Competição da Sociedade Portuguesa de Simulação Aplicada às Ciências da Saúde (SPSim)
Diana Carvalho, Inês Antunes, Viktoriya Shkatova e Patrícia Vaz Conde integram a equipa vencedora da competição europeia...

Durante cerca de meia hora, a equipa foi sujeita a um verdadeiro cenário de stress, num desafio que as colocava numa situação muito semelhante à vivida num ambiente de serviço de urgência, no qual simularam a intervenção num doente em estado critico. Sob o olhar crítico de um painel de júris, compostos por médicos especialistas de vários países, foram avaliadas as questões técnicas, capacidade de análise, diagnóstico, resposta a complicações médicas e toda a gestão dos procedimentos médicos, assim como da comunicação com o doente e entre a própria equipa. Viktoriya Shkatova, acredita que para o júri não terá sido uma decisão fácil: “Em termos técnicos as equipas eram todas muito boas. No nosso caso, acho que ajudou o facto de nos conhecermos muito bem e termos demonstrado ser uma equipa coesa que comunicou muito bem, com uma enorme capacidade de improviso. Enquanto futuras médicas, ao longo do nosso percurso, fomos aprendendo a importância da comunicação e a diferença que pode fazer quando se trata de salvar uma vida.”

Para Carlos Robalo Cordeiro, Diretor da Faculdade de Medicina de Coimbra, “a simulação médica é uma verdadeira revolução no ensino médico e uma forma de ajudarem os estudantes de medicina a prepararem-se a lidar com inesperadas realidades. A atenção global centrada na minimização dos erros médicos, a necessidade de garantir a segurança dos doentes e a capacidade de comunicar com equipas e com os próprios doentes, são aspectos fundamentais que poderão ser treinados em contexto de simulação. Neste sentido é muito importante promover a integração desta prática pedagógica no maior número de unidades curriculares.”

O passaporte para a final, onde as jovens se destacaram, foi alcançado após ultrapassarem vários desafios de simulação: Depois de ganharem a competição de simulação Scrub UP!, no âmbito do XI In4Med, congresso médico-científico organizado pelo Núcleo de Estudantes de Medicina da Associação Académica de Coimbra, a equipa venceu a competição de simulação SimUniversity Portugal 2022, realizada em março, no Centro de Simulação da NOVA Medical School, em Lisboa. A vitória garantiu o acesso à primeira fase da competição de simulação Europeia, SIMUniversity, que se realizou em abril, de forma remota, no Centro de Simulação CUF Academic Center, onde a equipa ficou apurada para a fase final da competição europeia, na qual arrecadaram o primeiro prémio.

SimUniversity Portugal

Destinada a alunos do 4.º aos 6.º anos de Medicina, a SimUniversity Portugal é uma competição da Sociedade Portuguesa de Simulação Aplicada às Ciências da Saúde (SPSim), para estimular o treino de competências técnicas e não-técnicas, bem como a aplicação de conhecimentos clínicos em cenários simulados.

Centros dedicados a mulheres com gravidezes saudáveis
Grupo de investigadoras portuguesas propõem a criação de Unidades de Cuidados na Maternidade para prestação de cuidados a...

Ana Paula Prata, uma das responsáveis desta iniciativa, explica que “em Portugal, há um movimento crescente de procura de cuidados respeitosos e especializados na gravidez, parto e puerpério que promovam e respeitem a fisiologia deste momento do ciclo reprodutivo humano. Esta procura acontece simultaneamente às queixas de violência obstétrica, que são preocupantes e que cada vez ganham mais impacto e dimensão na sociedade portuguesa. Também, a elevada taxa de mortalidade materna, a apresentar uma tendência crescente desde 2017, atingindo um dos valores mais altos dos últimos 38 anos em 2020, e o elevado número de cesarianas e partos instrumentalizados em comparação com os restantes países europeus, são alertas da necessidade de atualizar a prestação de cuidados”.

Estes factos foram, assim, o fator motivador para um grupo de peritos da Escola Superior de Enfermagem do Porto apresentarem, juntamente com outros investigadores, profissionais e associações uma proposta para revolucionar o cuidado materno em Portugal. Surgiu, assim, a ideia de criação de Unidades de Cuidados na Maternidade (UCM) em Portugal, à semelhança das existentes em já 16 países da Europa.

“É necessário criar e implementar centros dedicados a mulheres com gravidezes saudáveis, mantendo a qualidade e segurança nos cuidados, as Unidades de Cuidados na Maternidade”, refere a investigadora.

Uma Unidade de Cuidados na Maternidade é um local onde se prestam cuidados na maternidade, na gravidez, parto e pós-parto, a mulheres saudáveis com gestações sem complicações.

Os Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstétrica assumem a responsabilidade principal pela prestação dos cuidados e gestão da unidade. As UCM podem estar localizadas fora (extra-hospitalares) ou adjacentes (hospitalares) a uma unidade obstétrica.

“Nas UCM, durante o trabalho de parto e parto, sempre que necessário, as mulheres têm acesso a serviços de diagnóstico e tratamento médico, incluindo cuidados obstétricos, neonatais e anestésicos", explica a investigadora.

Ana Paula Prata reforça esta ideia e afirma que “estas unidades permitem que as mulheres tenham, acima de tudo, direito à escolha”.

A proposta da criação destas unidades surge, assim, do trabalho colaborativo que contou com o apoio da Midwifery Unit Network e que será apresentado na Assembleia da República para implementação de um projeto piloto.

Projeto Educativo Europeu “Let’s Take Care Of The Planet”
No âmbito da Conferência Nacional de Jovens, que decorreu nos dias 13 e 14 de junho, em Lisboa, 28 delegados em representação...

O encontro, que juntou a comunidade estudantil, professores e representantes dos principais partidos políticos portugueses, teve como ponto alto a leitura e entrega de uma Carta de Corresponsabilização, redigida pelo grupo de estudantes, e um Manifesto Político “A voz dos jovens como parte da solução”, onde expressaram preocupações e aspirações ambientais para o país e Mundo.

“Durante a preparação desta conferência, nas nossas escolas, detetamos muitos problemas socioambientais em cada comunidade. Assim, tentamos encontrar soluções sabendo que é possível reparar a situação do planeta com um esforço individual e compromisso coletivo – nosso, dos estudantes, mas também dos decisores políticos”, assinalaram os estudantes portugueses, na carta de corresponsabilização redigida.

Com coordenação da Associação Portuguesa de Educação Ambiental (ASPEA) a Conferência Nacional de Jovens decorreu no âmbito do projeto educativo europeu ‘Let’s Take Care Of The Plane!t’ [Vamos Cuidar do Planeta!], do qual Portugal é país parceiro. No documento entregue, os estudantes, oriundos das localidades de Maia, Aveiro, Sever do Vouga, Benavente, Alcobaça, Santarém, Ferreira do Zêzere, Amadora e Silves, manifestaram o compromisso público de “promover mudanças de comportamento no ambiente; contribuir de uma forma eficaz para a correta separação de resíduos; reduzir o consumo de carne vermelha e adoção de uma dieta mais sustentável; apelar à redução do uso de embalagens de plástico”.

Na presença de representantes do Partido Socialista (PS), Partido Social Democrata (PSD), Chega (CH), Partido Comunista Português (PCP) e Partido Livre (L), os jovens apelaram a que os responsáveis e decisores políticos se comprometessem, entre outras ações, a “dar voz e a ouvir os estudantes; promover iniciativas parlamentares e tomar medidas de apoio a ações em prol das necessidades das comunidades; reforçar o apoio às escolas para implementação de projetos de Educação Ambiental; aumentar o orçamento destinado às escolas que reforcem compromissos ambientais nos seus projetos educativos; dinamizar ações de partilha e intercâmbio de projetos de Educação ambiental; incentivar à reflorestação de árvores autóctones e proteção do arvoredo urbano; repor o cargo de Guarda-Florestal”.

Presente na audiência em representação do Partido Socialista, a deputada Rosa Venâncio teceu elogios à ação participativa dos jovens. “É com grande honra que estou aqui a representar o grupo parlamentar e, sobretudo, faço-o com grande esperança no futuro ao ver tantos jovens a desafiarem-nos com uma carta de compromisso e recomendações”.

“Cuidar do planeta é de facto algo fundamental neste momento. O futuro faz-se com algumas das vossas atividades e envolvendo-nos a pensar no nosso dia a dia”, frisou ainda Rosa Venâncio.

