sentir algum sintoma como dor, bolhas, vermelhidão, perca de pele nos seus pés, deve marcar rapidamente uma consulta com um podologista, para um diagnóstico e tratamento adequados.

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São esperados pelo menos 200 projetos aprovados
O Programa Bairros Saudáveis vai dispor de um site a disponibilizar “ainda no mês de agosto”, para abrir a consulta pública e,...

Sublinhando que este “é um programa participativo e a participação não nasce do zero”, Helena Roseta destacou, em entrevista à agência Lusa, a importância de construir um conjunto de etapas, assumindo como fundamental a capacitação, para chegar aos territórios elegíveis, que “são territórios com determinadas vulnerabilidades e problemas”, no sentido de começarem a construir projetos.

“Queremos ter um site do programa a funcionar ainda no mês de agosto. Vamos pôr toda a informação e será a partir do site que vamos lançar a consulta pública, em que as pessoas podem contactar. Vamos começar a construir possibilidades de projetos e explicar como é que se fazem projetos, para depois quando abrir o concurso, que também é através do site, as pessoas poderem fazer as candidaturas”, indicou.

Dotação de 10 milhões de euros, a executar até ao final de 2021

Em vigor desde o dia 2 de julho de 2020, o Programa Bairros Saudáveis visa “dinamizar parcerias e intervenções locais de promoção da saúde e da qualidade de vida das comunidades territoriais, através do apoio a projetos apresentados por associações, coletividades, organizações não governamentais, movimentos cívicos e organizações de moradores, em colaboração com as autarquias e as autoridades de saúde”, dispondo de uma dotação de 10 milhões de euros, a executar até ao final de 2021.

Desenvolvidos nos eixos da saúde, social, económico, ambiental ou urbanístico, os projetos a candidatar podem ser pequenas intervenções (até 5.000 euros), serviços à comunidade (até 25.000) ou projetos integrados (até 50.000 euros), que têm de ser executados até ao final de 2021.

Projetos são todos avaliados e pontuados por um júri independente

Os projetos apresentados a concurso são todos avaliados e pontuados por um júri independente e, “enquanto houver dinheiro, faz-se um protocolo com as candidaturas mais bem pontuadas”, assegurou, indicando que a avaliação envolve critérios como a importância do projeto para o bairro, a participação e envolvimento da comunidade e a inovação da intervenção.

“Há projetos que podem ser pequeninos, mas são altamente inovadores e podem ter uma pontuação alta por causa disso”, apontou a coordenadora, reforçando que este “não é um programa de habitação, pelo que criar novas habitações não está mesmo previsto de todo e melhorias nas habitações só por razões sanitárias”.

Infarmed
Segundo o Infarmed, a Comissão Europeia determinou, na sequência da revisão da segurança e eficácia destes antibióticos, a...

Tendo em consideração os dados disponíveis, e após análise do parecer do Comité dos Medicamentos de Uso Humano (CHMP), a Comissão Europeia determinou a alteração dos termos das autorizações de introdução no mercado dos medicamentos contendo fosfomicina, na forma farmacêutica de pó para solução para perfusão e na forma farmacêutica granulado para solução oral na dosagem de 3 g para:

  • limitar a administração intravenosa de fosfomicina ao tratamento das seguintes infeções graves, quando outros tratamentos antibióticos não forem adequados: infeções complicadas do trato urinário, endocardite infeciosa, infeções ósseas e articulares, pneumonia adquirida, incluindo pneumonia associada ao ventilador, infeções complicadas da pele e tecidos moles, meningite bacteriana, infeções intra-abdominais complicadas e bacteriemia, possivelmente associada a qualquer uma das infeções mencionadas;
  • manter a utilização dos medicamentos contendo fosfomicina (granulado de fosfomicina trometamol) por via oral (3 g) no tratamento da cistite aguda e não complicada em mulheres adultas e adolescentes (≥ 12 anos) e na profilaxia em homens submetidos a biópsia transretal da próstata.
    Adicionalmente foi determinada a suspensão das autorizações de introdução no mercado dos medicamentos contendo fosfomicina para administração intramuscular e granulado para solução oral (formulação pediátrica de 2 g), uma vez que os dados disponíveis são insuficientes para confirmar os seus benefícios.

Em Portugal, face a estas recomendações, vão ser suspensos os seguintes medicamentos:

  • Fosfomicina Pharmakern, Granulado para solução oral, 2000 mg, Pharmakern Portugal – Produtos Farmacêuticos, Sociedade Unipessoal, Lda. /Nºs registo 5679345 e 5679352
  • Fosfomicina Generis, Granulado para solução oral, 2000 mg, Generis Farmacêutica, S.A. /Nºs registo 5149463 e 5149471
  • Fosfomicina Monuril, Granulado para solução oral, 2000 mg, Zambon - Produtos Farmacêuticos, Lda. / Nºs registo 2261980 e 2308088

Face ao exposto, o Infarmed informa que os médicos devem parar de prescrever a formulação de 2 g e ter em conta a nova informação na prescrição da formulação de 3g.

Já a classe farmacêutica não deve dispensar a formulação de 2 g, devendo proceder à sua devolução. Quanto aos doentes, estes devem contactar o médico ou farmacêutico caso tenham alguma dúvida sobre o seu tratamento.

Software já é utilizado na maioria dos hospitais privados portugueses
No âmbito da sua parceria com a APDC – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, que promove em Portugal...

É do senso comum que quanto mais rápido é um diagnóstico mais fácil é tratar uma doença. No caso de patologias oncológicas, degenerativas, raras e outras é determinante. No entanto, os médicos têm cada vez mais meios ao seu dispor – todos os dias é produzida uma enorme quantidade de evidência científica, além do surgimento de novos equipamentos e testes de diagnóstico mais fidedignos – ao passo que dispõem de cada vez menos tempo com o doente e para se manterem atualizados. Para ajudar os profissionais de saúde nesta matéria, surgiu o UpHill Health, o projeto que acaba de conquistar o prémio Born from Knowledge (BfK) Awards, atribuído pela Agência Nacional de Inovação (ANI) no âmbito dos World Summit Awards (WSA).

A UpHill Health é uma plataforma que combina os conhecimentos teóricos com treino prático, permitindo que os profissionais de saúde tenham acesso ao processo anterior a qualquer decisão clínica, selecionando artigos científicos e dando acesso à simulação virtual para treino e várias abordagens de tratamento e diagnóstico.

O desafio é comum e tende a intensificar-se: as atualizações no campo da saúde são constantes, mas demoram muito tempo a chegar aos hospitais. E quando chegam, por vezes, estão já desatualizadas. Foi para colmatar esta lacuna que Eduardo Freire Rodrigues, Duarte Sequeira e Luís Patrão, na altura a estudar Medicina na Universidade da Beira Interior, decidiram criar, em 2016, a UpHill Health.

