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A Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória (APCA) vai promover uma sessão online gratuita, dedicada ao tema “Urologia no...

“A Urologia é uma especialidade que assumiu grande projeção na cirurgia de ambulatório, nos últimos anos, porque inclui diversos procedimentos de baixa e média complexidade que dispensam internamento hospitalar, bem como pelo exponencial desenvolvimento tecnológico,” explica Carlos Magalhães, presidente da APCA.

E acrescenta: “Neste sentido e tendo em conta a partilha de conhecimentos e experiências, pela primeira vez, em Portugal, a APCA promove uma sessão online exclusivamente dedicada à Urologia. Com esta iniciativa, pretendemos que sejam discutidos os principais pontos daquilo que é a prática de cirurgia urológica, em contexto nacional”.

A iniciativa conta com a participação de Frederico Branco, presidente da Secção de Urologia da APCA, João Figueiredo, Diretor de Mercado da Healthcare da Glintt, José Bastos, CEO da Knokcare, João Pedro Barreto, investigador da Universidade de Coimbra, João Koehler, empresário, Luís Meneses, CEO da Unilabs, Rui Amorim, urologista do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia /Hospital da Prelada, Jorge Órfão, anestesista do Centro Hospitalar do Porto e ainda com a presença de Ângelo Santos, Diretor do Departamento Pedagógico F.C. Porto.

A participação é gratuita, mas requer de inscrição prévia: https://diventos.eventkey.pt/geral/detalheeventos.aspx?cod=317

 

 

Autoridades esperam por novos dados
A Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 da Direção-Geral da Saúde (DGS) admite a segunda dose da vacina da...

Em declarações à TSF, Luís Graça, um dos membros de comissão técnica, esclarece que “Portugal está numa posição em que pode esperar para ver aquilo que se passa noutros países e em estudos que estão a ser feitos para perceber quais são as alternativas à AstraZeneca”, referindo-se especificamente ao trabalho que está a ser "promovido pela Universidade de Oxford para estudar a eficácia e a segurança de fazer uma troca de vacinas - uma segunda dose diferente da primeira dose".

"Do ponto de vista do sistema imunitário, na segunda dose aquilo que se pretende é expor o nosso organismo às proteínas do vírus que estavam na primeira dose e todas as vacinas usam a mesma proteína - a proteína spike -, pelo que do ponto de vista da imunologia, à partida, será equivalente a resposta imunitária induzida com uma vacina de uma marca diferente", explica o especialista.

Uma vez que até agora os estudos não avaliaram esta solução, Luís Graça considera mais seguro esperar por pelos resultados.

Segundo o especialista, "isto é uma mensagem de segurança também para estas pessoas de que não se está a tomar uma medida precipitada com base em dados incompletos, esperando algum tempo por dados mais robustos".

Uma vez que a segunda dose da vacina da AstraZeneca deve ser dada 12 semanas após a primeira, Portugal tem até maio para tomar uma decisão.

 

Semana arranca com mais 271 casos confirmados de Covid-19
Portugal registou, nas últimas 24 horas, duas mortes e 271 novos casos de infeção por Covid-19. No entanto, há mais doentes...

Segundo o boletim divulgado, foram registadas mais duas mortes, uma na região de Lisboa e outra na região norte, associadas ao novo coronavírus. As restantes regiões do país, incluindo as regiões autónomas da Madeira e Açores, não registaram nenhum óbito.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 271 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 60 novos casos e a região norte 70. Desde ontem foram diagnosticados mais 18 na região Centro, 52 no Alentejo e 21 no Algarve. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 27 infeções e nos Açores 23.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 473 doentes internados, mais 13 que ontem. Também as unidades de cuidados intensivos passaram a ter mais seis doentes internados. Atualmente, estão em UCI 119 pessoas.

O boletim desta segunda-feira mostra ainda que, desde ontem, 445 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 785.063 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 25.784 casos, menos 176 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 488 contactos, estando agora 18.230 pessoas em vigilância.

4 tipos principais de cirurgia
Ao longo da vida acontece uma normal modificação do contorno abdominal e estas modificações podem se

Assim, na área da cirurgia de contorno da parede abdominal, não existe uma técnica única que possa ser aplicada a todos os casos. É importante analisar o corpo e avaliar vários parâmetros: o tipo de pele, a presença de estrias e/ou cicatrizes, a quantidade de gordura, o padrão de distribuição dessa gordura, a tonicidade dos músculos abdominais, o afastamento dos músculos abdominais, a morfologia do abdómen, assim como os objetivos e expectativas do paciente.

Na presença de um pedido de cirurgia de contorno da parede abdominal, quatro tipos principais de cirurgia podem ser equacionados:

  • Lipoaspiração abdominal
  • Mini-abdominoplastia
  • Abdominoplastia
  • Lipoabdominoplastia

A lipoaspiração abdominal isolada está indicada quando o único problema é uma acumulação de gordura na região abdominal. Neste caso, associa-se frequentemente uma lipoaspiração das costas combinada com a lipoaspiração da parede abdominal anterior para obter um resultado mais cintado. Em alguns casos selecionados é mesmo possível esculpir o abdómen de modo a criar um efeito de

definição dos músculos. A quantidade de gordura removida é, dentro dos limites de segurança cirúrgica, a necessária para obter o contorno corporal desejado, sendo também adaptada à qualidade da pele, que é um dos fatores determinantes para a qualidade do resultado.

Nesta cirurgia as cicatrizes são praticamente inexistentes uma vez que as incisões são muito pequenas e discretas (cerca de 3 a 5 mm).

A abdominoplastia tem como propósito remover a pele abdominal em excesso ou danificada (distendida, com estrias, com cicatrizes).

A pele saudável remanescente, geralmente localizada acima do umbigo, é então esticada para baixo, de modo a reconstruir uma parede abdominal com pele de boa qualidade. Se necessário os músculos são apertados de modo a melhorar o contorno da barriga e a corrigir diástases (afastamento dos músculos) ou hérnias.

A cirurgia deixa uma cicatriz de tamanho variável, na zona supra-púbica escondida na zona da roupa interior, e uma cicatriz à volta do umbigo.

A mini-abdominoplastia é um procedimento semelhante à abdominoplastia utilizado quando existe menos pele abdominal excedentária. A cirurgia também permite apertar os músculos abdominais, sempre que necessário. A mini-abdominoplastia deixa uma cicatriz mais pequena que a da abdominoplastia clássica, e não deixa cicatriz à volta do umbigo.

A lipoabdominoplastia é um procedimento que combina uma abdominoplastia com uma lipoaspiração da parede abdominal, permitindo tratar as alterações de pele e/ou da parede muscular, mas também o excesso de gordura da barriga, numa só cirurgia.

Na maioria das vezes quer a lipoaspiração abdominal quer a abdominoplastia são realizadas sob anestesia geral, em que o paciente dorme completamente. Também podem ser realizadas sob raqui-anestesia e sedação, na qual o paciente está acordado, mas sem dores e sedado. A escolha da anestesia é realizada pelo médico anestesiologia antes da cirurgia, direcionada para a que considerar ter menos riscos para cada paciente e tendo em conta os seus desejos.

No caso das lipoaspirações não há necessidade de uso de drenos, mas na generalidade dos casos de abdominoplastias, são colocados 1 ou 2 drenos aspirativos, que geralmente são removidos ao fim de 24 a 48 horas. Um dreno é um dispositivo destinado a evacuar o sangue e líquido que se pode acumular na barriga.