Em representação do Partido Social Democrata, a deputada Inês Barroso declarou que “mais importante do que estar a escalpelizar cada uma das questões que nos apresentaram, é dizer-vos que todos os grupos parlamentares, independentemente do partido que representam nesta casa, estão a trabalhar no sentido de serem tomadas medidas. Muitos de nós estamos a trabalhar nomeadamente pela redução do plástico, sabemos que tem sido muito criminoso nos Oceanos e linhas de água do nosso planeta”.

“Quem faz a diferença não são só os deputados e os governos. Quem faz a diferença são vocês dialogando com a vossa escola, junta de freguesia, e câmara municipal e, obviamente, com os vossos deputados”, referiu ainda a deputada.

Gabriel Ribeiro, do partido CHEGA, defendeu que “a questão do desafio ambiental precisa de uma outra dimensão”. “O trabalho nas escolas está evidentemente consolidado e ainda bem. É preciso dirigir, aos poucos, o foco para novos grupos e alvos sociais fora da escola”, disse.

No decorrer da audiência, o deputado Bruno Dias, do Partido Comunista Português enalteceu que “o trabalho” desenvolvido pelos estudantes portugueses “é impressionante” e “dá razões para nos enchermos de orgulho com aquilo que está a ser feito nas escolas pelos professores, alunos, e também pela família. Quero aqui agradecer à ASPEA por ter trazido à AR este bom exemplo”. Considerando que “as perguntas trazidas são muito pertinentes”, o deputado comunista elogiou o olhar crítico dos jovens estudantes. “As questões traduzem uma realidade que observaram, e muito bem, e que vai desde a extinção da lampreia no Vouga até ao problema do uso dos plásticos e ao problema das espécies invasoras que temos pela frente”.

Por sua vez, Rui Tavares, deputado do Partido Livre, afirmou que “criar lideranças enquanto elas ainda são jovens é crucial para o nosso país, e funciona”.

“O principal problema ambiental, dos muitos que estamos a viver nesta crise global, são as Emissões de Carbono e o Aquecimento Global. É importante termos em mente que muito está a ser feito para diminuir as emissões”, destacou em resposta aos apelos feitos pelos estudantes.

Para Joaquim Ramos Pinto, presidente da Associação Portuguesa de Educação Ambiental, a iniciativa que juntou estudantes e responsáveis da Comissão de Educação e Ciência, representa um passo em frente, reconhecendo a voz dos jovens como parte da solução contribuindo para o debate e decisões políticas, no que respeita a problemas socioambientais atuais identificados pelos próprios alunos. “Esta iniciativa vem mostrar que a Educação Ambiental é uma ação política, e não é uma atividade que é desenvolvida apenas num dia de comemoração de uma efeméride. A Educação Ambiental é compromisso e ação, que passa pela responsabilidade individual e pelos compromissos coletivos, devendo ser um processo de continuidade nos projetos e planos das escolas”, defende o presidente da ASPEA.

“Com estes dois dias da conferência Nacional podemos concluir, também, que valorizar a voz dos jovens e incluí-los na construção de soluções é fulcral para construir uma sociedade ambientalmente responsável e socialmente justa”, frisa ainda o responsável.

Após a Sessão da Comissão de Educação e Ciência, os Jovens e os seus professores foram brindados com uma visita guiada à Assembleia da República.  No período da tarde, seis jovens em representação da comitiva da rede de escolas que integram o projeto “Vamos Cuidar do Planeta!” tiveram oportunidade de visitar o Palácio de Belém, Residência Oficial do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O projeto educativo europeu ‘Let’s Take Care Of The Planet’ [“Vamos Cuidar do Planeta!”], traz “ao espaço público e político a voz dos jovens como parte da solução, e ao mesmo tempo, reforça a ação cívica e promove a cultura democrática dos jovens em idade escolar”, considera ainda o presidente da ASPEA.

“Sabemos que vamos cumprir estas medidas, mas só com as mudanças do presente é que podemos conseguir as soluções do futuro. Todos juntos, “Vamos Cuidar do Planeta!”, lê-se ainda na Carta de Corresponsabilização entregue.

Mais informações disponíveis em: https://aspea.org

Fundação Champalimaud
O mieloma múltiplo é um cancro da medula óssea, ou seja, do órgão que forma as células do sangue, e atualmente, para o...

Um estudo realizado pela equipa da hematologista Cristina João, que dirige o Grupo de Investigação do Mieloma e do Linfoma do Centro Champalimaud, sugere que poderá ser possível, num futuro próximo, diagnosticar e monitorizar a progressão do mieloma múltiplo (MM) a partir de uma simples amostra de sangue. Os resultados foram publicados hoje (21 de junho) na revista Frontiers in Oncology.

O MM é um cancro de células da medula dos ossos – mais precisamente, de certos tipos específicos de linfócitos B, os plasmócitos. Os linfócitos B são as células do sistema imunitário que normalmente produzem anticorpos protetores. Mas no caso do MM, os linfócitos B anómalos não produzem anticorpos protetores e proliferam descontroladamente. Formam tumores e perturbam não só o funcionamento do próprio sistema imunitário, mas também a geração de outros tipos de células pela medula óssea, tais como os glóbulos vermelhos, provocando anemia.

“O mieloma múltiplo é um tumor de um órgão (a medula) que vive dentro de outro órgão (o osso)”, diz-nos Cristina João. Não admira, portanto, que os ossos sejam, por assim dizer, das primeiras vítimas da doença: “como há uma expansão da medula óssea devida à proliferação dos linfócitos B anómalos (que residem na medula óssea) e essas células também produzem substâncias que tornam os ossos mais frágeis, mais de 80% dos doentes têm fraturas. O MM destrói os ossos dos doentes”, explica a investigadora. Além disso, pode causar problemas noutros órgãos, como insuficiência renal ou problemas cardíacos, quando os linfócitos tumorais ou as moléculas produzidas pelas células do MM se depositam nesses órgãos.

O mieloma múltiplo é o segundo cancro do sangue mais frequente nos adultos. Normalmente, declara-se em pessoas na casa dos 70 anos, com os doentes a apresentarem (pelas razões já evocadas) infeções recorrentes, anemia, fadiga, dores nos ossos e fraturas. Hoje em dia, a sobrevivência média a cinco anos ronda os 50%. “É muito melhor que há vinte anos. Porém, ainda é possível fazer muito melhor, nomeadamente encontrando melhores maneiras de detetar a doença e de fazer o seguimento dos doentes”, diz Cristina João.

Diagnósticos e prognósticos complicados

Hoje em dia, o MM é diagnosticado através de biópsias de medula óssea. Mas este procedimento, além de ser muito invasivo, tem outros inconvenientes. Por um lado, pode não ser fiável. Como explica ainda Cristina João, dado que os tumores de MM são muito heterogéneos quer geneticamente quer na sua disposição irregular na medula óssea, o resultado da biópsia depende do local onde a amostra for colhida – o que pode levar a resultados pouco representativos e até falsamente negativos.

Esse não é o único problema das biópsias da medula óssea, explica ainda a cientista. Existem formas precursoras do MM que não são cancros, que são assintomáticos e que, na esmagadora maioria dos casos, nunca irão progredir para o mieloma múltiplo. Estas formas precursoras costumam ser detetadas por acaso numa amostra de sangue e o diagnóstico baseia-se em pequenas proliferações (<10%) dos plasmócitos na medula óssea. Como avaliar com fiabilidade e de forma menos invasiva, em cada doente, o risco de evolução destas formas “benignas” de anomalias dos linfócitos B para o mieloma múltiplo?

Identificar marcadores biológicos do MM no sangue

Foi por isso que Cristina João e os seus colegas quiseram saber se haveria maneira de substituir as biópsias convencionais por “biópsias líquidas”, ou seja, simplesmente, por uma recolha de sangue. Para além de serem minimamente invasivas, as biópsias líquidas prometiam ser mais fiáveis.

Ao tornar-se possível detetar no sangue proteínas específicas do MM e só do MM, raciocinaram, o diagnóstico deste cancro tornar-se-ia muito mais simples e fidedigno. Mas, para concretizar esta ideia, era preciso identificar proteínas no sangue dos doentes com MM que funcionassem como marcadores biológicos específicos da doença.

Participaram no estudo agora publicado doentes do Centro Clínico Champalimaud diagnosticados com MM ou com uma das formas precursoras do MM chamada MGUS (acrônimo de monoclonal gammopathy of undetermined significance), e também doentes com MM indolente ou SMM (Smoldering Multiple Myeloma).

