Resultados no combate à pandemia
No decurso da conferência de imprensa de atualização dos dados da pandemia por Covid-19 em Portugal, a Ministra da Saúde disse...

No dia em que se registou o número mais baixo de doentes internados em cuidados intensivos nos últimos quatro meses, Marta Temido relembrou o reforço que está a ser preparado no Serviço Nacional de Saúde.

A Ministra da Saúde considerou ainda que “a evolução é muito favorável”. De acordo com a avaliação do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge a média nacional do risco de transmissão situou-se nos 0,92, para os dias de 16 a 20 de julho.

Acompanhada pelo Subdiretor-Geral da Saúde, Diogo Cruz, a Ministra da Saúde acrescentou que a questão do critério da testagem de profissionais de saúde que se encontra “num processo de evolução”.

Por sua vez, Diogo Cruz adiantou que está a ser preparada uma norma sobre política de testagem nacional, que incluíra os profissionais de saúde, em consonância com o Plano de Inverno, e que será, em breve, publicada.

 

 

Chupeta monitoriza temperatura dos bebés
Um projeto de chupeta inovadora que permitirá aos pais e cuidadores monitorizarem precocemente a temperatura dos bebés,...

Os promotores deste projeto na área da saúde são três estudantes de enfermagem na ESEnfC, que contaram com a colaboração dos professores Anabela Salgueiro Oliveira e Pedro Parreira.

De acordo com Letícia Thomaz, Joel Pedroso Cardeira (ambos finalistas de enfermagem) e Edgar Manuel Coelho (aluno do 3º ano da licenciatura), a convulsão febril, que surge em crianças saudáveis entre os 6 meses e os 6 anos de idade, dá-se a uma temperatura inferior a 38º centígrados, afetando uma em cada 20 crianças.

O risco de desenvolvimento de epilepsia e de complicações neurológicas aumenta sempre que a criança, possuindo igualmente este histórico na família, sofra múltiplas convulsões febris antes dos doze meses de idade, explicam ainda os estudantes que obtiveram o primeiro prémio desta fase regional do concurso Poliempreende.

Cinco projetos de ideias de negócio, envolvendo cerca de duas dezenas de estudantes e docentes da ESEnfC, foram apreciados por um júri constituído por Aida Cruz Mendes (Presidente da ESEnfC), Nuno Barbosa (Vygon - Portugal), Pedro Carvalho (Banco Santander) e Rui Gomes (JP Cruz).

Os projetos classificados na 2ª e na 3ª posição visam, respetivamente, produzir um dispositivo que permite a remoção de fecalomas e um mecanismo que facilita a colheita de várias amostras de sangue de forma segura.

Aos restantes dois projetos submetidos a concurso na ESEnfC o júri atribuiu menções honrosas.

Em setembro de 2021, o projeto vencedor na ESEnfC vai concorrer com os principais projetos de vocação empresarial de cada um dos institutos politécnicos do país, que se vão defrontar na final da 17ª edição do Concurso Nacional Poliempreende, a decorrer na Universidade da Madeira.

 

Nova ferramenta
A Ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou a criação de um “BI dos cuidados paliativos”, até ao final do ano, que irá permitir...

“A Comissão Nacional de Cuidados Paliativos (CNCP) e a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) estão a desenvolver um BI dos cuidados paliativos para permitir a monitorização das equipas a nível hospitalar e dos cuidados de saúde primários”, afirmou Marta Temido, durante a audição na Comissão Parlamentar de Saúde, que decorreu a 22 de julho, na Assembleia da República.

De acordo com a Ministra da Saúde, sem esta ferramenta “torna-se difícil todos saberem cada um dos pormenores daquilo que é o desenvolvimento o trabalho que tem estado a ser realizado”.

“Este é um aspeto que está no terreno e que esperamos que esteja concluído até ao final do ano”, acrescentou.

 

 

Agência Europeia de Medicamentos
O comité de medicamentos humanos (CHMP) da Agência Europeia de Medicamentos recomendou onze medicamentos para aprovação, na...

O CHMP adotou uma opinião positiva para o Anel Vaginal Dapivirine usado para reduzir o risco de infeção com o vírus da imunodeficiência humana tipo 1 (HIV-1), em combinação com práticas sexuais mais seguras quando a profilaxia pré-exposição oral não é usada, não pode ser usada ou não está disponível. Colocado na vagina, o anel libera lentamente a medicina antirretroviral dapivirine durante um período de 28 dias.

Este é o décimo primeiro medicamento recomendado pela EMA sob a UE Medicines for all (EU-M4All), um mecanismo que permite ao CHMP avaliar e dar opiniões sobre medicamentos destinados a uso em países fora da UE nos termos do artigo 58º do Regulamento (CE) nº 726/2004.

O Comité recomendou também a concessão de uma autorização de comercialização condicional para Blenrep* (belantamab mafodotin), um novo anticorpo conjugado para pacientes adultos com mieloma múltiplo recaído e refratário que não responda mais ao tratamento com um agente imunomodulatório. Blenrep beneficiou do suporte do esquema PRIME, plataforma da EMA para diálogo precoce e aprimorado com desenvolvedores de novos medicamentos promissores que abordam necessidades médicas não atendidas.

O CHMP recomendou a concessão de uma autorização de comercialização para Adakveo* (crizanlizumab), para a prevenção de crises vaso-oclusivas recorrentes (quando os vasos sanguíneos são bloqueados por glóbulos vermelhos anormais, restringindo o fluxo de sangue para um órgão) em pacientes com doença falciforme.

O CHMP adotou uma opinião positiva para a Arikayce liposomal* (amikacina), para o tratamento de infeções pulmonares micobacterianas não tuberculares causadas pelo Complexo Mycobacterium avium em adultos com opções limitadas de tratamento que não têm fibrose cística.

O Comité recomendou a concessão de uma autorização de comercialização condicional para Ayvakyt* (avapritinib), para o tratamento de pacientes adultos com tumores estromais gastrointestinais metastáticos que abrigam a mutação do recetor alfa D842V do fator de crescimento derivado da plaqueta.

O Comité aprovou um parecer positivo para Calquence* (acalabrutinib) para o tratamento da leucemia linfocítica crónica, um tipo de cancro que afeta os glóbulos brancos chamados linfócitos.

Jyseleca (filgotinib) recebeu uma opinião positiva para o tratamento da artrite reumatoide.

