24 de junho
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) vai organizar no dia 24 de junho, entre as 9h15 e as 19h00, pelo terceiro ano...

O “Impacto da pandemia nos cuidados a doentes hemato-oncológicos” vai ser um dos temas em destaque, mediante um painel de debate composto por representantes da Direção-Geral de Saúde (DGS), INFARMED e APCL.

Outros temas serão abordados com a intervenção de vários especialistas e doentes convidados, nomeadamente os direitos do doente antes e depois da fase ativa da doença, as necessidades reais dos doentes com cancro do sangue e as terapias celulares em Portugal.

A sessão de abertura das Jornadas ficará a cargo de Carlos Horta e Costa, Vice-Presidente da APCL, e o encerramento será presidido por Manuel Abecasis, Presidente da Associação.

A participação é gratuita, mas requer inscrição que deve ser feita online em: https://apcl.eventkey.pt/Jornadas_APCL_2022.aspx.

A terceira edição das Jornadas Virtuais da APCL conta com o apoio da Abbvie, AMGEN, AstraZeneca, Celgene – A Bristol Myers Squibb Company, Gilead, GSK, Janssen, Kyowa Kirin, Pfizer, Roche, Sanofi Genzyme e Takeda.

 

Guiseppe Procopio será o convidado especial do Meet the Expert
No próximo dia 21 de junho, a MSD Portugal vai promover um Meet the Expert dedicado ao Carcinoma de Células Renais. Nesta...

O convidado especial desta sessão é Guiseppe Procopio, oncologista médico no Istituto Nazionale dei Tumori, em Milão. O especialista é ainda coordenador das Guidelines de Rim da Sociedade de Oncologia Médica Italiana, membro do painel das Guidelines da ESMO para a área de renal, e autor de mais de 250 publicações. Para enriquecer e dinamizar a discussão, o Dr. Guiseppe vai partilhar casos clínicos que mostram como selecionar doentes com risco elevado de recorrência para tratamento adjuvante. 

Nesta sessão, vamos contar também com a participação da Dr.ª Gabriela Sousa, diretora do Serviço de Oncologia Médica do IPO Coimbra, que assumirá o papel de moderadora e ficará responsável por fazer o enquadramento da evolução do tratamento deste carcinoma em Portugal e por introduzir o impacto do tratamento em adjuvância na prática clínica atual.

Este Meet the Expert será o primeiro exclusivamente dedicado ao tratamento adjuvante e pretende reforçar o compromisso da MSD Portugal na promoção da inovação e o seu contributo para a melhoria da qualidade de vida destes doentes, bem como para a formação e atualização de conhecimento por parte dos profissionais de saúde que atuam nesta área da Oncologia.

Para consultar o programa completo e fazer a inscrição no evento, consulte o site: https://bit.ly/3LKDeXN

 

 

Investigação
Equipa científica liderada pela professora Teresa Gonçalves, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, vai...

O projeto de investigação Mycobiota homeostasis under the regulation of adenosine receptors as pivotal players in obesity, de uma equipa liderada pela investigadora Teresa Gonçalves*, da Faculdade de Medicina de Coimbra, foi o vencedor da 3.ª edição da Bolsa Nacional para Projetos de Investigação, atribuída pela Biocodex Microbiota Foundation. O estudo, financiado com um prémio de 25 mil euros, será desenvolvido ao longo de ano e meio e poderá encontrar novos alvos terapêuticos não só para a obesidade, como para as doenças a ela associadas.  

Segundo a investigadora, há cada vez mais evidências a sustentar que os microrganismos que vivem no nosso intestino (microbiota) contribuem para a nossa saúde. O que não se conhece com maior profundidade é como é regulado este conjunto de microrganismos. “Este projeto pretende descobrir se um dos controladores pode ser o sistema de modulação operado pela adenosina, cuja manipulação controlaria a microbiota intestinal para prevenir ou mitigar a obesidade”, explica. 

Teresa Gonçalves sublinha que a obesidade e as doenças associadas são doenças complexas com causas diversificadas e de difícil tratamento. Para além dos fatores genéticos e pessoais, como a qualidade da alimentação ou o exercício físico, existem outros fatores que podem contribuir para estas patologias. Um desses fatores é a população de microrganismos do intestino – a microbiota intestinal – essencial para definir como processamos os alimentos ingeridos.  

A maioria dos estudos sobre microbiota intestinal têm-se focado nas bactérias do intestino. Já as populações de fungos (micobiota**) que também fazem parte da microbiota intestinal têm sido menos estudadas, embora haja já alguns dados sobre a sua influência em doenças crónicas, como a obesidade, a diabetes ou doenças inflamatórias. “A interação da microbiota com o nosso organismo envolve recetores na superfície das células de cada indivíduo, que podem estar na origem de algumas destas morbilidades. Esta interação pode levar ao agravamento ou, pelo contrário, à melhoria dos sintomas”, refere a investigadora principal do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra e da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. 

Entre esses recetores estão os recetores de adenosina que, entre outras funções, podem, segundo acredita a equipa científica, ser capazes de controlar a micobiota intestinal no idoso. Os recetores de adenosina (A2A e A2B) são como que sensores que existem em todas as células humanas para identificar sinais de stress ou esforço – a adenosina. Estes recetores têm particular importância no controlo da inflamação, prevenindo o dano excessivo de tecidos. Estes sensores podem também contribuir para o controlo da obesidade.  

“O que iremos definir é o papel destes sensores no processo de inflamação e se, através deles podemos equilibrar a micobiota e, consequentemente, a inflamação. E, desta forma, promover uma normalização do metabolismo intestinal e, ao mesmo tempo, prevenir a obesidade”, esclarece a investigadora. 

O tema escolhido para os projetos candidatos à edição 2021/2022 da Bolsa Nacional para Projetos de Investigação foi a "Microbiota e ABCD – Doença Crónica Baseada na Adiposidade”. Os projetos foram avaliados por um júri independente constituído pelos quatro membros do Comité Científico da Biocodex Microbiota Foundation em Portugal, que escolheram o trabalho da equipa liderada pela investigadora Teresa Gonçalves. 

No ano passado foi vencedor o projeto PRIMING, que tem como objetivo compreender o impacto da obesidade materna na ativação e estimulação do sistema imunitário da criança induzido pela microbiota intestinal ao longo do primeiro ano de vida, da autoria de uma equipa de investigadores do i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto. Na primeira edição, a Bolsa foi atribuída a uma investigação que visava a identificação de perfis específicos de microbiota e metabolitos que pudessem prever melhores terapêuticas para os doentes com Espondilartrite (SpA) e a Artrite Reumatoide (AR), de dois investigadores da NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa. 

Protocolo tem como objetivo aumentar o conhecimento e partilhar ferramentas e metodologias
A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) e a NOVA Medical School (NMS), da Universidade NOVA de Lisboa,...

Entre as iniciativas que podem vir a arrancar no decurso desta sólida parceria, destacam-se a criação de formações pós-graduadas relacionadas com o estudo e o ensino da diabetes, com vista a formar mais e melhores clínicos, capazes de enfrentar os desafios atuais e futuros que a doença traz para o país. Dotar os cuidadores de mais informação e mais ferramentas é também um dos objetivos deste protocolo entre a APDP e a NMS.

