STADA Health Report 2022
É inquestionável que a população adulta Portuguesa tem encontrado dificuldades nos últimos dois anos e muitas são as críticas...

O mesmo estudo demonstra também que a confiança nos profissionais de saúde tem diminuído, mas é comparativamente mais elevada, sendo a comunidade científica aquela na qual os Portugueses depositam a maior confiança. Esta confiança coloca Portugal no TOP dos países que mais confiança depositam nos investigadores e cientistas.

A deterioração da Saúde Mental

A deterioração da Saúde Mental é outro fator que levanta alguma preocupação quando analisamos os resultados do estudo. Quase metade dos adultos portugueses (47%) relatam que os seus níveis de stress se agravaram desde o início da pandemia. Esta é a segunda maior proporção nacional no inquérito, acima da média do estudo de 37%, tendo o stress aumentado mais apenas em Itália (53%).

Do mesmo modo, mais de um terço (35%) dos adultos em Portugal queixaram-se de uma saúde mental mais debilitada durante a pandemia - apenas na Áustria (37%) este valor foi mais elevado. Ao mesmo tempo, 35% dos adultos portugueses sentiram que o seu bem-estar físico se tinha agravado durante a pandemia, a proporção nacional conjunta mais elevada, juntamente com os checos e os polacos.

Uma proporção semelhante (32%) dos portugueses sustentava que a sua qualidade de sono tinha diminuído desde o início da pandemia. Apenas em Itália, Polónia e Espanha esta proporção foi mais elevada. Quando comparado com os restantes países que compõe o estudo, percebemos que apesar desta percentagem ser elevada, é ainda assim, inferior à média Europeia (59%).

Apesar destes desafios, a população portuguesa não está claramente preparada para aceitar simplesmente um declínio no seu bem-estar. Pelo contrário, as pessoas procuram o apoio especializado de profissionais de saúde.

Procura de aconselhamento médico e farmacêutico

Dois em cada cinco adultos portugueses (40%) disseram ter pedido mais aconselhamento ao seu médico de clínica geral ou a outro profissional de saúde nos últimos 12 meses - o total nacional mais elevado do Relatório de Saúde STADA 2022. A média europeia era muito mais baixa, com 25%. Além disso, 15% dos portugueses procuraram mais aconselhamento nas farmácias, atrás apenas da Sérvia, Espanha e França a este respeito.

Na saúde mental em particular, a amostra representativa de 1.997 adultos portugueses estava disposta a procurar ajuda profissional. Cerca de três em cada cinco (59%) disseram que iriam consultar um psiquiatra ou psicólogo. Apenas em Espanha (62%) esta proporção foi mais elevada. Os portugueses estão também entre os que mais se esforçam por falar da sua saúde mental com um clínico geral; quase metade (48%) fá-lo-ia, com pontuações mais elevadas apenas na Bélgica (52%) e em França (49%).

"Embora seja preocupante confirmar a deterioração do estado de saúde física e mental da população portuguesa nos últimos dois anos, é encorajador confirmar a elevada confiança nos profissionais de saúde”, comenta Ana Ferreira, diretora-geral da STADA Portugal.

Os portugueses são muito recetivos às tecnologias nos cuidados de saúde

A população adulta portuguesa está também na vanguarda da adoção de soluções tecnológicas de saúde. Quase uma em cada cinco (19%) pessoas em Portugal utiliza tais aplicações para partilhar informação com o seu médico, a proporção mais elevada no Relatório de Saúde STADA 2022, para o qual a média neste ponto era de apenas 11%. Um quarto dos adultos portugueses (25%) diz utilizar aplicações de saúde para monitorizar o seu bem-estar mental; esse total só é igualado em Itália. Apenas 9% dos portugueses dizem que simplesmente não conhecem tais aplicações, dando aos portugueses o mais alto nível de conhecimento das aplicações de saúde entre todos os 15 países abrangidos pelo Relatório de Saúde STADA 2022.

Além disso, os adultos portugueses são os mais abertos na Europa à ideia de consultar um médico à distância por webcam - 86% estariam geralmente abertos à ideia, em comparação com uma média de 64%. Metade dos adultos portugueses (51%) citou a hipótese de poupar tempo em viagens e de espera para consultar um médico, muito superior à média europeia de 32% como o total nacional mais elevado para esta opção de resposta.

Tecnologia desenvolvida pela Ecoxperience, uma spin off da Universidade de Coimbra
O projeto de biotecnologia EcoX foi distinguido, ontem, com o prémio Born from Knowledge (BfK) Awards, atribuído pela Agência...

O conceito valoriza um resíduo, o óleo alimentar usado, que provoca graves danos nas nossas casas, na rede pública, nos solos, nos meios aquáticos e clima. Um litro de óleo alimentar usado é suficiente para contaminar um milhão de litros de água, quantidade suficiente para a sobrevivência de uma pessoa durante 40 anos, segundo dados da associação ambientalista Quercus.

Reaproveitar produtos que já tiveram outra vida e que são transformados em valor acrescentado é a filosofia que está na base da transformação do óleo alimentar usado em detergentes ecológicos, uma ideia única a nível mundial. O EcoX permite reduzir em 50% a extração de recursos naturais para produzir os mais diversos produtos de limpeza, que apesar de comprovadamente seguros não foram testados em animais. Os óleos alimentares não devem ser deitados no ralo da pia ou sanita, mas encaminhados para sistemas de recolha adequados. Com projetos ecológicos como o EcoX contribui-se para a consciencialização desta problemática e recolha tanto na rede pública como nos oleões colocados nas lojas parceiras. As soluções desenvolvidas já testadas em laboratório permitem que possam ser utilizados diferentes óleos como o vegetal, de amendoim, girassol, soja, de milho e azeite.

A reutilização das embalagens EcoX através da venda a granel nas lojas parceiras é outra das vantagens, na medida em que reduz significativamente a produção dos resíduos relacionados com as embalagens de plástico. O granel surge também como um fator de prevenção da produção de “lixo”, permitindo aos consumidores escolher a quantidade de produto de que precisam, abdicando de quantidades pré-definidas e que nem sempre correspondem às necessidades individuais ou familiares. O projeto criou uma embalagem com 50% de plástico reciclado para que possa ser reutilizada vezes sem conta poupando na carteira do consumidor e protegendo o ambiente. As embalagens depois de usadas são higienizadas, qualificadas, voltam a ser cheias e colocadas no mercado.

“Este projeto cria impacto em diversos níveis, como a diminuição do uso de embalagens, o incentivo à reciclagem do óleo alimentar usado, maior acesso à informação e contribuição para sensibilizar os consumidores de modo a provocar mudanças comportamentais que se traduzem num estilo de vida mais sustentável no âmbito social, ambiental e económico. É com grande orgulho que a Agência Nacional de Inovação distingue projetos que contribuem para um futuro melhor”, sublinha João Borga, administrador da ANI. 

Os números da Ecoxperience mostram o alcance deste produto inovador que já permitiu reciclar 24.000 litros de óleo alimentar usado e evitar o uso de 113 882 embalagens single-use. O detergente ecológico é comercializado em 200 pontos de venda e já foram comercializadas 257 toneladas essencialmente a granel.

Esta edição do Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola, com o mote “O futuro nasce da sustentabilidade”, em linha com as prioridades nacionais e europeias de apoio à inovação no setor e com a estratégia do Crédito Agrícola, atribui prémios em quatro categorias: Digitalização e Automação; Economia Circular e Biotecnologia Sustentável; Alimentação, Nutrição e Saúde e Promoção da Inovação.

 

 

Dia Mundial da Visão
Hoje, dia 13 de outubro assinala-se o Dia Mundial da Visão, uma data que nos relembra o quão importa

Os olhos são uma parte essencial do corpo que, devido a um mundo cada vez mais digital, estão mais expostos a ecrãs de vários aparelhos como o computador, telemóveis ou tablets, seja em casa, no trabalho ou na escola. 

Muitas doenças podem ser prevenidas, mas é bastante comum dar-se apenas atenção aos olhos quando se sente algum sintoma ou desconforto. Para além dos exames visuais regulares, que são um fator chave na prevenção e na deteção de distúrbios oculares, é necessário ter alguns cuidados diários. A cadeia de óticas francesa ALAIN AFFLELOU sugere algumas dicas para adotar no dia-a-dia: 

  • Ter uma alimentação saudável 

É a partir de uma boa alimentação que se consegue obter diversos nutrientes – como a ómega3, o zinco e a vitamina c – que desempenham um papel importante para prevenir várias doenças oculares. 

  • Não fumar 

Não é segredo que o tabaco é prejudicial à saúde, mas nem muita gente sabe que também é prejudicial à visão causando irritação, vermelhidão e até secura. 