O CHMP recomendou a concessão de autorização de marketing para zynrelef (bupivacaína/meloxicam) para o tratamento da dor pós-operatória.

O medicamento biossimilar Equidacent (bevacizumab) recebeu uma opinião positiva para o tratamento de carcinoma do cólon ou reto, cancro de mama, cancrode pulmão de células não pequenas, cancro de células renais, ovário epitelial, tubo de falópio ou cancro peritoneal primário, e carcinoma do colo do útero.

O CHMP recomendou a concessão de autorizações de comercialização para dois medicamentos genéricos: trióxido de arsénico, para o tratamento de leucemia promielolítica aguda (cancro de sangue) e fampridina, destinado a melhorar a caminhada de pacientes adultos que sofrem de esclerose múltipla com incapacidade para andar.

Em entrevista
A prioridade do Orçamento da Saúde (OE) para 2021 será focada no reforço dos Cuidados de Saúde Primários, revelou hoje, em...

A Ministra adiantou que os cuidados de saúde primários vão ter mais valências, “especialmente na área do diagnóstico e na capacidade de os médicos de família visitarem doentes em lares e outros equipamentos semelhantes”.

Na mesma entrevista, Marta Temido referiu que outra prioridade do Orçamento do próximo ano será a conclusão da rede de cuidados continuados, que envolve a construção de mais de cinco mil unidades, que serão geridas por privados ou pelo setor social, em serviços contratualizados com o Estado.

Questionada sobre a compra de uma futura vacina da Covid-19, Marta Temido mencionou as dificuldades da negociação que já começou, a nível europeu, para a compra em bloco da futura vacina, referindo que ainda não existem perspetivas temporais relativamente às vacinas. “São negociações onde Portugal está representado pelo Infarmed, e cujas perspetivas são ainda pouco claras”, concluiu.

 

Cuidados primários para saúde da visão no SNS
Um artigo de optometristas portugueses publicado na revista “Journal of Optometry” aponta para a necessidade de uma mudança de...

A pandemia por COVID-19 teve um profundo impacto nos sistemas de saúde de muitos países e Portugal não é exceção.  É urgente a recuperação dos níveis assistenciais na saúde da visão e evitar a deficiência visual e cegueira de muitos portugueses.

No caso da especialidade de oftalmologia, as barreiras no acesso aos cuidados para a saúde da visão no SNS são crónicas, gigantescas e aumentam de ano para ano, sendo que a pandemia de COVID-19 apenas veio agravar a situação para um patamar ainda mais crítico.

As causa das longas listas de espera de consulta hospitalar da especialidade de oftalmologia há muito que estão identificadas e também se agravaram com a pandemia. A falta de cuidados primários da saúde da visão no SNS e a exclusão dos optometristas de equipas oftalmológicas diferenciadas, multissetoriais e multidisciplinares continuam a ser o principal obstáculo para garantir o acesso universal aos cuidados para a saúde da visão, em Portugal.

Os optometristas defendem que “a abordagem da prestação de cuidados oftalmológicos deve seguir a mesma orientação dos demais serviços de saúde, diferenciados por níveis primário e secundário, integrados na comunidade, protegendo e promovendo a saúde da visão.

A criação de plataformas de cuidados primários de saúde da visão, devidamente integradas na atual rede de cuidados primários, aproveitando os recursos logísticos e materiais existentes e utilizando os recursos humanos altamente qualificados treinados nacionalmente pelas universidades portuguesas – os optometristas - é uma das soluções que pode resolver este problema crónico do SNS”.

 A assistência assente no atendimento primário, na comunidade de proximidade e feito de forma atempada permite filtrar o que pode ser atendido neste nível libertando recursos físicos e humanos para os cuidados altamente especializados do atendimento secundário ou hospitalar. Cerca de sessenta por cento das causas de problemas da saúde da visão em Portugal poderiam ser tratadas ao nível de cuidados primários.

Os autores defendem que é impossível manter as práticas atuais em relação aos desafios da prestação de cuidados oftalmológicos no SNS, sendo necessário uma mudança paradigmática que rompa com a insuficiência permanente na prestação destes cuidados de saúde. 

Mais do que implementar melhores práticas de custo-benefício, consensualmente assumidas e aceites, é necessária uma mudança que proteja a saúde pública, os doentes e os profissionais e, que ofereça um atendimento de proximidade e em tempo útil.

As evidências científicas, as boas práticas e as recomendações de organizações como a Organização Mundial da Saúde apontam todas para a mesma solução: o SNS deve basear-se num atendimento primário sólido, diferenciado, multissetorial e multidisciplinar, e, na área da saúde da visão,  na prestação de cuidados primários por optometristas.

Ao domicílio
A Respira - Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas e a Linde Saúde, empresa que se...

Em Portugal, estima-se que 14,2% da população com mais de 40 anos (cerca de 800.00) viva com DPOC, muitos sem diagnóstico confirmado. Desses, segundo Normas de Orientação Clínica (NOC) da DGS, todos os casos sintomáticos, bem como outros casos de doença respiratória crónica estabilizada, deveriam fazer reabilitação respiratória, um tratamento ao qual apenas 0,5% a 2% têm acesso, em Portugal.

No sentido de combater estes números e promover o acesso dos seus associados a este tratamento, a Respira assinou um protocolo de cooperação com a Linde Saúde, que está a implementar o serviço de Reabilitação Respiratória Domiciliária.

“É com muita satisfação que damos mais um passo no sentido de ajudar a proporcionar cuidados de saúde imprescindíveis para que as pessoas com DPOC e outras doenças respiratórias crónicas possam ter uma vida mais ativa, com mais qualidade. Ainda que nem todos os doentes precisem de Reabilitação Respiratória, e de esse tratamento ter de ser prescrito pelo médico, consideramos essencial promover o acesso a esta terapia. O Protocolo que agora assinamos representa o nosso compromisso continuado de ofereceremos soluções e apoios às pessoas com Doença Respiratória Crónica” destaca Isabel Saraiva, presidente da Respira.

Maria João Vitorino, Diretora da Linde Saúde, revela: “A implementação de Reabilitação e Fisioterapia Respiratória Domiciliária veio dar resposta aos doentes que se depararam com a impossibilidade de prosseguir com os seus programas de reabilitação, neste contexto de pandemia por COVID-19. Alargamos a nossa oferta de cuidados de saúde domiciliários, aproximando-nos do doente e dando continuidade à Reabilitação Respiratória com a nossa equipa de fisioterapeutas, com vasta experiência nestes doentes respiratórios crónicos”.