“Num momento em que se discutem as novas estratégias para vencer o desafio que a diabetes impõe à sociedade, uma colaboração entre uma escola médica e uma organização da sociedade civil, com reconhecimento internacional do seu modelo de prestação de cuidados, representará uma nova visão para abordar as doenças crónicas, das quais a diabetes é um paradigma”, refere João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP e docente da Faculdade.

“É uma enorme honra assinar este protocolo com a APDP que tem como objetivo desenvolver mecanismos de cooperação que tornem possível, e promovam, a participação conjunta em atividades de carácter clínico, pedagógico, científico e de investigação. Haverá partilha de conhecimento e de experiências, de ferramentas e de metodologias entre as duas instituições”, revela Helena Canhão, diretora da NMS.

José Manuel Boavida, presidente da APDP, acrescenta que “é um prestígio celebrar um protocolo com uma Faculdade de tão distinta reputação e esta parceria vem estabelecer a participação, colaboração e organização por parte da APDP na Licenciatura em Ciências da Nutrição e no Mestrado Integrado de Medicina, e outros projetos que se poderão vir a desenvolver, nomeadamente no âmbito da colaboração científica entre as duas instituições”.

As atividades a serem desenvolvidas no âmbito deste protocolo serão coordenadas pelo diretor clínico da APDP, João Filipe Raposo, e pela diretora da NMS, Helena Canhão.

Entrevista
De causa desconhecida, a Espondilite Anquilosante afeta sobretudo adultos jovens.

Estima-se que atinja cerca de 0,7% da população portuguesa e que está associada à perda efetiva de dias de trabalho. A Espondilite Anquilosante é uma doença reumática crónica com grande impacto na qualidade de vida dos doentes, mas ainda assim é pouco reconhecida. Começo por lhe perguntar em que consiste a doença e quais as causas que lhe estão associadas?

A espondilite anquilosante (EA) é uma doença reumática inflamatória crónica que se caracteriza pelo envolvimento da coluna vertebral, podendo afetar também outras localizações articulares e extra-articulares. A caraterística principal da EA é presença de sacroiliíte radiográfica, isto é, a presença de alterações estruturais das articulações sacroilíacas (entre o sacro e os ossos ilíacos) identificáveis no RX da bacia. Os acontecimentos que precedem estas alterações são fenómenos inflamatórios na periferia das articulações e que podem ser identificados por ressonância magnética (lesões de edema medular ósseo). Com o passar do tempo, as lesões de sacroiliíte podem evoluir para a fusão completa da articulação. Por outro lado, a doença pode atingir também outros segmentos da coluna (nomeadamente o cervical e lombar). Esse atingimento traduz-se pela formação de calcificações entre os corpos vertebrais (sindesmófitos) que posteriormente podem evoluir para estados mais severos, com a calcificação do ligamento longitudinal anterior (coluna “em bambu”). Este dano tende a acumular-se com a evolução da doença e com as queixas álgicas do doente, mas cursa também com diminuição significativa da mobilidade destes doentes.

As causas da EA são desconhecidas, no entanto reconhece-se o tabagismo como um fator de risco. Sabemos também que existe uma predisposição genética, sendo mais frequente o diagnóstico entre os familiares de doentes, sendo que o gene responsável pela maior parte dessa predisposição é o HLA-B27.

Quais as faixas etárias mais atingidas e quais os principais sintomas?

É uma doença que atinge essencialmente indivíduos jovens, sendo que o seu diagnóstico em indivíduos cujos sintomas começaram depois dos 45 anos, apesar de não ser impossível, é bastante raro. Assim, devemos estar especialmente atentos para esta entidade em indivíduos em que a lombalgia crónica tenha dado início em idades entre os 20 e 40 anos.

A sua principal manifestação é a lombalgia (“dor de costas”) crónica (duração superior a 3 meses) e de ritmo inflamatório. Com isto queremos dizer que a lombalgia está presente logo de manhã, ainda antes de existir qualquer esforço físico, podendo despertar o doente durante a noite, não melhorando com o repouso e, surpreendentemente, podendo melhorar com os movimentos. A rigidez matinal prolongada que a pode acompanhar é também frequente. A associação com outros sinais e sintomas periféricos como artrite, entesite e dactilite é também característico. Os doentes apresentam níveis de fadiga, perda de capacidade funcional para as suas atividades de vida diária e prejuízo da sua atividade laboral bastante importantes, mesmo em fases muito precoces da doença. Na doença mais evoluída, a perda de mobilidade da coluna vertebral e das articulações afetadas é também uma componente importante de perda de qualidade de vida.

O que distingue a dor que atinge estes doentes de uma simples dor de costas?

A lombalgia (“dor de costas”) mais frequente na população geral é a considerada lombalgia mecânica, isto é, uma lombalgia que tipicamente se agrava com o movimento, melhora com a adoção de uma posição mais confortável em repouso, é mais intensa ao final do dia e raramente se acompanha de rigidez matinal prolongada.

A lombalgia da EA é tipicamente inflamatória, com as características descritas no ponto 2: pior de manhã, não melhora com o repouso, acorda o doente durante a noite, não apresenta alívio com adoção de posição antiálgica e é geralmente acompanhada de rigidez matinal prolongada.

Para além da região lombar que outras partes do corpo podem ser afetadas por esta doença?

Além da lombalgia, estes doentes podem também apresentar dor pelo atingimento de localizações articulares e periarticulares periféricas, nomeadamente com fenómenos de artrite (tipicamente atingindo de forma assimétrica algumas articulações dos membros inferiores), entesite (inflamação de enteses, isto é, localizações onde tendões se inserem num determinado osso) e dactilite (ou “dedo em salsicha”, inflamação generalizada envolvendo articulação, tendões e tecido conjuntivo de um determinado dedo).

Além das manifestações articulares, esta doença pode ter também as chamadas manifestações extra-articulares, das quais destacamos: uveíte anterior (inflamação da câmara anterior do olho, traduzida habitualmente por episódio de “olho vermelho” doloroso) e inflamação inespecífica da parede intestinal. As manifestações que caraterizam a EA podem estar também presentes noutras doenças como a doença inflamatória intestinal (doença de Crohn e colite ulcerosa) e a artrite psoriática. Nesses casos, essas manifestações típicas da EA (como a sacroiliíte) são consideradas como parte do atingimento axial do qual essas doenças se podem acompanhar.

Além da dor, que outros sintomas podem acompanhar o quadro da espondilite anquilosante? Que patologias podem surgir associadas a esta doença?

Além das manifestações articulares e extra-articulares acima referidas, estes doentes têm também um conjunto de comorbilidades associadas. Um estudo recente internacional que juntou 3984 doentes demonstrou que as principais comorbilidades que afetam estes doentes são a osteoporose (13%) e a úlcera gastroduodenal (11%). Esta população apresenta também uma prevalência importante de fatores de risco cardiovascular, nomeadamente hipertensão arterial, tabagismo e dislipidémia.

Como é feito o seu diagnóstico?