  • Utilizar óculos escuros durante todo o ano (com proteção uva/uvb) 

Os raios solares UVA e UVB agridem os olhos e tendem a causar problemas de visão provocando desde pequenas queimaduras na córnea, a camada transparente que fica na frente do olho, até danos no cristalino, a lente natural que nos ajuda a focar os objetos. Até nos dias mais nublados podemos ser afetados pelos raios UVA e UVB por essa razão, mais que um acessório de moda, os óculos de lentes escuras são um elemento imprescindível a utilizar durante todo o ano para uma boa saúde visual. 

  • Pausas de descanso no trabalho  

É essencial fazer pausas ao longo do dia, principalmente quando se trabalha muitas horas à frente do computador pois a atividade favorece a diminuição de lubrificação dos olhos. É recomendado que faça uma pausa de 15 minutos a cada duas horas, isto dará aos olhos a oportunidade de descansar e de se hidratar. 

  • Lubrificar os olhos 

Quando estamos no computador a trabalhar, acabamos por não piscar os olhos tantas vezes como deveríamos, tornando os olhos mais secos e cansados. Hoje em dia, é possível recorrer a lubrificantes para hidratar os olhos, mas atenção, sempre com a recomendação de um médico ou farmacêutico. 

  • Fazer uma pausa dos aparelhos eletrónicos 

Como foi referido acima, vivemos cada vez mais num mundo digital, e por essa mesma razão é quase inevitável não estarmos constantemente em frente a um ecrã. Mas dissemos quase! Sempre que não estiver a trabalhar no computador aproveite para descansar os olhos e fuja dos ecrãs evitando utilizar telemóveis e tablets. Faça um passeio ao ar livre, leia um livro ou aproveite até para aprender uma receita nova. 

Por fim, o diagnóstico precoce é fundamental na prevenção de certas doenças que podem atingir proporções irreversíveis, como a perda visual total.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
“A tua Vida Importa-nos” é o mote da iniciativa
Para a celebração do Dia Internacional de Sensibilização pelos Cuidados Paliativos Pediátricos, que se comemora anualmente nas...

Trata-se de uma ação que é levada a cabo no Hospital Pediátrico anualmente, desde 2017 e que conta ainda com a colaboração de crianças, famílias e diversos profissionais, mostrando a relevância que, de forma progressiva, os Cuidados Paliativos Pediátricos têm assumido na Região Centro, e no CHUC em particular.

Sinalize-se a este propósito que, desde o ano de 2021, o CHUC alargou a sua atividade nesta área, através da criação da Equipa Domiciliária de Suporte em Cuidados Paliativos Pediátricos, fruto de financiamento pela Fundação La Caixa.

Serão levadas a cabo outras iniciativas ao longo das próximas semanas com o objetivo de desenvolver a consciencialização sobre os cuidados paliativos, nomeadamente um evento de celebração do primeiro ano de financiamento pela Fundação La Caixa da equipa Domiciliária em Cuidados Paliativos Pediátricos e o lançamento da página de Facebook.

A exposição #HatsOn4CPC será inaugurada no dia 14, sexta-feira, pelas 12h, no átrio do Hospital Pediátrico.

 

 

 

Ana Zanatti, José Figueiras e Mafalda Ribeiro
O apresentador José Figueiras, a escritora Margarida Rebelo Pinto, as atrizes Ana Zanatti e Joana Barrios, a consultora em...

Com o objetivo de alertar os portugueses para a importância de cuidarmos dos nossos olhos, esta campanha da SPO surge para dar a conhecer melhor algumas das doenças oftalmológicas mais frequentes e empoderar a sociedade civil a ser mais interventiva e ajudar a mudar o paradigma das doenças oculares e visuais em Portugal, com a ajuda dos médicos oftalmologistas.

“Todas as pessoas que, à semelhança destas figuras bem conhecidas dos portugueses, adoram os seus olhos, devem conversar com um médico oftalmologista regularmente”, refere o Professor Rufino Silva, atual Presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia.

A Campanha #AdoroOsMeusOlhos inclui outdoors, presença digital e um spot de vídeo, no qual as figuras públicas assumiram adorar os seus olhos. Criada a partir da iniciativa internacional “Love Your Eyes”, à qual a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) se associou, a iniciativa tem o compromisso de contribuir para mudar o paradigma das doenças oculares e visuais em Portugal.

A campanha vai viver no site www.adoroosmeusolhos.pt, onde estão disponíveis depoimentos de médicos oftalmologistas e notícias de imprensa sobre várias doenças oftalmológicas, tais como a retinopatia diabética, o glaucoma, a degenerescência macular da idade (DMI), a ambliopia (“olho preguiçoso”), a catarata e a presbiopia (“vista cansada”).

 

 

 

Dia Mundial da Trombose
A 13 de Outubro assinala-se o Dia Mundial da Trombose, criado pela Sociedade Internacional de Trombo

O Tromboembolismo Venoso é uma doença que se caracteriza pela formação de coágulos sanguíneos nas veias profundas do corpo, mais frequentemente das pernas, que podem interromper a circulação de sangue – Trombose Venosa Profunda, mas que também podem libertar-se e viajar até aos pulmões, ficando presos nos pequenos vasos capilares pulmonares – Embolia Pulmonar.  Trata-se de uma doença potencialmente fatal e que pode afetar pessoas em todas as idades.

Embora existam vários fatores de risco para o desenvolvimento de Tromboembolismo Venoso, o mais significativo é o internamento hospitalar – até 60% dos casos de Tromboembolismo Venoso ocorrem durante ou até 90 dias após o internamento, sendo a principal causa de morte hospitalar prevenível. Por esse motivo, é importante também sensibilizar os profissionais de saúde para a avaliação sistemática do risco trombótico de cada doente, nomeadamente em doentes submetidos a intervenções cirúrgicas, e para a adoção de estratégias terapêuticas preventivas, quer farmacológicas (medicamentos anticoagulantes) ou mecânicas (como meias de compressão elástica). Para além da hospitalização, existem outros fatores risco para o Tromboembolismo Venoso, como por exemplo a idade > 60 anos, a história familiar de Tromboembolismo Venoso, as neoplasias, o traumatismo, a imobilização prolongada, a terapêutica anti-concepcional ou a gravidez. 

Os sinais e sintomas de Tromboembolismo Venoso mais frequentes são apresentar uma das pernas inchada, vermelha e quente nos casos de Trombose Venosa Profunda, e falta de ar, dor no peito e palpitações nos doentes com Embolia Pulmonar. O tratamento pode diferir, mas envolve habitualmente medicamentos que dissolvem os coágulos sanguíneos que se formaram e que previne a formação de novos coágulos – medicamentos anticoagulantes.

Concluindo, é essencial saber que o Tromboembolismo Venoso pode afetar qualquer pessoa, independentemente da idade, género ou etnia, e por isso todos devem conhecer o seu risco para desenvolver esta doença e questionar os profissionais de saúde sobre medidas de prevenção - manter um estilo de vida saudável e evitar o sedentarismo são algumas das medidas essenciais a tomar. Caso desenvolva sinais ou sintomas sugestivos de Tromboembolismo Venoso, deve procurar ajuda médica imediata para não atrasar o diagnóstico e para que se inicie o tratamento o mais precocemente possível, para esta doença potencialmente fatal.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Um grupo de cientistas suecos e noruegueses demonstrou, num novo estudo, que é possível manter vivas as células do organismo...

Todas as células do organismo têm uma esperança de vida, que é possível prolongar, segundo um novo estudo realizado por uma equipa de investigadores suecos e noruegueses. O estudo, que está publicado na reputada revista internacional Nutrients, focou-se no comprimento dos telómeros, um reconhecido método de avaliar o tempo que resta à célula. Os cientistas estudaram igualmente vários marcadores do envelhecimento, que confirmaram os resultados.

Aumento do comprimento dos telómeros, com selénio e Q10

Mediante a administração de suplementação, com selénio e coenzima Q10 ou com placebo, a um grande grupo de idosos – homens e mulheres saudáveis – os cientistas puderam concluir, com base no comprimento dos telómeros, que havia diferença significativa entre os dois grupos.
Os participantes do grupo que tomou os dois suplementos, BioActivo Selénio e BioActivo Q10 Forte, tinham telómeros mais compridos do que os participantes que tomaram placebo. Por outras palavras, a toma das duas substâncias associadas prolongou a vida das células, o que pode ter um impacto significativo na velocidade do envelhecimento.

Deterioração mais lenta das células

Os genes estão dispostos ao longo de moléculas de ADN bicatenárias, espiraladas, denominadas cromossomas. Na porção terminal dos cromossomas encontram-se os telómeros, que protegem o ADN contra desgaste ou emaranhamento. Podem comparar-se às peças de plástico que protegem as pontas dos atacadores. De cada vez que a célula se divide, os telómeros ficam ligeiramente mais curtos. A seu tempo, ficam tão pequenos que a célula deixa de conseguir dividir-se e morre.

Ao que tudo indica, o selénio e a coenzima Q10 conseguem proteger os telómeros, ao retardar o processo de encurtamento, pelo que duram mais.

