Elegibilidade para vacinação é confirmada através da declaração médica
As farmácias aderentes ao Programa “Vacinação SNS Local” começaram a vacinar gratuitamente pessoas entre os 6 meses de idade e...

Para receber a vacina do SNS nas farmácias, é necessária a apresentação de uma declaração médica. O médico emite essa declaração através da plataforma de Prescrição Eletrónica Médica (PEM) e pode enviar por SMS ou entregar em papel.

A lista de farmácias que dispõem de vacinas do contingente do SNS será divulgada através do site das Farmácias Portuguesas e do site da Associação de Farmácias de Portugal.

As farmácias continuam a vacinar contra a gripe a população não elegível para as doses gratuitas. Até ao dia 11 de novembro, foram dispensadas 610.099 de vacinas em farmácias (mais 141.03% do que em 2020) das quais aproximadamente 65% foram administradas nas farmácias.

 

Infeções contraídas em ambiente hospitalar são a causa de cerca de 25 mil mortes por ano na Europa
São perto de 4 milhões de euros que estão a ser investidos no desenvolvimento de novas tecnologias e métodos de diagnóstico...

Um desafio a que aderiram 14 entidades internacionais ligadas ao mundo académico e industrial, entre as quais o CeNTI, instituto português de I&DT de referência em Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes.

Além da pesquisa microbiológica clínica, a investigação inclui estudos funcionais de adesinas [complexos proteicos à superfície das bactérias que determinam a sua capacidade de adesão aos organismos] e o desenvolvimento de novos testes e dispositivos de diagnóstico. Com estes resultados, além da prevenção das infeções, os investigadores pretendem contribuir para a definição de novos tratamentos, mais eficientes, assertivos e até personalizados. O estudo da adesão bacteriana e viral [processo de adesão de uma bactéria a células e tecidos de um organismo] tem sido, por isso, determinante na criação de novas estratégias que evitem a proliferação destas doenças.

“As bactérias e os vírus aderem a superfícies orgânicas e inorgânicas, a si próprios, e também a outras tipologias de moléculas e células, o que permite a sua colonização nos mais variados ambientes, resultando no aparecimento das infeções. Este processo inicial e decisivo de adesão é ainda uma área pouco explorada”, revelam os investigadores. “O conhecimento dos mecanismos moleculares essenciais para a sua ocorrência tem grande potencial para o desenvolvimento de novas estratégias de anti adesão, novos métodos e dispositivos de diagnóstico e tratamentos inovadores que combatam a problemática das doenças infeciosas”, sublinham ainda os responsáveis.

A investigação, que reúne cientistas e 15 estudantes de doutoramento, centra-se assim nas descobertas sobre os processos inerentes às adesinas patogénicas, nomeadamente a sua interação com hospedeiros, e no desenvolvimento de novas superfícies com anti adesividade bacteriana e dispositivos de diagnóstico de maior sensibilidade, personalizados, miniaturizados, capazes de diferenciar entre infeções bacterianas e víricas, o que irá contribuir para a redução do uso desnecessário de antibióticos. Segundo os estudiosos, na base da maioria das infeções está o (re-) surgimento de novos vírus e a resistência das bactérias aos antibióticos, pelo que reduzir a dependência desta tipologia de medicamentos é também um dos principais propósitos dos investigadores.

Com este Projeto, os jovens cientistas terão, assim, a oportunidade de transformar a sua investigação fundamental em tecnologias com um grande impacto positivo no cuidado de pacientes com doenças infeciosas. Estas descobertas terão, também, um impacto relevante no desenvolvimento socioeconómico da Europa, de acordo com os estudiosos.

Denominado ViBrANT – Viral and Bacterial Adhesin Network Training, o Projeto é uma rede intersectorial de nove instituições académicas, um instituto de investigação sem fins lucrativos, três pequenas e médias empresas e uma empresa de grande dimensão, englobando áreas científicas como a Física, Biologia Estrutural, Proteómica, Genética, Engenharia de Materiais e Nanobiossensores.

APEF alerta para o elevado consumo de bebidas alcoólicas entre os jovens
A Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado (APEF) está a assinalar a Semana de Consciencialização para os Danos...

Segundo dados do relatório do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), de 2019, que considera indivíduos a partir dos 15 anos, o consumo de álcool por parte dos jovens portugueses é elevado, uma vez que, em 2019, 84,5 por cento dos inquiridos, com 18 anos, 70,1 por cento, com 16 anos, e 37 por cento, com 14 anos, afirmou ter ingerido bebidas alcoólicas nos últimos 12 meses. O estudo demonstra também que o consumo de álcool é mais elevado por parte dos homens, com 19,4 litros de puro álcool per capita por ano, do que das mulheres, que consomem 5,6 litros.

“O elevado consumo de álcool traz consequências graves em termos de saúde, nomeadamente, do fígado, e os números do estudo do SICAD também o demonstram, uma vez que indicam que, em 2019, foram registados 38.122 internamentos hospitalares, com diagnóstico principal e/ou secundário atribuíveis ao consumo de álcool, envolvendo 28.245 indivíduos em Portugal. O mesmo estudo refere ainda que, em 2018, morreram 2.493 pessoas por doenças atribuíveis ao álcool, 26 por cento das quais por doenças atribuíveis a doença alcoólica do fígado. O consumo de bebidas alcoólicas por parte dos jovens, sobretudo relacionado com a vida noturna e social, é também preocupante e motivo de intervenção por parte das autoridades reguladoras”, afirma José Presa, presidente da APEF.

E continua: “É importante que a população adulta pense nos seus comportamentos a nível social e nas consequências que os mesmos trazem para a saúde; e que alerte os seus jovens para os riscos do consumo de bebidas alcoólicas. A ingestão excessiva e continuada de álcool pode conduzir a doença hepática alcoólica ou a consequências indiretas como as resultantes dos acidentes de viação. Estas situações, quando não tratadas ou prevenidas, trazem consequências graves para a saúde e podem, até, levar à morte. Neste sentido, a nossa recomendação é de tolerância ZERO para o consumo de álcool.”

