Entrevista | Dr. Miguel Costa e Silva
Do total de casos diagnosticados, estima-se que a entre 20 e 30% dos doentes com Psoríase sofram de

Considerada uma doença sistémica, estima-se que a psoríase afete cerca de 300 mil portugueses. Uma vez que ainda é mal compreendida, começo por lhe perguntar que doença é esta e a que sinais devemos estar atentos?

A psoríase é uma doença dermatológica crónica, de caráter inflamatório, imuno-mediada e de ocorrência universal. Esta doença pode-se manifestar de várias formas.  A variante mais comum, a psoríase em placas, manifesta-se por placas eritematosas e descamativas, cobertas por escamas esbranquiçadas a prateadas, envolvendo preferencialmente os cotovelos, joelhos, região lombo-sagrada e couro cabeludo, associando-se frequentemente a prurido e escoriações resultantes do ato de coçar. Existem, no entanto, outras formas de psoríase: palmoplantar, gutata (ou em gotas que se caracteriza por pequenas manchas vermelhas bem individualizadas), inversa (ocorre sobretudo nas pregas da pele), pustulosa, eritrodérmica (inflamação atingindo mais de 90% da superfície corporal) e artropática (artrite psoriática). Podíamos falar de psoríases, e não apenas na psoríase.

A partir de que idade podem surgir as primeiras manifestações da doença? Quais as faixas etárias mais atingidas?

A psoríase ocorre em aproximadamente 2% da população mundial, afetando ambos os géneros de forma semelhante. Embora se possa manifestar em qualquer idade, tem uma incidência bimodal, ou seja, apresenta dois picos de incidência: a maioria dos casos ocorre entre os 15 e os 30 anos, havendo um segundo pico entre os 50 e os 60 anos de idade.

Apesar das causas exatas ainda permanecerem desconhecidas, quais os fatores de riscos associados a esta doença? E quais as principais complicações?

Apesar da etiologia da doença não ser totalmente conhecida, reconhece-se o papel da hereditariedade, dos fatores ambientais e do sistema imunológico no desenvolvimento desta patologia. Estão descritos vários genes que conferem risco ou suscetibilidade para a doença e existe história familiar em cerca de um terço dos casos. A interação entre os fatores genéticos, ambientais e o sistema imunitário desencadeia uma sequência de eventos que culminam na expressão clínica da doença.

Quais as comorbidades mais comuns da psoríase?

A psoríase é uma doença inflamatória crónica e sistémica, o que significa que é uma doença que se manifesta na pele, mas isso é apenas a ponta do iceberg. Há um processo inflamatório sistémico, dos vasos, das articulações e de alguns órgãos o que torna a psoríase um fator de risco independente para comorbilidades cardiometabólicas (diabetes mellitus, resistência à insulina, obesidade, hipertensão arterial, dislipidemia, síndrome metabólica) e para o aparecimento de aterosclerose precoce que se vai traduzir num risco superior de eventos cardiovasculares (enfarte agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral), comparativamente à população geral. Para além disso os doentes com psoríase têm uma maior incidência de comorbilidades psiquiátricas (como depressão e ansiedade), artrite psoriática, doença inflamatória intestinal, uveíte e esteatose hepática não alcoólica, além da maior prevalência de hábitos tabágicos e alcoólicos.

Por conseguinte, é crucial que o dermatologista reconheça precocemente estas comorbilidades, que podem ter um impacto significativo na sobrevida dos doentes e influenciar as opções terapêuticas.

O que pode ativar ou agravar os sintomas da doença?

Estímulos exógenos, tais como infeções víricas e bacterianas (como por exemplo infeção VIH e amigdalites estreptocócicas), medicamentos (betabloqueadores, o lítio, fármacos antimaláricos, etc) traumatismos na pele, queimaduras solares, tempo frio e seco, mas também o estado imunológico do indivíduo e o stress, em doentes geneticamente predispostos podem promover as manifestações da psoríase. Além dos fatores de risco já referidos o tabagismo, a obesidade e o alcoolismo também podem agravar a psoríase.

O que determina a gravidade da doença? O que caracteriza os quadros de psoríase moderada a grave, por exemplo?

Em 70 a 80 por cento dos casos, as manifestações da psoríase são ligeiras. No entanto, a psoríase pode ter diferentes graus de gravidade que é objetivamente baseada nas características das lesões, extensão de pele envolvida, e o compromisso que a doença exerce sobre a qualidade de vida do doente. O índice de severidade e área da psoríase (PASI) é o mais utilizado para avaliar a gravidade da patologia em ensaios clínicos, tendo em consideração o eritema, a espessura e o grau de descamação das lesões, bem como a área da superfície corporal envolvida. A psoríase diz-se grave quando o PASI é superior a 10. Esta avaliação, devido à sua complexidade, nem sempre é realizada na prática clínica, sendo a psoríase clinicamente classificada como ligeira se as lesões atingirem menos de 2% da superfície corporal, moderada caso envolvam 2 a 10% e severa quando atinge mais de 10%. O outro método é o índice dermatológico de qualidade de vida (DLQI), no qual são colocadas perguntas ao doente para avaliar o impacto da doença na vida do mesmo. A psoríase diz-se grave quando o DLQI é superior a 10.

Neste sentido, em que consiste o seu tratamento? Que opções terapêuticas se encontram disponíveis? E quais os principais desafios quanto a esta matéria?

No sentido estrito da palavra, não existe cura para a psoríase. Contudo, existem tratamentos disponíveis que possibilitam uma resolução de grande parte (ou até de todas) as manifestações psoriáticas permitindo melhorar a qualidade de vida dos doentes.  Os tratamentos tópicos - que incluem cremes, pomadas e champôs - geralmente são suficientes para o controlo das formas ligeiras de psoríase e são um complemento importante dos tratamentos sistémicos nas formas mais graves. Para os casos de maior gravidade ou em situação de resistência aos tratamentos locais, existem soluções na forma de fototerapia, que recorre à radiação ultravioleta A ou B, medicamentos orais ou injetáveis que incluem retinóides, imunomoduladores e imunossupressores. Casos graves e selecionados podem recorrer a medicamentes biológicos. Apesar de sujeitos a protocolos de prescrição específicos (pelo seu custo superior) são opções extremamente eficazes e seguras, desprovidas de toxicidade cumulativa e específica de órgão, que bloqueiam de forma seletiva as células e mediadores inflamatórios envolvidos na patogénese da psoríase garantindo grande probabilidade de controlo da doença. Constituem, à data, a maior revolução no tratamento da psoríase.

O que explica o subtratamento da psoríase moderada a grave? O que falha?

O subtratamento na psoríase é um problema bem conhecido e a satisfação com o tratamento entre aqueles que vivem com psoríase é frequentemente citada como sendo modesta, na melhor das hipóteses.

No entanto, atualmente temos disponível uma gama ampla de tratamentos eficazes para a psoríase e muitos doentes e até médicos não Dermatologistas desconhecem a possibilidade de atingir 100% de remissão. É certamente necessária uma maior consciencialização do paciente sobre as opções de tratamento disponíveis. Além disso, uma fonte segura e confiável de educação do paciente pode ajudar a combater a desinformação que influencia as decisões dos pacientes.

Enfrentar os problemas de conscientização e desinformação requer uma educação eficaz do paciente.

Após o diagnóstico, que cuidados deve o doente ter?

