Webinar
No dia 1 de junho de 2022, às 10h30, realiza-se 5º Encontro de Saúde Mental na Infância e Adolescência da Unidade de Saúde das...

O Ministério da Educação apresentou recentemente o relatório do estudo “Observatório Escolar: Monitorização e Ação | Saúde Psicológica e Bem-estar”, que teve como principal objetivo proceder à recolha e monitorização de indicadores de saúde psicológica e bem-estar nas escolas portuguesas. Deste estudo resulta a constatação de que um terço dos alunos e metade dos professores apresentam sinais de sofrimento psicológico.

“Os problemas de saúde mental durante a infância e adolescência são um dos principais preditores de problemas de saúde mental na vida adulta. Prejudicam as crianças e os jovens no seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social com impacto também ao nível escolar”, pode ler-se no comunicado.

“A pandemia e os diversos momentos de confinamento mais ou menos generalizado e a restrição das interações sociais têm tido um impacto significativo na vida de todos, em especial das crianças e jovens por se encontrarem em momentos sensíveis do seu desenvolvimento psicossocial. Neste webinar iremos abordar o impacto da pandemia na saúde mental de crianças e jovens e o modo como podemos promover a sua saúde mental em contexto escolar”, acrescenta a organização do evento.

Mais informações em https://bit.ly/nostresscsi

 

Dia Mundial da Enurese assinala-se a 31 de maio
A enurese é mais comum do que se imagina, só em Portugal 10% das crianças entre os quatro e os sete anos sofrem com este...

Molhar a cama é considerado um "mal menor" erradamente, visto que, segundo referem os especialistas, está relacionado com situações de ansiedade crónica, problemas de autoestima e impacto na esfera social. A enurese, disfunção que envolve a perda involuntária de urina durante a noite, em crianças com mais de cinco anos de idade, afeta o dia-a-dia dos mais pequenos, uma vez que estes evitam participar em atividades da sua idade, como ir a acampamentos, excursões e dormir na casa da família ou amigos, com o intuito de esconderem este problema. Além disso, causa perturbações no sono, que se traduzem numa diminuição da atenção na escola e, portanto, numa taxa mais elevada de insuficiência escolar. Sabe-se que esta disfunção continua, apesar de numa percentagem menor, na adolescência continuando também, por vezes, até à idade adulta com consequências mais traumáticas.

Muitas famílias consideram que este problema se resolve ao longo do tempo e, embora se estime que em aproximadamente 15% dos casos há uma resolução de forma natural.

Por vezes, são os próprios pediatras que se atrasam no diagnóstico, como se verifica num inquérito realizado junto da comunidade médica de pediatria e publicado na revista Acta Pediátrica Portuguesa, segundo o qual «apenas 6% dos pediatras acreditam ter diagnosticado mais de 75% dos casos, enquanto quase metade (49%) pensa, pelo contrário, que tem diagnosticado menos de 25% dos casos».  A verdade é que, embora a prevalência diminua com a idade, a frequência e a gravidade dos episódios de enurese aumentam e, se persistirem ao fim de nove anos, dificilmente serão resolvidos sem tratamento, daí a importância do diagnóstico e intervenção precoce.

De acordo com os critérios do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 5ª edição, e da International Children's Continence Society (ICCS), a enurese é causada por uma falha no mecanismo que causa o despertar – a criança com enurese não acorda quando a bexiga está cheia – bem como pela alteração do ciclo circadiano da hormona antidiurética (vasopressina) e instabilidade da bexiga, com contrações involuntárias do músculo detrusor, entre outras.

Em 2015, a ICCS, a Sociedade Europeia de Urologia Pediátrica (ESPU), a Associação Ásia-Pacífico de Urologia Pediátrica (APAPU), a Associação Internacional de Nefrologia Pediátrica (IPNA), a Sociedade Europeia de Nefrologia Pediátrica (ESPN), a Sociedade Ibero-Americana de Urologia Pediátrica (SIUP), as Sociedades de Urologia Pediátrica da América do Norte,  ERIC (Associação de Caridade do Colo e Bexiga Infantil) e  Bexiga & Bowel UK, com o objetivo de sensibilizar a sociedade para o problema, propôs a celebração do Dia Mundial da Enurese, na última terça-feira de cada maio, iniciativa que é apoiada pela Ferring Pharmaceuticals desde a sua criação.

 

No âmbito do Dia Mundial Sem Tabaco
Campanha nacional alerta para o perigo das exacerbações, ou seja, o agravamento agudo dos sintomas da Doença Pulmonar...

Os doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) sabem bem o que é viver sem ar, ou não fosse esta, como explica Ana Sofia Oliveira, Assistente Hospitalar Graduada de Pneumologia e membro da Direção da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, uma doença “que resulta da obstrução das vias aéreas, ou seja, da dificuldade na passagem do ar pelas vias respiratórias”. Conhecem bem as limitações impostas pela DPOC, que pode até dificultar os gestos mais simples, como caminhar, tomar banho ou pentear o cabelo, e muitos conhecem também as exacerbações, nome dado “ao agravamento agudo dos sintomas respiratórios e que resulta na necessidade de tratamento adicional”. Exacerbações que, confirmam os números, podem mesmo roubar vidas, apesar de poderem ser evitadas. É para elas que alerta uma campanha, que conta com o apoio de várias sociedades e organizações médicas, lançada a propósito do Dia Mundial sem Tabaco, e que deixa um apelo: “Se já viu este filme, não assista outra vez”.

Uma exacerbação, que pode ser, segundo Ana Sofia Oliveira, “ligeira, tratada em ambulatório; moderada, que requer tratamento adicional ou grave, que já requer hospitalização”, é responsável pelo evento acrescido de eventos cardiovasculares agudos e por um aumento em 40% do risco de AVC dez dias após uma exacerbação e, segundo alguns estudos, um em cada cinco doentes acaba por falecer um ano após a primeira hospitalização por DPOC. Motivos de sobra para as tentar evitar. “Em Portugal, a DPOC encontra-se subdiagnosticada e, consequentemente, subtratada”, afirma Ana Sofia Oliveira. “As exacerbações fazem parte da história natural da DPOC, assim sendo, para evitar que aconteçam é fundamental um diagnóstico precoce da doença e um tratamento atempado e proativo”, acrescenta.

Para que isto possa ser realidade, “é fundamental uma maior acessibilidade à espirometria e aos serviços de saúde, ampliação das estruturas dedicadas à reabilitação dos doentes, aumento da dinâmica entre os cuidados de saúde primários e a especialidade. Torna-se igualmente imperioso a adesão ao tratamento, profilaxia das infeções respiratórias com vacinação contra a gripe, pneumonia e COVID-19 e a cessação tabágica”.

Tabaco que é, de resto, “o principal fator de risco para o desenvolvimento da DPOC e para o seu agravamento. Cerca de 85% a 90% de todos os casos de DPOC ocorrem devido ao tabaco. Fumadores ativos, ex-fumadores ou fumadores passivos (expostos ao fumo de outros), têm um risco acrescido de ter esta doença”, reforça a médica, que acrescenta a este fator “a poluição atmosférica e ambiental e a exposição ocupacional (no trabalho)”.