Dia Mundial da Prematuridade
De acordo com a Organização Mundial de Saúde nascem, todos os anos, cerca de 13 milhões de bebé prem

A duração normal de uma gravidez é de 37 a 42 semanas. Quando os bebés nascem antes das 37 semanas de idade gestacional, estamos perante um bebé prematuro ou pré-termo.

O bebé prematuro nasce com uma imaturidade dos seus órgãos e sistemas (respiração, controlo da temperatura, digestão, metabolismo, etc.), o que o torna mais vulnerável a determinadas enfermidades e, também, mais sensível a determinados factores externos (como a luz e o ruído).

Um bebé prematuro pode ter uma de três classificações, de acordo com a sua idade gestacional:

Pré-Termo Limiar: que nasce entre as 33 e as 36 semanas de idade gestacional e/ou tem um peso à nascença entre 1500g e 2500g.

Prematuro Moderado: que nasce entre as 28 e as 32 semanas de idade gestacional e/ou tem um peso à nascença entre 1000g e 2500g.

Prematuro Extremo: Aquele que nasce antes de ter completado as 28 semanas de idade gestacional e/ou pesa menos de 1000g. Como consequência desta maior imaturidade, é classificado como grande prematuro e apresenta problemas mais frequentes e mais graves.

Características do bebé prematuro:

  • Tamanho pequeno
  • Baixo peso ao nascer
  • Pele fina, brilhante e rosada, por vezes coberta por lanugo (penugem fina)
  • Veias visíveis sob a pele
  • Pouca gordura sob a pele
  • Cabelo escasso
  • Orelhas finas e moles
  • Cabeça grande e desproporcional em relação ao resto do corpo
  • Músculos fracos e actividade física reduzida (ao contrário de um lactente de termo, um lactente prematuro tende a não elevar os membros superiores e inferiores)
  • Reflexos de sucção e de deglutição fracos ou inexistentes
  • Respiração irregular

Dados da Direção-Geral da Saúde mostram que 1% dos bebés, que nasceram entre 2009 e 2012, tinham menos de 1,5 quilos. Dez anos antes – em 1999 – esta taxa rondava os 0,8 por cento, o que significa que a prematuridade tem vindo a aumentar em Portugal.

A idade avançada da mulher, tabagismo, stress, hipertensão, obesidade e diabetes estão entre as principais causas da prematuridade.

Sabe-se que a média de idade da mulher, durante a primeira gravidez, ronda os 31,5 anos. No entanto, há cada vez mais mulheres que são mães depois dos 35 anos - idade a partir da qual aumenta o risco de nascer um prematuro.

Também os tratamentos de fertilidade – que aumentam o risco de gravidez gemelar - contribuem para o aumento do número de bebes pré-termo.

As possibilidades de sobrevivência de um bebé prematuro estão condicionadas pela sua idade gestacional, o peso ao nascer e pela presença de problemas de saúde significativos aquando do seu nascimento.

Hoje em dia, o limiar da viabilidade para um bebé prematuro são 25 semanas e 600 gramas de peso.

Antes disso, há 50% de probabilidades de o bebé sofrer alterações graves do desenvolvimento, displasias broncopulmonares, alterações sensoriais graves (como a cegueira ou surdez) e paralisia cerebral.

Na realidade, dados revelam que 10% dos prematuros – que nascem com menos de 32 semanas – sofrem de paralisia cerebral e 25% têm atrasos no desenvolvimento.

Artigos relacionados: 

1 em cada 10 bebés nasce prematuro

Retinopatia de prematuridade: bebés muito prematuros são os que apresentam maior risco de cegueira

“A paralisia cerebral não é uma doença mental”

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Campanha da Pfizer alerta para o consumo inapropriado de antibióticos
Em Portugal, como no resto do mundo, o consumo inapropriado de antibióticos é apontado como um dos fictores responsáveis pelo...

Para alertar para a utilização excessiva ou incorreta dos antimicrobianos, um comportamento que conduz ao desenvolvimento e à disseminação crescente de bactérias multirresistentes, a Pfizer Portugal lança a campanha “Tome a atitude certa” que, para além da chancela científica do GIS – Grupo de Infeção e Sépsis, conta este ano com o apoio da Ordem dos Farmacêuticos.

Esta campanha vai ter uma presença forte nos canais digitais, com principal foco nas redes sociais, e nas redes nacionais de mupis. Inclui-se nas celebrações da Semana Mundial de Consciencialização Sobre o Uso de Antimicrobianos, marcada para o período entre os dias 18 e 24 de novembro, e tem como público-alvo decisores políticos, administradores hospitalares, médicos e enfermeiros, farmacêuticos, comunicação social e público em geral.

O “Consumo de Antibióticos” em números

Realizado pelo Centro de Estudos Aplicados da Universidade Católica Portuguesa, o inquérito “Consumo de Antibióticos” foi lançado no ano passado, no âmbito do Dia Europeu do Antibiótico, com o objetivo de retratar os hábitos, as perceções e comportamentos das famílias portuguesas face aos antibióticos, tendo sido possível concluir que 73% dos inquiridos confirmaram que tomam antibióticos; dos restantes 27%, cerca de metade (13%), afirmaram nunca ter tido necessidade de tomar antibióticos e os outros 14% recusam tomar antibióticos mesmo quando prescritos pelo seu médico. Dos inquiridos que afirmam tomar antibióticos, 76% só o faz quando prescrito pelo seu médico. São os mais jovens que tomam menos antibióticos, o que é expectável dada a melhor condição geral de saúde.

Dos portugueses que tomam antibióticos, cerca de 59% recebeu a indicação para a toma em consultas médicas de ambulatório ou similares, 19% em consultas de emergência, 14% teve o antibiótico prescrito por dentistas e 7% durante internamentos hospitalares.

Entre os que tomam antibióticos, 40% considera a duração do tratamento o mais importante. Para 27%, a informação mais importante são os efeitos indesejáveis. São os mais idosos e em particular os homens que dão mais importância à duração do tratamento. As mulheres dão também grande importância a esta dimensão e aos efeitos indesejáveis, mas tal como os mais jovens atribuem maior importância à interação dos antibióticos com outra medicação. Entre os mais jovens há uma maior preocupação com a frequência das tomas que nas outras faixas etárias.