Luísa Morais, fisioterapeuta da Linde Saúde, que partilhou a sua experiência na Reabilitação Respiratória no domicílio durante o webinar - https://uphillhealth.com/resources/5f15ae5a5f150300013a52e5 - realizado para oficializar a assinatura do protocolo, destaca: “Embora desafiante para todos, tem sido uma experiência bastante positiva. Fomos capazes de transferir rapidamente a prestação dos cuidados para o domicílio, onde os doentes passaram a ter as sessões de fisioterapia e exercício, com o nosso acompanhamento por telefone ou em casos específicos com visitas presenciais. O maior desafio é manter os canais de comunicação com outros profissionais de saúde que fazem o apoio aos doentes. É muito importante desenvolver formas de interação entre os doentes, recorrendo às plataformas digitais, dado que reabilitar em grupo é sempre muito mais positivo. O coro “Respirar a Música” é um excelente exemplo de promoção dessa interação.”

Os principais benefícios dos Programas de Reabilitação Respiratória são a melhoria significativa da qualidade de vida e tolerância ao esforço, a diminuição dos sintomas e aumento da funcionalidade, que se traduzem numa expressiva melhoria na autonomia do doente e na autogestão da sua doença. Os resultados, numa perspetiva de custo-eficiência, refletem uma redução significativa dos custos associados à doença traduzida numa diminuição nas consultas não programadas, idas à urgência e internamentos.

Este protocolo assume particular importância numa altura em que é recomendado às pessoas com doenças respiratórias crónicas que se resguardem, sempre que possível, uma vez que são grupo de risco de desenvolvimento de complicações em caso de infeção por COVID-19.

 

Acesso a medicamentos e aconselhamento
Mais de 27.500 portugueses já recorreram à Linha 1400, o serviço telefónico gratuito lançado há quatro meses pelas farmácias...

Quarenta e quatro por cento usaram o serviço à noite, período onde a utilização da Linha 1400 é especialmente recomendada após a saída de uma urgência hospitalar ou em caso de necessidade súbita de um medicamento urgente. A Linha identifica rapidamente a farmácia de serviço mais próxima e com disponibilidade para responder aos pedidos das pessoas, evitando deslocações desnecessárias. O número 1400 pode ainda ser usado para planear visitas à farmácia e ajudar a encontrar medicamentos urgentes de disponibilidade reduzida.

Quem necessitar de medicamentos basta ligar 1400, de qualquer rede móvel ou fixa, e fazer a sua reserva ou encomenda. As chamadas são gratuitas. O serviço, disponível em todo o país, garante a cada português que terá à sua espera, na farmácia da sua preferência, todos os medicamentos e produtos de saúde de que necessita, havendo ainda diversas modalidades de entregas ao domicílio garantidas em todo o país.

“A Linha 1400 reforça a acessibilidade dos portugueses às suas farmácias e aos medicamentos neste novo normal, prestando um serviço farmacêutico completo e seguro”, destaca Ana Cristina Gaspar, vice-presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF). Simultaneamente, acrescenta, “este é um serviço de conveniência, que permite às pessoas poupanças de tempo e deslocações”.

 A escolha da farmácia cabe a cada cidadão. O atendimento telefónico informa quais as farmácias mais próximas com os medicamentos disponíveis. Antes de enviar qualquer encomenda, a farmácia escolhida contacta sempre o utente para o esclarecer quanto aos benefícios, riscos e instruções a seguir para o bom uso dos medicamentos. As farmácias garantem ainda a dispensa de medicamentos ao domicílio, em todo o país, com serviços próprios, em parceria com autarquias, IPSS e os CTT.

 

Sessão Online para profissionais
O próximo WebSeminar, organizado pelo Instituto de Medicina Tropical, decorre a 24 de julho, 15h00, e será dedicado à analise...

A sessão vai conta com a moderação de Helga Freitas, Diretora Nacional de Saúde de Angola; e Maria Rosário Martins, Professora do IHMT-NOVA.

Dulce Salzedas, Jornalista Sociedade Independente de Comunicação [SIC]; eRicardo Mexia, Presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública são os oradores deste webinar.

As sessões, abertas ao público para perguntas, dirigem-se a profissionais de saúde, cientistas, estudantes e todos os interessados em saber mais sobre o vírus que está a mudar o mundo.
Os Webinares IHMT/APAH iniciaram-se com uma 1.ª Série dedicada ao “QUE SABEMOS SOBRE A COVID-19” a que se segue agora uma 2.ª Série dedicada a “COMO REORGANIZAR OS SISTEMAS DE SAÚDE NA ERA COVID-19“.

Para participar e colocar as suas questões no webseminar #9 “DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO EM SAÚDE” deve proceder à sua INSCRIÇÃO ou assistir LIVE no Facebook da APAH ou do IHMT-NOVA.

Inquérito serológico nacional
São cerca de 300 mil os portugueses que estão imunes ao contágio da Covid-19, avança o jornal ‘Expresso’, citando números do...

O indicador é muito reduzido e segue a tendência já verificada noutros países europeus. Ainda assim, os números reportados são seis vezes superiores aos de infetados confirmados, com teste positivo, pelas autoridades de saúde.

Para haver um efeito de imunidade de grupo que funcione como barreira à propagação do vírus, os investigadores apontam que 60% a 70% de população deverá ter anticorpos contra novo vírus. No entanto, os dados divulgados esta quinta-feira mostram que ainda há um longo caminho a percorrer até se chegar a esse ponto.

Os primeiros testes que servem para perceber se as pessoas tiveram contacto com o novo coronavírus mesmo sem se terem apercebido, e se adquiriram ou não imunidade, são um passo determinante para preparar a resposta a uma eventual segunda vaga nos próximos meses frios.

O inquérito serológico nacional é promovido pelo INSA em articulação com a Direção-Geral da Saúde (DGS) e conta com a parceria da Associação Nacional de Laboratórios Clínicos, dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde e das regiões autónomas.

 

Covid-19
Entre 30 de junho e 21 de julho, os elementos das equipas constituídas nos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da Amadora,...

De acordo com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), profissionais da Saúde, Segurança Social, Proteção Civil/Municípios e forças de segurança têm ido ao terreno sensibilizar a população para as medidas de prevenção da doença, bem como verificar e encontrar soluções para quem necessita de apoio alimentar e realojamento, por exemplo.

