12.ª Edição
A Angelini Pharma Portugal organiza pelo 12.º ano consecutivo os Angelini University Award (AUA!), uma iniciativa dirigida a...

A Conferência “Reflexões AUA! Como será o futuro pós pandemia” conta com a participação do Vice-Almirante Gouveia e Melo, ex-coordenador da Task Force do plano nacional de vacinação, do especialista Daniel Sampaio, escritor e psiquiatra, que abordará o tema a pandemia e a saúde mental trazendo para o debate a sua experiência pessoal de infeção pelo SARS-CoV-2.

Durante a conferência vai também ser apresentado um estudo sobre “Necessidades não atendidas e soluções para crises em saúde em Portugal”, que levará a um debate de especialistas com a participação de Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos (OM); José Artur Paiva, Diretor do Serviço de Medicina Intensiva do Centro Hospitalar de São João; Nuno Jacinto, Presidente Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar e Luís Madeira, Vice-presidente da Associação Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental.

A Cerimónia de Entrega de Prémios, a decorrer durante a tarde, conta com o anúncio dos dois trabalhos vencedores da 12.ª edição dos AUA!, que vão receber um prémio no valor de 10.000€ (1º) e de 5.000€ (2º prémio). Do painel de jurados da edição de 2021 fazem parte: Ana Paula Martins, Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos; Miguel Guimarães, Bastonário da OM; Miguel Telo de Arriaga, Chefe da Divisão de Literacia, Saúde e Bem-Estar da Direção Geral de Saúde e Miguel Xavier, Subdiretor Presidente do Conselho Científico e Professor Catedrático da Nova Medical School.

Serão distinguidos projetos na área da saúde, relacionados com o tema deste ano, com aplicabilidade prática e que permitam gerar inovação e promover o empreendedorismo jovem. Simultaneamente será entregue o Prémio de Jornalismo, no valor de 2500€, atribuído ao melhor trabalho jornalístico que, ao longo deste ano, se tenha dedicado à temática das soluções de crises em saúde.

O Angelini University Award! já realizou 11 edições e ao longo destes anos já reuniu 689 inscrições, 2320 participantes (estudantes, docentes e especialistas) e 476 projetos submetidos.

Esta é uma iniciativa promovida pela Angelina Pharma que pretende criar oportunidades para os participantes colocarem em prática os seus conhecimentos académicos, aplicados a um projeto próximo da realidade empresarial e social.

A importância do reconhecimento atempado
Estima-se que a depressão possa afetar até 25% dos doentes com esquizofrenia, sendo que esta pode pr

Vários estudos têm demonstrado que a depressão é, a par dos sintomas positivos e negativos, uma das dimensões da esquizofrenia, estando presente em todas as fases da doença. Deste modo, começo por lhe perguntar qual o seu impacto na evolução e prognóstico desta doença mental grave?

O prognóstico depende do timing de instalação dos sintomas depressivos no quadro de esquizofrénico. Percentagem significativa de investigadores descobriram que os sintomas depressivos nas fases iniciais da psicose esquizofrénica fazem prever baixos níveis de sintomas negativos no futuro. Já quadro depressivo durante a remissão da psicose faz prever pior evolução. Depressão no curso de esquizofrenia crónica está associada a risco de recidiva de surto psicótico, internamentos, baixa qualidade de vida, suicídio e os familiares relatam mais stress. Se depressão ocorre após um ano de recuperação de quadro psicótico, aumenta risco de recidiva de novo surto psicótico, já se ocorrer até 1 ano tal não ocorre.

Que sinais podem indicar a existência de depressão entre estes doentes, sendo que pode existir alguma confusão com os sintomas negativos típicos? Como é feito o seu diagnóstico, que critérios devem ser tidos em conta?

Vários estudos sugerem que a depressão pode estar associada a sintomas negativos, e as características comuns são redução de interesse social e pessoal, redução do prazer, diminuição da energia, perda de motivação e abulia. Características distintivas de depressão podem ser identificadas: humor depressivo, distúrbios do sono e apetite, sentimentos de culpa e de desesperança e ideias suicidas sugerem depressão, nos sintomas negativos é mais no embotamento afetivo. Mas mais importante do que medir sintomas discretos é identificar a síndrome em si, por isso a importância de especialista em psiquiatria treinado.

Há ainda o facto de os antipsicóticos puderem induzir sintomas semelhantes ao de quadros depressivos, correto? Que sintomas são estes?

Sim, o agravar os sintomas negativos atrás descritos, como seja diminuição da expressão emocional, apatia, embotamento afetivo, diminuição do sentimento de prazer...

Como se trata a depressão dentro de um quadro esquizofrénico? E quais as complicações associadas ao não tratamento? De acordo com alguns estudos, estima-se que aproximadamente 10% dos doentes com esquizofrenia cometem suicídio, e que em mais de 60% destes o suicídio está associado a sintomas depressivos…

Suicídio é uma das complicações, outro é a não colaboração e isolamento crescente, abuso de substâncias e agravamento do quadro clínico.

O tratamento de quadro depressivo inserido num quadro esquizofrénico, depende de quando surgem os sintomas e da sua severidade, intervenção psicossocial poderá ser suficiente, mas muitas vezes é necessário mudança/escolha de antipsicóticos de segunda geração e eventual uso de antidepressivos.

Sabendo que o plano de tratamento da esquizofrenia deve incluir a família, de que forma esta pode contribuir para o sucesso do mesmo? A que sinais deve a família estar atenta (no que diz respeito a potenciais quadros depressivos)?

Sabemos que um bom suporte familiar está associado com a hipótese de melhor evolução de quadro a longo curso e melhoria no funcionamento social do paciente. No que se refere a sua pergunta em específico, a família deve estar atenta aos sinais de agravamento do quadro de insónia, isolamento crescente, labilidade emocional de novo, discurso de culpabilidade ou com ideação autodestrutiva ......

No âmbito deste tema, que ideias chave devemos reter?

Sintomas depressivos são frequentes entre os primeiros surtos psicóticos, o diagnóstico não é fácil dado que os pródromos da esquizofrenia podem se assemelhar a uma depressão (anedonia, défice de atenção, alterações psicomotoras. A taxa de incidência andará numa percentagem de 25% (variando conforme os estudos de 7% a 68%).

A depressão pode preceder a psicose, surgir no decurso ou numa fase pós-psicótica, com diferentes implicações. Por tudo isto é importante não protelar o tratamento e recorrer a especialista de psiquiatria para evitar danos muito superiores quer no próprio quer no seu agregado familiar/social.