Gerir o carácter flutuante, crónico e altamente impactante da doença é muito difícil sem ajuda especializada. Além, claro, do tratamento diário da pele, um estilo de vida saudável, com um regime alimentar adequado, exercício físico regular, abstinência de consumo de tabaco ou bebidas alcoólicas, pode ajudar no combate à psoríase. A gestão destes fatores comportamentais, bem como o cumprimento rigoroso do tratamento instituído, são fundamentais. Por fim, o doente poderá sempre recorrer ao seu dermatologista para dúvidas que possam surgir, quer sejam relativas à doença, bem como ao tratamento. É numa relação médico-doente sólida que reside o sucesso do controlo da psoríase.

Qual o impacto da doença na qualidade de vida e na saúde mental de quem convive com a psoríase?

A psoríase, pelas suas características é frequentemente conhecida como a doença dos “três nãos”, uma vez que não mata, não contagia, mas, não tem cura. Sendo, portanto, uma doença crónica que afeta predominantemente a pele, fica à vista de todos e isso pode causar grande impacto na qualidade de vida que se faz sentir tanto a nível físico como emocional, social, profissional e económico. A nível físico, a doença origina sintomas como o prurido, o ardor, a sensação de desconforto, a dor na pele e nas articulações e a incapacidade funcional. A nível psicoemocional, podem ser notórios sintomas de ansiedade, raiva, frustração, baixa autoestima, inibição, constrangimento, tristeza, solidão, depressão e maior frequência de ideação suicida. A nível interpessoal, sexual e social, foca-se a estigmatização, a discriminação, o isolamento, a rejeição social, a menor tendência para procurar relacionamentos, a disfunção sexual e a diminuição da participação em atividades desportivas e sociais. A nível profissional, está demonstrado que a psoríase contribui para absentismo laboral, afeta as oportunidades de emprego e as perspetivas de carreira e associa-se a menor produtividade. Do ponto de vista económico, é de prever que a psoríase se associe a avultadas despesas pagas pelos doentes (consultas, tratamentos, produtos para cuidado da pele) e a sobrecarga financeira para o sistema de saúde.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sociedade Portuguesa de Oftalmologia alerta
Na semana em que se assinala o Dia Mundial dos Avós (26 de julho), a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) alerta para a...

Segundo dados oficiais da Organização Mundial da Saúde (OMS), a DMI é a principal causa de cegueira nos países desenvolvidos e a principal causa de perda grave de visão depois dos 50 anos de idade. Em Portugal estima-se que 12% das pessoas, neste grupo etário, sofram de DMI e que cerca de 1% apresentam a forma avançada da doença.

“Os principais fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento da DMI são a idade, a genética e o tabagismo. Uma vez que a cegueira é uma das consequências mais graves provocadas por esta doença, é fundamental um diagnóstico precoce e um acompanhamento regular do médico oftalmologista para que se consigam implementar as estratégias de prevenção e tratamento mais adequadas, de modo a evitar danos irreversíveis na visão dos doentes”, destaca Rufino Silva, médico oftalmologista e presidente da SPO.

No entanto, a DMI tem a particularidade de em fases precoces poder evoluir silenciosamente e ser praticamente assintomática, o que traz alguns desafios acrescidos ao diagnóstico. Nesta fase inicial, as pessoas não conseguem perceber que existem lesões maculares e apenas a observação do médico oftalmologista vai permitir fazer o diagnóstico correto e determinar o risco de cada doente desenvolver formas avançadas da doença.

“O fator tempo é determinante nos casos de DMI, uma vez que a doença vai progredindo e pode levar a alterações da visão de contraste, da visão das cores e da visão em ambientes com má luminosidade, por exemplo. Com o progredir desta patologia, o doente poderá ficar incapacitado para várias situações da vida diária, tais como ler, escrever, ver as horas, conduzir, entre outras. Por este motivo, a SPO alerta para que todas as pessoas com mais de 50 anos, caso notem distorção das imagens acompanhadas de um ponto preto, consultem imediatamente um especialista para que se inicie os tratamentos o mais rápido possível”, reforça ainda o presidente da SPO.

Existe atualmente tratamento para as formas húmidas da doença nas que é realizado através de injeções intraoculares e pode evitar a perda visual progressiva. Esta terapêutica é eficaz e que pode ser necessária manter por vários anos.

Para reduzir o risco de desenvolvimento de DMI, ou retardar a sua progressão, recomenda-se a adoção de hábitos de vida saudável, como evitar fumar; praticar exercício físico regularmente; manter uma dieta rica em frutas e vegetais; monitorizar os níveis de tensão arterial e colesterol; toma de vitaminas e antioxidantes quando indicadas e o acompanhamento regular de um médico oftalmologista a partir dos 50 anos.

Para mais informações sobre DMI, consulte: https://spoftalmologia.pt/wp-content/uploads/2014/03/degenerescencia_macular_da_idade.pdf

Dia 23 de julho
A obesidade infantil, infelizmente, é um problema que está a tomar alguma proporção, em Portugal. Por isso, sensibilizar a...

Esta iniciativa, inserida no Movimento S, atingiu no decorrer deste ano letivo cerca de 50.000 crianças com o filme Dimensão S, e comemora o impacto pedagógico e a capacidade do projeto para introduzir boas práticas e alterar os comportamentos dos jovens, no âmbito de um estilo de vida saudável.  

Diverso e recheado de atividades lúdicas a partir das 10h da manhã.

Promovido pela Filmideia, o roadshow teve início a 8 de julho na Festa da Juventude, em Lagoa. O projeto tem o Alto Patrocínio do Presidente da República e conta com o apoio de diversas entidades, como: DGE, CONFAP, AEEP, ABAE, Associação 5 ao Dia, Cinemas NOS, Águas de Portugal, Porto Editora, CPE Clínicas, Oculista das Avenidas, Strong Tribe, Fundação BF, DGE, CONFAP, AEEP, ABAE, Associação 5 ao Dia, Cinemas NOS, entre outros, já a comunicação está a cargo da agência Creative Minds.  

Este projeto é divido em três momentos, o lançamento do filme Dimensão S, um roadshow pelo país e a grande novidade: a estreia de uma série televisiva ‘’Movimento S’’. A série ‘’Movimento S’’ contará com a participação de várias caras conhecidas, entre elas, Carolina Patrocínio, Tia Cátia, Isabel Zibaia, Nuno Queiroz Ribeiro, Ricardo Pereira, Vírgul, Ann Luísa de Castro, Tia Cátia, Miguel Costa, Margarida Serrano, João Frizza e mais.  

 

Recomendações
A chegada das temperaturas quentes é sinónimo de sol, campos com flores, praia, piscina e momentos d

As alergias de exterior são muitas vezes designadas por sazonais, uma vez que os sintomas aparecem apenas em determinadas épocas do ano, quando as árvores e as plantas polinizam. Uma alergia é uma resposta exagerada do sistema imunitário desencadeada com a exposição a agentes – alérgenos – normalmente encontrados no exterior, como o pólen de flores ou árvores, fungos, ácaros, insetos, pelos de animais, entre outros.

