Opinião
Esta é uma das principais razões pelas quais muitas dietas falham: comer por impulso sem ter fome.

O que é a fome emocional?

A fome emocional (ou fome por stress) é comer para se sentir melhor, ou seja, comer para satisfazer as necessidades emocionais, em vez de comer para saciar a fome.

Recorrer ocasionalmente à comida como estimulante, recompensa ou celebração não é considerado um comportamento negativo, mas quando comer se torna o principal mecanismo utilizado para enfrentar as emoções negativas está a entrar num ciclo em que o foco não se centra no problema ou na solução.

A fome emocional não consegue ser saciada com comida. Comer pode fazê-lo sentir-se melhor no momento, mas os sentimentos que despertaram essa necessidade continuam presentes. E de seguida poderá sentir-se ainda pior, pois poderá sentir-se com remorsos de ter ingerido calorias desnecessárias.

Não importa o quão impotente se sinta em relação à comida ou aos seus sentimentos, é possível mudar positivamente. Pode encontrar maneiras saudáveis de gerir as suas emoções, aprender a alimentar-se de forma consciente, recuperar o controlo sobre o seu peso e, finalmente, parar de comer emocionalmente.

Diferenças entre fome emocional e fome física

A fome emocional pode ser facilmente confundida com fome física. No entanto, existem vários indícios que podem ajudá-lo a distinguir a fome física e da fome emocional.

A fome emocional surge de repente e parece ser esmagadora e urgente. A fome física aparece gradualmente. O impulso para comer não aparenta ser desejo nem exige a satisfação imediata, a não ser que já não coma há muitas horas.

A fome emocional causa desejo por alimentos específicos. Quando está com fome física quase tudo lhe soa bem, até mesmo alimentos saudáveis como vegetais. A fome emocional cria um desejo por comida processada ou snacks açucarados que providenciam uma satisfação imediata.

A fome emocional leva a comer de forma inconsciente. Antes de se aperceber, já devorou um pacote de batatas ou uma gulosice qualquer. Quando come em resposta à fome física está mais ciente do que ingere.

A fome emocional não é saciada mesmo quando está cheio. Quer mais e mais até se sentir maldisposto de tanto comer. A fome física não exige que esteja cheio. Sente-se satisfeito quando o estômago está cheio.

A fome emocional não está localizada no estômago. Em vez de ouvir a barriga a roncar ou de sentir uma pontada no estômago, sente que a sua fome é como um desejo, focado em sabores e cheiros, que não lhe saem da cabeça.

A fome emocional leva muitas vezes ao sentimento de arrependimento, culpa ou vergonha. Quando come para satisfazer a fome física, não se sente culpado ou envergonhado porque está simplesmente a responder às necessidades do seu corpo. Se se sentir culpado após ter comido é provável que saiba que no fundo não está a comer por motivos de necessidade nutricional.

O que desencadeia a fome emocional?

Que situações, locais ou sentimentos o fazem procurar conforto na comida? A maioria da fome emocional está ligada a sentimentos negativos, mas esta também pode ser desencadeada por emoções positivas, tal como recompensar-se por atingir um objetivo ou comemorar alguma data ou acontecimento especial. As causas mais comuns da fome emocional são:

  • Suprimir emoções – Comer pode ser uma forma de silenciar ou suprimir temporariamente emoções desconfortáveis, como raiva, medo, tristeza, ansiedade, solidão, ressentimento e vergonha. Enquanto se entope de comida, consegue ignorar as emoções negativas que preferiria não sentir.
  • Tédio ou solidão – Já comeu só para se entreter, para aliviar o tédio ou como forma de preencher um vazio na sua vida? No momento, isso enche-o e distrai-o de sentimentos subjacentes à falta de propósito e insatisfação com a vida.
  • Hábitos na infância – Pense nas memórias de infância que tem relacionadas com a comida. Recompensavam-no com gelados, pizzas ou doces quando alcançava um objetivo ou quando se sentia triste? Esses hábitos podem muitas vezes passar para a idade adulta.
  • Influências sociais – Reunir-se para uma refeição ou um evento social é uma ótima forma de aliviar o stress, no entanto também leva a excessos. É mais comum exagerar no que come quando está em grupo só porque há muita comida ou porque todos estão a comer e não quer ficar de parte.
  • Stress – Já percebeu que o stress o deixa com fome? Não é apenas psicológico. Quando o stress é crónico, como acontece muitas vezes com um dia-a-dia acelerado e caótico, o corpo produz altos níveis de hormonas do stress, o cortisol. O cortisol desencadeia o desejo por salgados, doces e fritos, alimentos que proporcionam uma explosão de energia e prazer. Quanto mais stress tiver na sua vida, maior será a probabilidade de recorrer à comida para obter alívio emocional.

Como ceder às tentações?

A fome emocional tende a ser automática e praticamente inconsciente. Antes de se aperceber, já devorou uma taça de gelado ou um pacote de batatas fritas, mas se puder parar e refletir quando sentir um desejo terá oportunidade de tomar uma decisão diferente. Pense: posso adiar por cinco minutos? Ou então comece por esperar um minuto. Não diga a si mesmo que não pode ceder ao desejo, apenas diga: espera mais um pouco. Enquanto espera, pense e questione-se: como é que me sinto emocionalmente? O que aconteceu para me sentir assim? Mesmo que acabe por comer entenderá melhor qual foi o motivo e isso pode ajudá-lo a se preparar para uma resposta diferente da próxima vez.

Aprenda a aceitar os seus sentimentos

Embora possa parecer que o problema central seja a sua impotência em relação à comida, a fome emocional na verdade resulta do sentimento de se sentir impotente perante as suas emoções. Não se sente capaz de lidar com os seus sentimentos de frente, então evita-os com a comida.

Permitir-se sentir emoções desconfortáveis pode ser assustador, mas na verdade, quando não ficamos obcecados ou reprimimos as nossas emoções, até os sentimentos mais dolorosos e difíceis desaparecem relativamente rápido e perdem o poder de controlar a nossa atenção. Para fazer isso, precisa de tomar consciência e aprender a manter-se conectado à sua experiência emocional em todos os momentos. Isto pode ajudá-lo a controlar o stress e resolver problemas emocionais que geralmente desencadeiam fome emocional.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Hoje na Fundação Calouste Gulbenkian
Os Prémios Maratona da Saúde de Investigação em Doenças Infecciosas, financiados pela sociedade civil no valor total de 40 mil...

Os “Prémios Maratona da Saúde em Investigação Biomédica” relativos à 8.ª Edição dedicada às Doenças Infeciosas têm como objetivo promover a investigação científica em Portugal no sentido de encontrar soluções terapêuticas inovadoras para as doenças infeciosas. O financiamento destes prémios, no valor total de 40 mil euros, resultou maioritariamente dos donativos angariados durante o espetáculo televisivo da Maratona da Saúde, realizado em parceria com a RTP e com a Fundação Altice Portugal em outubro de 2021, bem como de outros apoios da sociedade civil. Nesta 8.ª edição dedicada à investigação em Doenças Infecciosas, a Janssen Portugal manteve-se como um dos parceiros principais da Maratona da Saúde e tem o seu nome associado a um dos Prémios.