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Bolsa de Jovens Investigadores em Dor 2021
O projeto de investigação clínica intitulado “O papel dos microRNA146a e microRNA155 na Dor e Progressão da Osteoartrose” da...

A equipa de investigadores decidiu debruçar-se sobre a osteoartrose por ser “complexa e ainda pouco compreendida, mas muito frequente”. O objetivo principal do projeto foi avaliar os níveis de expressão do miR146a e miR155 e correlacionar a sua expressão com a dor crónica, e com as alterações estruturais desta patologia. no que respeita a intensidade e repercussão na funcionalidade.

Outro dos objetivos da equipa de investigadores é contribuir para a adaptação e validação de instrumentos que apesar de serem amplamente utilizados para avaliação de osteoartrose não estão validados para a população portuguesa.

Dado o papel dos microRNA na sintomatologia da osteoartrose, e uma vez que não existem biomarcadores de diagnóstico precoce, a equipa pretende, com o projeto, compreender se estes microRNA podem funcionar como futuro biomarcador desta patologia.

A entrega da Bolsa de Jovens Investigadores em Dor 2021 realizou-se no âmbito do Colóquio da Fundação Grünenthal, que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.  A sessão foi dirigida pelo Professor Doutor Walter Osswald, presidente da Fundação Grünenthal.

Promovida pela Fundação Grünenthal, a Bolsa de Jovens Investigadores em Dor destina-se a apoiar a realização de projetos de investigação clínica relacionados com a temática da dor.

 

Chumbo do Orçamento muda estratégia da estrutura sindical
O Sindicato dos Enfermeiros – SE desmarcou a greve agendada para os próximos dias 3 e 4 de novembro, por considerar que ...

No rescaldo da manifestação realizada ontem em Lisboa e depois de reunião entre todos os sindicatos dos enfermeiros, Pedro Costa explica que “a maioria das estruturas concordou que deixamos de ter um interlocutor com poder de decisão”. “Com o chumbo do Orçamento de Estado, é previsível que o primeiro trimestre de 2022 seja governado com recurso a duodécimos”, adianta. Tal significa, recorda, “que não pode ser gasto nem mais um cêntimo do que a verba gasta em igual período de 2021, o que inviabiliza, até aprovação de um novo orçamento, a satisfação das nossas reivindicações”.

Deste modo, adianta o presidente do SE, “este é o momento de os sindicatos recentrarem a sua luta”. “Queremos ouvir o que os partidos têm para nos dizer, de que forma pretendem valorizar a nossa profissão se forem empossados como Governo”, acrescenta. Pedro Costa acrescenta que “não bastam as finais da Liga dos Campeões, as palmas à janela ou os votos de louvor em eventos públicos”. “É fundamental que seja reconhecida, em letra de lei, a equiparação entre contratos CIT e CTFP, o pagamento dos milhares de horas extraordinárias ou a valorização da avaliação quantitativa dos profissionais de enfermagem”, adverte o presidente do Sindicato dos Enfermeiros.

“Os enfermeiros estão cansados de promessas, estamos desmotivados, exaustos após dois anos de uma exigência e dedicação brutais, onde desempenhamos um papel fulcral para ajudar a travar o crescimento da pandemia de COVID-19 em Portugal”, lembra. Pedro Costa salienta, também, que “a taxa de absentismo entre os enfermeiros está a crescer de forma significativa, porque muitos estão em risco de burnout”. Por isso, é “urgente ajudar os enfermeiros”, alerta este dirigente, que teme que a ocorrência de um período de Inverno muito rigoroso e exigente em termos de procura pelos serviços de saúde do SNS, “levem os enfermeiros à exaustão total e acabem por entrar de baixa, debilitando ainda mais os serviços que já de si estão deficitários de recursos humanos”.

Por tudo isso, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros – SE diz não compreender como o Governo ainda em funções foi incapaz de querer resolver todos estes problemas, “quando até o vice-almirante Gouveia e Melo reconheceu que os enfermeiros foram o pilar do Serviço Nacional de Saúde nos últimos dois anos”. “Esperemos que haja maior disponibilidade do próximo Executivo”, frisa.

“Pandemia VIH – Novos Desafios em Tempos de Outra Pandemia”
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) vai realizar nos próximos dias 12 e 13 de novembro, no Hotel de Guimarães, em...

Com o objetivo de atualização técnica e científica, as XX Jornadas do NEDVI decorrem este ano sob o lema “Pandemia VIH – Novos Desafios em Tempos de Outra Pandemia”.

Com sessão de abertura, agendada para as 15h30, de sexta-feira dia 12, o programa tem arranque com a conferência “Importância da Creditação de competência em VIH/da creditação de competências em Medicina Interna”, com José Vera, coordenador do NEDVIH como presidente, e António Oliveira e Silva, como conferencista.

Com moderação de Helena Sarmento e Cristina Teotónio segue-se um momento de reflexão dedicado a “VIH/COVID 19 – Duas pandemias e duas realidades. O que aprendemos?”, com intervenções subordinadas às temáticas “Impacto da Pandemia na prestação de cuidados (Magda Fernandes); “Impacto clínico imediato e a longo prazo Impacto imunológico do SARS-CoV2 (Carlos Vasconcelos); “SARS-CoV-2 – Impacto como doença sistémica Doença Cardiovascular (Pedro Guimarães Cunha).

No dia seguinte, o programa tem seguimento com a discussão “Novas estratégias/Novas terapêuticas Moderadores”, que terá moderação de Inês Vaz Pinto e Alexandre Carvalho.

A tarde ficará ainda marcada pela intervenção de Alexandre Carvalho sobre “Modelo organizativo do atendimento em ambulatório a doentes com VIH, no âmbito da Medicina Interna”. 

A 20ª edição das Jornadas do Núcleo de Estudos da Doença VIH (NEDVIH) terminará com a habitual cerimónia de encerramento, desta vez, com discursos de José Vera, Helena Sarmento e Alexandre Carvalho.

Por último, será realizada uma homenagem a Margarida Serrado e António Diniz, pelo contributo prestado no trabalho desenvolvido no campo da infeção VIH.

Saiba mais informações em: https://www.spmi.pt/xx-jornadas-do-nucleo-de-estudos-da-doenca-vih/#1528383229624-4bc09560-ab00

 

Descoberta liderada por professor da Ciências ULisboa publicada na Nature Communications
Uma equipa internacional liderada pelo cientista Cláudio M. Gomes, professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa...