Stress oxidativo e inflamação

“O ser humano está sujeito ao envelhecimento, sendo que o aumento do stress oxidativo e a inflamação aceleram o processo, especialmente em situações de falta de selénio e Q10. Contudo, se as pessoas com baixos níveis destes dois compostos tomarem um suplemento, o envelhecimento pode ser retardado”, diz o reputado investigador, o Professor Urban Alehagen, cardiologista do Hospital Universitário de Linköping, na Suécia.

O estudo recente consistiu em analisar amostras de sangue que a equipa de cientistas recolheu, com regularidade, de mais de 443 participantes no estudo, por um período de cinco anos, como parte do estudo principal, KiSel-10, que foi publicado em 2013, na publicação International Journal of Cardiology. Neste caso, puderam observar que os participantes que tomaram selénio e coenzima Q10 tinham uma taxa de mortalidade cardiovascular 54 por cento inferior, comparativamente ao grupo placebo.
Normalmente, a doença cardiovascular é a causa principal de morte na idade avançada. Estas constatações despertaram o interesse dos cientistas para procurar uma explicação, pelo que deram início a uma análise sistemática do grande número de amostras de sangue que se encontravam armazenadas em frigoríficos especiais.

Contrariam alterações biológicas

Desde a publicação do estudo principal em 2013, foram realizados mais de 20 estudos de seguimento. Na maior parte destes estudos, os cientistas observaram – pela avaliação de vários biomarcadores – que, ao que tudo indica, o selénio e a coenzima Q10 contrariam algumas das alterações biológicas que, normalmente, estão associadas ao processo de envelhecimento.

No estudo mais recente, que é o 23º sub-estudo, o ponto central foi o comprimento dos telómeros e vários biomarcadores específicos que reflectem a velocidade a que envelhecemos. E, mais uma vez, a equipa de cientistas demonstrou que o selénio e a coenzima Q10 em associação parecem contribuir para a saúde e qualidade de vida das pessoas mais velhas.

A insuficiência de selénio é generalizada

“Até agora, observámos que os dois compostos têm impacto positivo na fibrose, um fenómeno associado ao envelhecimento cardiovascular. Estudámos igualmente outros marcadores e pudemos observar que há relação entre o aporte de selénio e a idade biológica”, esclarece o Professor Alehagen. O aporte médio de selénio em vastas regiões da Europa é relativamente baixo, porque há pouco selénio no solo agrícola comparativamente a outras regiões do mundo.

Os estudos mostram que precisamos de mais de 100 microgramas de selénio por dia, mas o aporte médio é menos de metade deste valor.

Fonte: “Selenium and Coenzyme Q10 Intervention Prevents Telomere Attrition, with Association to Reduced Cardiovascular Mortality—Sub-Study of a Randomized Clinical Trial”, Nutrients 2022, 14, 3346.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

16 de outubro
O FIC.A - Festival Internacional de Ciência (www.fica.pt) recebe no dia 16 de outubro, entre as 16h15 e as 17h45 (Auditório...

A sessão conta com a participação de Luís Campos (Especialista em Medicina Interna, Presidente da Comissão de Qualidade e Assuntos Profissionais da Federação Europeia de Medicina Interna, Comissário do Plano Nacional de Saúde 2021-2030), Isabel Saraiva (Presidente da Respira – Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas), Rui Dias (Professor Catedrático na Escola de Ciências e Tecnologia, Especialista em Geologia Estrutural e Tectónica) e Guilherme Monteiro Ferreira (Diretor de Acesso ao Mercado e Assuntos Externos da GSK). A moderação fica a cargo de Susana Paixão (Especialista em Saúde Ambiental e Presidente da Federação Internacional de Saúde Ambiental).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) equipara o problema da poluição atmosférica a outros riscos para a saúde global, como uma dieta pouco saudável e o tabagismo. Estudos recentes apontam a exposição à poluição ambiental como a causa de sete milhões de mortes prematuras por ano, resultando na perda de muitos mais milhões de anos de vida. Por seu lado, a Agência Europeia do Meio Ambiente, estima que a poluição esteja associada a mais de 10% dos casos de cancro na Europa. Na União Europeia, 2,7 milhões de pessoas são diagnosticadas com cancro a cada ano e 1,3 milhão morrem devido a esta patologia. O continente europeu, que representa menos de 10% da população mundial, regista quase um quarto dos novos casos e um quinto das mortes.

Enquanto especialista em Medicina Interna, Luís Campos afirma que “as alterações climáticas e a degradação dos ecossistemas já estão a ter um impacto significativo na saúde das pessoas. O maior estudo do mundo sobre mortalidade global relacionada com o clima concluiu que, mais de cinco milhões de mortes em excesso por ano, podem ser atribuídas a temperaturas anormalmente extremas, sendo a poluição atualmente responsável por aproximadamente 9 milhões de mortes anuais, o equivalente a uma em cada seis mortes em todo o mundo. É urgente falar destes assuntos a uma só voz, para que nos façamos ouvir, difundir o muito que já está a ser feito a nível de muitas organizações e agregar as instituições relacionadas com saúde neste objetivo comum”.

Isabel Saraiva, Presidente da Associação Respira, assume particular preocupação com a poluição atmosférica e sublinha que “de acordo com a Agência Europeia do Ambiente, a poluição atmosférica causou, em 2019, a morte prematura de 364.200 pessoas na União Europeia. Em Portugal, nesse ano, só a exposição a partículas finas provocou 4900 mortes prematuras. Se, por um lado a ciência vai fazendo várias conquistas no tratamento das doenças respiratórias, por outro, a poluição vai-nos tirando anos e qualidade de vida. É tempo de agir com firmeza para que todos possamos respirar melhor, hoje e, sobretudo, no futuro”.

Por seu lado, Guilherme Monteiro Ferreira, defende que “a GSK, enquanto empresa de ciência e inovação das ciências da saúde, sente uma responsabilidade acrescida na resposta ao desafio global das alterações climáticas. É fundamental para o nosso propósito ajudar a proteger e restaurar a saúde do nosso planeta, para cuidar e melhorar a saúde das pessoas”.

Opinião
Assinala-se, a 13 de outubro, o Dia Mundial do Cancro da Mama Metastático.

Embora não tenham cura, os avanços na ciência, particularmente desenvolvidos nesta área, levam a que grande parte dos casos de cancro da mama metastático possa ser tratada como doença crónica. Ou seja, a pessoa terá de conviver com a doença, que passará a ser controlada através de terapêutica, tal como acontece com outras patologias crónicas como diabetes ou hipertensão.

O cancro da mama metastático tem maior incidência nas mulheres a partir dos 45 anos. Uma altura em que as suas vidas profissionais e familiares são tendencialmente mais ativas e muito exigentes. Receber um diagnóstico de cancro de mama metastático será, provavelmente, um dos seus maiores desafios. Nesta fase, é essencial o apoio da família, dos amigos e dos colegas de trabalho. Só assim poderão fazer a gestão da doença e ultrapassar os obstáculos que com ela chegarão.

O apoio no plano pessoal poderá ser assegurado pela família e dos amigos, fundamentais em todo o processo. Já no contexto profissional, a equipa de trabalho poderá dar um importante contributo através da adoção de medidas simples como a adaptação de objetivos ou de horários, ou mesmo no ajuste das funções desempenhadas pela sobrevivente.

Também fundamental, será a manutenção de um estilo de vida saudável seja através de uma dieta equilibrada, da prática regular de exercício físico (adaptado às suas limitações) e da realização de atividades estimulantes do ponto de vista cognitivo.

Informe-se

A par dos apoios acima citados, o contacto com pares e profissionais de saúde pode ser essencial para o controlo e para o convívio com a doença. Partilhar conhecimento, relatar e ouvir outras experiências e desenvolver relação com quem está “no mesmo barco” podem ser importantes pilares na gestão das emoções e da evolução da doença.

Existem múltiplos grupos compostos por doentes ou voluntários que podem ajudar sobreviventes e familiares a encontrar suporte e compreensão. Existem, também, portais onde se pode encontrar informação fidedigna e assim recuperar o controlo.

O guia “Eu e o Cancro da Mama”, disponível em www.eueocancrodamama.pt, responde a perguntas frequentes sobre diagnóstico, tratamento, emoções, saúde, relacionamentos ou trabalho, num formato prático e em linguagem acessível. Tal como noutros portais verificados e validados por especialistas, pode ser um grande aliado ao longo de todo o processo.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Universidade de Coimbra
Uma equipa de cientistas da Universidade de Coimbra (UC) está a conduzir uma investigação para testar e encontrar novos alvos e...

 

A investigação em curso pretende encontrar novas respostas para combater os efeitos secundários deste traumatismo, como também prevenir as alterações causadas por um trauma, como mudanças comportamentais (perdas de memória, alterações de humor, dificuldades de aprendizagem e concentração) e cerebrais (nomeadamente, perda de massa branca e diminuição de volume).

