“Um PRR para a Diabetes – A Oportunidade é Agora”
São três os objetivos fundamentais do Plano de Reconstrução para a diabetes, divulgado pela iniciativa “Um PRR para a Diabetes ...

Face a um diagnóstico complexo e multifatorial da realidade da diabetes em Portugal, significativamente agravado pelo impacto da pandemia, a iniciativa “Um PRR para a Diabetes – A oportunidade é agora” defende a necessidade da existência de um exercício de ampla planificação estratégica que alavanque inovação estrutural nos modelos operacionais e uma resposta ao universo de desafios adjacentes à diabetes.

O plano anunciado esta sexta-feira aponta os três objetivos prioritários defendidos pelo Steering Committee e pela Task Force que integram o projeto “Um PRR para a Diabetes”:

Menos pessoas com diabetes: Prevenir, mitigar ou reverter a prevalência da diabetes, atuando na sua forte relação causal com fatores de risco bem identificados, como a obesidade, o sedentarismo e as condicionantes socioeconómicas. O sucesso passa pela estabilização da incidência da diabetes e obesidade até 2030, pela definição e análise contínua de indicadores de sinalização e controlo da pré-diabetes nos Cuidados de Saúde Primários, pela melhoria nos estilos de vida na população e pela implementação de uma Estratégia Local para Prevenção da Diabetes em 100% de ACES/Municípios até 2030;

Mais pessoas com acesso aos melhores cuidados: isto é, aumento do número de pessoas com diabetes com acompanhamento adequado nos Cuidados de Saúde Primários e o alcance de um conjunto de metas, entre as quais:  a definição e implementação de rácios adequados de cobertura de equipa multidisciplinar da patologia, 100% de Unidades Coordenadoras Funcionais da Diabetes com Protocolo de Integração de Cuidados e 100% de cobertura nacional da Plataforma Digital Centralizada para a gestão do doente;

Melhores resultados em saúde: Pretende-se estimular a disseminação de boas práticas intra e inter níveis de cuidados, de forma a que, gradualmente, mais pessoas com diabetes possam beneficiar de modelos inovadores, geradores de melhores resultados em saúde e, idealmente, de mais eficiência na alocação de recursos. Para o fazer, o plano defende a criação e avaliação de métricas de qualidade de vida e experiência do doente, a redução dos valores reportados de carga de doença associada à diabetes em 25% até 2030, a criação de um repositório de boas práticas assistenciais e desenvolvimento de um Registo Nacional da Diabetes.

Para alcançar estes objetivos, o Steering Committee e a Task Force definiram seis áreas de intervenção e respetivas linhas de ação. São elas, Prevenção: um dos pilares fundamentais da proposta de intervenção, que deverá envolver todos os setores da sociedade através da promoção da literacia em saúde e do reforço de ferramentas de estratificação de risco e da resposta atempada e holística;

Educação: Capacitar o cidadão para o processamento de informação de saúde, envolvendo e formando pessoas com diabetes e pré-diabetes, cuidadores e equipas de saúde;

Capacidade resolutiva: Por muito eficaz que seja um diagnóstico de desafios e prioridades, é crucial garantir a capacidade de resposta atempada, proativa e eficaz às necessidades. Para o fazer, as linhas de ação apontadas são a inovação e o investimento na gestão de recursos humanos e a promoção de experiências de integração e multidisciplinaridade;

Governação e cooperação: Defendendo a ideia de que a diabetes deve ser encarada como doença social, a visão e aposta de reforço das intervenções praticadas em contexto comunitário ganham um lugar de destaque. Isto deve ser conseguido através da capacitação das Unidades de Cuidados na Comunidade, implementação plena do Plano Individual de Cuidados, parcerias multissetoriais na comunidade e intervenções comunitárias na modalidade de partilha de risco e responsabilidade;

Inovação digital: neste ponto, o plano identifica como linhas de ação a construção de um ecossistema sólido de SI (sistemas de informação) e partilha de dados, modalidades inovadoras de monitorização integrada do doente crónico e modelos protocolados de telegestão da pessoa com diabetes;

Modelo de financiamento: Os grupos de trabalho defendem uma reconfiguração para que este passe a assentar numa visão preventiva e de intervenção comunitária, através do desenvolvimento de um modelo de financiamento inovador, de visão populacional, que promova intervenções de cariz comunitário e a reformulação do conjunto de indicadores de desempenho associados à prevenção e gestão da diabetes.

Alexandre Lourenço, presidente da APAH espera “que esta iniciativa tenha um impacto significativo na forma como é gerida a diabetes em Portugal e que em 2030 o nosso país possa estar num outro patamar de prevenção proactiva, de acesso, de efetividade dos cuidados e de inovação nesta área. O setor da Saúde, por força da acumulação crónica de pontos de constrangimento e no rescaldo de uma sequência de meses de pressão organizacional sem precedentes, evidencia hoje argumentos em várias das suas dimensões que justificam um investimento setorial estratégico, como é o caso deste PRR para a diabetes”.

Esta ideia também é sublinhada por João Raposo, presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia e membro do steering committee. O especialista explica que “os desafios na área da diabetes são claros e cada vez mais prementes: precisamos de diminuir o impacto da doença em Portugal e melhorar o acesso aos cuidados. Temos de tratar de forma mais eficaz e universal e apostar fortemente na prevenção, mitigando e idealmente revertendo a prevalência da diabetes. Este desígnio depende fortemente de mais inovação e compromisso na Educação e Promoção da Saúde, devendo ter por base o princípio de “diabetes em todas as políticas” e o instinto promotor de sinergias entre o setor da saúde e os demais”.

Já Jorge Caria, Diretor Médico da Novo Nordisk Portugal, também membro do Steering Committee, considera que “este é um projeto ambicioso e inadiável. Portugal figura como um dos países da UE em que a prevalência da diabetes tipo 2 e os indicadores relacionados com os fatores de risco modificáveis que lhe estão associados, dos quais se destaca a obesidade - apresentam valores mais elevados. É imperativo assumir a inovação na gestão da diabetes tipo 2 como uma prioridade de saúde pública, actuando nas suas causas visando a redução da prevalência e da incidência, de forma a aliviar o peso que esta doença representa para o indivíduo, para o sistema de saúde e para a sociedade portuguesa”.

A iniciativa “Um PRR para a Diabetes – A Oportunidade é Agora” junta 20 especialistas com o objetivo de definir um plano de ação que venha alterar o paradigma da resposta aos desafios da diabetes em Portugal. O evento público de apresentação e discussão das soluções propostas realiza-se hoje, às 10h, via streaming e no Auditório do Jornal Público.

 

Medicina genómica terá grande impacto em doenças como o cancro, doenças neurodegenerativas ou metabólicas
Ter a funcionar uma rede de referência para a área da medicina genómica na região Centro do país, dentro de dois anos, é o...

A medicina genómica – personalizada e de precisão – é uma área emergente da medicina que, através de testes genéticos (análise de DNA), é capaz de detetar várias doenças, permitindo antecipar resultados em saúde, estabelecer políticas de prevenção e desenvolver ações e sistemas inovadores que facilitem o diagnóstico precoce e novos tratamentos e tipos de terapias. No futuro, a medicina genómica terá grande impacto em doenças como o cancro, doenças neurodegenerativas, doenças metabólicas, doenças respiratórias e doenças cardiovasculares, entre outras.

Com a duração de dois anos, o designado “Projeto de Capacitação da Região Centro para a Medicina Personalizada/de Precisão, de base genómica” envolve mais de uma dezena de centros de investigação da Universidade de Coimbra, da Universidade de Aveiro (UA) e da Universidade da Beira Interior (UBI), bem como vários hospitais e unidades de saúde da região Centro, e conta com o financiamento de 1,2 milhões de euros, atribuído no âmbito do Programa Operacional da Região Centro (PO Centro 2020).