O que os cientistas fizeram foi analisar as proteínas contidas nas chamadas “vesículas extracelulares” dos doentes. As vesículas extracelulares são pequenos “saquinhos” que circulam no sangue de todos nós. São naturalmente libertados por quase todos os tipos de células, estão carregados de proteínas, material genético, metabolitos e até de componentes da maquinaria da célula de onde saíram e são formas de comunicação entre células. No sangue dos doentes com MM existem numerosas vesículas extracelulares – incluindo aquelas libertadas pelos linfócitos B anómalos – e é aí que a equipa foi “à caça” de potenciais marcadores biológicos.

Utilizando uma técnica específica de estudo das proteínas (a espectrometria de massa), identificaram assim um conjunto de proteínas nas vesículas extracelulares com potencial de serem novos biomarcadores do MM. Proteínas como APRIL, PDIA3, C4BPA, BTH1A1 são as que mais se destacaram como potenciais biomarcadores. “Trata-se maioritariamente de proteínas reguladoras de funções imunes”, explicita Cristina João. E também de proteínas que, sendo diferentes nos doentes com MM, nos doentes com MGUS e nos dadores saudáveis, permitem distinguir entre as duas doenças.

Como a utilização da espectrometria de massa ainda não está generalizada”, diz por seu lado Bruna Velosa Ferreira, primeira autora do estudo, “também quisemos determinar se as características das vesículas extracelulares (medidas com métodos laboratoriais de rotina) permitiam prever o prognóstico dos doentes. E mostrámos, pela primeira vez, que uma carga elevada de proteínas nestes ‘saquinhos’ no sangue dos doentes está associada a desfechos mais negativos, incluindo em termos de sobrevivência e de disfunção imune.”

“O nosso próximo passo será validar e alargar estes resultados (temos em curso um projeto com três hospitais de Lisboa). A nossa meta é incorporar essas proteínas numa escala de avaliação (score) com outros marcadores de prognóstico, incluindo dados genéticos, que possa ser usada para obter prognósticos mais fiáveis e fazer a monitorização prognóstica do mieloma múltiplo”, conclui Cristina João.

Opinião
A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa, relativamente rara, progressiv

O seu nome deriva dos achados neuropatológicos identificados pelo muito famoso neurologista Jean-Martin Charcot, que pela primeira vez descreveu a doença, em 1869. O termo ESCLEROSE LATERAL significa a existência de um tecido cicatricial na região lateral da medula espinhal, causada pela degenerescência dos axónios com origem no córtex motor. E AMIOTRÓFICA refere-se à perda de força e atrofia do músculo, devido à morte dos neurónios motores presentes na medula espinhal e no bulbo raquidiano.

O início dos sintomas ocorre principalmente entre os 55 e os 70 anos de idade. Somente 10% dos casos ocorrem antes dos 40 anos de idade. A ELA é classificada como uma doença rara, com uma incidência de 2-3 casos por 100.000 na Europa. Deverá existir em Portugal, cerca de 600-800 pessoas com ELA. Tem uma curta esperança de vida, a maioria dos doentes sobrevivem entre 2 a 5 anos, após os primeiros sintomas. Cerca de 20% dos doentes vivem por mais de cinco anos, e 10% mais que 20 anos.

A causa da ELA permanece desconhecida. Em aproximadamente 85 a 90% dos casos de ELA, a doença acontece de forma esporádica, ou seja, sem história familiar da doença. Apenas em cerca de 5 a 10% dos casos de ELA consideramos ser uma forma familiar, pela presença desta mesma doença em outros membros da família. Foram identificados cerca de 30 genes relacionados com diferentes casos de ELA, sendo o mais frequente o gene C9orf72. A maioria dos autores defende que a doença resulta de uma interação complexa entre fatores genéticos e ambientais.

Os primeiros sintomas derivam da fraqueza muscular que se inicia ou pelos membros superiores, membros inferiores, articulação verbal, ou mesmo pela respiração. Segue-se o progressivo envolvimento de outros territórios, e aparecem outros sintomas como a dificuldade em engolir (disfagia), podendo causar sialorreia (“babar”), ou a dispneia (“falta de ar”). A sensibilidade é preservada, assim como os músculos que movimentam os olhos e os esfíncteres externos (responsáveis pela continência das fezes e urina). Os órgãos internos (coração, fígado e rins), as funções sexuais e os sentidos (visão, audição, olfato, gosto e tato) também não são atingidos. Em geral, a capacidade cognitiva não é afetada.

Os doentes podem apresentar labilidade emocional (menor controlo dos estados emocionais, chorar e rir de forma descontrolada) ou alterações do comportamento (10% dos casos).

A doença se agrava progressivamente, causando fraqueza do diafragma. A insuficiência respiratória, por envolvimento progressivo dos músculos respiratórios, inspiratórios e expiratórios, são a principal causa de morte destes doentes, apesar dos meios de suporte.

Até ao momento, não existe cura para a ELA. O tratamento passa essencialmente pelo alívio da sintomatologia associada à doença, com o intuito de melhorar a qualidade de vida do doente. O medicamento riluzol aumenta a sobrevida. O suporte ventilatório tem forte impacto no aumento da esperança de vida e na qualidade de vida.

O aumento progressivo de ensaios clínicos de melhor qualidade, e o desenvolvimento de tratamentos dirigidos a portadores de mutações específicas, fazem prever soluções terapêuticas mais eficazes no futuro próximo.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Nova aplicação para telemóveis
Uma nova aplicação para telemóveis que fornece informação localizada sobre os níveis de radiação ultravioleta (UV) foi lançada...

A aplicação SunSmart Global UV está disponível gratuitamente, tanto nas lojas Apple App, como nas lojas Google Play. Fornece opções personalizadas para que os utilizadores possam tomar medidas de proteção à exposição prolongada e excessiva aos raios UV, uma das principais causas do cancro de pele e de outras doenças relacionadas com os raios UV. A aplicação permite a inclusão de fluxos de dados nacionais e locais e a adaptação a múltiplas línguas — está atualmente disponível em chinês, inglês, francês, russo, holandês e espanhol.

"As evidências científicas mostram que a sobre-exposição aos raios UV é a principal causa do cancro de pele. Portanto, é vital para as pessoas saberem quando e como se devem proteger", disse a Dr.ª Maria Neira, Diretora da OMS, Departamento de Ambiente, Alterações Climáticas e Saúde. "Encorajamos todos a usar a aplicação para se protegerem a si próprios e aos seus filhos, e a fazer disto um hábito diário".

Globalmente, estima-se que foram diagnosticados em 2020 mais de 1,5 milhões de casos de cancro de pele (melanoma e não melanoma combinados). Durante o mesmo período, mais de 120 mil pessoas em todo o mundo perderam as suas vidas devido a esta doença altamente evitável. Um dos principais fatores que contribui para este cancro é o excesso de radiação UV resultante do desbaste da camada de ozono estratosférico da Terra, que é derivado da libertação de certos produtos químicos fabricados pelo Homem. Ao abrigo do tratado internacional, conhecido como Protocolo de Montreal, todos os Estados membros da ONU estão a eliminar gradualmente a produção e consumo dessas substâncias, de acordo com um calendário específico. Em resultado destes esforços contínuos, o nível de ozono deverá recuperar até meados do século. Entretanto, os indivíduos precisam de ser particularmente cautelosos para se protegerem de receber demasiada exposição UV — é aqui que a aplicação UV desempenha um importante papel de sensibilização.

 "O Protocolo de Montreal protege a camada de ozono estratosférica que, por sua vez, protege a saúde humana e o ambiente, bloqueando a maior parte da radiação ultravioleta nociva do sol de alcançar a superfície terrestre. O cancro da pele pode resultar da sobre-exposição ao sol, pelo que é imperativo que todos se mantenham vigilantes e garantam que se protegem adequadamente com chapéus e protetor solar. A aplicação SunSmart é uma ferramenta fantástica de monitorização UV e eu encorajaria todos a usá-la", aconselha Meg Seki, Secretária Executiva do Secretariado do Ozono do PNUA.

Todas as pessoas precisam de receber sol, principalmente para a produção de vitamina D, que ajuda a prevenir o desenvolvimento de doenças ósseas tais como raquitismo, osteomalacia e osteoporose. No entanto, demasiada exposição solar pode ser perigosa — e mesmo mortal.  Os meses de verão escondem um perigo real.