Para aproveitar o verão de forma mais tranquila e saudável, existem alguns cuidados que o podem ajudar a aliviar os sintomas de alergia, tais como:

  1. Deixar os sapatos à entrada de casa;
  2. Trocar de roupa e lavar bem as mãos e o rosto, quando chegar da rua;
  3. Tomar um duche rápido à noite – Recomenda-se tomar banho antes de ir para a cama, o que ajuda a eliminar possíveis alérgenos que estejam agarrados à sua pele e cabelo;
  4. Manter a casa limpa – Mesmo que faça limpeza com frequência, a acumulação de pó em casa é inevitável. O ideal é que dedique, todos os dias, 10 minutos do seu dia a limpar o pó e a aspirar o chão, para reduzir a exposição a este alérgeno;
  5. Lavar as roupas de cama em água quente (pelo menos a 60ºC);
  6. Monitorizar os níveis de humidade em casa – Os ácaros e fungos desenvolvem-se em ambientes quentes e húmidos. Por essa razão, se possível, adquira um higrómetro para medir a humidade da sua casa. Caso o nível de humidade esteja superior a 50%, use um desumidificador para reduzir os valores.
  7. Consultar o Boletim Polínico diariamente;
  8. Ter sempre à mão o seu anti-histamínico – As alergias podem surgir subitamente, e por isso, mesmo com todas as precauções, é importante assegurar que leva consigo um anti-histamínico sem efeito sedativo. Desta forma, se os sintomas de rinite alérgica se manifestarem fortemente, pode tomar um comprimido e continuar a aproveitar o seu dia;
  9. Ensinar às crianças as causas e consequências das suas alergias – As crianças têm mais facilidade em distraírem-se e esquecerem-se de cuidar das alergias. Por este motivo, é importante que fale com eles e lhes explique os sintomas mais comuns das suas alergias e o que as pode desencadear. Assim, as crianças ficam a saber como agir para reduzir os seus sintomas e estarão mais atentas para os estímulos que as provocam.

Os sintomas mais comuns das alergias de exterior são o corrimento nasal, espirros, olhos lacrimejantes e com comichão; prurido (comichão) e congestão nasal. Em caso de dúvida, pode consultar um alergologista e fazer um teste às suas alergias, como um teste de sensibilidade cutânea, para identificar a causa dos seus sintomas alérgicos e assim saber o que os desencadeia.

Fonte: 
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Anualmente, morrem cerca de 2 mil portugueses com este tumor
A Associação Portuguesa de Doentes da Próstata (APDP), com o apoio da Bayer, acaba de lançar um questionário, dirigido a...

O lançamento deste questionário é uma das iniciativas que fará parte da campanha promovida pela Bayer por ocasião do mês de sensibilização para o cancro da próstata que se assinala em novembro, juntamente com o movimento MOVEMBER. Ao longo destes meses estarão a ser recolhidos dados, em diferentes dimensões, sobre a temática do cancro da próstata, para posteriormente serem divulgados em parceria com a APDPróstata, com a Associação Portuguesa de Urologia (APU) e a Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO).

Em Portugal, o número de novos casos por ano foi estimado em cerca de 6.700, com uma mortalidade aproximada de 2.000 doentes por ano e é neste contexto que a realização deste inquérito à população que sofre de cancro da próstata é um primeiro passo essencial para avaliar o que pode ser feito de diferente, ou melhor, nas diferentes fases que antecedem a opção de tratamento escolhida, quer seja no processo de diagnóstico, quer seja na fase de referenciação.

Joaquim Domingos, presidente da APDPróstata e sobrevivente de cancro da próstata, realça “Esperamos conseguir muita adesão na resposta a este questionário por parte dos homens que sofrem deste tumor, tendencialmente com mais de 50 anos, para em conjunto com os vários intervenientes na área da saúde identificarmos o que pode ser melhorado – prioritariamente no sistema nacional de saúde que está acessível a todos – para aumentar cada vez mais o diagnóstico precoce e deste modo permitir opções de tratamento que impactem o menos possível a qualidade de vida destes doentes”.

Para mais informações consulte o seu médico assistente e para participar no questionário clique aqui: https://cawi.spirituc.com/index.php/265929?lang=pt

 

 

Diploma vai "criar as condições para a estabilização dos médicos" no SNS
O Conselho de Ministros aprovou, esta semana, um diploma para criar as condições de estabilização das equipas médicas das...

Segundo Marta Temido, o diploma, “por um lado, vai criar as condições para a estabilização dos médicos das equipas dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e, por outro, criar um regime remuneratório para o trabalho suplementar realizado por médicos para assegurar o funcionamento dos serviços de urgência desses mesmos hospitais”.

De acordo com a ministra, este diploma tem “duas vias” para assegurar estes objetivos, entre as quais a atribuição às administrações dos hospitais do SNS da autonomia para celebrarem contratos de trabalho sem termo com especialistas que pudessem ser prestadores de serviços e que sejam necessários para o funcionamento dessas unidades de saúde.

A segunda via prevê a atribuição aos conselhos de administração de autonomia para a remuneração de forma específica do trabalho suplementar prestado pelos médicos do quadro dos hospitais para garantir o “normal funcionamento dos serviços de urgência”, disse Marta Temido.

Os valores foram definidos em 50 euros por hora a partir da hora 51 e até à hora 100 de trabalho suplementar, 60 euros a partir da hora 101 e até à hora 150 e 70 euros a partir da hora 151 de trabalho suplementar, disse Marta Temido.

Além disso, os médicos especialistas do mapa de pessoal das instituições do SNS, quando tenham um valor por hora determinado pela carreira, categoria e posição remuneratória superiores aos 50, 60 ou 70 euros por hora, “podem beneficiar de um acréscimo de 15% ao respetivo valor/hora”, afirmou a ministra.

De acordo com Marta Temido, para os médicos internos que integrem as escalas de urgência, o diploma aprovado pelo Governo permite que 50% dos valores referidos (50, 60 e 70 euros) possam ser abonados ou, caso seja mais favorável, que possam receber uma majoração de 10% sobre o seu valor/hora na categoria e posição remuneratória.

Está ainda prevista a possibilidade de atribuição de ajudas de custo e despesas de transporte nas situações em que os postos de trabalho distem entre si 30 quilómetros ou se situem em concelhos distintos, quando os médicos se deslocam de um para outro hospital, para assegurar o funcionamento em rede das urgências.

Final decorre em setembro
Um produto na área da saúde que garante maior celeridade a detetar a posição da sonda nasogástrica que permite o acesso à parte...

Intitulado Easy Check Tube, o projeto classificado em primeiro lugar, apresentado pelo estudante de enfermagem da ESEnfC, Hugo Félix (que contou com a colaboração da professora Rosa Melo, enquanto tutora), vai receber o prémio regional monetário de 2 mil euros, que ajudará a iniciar a implementação empresarial deste produto.

De acordo com o estudante Hugo Félix, o produto a desenvolver terá como vantagens a prevenção de situações como a pneumonia de aspiração, o refluxo gástrico e outras complicações respiratórios e traumáticas. Além de que aumenta o conforto do utente e tem um baixo custo de produção.

Em segundo e em terceiro lugar nesta fase regional do Poliempreende, realizada na ESEnfC, ficaram os projetos Traqueobreathe (produto para realizar, simultaneamente, aspiração de secreções e oxigenação em doentes traqueostomizados) e BactriGloves (produto que permite minimizar a disseminação de uma bactéria multirresistente).