Além de contactar pessoas que possam necessitar de ajuda complementar para cumprir o confinamento/isolamento profilático – e assim ajudar a quebrar as cadeias de transmissão da Covid – estas equipas também têm visitado estabelecimentos comerciais e realizados ações de sensibilização à população.

 

 

Sintomas e tratamento
A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é um distúrbio crónico muito comum, benigno, mas com grande

As causas não estão bem estabelecidas, mas o tecido muscular do intestino parece ser mais sensível e reagir mais intensamente a estímulos como a alimentação e stresse. Manifesta-se por dor abdominal difusa, tipo cólica, que alivia após as dejeções ou emissão de gases; diarreia, obstipação ou alternância entre as duas; distensão e sensação de gás abdominal, que pode agravar após as refeições.

Os sintomas devem ter uma evolução num período superior ou igual a 6 meses, e estar presentes nos últimos 3 meses, no momento do diagnóstico. As queixas podem ser ligeiras ou mais graves, variando ao longo do tempo. Pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais frequente no adulto jovem e no sexo feminino. Está frequentemente associada a outras queixas funcionais, nomeadamente esófago-gástricas (azia, náuseas, dor epigástrica, saciedade precoce), urinárias, ginecológicas e reumatológicas (fibromialgia), bem como sintomatologia depressiva e/ou de ansiedade. Geralmente, não se verifica a presença de sangue nas fezes, febre, anorexia ou emagrecimento, que constituem sinais/sintomas de alarme sugestivos de doença orgânica. Os sintomas noturnos não são frequentes, mas podem ocorrer quando há problemas de insónia.

Na maioria dos casos, os sintomas são desencadeados ou agravados pela ingestão de determinados alimentos, que variam de indivíduo para indivíduo; stresse e ansiedade; infeções intestinais (embora a SII não seja causada por uma infeção, os sintomas podem ter início após um episódio de gastroenterite e prolongar-se por períodos variáveis).

Não existe um teste específico para diagnosticar a SII. A história clínica e o exame físico são fundamentais para o diagnóstico, podendo ser suficientes no caso de sintomatologia típica e ausência de fatores de risco e sinais/sintomas de alarme.

A realização de exames laboratoriais (ao sangue e às fezes), imagiológicos e endoscópicos, pode ser necessária uma vez que os sintomas da SII são comuns a outras patologias orgânicas, como a doença inflamatória intestinal, doença celíaca, tumores intestinais, inflamação associada a divertículos do cólon, intolerância à lactose, parasitoses intestinais, entre outras.

Não existe um tratamento curativo para a SII. As mudanças no estilo de vida e na dieta, a avaliação de problemas emocionais associados, e os tratamentos médicos podem ser necessários para toda a vida, de forma persistente ou nos períodos em que ocorre agravamento dos sintomas. A atividade física regular, redução do stress laboral e criação de rotinas no hábito de ir à casa de banho podem ajudar no controlo dos sintomas. É essencial manter uma boa hidratação e uma alimentação diversificada, com pequenas refeições regulares ao longo do dia, evitando alimentos processados. As medidas dietéticas devem ser ajustadas de acordo com os sintomas predominantes – distensão, diarreia ou obstipação. Está recomendada a prova terapêutica com uma dieta pobre em oligossacarídeos fermentáveis, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis (FODMAPs).

Quando as medidas dietéticas e de estilo de vida são insuficientes, é necessário recorrer ao tratamento farmacológico que pode incluir: probióticos; laxantes, no caso de obstipação; antidiarreicos, no caso de diarreia; agentes antiespasmódicos, para as cólicas abdominais. Alguns antidepressivos têm efeito na sensibilidade e motilidade intestinais, assim como no humor, e são opções importantes no controlo da dor abdominal associada à SII. A psicoterapia pode ser muito benéfica e eficaz, devendo ser equacionada nos casos de sintomatologia persistente e incapacitante.

Para o sucesso do tratamento, é fundamental o estabelecimento de uma boa relação médico-doente, por forma a tranquilizar o paciente e compreender a relação dos sintomas com o seu estado emocional.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Potencial da células estaminais
Os resultados de um estudo publicado recentemente mostram que o uso de sangue do cordão umbilical para tratar crianças...

A primeira fase deste estudo envolveu 25 crianças com autismo com idades entre os 2 e os 6 anos, tendo como objetivo mostrar não só a segurança do procedimento como a eficácia na melhoria de, pelo menos, um dos sintomas associados ao autismo. Foi lançado o ensaio clínico de Fase II, que envolveu 180 crianças diagnosticadas com esta doença.

De forma a obter resultados mais robustos, estas crianças foram divididas em dois grupos distintos. O primeiro grupo foi num primeiro momento, sujeito ao tratamento com o sangue do cordão umbilical. O segundo grupo foi sujeito ao efeito placebo.

Após 6 meses estes grupos trocaram de posição. No grupo sujeito ao tratamento foi feita uma subdivisão pois algumas crianças foram infundidas com o sangue do cordão umbilical (autólogo) colhido no momento do parto e outro grupo foi infundido com sangue do cordão de dador (alogénico).

As conclusões do estudo, conforme demonstrado no gráfico, apontam para uma melhoria dos índices compostos de socialização e comunicação das crianças após a infusão com sangue do cordão umbilical. Foi também demonstrado que os resultados mais exuberantes em termos de melhoria dos índices de comunicação e socialização se verificou em crianças entre os 4 e os 7 anos de idade e com o coeficiente de inteligência não verbal (NVIQ) superior a 70. Durante o ensaio clínico de fase II o registo de reações adversas foi residual e sem grande severidade.

Joanne Kurtzberg, responsável pelo estudo,  efetuou em 2010 o transplante de sangue do cordão de uma menina portuguesa com Paralisia Cerebral cuja amostra se encontrava criopreservada na BebéVida, que se dedica à criopreservação de células estaminais do sangue e do tecido do cordão umbilical de recém-nascidos.

João Sousa, Diretor de Qualidade da BebéVida explica “O ano passado tivemos o privilégio de dar a conhecer as nossas instalações e laboratório à Dr.ª Joanne, com quem esperamos vir a trabalhar mais vezes em projetos de investigação futuros. Na BebéVida estamos continuamente a apostar em investigação e inovação e empenhados em descobrir as diversas utilizações e benefícios que a criopreservação de células estaminais, do sangue e do tecido do cordão umbilical, podem ter no tratamento das mais variadas patologias.”