Estes Prémios foram atribuídos a Luísa Peixe (Premio Maratona da Saúde | Janssen Categoria Sénior), da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, e a Pedro Pereira do ITQB NOVA (Categoria Júnior), em parceria com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). As passadas edições foram dedicadas ao Cancro (2 edições), Diabetes, Doenças Neurodegenerativas, Doenças Cardiovasculares, Doenças Autoimunes e Alergias e Doenças Raras e já permitiram financiar 19 cientistas num total de 420 mil euros.

A presente edição distinguiu também 3 Menções Honrosas a cientistas que desenvolvem o seu trabalho nesta área: Cristina Cunha do ICVS - Universidade do Minho, Katharina Willmann do Instituto Gulbenkian de Ciência e Manuela Ferreira da Universidade de Coimbra.

O Seminário Final da Maratona da Saúde marca o final da atividade desta instituição que durante uma década dedicou o seu trabalho a trazer esperança através da investigação científica na área da biomedicina e será uma oportunidade para celebrar os 10 anos do projeto Maratona da Saúde. Este evento contará com um painel de discussão com a participação dos premiados da Maratona da Saúde e testemunhos de casos de vida e com intervenções finais de Dra. Maria de Belém Roseira, Professor António Coutinho, Dr. Nicolau Santos, Dr. Alexandre Fonseca, Dr. Manuel Schmidt, Professor Diogo Lucena e Dra. Conceição Zagalo.

Este projeto só foi possível graças ao apoio de todas as entidades que se associaram à Maratona da Saúde, entre as quais a RTP, a Fundação Altice Portugal, o Instituto Gulbenkian de Ciência, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, a Creative Minds, a Cev Fiscalidade, a Vieira de Almeida, a Saúde CUF, a Janssen, a Fundação la Caixa, a Sonae, o Município de Oeiras, entre outras,  e várias Instituições científicas e de saúde, associações de doentes e sociedades médicas, assim como com o alto patrocínio da Presidência da República para várias edições do Dia Solidário da Maratona da Saúde.

Ciclo de Conferências em Biotecnologia
Três temas, três oradores, em três horas. Nos dias 3, 10 e 17 de novembro, às 19 horas, a Escola Superior de Biotecnologia da...

Sob o tema “Vacinas para bactérias intestinais associadas com o espetro do autismo em crianças”, a primeira Conferência em Biotecnologia realizar-se-á a 3 de novembro, às 19 horas. O orador será Mário Monteiro, da Universidade de Guelph (Canadá), distinguido com o Prémio de Inovação, pela mesma instituição onde leciona, pelo seu contributo no desenvolvimento da vacina contra a bactéria intestinal Clostridium difficile. Marta Silvestre, docente na Universidade Nova Medical School, será a oradora da segunda Conferência em Biotecnologia, que se realiza a 10 de novembro, às 19 horas, sob o tema “Prevenção e tratamento da Diabetes”.“Time is what your brain makes of it” é o tema da terceira Conferência que contará com a presença de Joe Paton, diretor do programa de neurociências da Fundação Champalimaud. A última Conferência em Biotecnologia de 2022 irá realizar-se a 17 de novembro, às 19 horas.

“No Ciclo de Conferências em Biotecnologia, que se realiza anualmente, procuramos explorar a relevância da Biotecnologia nas descobertas e avanços em todas as áreas científicas,” salienta Paula Castro, diretora da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa no Porto.

Para mais informações e inscrição visite:

https://esb.ucp.pt/pt-pt/sobre/comunidade/conferencias-em-biotecnologia

 

Movimento europeu sobre as Demências
No decorrer da reunião geral anual da Alzheimer Europe, que teve lugar no passado dia 17 de outubro, foi eleita a Direção para...

“É com muito orgulho e sentido de responsabilidade que assumo o cargo de Presidente da Direção da Alzheimer Europe. Há muito que somos membro efetivo da Alzheimer Europe. O nosso principal objetivo é ouvir a voz das Pessoas com Demência tendo em vista conquistar uma sociedade que verdadeiramente as integre e respeite os seus Direitos”, afirma a recém-eleita Presidente da Direção.

As prioridades da Alzheimer Europe, “com as quais a Alzheimer Portugal se identifica em absoluto, são ouvir e fazer ouvir a voz das Pessoas com Demência no sentido de criar uma sociedade que verdadeiramente integre estas Pessoas e reconheça os seus Direitos. Existe desde 2012 o Grupo Europeu de Trabalho de Pessoas com Demência através do qual os seus membros discutem os assuntos que lhes interessam, tomam posições e participam em diversas iniciativas. Dão, por exemplo o seu testemunho como oradores nas conferências da Alzheimer Europe. Na Investigação transmitem as suas prioridades. O Presidente deste Grupo (Chris Roberts) é, por inerência, membro da Direção da Alzheimer Europe”.

Por outro lado, “transformar as Demências numa prioridade Europeia, desenvolvendo trabalho junto das instituições europeias para que o tema não deixe de constar das agendas dos deputados e comissários; promover uma abordagem das Demências centrada nos Direitos Fundamentais; apoiar a Investigação nas Demências e reforçar o movimento Europeu sobre as Demências”.  

Manuela Morais, Presidente da Direção da Associação, afirma que “a Alzheimer Portugal está, muitíssimo orgulhosa com esta eleição e felicita a sua Vice-Presidente de Direção, reconhecendo a sua indiscutível competência para o desempenho destas novas e prestigiantes funções”.

 

Pfizer Talks: “Vamos falar de Saúde Mental”
A Pfizer Portugal lança agora a 5ª temporada das Pfizer Talks, um programa de conversas informais com figuras incontornáveis da...

A nova temporada aborda um tema atual e premente, a Saúde Mental. O objetivo desta temporada é o de discutir a saúde mental, procurando informar com consciência e sensibilidade, numa abordagem que atravessa vários quadrantes da nossa vida em sociedade.

E sabemos que há muitos fatores que podem influenciar a nossa saúde mental, fatores tão diversos como o ambiente, o modo como falamos e nos relacionamos com o outro, até o barulho que temos ao nosso redor ou a comida que ingerimos. E também sabemos que a saúde mental é um tema caro a todos sem exceção, carenciados e privilegiados, crianças, adultos e séniores, doentes e saudáveis.

O primeiro episódio estreia já esta semana, com o convidado Francisco Miranda Rodrigues, Bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses, que partilha o seu conhecimento e a sua perspetiva sobre um tema ainda pouco discutido, o Burnout.

“Atualmente, cada vez mais, as empresas estão a recorrer a serviços de psicólogos para os seus trabalhadores. Isso é positivo, sem dúvida, mas se ao mesmo tempo mantiverem as práticas de base que levam as pessoas a procurar ajuda, o ciclo nunca termina e a situação torna-se insustentável, obrigando a pessoa a sair dessa organização.”, explica Francisco Miranda Rodrigues, Bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses.

Os episódios da 5ª temporada das Pfizer Talks serão disponibilizados semanalmente através do Youtube e redes sociais da Pfizer Portugal. Esta nova temporada encontra-se também disponível em formato de Podcast.

 

“NO Stress: A viagem que não acaba"
O Projeto NO Stress é um projeto inovador promovido pelas Irmãs Hospitaleiras e cofinanciado pela Direção-Geral de Saúde (DGS),...

