Estudo
A história da medicalização do nascimento na China e no Japão é o tema de uma secção especial da Technology and Culture,...

Gonçalo Santos, docente do Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e investigador integrado do Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA), Universidade de Coimbra, é um dos coordenadores desta secção especial (e também autor de dois artigos, um introdutório e outro sobre a China), onde são analisadas as tensões sociais e morais causadas pelo processo de medicalização do nascimento nestes dois países do leste asiático. Inclui artigos escritos por antropólogos e historiadores e é uma contribuição interdisciplinar importante para a análise crítica de processos de medicalização do nascimento no leste da Ásia e no mundo.

Com o crescimento institucional da medicina científica, o nascimento passou do espaço doméstico para o hospital e começou a ser abordado como um evento perigoso que requer intervenção obstétrica para minimizar riscos e salvar vidas. Este processo de medicalização foi intensificado ao longo do século XX, culminando na normalização de um modelo de assistência ao nascimento que impõe às mulheres a necessidade de estruturar o parto em função de uma cascata de intervenções obstétricas. «Na China e no Japão, como na Europa e nos Estados Unidos, esta transformação foi acompanhada por tensões morais crescentes entre partidários do modelo tecnocrático dominante e defensores de um modelo mais humanizado do nascimento, mas existem poucos estudos sobre os contornos destas ‘guerras de parto’. Esta secção especial dá um primeiro pequeno passo nessa direção», afirma Gonçalo Santos.

Tanto no Japão como na China de hoje, a assistência ao nascimento é largamente dominada por valores tecnocráticos, especialmente na China, onde a taxa de cesarianas está entre as mais altas do mundo, «bem acima dos 10-15% recomendados pela Organização Mundial de Saúde. Em ambas as sociedades, a medicalização do nascimento gerou um sistema de valores tecnocráticos muito poderoso que não foi contestado como na Europa e nos Estados Unidos por movimentos sociais radicais questionando a lógica da medicalização e defendendo um retorno a práticas mais “naturais” e sem qualquer tipo de intervenção médica», salienta Gonçalo Santos.

Existem na China e no Japão movimentos sociais que defendem um modelo mais humanizado do nascimento e que valorizam as abordagens mais naturais das medicinas tradicionais, mas estes movimentos não rejeitam a autoridade dos médicos e dos hospitais. «Isto resulta numa espécie de duplo vínculo moral que coloca demandas irreconciliáveis às mulheres: por um lado, é preciso aceitar dar à luz no hospital com intervenções médicas constantes; por outro lado, é preciso cultivar um “corpo natural” e procurar evitar intervenções médicas desnecessárias sem pôr em risco o bem-estar do bebé. Esta secção especial mostra a génese histórica e os contornos etnográficos deste duplo vínculo moral no período contemporâneo», nota.

O artigo sobre a China do docente da FCTUC debruça-se sobre o crescimento exponencial das taxas de cesariana em zonas rurais a partir do virar do milénio, ilustrando esta transformação com materiais etnográficos coletados ao longo de duas décadas de visitas de trabalho de campo a uma comunidade rural no sul da China.

O autor compara as experiências de nascimento de duas gerações diferentes de mulheres, mostrando que estas diferentes experiências geracionais resultaram em visões radicalmente distintas do significado e do valor moral da crescente popularidade de cesarianas. «A China é um exemplo perfeito de modernidade reprodutiva comprimida, ou seja, é uma economia emergente que passou de um sistema low-tech de nascimento para um sistema high-tech no espaço de uma geração. Este processo de “leapfrogging tecnológico” gerou muitas tensões geracionais e é importante perceber o papel destas tensões nos processos de negociação familiares que ajudam a moldar as preferências e experiências de nascimento das mulheres», declara Gonçalo Santos.

A relevância das experiências das mulheres desta pequena comunidade rural vai muito para além das zonais rurais da China ou da própria China como um todo. As mulheres de outros países no leste asiático e noutras partes do mundo «estão também a ser confrontadas com uma dinâmica de medicalização sem precedentes. Uma importante contribuição dos artigos desta secção especial é chamar a atenção para a importância do ponto de vista das próprias mulheres sobre as dinâmicas de medicalização e de tecnologização em curso. Em suma, pretendemos chamar a atenção para a importância de desenvolver políticas de saúde pública que tomem em consideração o ponto de vista das mulheres», conclui.

Esta publicação foi apoiada pelo Research Grants Council of Hong Kong, pela Universidade de Hong Kong e pelo Smith College (East Asian Studies Fund) e é uma iniciativa de um grupo de pesquisa internacional sobre tecnologias de trabalho reprodutivo no leste da Ásia, liderado por Gonçalo Santos, por Jacob Eyferth (University of Chicago) e por Suzanne Gottschang (Smith College). Para realizar este projeto, o docente da FCTUC, que atualmente coordena a rede internacional Sci-Tech Asia (https://www.scitechasia.org), beneficiou de uma Visiting Scholar Fellowship atribuída pelo Max Planck Institute for the History of Science, em Berlin, em 2018/2019.

Trabalhadores querem maior flexibilidade
O trabalho remoto tem sido um desafio mental para alguns, mas o regresso aos locais de trabalho físicos pode ser ainda mais...

Mas o trabalho remoto também é mais inclusivo – o estudo também revelou que 52% dos colaboradores remotos sentem que os seus contributos em reuniões são mais valorizados, dado estarem todos na mesma sala virtual ao mesmo nível. No entanto, também é verdade que quase 60% dos colaboradores relataram sentir-se menos conectados com os seus colegas desde que trabalham em casa.
 
Então, qual é o equilíbrio? O futuro deve ser híbrido

O mundo está pronto para o "trabalho híbrido", já que empresas e colaboradores pedem maior flexibilidade após o Covid-19.

