Doença autoimune sistémica
Trata-se de uma doença autoimune sistémica, caracterizada pela presença anticorpos que afetam a coag

Síndrome Antifosfolípido: o que é?

O síndrome antifosfolípido (SAF) ou de Hughes (Professor Graham Hughes que em 1983, em Londres, descrevia esta doença), é uma doença autoimune sistémica. O organismo doente produz anticorpos contra as proteínas ligadas aos fosfolipídios - elementos estruturais presentes na membrana das células do organismo, incluindo as células sanguíneas e as que revestem os vasos sanguíneos.

A presença destes anticorpos pode aumentar o risco de desenvolvimento de coágulos sanguíneos nas veias ou artérias ou aumentar o risco de aborto espontâneo na mulher grávida. Assim a doença pode caracterizar-se por episódios, recorrentes ou não, de trombose das artérias ou veias e/ou por morbidade na gravide, contudo, algumas pessoas são portadoras destes anticorpos, mas nunca chegam a desenvolver a doença.

De acordo com o médio internista, embora a prevalência desta patologia não seja conhecida sabe-se, contudo, que atinge sobretudo o sexo feminino e, embora seja mais frequente entre “jovens adultos e adultos de meia-idade”, pode “manifestar-se também em crianças e idosos”.

Classificação

As síndromes trombóticas que se associam à presença de anticorpos anti-cardiolipina, foram inicialmente classificadas, por Bick (1994) em 4 tipologias, baseadas nas diferentes manifestações:

  • Tipo I - trombose venosa profunda com ou sem trombose/embolia pulmonar;
  • Tipo II - trombose das artérias coronárias; trombose arterial periféricas; trombose aórtica; trombose carotídea;
  • Tipo III - trombose da artéria ou veia retinianas; trombose cerebrovascular; acidente isquémico transitório;
  • Tipo IV - uma rara combinação dos tipos I, II e III.

Mais tarde, também pelo mesmo autor, foram acrescentados mais dois tipos, o V associado à perda fetal e o tipo VI que caracteriza indivíduos aparentemente saudáveis, que apesar de possuírem anticorpos antifosfolípidicos nunca apresentaram manifestações da síndrome e são, portanto, assintomáticos.

De uma outra forma, mais simplificada, esta síndrome pode dividir-se em três tipos: o trombótico, onde predominam a formação de coágulos no sistema vascular, venoso ou arterial; o obstétrico, associado às complicações da gravidez e o catastrófico, em que se dá o atingimento de 3 ou mais regiões vasculares distintas, no período de uma semana associada ou não à falência de órgãos.

A SAF pode também classificar-se como primária, quando surge isoladamente, ou secundária, quando associada, por exemplo e mais frequentemente, a outra patologia autoimune, sendo o Lupus Eritematoso Sistémico aquele com maior representatividade, com cerca de 50% dos casos. Pode, contudo, surgir também associada à Doença Mista do Tecido Conjuntivo, Artrite Reumatoide, Artrite Psoriática, Arterite Temporal, Panarterite Nodosa, Síndrome de Churg-Strauss, Granulomatose de Wegener, Doença de Behçet, Arterite de Takayasu entre outras doenças autoimunes.

Também existe associação descrita a algumas doenças infeciosas, com aparecimento de anticorpos antifosfolípidicos, mas raramente com manifestações de trombose. O caso paradigmático é o VIH, em que cerca de 70% dos infetados, desenvolvem anticorpos de SAF, mas cuja manifestação única é a trombocitopenia (diminuição do número de plaquetas).

Outras infeções como a rubéola, o sarampo, adenovírus, lepra e micoplasma também podem originar anticorpos anticardiolipina, contudo apenas de forma transitória e, mais uma vez, não relacionados com tromboses.

Grupos de risco

De acordo com Francisco Ferreira da Silva, embora a SAF primária se trate de uma trombofilia – “doença que propicia aparecimento de trombos vasculares” - adquirida, não hereditária, alguns estudos apontam para uma possibilidade de maior prevalência em descendentes de portadores de anticorpos anticardiolipina ou de indivíduos com diagnóstico de SAF.

Por outro lado, explica, “conhecendo-se a estreita relação destra síndrome, na sua forma secundária, com outras doenças autoimunes, nomeadamente com o Lupus Eritematoso Sistémico, é importante considerar a hipótese de rastrear a presença dos autoanticorpos em doentes com patologia autoimune ou com diagnóstico de SAF em familiares próximos”.

Diagnóstico

Segundo o internista, o seu diagnóstico “baseia-se na conjugação de critérios clínicos como as tromboses venosas ou arteriais por vezes recorrentes e/ou insucesso obstétrico, por um ou mais abortos nas primeiras dez semanas, morte fetal, ou ainda prematuridade”. A estas manifestações clínicas tem de associar-se o critério laboratorial que inclui a deteção de anticorpos antifosfolípidos em análises de sangue e que são: anticorpos anticardiolipina, anticoagulante lúpico e/ou anti-ß2glicoproteína1.

“A presença destes anticorpos deve ser confirmada após primeira identificação, passadas 6 a 8 semanas, pois, por vezes, eles podem existir, associados a outras doenças como cancro, infeções ou alguns medicamentos, sem, no entanto, serem causadores de doença”, explica o especialista em Medicina Interna.

Quanto a sintomas que permitam identificar a doença precocemente, Francisco Ferreira da Silva esclarece que não existem sinais ou sintomas que permitam prever a existência ou não da doença antes da sua manifestação clínica, “até porque o diagnóstico da doença exige que haja uma manifestação clínica”.

Deste modo, a realização de um diagnóstico precoce “vai depender do grau de suspeição do clínico que avalia um doente com quadro de trombose vascular, ou grávida com história de abortos de repetição, por exemplo”.

Não obstante, “os doentes portadores de outras doenças autoimunes, principalmente o Lupus, são muitas vezes rastreados para a presença de anticorpos antifosfolípidos, não significando, contudo, que venham a sofrer de SAF, se estes estiverem presentes”, chama a atenção o especialista.

Complicações

As complicações clássicas da SAF “e que classicamente a definem são, a trombose venosa ou arterial, muitas vezes recorrente e em qualquer território vascular, e, no caso das grávidas os abortos de repetição antes das 10 semanas de gestação, a morte fetal acima das 10 semanas ou a prematuridade antes das 34 semanas de gestação”.

Há depois, muitas outras manifestações e complicações, umas que derivam da própria síndrome e outras das consequências do atingimento de determinado território vascular/órgão.

São alguns exemplos de complicações descritas associadas ao SAF: demência, epilepsia, psicoses agudas, cegueira, diminuição do número de plaquetas, anemia hemolítica (com destruição dos glóbulos vermelhos), destruição de válvulas cardíacas, hemorragia pulmonar, livedo reticular (alteração da coloração da pele, que adquire um aspeto rendilhado de cor vermelho-azulada, muitas vezes em resposta ao frio), hipertensão e insuficiência renal.