Em doentes com lombalgia crónica, isto é, lombalgia com pelo menos 3 meses de duração, principalmente se iniciada antes dos 45 anos de idade, importa realizar um inquérito sistemático e exame objetivo minucioso para investigar a possível presença de outros achados associados a EA (que foram já descritos neste documento). O diagnóstico de EA é estabelecido se um doente, com achados típicos da doença, apresentar no RX da bacia alterações suficientes para ser definida uma sacroiliíte de acordo com os critérios de Nova Iorque modificados (estes critérios avaliam o grau de esclerose, estreitamento ou alargamento do espaço articular e erosões dessas artiulações). De referir também que hoje em dia, nos doentes que ainda não apresentam critérios de sacroiliíte radiográfica, é possível realizar o diagnóstico de espondilartrite axial não radiográfica (com base nos achados da ressonância magnética e /ou no estudo do genético – HLA-B27).

Sendo que esta doença apresenta uma evolução variável (em alguns casos a sua progressão é mais lenta, noutros mais rápida), quais as principais complicações associadas à doença?

As principais manifestações da doença são a dor, deformação, perda de mobilidade e manifestações extra-articulares, além das comorbilidades associadas e já referidas acima. Estas manifestações geram diminuição da função física dos doentes com consequente perda de produtividade laboral e de qualidade de vida.

Como se trata a espondilite anquilosante? Qual a importância, por exemplo, dos medicamentos biológicos (quais os principais benefícios destes fármacos)?

O tratamento destes doentes deve ser individualizado e está assente em dois grandes pilares: o tratamento farmacológico e o não farmacológico. O primeiro consiste essencialmente no uso de fármacos anti-inflamatórios que felizmente são eficazes na maioria dos doentes. É possível inclusivamente que induzam períodos de remissão prolongados em alguns deles. Estes fármacos já demostraram inclusivamente terem efeito benéfico na diminuição da progressão da doença.

Quando estas terapêuticas mais convencionais não proporcionam resposta satisfatória, causam efeitos secundários ou se apresentam como contraindicadas passa a ser necessário recorrer a fármacos biotecnológicos. Esta opção abre novos horizontes para esta população na medida em que tem a capacidade de poder mudar significativamente a evolução da doença, melhorando sobremaneira a qualidade de vida destes doentes.

O tratamento não farmacológico deve ser transversal a todos os doentes. A recomendação para hábitos de vida saudável, nomeadamente a evicção tabágica, alimentação equilibrada e a prática regular de exercício são de extrema relevância. Deve ser dada preferência aos exercícios que reforcem a musculatura da coluna e que promovam uma maior mobilidade articular. O Reumatologista tem um papel fundamental neste processo dada a experiência acumulada na abordagem a estes doentes e no manuseamento destes fármacos.

Após diagnóstico, quais os principais cuidados que o doente deve ter?

Após o diagnóstico o doente deve manter um estilo de vida saudável, com uma dieta adequada, exercício adaptado e controlo dos fatores de risco cardiovascular. O seguimento no Reumatologista é indispensável para monitorização da doença e ajuste terapêutico. O apoio do médico de Medicina Geral e Familiar é também extremamente importante, não só para complementar as orientações relativas à doença reumática, mas também para manter o seguimento e rastreio das restantes comorbilidades destes doentes.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Quem vive com VIH e se encontra em tratamento, não transmite a doença
No âmbito do 30º aniversário, que se assinala a 5 de junho, a Associação Abraço apresenta uma campanha de impacto dirigida à...

Esta iniciativa pretende mostrar a realidade atual do VIH e relembrar e sensibilizar a sociedade da importância do rastreio ao VIH e outras IST. A campanha apela a que todos se envolvam e se sintam responsáveis por mudar a história do VIH no sentido de compreenderem que as pessoas com VIH têm hábitos e vidas normais.

A campanha será apresentada hoje em Lisboa, será constituída por spots de vídeo para televisão bem como outdoors e mupis que serão divulgados em várias cidades do País.

Uma campanha realizada pela Abraço em parceria com a agência Coming Soon e que estará igualmente nas redes sociais. “Com a evolução dos tempos, o VIH mudou e em 2022, as pessoas que vivem com VIH vivem vidas normais”, assume Cristina Sousa, presidente da Associação.

“Nestes últimos 30 anos, a Abraço precisou reinventar-se diariamente para acompanhar este processo evolutivo, mas atualmente o VIH é considerado uma doença crónica, onde a própria medicação evoluiu e nós, enquanto associação, estivemos juntos em todos esses passos, sempre a cuidar de quem mais precisa”.

Está na altura de a sociedade em geral ajudar a passar a mensagem de que quem vive com VIH e se encontra em tratamento, não transmite a doença. Se a sociedade estiver massivamente informada que tratamento= Indetetável = intransmissível existirá menos preconceito e discriminação associados a quem vive com a doença.

Desde cedo que a Abraço assume um papel importante na literacia em saúde em termos de prevenção, rastreio, ligação aos cuidados de saúde e adesão ao tratamento.

Com delegações em Lisboa, Setúbal, Aveiro, Porto, Braga e Funchal, a Associação de Apoio a Pessoas com VIH/SIDA é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) com fins de saúde que desenvolve o seu trabalho na área da prestação de apoio a pessoas infetadas e afetadas pelo VIH/SIDA, Hepatites Víricas e outras IST.

 

Investigação
Geralmente, assume-se que o cérebro comprime informações para processar, de forma eficiente, o fluxo contínuo de dados...

Se viveu a sua infância durante os anos 80, ou é fã de videojogos retro, certamente deve lembrar-se do Frogger. E como era desafiante. Para ganhar o jogo, primeiro tínhamos de sobreviver a uma torrente de tráfego intenso, apenas para depois ter de escapar com vida ziguezagueando por entre troncos de madeira que vinham na nossa direção em alta velocidade. Como é que o cérebro sabe no que se deve focar no meio de toda aquela confusão?

Um estudo publicado ontem na revista científica Nature Neuroscience apresenta uma possível resposta para esta questão: compressão de dados. "Ao comprimir as representações do mundo externo estamos como que a eliminar toda a informação irrelevante e a adotar uma 'visão de túnel', temporária, sobre a situação", disse um dos autores séniores do estudo, Christian Machens, Investigador Principal do laboratório de Neurociência Teórica da Fundação Champalimaud, em Portugal. "

A ideia de que o cérebro maximiza o desempenho enquanto minimiza o custo usando a compressão de dados é comummente apresentada em estudos de processamento sensorial. No entanto, nunca foi realmente analisada em funções cognitivas", disse o autor sénior Joe Paton, diretor do Programa de Neurociência da Champalimaud Research. “Usando uma combinação de técnicas experimentais e computacionais, demonstrámos que esse mesmo princípio se estende a uma gama muito mais ampla de funções, do que anteriormente se pensava”.

Nas suas experiências, os investigadores usaram um paradigma de tempo. Em cada experiência, os ratinhos tinham que determinar se dois sons eram emitidos num intervalo maior ou menor do que 1,5 segundos. Enquanto isso, os investigadores registaram a atividade dos neurónios dopaminérgicos no seu cérebro, enquanto os ratinhos realizavam a tarefa.

"É sabido que os neurónios dopaminérgicos desempenham um papel fundamental na aprendizagem do valor das ações", explicou Machens. “Então, se o ratinho estima erradamente a duração do intervalo num determinado teste, a atividade desses neurónios produz um 'erro de previsão' que vai depois ajudar a melhorar o desempenho em testes futuros”.