Nunca é, por isso mesmo, demais alertar para os benefícios de deixar o vício dos cigarros. “Atualmente, o tabagismo é reconhecido como uma doença, tendo em conta que se trata de uma dependência. Para ultrapassar este problema, foram criadas em todo o país consultas de apoio ao fumador, onde equipas multidisciplinares, constituídas por médicos, enfermeiros, nutricionistas e psicólogos, dão apoio e acompanhamento regular para que o doente deixe de fumar. Existem também tratamentos medicamentosos que auxiliam a cessação tabágica, a par de abordagens comportamentais, que são fundamentais.”

Recorde-se que “a DPOC é uma das principais causas de morbilidade, ou seja de perda de qualidade de vida, e de mortalidade na população adulta de todo o mundo. É encarada pelas autoridades de saúde como um grave problema de saúde pública e é a 3ª causa de morte global, estimando-se que se venha a manter nestes níveis de mortalidade nos próximos anos, sendo responsável pela mortalidade precoce”, refere a médica. “Atinge maioritariamente pessoas com 40 ou mais anos de idade e os principais sintomas são a dispneia, a tosse e a expetoração.” É uma doença “crónica e progressiva, podendo tornar-se incapacitante.” E, apesar de não ter cura, “o seu tratamento melhora muito a qualidade de vida dos doentes”. 

A campanha agora lançada tem como parceiros a associação Respira, a Associação Nacional de Farmácias, a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, o Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), o Núcleo de Estudos de Doenças Respiratórias da SPMI, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, a AstraZeneca e o Grupo Tecnimede. 

“Desafia os teus limites!”
Há quem seja muito bom naquilo que faz, que seja um ótimo desportista, um profissional exemplar, um estudante aplicado ou até...

“Desafia os teus limites!” é o tema principal desta campanha, que coloca lado a lado pessoas com esclerose múltipla e figuras públicas. Miguel Costa, ator, faz muita coisa e Rita Rebouta não lhe fica atrás, apesar do diagnóstico de EM; Andreia Rodrigues, apresentadora, é mãe e Carla Sofia também, um desafio ultrapassado, apesar das limitações da EM; para Mariana Rocha, conhecida como Miss Fit, o esforço associado ao desporto não é novidade, tal como não o é também para Raquel Cerqueira, que sabe bem o que é levar o corpo ao limite no desporto, apesar da EM, que não a impede de desafiar os seus limites. E de desafiar a doença.

São todos vencedores, numa luta repleta de obstáculos que se ultrapassam também com a ajuda dos profissionais de saúde, com quem devem discutir as melhores formas de tratamento, aquelas que são, ao mesmo tempo, as mais eficazes e simples de tomar. Profissionais Neurologistas como Carlos Capela e Lia Leitão juntaram-se à campanha, também em vídeo, a par de outros dois vencedores com a doença de Esclerose Múltipla: Cláudio França e Luís Loureiro.

A campanha transmite ainda a mensagem de que os avanços no tratamento e na melhoria da qualidade de vida das pessoas com EM têm sido muitos, permitido a estes doentes ultrapassar muitas das dificuldades que a doença impõe, mas que, mesmo assim, continua a ser preciso continuar a reforçar a importância do diagnóstico o mais atempado possível, para melhorar ainda mais os prognósticos. Depois do diagnóstico é importante que seja avaliada a melhor terapêutica que permita que todos os doentes tenham força para superar os seus limites.

“Na Merck, desafiamos diariamente os limites para proporcionar às pessoas com EM os melhores tratamentos. E, para nós, a melhor recompensa é confirmar que o nosso empenho se traduz na melhoria da qualidade de vida dos doentes, levando-os a superarem os seus desafios… e vencê-los!”, explica ainda Pedro Moura, Diretor-Geral da Merck, que também participou nos vídeos, a par de outros colegas.

Assista a todos os vídeos da campanha nas redes sociais da Merck ou no canal de Youtube alÉM das Histórias.

 

Programa EARLY TALENT 2022/23
A Janssen Portugal está a recrutar para o seu Programa de Estágios, para o ano 2022/23. Com a duração de um ano, o Programa...

Neste ano, Janssen procura licenciados em áreas muito diversas: desde as Ciências da Vida, onde se inclui a Bioquímica, as Ciências Biomédicas, a Engenharia Biomédica, a Genética e Biotecnologia, a Engenharia Química, passando pelas Ciências da Saúde, como Medicina, Enfermagem, Ciências Farmacêuticas e também por áreas como o Marketing, Economia, Gestão, entre outros.

O crescimento da Janssen, em Portugal, sempre se fez através das pessoas. E num dos anos mais desafiantes da economia e do setor da saúde, a empresa farmacêutica do Grupo Johnson & Johnson continuou a investir no mercado nacional. Nos últimos cinco anos, a companhia formou mais de 100 estagiários, com uma taxa de retenção na ordem dos 60%.

Com cerca de 200 colaboradores a trabalhar em Portugal, dos quais 90% tem formação superior, a Janssen tem realizado investimentos contínuos no país, não só no crescimento das suas áreas de atividade, como na capacitação dos seus colaboradores.

Desde o seu lançamento, em 2016, até à data, a Janssen contratou 55 colaboradores, no âmbito deste programa, tendo criado oportunidades para jovens licenciados com formações, experiências e ambições variadas.

“A Janssen quer continuar a aumentar a sua pegada económica no país e isso só se faz com pessoas”, afirmou Filipa Mota e Costa. A diretora-geral da Janssen Portugal sublinhou a “qualidade dos recursos humanos no país que nos tem permitido não só crescer aqui, como exportar talento para a estrutura regional e global, a partir de Portugal”.

Recém-licenciados podem candidatar-se até 3 de junho. Mais informações aqui.

 

Sinais de alarme
É um dos tipos de cancro mais frequentes mas um dos menos conhecidos.
Homem deitado em cama de hospital

O cancro da bexiga designa vários tipos de tumores, sendo o Carcinoma Urotelial o mais frequente, representando mais de 90% dos casos. Com origem nas células epiteliais, este tipo de tumor, “reconhecido genericamente como tumor maligno da bexiga”, pode atingir não só este órgão, como a pélvis renal, uréteres e uretra.

Mais frequente entre os 60 e os 70 anos, atinge maioritariamente o sexo masculino. Sabe-se aliás que este tipo de tumor é três vezes mais frequente entre os homens e que em metade dos casos está associado ao tabagismo. No entanto, e embora este seja um importante fator de risco, a doença pode surgir em qualquer pessoa, mesmo nos mais jovens.

Para além do tabaco, e embora as causas para o seu desenvolvimento não estejam totalmente esclarecidas, existem diversos fatores que podem aumentar o risco da doença. É o caso da exposição a agentes químicos (como tintas, borracha ou petróleo), a idade (em 70% dos casos a doença surge acima dos 65 anos) e o sexo (os homens têm maior predisposição genética), a história familiar de doença ou de infeções crónicas da bexiga, a presença de alterações congénitas, “assim como radioterapia prévia com atingimento pélvico”, explica a oncologista do Centro Hospitalar do Porto, Joana Febra.

Entre os sintomas, a presença de sangue na urina deve ser suficiente para fazer soar o alerta, sobretudo se a este se juntar dor ou ardor ao urinar, sensação de esvaziamento incompleto e necessidade de urinar mais vezes do que o habitual. Em todo o caso, a especialista reforça que nem sempre é necessária a presença de outro sintoma para além da hematúria para se estabelecer o diagnóstico – muitas vezes, a presença de sangue na urina é o único sinal da doença.