A aplicação UV foi lançada para coincidir com o primeiro dia de verão no hemisfério norte. Ao aumentar a sensibilização do público e ajudar a reduzir a incidência do cancro de pele, esta aplicação acaba por apoiar a realização do Objetivo 3 de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que visa assegurar vidas saudáveis e bem-estar em todo o mundo até 2030.

"Esta aplicação combina conhecimentos meteorológicos, ambientais e de saúde para ajudar a proteger as pessoas do sol, tanto no trabalho como nos seus tempos livres.  É único porque utiliza dados de estações meteorológicas e de medição UV a nível nacional para fornecer leituras precisas e específicas do Índice UV", disse o Professor Petteri Tallas, Secretário-Geral da WMO. "É um grande exemplo de ciência ao serviço da sociedade".

Grande parte das doenças e mortes relacionadas com a radiação UV podem ser evitadas através de um conjunto de medidas de prevenção simples, como limitar o tempo ao sol apenas até ao meio-dia; estar à sombra quando os raios UV são mais intensos; usar vestuário de proteção, chapéus e óculos de sol; bem como um protetor solar de largo espectro de proteção solar.

Proteger as crianças de períodos prolongados ao sol é particularmente importante, uma vez que uma exposição solar excessiva durante estes primeiros anos pode aumentar significativamente o risco de doenças relacionadas com os raios UV a longo prazo.

"Esta aplicação é útil para ajudar as empresas e os trabalhadores a identificar trabalhos perigosos e a planear medidas de segurança e saúde. A Conferência Internacional do Trabalho adotou uma Resolução a 10 de Junho que reconhece um ambiente de trabalho seguro e saudável como um novo Princípio Fundamental e Direito no Trabalho. Trata-se de um apelo global a esforços acrescidos para a prevenção de lesões e doenças relacionadas com o trabalho. Ferramentas como a SunSmart Global UV são um pequeno, mas útil contributo para este esforço", disse Vera Paquete-Perdigão, Diretora do Departamento de Governação e Tripartismo da OIT.

Índice UV

A aplicação baseia-se no Índice UV, que descreve o nível de radiação solar UV na superfície da Terra. O Índice UV é relatado numa escala de 1 (ou "Baixo") a 11 e superior (ou "Extremo"). Quanto maior for o valor do índice, maior é o potencial de danos para a pele e os olhos, e menor é o tempo necessário para a ocorrência de danos. O índice UV máximo é ao meio-dia solar quando o sol está mais alto no céu. A adaptação das atividades ao ar livre e a utilização de proteção solar são recomendadas quando o Índice UV é 3 ou superior. Os danos causados pelos raios UV são cumulativos e os raios UV podem ser prejudiciais quando as pessoas são expostas por longos períodos — mesmo a níveis baixos.

A aplicação procura trazer consistência mundial aos relatórios UV e às mensagens de saúde pública. Foi desenvolvida pelo Cancer Council Victoria e pela Australian Radiation Protection and Nuclear Safety Agency, ambos Centros Colaboradores da OMS na Austrália, uma aplicação semelhante que demonstrou uma maior sensibilização pública para a proteção UV quando foi utilizada para apoiar uma campanha de saúde pública sistemática, com décadas de duração, promovendo um comportamento inteligente em relação ao sol.

O Índice Global Solar UV foi desenvolvido conjuntamente pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização Meteorológica Mundial (WMO), o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP), a Comissão Internacional de Proteção contra as Radiações Não-Ionizantes (ICNIRP) e o Gabinete Federal Alemão de Proteção contra as Radiações (Bundesamt für Strahlenschutz, BfS) para informar e alertar o público em geral sobre o potencial risco de saúde associado aos elevados níveis de radiação solar UV.

Health Investors Awards 2022
A aposta da Affidea, o principal prestador de serviços avançados de diagnóstico, ambulatório e tratamento oncológico da Europa,...

De acordo com o júri dos Health Investors Awards 2022, a Affidea destaca-se devido à sua abordagem inovadora na utilização pioneira da mais recente tecnologia para melhorar os resultados clínicos, a segurança e a experiência dos utentes nas unidades do grupo, promovendo, ao mesmo tempo, a eficiência operacional.

Foram três as iniciativas inovadoras que colocaram a Affidea em destaque nos Health Investors Awards:

A digitalização do percurso dos utentes em todos os países em que está presente, desde a marcação até à admissão e resultados online, com o objetivo de melhorar a experiência do utente, em cada momento de contacto.

O programa MRI Excellence, que oferece uma visão permanente da utilização das unidades de Ressonância Magnética (RM) e através do qual a Affidea alcançou um aumento de 28% no número de exames por hora, mais 11% de receitas e uma melhoria de 5% na taxa de recomendação dos utentes.

O inovador software de Inteligência Artificial que instalou nos centros de PET/CT em Itália, na Polónia e na Roménia, mantendo a qualidade das imagens de PT/CT adquiridas, mas com uma redução da dose de radiofármaco e do tempo de duração do exame: foi possível reduzir em 33% a dose sem comprometer a qualidade da imagem e diminuir em 50% a duração do exame, o que se traduz, para os utentes, num aumento da segurança e num maior conforto.

Miguel Santos, CEO Affidea Portugal, refere que “é um enorme orgulho ver reconhecido internacionalmente o trabalho e dedicação diária das nossas equipas. O permanente foco na inovação ao serviço de um diagnóstico cada vez melhor é uma missão que toda a equipa cumpre com convicção e que tem produzido excelentes resultados. Estamos de parabéns”.

Michał Kwieciński, Senior VP Regional COO, que orgulhosamente representou a Affidea na cerimónia de entrega de prémios, comentou: “Foi um privilégio receber o prémio em nome da Affidea e em nome da nossa fantástica equipa clínica, de serviços ao paciente e de negócios. Orgulhamo-nos de prestar os serviços de diagnóstico por imagem de mais alta qualidade nos 15 países em que operamos

O Júri que premiou a Affidea como “Prestador de serviços de diagnóstico do ano” mencionou durante a cerimónia: a empresa “atingiu um crescimento excecional ao longo de 2021, adicionando à sua rede 47 novos centros de diagnóstico na Europa. Com um forte compromisso em implementar soluções clínicas inovadoras para melhorar quer os resultados clínicos, quer a segurança do paciente.”

#ToiletTalkNow
A propósito da Semana Mundial da Continência, que este ano se assinala entre os dias 20 e 26 de junho, o Movimento pela...

“Estas patologias têm consequências absolutamente devastadoras para a vida dos afetados. Aliado a isto está ainda o facto de muitas das vezes estes não pedirem ajuda por vergonha”, alerta Joana Oliveira, presidente do Movimento pela Continência e Disfunção Pélvica, acrescentando: “É crucial alertar para o facto de não ser normal perder a capacidade de controlar o pavimento pélvico. Estes são problemas que têm cura, mas é crucial procurar ajuda o mais precocemente possível de forma a ser adotado o tratamento mais adequado”.

Como tal, o movimento alerta ainda para o facto de estes não serem problemas que afetam apenas as pessoas mais velhas, ainda que, tendo em conta o aumento da esperança média de vida, a sua incidência e prevalência apenas terão tendência a aumentar.

Em todo o mundo, mais de 400 milhões de pessoas são afetadas por algum tipo de incontinência, sendo que as perturbações urinárias são as mais frequentes. Segundo a Associação Portuguesa de Urologia, estima-se que só a incontinência urinária afete 600 mil pessoas nas várias faixas etárias em Portugal. O sexo feminino, entre os 45 e 65 anos, é o mais afetado por este tipo de incontinência em específico, sendo que a proporção de casos de IU é de 3 mulheres para cada homem.

“Ainda que menos falada, sendo talvez a patologia mais envolta em tabus deste leque, a incontinência fecal, emissão involuntária de gases ou fezes devido a incapacidade do esfíncter anal, é mais comum do que aquilo que se pensa. Apesar de não existirem dados concretos sobre a sua incidência, estima-se que afete até 10% da população adulta”, acrescenta Joana Oliveira.

As disfunções do pavimento pélvico representam situações absolutamente devastadoras que continuam a ser sofridas em silêncio, devido à enorme vergonha e humilhação de quem sofre deste problema. Desde faltas ao trabalho, a compromissos pessoais, familiares ou sociais, estes são problemas que podem destruir carreiras e a vida conjugal e íntima, levando inclusivamente ao isolamento e a problemas psicológicos graves. No entanto, a incontinência urinária, por exemplo, tem possibilidade de tratamento em 85% dos casos, sendo crucial o diagnóstico precoce.