A medicina genómica «está a emergir em diversas regiões do mundo, nomeadamente, nos países com maior desenvolvimento económico e social, como uma área de inovação do diagnóstico clínico e do planeamento terapêutico, com forte impacto na qualidade de vida, na redução dos custos da saúde, globalmente, na economia da saúde», contextualiza Fernando Regateiro, professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e coordenador do consórcio.

Com a medicina baseada em testes genéticos, acrescenta, «os médicos e os doentes esperam, tratamentos mais precisos, com individualização da dose e dos efeitos, diagnósticos precoces de doença, pré-sintomáticos, e a identificação de suscetibilidade para uma determinada doença».

O projeto deste consórcio tem como principais eixos o mapeamento de disponibilidades existentes na região Centro na área da genómica, a definição e elaboração do Relatório de Estratégia Regional para o período 2023-2030, capacitação para a medicina genómica, transferência de conhecimento e disseminação do conhecimento junto dos profissionais de saúde e do público em geral e ações de natureza educativa.

Está já em curso o mapeamento aprofundado dos recursos atuais e a avaliação das necessidades, a médio e longo prazo, dos atores da região Centro que atuam ou tenham interesse na área da medicina genómica. Segundo o consórcio, «não existe um mapeamento específico e detalhado que identifique a capacidade tecnológica disponível, por exemplo, para o armazenamento de amostras biológicas humanas (biobancos) e para o processamento das mesmas, para a extração de DNA genómico de alta qualidade de vários tipos de amostras (sangue, saliva, biópsias sólidas, etc.) e para a implementação de procedimentos padronizados de controlo de qualidade do DNA».

No que respeita à capacitação técnica para a medicina genómica, isto é, preparar os diversos stakeholders para os desafios colocados por esta abordagem médica, as três universidades envolvidas no projeto vão realizar estudos laboratoriais de genómica nas áreas do cancro, diabetes e doença pulmonar obstrutiva crónica.

Na UC, a capacitação técnica vai focar-se na área do cancro, a segunda causa de morte a nível mundial e em Portugal. Na última década, salienta Fernando Regateiro, que irá coordenar o estudo, o tratamento do cancro «sofreu uma verdadeira revolução deixando de estar dependente apenas do diagnóstico histológico e estadio da doença, para ser individualizado de acordo com o perfil molecular do tumor, o perfil genético do paciente e a sua resposta imunológica. A descoberta de novos marcadores de prognóstico e preditivos da resposta terapêutica tem sido acompanhada pelo lançamento no mercado de um número crescente de fármacos-alvo, isto é, dirigidos a alterações genéticas tumorais específicas».

Por sua vez, a UA vai desenvolver um estudo em sequenciação de exomas de indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), em particular na identificação de variantes genéticas associadas à resposta destes pacientes à reabilitação pulmonar (RP). Em Portugal, a DPOC atinge mais de 800 mil pessoas e a sua incidência na região Centro é aproximadamente de 13%.

Na UBI vão ser realizados estudos moleculares em doenças do metabolismo, com foco na identificação das formas monogénicas da diabetes (sequenciação de exomas), uma doença crónica que é a principal causa de insuficiência renal, de amputações e de cegueira, e a quarta principal causa de morte na maior parte dos países desenvolvidos.

O consórcio prevê, ainda, desenvolver uma plataforma de transferência de tecnologia para apoio à criação de “startups”, com o objetivo de encontrar parceiros de negócio e potenciar a procura de investimento, bem como encontrar oportunidades de colaboração.

As instituições de saúde que integram o consórcio são: Centro Hospitalar de Leiria, Centro Hospitalar do Baixo Vouga, Centro Hospitalar do Médio Tejo, Centro Hospitalar do Oeste, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar Tondela-Viseu, Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira, Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil, ULS da Guarda e ULS de Castelo Branco.

Colaboram ainda a Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares, através da Delegada Regional de Educação do Centro, a Associação Portuguesa de Imprensa e a Associação Portuguesa de Professores de Biologia e Geologia.

Entrevista
Apesar de ser um problema frequente, estima-se que mais de 80% daqueles que sofrem de anemia desconh

Estima-se que, em Portugal, cerca de 20% da população sofra de anemia. No entanto, considera-se que uma grande percentagem dos casos se encontra por diagnosticar. Deste modo, pergunto, por que motivo não se dá a devida atenção a este problema? Fala-se pouco sobre o tema?

Penso que sim. Talvez as pessoas estejam pouco alertadas para os sintomas. Talvez estejam centradas noutros problemas. Temos a pandemia a ocupar as nossas preocupações, os problemas do dia-a-dia, a economia… As pessoas podem facilmente atribuir o seu excesso de cansaço diário, a sua dificuldade em concentrar-se no trabalho, a fadiga exagerada, a todas essas coisas. Muitas vezes, demasiadas vezes, será anemia ou simplesmente deficiência de ferro a causar tudo isso. Bastaria estar atento e falar sobre esses sintomas ao seu médico.

Para ajudar a compreender a temática, peço que explique o que é a anemia, quais as causas associadas e que tipos de anemia existem? Quais os mais frequentes?

De forma direta e simplificada, a anemia consiste na diminuição da hemoglobina nos glóbulos vermelhos que entram na constituição do sangue. A hemoglobina é a molécula que, dentro dos glóbulos vermelhos, transporta o oxigénio para todas as células do nosso corpo. Sem esse oxigénio as células não podem respirar e produzir energia. É assim como uma espécie de pilha. Sem energia as células não conseguem realizar as suas funções. É por isso que quando temos anemia nos sentimos fracos, debilitados, cansados.

Existem vários tipos de anemia, desde as de causa hereditária às de causa renal, mas as mais frequentes ocorrem por perdas de sangue (devido a diversas doenças) e por carência de ferro na alimentação. Mais de metade das anemias ocorrem por deficiência de ferro.

De um modo geral, a que sintomas devemos estar atentos?

A anemia, na maior parte das vezes, instala-se de forma insidiosa. Primeiro pode começar por se traduzir por nos sentirmos com menos energia do que habitualmente, com menos concentração nas nossas tarefas, com cansaço fácil, dores de cabeça, depois a pele e as mucosas (lábios, por exemplo) começam a ficar pálidos e o cansaço agrava-se, instala-se fadiga muscular, sentimos tonturas e podem ocorrer desmaios.

Quais as principais complicações da anemia, quando não tratada?

Se a anemia não for tratada pode ocorrer fadiga extrema, insuficiência cardíaca, desmaios frequentes, angina de peito, a doença que está na origem da anemia agrava-se e sabemos que as pessoas com anemia estão sujeitas a maior tempo de internamento hospitalar, são mais vezes internadas nos cuidados intensivos após serem sujeitas a cirurgia e têm maior índice de mortalidade.

Podemos falar em grupos de risco?

Diria que sim. As mulheres, sobretudo as jovens entre os 18 e os 34 anos, as grávidas, os recém-nascidos e crianças, os doentes de cancro, as pessoas que sofrem de doença crónica e os idosos.

Como se trata a anemia?

Em primeiro lugar trata-se a doença que está a causar a anemia (excluindo os casos, menos frequentes, de a anemia ser hereditária). É frequente acontecer, por exemplo, uma mulher ter menstruações muito abundantes e nunca ter investigado a causa. Não valorizou. Por vezes até acha normal. Quando se investiga a causa descobre-se, por exemplo, que sofre de pólipos uterinos. Tratam-se os pólipos, trata-se a anemia e o

problema fica resolvido. Outras vezes são pessoas que sofrem de doença colo-rectal ou têm doença renal na base da sua situação de anemia. Os tratamentos são por isso muito diferentes e direcionados para a doença de base. A anemia, nessas situações, é a consequência e não a causa, mas nem por isso carece de grande atenção e de tratamento adequado. Muitas vezes o tratamento da causa é cirúrgico. Este aspeto é muito importante, pois sabe-se que, na União Europeia, 20 a 40% das cirurgias major são efetuadas em doentes com anemia não corrigida. Este facto sujeita os doentes ao risco demasiadamente elevado de terem que ser transfundidos. Por esta razão se começa agora a falar (embora demasiado tardiamente) de Patient Blood Management ou simplesmente PBM. Este é um conceito emergente, a que o Estado português na sequência de uma resolução da Assembleia Mundial da Saúde de 2010, tem que dar resposta e a que devemos começar a dar mais atenção e que está intimamente ligado à anemia.