“Importa, contudo, realçar que estas complicações não se manifestam em todos os doentes e que podem cursar de forma mais ou menos grave”, ressalva o especialista em Medicina Interna.

Na gravidez podem surgir ainda outras complicações como alterações dos batimentos cardíacos do feto, alterações do fluxo de sangue da artéria umbilical, baixo volume de líquido amniótico, restrição do crescimento do feto, baixo peso ao nascer. “Também nas grávidas o risco de tromboses vasculares está presente, principalmente nos membros inferiores”, acrescenta o internista.

Tratamento

Tratando-se de uma doença crónica, que confere um risco associado de complicações potencialmente graves, a primeira componente essencial para o tratamento, de acordo com Francisco Ferreira da Silva, “é a correta explicação da doença, riscos e complicações, para que a informação seja bem compreendida e interiorizada pelo doente”.

A terapêutica farmacológica consiste na utilização “de anticoagulantes (orais ou injetáveis) que visam reduzir a possibilidade de formação de coágulos/trombos ou tratá-los quando estes aparecem. Por vezes, utilizam-se também os antiagregantes plaquetários, isoladamente ou em associação aos anticoagulantes, como no caso da gravidez”.

Cuidados a ter

Se for diagnosticado com esta síndrome há alguns cuidados fundamentais a ter em conta:

  1. Ter acompanhamento médico regular;
  2. Cumprir o plano de tratamento prescrito, aderindo à toma regular da medicação aconselhada;
  3. Evitar outros fatores de risco que possam potenciar a formação de coágulos: fumar, tomar anticoncetivos orais, desidratação, imobilização e sedentarismo, obesidade;
  4. Informar que é portador deste síndrome sempre que tiver de ser submetido a um procedimento/tratamento médico, principalmente cirúrgico;
  5. Vigiar possíveis efeitos secundários da medicação, principalmente o aparecimento de hemorragias;
  6. Todas as mulheres que desejem engravidar e saibam e que têm o diagnóstico de SAF devem ser acompanhadas desde antes da conceção.

*com Dr. Francisco Ferreida da Silva - Medicina Interna - Clínica de Santo António 

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
A análise genética pode ter a resposta
Já se perguntou porque algumas pessoas têm dificuldade para perder peso e outras não tanto? Que tipo de dieta deve seguir para...

Diferentes estudos científicos mostram que a genética e o metabolismo podem afetar, não só o que nos faz ganhar ou perder peso, mas também a probabilidade de manter um peso saudável a longo prazo.

No âmbito do seu compromisso com a inovação e melhoria contínua, o PronoKal Group® revoluciona o mercado dos tratamentos de perda de peso, incluindo a possibilidade de realizar, dentro das suas metodologias, um estudo genético de última geração, de forma a adaptar o tratamento de perda de peso e manutenção à predisposição metabólica de cada pessoa.

O estudo Genomics, com a sua análise de genes selecionados, relacionados com as quatro áreas funcionais do corpo ligadas ao excesso de peso, dá resposta a muitas questões oferecendo soluções para compreender o metabolismo de cada paciente, proporcionando uma perda de peso e a sua manutenção de acordo com as suas necessidades fisiológicas, genéticas e pessoais.

Com Genomics, é possível saber, por exemplo, a resistência à perda de peso, a tendência para armazenar gorduras, o controlo da saciedade ou o tipo de dieta que deve ser feita para emagrecer e manter a melhor forma, entre outros fatores. O Genomics da PronoKal oferece a resposta que sempre se procurou para eliminar o excesso de peso e manter um estilo de vida saudável.

De acordo com o Dr. Ignacio Sajoux, Diretor Científico, do PronoKal Group®, “através de uma seleção de genes e da sua análise, com o Genomics o tratamento pode ser adaptado de forma precisa. O paciente que iniciar uma das metodologias de perda de peso da PronoKal poderá receber, através desta nova ferramenta, orientações específicas de nutrição, suplementação, atividade física e comportamento alimentar, adaptados às suas necessidades específicas".

Quais são as quatro áreas funcionais?

Nutrição e metabolismo. A genética pode influenciar aspetos como a regulação do apetite e da saciedade, a dificuldade em perder peso ou a tendência em armazenar gordura em áreas localizadas. Conhecer o metabolismo permite adaptar a orientação nutricional para combater os entraves e assim obter os melhores resultados.

Suplementação anti-inflamatória. Com o Genomics é analisada qual a tendência que o paciente apresenta em relação à inflamação do tecido adiposo, e é visto se há uma predisposição para apresentar níveis mais elevados de substâncias pró-inflamatórias. O stress oxidativo e o estado inflamatório do corpo são muito importantes e decisivos para adaptar a dieta e a suplementação de uma forma mais personalizada e anti-inflamatória.

Atividade física. O tipo de exercício, intensidade e tempo durante o qual os exercícios são realizados são decisivos para a utilização de reservas de energia. Os genes analisados permitem adaptar o tipo de exercício que é necessário a qualquer momento (tonificação e/ou cardiovascular) e a sua frequência. Permite otimizar os esforços do paciente o que levará a um gasto correto e um equilíbrio energético.

Comportamento alimentar. É possível saber se o paciente come emocionalmente e se tem possíveis alterações no ciclo diurno. Algumas pessoas comem mais do que o habitual por causa do tédio, stress, alterações de humor, ansiedade ou tristeza. Os genes funcionam com o sistema de recompensa do cérebro, então quando comemos emocionalmente, inconscientemente procuramos prazer na comida. Com o Genomics, são elaboradas diretrizes para que seja possível controlar a impulsividade de comer e aprender a interpretar o apetite e os sinais de saciedade do corpo.

Os genes que são analisados são genes considerados não determinísticos, isto é, graças a uma mudança nos hábitos de vida saudável, ou à aplicação de diretrizes adaptadas a cada metabolismo, é possível desativá-los e contrariá-los, contrariando, portanto, as possíveis tendências negativas que determinam esses genes.

Diálogo sobre a codificação e a rastreabilidade no setor da saúde
A GS1 e a sua organização-membro a nível nacional, a GS1 Portugal, voltam a promover o debate entre líderes, parceiros e...

Entre os dias 16 e 18 de novembro, terá lugar a terceira edição do GS1 Healthcare Online Summit, um evento internacional que terá como tema Global Standards for Global Health.

Durante três dias, oradores de todo o mundo vão debater temas do setor da saúde como, por exemplo, como podem a tecnologia e os standards globais melhorar resultados clínicos ou o que deverá ser considerado para um futuro melhor nesta área. Além disso, serão apresentamos case studies neste setor, assim como o Regulamento Europeu dos Dispositivos Médicos, em vigor desde maio de 2021.