O estudo pretende vir a identificar terapias mais eficazes dado que «um dos grandes problemas do traumatismo crânio-encefálico é a falta de uma terapia eficaz e direcionada contra os seus efeitos negativos», explica Ricardo Leitão, investigador do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CIBB) da Universidade de Coimbra e investigador responsável do projeto “Infiltração de neutrófilos através da barreira hemato-encefálica no traumatismo crânio-encefálico: papel da CXCL8”.

O investigador da UC adianta que «as terapias usadas na atualidade focam-se em tratar os efeitos secundários do trauma (como o edema, a inflamação, as convulsões, e o aumento da pressão intracraniana), mas apesar destas terapias diminuírem os efeitos pós-trauma, e consequentemente melhorarem a vida de doentes após saída do hospital, alguns pacientes desenvolvem consequências comportamentais e alterações cerebrais significativas, meses ou anos após o evento traumático».

Ricardo Leitão adianta que, na Europa, o traumatismo crânio-encefálico «conta anualmente com 2,5 milhões de novos casos e resulta em cerca 100 000 mortes por ano, tendo um grande impacto socioeconómico e afetando não só aqueles que sofrem o trauma, como também os cuidadores e as pessoas que rodeiam quem é diagnosticado com esta patologia».

Para encontrar novas terapêuticas, a equipa de investigação vai usar modelos de culturas celulares para testar e avaliar a forma e os mecanismos usados pelos neutrófilos (células que integram o sistema imunológico, que têm um papel determinante na defesa do corpo contra focos inflamatórios e infeciosos) para migrarem da corrente sanguínea para o cérebro. Paralelamente, vai ser estudado o papel de uma proteína que está envolvida neste processo de invasão dos neutrófilos, uma vez que tem sido associada a um pior prognóstico e/ou a maior probabilidade de morte após um traumatismo crânio-encefálico.

A investigação é financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e está a ser conduzida por uma equipa composta por Ana Paula Silva, Ana Raquel Santiago e Inês Baldeiras, investigadoras e docentes da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC); por Mónica Zuzarte, investigadora do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia da Universidade de Coimbra e do Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra (iCBR) e por Maria João Leitão, estudante de doutoramento da FMUC. Conta ainda com a colaboração de dois neurocirurgiões do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), José Luís Alves (coinvestigador responsável pelo projeto) e Marcos Barbosa, também professores da Faculdade de Medicina da UC.

Na próxima segunda-feira, dia 17 de outubro, assinala-se o Dia Mundial do Trauma, efeméride que procura alertar para a crescente ocorrência de acidentes e lesões que causam mortes e incapacidade em todo o mundo, e a sensibilizar a população para a necessidade de prevenir estes problemas. Para Ricardo Leitão, sendo o traumatismo crânio-encefálico uma das maiores causas de morte e incapacidade no mundo, a celebração desta data tem a missão de «enfatizar a importância de salvar e proteger vidas durante os momentos mais críticos. Além disso, é também um dia para fornecer educação sobre como evitar lesões traumáticas e mortes, e sobre a investigação básica e translacional que se faz nesta área pelo mundo fora».

15 de outubro
É um tema – ainda frequentemente – tabu. Mas, por causa da paragem profissional que a pandemia ditou a muitos artistas, e das...

Ergonomia e saúde, ansiedade e performance, formação musical e ensino saudável, a condição auditiva dos músicos e técnicas de mindfulness na aprendizagem de instrumentos são alguns dos temas que conduzirão à plateia profissionais de música, estudantes, professores, especialistas de saúde e demais interessados pelas áreas em debate.

Organizado pelo Departamento de Música e Saúde deste espaço multicultural, que engloba uma unidade hoteleira com especial predileção pela cena musical, o encontro fará um raio-x à realidade física, mental e auditiva dos músicos, bem como ao ensino saudável na formação de instrumentistas.

Para fazer o diagnóstico da especialidade e apontar caminhos, em Portugal, as 1.ª Jornadas de Música e Saúde do M.Ou.Co. reúnem um lote de profissionais com trabalho profícuo no atendimento de artistas e em diversos domínios (fisioterapia, ergonomia, audiologia, psicologia e musicologia), entre os quais pós-graduandos da Universidade de Aveiro, bem como professores da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo e da Católica do Porto.

Graças ao reconhecimento da necessidade de uma abordagem especializada e sistematizada sobre a prevenção de problemas e a promoção da saúde e bem-estar dos músicos, “assiste-se um pouco por todo o mundo ao desenvolvimento de várias redes de conservatórios e escolas de música e artes voltadas para o ensino saudável”, lembra Flora Vezzá, coordenadora do evento e responsável pelo Departamento de Música e Saúde do M.Ou.Co., que tem na Clínica da Performance a sua face mais visível.

“A saúde e a longevidade dos performers no exercício de sua arte requerem não apenas a adequação dos cuidados de saúde que lhes são prestados, por profissionais que conheçam e considerem suas necessidades específicas, mas também - e talvez de forma fundamental - atenção à sua formação, para que a construção da saúde ocorra juntamente com a aquisição das habilidades necessárias à performance”, sublinha Flora Vezzá.

Esta doutorada em Saúde Pública e especialista em Fisioterapia Preventiva e Ergonomia (orientada para o desempenho musical) assevera que o atual contexto fornece a rampa certa para o “desenvolvimento de formações orientadas para a capacitação de profissionais de saúde, mas também para a dos próprios performers em todas as suas valências: artistas profissionais e amadores, iniciantes e proficientes”.

A excelência requer do artista dedicação, prática constante e a capacidade física para a recriação do gesto a cada performance, enuncia a mesma responsável, enfatizando que, “quando um problema de saúde afeta o seu desempenho, o apoio de profissionais que estejam cientes das exigências da sua atividade é fundamental”.  O que significa que abordagens especializadas que ofereçam técnicas de tratamento e recomendações adequadas às habilidades tão especiais desenvolvidas na performance podem ser a diferença entre uma recuperação plena e rápida, com retorno ao nível de desempenho anterior. Ou dificuldades e prejuízos no desempenho a médio e longo prazo.

A jornada, que arranca às 14h00 do próximo dia 15, termina com um concerto comentado, às 19h00, sob dinamização de Dreamweapon, o projeto musical psicadélico liderado por André Couto (ex-10000 Russos), que usa sintetizadores, vozes, efeitos, drones e loopstations na criação de experiências envolventes e imersivas. Ao encontro da herança deixada por nomes como Angus Maclise, Tony Conrad ou Spacemen 3.

O minimalismo, a repetição, o mantra, auxiliados pela indução provocada por efeitos de luz estroboscópicos, costumam ser a base para o improviso de Dreamweapon em palco, e, este, a ferramenta para a transcendência.

Testes Globais de Coagulação (Testes Viscoelásticos)
O médico especialista de Patologia Clínica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), João Mariano Pego, aceitou,...

“Os testes viscoelásticos são testes que fornecem informação global sobre a dinâmica do desenvolvimento, estabilização e dissolução dos coágulos que refletem a hemóstase in vivo”, explica João Mariano Pego. E prossegue dando nota que “estes testes podem contribuir para avaliar riscos e fenómenos hemorrágicos e trombóticos, portanto, úteis em diversas situações, nomeadamente: traumatismo, grande cirurgia (incluindo cirurgia de transplantação hepática, cirurgia cardíaca, entre outras), gravidez, avaliação da função plaquetária, perturbações hipercoaguláveis, coagulopatia associada à COVID-19, coagulação intravascular disseminada, investigação de indivíduos com uma doença hemorrágica não classificada, entre outros”.

O grupo de peritos de que agora também faz parte o médico do CHUC, João Mariano Pego, inclui mais cinco médicos, dois dos Estados Unidos, um da Austrália, um da Inglaterra e um da Irlanda.

 

Dia Mundial da Coluna tem como objetivo incentivar a prevenção de lesões na coluna
A Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV) alerta a população para a importância de cuidar da saúde da...

Este ano, o Dia Mundial da Coluna tem como objetivo incentivar a prevenção de lesões na coluna, com a prática do exercício físico e a melhoria da postura. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 1 em cada 4 adultos não é ativo o suficiente.

“Mundialmente, 8 em cada 10 pessoas têm ou vão ter dores na coluna vertebral. As dores nas costas continuam a ser um dos principais motivos que leva a população a ir ao médico, pela enorme incapacidade que provocam. Estas dores acabam por ter um efeito profundo na saúde da pessoa, impossibilitando-a de realizar as diversas atividades do seu dia a dia”, explica Nuno Neves, presidente da SPPCV.

Sublinha também: “A maior parte da população portuguesa não dá a devida importância à saúde da sua coluna, até aparecerem os primeiros sintomas. Para prevenir que tal aconteça, é necessário cuidar do nosso corpo, através da prática de atividade física, da adoção de uma alimentação saudável, da diminuição dos esforços e da melhoria da postura.”

A lombalgia, a escoliose, a hérnia discal, a doença discal degenerativa e a espondilose são algumas das principais doenças que afetam a coluna.