Em alguns casos “podem aparecer sintomas mais gerais como dor lombar, dor abdominal ou perda de peso inexplicável”. Por isso esteja atento. E caso apresente algum destes sintomas, não hesite em consultar o médico. De acordo com Joana Febra ainda são muitos os homens que, muitas vezes por vergonha, desvalorizam ou escondem os sintomas adiando o seu diagnóstico.

Quanto mais cedo detetado maiores as hipóteses de cura

Uma vez que o cancro da bexiga pode apresentar sintomas semelhantes ao de outras doenças, o seu diagnóstico requer uma “história clínica detalhada, exame físico completo e a realização de exames apropriados”. De acordo com a especialista em oncologia, para além de análises gerais e à urina, exames como a citologia urinária, a citoscopia, biopsia e exames de imagem (TAC ou ressonância magnética) são essenciais para estabelecer o diagnóstico.

Por outro lado, é com a análise detalhada que é possível identificar em que fase o tumor se encontra e o seu grau de malignidade, de modo a escolher o tratamento indicado a cada caso.

Habitualmente, o cancro da bexiga é classificado, de acordo com a profundidade da invasão tumoral, como cancro da bexiga não invasivo – quando as células cancerígenas se encontram apenas no revestimento interno da bexiga (o que corresponde a cerca de 70% dos casos) -; cancro da bexiga que invade o músculo – quando o tumor atinge ou ultrapassa a camada de músculo da bexiga -; e o cancro da bexiga metastizado – quando já existem células tumorais fora da bexiga.

Entre as opções terapêuticas encontram-se a cirurgia, os tratamentos intravesicais (dentro da bexiga), a quimioterapia sistémica, radioterapia e a imunoterapia.

Segundo Joana Febra, quando o tumor é diagnosticado numa fase precoce, o seu tratamento é curativo. Mas quando a doença já se encontra disseminada por outras áreas do corpo, o tratamento é meramente paliativo.

“De uma forma geral: para tumores não invasivos o tratamento passa por cirurgia, com ou sem tratamentos intravesicais; para tumores que invadem o músculo, cirurgia e, eventualmente, tratamentos intravesicais e quimioterapia sistémica”, revela a especialista. Nestes casos, a cirurgia, designada de cistectomia radical, implica a remoção da bexiga e a confecção de uma bolsa para armazenamento da urina, utilizando uma parte do intestino que pode ser colocada no local previamente ocupado pela bexiga ou ligada à pele através de um estoma.

No caso de se tratarem de tumores metastizados as opções terapêuticas passam por quimioterapia, imunoterapia e, em alguns casos, radioterapia.

Para além, de tudo isto, no momento de escolher o tratamento é necessário ainda ter em conta o estado geral do doente, a idade, a preferência do doente e possíveis efeitos secundários.

No que diz respeito ao prognóstico da doença, este é, de acordo com a oncologista do Centro Hospitalar do Porto, variável “com taxas de sobrevivência que diminuem substancialmente com a progressão do tumor para além da bexiga”.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Procedimentos menos invasivos
A dor lombar ou “dor de costas” é um dos sintomas com maior prevalência na população.

As causas potenciais desta dor são diversas, tendo em consideração os elementos ósseos (as vértebras), os discos, os nervos, os ligamentos e as articulações vertebrais

Nas hérnias discais, a dor é secundária à doença dos discos (classificada na nomenclatura médica por “protrusões”, “procidências” ou “hérnias” discais), sobretudo nos segmentos lombar e cervical da coluna vertebral.

Os discos intervertebrais são estruturas flexíveis, localizados entre os corpos das vértebras que servem como “amortecedores”, permitindo movimentos da coluna, ao mesmo tempo que ajudam a absorver os impactos mecânicos e o peso do corpo.

Os discos intervertebrais podem deformar-se saindo parcialmente comprimindo e/ou provocando inflamações nas raízes nervosas e, originar para além de dor na coluna, dor nos segmentos dependentes das estruturas nervosas, traduzidos por dor, dormência ou fraqueza muscular no braço ou na perna (vulgo dor “ciática”). Nos casos mais graves, uma hérnia do disco pode comprimir os nervos que controlam a bexiga e o intestino, resultando em incontinência urinária e perda de controlo do intestino.

Tratamentos

Antigamente para se tratar uma hérnia discal, para além das medidas conservadoras, só havia a cirurgia como opção, que atualmente se continua a fazer para alguns tipos de hérnias, contudo e com o avançar da medicina, existem hoje disponíveis vários procedimentos menos invasivos, tais como:

  • Neurolaser
  • Ozonoterapia
  • Radiofrequência
  • Cirurgia Endoscópica da Coluna

Embora sejam técnicas completamente diferentes e usadas para cada caso específico, as três primeiras, tem bastantes pontos em comum, tais como serem feitas em ambiente de bloco operatório por um médico especialista com anestesia local e com sedação, são feitas com recurso a intensificador de imagem e as três utilizam umas agulhas especiais para o efeito que são ocas no interior e apesar de serem muito finas, são suficientes para fazer o tratamento pelo seu interior.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo financiado pela Associação Portuguesa de Urologia e pela CUF
Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) está a estudar possíveis mecanismos de...

Iniciado em 2019, este estudo, de carácter translacional e multidisciplinar, é realizado em parceria com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Centro Hospitalar de Leiria (CHL) e Hospital CUF de Coimbra e designa-se “Inibição da via da adenosina - uma nova abordagem para potenciar a imunoterapia no cancro da bexiga avançado”.

Através de diversos mecanismos, o cancro da bexiga, mais comum nos homens, «consegue ludibriar e inibir a ação do sistema imunitário do nosso organismo, o que lhe permite crescer sem ser destruído pela ação das nossas células imunes (imunoevasão). O nosso projeto centra-se num desses mecanismos para escapar ao sistema imunitário, que está ligado ao metabolismo da adenosina, e que pensamos ser uma das formas através das quais o cancro da bexiga limita a ação dos nossos mecanismos de proteção naturais, reduzindo ainda a eficácia dos fármacos de imunoterapia já utilizados hoje em dia», explica o investigador e médico urologista Frederico Furriel.

Esses fármacos (inibidores da PD-1 e PD-L1), prossegue, «têm eficácia de apenas 20-30%, e isso sucede certamente porque há outras formas através das quais o tumor procede à imunoevasão, nomeadamente a via da adenosina».

Os resultados já obtidos, baseados em análises de amostras clínicas de doentes, evidenciam que o crescimento do cancro da bexiga se faz acompanhar de «uma profunda alteração do microambiente, no sentido de uma maior imunossupressão, o que

evidentemente é favorável ao tumor. Por outro lado, conseguimos identificar uma maior expressão da via da adenosina no microambiente tumoral por comparação ao tecido normal», afirma Frederico Furriel, salientando que a descoberta mais importante, até ao momento, «foi apurar que existe uma correlação entre estes factos: quanto maior é a expressão da via da adenosina, maior é a imunossupressão, o que aponta no sentido da nossa hipótese».