 100 mil utilizadores em Portugal, Noruega, Suécia, Holanda e Grécia

Desde o seu lançamento, a UpHill conta já com mais de 100 mil utilizadores e as suas soluções são usadas pela maioria dos hospitais privados em Portugal. Mas esta plataforma não se restringe ao mercado nacional, contando já com utilizadores em mercados como Noruega, Suécia, Holanda e Grécia.

No ano passado, a UpHill registou crescimentos de utilização de 15% por semana, ou seja, os utilizadores realizaram entre 300 e 500 simulações e visualizaram mais de 5000 artigos.

Desde 2017, a ANI já premiou cerca de 30 projetos e empresas em concursos e prémios de inovação nacionais através do programa BfK. A UpHill Health foi distinguida entre os finalistas das oito categorias de projetos que vão representar Portugal nos WSA, uma plataforma internacional, apoiada pelas Nações Unidas, que faz a ponte entre uma rede global de empreendedores de projetos com impacto e uma comunidade internacional de peritos, mentores, líderes de governo, académicos e sociedade civil. Todos os anos, os WSA analisam as melhores inovações digitais com impacto social oriundas de mais de 180 países e elege os oito Global Champions. Em Portugal, são organizados pela APDC – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações.

Entretanto, estão já escolhidos os oito vencedores nacionais, que vão representar Portugal na edição de 2020 do WSA. ID.GOV.PT, iLoF, Perguntas da Especialidade, EDP EV.X, LUGGit, Condominium Solution - EV.Charge EDP, Modatta e Wearable Braille SOS são os vencedores.

O software UpHill Health recebeu a distinção BfK por ter sido o projeto nascido do conhecimento, que a ANI entendeu incorporar maior inovação de cariz científico e tecnológico.

O BfK – Born from Knowledge é promovido no âmbito do SIAC – Iniciativa de Transferência de Conhecimento, cofinanciada pelo COMPETE 2020, através do Portugal 2020 e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

Perda de rendimentos
O estudo realizado pela Intrum sobre o impacto da Covid-19 revela que os mais afetados pela pandemia são os jovens europeus...

De acordo com esta análise 63% dos jovens portugueses nesta faixa etária sofreu quebra de rendimentos face à pandemia.

Mais de metade dos jovens inquiridos afirma que a Covid-19 teve um impacto negativo no seu bem-estar financeiro, enquanto 22% pediu dinheiro emprestado para cobrir despesas do dia-a-dia.

Este estudo respeita à edição especial do ‘EPCR 2020 – European Consumer Payment Report’, o ‘White Paper Covid-19, que revela o impacto financeiro da pandemia Covid-19 nos consumidores e nas suas finanças pessoais”.

“O estudo, que abrange 24 países europeus, incluindo Portugal, mostra que a pandemia Covid-19 afetou as gerações mais jovens, que normalmente não são tão mencionadas quando pensamos no impacto de uma crise financeira”, destaca um comunicado da Intrum.

De acordo com este estudo, “as faixas etárias dos 18 aos 21 e dos 22 aos 37 anos foram as mais afetadas pela redução de rendimentos causada pela pandemia Covid-19 (67%)”.

“Em contrapartida, as gerações mais velhas (55 aos 64 anos) e com mais de 65 anos foram as menos afetadas, com percentagens de 42% e 20%”, adianta o referido comunicado.

Segundo os responsáveis da Intrum, “em Portugal, 63% dos jovens inquiridos, entre os 22-37 anos, afirma que a Covid-19 teve um impacto negativo no seu bem-estar financeiro, valor bastante superior à média europeia dos jovens inquiridos nesta faixa etária, que se situa nos 53% e também superior à média europeia do total de inquiridos, que é de 47%”.

“No que diz respeito às consequências da pandemia, em Portugal, 19% dos jovens com idades compreendidas entre os 22 e 37 anos afirma necessitar por vezes de pedir dinheiro emprestado para pagar as contas durante a pandemia. Média ligeiramente abaixo da europeia, que se situa nos 22%”, assinala o comunicado em questão, acrescentando que, “já nas faixas etárias dos 18 aos 21 (33%) e dos 38 aos 44 (11%), os portugueses inquiridos afirmam também já o ter feito, com a média a situar-se nos 22%, neste caso, acima da média europeia com 18%”.

Para Luís Salvaterra, diretor-geral da Intrum Portugal, “os jovens foram fortemente atingidos com as situações de ‘lay-off’ e na sequência do encerramento de empresas, que foram forçadas a fechar devido às medidas aplicadas pelo governo durante a pandemia da Covid-19″.

“Neste período de regresso à normalidade é importante dar atenção a esta faixa etária entre os 22 e os 37 anos, que representa uma importante força de trabalho e não pode ser esquecida”, conclui aquele responsável.

Formação
A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) disponibiliza, a partir de hoje, a formação de e-learning: ...

A pandemia acelerou a utilização dos meios digitais na área da saúde, levando à utilização de novas ferramentas que permitem uma “aproximação à distância”, promovendo novos processos e formas de trabalho. “É por isso fundamental promover todos os domínios de competências, para que cada vez mais tenhamos uma melhor gestão em saúde. Com a reformulação do programa de formação, a APAH garantirá conteúdos que visem a universalidade e o desenvolvimento e consolidação dessas mesmas competências”, referiu Alexandre Lourenço, Presidente da APAH.

Esta formação é composta por três cursos: Comunicação e Colaboração Eficiente com o Microsoft Teams; Reuniões, Live Events e Formações; Comunicar e colaborar com entidades / colaboradores externos à organização.

Este projeto é uma iniciativa da APAH, que conta com o apoio da Novartis e da Microsoft, como parceiro técnico.

Os conteúdos estão disponíveis, em Academia APAH, de forma gratuita a todos os profissionais de saúde e restantes interessados em adquirir competências em matérias de gestão e melhoria da eficiência em saúde. A conclusão deste módulo permite aos formandos a obtenção de certificação.

 

Quatro medidas para prevenir lesões na coluna
A pandemia da COVID-19 e a importância de cumprir com o distanciamento social levou ao crescimento da prática de atividades ao...

“Aproveitar o tempo em família e com os amigos ao ar livre é importante, mas não devemos descurar a saúde das nossas costas. Apesar de as atividades ao ar livre parecerem inofensivas, há vários hábitos que podem fazer mal à coluna e até provocar lesões graves. E, nestas situações, muitas das vítimas são ainda jovens o que leva a implicações sociais, económicas e familiares significativas, se atendermos que em cerca de 20% dos casos ocorrem lesões graves, incapacitantes e irreversíveis” menciona Bruno Santiago, neurocirurgião e coordenador da campanha nacional “Olhe pelas suas costas”.

Bruno Santiago reforça ainda que “esquecer os músculos da coluna pode ter consequências graves, por isso é importante abandonar comportamentos incorretos e evitar imprevistos. Por exemplo, as quedas na prática de exercícios sem os cuidados adequados ou devido a terreno íngreme pode originar fraturas na coluna vertebral.”