É possível prevenir o seu desenvolvimento?

É possível e desejável prevenir a anemia, estando atento aos sinais de alerta, procurando o seu médico, fazendo uma alimentação equilibrada. Num país (com toda a razão) orgulhoso da sua dieta mediterrânica, rica em ferro e em outros nutrientes essenciais, talvez façamos uma dieta pouco mediterrânica e pobre nesses nutrientes.

Qual o impacto socioeconómico da anemia no nosso país? Dispõe de dados sobre esta matéria?

Não disponho de dados sobre o impacto económico da anemia em Portugal, tendo que ser avaliados os dias de absentismo, a baixa produtividade dos doentes com anemia que estão a trabalhar e que não estão a ser tratados, os custos com as complicações da doença de base agravadas pela anemia, o maior número de dias de internamento, o custo do maior número de eventos adversos em internamento hospitalar associados à anemia, o custo com mais dias de internamento em Unidades de Cuidados Intensivos, etc. Disponho, contudo, de uma estimativa levada a cabo por uma parceria do Anemia Working Group Portugal com a EXIGO Consultores, em 2017, a qual avaliou o ganho da implementação de PBM (referido atrás) em Portugal durante um ano. Seriam reduzidas em 51,2% as transfusões, evitadas 594 mortes prematuras, reduzidos 10,3% os internamentos hospitalares e obtido um benefício económico global de 67,7 milhões de euros.

Qual a importância da criação de uma estratégia nacional para prevenir e tratar a anemia?

A importância da criação de uma estratégia nacional pode ser aferida pela publicação recente da resolução nº 269/2021 da Assembleia da República que aprovou, no passado dia 8 de outubro, a recomendação para que o Governo crie essa estratégia nacional e que institua o Dia Nacional da Anemia no dia 26 de novembro. Estes são objetivos que o Anemia Working Group Portugal persegue há vários anos e esta estratégia nacional poderá finalmente dar resposta a este problema de Saúde Pública que consiste em ter uma prevalência de 20% de anemia na população adulta portuguesa.

No âmbito deste tema, que mensagem gostaria de deixar?

Gostaria de deixar 3 mensagens: a primeira é que a anemia tem uma prevalência elevada na população portuguesa adulta (nas crianças e adolescentes ainda estamos por saber exatamente). Um cada cinco portugueses adultos sofre de anemia, 84% dos doentes anémicos desconhecem que o são e apenas 2,8% estão a ser tratados. A segunda mensagem consiste na chamada de atenção para a resolução da Assembleia da República que recomenda a criação de uma estratégia nacional para a prevenção de uma estratégia nacional para a prevenção e tratamento da anemia, assim como a criação do Dia Nacional da Anemia.

Por fim, a terceira é um apelo para que se comece a dar a necessária e urgente atenção à implementação efetiva do PBM em Portugal.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dados DGS
Mais de 900.000 pessoas foram já vacinadas com a dose de reforço da vacina contra a covid-19 e cerca de 1,7 milhões receberam a...

As pessoas que foram inoculadas com a vacina da Janssen vão também poder receber a dose de reforço 90 dias após a administração da primeira dose.

A modalidade “Casa Aberta” está disponível para as pessoas com 75 ou mais anos que tenham a vacinação completa e queiram vacinar-se com a dose de reforço e/ou contra a gripe, assim como o agendamento local para utentes elegíveis, sendo dada prioridade às pessoas com mais idade e abrangendo, gradualmente, faixas etárias mais baixas, até chegar aos 65 anos.

É igualmente possível o auto agendamento para pessoas com 65 anos ou mais (https://covid19.min-saude.pt/pedido-de-agendamento/) e mantém-se a convocatória através de SMS para a toma em simultâneo da vacina contra a gripe e contra a COVID-19 ou apenas para a vacina contra a gripe, se não forem elegíveis para covid-19.

 

Pessoas com diabetes constituem um grupo de alto risco para as formas mais graves de infeções
A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) defende que a atualização da vacina contra a covid-19 é uma...

A APDP enfatiza o apelo para que a atualização da vacina contra a covid-19 esteja completa nas pessoas com mais de 80 anos antes do início do inverno e do novo surto que se avizinha. Os indivíduos com mais de 65 anos podem agora recorrer à modalidade “casa aberta”, disponível nos centros de vacinação de norte a sul do país. A APDP reforça a necessidade de garantir que os portugueses com mais de 80 anos estejam todos vacinados antes do outono acabar.

Em França, o número de infetados já ultrapassou os 60 mil casos diários e a Alemanha registou mais de 75 mil casos nas últimas 24 horas. A nova vaga da covid-19 já está em Portugal e o número de infetados pode crescer abruptamente, alerta a associação.

“É preciso avisar os familiares, os amigos e os vizinhos de que deverão ser já vacinados e, nesta fase, a maior prioridade são os maiores de 80 anos. Apelamos às autarquias, Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia, para se organizarem no sentido de assegurarem o transporte para as pessoas que têm dificuldade em deslocar-se aos centros de vacinação. Apelamos às associações de doentes e às organizações locais que, junto dos seus associados, passem a palavra: É preciso atualizar a vacinação da covid-19”, refere José Manuel Boavida, presidente da APDP.

João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP, reforça que “provavelmente, a atualização da vacinação contra a covid-19 irá realizar-se periodicamente, à semelhança do que acontece com a vacina contra a gripe. Relembramos que as pessoas com diabetes constituem um grupo de alto risco para as formas mais graves de infeções, incluindo a covid-19. Além da vacinação e do uso da máscara, a compensação da diabetes é fundamental.”

Galardão foi entregue esta quinta-feira, 25 de novembro, no Casino Estoril
Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas, foi eleita “Nutricionista do Ano” nos primeiros prémios nacionais...

“É muito gratificante ver o nosso percurso reconhecido, principalmente pela classe em que nos inserimos, uma vez que é em prol desta que trabalho, todos os dias, para elevar o papel que os nutricionistas têm na promoção da saúde de todos os portugueses. É à classe, aos nutricionistas, que dedico esta distinção!”, salienta Alexandra Bento.  

A primeira edição dos Prémios Viver Saudável pretendeu distinguir a excelência e premiar o que de melhor se faz na nutrição, em Portugal, e reconhecer os nutricionistas pelo seu trabalho diário na melhoria da saúde dos portugueses, enquanto agentes estruturais da promoção e garantia da saúde pública. Para além do prémio "Nutricionista do Ano", a Viver Saudável entregou, também, o galardão "Projeto do Ano". 

Paulo Silva, diretor da Revista Viver Saudável, justifica a escolha de Alexandra Bento enquanto “Nutricionista do Ano” por “contribuir decisivamente para que os Nutricionistas sejam cada vez mais reconhecidos como os profissionais de saúde que de facto são; por enfrentar os desafios e superá-los, sempre em nome e defesa da profissão; pela capacidade de mobilização e liderança; também pela resiliência; mas igualmente pelo muito que esperamos que construa sobre as vitórias obtidas, seja no quadro institucional ou na prática pessoal da profissão.” 

Este galardão vem somar-se à Medalha de Serviços Distintos do Ministério da Saúde, Grau Ouro, recebida em 2018, pelo trabalho desenvolvido por Alexandra Bento na defesa e promoção de hábitos alimentares saudáveis. Já em 2015, a atual bastonária da Ordem dos Nutricionistas, foi reconhecida pela Câmara Municipal do Porto com a Medalha de Mérito – Grau Ouro, por ter sido uma das impulsionadoras do processo de criação da Ordem dos Nutricionistas, cuja sede acabaria por ficar instalada na cidade. 