Existem vários tipos de tratamento, como o farmacológico, o cirúrgico e a reeducação pélvica, que possibilitam um regresso à normalidade para quem sofre destas patologias.

Os tratamentos conservadores devem estar presentes em todas as fases da doença, mas quando estes falham a esperança não está perdida. A estimulação dos nervos sagrados (neuromodulação) é uma opção. Esta técnica cirúrgica minimamente invasiva muda completamente a vida destes doentes, tendo um impacto muito significativo na melhoria da qualidade desta.

O procedimento consiste na implantação do neuroestimulador mais pequeno que existe, com apenas 3 centímetros. É implantável, rapidamente recarregável e tem uma vida útil de 15 anos. Além disto, permite controlar a bexiga e os intestinos através de aplicações no telemóvel que facilitam a gestão por parte do doente das respetivas experiências de forma fácil em qualquer lugar. Em causa estão pessoas que deixam de trabalhar ou ter vida social ativa e conseguem, após o tratamento, retomar uma vida normal. Além disso, estas intervenções têm a vantagem de poder ser realizadas em regime ambulatório, sem necessidade de internamento.

Criar visibilidade para os problemas associados à continência e disfunção do pavimento pélvico, encorajando o debate público e aberto e a quebra de estigma e tabus associados a estas doenças são assim os principais objetivos do Movimento pela Continência e Disfunção Pélvica, que se estreou este ano nas plataformas online, de forma a chegar a mais doentes. Pretende ainda ser a voz dos doentes e ser ouvido pela sociedade e pelos poderes políticos, incentivando ainda à alteração da lei de incapacidade.

Quase a dar à luz?
– O parto pode ser muito desafiante para a mãe. A adicionar à ansiedade do processo e de, finalmente, ficar a conhecer o rosto...

Para prevenir lacerações no momento de dar à luz, a enfermeira Gisélia Machado vai ensinar, no dia 21 de junho, o passo-a-passo da massagem perineal. A respiração dos bebés, que é sempre um motivo de preocupação para os pais, vai ser o tema da participação da enfermeira Luciana Rodrigues. A especialista em reabilitação respiratória, da Alívio em Respirar, vai explicar, no mesmo dia, como identificar os sinais de dificuldade respiratória dos bebés.

A forma como as mulheres reagem à dor do parto pode auxiliar bastante o processo. A enfermeira Clara Aires ensina, por isso, no dia 23 de junho, a lidar com a dor do trabalho de parto através de estratégias naturais. Márcia Sampaio, especialista em medicina tradicional chinesa, do centro Bebé da Mamã, vai ainda abordar o potencial destes conhecimentos ancestrais para a gravidez.

Em ambas as sessões, especialistas em células estaminais do cordão umbilical da Crioestaminal, o único laboratório com acreditação internacional pela Association for the Advancement of Blood & Biotherapies (AABB), vão dar a conhecer o potencial terapêutico destas células e a sua aplicação terapêutica. Os futuros pais vão ficar também a saber como são colhidas no momento do parto e de que forma são armazenadas no laboratório.

A 26 de junho, o podcast das Conversas com Barriguinhas vai disponibilizar também um novo episódio sobre o tema “Parto normal ou Cesariana?”, com o contributo da enfermeira Joana Gonçalves, especialista em Saúde Materna e Obstétrica.

 

Esclerose Lateral Amiotrófica
Na data em que se assinala o Dia Mundial da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) – 21 de junho – a Sociedade Portuguesa de...

Para Carla Ribeiro e Ana Luísa Vieira, da SPP, este protocolo vai permitir a realização de “ações de formação conjuntas em relação a temas de interesse para ambas as instituições com benefício para o público-alvo, nomeadamente profissionais de saúde, doentes e cuidadores. Além disso, as parcerias entre sociedades científicas e associações de doentes são fundamentais para identificação das principais dificuldades e desafios sentidos pelos doentes e cuidadores, pela definição de outcomes significativos para os doentes e para advocacia em termos de políticas de saúde. Pode, igualmente, fomentar a participação dos doentes e profissionais nacionais em projetos de investigação científica internacional que visem a melhoria dos cuidados a doentes com ELA”.

Teresa Moreira, da APELA, refere que as expetativas que a associação tem com a assinatura deste protocolo “prendem-se particularmente com o facto de podermos estreitar relacionamentos e estarmos mais apoiados em questões ligadas ao apoio ventilatório dos doentes com ELA. Pensamos que esta cooperação entre as duas instituições será muito enriquecedora, quer para a partilha de conhecimentos, quer para a melhoria dos mesmos para os profissionais de cada uma das instituições. O facto de podermos realizar ações formativas e informativas em conjunto, que visem a difusão e a importância da Pneumologia junto da comunidade ELA trará, sem dúvida, fortes benefícios para os doentes e também para os profissionais de saúde que os acompanham.

A ELA é uma doença neurodegenerativa rara, que evolui de forma progressiva e incapacitante, com envolvimento dos neurónios motores e consequente atrofia muscular, acarretando enormes desafios aos doentes, cuidadores e profissionais de saúde. Nos últimos anos, as estimativas da prevalência da doença em Portugal são da ordem de 6 a 10 por 100 000 habitantes.

“Sendo a falência respiratória (ventilatória) a principal causa de morte destes doentes, a Pneumologia tem vindo a assumir um papel central na abordagem multidisciplinar destes doentes. A gestão dos doentes com ELA implica a necessidade de otimização da estratégia ventilatória e de equipamentos para otimização da tosse e evicção de infeções respiratórias, com necessidade de seguimento próximo e apertado destes doentes e respetivos cuidadores. A área de especialização da Pneumologia é sem dúvida a mais preparada para a otimização dos cuidados respiratórios domiciliários de modo a melhorar a qualidade de vida dos doentes com ELA”, explicam as médicas pneumologistas.

Apesar da inexistência de um tratamento, nos últimos anos, vários profissionais de equipas multidisciplinares têm trabalho numa melhoria da qualidade de vida e num melhor seguimento destes doentes. Como referem Carla Ribeiro e Ana Luísa Vieira, “a ventiloterapia fundamental na abordagem da falência ventilatória tem sofrido enormes avanços técnicos. Os ventiladores mais recentes são mais fáceis de manusear e transportar, com algoritmos que otimizam a tolerância e conforto dos doentes, têm maior capacidade de bateria permitindo que os doentes não estejam limitados ao seu domicílio. Estão continuamente a surgir novas máscaras, mais flexíveis e adaptadas a diferentes faces. E mais recentemente, estratégias de telemonitorização tem provado aumentar a segurança dos doentes”.

O Dia Mundial da ELA vai ser assinalado pela APELA com duas iniciativas, uma na cidade de Lisboa e outra na cidade do Porto. Para mais informações consulte o site da associação.

Associação pede ao Governo ações mais efetivas no combate à doença
No âmbito do mês internacional da saúde masculina, a Associação Portuguesa dos Doentes da Próstata (APDPróstata) acaba de...

Dar prioridade e sensibilizar para o cancro da próstata, com o apoio dos decisores políticos, é o principal objetivo na missão da APDPróstata: “Uma das principais razões pelas quais a nossa associação existe é para chamar a atenção dos homens para começarem cedo a tomar conta da sua próstata”, afirma Joaquim Domingos, presidente da associação. Por esta razão, a APDPróstata defende que as iniciativas em prol do cancro da próstata não devem ficar circunscritas ao mês de novembro (por ocasião do “Movember”) e que esta doença deve assumir a mesma relevância na agenda política que outras doenças oncológicas, como é o caso do cancro da mama, do pulmão ou colorretal.

O manifesto faz vários apelos à ação em domínios como a organização do sistema de saúde, o acesso atempado e equitativo aos cuidados de saúde e os comportamentos clínicos face ao diagnóstico e tratamento atempado da doença. Outros dos pilares do manifesto passam por priorizar e sensibilizar para a doença, debater, desenvolver tratamentos inovadores e parcerias, bem como promover a literacia em saúde.

O apelo é para que Portugal implemente urgentemente as recomendações da União Europeia na Luta Contra o Cancro, enquanto um dos seus principais pilares e uma prioridade para as políticas de saúde. O documento será apresentado pela APDPróstata para discussão junto de decisores políticos, de forma a motivar um plano de ação e compromisso concreto em Portugal que dê resposta às necessidades identificadas.