A descoberta, publicada a 1 de novembro de 2021 na revista científica Nature Communications, revela que a proteína S100B atua sobre a proteína Tau, cuja deposição tóxica no cérebro está associada a várias demências e à fase de agravamento da doença de Alzheimer.

“A proteína Tau atua na estabilização dos microtúbulos, as estruturas que mantêm a arquitetura dos neurónios. Contudo, através de uma reação de autoassociação [agregação] anormal, esta proteína adota facilmente uma forma aberrante que leva à sua acumulação nos tecidos. É o que sucede na doença de Alzheimer, em que alterações bioquímicas promovem a libertação da proteína Tau dos microtúbulos, o que desencadeia a sua agregação”, elucida Cláudio M. Gomes, coordenador do estudo.

“Estes depósitos de proteína Tau são tóxicos e matam os neurónios, sendo também libertados para o exterior das células, disseminando a patologia às células vizinhas”, explica ainda o cientista. Na sequência de um estudo anterior desta equipa, sabia-se que a proteína S100B desempenha no cérebro algumas funções protetoras, e que os seus níveis aumentam com o envelhecimento, um conhecido fator de risco para demências.

A descoberta agora publicada mostra que a proteína S100B interage com a proteína Tau nos microtúbulos, dentro das células e que mesmo quando perturbados os microtúbulos com libertação da forma tóxica da proteína Tau, essa interação persiste. Esta observação levou a equipa a estudar como interagem as duas proteínas, e a determinar as respetivas consequências biológicas.

“Investigamos a formação de agregados da proteína Tau ao longo do tempo, e observamos que a mesma é atrasada na presença da proteína S100B”, conta Guilherme Moreira, estudante de doutoramento em Bioquímica na Ciências ULisboa, orientado por Cláudio M. Gomes, e primeiro autor do estudo.

“Claramente havia um efeito inibitório resultante da associação entre as duas proteínas, que descobrimos ser muito dinâmica e ocorrer sobretudo entre a região da proteína Tau responsável pela agregação e uma concavidade na proteína S100B, que sabíamos ter um papel regulatório nestes processos”, explica o jovem investigador, que concluiu a licenciatura e o mestrado em Bioquímica nesta faculdade.

O estudo também revelou que a proteína S100B evita que formas tóxicas da proteína Tau libertadas para o exterior das células corrompam as células vizinhas. Para Cláudio M. Gomes, “este aspeto é muito relevante dado que a proteína S100B é também excretada pelos astrócitos [tipo de célula do sistema nervoso central], pelo que esta descoberta revela uma ampla atividade protetora desta proteína, que atua dentro e fora das células”.

Segundo os investigadores, este resultado é muito relevante no contexto da doença de Alzheimer, dado que o aparecimento de sintomas cognitivos e demência estão associados aos danos causados pelos agregados da proteína Tau, e à disseminação da patologia para múltiplas regiões do cérebro.

“Este estudo desvenda um novo mecanismo biológico de proteção, relevante nas fases iniciais da doença, que se torna ineficiente ao longo do tempo com o crescente acumular de agregados tóxicos no cérebro”, conclui o coordenador desta investigação.

As demências neurodegenerativas associadas à formação de agregados da proteína Tau, como a doença de Alzheimer, afetam milhões de pessoas em todo o mundo.

A expectativa resultante deste trabalho de investigação fundamental é de que a compreensão do funcionamento de moléculas protetoras como a S100B possa inspirar o desenvolvimento de fármacos, com potencial terapêutico, que possam atuar de forma semelhante.

Esta investigação foi desenvolvida em colaboração com investigadores da Universidade de Lille (França), I3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (Portugal), Universidade de Hohenheim (Alemanha) e da University of Texas Medical Branch (EUA).

Da parte da Ciências Lisboa e do BioISI, para além de Guilherme Moreira e de Cláudio M. Gomes, também participaram no estudo a aluna de doutoramento em Bioquímica Joana Cristóvão; as investigadoras doutoradas Andrea Quezada, Filipa Santos e Ana Carapeto; e os professores Mário Rodrigues e Federico Herrera.

Protocolo de Cooperação
O Município do Marco de Canaveses e a APCOI – Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil assinaram hoje um protocolo de...

Através deste protocolo a Câmara Municipal compromete-se a auxiliar as escolas no processo de inscrição e no apoio aos professores, de forma a facilitar a implementação local do projeto.

A Presidente da Câmara Municipal, Cristina Vieira, assume que a promoção de hábitos de vida saudáveis, designadamente através da alimentação, é uma preocupação do atual executivo, sendo o firmar desta parceria mais um passo na estratégia de promoção de saúde do município.

Para a APCOI, esta parceria representa um enorme passo no sentido de difundir esta iniciativa a todas as crianças deste município. “Este acordo, vai permitir-nos chegar já este ano a um maior número de crianças do Marco de Canaveses” adiantou Mário Silva, presidente e fundador da APCOI, sublinhando ainda que este programa que previne a obesidade infantil e as restantes doenças associadas tem como objetivo chegar a todas as escolas do país até 2025".

 

Situação Epidemiológica
Desde ontem foram registados perto de 850 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e quatro mortes em território nacional.

A região de Lisboa e Vale do Tejo e Centro foi a que registou o maior número de mortes: três de um total de quatro. Segue-se a região Norte com um óbito a assinalar, desde o último balanço. 

De acordo com o boletim divulgado hoje pela DGS, foram ainda diagnosticados 844 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que registou a maioria dos casos, nas últimas 24 horas: 332, seguida da região Norte com 239 novas infeções. Desde ontem foram diagnosticados mais 156 casos na região Centro, 26 no Alentejo e 45 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, a Madeira registou mais 19 casos e o arquipélago dos Açores conta agora com mais 27 infeções.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 331 doentes internados, mais 13 que ontem. Também as unidades de cuidados intensivos têm mais cinco doentes internados, estando agora 65 pessoas em UCI.

O boletim desta sexta-feira mostra ainda que, desde ontem, 755 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 1.039.284 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 31.540 casos, mais 85 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 238 contactos, estando agora 22.168 pessoas em vigilância.

Novo dados
De acordo com um novo estudo sueco-alemão, medir os níveis de selénio no sangue em doentes com cancr

Normalmente, quando o médico está a avaliar o prognóstico um doente com cancro da mama, tem em conta o número de linfonodos afetados e o tamanho do tumor. Contudo, de acordo com um novo estudo, medir os níveis de selénio no sangue do doente pode ajudar a melhorar a avaliação.