Os gestores estão a analisar os benefícios da mudança e a reconhecer o valor complementar de um modelo híbrido de escritório / trabalho remoto. Isso representa uma oportunidade para repensar os modelos operacionais para identificar o melhor novo equilíbrio do trabalho flexível, a fim de maximizar os benefícios para os seus próprios funcionários e negócios.

No entanto, embora o aumento da flexibilidade e o trabalho em casa sejam uma aspiração para os colaboradores, os empregadores devem garantir que a colaboração e os relacionamentos com os colegas não sofram, pois, o trabalho remoto permanece. 74% dos entrevistados disseram que uma mistura de trabalho remoto e no escritório será o melhor caminho a seguir.

Haverá mais flexibilidade no nosso futuro, mas a questão de como isso é sustentado a longo prazo, para além da pandemia, permanece um desafio fundamental para as empresas.

Com todas as partes a exigir maior flexibilidade, é imperativo que todos estejam alinhados no modelo ideal. Auscultar as necessidades dos colaboradores para identificar quais os elementos do trabalho flexível que funcionaram bem e onde ainda há espaço para melhorias é o primeiro passo para estabelecer a nova norma.

Para garantir o sucesso, os líderes devem considerar as mudanças que ainda devem ser tomadas nos estilos de trabalho, ritmo de comunicação e organização da equipa, ao adotar um modelo de trabalho híbrido e evitar simplesmente aplicar as estruturas do passado.

Com a preferência para a divisão uniforme entre escritório e trabalho remoto, os líderes devem considerar qual a funcionalidade e o objetivo do escritório e, enquanto espaço de trabalho partilhado, como pode agregar mais valor a uma força de trabalho que pode e funcionará em qualquer lugar do mundo.

Vacina preventiva e terapêutica
A Universidade da Beira Interior (UBI) anunciou, esta segunda-feira, que uma aluna está a trabalhar no desenvolvimento de uma...

"Este projeto insere-se na área de investigação do grupo biofármacos e biomateriais e tem como principal objetivo o desenvolvimento de uma nanovacina preventiva e terapêutica contra a doença covid-19", refere a UBI em comunicado, explicando que o projeto está a ser desenvolvido por Dalila Eusébio, uma aluna de doutoramento em Biomedicina.

Esta investigação decorre no Centro de Investigação em Ciências da Saúde da UBI (CICS-UBI) com o nome "Mannosylated minicircle DNA nanovaccine against covid-19", tendo sido também contemplada com uma bolsa de investigação da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), no âmbito do concurso "Doctorates 4 covid-19".

Durante o estudo vão ser explorados “processos biotecnológicos para a obtenção de um vetor de DNA inovador, o DNA minicircular (mcDNA), que vai codificar as proteínas antigénicas 'Spike' e 'Nucleocapsid' do coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2)", pode ler-se no comunicado.

 

Estudo
O Instituto Doutor Ricardo Jorge concluiu que existem 1405 produtos alimentares com “elevados valores energéticos, excesso de...

Estes novos dados fazem parte de estudo a cargo do Instituto, que descobriu ainda que apenas 225 alimentos, pouco mais de 13,8% do total, estão dentro dos parâmetros considerados normais, de acordo com a atual legislação, que visa combater problemas de saúde, nomeadamente a obesidade.

O relatório, a que o ‘CM’ teve acesso, revela que “nenhuma das bolachas e biscoitos, bem como batatas fritas e snacks avaliados apresentam perfis nutricionais compatíveis com os definidos”. Ficou ainda provado que “o mesmo se verifica para a quase totalidade de leites aromatizados, nos quais somente um produto cumpre com os critérios nutricionais definidos”.

Os investigadores conseguiram concluir que o produto com maior quantidade de nutrientes que ainda cumpre os valores-limite estabelecidos na lei para a alimentação infantil, é o iogurte.

Já as bolachas e os biscoitos representam aqueles com maior excesso de valor energético, ou seja, quilocalorias. Já as batatas fritas e snacks apresentam excesso de ácidos gordos saturados.

Quanto ao açúcar, 96,8% dos leites aromatizados, 73,1% dos refrigerantes e 72,4% dos cereais de pequeno-almoço revelam valores excessivos deste produto. 

 

Para Unidades de Saúde EPE
O Governo autorizou o recrutamento de 220 médicos, em regime de mobilidade, para unidades de saúde EPE (Entidade Pública...

De acordo com despacho, assinado pelo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, 56 postos de trabalho são para a especialidade de medicina geral e familiar, 16 para saúde pública e os restantes 148 para as especialidades hospitalares.

Este recrutamento vai abranger os médicos que, cumulativamente, “sejam detentores do grau de especialista, ou do grau de consultor, numa das correspondentes áreas de especialização, integrados na carreira especial médica ou na carreira médica, e sejam, respetivamente, detentores de um vínculo de emprego público por tempo indeterminado previamente constituído ou de um contrato de trabalho sem termo”, explica o documento.

Na área hospitalar, pneumologia é a especialidade com mais postos a recrutar em regime de mobilidade (13). Segue-se a ortopedia (nove), anestesiologia, cardiologia, doenças infeciosas, ginecologia/obstetrícia e neurologia, (sete postos de trabalho cada).

Ainda na área hospitalas, segundo este despacho as especialidades de radiologia, psiquiatria, gastroenterologia, cinco em urologia, pediatria, oncologia médica, oftalmologia e medicina intensiva e quatro em anatomia patológica, cirurgia geral, medicina física e de reabilitação, medicina interna e otorrinolaringologia terão mais 6 postos de trabalho cada.