 

Sintomas e tratamento
As doenças reumáticas são a primeira causa de doença no homem, o primeiro motivo de consulta médica

As doenças reumáticas são doenças inflamatórias, infeciosas, metabólicas, degenerativas e outras que, de um modo agudo, subagudo ou crónico, envolvem, predominantemente, os ossos, as articulações e as estruturas periarticulares (músculos, tendões, ligamentos) podendo, também, afetar o tecido conjuntivo em qualquer parte do organismo, resultando nas mais variadas manifestações orgânicas e atingido múltiplos órgãos e sistemas, como o coração, pulmão, rins ou tubo digestivo.

Sabia que existem mais de 100 doenças reumáticas? Embora as mulheres sejam as mais afetadas, a verdade é que este tipo de patologia não escolhe idades nem géneros. E entre alguns dos fatores de risco estão, para além da idade, o tabagismo, a obesidade, a utilização de determinados fármacos ou ingestão excessiva de bebidas alcoólicas.

E, embora a dor seja considerada a principal manifestação clínica associada a estas patologias, saiba que há outros sinais relativamente comuns no grupo das doenças reumáticas: como a rigidez, limitação de movimentos, calor ou inchaço nas articulações, falta de energia ou fadiga.

Neste artigo mostramos-lhe algumas das doenças reumáticas mais prevalentes.

Osteoartrose

A osteoartrose, mais conhecida por artrose, é uma doença que atinge, fundamentalmente, a cartilagem articular, que é um tecido conjuntivo elástico que se encontra nas extremidades dos ossos que se articulam entre si. E, embora se possa pensar que esta é uma doença que surge com o envelhecimento, a verdade é que a artrose não pressupõe o envelhecimento articular, quer isto dizer que há idosos que não sofrem de artrose e indivíduos mais jovem que sim!

Estima-se que, em Portugal, meio milhão de pessoas sofra de osteoartrose e embora atinja com mais frequência o sexo feminino, tanto os homens como as mulheres acima dos 50 anos correm risco de a desenvolver.

As articulações mais frequentemente envolvidas na população portuguesa são a coluna vertebral, em particular os segmentos cervical e lombar, os joelhos, as articulações das mãos e a da base do dedo grande do pé.

As causas não são conhecidas, e embora o desgaste da articulação seja importante, não é razão suficiente para a explicar. Pensa-se que a osteoartrose se deve a várias causas, entre elas, fatores mecânicos, hereditários (sendo que há famílias mais propensas a contrair esta doença), hormonais ou metabólicos.

Dor, rigidez, limitação dos movimentos e, em fases mais avançadas, deformações estão entre as principais manifestações clínicas da doença.

Esta, ao contrário do que acontece com as doenças reumáticas inflamatórias, é uma doença localizada apenas nas articulações. Não atinge os órgãos internos e não é acompanhada de sintomas e/ou manifestações chamadas “gerais”, como, por exemplo, febre, falta de apetite, cansaço fácil e emagrecimento.

Também ao contrário do que acontece nas doenças reumáticas inflamatórias, e pela mesma razão, as artroses não originam alterações nas análises do sangue e da urina.

Repouso, fisioterapia que permite corrigir algos erros posturais e alguns medicamentos constituem o tratamento para a Osteoartrose.

Os medicamentos utilizados no tratamento da osteoartrose são fundamentalmente os analgésicos, os anti-inflamatórios não esteroides (AINE), os condroprotetores, isto é, os protetores da cartilagem articular, e os relaxantes musculares.

Outro aspeto muito importante é a manutenção de um penso saudável. A obesidade constitui uma enorme sobrecarga para a coluna vertebral, para as ancas e os joelhos, pelo que a perda de peso é a primeira terapêutica nas artroses dos joelhos e das ancas.

Osteoporose

A osteoporose caracteriza-se por aumento da porosidade do esqueleto e diminuição da massa óssea. Cerca de 30% das mulheres pós-menopáusicas na Europa têm osteoporose e, destas, pelo menos 40% vão desenvolver fraturas osteoporóticas.

Os principais sintomas e sinais da osteoporose são as dores, as deformações ósseas e as fraturas. As dores ósseas localizam-se predominantemente ao nível da coluna vertebral, agravam-se com os movimentos e com os esforços físicos, diminuindo com o repouso. As deformações traduzem-se num exagero das curvaturas fisiológicas da coluna vertebral, em particular por aumentos da cifose dorsal e da lordose lombar. As fraturas mais frequentes são as das vértebras e a do colo do fémur, mas qualquer osso pode fraturar.

A ingestão suficiente de cálcio e de vitamina D, bem como a prática de exercício físico, assumem uma importância vital para a saúde dos seus ossos em todas as etapas da nossa vida, ajudando a evitar o desenvolvimento da doença.

O Instituto Português de Reumatologia deixa algumas regras:

  • Zele por uma alimentação saudável, rica em cálcio
  • As crianças necessitam de cerca de 600 a 800 mg de cálcio por dia. No caso dos adolescentes, a quantidade varia entre 900 e 1200 mg. Nos adultos, a quantidade de cálcio recomendada situa-se entre os 800 e 1000 mg por dia. Os produtos ricos em cálcio são os produtos lácteos (magros) como o leite, o iogurte e o queijo; os legumes verdes, os cereais e o pão completo. Existem, presentemente, inúmeros produtos enriquecidos com cálcio. Deve-se evitar bebidas carbogaseificadas e regimes alimentares com poucas proteínas, pois é necessário algum teor em proteína para assegurar a produção de colagéneo no osso.
  • Pratique suficiente exercício físico

Também neste caso, comece o mais cedo possível e não espere pelos cinquenta. Todas as formas de exercício físico que solicitam as pernas contribuem para a solidez dos ossos. A marcha ou jogging são perfeitos. A natação tem uma ação relaxante e melhora o desempenho muscular, mas não estimula o metabolismo ósseo.

  • Passe regularmente algum tempo no exterior, ao sol

Os raios solares asseguram a síntese da vitamina D no organismo. Esta vitamina é indispensável para uma boa absorção do cálcio nos intestinos (a exposição ao sol deve ser moderada para evitar lesões cutâneas).

  • Consuma álcool com moderação e deixe de fumar

O excesso de álcool e nicotina exerce uma influência negativa sobre o osso.

  • Evite as quedas

Gota Úrica

A Gota é uma doença que resulta do depósito de cristais de ácido úrico em várias localizações, sobretudo nas articulações, tecido subcutâneo e rim. É uma das doenças reumáticas mais prevalentes no mundo ocidental.

Afeta sobretudo homens (2 a 7 por cada mulher afetada), ocorrendo geralmente a partir dos 40 anos no sexo masculino e dos 60 no sexo feminino. Embora seja provocada por altas concentrações de ácido úrico, apenas uma pequena percentagem de pessoas desenvolver a gota. A obesidade, a insuficiência renal, o uso de alguns medicamentos (como por exemplo os diuréticos e a ciclosporina), o consumo excessivo de alguns alimentos (como a carne e o marisco) e o excesso de bebidas alcoólicas, especialmente cerveja, são os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença.

A sintomatologia da gota é dominada por crises muitíssimo dolorosas, localizadas na grande maioria das vezes ao nível da articulação metatarso--falângica do dedo grande do pé. Estas crises, para além da dor, são caracterizadas pelo aparecimento de outros sinais inflamatórios como tumefação, calor e rubor ao nível das articulações.

Para além do dedo grande do pé, outras articulações podem ser inicialmente afetadas como o joelho, a tibiotársica (tornozelo) e a mediotársica (peito do pé). Quase sempre as crises são monoarticulares, isto é, atingem apenas uma articulação.

O tratamento da gota úrica é diferente nas crises e nos períodos entre as crises. As crises agudas tratam-se com repouso, frio sobre a articulação envolvida (saco de água fria com algumas pedras de gelo) e anti-inflamatórios não esteroides (AINE). Os AINE são medicamentos que diminuem as dores combatendo a inflamação.

O doente deve recorrer a uma dieta saudável com evicção alcoólica e evitando a gordura animal.

Artrite Reumatoide

A Artrite Reumatoide (AR) é uma doença reumática inflamatória crónica, de causa desconhecida que, embora envolva, sobretudo, as articulações, pode atingir qualquer órgão e apresentar as mais variadas manifestações clínicas. Mais frequente entre os 30 e os 50 anos, pode surgir após um choque emocional.

Apesar de não ser totalmente compreendida, sabe-se que na artrite reumatoide há uma desregulação do sistema imunitário. O sistema imunitário, constituído pelos glóbulos brancos e outras células e, ainda, pelos produtos destas células (anticorpos, citocinas e outras substâncias), é um sistema de defesa do organismo que, ao adoecer, pode agredi-lo em vez de o defender. É o que acontece na artrite reumatoide. As substâncias que agridem o organismo são proteínas chamadas autoanticorpos e citocinas.

Os sintomas mais precoces nos doentes com artrite reumatoide são a rigidez matinal, a dor e a tumefação nas articulações. Estes doentes, quando acordam, têm as articulações muito rígidas, o que os impossibilita de as utilizar. É a isto que se chama rigidez matinal. Ela é sempre superior a 30 minutos e, por vezes, prolonga-se ao longo de toda a manhã. Em certos casos a rigidez mantém-se durante todo o dia.