Como o segredo para evitar problemas de coluna com as atividades ao ar livre está na adoção de medidas preventivas, a coordenação da campanha “Olhe pelas suas costas” partilha quatro aspetos a ter em conta:

  1. Os mergulhos não são só feitos de diversão, meça o risco. Os mergulhos podem ser perigosos e provocar lesões irreversíveis na coluna vertebral. As lesões na coluna derivadas de mergulhos ocorrem geralmente quando a cabeça bate no solo ou numa rocha. Além da baixa profundidade do local ou dos comportamentos de risco, estes acidentes podem estar relacionados com uma postura incorreta durante a execução do mergulho;
  2. Se pratica montanhismo, cuidado com as quedas.  As atividades de montanhismo, devido ao terreno íngreme, podem ser perigosas e, à semelhança dos mergulhos, é preciso ser cauteloso. As quedas podem resultar em fraturas da coluna vertebral e as contraturas resultantes de movimentos súbitos ou em esforço, são causa de desconforto e lombalgias;
  3. Caminhadas só com calçado adequado! O mau suporte do pé pela aumenta o risco de  lesões. Nas caminhadas evite calçar chinelos e sandálias rasas, pois este calçado não fornece apoio suficiente nem à coluna, nem aos pés. O ideal será realizar caminhadas com calçado que tenha até dois centímetros de altura na sola e proteja bem os pés;
  4. Evite levar excesso de peso na mochila. O peso da carga de uma mochila não deve ser superior a 10% do peso corporal (um adulto com 60 kg não deve carregar mais do que 6 kg) e deve ser distribuído de igual forma, garantindo um bom apoio nas costas. A forma como são organizados os objetos também é relevante: coloque primeiro os objetos mais pesados, ocupando a parte central da mochila. No caso de longas caminhadas, não se esqueça: leve só o essencial.

Mantenha-se atento
As infeções de pele e tecidos moles são a 5ª doença mais prevalente em todo o mundo e estão entre as 50 principais causas mais...

Lesão acompanhada por um conjunto de sintomas como sensibilidade, eritema, edema e calor; a disfunção da área afetada e febre são os sintomas mais comuns, aliados a outros sintomas ou sinais como crepitação, bolhas, anestesia e hemorragia3.

O tipo de infeção cutânea depende da profundidade e do compartimento da pele envolvido, podendo ser infeções primárias (e, normalmente, superficiais), que aparecem espontaneamente na pele saudável – impetigo, foliculite e furúnculo – ou infeções secundárias resultam de lesões primárias (feridas, eczema, mordidas) (4).

O impetigo é uma infeção bacteriana superficial que se pode desenvolver por invasão direta da pele normal (primária) ou infeção em locais de pele lesada (secundária), é comum em crianças e altamente contagioso (5). Pode apresentar-se, ainda, em duas formas: impetigo não bolhoso - lesões distintas de crostas e amarelas que podem causar coceira, normalmente envolve a cara ou as extremidades – e impetigo bolhoso, apresentando-se como bolhas que, ao rebentarem, formam uma crosta acastanhada (6,7).

A foliculite é uma inflamação papular ou pustulosa dos folículos capilares na epiderme. A forma mais comum é a foliculite superficial que se manifesta como uma pústula dolorosa ou indolor, que cura sem cicatrizes. Lesões múltiplas ou únicas podem aparecer em qualquer pele com cabelo, incluindo cabeça, pescoço, tronco, nádegas e extremidades (8). O furúnculo é uma lesão dolorosa, firme e flutuante, originária de um folículo piloso estendendo-se através da derme. Surge como um nódulo pequeno, vermelho, que pode tornar-se muito doloroso e, normalmente, rebenta e cicatriza (8).

Segundo Miguel Trincheiras, Dermatologista e Diretor da Clínica Derme.pt, “as infeções bacterianas cutâneas têm uma variedade de apresentações, desde infeções localizadas e superficiais até infeções rapidamente progressivas, mais profundas e graves. Desta forma, é fundamental estar atento aos sinais para garantir um diagnóstico atempado e, consequentemente, um tratamento adequado”.

As infeções bacterianas da pele são causadas pela presença e crescimento de microrganismos que danificam o tecido hospedeiro e podem afetar uma só zona ou propagarem-se e afetar uma área muito mais extensa, podendo apresentar um grau de gravidade variável. Torna-se, então, crucial obter o acompanhamento correto, por forma a prevenir a extensão e gravidade da infeção.

Referências

       Hay RJ, Johns NE, Williams HC, Bolliger IW, Dellavalle RP, Margolis DJ, et al. The Global Burden of Skin Disease in 2010: An Analysis of the Prevalence and Impact of Skin Conditions. J Invest Dermatol [Internet]. 2014 Jun [cited 2019 Feb 19];134(6):1527–34. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24166134

2.      Koning S, et al. Cochrane Database of Systemic Reviews. John Wiley & Sons; 2012.

3.      Ki V, Rotstein C. Bacterial skin and soft tissue infections in adults: A review of their epidemiology, pathogenesis, diagnosis, treatment and site of care. Can J Infect Dis Med Microbiol = J Can des Mal Infect la Microbiol medicale [Internet]. 2008 Mar [cited 2019 Feb 19];19(2):173–84. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19352449

4.      Rosen T. Update on treating uncomplicated skin and skin structure infections. J. Drugs Dermatol. 4(Suppl. 6), S9–S14 (2005)

5.      Bowen AC, Mahé A, Hay RJ, Andrews RM, Steer AC, Tong SYC, et al. The Global Epidemiology of Impetigo: A Systematic Review of the Population Prevalence of Impetigo and Pyoderma. Reid SD, editor. PLoS One. Public Library of Science; 2015;10(8):e0136789

6.      Koning S, et al. Efficacy and safety of retapamulin ointment as treatment of impetigo: randomized double-blind multicentre placebo-controlled trial. Br J Dermatol. 2008 May;158(5):1077–82.

7.      Gropper S, et al. Ozenoxacin 1% cream in the treatment of impetigo: a multicenter, randomized, placebo- and retapamulin-controlled clinical trial. Future Microbiol. 2014;9(9):1013–23.

8.      Larru B, Gerber JS. Cutaneous bacterial infections caused by Staphylococcus aureus and Streptococcus pyogenes in infants and children. Pediatr Clin North Am. 2014 Apr;61(2):457-78.

                                                                                    

Tecnologia
A solução, desenvolvida em colaboração com a Fundación Querer, a Escuela Universitaria de Diseño, Innovación y Tecnología e a...

Os voluntários da Indra, uma das principais empresas globais de tecnologia e consultoria, desenvolveram de forma totalmente altruísta uma plataforma educativa para crianças com deficiência neurológica, em colaboração com a Fundación Querer, a Escuela Universitaria de Diseño, Innovación y Tecnología (ESNE) e a start-up Smartmind. O objetivo é contribuir para atenuar o fosso educativo que estas crianças sofreram com a chegada do coronavírus.

