No âmbito do “Research 4 COVID-19”
Uma equipa de investigadores do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), em...

De acordo com os autores do projeto, este sistema ajuda a definir a estratégia de tratamento do doente infetado com o novo coronavírus, funcionando como uma “segunda opinião” para os radiologistas e outros clínicos não especialistas na análise de imagens de raio-x torácico.

O sistema foi desenvolvido no âmbito do projeto CXR_AI4COVID-19 e em colaboração com o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNGE) a Administração Regional de Saúde do Norte e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P. (INSA), no âmbito do programa de apoio especial “Research 4 COVID-19” da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Para Pedro Sousa, médico radiologista do CHVNGE citado pela página oficial do Serviço Nacional de Saúde, este projeto “tem o potencial de criar uma ferramenta de diagnóstico útil e poderosa na prática clínica”.  O mesmo assegura que está a ser avaliada a possibilidade de o sistema ser testado no CHVNGE, “onde poderá contribuir como uma segunda opinião de fácil interpretação” e ajudar no combate à Covid-19.

 

 

Equipa conta com docentes e investigadores
O Iscte – Instituto Universitário de Lisboa lançou hoje o Iscte-Saúde, através do qual pretende contribuir com os recursos e...

O lançamento é assinalado com a publicação do primeiro Caderno sobre Saúde Societal, com um conjunto de reflexões críticas sobre Saúde e a Sociedade na era Covid-19.

No programa do Iscte-Saúde para 2020-2021 encontra-se o desenvolvimento de diversos projetos, nomeadamente de formação em Saúde Digital, lançamento de novos cursos na área da saúde e desenvolvimento de parcerias com a indústria, de projetos de desenvolvimento de soluções digitais para a autogestão de doenças crónicas com associações de doentes e investigação interdisciplinar, por exemplo, no domínio da literacia do cancro.

O Iscte Saúde resulta da convicção de que os desafios da saúde exigem saberes e ajuda de todas as áreas científicas, desde as ciências sociais e humanas, a gestão, a arquitetura ou as tecnologias digitais. Uma abordagem de Saúde Societal, em que os problemas da saúde e da doença são vistos na perspetiva das pessoas envolvidas (doentes, cidadãos, profissionais e as organizações da saúde) e as soluções passam pelo envolvimento de todos os atores sociais.

“Hoje, enfrentar a complexidade dos problemas de saúde pública requer o contributo de todas as disciplinas e áreas científicas, com abordagens multidisciplinares abrangentes. No futuro, a resolução dos problemas de saúde exigirá ainda mais: mais pluridisciplinaridade, mais digital, mais participação dos cidadãos, mais perspetiva global, mais foco no bem-estar. O Iscte afirma o seu contributo neste domínio com a mobilização dos recursos e competência alargados e plurais que possui”, afirma a Reitora do Iscte, Maria de Lurdes Rodrigues.

O Iscte tem centros de investigação e departamentos com um forte historial de projetos, publicações e formações na área da saúde, com mais de 800 teses de mestrado e doutoramento relacionadas com este sector. Desde áreas disciplinares como a psicologia, sociologia e ciências da comunicação às tecnologias digitais e redes; da gestão, estratégia, logística e gestão de recursos humanos, às políticas públicas e serviço social. Todas elas essenciais para a resolução dos problemas de saúde que o país enfrenta.

O projeto é coordenado pela presidente do Conselho Científico do Iscte, Maria Luísa Lima, com apoio do perito Henrique Martins, uma equipa nuclear de dez docentes dedicados, e que integra já mais de 40 docentes e investigadores associados de todas as áreas científicas da universidade.

Reduzir listas de espera
O Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHULN) já assinou protocolos com hospitais do setor privado e social, para proceder à...

De acordo com o centro hospitalar, o objetivo é que até ao final de janeiro possam ser operados cerca de 500 doentes que estão em lista de espera de várias especialidades. As primeiras cinco cirurgias realizaram-se esta quarta feira.

“Mesmo em período de pandemia, o CHULN tem conseguido diminuir a lista de inscritos para cirurgia – no início do ano tínhamos 10 mil doentes em lista e agora temos 8 mil. O objetivo deste projeto é evitar que o tempo de espera para doentes menos graves não se alargue, indo ao encontro das suas expectativas e das expectativas das suas famílias”, sublinhou Daniel Ferro, Presidente do Conselho de Administração do CHULN.

Esta iniciativa envolve 12 equipas de sete especialidades, como é o caso da Neurocirurgia, Ortopedia, Cirurgia Plástica, Otorrinolaringologia, Urologia, Cirurgia Vascular e Cirurgia cardíaca. Além das condições técnicas e funcionais a observar por esses hospitais e a disponibilidade das equipas, é condição absoluta a concordância prévia dos doentes.

As parcerias estabelecidas com as unidades hospitalares, tanto do setor privado como do socias, vão estar vigo até janeiro, mês em que será feita uma avaliação deste processo e das condições de retoma da atividade no CHULN, “para efeitos da cessação ou eventual prorrogação”. Segundo o centro hospitalar, “o CHULN teve como referência os valores que o SNS paga aos hospitais públicos pelos mesmos cuidados”, no que diz respeito aos custos.

Ainda assim, importa informar que todas as cirurgias prioritárias e urgentes continuam a ser realizadas no CHULN, bem como toda a atividade de ambulatório, como é o caso de pequenas cirurgias, consultas, hospitais de dia e exames.

 

 

Coordenador do Plano Nacional de Vacinação
Segundo o coordenador do Plano Nacional de Vacinação, as primeiras vacinas contra a covid-19 vão começar a ser administradas à...

Entrevistado pela estação pública de televisão, Francisco Ramos, ex-Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, mostrou-se convicto de que em 29 de dezembro a União Europeia dará parecer positivo para a distribuição de vacinas aos países-membros. A grande dúvida recai, no entanto, sobre a quantidade de vacinas que vão chegar a Portugal. A previsão do acesso nacional é que 1,5 milhões de vacinas da farmecêutica Pfizer cheguem ainda no primeiro trimestre de 2021.

Nesta entrevista o membro do governo explicou que está previsto que chegue um lote em janeiro e outro lote em fevereiro (todas das Pzifer), estimando-se que só em meados de janeiro deverá ser tomada uma decisão das autoridades de saúde sobre a avaliação final e aceitação da vacina da Moderna.

Se tudo correr bem, Francisco Ramos admitiu que ainda em janeiro será também possível ter acesso a vacinas dessas empresas farmacêuticas, alertando, contudo, que existe alguma «incerteza» citando que, por exemplo, ainda não há data para apreciação da vacina da AstraZeneca, embora exista “esperança” que haja uma decisão em janeiro ou fevereiro.

«É o melhor cenário, mas há ainda incerteza, nomeadamente quanto à quantidade de vacinas disponíveis», disse, reiterando ter confiança que em fevereiro se espera ter a vacina da Oxford/AstraZeneca.

Perante a ansiedade ligada à chegada das vacinas, Francisco Ramos ressalvou que é importante primeiro obter “garantias de segurança” em todas as vacinas. Por outro lado, afirmou que “ainda não se sabe quais as quantidades (de vacina) vão chegar nos primeiros lotes”, apontando como prioridades prevenir a mortalidade, nomeadamente de idosos em lares, profissionais de saúde e de risco e a quem sofrer de “doença severa”, associada a patologias como doença renal crónica.