A equipa está agora a realizar estudos com um maior número de doentes, para confirmação destas descobertas e, também, para tentar encontrar, «no sangue periférico dos doentes, algum tipo de "assinatura imunológica" que nos permitisse dar uma indicação da atividade da via da adenosina no microambiente tumoral», adianta o investigador principal do projeto.

Em paralelo, os cientistas estão a estudar e manipular experimentalmente a ação da via da adenosina sobre o cancro da bexiga num ambiente controlado, num modelo animal. Estes estudos, que decorrem no Institute for Clinical and Biomedical Research (iCBR) da FMUC, consistem, dito de forma simples, em induzir a «formação de um cancro da bexiga em modelo animal (ratinhos), e depois vamos administrar fármacos capazes de suprimir a via da adenosina, por forma a avaliar se isso leva à redução do tamanho do tumor ou outros parâmetros de melhoria. Vamos também associar estes fármacos àqueles que já são hoje utilizados na imunoterapia, para determinar se essa terapêutica combinada leva a melhores resultados que a terapêutica isolada».

Este estudo, financiado, através de bolsas, pela Associação Portuguesa de Urologia e pela CUF, poderá «lançar as bases para o desenvolvimento e utilização (após ensaios clínicos rigorosos) de fármacos específicos para a via da adenosina, quer em monoterapia quer associados a outros já existentes, levando, em última análise, à melhoria do prognóstico dos doentes com cancro da bexiga. Todos os avanços são bem-vindos para o tratamento de uma doença que, quando numa fase avançada, tem uma elevada taxa de mortalidade», destaca ainda Frederico Furriel.

«Se os nossos resultados forem positivos, poder-se-á, numa fase posterior, avançar para ensaios clínicos em humanos para testar os novos fármacos de imunoterapia, eventualmente em associação aos que já se usam hoje», remata.

Para além de Frederico Furriel, a equipa é constituída por Belmiro Parada, Célia Gomes, Margarida Pereira, Hugo Ferreira, Paula Laranjeira, Vítor Sousa e Artur Paiva, investigadores da FMUC e do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

300 mil dólares
Está a decorrer o processo de submissão de propostas a um Programa Competitivo de Bolsas promovido pela Pfizer, para apoiar...

Está prevista a atribuição de 2 bolsas e apenas serão aceites as propostas que sejam submetidas até dia 11 de julho de 2022.

Posteriormente, os projetos serão analisados por um painel de revisores da Pfizer, que irá selecionar os projetos para financiamento. A Pfizer não tem influência sobre qualquer aspeto dos projetos e apenas solicita relatórios sobre os resultados e o seu impacto, para partilha pública.

Estas bolsas estão inseridas no programa Pfizer Global Medical Grants (GMG), criado para apoiar iniciativas independentes, com o objetivo de melhorar os resultados em saúde e responder a necessidades médicas não satisfeitas, alinhadas com a estratégia científica da Pfizer.

 

 

Dia Mundial marca o início do Mês da Saúde Digestiva
Urgência para a prevenção do Cancro do Intestino. Este é o mote lançado este ano pela Organização Mundial de Gastroenterologia ...

Diariamente morrem, em média, 11 portugueses por cancro colorretal (CCR), o equivalente a uma equipa de futebol. Sendo a sobrevivência global aos 5 anos após o diagnostico de 50%, se o diagnóstico for realizado precocemente a sobrevivência ultrapassa os 90%. (fonte: United European of Gastroenterology).

Dada a relevância destes números, que demonstram a eficácia do diagnóstico precoce, a SPG apresentou este ano uma campanha de sensibilização que apela à pontualidade dos portugueses para a prevenção, através da deteção precoce por colonoscopia e subsequente ação preventiva, a partir dos 45 anos (toda a informação sobre a campanha disponível aqui).

“A SPG está empenhada em contribuir para o aumento da consciencialização mundial sobre os fatores de risco do CCR, os benefícios do rastreio e as ferramentas práticas para implementar programas de rastreio e prevenção do CCR em todos os países” refere Guilherme Macedo, atual presidente da SPG e da WGO.

A importância do rastreio por colonoscopia é reforçada pelo facto de esta poder proporcionar um tratamento curativo, preventivo, que é tanto mais eficaz quanto mais precoce for o diagnóstico e deteção das lesões precursoras (pólipos intestinais).

A colonoscopia é, portanto, o método de rastreio e prevenção por excelência, ao permitir o diagnóstico e o tratamento no mesmo ato, promovendo uma efetiva prevenção da doença. Importa também recordar que, os estilos de vida pouco saudáveis, como os que envolvem dietas com uma elevada quantidade de alimentos processados, a obesidade, o tabagismo e o elevado consumo de álcool, estão fortemente associados ao desenvolvimento de CCR.

 

 

Candidato a Bastonário
O médico cardiologista Fausto Pinto, candidato a bastonário da Ordem dos Médicos (OM), defende que é necessário preparar as...

O diretor do Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e presidente da World Heart Federation (WHF) apontou também como objetivo lutar por um sistema de saúde mais inclusivo, apelando ao esforço de todos num movimento que pretende apartidário: “nunca foi tão preciso unirmos esforços e saberes, independentemente das cores políticas ou outras, para implementarmos um verdadeiro Sistema Nacional de Saúde à altura do que Portugal tanto precisa”. Para Fausto Pinto, este deve ser “um sistema que garanta o acesso dos portugueses à saúde que merecem, sem preconceitos, sem desculpas, sem soluções fantasiosas”.  

O médico pretende envolver todos os médicos “dando-lhes voz e sendo o veículo da mesma junto da comunidade e dos decisores”. Daí ter escolhido para slogan da campanha a frase – “Ouvir os médicos, construir o futuro”. Como o próprio explicou, “é ouvindo todos que podemos ter a noção das preocupações e encontrar soluções em conjunto, tornando a Ordem dos Médicos mais respeitada mais prestigiada, e mais inclusiva”. 

Maria do Céu Machado, mandatária da candidatura de Fausto Pinto, destacou igualmente o caráter inclusivo do candidato “que se propõe a ouvir todos os médicos: os jovens recém-licenciados e que tanto se esforçaram para ser médicos, os jovens recém-especialistas sujeitos a concursos nacionais cujo resultado é o descontentamento geral e a não resolução dos problemas regionais e locais,  os médicos seniores que trabalham arduamente sem reconhecimento e sem compensações e os médicos reformados que, inúmeras vezes, pedem ajuda social à Ordem dos Médicos”. 

Uma Ordem desburocratizada e ao serviço dos cidadãos; uma maior ligação entre a Ordem e as Universidades que permita o reforço do papel da OM na formação médica e a criação de um Gabinete de Jovens Médicos e de um Gabinete de Apoio aos Médicos Aposentados são alguns dos principais compromissos assumidos por Fausto Pinto enquanto bastonário da Ordem dos Médicos.  

“A minha candidatura a Bastonário da Ordem dos Médicos visa muito concretamente o reforço do prestígio da classe médica, ao serviço da população portuguesa, num momento muito difícil para o País e o Mundo”, conclui o cardiologista ao mesmo tempo que se mostra disponível para dar “o seu contributo para o avanço da Medicina em Portugal através do reforço do papel que uma OM deve ter”.  

28 de maio | Dia Internacional da Saúde Feminina
A sensibilização para a saúde da mulher tem sido, desde 2016, uma das missões do projeto #Descomplica que, com o apoio da Bayer...