Dois terços dos inquiridos declarou seguir a prescrição até ao final do tratamento; 9% deixa de tomar o antibiótico assim que se sente melhor, sendo este valor muito superior entre os homens e os mais jovens.

Metade dos inquiridos afirma devolver na farmácia os antibióticos que sobram, mas 30% guarda-os para uma próxima necessidade. 25% diz ter sempre um stock de antibióticos em casa – a esmagadora maioria fruto do último tratamento.

Somente 36% da amostra identificou corretamente o propósito dos antibióticos: tratar infeções provocadas por bactérias; 35% afirmou não saber. São as mulheres e os mais jovens que melhor conhecimento demonstram sobre o consumo dos antibióticos: 39% das mulheres face a 33% dos homens identificou corretamente as infeções tratadas por antibióticos, em contraste com apenas 24% dos mais idosos.

Por outro lado, dois terços dos inquiridos afirmaram conhecer o conceito de resistência aos antimicrobianos, registando-se um maior desconhecimento na população acima de 65 anos (44%). Para 95% dos que conhecem o conceito, este é um problema sério.

Resistência aos antibióticos em Portugal e no Mundo

A resistência aos antibióticos é a capacidade dos microrganismos se modificarem, desenvolvendo mecanismos que os tornam resistentes à ação dos antibióticos. O consumo de antibióticos é, atualmente, um dos determinantes principais do desenvolvimento desta resistência. Caso este ritmo se mantenha, dentro de 30 anos os problemas relacionados com a resistência aos antibióticos matarão mais do que o cancro e afetarão pessoas de todas as idades em todo o mundo, com efeitos laterais para a sociedade e o ambiente.

O consumo de antibióticos começa a revelar alguma diminuição no nosso país, mas continuamos acima da média europeia no que toca à sua utilização. Apresentamos uma das mais elevadas taxas de infeções hospitalares da Europa e quase diariamente registamos casos em que pequenos problemas se transformam em situações graves ou mesmo em mortes devido a infeções hospitalares por bactérias multirresistentes. Mais, este tipo de bactérias pode já não estar restrito aos ambientes hospitalares.

A resistência aos antibióticos tem-se revelado uma grave ameaça para a saúde pública. Na Europa, a prevalência de infeções causadas por microrganismos resistentes a antibióticos é igual à soma da prevalência de tuberculose, VIH/SIDA e gripe e há 30.000 mortes associadas a este tipo de infeções por agentes resistentes. Mais de um terço destes casos é causado por bactérias resistentes a antibióticos “de última-linha”. Se não forem tomadas medidas, dentro de 3 décadas a resistência aos antimicrobianos será responsável por mais mortes do que o cancro e a diabetes juntos, o equivalente a cerca de 10 milhões de óbitos por ano, ou seja, uma morte a cada 3 segundos, à escala mundial.

 

 

Reconhecimento como centro de excelência a nível nacional e internacional na área da coagulação
O Laboratório de Hemostase (LH) do Serviço de Patologia Clínica (SPC) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC)...

“O Serviço de Patologia Clínica do CHUC reforça, através do Laboratório de Hemostase, a sua afirmação como um centro de excelência a nível nacional e internacional na área da coagulação” como nos refere o diretor do SPC, Fernando Rodrigues.

O responsável pelo Laboratório de Hemostase do SPC, João Mariano Pego, refere que “o Teste de Geração de Trombina permite avaliar riscos e fenómenos trombóticos, hemorrágicos, bem como avaliar o perfil inibidor de terapêutica anticoagulante. Apesar de uma em cada quatro pessoas em todo o mundo morrer anualmente devido a condições causadas por trombose, este facto não é amplamente conhecido, sendo uma questão urgente de saúde pública.”

“O Laboratório de Hemostase tem tido um crescimento sustentado e é expectável que em 2021 realize mais de 450 mil análises de coagulação. Tem apostado fortemente na sua diferenciação, nomeadamente com a introdução de novos testes, realizando mais de 50 parâmetros diferentes de coagulação, alicerçando-se em metodologias de referência e acompanhando o que de melhor e mais inovador se faz nos Centros de Referência Internacionais desta área”, prossegue o responsável do LH, João Mariano Pego.

O Laboratório de Hemostase serve de forma transversal todos os serviços dos CHUC. Para além das amostras recebidas do CHUC, quer dos serviços de internamento, quer do ambulatório, o LH recebe amostras de diversas outras instituições, incluindo de vários Centros Hospitalares e Hospitais Públicos Nacionais, Hospitais Privados, Laboratórios Privados e também amostras provenientes do estrangeiro.

O Laboratório de Hemostase do SPC do CHUC integra três laboratórios: um nos Hospitais da Universidade de Coimbra, um no Hospital Geral (Covões) e outro no Hospital Pediátrico, com funcionamento durante 24 horas/dia e 365 dias por ano, prestando, desta forma, um serviço de proximidade aos utentes.

 

Resultados da segunda edição do “Índex Nacional do Acesso ao Medicamento Hospitalar”
O acesso à inovação terapêutica enfrenta desafios que condicionam a capacidade da mesma de servir o seu objetivo fundamental,...

É essa discussão que se pretende fomentar a partir da apresentação dos resultados do ‘Patients WAIT Indicator 2020’ e da discussão sobre o papel que o novo “Regulamento Europeu para a Avaliação de Tecnologias de Saúde” pode ter como facilitador desse acesso, na 13ª edição do Fórum do Medicamento, uma iniciativa que terá lugar no dia 19 de novembro, na Academia das Ciências, em Lisboa. Sob o tema “Acesso ao Medicamento: Novas Oportunidades”, a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) em parceria com a AstraZeneca, convidam a que se faça uma reflexão sobre os modelos de acesso aos medicamentos hospitalares a nível nacional e europeu.