Governo espera vacinar 950 mil pessoas até fevereiro

Se tudo correr como planeado, 950 mil pessoas vão ser vacinadas durante a primeira fase de vacinação que decorre até fevereiro. Nos lares, ressalvou, os idosos “não serão vacinados no mesmo dia”, ou seja, em simultâneo, mas à medida que as vacinas sejam. Nos hospitais, a vacinação decorrerá com marcação para as pessoas em risco “com local, data e hora”.

Por outro lado, frisou que vão ser os Centros de Saúde a convocar a vacinação das pessoas com declaração médica a atestar condição clínica que permita a vacinação na primeira fase do plano.

“O que é a capacidade de rotina são 50 mil inoculações por dia sem pôr em causa as outras atividades normais dos Centros de Saúde”, garantiu Francisco Ramos, admitindo que nas cidades mais populosas podem vir ser definidos outros espaços mais amplos para vacinar as a população.

Ciências forenses
O professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), Duarte Nuno Vieira, encontra-se na Líbia a...

A deslocação integra-se numa ação conjunta do Gabinete para as Drogas e Crime das Nações Unidas (UNODC) e da Missão de Apoio Fronteiriço da União Europeia na Líbia (EUBAM-Lybia), no âmbito de um projeto mais vasto que visa o combate ao tráfico de seres humanos e às redes criminosas de contrabando de migrantes no Norte de África.

Em concreto pretende-se elaborar um plano estratégico - a curto, médio e longo prazo - que defina as prioridades e as ações efetivas suscetíveis de permitirem a concretização de perícias médico-legais e forenses confiáveis e cientificamente sólidas, para apoio às investigações criminais na Líbia.

Na sequência da queda do regime de Kadhafi, em 2011, «a Líbia tem vivenciado um contexto contínuo de agitação política e institucional, associado a significativos problemas de segurança. Estas circunstâncias favoreceram uma competição intensa pelo poder que conduziu, em 2014, a uma polarização política, com a criação de dois governos rivais, no leste e oeste da Líbia. A segurança tem estado assim fragmentada e politizada, dominada pela competição entre redes e unidades diversas, verificando-se um aumento de atividades do crime organizado, assim como a presença de grupos terroristas», contextualiza Duarte Nuno Vieira.

Assim, afirma o especialista forense da FMUC, «sendo as perícias médico-legais e forenses absolutamente essenciais para o apoio ao processo de justiça criminal, este projeto visa ajudar a estabelecer um setor médico-legal e forense eficiente e profissional, que garanta, simultaneamente, o pleno respeito pelos direitos humanos e pelo Estado de direito».

No âmbito desta deslocação, o especialista da FMUC vai ainda prestar apoio no processo de identificação de corpos encontrados em valas comuns e participar no delineamento de cursos de capacitação forense, de índole internacional, visando a formação e qualificação dos profissionais forenses daquele país.

Estes cursos poderão vir a ser concretizados com o apoio do Centro de Investigação e Formação Forense em Direitos Humanos e Ação Humanitária (Coimbra University Centre for Humanitarian and Human Rights Forensic Research and Training) da FMUC, do qual Duarte Nuno Vieira é diretor executivo.

Este centro, que reúne especialistas internacionais de reconhecido mérito, «é uma plataforma internacional que pretende vir a ser uma referência global no âmbito da aplicação das Ciências Forenses à ação humanitária e aos direitos humanos, ajudando governos, organizações intergovernamentais e ONG’s em todo o mundo, através da prestação de serviços periciais, serviços de consultoria, investigação e formação forense», refere ainda o catedrático da FMUC.

Doenças Congénitas da Glicosilação
Em todo o mundo são conhecidos 150 tipos de Doenças Congénitas da Glicosilação, um grupo de patologi

Liliana nasceu em 1981 e logo a seguir ao parto foi possível perceber que algo não estava bem. “Era uma bebé “mole”, que não conseguia sustentar a própria cabeça e não atingiu os marcos do desenvolvimento comuns, como o gatinhar e o caminhar. Também tinha muitos vómitos e diarreia, estrabismo, distribuição anormal da gordura e mamilos invertidos”, começa por explica a irmã, Vanessa Ferreira.

À data, e muito pelo desconhecimento que existia sobre a doença, foi-lhe diagnosticada paralisia cerebral. Apenas 16 anos depois, “numa das suas numerosas idas às urgências do hospital, um neuropediatra olhou com mais atenção para o largo espectro dos sintomas” que apresentava e resolveu investigar mais profundamente sobre a sua condição.

“Durante a “peregrinação” incessante da busca do diagnóstico definitivo, a Liliana fez inúmeros exames médicos/genéticos, alguns deles invasivos, com riscos inaceitáveis e que hoje em dia sabemos terem sido desnecessários”, recorda Vanessa adiantando que em 1986 a família deslocou-se à Bélgica, “em busca do diagnóstico definitivo”. No entanto, revela Vanessa, as respostas teimavam não chega. "Nessa visita à Bélgica, realizaram outra "bateria" de exames, mas não obtivemos respostas... A "peregrinação" continuaria", comenta. 

“Obviamente, no seu conjunto tudo acarretou um enorme desgaste físico e psicológico à minha família”, reconhece Vanessa reforçando a importância de se falar sobre o tema. “Dar a conhecer as CDGs, junto da comunidade médica é fundamental para diminuir os anos de angústia, amargura, confusão, desespero durante esta “peregrinação” incessante da busca do diagnóstico definitivo!”.

Liliana, atualmente com 39 anos, vive com a forma mais comum de CDG (chamada PMM2-CDG) que afeta 1 em cada 20 mil pessoas. No momento do seu diagnóstico não havia registo, em Portugal, de nenhum outro caso.

“As CDG são doenças raras, crónicas, provocam incapacidades severas e afetam a expectativa de vida e as capacidades físicas e sensoriais das pessoas que vivem com CDG.   Por norma, atingem mais do que um órgão, com uma grande heterogeneidade entre si. No caso da Liliana, quase todos os órgãos estão atingidos”, revela explicando que desde cedo necessitou de cuidados permanentes o que deixou marcas no seio da família. “O medo do desconhecido invadiu os nossos pensamentos, escurecendo o nosso quotidiano e as nossas perspetivas de futuro. Foi-nos dito que não deveríamos pensar num futuro… pois havia poucas pessoas com CDG reportadas em fase adulta”, recorda. Por outro lado, e uma vez que a irmã necessitava de atenção constante, a sua condição deixou pouco espaço para “para cultivar os laços familiares e sociais”.

“Em 1996, a informação sobre a doença e tratamentos era escassa, e havia poucos profissionais que conhecessem CDG, em Portugal. Portanto, os serviços de saúde não responderam de forma imediata e adequada às necessidades de saúde que a Liliana tinha”, lamenta acrescentando que a falta de investigação e a ausência de informação sobre estas patologias se traduziram numa enorme frustração. “Também enfrentámos a falta de apoios económicos e sociais. Lembro-me que queríamos conhecer outras famílias com pessoas que sofressem da mesma doença, mas em 1996, existia apenas a página web da associação americana CDG (atualmente, CDG Care). Em 2009, tivemos a oportunidade de conhecer as primeiras famílias CDG graças a um encontro organizado pela associação espanhola CDG (AESCDG)”, comenta explicando que estes foram anos de isolamento para a família, sobretudo para a mãe que passou a dedicar-se em exclusivo à filha.

“Todos os sonhos da minha mãe, ficaram truncados. Além do desgaste físico, associado a poucas horas de sono, muitas horas no hospital, e sem poder descansar, há o desgaste psicológico. A vida profissional da minha mãe ficou de lado para poder acompanhar os seus filhos e o meu pai teve o grande peso de ser a única pessoa a trazer o sustento financeiro para a nossa casa, incluídas as terapias que eram e são essenciais, mas extremamente caras, o que foi e tem sido um grande peso a nível do orçamento”, revela.