Em 2022, com o objetivo de continuar a descomplicar, a Bayer apresenta a campanha “TU DECIDES”, composta por uma série de talk-shows sobre temas ligados ao universo da sexualidade, com a participação de figuras públicas, e o primeiro episódio com estreia no dia 26 de maio, a propósito da celebração do Dia Internacional da Saúde Feminina (assinalado a 28 de maio).

O primeiro talk-show #TuDecides já está disponível no canal de Youtube descomplicapt e abordou vários assuntos ligados à saúde feminina que dizem respeito a todas as mulheres. Este episódio contou com Tânia Graça – psicóloga e sexóloga – como host e com a médica especialista em Medicinal Geral e Familiar, Margarida Santos, para uma conversa num ambiente informal sobre “A Primeira Vez”.

No decorrer da campanha estão ainda previstos o lançamento de mais dois episódios, em junho com a participação especial da atriz Jessica Athayde para abordar o tema “Como lidar com o dia seguinte?” e em julho com a participação da atriz e apresentadora Carolina Torres para falar sobre “#Descomplica a tua consulta”.

 “Descomplicar o tema da contraceção vai continuar a ser um dos nossos grandes objetivos, pois acreditamos que mulheres mais informadas tomam decisões mais conscientes. É muito importante romper com alguns mitos que ainda se ouvem ligados ao tema da contraceção e, principalmente, continuar a achar que o método da mãe ou da melhor amiga, pode ser o mais adequado também para a situação daquela jovem ou mulher. Achamos que dar mais ferramentas e informação às mulheres para discutirem o assunto com o seu médico de família ou ginecologista e incentivá-las a participar na decisão, com aquelas que são as suas necessidades, vai contribuir para melhorar em larga escala a saúde feminina de todas as portuguesas”, afirma Raquel David, Brand Manager da Saúde da Mulher na Bayer Portugal.

Para saber mais informações e acompanhar todas as novidades siga a página de Instagram #Descomplica.pt: https://www.instagram.com/descomplicapt/

 

 

Entrevista
Tida por muitas mulheres como uma consequência natural do envelhecimento, falar sobre Incontinência

Estima-se que, em todo o mundo, mais de 60 milhões de pessoas sofram de incontinência urinária. Em Portugal, cerca de 33% das mulheres com mais de 40 anos apresentam sintomas da doença, mas destas apenas 10% recorre ao médico. Neste sentido, começo por perguntar porque é que continuamos a evitar falar sobre um tema que, para além de frequente, causa um grande impacto na vida dos doentes?

A Incontinência Urinária continua a ser considerada uma “epidemia escondida”. E se vemos que nos estratos mais jovens e nas mulheres trabalhadoras um maior à vontade para exporem o seu problema ao seu médico, ainda existem muitas – a grande parte – que esconde ou que vive com o problema porque o considera inevitável, tendo em conta o exemplo das mulheres da família de gerações anteriores, que também se queixavam do mesmo problema. Aceitam como natural e inerente ao envelhecimento, o que não é, desconhecendo que existem tratamentos simples, médicos e cirúrgicos.

De que forma a Incontinência Urinária condiciona a vida de quem dela padece? Como se manifesta? E quais os principais sinais de alerta?

O termo Incontinência Urinária (IU), definido pela International Continence Society (ICS), refere-se à perda involuntária de urina. Como sintoma, a IU pode ser descrita voluntariamente pela paciente, relatada pelo seu cuidador ou questionada ativamente pelo clínico.

A IU é categorizada nos seguintes subtipos, conforme as circunstâncias em que ocorre:

  • IU de esforço – perda involuntária de urina com esforço físico (como tosse, espirro e prática de atividade desportiva);
  • IU de urgência – perda involuntária de urina associada a urgência miccional;
  • IU mista – associação de queixas de IU de esforço e de urgência;
  • IU postural – perda involuntária de urina com a mudança de posição corporal;
  • IU associada à retenção crónica de urina (designada anteriormente de IU por extravasamento) – perda involuntária de urina associada ao esvaziamento vesical incompleto, indicado por um resíduo pós-miccional elevado ou pela presença de uma bexiga indolor palpável ou percutível após a micção;
  • Enurese – perda involuntária de urina que ocorre durante o sono;
  • IU contínua – perda involuntária de urina contínua;
  • IU insensível – perda involuntária de urina sem que o indivíduo saiba como esta ocorre;
  • IU coital – perda involuntária de urina durante o coito (na penetração ou no orgasmo);
  • IU funcional – perda involuntária de urina resultante da impossibilidade de chegar a tempo à casa de banho, por défice cognitivo, funcional ou de mobilidade, apesar da integridade do trato urinário inferior;
  • IU multifatorial – perda involuntária de urina provocada pela interação de múltiplos fatores de risco, como comorbilidades, medicação, alterações fisiológicas inerentes ao envelhecimento e a fatores ambientais.

 

A IU pode existir isoladamente ou associar-se a outros sintomas do trato urinário inferior. Frequentemente são referidos sintomas de armazenamento / enchimento vesical em doentes com IU, tais como:

  • Frequência miccional diurna aumentada – aumento do número de micções nas horas em que o doente se encontra acordado; tradicionalmente, uma frequência diurna superior a 8 é considerada anormal, ainda que este limiar possa ser mais elevado em algumas populações;
  • Noctúria – despertar para urinar durante o período principal de sono;
  • Urgência – vontade súbita e imperiosa de urinar, difícil de adiar;
  • Síndrome de bexiga hiperactiva (BH) – urgência miccional, habitualmente acompanhada por frequência miccional aumentada e noctúria, com ou sem IU de urgência, na ausência de infeção do trato urinário ou de outra patologia.

Quais as principais complicações associadas à Incontinência Urinária?

Quando não tratada pode ser fator de isolamento, de baixa autoestima que em último caso leva a Síndromes depressivos. São mulheres que deixam de conviver até com a própria família, de executar as suas tarefas diárias, ainda que passem por ir só às compras ao supermercado.

Quando sofrem de bexiga hiperativa, como mais abaixo é explicado, estão sujeitas a mais acidentes domésticos e não só, com risco de fraturas aumentado, pela necessidade imperiosa e imediata que sentem de recorrer à casa de banho.

Quais as principais causas associadas a esta patologia? Há formas de a prevenir?

A Incontinência Urinária de Esforço (aquela em que a mulher perde com a tosse, espirro, riso, pegar em pesos, dar uma corrida) pode ser mais prevalente nas mulheres que tiveram partos vaginais, a própria gravidez, por alterações hormonais próprias e pela ação sobre os mecanismos de suporte da bexiga. No entanto, convém saber que a cesariana está associada a outro tipo de Incontinência Urinária – a de Urgência (a mulher sente uma vontade súbita e inadiável de urinar que não consegue inibir e perde ou pequenas gotas ou de forma catastrófica), e ao aparecimento de outros sintomas relacionados com alterações da inervação da bexiga que sofreu danos durante a cirurgia, como a noctúria (acordar com vontade de urinar várias vezes por noite), que tem efeitos muito prejudiciais na qualidade do sono destas mulheres, no descanso necessário para um dia de trabalho, aumento da frequência urinária (necessidade de ir mais do que 8 vezes por dia à casa de banho), o que pode prejudicar o relacionamento em determinados postos laborais.