O selénio é um oligoelemento essencial que obtemos a partir de várias fontes alimentares, e apoia uma série de enzimas específicas - também conhecidas como selenoproteínas - que ajudam a proteger as células contra oxidações indesejáveis, a divisão celular descontrolada e o cancro.

Níveis mais altos de selénio significam melhor proteção

Cientistas da Universidade de Lund, na Suécia, conduziram o estudo em colaboração com investigadores de várias universidades na Alemanha. Mediram os níveis de selénio no sangue de 1.996 mulheres recentemente diagnosticadas com cancro da mama invasivo.

Os cientistas analisaram especificamente o selénio total, a selenoproteína P (SELENOP) e a glutationa peroxidase (GPx3). Os três marcadores de selénio foram inversamente correlacionados com a taxa de sobrevivência e a incidência de cancro. Ou seja, os doentes com níveis mais altos de selénio, selenoproteína P e glutationa peroxidase tiveram uma hipótese substancialmente maior de sobreviver e um risco muito menor de incidência do cancro.

Protege as células contra o stress oxidativo

A taxa de sobrevivência foi aproximadamente 50% maior nos doentes que tinham os níveis mais altos de selénio e os níveis mais altos de selenoproteína P e GPx3. Além disso, os cientistas observaram que a baixa atividade da GPx3 foi associada a um risco aumentado de incidência do cancro. O GPx3 é um dos antioxidantes mais importantes do organismo e tem uma série de funções essenciais, como proteger as células contra os radicais livres prejudiciais que podem causar stress oxidativo.

O cancro da mama é uma doença normalmente associada a níveis elevados de radicais livres potencialmente prejudiciais.

A Europa tem níveis baixos de selénio

O cancro da mama é uma doença com muitos fatores de risco, como a disposição genética e os níveis de estrogénio. De acordo com o novo estudo, à semelhança do que já tinha sido demonstrado anteriormente noutras investigações, o selénio também desempenha um papel importante nesta área.

Os níveis de selénio nos solos agrícolas europeus são baixos, o que significa que os europeus geralmente obtêm pouco selénio a partir dos alimentos, em comparação com pessoas de outras partes do mundo onde os níveis de selénio são mais elevados. Cada vez mais pessoas optam por tomar um suplemento de selénio apenas para prevenção e para garantirem que obtêm quantidades suficientes deste nutriente, que suporta as mais de 25 selenoproteínas dependentes de selénio no corpo.

A levedura de selénio tem o melhor efeito

O selénio está disponível nas formas orgânica e inorgânica. Estudos mostram que as formas orgânicas de selénio são mais facilmente absorvidas e utilizadas pelo organismo. Foi por esta razão que os cientistas escolheram, para o estudo KiSel-10, uma levedura de selénio única, com uma variedade de compostos de selénio orgânico. O estudo foi publicado no International Journal of Cardiology e mostrou claramente que a suplementação com selénio reduziu a mortalidade cardiovascular em homens e mulheres.

 

Fonte:
Serum selenium, selenoprotein P and glutathione peroxidase 3 as predictors of mortality and recurrence following breast cancer diagnosis: A multicentre cohort study
Redox Biology, 2021, 21st of September

Fonte: 
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Acessibilidade condicionada aos cuidados de saúde
A Secção Regional do Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros (OE) continua a receber pedidos de exclusão de responsabilidade...

Até à data, a SRCentro já recebeu 340 pedidos de escusa de responsabilidade por parte dos enfermeiros do serviço de Urgência do CHL.

Estes profissionais continuam a apresentar estes documentos face ao número insuficiente de enfermeiros que compõem a equipa de urgência e à disfuncionalidade da equipa médica que dificulta e condiciona gravemente a atividade destes enfermeiros.

A SRCentro tem questionado insistentemente o Conselho de Administração do Hospital de Santo André sobre quais as medidas que estão a estudadas e implementadas para a resolução imediata dos problemas, porém sem respostas concretas.

Para Ricardo Correia de Matos “a cada turno que passa, são dezenas de pessoas que veem a acessibilidade aos cuidados de saúde fortemente condicionada! Isto não pode continuar!”.

 

Luís Filipe Borges Transforma Jovens Psoriáticos em Atores de Gabarito Mundial
A nova série digital “PSOFriends”, desenvolvida pela PSOPortugal – Associação Portuguesa da Psoríase, junta doentes psoriáticos...

Com a participação de Luís Filipe Borges, ele próprio um portador de psoríase, a série terá no humor e na boa-disposição o veículo que lhe permitirá abordar temáticas mais sérias, frequentes ao quotidiano de quem é psoriático, como o bem-estar mental, a gestão do stress e da ansiedade, a imagem pessoal e autoestima, as comorbilidades, a intimidade sexual, a maternidade, entre outros.

O elenco conta com especialistas médicos e outros numa abordagem complementar e multidisciplinar que envolve a dermatologia, reumatologia, psicologia, nutrição, sexologia e até desporto, para ajudar a falar de uma doença que, para além dos sintomas associados, se reconhece pelos transtornos psicológicos e emocionais que provoca em quem é portador, muitas vezes alvos de estigmatização em sociedade.

“Uma série que retrata a força da amizade e a importância da empatia, que derruba mitos e preconceitos. E vai mesmo mais além, mostrando que ninguém está sozinho e que a aceitação existe, a dos outros e, acima de tudo, a de si próprio. Com leveza e descontração, PSOFriends irá ajudar a sociedade a perceber e a sentir que a psoríase não é contagiosa, não é descuido, não é desleixo.” refere Jaime Melancia, Presidente da PSOPortugal, e acrescenta: “Depois de realizarmos o estudo «Psoríase: o impacto e a gestão da doença nos jovens em Portugal» percebemos que por trás de tudo o que os doentes relatam a viva-voz há uma solidão silenciosa que é preciso combater. E por isso criámos PSOFriends: para que todos saibam e sintam que ninguém está sozinho.”

Com esta série, a PSOPortugal pretende contribuir para a normalização da forma como esta doença é discutida em sociedade. Os primeiros 4 episódios já estão disponíveis nas plataformas digitais da PSOPortugal. A série pode ser vista aqui PSOfriends – Pele sim pele não (psoportugal.pt).

 

Fundação Portuguesa de Cardiologia
Responsável por um quinto dos AVCs em Portugal, a Fibrilhação Auricular é a alteração mais frequente

A Fibrilhação Auricular (FA) caracteriza-se pela irregularidade da contração auricular. Uma irregularidade que pode levar à estagnação do sangue e à formação de coágulos no interior do coração. Caso estes coágulos cheguem à corrente sanguínea, corremos o risco de atingirem as artérias cerebrais, provocando um Acidente Vascular Cerebral.