Asma Motiwala, a primeira autora do estudo, desenvolveu vários modelos computacionais de aprendizagem por reforço e testou qual seria o melhor para registar não apenas a atividade dos neurónios, mas também o comportamento dos animais. Os modelos partilhavam alguns princípios comuns, mas diferiam na forma como representavam as informações que poderiam ser relevantes para a execução da tarefa.

A equipa de investigadores descobriu que apenas os modelos que representavam a tarefa de forma comprimida conseguiam explicar os dados. "O cérebro parece eliminar todas as informações irrelevantes. Curiosamente, parece também descartar algumas informações relevantes, mas não o suficiente para afetar, de forma considerável, a recompensa que o ratinho efetivamente recebe. Ele sabe claramente como ter sucesso neste jogo", disse Machens.

Curiosamente, o tipo de informação representada não era apenas sobre as variáveis da tarefa em si. Registou também as próprias ações do ratinho. "Trabalhos anteriores concentraram-se nas características do ambiente, independentemente do comportamento do indivíduo. Mas agora descobrimos que apenas representações comprimidas, que dependem das ações do animal, explicam os dados na sua totalidade. De facto, o nosso estudo é o primeiro a mostrar que a forma como as representações do mundo externo são aprendidas, especialmente em circunstâncias mais exigentes como é o caso desta tarefa, podem impactar de maneiras pouco usuais a forma como os animais escolhem agir", explicou Motiwala.

Segundo os autores, esta descoberta tem amplas implicações para a Neurociência e também para a Inteligência Artificial. "Embora o cérebro tenha claramente evoluído para processar informações com eficiência, os algoritmos de IA geralmente resolvem problemas mediante abordagens de “força bruta”: utilizando muitos dados e muitos parâmetros. O nosso trabalho fornece um conjunto de princípios com potencial para orientar estudos futuros sobre como as representações internas do mundo podem apoiar o comportamento inteligente no contexto da biologia e da IA", concluiu Paton.

Opinião
A nossa atenção está de novo dirigida para um agente biológico que, proveniente de um reservatório a

O vírus Monkeypox é agora o mais prevalente dos Poxvirus, depois da erradicação total da varíola e de ter cessado a vacinação universal que lhe era dirigida. Ele tem um reservatório animal estrito, roedores e primatas presentes na África Central e Ocidental, que podem transmitir a infeção ao homem, geralmente por mordedura ou contato direto.

É frequente existirem pequenos surtos de infeção humana nesta região de África, e em 2022 já ocorreram alguns surtos, nomeadamente nos Camarões, Nigéria e República Centro Africana, mas não é habitual a sua ocorrência fora deste continente. A identificação de mais de duas centenas de casos, em menos de três semanas, em vários países doutros continentes (incluindo Portugal), alarmou as organizações de saúde que se ocupam da prevenção e vigilância das doenças transmissíveis, que agora procuram identificar rapidamente os casos e estabelecer uma relação epidemiológica entre eles.

A transmissão do vírus Monkeypox entre os humanos pode acontecer por contacto direto, prolongado, da pele ou mucosas com as lesões cutâneas de pessoa infetada, pela partilha de roupas contaminadas ou ainda através das gotículas respiratórias exaladas quando da fase inicial da doença (há então febre, mialgias, cefaleias, astenia, que ocorrem duas a três semanas após a transmissão do vírus), mas o contágio entre os humanos não ocorre com facilidade.

No surto agora identificado, causado pela variante do vírus Monkeypox da África Ocidental (aquela que é responsável pelos casos com menor mortalidade, cerca de 1%), poderá ter ocorrido a exportação simultânea de mais de um caso de infeção (originados por vírus com semelhante identidade genómica), o que explicaria a dificuldade em encontrar ligação epidemiológica entre centenas de casos, alguns deles sediados em locais com enorme dispersão geográfica. É também provável que esse movimento tenha decorrido já há algum tempo (meses? após o período de confinamento pandémico?), de modo a justificar o elevado número de casos, agora identificados, e a previsão deste número vir ainda a aumentar de forma significativa.

No atual surto, e provavelmente por razões circunstanciais, os casos têm sido identificados apenas em homens, que têm em comum a realização frequente de viagens e a prática de relações homossexuais, com múltiplos parceiros. Por esse motivo, as características lesões cutâneas (múltiplas vesículas, de conteúdo turvo, acompanhadas de intenso prurido local) têm sido encontradas na pele e mucosas das regiões de contato sexual, três dias após o início dos sintomas gerais, e acompanham-se de aumento dos gânglios linfáticos regionais.

Estando a varíola erradicada, o diagnóstico diferencial desta infeção viral deve ser estabelecido com a varicela, causada por um Herpesvírus, que se apresenta com lesões cutâneas semelhantes, mas menos exuberantes e mais disseminadas, e sem alteração dos gânglios linfáticos regionais; a destrinça é estabelecida com recurso a técnicas laboratoriais (microscopia eletrónica ou a técnica PCR). Na quase totalidade destas infeções o tratamento é apenas sintomático, cursando a cura das lesões em duas a quatro semanas, com escassas complicações.

A vacina contra a varíola tem elevado efeito protetor, cruzado, relativamente à infeção humana pelo vírus Monkeypox, proteção que pode persistir durante mais de vinte anos; no entanto, como esta vacina deixou de ser administrada no final dos anos 70, só os mais velhos poderão estar protegidos… Está ainda por decidir se haverá indicação para ser usada uma das novas vacinas contra a varíola, ainda sem autorização de utilização na União Europeia, e se serão elegíveis aqueles que tiveram contacto estreito, recente, com casos de infeção, e têm maior probabilidade de desenvolver doença grave.

 

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Parceria renovada
A OutSystems, empresa portuguesa e líder global de desenvolvimento low-code de alta performance de aplicações, e a Luz Saúde,...

Na apresentação que marcou a assinatura do acordo, Ivo Antão, Chief Information Technology Officer (CITO) da Luz Saúde, destacou a longa ligação entre as duas empresas, iniciada em 2006, com o lançamento do Hospital da Luz Lisboa, projeto que nasceu com o propósito de mudar o paradigma da prestação de cuidados de saúde: “Nessa altura, escolhemos a OutSystems porque partilhamos a mesma forma de pensar e atuar nas nossas áreas de atividade. Em 2019, com a expansão do Hospital da Luz Lisboa e com novas apostas nas áreas de formação médica e investigação, lançámos um novo desafio à OutSystems, que se renova com o passo que hoje estamos a dar”.

Desde assuntos core do hospital, como portais internos para médicos, enfermeiros ou gestão hospital, as aplicações para o utilizador final, como é o caso da app MY LUZ, a Luz Saúde tem na OutSystems

um dos principais parceiros no que toca ao pioneirismo tecnológico e transformação digital que tem ocorrido no grupo ao longo dos últimos anos.

Para o utilizador final, a plataforma MY LUZ, desenvolvida em ambiente OutSystems, conta agora com a integração total da informação existente em dispositivos wearables para um melhor diagnóstico e uma medicina mais próxima, com os dados que comunicam nos dispositivos do utilizador a passarem a integrar a app para partilha com o grupo clínico. Desta forma, o cliente consegue, através de um único ponto, apresentar todo o seu histórico de forma rápida, segura e integrada da sua atividade física e também de saúde. 