Os alunos com estas deficiências intelectuais sofreram com mais impacto os efeitos do confinamento global causado pela Covid-19. A falta de rotinas, o contacto com os amigos, o acompanhamento guiado, a falta de objetivos de experiências sensoriais e de motivação para a aprendizagem, levaram-nos em alguns casos a desaprender o aprendido.

Além disso, a mudança das aulas presenciais para virtuais fez com que as famílias destas crianças com necessidades especiais sejam verdadeiramente conscientes da complexidade que implica formar os seus filhos, enfrentando dificuldades na gestão da situação e em particular na sua conciliação com os compromissos profissionais.

A situação demonstrou a carência de recursos tecnológicos, que podem facilitar a aprendizagem destes menores com dificuldades neurológicas, que precisam de atenção e acompanhamento contínuos no plano sensório-motor, executivo e linguístico. Atualmente, não existem soluções online que cubram todas as necessidades educativas destas crianças, para que possam continuar a evoluir na sua aprendizagem diária.

Por este motivo, os voluntários estão a trabalhar com especialistas da Fundación Querer, uma instituição sem fins lucrativos dedicada à educação de crianças com doenças neurológicas, para desenhar e desenvolver uma plataforma educativa com a qual estas possam adquirir habilidades fundamentais como ler, escrever, somar, subtrair ou multiplicar. Simultaneamente, contribuirá para o aumento da sua autoestima, desenvolvimento e integração mais facilitada na nossa sociedade.

Esta plataforma educativa começará a ser utilizada em setembro através de um projeto piloto que será implementado num colégio em Madrid, com o objetivo de futuramente ser alargado a outros colégios da Comunidade de Madrid e de Espanha.

Iniciativas que impulsionam o voluntariado corporativo

Esta iniciativa enquadra-se no Plano de Voluntariado da Indra, que inclui três linhas de atuação: inclusão social e laboral, impacto no planeta e a fomento de vocações Stem.

Segundo o Relatório de Sustentabilidade da Indra, no ano de 2019, mais de 800 voluntários da empresa participaram em 50 ações de voluntariado, colocando à disposição de 62 entidades colaboradoras cerca de 10.000 horas de voluntariado e beneficiando cerca de 8.000 pessoas, em países como Espanha, Portugal, Itália, Brasil, México, Colômbia, Perú e Chile.

Além do voluntariado corporativo, destacam-se dentro da ação social da Indra outras duas iniciativas para as quais a empresa contribuiu: as tecnologias acessíveis, que favorecem o desenvolvimento de soluções inovadoras que facilitem a integração das pessoas com deficiência, e os projetos pro bono, que a Indra desenvolve de forma gratuita para melhorar a capacitação tecnológica e impulsionar a transformação digital de ONGs, Associações e Fundações, para que possam desenvolver a sua atividade de forma mais eficiente. No último ano, a Indra destinou mais de um milhão de euros às suas diferentes linhas de atuação social.

Solidariedade face ao contexto Covid19

Perante a crise do coronavírus, a Indra não apostou apenas no voluntariado. Os profissionais da empresa conseguiram uma angariação de cerca de 270.000 euros num crowdfunding solidário lançado pela Indra, em colaboração com 10 importantes ONGs reconhecidas pelo seu trabalho social e por contribuir para a melhoria da situação dos grupos mais vulneráveis na crise do coronavírus. A Indra também doou mais de 10.000 tablets a menores em risco social de todas as comunidades autónomas de Espanha para os apoiar nas suas tarefas escolares devido ao encerramento dos estabelecimentos de ensino. Em Portugal, a Indra está a colaborar, através de doações de dezenas de equipamentos informáticos, com várias instituições.

A empresa potenciou também a criação de uma série de sugestões dos seus profissionais para enfrentar a Covid19; publicou através da SIA, uma empresa da Indra, um website com recomendações de cibersegurança para os cidadãos, famílias e empresas; apoiou iniciativas solidárias que nasceram da iniciativa particular de alguns dos seus profissionais, como por exemplo, a impressão 3D de viseiras protetoras ou outros materiais para o setor da saúde.

A Indra promove a participação ativa dos seus colaboradores em iniciativas sociais e ações de voluntariado no âmbito da sua transformação cultural para se tornar numa empresa melhor, mais motivadora e estimulante para os profissionais.

Pela primeira vez em Portugal
Uma equipa de cirurgiões da UOC – Unidade de Oftalmologia de Coimbra tem alcançado resultados muito promissores com a aplicação...

Esta clínica de oftalmologia em Coimbra aplicou, pela primeira vez em Portugal, a técnica em mais de 20 pacientes, com sucesso e resultando em grandes melhorias para a sua visão. A intervenção pioneira torna desnecessário o uso de óculos na maioria das situações e sem queixas de diminuição da qualidade de visão à noite.

A nova lente intraocular desenvolvida pela Alcon, empresa líder em saúde visual, e destina-se a corrigir a presbiopia associada às cataratas. Graças ao seu design inovador de não difração, consegue fornecer uma gama completa de visão, reduzindo assim a dependência dos óculos.

As cataratas são a patologia ocular mais comum relacionada com a idade e a principal causa de cegueira evitável, sendo a cirurgia da catarata um procedimento cirúrgico corrente. As cataratas têm como uma das consequências a diminuição da visão, em particular em pessoas com mais de 60 anos, com evidentes impactos na sua qualidade de vida. Os doentes que são tratados com esta técnica inovadora realçam o facto de esta oferecer, simultaneamente, uma visão à distância e intermédia de alta qualidade e uma boa visão funcional ao perto, com pouco desconforto visual.

O Professor Doutor Joaquim Murta, líder da equipa clínica da UOC – Unidade de Oftalmologia de Coimbra e professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, destaca o avanço que esta lente significa para a qualidade de vida dos doentes. “Os resultados têm sido extraordinários. Os doentes que tratámos com esta técnica referem que conseguem alcançar uma excelente visão de longe e de média distância e uma grande independência na visão de perto, possibilitando a dispensa dos óculos em praticamente todas as suas atividades. Ao mesmo tempo, referem a ausência de halos e de outras perturbações visuais, mesmo em ambientes com muito pouca luminosidade. Comporta-se como uma lente monofocal mas funciona como uma lente multifocal. Este é, efetivamente, um grande avanço no tratamento da presbiopia associada às cataratas”, sublinha.

“Vamos iniciar, ainda este mês, um estudo comparativo detalhado entre diversos tipos de lentes intraoculares para correção da presbiopia. Temos a convicção de que esta nova lente poderá vir a ser, em breve, a primeira escolha na grande maioria dos doentes sujeitos a cirurgia de catarata”, acrescenta o Professor Joaquim Murta.