Na publicação dos resultados, foi também anunciada a realização de mais um estudo para o tratamento de 164 crianças com diagnóstico de autismo, através de células estaminais mesenquimais isoladas a partir do tecido do cordão. Estas crianças, já sujeitas a tratamento com sangue do cordão, serão ainda alvo de teste com as células isoladas a partir do tecido do cordão umbilical.

eBook
A editora PACTOR anuncia a disponibilização de um novo eBook que pretende evidenciar a intervenção dos profissionais de Serviço...

“Serviço Social em Emergência de Saúde Pública - COVID-19” foi escrito em pleno pico da pandemia, coordenado pela especialista Maria Irene de Carvalho com a colaboração de mais 27 autores. Uma obra que destaca os desafios dos profissionais que estão na linha da frente, sobretudo na proteção dos grupos mais vulneráveis, como pessoas portadoras de deficiência, doentes mentais ou com comorbilidades, idosos, refugiados, imigrantes, sem-abrigo, entre outros.

Ainda há muito por saber e descobrir em relação a este vírus que tornou o ano de 2020 um dos mais atípicos das últimas décadas. No entanto, esta obra realiza uma sistematização e análise dos efeitos da pandemia, a partir de informações e dados recolhidos até ao momento da sua publicação.

O combate à COVID-19 tem exigido aos governos a tomada de fortes medidas de política, tais como o encerramento de escolas, restrições nas viagens e medidas de quarentena, inclusive em serviços sociais de prestação de cuidados em instituições.

Este livro digital analisa as medidas de contingência adotadas pelo Estado português e em organizações e instituições (hospitais, autarquias e instituições de solidariedade social) de forma revelar o papel do Serviço Social nestes contextos de proteção das populações e dos colaboradores, com casos práticos.

Um livro pensado para profissionais e estudantes desta área e que apenas está disponível para compra apenas no site da editora em www.pactor.pt.

Webinar
A Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC), organiza, durante a tarde de amanhã, um Webinar dirigido a...

“Sabemos que a tecnologia e os canais digitais são, mais do que nunca, incontornáveis na organização e funcionamento de qualquer âmbito de atividade”, salienta o neurologista João Sargento Freitas, moderador do webinar. “O setor da Saúde, exigindo uma colaboração estreita e permanente entre profissionais, tem um lugar de destaque quando avaliamos os benefícios de estratégias digitais e recurso às tecnologias de informação e comunicação para melhorar a prestação de cuidados de saúde aos doentes”, explica.

 No que se refere particularmente ao AVC, “cada hora é valiosa e pode ser essencial para salvar a vida de uma pessoa ou menorizar o impacto de sequelas decorrentes do ataque cerebral”. Na ótica da SPAVC, é indubitável que a tecnologia tem facilitado o atendimento e tratamento dos doentes com AVC, o que viabiliza a recuperação de áreas do cérebro afetadas.

Mariana Dias, também moderadora da sessão, salienta que este cenário foi “intensificado com a aceleração digital exigida pela reestruturção dos cuidados de saúde face à pandemia COVID-19”. A especialista de Neurologia reforça a importância de refletir, no momento atual, sobre as aprendizagens consolidadas, “repensado o acompanhamento dos doentes nas várias fases de abordagem do AVC”.

Temas como a Telemedicina, as apps para smartphones úteis para “strokologistas”, as plataformas de comunicação entre pares, e as ferramentas de apoio ao tratamento multidisciplinar dos doentes, facilitando a partilha de dados e de exames imagiológicos para um melhor e mais rápido diagnóstico, estarão em debate na sessão de amanhã.

O painel de especialistas convidados a partilhar as suas experiências conta com nomes bem conhecidos no panorama nacional (Prof. Castro Lopes, Dr. Gustavo Santo, Dr. João Pedro Marto e Dr. Alexandre Amaral e Silva), bem como internacional (Dr. Carlos Molina), apelando à participação ativa da audiência para um debate profícuo e interativo.

Esta iniciativa, que conta com o apoio exclusivo da Allm, destina-se a profissionais de saúde, os quais podem solicitar acesso através dos vários canais de comunicação da SPAVC.

 

Covid-19
Esta investigação avaliou a eficácia de quase meia centena de tecidos e encontrou diferenças ao nível da retenção de partículas...

O objetivo da equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e do CINTESIS era analisar os diferentes tipos de têxteis utilizados no fabrico de máscaras para uso comunitário, cuja utilização se generalizou, nas últimas semanas, devido à pandemia de COVID-19. A principal conclusão deste trabalho “é que existem importantes diferenças entre os vários tipos de materiais utilizados, nomeadamente no que toca à capacidade de retenção de partículas e de respirabilidade”.

“Na ausência de uma máscara certificada, o tecido-não-tecido e o tecido jersey de algodão (do tipo T-shirt), em dupla camada, correspondem às melhores opções para cobertura do nariz e boca, tanto no que respeita à filtração de partículas como à permeabilidade ao ar”, explica a equipa, que contou com a participação do CITEVE.

Para esta análise, os investigadores avaliaram uma amostra de 49 têxteis, incluindo opções de tecidos mais acessíveis, seguindo métodos validados pelo INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde para a avaliação deste tipo de material.

O objetivo dos autores passa por chamar a atenção para a importância das propriedades dos materiais utlizados na confeção destas máscaras. Ao mesmo tempo, pretende-se “contribuir para a definição de recomendações que garantam uma proteção mais efetiva contra a infeção por SARS-CoV-2”.

“Máscaras devem ser usadas de forma generalizada”

De acordo com Bernardo Sousa Pinto, investigador da FMUP/CINTESIS e primeiro autor do estudo, “existe uma cada vez maior evidência de que o uso generalizado de máscara ajuda a diminuir o risco de transmissão de infeção”.

Nesse sentido, “embora as máscaras de uso comunitário não confiram a proteção necessária para contextos de maior risco de transmissão do novo coronavírus (como no caso dos profissionais de saúde), estas devem ser usadas de forma generalizada por indivíduos assintomáticos, nas suas atividades diárias”.

Publicados no jornal científico Respirology, os resultados do estudo estão disponíveis online e podem ser consultados, de forma interativa, num site desenvolvido por este grupo de investigadores.

A investigação contou com a participação de Ana Paula Fonte e Antónia Andrade Lopes (CITEVE) e de João Fonseca, Altamiro da Costa Pereira e Osvaldo Correia (FMUP/CINTESIS).