“O diagnóstico atempado desta arritmia pode ser fundamental na prevenção de complicações como AVCs, insuficiência cardíaca, demência ou mesmo morte súbita. Podemos controlar a FA através da gestão de comportamentos, hábitos de vida e medicação. Quanto mais cedo for detetada, maior a probabilidade de sucesso.”, explica Manuel Carrageta, Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

Fibrilhação Auricular em Portugal e na Europa

A partir dos 40 anos de idade, a prevalência da Fibrilhação Auricular entre os portugueses ronda os 2.5%. Ao passar os 65 anos, uma em cada dez pessoas terá desenvolvido esta arritmia. Na Europa, a estatística mostra que, a cada 15 segundos, há um derrame relacionado com FA.

Embora bastante prevalente, grande parte dos casos de Fibrilhação Auricular é silenciosa. Só se deteta demasiado tarde e depois de deixar sequelas ou de um episódio grave, como é o caso de um Acidente Vascular Cerebral. A deteção precoce e

o controlo desta arritmia são, por isso, fundamentais para a manutenção de uma boa qualidade de vida, sobretudo em determinadas faixas etárias.

A partir dos 65 anos, devemos ter particular atenção a sinais nem sempre claros como batimento cardíaco descoordenado, pulsação rápida e irregular, tonturas, sensação de desmaio, perda do conhecimento, dificuldade em respirar, cansaço, confusão ou sensação de aperto no peito.

É, por isso, aconselhável que, nestas idades, para além do controlo parâmetros como o peso, a tensão arterial ou o colesterol, se avalie o ritmo cardíaco e as pulsações de forma regular. Qualquer pessoa o pode fazer, de forma simples, através da auto-avaliação do pulso.

Prevenção do AVC

Uma vez diagnosticada Fibrilhação Auricular, o risco de AVC pode ser reduzido significativamente através de terapêutica anticoagulante. Tal como na maioria dos países europeus, em Portugal, as normas aconselham a que se ministrem os Novos Anticoagulantes Orais, também conhecidos como NOAC. Consoante a prescrição, a medicação poderá ser tomada uma ou duas vezes ao dia.

O bom controlo desta arritmia, e a consequente manutenção da qualidade de vida dependem, também, do cumprimento escrupuloso da terapêutica. Qualquer alteração, deverá ser validada pelo médico assistente.

No Dia Mundial do AVC, a Fundação Portuguesa de Cardiologia alerta para que esteja atento (pode calcular o seu risco aqui) e para a importância da deteção destas arritmias através de gestos tão simples como a verificação do pulso. Um gesto e 30 segundos que lhe podem salvar a vida.

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12.ª edição do Fraunhofer Portugal Challenge
Alunos de Mestrado e de Doutoramento da NOVA School of Science and Technology | FCT NOVA entre os vencedores do concurso que...

Com uma proposta que visa repensar o ciclo de vida dos dispositivos eletrónicos, que tendem a aumentar exponencialmente, Emanuel Carlos, aluno da FCT NOVA, foi o vencedor da categoria de Doutoramento com uma proposta de repensar o ciclo de vida destes aparelhos. Recorrendo a materiais ecológicos e pensando num processo de produção mais sustentável, este projeto explora o caminho para uma nova era de eletrónica verde e de baixo custo baseada em materiais e processos de produção mais sustentáveis para reduzir o lixo eletrónico gerado, levando a uma menor pegada de carbono dos dispositivos eletrónicos.

Na categoria de Mestrado, a aluna da FCT NOVA Maria Morais obteve o segundo lugar com uma ideia na área da doença da diabetes, e que se propõe a ajudar a resolver a questão dos sensores de glucose, que atualmente requerem uma picada na ponta do dedo de forma a extrair algumas gotas de sangue para a medição. Na tentativa de se desenvolverem métodos mais convenientes e práticos para os pacientes medirem o seu nível de glucose, a alternativa promissora poderá ser uma membrana de um óxido metálico, que tem o potencial de ser utilizada como um simples penso que após cada utilização permite estimar a concentração de glucose absorvida na sua estrutura. Com um processo de produção de três etapas, estas membranas poderão abrir caminho não só para uma nova era de sensores de glucose, mas também para uma variedade de outras aplicações inovadoras.

O painel de avaliação deste concurso de ideias foi composto por um júri que integrou membros do Fraunhofer Portugal AICOS: Liliana Ferreira (Diretora) e Hugo Gamboa (Presidente do Concelho Científico), e do Fraunhofer Portugal AWAM, na figura do Diretor Thomas Haertling. Adicionalmente, o painel contou também com um conjunto de especialistas: Helena Silva (Membro de Conselho de administração do CEIIA e chefe executiva da área de tecnologia), Joana Resende (Pró-reitora da Universidade do Porto), João José Pinto Ferreira (Diretor do Mestrado em Inovação e Empreendedorismo tecnológico da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto), Pedro Almeida (Diretor Executivo do PCI - Creative Science Park) e Pedro Saleiro (Diretor de Investigação da Feedzai).

A 12.ª edição do Fraunhofer Portugal Challenge reforça assim o potencial de inovação tecnológica de utilidade prática do nosso país, com projetos de alunos de mestrado e de doutoramento com foco num futuro mais sustentável.

Pela defesa da saúde pública e os direitos dos utentes
A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) congratula-se com a decisão do Supremo Tribunal de Justiça...

Esta decisão defende a saúde pública e os direitos dos utentes, protegendo-os da prática optométrica por pessoas insuficientemente qualificadas para tal, como é o caso de "cursos e formações" de nível não superior existentes.

Desde há duas décadas que a APLO alerta insistentemente para a existência da prática de atos optométricos em Portugal por pessoas sem a formação suficiente e sem credibilidade, gravosa para a saúde pública, danosa para os direitos dos utentes e prejudicial para a reputação da classe. Tal como no caso brasileiro, observa-se o mesmo padrão de recurso à terminologia envolvendo a palavra optometrista, as suas variações e associações com palavras como ótico. 

Com os seus 1320 Membros, a APLO exige a licenciatura de Optometria por universidade pública portuguesa, como mínimo para admitir os seus Membros e os reconhecer como Optometrista. Como tal, autorregula a profissão e é garantia de que o utente está perante um optometrista, profissional de saúde, devidamente habilitado e qualificado.