Em complemento à discussão, será também realizada a apresentação pública dos resultados da segunda edição do “Índex Nacional de Acesso ao Medicamento Hospitalar”, estudo que tem como objetivos quantificar e monitorizar o nível de acesso ao medicamento hospitalar e analisar os correspondentes modelos de gestão, mecanismos de criação de evidência e de medição de resultados; identificar as barreiras e/ou problemas associados à equidade de acesso, gestão e dispensa do medicamento nas unidades hospitalares do SNS e promover o benchmarking e o desenvolvimento de ações conjuntas e concertadas de melhoria contínua. Este estudo promovido pela APAH, tem a coordenação científica da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e o apoio da Ordem dos Farmacêuticos.

À semelhança das edições anteriores, o Fórum do Medicamento terá novamente um formato híbrido, cuja participação presencial está sujeita a uma inscrição prévia com limite de lotação. Mais informações aqui

 

Investigação Universidade de Coimbra
Um estudo desenvolvido no Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC) revela que a...

Coordenado por Luís Pereira de Almeida, docente da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC) e investigador principal do CNC-UC, e por Ana Ferreira, do CNC-UC, este trabalho já se encontra publicado na revista científica Neuropathology and Applied Neurobiology.

A doença de Machado-Joseph, também conhecida como ataxia espinocerebelosa do tipo 3, é uma doença neurodegenerativa hereditária sem cura, causada por uma alteração num gene. Essa alteração origina uma forma mutada da proteína ataxina-3 que tende a acumular em forma de agregados no cérebro, conduzindo também a disfunção e morte neuronal. A doença provoca problemas na marcha, no equilíbrio, na fala, na deglutição, nos movimentos oculares e ainda no sono.

A carbamazepina é um fármaco aprovado para outras indicações patológicas, incluindo a epilepsia, e, por isso, pode ser rapidamente reutilizado para tratar outras doenças, o que acaba por ser vantajoso. Com o objetivo de encontrar novas terapias farmacológicas para tratar a doença de Machado-Joseph, os investigadores testaram o potencial deste medicamento como promotor da autofagia (mecanismo de eliminação de proteínas anormais), através de modelos in vitro e in vivo da doença.

A equipa decidiu testar este fármaco depois de ter percebido, «numa investigação anterior, que a via da autofagia está desregulada na doença de Machado-Joseph, o que significa que a proteína mutante não é eliminada eficazmente. Por outro lado, observámos que a estimulação da autofagia, por uma estratégia de terapia génica, promoveu neuroproteção em modelos da doença», explica Ana Ferreira, a primeira autora do artigo científico.

Nas experiências realizadas com ratinhos, «após a administração da carbamazepina, num regime de tratamento específico, percebemos que o fármaco foi capaz de aumentar a autofagia e promover a degradação da proteína mutante. Além disso, o tratamento reduziu os défices motores e a neuropatologia nos modelos animais de doença», destaca a investigadora do CNC.

Além de Luís Pereira de Almeida e Ana Ferreira, participaram no estudo Sara Carmo-Silva, José Miguel Codêsso, Patrick Silva e Clévio Nóbrega, também investigadores do CNC, e Alberto Martinez e Marcondes França Jr., do Departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Brasil).

Ao demonstrar que o fármaco carbamazepina pode ser útil para tratar a doença de Machado-Joseph, e possivelmente outras doenças semelhantes, este estudo representa «um passo em frente na procura por um tratamento eficaz para esta doença neurodegenerativa, apesar de estar longe de ser uma cura», concluem os autores do estudo.

Dia Mundial do Não Fumador
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o tabaco é uma das maiores ameaças de saúde pública e

O AVC continua a ser a primeira causa de morte e incapacidade em Portugal, sendo que 90% dos AVC estão associados a fatores de risco modificáveis, como o tabagismo. O consumo de tabaco está relacionado com a ocorrência de um em cada dez AVCs. Fumar está ainda associado ao aumento do colesterol LDL e do risco de desenvolver diabetes mellitus tipo 2, bem como ao aumento da pressão arterial, sendo todos estes fatores de risco para AVC. Diversos estudos mostram também que fumar está associado a risco de progressão mais acelerada da aterosclerose das artérias carótidas e que este risco também existe nos fumadores passivos.

Para além da sua associação com doença cerebrovascular, fumar tem efeitos prejudiciais em quase todos os órgãos, sendo um conhecido fator de risco para doenças cardiovasculares, cancro e doenças respiratórias crónicas. Para além destas, pode associar-se a problemas de fertilidade e complicações na gravidez, entre muitos outros.

Não existe um nível de exposição seguro ao tabaco. Os efeitos prejudiciais do tabaco estão presentes mesmo para quem fuma menos de 5 cigarros por dia e para os fumadores passivos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, estima-se que metade das crianças sejam vítimas de tabagismo passivo e que cerca de 65 000 crianças morram por ano vítimas de doenças atribuíveis ao tabagismo passivo. O tabagismo passivo pode, inclusivamente, aumentar o risco de síndrome de morte súbita do lactente.

Todas as formas de consumo de tabaco são nocivas. Recentemente, tem havido um crescente aumento do consumo de outras formas de tabaco, nomeadamente de Produtos de Tabaco Aquecido (“heat-not-burn technology”). Estes utilizam dispositivos que aquecem o tabaco, produzindo aerossóis que contêm nicotina e químicos tóxicos. Até à data não existe evidência de que sejam menos prejudiciais do que os cigarros convencionais, tanto para os fumadores ativos como passivos.

Parar de fumar antes dos 40 anos reduz os riscos para a saúde em mais de 90%, mas deixar de fumar tem benefícios em qualquer idade. Concretamente, o risco de AVC reduz progressivamente nos anos seguintes a parar de fumar. Parar de fumar tem benefício mesmo para quem já tenha sofrido de doenças relacionadas com o tabaco. A ajuda de profissionais de saúde duplica a probabilidade de sucesso na cessação tabágica e existem hoje diversas estratégias possíveis, desde terapias farmacológicas a psicoterapia.

O tabaco mata praticamente metade dos seus consumidores. Não seja mais uma vítima dele.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Lei do tabaco eficaz na redução do consumo
Os confinamentos foram uma oportunidade para os portugueses quebrarem rotinas, levando até a que muitos fumadores (34,9%)...