Na sexta-feira, dia 19, é a vez da GS1 Portugal promover um evento nesta área subordinado ao tema Colaboração como Driver da Supply Chain na Saúde. Além de dar a conhecer os principais factores de estrangulamento na área e destacar as boas práticas de eficiência, a GS1 Portugal pretende reforçar a importância da colaboração como fator crítico de sucesso.

 Nesta sessão, Tiago Perez Sanchez da Kaizen Institute falará sobre as lições aprendidas na Logística da Distribuição da Vacina COVID 19 e, de seguida, terá lugar um Painel Debate sobre Confiança, Segurança, Transparência e Colaboração como os pilares da cadeia de abastecimento da saúde. Nesta conversa, participarão Tiago Baleizão, General Manager do Laboratório Stada; Pedro Paiva, Sales & Trade Marketing Director do Laboratório Perrigo; Hugo Ramos, Diretor Executivo Upstream & Downstream da Alliance Healthcare; Pedro Vasques, CEO da Rede Claro; e Eunice Barata, Owner do Grupo Reis Barata.

No final, serão entregues os prémios 2021 aos vencedores do Estudo de Níveis de Serviço do setor da saúde promovidos pela GS1 Portugal, Benchmarking Saúde.

 

Nomeação
A Ipsen Pharma, empresa biofarmacêutica global centrada na inovação e cuidados especializados, nomeou Diogo Gomes como novo...

“Portugal é um mercado extremamente atrativo para a Ipsen Pharma e com um importante potencial de crescimento. A procura de novas soluções terapêuticas em campos como a oncologia, e a capacidade de resposta e o compromisso da Ipsen em melhorar a saúde e a qualidade de vida dos doentes são uma garantia”, salientou Diogo Gomes. “O conhecimento do mercado português que reúne Diogo Gomes e a sua experiência no sector são dois valores fundamentais onde iremos alavancar o crescimento da Ipsen Pharma, a médio prazo, em Portugal”, destacou Aurora Berra.

Diogo Gomes é licenciado em Administração de Empresas pelo Instituto Superior de Economia e Gestão de Lisboa, tendo também realizado uma pós-graduação em Marketing no Instituto Superior de Gestão. Além disso, tem um programa de gestão em Administração e Direção de Empresas pela Universidade Nova de Lisboa. Diogo integra a Ipsen Pharma depois de 14 anos na Roche, empresa onde desempenhou diferentes funções de responsabilidade em Portugal e na América Latina, incluindo a direção comercial em Portugal e diversos cargos nas áreas de marketing e gestão estratégica de contas. Anteriormente, esteve nove anos na AstraZeneca em funções relacionadas com finanças, marketing e vendas.

 

Fundação Portuguesa de Cardiologia associa-se à Semana de Consciencialização para a Fibrilhação Auricular
“Prevenir, Detetar, Proteger, Corrigir e Aperfeiçoar" são as palavras de ordem da campanha global lançada pela Atrial...

Começa a 15 de novembro a Semana de Consciencialização para a Fibrilhação Auricular (FA), a arritmia cardíaca mais comum em todo o mundo, e a responsável por 20 a 30 % dos acidentes vasculares cerebrais isquémicos. Para assinalar a data, a Fundação Portuguesa de Cardiologia associa-se à Atrial Fibrillation Association  e à Arrhytmia Alliance para dar a conhecer a campanha global “Não há tempo a perder”.

Em Portugal, o papel da sensibilização e o apoio a esta campanha cabe à Fundação Portuguesa de Cardiologia, para quem a deteção precoce e o controlo da FA são fundamentais. “O diagnóstico atempado desta arritmia pode ser fundamental na prevenção de complicações como AVCs, insuficiência cardíaca, demência ou mesmo morte súbita. Podemos controlar a FA através da gestão de comportamentos, hábitos de vida e medicação. Quanto mais cedo for detetada, maior a probabilidade de sucesso. Como diz a campanha deste ano, «não há tempo a perder»”, explica Manuel Carrageta, Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

Fibrilhação Auricular em Portugal e na Europa

A partir dos 40 anos de idade, a prevalência da Fibrilhação Auricular entre os portugueses ronda os 2.5%. Ao passar os 65 anos, uma em cada dez pessoas terá desenvolvido esta arritmia. Na Europa, a estatística mostra que, a cada 15 segundos, há um AVC relacionado com FA.

Embora bastante prevalente, grande parte dos casos de Fibrilhação Auricular é silenciosa. Só se deteta demasiado tarde e depois de deixar sequelas ou de um episódio grave, como é o caso de um Acidente Vascular Cerebral. A deteção precoce e o controlo desta arritmia são, por isso, fundamentais para a manutenção de uma boa qualidade de vida, sobretudo em determinadas faixas etárias.

Atenção aos sinais

 A partir dos 65 anos, devemos ter particular atenção a sinais nem sempre claros como batimento cardíaco descoordenado, pulsação rápida e irregular, tonturas, sensação de desmaio, perda do conhecimento, dificuldade em respirar, cansaço, confusão ou sensação de aperto no peito.

É, por isso, aconselhável que, nestas idades, para além do controlo parâmetros como o peso, a tensão arterial ou o colesterol, se avalie o ritmo cardíaco e as pulsações de forma regular. Qualquer pessoa o pode fazer, de forma simples, através da autoavaliação do pulso.

Prevenção do AVC

Uma vez diagnosticada Fibrilhação Auricular, o risco de AVC pode ser reduzido significativamente através de terapêutica anticoagulante. Tal como na maioria dos países europeus, em Portugal, as normas aconselham a que se ministrem os Novos Anticoagulantes Orais, também conhecidos como NOAC. Consoante a prescrição, a medicação poderá ser tomada uma ou duas vezes ao dia.

O bom controlo desta arritmia, e a consequente manutenção da qualidade de vida dependem, também, do cumprimento escrupuloso da terapêutica. Qualquer alteração, deverá ser validada pelo médico assistente.

16 de novembro
A Secção Regional do Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros (OE) organiza mais uma sessão do Ciclo de Webinares LadoaLado...

Durante este webinar, que se inicia às 18h no dia 16 de novembro, irão ser apresentados três projetos desenvolvidos em várias unidades funcionais da região Centro no âmbito da temática, e são eles: Envelhecer com Saúde; Ser Família! Acompanhamento da família e da pessoa portadora de doença mental grave; Encontros em Saúde.

A sessão online tem como objetivos discutir aspetos/desafios das famílias de pessoas portadoras de doença mental; divulgar práticas para a promoção do envelhecimento ativo e saudável; promover a literacia em saúde e adoção práticas de estilos de vida saudável.

Marco Gonçalves, Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica no Serviço de Cirurgia Geral do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC); Professor Adjunto Convidado na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e Vogal do Conselho de Enfermagem Regional da SRCentro, é o moderador deste webinar.

Atividade está aberta a enfermeiros e estudantes de enfermagem com interesse pelo assunto, atribuindo 0,35 Créditos de Desenvolvimento Profissional. A inscrição gratuita, mas obrigatória no Balcão Único AQUI. Até ao final do ano serão promovidos mais eventos online dentro deste ciclo de webinares.

