Hipoacusia nas crianças: que sinais devem os pais e educadores ter em conta?
A maioria das crianças com perda auditiva congénita sofre de deficiência auditiva no nascimento, que geralmente pode ser detetada por meio de triagem auditiva infantil. Pelo menos metade de todos os casos de surdez e deficiência auditiva podem ser prevenidos através de exames de deteção precoce.
A deteção precoce e a terapia de qualidade são as formas mais poderosas de otimizar o impacto da reabilitação auditiva no desenvolvimento da linguagem em crianças com deficiência auditiva congénita profunda.
Estima-se que 1 a 2 em cada 1.000 recém-nascidos sofrem de deficiência auditiva ao nascer, que é detetável por meio de triagem auditiva infantil. Algumas perdas auditivas congênitas, no entanto, podem não se tornar evidentes até mais tarde na infância. A surdez precoce grave está presente em 0,4 a 1,5 a cada 1.000 crianças e pelo menos 50% desses casos é atribuível a causas genéticas.
A perda auditiva ou Hipoacusia é, assim, uma limitação sensorial que traz sérias consequências sociais e principalmente o isolamento. A maioria de nós associa a perda auditiva ao envelhecimento, erradamente. É por isso, de extrema importância estar atento, para que o diagnóstico e intervenção sejam feitos cedo, de forma a se conseguir a reabilitação auditiva, num trabalho conjunto de profissionais de Audiologia e Otorrinolaringologia.
Neste regresso às aulas, que sinais devem os pais e educadores ter em conta nas crianças:
- Dificuldade em expressar-se oralmente;
- O comportamento muda e tem mais medos do que o habitual, principalmente à noite;
- Não consegue executar pedidos de ação simples;
- Não responde à primeira ou assusta-se com sons repentinos;
- Observa muito os rostos das pessoas para ouvi-las;
- Pede para colocar o som da televisão mais alto;
- Pede para repetir o que lhe é comunicado.
Que impacto tem a perda auditiva no desenvolvimento das crianças?
Comunicação e fala
A perda auditiva não tratada afeta a forma como as crianças se conectam e comunicam. Esta questão pode impactar profundamente o desenvolvimento da linguagem.
Conhecimento
A privação da linguagem pode conduzir ao atraso no desenvolvimento cognitivo nas crianças, o que pode ser evitado se uma intervenção adequada for recebida durante os primeiros anos de vida.
Sociais e emocionais
A perda auditiva contribui para o isolamento social e para a solidão. A incapacidade de compreender informações e manter conversas conduz a um afastamento das outras crianças para evitar situações embaraçosas.
O bullying e a perda auditiva
Uma recente pesquisa traz uma evidência nova e perturbadora, apontando para o fato da perda auditiva aumentar o risco de bullying em meninos e meninas.
A descoberta de que crianças com perda auditiva são mais propensas a sofrer bullying foi resultado de uma revisão de estudos publicados no Laringoscópio2.
Dos 17 estudos avaliados, nove compararam a vitimização de crianças com deficiência auditiva com a dos seus pares ouvintes. Destes, sete estudos relataram que a perda auditiva está significativamente associada ao aumento do bullying.