Apresentados, respetivamente, pelas estudantes Daniela Marques de Almeida e Maria João Fernandes, vão receber, também, prémios pecuniários, no valor de 1.500 euros e de mil euros. Estes três projetos de ideias de negócio foram apreciados por um júri constituído por Aida Cruz Mendes (Presidente da ESEnfC), Áurea Andrade (enfermeira diretora do CHUC), Nuno Barbosa (Vygon Portugal), Nuno Mendonça (professor e coordenador da UC Business), e Pedro Maranha (professor na Coimbra Business School).

Em setembro de 2022, o projeto vencedor na ESEnfC vai concorrer com os principais projetos de vocação empresarial de cada um dos institutos politécnicos do país, que se vão defrontar na final do Concurso Nacional Poliempreende, a decorrer em Beja.

O Poliempreende é um concurso de ideias e planos de negócios que visa promover a cultura empreendedora no seio de instituições de ensino superior politécnico, fomentando a criação de empresas baseadas no conhecimento e, assim, contribuindo para o desenvolvimento regional.

 

Financiamento inédito na área dos cuidados paliativos a nível europeu
Chama-se PAL-CYCLES - PALliative Care Yields Cancer welLbEing Support e, em Portugal, é coordenado pela investigadora da...

Muitos doentes com cancro incurável e na última fase das suas vidas deixam o hospital com muito pouca informação e com uma grande incerteza sobre como aceder e receber cuidados paliativos de excelência. Consequentemente, esta situação pode levar a uma redução da qualidade de vida, hospitalizações desnecessárias, sobrecarga dos familiares e sofrimento insuportável, que de outra forma poderiam ter sido prevenidos. É precisamente para fazer face a esta realidade que o projeto está a ser desenvolvido para, mais tarde, poder ser aplicado em contexto real.

“Estamos a investigar se uma transição ótima de cuidados pode ser facilitada desde os cuidados hospitalares aos cuidados comunitários, de modo a que os doentes possam permanecer no domicílio durante mais tempo, recebendo cuidados paliativos de elevada qualidade, resultando numa melhor qualidade de vida para doentes com cancro em fase avançada e no fim de vida e seus familiares, promovendo uma comunicação compassiva sobre temas eticamente sensíveis, diminuindo hospitalizações desnecessárias e minimizando o sofrimento”, explica Sandra Martins Pereira, investigadora do Centro de Estudos em Gestão e Economia (CEGE) da Católica Porto Business School e coordenadora em Portugal do projeto em questão. 

A nível de números, o projeto vai receber 5.5 milhões de euros ao longo dos próximos 5 anos, com mais de meio milhão de euros atribuídos à Universidade Católica Portuguesa. A nível prático, as bases do programa de transição de cuidados paliativos ‘PAL-CYCLES’ foram desenvolvidas num estudo previamente realizado nos Países Baixos, que será agora mais desenvolvido e ajustado à realidade de outros países europeus, incluindo Portugal. A equipa portuguesa implementará assim uma série de estudos e avaliará os desafios éticos, socioculturais e políticos inerentes à transição de cuidados paliativos e implementação do programa.

No caso português, este trabalho será desenvolvido pela Universidade Católica Portuguesa, mais concretamente através do CEGE, da Católica Porto Business School, que participará em todas as atividades do projeto, assumindo uma posição de liderança e de coordenação de um work package sobre “Ethical, sociocultural and Policy Analysis” (Análise Ética, Sociocultural e Política). Os próximos passos passarão por participar ativamente no desenho e implementação de todas as atividades de investigação e formação, em articulação com os parceiros clínicos em Portugal.

Sobre o objetivo maior do projeto, Sandra Martins Pereira, perita em investigação em ética em cuidados paliativos e em fim de vida na Universidade Católica Portuguesa, salienta que “o desafio com o ‘PAL-CYCLES’ é facilitar uma comunicação centrada na pessoa doente e a continuidade e integração de cuidados paliativos no contexto comunitário, bem como melhorar a prestação de cuidados de saúde de elevada qualidade às pessoas com doença oncológica em fase avançada e em fim de vida, que necessitam cuidados paliativos, dentro e através de países europeus com uma grande variedade de sistemas de saúde e diferentes modelos de financiamento, organização e prestação de serviços de saúde”.

Outro ponto que faz deste projeto algo inédito é a sua dimensão internacional, interdisciplinar e intersectorial, uma vez que inclui parceiros de nove países europeus, nomeadamente, Bélgica, Inglaterra, Alemanha, Hungria, Polónia, Portugal, Roménia, Espanha e Países Baixos, aportando o know-how e os contextos diferenciados que lhe conferem esta tridimensionalidade. Outro ponto de destaque é o facto de que será implementado através de diferentes países europeus que têm uma grande variedade de sistemas de saúde e distintos modelos de financiamento, organização e prestação de serviços de saúde. Em Portugal, do ponto de vista clínico, o projeto será implementado em contextos de prestação de cuidados oncológicos do sistema público, incluindo a Região Autónoma dos Açores. 

A nível metodológico, vale ainda referir que todos os doentes, familiares e profissionais envolvidos nos estudos clínicos terão acesso à intervenção do programa PAL-CYCLES, o que, além de ser mais uma vez algo inédito, ajudará a diminuir iniquidades no acesso a cuidados e programas de elevada qualidade. 

Dia Mundial dos Avós assinala-se a 26 de julho
Cerca de um em cada 15 portugueses com mais de 80 anos padece de estenose aórtica, uma das doenças c

A estenose valvular aórtica caracteriza-se por uma situação em que a válvula aórtica fica progressivamente mais rígida. Desta forma, a sua abertura plena fica comprometida, criando um obstáculo à saída do sangue do coração para o corpo. No entanto, caso esta doença surja em pessoas mais novas, a causa mais usual é um defeito congénito que afeta a válvula, como é o caso de uma válvula com apenas duas cúspides em vez das três habituais ou com uma forma de funil anormal.

As pessoas que desenvolvem esta doença, motivadas por um defeito congénito, podem não apresentar sintomas até à idade adulta. Ainda assim, os principais sintomas associados são aperto no peito (angina) durante o esforço, fadiga, falta de ar e desmaio. Após o início dos sintomas, os doentes com estenose aórtica grave apresentam uma  sobrevivência de apenas 50 por cento em dois anos, e de 20 por cento, em cinco anos, caso não substituam a válvula aórtica.

A estenose aórtica, sendo uma doença grave quando não é detetada atempadamente, aumenta o risco de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral ou morte. Como tal, identificar e controlar os fatores de risco são práticas importantes. O diagnóstico é realizado através de um exame físico — auscultação — e de um ecocardiograma, sendo este último a melhor opção para avaliar a gravidade da doença. Nas pessoas assintomáticas é ainda aconselhada a realização de um teste de esforço. A deteção precoce da estenose aórtica reduz as admissões hospitalares e representa tempo e qualidade de vida ganhos!

Relativamente ao tratamento mais adequado, a escolha do mesmo é feita através de uma equipa multidisciplinar com médicos de diferentes especialidades, que passa pelo implante de uma nova válvula cardíaca, através de um cateter introduzido por uma artéria (geralmente na virilha), sem necessidade de parar o coração. Esta técnica minimamente invasiva é, para muitos especialistas, o grande avanço da cardiologia dos últimos 20 anos.

 

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Opinião
A medicina, seja convencional ou complementar, é feita de pessoas e para pessoas.