Paulo Rosado, CEO da OutSystems, reforça que as duas empresas têm crescido em conjunto, desafiando-se mutuamente: “Tem sido uma honra trabalhar com a Luz Saúde nos últimos 15 anos. Não só estão na vanguarda da inovação na área da saúde, como têm a sua equipa de TI sempre à frente do seu tempo quando se trata de construir soluções inovadoras que permitem manterem-se ágeis e responder às necessidades em constante mudança dos seus pacientes. Temos muito orgulho da nossa pequena parte no seu sucesso e esperamos manter esta parceria nos próximos anos para continuar a ajudá-los a inovar no espaço da saúde”.

 

Clínica da Performance
Espaço cultural, que é também um hotel, dispõe de um serviço inovador especializado em melhorar o desempenho de intérpretes de...

Além das dores financeiras, por conta dos lockdowns da pandemia, dois anos de quase inatividade profissional também deixaram mossa nos músculos e nas articulações – e não só - dos músicos portugueses. E a intermitência da retoma trouxe à tona stress acumulado e ansiedades variadas em muitos deles. Que estão a recorrer a ajuda clínica para ultrapassar dores recentes e antigas.

Quem o nota é Flora Vezzá, uma doutorada em saúde pública que faz da fisioterapia preventiva e da ergonomia a sua especialidade e arte, em prol da comunidade musical que recorre às valências da Clínica da Performance do M.Ou.Co..

Segundo a diretora do departamento de Música e Saúde deste espaço multicultural (com hotel dentro) que estreou no Porto há quase oito meses, o desconfinamento agravou as queixas decorrentes dos desequilíbrios, sobrecargas e/ou assimetrias corporais ditadas pelos gestos e posições a que os instrumentos “obrigam” os intérpretes.

Mas a Clínica da Performance do M.Ou.Co. sabe bem que tem de atuar em vários domínios, até sobre “as rotinas e os rituais que os músicos utilizam para aplacar demónios e inquietações prévias às atuações”, sublinha a especialista, habituada a ver menorizados pormenores tão simples como os aquecimentos e as pausas. “Não são desperdício de tempo. O nosso corpo é um sistema e qualquer má postura pode afetar a respiração. Inclusive de músicos muito experientes, que nos chegam cheios de queixas e desassossegos. A pandemia, notámos, veio agravar tudo”, enfatiza Flora Vezzá.

Costumamos endeusá-los, e até a vê-los como imortais. Mas os músicos que admiramos são profissionais de alta performance que no dia-a-dia sofrem tanto física como psicologicamente, inclusive de uma forma exponenciada. Tudo por causa das (nada) simples circunstâncias da profissão. Que dos ensaios aos palcos não só não lhes “ensina” a correta ergonomia dos movimentos (que vão deixando mossa pela repetição e exaustão) como também os canaliza na busca de um incessante perfecionismo e a uma exposição permanente do seu mundo interior. Resultado: uma grande parte acaba extremamente sensível ao erro e com crises que podem gerar depressões, sentimentos rotineiros quantas vezes deitados para trás das costas pela voragem do show business…

Ora bem, uma unidade hoteleira com uma sensibilidade tamanha que a leva a criar um departamento dedicado à saúde do músico parece “futurologia”, mas o M.Ou.Co. assumiu desde a génese um direito à diferença que, além de tudo mais, o fez meter mãos à obra de uma realidade onde “ainda existem muitos tabus”, reconhece Flora Vezzá. É que, complementa, “muitos músicos evitam falar destes temas publicamente”, para que eles “não afetem as respetivas carreiras”.

Músicos e outros artistas trabalham durante anos para aperfeiçoar os movimentos e alcançar uma técnica corporal sofisticada e eficiente. É um processo longo até chegarem à mestria e atingirem os resultados que procuram: a precisão do som puro, do ritmo perfeito, da interpretação desejada. Há momentos, porém, em que o músico não está na melhor condição, sofrendo de traumas, lesões e dores decorrentes do desempenho, ou que têm impactos sobre ele.

Queixas não conhecem fronteiras artísticas e atingem inclusive nomes sonantes

A Clínica foi planeada para ir ao encontro das dores dos músicos e fundamenta-se em princípios da ergonomia e das ciências da performance. Ela oferece um estudo sistemático das relações do executante com o seu instrumento e a sua prática musical.

E, de facto, a aposta do M.Ou.Co. parece estar a fazer a diferença e a dar resultados, pois que, revela Flora Vezzá, têm sido vários os profissionais, “alguns de grande projeção nacional”, a recorrer aos serviços disponibilizados há quatro meses no gabinete localizado na área exterior ajardinada do complexo. Precisamente na parte mais alta e com uma visão quase a 360 graus da envolvência.

Por sigilo profissional, a responsável, que chegou ao Porto já depois de trabalho desenvolvido em Londres (Inglaterra), Paris (França) e São Paulo (Brasil), não avança nomes, “até porque as queixas” a que dá seguimento, essas sim, “são as mais importantes”. Elas não conhecem fronteiras artísticas e provêm quer de executantes de música erudita (de vários instrumentos) quer de profissionais de sonoridades mais roqueiras, de bateristas a guitarristas, e igualmente vocalistas.

“Fazemos uma abordagem ao músico no desempenho do instrumento, tanto para atuar preventivamente e evitar sintomas, como para resolver as causas das manifestações”, explica Flora Vezzá.

O processo é simples e começa com uma entrevista inicial, para se conhecer o núcleo e a orla do problema em toda a sua extensão, perceber o historial da maleita e aferir os eventuais efeitos de abordagens ou tratamentos anteriores.

O modus operandi contempla também o registo videográfico do intérprete em desempenho instrumental, ao que se segue uma análise técnica sobre os gestos, as posturas e demais fatores, para localizar os focos e os riscos causadores dos sintomas. É nesta fase que as assimetrias, os desequilíbrios e as sobrecargas corporais - diagnósticos muito comuns - vêm à tona. As soluções ergonómicas que permitem contornar ou suplantar as queixas estão na relação entre o instrumentista, seu instrumento e o ambiente. E são disciplinadamente espoletadas com a sua ajuda, numa lógica de correção.

Este projeto do M.Ou.Co., no entanto, não se fica por aqui, dado que quer ter uma palavra a dizer – e a fazer - para fortalecer o papel da música na saúde da comunidade envolvente.

“Queremos estimular a realização de programas inovadores que articulem grupos da população e instituições locais (universidades, serviços de saúde, entidades de bairro, escolas e o poder público) no M.Ou.Co., para que a música e outras artes sejam elementos ao serviço da cultura, da saúde coletiva e do desenvolvimento social”, revela a especialista.

Na planificação para os próximos tempos entram, por isso, masterclasses interdisciplinares (para estimular a troca de conhecimentos na fronteira entre música e saúde), encontros de instrumentistas (para debater as particularidades, as exigências e os truques de cada especialidade musical) e oficinas formativas, para que a arte atue como ferramenta junto da comunidade local, numa lógica de educação e inclusão.