Temos de ter ainda em conta que apenas 11% das mulheres que tiveram filhos vão apresentar um quadro de Incontinência Urinária. Por todos estes motivos, não existe qualquer razão para contrariar o que é natural – o parto normal, indicando uma cirurgia agressiva – a cesariana, para tentarmos evitar uma hipótese, que pode ser corrigida com uma cirurgia minimamente invasiva.

Durante a gravidez a mulher pode e deve ser ensinada e incentivada a fazer exercícios de fortalecimento do pavimento pélvico. Estes exercícios são conhecidos como os exercícios de Kegel.

Sabendo que IU está muitas vezes associada à síndrome de Bexiga Hiperativa (BH), peço que descreva esta condição. Quem está em risco e como se manifesta?

A síndrome de bexiga hiperativa é um conjunto de sintomas que têm origem numa perturbação do armazenamento de urina na bexiga: o músculo da parede da bexiga (detrusor) contrai-se mesmo quando esta contém um volume reduzido de urina.

O músculo da bexiga parece transmitir mensagens erradas ao cérebro, dando a sensação de que a bexiga está mais cheia do que realmente está. As contrações involuntárias diminuem o controlo que a pessoa tem sobre a bexiga e dão origem aos sintomas que caracterizam a síndrome de bexiga hiperativa, que incluem a necessidade urgente e frequente de urinar.

A bexiga hiperativa não está, na maior parte dos casos, relacionado com qualquer condição ou fator de risco conhecido, daí a maior parte ser considerada idiopática.

A bexiga hiperativa pode ser acompanhada de sintomas de incontinência urinária por urgência (ou urge-incontinência urinária). Isto acontece porque a necessidade de esvaziar a bexiga é de tal forma intensa que poderá acontecer uma perda acidental de urina, antes mesmo de chegar à casa de banho. Na incontinência por urgência, podem ser perdidas involuntariamente pequenas ou grandes quantidades de urina.

A Bexiga Hiperactiva pode ser prevenida? O que pode ser feito em matéria de prevenção?

Algumas pessoas procuram beber menos para reduzir os sintomas de bexiga hiperativa. No entanto, isto pode tornar a urina concentrada, irritar a bexiga e causar obstipação e produzir o efeito totalmente oposto. A quantidade diária de líquidos necessária deverá ser de 1,5 l de água. Alguns tipos de alimentos e bebidas podem irritar a bexiga e contribuir para a incontinência: chá preto, café, bebidas alcoólicas, refrigerantes, bebidas à base de citrinos (por ex. sumo de laranja), tomate e alimentos à base de tomate, alimentos condimentados, chocolate, adoçantes artificiais. Outros alimentos são recomendados para ajudar a combater a sintomatologia própria desta síndrome: sumo de arando ou de ameixa seca, ameixas, bolachas cracker sem sal, bolachas de aveia, gelatina e cereais.

Devem ainda combater a obesidade e a obstipação, que são fatores de agravamento de qualquer tipo de Incontinência Urinária.

Como é feito o seu diagnóstico?

O diagnóstico de bexiga hiperativa é feito principalmente com base nos sinais e sintomas apresentados pela pessoa e na exclusão de outras causas possíveis, tais como uma infeção. 

Falar com o seu médico sobre os seus sintomas é o primeiro passo. Apesar de ser um assunto íntimo, uma conversa com o médico é especialmente importante se os sintomas perturbarem as atividades do seu quotidiano.

E qual o tratamento?

O tratamento deve sempre ter início em medidas conservadoras, alteração de hábitos urinários – urinar por horário se necessário –, alteração de hábitos alimentares, como já referido.

Combater a obstipação é muito importante, assim como ensinar as doentes a tentar controlar a sua bexiga sempre que um episódio de urgência acontece, contraindo os músculos do pavimento pélvico, enquanto se dirige para a casa de banho sem correr.

A terapêutica farmacológica é oferecida quando as medidas conservadoras inicialmente implementadas (incluindo modificações comportamentais e exercícios dirigidos ao pavimento pélvico) são ineficazes. A escolha da farmacologia deve ter em conta os potenciais efeitos colaterais e o seu custo. A correta identificação do tipo de incontinência permite selecionar os fármacos a utilizar.

Em que situações é necessário recorrer ao tratamento cirúrgico?

Quando qualquer tratamento médico ou a sua associação falha, dispomos para o caso da bexiga hiperativa e incontinência urinária de urgência de procedimentos que poderão ser considerados cirúrgicos visto que devem ser efetuados em ambiente asséptico e idealmente em bloco operatório.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação
As alterações climáticas amplificam as ondas de calor no continente antártico. Esta é a conclusão apresentada pelos cientistas...

Um dos autores - Ricardo Trigo -, professor do Departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia e investigador do Instituto Dom Luiz da Ciências ULisboa, salienta a importância deste trabalho, liderado pelo Grupo Antártico da Agência Meteorológica Espanhola (AEMET), Instituto de Geociências do CSIC e pela Universidade de Barcelona. Pela primeira vez é possível confirmar que a mudança climática é capaz de amplificar uma onda de calor no continente antártico.

O artigo publicado na revista do grupo Nature baseia-se no estudo de uma das ondas de calor mais intensas na Península Antártica entre 6 e 11 de fevereiro de 2020 de que há registo. O mês de fevereiro nesse ano foi anormalmente quente na Península Antártica e essa onda de calor representou a 6 de fevereiro de 2020 um novo recorde de temperatura absoluta - 18,3ºC na base Esperanza - para todo o continente antártico.

 

 

Dia Mundial das Doenças Digestivas assinala-se a 29 de maio
O cancro do tubo digestivo mata um português por hora, segundo a estimativa da Sociedade Portuguesa

Fatores de risco

Além destes hábitos de vida prejudiciais, existem fatores de risco que têm uma correlação mais forte com cada tipo de cancro:

  • Para o cancro do fígado, que é responsável por cerca de mil mortes por ano em Portugal, salienta-se o consumo excessivo de álcool, a obesidade mórbida (que poderá aumentar o risco em 4,5 vezes no homem e 1,7 vezes na mulher) e a diabetes.
  • No cancro do estômago, doença que em Portugal apresenta a incidência mais elevada dos países da Europa ocidental e que é responsável por 2.300 mortes anuais, o sal e os alimentos fumados podem reconhecidamente promover a formação de cancro.
  • No cancro do pâncreas, que vitima cerca de 1.500 pessoas anualmente em Portugal, são reconhecidos como fatores de risco a história familiar (pais ou irmãos), que eleva o risco em cerca de três vezes. Também a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas e a instalação de pancreatite crónica, a presença de diabetes e idade superior a 60 anos, poderão aumentar significativamente o risco.
  • No cancro do esófago, que vitima no nosso país cerca de 700 casos por ano, destacam-se a ingestão regular de alimentos com temperaturas elevadas (nomeadamente líquidos), que podem causar lesões térmicas e promover alterações celulares, favorecendo a formação de cancro.

Diagnóstico e prevenção

A implementação de hábitos saudáveis nas populações é a primeira estratégia de prevenção destas doenças. Ter uma dieta mediterrânica, rica em vegetais, fruta, azeite, sementes, feijão, grão, cereais e nozes; praticar exercício físico regular e ingerir líquidos em abundância no quotidiano; não fumar e consumir bebidas alcoólicas com moderação são algumas opções que podem fazer a diferença na sua saúde.