Alexandra Bento é doutorada em Ciências do Consumo Alimentar e Nutrição pela Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto e mestre em Inovação Alimentar pela Universidade Católica Portuguesa, onde é professora convidada e regente das unidades curriculares de Política Alimentar e Nutricional e Gastrotecnia. 
 
Recorde-se que Alexandra Bento foi, durante mais de uma década, presidente da Associação Portuguesa dos Nutricionistas, onde abriu caminho para a criação da Ordem dos Nutricionistas. Iniciou o seu percurso profissional como nutricionista no Hospital de Amarante, cidade onde cresceu, sendo atualmente assessora superior de nutrição da Administração Regional de Saúde do Norte.  

Beleza
Quando falamos de estética e na procura incansável de fórmulas mágicas temos sempre um denominador c

Para o ajudar a ter uma pele mais saudável, a Art Beauty Clinic partilha quatro dicas para retardar o envelhecimento da mesma:

  1. Limpar o rosto todos os dias, sem exceção

Quantas vezes vamos dormir e pensamos “É só desta vez?” Pois é, mas todas essas vezes acumuladas resultam em muitas impurezas e uma renovação incompleta da pele! Há muitas pessoas que também não têm o hábito de limpar o rosto de manhã e é igualmente importante. Quando falamos em limpar o rosto de manhã não é apenas lavar com água, mas utilizar um produto de limpeza que consiga remover todos os resíduos. Antes de iniciar a sua rotina matinal é muito importante começar por limpar, pois como a pele renova durante a noite é normal que exista resíduos de manhã.

  1. Recorrer a procedimentos não invasivos

A Medicina Anti-Aging é uma medicina preventiva que tem como objetivo proporcionar uma melhor qualidade de vida, retardando sinais e sintomas relacionados com o envelhecimento através da análise e deteção de fatores de risco e estilos de vida prejudiciais à saúde e bem-estar. Na Art Beauty Clinic, o procedimento de Medicina Anti-Aging é um verdadeiro sucesso junto dos seus pacientes que pretendem ter uma pele mais saudável e rejuvenescida.

  1. Utilizar protetor solar diariamente

Sempre que falamos em envelhecimento da pele temos de referir a utilização de protetor solar. A verdade é que muitas pessoas apenas utilizam protetor solar no verão ou quando estão na praia. No entanto, é muito importante utilizar diariamente, mesmo nos dias mais cinzentos, pois a nossa pele está exposta a raios solares e, por isso é importante bloquear os seus efeitos na pele.

  1. Adotar um estilo de vida mais saudável

Podemos ter a melhor rotina diária, com os melhores cuidados de rosto, mas se não tivermos um estilo de vida saudável a pele irá envelhecer de forma precoce. Por isso, repense o seu estilo de vida: comer de forma saudável, praticar exercício físico, não fumar e dormir o necessário.

Fonte: 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Efeito protetor contra lesões renais
Melhoria da taxa de sobrevivência, proteção contra lesões renais, correção de desequilíbrios do sistema imunitário são alguns...

A aplicação de células estaminais do cordão umbilical alcançou resultados positivos num modelo animal de Lúpus Eritematoso Sistémico (LES), segundo um estudo recentemente publicado na revista científica Stem Cell Research & Therapy. A melhoria na taxa de sobrevivência, o efeito protetor contra lesões renais e a capacidade para corrigir desequilíbrios do sistema imunitário foram alguns dos efeitos benéficos reportados.

Caracterizada pela presença de anticorpos contra o próprio organismo (autoanticorpos) que habitualmente conduzem à lesão de diversos órgãos, esta doença crónica de natureza autoimune afeta vários milhares de portugueses, manifestando-se geralmente entre os 16 e os 49 anos. Apesar de existirem fármacos atualmente disponíveis para o tratamento dos sintomas – como lesões cutâneas e dor e inflamação nas articulações -, e também para a indução da remissão e prevenção dos períodos de agudização da doença que normalmente se verificam, há doentes que não respondem adequadamente a estes tratamentos.

Adicionalmente, o facto de os efeitos secundários dos medicamentos utilizados levarem frequentemente à redução da qualidade de vida dos doentes torna urgente a procura por alternativas terapêuticas mais eficazes e seguras para estes casos. Nesse sentido, a administração de células estaminais mesenquimais do cordão umbilical, conhecidas pela sua capacidade de regulação do sistema imunitário, constitui uma das abordagens em investigação.

“O potencial das células estaminais do cordão umbilical para o tratamento de LES tem vindo a ser demonstrado ao longo da última década e foi uma vez mais evidenciado no estudo agora publicado”, explica Bruna Moreira, investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal.  “Aguarda-se agora a realização de ensaios clínicos que permitam avaliar a utilidade desta abordagem terapêutica em doentes com lúpus, nomeadamente nos que não respondem adequadamente às terapêuticas convencionais”, sublinha.

Durante este estudo, observou-se, nos animais que receberam o tratamento, uma melhor taxa de sobrevivência, normalização do volume do baço e diminuição significativa da quantidade de autoanticorpos no sangue, comparativamente aos animais que não receberam. Verificou-se, ainda, que a administração de células estaminais do cordão umbilical esteve associada a uma redução da inflamação e melhor funcionamento dos rins, indicando um efeito protetor contra lesões renais, uma das manifestações da doença que pode causar sérios problemas aos doentes.

O artigo debruçou-se também sobre os mecanismos relacionados com os efeitos benéficos das células estaminais mesenquimais do cordão umbilical em modelo de LES, tendo concluído que estas são capazes de corrigir desequilíbrios do sistema imunitário através do aumento da concentração de um tipo específico de células do sistema imunitário, designadas células B reguladoras.

4,4 milhões de euros
O Fundo NOS 5G, criado pela NOS e gerido pela Armilar Venture Partners, acaba de realizar um investimento na knok, uma startup...

Com capital inicial de 10 milhões de euros e um período de investimento estimado de 5 anos, o Fundo NOS 5G é o primeiro em Portugal orientado para a nova tecnologia móvel. Tem como objetivo investir em soluções tecnológicas inovadoras, abrangendo desde a infraestrutura de rede até aos produtos ou serviços para clientes, privilegiando projetos tecnológicos nas primeiras fases de desenvolvimento.

A knok é a segunda startup portuguesa a ser investida pelo Fundo NOS 5G e oferece uma solução tecnológica holística e robusta – com base em dados de mais de 160 mil consultas realizadas em 12 países, através de uma rede de mais de 3000 médicos em nove especialidades – que visa facilitar tanto o acesso, como a prestação de cuidados de saúde remotos, através de uma plataforma inovadora.

A plataforma da knok integra vídeo consultas, ferramentas de apoio à triagem e monitorização remota de pacientes via inteligência artificial num único sistema. Através desta solução, o paciente pode identificar os sintomas, partilhar informação clínica com o médico e realizar vídeo consultas, de forma integrada, segura e intuitiva. Assentando o seu modelo de saúde digital-first na conveniência, facilidade de utilização e confiança, é possível integrar esta solução de forma rápida e simples na oferta de cuidados de saúde a hospitais e unidades de saúde e seguradoras, garantindo a conetividade entre pacientes e médicos.

A tecnologia 5G tem uma elevada capacidade de débito de dados e latência quase nula, o que irá melhorar a acessibilidade a cuidados de saúde, nomeadamente, para quem vive em localidades mais remotas. Simultaneamente, o 5G trará maior flexibilidade ao corpo clínico, que conseguirá prestar estes serviços através de uma rede móvel fiável e segura e, alargar a rede colaborativa entre profissionais, promovendo a partilha de documentação e registos médicos, bem como a junção de vários especialistas na mesma consulta, tudo à distância. Com a nova geração de rede móvel, a solução desenvolvida pela knok terá, ainda, a possibilidade de se estender a especialidades que exigem alta qualidade de imagem para a observação, como é o caso, por exemplo, de dermatologia.