No entanto, no tratamento homeopático esta relação médico-doente é especialmente importante. A Homeopatia é uma terapia individualizada, considera que cada indivíduo é único, tanto nas suas características, como nas condições de vida. Assim, todo este contexto deve ser levado em consideração quando terapêuticas são prescritas ou recomendadas. A terapia homeopática permite tratar o doente e não a doença, estando este no centro da abordagem. Desta forma, cada tratamento homeopático pode ser personalizado, mesmo ao nível sintomático.

Os medicamentos homeopáticos são prescritos ou aconselhados por profissionais de saúde, como médicos e farmacêuticos, que supervisionam o tratamento, garantindo a sua relevância e a segurança dos doentes. As soluções homeopáticas atuam na maioria das patologias comuns, abrangendo um grande leque de especialidades, como Otorrinolaringologia, Ginecologia, Pediatria, Dermatologia, etc. Entende-se, assim, o facto de não haver um modelo único na utilização destes medicamentos.

Assim, a relação médico-doente está no centro do tratamento homeopático, pois os doentes partilham os seus sintomas e o profissional de saúde, de acordo com o historial clínico e a sua sensibilidade, prescreve um tratamento adequado à situação em particular. Esta prescrição ou recomendação pode fazer frente a uma situação repentina e momentânea, tendo a duração de alguns dias, ou a uma situação recorrente, havendo uma adaptação da terapêutica para que seja mais longa. Em qualquer caso, através da relação médico-doente, tem-se sempre em conta a forma específica como cada doente reage à doença, havendo uma personalização das soluções.

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Consórcio liderado para Universidade de Coimbra
Uma equipa da Universidade de Coimbra (UC) lidera um consórcio que acaba de obter um financiamento de cinco milhões de euros,...

O financiamento agora obtido destina-se ao projeto de investigação “OneAquaHealth - Protecting urban aquatic ecosystems to promote One Health”. Ao longo dos próximos quatro anos, o consórcio, que reúne 13 parceiros de 10 países – além de Portugal, participam Espanha, França, Itália, Áustria, Suíça, Bélgica, Noruega, Grécia e Israel –, vai estudar a ligação entre a saúde dos ecossistemas aquáticos urbanos e a saúde humana.

A líder do consórcio, Maria João Feio, investigadora do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), explica que o objetivo do projeto é «demonstrar que a saúde dos ecossistemas de água doce e a saúde e o bem-estar humano em contextos urbanos estão altamente interligados, e que a melhoria de um resulta na melhoria do outro».

Para isso, destaca a investigadora da FCTUC, o OneAquaHealth pretende «selecionar os melhores indicadores que possam avaliar esse equilíbrio e o risco de doenças associadas à degradação dos ecossistemas ribeirinhos urbanos e da sua fauna e flora», acrescentando que o projeto visa ainda «fornecer ferramentas que permitam estabelecer as decisões mais adequadas e oportunas com base em alertas precoces e as melhores formas de gerir os ecossistemas aquáticos urbanos no contexto da saúde global nas cidades e das alterações climáticas».

Este consórcio assume um caráter interdisciplinar, juntando empresas, universidades e centros de investigação nas áreas da ecologia, saúde humana, veterinária, ciências sociais, comunicação, informática e artes. Em Portugal, a empresa parceira é a SHINE2Europe.

 

 

 

 

Saúde íntima feminina
Muitas mulheres sentem-se mais cansadas durante a menstruação, e é algo que se acentua com a chegada

Para além do aumento da temperatura, existem outros fatores que podem causar cansaço menstrual:

  • Fatores hormonais

Porque é importante considerar as hormonas, tais como estrogénios ou progesterona, quando se fala de cansaço menstrual? O estrogénio é uma hormona anabólica, e o anabolismo é um processo de construção de algo: requer energia, pelo que os seus níveis de energia estão no seu auge e quando o estrogénio começa a cair, a progesterona começa a aumentar lentamente. A progesterona é uma hormona catabólica, e o catabolismo simboliza a quebra de moléculas, pelo que este processo dá descanso ao seu corpo.

  • Inflamação e cólicas

Os níveis de agentes inflamatórios e as suas flutuações tendem a aumentar durante a menstruação. Quando combinadas com as hormonas, podem causar cólicas, que são muito comuns entre as mulheres: até 95% das mulheres menstruadas sofrem de cólicas que podem ser tão fortes que se pode sentir exausto apenas pelo desconforto, causando tonturas e fadiga.

  • Anemia

A menstruação é acompanhada de perda de sangue e se o seu fluxo for pesado pode levar a anemia. Com anemia, o corpo não tem glóbulos vermelhos suficientes, que transportam oxigénio para todas as células do corpo, e isto pode levar à exaustão.

  • Tensão Pré-menstrual (SPM)

A TPM afeta até 85% das mulheres que têm o período, e 2-10% apresentam sintomas tão graves que podem ser incapacitantes. A isto chama-se distúrbio disfórico pré-menstrual (TDPM) e as suas causas são desconhecidas. Pode sentir-se cansada e ter sintomas como irritabilidade, ansiedade, sensação de desespero, alterações de humor, problemas de sono, entre outros.

Como gerir o cansaço menstrual?

Antes de mais, avaliar a gravidade dos sintomas, quanto tempo duram e quanto afetam o quotidiano, e tentar contrariar os sintomas com hábitos saudáveis.

  • Dieta

Hábitos alimentares saudáveis são o primeiro passo para nos sentirmos melhor. Os alimentos com muito açúcar provocam um aumento dos níveis de energia, mas a queda é intensa. Portanto, comer vegetais, beber muita água e ser regular com os horários das refeições é o melhor para estes casos.

  • Exercício

Trata-se de incorporar rotinas de exercício na rotina diária, não importa o quê, pode ser um passeio, praticar yoga ou mesmo adicionar exercícios de alta intensidade, como correr ou andar de bicicleta.

  • Saúde mental

embora exija muito trabalho, a saúde mental é essencial para a saúde física. Para o ajudar nesta área, alguns minutos do seu dia para meditar ou relaxar podem fazer a diferença.

Se os sintomas de fadiga persistirem

Pode haver um problema subjacente, se nada estiver a ajudar a reduzir a sensação de exaustão. Consulte o seu médico. Lembre-se de que a sua saúde física e psicológica é primordial.

Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Com o objetivo de promover a saúde mental
A próxima edição do Campo de Férias da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) realiza-se entre os dias 31 de...

“A diabetes é uma doença que muitas vezes leva ao isolamento e até ao estigma face ao jovem que a tem. Isto prende-se com o desconhecimento que existe sobre a doença nas camadas mais jovens”, explica José Manuel Boavida, presidente da APDP.

Ao aliar a troca de experiências à diversão, a associação pretende mostrar a estas crianças que não estão sozinhas e que é possível ter uma vida normal através da correta gestão da diabetes. É um momento para conhecerem outros jovens com diabetes tipo 1, cultivando amizades baseadas na entreajuda e compreensão.

“O trabalho de sensibilização que continuamos a fazer junto da população tem servido para diminuir esta incompreensão face à diabetes, mas a verdade é que ainda há um longo caminho a percorrer. Esta semana serve de complemento a tudo o que tem sido alcançado, promovendo a saúde mental dos jovens que lidam com diabetes, que percebem que não são os únicos e aprendem a viver com a doença”, acrescenta o presidente da APDP.