 

 

Dia 19 de novembro
Colóquio e workshop no campus académico juntam profissionais de saúde e estudantes com o propósito de aumentar a...

O Instituto Piaget de Silves associa-se às comemorações do Dia Mundial da Prematuridade com a realização de um colóquio e de um workshop, a decorrer no dia 19 de novembro, no auditório do campus académico.

A iniciativa, dirigida em primeira linha a enfermeiros, estudantes de enfermagem e outros profissionais de saúde, visa sensibilizar os estudantes e restante comunidade académica para a problemática da prematuridade, proporcionando ao mesmo tempo um momento formativo e de partilha interdisciplinar.

O Dia Mundial da Prematuridade, também conhecido como Dia Internacional da Sensibilização para a Prematuridade, comemora-se a 17 de novembro. A efeméride é promovida pela EFCNI – European Foundation for the Care of Newborn, uma plataforma criada em abril de 2008, a nível europeu. Constituída por pais e profissionais de saúde, o movimento tem o propósito de dar voz aos recém-nascidos prematuros, bem como às suas famílias.

A data instituída serve, acima de tudo, para aumentar a consciencialização para os nascimentos prematuros, mortes e sequelas devido à prematuridade, bem como para alertar para medidas simples, comprovadas e eficientes que poderiam preveni-los. Um bebé prematuro caracteriza-se pela imaturidade do seu organismo, tornando-o mais vulnerável e sensível a determinados fatores externos, como a luz e o ruído.

O programa de atividades preparado pela Escola Superior de Saúde Jean Piaget em Silves arranca às 8h30, com um workshop com o tema “Suporte Básico de Vida Pediátrico”. Às 11 horas tem o início o colóquio que se prolonga até ao final da tarde, com múltiplas intervenções de profissionais de saúde, três mesas ao longo dia e debates.

 

Incidência tem aumentado nos últimos anos
A diabetes nas crianças é uma doença crónica cada vez mais comum.

Esta é uma doença impossível de prevenir, mas detetar precocemente a diabetes infantil contribui para o seu rápido controlo, o que permitirá à criança manter uma vida igual à de todas as outras. Assim, os pais devem ficar atentos aos seguintes sinais:

  • Apetite e sede excessivos
  • Urinar com muita frequência em grande quantidade
  • Emagrecimento
  • Cansaço

Em crianças muito pequenas, estes sintomas são difíceis de valorizar e podem manifestar-se, por, por exemplo, a criança voltar a usar fralda de noite.

Em caso de suspeita de diabetes, deve ser contactado o médico que acompanha a criança ou outro, em caso de indisponibilidade. Este confirmará os sintomas, examinará a criança e pedirá uma avaliação da glicemia em laboratório. Confirmado o diagnóstico, o acompanhamento deve ser feito por equipas multidisciplinares: médico, nutricionista, enfermeiro e psicólogo.

Controlo da diabetes na criança

A insulina, o exercício físico e a alimentação saudável são os pilares do tratamento da diabetes (tipo 1) na criança. A falta de controlo dos níveis de açúcar e o esquema inadequado de insulina impedem o equilíbrio metabólico e, nesse caso, a criança corre o risco de descompensação aguda, alterações do desenvolvimento e complicações a longo prazo (nos olhos, rins, coração e vasos sanguíneos).

A criança com diabetes deve:

  • Fazer a avaliação regular da glicemia (diurna e noturna).
  • Fazer a avaliação nutricional dos alimentos ingeridos (nomeadamente com contagem dos hidratos de carbono).
  • Administrar insulina antes de todas as principais refeições, além da insulina basal (de ação prolongada ou intermédia).
  • Contabilizar os açúcares presentes nas bolachas, refrigerantes, etc.

Tal como outras crianças, deve:

  • Diminuir a ingestão de gorduras saturadas (fritos, margarina, manteigas).
  • Incluir sempre vegetais e fruta nas principais refeições.
  • Praticar 60 minutos de exercício físico por dia.

Na escola

A criança com diabetes necessita da gestão adequada da administração de insulina, da alimentação e da atividade física ao longo de todo o dia. Como muitas horas são passadas na escola, é fundamental envolver a comunidade escolar no tratamento. Assim, a direção da escola, o professor ou educador devem ter conhecimento de que a criança tem diabetes, saber como medir a glicemia, tratar a hipoglicemia e injetar insulina.

A equipa escolar deve também ajudar a criança a fazer a contagem de hidratos de carbono às refeições. Esta contagem consiste, de uma forma simplificada, na identificação dos alimentos que contêm este nutriente e sua contabilização.

Ao longo do ano letivo existem muitos dias especiais, como aniversários ou visitas de estudo, eventos importantes para a integração, autoestima e bem-estar da criança com diabetes. É indispensável o planeamento destas atividades, tendo em conta o horário e tipo de refeições, de modo a ajustar os esquemas de insulina e de vigilância da glicemia. A estreita colaboração entre escola, pais e profissionais de saúde é fundamental para o controlo da diabetes na criança.

 

*Este artigo Médis foi preparado e validado com a colaboração de: 

Prof. Doutor João Filipe Raposo Presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia

Fontes utilizadas:
https://www.cuf.pt/mais-saude/diabetes-nas-criancas-o-que-precisa-de-saber
https://www.lusiadas.pt/blog/criancas/obesidade-infantil/diabetes-crianca-sinais-alarme 
https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/criancas-e-jovens-com-diabetes-mellitus-tipo-1-manual-de-formacao-para-apoio-aos-profissionais-de-saude-e-de-educacao-pdf.aspx
https://apdp.pt/noticias/diabetes-tipo-1-na-escola/

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia 24 de novembro
No próximo dia 24 de novembro, às 21h, Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC) realiza um webinar...

O tema deste webinar tem por objetivo abordar questões práticas, causa-efeito e abordagens a estas três condições que estão, intimamente, relacionadas entre si. Se por um lado, a diabetes é uma das principais condições que contribui para o aparecimento da insuficiência cardíaca; por outro lado, é a principal causa da insuficiência renal. Estima-se que, em Portugal, um terço dos doentes em falência renal seja devido à diabetes. E sabe-se, ainda, que a deterioração da função renal é comum nos doentes com insuficiência cardíaca aguda.

Sobre a insuficiência cardíaca Fátima Franco salienta que “é uma doença habitualmente crónica, na qual o coração se torna incapaz de cumprir a sua missão que é distribuir o sangue e nutrientes através do nosso organismo, consoante as necessidades metabólicas. Tem diferentes causas que iremos abordar no webinar e felizmente a evolução da medicina tem permitido continua melhoria do tratamento”.