“Ao longo do ano letivo 2021/2022 foi desenvolvida uma intervenção especializada em saúde mental junto de cerca de 480 crianças e adolescentes e seus familiares/encarregados de educação e profissionais da comunidade educativa de escolas nos concelhos de Condeixa-a-Nova, Sintra, e Arronches e Monforte. Procurou-se, com esta intervenção, aumentar o conhecimento sobre os sentimentos e pensamentos negativos associados à pandemia COVID-19 e promover a autorregulação das emoções e a esperança, garantindo a aquisição de estratégias preventivas”, revela o comunicado.

Este evento, que dá a conhecer melhor o projeto NO STRESS, a metodologia de intervenção implementada e os seus resultados, vai contar com a presença de Carla Costa, da Fundação Bento Menni, que irá apresentar algumas estratégias de promoção da literacia em saúde mental junto de crianças e adolescentes e do enfermeiro André Maravilha que irá falar sobre “O equilíbrio no inevitável mundo digital”.

Poderá encontrar mais informações sobre o Projeto NO STRESS em: No Stress – Projeto No-Stress

 

Investigação colaborativa
O Grupo farmacêutico português, Pantest, e a Fundação/Universidade Fernando Pessoa, através do seu Hospital-Escola, assinaram,...

No âmbito deste protocolo, o grupo Pantest irá equipar um laboratório de investigação, no Hospital-Escola Fernando Pessoa, com tecnologia de ponta, destinado a explorar uma nova área de investigação científica, validação internacional de meios de diagnóstico e ensaios clínicos.

Esta parceria concretiza um objetivo de ligação direta entre a empresa e a comunidade académica e científica, com o objetivo de desenvolver investigação colaborativa, que potencie o valor económico e social do conhecimento.

A CEO da Pantest, Catarina de Almeida, refere que: “A celebração deste protocolo é um passo de gigante para o nosso grupo, já que exploraremos uma nova área de prestação de serviços totalmente diferenciados e com uma oferta única no mercado português, sempre aliado à investigação científica mais moderna feita nesta universidade. O projeto terá 3 vertentes distintas e orgulha-nos muito sermos parceiros desta honrada instituição e termos dentro dela um laboratório, promovendo a investigação científica nacional”.

Para Rúben Fernandes, Professor Catedrático da Universidade Fernando Pessoa e Coordenador do novo Laboratório no Hospital-Escola: “é muito importante termos empresas como a Pantest a apostarem em I&D, no País, e nós temos todo o empenhamento e toda a honra em ajudar este projeto a ir para a frente.”

Por seu turno, o Presidente da Fundação Fernando Pessoa, entidade instituidora da Universidade Fernando Pessoa e do Hospital-Escola Fernando Pessoa, Salvato Trigo, afirma que “a Fundação tem muito gosto em subscrever este protocolo com o Grupo Pantest e, deste modo, associar o Hospital-Escola da Universidade à melhor investigação científica que está a ser desenvolvida no domínio da biotecnologia médica.”

A sessão de assinatura do protocolo contou com a presença da CEO do Grupo Pantest, Catarina de Almeida; da Coordenadora do projeto, Susana Almeida; do Coordenador do novo Laboratório do Hospital-Escola Fernando Pessoa, Ruben Fernandes; e do Presidente da Fundação Fernando Pessoa, Salvato Trigo.

 

 

Cerimónia realizou-se a 21 de outubro
O projeto WALKINGPad, programa educacional direcionado para pessoas com doença vascular arterial periférica (DAP), foi o...

O projeto é constituído por uma aplicação, a App WalkingPad, associada a uma plataforma web, que disponibiliza ferramentas para a prescrição e supervisão do exercício físico terapêutico. Com a adoção de uma abordagem global e multidisciplinar, esta app inclui interação direta e remota com o doente, promove a literacia em saúde e implementa uma intervenção motivacional e de mudança comportamental.

A WalkingPad demostra que este programa de exercício físico, realizado num ambiente familiar, é uma opção acessível e replicável noutras áreas da saúde, sendo de custo reduzido e com uma alta eficácia, com impacto significativo na qualidade de vida destes doentes.

A Doença Arterial Periférica (DAP) é uma doença cardiovascular crónica, prevalente e incapacitante, caracterizada por uma diminuição do fluxo sanguíneo para as artérias periféricas devido à aterosclerose. A DAP tem uma prevalência entre 4% e 8% na Europa Ocidental, sendo inicialmente assintomática, subdiagnosticada e subtratada. Somente 20 a 30% dos doentes apresentam sintomas compatíveis com o diagnóstico.

Destaque ainda para a primeira menção honrosa para o projeto “Centro de Respostas Sociais e de Saúde – uma parceria entre a ACES Almada-Seixal, Câmara Municipal de Almada, Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT) e Hospital Garcia da Orta (HGO). Este projeto permite melhorar o acesso à saúde das populações mais vulneráveis às infeções por VIH, hepatites virais, e outras infeções sexualmente transmissíveis (IST) e Tuberculose, através da oferta de rastreios gratuitos, incluindo referenciação hospitalar para os casos reativos. Além disso, garante um atendimento e acompanhamento psicossocial a pessoas que vivem em situação de carência e desigualdade social e/ou económica.

A segunda menção honrosa foi atribuída à App SNS 24, desenvolvida pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS). Trata-se de uma aplicação móvel que disponibiliza um conjunto de informações e serviços ao utente, assegurando uma maior equidade no acesso a dados de saúde e permitindo uma desmaterialização de processos do sistema de saúde.

“Estamos muito satisfeitos com a qualidade dos projetos candidatos. Este prémio, bem como as menções honrosas, visam destacar e reconhecer o que de melhor se faz na área da qualidade dos serviços de saúde prestados aos utentes.”, afirma Xavier Barreto, presidente da APAH.

De acordo com Antonio Della Croce, diretor-geral da AbbVie, “esta iniciativa reforça o nosso compromisso com foco na inovação, na ciência e na sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde. Estes projetos devem servir de inspiração e estimular a ousadia em inovar e desenvolver programas e ferramentas capazes de fazer a diferença na qualidade de vida dos doentes”.

A cerimónia da 9.ª edição do Prémio Healthcare Excellence realizou-se na passada sexta-feira, dia 21 de outubro, no Hotel EuroStars Oasis Plaza, na Figueira da Foz, integrada na 11ª Conferência de Valor: “Hospital Verde e Sustentabilidade”.

 

 

Quercetina, Curcumina e vitamina D3
A ingestão diária do novo suplemento alimentar à base de Quercetina (65 mg), Curcumina (42 mg) e Vitamina D3 (2,2 μg), durante...

Um novo estudo sobre a eficácia de um suplemento alimentar belga à base de Quercetina (65 mg), Curcumina (42 mg) e Vitamina D3 (2,2 μg) contra o COVID-19, foi recentemente publicado na Frontiers in Pharmacology, uma das principais revistas científicas neste domínio. O estudo tem por base um ensaio clínico aleatório, conduzido pelo Departamento de Medicina da King Edward Medical University de Lahore, Paquistão, sob a supervisão de Amjad Khan, DPhil, M. Sc (Oxford) e co investigador do estudo. Amjad Khan é investigador visitante no INEOS Oxford Institute for Antimicrobial Research, and Nuffield Division of Clinical and Laboratory Sciences, do Radcliffe Department of Medicine da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
 
O novo ensaio clínico comparou os resultados apresentados por um grupo de pacientes submetidos ao tratamento standard (SOC) do COVID-19 em conjugação com este suplemento alimentar face a outro grupo que foi tratado apenas com o SOC. O ensaio clínico incluiu apenas pacientes em regime ambulatório e diagnosticados com COVID-19 em fase inicial, com sintomas leves a moderados, confirmados por testes RT-PCR. Recorde-se que o tratamento standard inclui paracetamol e/ou um antibiótico (azitromicina). Os pacientes incluídos no grupo tomaram duas cápsulas deste complemento alimentar, duas vezes por dia, durante 14 dias. Os pacientes de ambos os grupos receberam o mesmo SOC.
 