No final do procedimento, é feito um penso e colocada uma cinta abdominal compressiva (previamente recomendada pelo cirurgião).

O uso de cinta compressiva está recomendado habitualmente durante 4 a 8 semanas.

O tempo necessário para se recuperar de uma cirurgia de contorno abdominal é variável, dependendo da técnica utilizada, áreas e volume aspirados, condição física do paciente e cuidados no pós-operatório. No pós-operatório, nódoas negras (equimoses) e inchaço (edema) surgem frequentemente nas áreas tratadas.

As dores são variáveis, mas em regra são leves e geralmente muito suportáveis com analgésicos simples. As equimoses desaparecem habitualmente dentro de 10 a 20 dias após a cirurgia. O uso de cintas de compressão elástica é recomendado durante 3 a 8 semanas.

No pós-operatório de cirurgias de contorno abdominal, o acompanhamento por um fisioterapeuta dermatofuncional é essencial. A realização de drenagens linfáticas e tratamento das cicatrizes por profissionais experientes através de um plano individualizado e adaptado a cada caso assume um papel fundamental na recuperação, permitindo uma regressão das equimoses e edema, melhoria das dores e alterações de sensibilidade, recuperação cicatricial, obtenção do resultado final mais rapidamente.

A melhoria estética das cirurgias de contorno abdominal é frequentemente apreciável, tendo um grande efeito na melhoria da silhueta e permitindo habitualmente uma melhoria assinalável em termos de conforto e de bem-estar psicológico.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Núcleo de Estudos de Geriatria (NEGERMI)
O Núcleo de Estudos de Geriatria (NEGERMI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) acaba de lançar o quarto vídeo...

A Pressão Arterial varia constantemente ao longo das estações do ano, ao longo do dia, com a postura corporal, com a ingestão de alimentos e, a amplitude de variação é mais acentuada nos idosos.

“O isolamento cria condições de solidão e ansiedade que atuam como fatores hipertensores, mas o sedentarismo e as longas horas que os idosos passam deitados ou sentados retardam os mecanismos de acerto da pressão arterial no ortostatismo (na posição de pé) e pela hora do almoço, originando situações de hipotensão postural e pós-prandial. A ansiedade aumenta por entenderem que qualquer das duas situações são graves e que só podem e devem ser resolvidas na urgência hospitalar”, afirma João Gorjão Clara, Coordenador do NEGERMI.

O primeiro vídeo teve como objetivo ensinar a evitar ou a recuperar a perda de massa muscular nos idosos em virtude da pouca ou reduzida mobilidade provocada pelo confinamento, o segundo, apresenta um conjunto de conselhos para melhorar o sono e o terceiro foi dedicado aos problemas de obstipação.

 Veja aqui o vídeo sobre a oscilação arterial:

Baixa eficácia
O diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da China, Gao Fu, admitiu que a eficácia das vacinas contra a Covid-19...

Gao indicou numa conferência de imprensa, em Chengdu, este sábado, que Pequim está a estudar como " resolver o problema de que a eficácia das vacinas atuais não é muito elevada". De acordo com o jornal South China Morning Post, que avançou com a notícia, uma das possibilidades seria ajustar a inoculação – quer aumentando a dose, o número de doses ou o espaçamento entre elas – e a outra através da combinação de vacinas de diferentes tipos de tecnologia.

Segundo a publicação, "esta é a primeira vez que um cientista chinês debate em público a eficácia relativamente baixa das vacinas chinesas". No entanto, numa entrevista ao jornal estatal Global Times publicada no domingo, Gao considerou que os meios de comunicação não entendem as suas palavras como uma admissão de que as vacinas chinesas são ineficazes.

"As taxas de proteção de todas as vacinas no mundo são por vezes altas e por vezes baixas. Melhorar a sua eficácia é uma questão que os cientistas de todo o mundo precisam de levantar", disse. "A este respeito, sugiro que ponderemos ajustar o processo de vacinação, bem como o número de doses e intervalos, e adotar a vacinação sequencial com diferentes tipos de antigénios", acrescentou.

O especialista em vacinas, Tao Lina, presente na conferência de Chengdu, afirmou que "os níveis de anticorpos gerados pelas nossas vacinas (chinesas) são inferiores aos do RNA mensageiro (tecnologia usada pelas vacinas Pfizer e Moderna), e os dados de eficácia também são mais baixos." "É por isso que acho que é uma conclusão natural que as nossas vacinas inativadas do vírus e do vetor do adenovírus são menos eficazes do que as vacinas de RNA mensageiro", prosseguiu.

Por enquanto, a China deu aprovação de emergência a quatro vacinas contra a Covid-19: duas desenvolvidas pela empresa farmacêutica Sinopharm (ambos vírus inativados), uma pela Sinovac (vírus inativado) e outra por CanSino (vetor viral não replicante). Pequim enviou milhões de vacinas que estão a ser inoculadas em países da Ásia, África e América Latina.

No caso da vacina Sinovac, foram realizados ensaios clínicos fora da China que deixaram diferentes taxas de eficácia: enquanto os testes na Turquia eram 91,25% eficazes, os dados fornecidos pela Indonésia tinham como alvo 65,3% e o Brasil baixou a percentagem para 50,4%, uma semana depois de ter anunciado 78%. As taxas de eficácia das vacinas Sinopharm estão entre 72,5% e 79%, enquanto a CanSino afirma que o seu medicamento é 75% eficaz.

 

 

 

Concurso dirigido a jovens universitários na área da saúde
Termina hoje o prazo para inscrições na 12ª edição dos Angelini University Award! (AUA), concurso dirigido a jovens...

Uma vez encerrado o período de inscrições, tem início a fase eliminatória até 20 de maio, seguido do período de entrega dos relatórios finais que decorre até 20 de julho. Em outubro são conhecidos os semifinalistas e, por fim, em novembro, são anunciados os dois projetos vencedores, através de uma cerimónia em dia e local a definir, onde serão atribuídos os prémios.

Ana Paula Martins, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Arriaga, Chefe da Divisão de Literacia em Saúde e Bem Estar da Direção Geral de Saúde, e Miguel Xavier, Professor Catedrático de Psiquiatria, Subdiretor e Presidente do Conselho Científico da Nova Medical School, fazem parte do painel de jurados que irão avaliar os projetos a concurso. Inovação, criatividade, pertinência e viabilidade de implementação são alguns dos critérios que serão tidos em consideração na avaliação dos trabalhos.

Promovidos em Portugal há mais de dez anos, os AUA têm como principal objetivo estimular a criatividade e o empreendedorismo de alunos a frequentar o ensino superior da área da saúde, premiando os melhores trabalhos. Ao participarem, os estudantes têm oportunidade de aplicar os conhecimentos académicos, ao mesmo tempo que procuram e propõem soluções com aplicabilidade na sociedade no âmbito de um tema de relevância empresarial e social no país, que este ano é “Soluções de Crises em Saúde”.

Sob o mesmo mote, decorre também a 4.ª edição do Prémio de Jornalismo, promovido pela Angelini Pharma, que pretende distinguir o melhor trabalho jornalístico publicado ou emitido por um meio de comunicação social em Portugal, entre 1 de janeiro e 30 de setembro de 2021, com um prémio monetário no valor de € 2.500. As candidaturas podem ser submetidas até 30 de outubro.  