“As doenças cardiovasculares e renais provocam insuficiência cardíaca. A saúde do coração e dos vasos está ligada à saúde dos rins. E vice-versa. Ter uma doença cardíaca aumenta o risco de ter doença renal. Ter uma doença renal provoca doença cardiovascular. É sobre esta relação bidireccional que iremos falar no Webinar”, refere a Dra. Patrícia Branco.

Como referido, a diabetes é uma das principais causas de insuficiência cardíaca. O Dr. João Sequeira Duarte destaca que “juntamente com a hipertensão e o enfarte, a diabetes é uma das principais causas da insuficiência cardíaca. Mas se controlar bem a diabetes, o doente pode poupar o seu coração e evitar a insuficiência cardíaca. Hoje, existem tratamentos inovadores que permitem que os diabéticos com insuficiência cardíaca vivam por mais tempo e com mais qualidade, evitando internamentos e outras complicações.”

A Sessão Online “Insuficiência Cardíaca, Diabetes e Insuficiência Renal” decorre no dia 24 de novembro, com início marcado para as 21h00 e com transmissão exclusiva no Facebook e Youtube da AADIC. Moderada pela Dra. Maria José Rebocho, cardiologista e membro do conselho técnico-científico da AADIC, conta com as presenças do Dr. João Sequeira Duarte, Endocrinologista, Director do Serviço de Endocrinologia do CHLO, Dra. Fátima Franco, Cardiologista, Coordenadora do programa de Insuficiência Cardíaca e da Unidade de IC Avançada do CHUC e Dra. Patrícia Branco, Nefrologista, Consulta Multidisciplinar Renocardíaca do CHLO.

“O que é a Insuficiência Cardíaca?”, “O rim e o coração de mãos dadas” e “Porque que é que alguns doentes diabéticos têm Insuficiência Cardíaca?” são os temas em destaque nesta sessão online.

No final, será dada a possibilidade aos doentes e cuidadores na assistência de partilhar dúvidas e pontos de vista com os oradores.

Vacinação
Os Centros de Vacinação do país vão estar abertos, este fim de semana, para as pessoas com 80 ou mais anos que queiram vacinar...

O funcionamento da modalidade Casa Aberta nos dias 13 e 14 de novembro tem como objetivo acelerar o processo de vacinação dos utentes pertencentes àquela faixa etária. 

Estará também disponível o agendamento local para os utentes elegíveis. 

Antes de se dirigirem ao Centro de Vacinação da sua área de residência, as pessoas devem consultar o respetivo horário de funcionamento em https://covid19.min-saude.pt/casa_aberta/

Os utentes continuam a ser convocados através de uma SMS para a toma em simultâneo da vacina contra a gripe e contra a COVID-19 ou apenas para a vacina contra a gripe (se não forem elegíveis para COVID-19). 

Está também disponível o autoagendamento das vacinas para pessoas com 70 ou mais anos, em https://covid19.min-saude.pt/pedido-de-agendamento/.

 

Para ajudar os estudantes a lidar com problemas psicológicos ou emocionais
Uma linha que atende, sinaliza e encaminha e onde todos falam a mesma língua. A Escola Superior de Tecnologia da Saúde de...

O projeto é uma iniciativa do Programa Educação pelos Pares da ESTeSC-IPC e nasceu durante a pandemia COVID-19, no âmbito do Plano de Recuperação Académica e Resiliência Emocional da Escola. “Na adversidade nasceu inovação”, descreveu a coordenadora do projeto Educação pelos Pares, Ana Paula Amaral, acrescentando que os últimos dois anos foram marcados por uma intensa atividade por parte dos alunos que integram a Educação pelos Pares.

Numa fase piloto, com início a 23 de novembro, a LAIp funcionará quatro dias por semana – terça, quarta, quinta-feira e domingo, entre as 21h00 e as 23H00 –, com dois números de telefone associados: 239 802 431 e 965 912 209. Os voluntários receberam formação para ajudar os colegas em casos de dificuldades de adaptação à vida académica, questões emocionais e psico-sociais, bem como para identificar a necessidade de encaminhar os problemas para outros organismos – da Escola, do Politécnico de Coimbra ou do concelho – quando necessário.

Nove estudantes já concluíram a formação necessária para arrancar com o projeto, mas a ideia é que o núcleo de voluntários cresça – salvaguardando sempre a anonimato dos participantes. “O anonimato, de ambos os lados, é essencial para se sentir que é possível conversar sem risco de devassa ou qualquer tipo de constrangimento”, frisou a coordenadora da LAip, Fátima Feliciano.

“Este é mais um programa inovador, que nos dá mais uma ferramenta para estarmos atentos às situações que possam surgir, para que a escola possa antecipar cenários que possam levar, por exemplo, a situações extremas de desistência do ensino superior”, frisou, por sua vez, o presidente da ESTeSC-IPC, João José Joaquim. “À Escola compete criar essas condições, estamos muito comprometidos com o sucesso desta linha”, acrescentou.

 

Debate reune reúne a DGS, Profissionais de Saúde na área Perinatal e Neonatal, Investigadores e Pais
“Aja agora! Mantenha juntos pais e bebés que nascem cedo demais” é o mote da campanha de sensibilização da EFCNI – European...

Esta campanha internacional, que envolve pais, profissionais de saúde, sociedades médicas, e até a própria Organização Mundial da Saúde, foi iniciada há alguns meses, no âmbito das restrições causadas pela Covid-19. Mas a pandemia foi apenas o mote para o lançamento desta ambiciosa campanha, que pretende ser de longo prazo, para apoiar pais de recém-nascidos hospitalizados e profissionais de saúde com o objetivo de possibilitar a adequada implementação dos cuidados centrados na criança e na família, fundamentais à recuperação dos bebés prematuros nas Unidades de Neonatologia.

Este encontro contará com a participação de Dina Simões de Oliveira, Chefe de Divisão da Saúde Sexual, Reprodutiva, Infantil e Juvenil da Direção Geral de Saúde; Diogo Ayres de Campos, Presidente da Sociedade Europeia de Medicina Perinatal, Presidente da Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e Ginecologia e Diretor do Serviço de Obstetrícia do CHLN; Edmundo Santos, Membro da Direção da Sociedade Portuguesa de Neonatologia e Neonatologista do CHLO; Teresa Tomé, Coordenadora de Neonatologia CHLC; Graça Roldão, membro da APEPEN - Associação Portuguesa Enfermagem Pediátrica e Neonatal e Enfermeira de Neonatologia no CHLN; Mariana Amorim, Investigadora do ISPUP - Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto; Paula Guerra, Cofundadora da XXS e Susana de Almeida, consultora de comunicação (moderadora).

Durante o evento, será ainda partilhado um vídeo com uma mensagem da Presidente da EFCNI e da GLANCE, bem como testemunhos dos pais relacionados com o impacto da separação entre pais e bebés após a alta da mãe.

 

Colaboração científica
A Pantest - o primeiro laboratório português licenciado pelo INFARMED para o fabrico de testes rápidos por imunocromatografia,...