Mas os benefícios não ficam por aqui. “Esta é também uma excelente oportunidade para a equipa de saúde da APDP, que aproveita a oportunidade para aprofundar o conhecimento sobre a doença, observando o dia-a-dia de quem com ela vive”, explica João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP, acrescentando: “enquanto ensinamos os jovens a atuar em situações concretas, promovendo a sua autonomia, estamos também a aprender com eles”.

Os campos de férias da APDP são organizados desde 1997 e destinam-se a jovens com diabetes tipo 1 entre os 13 e os 17 anos. Este ano reúne 24 jovens, que, durante uma semana, irão praticar atividades lúdicas e desportivas, aprendendo a gerir a sua doença em paralelo.

Atual bastonário, Miguel Guimarães, será o primeiro coordenador desta nova estrutura
O médico Rui Nunes, candidato a Bastonário da Ordem dos Médicos, propõe-se criar um órgão superior, de cariz consultivo e...

No entender do candidato, este órgão irá desempenhar um papel fundamental na tomada de decisões por parte do bastonário. “Há temáticas muito sensíveis na área da Medicina e da Saúde que exigem especial cuidado na forma como são abordadas pela Ordem dos Médicos e pelas tomadas de posição”, sustenta Rui Nunes.

O candidato recorda que o próprio atual bastonário se fez rodear dos seus antecessores “quando a Ordem dos Médicos foi instada a tomar uma posição sobre a temática da eutanásia”. “Pela sua complexidade e polémica, até no seio dos médicos, é fundamental que o bastonário seja aconselhado por quem o antecedeu no cargo”, acrescenta. Também por isso, assevera Rui Nunes, “faz todo o sentido que o primeiro coordenador deste órgão consultivo seja o atual bastonário, Miguel Guimarães, desde logo por ter bem presentes todos os dossiers”.

A definição de novas estratégias na Medicina, de propostas de fundo para a área da Saúde e, em particular, para o Serviço Nacional de Saúde, são algumas das áreas fundamentais onde este Conselho Consultivo pode desempenhar um papel central. “Será uma espécie de Conselho de Estado como aquele que aconselha o Presidente da República”, explica Rui Nunes.

O Conselho Consultivo da Ordem dos Médicos não terá qualquer poder executivo, mas “será absolutamente fundamental na tomada de decisões”. “Estamos a falar de pessoas, como os bastonários, que foram reconhecidas pelos médicos como os melhores dos melhores, e que por todo o seu estatuto, todo o seu conhecimento, são uma opinião muito importante e que deve sempre ser ouvida pelo bastonário em funções”, adianta Rui Nunes.

Para além dos ex-bastonários, Rui Nunes pretende que também façam parte deste órgão consultor três figuras de relevo da Sociedade Civil, com vasta experiência na área da Saúde e com uma fundamentada opinião. “Não é vulgar a Ordem dos Médicos ouvir personalidades, que não sejam médicas, a opinar sobre temas mais delicados ou fraturantes na área da saúde, mas eu considero que a democracia se faz também com a transversalidade de opiniões, e estas serão certamente uma mais-valia na tomada de decisões”, conclui Rui Nunes.

Medida pode colocar a saúde da visão em risco
A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO), alerta a população portuguesa para o perigo que representa a...

Este apelo surge no seguimento de uma empresa do Texas ter sido multada em trezentos mil dólares por substituir lentes de contacto prescritas por optometristas por outras lentes de contacto. Esta não foi a primeira vez que o Departamento de Justiça e Comissão Federal de Comércio atuaram e aplicaram multas a vendedores online e retalhistas pela substituição de dispositivos médicos prescritos por optometristas.

Segundo a representante da Associação Optométrica do Texas, a empresa em causa substituía a lente de contacto prescrita pelo optometrista, de forma profissional e assegurando precisão e segurança, pela sua lente genérica.

A APLO reforça que a prescrição de dispositivos médicos por optometristas é uma garantia de segurança e eficácia para o utente. É suportada através de uma consulta com vários exames de diagnóstico, meios complementares e terapêutica, realizados e interpretados por profissionais com, no mínimo, o grau de licenciatura em Optometria.

Os optometristas, além de realizarem mais de dois milhões de consultas anualmente, são responsáveis por mais de 70% das prescrições, tanto para óculos como para lentes de contacto, em Portugal. São profissionais especializados na área da saúde da visão, com formação profunda e exigente, e uma grande experiência no tratamento e cuidado dos seus utentes.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a deficiência visual e cegueira representa o maior grupo de todas as deficiências em Portugal, com mais de 164 mil portugueses a necessitarem de cuidados. A estes, acrescem os mais de cinco milhões de utilizadores, de dispositivos médicos oftálmicos vulgarmente designados por óculos, lentes de contacto, lupas e instrumentos de baixa visão.

“Visto serem condições visuais que afetam um grande número de pessoas, a preocupação e cuidados com as mesmas devem ser proporcionais”, sublinha a associação deixando o apelo: “Proteja-se, defenda a sua saúde, confie no seu optometrista e siga as prescrições originais. Esteja atento a possíveis alterações por parte de outros. Cuide de si e da sua visão”.

Donativo farmacêutico
A TEVA Portugal anunciou hoje ter realizado uma doação de fármacos ao Hospital Psiquiátrico de Kiev, na Ucrânia. O pedido,...

“Enquanto empresa farmacêutica líder temos como missão fornecer tratamento a todos os doentes que dele necessitam. Preocupamo-nos com a saúde e segurança dos doentes e das pessoas afetadas pela guerra na Ucrânia, pelo que continuaremos disponíveis para prestar o nosso apoio através da doação dos nossos produtos”, afirma Marta González Casal, diretora geral da TEVA Portugal.

A Teva Pharmaceuticals tem uma longa história de responsabilidade social empresarial, e é o maior fornecedor mundial em volume de donativos farmacêuticos. Em março deste ano, a companhia doou mais de 10 milhões de euros, em produtos médicos essenciais para apoio a refugiados ucranianos.

 

 

“WeCare-MedicalCannabis”,
Tilray Brands, Inc. (“Tilray” ou a “Empresa”) (Nasdaq: TLRY; TSX : TLRY), empresa líder mundial no sector da canábis e bens de...

WeCare-MedicalCannabis partilha conteúdos sobre canábis medicinal baseados na evidência, adaptados para profissionais de saúde, cuidadores e doentes. Faculta informação necessária para uma tomada de decisão informada sobre a canábis medicinal. A plataforma foi concebida para servir como um recurso único e abrangente de conhecimentos médicos sobre canábis medicinal, e está agora disponível na Europa em Inglês e com conteúdos localizados, em Alemão, Francês e Português.

Sascha Mielcarek, Diretor Executivo da Tilray na Europa, afirmou: "Como pioneiros globais no futuro da canábis medicinal, estamos conscientes da falta de acesso à educação, baseada em evidência, sobre canábis para fins medicinais. A WeCare-MedicalCannabis foi criada para colmatar essa lacuna e partilhar os recursos necessários para ajudar os pacientes, cuidadores e profissionais de saúde com a informação de que necessitam para tomarem decisões informadas sobre a canábis medicinal. À medida que a legalização da canábis continua a expandir-se por toda a Europa, a Tilray Medical dedica-se a ajudar a fornecer informação de confiança para todos aqueles que estão interessados em aprender mais sobre canábis medicinal". 