O ensaio clínico aleatório envolveu 50 pacientes, 25 por cada grupo de tratamento. Os pacientes a quem foi ministrado o suplemento em conjunto com o tratamento standard apresentaram uma resposta negativa mais rápida ao teste nasofaríngeo SARS-CoV-2 RT-PCR ao sétimo dia, i.e. 15 (60%) versus 5 (20%) do outro grupo, p = 0,009.

Por outro lado, os sintomas agudos associados ao COVID-19 foram resolvidos mais rapidamente no grupo a quem foi ministrado o suplemento ao sétimo dia, i.e.15 (60%) versus 10 (40%) no grupo que se submeteu apenas ao tratamento standard.
 
Por seu turno, os pacientes do grupo a quem foi ministrado o suplemento apresentaram uma diminuição significativamente mais elevada dos níveis de PCR ao sétimo dia, com uma média de 34,0 a 11 mg/dL e por comparação com o grupo que não tomou o suplemento, 36,0 a 22,0 mg/dL, p = 0,006.
 
Os resultados obtidos concluem igualmente que o tratamento adjuvante com este suplemento é seguro e que foi bem tolerado pela totalidade dos 25 pacientes envolvidos neste novo estudo. Não foram reportados quaisquer efeitos secundários, complicações ou/e eventos adversos graves.
 
A quercetina e a curcumina são dois polifenóis naturais amplamente estudados, que possuem efeitos farmacológicos antivirais, anti-inflamatórios e antioxidantes de largo espectro. A vitamina D3 é reconhecida por desempenhar um papel fundamental no fortalecimento da imunidade inata, na capacidade de modular a resposta imunitária adaptativa e contribui para diminuir a libertação de substâncias pró inflamatórias.
 
A inibição da replicação viral da SARS-CoV-2 e a modulação simultânea da resposta à inflamação intensa na fase inicial da infeção COVID-19, são consideradas essenciais para uma recuperação rápida e para a prevenção da evolução da doença para uma fase mais aguda e severa. Tanto a quercetina, como a curcumina já demonstraram a sua capacidade de inibirem os coronavírus em ensaios in vitro. Mais recentemente, demonstraram igualmente atividade inibidora do SARS-CoV-2.
 
"A combinação da quercetina, com a curcumina e a vitamina D3 constitui um adjuvante seguro e cientificamente comprovado no tratamento do COVID-19 na fase inicial. Os resultados obtidos são muito encorajadores e provavelmente devido à eficácia sinérgica dos mecanismos imunomoduladores, antioxidantes, anti-inflamatórios e antivirais da quercetina, da curcumina e da vitamina D3,” declara Amjad Khan.
 
A utilização de tratamentos imunomoduladores/anti-inflamatórios em pacientes clinicamente vulneráveis ao COVID-19, incluindo nos que apresentam condições de saúde subjacentes ou que são imunodeprimidos, pode igualmente resultar em imunossupressão, podendo aumentar os riscos de desenvolver infeções bacterianas ou fúngicas secundárias e, consequentemente, a progressão para doenças mais graves.
 
Pelo contrário, a quercetina, a curcumina e vitamina D3 não têm efeitos imunossupressores. A quercetina e a curcumina são consideradas agentes seguros e receberam o estatuto de FDA GRASS (Geralmente Reconhecido como Seguro) para uso humano em produtos dietéticos, o que permite a sua utilização em suplementos alimentares destinados aos seres humanos. Em conjugação com o tratamento standard, a utilização deste suplemento alimentar como adjuvante pode contribuir para a recuperação mais rápida das infeções por COVID-19 com sintomas leves a moderados, facilitando a eliminação precoce da infeção viral SARS-CoV-2 e a modulação da resposta imunitária.

“Se não existissem testes laboratoriais como teria corrido a pandemia?”
Vai decorrer, nos dias 28 e 29 de outubro, no Centro de Congressos de São Rafael, em Albufeira, o VIII Congresso da Associação...

Este congresso decorre num momento em que é impossível não ressaltar o papel fundamental do laboratório com o reforço e esforço que existiram durante os dois últimos anos, no contexto de pandemia. “Se não existissem testes laboratoriais como teria corrido a pandemia?” questiona Manuel Carvalho, presidente da comissão científica do congresso. “Conseguimos identificar, isolar e acompanhar a doença a par e passo. Já trabalho há muitos anos nesta atividade e tenho verificado que o laboratório passou de um papel de documentação de uma doença para a sua identificação, algo que é completamente diferente na perspetiva da sua importância no diagnóstico e acompanhamento das doenças”, reforça o patologista clínico.

O especialista destaca ainda o impacto do diagnóstico laboratorial nas decisões clínicas o que torna fundamental promover a análise e discussão deste papel entre todos os profissionais da área da Medicina Laboratorial - “neste momento, mais de 70% das decisões clínicas são apoiadas em diagnóstico laboratorial o que se deve a um desenvolvimento científico e organização dos laboratórios no sentido de dar uma resposta eficaz (exata e atempada)”.

Quanto às expetativas para o VIII Congresso, para Nuno Saraiva, presidente da ANL, este deve ser um momento no qual “devemos aproveitar para estarmos juntos e alegrarmo-nos por sermos um ator importante na Sociedade. Sempre o fomos. Mas se dúvidas existissem, a questão da pandemia exacerbou o que é óbvio e que muitas vezes não se vê. Orgulho-me muito das empresas associadas, sobretudo de todo o pessoal que lá trabalha. Todos tiveram uma postura e uma resposta exemplares nestes dois anos de pandemia e acho que esse é um motivo de orgulho e de celebração”. Para o representante da ANL, é fundamental uma desmistificação sobre os papéis do setor público e privado e da discussão sobre a primazia de um face ao outro, pois “ambos são essenciais para o bom funcionamento do setor e ambos devem complementar-se – a pandemia foi, precisamente, um exemplo dessa complementaridade. A pandemia ajudou a clarificar a importância do setor privado”.

Apesar de ter sido delineado antes da pandemia, uma vez que este congresso se ia realizar-se em 2020, o programa foi adaptado para incluir também o debate sobre a COVID-19. Embora este não seja o tema central, não podem ser ignoradas as mudanças que a pandemia exigiu à Medicina Laboratorial – “no laboratório tivemos de adaptar procedimentos e métodos às necessidades de uma resposta à população e também nos conseguimos organizar do ponto de vista de saúde pública. Estamos na altura de olhar e analisar este caminho”, refere Manuel Carvalho.

Consulte AQUI o programa do VIII Congresso da ANL.

Outubro
Em outubro, o MAR Shopping Algarve vai assinalar o Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama, no dia 30, com uma ação de...