 

Durante o Congresso do Grupo de Infeção e Sepsis (GIS).
Um caso clínico que retrata o tratamento de mielite transversa por vírus citomegálico num doente imunocompetente, e uma...

Destacando-se pela pertinência, originalidade, rigor científico e impacto na comunidade médica e nos cuidados a prestar aos doentes, estes trabalhos retratam, por um lado, na área de infeção por CMV, o caso de um homem de 60 anos que se apresentou com um quadro de síndrome medular subaguda, cujo estudo acabou por confirmar uma lesão a nível cervical medular num doente imunocompetente. Através do estudo do líquor revelou-se uma PCR positiva para o vírus citomegálico, configurando o diagnóstico de uma mielite por vírus citomegálico num doente imunocompetente, que foi tratado em conformidade com terapêutica antivírica verificando-se melhoria clínica, imagiológica e analítica.

“Este caso foi relevante no sentido de considerar o vírus citomegálico sempre como uma possível etiologia de infeção do sistema nervoso central em doentes imunocompetentes. O facto de termos uma PCR positiva do vírus no líquor indica, provavelmente, um papel patogénico direto e a necessidade de tratamento com antivíricos”, sublinha a Dr.ª Catarina Caldeiras, Interna de Neurologia, no Centro Hospitalar São João, e autora do trabalho vencedor da iniciativa ID Clinical Cases na área da Infeção por CMV.

Já o trabalho vencedor de ID Clinical Cases, na área das Infeções por bactérias Gram-negativo, descreve o caso de uma senhora de 45 anos com antecedente relevante de um linfoma não-hodgkin cervical já abordado cirurgicamente e com radioterapia, mas que, apesar de estar em remissão, lhe codifica uma alteração arquitetural e funcional da orofaringe e do ádito laríngeo, provocando infeções respiratórias sucessivas adquiridas a nível hospitalar, devido à necessidade de hospitalização recorrente, e ainda a uma gastrostomia de alimentação por fenómenos de aspiração e disfagia intermitentes.

Após uma infeção respiratória adquirida em comunidade, a doente apresentou-se novamente no hospital com um quadro de dispneia, de febre e de respiração ruidosa, que motivou o diagnóstico, logo no departamento de emergência, de um choque séptico. A falha respiratória propiciou a necessidade de entubação e de ventilação mecânica, acabando por ser admitida na unidade de cuidados intensivos. Durante cerca de 70 dias, observaram-se infeções respiratórias sucessivas adquiridas em meio hospitalar com agentes multirresistentes, Klebsiella pneumoniae e pseudomonas aeruginosa, com necessidade de antibioterapia de largo espetro.

Embora se verificasse uma melhoria clínica progressiva, com tentativa de extubação ou, pelo menos, de suspensão de ventilação mecânica, após a doente ser traqueostomizada, houve um agravamento atribuído a uma alteração da capacidade funcional da parte orofaríngea da doente e à colonização bacteriana, que fez com que, cada vez que se tentasse a extubação e uma respiração espontânea ou não associada ao ventilador, a doente agravasse novamente por fenómenos de aspiração sucessivo. Neste sentido, tendo em conta o processo patofisiológico, cujo controlo se previa muito difícil, e a compreensão dos riscos inerentes, acabou por se propor um processo resolutivo cirúrgico com uma amputação laringotraqueal da doente e o encerramento da glote com respiração pelo processo de traqueostomia para tentativa de minimização ou de abolição completa destes fenómenos de aspiração.

A partir desta cirurgia pouco comum, a doente teve uma recuperação surpreendente, com o cessar de episódios de pneumonia adquirida no hospital, não sendo necessário o recurso a antibioterapia e acabando por ter alta 10 dias depois da cirurgia. A doente recuperou a capacidade de alimentação por via oral sem intercorrências e retornou à sua atividade laboral cerca de dois meses depois da alta hospitalar.

“É um caso relativamente fora da caixa com uma resolução, ou proposta de resolução, nada habitual, mas que neste caso era fundamental para o controlo do foco [da infeção] e para a minimização destes episódios, que estavam a tornar-se mais incapacitantes nesta doente com uma lesão progressiva, sendo que o espectável seria continuarem a acontecer, caso esta opção não fosse sugerida”, explica o autor do projeto, Dr. José Pedro Silva, Interno de Medicina Interna, no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental.

No âmbito da iniciativa ID Clinical Cases, foram submetidos 15 casos clínicos na área de Infeção por Citomegalovírus (CMV) provenientes de 9 centros hospitalares, que envolveram 63 profissionais de saúde de seis especialidades médicas distintas. Foram ainda recolhidos 12 casos clínicos na área de infeções por bactérias de Gram negativo multirresistentes de 8 centros hospitalares, que contaram com o contributo de 27 profissionais de saúde de 5 especialidades médicas.

A iniciativa, desenvolvida em parceria com diversas sociedades científicas, pretende estimular a partilha de conhecimento teórico e prático e a discussão multidisciplinar entre especialistas, promovendo, desta forma, o aperfeiçoamento dos cuidados de saúde prestados aos doentes.

Uma conversa informal para desmistificar a doença
No âmbito do Dia Mundial da Psoríase, assinalado a 29 de outubro, a Associação Portuguesa da Psoríase (PSO Portugal), com o...

Além de uma explicação sobre o que é a psoríase e de como se manifesta, o médico dermatologista falará sobre o diagnóstico e os tratamentos inovadores que permitem, atualmente, ao doente manter a sua qualidade de vida. Um dos pontos a focar é também o papel das Associações de Doentes, neste caso da PSO Portugal, no que respeita ao aconselhamento dos doentes e das suas famílias. À conversa estará também uma pessoa com psoríase, que partilhará a experiência na primeira pessoa do que é viver com a doença e os desafios superados desde o momento do aparecimento dos primeiros sinais e sintomas.

A psoríase é uma doença crónica, inflamatória, autoimune e sistémica que se manifesta na pele, geralmente através do aparecimento de lesões vermelhas, espessas e descamativas, que afetam sobretudo os cotovelos, joelhos, região lombar, couro cabeludo e unhas. Estima-se que a doença afete 125 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais cerca de 14 milhões na Europa1. De acordo com PSOPortugal, a doença deverá afetar mais de 200 mil pessoas em Portugal.

A conversa pode ser acompanhada a partir de dia 29 de outubro na página de Facebook da PSO Portugal, através de https://www.facebook.com/PSOPortugal/, no site da PSO Portugal em https://psoportugal.pt/ e no canal de YouTube da PSO Portugal.