O 5G vai, igualmente, permitir alavancar tecnologias como a inteligência artificial assente na cloud, possibilitando o processamento de registos biométricos fornecidos por wearables que podem ser usados para detetar sinais de patologias em tempo real e, acelerar a construção de modelos de pré-diagnóstico.

Jorge Graça, CTO da NOS, salienta que “investir na knok é um importante marco para o Fundo NOS 5G, o único em Portugal constituído para apoiar startups tecnológicas a retirar o máximo partido das potencialidades do 5G. A saúde é uma das áreas que mais irá beneficiar desta tecnologia, permitindo conectar os melhores especialistas em qualquer parte do mundo com os pacientes, e contribuindo para uma democratização no acesso aos cuidados de saúde. Entusiasma-nos saber que, ao apoiar a knok no desenvolvimento de soluções que criam valor, conveniência e eficiência para pacientes e médicos, estamos a contribuir para a modernização do setor da saúde e da sociedade”.

José Bastos, CEO e Co-founder da knok refere que "a knok entra numa nova fase de desenvolvimento após o fecho desta ronda de investimento. O conjunto de excelentes investidores que reunimos contribuirão para acelerar a expansão nacional e internacional da nossa solução integrada de saúde, reforçando a presença em Espanha, Brasil e outros países da América Latina e chegando à Índia, Reino Unido e Itália. No nosso caminho para ser a porta de entrada digital nos cuidados de saúde, a NOS é um parceiro tecnológico fundamental, e estamos muito entusiasmados por poder contar com o seu apoio e know-how em 5G que nos permitirá levar o nosso produto para outro nível, tornando-o cada vez mais diferenciado a nível global”.

#PsoríaseNãoTemDeSer
Viver com Vergonha. Deixar de estar com quem mais gosta. Não aproveitar bons momentos. Muitas são as limitações de quem vive...

Incentivar à consulta de dermatologia lembrando a importância do diagnóstico e que o tratamento adequado controla a doença e melhora a qualidade de vida. Este é o objetivo da nova campanha de sensibilização #PsoríaseNãoTemDeSer. A campanha já está online e conta com a Marisa, o Ricardo, a Helena, o Artur e vários outros doentes a dar a cara para que a doença não fique escondida. Todos eles sabem o que é viver com psoríase. E sabem o que passaram e como é importante contribuir para o combate ao estigma.

Esta campanha faz parte do projeto da sensibilização para a doença que a Janssen está a levar a público desde o verão. A primeira parte arrancou com o site “Na Tua Pele”, uma iniciativa em parceria com a Boost Content.

A psoríase é, ainda, uma doença que gera várias dúvidas e muitos preconceitos na sociedade. Por ser uma doença de pele, é visível, mas muitas vezes não é entendida. O principal mito que persiste é a desconfiança de se tratar de uma doença contagiosa, o que aumenta o estigma em relação aos doentes psoriáticos.

O site Na Tua Pele tem novos conteúdos de interesse do público, com mais de 50 perguntas respondidas por médicos dermatologistas sobre a doença, diagnóstico, tratamento, comorbilidades associadas entre outros tópicos, cimentando o projecto como uma referência para quem vive com a doença, conhece alguém ou quer saber mais sobre psoríase.

Maria Faria, Corporate Affairs Director da Janssen Portugal, sublinha a preocupação da farmacêutica em ir “além do medicamento, para informar, esclarecer e desfazer mitos”. A Corporate Affairs Director da Janssen Portugal sublinha, no caso da psoríase, a necessidade de “lembrar a todos a importância de se procurar um dermatologista aos primeiros sinais”. No caso do projeto “Na Tua Pele”, o objetivo primordial foi que “a sociedade percebesse o que é estar na pele destas pessoas e soubesse mais sobre esta doença que, com acompanhamento médico e a terapêutica adequada, pode ser controlada e levar a melhor qualidade de vida”, resume.

Joana Guimarães, editora do projeto da Cofina Boost Content, destaca: “Acreditamos que se manterá um site de apoio para todos os doentes com psoríase, mas também para familiares, amigos ou conhecidos.” E prossegue: “Esta segunda fase do projeto procura cimentar a importância de se encontrarem respostas, de procurar apoio especializado, e mostra de forma muito clara a diferença que tratamentos adequados podem fazer nos doentes.”

Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) alerta
Segundo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), a Europa precisa "urgentemente" de medidas para...

Com mais de 2,5 milhões de casos e quase 30 mil mortes registadas numa semana, este continente é de longe a região do mundo mais afetada pela pandemia. E a tendência continua a aumentar, especialmente nos países onde a taxa de vacinação é mais baixa.

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), a agência de saúde da UE responsável pelas epidemias, recomendou esta quarta-feira que se acelerasse a vacinação e se generalizasse uma dose de reforço para todos os cidadãos com mais de 18 anos, dando prioridade às pessoas com mais de 40 anos.

A agência europeia também exortou a um aumento do nível global de vacinação na UE, especialmente nos países mais atrasados.

A Europa enfrenta o risco de ter de suportar um fardo "demasiado pesado" para a saúde a meio do inverno "se as medidas de saúde pública não forem implementadas com urgência", alertou ainda o ECDC.

 

 

Teva Talks: "Quem cuida dos Cuidadores"
A existência - ou falta dela - de um plano para a pessoa cuidada foi uma das necessidades identificadas nas Teva Talks, uma...

Manuel Caldas de Almeida, administrador executivo e diretor clínico do Hospital do Mar e vice-presidente da União das Misericórdias Portuguesas, concorda, até porque, como reforçou, tendo em conta o aumento das necessidades, “vamos ter poucos recursos e não nos podemos dar ao luxo de os esbanjar. E só com um plano é que isso será possível, um plano interdisciplinar”.

Uma interdisciplinaridade que, de resto, foi muito referida ao longo dos dois encontros, sobretudo por ser, de acordo com os especialistas, uma tarefa difícil, nomeadamente no que diz respeito à articulação entre Segurança Social e Saúde.

Numa altura em que, como refere Maria de Belém Roseira, antiga ministra da Saúde e da Igualdade e que, enquanto tal, procurou dar aos cuidadores informais um estatuto apenas agora reconhecido, “conseguimos viver mais tempo, mas mais dependentes de cuidados de saúde que não sabemos dar e para os quais é necessário treino e prática”, é preciso “ter sensatez a legislar”, o que, na sua opinião, não tem sido uma realidade até ao momento.

“Entendo que o Estado não possa dar o que não tem, mas não pode exigir o que não é exigível. Legislemos bem, ponhamos objetivos para o cumprimento de metas e que se cumpram os prazos. O que se pede é bom-senso”, refere, numa crítica ao Estatuto do Cuidador Informal, que os palestrantes nos dois eventos são unânimes em classificar como insuficiente.

“Há muito a fazer”, refere Rosário Zincke dos Reis. “O Estatuto ficou muito aquém das expectativas, afunila muito o que ficou consagrado na Lei de Bases. E ficou muito aquém também na implementação - ainda estamos na fase piloto!” A isto juntam-se outras questões: “um cuidador informal tem de ser forçosamente um familiar e sabemos que muitos não são, que há vizinhos, amigos a fazer este papel; é preciso que a pessoa cuidada tenha total dependência e que o cuidador o faça de forma permanente e tem de ter rendimentos muito baixos para ter acesso ao subsídio".

O caminho é ainda longo no sentido de dotar os cuidadores informais das condições para a realização de um papel considerado essencial. E as autarquias podem aqui dar um importante contributo, confirma Isabel Mota, assessora de Laurinda Alves, vereadora de Direitos Humanos e Sociais e da Saúde da Câmara Municipal de Lisboa. Ainda que a capital não disponha, para já, de qualquer apoio específico para os cuidadores, foi concluído um estudo que indica qual o perfil destas pessoas. “Foi feito um levantamento nas 24 freguesias e percebeu-se que os cuidadores informais são, na sua maioria, mulheres, com uma idade média de 47 anos e maioria licenciados”. Dados importantes porque, “quanto mais se souber sobre quem são os cuidadores, mais estratégias podemos desenvolver”.