Para psiquiatria da infância e da adolescência, nefrologia, endocrinologia e nutrição e dermatovenereologia estão identificados três postos de trabalho cada e para hematologia clínica, imuno-hemoterapia, medicina do trabalho e patologia clínica dois postos de trabalho cada.

Em regime de mobilidade estão identificados um posto de trabalho nas seguintes especialidades: reumatologia (Hospital do Espírito Santo, em Évora), neurocirurgia (Centro Hospitalar Universitário do Algarve), imunoalergologia (Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental), genética médica (Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central), cirurgia torácica (Centro Hospitalar e Universitário de S. João), cirurgia pediátrica (Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca) e cirurgia cardíaca (Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central).

Na área da medicina geral e familiar, existem 14 postos de trabalho na área da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, 13 na ARS Centro, 17 na ARS de Lisboa e Vale do Tejo, cinco na ARS do Alentejo e cinco na ARS Algarve.

Já os 16 postos de trabalho na área da saúde pública estão distribuídos pela ARS Algarve – serviços centrais (dois) e pelos agrupamentos de centros de saúde do Baixo Alentejo (dois), Alentejo Central (dois), Arco Ribeirinho (dois).

Segundo o documento, há ainda um posto de trabalho na área da saúde pública para a ARS do Alentejo – serviços centrais, outro para a Unidade Local de Saúde do Nordeste, e um em cada um dos agrupamentos de centros de saúde: Baixo Mondego, Pinhal Interior Norte, Arrábida, Algarve Barlavento, Algarve Central e Algarve Sotavento.

“Existe um conjunto de profissionais que pretende alterar o seu local de trabalho, não obstante os mecanismos de mobilidade legalmente previstos, pelo que importa, desde já, criar as condições necessárias para que (…) tenham a possibilidade de conciliar s suas necessidades pessoais com as necessidades existentes”, pode ler-se no despacho que sublinha que o objetivo é “a mobilidade de médicos já integrados nas carreiras médicas”, contribuindo “para um melhor aproveitamento destes recursos”.

Novo equipamento avalia danos no fígado
O Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) já dispõe de um equipamento Fibroscan para realização...

O Fibroscan, que está disponível não só para os doentes do Serviço de Medicina Interna, mas também para os doentes de Gastrenterologia, permite avaliar a fibrose hepática, que reflete a saúde e os danos no fígado causados por doenças crónicas nesse órgão, como hepatite, cirrose, presença de gordura, entre outras.

O facto deste equipamento ser raro faz com que este tipo de exame tenha listas de espera consideráveis. Com a sua aquisição pelo CHMT, os doentes de todo o distrito de Santarém e distritos vizinhos deixam de ficar sujeitos a essas listas de espera, o que, para as patologias hepáticas, é um aspeto muito relevante.

Em comunicado, Presidente do Conselho de Administração do CHMT, Carlos Andrade Costa, sublinha o contínuo investimento em novos equipamentos, de tecnologia avançada, que têm permitido a capacitação e a diferenciação clínica do centro hospitalar.

"Sempre no CHMT fomos desenvolvendo competências clínicas para diferenciarmos a atividade assistencial que a instituição pratica. Este é um investimento que permite dotar este centro hospitalar e os seus profissionais de recursos cada vez mais diferenciados ao serviço da população não só do Médio Tejo, mas também de todo do distrito de Santarém e dos territórios limítrofes", afirmou.

 

Balanço oficial
O Secretário de Estado da Saúde salientou, durante conferência de imprensa, a tendência de decréscimo de novos casos de Covid...

Na conferência de imprensa sobre a situação da pandemia em Portugal, António Lacerda Sales adiantou que também os números referentes aos internamentos hospitalares “confirmam a tendência de decréscimo nas últimas semanas”, registando-se agora nas Unidades de Cuidados Intensivos “o menor número de internados desde 20 de março”. 

“São números que nos dão alento, mas que reforçam que é preciso continuar esta caminhada longa e com obstáculos sobretudo quando o mundo está quase a atingir a barreira dos 20 milhões de infetados”, observou.

O Secretário de Estado revelou, ainda, que mais de 940 mil pessoas foram acompanhadas pela plataforma Trace Covid. No balanço da pandemia, o governante adiantou, também, que linha de atendimento psicológico já atendeu cerca de 28 mil chamadas desde 01 de abril e a linha de atendimentos para surdos registou mais de 280 contactos. 

 

13 de agosto
A Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve está a recrutar enfermeiros ao abrigo das medidas excecionais relativas à...

De acordo com o Aviso publicado, estão a ser aceites candidaturas com vista ao recrutamento de 17 enfermeiros, sob forma de contrato de trabalho a termo resolutivo certo, pelo prazo de quatro meses e para exercer funções nas unidades de cuidados de saúde primários da região algarvia.

As candidaturas devem ser formalizadas através do preenchimento de formulário, devendo o mesmo ser remetido até às 23:59 horas do dia 13 de agosto de 2020, para o endereço eletrónico [email protected]

Para mais informações e esclarecimentos adicionais os interessados podem contactar a Unidade de Gestão de Recursos Humanos da ARS Algarve através do contacto telefónico 289 889 900 ou do endereço eletrónico  [email protected].

 

Continente africano
O estudo, publicado na revista Nature, revelou que os parasitas eram capazes de resistir ao tratamento com a artemisinina, um...

Esta é a primeira vez que cientistas observam resistência ao medicamento artemisinina em África, o que na opinião dos investigadores pode representar “uma grande ameaça à saúde pública” neste continente.

Cientistas do Instituto Pasteur, em colaboração com o Programa Nacional de Controlo da Malária no Ruanda (Rwanda Biomedical Center), a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Cochin Hospital e a Columbia University (em Nova York, nos EUA) analisaram amostras de sangue de pacientes deste país.