Os medicamentos usados no tratamento da artrite reumatoide são, fundamentalmente, os anti-inflamatórios não esteroides, os imunomoduladores e os corticosteroides.

Os anti-inflamatórios não esteroides (AINE), como o seu nome indica, são medicamentos que aliviam a dor e reduzem o processo inflamatório. São medicamentos sintomáticos, isto é, são fármacos que tratam os sintomas, mas não modificam a doença. No entanto são indispensáveis, visto ser impossível tolerar a inflamação reumatoide sem o recurso a estes medicamentos.

Os fármacos imunomoduladores são assim chamados por modularem, isto é, modificarem o sistema imunitário que está desregulado nos doentes com artrite reumatoide. Os principais imunomoduladores são o metotrexato, a sulfasalazina e a hidroxicloroquina.

Para além dos fármacos, é essencial que os doentes sigam outras medidas que ajudam a aliviar os sintomas, como é o caso do repouso durante e fora das crises e a prática de exercício físico. Os exercícios são indispensáveis para vencer a rigidez articular, para preservar ao máximo a mobilidade das articulações e para combater a atrofia muscular.

Por outro lado, há que ter atenção à dieta, devendo-se privilegiar o consumo de proteínas, hidratos de carbono e gorduras, vitaminas e sais minerais.

Nos doentes a tomar corticosteroides, a dieta deve conter pouco sal e ser rica em potássio (vegetais, laranjas e bananas). Além disso, esta dieta deve ser ainda rica em cálcio, recomendando-se a ingestão de um litro de leite magro por dia.

Fibromialgia

A fibromialgia é uma síndrome crónica caracterizada por queixas dolorosas neuromusculares difusas e pela presença de pontos dolorosos em regiões anatomicamente determinadas.

Desconhece-se a causa da fibromialgia, apontando-se como origens possíveis perturbações do sistema nervoso, do estado psíquico, do sono e do músculo, resultando, provavelmente, a fibromialgia da combinação de fatores periféricos (por exemplo, musculares) e de origem central (por exemplo, do sistema nervoso).

Do que não há dúvida é que na fibromialgia há uma alteração do sistema de controlo da dor.

A fibromialgia é agravada pelo frio, pela humidade, pela ansiedade, pela excitação e tensão psíquica, e aliviada com o tempo quente e seco e com as férias.

Os antidepressivos e os relaxantes musculares constituem maioritariamente o tratamento farmacológico da fibromialgia. No entanto, quando a dor é intensa, podem prescrever-se analgésicos potentes ou anti-inflamatórios não esteroides

A educação do doente sobre o que é esta doença, bem como a capacidade de este identificar os fatores desencadeantes das crises é meio caminha andado para conseguir controlar a doença.

É importante ainda que faça uma boa higiene do sono, pratique exercício físico e não descure a sua saúde mental. Sem cura conhecida, cabe ao doente reaprender a viver com doença.

Espondilite Anquilosante

A espondilite anquilosante é uma doença reumática crónica, de natureza inflamatória, que pode levar, quando não tratada, à anquilose da coluna vertebral, que assim se torna rígida. De acordo com o Instituto Português de Reumatologia, esta doença leva à “fusão” das articulações da coluna limitando a sua mobilidade.

Inicia-se, por via de regra, entre os 15 e os 30 anos de idade, portanto em indivíduos jovens, mas pode surgir na infância ou durante a puberdade (raramente) e em indivíduos com mais de 40 anos de idade, o que também é raro.

Os primeiros sintomas da EA são, muitas vezes, dor nas regiões glúteas ou lombalgia, que são causados por inflamação das articulações sacroilíacas e coluna vertebral. Este tipo de dor é inflamatória, e manifesta-se de forma insidiosa, lenta e gradual, sendo difícil precisar o momento exato em que os sintomas começaram. A lombalgia ocorre quando o doente está em repouso, melhorando com a atividade física. Desta forma, a dor é geralmente pior nas últimas horas da noite e de manhã cedo. Quando a pessoa se levanta e inicia a atividade normal, existe alívio ou até mesmo desaparecimento da dor.

A tumefação e a dor também podem ocorrer nas articulações das ancas, ombros, joelhos e tornozelos. Pode haver inflamação dos ligamentos ou tendões, como por exemplo dor no tendão de Aquiles.

Segundo o Instituto Português de Reumatologia, “os anti-inflamatórios não-esteroides (AINE) constituem sempre, salvo estejam contraindicados, a abordagem inicial do tratamento, conseguindo na maioria dos casos reduzir e por vezes mesmo suprimir a inflamação. O controlo da inflamação permite o alívio da dor e da rigidez, permitindo um melhor repouso durante a noite. Podem ser utilizados por períodos prolongados de tempo, com as devidas precauções”.

Um dos aspetos mais importantes do tratamento são os exercícios de reabilitação ao nível da coluna vertebral e exercícios respiratórios, de modo a fortalecer os músculos da coluna e evitar a rigidez e perda de mobilidade da própria coluna vertebral.

Nos últimos anos ficaram ainda disponíveis os chamados “tratamentos biológicos”, que são dirigidos especificamente para os componentes da resposta imunológica que intervêm nesta doença.

 

Fontes: Instituto Português de Reumatologia
https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/doencas-reumaticas-manual-de-auto-ajuda-para-adultos-pdf.aspx

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sobre o Orçamento do Estado
No momento em que se debate o Orçamento Geral do Estado para 2023 (OE2023), a APOGEN – Associação Portuguesa de Medicamentos...

A APOGEN observa com agrado o reforço do orçamento da Saúde em 1 170 milhões de euros e espera que o Orçamento do Estado tenha em conta as propostas da indústria de medicamentos genéricos e biossimilares no sentido de criar condições para assegurar a sustentabilidade da produção e combater a escassez de medicamentos num futuro próximo.

A associação faz referência ao texto no Relatório do OE2023 onde se lê que “as maiores dificuldades de abastecimento de produtos na indústria têm contribuído para a escassez da oferta e consequente agravamento dos custos de produção, bem como para a subida dos preços da generalidade dos produtos”. A este respeito, a presidente da Direção, Maria do Carmo Neves, realça que “sendo o preço dos medicamentos regulado pelo Estado, ao contrário de vários outros setores, não é possível refletir o aumento dos custos nos medicamentos, pelo que têm de ser absorvidos na totalidade pela indústria farmacêutica tornando insustentável a manutenção de muitos medicamentos no mercado e comprometendo o lançamento de novos medicamentos genéricos e biossimilares”.

A associação sublinha que estes medicamentos têm um papel fundamental, quer ao nível social quer em termos de sustentabilidade do SNS, e “há que tomar opções claras no sentido de garantir a sua disponibilidade no mercado”, como afirma a presidente de Direção.

Maria do Carmo Neves acrescenta: “A imposição de uma contribuição extraordinária sobre a indústria farmacêutica de 14,3%, igual à dos medicamentos inovadores, em ambiente hospitalar, em que o preço médio dos medicamentos genéricos e biossimilares é inferior em 91%, por comparação com os medicamentos de referência, não contribui para o acesso a medicamentos mais custo-efetivos, nem para a sustentabilidade da indústria de medicamentos genéricos e biossimilares, pelo que é fundamental que no OE2023 seja suspensa”, sublinha.

Recorde-se que a contribuição extraordinária sobre a indústria farmacêutica foi implementada em 2015 com cariz provisório, tendo-se transformado num dos principais fatores de desincentivo ao lançamento de novos medicamentos genéricos e biossimilares no mercado hospitalar. Ao longo dos anos, a APOGEN tem vindo a propor que o Governo adeque esta medida ao setor. De acordo com um estudo de mercado realizado pela APOGEN, nos últimos dez anos foram retirados do mercado hospitalar cerca de 30% dos medicamentos comercializados, devido a inviabilidade económica. “A manutenção da contribuição extraordinária sobre a indústria farmacêutica, na atual conjuntura, vai agudizar esta situação”, acrescenta a presidente de Direção.

Outra prioridade que a APOGEN espera ver refletida no OE2023 é relativa à política do medicamento, no que diz respeito a preços e comparticipações. “Estamos expectantes quanto ao que o OE prevê na atuação sobre a política de formação de preços de medicamentos, pois consideramos que é importante haver uma revisão ao nível dos preços sem que isso impacte o valor que será pago pelos utentes”, adianta Maria do Carmo Neves.

A APOGEN alerta para a necessidade de precaver o risco de rutura de medicamentos genéricos e biossimilares caso não sejam previstas medidas prioritárias para enfrentar as sérias consequências do aumento da taxa de inflação, dos preços da energia, do transporte e das matérias-primas na produção de medicamentos genéricos e biossimilares. “Está em causa sermos confrontados com uma situação em que os doentes podem não ter acesso a estes medicamentos, alguns dos quais são essenciais”, conclui a presidente de Direção.