Podem as autarquias e podem também as farmácias fazer mais pelos cuidadores informais, confirma Ema Paulino, presidente da direção da Associação Nacional das Farmácias. “Sensibilizar para a existência do estatuto e motivar a que as pessoas procurem informações” é uma das formas de o fazer. Mas há mais. “Outra forma de apoio é ter esta perceção de que é preciso cuidar do cuidador. Temos pessoas que começam a estar sobrecarregadas, cansadas e não reconhecem em si próprias muitos problemas. Pessoas que se vão ocupando dos outros e se esquecem de si mesmas. E podemos chamar a pessoa a cuidar de si própria, sensibilizar para a sua própria saúde.” O que é preciso, reforça, é “articulação e partilha de informação” com as farmácias.

Abordagem extraperitoneal que evita o contacto com as vísceras
A equipa de Urologia da CUF desenvolveu e implementou uma técnica inovadora para o tratamento cirúrgico do cancro da próstata -...

Esta nova abordagem, que já está a ganhar reconhecimento internacional, vem, ainda, alargar os critérios que até agora determinavam quem poderia ser submetido a uma cirurgia robótica, tornando-a acessível a um maior número de doentes. 

“Recentemente desenvolvemos e passamos a aplicar na CUF, a abordagem extraperitoneal que evita o contacto com as vísceras, como o intestino. A nova técnica, denominada de CUF Technique, quando em comparação com a técnica cirúrgica utilizada até então, por via intraperitoneal, apresenta um menor risco de complicações cirúrgicas e permite, por exemplo, que seja realizada a doentes com patologias respiratórias”, explica Estevão Lima, Coordenador de Urologia da CUF.

A nova técnica desenvolvida pelos urologistas da CUF é, ainda, a única que permite realizar uma prostatectomia assistida por robô em doentes com múltiplas cirurgias abdominais ou com história prévia de peritonites. Até ao surgimento desta nova técnica, estes doentes apenas podiam ser submetidos à cirurgia convencional.  

“A abordagem que desenvolvemos garante, consequentemente, uma recuperação pós-operatória ainda mais rápida e menos dolorosa, sendo possível, muitas vezes, a sua realização em ambulatório, ou seja, sem necessidade de internamento”, refere o Urologista.

O desenvolvimento desta técnica tem vindo a merecer reconhecimento nacional e internacionalmente, nomeadamente, através de convites para demonstrações cirúrgicas ao vivo em congressos de urologia, nacionais e internacionais, e através da publicação da descrição da “CUF Technique” no livro de edição internacional “Springer Editorial”, dedicado exclusivamente à cirurgia prostática feita por robô.

O cancro da próstata é um dos mais incidentes e o quinto mais mortal. Pela dimensão da sua incidência urge uma contínua aposta em novas abordagens de tratamento. Nos últimos anos têm surgido várias inovações cirúrgicas, desde o recurso à laparoscopia, passando pela robótica. Em resultado destas novas técnicas, os riscos de comorbidades têm vindo a decrescer e agora, “com esta nova abordagem, conseguimos que a prostatectomia robótica seja ainda mais precisa, segura e esteja disponível para um maior número de doentes”, refere Estevão Lima.

 

Estudo
Um estudo da docente Margarida Serrano, da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC),...

A investigadora acompanhou dois grupos de 24 crianças – uma amostra constituída por crianças com hipoacusiva ligeira e outra por normo-ouvintes – entre a pré-primária e o 2º ano de escolaridade, avaliando parâmetros como a memória fonológica, vocabulário, discriminação auditiva, conhecimento das letras, consciência fonológica, descodificação de palavras e de pseudopalavras e compreensão na leitura de frases. Os resultados indicam que as crianças com hipoacusia ligeira têm pior desempenho, quando comparadas com os seus colegas normo-ouvintes, em tarefas que requerem memorização e repetição de sequências fonémicas sem suporte de informação lexical, revelando maior lentidão na aprendizagem da leitura. “As crianças com hipoacusia ligeira utilizam recursos cognitivos que implicam um maior esforço para conseguirem os resultados obtidos, especialmente na leitura de pseudopalavras, no 2º ano de escolaridade. Este esforço pode requerer maior atenção e consequentemente uma maior fadiga sentida por estas crianças”, descreve Margarida Serrano.

Estima-se que 20% das crianças portuguesas em idade pré-escolar tenham hipoacusia ligeira, dificuldade de audição provocada por alterações no ouvido médio, como otites, por exemplo. O nível de hipoacusia oscila ao longo do ano, mas o problema pode tornar-se permanente se não houver intervenção médica. Razão pela qual Margarida Serrano defende que “a avaliação audiológica das crianças no início da aprendizagem da leitura devia ser obrigatória”. Na perspetiva da investigadora, cabe aos professores estarem atentos aos sinais de alerta e implementar alterações na sala de aula (por exemplo, colocando a criança com suspeita de dificuldade auditiva num lugar privilegiado na sala de aula, onde possa ver a comunicação global do professor), se necessário.

No estudo “Impacto da Hipoacusia ligeira na aprendizagem da leitura (estudo longitudinal)” – que é amanhã apresentado em livro, numa cerimónia que acontece às 14H30, na ESTeSC-IPC – Margarida Serrano concluiu ainda que o desempenho dos dois grupos de crianças é pior no ruído do que no silêncio, quer na repetição de palavras, quer na repetição de pseudopalavras. “O ruído e a reverberação são uma constante nas salas de aula e as condições acústicas interferem na aprendizagem, especialmente nas fases iniciais, em que a criança ainda não tem autonomia de leitura e está dependente de audição”, nota Margarida Serrano. “Melhorar as condições acústicas das nossas escolas, através de pavimentos de madeira, paredes com isolamento acústico ou, pelo menos, material que permita diminuir a reverberação é algo imperativo nas nossas escolas, para o bem da qualidade da aprendizagem de todas as crianças”, sublinha.

 

 

27 de novembro
A Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia realiza nos próximos dias 26, 27 e 28 de novembro o seu 20º Congresso no...

O simpósio de dia 27 de novembro da Sanofi Genzyme decorre pelas 12h15 e conta com as intervenções de: Prof.ª Dr.ª Margarida Gonçalo, dermatologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Prof. Dr. Tiago Torres, dermatologista do Centro Hospitalar Universitário do Porto – Hospital Santo António, que dará voz ao tema ‘Changing the treatment of AD: real world evidence in Portugal and rest of the world’, e Dra.  Simona Tavecchio, dermatologista no hospital policlínico de Milão, com o tema ‘Long-term control AD: reality of clinical practice in Italy’.

A Dermatite Atópica é uma doença crónica, imunomediada, determinada pela interação de fatores genéticos e ambientais, com um impacto elevado nas várias dimensões da vida dos doentes e das suas famílias.

Os principais efeitos visíveis são a vermelhidão, edema (inchaço), prurido (comichão), pele seca, fissuras, lesões descamativas, crostas e exsudação, afetando principalmente braços (56%), mãos (49%), cabeça, pescoço e pernas (39%). Além disso, 67% dos doentes com dermatite atópica apresenta outras doenças atópicas concomitantes, como rinite, asma e alergias alimentares.

 

Players do setor premiados pelo seu desempenho na cadeia de valor
A GS1 Portugal, organização neutra e sem fins lucrativos que impulsiona a eficiência ao longo de todas as cadeias de valor,...

Numa manhã em que se destacou a importância da rastreabilidade e codificação neste setor como forma de promover a segurança dos pacientes, Hugo Pedrosa, Engagement Manager da IQVIA, deu início à sessão com o tema o Impacto da pandemia na Supply Chain.