Covid-19
O Subdiretor-Geral da Saúde, Diogo Cruz, apelou esta quarta-feira ao dever cívico de todos os cidadãos no cumprimento das...

“Está na altura de todos nós contribuirmos para o combate a esta pandemia. Os jovens não são grupo de risco, mas o pensamento tem de ser: quando cumpro as medidas preconizadas estou a proteger-me não só a mim, mas também as pessoas que coabitam comigo, a minha família, os meus amigos. Estou, em última instância, a proteger o meu país e a fazer com que seja mais fácil o combate a esta pandemia”, disse aos jornalistas, na conferência de imprensa de atualização dos dados da pandemia da COVID-19, onde foi questionado sobre as infeções em jovens com menos de 35 anos.

Relativamente às sequelas deixadas pela COVID-19, o responsável destacou que os médicos estão a acompanhar os doentes e têm sido reportadas algumas sequelas deste vírus. “Não sabemos a dimensão da duração delas.

O que nos parece neste momento é que acontecem num número reduzido de pessoas”, afirmou, ressalvando que ainda não é possível avançar com números.

“Não nos podemos esquecer que a pandemia começou em março. É preciso deixar passar algum tempo para saber se vão haver sequelas ou não, porque as sequelas imediatas a um quadro infecioso viral acontecem na maioria dos quadros”, esclareceu, destacando que há “consultas específicas para acompanhar estas situações”.

De acordo com o boletim epidemiológico publicado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), Portugal regista esta quarta-feira mais 252 casos confirmados de COVID-19, o que corresponde a um aumento de 0.5% em relação ao dia de ontem, pelo que o país contabiliza agora 49.150 infetados.

Do total de casos ativos, 96.7% encontram-se a recuperar no domicílio, 3.8% em enfermaria e 0.4% em cuidados intensivos. Neste momento, há 439 pessoas internadas (mantém-se o número de ontem) e 59 doentes em cuidados intensivos (menos 3).

A última atualização indica a existência de mais 230 doentes recuperados, o que eleva para 33.999 o número total de pessoas recuperadas da COVID-19.

Por outro lado, ocorreram mais cinco óbitos relacionados com a pandemia nas últimas 24 horas.

Relativamente à distribuição geográfica dos novos casos, 18 foram notificados na região Norte, 12 no Centro, 3 no Alentejo, 4 no Algarve e 215 na região de Lisboa e Vale do Tejo (85.3%).

Impacto da pandemia
A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) analisou o impacto da pandemia de covid-19 na atividade assistencial dos estabelecimentos...

Esta análise permitiu ainda confirmar que o número de estabelecimentos de natureza privada, cooperativa e social em funcionamento, em diversas tipologias de cuidados de saúde, nomeadamente de unidades de medicina dentária, diminuiu durante este período. Em contraciclo, no âmbito das análises clínicas, a ERS procedeu ao registou de 4 novos laboratórios e 78 novos postos de colheita.

O último relatório de monitorização da ERS, relativo ao mês de julho, debruça-se sobre o impacto da pandemia de covid-19 no sistema de saúde, abrangendo o período de março a junho deste ano.

"O difícil enquadramento gerado pela situação de pandemia teve resultado imediato no sistema de saúde, sendo visível a queda acentuada da atividade programada e não programada na rede de estabelecimentos do SNS, sobretudo em virtude das alterações aplicadas à organização e prestação de cuidados de saúde, de modo a prepará-lo para responder à pressão a que poderia vir a ser sujeito, em função da evolução da pandemia", refere o relatório.

As consultas médicas hospitalares presenciais caíram 31% em maio, 35% em abril e 16% em março. Entre estas, diminuiu também a percentagem de primeiras consultas (-9% em abril). Em contrapartida, aumentou significativamente o volume de consultas por telemedicina, tendo atingido os 52%, também em abril.

A atividade cirúrgica na rede hospitalar do SNS registou também uma redução significativa a partir de março, com o volume de cirurgias programadas em abril e maio a ficar, respetivamente, 78% e 57% abaixo dos períodos homólogos de 2019. Embora com menor impacto, também as cirurgias urgentes registaram uma diminuição de 23% em abril face ao mesmo mês do ano passado.

No que diz respeito às entidades do setor privado, cooperativo e social, a ERS estima uma redução de cerca de 40% das cirurgias.

Os internamentos médicos e cirúrgicos de doentes agudos no SNS registou quedas na ordem dos 15%, 38% e 32%, em março, abril e maio, respetivamente.

O número de episódios de urgência hospitalar foi 37%, 52% e 45% inferior nos meses de março a maio, por comparação com os períodos homólogos em 2019.

Também nos cuidados primários se verificou uma descida muito significativa da atividade assistencial, desde o início da pandemia. O número de consultas médicas presenciais, que tivera já pequenas reduções nos primeiros meses do ano, diminuiu 33%, 73% e 66% nos meses de março, abril e maio, respetivamente.

Nos mesmos meses, também o número de consultas de enfermagem presenciais foi substancialmente inferior nos meses de março, abril e maio, face aos períodos homólogos do ano anterior.

Quanto às consultas médicas ao domicílio, estas sofreram também uma redução abrupta, que atingiu os 70% e os 63%, respetivamente, em abril e maio.

Em contrapartida, tal como nos hospitais, também nos cuidados primários houve um grande aumento face a 2019, em todo o período em análise, do número de consultas - médicas e de enfermagem - não presenciais, que chegou a mais do que duplicar em abril.

Neste contexto, a ERS realça também o aumento muito relevante do número de unidades de telemedicina, o que, em termos globais, faz com que não tenha havido uma grande variação no número total de estabelecimentos registados no Sistema de Registo de Estabelecimentos Regulados da ERS (SRER) no período em análise.

Saiba quais os cuidados a ter e o que fazer em caso de acidente
Com a chegada dos dias de calor, Luís Teixeira, médico ortopedista especialista em patologia da colu

O também Presidente da Associação Sem Fins Lucrativos Spine Matters pretende sensibilizar a população, sobretudo a mais jovem, a principal atingida (os jovens do sexo masculino, entre os 15 e os 30 anos, representam mais de 75% do grupo de risco de pessoas que sofre acidentes de mergulho entre Junho e Setembro), para os perigosos "mergulhos de verão" e para os cuidados que podem prevenir lesões dramáticas, estendendo o alerta a alguns desportos aquáticos como o surf, o paddle ou o bodyboard.