Contudo, os fatores genéticos e hereditários devem ser sempre considerados, pois influenciam o tipo de estratégia de vigilância e rastreio que é necessário ter. A prevenção secundária, altamente eficaz em alguns casos, deve ser implementada através de rastreios e segundo a condição e histórico de cada pessoa:

  • a colonoscopia a partir dos 50 anos nos cidadãos sem risco familiar aumentado (no caso dos tumores do cólon)
  • a erradicação do Helicobacter Pylori em indivíduos de risco (no caso do cancro do estômago)
  • a vigilância ecográfica regular nos doentes com hepatites víricas ou doença hepática alcoólica (no caso do cancro do fígado).

Alguns destes tumores são mesmo evitáveis, como acontece no cancro do intestino. Em 95% dos casos, a lesão maligna é precedida por uma lesão benigna (pólipo), facilmente retirada no decorrer da colonoscopia, impedindo, assim, o aparecimento do cancro.

Este cancro continua, contudo, a aumentar nos últimos anos, o que prova que os meios de prevenção não estão a ser completa e eficazmente aplicados.

Mesmo em situações em que o cancro digestivo não seja completamente evitável, o seu diagnóstico precoce traduz-se num prognóstico infinitamente melhor, em muitos casos com cura após os tratamentos necessários.

Assim, esteja atento aos sintomas mais frequentes (dor abdominal, náuseas e vómitos, perda de apetite, saciedade mesmo com porção pequena de alimentos, perda de peso, dificuldade em deglutir e sensação de massa anormal no abdómen) e consulte o seu médico regularmente de modo que possa fazer o rastreio atempadamente.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Lançamento assinalado por exposição que junta artistas e neurocientistas
A Fundação Champalimaud avança com mais um grande projeto científico no novo Centro de Inteligência Artificial. Este programa...

O programa pretende revolucionar a medicina através da ligação entre a neurociência comportamental e a tecnologia avançada, para criar novas intervenções terapêuticas direcionadas ao comportamento, que promovam a saúde e o bem-estar.

Para assinalar este momento a Fundação Champalimaud recebe nos dias 27 e 28 de maio Metamersion, uma exposição que marca o lançamento do novo programa, que irá aproximar a investigação fundamental em neurociência e a saúde humana com o objetivo de expandir o conhecimento para alcançar um impacto mais imediato.

A exposição que funde ciência, tecnologia e arte tem entrada livre e é uma experiência imersiva apresentada na Warehouse, no futuro Ocean Campus. Criada pela dupla de neurocientistas, Joe Paton e Zach Mainen, conta com a participação do coletivo artístico alemão Lunar Ring, uma performance interativa do artista em residência no Centro Champalimaud Tupac Martir, um trabalho do neurocientista e neurólogo John Krakauer e o projeto At the Beach do imunologista Werner Haas. Metamersion contará ainda com música e um bar.

De acordo com Joe Paton, diretor do Programa de Neurociências da Fundação Champalimaud “as nossas experiências e ações como o sono, a dieta, atividade física, interações sociais e stress representam alguns dos mais poderosos determinantes da nossa saúde, bem-estar e longevidade”.

“Estes fatores estão enraizados no comportamento, pelo que qualquer tipo de intervenções na saúde seriam mais eficazes se combinadas com uma profunda valorização do poder do comportamento e do ambiente para moldar a nossa biologia”, acrescenta.

A Fundação Champalimaud tem sempre procurado ultrapassar os limites do conhecimento, apoiando a investigação e a medicina, lado a lado, para benefício da sociedade. Este programa irá criar um novo braço da medicina através do desenvolvimento de intervenções terapêuticas dirigidas ao comportamento que aumentem a sua eficácia.

A exposição Metamersion procura esbater as fronteiras entre a ciência e a arte, o físico e o virtual, a medicina e a saúde. É parte museu de ciências, parte galeria de arte e parte exposição explorando o uso de tecnologias interativas imersivas, de corpo inteiro, para revelar novas verdades e novas ferramentas.

O título, Metamersion, é uma combinação do conceito de metameros - estímulos perceptualmente semelhantes, mas com características físicas distintas -, e imersão - um estado de envolvimento mental profundo e continuado. Assim como os metameros de cores foram usados para revelar a nossa visão tricromática, mais de um século antes de conhecermos a sua base molecular, também as tecnologias imersivas - realidade virtual e aumentada, captura de movimento de corpo inteiro, visão computacional - prometem desvendar mistérios profundos sobre a perceção que temos do mundo e de como esta influencia as nossas ações e decisões diárias. As nossas ações e decisões - os nossos padrões de comportamento - e os ambientes em que ocorrem, afetam tudo, desde a forma como recuperamos de lesões cerebrais, como envelhecemos, até ao risco que temos para desenvolver uma doença ou, mesmo, como nos comportamos enquanto (e dentro da) sociedade.

Vencedor recebe 10 mil euros
A MSD Portugal anuncia que o prazo limite para submissão de candidaturas à 4.ª Edição do Prémio MSD de Investigação em Saúde...

Ao vencedor é atribuído um valor de 10 000€, estando também prevista a concessão de 1 500€ a cada uma das duas menções honrosas. Criatividade, relevância para a população-alvo, estrutura, objetivo, metodologia e exequibilidade são os critérios considerados no processo de análise dos protocolos submetidos a concurso.

A Comissão de Avaliação é constituída pelos seguintes elementos: Prof.ª Doutora Catarina Resende de Oliveira, Prof.ª Doutora Emília Monteiro, Prof. Doutor Henrique Luz Rodrigues, Prof. Doutor Firmino Machado, Prof. Doutor Manuel Abecasis, Prof.ª Doutora Mariana Monteiro e o Prof. Doutor Nuno Sousa.

Por mais um ano consecutivo, a MSD Portugal pretende contribuir para a dinamização da investigação em Ciências da Saúde em Portugal, reconhecendo, através desta distinção, todo o trabalho e dedicação das equipas médico-científicas nacionais no desenvolvimento de projetos de investigação inovadores, que se distinguem pela sua qualidade e impacto real na saúde.

Desde o seu lançamento, o Prémio MSD de Investigação em Saúde já analisou mais de 250 candidaturas, submetidas por equipas e instituições científicas de todo o país.

Para consultar o regulamento do Prémio e a ficha de candidatura, visite o site do prémio.

 

Fórum Type 2 Inflammation
Com o objetivo de debater as diferentes vertentes associadas à Inflamação Tipo 2, a Sanofi realiza a 4ª edição do Fórum Type 2...

António Damásio, um dos mais importantes cientistas do mundo, irá dar início a dois dias de debate sobre a Inflamação tipo 2, abordando os mais recentes temas e desenvolvimentos no tratamento destas doenças, sob o mote “We chase the miracles of science to improve people’s lives”.