Liliana precisa de cuidados de saúde de qualidade e recursos terapêuticos constantes, e apesar desta doença comprometer a sua autonomia, não deixa de ser, como diz a irmã Vanessa “uma fonte de alegria e de felicidade. Este aspeto é algo que caracteriza as crianças e adultos que vivem com CDG”.

Não há cura para o tipo específico que afeta Liliana. O tratamento apenas serve para controlo dos sintomas, embora seja ainda muito limitado. Em paralelo, realiza alguns tratamentos complementares inteiramente pagos pela família, como é o caso da Fisioterapia, Terapia da fala, Hipoterapia e Hidroterapia. “As terapias são essenciais, mas extremamente caras, o que tem sido um grande peso a nível do orçamento familiar. E quando necessário, consultamos especialidades médicas no âmbito do privado. Há, portanto, muitas despesas exorbitantes”, esclarece.

Por outro lado, explica que tem sido difícil receber cuidados de saúde coordenados. “A Liliana tem por ano 15-20 consultas. Isto traduz-se em dificuldades junto dos cuidadores informais, como é o caso da minha mãe, por exemplo, para conseguir ou manter um emprego. Sem cuidados adequadamente coordenados, as famílias que vivem com doenças raras têm necessidade de dedicar quantidades significativas de tempo e esforço, muitas vezes com grande sacrifício, para estar presentes em diferentes consultas de diferentes especialidades e às vezes em diferentes hospitais”, explica deixando o exemplo: “para atender às diferentes consultas relativas à condição da minha irmã, os meus pais gastam em média, três horas para preparar a Liliana, três horas de viagem e têm pelo menos duas ou três consultas por mês”.

Quanto aos cuidados diários, revela, contabilizam “doze transferências à casa de banho, e cuidados noturnos, como mudar fraldas de noite”.

Considerando ser de extrema importância sensibilizar para as Doenças Congénitas de Glicosilação, até porque grande parte da população nunca ouviu falar sequer delas, Vanessa Ferreira, realizou, este ano, uma caminhada pelo Algarve durante oito dias, tendo percorrido 135 quilómetros para chama a atenção para estas patologias. “Esta caminhada, denominada “Desafio CDG”, foi uma oportunidade que contribuiu para aumentar a sensibilização sobre as CDGs junto dos doentes, familiares, cuidadores, médicos, investigadores e da sociedade em geral. Nas redes sociais alcançamos no total 10 000 pessoas, e aumentámos substancialmente o número de seguidores nas redes socais em geral (para mais informação AQUI). Também angariámos fundos para a investigação levada a cabo pela Rede de Investigação Internacional para Famílias e Profissionais CDG (CDG & Allies - PPAIN). Várias associações CDG de todo o mundo uniram-se a nós, com demonstrações e mensagens genuínas de carinho e apoio.

Sensibilizar e investigar, atuam como agentes multiplicadores e são essenciais para o diagnóstico precoce e aumento de tratamentos mais eficazes”, afirma.

O que são as Doenças Congénitas da Glicolisação?

As Doenças Congénitas da Glicosilação (Congenital disorders of glycosylation  - CDG)) são doenças metabólicas, raras e hereditárias, sendo atualmente conhecidos cerca de 150 tipos diferentes.

São doenças complexas que, por norma, atingem mais do que um órgão, com uma grande heterogeneidade entre si. Não se sabe a real prevalência deste grupo de doenças, que está claramente subdiagnosticado, mas estima-se que na Europa é de 0,1-0,5/100.000, enquanto que em Portugal existem cerca de 90 doentes diagnosticados.

Como se manifestam?

As CDG englobam uma grande variedade de sinais e sintomas. Consequentemente, falamos de um grupo de doenças camaleónicas! E devemos suspeitar CDG, em qualquer criança com envolvimento de órgãos neurológicos ou multissistémicos inexplicáveis.

De uma forma geral, o atingimento neurológico é o mais frequente (por exemplo ataxia, alteração do tónus muscular, atraso do desenvolvimento, epilepsia ou subdesenvolvimento do cerebelo, o que pode causar problemas de equilíbrio e coordenação), mas pode não estar presente.

É também comum distribuição anormal de gordura, defeitos na coagulação do sangue que podem causar hemorragias ou coagulações anormais (defeitos de coagulação), sintomas gastrointestinais tais como vómitos e diarreia, anomalias oculares tais como olhos cruzados (estrabismo) e degeneração da retina.

Existe ainda um conjunto de manifestações clínicas sugestivas deste grupo de doenças, nomeadamente dismorfias faciais típicas, a presença de mamilos invertidos e a distribuição anormal da gordura corporal.

Existe ainda sintomas adicionais que incluem anomalias hepáticas, anomalias cardíacas tais como doença do músculo cardíaco (cardiomiopatia), episódios semelhantes a acidentes vasculares cerebrais, e perda excessiva de proteínas do tracto gastrointestinal (enteropatia por perda de proteínas), que podem causar inchaço devido à retenção de líquidos (edema). Os doentes também podem apresentar acumulação de fluidos em torno dos pulmões ou corações (derrames pleurais ou pericárdicos).

Cabe destacar, que a gravidade e prognóstico de sinais e sintomas variam muito, dependendo do tipo específico de CDG. Os sintomas específicos e a sua gravidade podem variar mesmo entre indivíduos com o mesmo tipo de CDG e mesmo entre membros da mesma família. Além disso, a maioria dos subtipos de CDG só foram relatados num número limitado de indivíduos, o que dificulta aos médicos o desenvolvimento de um quadro preciso dos sintomas e prognóstico associados.  

Como são diagnosticadas as CDG?

O diagnóstico dos defeitos congénitos da glicosilação é um desafio, dado a grande variabilidade de manifestações e a ausência de um exame diagnóstico global e único. Muitas vezes é utilizado um teste de rastreio, a focagem isoelétrica de transferrina, mas que apenas é positivo em cerca de metade dos casos. Assim, a suspeição clínica é fundamental, devendo ser equacionado como hipótese diagnóstica em qualquer quadro clínico inexplicado.

Qual o tratamento?

Atualmente apenas estão disponíveis tratamentos para alguns tipos de defeitos congénitos da glicosilação, que incluem a suplementação dietética (por exemplo galactose no PGM1-CDG e manose no MPI-CDG) ou a transplantação de órgãos (por exemplo transplante hepático no MPI-CDG), havendo, contudo, a expectativa de que a investigação em curso possa permitir desenvolver novas terapêuticas.

Nos restantes casos, existem tratamentos dirigidos ao controlo dos sintomas e prevenção, que permitem melhorar a qualidade de vida dos doentes e seus cuidadores. Para isso, é fundamental que os doentes sejam acompanhados por uma equipa multidisciplinar e num centro com experiência no seguimento destas doenças.

Cuidados Complementares

Para além dos cuidados médicos, é necessário um apoio personalizado e com recurso a terapias adequadas, de forma a garantir que seja atingido o potencial máximo de cada criança.

A integração na escola deve ser planeada e ajustada com um currículo individualizado e adaptada à realidade de cada criança.

No adulto, quando possível, deve ser apoiada e fomentada a integração a nível laboral, através de equipas multidisciplinares que além do apoio clínico nas diversas vertentes, garantam também o apoio social.

A formação e atualização das famílias e profissionais, através da organização de ações de formação e informação escrita sobre a doença é também de extrema importância.