 

Entrevista
Em Portugal, estima-se que existam cerca de 250 mil pessoas com psoríase, no entanto, admite-se que

Considerada uma doença sistémica, estima-se que a psoríase afete cerca de 250 mil portugueses. Uma vez que ainda é mal compreendida, começo por lhe perguntar que doença é esta e a que sinais devemos estar atentos?

A psoríase é uma doença inflamatória crónica bastante comum. É uma doença que pode afetar a pele, mas também as unhas e as articulações. Sabemos hoje ainda que a psoríase, nomeadamente nas suas formas moderadas a graves, tem um impacto significativo no risco cardiovascular. Desta forma, os sinais a ter em atenção incluem as lesões típicas da pele – placas eritematosas (avermelhadas) e com descamação esbranquiçada, sendo os locais mais frequentemente afetados o couro cabeludo, cotovelos, joelhos e região sagrada (fundo das costas). Além disso, podem surgir alterações nas unhas, de diversas apresentações, sendo que o dermatologista é o profissional mais indicado para a sua avaliação. Por fim, quando afeta as articulações pode dar dor, que habitualmente melhora ao longo do dia.

A partir de que idade podem surgir as primeiras manifestações da doença? Quais as faixas etárias mais atingidas?

A psoríase pode surgir em qualquer idade, apesar de ser mais comum em adultos do que em crianças. No entanto, existem picos de incidência em algumas idades, como na casa dos 30 e dos 50 anos. Importante ainda realçar que a psoríase afeta de igual forma homens e mulheres.

Apesar das causas exatas ainda permanecerem desconhecidas, quais os fatores de riscos associados a esta doença? E quais as principais complicações?

Sabemos que os fatores genéticos influenciam o risco de uma determinada pessoa vir a ter psoríase. Além disso, existem fatores médicos e comportamentais que aumentam o risco de psoríase, como o tabagismo, obesidade e abuso de álcool.

Quais as comorbilidades mais comuns da psoríase? Por exemplo, qual a sua relação com a diabetes ou com a doença cardíaca?

Tal como referido anteriormente, as formas moderadas a graves de psoríase aumentam o risco cardiovascular. Além disso, pode associar-se a doenças como hipertensão arterial, diabetes ou obesidade. Importante realçar que o controlo destes fatores é essencial na gestão clínica de um doente com psoríase.

Quanto aos tipos de psoríase, quais as principais diferenças entre cada um deles? E qual o mais frequente?

A psoríase tem diversos subtipos, sendo a psoríase crónica em placas o mais comum. Além disso, existem outros subtipos, como a psoríase gutata, psoríase pustulosa e a psoríase eritrodérmica.

Existem ainda algumas variantes regionais como a psoríase inversa, que afeta principalmente as pregas (como axilas, virilhas), e a psoríase palmoplantar. Relativamente às principais diferenças, a psoríase crónica em placas apresenta tipicamente placas eritematosas (avermelhadas) com descamação esbranquiçada, em locais como os cotovelos, joelhos ou couro cabeludo; a psoríase gutata pode surgir com inúmeras lesões de menor dimensão, dispersas pelo tronco e membros; a psoríase pustulosa apresenta pústulas (pequenas “bolhas” com pús no interior) que podem surgir em vários locais do corpo; e a psoríase eritrodérmica é uma forma grave em que mais de 80% da pele do doente está com eritema, além de outras alterações que podem estar presentes.

O que pode ativar ou agravar os sintomas da doença?

 Além dos fatores de risco já referidos, como o tabagismo, obesidade e alcoolismo, que também podem piorar a psoríase, outros fatores que podem agravar a psoríase incluem medicamentos, como betabloqueadores (usados por exemplo para tratar doenças cardíacas e hipertensão arterial), o lítio e fármacos antimaláricos; e infeções víricas e bacterianas, como o VIH e amigdalites bacterianas, esta última em especial ligação à psoríase gutata.

Qual o impacto da doença na qualidade de vida e na saúde mental de quem convive com a psoríase?

A psoríase pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e saúde mental dos doentes. Aliás, existem estudos que mostram que a psoríase pode ter um impacto na qualidade de vida dos doentes semelhante a doenças oncológicas. Além disso, do ponto de vista de saúde mental, a psoríase pode levar a baixa autoestima, disfunção sexual, ansiedade e depressão.

Qual o seu tratamento? Que opções terapêuticas se encontram disponíveis? E quais os principais desafios quanto a esta matéria?

Felizmente, hoje em dia dispomos de muitas opções de tratamento para a psoríase. Desde tratamentos tópicos (como cremes, pomadas) até à fototerapia ou tratamentos sistémicos (orais e injeções), o controlo da psoríase é hoje muito diferente do conseguido há algumas décadas. Não só houve evolução constante no tratamento tópico, com algumas opções e formulações recentes que permitem o controlo da maioria dos doentes com formas leves, como uma revolução no tratamento dos doentes graves, com o surgimento dos chamados fármacos biológicos. Em particular, os fármacos biológicos apresentam características que os diferenciam dos restantes, nas quais destaco a elevada eficácia no controlo da doença, a segurança e a comodidade de administração. No entanto, realço que o tratamento de cada doente deve ser individualizado. O dermatologista é o profissional mais indicado nesta matéria, capaz não só de avaliar e tratar as consequências cutâneas da doença, mas também de rastrear e orientar o tratamento das comorbilidades da psoríase, onde têm um papel crucial várias outras especialidades como a Medicina Geral e Familiar ou Reumatologia.

Após o diagnóstico, que cuidados deve o doente ter?

Importante sempre destacar o papel do próprio doente no sucesso do controlo da sua doença. A gestão dos fatores comportamentais, bem como o cumprimento rigoroso do tratamento instituído, são fundamentais. Por fim, o doente poderá sempre recorrer ao seu dermatologista para dúvidas que possam surgir, quer sejam relativas à doença, bem como ao tratamento. É numa relação médico-doente sólida que reside o sucesso do controlo da psoríase.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ministra da Saúde
A vacinação contra a gripe e a terceira dose contra a covid-19 está praticamente concluída nos lares de idosos. A informação...

Em conferência de imprensa, após o Conselho de Ministros, Marta Temido afirmou que “o processo mantem-se a decorrer com normalidade. Terminámos já praticamente a vacinação nas estruturas residenciais para idosos e abrimos agora a vacinação à população em geral”.