Para mais informações sobre o prémio AUA! e o Prémio Jornalismo consulte o site oficial: www.aua.pt

 

Casos ocorreram os Estados Unidos
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) investiga o risco de desenvolver tromboembolismo com a vacina contra a Covid-19 da...

Tal como confirmado pela EMA, os peritos da agência iniciaram uma "revisão" dos casos para investigar eventos tromboembólicos ou a formação de coágulos sanguíneos incomuns em pessoas vacinadas com a vacina da Janssen.

Um dos quatro casos notificados ocorreu durante o ensaio clínico; e os outros três após a inoculação, nos Estados Unidos. Uma das pessoas vacinadas morreu.

"Estes relatórios apontam para um 'sinal de alerta', mas não é claro se existe uma associação causal entre a vacinação e estas condições. O PRAC está a investigar estes casos e decidirá se poderão ser necessárias medidas regulamentares, que consistem geralmente em atualizar a informação do produto", esclarece a EMA num resumo das reuniões do PRAC realizadas na semana passada.

Apesar de ter recebido a aprovação da EMA há quase um mês, a vacina da Janssen ainda não é utilizada na União Europeia (UE).

As primeiras injeções desta vacina de dose única devem chegar aos países europeus a partir de 19 de abril, conforme anunciado pela própria empresa farmacêutica, que deverá entregar 55 milhões de unidades no segundo trimestre deste ano.

Na passada quarta-feira, a EMA concluiu uma investigação afirmando que existe uma "possível ligação" entre a vacina AstraZeneca e dezenas de casos incomuns de coagulação sanguínea detetados no prazo de duas semanas após a injeção, e decidiu incluir este quadro clínico entre os efeitos secundários muito raros desta vacina, autorizados na UE em 29 de janeiro.

No entanto, embora vários Estados europeus estejam a limitar a sua utilização apenas em pessoas com mais de 60 anos, a EMA não identificou um fator de risco específico, como a idade, o sexo ou um histórico clínico específico, que explica as reações relatadas. Por enquanto, mantém a recomendação para a sua utilização em campanhas de vacinação, uma vez que os seus benefícios face ao covid-19 superam o risco dos seus efeitos secundários.

 

Estudo
A variante sul-africana do coronavírus tem uma maior capacidade de suprimir a ação da vacina Pfizer/BioNTech do que as outras...

Este estudo da Universidade de Telavive e da Clalit, a principal equipa de cuidados de saúde do país, comparou 400 pessoas não vacinadas que contraíram a Covid-19 com outras 400 pessoas que foram parcial ou totalmente vacinadas e que também contraíram a infeção.

Entre as 150 pessoas que receberam as duas doses necessárias da vacina da Pfizer/BioNTech, "a taxa de prevalência (da variante sul-africana) foi oito vezes maior do que nas pessoas não vacinadas", refere o estudo.

"Isto significa que a vacina Pfizer/BioNtech, embora muito protetora, provavelmente não oferece o mesmo nível de proteção contra a variante sul-africana do coronavírus" como contra as outras variantes do vírus.

"A variante sul-africana é capaz, em certa medida, de promover a proteção da vacina", disse Adi Stern, professor da Universidade de Telavive e coautor do estudo.

Dois estudos publicados em fevereiro no New England Journal of Medicine, conduzidos pelos laboratórios Pfizer/BioNTech e Moderna, mostraram uma menor presença de anticorpos na sequência da vacinação em pessoas infetadas com a variante sul-africana, indicando uma menor proteção.

No entanto, segundo Adi Stern, dado o “baixo número de pessoas infetadas” pela variante sul africana, esta análise não é conclusiva.

 

Dicas e recomendações
Com o desconfinamento e a possibilidade de criar planos, aos poucos, já se começa a pensar nas viagens pelo mundo e nas...

“Cuidados ao Recém-Nascido” será o primeiro tema desta masterclass, guiado por Joana Gonçalves, Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstétrica e instrutora de Massagem do Bebé. Nesta sessão, serão apresentados os cuidados gerais ao recém-nascido, nomeadamente o banho e o tratamento do coto umbilical. Serão ainda apresentadas algumas dicas sobre o transporte do bebé no automóvel em segurança para qualquer viagem.

Na segunda parte da sessão, “Vamos viajar mamã? Tudo o que precisa de saber!”, a consultora Mariana Costa, nutricionista há 10 anos e apaixonada pela área do Turismo, partilhará os benefícios de viajar, as tendências de turismo para o verão de 2021 para grávidas e bebés, bem como dicas de viagens específicas. Serão apresentadas todas as recomendações e requisitos gerais para viajar no país e fora do mesmo à medida que as restrições diminuem, assim como informações sobre a consulta do viajante. Além disso, serão também abordados aspetos como o que levar na viagem, de que forma deve ser realizado o transporte no avião e no carro e como deve ser organizada a alimentação. A especialista explicará ainda as alturas em que não é recomendável viajar e os destinos não aconselháveis.

Por fim, a iniciativa contará também com a presença de uma mãe que dará o seu testemunho em relação a todas estas questões, uma vez que adora viajar. 

A inscrição é feita através deste link.

Leilão Solidário
Miguel Oliveira, piloto português e vencedor do Grande Prémio de Portugal de MotoGP, doou uma camisola oficial autografada à...

Para participar no leilão, basta aceder à plataforma digital eSolidar (https://www.esolidar.com/pt/auction/detail/2509-camisola-oficial-autografada-por-miguel-oliveira) e apresentar a licitação. A oferta mais alta ganha uma camisola autografada pelo reconhecido piloto português, ao mesmo tempo que contribuirá para levar saúde a quem mais necessita.

O valor resultante do leilão solidário vai reverter integralmente para a Emergência abem: COVID-19, que se destina a ajudar no acesso a medicamentos, produtos e serviços de saúde aos cidadãos que ficaram mais vulneráveis em consequência da atual pandemia.

“É com bastante orgulho que me associo a uma causa tão nobre como o acesso à saúde para os mais afetados pela pandemia. Num momento tão excecional, é essencial que a palavra de ordem seja solidariedade e todos podemos contribuir e impulsionar iniciativas solidárias que contribuam significativamente para a sociedade. Este é o momento de nos juntarmos e apoiar quem mais precisa”, afirmou Miguel Oliveira.

Maria de Belém Roseira, embaixadora do projeto, reforça que “a situação que vivemos é ímpar e grave, sendo fundamental a entreajuda e o apoio de todos. Este leilão é, por isso, mais um momento para unirmos esforços”.

A Associação Dignitude criou a Emergência abem: COVID-19, um programa que conta já com 47 Câmaras Municipais, Juntas de Freguesias, Cáritas, Misericórdias e Instituições Particulares de Solidariedade Social, responsáveis por referenciar os cidadãos em situação de carência socioeconómica, apoiando-os no acesso aos medicamentos de que precisam para viver.

Os cidadãos que queiram ser solidários podem fazer donativos para a Emergência abem: COVID-19 através de transferência bancária para o IBAN: PT50.0036.0000.99105930085.59; ou MB WAY: 932 440 068; ou diretamente no website www.abem.pt ou na página de Facebook do abem:. Os doadores podem enviar comprovativo de transferência, nome e NIF para geral@dignitude.org, para que lhe seja enviado o recibo de donativo.