Este ensaio clínico surge da necessidade de realizar uma nova validação dos testes rápidos da Pantest de acordo com as novas normas europeias, alteradas em agosto deste ano. Este é mais um passo importante para o laboratório português na revalidação dos seus testes em Portugal, contando já com a certificação do Paul-Ehrlich-Institut (PEI), o Instituto Federal Alemão de Vacinas e Biomedicina e a integração na pipeline da organização internacional da FIND/OMS e integra o Commercial & Government Entity Report da NATO.

“O nosso teste para detecção do coronavírus Sars-CoV 2 é o primeiro teste rápido feito e validado por Instituições Portuguesas, o que nos deixa muito orgulhosos. Este será o primeiro de muitos ensaios clínicos, uma vez que pretendemos testar outros testes rápidos do portefólio da Pantest,” comenta Catarina Almeida, diretora da Pantest.

Por outro lado, Rúben Fernandes, Coordenador do LaBMI refere a importância desta colaboração: “É um protocolo muito importante, porque, enquanto cidadãos e portugueses, é muito importante termos empresas como a Pantest a apostarem no País, e nós temos todo o orgulho e toda a honra em ajudar este projeto a ir para a frente.”

“A Universidade tem muito gosto em subscrever este protocolo, oferecendo as condições do Hospital-Escola da Universidade para sustentar melhor a investigação que está a ser desenvolvida.” declara o Reitor da Universidade Fernando Pessoa, Salvato Trigo. Também o Presidente do Instituto Politécnico do Porto, João Rocha, reforça a importância desta aliança: “A área da saúde é uma área muito exigente em termos de investigação e, por isso, estamos inteiramente disponíveis para continuar a apoiar estas certificações”.

A produção de testes rápidos em Portugal, vem mudar o panorama do país, muito dependente da importação deste tipo de testes e contribuir para o desenvolvimento científico e para a criação de emprego, sobretudo, na região centro. A certificação, quer europeia, quer nacional, vem também reforçar a qualidade dos testes portugueses.

Dia Mundial da Pneumonia assinala-se hoje
Hoje é o Dia Mundial da Pneumonia.

Em Portugal, esta doença afeta, por ano, 3 a 4 indivíduos em cada 1.000 (30 a 40 mil casos anuais), sendo 3 a 4 vezes mais frequente em pessoas com mais de 65 anos. A taxa de mortalidade média ronda os 15 a 20%, sendo muito mais baixa em pessoas saudáveis e jovens, mas relativamente elevada em idosos e em pessoas com várias doenças crónicas.

Desde o início de 2020, tem-se ouvido falar muito da pneumonia associada à doença COVID-19, que como é sabido é causada pelo vírus SARS-CoV-2. Sabemos que este e vários outros vírus, por exemplo o da gripe (vírus Influenza), assim como diversas bactérias (por exemplo o Pneumococo), são agentes frequentes como causa de pneumonia. Infelizmente, com os meios de diagnóstico atualmente disponíveis não conseguimos identificar o microrganismo responsável em mais de metade dos casos, o que não nos impede de tratar bem os doentes, mas faz com que esta seja ainda uma área com algum grau de incerteza.

A prevenção das pneumonias inclui um conjunto de medidas gerais, como evitar o tabagismo e o abuso de álcool e de outras drogas, manter um bom estado nutricional e hábitos regulares de exercício físico. As medidas de proteção a que nos habituámos durante a pandemia (afastamento físico, uso de máscara em espaços fechados, higienização das mãos) são bastante eficazes na redução do contágio entre pessoas, não apenas da COVID-19, mas também da gripe e de outras viroses muito comuns, particularmente no inverno. Por fim, a vacinação tem um grande impacto, não só na redução do número de casos de pneumonia como também na redução da sua gravidade e da mortalidade. Temos à nossa disposição diversas vacinas contra a COVID-19 e também, em grupos seleccionados, conforme orientações da Direcção Geral da Saúde, contra a gripe e contra a pneumonia pneumocócica.

A vacinação protege os indivíduos que a tomam e protege também a sociedade como um todo. Existem alguns receios relativamente à vacinação, a maioria dos quais, não obstante serem legítimos, são largamente infundados. O que devemos temer são as doenças; não tanto as vacinas, que têm demonstrado elevada segurança e que já foram capazes de erradicar doenças do planeta.

Mais de 80% dos internamentos por pneumonia ocorrem em Serviços de Medicina Interna. Os especialistas de Medicina Interna lidam diariamente com doentes com pneumonias das mais diversas causas e gravidades e, lidam simultaneamente com todas as doenças dessas pessoas, que é necessário compensar durante o internamento. Os Internistas e a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna estão ao serviço de todos: na prevenção, no diagnóstico e no tratamento dos doentes e das suas doenças, de que hoje destacamos as pneumonias.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Distinção
Prémio para melhor trabalho de implementação de evidência no contexto da prática clínica em Enfermagem Médico-Cirúrgica foi...

Um projeto de implementação de evidência científica no controlo da dor oncológica em doentes cirúrgicos, desenvolvido, durante os anos de 2020-2021, numa parceria entre investigadores da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E) e profissionais do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra Francisco Gentil, recebeu o “Prémio de Implementação de Evidência no Contexto de Prática Clínica Enfermeiro José António Antunes 2021”, atribuído, no final do mês de outubro, pela Associação de Enfermeiros Especialistas em Enfermagem Médico-Cirúrgica (AEEEMC).

Coordenado pela investigadora da UICISA: E – centro de investigação acolhido pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) –, Cristina Costeira (atualmente, professora adjunta da Escola Superior de Saúde do Politécnico de Leiria) e pela enfermeira especialista Isabel Morais (Gabinete de Estomaterapia do IPO de Coimbra), este projeto de implementação de evidência visou assegurar ganhos efetivos na gestão da dor das pessoas com cancro e nos cuidados que lhes são prestados, melhorando a qualidade de vida destes doentes oncológicos submetidos a cirurgia e corresponsabilizando-os no processo de autogestão de dor.

«O impacto deste projeto na qualidade de vida do doente e cuidador são inequívocos, assim como na qualidade dos cuidados prestados. A preocupação em prevenir situações de descontrolo álgico (relativo à dor) e desenvolver ferramentas que permitam a sua gestão adequada, são aspetos potenciados pelo projeto, assim como a possibilidade de implementar a evidência científica recente em gestão de dor oncológica», afirma a enfermeira e corresponsável pelo projeto, Cristina Costeira.

Por outro lado, realça a investigadora, «uma situação de dor eficazmente gerida contribui para a diminuição de custos diretos e indiretos em saúde, para os doentes, cuidadores, profissionais e mesmo para as instituições de saúde».

Otimização de recursos, tempo e efetividade de resultados

 «O facto de o projeto permitir uma uniformização de cuidados prestados aos doentes/cuidadores com dor oncológica pela equipa de saúde irá melhorar a organização dos serviços, na otimização de recursos, tempo e efetividade de resultados pretendidos», assevera Cristina Costeira.