Cada vez menos portugueses fumam: apenas 14,5% dos inquiridos revela fumar, com 20,9% a indicarem serem ex-fumadores. Estes números confirmam a tendência verificada pelo Instituto Nacional de Estatística, que em 2019 registava uma redução de 3 pontos percentuais da população fumadora, de 20% em 2014, para 17% em 2019.

Apesar de muitos fumadores terem abandonado o vício durante os confinamentos, para 25,5% o aumento da ansiedade provocada pela pandemia e as condições proporcionadas pelo home-office provocaram uma subida no consumo de tabaco. Apenas 7,5% indica ter passado a fumar com menor frequência.

No entanto, as crescentes restrições ao consumo de tabaco em locais públicos revelam-se um obstáculo eficaz aos fumadores, já que 58,3% admite fumar menos devido à lei do tabaco.

As iniciativas e campanhas de sensibilização para os malefícios do tabaco também dão frutos: 82,4% dos fumadores já tentou deixar de fumar e 50% admite querer abandonar o vício nos próximos meses, sendo a saúde o principal motivo (72%) apontado para esta tomada de decisão, com 17% a referir os custos monetários do tabaco.

Portugueses recorrem a ajuda especializada para largar o tabaco

Dados deste estudo indicam ainda que 31% admite recorrer a consultas médicas e a terapias alternativas para abandonar o vício, já que o aumento da ansiedade e o stress são um dos principais receios de quem quer deixar de fumar.

“Ao longo dos últimos anos, temos reparado numa tendência crescente na procura de terapias alternativas como resposta a diversas situações, nomeadamente no combate ao tabagismo”, explica Alice Nunes, diretora de novos negócios da Fixando, revelando que 2021 registou uma subida de 37% na procura de especialistas em hipnoterapia e medicinas alternativas, face a 2020.

“Ainda que neste momento seja um mercado relativamente pequeno, acreditamos que nos próximos anos, à semelhança do que já acontece noutros países da Europa, as medicinas alternativas conquistem o seu espaço e passem a ser encaradas como uma opção viável para a prevenção da saúde e do bem-estar”, conclui Alice Nunes.

A mesma fonte avança que as consultas de medicinas alternativas e hipnoterapia têm atualmente um preço médio de 49€ por consulta, uma subida face aos 35€ praticados em 2020.

 

Estudo
Que o diagnóstico de um cancro da mama tem impacto negativo na vida de quem o recebe e rodeia, não é grande novidade. Mas um...

Os resultados completos vão ser apresentados hoje, num evento que se realiza entre as 10h30 e as 12h30, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, onde se vai ainda fazer uma análise e comentário aos dados, assim como ter oportunidade de ouvir novamente a música “Voltei”, um tributo de Gisela João à LPCC e a quem enfrenta ou já enfrentou esta doença.

O estudo revela também que o diagnóstico de cancro da mama levou 41% a recorrerem a ajuda profissional ao nível da saúde mental, metade dos quais com diagnóstico de depressão ou outra perturbação mental. Revela ainda que 21,1% dos inquiridos adiaram ou abandonaram o “sonho de ter filhos” e que apenas 15% das mulheres optaram por realizar preservação da fertilidade.

 

Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica assinala-se a 17 de novembro
O Dia Mundial da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), é este ano assinalado em Coimbra com uma conferência e exposição...

Considerada uma das doenças respiratórias mais subdiagnosticadas, sabe-se que a DPOC que afeta cerca de 14% dos portugueses com mais de 40 anos. Atualmente mais de 80% dos doentes com DPOC são fumadores, pelo que a sua sintomatologia acaba por ser desvalorizada por doentes e médicos. A tosse, a expetoração e a fadiga são queixas que as pessoas associam ao hábito tabágico.

A responsável da RESPIRA, também ela com DPOC, alerta para a necessidade de não se desvalorizarem determinados sintomas: “Há quem esteja anos a queixar-se de tosse e de cansaço sem ter acesso a uma espirometria. Note-se que um diagnóstico precoce permite que o doente possa iniciar o tratamento adequado o quanto antes, de modo a que o impacto nas tarefas do dia-a-dia seja minimizado.”

José Alves, Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão, acrescenta ainda que na altura em que os doentes manifestam os primeiros sintomas (falta de ar, tosse ou expetoração), a doença já está avançada. “As pessoas são doentes ainda antes de terem sintomas, porque estes só se manifestam quando há uma perda da função respiratória em cerca de 40 por cento”, explica.

Por se tratar de uma doença com um forte carácter evolutivo, com tendência para o agravamento dos sintomas, os profissionais de saúde chamam a atenção para o impacto que a pandemia teve no diagnóstico e o tratamento de doentes. Para Carlos Robalo Cordeiro “não só é preocupante perceber que houve uma diminuição de cerca de 15% de novos diagnósticos de doentes com DPOC, como constatar que se realizaram menos 30% de atos complementares de diagnóstico. É importante recuperar estes doentes que ficaram sem acesso aos cuidados de saúde, de modo a evitar o agravamento de uma doença que necessita de ser vigiada e controlada”.

Organizado pelo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e pela Associação de Estudos Respiratórios, o encontro conta ainda com a Inauguração da exposição comemorativa dos 50 anos do Serviço de Pneumologia, no átrio dos HUC- CHUC e com a Apresentação do livro de Homenagem ao Prof. Doutor António José de Amorim Robalo Cordeiro, uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Pneumologia que desta forma homenageia o médico, docente, investigador e uma das mais notáveis referências na medicina em Coimbra, a nível nacional e Internacional. António José de Amorim Robalo Cordeiro foi Diretor do Serviço de Pneumologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra, diretor do Centro de Pneumologia da Faculdade De Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), tomando a iniciativa da criação do Centro de Imunologia na mesma instituição.

Projeto “Desprende-Te” identifica condicionantes à inclusão social de pessoas com deficiência
A Associação Portuguesa de Neuromusculares (APN) acaba de apresentar os resultados do estudo «Desprende-Te!», uma investigação...

“Neste momento, já conseguimos analisar alguns dados que dão resposta à nossa pergunta de partida: «O que condiciona negativamente a inclusão social de pessoas com deficiência?». Com este estudo podemos refletir sobre as acessibilidades existentes a nível nacional e podemos concluir que, neste momento, a maioria das pessoas com deficiência ou algum tipo de incapacidade sente que as acessibilidades que existem atualmente não dão resposta às suas verdadeiras necessidades”, explica Joaquim Brites, presidente da APN.