Associação Portuguesa de Nutrição recomenda
A Associação Portuguesa de Nutrição revela 10 cuidados para prevenir o cancro.

1. Evite o consumo de alimentos ricos em açúcar e gorduras

A ingestão excessiva de calorias, leva ao ganho de peso corporal, o que para além de aumentar o risco de desenvolvimento de cancro, deixa pouco espaço para o consumo de alimentos saudáveis responsáveis pela sua prevenção.

2. Aumente o consumo de hortícolas e fruta

O seu consumo está relacionado com um menor risco de desenvolvimento de cancro do pulmão, da boca, do esófago, do estômago e cólon, pela sua riqueza em vitaminas, minerais, fibras, antioxidantes e fitoquímicos. Frutos e hortícolas brancos (banana, melão, alho, cebola) são cada vez mais associados à redução do risco de cancro. Os de cor roxa (amora, beringela) e vermelha (morango, tomate), estão directamente relacionados com a diminuição de cancro do tracto urinário. A Organização Mundial de Saúde recomenda um consumo de pelo menos 400 g de hortofrutícolas por dia.

3. Inclua na sua alimentação leguminosas

A sua riqueza em fibras, vitaminas e minerais, contribui para a diminuição de risco de cancro do cólon, estômago, pulmão, útero e ovário. Segundo a nova Roda dos Alimentos, o consumo de leguminosas deve ser de uma a duas porções diárias (uma porção = três colheres de sopa de leguminosas secas ou frescas cozinhadas, cerca de 80g).

4. Consuma cereais integrais

O efeito protector dos alimentos à base de cereais integrais, está especialmente ligado ao cancro do cólon, quer pela sua riqueza em fibras, quer pela existência de hidratos de carbono fermentes cíveis. O consumo de fibra deve ser de 25g por dia.

5. Limite o consumo de carnes vermelhas e carnes processadas

Privilegie o consumo de peixe e carnes brancas (aves, coelho, caça). As carnes vermelhas e as processadas industrialmente (enchidos, fiambre) são ricas em gordura saturada e colesterol, e potencialmente responsáveis pelo aumento do cancro colo-rectal, pulmão, mama, endométrio e próstata. Os peixes gordos (sardinha, salmão), fontes de ácidos gordos ómega-3, apresentam um efeito protector contra o cancro.

6. Limite o consumo de bebidas alcoólicas

As bebidas alcoólicas devem ser bebidas com moderação. O consumo excessivo de álcool aumenta o risco de desenvolvimento de cancro da boca, laringe, faringe e esófago e o risco associado ao álcool é ainda maior quando as pessoas são simultaneamente fumadoras. Se é um adulto saudável, poderá beber até dois copos de vinho por dia (homens) e um copo de vinho (mulheres) e deve fazê-lo às refeições. Faça da água a sua bebida de eleição.

7. Consuma menos sal (fonte de sódio)

Os alimentos processados podem conter quantidades elevadas de sódio, por isso leia os rótulos para saber exactamente o valor de sódio existente no alimento. Lembre-se que poderá ingerir no máximo 5 g de sal por dia. Procure eliminar o sal de mesa, e utilize ervas aromáticas e especiarias para temperar os seus pratos.

8. Tenha cuidado com a preparação dos alimentos

Opte por não ingerir alimentos total ou parcialmente carbonizados. Evite alimentos salgados e fumados. Estes produtos podem conter compostos cancerígenos.

9. Não reutilize as gorduras

Tenha atenção às gorduras que utiliza para cozinhar como a manteiga, margarina e óleos, que se alteram com temperaturas elevadas podendo formar substâncias cancerígenas. Use pouca gordura na confecção de alimentos e prefira azeite ou óleo de amendoim. O azeite, rico nutricionalmente em ácidos gordos moninsaturados, poderá diminuir o risco de desenvolver cancro da mama, cólon, ovário e próstata.

10. Procure ter uma alimentação equilibrada e variada e praticar actividade física

O excesso de peso e obesidade estão relacionados com o aumento de risco de cancro da mama em mulheres após menopausa, cólon, endométrio, rim e esófago. Existe também ligação com cancro do pâncreas, esófago, vesícula biliar, tiróide, ovário e colo uterino.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Combate à Covid-19
As equipas multidisciplinares criadas no âmbito do combate à Covid-19 em cinco concelhos da área Metropolitana de Lisboa...

Profissionais da Saúde, Segurança Social, Proteção Civil/Municípios e forças de segurança têm ido ao terreno sensibilizar a população para as medidas de prevenção da doença, bem como verificar e encontrar soluções para quem necessita de apoio alimentar e realojamento, por exemplo.

Entre os dias 30 de junho e 25 de julho, os elementos das equipas constituídas nos Agrupamentos de Centros de Saúde da Amadora, Lisboa Norte, Lisboa Central, Lisboa Ocidental e Oeiras, Loures-Odivelas e Sintra realizaram ações de rua e visitaram agregados familiares. No total, 7.295 pessoas foram alvo desta intervenção.

Além de contactar pessoas que possam necessitar de ajuda complementar para cumprir o confinamento/isolamento profilático – e assim ajudar a quebrar as cadeias de transmissão da Covid – estas equipas também têm visitado estabelecimentos comerciais e realizados ações de sensibilização à população.

 

 

 

Doentes crónicos
O projeto “PrimaryCare@COVID-19” criou uma plataforma digital ao nível dos cuidados de saúde primários para apoiar e...

Este projeto insere-se no contexto da saúde digital, sendo uma oportunidade para gerir pessoas com doença crónica durante epidemias, evitando que as suas doenças se descontrolem e evita idas desnecessárias aos serviços de saúde e urgência. Esta plataforma digital possui componentes “inteligentes”, como seja algoritmos que permitem um conjunto de alertas para os médicos e enfermeiros.

O projeto é financiado pela Fundação para Ciência e Tecnologia, no âmbito do Research4COVID-19, e resulta de uma colaboração entre a Universidade Nova de Lisboa (UNL) e ARS Lisboa e Vale do Tejo, envolvendo ainda parceiros como o INOV INESC Inovação, na área da inovação, e uma parceria estratégica com a unidade de doenças crónicas do Hospital Universitário de Genebra, Suíça.

Teve início, esta semana, um piloto de demonstração do sistema, envolvendo vários médicos e enfermeiros em três USF da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo: USF das Conchas (Lumiar), USF Jardim dos Plátanos (Miraflores) e USF Ribeirinha (Barreiro), podendo vir a ser adotado por qualquer outra unidade de saúde dos cuidados primários em Portugal. A Equipa de Investigação e Desenvolvimento conta com cinco médicos (Bruno Heleno, Jorge Seixas, Jorge Correia, David Rodrigues e Margarida Conde) e um enfermeiro (Vasco Pedrosa) e vários especialistas de saúde digital (Miguel Mira da Silva, Mélanie Maia, Mariana Santos e João Gregório) na equipa coordenada por Luís Lapão, professor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade Nova de Lisboa (IHMT NOVA).