No MAR Shopping Algarve a ação decorrerá no dia 30, junto à Farmácia e Clínica HPA (piso 0). No MAR Shopping Matosinhos envolverá todo o fim de semana, 29 e 30 de outubro, e terá lugar no piso -1, junto à REFOOD. Ambas as ações se realizam entre 11h00 e as 18h00 e o acesso funcionará por ordem de chegada.

Com esta iniciativa, o MAR Shopping Algarve volta a associar-se às celebrações do mês rosa, dedicado à prevenção do cancro da mama, uma doença que, segundo a Liga Portuguesa contra o Cancro, tem uma taxa de sobrevivência em Portugal superior a 90% se detetada e tratada precocemente. Em parceria com a  Associação Oncológica do Algarve, instituição sem fins lucrativos de apoio ao doente oncológico, realiza este despiste com vista à sensibilização da comunidade para a importância do autoexame da mama. Na ação, será usada uma prótese para uma explicação mais prática.

Rastreios ao desenvolvimento infantil no MAR Shopping Matosinhos

Em pediatria, desenvolvimento infantil refere-se a um número muito vasto de competências que permite às crianças interagir, aprender e explorar o que a rodeia e a adaptar-se a esse meio envolvente. Entre os sinais de que algo no seu desenvolvimento poderá estar abaixo do que é esperado para a devida faixa etária poderão estar as dificuldades associadas à interação social não só com os pares, mas também com os adultos, à comunicação (olhar, apontar, …), às questões da aprendizagem, assim como às questões socioemocionais, comportamentais, sensoriais e motoras.

Por exemplo: não manter o contacto ocular com o outro, não responder ao nome, não emitir sons, a hipotonia (músculos fracos e postura descaída), não conseguir andar sozinha até aos 15 meses, não conseguir articular mais de duas palavras para formar uma frase aos 28 meses e não controlar os esfíncteres até aos cinco anos.

No entanto, o diagnóstico não é fácil. Consequentemente, poderá existir um atraso no apoio essencial às famílias. Procurar ajuda especializada de forma precoce assegura um melhor prognóstico e uma melhor qualidade de vida.

O rastreio ao desenvolvimento infantil, que o MAR Shopping Matosinhos irá receber, avaliará eventuais dificuldades por profissionais especializados no Desenvolvimento, nas áreas da comunicação e linguagem, motricidade fina e global, assim como nas questões relacionadas com o foro psicológico das crianças com idades entre um e 17 anos. A ação ficará a cargo do O2a – Centro Desenvolvimento e Terapia, que procura dar resposta a variadas problemáticas do Desenvolvimento, como por exemplo a Perturbação do Espectro do Autismo (PEA), Medos ou Fobias, Dificuldades de Aprendizagem, Perturbações de Ansiedade, Gaguez, Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA), Seletividade Alimentar e questões Sensoriais.

A agenda de rastreios manter-se-á até ao fim do ano estará disponível e sempre atualizada no website dos meeting places MAR Shopping – www.marshopping.com.

1º Integrated Care Award (ICA)
No decorrer do II Encontro Nacional de Integração de Cuidados - 24 e 25 de novembro - será atribuído o 1º Integrated Care Award...

Este prémio tem o objetivo de destacar projetos inspiradores, que utilizem uma abordagem holística na resposta que dão às necessidades dos doentes, assim como, promover o surgimento de outros projetos como estes.

“Acreditamos que desta forma estamos a apoiar as equipas e os profissionais a serem expostos a exemplos de boas práticas, que podem ser úteis para gerar novos projetos no nosso país.” - defende Rui Cortes, CEO Lean Health Portugal.

O aumento da esperança média de vida transformou os cuidados integrados e multidisciplinares num tema central da atualidade. Este aumento tem como consequência o crescente número de pessoas com múltiplas comorbilidades, cuja incidência aumenta exponencialmente.

"Atualmente há a necessidade de aprender a viver com uma ou mais doenças crónicas, sendo que muitas dessas pessoas precisam de apoio das instituições de saúde, mas também das sociais. São situações complexas que levam a uma maior utilização de todos recursos, em todos os níveis de cuidados, colocando em causa a organização tradicional do SNS.” explica a Dra. Adelaide Belo, Presidente da PAFIC.

Neste cenário, é cada vez mais evidente a necessidade de pensar a reorganização dos serviços para uma abordagem mais integrada e centrada nas verdadeiras necessidades destas pessoas e dos seus cuidadores. Uma visão parcelar dos cuidados de saúde primários, de hospitais ou sector social, já não é suficiente para solucionar estas questões da saúde.

O II Encontro Nacional de Integração de Cuidados tem como objetivo refletir sobre o impacto das Doenças Crónicas nas pessoas, famílias, sociedade e sistema de saúde, através de um debate construtivo, incluindo profissionais de saúde, área social e comunitária, cuidadores e pessoas com doença crónica.

 

29 de outubro
No âmbito da sua estratégia de apoio à formação, a Alfasigma vai promover uma sessão científica denominada SOLV@ (SOLutions for...

O programa será preenchido por várias sessões, iniciando-se com as novidades na área da fisiopatologia vascular, o impacto das comorbilidades vasculares nas doenças venosas e no risco trombótico, ao nível das diferentes condições clínicas em ambiente ambulatório. Também serão abordados tópicos como a estratificação de risco dos doentes com doença arterial dos membros inferiores e a consequente decisão clínica, e as microangiopatias diabéticas.

Esta sessão de formação acreditada poderá ser acompanhada online, sendo que contará com a participação de inúmeros palestrantes internacionais, nomeadamente o Prof. A. Nicolaides (Chipre), o Prf. J.D. Raffetto (EUA), o Prof. J. Matuska (República Checa), entre muitos outros oradores convidados. 

O evento irá decorrer em inglês e todas as sessões serão gravadas, ficando, posteriormente, disponíveis para acesso, mediante registo prévio e obrigatório.

 

Miocardiopatia Amiloide por Transtirretina (ATTR-CM)
Rara, mas particularmente grave – uma vez diagnosticada, apresenta uma esperança média de vida de três anos e meio – a...

Pelo prognóstico e pelas estimativas de esperança média de vida, passar a viver com um diagnóstico de ATTR-CM será sempre um processo complicado. Para assinalar o Dia Mundial da Amiloidose, reforçamos a importância do diagnóstico precoce de doenças como a ATTR-CM (Miocardiopatia Amiloide por Transtirretina). Detetar e identificar a doença numa fase inicial permitir-nos-á fazer uma melhor gestão da doença, adotar a terapêutica mais adequada e assegurar a qualidade da sobrevida.  

Apesar de ser rara, a ATTR-CM é uma doença muito grave. A partir de determinada idade, devemos estar particularmente atentos a sinais e sintomas, e garantir que cumprimos escrupulosamente o calendário clínico e as consultas médicas.  Só assim poderemos detetar esta e outras doenças, e avançar imediatamente para a sua gestão.

Neste dia Mundial da Amiloidose lembramos, também, que é possível conviver com qualidade, com esta doença. O recurso ao apoio dos pares e dos profissionais de saúde pode revelar-se fundamental para a controlar. A partilha de conhecimento, de experiências e a relação com quem se especializou na área ou se encontra numa situação semelhante são, na esmagadora maioria dos casos, um importante pilar na gestão do quotidiano do doente. Não se isole.

O que é a ATTR-CM?