Segundo a análise, foi possível encontrar uma mutação específica do parasita, resistente à artemisinina, em 19 de 257 (ou sejam 7,4%) dos pacientes em um dos centros de saúde que monitorizaram.

Segundo a OMS, a malária causou a morte a 405 mil pessoas em todo o mundo, em 2018.

Evolução de parasitas

No artigo, os cientistas alertaram que os parasitas da malária que desenvolveram resistência a medicamentos anteriores são "suspeitos de terem contribuído para milhões de mortes adicionais por malária em crianças africanas na década de 1980".

Quando o primeiro medicamento contra a malária, a cloroquina, foi desenvolvido, os pesquisadores pensaram que a doença seria erradicada em poucos anos.

No entanto, desde 1950 os parasitas evoluíram para desenvolver resistência a sucessivos medicamentos.

Retrocesso no combate à Malária

O repórter de saúde e ciência da BBC, James Gallagher, avalia que "este é um momento profundamente preocupante e altamente significativo", e que marca um retrocesso no combate à malária.

Ele aponta que a resistência à artemisinina não é nova, pois tem sido vista em partes do Sudeste Asiático por mais de uma década. Em algumas regiões, 80% dos pacientes estão infetados com parasitas da malária que resistem ao tratamento.

"Mas África sempre foi a maior preocupação. É onde ocorrem mais de nove em cada dez casos da doença", refere.

Segundo Gallagher, parece a resistência evoluiu em parasitas da malária em África, e não que tenha se espalhado do Sudeste Asiático para o continente africano.

"O resultado, porém, é o mesmo: a malária está a ficar mais difícil de tratar."

A infeção por malária é agora comumente tratada com uma combinação de dois medicamentos: artemisinina e piperaquina.

Mas, os parasitas da malária começaram a desenvolver resistência à artemisinina, o que foi registado pela primeira vez em 2008 no sudeste da Ásia.

Na época, os cientistas temiam que a resistência à artemisinina também pudesse ocorrer em África e ter consequências devastadoras. Agora, a pesquisa indica que esses temores podem se ter concretizado.

Em 2018, os países africanos responderam ​​por mais de 90% das mais de 400 mil mortes por malária registadas, sendo as crianças as mais afetadas.

Balanço da pandemia
Mais três pessoas morreram nas últimas 24 horas em Portugal devido à pandemia, no mesmo período em que foram confirmados mais...

O número de mortos em Portugal por infeção ao novo coronavírus subiu nas últimas 24 horas para os 1.759. Já o número de casos confirmados, desde o início da pandemia, está agora nos 52.825.

Estão internadas ainda 374 pessoas, 29 em unidades de cuidados intensivos.

Estes dados foram divulgados na tarde desta segunda-feira no relatório epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).

A pandemia do novo coronavírus causou pelo menos 731.518 mortos em todo o mundo desde o aparecimento da doença na China em dezembro, segundo o balanço hoje às 11:00 TMG (12:00 em Lisboa) da agência France-Presse.

Mais de 19.884.260 casos foram diagnosticados em 196 países e territórios desde o início da epidemia, dos quais 11.879.100 foram considerados curados.

O número de casos diagnosticados só reflete, no entanto, uma fração do número real de infeções, já que alguns países testam apenas casos graves, outros fazem os testes para rastreio e muitos países mais pobres têm uma capacidade limitada de fazer testes.

Nas últimas 24 horas foram registados 4.117 mortos e 213.167 infetados em todo o mundo. Os países que registaram mais novas mortes foram a Índia (1.007 novos óbitos), Brasil (572) e os Estados Unidos (532).

 

Procura tem vindo a aumentar
A Associação Portuguesa de Podologia (APP) alerta os estudantes para a abertura da primeira fase das candidaturas ao curso em...

“A licenciatura em Podologia conta com um corpo docente próprio e especializado, bem como com uma elevada componente prática, obtida através dos estágios curriculares. O objetivo deste curso é proporcionar aos alunos uma formação académica que lhes permita adquirir as competências e as capacidades necessárias para uma vida profissional de sucesso”, explica Manuel Portela, presidente da Associação Portuguesa de Podologia.

E acrescenta: “Existem fatores que influenciam os alunos na escolha deste curso, tais como o gosto pela área das Ciências da Saúde. Por outro lado, os estudantes procuram experiências e profissões que tenham autonomia profissional e ao mesmo tempo uma grande taxa de empregabilidade.  Atualmente, a procura por este curso tem vindo a aumentar, uma vez que apresenta uma taxa de empregabilidade de 98 por cento e pelo facto de existirem ainda poucos profissionais especialistas em Podologia.”

Este curso pioneiro pode ser encontrado em instituições de ensino superior como a CESPU – Cooperativa de Ensino Superior Politécnico - e a ESSCVP - Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa.

Covid-19
São vários os países que depois da epidemia ter parecido estagnar e dar tréguas, voltaram a registar um aumento no número de...

Contudo, a questão da segunda vaga é relativa e depende muito de cada profissional. Se para uns ainda estamos no final da primeira vaga, outros dizem que já chegou a segunda e outros dizem ainda que o conceito nem existe.

Para Pasi Penttinen, especialista em imunização do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC, na sigla em inglês, "estamos no meio da primeira onda na Europa e globalmente. Só vimos declínios [no número de casos] na Europa, por causa das medidas de distanciamento físico”, disse citado pelo ‘Observador’.

“O vírus não mudou a dinâmica. No momento em que relaxarmos essas medidas, vão criar-se oportunidades para o vírus se espalhar novamente”, acrescentou o especialista à mesma publicação, dizendo que este cenário acontece também em Portugal, onde depois do pico da epidemia, se chegaram a registar apenas 92 casos diários, números que voltaram a aumentar assim que o confinamento terminou.