As bases deste manifesto surgiram durante o debate “Um Olhar Informado Sobre o Cancro da Próstata em Portugal”, realizado em outubro de 2021 que juntou vários decisores na área da saúde. Para além das ações que dinamiza, a APDPróstata apoia outras iniciativas que visam sensibilizar a população portuguesa, principalmente os homens, para a importância da informação sobre o cancro da próstata, tais como a campanha “Homens Bem Informados”, lançada pela Astellas Farma, que surgiu a propósito da iniciativa europeia “Let’s Talk About Prostate Cancer”.  O manifesto surgiu no âmbito da mesa redonda apoiada pela Astellas Farma.

De acordo com os peritos, o cancro da próstata está a ser diagnosticado cada vez mais tarde, havendo estudos que demonstram uma proporção crescente de homens diagnosticados com a doença metastática ou em fase avançada. Esta doença é a segunda principal causa de morte por cancro em homens acima dos 50 anos, sendo atualmente mais letal para os homens comparativamente ao cancro da mama para as mulheres. Só em 2020, o cancro da próstata foi responsável por mais de 100.000 mortes na Europa.

 

Projetos tecnológicos mudam a vida de doentes e cuidadores
A Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA) vai assinalar o Dia Mundial de Esclerose Lateral Amiotrófica,...

As iniciativas serão apresentadas durante dois eventos, promovidos sob o mote “O Futuro é Hoje”, em Lisboa e no Porto, onde a Associação pretende dar a conhecer de que forma a tecnologia pode ajudar a comunidade de ELA no seu quotidiano. 

Os projetos em destaque são: Conceção da interface cérebro-computador - promoção da estimulação visual e auditiva dos doentes, permitindo que consigam escrever num teclado através do olhar; Brainteaser – monitorização de doentes diagnosticados com ELA e esclerose múltipla (EM), com o intuito de implementar serviços de medicina personalizada, possibilitando a autogestão dos doentes e o HomeSenseAL – monitorização dos doentes com recurso a sensores, contribuindo para implementar serviços de medicina personalizada, e avaliar a progressão e impacto funcional da patologia, integrando numa plataforma a avaliação de diversos sintomas.

Para além destes projetos, os eventos serão ainda palco da apresentação da iniciativa “Dá-nos A Tua Voz”, que consiste na criação de um banco de voz com 150 doadores da comunidade, que já está a ser utilizado por 30 doentes, dando-lhes a oportunidade de comunicarem através de gravações personalizadas.

Segundo Isabel Ferreira, vice-presidente da APELA “Apesar de infelizmente ainda não existir uma cura para a ELA, a evolução tecnológica permite-nos proporcionar melhor qualidade de vida aos doentes, e como tal, é um tema que acompanhamos de perto e estimulamos. O facto de um doente poder comunicar melhor as suas necessidades e vontades com os familiares e cuidadores, e ter no seu computador, que gere com o olhar, uma porta para o mundo ou mesmo terapêuticas personalizadas que avaliam a progressão e o impacto funcional da patologia sem sair do conforto do seu lar, é de um valor incalculável.”

Ainda durante o mês de junho, a APELA vai promover, a iniciativa “Mover Por Quem Não Pode”, em parceria com a UPNDO e com o apoio de SOGRAPE e VITALAIRE, com o intuito de convidar a população a percorrer 100 km em 21 dias. A ação terá uma componente solidária e de angariação de fundos, onde poderão ser feitas doações que posteriormente serão convertidas em materiais de apoio à mobilidade, comunicação e terapias para os doentes.

Para garantir a sua presença nos eventos de Lisboa e do Porto, deverá proceder à sua inscrição gratuita através do link: https://forms.gle/B7FwWRegGJxVfqdF9

 

 

Plataforma por excelência para os profissionais de saúde
Podcasts, entrevistas, resenhas de artigos científicos e infografias são alguns exemplos dos materiais que os profissionais de...

Na era digital, embora seja fácil ter acesso à informação, esta encontra-se, muitas vezes, dispersa e nem sempre está no formato mais adequado para uma boa leitura e interpretação. A partir de agora, com a plataforma VacinART, todos os interessados em saber mais sobre o estado da arte da vacinação, desde aqueles que estão a dar os primeiros passos na área até aos especialistas, terão acesso a vários conteúdos, em diferentes formatos, capazes de responder às diferentes necessidades.

Dentro da plataforma VacinART, é possível colocar uma questão ao Centro de Literatura e Informação Científica, designado por serviço Clic@; encontrar os artigos científicos mais recentes no repositório das Clic@letters ou acompanhar os podcasts com lançamentos de novos temas de duas em duas semanas.

Segundo João Romano, medical advisor vaccines na MSD Portugal, “A plataforma VacinART surgiu de uma necessidade identificada durante os contactos com profissionais de saúde. O nosso objetivo é trazer soluções que permitam tornar mais fácil a consulta de informação científica, contribuindo para a permanente atualização de conhecimentos destes profissionais.”

 

 

Curcuma, a quercetina e a vitamina D com efeitos positivos
A curcuma, a quercetina e a vitamina D já são conhecidas pelas suas propriedades antivirais, antibacterianas e imunomoduladoras...

Para este estudo, organizado centralmente para permitir a homogeneidade, foram abrangidos 49 pacientes que testaram positivo à COVID-19 aleatoriamente divididos em dois grupos. Todos os pacientes tinham mais de 18 anos e todos estavam hospitalizados com uma forma grave da doença. Ao primeiro grupo, designado por “Nasafytol®" e constituído por 25 pacientes, foi ministrado o “Nasafytol® durante um período máximo de 14 dias. Ao segundo grupo, designado por “Vitamina D” e constituído por 24 pacientes que também estavam a receber os tratamentos standard, foi ministrada vitamina D (dose equivalente de 800 IU) também durante um período máximo de 14 dias.

Ambos os grupos tinham as mesmas características etárias, de sexo, de altura, de peso, de etnia e de IMC. Além disso, os dois grupos apresentavam um estado clínico semelhante com base na classificação da OMS, (4 vs. 4), bem como um valor de CRP análogo (57 vs. 58). Os dois grupos eram, portanto, comparáveis. A única diferença era o seu estado de vacinação, com um número de doentes vacinados (pelo menos com uma dose) maior no grupo da "Vitamina D" do que no grupo do "Nasafytol®" (9 vs. 2).

"Para este estudo, optámos por combinar a quercetina bioativa, o extrato de curcuma bioativa e a vitamina D3 pela capacidade que têm de contribuir para o bom funcionamento do sistema imunitário e para a manutenção da eficácia das defesas naturais”, explica o Prof. Yves Henrotin, Fundador & Presidente Executivo da Artialis e Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Liège. “Ao associarmos estes três elementos, quisemos disponibilizar um complemento natural que pudesse ajudar os pacientes com COVID-19 e reduzir o seu risco de desenvolverem complicações graves, e que em simultâneo contribuísse para diminuir o número de transferências para as unidades de cuidados intensivos e a sua respetiva saturação. Aspetos essenciais a ter em conta durante a pandemia. Por isso, testámos esta combinação (o Nasafytol®) como um adjuvante aos tratamentos standard, seguindo as recomendações da OMS para os estudos clínicos sobre o COVID-19.”
 
Mais-valia comprovada de um adjuvante ao tratamento standard em pacientes hospitalizados com COVID-19

Os resultados alcançados pelo estudo são inequívocos. O grupo de pacientes a que foi ministrado o Nasafytol®, como complemento dos tratamentos standard, apresentou melhoras substanciais em todos os parâmetros avaliados. Em primeiro lugar, este grupo apresentou uma redução significativa de 59% no número de doentes hospitalizados ao 7º dia de tratamento e de 73% ao 14º dia, por comparação com o grupo a que foi ministrada apenas a vitamina D.

Em segundo lugar, e nos pacientes a quem foi ministrado o Nasafytol®, registou-se um aumento significativo de 82% no número autorizado a deixar o hospital ao dia 7. Na verdade, 76% destes pacientes tiveram alta hospitalar ao 7º dia. Já no Grupo da "Vitamina D" apenas 42% tiveram alta. Da mesma forma, a alta hospitalar foi acelerada no grupo de pacientes a quem foi ministrado o Nasafytol®.

Além disso, a diminuição do nível de severidade clínica fixado pela OMS para o COVID-19 foi superior no grupo tratado com o "Nasafytol" ao 7º dia (50%). Isto significa que a recuperação do estado de saúde dos pacientes, que receberam aquele suplemento dietético, foi muito mais rápida do que a dos pacientes do grupo tratado com a "vitamina D".