Os doentes crónicos são pessoas particularmente vulneráveis às complicações do COVID. Espera-se que esta plataforma melhore o acesso de pessoas com doença crónica aos cuidados de saúde numa altura de grande sobrecarga dos sistemas de saúde. Além disso, os profissionais de saúde poderão realizar consultas com segurança e rigor evitando que os mais vulneráveis às complicações tenham que ir para salas de espera com muita gente. Finalmente, permitirá reservar os espaços das unidades de saúde para aqueles em que é indispensável a observação presencial por enfermeiro ou médico, reduzindo o risco de contágio dentro das unidades de saúde. Com esta plataforma digital, os profissionais de saúde poderão realizar consultas com segurança e rigor e acompanhar a adesão aos medicamentos, bem como informá-los sobre as medidas da COVID-19.

Investigação
Ensaio clínico usou células estaminais hematopoiéticas expandidas a partir do sangue do cordão umbilical para reduzir...

A conclusão de um ensaio clínico de fase III de transplante de células estaminais hematopoiéticas, expandidas a partir do sangue do cordão umbilical, em pessoas com doenças hemato-oncológica revela que estas células podem reduzir as complicações após um transplante, nomeadamente o risco de infeções e, consequentemente, melhorar o tempo de recuperação destes doentes.

 As pessoas com doenças hemato-oncológicas, comumente conhecidas como cancros do sangue, fazem frequentemente transplantes de células estaminais, para substituir as células da medula óssea danificadas pela quimioterapia ou radioterapia. Estes transplantes podem ser feitos com células da medula óssea, com células estaminais presentes no sangue ou com células estaminais do cordão umbilical. No entanto, os transplantes de medula óssea acarretam um risco elevado para os doentes relacionado com a possível incompatibilidade e rejeição do organismo. Com os transplantes de sangue do cordão umbilical esta rejeição não é tão comum, por isso torna este tratamento mais seguro e vantajoso.

Uma vez que o sangue do cordão umbilical está limitado ao número de células colhidas no momento do parto, a investigação nesta área tem suscitado muito interesse por parte da comunidade científica, especialmente no âmbito da transplantação hematopoiética e da expansão do número de células estaminais colhidas no sangue do cordão umbilical no momento do parto. Os resultados obtidos num ensaio clínico de fase III, acabam de dar mais um passo em direção à expansão das células estaminais hematopoiéticas do sangue do cordão umbilical.

A empresa Gamida Cell, biotecnológica sedeada nos E.U.A, anunciou as conclusões do ensaio clínico de fase III de transplante de células estaminais expandidas a partir do sangue do cordão umbilical, em pessoas com doenças hemato-oncológicas, como leucemias e linfomas. O ensaio clínico envolveu 50 centros de transplantação, pelo mundo inteiro, e permitiu concluir que o tempo de recuperação de neutrófilos (células do sistema imunitário) foi reduzido para 12 dias após o transplante, em vez de 22 dias do grupo de controlo, que recebeu o transplantes de células estaminais do cordão umbilical standard.

Os resultados permitem concluir que a utilização de células estaminais hematopoiéticas expandidas do sangue do cordão umbilical, para o transplante destes doentes, favorece a redução de complicações, como o risco de infeções e, consequentemente reduzem o período de hospitalização.

Em Portugal, a BebéVida desenvolveu um projeto de investigação nesta área com o Instituto de Medicina Molecular (IMM), da Faculdade de Medicina de Lisboa, e a empresa Stemcell2MAX, para testar uma nova molécula de expansão de células estaminais hematopoiéticas.  Neste projeto foram testadas algumas amostras de sangue do cordão umbilical e conseguiu verificar-se uma expansão em alguns casos de até 100 vezes o número de células contidas numa amostra de sangue do cordão umbilical. 

“Os testes que realizámos permitiram provar a capacidade da molécula na expansão das células estaminais hematopoiéticas in vitro, agora o próximo passo é fazer os mesmos testes in vivo e verificar se as células expandidas têm o mesmo comportamento das células originais. Esta avaliação permitirá uma redução do tempo de recuperação de neutrófilos e plaquetas, o que irá encurtar o tempo de recuperação hematológica, minimizando por consequência os riscos associados a um transplante. Este é o desafio que temos em mãos nesta área para o futuro” – afirma João Sousa, Diretor de Qualidade da BebéVida.

Estes resultados sustentam a decisão que muitos pais tomam de criopreservar as amostras de sangue do cordão umbilical em Bancos de Sangue do Cordão Umbilical, alargando o potencial terapêutico destas células.

Opinião
Celebrar o “Dia Mundial da Conservação da Natureza” (28 de julho) é refletir sobre a situação da nat

As Nações Unidas, ao promoverem estas iniciativas, remetem-nos para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (2020), os quais visam promover o desenvolvimento social harmónico e o respeito pela natureza e seus ecossistemas, indispensáveis à sobrevivência das espécies, incluindo a humana.

Ao longo dos anos, o meu contacto diário com os alunos (predominantemente de Medicina) tem-me feito refletir sobre os conteúdos do curriculum e integração das questões de cidadania e justiça ambiental na prática profissional.

Constato com algum desencanto que a vasta maioria dos futuros médicos resolve estas complexas equações baseado no modelo de exame por perguntas de escolha múltipla e nos parágrafos, bem definidos, da bibliografia disponibilizada. Saber fazer perguntas e procurar respostas é muito mais complexo e pouco valorizado.

Felizmente que, ocasionalmente, encontro jovens médicos/médicas e outros profissionais de saúde que compreendem e valorizam o conhecimento e são garantes do futuro.

Neste contexto, regressemos à SPAVC e ao seu meritório contributo para enriquecer o conhecimento e a prática profissional.

Seguem-se alguns exemplos do que não aprendi na faculdade, os quais poderão servir de reflexão, ilustrando a ligação entre a clínica, o doente sintomático, a saúde pública e as políticas públicas e os objetivos da celebração em apreço.

A toxicidade dos metais pesados

Se mencionarmos a doença de Minamata recordar-se-ão, provavelmente, do aparecimento de um elevado número de doentes com diversos e complexos síndromes neurológicos, provenientes da comunidade piscatória de Minamata (Japão). A infeliz situação é um tratado de patologia do sistema nervoso. Os primeiros casos foram diagnosticados em 1956 e estabelecida a associação com a descarga de grandes quantidades de águas residuais industriais contendo metilmercúrio ou seus percursores e o desejável consumo alimentar da produção local – peixe! Um segundo episódio ocorreu na prefeitura de Niigata em 1965. Em 2001 foram reconhecidas oficialmente mais de 2000 vítimas das quais cerca de 80% já tinham falecido. Pelo meio assinale-se a atribuição de algumas compensações aos pescadores e o substancial crescimento económico da comunidade resultante da atividade da indústria. A negligência da empresa, a ocultação de evidência que dispunham e a sua subversão ilustram o desprezo pelo meio ambiente e, consequentemente, pelo ser humano.