A Miocardiopatia Amiloide por Transtirretina (ATTR-CM) é considerada uma doença rara, mas potencialmente fatal: estima-se que depois de diagnosticada, o paciente possa ter uma sobrevida de apenas três anos e meio. No entanto, tudo dependerá do estadio da doença e das opções de tratamento.

A doença surge na sequência da acumulação de proteínas desnaturadas no coração e no organismo e divide-se em dois tipos: wild type (também conhecida como Amiloidose Cardíaca Senil) e hereditária. No caso da wild type, a doença é idiopática, ou seja, a sua causa é desconhecida. É especialmente incidente entre os homens caucasianos, sobretudo entre os que sofrem de insuficiência cardíaca ou de arritmias como a fibrilhação auricular, ou que apresentam um histórico de síndrome do túnel cárpico bilateral. Tendencialmente, começa a manifestar-se a partir dos 60 anos.

Já os sintomas da ATTR-CM hereditária, têm tendência a começar um pouco mais cedo, geralmente entre os 50 e os 60 anos. Tem a mesma incidência em pessoas do sexo masculino ou feminino e está associada a insuficiência cardíaca, sintomas neurológicos (periférico e autónomo) e/ou gastrointestinais, e a história clínica de síndrome do túnel cárpico bilateral.

Sinais de que pode sofrer de ATTR-CM

Porque afeta o coração, a ATTR-CM apresenta, na maioria dos casos, sintomas e sinais de insuficiência cardíaca. Cansaço extremo, dificuldade em respirar, taquicardia constante, inchaço nas pernas ou no abdómen, aumento da frequência e necessidade de urinar à noite, tonturas, desmaios ou aumento de peso, são bastante comuns neste quadro. Podem também surgir outros sintomas causados pelo depósito de fibras amiloides no corpo, como é o caso de problemas oculares (ex: Glaucoma), rotura do tendão bícipe sem que tenha havido trauma, problemas gastrointestinais (ex: diarreia, obstipação, náuseas ou saciedade precoce), necessidade de substituição da articulação da anca e/ou joelho, síndrome do canal cárpico bilateral (dormência, formigueiro e dor nos dedos), estenose da coluna lombar (dor ou dormência na parte inferior das costas e nas pernas devido a estreitamento do canal vertebral), neuropatia periférica (sensação diminuída ou de formigueiro ou dor nos pés ou dedos dos pés) ou arritmia.

Como se chega ao diagnóstico?

O diagnóstico de ATTR-CM pode ser suspeitado pela clínica (sintomas e sinais) e perante certos achados no electrocardiograma (ECG), ecocardiograma, ou ressonância magnética (RM) cardíaca; e pode ser confirmado pelo recurso a cintigrafia óssea [a qual pode confirmar a presença da proteína transtirretina (TTR) no coração]. O teste genético é fundamental para definir se a origem é hereditária ou não. Análises  de sangue e urina serão importantes durante a avaliação do doente pois permitirão também excluir outras causas de amiloidose. Por fim não podemos esquecer que pode ser necessária a realização de biópsia para confirmar a presença de substância amilóide no coração. A maioria destes exames (nomeadamente ECG, ecocardiograma, cintigrafia óssea DPD e análises ao sangue e urina para excluir outras formas de amiloidose, nomeadamente amiloidose a cadeias leves)  podem ser prescritos pelo médico de família e podem confirmar uma suspeita diagnóstica de ATTR-CM. No entanto, se os testes forem negativos e a suspeita clínica permanecer, o doente deve ser encaminhado para um Centro de Referência da doença, bem como em caso de se confirmar o diagnóstico.

27 de outubro
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) e o Observador, com o apoio da Gilead, juntam-se para abordar o futuro da...

A primeira parte será marcada pela exibição de um documentário sobre as CAR-T em Portugal. O vídeo conta com o apoio institucional da Ordem dos Médicos (OM) e da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), reconhecendo o papel de todos os intervenientes ao longo dos últimos três anos na introdução da tecnologia CAR-T em Portugal e o contributo na consolidação da agenda estratégica da Medicina de Precisão.

A mesa redonda que se irá seguir terá como tópico central de discussão “O Futuro da Medicina de Precisão em Portugal”, contando com a moderação de Paulo Farinha e a intervenção de Manuel Abecasis, hematologista e presidente da APCL; Alexandre Lourenço, da Ordem dos Médicos; Catarina Baptista, coordenadora do Grupo de Trabalho de Investigação em Saúde da APAH; e Ana Paula Martins, diretora de assuntos governamentais da Gilead.

A sessão vai terminar com a atribuição da bolsa “Building Future Knowledge in mature B cell malignacies”, no valor de 15 mil euros. Esta bolsa de investigação consiste numa iniciativa lançada pela APCL, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH) e com o apoio da biofarmacêutica Gilead Sciences, com o intuito de promover a investigação científica e epidemiológica nas áreas das neoplasias de células B maduras.

 

Academia Mamãs Sem Dúvidas
A Academia Mamãs Sem Dúvidas vai realizar no dia 27 de outubro, entre as 18h00 e as 19h30, uma nova edição do “Especial Grávida...

A sessão do “Especial Grávida” terá a duração aproximada de uma hora e meia e vai dividir-se em três grandes temas. O primeiro, que vai ser conduzido pela Enfermeira Alice Araújo, especialista em saúde materna e obstetrícia e fundadora do projeto Momentos de Ternura, vai centrar-se nos cuidados de higiene do recém-nascido.

Por sua vez, Inês Pulquério, formadora do laboratório BebéVida vai explicar as mais valias da criopreservação e o potencial de cura das células estaminais e, para terminar a sessão, a Enfermeira Patrícia Soutinho, especialista em saúde materna e obstetrícia, vai deixar sugestões para aliviar os desconfortos sentidos durante a gravidez.

A participação nesta sessão é gratuita, sendo apenas necessária inscrição prévia no site da Mamãs Sem Dúvidas, aqui. Ao participar, os casais habilitam-se a receber um cabaz de produtos no valor de 385€, que inclui a oferta da abertura do processo na adesão ao serviço de criopreservação da BebéVida; um peluche Babiage; um estojo de higiene BebéConfort; e ainda um intercomunicador Alecto. A vencedora será anunciada no dia 28 de outubro, na página de Instagram da Mamãs Sem Dúvidas.

Para saber mais sobre a Academia Mamãs Sem Dúvidas, conteúdos informativos e os próximos eventos visite o website mamassemduvidas.pt.

 

10ª edição do Prémio de Jornalismo na área da Dor
A reportagem “Os Maestros das Emoções”, da jornalista Catarina Marques, da SIC, é o trabalho vencedor da edição de 2022 do...

Esta reportagem, com enfoque na forma como as emoções positivas têm um papel fundamental na resposta à dor e a doenças como o cancro, foi distinguida com o primeiro prémio, no valor de dois mil euros.

O segundo prémio, no valor de mil euros, foi entregue à jornalista do Notícias Magazine, Ana Tulha, com a peça “Dor Sexual: Não, Não é Normal. Nem Irreversível”. Foram ainda atribuídas duas Menções Honrosas, uma à jornalista Joana Ascensão, pela reportagem “O Cancro Não Tem Sexo”, publicada no Expresso, e outra à jornalista Mariana Nogueira, da Visão, pela reportagem “Viver com Dor”.