 

Estudo
Os países ocidentais, sobretudo os mais ricos e onde há uma cultura mais individualista, são os mais afetados pelo burnout...

Liderado pelas investigadoras Isabelle Roskam e Moïra Mikolajczak, da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, em Portugal o estudo é coordenado por Anne Marie Fontaine, professora da Universidade do Porto (UP), e Maria Filomena Gaspar, professora da Universidade de Coimbra (UC) e investigadora do Centro de Estudos Sociais (CES).

O grande foco desta investigação internacional pioneira foi perceber se a incidência do burnout parental depende do contexto cultural do país em que se desenvolve, refletindo a preocupação da comunidade científica com o burnout induzido pelo stress associado ao cuidado de crianças e adolescentes – burnout parental – uma condição que traz sérias consequências quer para os adultos cuidadores, quer para as crianças.

Os resultados do estudo, já publicado no jornal científico Affective Science, evidenciam que a cultura, mais do que fatores socioeconómicos, desempenha um papel crucial na incidência do burnout de pais e mães, ou seja, as conclusões não deixam margem para dúvidas: nos países ocidentais mais ricos e onde há uma cultura mais individualista, as famílias em média têm menos filhos e são mais afetadas pelo fenómeno.

Isto significa que os valores individualistas nos países do Ocidente podem submeter cuidadores a níveis mais elevados de stress. «Esta descoberta leva-nos a repensar a máxima do 'cada um por si', que se espalha pelo mundo», afirma Isabelle Roskam.

Por sua vez, Anne Marie Fontaine nota que, «nos países individualistas, há o culto à performance e ao perfecionismo, e isso tem sido estendido também ao exercício do papel parental».

«A parentalidade nesses países pode ser uma atividade muito solitária, diferentemente do que ocorre em culturas mais coletivistas, como é o caso dos países de África, em que há um envolvimento maior de toda a comunidade na educação das crianças», sublinha Maria Filomena Gaspar. Além disso, acrescenta, «o individualismo tem-se agravado pela atual situação pandémica, em que as famílias nucleares encontram-se mais isoladas das suas redes de apoio habituais».

Considerando a atual crise de saúde, a equipa portuguesa também desenvolveu um estudo em que foi possível verificar um aumento da exaustão parental durante as medidas restritivas de confinamento. «Comparando-se os níveis de stress percecionados por pais e mães nos períodos anteriores e durante a pandemia, verificou-se um aumento para ambos os cuidadores. No entanto, é interessante ressaltar que este aumento da exaustão foi mais acentuado nos pais do que nas mães», afirma Joyce Aguiar, uma das autoras do estudo.

«Sabendo que Portugal é um país onde as mulheres são as principais responsáveis pelos cuidados com as crianças, esta maior propensão dos homens ao burnout parental deve-se não ao volume de tarefas parentais que de facto eles tenham assumido durante a pandemia, mas à ausência de recursos emocionais para lidar com as pressões de cuidar dos filhos nas atuais e desafiantes condições – em confinamento, sem apoio da família extensa, com o ensino à distância e o teletrabalho, por exemplo», esclarece.

Porém, refere ainda Maria Filomena Gaspar, «é de realçar que houve também pais e mães em Portugal que viveram o confinamento como uma oportunidade de redução do burnout parental com, respetivamente, 18,7% dos homens e 26,6% mulheres a relatarem essa melhoria».

«É fundamental que psicólogos clínicos e demais profissionais de saúde conheçam o burnout parental para que possam reconhecer os seus sintomas quando eventualmente se depararem com pais e mães nesta condição, que facilmente pode ser confundida com depressão. Para auxiliar no diagnóstico, fizemos uma

adaptação ao português do Parental Burnout Assessment, publicada no New Directions for Child and Adolescent Development», finaliza Marisa Matias, membro da equipa e que trabalhou em conjunto com investigadoras do Brasil, de modo a garantir que o instrumento fosse adaptado tanto ao português europeu quanto brasileiro.

O artigo científico sobre o estudo, com o título “Parental Burnout Around the Globe: a 42-Country Study”, está disponível em: https://doi.org/10.1007/s42761-020-00028-4.

Estudo
Uma vacina personalizada contra o cancro desenvolvida pelo Hospital Mount Sinai, em Nova York, mostrou ser segura e ter...

"Embora a imunoterapia tenha revolucionado o tratamento do cancro, a maioria dos pacientes não experimenta uma resposta clínica significativa a esses tratamentos", disse o autor do estudo publicado na revista Nature, Thomas Marron, citado pelo El Mundo.

Para gerar uma vacina personalizada contra o cancro, a equipa de Marron sequenciou o ADN do tumor e da linha germinativa e o RNA do tumor de cada paciente. Eles também identificaram o alvo específico do tumor do paciente para ajudar a prever se o sistema imunológico do paciente reconheceria os alvos da vacina.

A linha computacional do Mount Sinai, chamada OpenVax, permite aos investigadores identificar e priorizar alvos imunogénicos para sintetizar e incorporar à vacina.

Após qualquer tratamento padrão para o cancro, como a cirurgia para tumores sólidos ou o transplante de medula óssea para mieloma múltiplo, os doentes receberam 10 doses da vacina personalizada durante um período de seis meses. A vacina foi administrada com o imunoestimulante, ou adjuvante, poli-ICLC, que é "um RNA sintético, estabilizado, de fita dupla, capaz de ativar vários recetores imunes inatos, tornando-o o adjuvante ideal para induzir respostas imunes contra neoantígenos tumorais”, explicou Nina Bhardwaj, co-autora do estudo.

“A maioria das vacinas experimentais personalizadas contra o cancro são administradas no cenário metastático, mas algumas pesquisas anteriores indicam que as imunoterapias tendem a ser mais eficazes em pacientes que apresentam menos disseminação do tumor”, refere Bhardwaj. "Portanto, desenvolvemos uma vacina neoantígena que é administrada após terapia adjuvante de tratamento padrão, como cirurgia em tumores sólidos e transplante de medula óssea em mieloma múltiplo, quando os pacientes apresentam doença residual mínima, normalmente" microscópica. Os nossos resultados demonstram que a linha OpenVax é uma abordagem viável para gerar uma vacina contra o cancro segura e personalizada que poderia ser usada para tratar uma variedade de tipos de tumor".

Antes da vacinação, os participantes do ensaio tinham uma probabilidade muito alta de recorrência da doença. 13 pacientes receberam a vacina da equipe Mount Sinai:  destes, 10 tinham diagnóstico de tumor sólido e três tinham mieloma múltiplo.

Após um acompanhamento médio de 880 dias, quatro pacientes ainda não apresentavam evidências de cancro, quatro estavam a receber linhas de terapia subsequentes, quatro morreram e um decidiu não continuar o estudo. A vacina foi bem tolerada e aproximadamente um terço dos pacientes desenvolveu reações leves no local da injeção.

O principal objetivo de um estudo de fase 1 é determinar a segurança de um tratamento experimental, o que foi alcançado neste estudo. Os investigadores também viram os benefícios iniciais potenciais da vacina depois que os exames de sangue de um dos pacientes mostraram uma resposta imunológica à vacina, e dois outros pacientes tiveram uma resposta robusta à imunoterapia depois - resultados que são normais após serem expostos a uma vacina contra o cancro.