Outro exemplo da utilização do mercúrio está associado à corrida ao ouro na Serra Pelada, estado do Pará, Brasil, iniciada em 1979. Para a separação do ouro utilizaram-se vastas quantidades de mercúrio, seguindo modelos de há milénios. A possibilidade de contaminação do peixe e animais que se alimentam do peixe é real, tendo sido documentados teores elevados de mercúrio no cabelo de comunidades indígenas as quais lutam contra a presença dos “garimpeiros”.

Não pode deixar de nos surpreender que tenham tido que decorrer várias décadas após os acontecimentos acima resumidos para que, com o patrocínio das Nações Unidas, apenas tenha entrado em vigor, em Agosto de 2017, a “Minamata Convention on Mercury”, tratado através do qual se pretende alertar para a ocorrência, exploração, usos deste metal e as consequências da sua libertação para o meio ambiente – ar, água e solo e subsequentemente, evitar / controlar a indesejável exposição dos seres humanos.

Nesta breve nota não há espaço para abordar, em detalhe, os riscos associados à exposição ao chumbo, particularmente grave quando ocorre na infância, acarretando atrasos significativos no desenvolvimento psico-motor das crianças. A abolição da gasolina com chumbo, e de tintas contendo o mesmo metal pesado nos brinquedos e nas habitações, assim como o controlo da exposição laboral (os pais transportam consigo, no vestuário, resíduos relevantes) muito têm contribuído para a significativa melhoria verificada, apesar de, entre nós, ser muito escassa a inclusão da avaliação da possibilidade de ocorrência deste “envenenamento” na avaliação neuropsicológica.

Qualidade do ar

São inúmeras as áreas em que a forte evidência acumulada é, sistematicamente, desvalorizada e questionada. Se há tema que, atualmente, deve merecer máxima atenção é a poluição do ar (atmosférico e ar interior) e o seu impacto na saúde dos cidadãos. Grande parte da investigação neste contexto tem-se centrado nos efeitos agudos deste fator de risco, sobretudo sobre o aparelho respiratório.

No entanto, desde a última década do século passado até ao presente, são inúmeros os estudos que têm estabelecido uma sólida relação entre a poluição atmosférica e os efeitos agudos e crónicos sobre os sistemas circulatório e nervoso. Recentemente, Lin e colaboradores analisaram os efeitos a longo prazo numa coorte de seis países de rendimento médio e baixo. Estimou que, em média, 6,5% dos AVC podem ser atribuíveis às partículas finas. Estas encontram-se no ar interior, resultantes sobretudo da combustão de produtos do tabaco e, no ar exterior, resultam das emissões dos veículos automóveis e outros motores de combustão, da queima de madeira e dos fogos florestais.

Podemos questionar-nos sobre o que se passa em Portugal no que respeita à qualidade do ar e as conhecidas recorrentes violações dos limites em áreas específicas do país. Quem observa as emissões de um elevado número de escapes que todos os dias passam por nós, certamente concorda com o parecer resultante da auditoria à qualidade do ar do Tribunal de Contas, disponibilizado recentemente:

“Portugal tem boas políticas sobre a qualidade do ar, mas falha noutros aspetos, como a sua concretização e acompanhamento, falta de recursos e falta de informação”.

Esta situação ilustra a crónica falência de que sofre a nossa sociedade – boas ideias e más práticas, das quais resultam riscos e um peso enorme para a saúde das populações.

Passar do conhecimento à ação de Saúde Pública será, inquestionavelmente, um dos pilares do nosso futuro.

Prof. José Manuel Calheiros
Professor Catedrático Convidado da Universidade Fernando Pessoa e Professor Catedrático Jubilado da Universidade da Beira Interior
Membro da Comissão Científica da Sociedade Portuguesa do AVC

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sintomas e tratamento
Embora sempre que se fala de Hepatite tenhamos a tendência para pensar nas hepatites víricas, existe

A hepatite corresponde a uma inflamação no fígado que, dependendo do agente que a provoca, se pode resolver apenas com repouso, requerer tratamentos prolongados, ou, em casos mais graves, só se resolver com um transplante de fígado.

De acordo com Rui Tato Marinho, a hepatite pode ser uma “hepatite alcoólica (excesso de consumo de álcool), hepatite medicamentosa, hepatite tóxica (poderemos pensar num produto tóxico, até pode ser um produto natural), hepatite isquémica (falta de sangue), esteatohepatite (excesso de gordura no fígado, fígado gordo), hepatite autoimune”.

Os diferentes tipos de Hepatite

Hepatite Medicamentosa

Segundo o especialista em gastrenterologia, “quase todos os medicamentos podem provocar lesão hepática”. No entanto, destaca o paracetamol, alguns antibióticos - entre eles a combinação de amoxicilina e ácido clavulânico - anti-inflamatórios e anti-depressivos como os “mais agressivos” para o fígado e que, mais frequentemente, causam a inflamação deste órgão. Rui Tato Marinho, chama a atenção ainda para “os ditos produtos naturais” que podem estar na origem da Hepatite Tóxica.

Quase sempre assintomática neste tipo de hepatite “apenas se regista alteração das análises do fígado (ALT, GGT)”. No entanto, acrescenta o especialista, “quando existem sintomas, nomeadamente icterícia, a situação pode complicar-se”. Por isso, tenha cuidado! Siga sempre as instruções do seu médico no que diz respeito à utilização de medicamentos.

Hepatite Autoimune

De acordo com o Presidente Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, este tipo de hepatite ocorre “quando substâncias do próprio organismo auto lesionam o fígado. Podem ser graves, evoluir para cirrose, nalguns casos necessitar de transplante hepático”, explica acrescentando que são as mulheres as que correm maior risco de desenvolver algumas patologias autoimunes, como é o caso deste tipo de Hepatite.

O seu tratamento é feito com recurso a corticoides, “que podem ser associados a outros fármacos imunossupressores (…) que vão controlar as nossas defesas (para não provocarem lesões no fígado”. Segundo explica, apesar do medo generalizado da utilização deste tipo de fármacos, graças aos “potenciais efeitos secundários”, diz, “tem que se ter a noção de que salvam vidas”. E faz saber: “os casos que segui que necessitaram de recorrer a transplante eram pessoas que não cumpriram a medicação”.

Cansaço, olhos amarelos são alguns dos sintomas que podem lançar a suspeita deste diagnóstico, no entanto, Rui Tato Marinho, reforça “a necessidade de realizar análises ao fígado, incluindo neste caso os autoanticorpos, as tais substâncias que se viram contra o próprio organismo e destroem o fígado”.