Ainda assim, no caso do nosso país o aumento foi sempre controlado, com o número de casos diários a nunca exceder os 500 desde maio até agora e também a nunca ser inferior a 106.

Por sua vez, Miguel Castanho, líder do grupo de bioquímica física de fármacos no Instituto de Medicina Molecular (IMM), defende que o conceito ‘segunda vaga’ não existe. “É uma muleta que nos ajuda a expressar a ideia de que, nas doenças infectocontagiosas, há uma fase de grande expansão, depois há uma retração e pode haver uma nova expansão. A essa nova expansão chamamos segunda vaga”, explicou ao ‘Observador’.

O momento da epidemia em que Portugal se encontra varia tanto quanto o conceito de ‘segunda vaga’. Gabriela Gomes, epidemiologista, investigadora da Escola de Medicina Tropical de Liverpool e do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto, considera que “estamos na segunda onda”.

Já Manuel Carmo Gomes, professor de epidemiologia de doenças transmissíveis da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, acredita que “estamos no fim da primeira vaga”. O especialista considera que no próximo mês de setembro a segunda vaga poderá chegar, com o regresso às aulas e ao trabalho e também com o frio do inverno.

Miguel Castanho também prevê uma segunda vaga no inverno. “Num raciocínio lógico, dir-se-ia que, sendo este um vírus respiratório e não tendo desaparecido no verão, é plausível que no inverno tenhamos mais casos por termos condições mais propícias à infeção”, afirmou ao jornal Observador.

Covid-19
Tedros Adhanom Ghebreyesus, director geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), voltou a alertar, durante uma conferência de...

“Temos que evitar a transmissão em comunidade. Se travarmos o vírus com eficácia, vamos poder reabrir as nossas sociedades com segurança”, afirmou o responsável da OMS. “Mesmo em países onde a transmissão é intensa, pode ser controlada aplicando as medidas adequadas”, acrescentou dando como exemplo o caso de Nova Iorque.

Tedros antecipou ainda que o número de casos globais da Covid-19 pode chegar aos 20 milhões esta semana, e o número de vítimas mortais aos 750 mil.  “Esta semana vamos atingir os 20 milhões de casos confirmados e as 750 mil mortes”, afirmou, salientando, ainda assim, que “há esperança, independentemente da situação em que se encontre o país. Nunca é tarde para reverter a pandemia”.

O diretor geral da OMS explica que se encontram em fase de análise mais de 50 medicamentos contra a doença viral, contudo lamenta que o trabalho científico seja prejudicado pela falta de financiamento. “São necessários mais 100 mil milhões de dólares apenas para vacinas”, esclareceu Tedros Adhanom Ghebreyesus.

 

 

Investigação
Segundo um novo estudo, publicado, na passada sexta-feira, na revista científica Science Advances, período médio de incubação...

O método do novo estudo é fundamentado numa base de dados pública de datas de infeção. Os cientistas identificaram indivíduos pré-sintomáticos e monitorizaram-nos até à manifestação dos primeiros sinais de Covid-19, lê-se no resumo da publicação.

Ao utilizarem uma nova abordagem, os investigadores calcularam que o período médio de incubação era de 7,75 dias. Além disso, 10% dos doentes chegaram a apresentar um período de incubação de cerca de 14,28 dias.

De acordo com os autores do estudo, estes resultados devem preocupar as autoridades sanitárias, já que neste momento é esse o tempo recomendado de quarentena.

Segundo a equipa de investigação, as estimativas anteriores e que indicava um período de incubação que não ultrapassava os 5 dias, basearam-se em “pequenas amostras”, “dados limitados” e “autorrelatos que poderiam ser enviesados pela memória ou julgamento do paciente ou entrevistador”.

Paraestimar os períodos de incubação ,o atual estudo utilizou uma abordagem de baixo custo, que foi aplicada a 1084 casos confirmados de covid-19 que tinham viajado ou residido em Wuhan.

 

Recomendação
Num comunicado, enviado esta segunda-feira, a Ordem dos Médicos deixa um conjunto de seis recomendações que visam &quot...

Segundo a Ordem dos Médicos, este conjunto de recomendações resultaram de uma reunião extraordinária com o objetivo de analisar a atual situação epidemiológica nacional e internacional.

Assim, o Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos para a covid-19 não descarta a hipótese de ser necessária a utilização da máscara facial "em espaços públicos abertos e de acordo com a avaliação do risco local", sem prejuízo "da adoção das outras medidas de prevenção da transmissão e contribuindo para a proteção de outros vírus respiratórios".

Em declarações à RTP3, António Dinis, pneumologista e membro do Gabinete de Crise, sublinha que esta é uma recomendação que visa a discussão para situações de "grandes aglomerados de pessoas". "Não estamos a considerar a obrigatoriedade", garante.

No entanto, recorde-se que desde o início de agosto esta medida já é obrigatória na Região Autónoma da Madeira em "todo o tipo de espaço público".

A Ordem quer ainda antecipar a vacinação contra a gripe e a possibilidade de prescrição em receita com validade até ao final do ano.

Por outro lado, salienta-se apromoção da realização "precoce do teste de diagnóstico nos contactos de alto risco" de casos confirmados, "dotando as estruturas dos meios técnicos e recursos humanos necessários", e facilitar "o licenciamento, comercialização e aquisição de novos testes de diagnóstico para o SARS-CoV-2 e o vírus influenza", nomeadamente testes rápidos.

O bastonário da Ordem dos Médicos e o Gabinete de Crise sugerem ainda a elaboração de legislação específica e de normas de Saúde Pública para a realização de eventos de massas, "com critérios uniformes e coerentes".

 

 

 

Recomendações
Qualquer pancada na cabeça é potencialmente grave.