Na avaliação dos trabalhos a concurso foi tido em conta critérios como a criatividade, a investigação, a relevância e a qualidade das peças jornalísticas.

Os trabalhos foram submetidos à avaliação de um painel de jurados composto pela Dr.ª Beatriz Craveiro Lopes, representante da Fundação Grünenthal, pela Dr.ª Nádia Andrade e a Dr.ª Marta Isidoro, da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor, e Leonor Ferreira e Susana Venceslau, do Sindicato dos Jornalistas.

O Prémio de Jornalismo na área da Dor é um prémio promovido anualmente pela Fundação Grünenthal, com o apoio da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), e tem como objetivo incentivar e reconhecer o interesse e qualidade dos trabalhos jornalísticos na área da Dor.

A cerimónia de entrega do Prémio decorre no dia 22 de outubro, no âmbito do 8º Encontro das Unidades de Dor Nacionais, no Centro de Congressos de Aveiro.

 

Universidade Lusófona
De 24 a 28 outubro 2022, irá decorrer a XVII Semana das Ciências Farmacêuticas, organizada pela Associação de Estudantes de...

O evento decorre numa Tenda no interior da Universidade e envolve a participação de alunos, professores, funcionários, profissionais de saúde, empresas do sector farmacêutico, assim como a população. 

Serão contempladas diversas atividades desde rastreios de Glicemia, Colesterol, Índice de Massa Corporal, Pressão Arterial, Visão, entre outros, assim como a divulgação e promoção de empresas e produtos.

As Farmácias Holon marcam presença através da promoção e realização de rastreios de Nutrição e de Dermofarmácia e como patrocinadora de um cabaz a ser sorteado com produtos Holon no decorrer do evento.

«Temos como premissa nas Farmácias Holon participar e dinamizar ações que promovam a literacia em saúde e os cuidados de saúde. Enquanto farmacêuticos comunitários temos um papel fundamental no aconselhamento, na prevenção e no bem-estar dos nossos utentes. Neste Evento todos os participantes irão receber um aconselhamento farmacêutico especializado e vão poder realizar diversas avaliações de saúde”, explicou a Dra. Marta Teles, farmacêutica, Responsabilidade Social, Intervenção Comunitária.

 

Universidade de Coimbra
Chama-se H2OforAll e o grande objetivo deste ambicioso projeto internacional, liderado pela Universidade de Coimbra (UC), é...

Para alcançar os objetivos propostos, o projeto, liderado por Rui Martins, do Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), conta com quatro milhões de euros atribuídos pela União Europeia (UE) no âmbito do programa Horizon Europe. O H2OforAll arranca no dia 1 de novembro e tem a duração de três anos. Além de Portugal, envolve investigadores e empresas da Alemanha, Bélgica, Chipre, Espanha, Israel, Países Baixos, Polónia, Reino Unido e Suécia.

Genericamente, as várias equipas do projeto vão desenvolver tecnologias vanguardistas de monitorização da qualidade da água de consumo doméstico, de proteção das fontes de água potável e de redução da quantidade de produtos de desinfeção nestas águas.

Tendo em conta os fenómenos severos provocados pelas alterações climáticas, como a seca extrema, e a contaminação provocada pela ação humana, a deterioração das fontes onde é captada a água que posteriormente vai chegar às nossas torneiras tende a agravar, o que exige maiores quantidades de desinfetantes para garantir a qualidade da água de consumo.

Esta realidade, explica Rui Martins, torna urgente o desenvolvimento de novos métodos e tecnologias que garantam, no presente e no futuro, «a segurança máxima da água de consumo. Ao ser necessário utilizar cada vez mais cloro na desinfeção de água potável, essencial para impedir doenças, uma das consequências é a geração dos chamados subprodutos de desinfeção (DBPs, na sigla inglesa), produtos químicos produzidos em resultado da reação entre os desinfetantes e os compostos orgânicos presentes na água de origem».

Esses subprodutos de desinfeção, se não forem identificados e controlados, «podem ser nocivos para a saúde humana e para os ecossistemas», sublinha o cientista da FCTUC. Um dos objetivos do projeto, avança, é justamente «prevenir a formação desses DBPs, utilizando processos de pré-tratamento da água que consigam remover compostos que lá se encontrem e que são promotores desses subprodutos de desinfeção. Por outro lado, pretendemos desenvolver estratégias alternativas de desinfeção inovadoras que não contenham químicos, utilizando, por exemplo, a radiação ultravioleta, porque ao retirar o cloro ou diminuir a quantidade de cloro a introduzir nas águas, reduzimos a possibilidade de formação de DBPs».

Ao nível da monitorização, o H2OforAll propõe desenvolver soluções tecnológicas que permitam controlar e acompanhar todo o percurso da água – desde a captação até à distribuição. No fundo, explica o líder do consórcio, «propomos encontrar mecanismos para monitorizar o que se passa, a cada momento, na rede. Para tal, vamos desenvolver sensores adequados para a monitorização da qualidade da água ao longo de todo o circuito e, a partir dos dados recolhidos em vários países, criar modelos capazes de prever o comportamento da água e dos DBPs ao longo das cadeias de distribuição, para, caso seja necessário, aplicar medidas corretivas atempadamente». Além disso, o projeto inclui também estudos de toxicidade dos subprodutos de desinfeção, essenciais para avaliar o impacto dos DBPs, quer a nível da saúde humana quer no equilíbrio dos ecossistemas.

Todas as soluções tecnológicas desenvolvidas no âmbito do projeto vão ser testadas numa instalação piloto criada pela empresa Adventech. Posteriormente, será realizado um caso de estudo em ambiente real na empresa municipal Águas de Coimbra, que é parceira no projeto. A escolha justifica-se pela «reconhecida qualidade da água da Águas de Coimbra, o que nos coloca grandes desafios, sobretudo ao nível de validação, ou seja, as tecnologias que desenvolvermos terão de ser altamente sensíveis», assinala Rui Martins.

No final do projeto, o consórcio vai ainda redigir um conjunto de recomendações técnicas de prevenção, para evitar a contaminação das fontes da água de consumo, e orientações que possam contribuir para a alteração de legislação europeia nesta matéria e de comportamentos a adotar pela população. Os investigadores acreditam que o H2OforAll terá um grande impacto, permitindo «remediar os problemas ambientais atuais e futuros, que vão ser cada vez mais graves pela escassez de água potável e devido a fenómenos climáticos extremos».

Na UC, o projeto envolve quatro centros de investigação: Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF), Centro de Química de Coimbra (CQC), Centre for Mechanical Engineering, Materials and Processes (CEMMPRE) e Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores de Coimbra (INESC Coimbra), numa plataforma de cooperação entre os investigadores Rui Martins, Luísa Durães, João Gomes, Igor Reva, Artur Valente, Paula Morais e Nuno Simões.

 

Grupo heterogéneo e raro de linfomas não Hodgkin
Podendo ter um impacto profundo na qualidade de vida de quem deles padece, os Linfomas Cutâneos são

Não se sabe ao certo o que está na sua origem, apenas de que se trata de um tipo de Linfoma raro, que se estima que afete 1 a 9 pessoas por 100.000 habitantes, sendo mais prevalente entre o sexo masculino. “De uma forma global, a incidência dos linfomas cutâneos aumenta com a idade. A idade média de apresentação é de aproximadamente 50 anos e, na maioria dos casos, o diagnóstico é feito entre os 40 e 60 anos. No entanto, a doença também pode afetar os mais jovens e os mais idosos”, explica Iolanda Fernandes, Dermatologista no Centro Hospitalar Universitário do Porto.