 

13 de outubro é Dia Mundial do Cancro da Mama Metastático
A reintegração no mercado de trabalho é um dos grandes desafios para a pessoa que vive com cancro. Com o aumento da esperança e...

Um diagnóstico de cancro da mama metastático leva a alterações físicas e psicológicas significativas. Com elevada incidência nas mulheres a partir dos 45 anos, altura em que, por norma, as suas vidas profissionais e familiares são bastante ativas e exigentes, vai ter um peso ainda mais significativo a diferentes níveis, como o pessoal, o familiar ou mesmo o profissional.

Com o diagnóstico de cancro da mama metastático, surgem várias dúvidas e inseguranças, muitas vezes aliadas a sintomas físicos, que podem impactar de forma significativa a vida destas pessoas. A nível pessoal, o apoio da família e dos amigos mais próximos é fundamental para que possam encontrar estratégias que lhes permitam ultrapassar as dificuldades do dia-a-dia.

No contexto profissional, por outro lado, “os colegas e mesmo os superiores hierárquicos também poderão contribuir através da implementação de medidas como a adaptação de horários e tarefas, da alteração de objetivos e no ajuste global das condições de trabalho.”, explica Telma Costa, oncologista e membro da direção da AICSO. “Felizmente, é cada vez maior o número de casos em que assistimos à implementação “informal” destas medidas, mas é urgente que se passe ao plano seguinte e que passem a existir mais orientações oficiais e de forma transversal aos diversos setores. Os avanços da Ciência têm-nos permitido prolongar o tempo e a qualidade de vida dos doentes oncológicos. Vivem com cancro como com outras doenças crónicas e nesses casos, podem perfeitamente regressar ao ativo. Cabe-nos, enquanto sociedade, zelar pela sua proteção e reintegração. Carreira profissional incluída”, conclui.

O que é o cancro da mama metastático?

Estamos perante um cancro da mama metastático quando a doença passou do tumor primário (mama, axila ou ambas) para outras partes do corpo. A doença é, neste caso, avançada e incurável, e por isso, à semelhança do que se passa com outras doenças crónicas, como a diabetes ou a hipertensão, a pessoa terá de viver com ela. Os avanços na ciência têm contribuído para o desenvolvimento de novos tratamentos, que por sua vez nos têm permitido aumentar de forma muito significativas estimativas de sobrevivência e também a qualidade de vida das pessoas que vivem com e para além desta doença.

Médica alerta e deixa 5 conselhos
Selma Souto, especialista em endocrinologia do Hospital de S.

O consumo excessivo de gorduras, de adição de açúcares, de sal nos temperos e a ingestão frequente de produtos ultraprocessados estão entre os “pecados” alimentares mais comuns e devem ser corrigidos, uma vez que “são muito prejudiciais para a saúde”, alerta a médica Selma Souto, especialista em endocrinologia do Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto.  

Outro hábito pouco saudável apontado pela médica, nas vésperas de mais um Dia Mundial da Alimentação, que se assinala a 16 de outubro, “é a ingestão abundante de álcool e bebidas açucaradas que muito contribuem para o aumento da ingestão calórica”. Selma Souto sublinha que a alimentação pouco variada, por exemplo, com baixo consumo de frutas e produtos hortícolas, é frequente em pessoas com obesidade, e pode contribuir para a carência de algumas vitaminas e minerais, essenciais para garantir saúde e bem-estar. E lembra que a obesidade também implica um risco acrescido para o desencadear de outras doenças como a diabetes, doenças cardiovasculares, musculoesqueléticas, respiratórias e alguns tipos de cancro. 

Não culpe apenas a genética 

Existem vários fatores que podem contribuir para sucessivos balanços energéticos positivos e para o consequente aumento do peso. Selma Souto dá como exemplo o aumento da ingestão de calorias, o sedentarismo, os disruptores endócrinos, alguns medicamentos, a cessação tabágica e fatores psicossociais. Ou seja, apesar de a hereditariedade ter algum “peso” na nossa balança, a verdade é que há muita margem para a pessoa intervir, a começar pelas escolhas alimentares, mas não só: fazer uma alimentação mais variada e equilibrada, mais atividade física, menos stress e melhoria da qualidade do sono. 

Equilíbrio metabólico é fundamental 

A obesidade “é uma doença endócrina e multifatorial, sendo a microbiota (flora) intestinal um dos vários fatores que pode contribuir para o nosso equilíbrio metabólico. Daí que seja tão importante ter uma alimentação cuidada e hábitos de vida saudável. A microbiota intestinal é fundamental na monitorização e controlo do equilíbrio metabólico e dos gastos energéticos. Há bactérias que podem ajudar a regular o apetite, a saciedade e o armazenamento de energia. Por isso, garantir o equilíbrio e diversidade da comunidade de microrganismos presentes no intestino é uma das formas de prevenir não só problemas de excesso de peso, como outras doenças. 

Selma Souto explica que o desenvolvimento da obesidade pode ser influenciado pelas proporções relativas dos dois tipos de bactérias da flora intestinal, designadamente, Firmicutes e Bacteroidetes. “A evidência científica sugere que a atividade metabólica destas bactérias intestinais tem influência nas calorias ingeridas e pode modificar a regulação e o armazenamento de energia obtida a partir dos nutrientes e o armazenamento de massa gorda”, revela. Sabe-se, por exemplo, através de estudos realizados, que a microbiota de indivíduos com obesidade tem maior quantidade de Firmicutes e menos Bacterioidetes. O oposto acontece quando há perda de peso. 

Como intervir na obesidade? 

De acordo com a médica, a intervenção na pessoa com obesidade deve começar pela história clínica e um exame físico detalhado. Na história clínica, “é fundamental a avaliação da evolução ponderal desde o nascimento até à atualidade, identificação de possíveis causas para o aumento de peso, tentativas prévias de perda de peso e seus resultados, avaliação da ingestão alimentar e da atividade física, expectativas da pessoa e grau de motivação para a mudança, doenças/comorbilidades associadas e a sua história familiar”. Quanto ao exame físico, devem ser avaliados “os parâmetros antropométricos, a presença de sinais sugestivos de doença endócrina ‘clássica’ e de comorbilidades associadas”.  

Selma Souto explica que a história clínica e exame físico são fundamentais porque “em cerca de 4% dos casos, a obesidade tem como causa uma doença endócrina ‘clássica’ e, em cerca de 1%, uma causa genética que precisa de ser identificada”. E acrescenta que é por esta razão que devem ser pedidos exames analíticos para avaliação das causas e/ou comorbilidades da obesidade. 

“A primeira linha do tratamento é o plano alimentar e a atividade física, sendo que atualmente temos várias opções de tratamento médico, com evidência significativa na perda de peso, desde os probióticos à terapêutica farmacológica oral e injetável, e nos casos de obesidade mais grave a cirurgia bariátrica”, esclarece a especialista em endocrinologia. 

Em relação ao plano alimentar há recomendações que podem ser importantes para perder peso, alterar hábitos pouco saudáveis e alcançar mais saúde e bem-estar e que devem ser acompanhadas por um médico: 

  1. Evite os alimentos processados. Este tipo de alimentos tem valores calóricos mais elevados, intensificadores de sabor, adoçantes artificiais, entre outros. Opte por alimentos mais próximos do seu estado natural e cozinhe-os com gorduras de boa qualidade (azeite, por exemplo) e reduza o sal, compensando com ervas aromáticas e especiarias. Os aditivos como emulsionantes ou adoçantes podem alterar a microbiota intestinal e ter um impacto metabólico não desejável, como inflamação crónica de baixo grau e resistência à insulina. O sal está associado ao aumento da tensão arterial, ao risco de AVC e à obesidade. 
  2. Consuma mais alimentos ricos em fibra: hortícolas, fruta e leguminosas. Estes alimentos apresentam, em geral, um baixo valor calórico, conferem saciedade, vitaminas e sais minerais. A fibra, que é um prebiótico, que contribui para alimentar os probióticos presentes na nossa microbiota. Muitos destes alimentos de origem vegetal ajudam na regulação do metabolismo e facilitam a degradação de gordura.   
  3. Lanches saudáveis para não cair em tentação. Quando a fome aperta, dentro ou fora de casa, a tentação é, muitas vezes, escolher uma solução mais prática e cómoda, mas convém que seja saudável. Por isso, prepare os seus lanches. Tenha à mão fruta, iogurtes com pouco teor de gordura, cereais ou pão integral para fazer uma sandes saudável (queijo magro, alface, ovo, por exemplo). Frutos secos sem sal, como as nozes ou o caju, em pequenas quantidades, são também uma boa opção. Bolachas, chocolates e bolos estão quase sempre cheios de açúcar. 
  4. Não “salte” refeições. É preferível fazer 5 a 6 refeições diárias (mas atenção às quantidades!) do que ficar muitas horas sem comer. A fome fará com que se sinta mais tentada a fazer escolhas que não são tão saudáveis, além de que, muito provavelmente, vai acabar por comer mais. Além disso, os intervalos regulares ajudam a manter os níveis de energia. Nas refeições principais, comece com um prato de sopa para aumentar a sensação de saciedade. 
  5. Beba água. A água é fundamental para o funcionamento do organismo. Não é por acaso que está no centro da roda dos alimentos. Na verdade, está representada em todos. A ingestão de água é essencial para que todo o metabolismo funcione. Evite os refrigerantes e as bebidas alcoólicas. 
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Uma em cada três pessoas com mais de 50 anos está em risco de desenvolver a doença
Mais de 90% dos adultos são portadores do vírus que causa a Zona, que tende a reativar-se após os 50 anos. Em parceria com a...