No segundo dia, Ana Rossi abordará a complexidade da inflamação tipo 2, seguindo-se a intervenção de Isabel Lourinho para falar sobre os doentes portugueses e o impacto da doença, decorrendo posteriormente um debate sobre estes temas. Da parte da manhã, a discussão será sobre asma, dermatite atópica e rinossinusite crónica com polipose nasal, com a participação de Fabio Ricciardolo, Cláudia Loureiro, Paulo Varela, Maria João Paiva Lopes, Joaquim Mullol, Luisa Azevedo e Ana Reis Ferreira. Haverá também espaço para discutir o valor económico das novas terapêuticas aprovadas em Portugal para as doenças associadas à Inflamação tipo 2 e no final uma mesa redonda com Joaquin Mullol, Fabio Ricciardolo e Stephan Weidinger, moderada por João Fonseca.

A inflamação tipo 2 presente no nosso sistema imunitário pode responder de forma excessiva perante alérgenos ou outros fatores desencadeantes. Uma resposta que tem um papel determinante nas doenças inflamatórias como a dermatite atópica e a asma; assim como para a rinossinusite crónica com polipose nasal (RSCcPN), a esofagite eosinofílica (EoE) ou algumas alergias alimentares.

As pessoas portadoras de uma doença inflamatória tipo 2 têm maior risco de conviverem com outra patologia da mesma classe e, apesar de serem normalmente diagnosticadas pela primeira vez na infância, estas doenças podem desenvolver-se em qualquer idade e afetar as pessoas durante vários anos ou até mesmo a vida toda.

“Desde a sua primeira edição que o Fórum Type 2 Inflammation tem sido um evento extremamente importante para médicos especialistas. Neste encontro de pares, é possível conhecerem as novidades sobre as doenças da inflamação tipo 2 e debaterem as suas perspetivas de futuro nesta área. A Sanofi tem uma grande aposta de investigação nesta área, tendo conseguido já este ano financiamento por parte do Infarmed de um medicamento para o tratamento de várias patologias”, afirma Tânia Rocha, Therapeutic Area Lead Immunology, da Sanofi.

 

Apresentadas 5 estratégias para aumentar a adoção dos medicamentos biossimilares nos hospitais públicos
Com base nos resultados do estudo “Determinantes, barreiras e facilitadores da utilização de medicamentos biossimilares nos...

Segundo a Presidente da direção da APOGEN, Maria do Carmo Neves, os resultados do estudo realizado pela ENSP-NOVA “são um excelente ponto de partida para continuarmos a gerar maior acesso à saúde num contexto em que existe um desfasamento entre as necessidades e a capacidade de resposta do sistema”. E acrescenta “Apesar do trabalho excecional do Infarmed para a adoção dos medicamentos biossimilares em Portugal queremos contribuir para tornar a Saúde “melhor e mais justa” hoje e para as gerações futuras. A solução passa por promover ganhos de eficiência em todo o sistema de saúde e particularmente no SNS. Os medicamentos biossimilares são uma alternativa válida para este propósito, porque promovem a concorrência e a subsequente maior acessibilidade, com impacto na sustentabilidade e no acesso, sem alterar a qualidade dos cuidados, o que os torna verdadeiramente opções terapêuticas mais custo-efetivas”.

As recomendações apresentadas por Julian Perelman, Professor Associado e Investigador da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa e coordenador do estudo focam-se em:

1. Gerir antecipadamente a comunicação e a formação dos profissionais de saúde nos hospitais do SNS sobre medicamentos biossimilares em novas áreas terapêuticas de modo a facilitar a sua adoção assim que o medicamento biossimilar esteja disponível.

2. Promover esclarecimentos e ORIENTAÇÕES pelo Ministério da Saúde à medida que vão surgindo novos medicamentos biossimilares de modo a gerar mais confiança e facilitar a sua utilização.

3. Reforçar as ações de literacia junto dos profissionais de saúde sendo prioritário partilhar evidências científicas que ajudem a superar as barreiras ainda existentes em relação aos medicamentos biossimilares.

4. Incluir na formação dos profissionais de saúde o paradigma da biossimilaridade, o papel dos medicamentos biossimilares na eficiência e sustentabilidade do SNS e acesso dos doentes aos cuidados de saúde que necessitam.

5. Reforçar o papel e a relação da Comissão de Farmácia e Terapêutica com os conselhos de administração dos hospitais do SNS.

Com o objetivo de dar um contributo aos principais decisores na área do medicamento que ajude na definição e execução de políticas de saúde, o estudo realizado pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa foi realizado em duas fases. A primeira teve como base a análise de dados quantitativos de consumo no mercado nacional e a segunda num inquérito online a todos presidentes das Comissões de Farmácia e Terapêutica (CFT), assim como a todos os diretores dos serviços farmacêuticos dos 48 hospitais do SNS (incluindo os hospitais em parceria público-privada), para avaliar as suas opiniões sobre medicamentos biossimilares, barreiras e facilitadores da sua adoção.

 

Estudo
Um estudo da Universidade de Coimbra (UC), publicado na prestigiada revista eLife, revela que nem todas as mudanças produzidas...

Conduzido por Maria Ribeiro e Miguel Castelo-Branco, investigadores do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional (CIBIT), ICNAS, e da Faculdade de Medicina da UC (FMUC), o estudo demonstra «que o cérebro mais velho apresenta uma dinâmica de atividade cerebral marcadamente diferente do cérebro jovem com uma diminuição das flutuações espontâneas de atividade neuronal, mas esta diferença não está associada a uma perda cognitiva».

«O nosso cérebro nunca para. Mesmo quando estamos em repouso, a nossa atividade cerebral mostra grandes flutuações. Períodos de grande atividade cerebral são seguidos de períodos de atividade mais baixa, alternando de uma região ou rede neuronal para outra, em constante movimento. Chamamos a esta atividade cerebral, atividade espontânea», sublinham os dois autores do estudo.

Ou seja, esclarecem Maria Ribeiro e Miguel Castelo-Branco, «com o envelhecimento, a nossa atividade cerebral espontânea tende a tornar-se mais estável. O padrão de atividade cerebral das pessoas mais velhas sugere flutuações de atividade neuronal de menor amplitude e uma redução da ativação espontânea das redes neuronais que abrangem regiões distantes do cérebro. Por outro lado, do ponto de vista comportamental, as pessoas mais velhas têm mais dificuldade em manter o desempenho constante, isto é, quando repetem a mesma tarefa ao longo do tempo as respostas são mais variáveis. Este aspeto parece estar associado a um pior desempenho cognitivo e é um preditor do declínio cognitivo e de patologia cerebral associada à demência».

Como é que a atividade cerebral mais estável nas pessoas mais velhas pode estar associada a um desempenho comportamental mais variável? Este foi o dilema abordado no estudo. Os cientistas da UC compararam os padrões de atividade cerebral de pessoas mais velhas com os padrões cerebrais de jovens adultos e estudaram a «associação entre a atividade cerebral espontânea e as respostas neuronais quando os participantes executavam tarefas cognitivas».

Foi então que observaram, explicam, «uma dissociação entre a atividade cerebral espontânea, que serve de pano de fundo para tudo o que acontece no cérebro, e a atividade cerebral que é induzida durante o desempenho cognitivo. Apesar de as pessoas mais velhas terem uma atividade cerebral espontânea menos variável, a sua atividade cerebral associada ao desempenho cognitivo mostra o mesmo nível de variabilidade dos jovens adultos».

O artigo científico pode ser consultado em: https://elifesciences.org/articles/75722.

 

 

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