Estes tumores podem ser classificados, consoante a célula que lhe dá origem, em linfomas cutâneos primários de células T – o que acontece na maioria dos casos, em 75% de todos os diagnósticos -, ou em linfomas cutâneos primários de células B (25% dos casos).

De entre os tipos de Linfomas Cutâneos mais diagnosticados, encontram-se a Micose Fungoide e a Síndrome de Sezáry, ambos um subtipo de LCCT.

“Globalmente”, explica a dermatologista, os Linfomas cutâneos “apresentam grande variabilidade clínica, podendo observar-se eritrodermia, máculas, pápulas, placas, nódulos e/ou tumores, que podem ulcerar ao longo do tempo”. A Micose Fungoide, por exemplo, caracteriza-se pela presença de placas eritematosas que evoluem para lesões ulceradas, tumores em toda a pele ou ainda infiltração de medula óssea em estágios avançados. Inicialmente, estas lesões possuem um caráter genérico, similares às dermatoses inflamatórias, e acometem a pele em áreas não expostas ao sol, como cintura pélvica, nádegas, tronco inferior, virilhas, axilas e mamas. Mais tarde, tornam-se infiltrativas.

Já a Síndrome de Sezáry caracteriza-se pela forma eritrodérmica da Micose Fungoide e por afetar o sangue com células T neoplásicas. Esta, nos seus estágios iniciais pode apresentar lesões de pele indistinguíveis de outras doenças dermatológicas, como é o caso da psoríase, por exemplo, cuja eritrodermia tem uma origem inflamatória.

De acordo com a dermatologista do Centro Hospitalar Universitário do Porto, Iolanda Fernandes, “dada a grande variabilidade clínica, existem várias dermatoses com as quais os linfomas cutâneos primários poderão facilmente ser confundidos, incluindo eczemas, psoríase, toxidermias, lúpus, sarcoidose, outros tipos de tumores cutâneos, entre outras, é fundamental a observação por médicos que estejam devidamente familiarizados com estas doenças, nomeadamente por dermatologistas”, alerta, referindo que habitualmente o seu diagnóstico leva em média, entre quatro a seis anos.

Armando Magalhães, atualmente com 68 anos, recebeu o diagnóstico de Micose Fungoide em 2008, mas esteve anos a ser tratado para aquilo que pensava ser uma foliculite.

“Eu era enfermeiro na Força Aérea e estava, na altura em que começaram a aparecer os primeiros sintomas da doença, destacado nos Açores, onde fazia evacuações”, começa por contar recordando que lhe apareciam pequenos nódulos ou tumefações nas coxas e nas nádegas que julgou deverem-se a pelos encravados.

Armando diz que levou dois anos a procurar um médico para avaliar a situação. “Procurei um médico da Força Aérea que não ligou muito àquilo e que me disse que tinha de tomar antibiótico”, recorda adiantando que os tais nódulos acabavam por rebentar e surgir novamente em outro local.

Mais tarde, e já viver no norte do país, consultou uma médica que o aconselhou a ir a uma colega no Centro Hospitalar Universitário do Porto. Lá realizou análises “mais orientadas” e uma biópsia de pele que concluiu o diagnóstico: Micose Fungoide. Seguido, na altura, pela especialista em Imunoterapia e fundadora da Consulta Multidisciplinar de Linfomas Cutâneos e Mastocitoses (CMLC), Margarida Lima, deu início ao tratamento com radioterapia, que considera ter sido muito “soft” – “duas posições por dia, um minuto cada”, até que foi possível retardar o aparecimento de novos nódulos.

“A doença estagnou desde que dei início ao tratamento”, afirma confirmando que agora só faz medicação oral – “comecei com oito comprimidos diários, depois passei para seis. Agora só tomo quatro”.

Recorda que na altura, não reagiu muito bem ao diagnóstico, mas diz, “nunca estive preocupado com o prognóstico”.

“Já tinha ouvido falar em muitos tipos de linfoma, até porque trabalhei em oncologia, mas não em Linfomas Cutâneos”, admite.

“No geral, as pessoas, como eu, desconhecem esta doença. Quanto aos médicos, apesar de tudo e como lido com médicos de uma consulta especializada não sei se os restantes sabem que doença é esta”, diz admitindo, no entanto, que passou anos a fazer o tratamento errado.

Com o objetivo de manter a qualidade de vida, o tratamento é vigiado de perto pela consulta do Centro Hospitalar Universitário do Porto. “Sempre que vou ao hospital faço análises. Comecei a ir à consulta de três em três meses, agora vou de quatro em quatro”, conta adiantando que a medicação que toma “é sempre adaptada à evolução da doença”.

Pele vermelha, escamação e comichão: Síndrome de Sezáry  

José Meira, tinha 43 anos quando começou a reparar que tinha a pele muito vermelha. “Fui à minha médica de família que suspeitou de uma alergia. Acabou por me mandar fazer análises”, começa por contar o bancário. Seguiram-se duas consultas em dois dermatologistas diferentes, até que o último achou “estranho” e pediu uma biópsia à pele. Chegado o resultado, o médico falou-lhe de várias possibilidades de diagnóstico e encaminhou-o para a Consulta Multidisciplinar de Linfomas Cutâneos e Mastocitoses (CMLC) do CHUP.

“Eu já ia com uma ideia do que seria. Fiz uma pesquisa muito vaga, até porque há muito desinformação na internet. Optei por tirar todas as dúvidas com a médica do Centro Hospitalar Universitário do Porto”, recorda revelando que em poucos dias foi encaminhado para o IPO do Porto para realizar o tratamento indicado para a Síndrome de Sezáry.  “Ou seja, desde abril do ano passado, que estou a ser tratado com o objetivo de melhorar a minha qualidade de vida, retardando a progressão da doença”, afirma adiantando que a sua doença é caracterizada por ciclos. “Atualmente, estou numa fase pior e faço tratamento todas as semanas”.

José conta que tem muita escamação e muita comichão. Embora, os sintomas sejam mais visíveis no rosto, a doença manifesta-se no corpo todo. “As pessoas costumavam perguntar se eu andava a fazer solário, mas isso nem me incomodava”, afiança.

Admite que embora “nunca seja bom receber um diagnóstico destes, até porque nós pensamos que não nos vai acontecer nada”, faz a sua vida normal. “Não deixo que esta patologia interfira no dia a dia”, afirma. “Sei que tenho de fazer os tratamentos certinhos para que a doença não evolua”, e fora isso, ter alguns cuidados, nomeadamente, não apanhar sol. “Adoro fazer praia e foi uma das coisas que tive de abdicar”, revela explicando que todos os dias usa um protetor solar mineral com fator 50. Por outro lado, como uma das complicações da doença é as lesões puderem ulcerar, faz a aplicação diária de creme hidratante “para a pele não secar”.

“Como não é um tumor muito usual”, pensa que há menos conhecimento geral sobre a patologia. “A palavra tumor ou linfoma assusta, mas o conselho que eu dou é que não se assustem com o diagnóstico”, diz. “Eu encarei a doença como algo passageiro. Se encarramos as coisas de mente aberta é mais fácil!”, aconselha.  

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

Páginas