O papel fundamental da Associação Portuguesa da Doenças Congénitas da Glicosilação e outras Doenças Metabólicas Raras

A Associação Portuguesa da Doenças Congénitas da Glicosilação e outras Doenças Metabólicas Raras (APCDG-DMR), é uma associação sem fins lucrativos que tem por objetivo promover ações que visem a melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem com CDG e seus familiares.

De acordo com Vanessa Ferreira esta associação tem vários eixos de atuação:

  1.  sensibilização da opinião pública e dos poderes públicos para os problemas relacionados com o diagnóstico, o tratamento, os cuidados médicos e integração social destas pessoas;
  2.  fomentar a investigação baseada nas necessidades e perspetivas das famílias, e em colaboração com especialistas – desta forma contribuímos para a produção de conhecimento sobre as doenças;
  3. incentivar a união da comunidade mediante uma presença online (por exemplo, através de websites e de meios de comunicação social) ou mediante a organização de eventos. Estas ações são plataformas ideais para a partilha de experiências e autoajuda entre famílias;
  4. facilitar recursos em linguagem acessível para ajudar as famílias a entenderem o diagnóstico e os passos a dar depois do diagnóstico.

“De forma geral, o nosso modelo de associação é único, pois temos um foco muito terapêutico, que permite contribuir para produção de conhecimento rápido na área das CDG, e que possa contribuir para futuros tratamentos e melhoria da qualidade de vida”, revela Vanessa.

Artigos relacionados: 

Saiba o que são as doenças congénitas da glicosilação

Doenças Congénitas da Glicosilação: falta de informação é um dos principais entraves ao diagnóstico

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Opinião
A COVID-19 tem sido em 2020 o “inimigo” número um da humanidade, não só ao nível da saúde como també

O setor público uniu-se ao privado, e laboratórios privados como a SYNLAB tiveram de se reajustar e abrir, de um dia para o outro, unidades físicas e móveis, em parceria com as Câmaras Municipais e com os Centros de Saúde locais, para realização de testes COVID-19 para ajudar a diagnosticar esta infeção e evitar, ao máximo, a propagação do vírus. Tem sido verdadeiramente um esforço de equipa que nos tem levado a superar desafios dificilmente imaginados antes da pandemia.

E, quase um ano depois, chegou o momento ansiado por muitos, com os telejornais a abrirem com a notícia: “Foi lançada a vacina contra a COVID-19” e, nas redes sociais, o tema a passar a ser rei. Depois de muitos ensaios clínicos, de várias tentativas falhadas, eis que foi aprovada a primeira vacina contra a COVID-19.

O mecanismo envolvido na conceção das vacinas tradicionais passa pela utilização do próprio vírus ou bactéria, numa versão desativada ou atenuada, para que o organismo reaja e responda à infeção. A tecnologia utilizada nesta nova vacina nunca tinha sido testada em humanos, contribuindo para muita discussão à volta deste tema. Nas vacinas fabricadas pelas Pfizer e Moderna, utilizando o mRNA, não é o agente do vírus que é introduzido através da vacina, mas sim parte do seu genoma que produzirá uma determinada parte do micro-organismo (naturalmente, uma parte fundamental para a propagação do vírus) e assim, estimulará a produção de defesas contra essa parte específica do agente infecioso.  Ou seja, esta vacina vai imitar o que o vírus faz, com a diferença que não gera uma infeção completa, apenas obriga a célula do hospedeiro humano a produzir uma parte da constituição do vírus, a tal parte fundamental do mesmo.

A polémica existente frisa que esta vacina poderá modificar o ADN humano, entrando no cromossoma e modificando o genoma humano. Tal não acontece, uma vez que o vírus não permanece nas células e não tem capacidade para se integrar no cromossoma. É uma vacina eficaz (>90%) e é das mais seguras que pode haver, e como o provam centenas de milhares de pessoas em que não houve qualquer efeito adverso grave. A juntar a isto, temos ainda outras vantagens, das quais se destacam: a facilidade de produção e, caso o vírus sofra uma mutação que diminua a eficácia da vacina, a facilidade de se corrigir rapidamente e fabricar uma nova vacina. São estes os principais motivos pelos quais estas vacinas estão na linha da frente.

Assim, podemos dizer que a vacina é eficaz e segura. Mas, é importante que fique realçado que a sua administração poderá produzir alguns efeitos passageiros nas primeiras 24 horas, após a sua administração, dos quais se destacam o mal-estar ou a febre baixa. Mas embora incómodos, não são sinais negativos, pelo contrário. Se sentir esse tipo de efeitos, é sinal que o sistema imunitário está a reagir de forma positiva ao vírus. Quanto ao relato recente de algumas reações alérgicas, podemos dizer que não é um fenómeno inesperado, que parece ser raro, mas que merece certamente acompanhamento. Aliás, na linha do processo natural de fabricação e consequente administração de qualquer medicamento, vai haver a necessidade de um acompanhamento médico em larga escala dos vacinados, para que se perceba se existem ou não efeitos secundários não conhecidos e não detetados durante o período dos ensaios clínicos.

Estima-se que seja necessário vacinar apenas 70 por cento da população para atingir a imunidade de grupo, mas deve ser referido que quanto maior for a taxa de vacinação, melhor controlo da infeção haverá. Com a vacina do sarampo, para dar outro exemplo, é necessário vacinar 95 por cento da população, uma vez que a taxa de transmissão do vírus é elevadíssima, superior à da COVID-19.

As vantagens destas vacinas estão à vista, mas ainda faltam passos importantes a percorrer: a aprovação da mesma pelas entidades reguladoras europeias e a nível logístico, uma rápida e eficaz distribuição uma vez que a vacina é embalada a -70ºC, com embalagens de gelo seco, tendo um tempo de armazenamento relativamente curto. Mas com uma boa logística, este problema consegue ultrapassar-se!

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Estudos publicados na The Lancet Global Health
Esta diferença acentua-se com a idade e na sua maioria não é devido a fatores intrínsecos das causas, mas sim a fatores...

Os estudos, Causes of blindness and vision impairment in 2020 and trends over 30 years, and prevalence of avoidable blindness in relation to VISION 2020: the Right to Sight: an analysis for the Global Burden of Disease Study; e Trends in prevalence of blindness and distance and near vision impairment over 30 years: an analysis for the Global Burden of Disease Study analisam com uma profundidade, dimensão e detalhe nunca antes atingido, o peso e relevância das diferentes causas de deficiência visual e cegueira no mundo, incluindo Portugal.

As limitações no acesso a cuidados para a saúde da visão e as dificuldades económicas de acesso aos tratamentos, inclusive óculos e/ou lentes de contacto, representam um estrangulamento no orçamento individual e familiar no momento de decidir e procurar soluções para as dificuldades de visão. Por diferentes contextos culturais e socioeconómicos, é menos provável as meninas/mulheres verem a sua deficiência visual avaliada e tratada, resultando numa maior prevalência de deficiência visual e/ou cegueira evitável em todas as causas no sexo feminino, com exceção do glaucoma. Esta deficiência visual e/ou cegueira resulta na limitação de desenvolvimento de todo o potencial das meninas e na perda de autonomia e capacidade produtiva das mulheres, traduzindo-se em consequências fundamentais na sua independência e autonomia. Este desequilíbrio é ainda mais evidente com o aumento da idade.

Vera Carneiro e Raúl Alberto de Sousa, Optometristas e Colaboradores do IHME/Global Burden Disease enfatizam a importância da boa visão na promoção da igualdade de género, no desenvolvimento individual e da sociedade. Assegurar boa visão é assegurar o acesso à igualdade de oportunidades.