Entre as principais causas dos traumatismos cranianos estão as quedas, sobretudo em idosos e crianças pequenas, acidentes com veículos motorizados, agressões físicas e acidentes durante a prática desportiva ou atividades recreativas.

Habitualmente, as lesões são provocadas por um impacto direto, no entanto, o cérebro pode ser danificado mesmo que a cabeça não tenha sido atingida. É o caso de sacudidelas violentas ou desaceleração súbita que podem danificar o cérebro mole quando este colide com o crânio rígido. Quando isto acontece pode não existir qualquer tipo de lesão visível na cabeça.

Traumatismo ligeiro ou grave

Um traumatismo craniano pode ser considerado ligeiro ou grave. Os sintomas mais frequentes de traumatismos cranianos menores podem incluir dor de cabeça e uma sensação de rotação ou de desmaio iminente. Algumas pessoas também apresentam confusão leve, náusea e, com mais frequência nas crianças, vómitos. As crianças pequenas podem simplesmente se tornar irritáveis.

Se existir algum corte no couro cabeludo, podem ocorrer r hemorragias consideráveis. Mas não se assusta, como esta é uma zona com muitos vasos sanguíneos, é fácil sangrar, fazendo com que a lesão pareça mais séria do que é. Em todo o caso, deve ser sempre avaliada por um profissional de saúde.

Quando ocorre um traumatismo grave, pode ocorrer alguns sintomas comuns, como a dor de cabeça.

No entanto, nestes casos, o estado de perda de consciência é sempre mais grave e implica, muitas vezes, lesões irreversíveis no cérebro.

De acordo com a informação veiculada pelo Manual MSD, “os sintomas começam frequentemente com um período de perda da consciência que ocorre no momento do impacto. O tempo durante o qual as pessoas permanecem inconscientes varia. Algumas pessoas acordam em segundos, enquanto outras permanecem inconscientes durante horas ou até mesmo dias. Ao acordarem, as pessoas frequentemente se apresentam sonolentas, confusas, inquietas ou agitadas. Elas poderão também vomitar, sofrer convulsões ou ambos. O equilíbrio e a coordenação podem ser prejudicados. Dependendo da zona do cérebro danificada, a capacidade para pensar, controlar as emoções, mexer-se, sentir, falar, ver, ouvir e recordar pode estar danificada, por vezes de forma permanente.”

Em alguns casos pode ocorrer edema cerebral, que consiste em inchaço e acumulação de líquidos no crânio, o que pode levar a um aumento de pressão, designada de pressão intracraniana.

“Por fim (…), o aumento da pressão poderá empurrar o cérebro para baixo, causando uma herniação do mesmo, isto é, uma protuberância anormal do tecido cerebral através de uma abertura natural localizada entre os compartimentos do cérebro. A herniação do cérebro pode provocar o coma ou ser mortal, caso seja exercida demasiada pressão sobre o tronco cerebral, a parte inferior do cérebro que controla funções vitais como o ritmo cardíaco e a respiração.”

Uma vez que pode tratar-se de um problema sério, o Instituto Nacional de Emergência Médica, recomenda a que nunca abandone uma vítima que tenha sofrido uma lesão na cabeça, e a estar atento aos sinais:

  • Dor de cabeça moderada, agravando progressivamente;
  • Não se recordar de acontecimentos recentes e/ou do acidente;
  • Confusão e comportamento estranho;
  • A vítima poderá ficar inconsciente;
  • Ferida, corte ou hemorragia associadas.

O que se deve fazer:

  • Evite mover a vítima caso esta tenha desmaiado ou sinta formigueiros em alguma parte do corpo.
  • Aplique gelo na região inchada da lesão;
  • Avalie a situação para perceber se as queixas vão desaparecendo;
  • Se não melhorar, ligue 112. 

No caso de existir uma hemorragia na cabeça:

  • Lave com água ou soro até remover as impurezas visíveis;
  • Coloque uma compressa sobre o local da hemorragia, fazendo pressão;
  • Coloque uma ligadura à volta da cabeça de forma a garantir que a compressa fica em pressão e corretamente colocada;
  • Leve a vítima para os serviços de urgência ou em casos mais graves ligue 112.

E tenha atenção ao seguinte:

  • Em caso de acidente de viação, queda ou suspeita de lesão ao nível da coluna, não deve movimentar a vítima.
  • Se a vítima necessitar de tratamento médico, não lhe dê nada a comer ou beber.
  • Se a vítima tiver sede, molhe apenas os lábios com água.
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Pós Covid
Segundo o último estudo da Accenture, dois terços (66%) dos líderes empresariais em todo o mundo mostram-se otimistas e...

O relatório, intitulado "Bold Moves in Tough Times” revela que aproximadamente três em cada 10 entrevistados (29%) esperam que a recuperação da Europa seja bastante rápida e em V, enquanto 37% dos inquiridos preveem que seja mais lenta mas constante, em U, nos próximos 12 meses. Este estudo da Accenture tem por base uma pesquisa feita com quase 500 executivos de nível C na Europa, América do Norte e Ásia-Pacífico, provenientes de 15 setores.

O setor mais otimista é o da Saúde, com 34% dos líderes empresariais a esperar um aumento da procura na Europa como resultado da pandemia. O segundo setor mais positivo é o de comunicações, media e entretenimento, com 52% dos entrevistados a prever uma recuperação em forma de V nos seus mercados europeus, uma perspetiva partilhada por 47% dos inquiridos do setor dos seguros. No outro extremo do espectro estão os setores automóvel e da aviação, turismo e transporte, com apenas 7% e 12% dos entrevistados, respetivamente, a esperar uma recuperação célere da economia europeia.