O “Prémio de Implementação da Evidência no Contexto da Prática Clínica Enfermeiro José António Antunes”, recentemente atribuído pela AEEEMC (durante o V Congresso Internacional de Enfermagem Médico-Cirúrgica, na Figueira da Foz), pretende reconhecer e incentivar a implementação da evidência científica nos contextos da prática clínica especializada em Enfermagem Médico-Cirúrgica, nomeadamente nas áreas de Enfermagem à Pessoa em Situação Crítica, à Pessoa em Situação Crónica, à Pessoa em Situação Paliativa e à Pessoa em Situação Perioperatória.

O galardão tem como objetivo premiar o melhor trabalho de implementação de evidência no contexto da prática clínica especializada em Enfermagem Médico-Cirúrgica, apresentado a concurso.

 Além de Cristina Costeira e de Isabel Morais, participaram, ainda, neste trabalho os enfermeiros Dulce Helena Carvalho, Ana Filipa Sousa, Ana Oliveira e Ivo Paiva.

O projeto de implementação foi desenvolvido no âmbito do 1º JBI-Evidence Implementation Training Program (Curso de Formação de Implementação de Evidência) oferecido pelo Portugal Centre for Evidence Based Practice: a JBI Centre of Excellence, centro acolhido pela UICISA: E/ESEnfC.

O trabalho foi supervisionado pelo professor coordenador da ESEnfC, Rogério Rodrigues, e pela investigadora da UICISA: E/ESEnfC, Daniela Cardoso.

Mais de mil mulheres responderam ao inquérito da Liga Portuguesa Contra o Cancro
A Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC), com o apoio da Roche, vai apresentar os resultados do estudo ‘Impacto Económico e...

Os dados das diferentes formas como o cancro da mama impacta as mulheres, assim como as visões e experiências dos doentes, serão conhecidos num evento que se realiza no dia 17 de novembro, entre as 10h30 e as 12h30, no Centro Cultural de Belém (Sala Amália Rodrigues), em Lisboa. 

A análise e comentário aos dados vão ser feitos por José Carlos Marques, presidente eleito da Sociedade Portuguesa de Senologia, Sónia Silva, psicóloga da LPCC e Ana Teresa Magalhães da Silva, voluntária do Movimento Vencer e Viver. 

No encerramento do evento, que é moderado por Joana Cruz, está prevista a transmissão da música "Voltei", um tributo da Gisela João à LPCC e a todas as pessoas que vivem com cancro.

Para inscrições, envie um email para [email protected]

 

Para celebrar o Dia Mundial da Diabetes
Para celebrar o Dia Mundial da Diabetes, que se assinala a 14 de novembro, a Associação de Jovens Diabéticos de Portugal (AJDP)...

Promovido pelo Gabinete de Desporto da Câmara Municipal de Sever do Vouga, o projeto do município, que conta com a parceria da CLDS Proximidade, procura aumentar os índices de exercício físico da população Severense e de todos os interessados e promover as paisagens e a beleza natural que o concelho oferece.

No Dia Mundial da Diabetes, torna-se fundamental promover a adoção de hábitos saudáveis para reduzir o risco de desenvolvimento de fatores de risco associados ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares. No mesmo âmbito, a AJDP pretende desmistificar a diabetes como uma condição incapacitante junto da população em geral e das pessoas diagnosticadas com esta patologia, através da promoção de atividades lúdicas e desportivas que incentivem a prevenção e o tratamento da diabetes.

A próxima caminhada, com ponto de encontro junto da Igreja Matriz de Pessegueiro-do-Vouga, conta com uma extensão de aproximadamente 10 quilómetros e oferece passagens por caminhos florestais, terras de cultivo e antigos caminhos agrícolas. O percurso permitirá, ainda, apreciar a EcoPista do Vouga, a qual também exibe uma beleza ímpar e em sinergia com a natureza.

A inscrição é gratuita e os participantes vão receber um kit de caminhada no dia do evento. Confirme a sua inscrição aqui e conheça os percursos pedestres do concelho aqui.

De 11 e 13 de novembro
O 37º Congresso Nacional de Pneumologia está prestes a arrancar e conta nesta edição com dois simpósios Sanofi. O primeiro, a...

A sessão da Sanofi Pasteur focada na gripe conta com a participação do Prof. Filipe Froes, pneumologista no Centro Hospitalar Lisboa Norte, que abordará a carga da doença e complicações cardiovasculares, assim como o impacto que a pandemia COVID-19 poderá ter na época gripal deste ano e a importância de manter as coberturas vacinais e do Prof. Raúl Ortiz de Lejarazu Leonardo, Diretor Emérito e Assessor Científico do Centro Nacional de Gripe de Valladolid, que falará sobre a vacina de dose elevada com a apresentação de publicações realizadas por grupos de peritos em Espanha.

O simpósio de dia 13 de novembro da Sanofi Genzyme, decorre pelas 14h00, e conta com as intervenções de José Manuel Silva, pneumologista no Hospital da Guarda, que vem explicar como “Identificar o doente grave”, Rita Gerardo, pneumologista do Centro Hospitalar Lisboa Central, num painel sobre “Fenótipos e Biomarcadores na Prática Clínica e Cláudia Loureiro, pneumologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, que falará sobre a “Evidência Dupilumab nas doenças inflamatórias Tipo 2. A abertura e moderação está a cargo de João Cardoso, pneumologista do Centro Hospitalar Lisboa Central.

A 37ª edição do Congresso Nacional de Pneumologia realiza-se entre os dias 11 e 13 de novembro no Centro de Congressos do Algarve, no EPIC Sana em Albufeira.

 

Durante Seminário
A violência contra profissionais “é um problema muito frequente, com impacto em Portugal e no mundo, pelo que é necessário...

A Diretora-Geral da Saúde falava no seminário “Prevenção da Violência no Setor da Saúde - Oficinas de Cocriação”, na Marinha Grande, onde foram divulgadas as estratégias e os projetos criados pelas Administrações Regionais de Saúde (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve) no âmbito das Oficinas de Cocriação do Plano de Ação para a Prevenção da Violência no Setor da Saúde (PAPVSS). Graça Freitas salientou que “o grande objetivo da Direção-Geral da Saúde (DGS) e deste Plano é chegar ao maior número de pessoas, porque só um grande esforço coletivo poderá fazer a diferença”. 

O PAPVSS, agora integrado no Programa Nacional de Prevenção da Violência no Ciclo de Vida (PNPVCV), contempla a criação de uma “rede de pontos focais regionais e institucionais que já abrange todas as instituições do Ministério da Saúde e que agora está a ser alargada a todas as unidades funcionais, departamentos e serviços com uma rede local”, referiu a Diretora-Geral da Saúde. 