É esta uma das mais valias da implementação das recomendações da Organização Mundial de Saúde sobre a integração e planeamento da força de trabalho dos cuidados para a saúde da visão, desde os cuidados primários aos cuidados hospitalares e de reabilitação. Cerca de 5 milhões de portugueses sofrem de erro refrativo, a maior causa de deficiência visual evitável.

As/os Optometristas são as/os especialistas com formação mais aprofundada e detalhada para diagnosticar e tratar o erro refrativo. Desempenham um papel fundamental na prestação de cuidados primários para a saúde da visão de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde, com as quais o Estado Português se comprometeu e ainda estão por implementar. Até lá, cada vez mais portuguesas e portugueses irão ver pior o seu presente e futuro.

Os artigos completos podem ser consultados na Lancet Global Health
(https://www.thelancet.com/journals/langlo/home).

 

 

Formato virtual
Numa altura em que as tecnologias digitais têm ganho preponderância na resposta do setor da saúde, o EIT Health vai dinamizar,...

O combate à pandemia do COVID-19, durante 2020, tem chamado à ação na área da saúde muitas soluções tecnológicas digitais, procurando dar resposta às limitações de recursos humanos e à necessidade de trazer os cuidados de saúde à casa dos cidadãos. Em particular, a Inteligência Artificial (IA) tem tido particular destaque, com aplicações deste o rastreamento, análise de imagem, e planeamento de recursos hospitalares a verem um interesse e adoção reforçadas durante este ano, e perspetiva-se que continuem a ser ferramentas essenciais de profissionais e cidadãos, mesmo num contexto pós-pandemia.

Em agosto deste ano, o relatório do EIT Health, em parceria com a McKinsey & Company, referia que “a IA permite facilitar a automação de tarefas rotineiras, que atualmente ocupam 70% do trabalho administrativo dos profissionais de saúde”. Uma das conclusões deste relatório mostra que, com a IA, é, assim, possível libertar mais tempo para o contacto com pacientes. O EIT Health apoia na sua rede Europeia e em Portugal diversas soluções que já demonstraram a capacidade da Inteligência Artificial de substituir e em muitos casos superar os resultados dos melhores especialistas da área da saúde. Mas estaremos preparados para escalar estes projetos para o dia-a-dia da saúde?

A conferência digital “Inteligência Artificial em Saúde: uma perspetiva de Portugal” quer promover a discussão e tentar perceber como pode Portugal incorporar o uso de Inteligência Artificial no Sistema de Saúde, percebendo o estado atual e perspetivando os desafios a serem ultrapassados no futuro - não só tecnológicos, mas também de competências digitais.

“O contexto de pandemia fez avançar o uso de tecnologias digitais, e em particular a Inteligência Artificial, nos hospitais, em várias décadas, face ao que era previsto da sua adoção gradual. Estamos por isso hoje confrontados com o desafio de apoiar milhares de profissionais de saúde e milhões de cidadãos numa transição digital para o qual a maioria não estava preparada. Esta conferência surge como uma necessidade de fazer o balanço de onde estamos e identificar para onde temos de caminhar. O EIT Health encontra-se numa posição única em Portugal, ao contar com parceiros por todo o país, que representam unidades hospitalares, academia e indústria, que participam em projectos à escala europeia. Precisamos destes fóruns para potenciar ainda mais cooperação entre todos os agentes em Portugal”, afirma Miguel Amador, responsável pelo EIT Health em Portugal.

O evento digital decorre a partir das 14h30, no dia 17 de dezembro (hora de Lisboa). As inscrições estão abertas na plataforma de eventos digitais Hopin, onde, para além de acompanhar as sessões, será possível interagir com os outros participantes e conhecer um conjunto de projetos de Inteligência Artificial na área da saúde, desenvolvidos pelos parceiros do EIT Health em Portugal.

A conferência começa com a intervenção de Ligia Kornowska, presidente da Federação Polaca de Hospitais, a deixar a perspetiva da Polónia no uso de Inteligência Artificial na Saúde. Ao longo da tarde será também possível conhecer diferentes projetos de Inteligência Artificial já aplicados nos hospitais e rede de cuidados de saúde portugueses, e participar numa pequena feira digital. O painel de discussão sobre os desafios destes inovadores será moderado pelo David Magboulé, da Labtomarket. No painel de oradores, estão também incluídos nomes como Filipa Fixe, da Glintt, Alexandre Lourenço, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, ou de António Murta, da Pathena. No tema “O papel das redes de inovação no apoio ao desenvolvimento da IA em saúde'', a moderação ficará a cargo de Mariana Barbosa, do ECO. A programação completa pode ser consultada aqui.

Mas o dia 17 de dezembro não será apenas para discutir o estado da Inteligência Artificial no setor da saúde. No dia da conferência, o EIT Health vai anunciar o “Mapa da Inovação nos Cuidados de Saúde em Portugal”, um relatório completo que pretende dar uma visão dos principais agentes e inovadores do país na área da saúde, a ser lançado em 2021. Ainda durante a manhã de dia 17, o Instituto Pedro Nunes, um dos parceiros do EIT Health em Portugal, vai também dinamizar um workshop aberto sobre as temáticas do Internet of Things (IoT) e da Inteligência Artificial (AI), com especial enfoque na área da saúde, cujo programa e inscrições podem ser consultados aqui.

Com a colaboração dos vários parceiros da rede EIT Health em Portugal, e ainda do Health Cluster Portugal - o cluster de competitividade da Saúde -, este será um evento dirigido essencialmente a profissionais de saúde, profissionais do setor tecnológico e responsáveis políticos, mas pretende constituir-se também como uma oportunidade para os empreendedores e investidores destas áreas. De acordo com a Agenda de Competência para a Europa, em 2019, pelo menos 85% dos empregos exigiu algum nível de competências digitais, embora apenas 56% dos adultos possua um mínimo de conhecimento digitais básicos. Também no ano passado, o Barómetro da Adoção da Telessaúde e de Inteligência Artificial, promovidos pela Glintt - parceira do EIT Health, em Portugal -, pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) e pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), já mencionava a falta de uma infraestrutura tecnológica e da inexistência de data scientists dentro das instituições de saúde, como maiores barreiras à Adoção de Inteligência Artificial.

Segundo o relatório do EIT Health em parceria com a McKinsey & Company, o impacto em escala da Inteligência Artificial ainda é limitado. Países e regiões têm abordagens fragmentadas, assim como a indústria, limitando o crescimento do seu uso. Apenas 14% das startups reportaram que “o papel dos profissionais de saúde foi fundamental no desenho inicial das soluções”. Já os profissionais partilharam que “não conseguem identificar o papel do setor privado na criação de dados e formação digital dos profissionais necessários''. O EIT Health pretende inverter este panorama, porque apenas através da transparência e colaboração entre inovadores e profissionais de saúde será possível todos beneficiarmos do enorme potencial da Inteligência Artificial na saúde, não só em Portugal, como na Europa.

Dados ARS Lisboa e Vale do Tejo
Segundo dados da ASR Lisboa e Vale do Tejo, desde que foram constituídas, as equipas multidisciplinares criadas no âmbito do...

Constituídas por profissionais da Saúde, Segurança Social, Proteção Civil/Municípios e forças de segurança, estas equipas têm ido ao terreno sensibilizar a população para as medidas de prevenção da doença, bem como verificar e encontrar soluções para quem necessita de apoio alimentar e realojamento, o que tem tido um impacto positivo no combate à doença.