Era narcisista
Com o advento das redes sociais, da informação rápida, da instantaneidade das ações, pessoas como Einstein, Beethoven, e outros...

O neurocientista  Fabiano de Abreu Agrela explicou que, antigamente admirava-se o intelecto e os génios da época tinham oportunidades justamente pelo facto de as pessoas terem admiração por eles. “As pessoas apostavam neles. Hoje em dia, você passa despercebido no meio da multidão. Se tem uma boa ideia ou um pensamento revolucionário, as outras pessoas veem isso como competição pois estamos vivendo uma era narcisista”, afirmou.

Diante disso, se destacar, que é algo que as pessoas com inteligência acima da média fazem, pode acabar parecendo um problema para as demais pessoas. Para o PhD em neurociências, “terão pessoas que vão tentar negligenciar a capacidade intelectual dos outros. É necessário ter coragem para se sobressair”.

Fabiano também disse que essa era narcisista dos dias atuais se deve muito às famosas redes sociais, em que há uma certa disputa entre quem tem a melhor vida.

“Dentro dessa cultura de rede social, em que o que você posta é o que define quem você é, as pessoas competem entre si para serem aceitos. A cultura da rede social aumenta o narcisismo que já é inerente aos seres humanos”, disse.

O professor também explicou que, quando estamos atrás de uma tela, estamos mais sozinhos, porque a interação real e humana ao nosso redor acaba diminuindo. “Se tivéssemos uma interação maior entre as pessoas, a necessidade de aceitação não seria tão grande assim.”

 

 

 

 

 

 

Para profissionais de saúde
O Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira acolheu nos dias 3 e 4 de junho a realização de mais um Curso Europeu de...

Destinado a profissionais de saúde, este curso intensivo de dois dias, tem o objetivo de treinar os formandos para o reconhecimento e intervenção imediata, de crianças e lactentes com insuficiência respiratória ou circulatória e para a aquisição de novas competências / aplicação de técnicas que evitem ou controlem a rápida progressão de uma paragem respiratória ou cardiorrespiratória, e ainda a estabilização, monitorização e transferência segura destes doentes.

O programa intensivo, deste curso avançado em reanimação pediátrica é composto por palestras, bancas de competências integradas e cenários dinâmicos de treino, com recurso à simulação.

 

 

Prazo de candidaturas à Bolsa de investigação na área da leucemia mieloide crónica prolongado
Acaba de ser prolongado o prazo de candidaturas à bolsa de investigação clínica que vai atribuir 15 mil euros ao melhor projeto...

Podem candidatar-se a esta bolsa todos os projetos subscritos por investigadores nacionais ou estrangeiros a trabalhar em instituições portuguesas e com formação profissional e/ou académica superior. Serão valorizados projetos de caráter multidisciplinar e de colaboração/parceria entre várias instituições, nomeadamente com associações de doentes. As candidaturas devem ser submetidas por email para a APCL, para o endereço [email protected] . O regulamento poderá ser consultado no site da APCL, aqui.

Estima-se que, em Portugal, sujam aproximadamente 100-150 novos casos por ano. A LMC representa cerca de 15% do total de todas as leucemias. É ligeiramente mais frequente no sexo masculino, sendo geralmente diagnosticada entre os 50-60 anos de idade e muito rara na infância.

 

 

Para profissionais e estudantes
É, amanhã, lançado na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), o livro Gerir com Qualidade em Saúde (editado pela...

A obra, redigida por uma equipa multidisciplinar de autores ligados a várias organizações, com a coordenação de Manuela Frederico (professora coordenadora na ESEnfC, doutorada em Ciências Empresariais) e de Fernando Sousa (enfermeiro gestor do CHUC - Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, doutorado em Gestão), é apresentada, a partir das 16h30, no bar do edifício do Polo A da ESEnfC (Avenida Bissaya Barreto, em Celas).

Estarão presentes, na sessão, o presidente do Conselho de Administração do CHUC, Carlos Santos (que prefaciou a obra), a Presidente da ESEnfC, Aida Cruz Mendes, e a enfermeira diretora do CHUC, Áurea Andrade.

Gerir com Qualidade em Saúde «é uma obra atual» e «um instrumento muito útil para todos os profissionais de saúde e estudantes que se interessem por esta temática», lê-se numa nota de apresentação deste livro que tem, também, como público-alvo gestores e clínicos hospitalares.

O livro estrutura-se em três partes – “Gestão”, “Organização, comunicação e recursos humanos” e “Qualidade” – e 21 capítulos em cuja conceção «houve a preocupação, sempre que necessário, de fundamentar teoricamente os temas, complementando com a componente prática, necessária para a abordagem das respetivas matérias, o que inclui a apresentação das principais linhas orientadoras desta área do conhecimento».

 

Candidaturas até 30 de junho de 2022
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) e a Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH), com o apoio da Amgen...

A Bolsa de Investigação em Mieloma Múltiplo representa um importante incentivo aos investigadores envolvidos no diagnóstico e tratamento do mieloma múltiplo, na qual é crítico melhorar os resultados em saúde. O Mieloma Múltiplo é uma doença hemato-oncológica rara, sem cura até ao momento. Esta bolsa dirige-se a investigadores nacionais ou estrangeiros que desenvolvam projetos em instituições portuguesas, e é encorajada a colaboração e parceria entre várias instituições, bem com a interdisciplinaridade.  

 Todos os projetos submetidos serão avaliados por um júri idóneo, composto por peritos de reconhecido mérito em investigação científica e experiência profissional e/ou académica em hemato-oncologia em Portugal e/ou internacional, nomeado pela APCL e SPH. O regulamento da bolsa de investigação em Mieloma Múltiplo pode ser consultado nos sítios dos parceiros.  

As candidaturas devem ser formalizadas para o e-mail [email protected], até às 24 horas de 30 de junho de 2022. 

 

 

 

Cuidar da Visão
Há cerca de um mês, e depois de vencer a 10.ª etapa do Giro de Itália, o ciclista Biniam Girmay abri

Fogueiras e fogos de artifícios em arraiais de rua:  a falta de cuidado com o fogo pode trazer sérios riscos à saúde dos olhos como queimaduras que, mesmo leves, podem atingir a córnea e comprometer seriamente a visão. 

Estes cuidados alargam-se aos churrascos - sobretudo se estiver vento, as brasas do carvão podem voar até qualquer parte do corpo- provocando queimaduras mais ou menos graves na pele, e claro, também nos olhos propriamente ditos.

Martelinhos e alho-porro: em muitos locais do País existe a tradição de dar com um martelinho e/ou um alho porro na cabeça de quem passeia. Cuidados a ter: mesmo sem querer, esta brincadeira pode não atingir a cabeça, mas sim a parte dos olhos, podendo provocar lesões.

Também num bailarico tenha cuidado com os cotovelos (os seus e os dos outros!)

Quanto aos inofensivos manjericos, fica o alerta para as eventuais alergias a esta planta assim como os pauzinhos/arames que seguram as quadras populares e que podem ferir os olhos.