Os acidentes de mergulho, são a quarta causa de lesão medular, demonstrando os estudos que a sua maioria ocorre em lugares com uma profundidade inferior a 150 cm. Quando superior a 3m/s, a velocidade do impacto é suficiente para causar lesões cervicais irreversíveis. O médico explica que com alguns cuidados é possível prevenir alguns comportamentos de risco, nomeadamente, trabalhando na velocidade do impacto, na forma como se entra na água e na fiscalização mais atenta da zona do mergulho.

As estatísticas apresentadas pelo Sistema Nacional de Saúde resumem alguns dados importantes:

  • A maioria dos acidentes ocorre durante atividades de lazer;
  • Os acidentes são mais frequentes em piscinas do que no mar;
  • 96% dos traumatismos atingem a coluna cervical;
  • 15% dos acidentados ficaram em condição de tetraplegia;
  • 92% ocorrem em indivíduos do sexo masculino;
  • 85% dos acidentes acontecem entre os meses de maio e setembro.

De acordo com um estudo publicado na revista de Cirurgia Ortopédica e Traumatológica Francesa, e recordado pelo médico ortopedista, na grande maioria dos casos a vítima desconhece ou conhece mal o local em que se dá o acidente.

"Na execução do mergulho a pessoa atinge cerca de 15 km/h", esclarece o médico cirurgião ortopédico. "Contudo, quando esse mergulho é executado numa posição quase vertical, a velocidade descreve uma trajetória descendente muito veloz em direção ao fundo da piscina. Por outro lado, e em praias com muita ondulação, as pessoas tendem a mergulhar em zonas de rebentação em que ainda têm pé, sendo frequente a postura incorreta. No momento do impacto no solo, a posição da cabeça e coluna vertical vão determinar tudo, mas antes é a análise do espaço que se torna fundamental", alerta o especialista que não esquece também que entre 38% a 47% dos casos ocorrem após consumo de drogas ou de bebidas alcoólicas."

Como ocorrem as lesões em mergulho:

  1. Ao mergulhar com o corpo curvado em local raso, a cabeça bate no solo.
  2. Após o impacto com o solo, o pescoço recebe o peso do corpo, absorvendo o impacto e produzindo uma brusca flexão ou extensão do pescoço podendo ocasionar uma fratura ou deslocamento de vértebra cervical, (geralmente a C5 ou a C6), que pode resultar em trauma da medula espinhal.
  3. A fratura ou luxação das vértebras comprime a medula responsável pela transmissão das ordens vindas do cérebro para todas as regiões do corpo humano.
  4. A compressão da medula causa uma necrose (morte dos tecidos e células da região atingida), o que impede a transmissão dos estímulos vindos do cérebro e também da sensibilidade dos membros
  5. A pessoa fica paralisada e não sente os seus membros. De acordo com o grau da lesão da medula, o mergulhador pode ficar tetraplégico, (sem movimentação nos braços e nas pernas) ou paraplégico, paralisado apenas nas pernas.

E por que são os homens mais suscetíveis a este tipo de lesões?

Por um lado, pela sua natureza anatómica, mas por outro por uma maior prevalência para adotarem comportamentos irresponsáveis em atividades náuticas. “Pela sua estrutura biomecânica, a coluna cervical é naturalmente mais vulnerável ao trauma que outras regiões da coluna vertebral. Se pensarmos que o homem médio pesa normalmente 80kg e chega a atingir os 15km/h na execução do mergulho, a força que é exercida sobre esta estrutura sensível é simplesmente insustentável. A maioria das fraturas ocorre precisamente entre a 5ª e a 7ª verticais, mas em função da velocidade e profundidade pode atingir outras vértebras com consequências ainda mais graves” adianta o médico, especialista em patologia da coluna vertebral, que há vários anos alerta para os riscos que a época balnear pode representar para a coluna dos portugueses, baseado em dados de um estudo publicado na revista de Cirurgia Ortopédica e Traumatológica Francesa em 2013.

Nesta altura em que as temperaturas sobem e os portugueses começam a ir a banhos,

há outro número importante a reter: 90% destes acidentes acontecem entre junho e setembro, e se um terço deles acontece em praias, são também extremamente frequentes os acidentes em piscinas, lagos, ribeiras ou barragens. “9 em cada 10 acidentes acontecem num local com profundidade inferior a 1 metro e meio, vindo-se a revelar na maior parte dos casos que a vítima conhecia mal as características do local onde estava a fazer os mergulhos”, explica Luís Teixeira. “Ora em sítios de baixa profundidade é precisamente onde há maior probabilidade de desenvolver lesões.

O tipo de danos depende de vários fatores: da posição da cabeça e da coluna vertebral no momento do impacto, do peso do indivíduo, da velocidade e da trajetória do mergulho, etc. Mas o processo traumático é quase sempre o mesmo – movimentos extremos de hiperextensão ou hiperflexão, enormes forças compressivas que não são distribuídas de forma homogénea e lesões cervicais de enorme gravidade. Mas tudo isto é aumentado pelo tipo de comportamentos que se têm antes mesmo de entrar na água. Em 40% a 50% dos casos, a vítima tinha consumido álcool ou drogas antes do acidente, sendo que 16% dos acidentes ocorrem durante a noite, onde as condições de visibilidade são ainda mais reduzidas. Isto demonstra que muitas pessoas não estão cientes da seriedade do tipo de lesões que podem resultar de brincadeiras muitas vezes inocentes, mas que podem ter um fim trágico”, acrescenta o médico. Por isso e no sentido de contribuir para a redução destas estatísticas alarmantes, o especialista deixa aos portugueses um conjunto de conselhos que “pretendem apenas ajudar a gerir os riscos e assegurar que as férias de Verão são verdadeiramente uma época de alegria e repouso, e que não ficam marcadas pelas consequências de gestos irrefletidos.”

Cuidados a ter antes de mergulhar

1. Avalie bem a profundidade e o local: Mergulhos em locais com águas pouco profundas, ou onde a visibilidade não permite apurar se há rochas, troncos, bancos de areia ou outros obstáculos para realizar um mergulho seguro são altamente perigosos. Conheça a profundidade do local onde vai mergulhar e dê preferência às águas cuja profundidade tenha, no mínimo, o dobro da sua altura; Se estiver no mar, antes de mergulhar, “teste” a profundidade entrando progressivamente pelo seu pé. Tenha atenção também a locais demasiado altos, pois são igualmente perigosos.