Entre 30 de junho e 07 de dezembro, os elementos das equipas constituídas nos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da Amadora, Lisboa Central, Lisboa Norte, Lisboa Ocidental e Oeiras, Loures-Odivelas, Sintra, Almada-Seixal, Arco Ribeiro e Arrábida realizaram ações de rua e visitas a agregados familiares. No total, 23.238 pessoas foram alvo desta intervenção.

Para além de contactarem pessoas que possam necessitar de ajuda complementar para cumprir o confinamento/isolamento profilático – e assim ajudar a quebrar as cadeias de transmissão da Covid – estas equipas também têm visitado estabelecimentos comerciais e realizado ações de sensibilização à população.

 

 

Solidariedade
Os humoristas Bruno Ferreira e Nilton e os gestores Paula Panarra (Microsoft), Fernando Braz (SalesForce), Miguel Sobral ...

O capítulo português da International Association of Microsoft Channel Partners (IAMCP) – associação de parceiros Microsoft em Portugal – está a lançar, em conjunto com a Fundação São João de Deus, a iniciativa de angariação de fundos “Aconchegar” (www.aconchegar.pt), que visa aumentar o número de camas disponíveis em estruturas de apoio de retaguarda e Hospitais nacionais.

Numa primeira fase, a campanha solidária já conseguiu obter um total de 20 camas hospitalares articuladas, 10 camas hospitalares articuladas e de elevação elétricas, 33 colchões hospitalares anti escaras e 60 guardas metálicas.

Mas esta iniciativa conjunta da Fundação São João de Deus, da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, e da International Association of Microsoft Channel Partners, pretende ir muito mais além, alargando a possibilidade de contribuição a todo o setor empresarial e a todos os que se queiram associar individualmente à iniciativa em prol da comunidade. O objetivo último é dotar o país de uma melhor capacidade de internamento e de prestação de cuidados aos mais idosos e vulneráveis.

“Para conseguirmos ampliar este movimento, estamos a incentivar a colaboração de todos os associados e de outras personalidades e amigos enquanto ‘embaixadores’ da causa. Temos já a confirmação de pessoas como Paula Panarra, General Manager da Microsoft Portugal, Fernando Braz, Country Manager da Salesforce, Rui Paiva, Co-Fundador da WeDo, ou Miguel Sobral, CEO da Vortal, e algumas figuras públicas, entre as quais Bruno Ferreira, Luis Filipe Borges, Nilton, Pedro Fernandes e Vasco Correia. Nunca a expressão ‘juntos somos mais fortes’ teve tanta importância”, salienta Nuno Miguel Guerra da IAMCP.

O site da campanha está disponível em www.aconchegar.pt sendo que o projeto disponibilizará regularmente o saldo angariado e os equipamentos adquiridos e entregues.

Diz especialista
Em entrevista à RTP, Bruno Silva-Santos, especialista em Medicina Molecular e Bioquímica, adianta que pode ser necessário usar...

De acordo com os dados avançados nesta entrevista, embora a vacina proporcione uma proteção eficaz ao pulmão, existem casos em que o vírus permanece nas narinas, o que faz com que a transmissão a outras pessoas, nomeadamente não vacinadas, seja possível.

“Os estudos pré-clínicos mostraram que a vacina proporciona uma proteção completa no caso do pulmão, o órgão que pode levar a complicações graves e até à morte, mas havia, por vezes, a presença do vírus nas vias respiratórias superiores”, disse Bruno Silva-Santos. Isto significaria que, embora pudesse não ser afetada pela doença, uma pessoa já vacinada poderia ainda assim transmitir o vírus.  

Assim, é necessário garantir a “proteção dos grupos de risco antes de podermos mudar os nossos hábitos”. “Isto corresponde à segunda fase, quando já terão sido vacinados quatro dos dez milhões de portugueses. Aí estaremos nas condições, como sociedade, de levantar o uso de máscaras”, esclarece o especialista em entrevista à estação pública.

 

"Psicologia da Pandemia"
A pandemia continua a paralisar a vida de uma percentagem considerável de portugueses, impactando ne

Desde o início da pandemia que muito mudou na vida dos portugueses. O isolamento, a incerteza sobre o futuro e sobre a doença, de um modo geral, criou estados de ansiedade muitas vezes difíceis de gerir. Segundo Mauro Paulino, um dos autores de “Psicologia da Pandemia”, “o medo do desconhecido e, neste caso, do alastramento da doença e do impacto sobre as pessoas, na saúde, nos hospitais e na economia, por exemplo, não só tem provocado o aumento da ansiedade em indivíduos saudáveis, bem como naqueles com problemas de saúde mental pré-existentes”. No entanto, diz o especialista embora se espere que “este impacto na saúde mental continue a ser, regra geral, mais expansivo, prolongado no tempo e debilitante, em comparação com os impactos físicos (…) não é expectável que a maioria dos portugueses venha a sofrer de perturbações psicológicas resultantes da pandemia e do seu impacto, mesmo não sendo esta fase atual inócua”. É que, de acordo com o especialista, para a grande maioria da população espera-se que “as respostas ao stresse pandémico sejam de curta duração e transitórias”. Seja como for, é importante estar ciente de que, em alguns casos, o impacto da pandemia pode ter repercussões mais graves a nível da saúde mental.

Para já, “as investigações científicas realizadas até à data sugerem que pessoas com patologias pré-existentes são mais suscetíveis a apresentar consequências de saúde mental decorrentes da pandemia”, explica Rodrigo Dumas-Diniz, coautor deste livro.

“Em Portugal, um estudo online com 10.529 participantes e que mereceu a publicação em revista científica internacional, constatou que 49,2% avaliaram o impacto psicológico da situação como moderado-severo, 11,7% relataram sintomas depressivos moderados a graves, 16,9% sintomas de ansiedade moderados a grave e 9,2% níveis de stresse moderados a graves, valores representativos dos desafios significativos que a pandemia tem colocado aos portugueses, no âmbito da saúde mental”, revela corroborando a ideia de que “embora maioria das pessoas com reações agudas de stresse à pandemia recupere sem tratamento, uma proporção notável poderá apresentar sintomas persistentes significativos de perturbação de stresse pós-traumático, resultando em angústia ou incapacidade de funcionamento”.

Tudo isto realça e representa, segundo Mauro Paulino, “a clara necessidade de maior investimento para a saúde mental”. À medida que a pandemia se prolonga, prevê-se uma procura ainda mais elevada de serviços de saúde mental, os quais ao longo dos últimos anos sofreram de subfinanciamento crónico. “É importante compreender que o investimento na saúde mental traz recompensas futuras”, reforça o especialista.

Entre os grupos de maior risco estão os profissionais de primeira linha, enumera Rodrigo Dumas-Diniz.

No entanto, estes efeitos não se fazem apenas sentir na população adulta. Também crianças e jovens têm vindo a apresentar elevados níveis de stresse ou ansiedade em tempos de pandemia.

“As evidências emergentes da pandemia sugerem vários fatores que influenciam a saúde mental e o bem-estar de crianças e jovens, incluindo nomeadamente o stress associado ao medo de que membros da família (incluindo pais, avós e irmãos), amigos ou eles próprios fiquem infetados, ou resultante da intensificação da cobertura mediática (as mensagens de redução do risco podem amplificar a ansiedade)”, refere Mauro Paulino, pelo que é tão importante que os pais possam falar de forma tranquila com as crianças sobre o que se está a passar. “A própria Ordem dos Psicólogos Portugueses disponibilizou material nesse sentido para que os pais o possam fazer com maior segurança”, revela.