O relatório da Accenture também realça a partilha de expectativas sobre uma recuperação mais veloz das economias alemã, nórdica e britânica, seguidas por França, Espanha e Itália. Os líderes empresariais europeus estão ainda otimistas em relação à competitividade da Europa, com quatro em cada 10 entrevistados (39%) a acreditar que as empresas europeias serão mais competitivas em relação aos seus pares nos EUA do que eram antes da crise. Quando comparadas às empresas chinesas, 43% dos inquiridos referiu acreditar na maior competitividade das empresas europeias.

Tal como refere Jean-Marc Ollagnier, CEO da Accenture na Europa, “a confiança é crítica no ambiente económico atual, que ainda se mostra volátil e incerto". ParaJean-Marc, este otimismo em relação à recuperação económica e à competitividade da Europa “oferece às empresas europeias uma oportunidade única de reforçar sua liderança e de diminuir a distância em relação aos seus concorrentes americanos e asiáticos. No entanto, esta meta dependerá das ações inovadoras que surgirem como reflexo desse otimismo. O maior risco é de que os líderes empresariais europeus confiem demasiado no apoio do governo, permaneçam na defensiva e não invistam na inovação, que muda paradigmas – porque a concorrência global não vai esperar.”

O estudo da Accenture indica que existe o risco dos executivos europeus serem excessivamente cautelosos em relação à forma como se preparam para a recuperação, em comparação com os da América do Norte e Ásia-Pacífico. Especificamente, os executivos europeus aparentam:

Foco na inovação incremental, em vez de revolucionária: mais da metade (53%) dos entrevistados europeus assumiram uma diminuição dos investimentos em inovação, afirmando que não vão relançar nenhuma iniciativa nos próximos seis meses, em comparação com 33% dos entrevistados na América do Norte e 49% na região Ásia-Pacífico.

Investimento insuficiente no futuro dos negócios: na Europa, apenas uma em sete empresas (16%) apresenta investimentos em iniciativas que permitam uma maior agilidade para a recuperação, em comparação com uma em cada quatro (25%) na Ásia-Pacífico e uma em três (34 %) na América do Norte.

Menor probabilidade de colaborar em prol da recuperação: Os líderes de negócio na Europa têm menor probabilidade de colaborar com outras empresas para mitigar o impacto da crise e acelerar a recuperação do que os da América do Norte e Ásia-Pacífico (48% dos europeus, em comparação com 53% na América do Norte e 55% na Ásia-Pacífico).

“Os líderes empresariais da Europa devem começar já hoje a reinventar-se para a sobrevivência num mundo pós-COVID-19", refere o CEO da Accenture na Europa. Este é o momento para “pensar e agir de forma diferente e assumir riscos equilibrados que permitam a criação de resiliência a longo prazo. É urgente que se renovem modelos de crescimento capazes de se adaptar ao que chamamos de ‘novo normal’.”

O relatório da Accenture destaca áreas críticas nas quais as empresas europeias precisam de se concentrar para diminuir ou mesmo anular a lacuna de competitividade com os seus pares norte-americanos e asiáticos. Estes fatores incluem:

Acelerar o ritmo de transformação digital: as empresas com recursos digitais mais avançados mostraram-se mais resilientes durante a pandemia. Estas soluções permitiram a adaptação das suas equipas para trabalho remoto, o ajuste das suas cadeias de fornecimento e adequação rápida e em grande escala a novas formas de compra. Os executivos europeus veem claramente a necessidade de aumentar a velocidade da transição digital, salientado por dois terços (63%) dos inquiridos que referiram que as suas empresas vão acelerar a transformação digital, incluindo o uso de plataformas na cloud.

Criar experiências para consumidores cada vez mais responsáveis: Os hábitos de compra durante o lockdown da COVID-19 levou a que os consumidores fizessem compras mais conscientes e migrassem massivamente para os canais online – uma realidade que permanecerá no mundo pós-pandemia. Neste sentido, as empresas vão precisar de fornecer uma experiência completa - que traga os clientes no início, durante o estágio de inovação, e continue com os processos de vendas e serviços. Quase dois terços (62%) dos líderes empresariais europeus, num grupo de dirigentes de indústrias de bens de consumo[i], identificam a oportunidade de se desenvolverem hábitos de compra cada vez mais orientados por critérios sociais e ambientais.

Aproveitar a tecnologia para reinventar o setor industrial: a COVID-19 desencadeou debates sobre a necessidade das empresas trazerem as operações de volta aos seus mercados internos. No entanto, a ‘re-localização’ pode não ser uma boa solução para o ‘renascimento industrial’ europeu. Para criar resiliência operacional de longo prazo, reinventar os seus modelos de negócios e criar novos fluxos de receita, as empresas devem aproveitar tecnologias digitais avançadas, como modelagem preditiva, gémeos digitais e computação de ponta, entre outras. Com 42% dos entrevistados europeus a planearem acelerar o investimento em transformação digital, em comparação com apenas 32% e 30% na América do Norte e na Ásia, respetivamente, há uma oportunidade para as empresas europeias assumirem a liderança no setor industrial.

“A Europa está numa encruzilhada; os seus líderes de negócio podem seguir caminhos estratégicos e operacionais bem trilhados, ou podem explorar um novo caminho, baseado em inovação e tecnologia de alto potencial, numa combinação com os pontos fortes tradicionais da Europa: sustentabilidade, solidariedade e propósito", assume Jean-Marc Ollagnier  “Embora a pandemia do COVID-19 tenha sido difícil, à medida que emergimos dela, a escala e a diversidade de novas oportunidades - particularmente no setor industrial e em questões de transição energética – tornam-se claros. Chegou a hora da Europa tomar medidas ousadas e aproveitar essas oportunidades para finalmente eliminar a lacuna de competitividade.”