Durante a sua intervenção, Graça Freitas destacou ainda a importância da rede de pontos focais das forças de segurança, criada pelo Gabinete de Segurança do Ministério da Saúde, que já cobre todo o território. “São estas redes, com a sua reflexão e trabalho local, que vão conseguir mudar a realidade atual da violência no setor da saúde”, concluiu. 

O “empenho” do Instituto Nacional de Administração (INA), também envolvido neste Plano através da formação de dinamizadores destas oficinas de cocriação, foi igualmente reconhecido, considerando a Diretora-Geral da Saúde que “estes dinamizadores promoveram o debate de ideias e a constituição de equipas no terreno, que conceberam projetos e estão a implementá-los”. 

O evento foi organizado pela DGS, através do PNPVCV, e INA, em colaboração com a Câmara Municipal da Marinha Grande. 

 

Opinião
As lavandarias de processamento de roupa hospitalar são unidades que apoiam a higiene geral dos hosp

A roupa processada inclui maioritariamente lençóis, fronhas, cobertores, colchas, batas, roupa de bloco, almofadas, entre outros. Tanto o tipo de roupa como o tipo de sujidade variam muito, no entanto, a atenção deve estar concentrada nos casos mais adversos. Como sabemos o ambiente hospitalar toda a roupa é considerada contaminada, por isso muito suscetível a doenças, algumas transmissíveis, que poderão ser transportadas pela roupa, e por isso é necessário fazer uma avaliação de todo o circuito de processamento da roupa no sentido correto.

O processamento da roupa tem várias etapas, todas elas deverão ser executadas com a maior exigência possível, mas podemos dividi-las em dois grupos: fase suja e fase limpa.

A fase suja inclui as etapas de recolha e transporte da roupa, a receção, caracterização e separação da roupa suja. Nesta fase, existem riscos de transmissão de doenças da unidade hospitalar para o exterior, colocando em risco principalmente os operadores. A existência de equipamentos de proteção individual é obrigatória, como luvas, bata e óculos, assim como a disponibilidade de produtos desinfetantes para a desinfeção pessoal dos operadores.

A etapa de lavagem e desinfeção de roupa funciona como zona tampão entre a fase limpa e a fase suja. É nesta etapa que se converta a roupa suja em roupa limpa, e conseguinte, faz-se a passagem de uma fase suja para uma zona limpa. Neste ponto concreto é necessário haver uma barreira sanitária a garantir que a “sujidade” não passa da zona suja para a zona limpa.

Esta barreira sanitária, no caso da lavagem da roupa é feita pela própria máquina, mas existem diversos pontos de controlo que é necessário restringir: operadores, carrinhos de transporte de roupa, entre outros, que andam entre a zona limpa e a zona suja.  Muitas das vezes a barreira sanitária é física, existindo pontos de desinfeção garantida quando se faz uma passagem, feita por pedilúvios, barreiras de nebulização ou pulverização.

Depois desta etapa, entramos na fase limpa, onde a roupa está em condições de ser utilizada em meios hospitalares e por isso é necessário haver um controlo na entrada de agentes patogénicos que poderão estar em contacto com a roupa.

O controlo microbiológico nesta fase tem de ser exigente, visto que se o processamento não for feito corretamente, a entrada na unidade hospitalar por parte de roupa mal processada pode ser a fonte de transmissão de doenças para os pacientes

Processo de Lavagem e Desinfeção

Não excluindo as restantes etapas da importância que têm na diminuição do risco de contaminações, a etapa do processo de lavagem e desinfeção da roupa é a mais crucial no controlo de microrganismos.

O processo de lavagem e desinfeção da roupa é assegurado tendo em conta três fatores: temperaturas de processo; produtos químicos utilizados no processo e tempos de lavagem. No entanto, estes fatores podem ser afetados pelo funcionamento da máquina e do sistema de doseamento de produtos.

Estes três fatores são complementares, ou seja, com o aumento de um existe a diminuição de outro. No exemplo abaixo, verificamos que ao aumentar a quantidade de produto desinfetante de 2ml para 18ml e o tempo de contacto em 5 min, foi possível diminuir a temperatura de lavagem de 70ºC para 40ºC.

Apesar de não existir uma norma de desinfeção europeia padrão, estes fatores são determinados pelo responsável técnico e devem estar acordo com os procedimentos de desinfeção reconhecidos em institutos reconhecidos mundialmente, e independentes.

Um destes órgãos é o Robert Kock Institute, que é um Instituto Federal de Saúde Pública competente e funcional, encarregado da implementação de uma política de cuidados de saúde responsável e eficiente na Alemanha.

Outro é o Instituto Hohenstein, que é um centro de pesquisa e serviço independente, reconhecido internacionalmente, com mais de 150 cientistas e outros funcionários experientes. Nos laboratórios, a pesquisa fundamental e de aplicação está focada em produtos e processos inovadores para a indústria têxtil, vestuário e tratamento. Os institutos realizaram a primeira pesquisa exaustiva e estudos de campo, conduzindo ao desenvolvimento de tecnologias de tratamento têxtil amigas do ambiente.  

Além de se estabelecer um processo de lavagem eficiente na desinfeção da roupa, com características reconhecidas, é importante estabelecer um sistema de controlo e supervisionamento de todas a etapas na gestão do tratamento de roupa hospitalar – RABC.

RABC

O sistema RABC (Risco, Análise, Biocontaminação e Controlo) é baseado na norma padrão EN 14065 relativa à roupa processada em lavandarias que estabelece um sistema de controlo de biocontaminação. 

O seu objetivo é garantir a qualidade microbiológica da roupa processada para ser utilizada em setores específicos como indústria farmacêutica, dispositivos médicos, indústria alimentar, saúde e cosméticos.

Antes da implementação do RABC é necessário tomar algumas ações preliminares e ter em atenção alguns pré-requisitos:

  1. Compromisso da administração
  2. Criação da equipa RABC
  3. Higiene das instalações e ambiente de trabalho
  4. Definição da utilização final pretendida para o têxtil
  5. Preparação de um fluxograma da roupa
  6. Especificação do processo, de acordo com o tipo de tecido e natureza da sujidade
  7. Formação de conhecimentos e competências

Este sistema tem 7 princípios que levam ao controlo e eliminação da atividade microbiológica:

  1. Inventariar todos os perigos microbiológicos e ações de controlo
  2. Definir pontos de controlo (CPs) para verificação de potenciais riscos
  3. Estabelecer níveis e limites alvo e tolerâncias
  4. Conceber um sistema de monitorização para testar e supervisionar os CPs
  5. Fixar ações corretivas caso os limites sejam excedidos
  6. Implementar um sistema de verificação para confirmar a efetividade do RABC
  7. Criar e manter a documentação necessária

A roupa hospitalar, devido à exigência dos requisitos do mercado hospitalar, deve ser processada de acordo com procedimentos rigorosos que garantem uma qualidade apropriada.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

Páginas