E acrescenta: “Um fator que nos preocupa é que mais de 40 por cento dos inquiridos, mediante a sua experiência pessoal, não sentem recetividade por parte das empresas para a contratação de pessoas com deficiência e incapacidade. Outro aspeto que merece a nossa maior atenção é o facto de mais de 50 por cento referir que a sua entidade patronal não está devidamente adaptada às suas necessidades”.

Segundo o estudo é possível aferir que 56.1 por cento dos inquiridos não consideram acessível o acesso à informação sobre os seus direitos; e 60.1 por cento avançam que as respostas sociais existentes não se adequam às diferentes fases da sua vida ou evolução da doença, sendo que a maioria considera existir uma menor proteção social na área dos apoios financeiros.

No que diz respeito às acessibilidades nos transportes públicos, 70.3 por cento dos inquiridos consideram que é o local onde existe uma grande dificuldade de acesso, sendo que 50.7 por cento já apresentaram alguma reclamação ou sugestão para a sua melhoria, e na sua maioria não foram verificadas quaisquer alterações.

No respeitante aos estacionamentos para pessoas com mobilidade reduzida, 84.5 por cento dos inquiridos consideram que estes não são devidamente utilizados. A preocupação com as questões das acessibilidades condiciona a participação social, como por exemplo férias, espaços de cultura e lazer, de cerca de 64.9 por cento dos inquiridos.

Quando questionados sobre as acessibilidades existentes, 75 por centos dos inquiridos refere que estas não dão resposta às suas reais necessidades.

O estudo «“Desprende-Te!”», uma investigação na área da inclusão, contou com o apoio do Programa de Financiamento a Projetos do INR, I.P. de 2021. Este projeto visa conhecer e identificar os principais fatores condicionantes à inclusão de pessoas com deficiência e incapacidade, definindo posteriormente as áreas prioritárias de intervenção para a mitigação destes fatores.

 

Doença afeta cerca de 800 mil portugueses
“Os dados de que dispomos apontam para uma prevalência de DPOC nos indivíduos com idade superior a 40 anos, em Portugal, de...

Apesar de ser uma das principais causas de morte em Portugal – de acordo com o Observatório Nacional das Doenças Respiratórias a DPOC foi responsável, em 2016, por 2791 óbitos, 20,7% das mortes registadas por doença respiratória – os portugueses desconhecem o que é esta doença, os seus sintomas e principais causas. “A DPOC é ainda uma doença pouco conhecida porque os sintomas que a caraterizam, como a tosse e a expetoração são, muitas vezes, atribuídas ao ato de fumar, sendo vistos como normais. O cansaço para esforços e a dificuldade respiratória, outros sintomas frequentes desta doença, são relacionados, pelos doentes, com a idade, peso excessivo ou patologia cardíaca, atrasando o diagnóstico”, reforçam os médicos pneumologistas.

João Munhá e Catarina Pissara esclarecem que “DPOC é um termo utilizado para designar uma condição crónica que engloba doença dos brônquios e do tecido pulmonar, caracterizada por dificuldade respiratória e cansaço de agravamento progressivo ao longo de anos, acompanhados de tosse e expetoração frequentes. Estas queixas podem ter episódios de agudização, designados como exacerbações, durante os quais há um agravamento anormal das queixas habituais, os quais podem ser desencadeados por infeções respiratórias ou outros fatores tais como fumos, poeiras e poluição. Estas exacerbações podem acarretar um risco de vida semelhante ao do enfarte do miocárdio, pelo que o seu reconhecimento é fundamental. Têm um impacto negativo na doença, não só pelo risco associado ao episódio, mas também por que a recuperação muitas vezes não é total e após cada episódio a condição crónica vai ficando pior”.

O fumo de tabaco é a principal causa de DPOC, sendo a cessação tabágica a medida mais eficaz para evitar o aparecimento desta doença. “Os fumadores inalam mais de 4000 compostos, muitos deles cancerígenos, que ao entrar em contacto com os pulmões desencadeiam uma inflamação que está na base do desenvolvimento da doença”, afirmam os especialistas. No entanto, a inalação de fumos e partículas também é um importante fator de risco para o aparecimento da doença. O seu diagnóstico é feito através de um exame – espirometria – que avalia a função respiratória, medindo a quantidade e fluxo de ar que entra e sai dos pulmões.

Lutando, precisamente, contra a falta de conhecimento da população em geral sobre a DPOC, os seus fatores risco e principais sintomas, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, relança a campanha “DPO… quê?”.

 

 

Opinião
O mundo lusófono congrega uma população total aproximada de 264 milhões de pessoas e sete mil optome

Acresce a esta situação o contexto próprio muito específico da saúde pública da visão de cada um dos países lusófonos, com desafios enormes e extremamente variados. Se em alguns países o acesso aos cuidados para a saúde da visão é muito limitado, noutros o envelhecimento da população coloca pressão crescente sobre o sistema de saúde. Como enfrentar tão diversos e significativos desafios? Não há uma resposta definitiva a estas questão. Mas não nos enganaremos muito se assumirmos que será necessário enfrentar estes desafios em conjunto.

Há algo que partilhamos e que nos une, a nossa língua nativa e a vontade de dialogar e entre ajudar. Foi esta visão comum aos nossos países, foi esta empatia entre optometristas, foi esta a lógica que reuniu Angola, Brasil, Moçambique, Portugal e Timor-Leste na XVIIª Edição das Conferências Abertas de Optometria, uma organização da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) e que contou com mais de 1.100 participantes.

Após análise, debate e discussão entre representantes e as associações representantes dos Optometristas de cada um destes países, foi criado o Conselho Lusófono de Optometria com a participação de Associação de Optometristas Angolanos, Conselho Brasileiro de Óptica e Optometria, Associação Moçambicana de Optometria e Representantes de Timor-Leste.