Desde 18 de outubro que está em marcha a coadministração das vacinas contra a gripe e a terceira dose da vacina contra a Covid-19, que integra os cidadãos com idade igual ou superior a 65 anos e em situação de imunossupressão.

A terceira dose da vacina começou nos utentes acima de 80 anos, estando a decorrer por ordem decrescente de idades.

Marta Temido deu conta de que já se deu início ao autoagendamento para a terceira dose da vacina contra a Covid-19 das pessoas com mais de 80 anos. Aqueles que optem por não recorrer ao autoagendamento vão receber, ao longo das próximas semanas, mensagens nos números de contacto com um convite para a vacinação.

De acordo com os dados oficiais, 194.257 pessoas com mais de 65 anos receberam a dose de reforço da vacina contra a Covid-19 e foram também inoculados com dose adicional 5.500 utentes.

A governante revelou, ainda, que foram administradas 384.754 vacinas contra a gripe desde o início da campanha de vacinação, a 27 de setembro.

 

SPAVC realiza a sua 19.ª Reunião Anual neste dia
O Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC) assinala-se anualmente a 29 de outubro, através de campanhas realizadas à...

Estabelecido pela primeira vez em 2006, o Dia Mundial do AVC tem como objetivo reforçar a mensagem de que esta patologia é “uma catástrofe que é prevenível e tratável”. De acordo com o presidente da SPAVC, o Prof. José Castro Lopes, cabe à população estar preparada para identificar os sinais de AVC e, consequentemente, para uma resposta célere, através da chamada telefónica para o 112, que fará com que “o doente seja tratado rapidamente”.

É por esta razão que a SPAVC centra as suas atenções e ações de sensibilização na população, quer no Dia Nacional, quer no Dia Mundial do AVC, por ter um papel “importante no que diz respeito à chamada de atenção de que o AVC é uma urgência e, portanto, tem que chamar o 112”.

“Minutos salvam vidas” é o mote da campanha deste ano da Organização Mundial do AVC, convergindo naquilo que a SPAVC defende diariamente de que “Tempo é cérebro”. “As células do nosso cérebro, principalmente os neurónios, morrem muito rapidamente quando ficam privadas da circulação que lhes leva o oxigénio e os nutrientes”, explica Liliana Pereira, embaixadora da SPAVC para o Dia Mundial do AVC, acrescentando: “Portanto, quanto mais depressa for restabelecida esta circulação que o AVC interrompe, mais facilmente é possível a pessoa recuperar”.

Além de a rapidez de resposta na abordagem ao tratamento do doente com AVC ter um impacto nas capacidades motoras e de execução de tarefas do dia a dia, pode também impedir ou atenuar as alterações cognitivas que “são extremamente importantes”. Isto significa que, “muitas vezes a pessoa fica bem, a andar e a falar”, mas poderá “nunca mais voltar a ser o que era e conseguir fazer tarefas mais minuciosas ou as que exigem mais concentração”. Por isso, “quanto mais cedo são feitos os tratamentos, maior é a probabilidade de preservar esta dimensão que é a cognição e que, de outra forma, poderá estar comprometida, mesmo quando tudo o resto parece estar bem”.

Por outro lado, o Prof. José Castro Lopes defende que a população tem igualmente um papel fundamental na prevenção do AVC, que passa pela adoção de um estilo de vida saudável, como muitas vezes é partilhado nas redes sociais da SPAVC, com dicas de alimentação e de incentivo à prática regular de exercício físico. É também nas plataformas digitais da SPAVC que a população pode encontrar informação útil sobre a identificação dos sinais de AVC, como os 3 F’s (falta de Força num braço, desvio da Face e dificuldade na Fala). “Diria que está na mão da população fazer com que haja menos AVC e fazer com que se fique com menos sequelas, menos “cicatrizes”, que são muito incapacitantes, se os doentes não forem logo devidamente tratados”.

Para Liliana Pereira, é igualmente “muito importante que todos os médicos, especialmente os mais jovens, estejam atentos ao AVC”, com destaque para “os internos e recém-especialistas em Medicina Geral e Familiar”, por estar nas mãos destes profissionais de saúde a prevenção do AVC. “Controlar a tensão arterial, fazer o rastreio da diabetes, controlar o colesterol e os triglicéridos elevados no sangue, e promover uma dieta saudável e o exercício físico porque será assim que será atingido o maior Bem de todos: prevenir o AVC e não chegarmos a ter doentes para os outros profissionais diagnosticarem e tratarem”, afirma a neurologista do Hospital Garcia de Orta, em Almada, e membro da SPAVC.

Assim, à semelhança do que tem vindo a acontecer em anos anteriores, a SPAVC “junta-se” à WSO na comemoração do Dia Mundial do AVC, estando a desenvolver uma campanha, com o apoio da Boehrinher Ingelheim, na qual serão partilhados testemunhos reais de doentes que vão contar as suas histórias, e que será difundida nos seus canais digitais. Será também neste dia, 29 de outubro, que a SPAVC irá realizar a sua 19.ª Reunião Anual, em formato digital, com início marcado para as 13h30 (https://spavc.livewebinar.pt)

Situação Epidemiológica
Desde ontem foram registados perto de 900 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e cinco mortes em território nacional.

As regiões de Lisboa e Vale do Tejo e Centro foram as que registaram o maior número de mortes: duas, cada, de um total de cinco. Segue-se o Alentejo com um óbito a assinalar, desde o último balanço. 

De acordo com o boletim divulgado hoje pela DGS, foram ainda diagnosticados 888 novos casos. A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que registou a maioria dos casos, nas últimas 24 horas: 370, seguida da região Norte com 221 novas infeções. Desde ontem foram diagnosticados mais 176 casos na região Centro, 35 no Alentejo e 51 no Algarve. Quanto às regiões autónomas, a Madeira registou mais 22 casos e o arquipélago dos Açores conta agora com mais 13 infeções.

Quanto ao número de internamentos, há atualmente 318 doentes internados, mais dois que ontem. No entanto, as unidades de cuidados intensivos têm menos um doente internado, estando agora 60 pessoas em UCI.

O boletim desta quinta-feira mostra ainda que, desde ontem, 671 pessoas recuperaram da Covid-19, elevando para 1.038.529 o total daqueles que conseguiram vencer a doença desde o início da pandemia.

No que diz respeito aos casos ativos, o boletim epidemiológico divulgado hoje pela DGS, revela que existem 31.455 casos, mais 212 que ontem.  As autoridades de saúde mantêm sob vigilância mais 350 contactos, estando agora 21.930 pessoas em vigilância.

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