“Com o aumento da idade e/ou determinadas condições clínicas que enfraquecem o nosso sistema imunitário, este fica mais suscetível à reativação do vírus que causa a varicela, que por sua vez provoca a Zona. Uma em cada três pessoas está em risco e, por isso, é importante informar a população sobre a doença”, defende Nuno Jacinto, presidente da APMGF. 

Segundo o estudo “Vacinação na Idade Adulta e Envelhecimento Saudável: o que sabemos sobre a Zona?”, uma iniciativa da GSK e da APMGF, 53% da população portuguesa com mais de 50 anos não conhece os fatores de risco associados à doença, 16% não conhecem os sintomas e 28,6% não sabem qual é a faixa etária mais vulnerável ao seu aparecimento.  

“Com esta iniciativa pretendemos informar os portugueses, em particular os maiores de 50 anos, para a importância de se antecipar à Zona e seus sintomas, que podem ser altamente incapacitantes e ter um enorme impacto na qualidade de vida. É, também, um investimento que demonstra todo o empenho e compromisso da GSK em ser um ator ativo e responsável no contributo para a literacia em saúde em Portugal”, explica Neuza Teixeira, Country Medical Manager da GSK Portugal. 

A campanha vai estar disponível em televisão, plataformas digitais e redes sociais, durante os próximos meses. 

A Zona, também conhecida por Cobrão ou Herpes Zoster, é uma doença causada pela reativação do vírus varicela-zoster. Depois de uma pessoa contrair varicela, habitualmente durante a infância, o vírus permanece adormecido no corpo desta durante toda a vida, não causando normalmente quaisquer sintomas. Contudo, com o aumento da idade, o sistema imunitário enfraquece naturalmente, o que pode permitir que o vírus varicela-zoster se reative, causando Zona.

Inicialmente, a doença pode manifestar-se através da sensação de formigueiro ou dor numa área da pele, de dor de cabeça ou mal-estar geral. Tipicamente, surge ainda, alguns dias mais tarde, uma erupção cutânea (vesículas ou bolhas) apenas de um lado do corpo, mais frequentemente no peito, abdómen ou rosto, podendo também estar presentes em qualquer parte do corpo.

Normalmente, os sintomas melhoram após algumas semanas, mas alguns doentes podem sofrer complicações. 

A complicação mais comum da Zona (30 % dos casos) é a Nevralgia Pós-Herpética (NPH), caracterizada por uma dor incapacitante que pode durar de 3 a 6 meses, podendo em alguns casos persistir durante vários anos.

A NPH pode causar ansiedade, depressão e insónia. Outras complicações podem incluir, alterações da pele, envolvimento do olho e problemas de audição. 

Mais informação sobre a iniciativa está disponível em: www.porumavidainteirapelafrente.pt.   

 

 

Ferramenta estará disponível no site da A.N.D.A.R.
A A.N.D.A.R. - Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatoide lança hoje o “Guia de Conversa para a sua Consulta”. A...

O “Guia de Conversa para a sua Consulta” apresenta-se como um breve questionário dirigido ao doente e dividido em cinco áreas: identificação de metas específicas, avaliação do bem-estar atual, satisfação com o tratamento, registo de sintomas e um espaço para anotação de questões a fazer ao médico. Esta ferramenta pretende levar o doente com Artrite Reumatoide a preparar a sua conversa de uma forma mais estruturada na próxima consulta com o seu médico.

“O tempo reduzido da consulta e o stress que esse momento pode provocar faz com que os doentes nem sempre consigam ter uma conversa fluída e produtiva com o seu médico. Criámos esta ferramenta para que os doentes possam estruturar o seu discurso e explicar ao seu médico, com maior clareza, aquilo que sentem. Acreditamos que este guia pode fortalecer a relação médico-doente e que este é um fator determinante para a melhoria da qualidade de vida dos doentes”, afirma Arsisete Saraiva, presidente da A.N.D.A.R.

“Pretendemos que esta seja uma ferramenta útil para os doentes, mas também para o próprio médico, que poderá ter uma visão holística do estado do seu doente e usar o guia como forma de monitorização. Não se trata de substituir ou reduzir o tempo da consulta, mas sim de tornar a consulta mais efetiva e, consequentemente, melhorar a adesão terapêutica e os outcomes clínicos”, salienta António Vilar, secretário-geral da A.N.D.A.R. e presidente eleito da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR).

A Artrite Reumatoide, uma doença inflamatória crónica, autoimune, pode surgir em qualquer idade, embora seja mais comum entre os 30 e os 60 anos de idade, afetando cerca de 75% das pessoas do sexo feminino. O principal sintoma é a inflamação das articulações, que as danifica, as cartilagens e o osso, e quando não tratada precocemente pode levar a deformidades, limitando a atividade diária e a qualidade de vida

O guia estará disponível, brevemente, para download no site da A.N.D.A.R., em www.andar-reuma.pt

 

Risco é 4 a 7 vezes mais elevado do que na população em geral
O tromboembolismo venoso (TEV) associado ao cancro é cada vez mais prevalente e estima-se que afete um quinto de todos os...

Os doentes oncológicos possuem um risco relativo de TEV cerca de 4 a 7 vezes superior à população em geral, e uma taxa de incidência de cerca de 13 por 1.000 indivíduos/ano. A probabilidade de repetição de um evento de TEV num doente oncológico, é mais elevada e a taxa de recorrência é cerca de 3-4 vezes superior à da população em geral.

No Dia Mundial da Trombose, que se assinala anualmente a 13 de outubro, a LEO Pharma alerta para a estreita relação entre os episódios de tromboembolismo e o cancro. Esteve Colomé, diretor do departamento médico da Unidade de Trombose da LEO Pharma, “o cancro conduz a um estado de hipercoagulação, aumentando a espessura do sangue e favorecendo o surgimento de coágulos. Entre os principais fatores de risco da trombose está a neoplasia avançada.”

Estes fatores de risco são particularmente relevantes nos primeiros meses após o diagnóstico de tumor, coincidindo com o período em que se realizam tratamentos como a cirurgia ou a quimioterapia, que também contribuem para a formação de coágulos. Apesar de a trombose ser relevante nos doentes com cancro, contribuindo para agravar o prognóstico, é uma doença que pode ser prevenida.

Estudo ibérico com vista a apoiar melhores soluções terapêuticas

Em Portugal, o cancro colorretal é o tipo de cancro mais frequente, com uma incidência anual de 10 mil novos casos. Desde 2018, é a primeira causa de novos casos de cancro, segundo dados da Agência Internacional de Investigação do Cancro (IARC).

Há mais de 70 anos que a LEO Pharma aposta na investigação, desenvolvimento e produção de heparinas de baixo peso molecular, mantendo o compromisso com a prevenção e a melhoria do tratamento da trombose. Desta forma, a LEO Pharma está a apoiar o Estudo PROTINCOL, um estudo ibérico promovido pelo Grupo Gallego de Investigación en Tumores Digestivos (GITuD), levado a cabo por investigadores independentes, e que terá início em novembro de 2022.

A identificação dos doentes que necessitam de terapêutica com anticoagulantes surge como uma necessidade urgente para evitar que alguns doentes possam estar expostos, desnecessariamente, ao risco de hemorragias.

Em Portugal, o estudo é coordenado por Helder Mansinho, Diretor do Serviço de Hemato-Oncologia do Hospital Garcia de Orta. Será o estudo ibérico mais robusto realizado até ao momento nesta área e conta com a participação de um total de 30 serviços de Oncologia de Portugal e Espanha.  Estima-se que seis serviços de Oncologia em Portugal integrem o estudo durante o primeiro trimestre de 2023.

Os avanços científicos nesta patologia têm possibilitado o aumento da sobrevida dos doentes nesta situação clínica, com o uso da quimioterapia e das terapêuticas direcionadas, que podem aumentar secundariamente o risco de trombose, para o qual a prevenção do tromboembolismo venoso adquire maior relevância.

O estudo será apresentado durante a Reunião “Impacto da Trombose Associada ao Cancro”, organizada pelo Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT) com o apoio da LEO Pharma, no painel “A Importância De Prevenir, Diagnosticar E Tratar O Tromboembolismo No Doente Oncológico”. A reunião acontece no dia 5 de novembro, a partir das 15h, em formato híbrido. 

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