Finalmente, o estudo constatou uma diferença significativa no número de pacientes que sofreram complicações graves relacionadas com o COVID-19. No grupo tratado com o "Nasafytol®" não se registaram complicações, nem transferências para as unidades de cuidados intensivos, nem tão pouco mortes. Enquanto no grupo a que foi ministrada a "vitamina D", 5 pacientes tiveram complicações graves: 4 tiveram de ser transferidos para unidades de cuidados intensivos, e um morreu.

"Com este estudo assistimos a uma diminuição considerável do número de doentes internados e a um aumento expressivo do número de pacientes que puderam ter alta hospitalar, depois de uma recuperação rápida do seu estado de saúde. Finalmente, verificámos ainda que nenhum paciente foi transferido para os cuidados intensivos ou morreu," afirma o Dr. Jean Gérain, chefe do Serviço de Medicina Interna no Delta (unidade do grupo hospitalar CHIREC). "Estamos muito satisfeitos com os resultados alcançados por este ensaio clínico, e por podermos oferecer um adjuvante aos tratamentos standard que contribui para reduzir o tempo de internamento, para salvar vidas e para diminuir substancialmente a carga de trabalho dos profissionais de saúde nos hospitais."

Pernas pesadas, cansadas e com dor?
Sabia que a sensação de pernas pesadas e inchadas não é normal e pode ser mais do que cansaço?

Um número significativo de pessoas desvaloriza a Doença Venosa Crónica (DVC) e os seus sintomas numa fase inicial. Esta patologia afeta as paredes e válvulas das veias das pernas e dificulta a circulação do sangue para o coração. Os primeiros sinais de DVC são a sensação de pernas pesadas, cansadas e com dor que agravam com o calor e com a posição de pé. São queixas que limitam tarefas simples do dia-a-dia e veem-se agravadas com a chegada dos meses mais quentes. 

Em Portugal, a DVC afeta 35% da população adulta, com maior incidência nas mulheres a partir dos 30 anos, sendo preocupante que uma grande maioria das pessoas afetadas não procure ajuda médica. É muitas vezes diagnosticada tardiamente, o que pode afetar a qualidade de vida dos doentes, com um impacto social e económico significativo, pelo que o tratamento adequado e atempado é essencial. 

Margarida Santos, médica de Medicina Geral e Familiar, salienta que “é fundamental saber reconhecer como se manifesta a doença venosa crónica. As queixas iniciais são muitas vezes desvalorizadas assumindo que é normal com a idade ou a chegada do tempo quente. Mas pode não ser e por isso recomendo, à mínima suspeita, procurar um profissional de saúde”. 

7 sintomas de DVC que não podem ser ignorados: 

  1. Pernas cansadas; 
  2. Dor nas pernas; 
  3. Pernas e tornozelos inchados; 
  4. Comichão; 
  5. Dormência nas pernas; 
  6. Cãibras noturnas; 
  7. Sensação de pernas pesadas. 

Os doentes devem recorrer à ajuda médica ou farmacêutica sempre que suspeitem que estão perante uma situação de DVC. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico e mais cedo se começar a tratar a doença, melhor será o seu prognóstico de evolução. O diagnóstico é simples, podendo numa consulta médica serem investigados aspetos relacionados com a doença.  

O tratamento depende da presença e gravidade dos sintomas e deve ser adaptado caso a caso, podendo incluir medicamentos venoativos, compressão elástica, bem como intervenções cirúrgicas.

Saiba mais em www.dornaspernas.pt

Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Angelini Pharma
Os psiquiatras Daniel Sampaio e Pedro Morgado e os atletas olímpicos Nélson Évora e Bento Amaral dão a cara pela campanha...

A Angelini Pharma Lança amanhã a campanha “Viva! Para lá da depressão” com o objetivo de promover a saúde mental e quebrar o estigma associado à doença mental, em particular a depressão, de uma forma positiva e diferenciadora, promovendo a literacia dos portugueses sobre o tema. Para isso, e fazendo coincidir com o arranque do verão, criou um website onde estão disponíveis diversos conteúdos, incluindo uma série de podcasts centrados em temas ligados à superação da depressão.

 “A ideia da campanha surgiu do facto de a saúde mental ter cada vez mais impacto na população em geral, em boa parte fruto do impacto psicológico da pandemia vivida nos últimos anos e de outros fatores adversos externos que vieram impactar a vida de todos nós”, explica Andrea Zanetti, diretor-geral da Angelini Pharma. “Por outro lado, resulta da ambição de a Angelini Pharma pretender ser líder na batalha contra a depressão, enquanto companhia dedicada a promover o bem-estar e a saúde mental, contribuindo para a qualidade de vida da população”, acrescenta o responsável pela empresa em Portugal.

A campanha inclui vídeos, artigos e sobretudo podcasts dedicados a temas diversos relacionados com a saúde mental, alguns mais generalistas e outros mais específicos para cada fase da vida, abordando por exemplo sinais de alerta e conselhos úteis e práticos para vencer a depressão.

Caracterizados pelo seu rigor científico e linguagem acessível, os conteúdos foram criados com o contributo de diversos especialistas de renome do panorama nacional, nas suas áreas de especialidade, tais como psicologia, psiquiatria, cuidados de saúde primários, assim como nutrição e exercício físico, enquanto áreas complementares essenciais para o sucesso do tratamento da depressão.

Há ainda testemunhos de superação contados na primeira pessoa, como é o caso de Nelson Évora e Bento Amaral, atletas portugueses, olímpico e paraolímpico, respetivamente. Além destes, são convidados especiais dos podcasts Daniel Sampaio e Pedro Morgado, ambos médicos psiquiatras, João Marques, Presidente da Sociedade Portuguesa de Alcoologia, Manuel Esteves, médico psiquiatra especializado em sexologia, Pedro Almeida, psicólogo do desporto e da performance, Susana Corte Real e José Pedro Antunes, especialistas em medicina geral e familiar e Conceição Calhau, Professora Catedrática na NOVA Medical School.

28.ª edição do Congresso Europeu de Medicina Perinatal
No próximo dia 23 de junho, a Crioestaminal vai apresentar o Simpósio Umbilical Cord Stem Cells: State of the art and new...

Os profissionais de saúde interessados, que procurem atualizar o conhecimento científico na área das células estaminais, podem inscrever-se no evento através do site.

 Esta sessão conta com o contributo de Alexandra Machado, diretora médica da Crioestaminal, que irá aprofundar o tema da utilização clínica das células estaminais do cordão umbilical, salientando a diversidade de opções terapêuticas e exemplificando casos clínicos ocorridos desde que a possibilidade de criopreservação desta fonte de células estaminais surgiu no país em 2003.

Além das aplicações terapêuticas atuais, a especialista abordará as possibilidades futuras no âmbito das terapias celulares avançadas, e também os últimos desenvolvimentos em contexto de ensaios clínicos, em doenças como, por exemplo, paralisia cerebral, autismo, diabetes tipo 1, perda auditiva e lesões da espinal medula.

“No contexto da transplantação hematopoiética, o sangue do cordão umbilical é hoje considerado uma fonte alternativa à medula óssea. Desde o sucesso do primeiro transplante, em 1988, foram já realizados mais de 45.000 transplantes, utilizando o sangue de cordão umbilical como fonte de células estaminais, em crianças e adultos, para o tratamento de mais de 80 doenças”, explica a diretora médica da Crioestaminal. “Nos últimos anos, a área de ATMPs (Advanced Therapy Medicinal Products) tem sido o foco da investigação, pelo que se esperam, nos próximos anos, novidades em relação às aplicações clínicas das células estaminais”, acrescenta.

A Crioestaminal associa-se a este encontro pela qualidade da discussão dos maiores desenvolvimentos na área perinatal, obstétrica e neonatal a nível europeu. O Congresso Europeu de Medicina Perinatal visa dotar os profissionais de saúde de maior conhecimento científico na área da medicina perinatal, em prol da saúde futura das mães e dos seus filhos.

Atualmente, a Crioestaminal, líder na área das células estaminais em Portugal, é o único laboratório na Europeu, com acreditação da Association for the Advancement of Blood & Biotherapies (AABB), quer para o processamento de sangue quer de tecido do cordão umbilical. Com 19 anos de atividade em Portugal, a Crioestaminal integra, atualmente, o maior grupo europeu da área, que conta com mais de 530 mil amostras recolhidas e guardadas. Soma também o maior número de amostras resgatadas e transplantes realizados, com mais de 100 utilizações de amostras de sangue do cordão umbilical, 19 das quais realizadas em crianças portuguesas.