Opinião
James Parkinson, o médico inglês que “emprestou” o seu nome à doença que tão bem veio a descrever an

A Doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum e cursa, devido à degeneração e morte de um grupo particular de neurónios, com níveis anormalmente reduzidos de um neurotransmissor chamado dopamina. Caracteriza-se pela presença de sintomas motores (principalmente lentificação dos movimentos, rigidez e tremor de repouso) e não-motores (como alterações do humor, do sono ou da cognição, por exemplo).

Existem diversos tratamentos disponíveis, incluindo vários tipos de medicamentos que procuram repor os níveis de dopamina ou substituir a sua função. Em casos selecionados pode recorrer-se a intervenções cirúrgicas, entre as quais a estimulação cerebral profunda é a mais comum. Infelizmente não há, para já, uma cura ou mesmo uma forma de impedir que a doença venha a progredir com o tempo.

Nem tudo se resume a medicamentos

Em relação a tratamentos, nem tudo se resume a medicamentos e intervenções cirúrgicas. A adoção de um estilo de vida saudável e equilibrado deu já provas de ter utilidade neste contexto, não só em termos de melhoria de sintomas para quem tem Doença de Parkinson, mas também em termos de prevenção e de diminuição do risco de vir a padecer da doença. Permita-me então que deixe aqui dois conselhos que julgo serem de préstimo para todos.

Coma com qualidade

Mais do que reforçar o consumo de um ou outro alimento em particular, os dados científicos disponíveis sugerem que a adoção de uma dieta saudável em geral pode ser a atitude com maior benefício, sobretudo em termos de prevenção.

Neste ponto, em Portugal, temos a tarefa facilitada, uma vez que a dieta mediterrânica (assentando no consumo frequente de produtos vegetais e de peixe, no azeite como principal fonte de gordura e na água como principal bebida) é precisamente aquela que deve encorajada. Não há desculpas…

Ainda em relação à dieta, outra das medidas recomendadas e comprovadas cientificamente é o consumo de cafeína, seja na forma de café ou de chá, estando esta associada a uma redução (que em alguns estudos chegou aos 25-30%) no risco de Doença de Parkinson.

Mexa-se

É hoje consensual que a atividade física tem um benefício significativo no âmbito da Doença de Parkinson, seja como medida de prevenção ou como parte da sua abordagem terapêutica. Qual é a melhor atividade física? Quantas vezes e por quanto tempo? Em que situações?

Devido à heterogeneidade dos estudos já desenvolvidos torna-se difícil a formulação de recomendações uniformes relativamente ao tipo, frequência e intensidade de atividade física adequada para cada fase da doença. A boa notícia é que há várias opções por onde escolher.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) está a promover um inquérito online sobre informação e necessidades...

O principal objetivo deste estudo é conhecer os pensamentos de pais e cuidadores de crianças com anomalias congénitas sobre a informação que receberam acerca da condição de saúde dos seus filhos e as suas experiências de suporte. Os responsáveis por este estudo esperam também que os seus resultados ajudem a compreender as necessidades de pais e cuidadores e desenvolver ações que possam melhor apoiar as famílias de crianças com anomalias congénitas na Europa.

Podem participar neste inquérito pais ou cuidadores (incluindo adotivos ou famílias de acolhimento) de uma criança até aos 10 anos de idade, nascida com uma ou mais das seguintes condições de saúde: Fenda labial (com ou sem fenda do palato); Espinha bífida; Doença congénita cardíaca que implicou intervenção cirúrgica; Trissomia 21. O inquérito inclui ainda uma secção sobre o modo como a pandemia de COVID-19 pode ter afetado as crianças, os seus cuidados médicos, suporte e vida familiar.

Financiado pelo Programa Horizonte 2020 e coordenado pelo St George Hospital em Londres, o projeto EUROlinkCAT tem como objetivo geral investigar as necessidades e conquistas de saúde e educacionais, de crianças com anomalias congénitas na Europa durante os seus primeiros 10 anos de vida. O projeto visa ainda aumentar e potenciar o conhecimento sobre a sobrevivência, saúde, determinantes de doença e percurso clínico das crianças de acordo com as suas anomalias específicas.

O RENAC é um registo nosológico de base populacional que recebe notificações de casos com anomalias congénitas nascidos em Portugal e tem como objetivos a monitorização e a vigilância epidemiológica das anomalias congénitas, assim como a monitorização de agregados no espaço e no tempo e a investigação dos determinantes, consequências e medidas preventivas destas condições. O Registo recebe notificações de anomalias congénitas diagnosticadas em recém-nascidos, em fetos mortos e nos fetos submetidos a interrupção médica da gravidez.

 

Boletim Epidemiológico
Portugal registou, nas últimas 24 horas, cinco mortes e 694 novos casos de infeção por Covid-19. Nos cuidados intensivos estão...

Segundo o boletim divulgado, foram registadas mais duas mortes nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e norte, associadas ao novo coronavírus, desde o último balanço. Algarve tem mais uma morte a assinalar. As restantes regiões do país, incluindo as regiões autónomas da Madeira e Açores, não registaram nenhum óbito.

Quanto ao número de novos casos, o boletim epidemiológico divulgado hoje, pela Direção Geral da Saúde, mostra que foram diagnosticados 694 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo contabilizou 234 novos casos e a região norte 220. Desde ontem foram diagnosticados mais 69 na região Centro, 37 no Alentejo e 73 no Algarve. No arquipélago da Madeira foram identificadas mais 25 infeções e nos Açores 36.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 486 doentes internados, menos nove que ontem. No entanto, as unidades de cuidados intensivos passaram a ter mais seis doentes internado. Atualmente, estão em UCI 128 pessoas.

O boletim desta sexta-feira mostra ainda que, desde ontem, 628 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 783.523 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 25.900 casos, mais 61 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 690 contactos, estando agora 16.872 pessoas em vigilância.

Estudo
Investigadores do VA Boston Healthcare System, da Universidade de Cambridge, do Instituto Europeu de Bioinformática da EMBL ...

Utilizando estes métodos, os investigadores identificaram as proteínas IFNAR2 e ACE2 como alvos de potenciais fármacos para a gestão precoce da Covid-19. Embora estudos anteriores se tivessem centrado principalmente na identificação de tratamentos para doentes já hospitalizados ou gravemente doentes, este estudo visou identificar fármacos que poderiam ser reutilizados para a gestão precoce do Covid-19.

A investigação, publicada na revista Nature Medicine, apela a ensaios clínicos em fármacos direcionados para as proteínas IFNAR2 e ACE2 para ajudar a prevenir a hospitalização dos doentes. A prescrição destes fármacos após o diagnóstico de Covid-19, mas antes que as suas condições exijam hospitalização, pode ajudar a minimizar os sintomas e reduzir o número de pacientes que necessitam de cuidados críticos.

Prevenção da hospitalização por Covid-19

Para identificar todos os genes codificadores de proteínas que servem como alvos para medicamentos ou fármacos aprovados no desenvolvimento clínico, os investigadores usaram métodos de análise computacional e a base de dados de bioatividade do ChEMBL. Esta abordagem identificou 1.263 genes suscetíveis à terapêutica. Em seguida, investigaram a prevalência de variantes genéticas nestes genes dentro de dois grandes conjuntos de dados genéticos do Programa Veterano do Milhão de VA e da CoVID-19 Host Genetics Initiative. Um total de 7.554 doentes hospitalizados com Covid-19 e mais de um milhão de controlos foram incluídos na análise. Esta abordagem forneceu provas genéticas para os fármacos que visam duas proteínas: ACE2 e IFNAR2.