Hepatite Alcoólica

A hepatite alcoólica é um tipo de hepatite causada pelo uso prolongado e excessivo de bebidas alcoólicas que, ao longo do tempo, provoca alterações no fígado e leva ao aparecimento de sintomas como fortes dores abdominais, náuseas, vómitos e perda de apetite, por exemplo. Quando não tratada, com abstinência alcoólica, pode evoluir para cirrose ou a insuficiência hepática. Os cuidados alimentares também são importantes para o seu tratamento.

Esteatohepatite

Vulgarmente conhecida por Fígado Gordo, a Esteatose Hepática é já considerada a doença do fígado mais frequente, embora pouco se oiça falar dela.  Atingindo mais de um milhão de portugueses, esta condição resulta da acumulação de triglicéridos e ácidos gordos livres nas células do fígado que, em casos mais graves e avançados, pode evoluir para cirrose.

As Hepatites Víricas

Provocadas por vírus, as mais frequentes são a hepatite A, B e C.

Hepatite A – provocada pelo vírus VHA, a sua transmissão “está associada a alguma quebra nas regras de higiene, mãos mal lavadas, alimentos contaminados, prática de sexo em grupo (homens com homens), viagens a continentes de risco como África e Ásia”.

Não existindo um tratamento específico, “apenas quando em casos raros as lesões do fígado são tão graves que implica um transplante hepático”, a melhor forma de prevenção é feita através da vacinação. “Eficaz em 95% dos casos”, explica Rui Tato Marinho, a vacina é “dada em duas doses, por via intramuscular”.

Hepatite B – é aquela que infeta mais pessoas no mundo - cerca de 250 milhões de pessoas. Segundo o especialista, “há países em que 10% da população é portadora crónica do vírus, sendo um reservatório ambulante e potencialmente infecioso e contagiante”.

Quanto à forma de transmissão, este vírus, também conhecido como por VHB, pode transmitir-se da mãe para o Filho se esta estiver infetada e o filho não for vacinado logo que nasce; por via sexual, por contacto com material injetável, ou perfurante contaminado por alguém que tenha o vírus ativo.

“Na grande maioria dos casos não existem sintomas, é assustadoramente uma hepatite silenciosa. Quando surgem sintomas é habitualmente na fase da cirrose avançada (icterícia, barriga de água, alterações mentais) ou do cancro do fígado”, explica o médico que recomenda a vacinação e a prática de relações sexuais protegidas como arma contra o vírus.

Hepatite C – provocada pelo vírus VHC, estima-se que, em todo o mundo existam 71 milhões de pessoas infetada. Em Portugal, contabilizam-se cerca de 40.000 com a doença.

Sendo muito silenciosa, cursando praticamente sem sintomas durante anos, quando surgem as primeiras manifestações, é quase sempre tarde demais. “Em cerca de 25% dos casos pode evoluir para cirrose, que é um estado de destruição do fígado em que as suas células morrem, formam-se cicatrizes e a sua estrutura fica muito desorganizada. A cirrose tem um risco elevadíssimo de evolução para cancro do fígado, 10-40% ao fim de 10 anos. O cancro do fígado é daqueles com pior prognóstico”, esclarece Rui Tato Marinho adiantando que o principal desafio quanto a este tipo de hepatite é conseguir identificar quem está infetado pelo VHC. E, tendo em conta que o tratamento com os antivíricos durante 2 a 3 meses, apresentam uma eficácia de quase 100%, o que significa que esta é uma doença que tem cura e que facilmente poderia ser erradicada, o Presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia admite que só temos três hipóteses: “ou testamos aqueles que pensamos serem de elevado risco, ou testamos pelo menos uma vez na Vida, ou testamos todos os portugueses. O mais racional é associar as duas primeiras estratégias”.

As principais complicações associadas à Hepatite C são: cirrose, cancro do fígado e mesmo morte. Segundo o especialista, “a cirrose pode, ao fim de 20-30 anos descompensar. Nesta situação só um transplante, se for exequível, pode salvar a vida. Na fase de “descompensação” tem que se pensar em substituir o fígado com um transplante hepático, se se tiver até 65-70 anos e não existirem contraindicações”. Tato Marinho adianta ainda que “Portugal tem sido um dos países do Mundo com um dos melhores programas de transplantes hepáticos”, chegando a realizar-se cerca de 250 por ano.  

Hepatite D – “É a chamada Hepatite Delta”, começa por explica Rui Tato Marinho. Trata-se, como esclarece, de um vírus “defeituoso” que precisa do vírus da hepatite B para viver. “Pode aparecer ao mesmo tempo do que a hepatite B, a chamada coinfecção ou surgir em quem já tem hepatite B, apelidando-se assim de superinfeção”, afirma. Muito rara em Portugal, “foi relativamente frequente há cerca de 20-30 anos em jovens consumidores de drogas”.

Com uma evolução rápida para a cirrose, não há um tratamento eficaz para este tipo de hepatite, no entanto, “a vacina da hepatite B previne também a hepatite Delta”.

No mundo, prevalecem alguns casos no Brasil, na região da Amazónia, em algumas zonas da Venezuela, e em alguns países de Leste.

Hepatite E – “A hepatite E é também mais uma das cinco principais hepatites víricas. Nas formas de transmissão é um pouco semelhante à hepatite A, ditas de transmissão fecal-oral. Ou seja, associadas a má higiene, mãos sujas ou alimentos contaminados, mas lavados”, começa por explicar o especialista acrescentando que “uma das caraterísticas principais é ser uma zoonose, pois pensa-se que se transmita do porco, javali para o Ser Humano. Não é só o coronavírus. Há estudos que demonstraram que talvez 4% dos portugueses possam ter tido contacto com este vírus”.

Embora se pensasse que este vírus só existiria no continente asiático e em África, ou seja, zonas de menor desenvolvimento económico, a verdade é que há casos de Hepatite E no continente europeu, inclusivamente em Portugal.

“Em Portugal é uma das causas mais raras de hepatite aguda. Não obstante, devemos sempre pensar na hepatite E neste contexto”, chama a atenção o médico afirmando que o seu diagnóstico é fácil, uma vez que existem testes serológicos para o efeito, mas apenas se tivermos presente que este vírus existe.

“É muito grave nas grávidas onde chega a ter 25% de evolução fatal. Em doentes com as defesas em baixo (ditos imunossuprimidos, por exemplo transplantados) pode evoluir para cirrose. Existe vacina, mas não está comercializada na Europa. A Hepatite E tem sido responsável por grandes epidemias na China e restante continente asiático”, refere o Presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.

Hepatite G – “Em tempos falou-se muito de um eventual novo vírus chamado de G, que poderia estar associado a uma hepatite G. O vírus foi isolado de um cirurgião cujas iniciais seriam GB. Pensa-se que a forma de transmissão seja semelhante à hepatite C e B (sangue e sexo)”, no entanto, afirma o especialista, não tem significado em termos epidemiológicos e clínicos.

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