Balanço
Há apenas uma pessoa infetada com Covid-19 nas 393 unidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), onde...

Acompanhado da Coordenadora da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, Purificação Gandra, António Lacerda Sales revelou, ainda, que foram transferidos mais de 7.600 doentes dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde para a RNCCI, desde o dia 9 de março, e encontradas mais de 700 respostas sociais que permitiram libertar camas hospitalares.

“Acompanhamos diariamente a informação reportada por 393 unidades de cuidados de internamento, com cerca de 9.300 doentes internados e cerca de 15 mil profissionais”, assegurou a Coordenadora da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.

Sublinhando que “os maus momentos também necessitam de ser lembrados pela aprendizagem” que proporcionam, a responsável lembrou que na segunda quinzena de abril a rede teve “um máximo de 110 doentes infetados em 26 unidades, sendo que 16 doentes foram internados nos hospitais do SNS por agravamento do seu estado clínico”.

Realçou que a região do Algarve foi a única que não registou qualquer doente infetado nas suas 19 unidades da rede, com um total 527 camas.

Adiantou ainda que desde o início da pandemia foram efetuados 14.400 testes, dos quais 167 acusaram positivo.

“A preocupação com a entrada do vírus nas unidades foi e é uma constante que tem originado nos profissionais de saúde e em todos os intervenientes um esforço acrescido para ser possível o seu controle”, salientou.

Para possibilitar aos hospitais prepararem-se para um aumento de casos de Covid-19, foi dada prioridade à colocação dos doentes internados, tendo sido possível desde março admitir cerca de 7.600 doentes.

Também em articulação com a Segurança Social foi possível identificar vagas para doentes que estavam em internamento indevido a aguardar esta resposta, informou ainda a Coordenadora da RNCCI.

 

Covid-19
“Temos feito um reforço importante ao nível dos recursos humanos para garantir que o Serviço Nacional de Saúde vai tendo...

Na última conferência de imprensa de atualização dos dados da pandemia em Portugal, António Lacerda Sales especificou que foram contratados no âmbito da resposta à covid-19 cerca de 4.300 profissionais de saúde. Destes, mais de 1.800 são assistentes operacionais, mais de 1.300 são enfermeiros, cerca de 170 médicos, entre outros, como assistentes técnicos e técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, “todos cruciais todos importantes, a todos muito obrigado”, salientou.

Ainda sobre o reforço dos recursos humanos no SNS, o governante recordou a abertura do procedimento para 435 postos de trabalho na especialidade de Medicina Geral e Familiar, observando que “é o maior número de vagas para médicos de família dos últimos tempos”.

Foi também publicado o despacho que fixou os postos de trabalho médico nas zonas geográficas do país e especialidades definidas como carenciadas. “São 185 vagas, o maior número de sempre para zonas do país que mais delas necessitam como o Algarve, as Beiras, Trás-os-Montes, às quais o Governo atribui um conjunto de incentivos aos profissionais que a elas se candidatam, porque reconhecemos que a força de trabalho é o motor do SNS e queremos profissionais de saúde motivados”, sublinhou.

Foram, de igual modo, abertas 2.400 vagas para para ingresso e frequência do internato médico no próximo ano.

António Lacerda Sales assinalou ainda que, pela primeira vez, o concurso de mobilidades para vínculos SNS irá abranger as especialidades médicas hospitalares e Saúde Pública e que será brevemente lançado”.

 

Nos próximos 3 anos
O Governo vai investir 36,7 milhões de euros no Centro de Contacto do SNS24 para manter a dimensão e capacidade de atendimento...

Acompanhada pelo Presidente da SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, Luís Goes Pinheiro, Jamila Madeira afirmou que este contrato, que vigorará pelos próximos três anos, representa «um reforço de 10 milhões de euros face ao valor do anterior».

Este investimento vai permitir contratualizar novos serviços, tais como ferramentas de inteligência artificial, melhorias na infraestrutura tecnológica, desenvolvimento de novos serviços e modernização dos canais de interação com o utente, maior integração e interoperabilidade de serviços e de sistemas de informação, aumento de teleconsultas e da resposta às necessidades do cidadão.

Jamila Madeira aproveitou a ocasião para recordar que os serviços prestados pelo SNS24 «são uma mais valia para a população portuguesa» e que este ano o centro de contacto «já deu resposta a um total de 1.494.928 chamadas».

A governante lembrou que, durante a pandemia, houve uma enorme capacidade de adaptação e agilização da linha SNS24, «que mostram bem o talento, esforço e dedicação dos nossos profissionais de saúde a quem pude agradecer novamente hoje».

Jamila Madeira precisou que numa semana, durante a pandemia, a capacidade de atendimento de chamadas em simultâneo aumentou de 200 para 2000.

«Foi o maior esforço tecnológico que alguma plataforma passou no nosso país. Em uma semana, em plena atividade, sem paragens, mantendo um nível de resposta adequado aos utentes. O que se estabiliza é esse esforço tecnológico e a sua manutenção», referiu a governante, salientando que a capacidade ganha não foi «um pico» mas que será para manter.

A Secretária de Estado afirmou que «não há paralelo» com a linha SNS24 na União Europeia, onde outros países que tiveram «mecanismos deste género para apoiar [o combate] à pandemia usaram múltiplos canais para múltiplas respostas» que em Portugal se conseguiram com apenas um canal.

«Nunca como hoje os portugueses conheceram tão bem a linha SNS 24 como uma marca de confiança, onde vamos continuar a investir» declarou Jamila Madeira, afirmando que «se há certeza que esta pandemia já nos trouxe é o papel estruturante que o Serviço Nacional de Saúde, de qualidade e para todos, tem. E o SNS 24 é parte integrante do SNS.»

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