A Tilray Medical continua a trabalhar com as principais associações de doentes e sociedades médicas, fornecendo valor às pessoas afetadas pelas mudanças no panorama médico, e que servem na vanguarda das iniciativas de saúde global. Ao fornecer acesso a plataformas educacionais como a WeCare-MedicalCannabis, a Tilray Medical continua a ser pioneira no futuro da canábis medicinal.

Para mais informações, visite as nossas plataformas globais na WeCare-MedicalCannabis AlemanhaWeCare-MedicalCannabis França,  e WeCare-MedicalCannabis Portugal.

 

 

Stress e excesso de trabalho são as principais causas dos problemas de sono
Mais de metade dos portugueses (61%), entre os 18 e os 69 anos de idade, sofre de perturbações do sono. Destes, apenas três em...

Os distúrbios do sono podem ser causados por insónias, sensação de não descansar, acordar várias vezes durante a noite, demorar a adormecer, acordar muito cedo ou sentir uma sensação constante de jet lag.

As perturbações do sono são, maioritariamente, resultantes do “stress”, das “obrigações do quotidiano” e do “excesso de trabalho” e, entre as faixas etárias inquiridas, são os adultos quem mais diz sentir esta responsabilidade a nível profissional. Os idosos indicam a “idade” e a “redução da atividade física” como responsáveis por estas perturbações. Já quem está agora a iniciar a vida laboral, caracterizada por mudanças e exigências a nível profissional e pessoal, diz sentir que as “relações pessoais”, as “obrigações do quotidiano” e o “stress” são os fatores desencadeadores de distúrbios do sono. “Ter atravessado ou estar a atravessar uma fase difícil” são também indicados como motivos de distúrbios do sono1.

Ainda que os fatores de perturbações do sono variem de acordo com a faixa etária e fase da vida dos indivíduos, o “stress” e o “excesso de trabalho” são apontados como as principais causas de insónias. 72% destas pessoas confessa registar problemas de sono "algumas vezes por mês”, o que provoca “falta de energia” e “sensação de cansaço extremo”1.

Entre os indivíduos que dizem não adquirir produtos indicados para os problemas de sono, 54% aponta como principal motivo o “medo de que causem dependência”. Apesar de não se verificar um padrão de utilização regular destes produtos, 60% dos indivíduos que os adquirem, afirmam que começaram a fazê-lo, nos últimos dois anos, por recomendação do “médico de família” ou do “farmacêutico”, na procura de um sono de qualidade.

O estudo revelou ainda que aqueles que procuram soluções farmacêuticas tentam também cuidar do seu bem-estar. 41% diz ter “cuidado com a alimentação” e 38% afirma “praticar desporto”. Estes valores contrastam com os 46% de indivíduos que, além de não adquirirem produtos indicados para os problemas do sono, dizem “não fazer nada em específico” para contornar estes distúrbios.

A importância de um sono de qualidade

Ter um sono de qualidade é sinónimo de bem-estar físico e psicológico, permitindo que o organismo tenha o devido descanso e seja capaz de recuperar energia para um novo dia. Dormir bem contribui para o fortalecimento do sistema imunitário e melhora a concentração, o humor e a produtividade. Devido ao ritmo de vida acelerado e ao stress do dia-a-dia, insónias e dificuldade em ter um sono de qualidade são cada vez mais frequentes, com consequências ao nível emocional, psicológico e físico.

Hábitos a adotar para um sono de qualidade:

  • Preparar o espaço de sono para que seja confortável;
  • Criar e respeitar os horários de sono (7h a 9h de sono diário);
  • Adotar uma rotina de dormir, com atividades que permitam que o cérebro vá desacelerando horas antes de deitar;
  • Praticar exercício físico;
  • Evitar comportamentos que possam comprometer a qualidade do sono, como sestas ao longo dia, utilização excessiva de ecrãs à noite, refeições pesadas e ingestão de bebidas estimulantes ou alcoólicas.

 Se estas medidas não forem eficazes, podem ser recomendados indutores de sono como um indutor do sono à base de doxilamina, eficaz e seguro.

Entrevista | Dr. Luís Cunha Miranda
De acordo com o mais recente estudo dedicado às Doenças Reumáticas – o EpiReuma – 53% da população p

Estima-se que, em Portugal, mais de metade da população adulta sofra de doenças reumáticas. Qual a sua prevalência? E o que explica o crescente aumento do número de casos nos países desenvolvidos, sobretudo nas faixas etárias mais jovens? 

Em Portugal através de um estudo recente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia o EpiReuma calculou-se que 53% da população tem pelo menos uma das mais de 200 doenças reumáticas. existentes A prevalência de algumas doenças tem vido a aumentar muito por causa da alteração dos hábitos alimentares, com a obesidade e com o sedentarismo. Já não é raro vermos em idades cada vez mais jovens a presença por exemplo da osteoartrose que muitas das vezes se associa ao envelhecimento.  Sem dúvida que a patologia mais prevalente são as dores da coluna, especialmente da coluna lombar.

Os dados disponíveis mostram também que a artrite reumatoide, por exemplo, atinge três vezes mais mulheres do que homens. Como se caracteriza esta doença e quais os principais sintomas?

A artrite reumatoide é uma doença reumática sistémica imunomediada. Tal significa que pode atingir outros órgão e sistemas para além do músculo-esquelético e que muitas das vezes encontramos uma alteração imunitária com a presença de anticorpos. O quadro caracteriza-se pela presença de dores articulares envolvendo preferencialmente mãos, punhos, pés, mas podendo atingir muitas articulações de forma simétrica e que predominam no final da noite e manhã a chamada dor de características inflamatórias. Associa-se edema (inchaço) das articulações envolvidas com a presença de calor e vermelhidão nas articulações. Temos igualmente a presença de rigidez matinal, ou seja, a sensação de prisão ou limitação das articulações de manhã que se prolonga mais do que 30 a 45 minutos com melhoria posterior das articulações. O quadro apesar de variável mantém-se cronicamente muita além das 6 semanas. Tal como afirmei outros órgão e sistemas podem em qualquer ponto da doença aparecer.

É importante nunca negligenciar dores articulares que perduram no tempo e que atingem uma ou várias articulações, especialmente se acompanhada de ritmo inflamatório (no final da noite e manhã) e com alterações articulares.

Quais as causas associadas?

Não são conhecidas as causas do aparecimento da Artrite Reumatoide, mas sabemos que fatores ambientais em que o tabaco tem o maior destaque, uma predisposição genética e há quem discuta o papel de algumas infeções crónicas.

Quais os tratamentos indicados para artrite reumatoide? Que inovações têm surgido nesta área?

Hoje em dia não só temos um maior conhecimento acerca de como tratar os doentes com AR mas igualmente um conjunto alargado de medicamentos muitos deles inovadores e recentes que deve ser inserido numa estratégia partilhada entre o doente e o Reumatologista que o segue. Há cerca de 20 anos com o aparecimento das terapêuticas biológicas ou biotecnológicas pudemos começar um plano cujo objetivo é a remissão (ausência de sintomas) ou a baixa atividade da doença. Múltiplas medicações biotecnológicas foram sendo lançadas com resultados cada vez mais promissores. Mais recentemente ficaram disponíveis uma nova classe de medicamentos chamados os inibidores da JAK Kinase que não sendo medicamentos biotecnológicos partilham com estes algumas das características e com resultados sobreponíveis e em alguns casos melhores. De referir que os inibidores das JAK Kinase são medicamentos orais ao contrário dos biotecnológicos que são injetáveis.