Para os ajudar, Rodrigo Dumas-Diniz deixa alguns conselhos aos pais: “Em primeiro lugar, é importante ajudar as crianças a sentirem-se seguras, manter rotinas saudáveis, gerir as suas emoções e comportamento e desenvolver resiliência. As crianças confiam nos seus pais para a segurança, tanto física como emocional, daí que se torna necessário que os pais assegurem que estão lá para eles para ultrapassar isto em conjunto. Por outro lado, falar com as crianças sobre qualquer notícia assustadora que elas ouçam. Não há problema em dizer que as pessoas estão a ficar doentes, mas deve-se relembrar que as medidas de segurança como lavar as mãos, usar máscaras e passar mais tempo em casa, ajudará a sua família a manter-se saudável”.

Enquanto não for possível visitar os familiares, “as conversas telefónicas ou em videochamada podem ajudar a aliviar a ansiedade”, acrescenta o especialista.

Por outro lado, reforça a importância da criação e manutenção de rotinas: “nesta fase, é mais importante do que nunca manter a hora de dormir e outras rotinas, criando um sentido de estabilidade num tempo muito incerto. As crianças têm frequentemente mais problemas na hora de dormir durante qualquer período stressante, o que pode tornar mais difícil aprenderem e gerirem as suas emoções”.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Campanha de sensibilização
O receio inicial, manifestado por alguns, deu lugar ao desejo, que se faz acompanhar pela necessidade, de retomar o que a...

Esta é a mensagem que une a Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC), a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), a Careca Power, a EVITA - Associação de Apoio a Portadores de Alterações nos Genes Relacionados com Cancro Hereditário, a RESPIRA - Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas e a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), numa campanha de sensibilização, que conta com o apoio da AstraZeneca, e que pretende relembrar que “o acesso aos cuidados de saúde é um direito de todos”.

De acordo com o mesmo inquérito, durante o primeiro Estado de Emergência, apenas 28,8% dos portadores de doença crónica, como diabetes, doença cardíaca, doença respiratória ou doença oncológica, recorreram a um serviço de saúde para uma consulta ou tratamento. Findo este período, a percentagem subiu para cerca de metade: 53% confirmam ter ido, com apenas 5,8% a admitir ter faltado por receio da pandemia. Uma deslocação que, para 67% dos doentes que a fizeram, foi considerada segura ou relativamente segura. Sobre o acompanhamento de pessoas com e sem doença crónica, o estudo revela a importância do papel do médico de família. Durante o Estado de Emergência (entre março e maio), dos 50% de doentes crónicos que recorreram a aconselhamento não presencial, 48% fizeram-no junto do médico de família ou de outro tipo de profissional. O mesmo se verificou entre os 26,4% dos que, sem doença, recorreram ao mesmo tipo de aconselhamento: 47,4% fizeram-no também junto do médico de família.

Numa declaração conjunta, as associações de doentes que se unem nesta campanha, afirmam que “os dados deste inquérito confirmam que não é o medo da pandemia que tem impedido os doentes e a população em geral de acederem aos cuidados de saúde. As pessoas querem voltar a ser atendidas presencialmente, querem ter resposta para os seus problemas de saúde, que nada têm que ver com a COVID-19.  Enquanto associações de doentes, é nosso dever alertar e sensibilizar para esta situação e fazer ouvir a nossa voz, reforçando que só trabalhando em conjunto poderemos encontrar uma solução que permita dar resposta à pandemia, sem colocar em causa o acompanhamento de outros doentes, nomeadamente, os crónicos”.

Acompanhamento, esse, que segundo as mesmas, não está a ser devidamente assegurado, o que poderá explicar o excesso de mortalidade registado em Portugal desde o início da pandemia. De acordo com os últimos dados divulgados pelo INE, entre março a outubro de 2020, registaram-se 72.519 óbitos, mais 7.936 do que a média do período homólogo dos cinco anos anteriores. Destes, a Covid-19 foi responsável por 2.198 óbitos, o que representa 27,5% do total do aumento da mortalidade.

Neste sentido, as associações de doentes, mostram-se “disponíveis para fazer parte da solução” esperando, “ser ouvidos, a par de outras entidades do setor da saúde, na qualidade de representantes dos doentes crónicos”. O apelo é subscrito pela APAH que, embora reconheça “que os hospitais se encontram numa situação crítica, o objetivo tem de ser também assegurar a resposta a todos os que precisam de cuidados de saúde”. A uma só voz, as entidades promotoras desta campanha referem que “é importante que se encontrem soluções para que a resposta aos doentes não-Covid não fique comprometida, sob pena de não se conseguir recuperar os atrasos verificados desde o início da pandemia, que terão impacto não só nos custos para o SNS, como no aumento da morbimortalidade destes doentes”.

Investigação
Com o objetivo de encontrar uma terapia alvo, mediada por anticorpos, que seja mais eficaz para atacar a Leucemia Linfoblástica...

Apesar do crescente conhecimento sobre as alterações moleculares presentes no desenvolvimento de Leucemia Linfoblástica Aguda de Células T (LLA-T), nenhuma terapia dirigida a estas alterações atingiu ainda a aplicação clínica. É precisamente esse o objetivo a que se propõe o investigador do grupo «Intercellular Communication and Cancer» do i3S.

O projeto agora premiado, explica Nuno Rodrigues dos Santos, “centra-se numa molécula, a proteína TCR que, quando é estimulada, mata as células leucémicas. Pretendemos utilizar uma terapia dirigida à TCR, e combiná-la com a quimioterapia, para tentar atacar a leucemia de duas formas distintas, e assim ter mais eficácia nos tratamentos”.

O Prémio FAZ Ciência 2020, que se traduz numa bolsa no valor de 35 mil euros, representa para o investigador “um apoio valioso” que permitirá a continuidade de um projeto da sua equipa que visa “identificar e explorar as vulnerabilidades da LLA-T”.

O financiamento, acrescenta Nuno Rodrigues dos Santos, “vai possibilitar a realização de ensaios pré-clínicos com o objetivo de otimizar protocolos terapêuticos para eliminar células leucémicas e, assim, desenvolver uma imunoterapia eficaz contra a LLA-T”.

Em 2019, o investigador do i3S já tinha liderado um outro estudo que revelou que, no caso da leucemia linfoblástiga aguda, as células saudáveis podem influenciar o processo de desenvolvimento e formação da doença.

 

Leitor portátil lê e captura, em tempo real, texto de qualquer superfície
A parceria pretende avaliar crianças e jovens que sejam candidatos a utilização do OrCam Read, no sentido de aconselhar a sua...

A OrCam Technologies, empresa especialista em tecnologia baseada em inteligência artificial para pessoas que são cegas, disponibilizou ao Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID) da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria, o dispositivo OrCam Read, um novo produto que pretende ajudar as pessoas com dificuldades de visão ou de leitura a ler. O aparelho está desenhado para pessoas com dificuldades de leitura derivadas de fadiga, dislexia, afasia ou outras condições, bem como para pessoas que leem grandes quantidades de texto.

Já o CRID pretende ser um serviço privilegiado de apoio à comunidade na área da acessibilidade digital. Dotado de recursos tecnológicos e dinamizado por técnicos qualificados, este centro tem como missão promover a inclusão social da população com necessidades específicas através do recurso a ajudas técnicas/produtos de apoio no âmbito da acessibilidade digital.

O aparelho estará disponível para ser testado pelas pessoas com deficiência visual e baixa visão, que podem recorrer ao CRID e ficarem a conhecer as suas potencialidades. O equipamento será ainda apresentado aos Centro de Recursos TIC para a Educação Especial da Zona Centro.