Não esquecer que o mês dos Santos populares é também um mês em que muitas pessoas começam as suas férias - por isso, se vai de férias, não se esqueça de levar os seus medicamentos oftalmológicos habituais, juntamente com um bom protetor solar - que possa ser aplicado nas áreas em redor dos olhos, incluindo as pálpebras - e óculos de sol com 100% de proteção UV, que deve usar no exterior mesmo que esteja nublado. Se nadar em piscinas, o cloro pode irritar e secar os olhos, pelo que se recomenda a utilização de óculos de natação.

Todos estes cuidados devem ser redobrados com e perto de crianças.

Cuidados na abertura de garrafas de espumantes, champanhes, vinhos verdes ou outras bebidas com pressão:

  • Espumante frio e champanhe frescos antes de abrir: é mais provável que a rolha de uma garrafa quente rebente inesperadamente;
  • Não sacudir a garrafa: agitar aumenta a velocidade a que a rolha deixa a garrafa, aumentando assim as hipóteses de lesões oculares graves;
  • Aponte a garrafa para um ângulo de 45º longe de si próprio e de qualquer observador e segure a rolha com a palma da mão enquanto retira o capuz de arame da garrafa;
  • Coloque uma toalha sobre toda a parte superior da garrafa e agarre a rolha;
  • Rodar a garrafa enquanto segura a rolha num ângulo de 45º para quebrar o selo;
  • Contrariar a força da rolha usando pressão para baixo à medida que a rolha se liberta da garrafa.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Webinars têm data marcada a 21, 23, 28 e 30 de junho
Junho é considerado o mês da consciencialização para a temática da infertilidade. Para contribuir para a sensibilização e...

Desenvolvidas em colaboração com os Centros de PMA AVA Clinic, Clinimer, Ginemed e Procriar, as sessões, sempre às 21h00, contam com o contributo de cinco especialistas nacionais que abordarão a infertilidade, do diagnóstico ao tratamento. Cada webinar terá cerca de 40 minutos, sendo os 10 minutos finais reservados para dar resposta às questões colocadas pelos participantes através do chat da plataforma. 

A primeira sessão, a 21 de junho, é dedicada ao tema “As causas e o diagnóstico da infertilidade”, e é orientada por José Cunha, Médico Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Sub-especialista em Medicina da Reprodução e Diretor Clínico da AVA Clinic.

O segundo webinar, no dia 23, vai abordar os tratamentos existentes de PMA e fica a cargo de Margarida Silvestre, Médica Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Reprodutiva (SPMR) e Sócia-gerente da Clinimer.

Já no dia 28, os participantes vão poder ouvir Ana Paula Soares, Médica Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Sub-especialista em Medicina da Reprodução e Diretora Clínica da Ginemed, e Cátia Rodrigues, Médica Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Sub-especialista em Medicina da Reprodução e Médica da Unidade de Reprodução da Ginemed, sobre o tema “A idade ovárica e a preservação da fertilidade”.

O ciclo de webinars termina no dia 30, com uma sessão dedicada à doação de óvulos, dirigida por Joana Mesquita Guimarães, Médica Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, Sub-especialista em Medicina da Reprodução, Vogal da SPMR e Diretora Clínica da Procriar.

Os profissionais de saúde que se inscreverem no Fertilidade + e assistirem a um ou mais webinars vão receber, após a finalização do programa, um certificado de participação. As inscrições estão disponíveis aqui: https://www.organonconnect.pt/fertilidade-mais-inscricao.xhtml

 

 

9 e 10 de junho
Nos dias 9 e 10 de junho, entre as 10h e as 17h, a cidade de Braga recebe o camião da campanha “Here For You”, onde será...

A iniciativa da Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (SPACV) conta com o apoio da Câmara Municipal de Braga e da Medtronic e tem como objetivo sensibilizar a população para a importância do diagnóstico precoce desta doença silenciosa.

O rastreio, dirigido sobretudo a homens com mais de 65 anos, é constituído por um questionário sobre os fatores de risco do AAA e uma simples ecografia abdominal – um exame indolor e não invasivo, que utiliza ecografia para a obtenção de imagens da aorta, permitindo assim a sua avaliação.

Os rastreios serão realizados por cirurgiões vasculares dentro do camião que estará no estacionamento situado entre o Instituto Ibérico de Nanotecnologia e o Parque Desportivo da Rodovia, na cidade de Braga, que este ano recebe as comemorações do Dia de Portugal, assinalado a 10 de junho.

“É com muita satisfação que anunciamos esta iniciativa de sensibilização, que pretende alertar a população para o AAA, o aneurisma periférico mais frequente, mas que continua a ser desconhecido da maioria da população portuguesa”, afirma Clara Nogueira, Secretária-Geral da SPACV.

“Uma das principais complicações nos doentes com AAA tem a ver com o seu risco de rotura, que apresenta uma taxa de mortalidade entre 65 e 91%. Se o aneurisma não for identificado e tratado a tempo, pode crescer e romper”, alerta a especialista, acrescentando: “A maioria dos doentes com AAA não apresenta qualquer tipo de sinal ou sintoma. Como tal, o rastreio é fundamental para a sua deteção precoce”.

O AAA é uma doença grave que, frequentemente, não apresenta quaisquer sintomas. Trata-se de uma dilatação lenta e progressiva da aorta, a maior artéria do organismo, a qual, quando rompe, origina uma perda de sangue muito grave que pode resultar em morte súbita. Determinados fatores genéticos e ambientais são propensos ao seu desenvolvimento.

O risco é maior nos homens caucasianos com mais de 60 anos, fumadores ou ex-fumadores e com comorbilidades associadas, como hipertensão arterial, doença aterosclerótica e sedentários. Ainda que os fatores genéticos não estejam completamente esclarecidos, sabe-se que 20% dos doentes possuem historial familiar de aneurisma.

Sessão online
Os primeiros dias da vida de um bebé são muito importantes para estabelecer uma forte ligação com os pais. Nas Conversas com...

Proteger os direitos da parentalidade é essencial para o bebé e para que os pais possam viver plenamente esta fase das suas vidas – a advogada Carla Figueiredo irá falar sobre este tema, no dia 7 de junho, pelas 17h00. Ainda neste dia, a enfermeira especialista em saúde materna e obstétrica Núria Durães vai estar à conversa com os pais sobre a hora do banho do bebé e a importância da hidratação da sua pele.

No dia 9, também às 17h00, a estimulação do desenvolvimento da linguagem dos bebés até aos 2 anos será abordada pela terapeuta da fala e instrutora de babysigns Carina Pinto. Para os pais saberem quais são e quando começam os cinco sentidos do recém-nascido, e enfermeira especialista em saúde materna e obstétrica Conceição Santa-Martha irá falar com os pais sobre esta descoberta.

O momento do parto é muito importante para o desenvolvimento do bebé, e a maneira como a mãe vive esta fase pode ser um indicador das emoções futuras do bebé. Por isso, a mãe deve sentir-se o mais relaxada e feliz possível, sendo essencial que a hormona oxitocina esteja presente neste momento. Para ajudar a preparar a mãe emocionalmente para o parto e para a construção do kit de oxitocina, a enfermeira especialista em saúde materna e obstétrica Teresa Coutinho irá estar á conversa com as famílias no dia 13 de junho, pelas 17h00. O papel do pai para a vida do bebé será, ainda, abordado pela enfermeira e conselheira em aleitamento materno Raquel Fonseca.