Este Conselho tem como atribuições a defesa da saúde pública, a saúde da visão e o direito dos utentes a cuidados para a saúde da visão, com segurança e qualidade, a promoção de mais e melhores cuidados para a saúde da visão, a defesa do acesso a cuidados para a saúde da visão de proximidade e na comunidade, com qualidade e atempadamente, e ainda, a promoção do desenvolvimento da prevenção visual, colaborando com os organismos oficiais e autoridades internacionais da área da saúde. O momento não poderia ser mais oportuno, dado que, recentemente a Assembleia-Geral da Organização Mundial de Saúde aprovou dois objetivos para 2030. O aumento em 40% da cobertura dos cuidados para o erro refrativo e o aumento em 30% da cobertura da cirurgia à catarata. Nos países onde for possível, atingir a cobertura total.

Nas celebrações da APLO no passado 23 de março, Dia Mundial da Optometria, Sílvio Mariotti, Médico Oficial da OMS, teve a oportunidade de explicar o esforço que estes objetivos implicam para cada país, para os seus ministérios da saúde, para as suas políticas de saúde e para os seus sistemas de saúde e recursos humanos. Apelou, de forma clara e objetiva, à sinergia de todos os intervenientes relevantes, incluindo os Optometristas.

O Conselho Lusófono de Optometria é, indiscutivelmente, mais um importante contributo para dar maior relevância à necessidade dos cuidados para a saúde da visão e da Optometria na lusofonia.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Pelo segundo ano consecutivo a “Highly Cited Researchers 2021” revela
Célia Manaia, investigadora do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF) da Universidade Católica Portuguesa no Porto, é...

A investigadora da Universidade Católica no Porto destaca-se pelo seu trabalho de investigação na área da microbiologia, em particular no campo da resistência de bactérias aos antibióticos. Para Célia Manaia “só faz sentido fazer investigação científica se esta for partilhada com pares e outros sectores da sociedade”, acrescentando que “o tema de resistência a antibióticos e do seu papel enquanto contaminante ambiental é algo que preocupa diversas entidades a nível mundial, desde a gestão da água à segurança alimentar. Temas que dizem respeito à sociedade, à sua segurança e bem-estar, são sempre muito apelativos para quem faz da investigação científica a sua profissão. Ou seja, somos muitos à volta do mundo a interessar-nos por este assunto e isso justifica que os trabalhos sejam muito citados.”

A investigadora da Universidade Católica no Porto refere também que “as citações recebidas por pares, não devem ser entendidas como uma medida de qualidade, mas indicam que outros leem e citam os nossos trabalhos. E isso é muito gratificante, claro, pois para além da comunidade científica, também a sociedade beneficiará do trabalho que temos vindo a realizar no Centro de Biotecnologia e Química Fina da Universidade Católica”.

A metodologia que determina o "quem é quem" de investigadores influentes baseia-se nos dados e análises realizadas por especialistas em bibliometria e cientistas de dados no Institute for Scientific Information ™ da Clarivate.

No total, a lista deste ano engloba 6.600 investigadores de 70 países a nível mundial, da qual fazem parte 24 vencedores de Prémios Nobel. Os países com maior representação de investigadores citados são os Estados Unidos, China, Reino Unido e Austrália. Em Portugal, a investigadora Célia Manaia é um dos 16 cientistas portugueses que integram a lista.

 

Abertas as candidaturas ao Prémio Augusta Pinheiro
A Associação Portuguesa de Enfermeiros de Cuidados em Estomaterapia (APECE) e a empresa B. Braun acabam de abrir as...

Criado em 2017, o Prémio Augusta Pinheiro é uma forma de reconhecimento anual de boas práticas de investigação, que pretende distinguir o melhor trabalho de investigação clínica na área de Estomaterapia, elaborado por enfermeiros a nível nacional e totalmente realizado em instituições portuguesas.

Os vencedores vão receber uma bolsa no valor de 2 mil euros, que será entregue no decorrer do Congresso Nacional de Estomaterapia APECE 2022, que vai realizar-se nos dias 18 e 19 de fevereiro, na Póvoa do Varzim.

Os investigadores interessados devem formalizar o seu processo de candidatura, enviando a documentação necessária para o email para do secretariado da APECE: [email protected]

Para mais informações, consulte o regulamento da candidatura em: https://estomaterapia-apece.pt/premios

As vencedoras do prémio de 2020 foram as enfermeiras Brizida Manuela Barbosa Pereira, Sílvia Maria Moreira Queirós e Maria Alice Correia de Brito. As três investigadoras foram distinguidas pela submissão do trabalho “Validação do formulário de avaliação do desenvolvimento da competência de autocuidado na pessoa com ostomia de ventilação”, realizado no âmbito do Curso de Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola Superior de Enfermagem do Porto e aplicado em três hospitais do Norte do país. Brizida Manuela Barbosa Pereira foi a investigadora principal, Sílvia Maria Moreira Queirós e Maria Alice Correia de Brito, co investigadoras.

Livro Branco contempla 40 propostas emergentes
Garantir a partilha de dados sobre a história clínica do utente através de um trabalho colaborativo entre diferentes...

“Muitas vezes os farmacêuticos têm de tomar decisões sobre a saúde das pessoas sem ter na sua posse toda a informação necessária. Quando são necessários esclarecimentos acerca da terapêutica prescrita ao utente, a interação com outros profissionais de saúde é crucial, mas praticamente impossível de concretizar. Esse é apenas um exemplo dos múltiplos constrangimentos que sentimos diariamente.” esclarece Manuel Talhinhas, presidente da APJF. 

O Livro Branco foi redigido por cerca de 100 jovens farmacêuticos, em colaboração com especialistas de várias áreas (profissionais de saúde, académicos, decisores políticos e pessoas que vivem com doença). A obra contempla a visão desses intervenientes sobre temas emergentes do setor da saúde em Portugal, com destaque para os seguintes: reforçar o papel dos profissionais de saúde enquanto agentes ativos no combate à desinformação em saúde junto da população; garantir a partilha de dados entre profissionais de saúde e diferentes prestadores de cuidados nessa área, potenciando os resultados para o cidadão; incentivar o trabalho interdisciplinar e colaborativo; incluir as pessoas que vivem com doença nas decisões sobre o acesso ao medicamento.