"Quando iniciámos este projeto, a maioria dos testes Covid-19 estavam a ser feitos em pacientes hospitalizados", diz Juan P. Casas, epidemiologista médico do Sistema de Saúde VA Boston. "Muito poucos tratamentos estavam a ser testados para dar aos pacientes no início da história natural da doença. No entanto, à medida que a disponibilidade de testes contra o coronavírus aumentou, abriu-se uma oportunidade para identificar e tratar os doentes com Covid-19 antes de progredirem para formas mais graves da doença que exigem hospitalização."

"Mesmo que as vacinas eficazes contra o vírus SARS-CoV-2 estejam a ser lançadas em todo o mundo, ainda é muito importante identificar os fármacos que podemos usar para o tratamento da Covid. Ter uma melhor compreensão dos fármacos que poderíamos usar para prevenir a progressão da doença pode salvar vidas", diz Andrew Leach, Chefe de Biologia Química da EMBL-EBI.

Uma abordagem computacional

"A descoberta de novos fármacos geralmente demora muito tempo e isso não é o ideal tendo em conta a urgência da pandemia", diz Anna Gaulton, Coordenadora do Grupo ChEMBL na EMBL-EBI. "A base de dados do ChEMBL permite-nos identificar rapidamente os alvos proteicos dos fármacos e compostos atualmente disponíveis em ensaios clínicos tardios. Cruzar esta informação com os resultados das análises genéticas permite-nos identificar potenciais novas oportunidades de reaproveitamento de fármacos para o tratamento da Covid-19."

"Usamos associações genéticas medidas em conjuntos de dados humanos em larga escala para prever os efeitos dos fármacos", diz Claudia Giambartolomei, investigadora do IIT. "Uma vez identificados os instrumentos genéticos corretos, estas associações podem ser usadas para ligar um gene que codifica um alvo de fármaco a uma doença sem esperar pelos resultados dos ensaios clínicos. Este trabalho constituiu um esforço colaborativo muito emocionante, onde especialistas de diferentes áreas se reuniram e rapidamente responderam a uma necessidade urgente."

O artigo pode ser consultado aqui: Actionable druggable genome-wide Mendelian randomization identifies repurposing opportunities for COVID-19

Literacia em Saúde
A Plataforma Saúde em Diálogo, responsável pelo desenvolvimento, operacionalização e gestão do projeto Espaço Saúde 360º...

A parceria tem como objetivo fortalecer a implementação de estratégias de apoio e capacitação dos idosos mais vulneráveis da região, promover a divulgação do projeto no Algarve e apoiar na referenciação de utentes que reúnam os critérios de inclusão nas atividades do Espaço Saúde 360º Algarve, em Faro.

A assinatura oficial da parceria contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Faro, Rogério Bacalhau, com o Vereador da Ação Social e Saúde, Carlos Baía, com o Chefe de Divisão de Intervenção Social e Políticas Participativas, João Neves, com a Diretora do Departamento Desenvolvimento Social e Educação, Ana Sofia Pina e com o Chefe de Gabinete do Presidente, Henrique Gomes. A Plataforma Saúde em Diálogo esteve representada por Jaime Franco Melancia, membro da direção, Joana Viveiro, Direção Executiva da Plataforma, Ricardo Valente Santos, Gestor do Projeto Espaço Saúde 360º Algarve e Débora Silva, Técnica do Projeto.

“Esta parceria é fundamental para nos ajudar a ir mais longe e a chegar a mais cidadãos. Este protocolo é um passo na direção certa para revigorarmos a região do Algarve no que à área da literacia em saúde diz respeito. Neste momento, apesar da conjuntura pandémica e do confinamento, contamos já com 100 beneficiários, mas a ambição para os próximos dois anos é alcançar os 500, alargando o projeto a várias freguesias do interior algarvio, de forma a impulsionar a qualidade de vida dos idosos e da comunidade, especialmente fora dos grandes centros urbanos”, refere Jaime Franco Melancia.

O Espaço Saúde 360º Algarve tem como objetivo combater o problema social da iliteracia em saúde através de um conjunto de atividades de promoção da saúde, bem-estar, prevenção da doença e de uma abordagem centrada no cidadão e assente em parcerias e colaborações locais, tais como municípios, freguesias, instituições particulares de solidariedade social, associações de doentes e outras entidades públicas e privadas da área social e da saúde.

Esta iniciativa, inspirada pelas diretrizes e objetivos macro definidos no Plano de Ação para a Literacia em Saúde 2019-2021, da Direção Geral da Saúde, está alinhada com os princípios da coesão social e territorial. É apoiada pelo Programa de Promoção da Operacional Regional do Algarve (CRESCAlgarve) e pela Portugal Inovação Social, através de Fundos da União Europeia.

Dia Mundial do Parkinson | 11 de abril
A Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson (APDPk) vai assinalar o Dia Mundial da Doença de Parkinson (11 de abril) com...

“Com a pandemia e a maior dificuldade no acesso aos médicos, têm vindo a surgir muitas questões relacionadas com esta doença. Como tal, e como neste momento não é possível realizar sessões presenciais, optámos por nos afastar do modelo habitual e decidimos ir ao encontro dos nossos associados por via digital”, explica Ana Botas, Presidente da APDPk. 

Até dia 19 de março a associação esteve a recolher as dúvidas mais frequentes relacionadas com a doença de Parkinson e que tenham surgido durante o período pandémico. Para esclarecer estas questões, a associação conta com o apoio de Rui Vaz e de Maria José Rosas, respetivamente neurocirurgião e neurologista do Centro Hospitalar e Universitário de São João no Porto, numa sessão que será lançada no website da APDPk no dia 11 de abril. 

O contexto pandémico trouxe desafios que, mediante a capacidade hospitalar, se procuraram minimizar para garantir o melhor tratamento possível destes doentes, procurando manter, sempre que possível, as cirurgias de estimulação cerebral profunda (DBS) para tratamento da doença de Parkinson. 

“Esta iniciativa surge no sentido de melhorar o esclarecimento sobre a doença, mas também sobre os tratamentos disponíveis para quem vive com Parkinson”, explica Rui Vaz, neurocirurgião no Centro Hospitalar e Universitário de São João, acrescentando: “No nosso hospital, consideramos muito importante esta proximidade com a APDPk. Os hospitais têm de estar virados para fora e têm de estar em sintonia com as associações. Além de uma função assistencial no tratamento dos doentes, há também uma outra função no hospital: a de prestar esclarecimentos aos doentes”.  

E “estas ações são importantes para garantir que os pacientes têm consciência da doença, das medicações e dos apoios que podem ter. Sendo realizadas online, torna-se ainda mais fácil e cómodo chegar a estas pessoas, que acabam por conseguir ver algumas das suas questões esclarecidas”, refere Maria José Rosas, neurologista no Centro Hospitalar de São João. 