“Estamos muito satisfeitos de anunciar esta parceria e disponibilizar o nosso espaço para que possam ser avaliadas crianças e jovens que sejam candidatos a utilização do OrCam Read, no sentido de aconselhar a sua prescrição,” diz Célia Sousa, Coordenadora do Centro de Recursos para a Inclusão Digital da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria.

O OrCam Read já está disponível em Portugal e em português, bem como em múltiplos países e tem a capacidade de ler todas as principais línguas europeias. Utilizando tecnologia baseada em inteligência artificial, o leitor portátil lê e captura em tempo real, texto de qualquer superfície ou ecrã digital. Ao apontar para o texto são ativados dois lasers-guia que fornecem ao utilizador duas opções de leitura: ler tudo ou escolher onde começar a ler. A solução wireless dá ao utilizador feedback áudio instantâneo dos jornais, livros, ecrãs de smartphone, etiquetas, entre outros.

“Podermos auxiliar pessoas com algum tipo de dificuldade disponibilizando o nosso aparelho num local onde podemos criar uma experiência personalizada é para nós muito gratificante,” diz Fabio Rodriguez, Country Manager de Portugal e Espanha. “Com esta parceria o mesmo poderá ser usado como ferramenta de uso escolar ou laboral e será possível recomendar o dispositivo a pessoas com vários tipos de patologias, sendo por isso crucial o conhecimento e experiência dos profissionais do CRID.”

O funcionamento deste dispositivo é totalmente processado offline, sem necessitar de conexão à internet, o que assegura totalmente a privacidade de dados do utilizador.

Adicionalmente, para garantir a comodidade dos leitores, poderá ser emparelhado com auriculares via Bluetooth, para que só o utilizador oiça o texto selecionado.

 

Vacinação
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças alerta que pode haver escassez de vacinas contra a covid-19 pelo que se...

“Não sabemos exatamente quantas doses vão estar disponíveis no início, mas a previsão é que serão menos do que o número de pessoas incluídas nos grupos prioritários, portanto, pode ser preciso rever as prioridades”, afirma Andrea Ammon, diretora do ECDC, em entrevista à Antena 1 e RTP.

Deste modo, a responsável pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças considera que o mais certo é os países terem de redefinir os critérios no acesso à vacina contra o novo coronavírus. “Os critérios têm de ser refinados, alguns países até já o fizeram – trabalhadores da saúde sim, mas trabalhadores da saúde com mais de 50 anos”, dá como exemplo.

Por outro lado, Andrea Ammon chama atenção para o facto de ter de ser necessário monitorizar a cobertura da vacina, uma vez que a toma requer duas doses. Na sua opinião, este é mais um dos desafios que os países vão enfrentar, já que a distribuição das vacinas “não vai ser propriamente uma tarefa simples”.

 

Enfermeira Catarina Pazes eleita Presidente
No passado dia 5 de dezembro os membros da APCP reuniram-se em assembleia geral, para a eleição dos Corpos Gerentes para o...

A nova direção da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos anunciou a continuidade da missão e objetivos que caracterizam a Associação e a criação de novos projetos para a divulgação e promoção dos cuidados paliativos em Portugal.

“Sentimo-nos muito honrados com a missão que agora abraçamos. Estou plenamente confiante no espírito de missão e entrega deste grupo e na sua capacidade de trabalho para continuar o caminho que a APCP já percorre há 25 anos.

Enquanto novos corpos gerentes, queremos reafirmar o nosso compromisso com os Cuidados Paliativos e o seu desenvolvimento. A defesa dos doentes e famílias e do seu acesso a cuidados de saúde adequados, de qualidade e atempados, será sempre um guia para o debate e para os esforços a travar junto da sociedade”, afirma Catarina Pazes.

Segundo a presidente eleita “é tempo agora de preparar o plano de atividades para 2021, assim como o orçamento, sendo que os dois serão apresentados e votados na próxima Assembleia Geral a agendar no início do próximo ano”.

“Aproveito para apelar a todos os sócios que participem ativamente, nos interpelem e nos deem o seu contributo. A Associação é vossa!”, defende a Presidente Catarina Pazes.

A Enfermeira Catarina Pazes, agora presidente da APCP, é enfermeira na Equipa Comunitária de Suporte em Cuidados Paliativos Beja+, ULSBA, e professora adjunta convidada na escola Superior de Saúde do IPBeja.

 

Diminuir as listas de espera
Segundo a unidade hospitalar, uma equipa de cirurgia está a realizar cerca de dez cirurgias de ambulatório por dia numa unidade...

Tendo sido necessário afetar profissionais de saúde às enfermarias dedicadas em exclusivo aos doentes infetados com Covid-19, bem como aumentar a capacidade de resposta em Unidades de Cuidados Intensivos exclusivas a estes doentes, durante a crise pandémica, houve muitas cirurgias que não puderam ser realizadas.

Ainda assim, o Hospital garantiu o funcionamento de duas salas do bloco operatório para as cirurgias oncológicas, bem como uma sala para doentes de trauma e uma outra sala para toda a cirurgia de urgência.

“Esta recuperação das cirurgias que não puderam ser realizadas devido à pandemia é um objetivo muito importante, pois servimos uma população de cerca de 550 mil pessoas que continuam a necessitar de resposta na área cirúrgica”, refere Alexandra Ferreira, vogal do Conselho de Administração do HFF, citada ela página do Serviço Nacional de Saúde.

Neste contexto, o hospital escolheu para realizar as cirurgias no exterior as especialidades com maior lista de espera, nomeadamente cirurgia geral e otorrino, bem como as que possam ser feitas em ambulatório.

“Aquando da elaboração do plano de contingência para a Covid-19 e plano de inverno, o HFF definiu como prioritário aumentar a resposta na área cirúrgica”, indica a referida responsável. Cirurgiões do hospital realizam diariamente cinco cirurgias de manhã e outras tantas no período da tarde, cedendo a unidade provada contratada as instalações e os recursos de enfermagem e anestesia.

Esta iniciativa deverá ter continuidade em 2021, estando já em preparação um caderno de encargos para contratação de cirurgia de ambulatório com pernoita e cirurgias com internamento para dar resposta à atividade assistencial não urgente, uma vez que as intervenções prioritárias continuarão a ser realizadas no HFF.

“Esta iniciativa tem sido muito bem acolhidas pelos doentes, que demonstram grande satisfação por a Instituição continuar a dar resposta às suas necessidades mesmo neste contexto pandémico que afetou a normalidade na área da saúde e nas vidas de todos nós”, conclui Alexandra Ferreira.

 

Diminuir as listas de espera
Para recuperar a listas de espera, o Hospital Dr. Francisco Zagalo – Ovar (HFZ-Ovar) iniciou a realização de atividade...

A iniciativa, que arrancou no último sábado, vai permitir recuperar parte da lista de inscritos para cirurgias em diferentes especialidades, como urologia, ortopedia, otorrinolaringologia ou oftalmologia, depois da atividade assistencial não urgente ter sido suspensa por força da pandemia de Covid-19.

“Este programa é muito importante para podermos recuperar a lista de espera cirúrgica que, fruto da suspensão da atividade que ocorreu por um largo período, acabou, naturalmente, por se agravar”, sublinha o presidente do Conselho Diretivo do HFZ-Ovar, Luís Miguel Ferreira.

“A atividade vai ser desenvolvida aos sábados, de manhã e de tarde, pelos profissionais do nosso hospital, pelo que importa aqui uma palavra de agradecimento pela disponibilidade das equipas em contribuir para aumentarmos a nossa capacidade de resposta, precisamente nos seus dias de descanso semanal”, salienta o responsável.

 

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