Em termos económicos, Hugo Pedrosa falou sobre o aumento do investimento em saúde e na despesa em medicamentos, destacando “o reforço dos contactos de proximidade e a capacitação dos centros de saúde” como pontos positivos do Plano de Recuperação e Resiliência. No que diz respeito à cadeia de abastecimento, o representante da IQVIA realçou que a pandemia trouxe uma rutura de stocks em medicamentos para o tratamento de patologias crónicas em ambulatório, assim como teve um impacto significativo em consultas de prevenção, cuidados primários, especialidades, diagnóstico e tratamento.

Hugo Pedrosa explicou ainda que não foram só desafios e que a pandemia trouxe também oportunidades que podem e devem ser aproveitadas. “Portugal tem agora a oportunidade de se diferenciar ao absorver a necessidade de produção de medicamentos na Europa, por ser um mercado muito concentrado na Ásia”, explicou. “A telemedicina e novos serviços da farmácia, tornando-as mais próximas do paciente, são também tendências que devem ser mantidas”, acrescentou. Por último, Hugo Pedrosa referiu a importância que o e-commerce ganhou no setor, alertando, no entanto, para os perigos da contrafação e para a necessidade do desenvolvimento de mecanismos de defesa para o consumidor.

Já no Painel de Debate sobre Factores de estrangulamento e Boas Práticas de Eficiência – Colaboração como fator crítico de sucesso para a eficiência, indústria e laboratórios, armazenistas e farmácias, partilharam a sua realidade, reforçando a confiança, a segurança, a transparência e a colaboração como pilares da cadeia de abastecimento da saúde.

O debate moderado por Cátia Gouveia, Gestora Sénior de Estudos de Níveis de Serviço da GS1 Portugal, contou com a presença de Tiago Baleizão, General Manager do Laboratório Stada, Pedro Paiva, Sales & Trade Marketing Director do Laboratório Perrigo, Hugo Ramos, Diretor Executivo Upstream & Downstream da Alliance Healthcare, Pedro Vasques, CEO da Rede Claro e Eunice Barata, Owner do Grupo Reis Barata.

Para Tiago Baleizão, da Stada, “a questão da confiança é transversal. Para podermos criar valor, temos de ter e criar confiança”.

Já Pedro Paiva, da Perrigo, explicou que têm utilizado os resultados dos estudos de benchmarking do setor da saúde promovidos pela GS1 Portugal como forma de melhorar os seus processos. “Mais do que entendermos, temos de fazer o diagnóstico, para projectarmos o que vamos fazer a seguir. O que não se mede, não se gere e é daqui que partimos”, garantiu.

No mesmo debate, Hugo Ramos, da Alliance Healthcare, afirmou que as duas palavras fundamentais para a cadeia de valor da saúde são “integração e colaboração”. “Qualquer player/stakeholder que queira trabalhar sozinho não terá sucesso”, assegurou.

Por seu lado, Pedro Vasques, da Rede Claro, falou da competitividade sentida neste setor: “factualmente, e de forma pragmática, se não temos resultados, estamos em dificuldade”. “Na Rede Claro, mais do que um KPI, vemos a evolução como a nossa cultura. Queremos, não só estar entre os melhores, mas ter o melhor propósito”, rematou.

Ainda nesta sessão, Eunice Barata, do grupo Reis Barata, destacou a importância dos estudos de benchmarking da GS1 Portugal, em particular o Bechmarking Saúde, instrumento de gestão essencial: “até participarmos nestes estudos não medíamos a satisfação dos nossos parceiros/fornecedores e foi interessante essa análise. Foi importante perceber, sobretudo, que toda uma equipa faz um resultado final”, explicou.

Em todas as intervenções, ao longo do painel de debate, ficou clara a importância dada pelos vários players à colaboração e à partilha de informação como formas de melhorar os resultados e tornar a cadeia de de valor cada vez mais segura e eficiente.

O evento culminou com a entrega de prémios do estudo de níveis de serviço da GS1 Portugal para o setor da saúde, Benchmarking Saúde, referentes à 7.ª edição. Depois de explicada a metodologia e algumas informações sobre o processo, ficou claro que os resultados do estudo apresentam não só tendências do setor, como uma perspetiva dos níveis de serviço dos laboratórios e dos respetivos clientes, e parceiros, ao longo da cadeia de valor.

Quanto aos vencedores, do lado dos Laboratórios, a Perrigo venceu nas categorias de Armazenistas, Parafarmácias de Retalho e Grupos de Farmácias, enquanto o galardão de Fármacias foi entregue à GSK Consumer. Do lado dos Clientes, nesta cadeia de valor, na categoria Parafarmácia de Retalho a vencedora foi a marca Bem-Estar da insígnia Pingo Doce, em Armazenistas venceu a Alliance Healthcare e, por fim, a Rede Claro ganhou o prémio na categoria de Grupos de Farmácias.

Inquérito
Quase três em cada dez mulheres (29%) com menos de 44 anos de idade admitem ter adiado os seus planos de maternidade por causa...

Mas a pandemia teve outros impactos, como o stress e a ansiedade (49%), medo e incerteza (38%), os sentimentos que afetaram mais de um terço das pessoas em Portugal, um stress que passou para 48% nos homens mais jovens e 57% nas mulheres. De resto, os problemas psicológicos (33%) são mesmo uma das principais consequências da pandemia indicadas pelos portugueses, valor que nos coloca ligeiramente acima da média europeia (30%), e que se faz acompanhar pela dificuldade em cumprir as responsabilidades familiares e laborais (27%, o mesmo que a média dos restantes países onde foi realizada a sondagem).

Convidados a avaliar o seu estado de saúde físico, 42% dos portugueses consideram-no “bom” ou “muito bom”, o que nos torna o país europeu com menos cidadãos que assim o caracterizam, seguido da Bélgica e Alemanha (ambos com 49%). Um estado que é ainda percecionado como pior quando a questão tem a ver com a saúde emocional: aqui, apenas 38% a classificam como “boa” ou “muito boa”, um valor que nos coloca no segundo pior lugar, apenas atrás dos alemães (37%).

Ainda de acordo com o estudo, 76% dos inquiridos defendem ser necessário mais investimento em medicina preventiva e de saúde pública, um valor bem acima da média europeia (56%), seguido por uma maior aposta na saúde mental (57% vs 41% da média europeia) e cuidados de saúde primários (49% vs 43%).

Mas, afinal, também houve aspetos positivos associados à pandemia. Quase metade dos portugueses viram a sua solidariedade (44%) melhorar, um valor acima da média europeia (33%). Quanto à sua resiliência, também aumentou, pelo menos para 40% dos inquiridos (vs 22% da média europeia).

A vida social foi reduzida para seis em cada 10 europeus, um valor muito superior ao nacional. Por cá, apenas dois em cada 10 sofreram esta consequência da pandemia, com 21% a afirmarem ter melhorado a sua dieta após um ano de Covid-19 (vs 20% da média europeia) e 25% a confirmarem uma redução no consumo de álcool e drogas (vs 24%). Para 33%, houve mesmo uma redução das relações sexuais.

“Todos comentam que esta pandemia teve como consequências uma grande crise a nível da saúde, social e económico e, por isso mesmo, na Merck quisemos saber, através dos números reais e representativos, o seu verdadeiro impacto junto dos Portugueses e Europeus. Acreditamos que só questionando as pessoas sobre o que elas sentem, pensam e precisam conseguiremos ajudar com respostas. Uma sociedade saudável é a base para a construção de uma sociedade mais forte, segura e que cria valor”, explica Pedro Moura, Diretor-Geral da Merck.

O estudo ‘Merck survey: Europeans' perception of health two years after the start of Covid 19’ foi realizado junto de pessoas com idades compreendidas entre os 18 e 65 anos, em 10 países europeus (Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa e Suíça), através de uma abordagem CAWI (entrevistas realizadas através da Internet). A amostra nacional foi de 600 pessoas e as entrevistas decorreram entre 31 de agosto a 8 de setembro de 2021.

Anemia Working Group Portugal alerta para falta de sensibilização para este problema e realiza rastreios no País
Foi há pouco menos de um mês que a Assembleia da República publicou a Resolução nº 269/2021, que recomenda ao Governo “que...