“Infelizmente, não conseguimos responder a todas as dúvidas, mas fizemos questão de abordar as mais frequentes. E mesmo que não tenham perguntado nada, é importante assistir à sessão, porque, por vezes, as questões dos outros são também as nossas”, apela Ana Botas, que explica que “neste tempo, durante o qual o acesso à rua está mais limitado, há um agravamento de quedas, sendo que o confinamento, o aumento da ansiedade, a falta de exercício físico e acesso à rua agravam a qualidade de vida destes doentes”. 

Ainda de acordo com Ana Botas, isto acontece, porque “a falta de atividade física acaba por provocar uma maior atrofia muscular. Consequentemente, haverá uma maior probabilidade de queda, sendo esta a principal razão pela qual as pessoas dão entrada no hospital e uma das principais causas de morte”, acrescenta. 

Para contrariar esta tendência, a associação tem ainda em andamento vários projetos de apoio psicológico e fisioterapia que se destinam a doentes e cuidadores. O objetivo passa por colmatar a falta de sessões de fisioterapia e apresentar estratégias para lidar com a depressão e ansiedade. 

Além disso, a APDPk mantem ainda em andamento o projeto “Lado a Lado”, que engloba videochamadas via Zoom ou chamadas telefónicas de apoio gratuitas para associados, sendo que existe inclusivamente a opção de receber exercícios por correio para garantir que as pessoas que não têm acesso às novas tecnologias conseguem prevenir as consequências do confinamento. 

Joaquina Castelão, Presidente da FamiliarMente
Criada com o objetivo de dar voz àqueles que sofrem de doença mental grave no país e suas famílias,

Em que ano nasceu a FamilarMente e o que impulsionou a sua criação?

A FamiliarMente, Federação Portuguesa das Associações das Famílias de Pessoas Com Experiência de Doença Mental, surgiu por iniciativa dum grupo de dirigentes de Associações de Famílias de Pessoas com Doença do Foro Mental, sedeadas em várias regiões do país, com o objetivo de criar uma federação de associações, de âmbito nacional, que desse voz às famílias e de forma organizada, na defesa dos seus direitos e para contribuir para a melhoria das condições de vida, de saúde e de bem estar, das próprias e dos seus familiares portadores de doença mental. A consolidação do projeto da federação, levou cerca de 1 ano e meio e implicou a realização de reuniões mensais, em Lisboa, com a presença de representantes das Associações que foram responsáveis pela elaboração dos estatutos, formalização dos registos preliminares e organização da documentação inerente às doze Associações, membros fundadores e que subscreveram a outorga da escritura de constituição da FamiliarMente e respetivos estatutos, em 31 de março de 2015.

Quantas associações integram a Federação?

À data da constituição e outorga da escritura, eram 12 Associadas e membros fundadores. Presentemente, são 14 Associações filiadas e sedeadas em vários distritos: Braga, Coimbra, Guarda, Lisboa, Portalegre, Porto e Santarém.

Tendo em conta a sua missão, que atividades têm vindo a desenvolver desde que foi criada?

A atividade que a FamiliarMente desenvolve em consonância com os objetivos estatutários e os planos de atividade anualmente aprovados em assembleia geral, para em representação das Associações de Famílias filiadas, exercer o direito de participação pública em saúde mental, na defesa dos direitos e legítimos interesses das famílias, enquanto cuidadoras informais e contribuir para a melhoria das condições de vida, de saúde e bem estar, dos seus familiares com doença mental, sem voz ativa e estigmatizados pela sociedade.

Desde a primeira hora, a FamiliarMente apresentou-se à sociedade e aos órgãos de soberania e de governação, solicitando audiências e reuniões, para expor as necessidades sentidas pelas famílias, em matéria de cuidados e respostas de saúde mental e medidas de apoio aos cuidadores informais e, contribuir para o desenvolvimento das medidas preconizadas no Plano Nacional de Saúde Mental, cuja concretização deveria ter sido concluída no ano de 2016 e que na presente data, Março de 2021, muito ainda está por fazer. Desde a sua constituição, é ouvida com regularidade pela Comissão Parlamentar de Saúde e Comissão Parlamentar do Trabalho e Segurança Social, pelos Grupos Parlamentares dos Partidos Políticos com representação na Assembleia da República, assim como junto dos titulares das pastas da Saúde e da Segurança Social, da Direção do Programa Nacional para a Saúde Mental da Direção Geral de Saúde e da Coordenação Nacional da Rede de Cuidados Continuados Integrados de Saúde. Junto da Presidência da República, também a FamiliarMente teve oportunidade de ser recebida, em audiência concedida pela Sr. Presidente da República, em 15 de maio de 2017 e desde então, mantém contactos regulares com a Casa Civil, mantendo o Sr. Presidente da República a par da situação da Saúde Mental.

Na defesa da implementação das primeiras respostas de cuidados continuados integrados de saúde mental, a FamiliarMente lançou uma Petição Pública, em Outubro de 2016, com o título “Urgente, Orçamento e Respostas Para a Saúde Mental”, que após audições na Comissão de Saúde Parlamentar, resultou na apresentação de projetos de resolução, por parte dos Partidos Políticos do BE, CDS, PCP e PSD e que foram levadas a sessão plenária da Assembleia da República, resultando na aprovação por unanimidade, duma só Resolução da Assembleia da República, publicada em diário da república, de 11 de Agosto de 2017, com o nº 213 e que faz várias recomendações ao Governo para a execução de um vasto conjunto de medidas de saúde e de saúde mental.

Os Encontros Nacionais, são também uma atividade de relevo e muito participados pela sociedade civil, são organizados anualmente com a colaboração da Direção do Programa Nacional para a Saúde Mental da Direção Geral de Saúde. Este ano, a FamiliarMente realiza o VI Encontro Nacional, que terá lugar a 21 de maio de 2021, por via digital, subordinado ao tema “Democratização da Saúde Mental – Participação Pública em Saúde”.

No exercício do direito de participação pública em saúde, a FamiliarMente é membro efetivo dos seguintes órgãos consultivos: Conselho Nacional de Saúde (CNS); Conselho Regional de Saúde Mental da ARLVT; Comissão Consultiva para a Participação de Utentes e Cuidadores da área da Saúde Mental) CCPC-DPNSM); EUFAMI, Federação Europeia das Associações das Famílias de Pessoas Com Doença Mental; E assiste às sessões plenárias do Conselho Nacional de Saúde Mental. Integra também, Grupos de Trabalho e de Investigação, sobre temas relacionados com as boas práticas de serviço social em saúde mental, a prevalência da doença e carga e custo da doença mental grave que é suportada pelas famílias.

Participa e promove campanhas de sensibilização na promoção da saúde mental, no combate ao estigma e para a equidade e igualdade de acesso ao tratamento. Em termos de intervenção e participação em eventos científicos e similares, a FamiliarMente é convidada regularmente para abordar temas relacionados com a prevalência da doença mental, o estigma, a carga e custos da doença mental grave, o acesso a tratamento, as necessidades identificadas pelas famílias e doentes, a promoção da saúde mental, a execução do Plano Nacional de Saúde Mental. O modelo de financiamento da Saúde Mental, medidas de apoio aos Familiares, o regime de internamento compulsivo, a lei do maior acompanhado e dos direitos humanos e das pessoas com deficiência.

Nos órgãos de comunicação social, também a FamiliarMente tem participado em programas dedicados à saúde mental e concedido entrevistas, escritas e radiofónicas. Recentemente, a FamiliarMente, representada pela Presidente da Direção, foi nomeada por despachos conjuntos das Srs. Ministras da Justiça e da Saúde, membro da Comissão de Acompanhamento do Execução do Regime Jurídico do Internamento Compulsivo, triénio 2020/23 e do Grupo de Trabalho, constituído para apresentação de proposta de revisão da Lei de Saúde Mental.