Para que os pais fiquem a par da importância das células estaminais, especialistas em células estaminais da Crioestaminal, o único laboratório em acreditação internacional pela Association for the Advancement of Blood & Biotherapies (AABB), irão desvendar, em todas as sessões, o que são, a sua utilidade e os tratamentos possíveis com estas células.

 

Investigação da Universidade de Coimbra
Uma equipa da Universidade de Coimbra (UC) está a desenvolver um projeto de investigação junto da comunidade escolar para...

Os resultados, já publicados em dois estudos, revelam que a intervenção focada na compaixão que foi implementada a professores – o Treino da Mente Compassiva para Professores (Compassionate Mind Training for Teachers) – é viável e altamente promissora. Revelou-se eficaz na promoção da compaixão (em relação ao eu e aos outros) e do bem-estar e na redução de sintomas de depressão, de ansiedade e stress, de burnout e do sofrimento psicofisiológico dos professores. A equipa de investigação estima que esta intervenção possa ser implementada a nível nacional, para que professores e psicólogos de escolas portuguesas possam também utilizá-la, depois de devidamente formados, com vista à promoção do bem-estar e da saúde mental dos professores. A implementação desta intervenção no âmbito destes dois estudos foi realizada junto de cerca de 200 professores, de escolas de meios urbanos, semiurbanos e rurais da Região Centro (Coimbra, Nelas, Satão e Viseu), que têm inscritos alunos de diferentes perfis socioeconómicos e comportamentais.

A investigação é liderada por Marcela Matos, investigadora doutorada da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC) e do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo Comportamental (CINEICC). Integra o projeto internacional “Escolas Compassivas”, financiado pela Reed Foundation e pela Compassionate Mind Foundation, que arrancou no final de 2017. O projeto tem vindo a ser implementado em Portugal e no Reino Unido. A aplicação do estudo nestes dois territórios distintos tem decorrido para “perceber a viabilidade e a eficácia não apenas nos dois países, individualmente, mas também em termos transculturais, entendendo em que medida é que este mesmo programa se mostra eficaz quando aplicado em países com sistemas educativos diferentes”, salienta Marcela Matos.

O Treino da Mente Compassiva é uma intervenção focada na compaixão, que é parte integrante de uma abordagem psicoterapêutica chamada Terapia Focada na Compaixão (Compassion Focused Therapy), desenvolvida por Paul Gilbert (Universidade de Derby, Reino Unido). “É uma abordagem biopsicossocial, evolucionária, baseada em evidências, que pode ser aplicada não apenas a populações clínicas, mas à população em geral e a grupos específicos”, refere Marcela Matos. A investigadora da UC explica que esta intervenção “pretende que as pessoas desenvolvam competências sociais, cognitivas, emocionais e comportamentais associadas à sua motivação/capacidade para a compaixão, desenvolvendo e treinando competências para serem mais compassivas para com elas mesmas, mais compassivas para com os outros, estarem mais disponíveis para receber ajuda e suporte por parte dos outros e a serem menos autocríticas”.

Nesta intervenção grupal, pretende-se desenvolver e estimular sistemas biofisiológicos específicos associados ao bem-estar e à forma como o nosso corpo responde ao stress, e treinam-se competências de regulação das emoções (como os estados emocionais negativos, que emergem perante as dificuldades da vida), formas de estar nas relações interpessoais (nomeadamente, no contexto profissional), como também competências comportamentais para lidar de forma adaptativa com as dificuldades e os desafios da vida. O Treino da Mente Compassiva é aplicado com recurso a psicoeducação e a um conjunto de exercícios e de práticas experienciais baseadas no mindfulness, no treino da atenção, em práticas de imaginação focadas na compaixão e em exercícios comportamentais, estimulando momentos de partilha e de reflexão.

Em termos científicos, e de acordo com esta abordagem, a compaixão é “uma sensibilidade ao sofrimento, no próprio e nos outros, a par de um profundo compromisso para tentar aliviar ou prevenir este sofrimento”. Envolve “coragem, para nos aproximarmos e lidarmos com o sofrimento, e sabedoria e compromisso, para desenvolvermos competências para lidar com as situações difíceis”, frisa a investigadora.

No âmbito do projeto “Escolas Compassivas”, foram já publicados dois estudos nas revistas científicas Mindfulness e PLoS One, que atestam a viabilidade e eficácia do Treino da Mente Compassiva para Professores. A coordenadora da investigação destaca o facto de os professores terem recebido bem esta intervenção, tendo sido avaliada “como sendo implementada com elevada qualidade e como sendo uma intervenção útil para a sua vida pessoal e profissional”. A investigadora explica que os dados colhidos nas intervenções, agora publicados, revelam o aumento do afeto positivo, que faz com que “as pessoas se sintam mais seguras, mais ligadas aos outros, mais relaxadas e com maior vitalidade e energia, estando mais motivadas para lidar com as dificuldades e desafios da vida”.

Um dos principais resultados revelados pelos estudos foi o impacto da intervenção em sistemas fisiológicos específicos. Marcela Matos explica que “os professores que realizaram esta intervenção revelaram melhorias na variabilidade cardíaca, um indicador da ativação do nosso sistema nervoso autónomo parassimpático relacionado com a forma como o corpo regula fisiologicamente o stress, associado a sentimentos de segurança, contentamento e calma e a uma maior capacidade de auto-tranquilização face ao stress”, apresentando, assim, “melhorias na sua capacidade de regular o stress”. O impacto na redução dos níveis de burnout (como exaustão física, emocional e cognitiva) dos professores é também frisado por Marcela Matos, tratando-se este de um “aspeto fundamental da saúde mental dos professores.”

Outro resultado muito significativo foi a manutenção dos ganhos da intervenção ao longo do tempo. Para atestar este parâmetro, foi feito um acompanhamento dos professores três meses após a implementação da intervenção, que revelou que “as melhorias encontradas após a intervenção foram mantidas” e que “não houve agravamento da sua saúde mental e psicológica”, afirma Marcela Matos.

A próxima etapa do projeto de investigação arranca em setembro de 2022, em que três intervenções específicas de Treino da Mente Compassiva vão ser implementadas a outros agentes da comunidade educativa: crianças, adolescentes e pais. Na fase final do projeto, pretende-se que os professores que realizem esta formação possam vir a implementar, eles próprios e em contexto escolar, a intervenção aos seus alunos.

A par destas ações, decorrem também dois outros estudos. Um dos estudos que está a ser desenvolvido pretende “avaliar em que medida esta intervenção é eficaz se for implementada noutras escolas, por profissionais de saúde mental que tiveram formação com a equipa que desenvolveu o programa de intervenção”, explica Marcela Matos. O trabalho já está em curso junto de uma equipa de Guimarães, estando a ser implementado em agrupamentos escolares do município. O outro estudo está a ser desenvolvido para “compreender em que medida é que o Treino da Mente Compassiva tem impacto, não apenas em indicadores de saúde psicológica, mas também em indicadores fisiológicos, autonómicos, neuroendócrinos, imunológicos, e epigenéticos de stress e de pró-sociabilidade”, adianta a investigadora da UC.

O artigo publicado na revista científica Mindfulness está disponível aqui e o estudo publicado no jornal científico PLoS One pode ser consultado aqui.

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