O maior grupo de risco são as mulheres em idade fértil, que pelas perdas hemáticas mensais, perdem ferro, sendo necessário a sua reposição. O principal sintoma é a fadiga, e em regra geral, este grupo de risco, por todas as responsabilidades laborais, familiares e domésticas, considera ser normal o sentimento de fadiga, pelo que é comum desvalorizarem este sintoma, e em consequência não procurarem ajuda clínica. Outro dos sintomas é a perda de cabelo e unhas quebradiças, que como sabemos, todas tendemos a procurar ajuda nos nossos cabeleireiros e manicures.

Doentes com insuficiência cardíaca, insuficiência renal, grávidas e doentes oncológicos são também outros grupos de risco.

Apesar de confundidas por muitos, ferropénia e anemia são diferentes, ainda que partilhem uma ligação forte. “A ferropénia traduz a diminuição do ferro disponível no nosso organismo, para integrar a hemoglobina. Estando, por esta razão, reduzida a hemoglobina nos glóbulos vermelhos, estamos perante a existência de anemia”, refere o especialista, que dá conta das consequências de uma ferropénia por tratar. “Implica menor disponibilidade de captação de oxigénio pelos glóbulos vermelhos e menor disponibilidade de energia para as funções do organismo. Por isso, a ferropénia está associada globalmente a sensação de fadiga, de fraqueza, de dificuldade de concentração, por vezes pode ser confundida com estado depressivo. Na gravidez, está associada ao parto pré-termo, ao baixo peso ao nascer e a maior mortalidade peri-natal. Está também associada ao agravamento da condição clínica dos doentes com insuficiência cardíaca, insuficiência renal e doença oncológica.”

Motivos de sobra para lhe prestar atenção, mais ainda tendo em conta, como acredita o presidente do AWGP, a existência de uma falta de sensibilização da população para o tema. “É preocupação atual o nível de literacia em Saúde dos portugueses. As pessoas têm acesso ilimitado à informação, sobretudo através da internet, mas nem sempre estão capacitadas para diferenciar a credibilidade das fontes de informação e não entendem o peso relativo dos assuntos. Para isso, é necessário atuar nas escolas com programas de literacia, o que leva tempo.”

O tempo tem levado também à implementação em Portugal do Patient Blood Management (PBM) o qual está intimamente ligado ao tratamento da anemia. João Mairos explica que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, trata-se de “uma abordagem sistematizada, baseada em evidências e focalizada no doente, de forma a otimizar a gestão da transfusão, com o objetivo de garantir um tratamento eficaz e de qualidade, assegurando os melhores cuidados de saúde em termos de segurança e eficiência. Não sendo fácil de explicar o conceito, poder-se-á afirmar que consiste em considerar o sangue de cada um de nós como um tesouro único e tomar uma série de ações clínicas e organizacionais para o preservar como primeira prioridade, evitando o recurso à transfusão”.

No que diz respeito à anemia, e porque “os doentes que sofrem de anemia e/ou de ferropénia estão mais sujeitos ao risco transfusional, impera, pois, tratar a anemia, a ferropénia e as suas causas subjacentes, como uma prioridade para o doente, respeitando assim o conceito de PBM”.

Uma gestão com ganhos comprovados. “Aos importantíssimos ganhos clínicos obtidos com o PBM, surgem associados ganhos económicos muito significativos. Um programa de PBM implementado na Austrália, entre 2008 e 2014, gerou uma poupança ao sistema de saúde na ordem dos 18.5 milhões de dólares só no que respeita a produtos do sangue e globalmente na ordem dos 80 a 100 milhões de dólares. Em Portugal, as estimativas apontam para uma poupança de 67,7 milhões de euros num ano.”

Apesar disto, e de já existirem, no nosso país, programas a decorrer, “há ainda muito para fazer, sobretudo consciencializar, de forma eficaz, todos os atores envolvidos (onde se incluem os profissionais de saúde) para a necessidade de implementar o PBM”. Esta é, defende o especialista, “simultaneamente uma obrigação clínica, ética e económica”.

Para aumentar a informação e conhecimento sobre a anemia e ferropénia, o AWGP em colaboração com a Federação Portuguesa de Futebol, realiza no dia 26 de novembro, rastreios junto da Seleção Nacional A de futebol Feminino.

Luís Alcoforado, especialista em Ciências da Educação, é o orador convidado
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) organiza, hoje à tarde (15h15-16h30), o webinar "MulticulturalCare...

O seminário online (sessão Zoom), gratuito, com possibilidade de participação presencial na ESEnfC (auditório do Polo A), enquadra-se no âmbito do projeto MulticulturalCare - Educating students through innovative learning methods to intervene in multicultural complex contexts, que a ESEnfC está a liderar e que pretende educar estudantes de enfermagem europeus para saberem intervir em contextos multiculturais complexos, capacitando os futuros profissionais de saúde para o atendimento adequado a migrantes, refugiados e populações em contextos culturais diversos.

Coordenado pela docente da ESEnfC, Ana Paula Monteiro, o projeto, financiado pela Comissão Europeia (programa Erasmus+), envolve profissionais de mais duas instituições de ensino superior europeias – UC Limburg (Bélgica) e Universidad de Castilla-La Mancha (Espanha) –, peritos nas áreas de enfermagem, psicologia, sociologia, antropologia e ciências da saúde.

De acordo com a equipa da ESEnfC, «o projeto pretende dar resposta a uma necessidade crescente no espaço europeu, de formar profissionais de saúde com competências para prestar cuidados de saúde culturalmente sensíveis e congruentes, através de um modelo de formação transnacional».

 

Iniciativa do Ministério da Agricultura conta com dotação orçamental de €5M
Iniciativa do Ministério da Agricultura, o Plano Nacional da Alimentação Equilibrada e Sustentável disponibiliza 5 milhões de...

“Este Plano configura-se como um passo fundamental na garantia do direito humano a uma alimentação adequada e a salvaguarda do nosso planeta”, salienta Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas, acrescentando “contem com os nutricionistas para operacionalizar este plano e desenvolver ambientes facilitadores de escolhas alimentares mais saudáveis e amigas do ambiente, enquadradas, naturalmente, naquilo que é a Dieta Mediterrânica.”

O Plano Nacional da Alimentação Equilibrada e Sustentável vai ser materializado por uma equipa interdisciplinar, nomeadamente por nutricionistas, que vão ter a responsabilidade de promover hábitos alimentares saudáveis, identificar produtos alimentares de produção local e sazonal e reduzir o desperdício alimentar.

Com a iniciativa, o Ministério da Agricultura pretende estimular a produção nacional; promover a adoção de sistemas de produção e distribuição mais sustentáveis, com base nas cadeias curtas de abastecimento e nos sistemas alimentares locais; valorizar os produtos endógenos de qualidade; valorizar e salvaguardar a Dieta Mediterrânica, enquanto sistema e padrão alimentar caraterístico do território nacional, criando e promovendo estímulos à sua adesão; e sensibilizar e aconselhar os consumidores e a população em geral para a adoção de uma alimentação nutricionalmente equilibrada e informada.

Entre os objetivos do plano, a Ordem destaca a valorização da Dieta Mediterrânica, um padrão alimentar com uma oferta predominantemente de origem vegetal e amiga do ambiente, de proximidade, e que integra uma enorme biodiversidade de produtos sazonais. 

O Plano Nacional da Alimentação Equilibrada e Sustentável foi apresentado esta quarta-feira, dia 24 de novembro, em Tavira, no Algarve, pela Ministra da Agricultura, com a presença da Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, e baseia-se em quatro eixos: Consumo, Produção, Dieta Mediterrânica e Educação e Literacia Alimentar.

Recorde-se que um terço dos alimentos produzidos são, anualmente, desperdiçados em todo o mundo e que se estima que, em 2050, a população mundial ultrapasse os 9 mil milhões de habitantes, o que obriga a uma transformação significativa do sistema alimentar global para que este possa responder às necessidades do crescimento populacional. 

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