De um modo geral, que diagnóstico faz da Saúde Mental do país?

Em Portugal, a Saúde Mental continua o parente pobre, sendo a área da Saúde em que o Estado menos investe e que em termos de Orçamento Geral do Estado, fica sempre com a “fatia menor”, embora todos os indicadores, inclusive os estudos da OMS, apontem para a crescente incidência e prevalência da doença mental, inclusive da doença mental grave, situação que se tem agravado desde o início da Pandemia provocada pela Covid19 e que afeta a população há mais de um ano.

Podemos afirmar que a doença mental atinge de forma direta, 25% da população e de forma indireta (as famílias), igual percentagem, pelo que deveria ser alvo de maior atenção por parte dos principais responsáveis pelas políticas de saúde e de maior investimento. A falta de execução das medidas preconizadas no Plano Nacional de Saúde Mental, cuja conclusão deveria ter aido 2016 e o alargamento e diversificação da rede nacional de cuidados continuados integrados de saúde mental, assim como, a criação de respostas para doentes mentais complexos, assegurando-lhes a continuidade de cuidados em saúde mental ao longo da vida e, o acompanhamento e apoio às famílias que assumem o papel de cuidadores de forma voluntária e sem preparação e que a atual legislação das medidas de apoio ao cuidador informal, deixa a descoberto, pois os cuidadores de doentes mentais graves e complexos, podem não sofrer de incapacidades físicas mas ficam igualmente limitados e incapacitados, a nível cognitivo e psicossocial e com necessidade de acompanhamento permanente.

Sabendo que Portugal é o segundo país com a mais elevada prevalência de doenças psiquiátricas da Europa, e que apenas 10% dos doentes recebe tratamento adequado, o que tem de mudar para cuidarmos de forma eficaz da saúde mental dos portugueses?

O acesso ao diagnóstico atempado e ao tratamento adequado, é um dos problemas que afeta a saúde mental e que urge sanar. É um “drama” vivido pelas pessoas doentes e pelas respetivas famílias que se arrasta há décadas. A iliteracia em saúde, a falta de informação sobre os cuidados e serviços de saúde mental disponibilizados pelo sistema de saúde publico (SNS) e pelas instituições do setor social convencionado, também são entraves no acesso a cuidados e respostas de saúde mental. Também a escassez de cuidados de saúde mental de proximidade, prestados por equipas multidisciplinares, que deveriam ser criadas e desenvolvidas pelo território nacional, em função do número de habitantes, continua a ser um dos entraves no acesso e na equidade ao tratamento da doença mental. Acresce ainda a desigualdade que se verifica no tratamento da doença mental grave, comparativamente ao tratamento da generalidade das doenças orgânico e funcionais, por não ser comparticipado a 100%, pelo SNS, o que também contribui para dificultar o acesso á saúde mental, prejudicando o tratamento dos doentes que por falta de recursos financeiros, deixam de cumprir o seu plano terapêutico.

Tendo em conta estes dados, e sabendo que a doença mental tem um enorme impacto socioeconómico, por que continuamos a evitar falar sobre ela? Diria que o estigma é, em parte, um dos obstáculos ao acesso à saúde?

O Estigma, continua a ser real em pleno século XXI, por medo e desconhecimento, constitui um entrave difícil de ultrapassar, sobretudo no que à inserção social e profissional respeita, quer dos doentes, quer das famílias. Muito há a fazer nesta área, por exemplo, através de campanhas adequadas e continuadas, com exemplos de sucesso, melhorando a literacia em saúde, sensibilizando a sociedade, sobretudo as gerações mais jovens, pois é um problema que levará décadas a esbater.

De um modo geral, quais são as principais dificuldades sentidas por parte das famílias do doente com doença mental grave?

As dificuldades das famílias são várias e de diferentes dimensões, como já ficou patente nas respostas anteriores. Ao nível do diagnóstico, as dificuldades de acesso e equidade aos cuidados de saúde e saúde mental.

Ao nível do tratamento e estabilização de sintomas, a falta de equidade e de acesso aos cuidados de saúde mental, aos tratamentos, farmacológicos, psicoterapêuticos e sociais, é uma realidade que urge resolver, criando equipas multidisciplinares de saúde mental, disponibilizando os fármacos para a doença grave e outras intervenções terapêuticas e psicossociais, a ser feitas de forma integrada e multidisciplinar.

Ao nível dos cuidados continuados, urge aumentar e diversificar as respostas, adequando-as às necessidades dos doentes, tendo em conta a incapacidade psicossocial e outras limitações cognitivas, decorrentes da patologia mental.

Ao nível da empregabilidade, urge criar medidas de apoio ao emprego protegido, a empresas de inserção e de apoio à criação do próprio emprego, atendendo à vulnerabilidade a que ficam expostos os doentes e à imprevisibilidade da doença.

Para os doentes mentais graves e complexos, há que criar estruturas residenciais de cuidados de continuidade, sobretudo para os doentes que deixam de ter suporte familiar.

Para as famílias, criação de medidas adequadas ao nível do cuidado que presta ao familiar e acautelar o seu descanso que deve ser periódico e, meios de sobrevivência adequados, quando é obrigada a deixar de exercer atividade profissional remunerada, para poder cuidar, acautelando os custos básicos e as despesas com a saúde.

Uma vez que falamos em doença mental grave, que patologias se enquadram nesta definição?

As famílias, não são profissionais de saúde e não saberão elencar todas as patologias mentais graves, mas sabem que gravidade das mesmas depende do acesso ao tratamento e que a sintomatologia pode agravar-se e tornar-se crónica, sem tratamento adequado. Pela experiência adquirida, as Famílias sabem que entre as doenças mais graves, estão a Esquizofrenia e Bipolaridade, pois mesmo quando sujeitas a tratamento, com o passar dos anos, os sintomas persistem e incapacitam os doentes, sobretudo ao nível psicossocial e cognitivo.

Sabendo que a FamiliarMente foi nomeada, em 2020, para integrar a Comissão de Revisão da Lei de Saúde Mental, que contributo espera trazer a esta área tantas vezes subvalorizada?

Da parte das famílias, são muitas as expectativas, por exemplo, relativas ao cumprimento dos direitos humanos, dos direitos das pessoas com deficiência, dos doentes mentais e dos utentes do SNS, ao acesso equitativo, a todos os cuidados de saúde e de saúde mental, aos cuidados continuados integrados e à continuidade de cuidados para doentes mentais complexos e sem suporte familiar, à melhoria das condições de alojamento e de assistência no tratamento em regime de internamento em unidade hospitalar, seja voluntário ou compulsivo, às medidas de apoio à recuperação global do doente e que devem incluir tratamento, estabilização, reabilitação psicossocial e, medidas de apoio à inserção social e profissional, em diversas áreas (educação, emprego, habitação, justiça, social) e para a sua concretização, implicará a reforma da Saúde Mental, o modelo de organização e financiamento, a criação duma carteira de serviços, e por fim, assegurar a efetiva participação das famílias e dos doentes, em órgãos consultivos e no acompanhamento e avaliação dos cuidados prestados.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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