A APJF acredita que o resultado da sua reflexão consiga impactar, nacional e internacionalmente, decisores políticos e outros stakeholders, “através da identificação das dificuldades atuais do setor da saúde e de propostas de mudança. Num momento em que cerca de 40% dos farmacêuticos ativos tem idade inferior a 35 anos, torna-se imperioso que tenhamos uma voz ativa na definição de medidas que visem a melhoria do bem-estar dos portugueses”, adianta Manuel Talhinhas.

Perspetivando também a influência da intervenção da APJF a nível internacional, é sua ambição abrir uma “discussão fora de portas” envolvendo stakeholders relevantes do setor que possam encontrar na visão destes profissionais, a inspiração para os planos que ditam as tendências a nível internacional.

 

Dispositivo tecnológico de assistência portátil capacita pessoas com dificuldades visuais e de aprendizagem
O produto OrCam Read da OrCam Technologies, empresa israelita especialista em tecnologia baseada em inteligência artificial,...

O OrCam Read está desenhado para pessoas com dificuldades de leitura derivadas de fadiga, dislexia, afasia ou outras condições, bem como para pessoas que leem grandes quantidades de texto. Em Portugal, estima-se que aproximadamente 6% da população seja disléxica e o OrCam Read, pretende ajudar a colmatar este desafio, sendo até uma ferramenta de uso escolar (atualmente, uma aluna da licenciatura de Comunicação e Media da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) do Politécnico de Leiria, utiliza o dispositivo nos seus estudos).

“Estamos verdadeiramente honrados que a nossa solução OrCam Read tenha sido distinguida como uma das melhores invenções de 2021, na categoria de Acessibilidade”, disse Fabio Rodriguez, country manager da OrCam em Portugal e Espanha. “Apreciamos profundamente o reconhecimento da TIME relativamente à capacidade de mudar vidas da OrCam. Fomos pioneiros nesta inovação com o objetivo de a tornar uma ‘inteligência artificial de companhia’ para ajudar diretamente as pessoas com dificuldades visuais, de leitura ou mesmo disléxicas.”

De modo a materializar a lista de melhores invenções da TIME, a revista pediu nomeações a editores, correspondentes e através de uma candidatura online, em vinte categorias distintas. Cada concorrente foi, após candidatura, avaliado em alguns fatores-chave tais como originalidade, eficácia, ambição e influência. Desta forma, na categoria “Acessibilidade” a OrCam foi uma das quatro invenções distinguidas.

Fabio Rodriguez dá ainda conta que esta “é uma distinção extremamente importante que não podia vir em melhor altura, já que no dia 3 de dezembro se celebra o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência. Temos sempre o cuidado de trabalhamos em proximidade com os parceiros locais para nos certificarmos que trazemos esta tecnologia aos cidadãos com dificuldades de visão, e neste caso, estamos entusiasmados porque a população portuguesa já pode adquirir este aparelho, que tem a capacidade de mudar vidas.”

O OrCam Read já está disponível em Portugal e em português, bem como em múltiplos países e terá capacidade de ler todas as principais línguas europeias. Utilizando tecnologia baseada em inteligência artificial, o leitor portátil lê e captura em tempo real, texto de qualquer superfície ou ecrã digital.

Uma das mais importantes características da solução passa por não necessitar de ligação à internet para funcionar, preservando totalmente a privacidade de dados dos seus utilizadores.

Inquérito realizado no âmbito da campanha “saBeR mais ContA”
Segundo um inquérito realizado no âmbito da campanha “saBeR mais ContA”, apenas cerca de 30% dos doentes oncológicos ou...

Globalmente, o cancro da próstata é o segundo tumor mais comum nos homens, afetando sobretudo aqueles em idade mais avançada. Contudo, segundo André Mansinho, oncologista, em doentes portadores de mutação genética BRCA2, este tipo de tumor é geralmente diagnosticado “numa idade mais jovem e com doença mais agressiva”. A referenciação para a pesquisa genética nos doentes com cancro da próstata acontece quando existe um caso de cancro da próstata, em qualquer idade, quando metastático, ou quando classificado como sendo de risco elevado a muito elevado. No caso da pessoa saudável, a referenciação é feita quando esta tem idade superior a 18 anos e que tenha, na sua família, casos de cancro hereditário associado a estas mutações BRCA1 ou BRCA2. Se confirmada a presença de uma mutação, este indivíduo “deve ser seguido numa consulta de aconselhamento genético e realizar o plano de rastreio adaptado à sua idade e mutação da qual é portador. Apesar de não minimizar o risco de desenvolver a neoplasia, irá aumentar a probabilidade de ser diagnosticado numa fase precoce e maximizar a sua probabilidade de cura”, explica o especialista.

A mutações nos genes BRCA1/2 aumentam o risco de desenvolver vários tipos de cancro, entre os quais, mama e pâncreas, no caso das mulheres, ovário, e no caso dos homens, quando na presença de mutação BRCA2, cancro da próstata, sendo possível a uma pessoa, homem ou mulher, herdá-las quando um dos progenitores (pai ou mãe) é portador de mutação no gene BRCA1/2.

Esclarecer a população sobre estas questões, particularmente, doentes oncológicos e seus familiares é o principal objetivo da campanha “saBeR mais ContA”, uma iniciativa que em 2021 conta com a participação Careca Power, a Evita, a Europacolon, a MOG (Movimento Oncológico Ginecológico), a Sociedade Portuguesa de Genética Humana, da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, a Sociedade Portuguesa de Oncologia e a Sociedade Portuguesa de Senologia. A AstraZeneca apoia esta iniciativa, que conta com um site para consulta e presença nas redes sociais, onde regularmente são partilhados diversos conteúdos, entre eles, vídeos informativos.

O inquérito, realizado no âmbito desta campanha, foi feito através dos métodos CATI (Telefónico) e CAWI (online) a uma base de dados registada na plataforma da multidados.com, convidada a participar no estudo anónimo entre os dias 2 a 20 de outubro de 2020. Foram recolhidas e validadas 500 respostas, com uma margem de erro de ±3,5%, considerando p=q=50 e 95% de margem de confiança. 

Páginas