Fundação Champalimaud
Estes resultados, publicados na revista Developmental Cell, poderão ajudar a estimular a regeneração após uma lesão cerebral...

Um dos aspetos mais devastadores dos acidentes vasculares cerebrais (AVC) e das lesões cerebrais em geral é que os neurónios que perdemos nunca serão substituídos. Isso significa que, dependendo do local da lesão, os doentes podem ficar com deficiências motoras e cognitivas cruciais, tais como a linguagem e a memória.

Mas o cérebro tem, contudo, a capacidade de produzir novos neurónios, porque contém reservas de células especiais, chamadas células estaminais neurais, que parcialmente se ativam em resposta aos danos no tecido cerebral. Infelizmente, apesar de muitas das células iniciarem o processo de regeneração, a ativação plena só acontece numa pequena parcela das células estaminais. Portanto, são produzidos poucos novos neurónios – e ainda por cima, nem todos conseguem sobreviver para repovoar o local danificado. Em vez disso, o local enche-se de um tipo comum de células cerebrais chamadas glia, que funciona como a “cola” do sistema nervoso.

Será possível estimular a regeneração neural? Um estudo publicado a 17 de junho na revista Developmental Cell poderá permitir avançar nesse sentido. Cientistas da Fundação Champalimaud, em Lisboa, descobriram um mecanismo inédito que faz com que os neurónios e a glia colaborem para estimular esse processo. “Descobrimos como as células estaminais neurais detetam os danos e são recrutadas para reparar o tecido. Estes resultados poderão constituir um primeiro passo no desenvolvimento de fármacos que promovam a formação de novos neurónios na sequência de uma lesão cerebral,” diz a coautora e líder do estudo, Christa Rhiner.

Cooperação Celular

Para perceber como funciona a regeneração neural, a equipa de Rhiner recorreu aos modelos animais da mosca e do ratinho. “Tal como o nosso, o cérebro destes animais também contém células estaminais neurais”, explica a cientista. “Além disso, muitos sinais químicos (moléculas) e formas de comunicação intercelular são comuns aos humanos, às moscas e aos ratinhos. Portanto, é provável que o que aprendermos com estes modelos animais seja relevante para perceber a fisiologia humana.”

Anabel Simões, estudante de doutoramento no laboratório, começou por determinar quais as moléculas que estão presentes exclusivamente na área cerebral danificada. No meio de dúzias delas, uma em particular chamou a sua atenção.

“Foi a Swim – uma proteína de transporte que literalmente ‘nada’ pelo tecido. Ajuda moléculas que normalmente agem a nível local a espalhar-se pelo tecido. E após uma meticulosa investigação, verificámos que a Swim é crucial para desencadear uma resposta regenerativa aos danos cerebrais”, explica.

Segundo Simões, logicamente o próximo passo era identificar a molécula transportada por Swim. Um conjunto adicional de experiências revelou a resposta: tratava-se do Wg/Wnt, um conhecido ativador das células estaminais neurais nas moscas e nos mamíferos.

“Encontrámos o Wg nos neurónios da área danificada, o que era fascinante”, diz Simões, “porque significava que os próprios neurónios detetam o ‘sofrimento’ do tecido e respondem tentando enviar um sinal que acorde as células estaminais neurais dormentes.”

Nesse momento, faltava apenas encontrar a última peça do puzzle: quem estava a produzir a Swim? A equipa descobriu que, quando os níveis de oxigénio diminuem na área cerebral que sofreu a lesão, um certo tipo de células gliais entra em ação. Estas células produzem a Swim e libertam-na no espaço extracelular. A seguir, o transportador encapsula o Wg e leva-o até a célula estaminal mais próxima, induzindo a sua ativação.

“Um dos aspetos mais notáveis deste mecanismo é que é colaborativo”, diz Simões. “Na área afetada, os neurónios e a glia trabalham em conjunto para promover a reparação do tecido.”

Estimular a regeneração

Os resultados da equipa revelam um mecanismo cooperativo inédito que permite que os neurónios e a glia “juntem forças” para promover a regeneração neural. Poderão estes resultados ajudar a tornar este processo mais robusto?

“Agora que já sabemos quais são os intervenientes-chave e como comunicam entre si, temos uma oportunidade para tentar estimular a regeneração neural. Primeiro, precisamos de verificar que um mecanismo semelhante também existe no ser humano. Depois, poderemos começar a pensar na transposição destes resultados para terapias”, diz Rhiner.

“Estes resultados também suscitam por sua vez muitas outras perguntas, que planeamos investigar a seguir. Por exemplo, como podemos ajudar os novos neurónios a sobreviver no tecido à medida que este sara? Esta é uma viagem fascinante, e estamos ansiosos por ver o que vamos encontrar a seguir”, conclui.

 

EndoRunner
Prestes a chegar a Portugal, o EndoRunner da Fujifilm é um centro de treino móvel que contém as mais recentes inovações na área...

O hub foi criado para visitar hospitais e conferências em toda a Europa, com o objetivo de apoiar os profissionais de saúde a ultrapassar alguns dos maiores desafios da Endoscopia. Tal revela-se particularmente importante, numa altura em que surgem cada vez mais dados sobre o impacto da pandemia nos serviços de saúde, nomeadamente no diagnóstico oncológico.

O EndoRunner possui um chassis extra baixo para oferecer um melhor uso do espaço e acesso ao mesmo. Possui uma porta larga na lateral esquerda, que permite visualizar o interior. É lá onde se encontram três estações de trabalho, equipadas com endoscópios e modelos artificiais que proporcionam uma experiência sensorial muito aproximada da realidade.

Este centro de treino móvel pode viajar diretamente para hospitais e conferências, oferecendo aos médicos a oportunidade de usar as soluções inovadoras de Endoscopia da Fujifilm. São cerca de vinte diferentes endoscópios flexíveis e mais de cinquenta dispositivos terapêuticos para todos os tipos de aplicações.

O hub usa tecnologia de aprendizagem profunda para ajudar os gastrenterologistas a tomar decisões com eficiência, aliviando as cargas de trabalho, de modo a disponibilizar o melhor atendimento ao paciente.

Médicos alertam para “bomba relógio” no aumento de casos de cancro

De acordo com um estudo elaborado para a Fujifilm, 73% dos gastrenterologistas refere que é provável que haja uma “bomba-relógio” de pacientes com cancro, que aguardam um diagnóstico e tratamento após a COVID-19; enquanto 78% dos profissionais demonstrou preocupação com o facto de os pacientes poderem ter cancros em estados mais avançados e que podem ser mais difíceis de tratar, por causa da pandemia.

74% dos médicos entrevistados afirmou que deveriam ser melhoradas as oportunidades de treino no local e mais de dois terços (67%) beneficiariam de um maior suporte prático por parte dos parceiros na área de equipamentos médicos. Consequentemente, 81% dos entrevistados disse que valorizaria mais oportunidades de treino e educação presenciais ministradas pelos fabricantes e 75% prefere que os fabricantes visitem o próprio local de trabalho para disponibilizar treino e educação.

A vertente da Inteligência Artificial (IA) também foi realçada neste inquérito, com 80% a defender que a IA na Endoscopia melhorará a capacidade de diagnóstico e com 69% a dizer que melhorará os resultados dos pacientes.

A pesquisa da Fujifilm com profissionais de Gastrenterologia de toda a Europa foi realizada pela Sermo, a maior empresa de dados de saúde e plataforma social para médicos, alcançando 1,3 milhões de profissionais em 150 países.

 

20º Congresso Europeu de Medicina Interna
Vasco Barreto foi eleito Secretário-geral da Federação Europeia de Medicina Interna (EFIM: European Federation of Internal...

Para a presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), Lèlita Santos, que também marcou presença no encontro científico, “a nomeação de Vasco Barreto é uma conquista que a SPMI apoia e felicita. O Drº Vasco Barreto vai desempenhar esta função com excelência, representando a Medicina Portuguesa, e terá um papel fundamental na defesa e promoção da especialidade”.

Vasco Barreto é Diretor do Serviço de Medicina Interna do Hospital Pedro Hispano, Matosinhos, é Professor Associado Convidado de Medicina do Mestrado Integrado em Medicina do ICBAS/CHP, Vice-presidente da SPMI e Editor Associado da revista “Medicina Interna”.

A EFIM foi fundada em 1996 e é atualmente composta por 37 Sociedades Nacionais de Medicina Interna que representam mais de 50 mil Internistas.

 

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