Que fatores podem condicionar o agravamento da doença?

Sem dúvida que uma das principais causas de gravidade da AR é sem dúvida o diagnóstico tardio e o não seguimento por parte da Reumatologia. É fundamental que o diagnóstico seja feito o mais rapidamente possível e que o doente tenha acesso á especialidade de Reumatologia.  O não cumprimento da estratégia terapêutica falhando medicações e um mau seguimento com análises e consultas irregulares podem não só determinar uma maior gravidade da doença, mas igualmente aumentar a possibilidade de efeitos adversos.

De um modo geral, quais as principais complicações associadas a esta patologia?

A incapacidade e a destruição articular com erosões são de forma mais imediata as principais complicações da AR. Mas o atingimento do pulmão, do coração, do olho entre outros atingimentos sistémicos são complicações que sendo mais raras podem complicar a artrite reumatoide ao longo da evolução da doença.

Qual o seu impacto na saúde feminina?

A doença pode impactar de forma semelhante ambos os sexos, contudo no caso da mulher questões como a fertilidade, a gravidez e amamentação ou ainda a capacidade de cuidar dos filhos ou de manter o emprego são situações que penalizam mais as mulheres. Sabemos que as mulheres com AR ficam desempregadas mais facilmente que os homens com a mesma doença.

A patologia pode afetar a fertilidade da mulher, por exemplo? Que mitos existem quanto a esta matéria?

Sabemos que sendo uma doença inflamatória crónica essa mesma inflamação tem um impacto na fertilidade diminuindo-a. Contudo um dos maiores mitos que lutamos diariamente é que as mulheres com AR e outras doenças reumáticas não podem ou não devem ser mães. Deve existir uma estratégia conjunta entre a doente com AR e o seu Reumatologista que permita que esse objetivo possa ser conseguido. Tal passará na escolha do timing para uma gravidez bem como que medicamentos devemos manter ou retirar para que se possa atingir tal objetivo.

No que diz respeito à gestação, ainda que durante a gravidez seja normal existir um período de remissão, caso exista um agravamento da condição, a medicação pode afetar negativamente a gravidez? Quais os cuidados a ter?

A gestação deve ser conseguida em período de remissão ou baixa atividade da doença sendo que alguns medicamentos podem ser mantidos durante a gravidez, incluindo alguns biotecnológicos, e mesmo aumentados em caso de agravamento da doença e outros como por exemplo um dos medicamentos mais utilizados, o metotrexato, deve ser retirado alguns meses antes de se pensar numa potencial gravidez pois tem a capacidade de induzir malformações no feto.

Assim é fundamental uma estreita relação médico doente e uma estratégia que minimize o risco de complicações durante todo o processo de gestação.

É possível amamentar sem riscos?

Existe a possibilidade de amamentar, mas tal depende da escolha dos medicamentos que não passam para o leite materno e tal deve ser discutido entre o reumatologista e a doente com AR.

Para terminar, que mensagem gostaria de deixar a todas a mulheres que sofrem de AR?

A mensagem só pode ser de esperança. Hoje em dia a AR, salvo raras exceções, é uma doença que podemos controlar e cujo objetivo tem de ser a remissão e com isso a ausência de sintomas ou a baixa atividade. Temos estratégias de seguimento e de tratamento que nos colocam, ao reumatologista e aos doentes com AR, uma responsabilidade acrescida de devolver ao doente uma vida muito próxima do normal quer em termos físicos e mentais, mas igualmente de expectativas de vida para si e para a sua família. Precisamos claramente de mais e melhor acessibilidade à consulta de Reumatologia e com isso talvez possamos mudar a vida daqueles que ainda vivem em dor e em incapacidade. Ás mulheres com AR devemos por um lado realçar a sua capacidade de luta diária, mas igualmente a esperança que a doença não as deva definir enquanto pessoas, mas sim os seus sonhos e sucessos.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Julho: o Mês da Consciencialização para as Hepatites
A Hepatite caracteriza-se por uma inflamação das células do fígado, podendo apresentar várias etiolo

A Hepatite B é considerada a mais perigosa e grave, afetando milhões de pessoas em todo o mundo, podendo tornar-se crónica e evoluir cirrose hepática e para cancro do fígado. Segundo a Organização Mundial da Saúde, em todo o mundo, vivem com este tipo de Hepatite 296 milhões de pessoas e causou a morte em 2019 a 820 mil pessoas. Em Portugal, a Hepatite B afeta cerca de 1 a 1,5 por cento da população. Apesar de ser grave, pode ser prevenida através da vacinação, tendo uma eficácia de cerca de 95 por cento.

A Hepatite C evolui com muita frequência para formas crónicas. Estima-se que existam entre 50 a 100 mil doentes em Portugal a maioria por diagnosticar. Os principais afetados são os consumidores de drogas injetáveis e as pessoas que receberam transfusões de sangue antes de 1992. Pode evoluir para doença hepática grave e é, em Portugal, a principal origem do cancro do fígado (60 por cento dos casos) e uma das mais importantes causas de cirrose (25 por cento dos casos).

No entanto, além dos vírus, existem outras lesões do fígado, como é o caso das alterações do sistema imune — o sistema de defesa do organismo (a chamada Hepatite autoimune), ou a gordura no fígado, algo cada vez mais prevalente na sociedade, com números crescentes também em números de doença hepática.

Uma vez que o fígado é um órgão com uma grande importância e função no sistema digestivo, caso exista inflamação, pode dar origem a várias complicações. A gravidade e o prognóstico da Hepatite variam consoante o tipo de Hepatite e as comorbilidades já existentes.

Porém, estas são doenças evitáveis e tratáveis, e, no caso da Hepatite C, existe cura. Atualmente, a taxa de cura para a Hepatite C situa-se em 96 por cento, sendo fundamental que o diagnóstico seja feito atempadamente. Os medicamentos pretendem inibir a multiplicação do vírus da Hepatite B ou eliminar a multiplicação do vírus da Hepatite C e, desse modo, reduzir as lesões causadas ao fígado.

Os sinais e sintomas de Hepatite dependem de vários fatores, nomeadamente a gravidade da doença, mas a maioria dos doentes apresenta fadiga, náuseas, falta de apetite, icterícia, urina escura e fezes claras.

Ainda assim, alguns tipos de Hepatite podem não provocar sintomas durante largos períodos de tempo, mesmo na presença de inflamação do fígado.

O diagnóstico de Hepatite é feito através dos sintomas indicados pelo doente e, ainda, da realização de exames complementares. As análises ao sangue são, por norma, a maneira mais comum de diagnosticar a Hepatite, porém, pode ser necessário complementar com ecografia abdominal, TAC ou ressonância magnética, para verificar se existem outras lesões.

Além disso, é aconselhado que sejam alterados os hábitos alimentares e as rotinas do doente, como, por exemplo, evitar bebidas alcoólicas, repousar e manter um peso saudável.

Na maioria das vezes, o tempo é o melhor amigo do tratamento das Hepatites. Não adie a consulta ao médico. Cuide do seu fígado.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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