2. Explorar e examinar: Mesmo que conheça o local onde vai mergulhar, a paisagem natural muda regularmente, com as correntes, com as marés e com diversos fatores, daí que deva sempre examinar com atenção o local onde vai mergulhar antes de o fazer. Se vai para um sítio que não conhece, procure avaliar antes o local. Pode até falar com quem costuma frequentar o local e com nadadores salvadores. É importante também que respeite as placas de sinalização e que mergulhe numa zona bem iluminada. Mergulhos à noite são extremamente perigosos.

3. Evite brincadeiras: Empurrões para dentro da água e outras acrobacias; Não mergulhe de costas ou em corrida - quanto mais impulso der, mais fundo será o mergulho. Não mergulhe de locais altos, de costas ou em corrida. Tenha também muita atenção aos mergulhos de pranchas.

4. Tenha atenção à posição do seu corpo antes de mergulhar: Evite mergulhar na vertical. Procure entrar na água numa posição mais oblíqua de forma a atingir menor

profundidade e velocidade. Mantenha os braços esticados e as mãos à frente, em extensão, de forma a antever o que se aproxima e a proteger a cabeça e pescoço ao longo do mergulho.

5. Não consuma bebidas alcoólicas: Por muito que o verão traga consigo atitudes relaxadas e despreocupadas, se considera mergulhar, deve levar este conselho a sério. O seu discernimento e capacidade de avaliar as condições do mergulho, assim como a sua postura, não devem estar comprometidos nestes momentos.

Como deve reagir se assistir a um acidente de mergulho

1. Chame de imediato o 112. No caso de se encontrar numa praia, chame de imediato o nadador-salvador pois terá mais competências e formação para saber reagir à situação.

2. Caso presencie um acidente é importante não mexer na vítima, pois sem os cuidados adequados pode haver uma lesão ainda maior. Nesse caso, certifique-se de que a pessoa está a respirar e aguarde um resgate especializado.

3. Coloque a vítima de barriga para cima para que possa respirar, tentando imobilizar a cabeça em linha com o tronco. Mantenha sempre a cabeça e pescoço alinhados com a coluna vertebral, numa posição estável, e não faça nenhum movimento brusco.

Luís Teixeira termina explicando que se tratam de ocorrências que podem resultar em lesões que vão da luxação à fratura da coluna vertebral, traumatismo cranianos ou tetraplegia com incapacidade permanente. “É importante consciencializarmos toda a gente destes números, porque na esmagadora generalidade dos casos resultam pura e simplesmente de riscos desmedidos, brincadeiras que correram mal, gestos irrefletidos ou de alguma irresponsabilidade. E aquilo que é importante que as pessoas reflitam é: não vale a pena; os riscos são simplesmente grandes de mais.”

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Plataforma suportada em inteligência artificial
A HMR, especialista em consultoria na área da saúde na Indústria Farmacêutica, e a ThoughtSpot, líder em análises orientadas...

A nova solução da HMR, desenhada em parceria com a ThoughtSpot, permitirá tirar o máximo partido da análise da informação tendo em vista os objetivos de cada companhia. O seu principal objetivo é melhorar a experiência do cliente, otimizando o tempo investido em análises e relatórios, e melhorando também o acesso ao conhecimento de um determinado mercado, segmento de mercado, marca, produto ou outra qualquer dimensão/ variável com relevância para o negócio. Esta inovação está atualmente em fase de implementação e estará disponível comercialmente em Portugal, Espanha e Irlanda a partir de janeiro de 2021.

A HMR procura inovar nas suas soluções para melhor responder às necessidades dos clientes

Fruto da evolução do mercado e das necessidades resultantes da competitividade latente de cada área de negócio, a HMR e a ThoughtSpot estabeleceram uma parceria para a criação de uma nova solução, uma nova plataforma analítica que permite a análise mais rápida da informação com a capacidade de partilhar insights relevantes, assentes sobre uma utilização altamente intuitiva. Esta nova plataforma analítica representa mais uma etapa da HMR na construção de um caminho sólido e estável, contribuindo desta forma para o desenvolvimento sustentável da Indústria Farmacêutica, onde a inovação se constitui por si só como um vetor diferenciador e essencial na estratégia global da HMR.

“Acreditamos que esta colaboração terá um papel de extrema relevância na transformação da oferta da HMR, sempre com o foco na melhoria do negócio dos clientes, permitindo efetuar questões por meio de um interface de pesquisa simples e obter respostas em segundos”, afirma João Norte, CEO da HMR.

O SpotIQ, mecanismo de IA da ThoughtSpot, fornece uma variedade de recursos adicionais, incluindo uma área que identifica tendências e outliers, e recomenda insights adaptados às funções, preferências e histórico dos utilizadores.

Um novo nível de conhecimento

A HMR recebe dados transacionais diários de sell-out, compras e stocks com o detalhe do pack do produto, recolhidos a partir do painel de Farmácias de Portugal, Espanha e Irlanda. A informação é recolhida no nível da Farmácia, partilhando com os decisores da Indústria Farmacêutica uma visão sem paralelo de toda a informação de mercado para um melhor entendimento do comportamento do doente/ consumidor e consequentemente da dinâmica e competitividade de cada segmento. A nova solução, desenvolvida em parceria com a ThoughtSpot, tornará ainda mais fiáveis os recursos de análise da HMR, permitindo que os clientes fundamentem as suas decisões estratégicas e táticas em informação fidedigna e de qualidade, no momento certo, através do uso de inteligência artificial e machine learning.

No clima atual do mercado, a incerteza é muito alta, como João Norte, CEO da HMR, explica: "A crise do COVID-19 continua a alterar drasticamente o comportamento típico das pessoas na procura de aconselhamento médico. Isso, por sua vez, afeta as vendas de medicamentos prescritos e outros produtos farmacêuticos. Portanto, a forma mais eficaz de detetar e fazer previsões precisas da procura é analisando os dados reais do ponto de venda, recebidos no nível da farmácia".

Indústria farmacêutica necessita de mais informação para o desenvolvimento do negócio

De acordo com Daniel Cu-ey, vice-presidente regional de Europa Ocidental da ThoughtSpot, "um estudo recente que conduzimos com a HBR - The New Decision Makers (HBR Research Report) - revelou que a Indústria Farmacêutica é um dos setores mais atrasados na partilha de informação com as equipas que contactam com os clientes (15%). Esta parceria com a HMR irá promover uma plataforma de análise da informação disruptiva na Europa para ajudar o setor a comercializar os seus produtos com mais eficiência"

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