O seu cão tem explosões de energia?
Muitos tutores já testemunharam o seu cão a correr pela casa em círculos, a saltar de forma descontrolada ou a disparar em...

Para esclarecer este fenómeno, o médico veterinário António Dias, da Clinicanimal, clínicas veterinárias da Tiendanimal, explica em detalhe o que está por detrás destas explosões súbitas de energia e como os tutores devem reagir.

“Os zoomies podem surpreender os tutores, especialmente quando acontecem dentro de casa e parecem totalmente inesperados. Apesar de causarem alguma confusão, são episódios curtos que, na maioria das vezes, demonstram vitalidade e alegria,” afirma o veterinário.

“Também conhecidos como Frenetic Random Activity Periods (FRAPs), os zoomies são simplesmente momentos em que o cão liberta energia acumulada. O mais importante é perceber em que situações acontecem e garantir que o animal está em segurança durante estes episódios,” acrescenta António Dias.

 

O que são os zoomies

Os zoomies são manifestações de energia súbita que podem ocorrer em patudos de todas as idades, sendo mais frequentes em cães jovens. Durante estes episódios, o animal apresenta corridas em círculos ou em zig-zag, saltos repetidos, vocalizações de excitação, cauda abanando e expressão corporal relaxada. Este comportamento é geralmente autolimitado, dura apenas alguns minutos, e não indica agressividade.

 

Causas mais comuns

Os zoomies podem surgir por diversos fatores. Em certos casos, os zoomies funcionam como um mecanismo natural de libertação de stress ou tensão acumulada. Noutros, trata-se de energia acumulada devido a exercícios insuficientes ou a um ambiente pouco estimulante Situações de alegria e excitação, como o regresso do tutor a casa, brincadeiras ou interação com outros cães, também podem motivar estes episódios. Além disso, momentos específicos, como após o banho ou passeios prolongados, são gatilhos frequentes.

 

Como gerir

Apesar de geralmente inofensivos, os zoomies podem ser perigosos em ambientes com obstáculos, superfícies escorregadias ou objetos frágeis. Recomenda-se criar um espaço seguro que permita que o patudo liberte energia sem riscos. Não se deve punir o animal, pois isso pode gerar stress e afetar a relação tutor-animal. A prática regular de exercício físico, enriquecimento ambiental e brincadeiras estruturadas contribui para canalizar energia de forma saudável, reduzindo a frequência e intensidade dos episódios.

 

Sinais de alerta

Embora a maior parte dos zoomies seja normal, certos sinais exigem atenção. Se o cão apresentar agressividade, vocalizações de dor, alterações súbitas de comportamento, falta de coordenação ou episódios prolongados, deve ser avaliado por um médico veterinário. Estes sinais podem indicar problemas de saúde, dor, ansiedade ou alterações neurológicas, que requerem diagnóstico e intervenção profissional.

 

Dia Mundial para a Sensibilização e Consciencialização da Distrofia Muscular de Duchenne/Becker | 7 de setembro
A APN - Associação Portuguesa de Neuromusculares junta-se ao movimento global proposto pela World Duchenne Organization (WDO)...

“A Distrofia Muscular de Duchenne e de Becker (DMD/BMD) impõem uma enorme fragilidade às pessoas atingidas, manifestando-se através da progressão das limitações motoras, respiratórias e cardíacas, devido à ausência da Distrofina, uma proteína fundamental para a regeneração dos tecidos musculares. Para além dos desafios físicos, a dimensão emocional e social é igualmente exigente. A família não é apenas cuidadora. É, também, o principal suporte psicológico em todas as dimensões da evolução irreversível da doença. Pais, irmãos, avós, tios e outros familiares são os verdadeiros pilares e todos têm um papel essencial no dia-a-dia de quem vive com DMD/BMD”, explica Joaquim Brites, presidente da APN.

 

E acrescenta: “Esta doença rara, que afeta 1 em cada 3.500 crianças do sexo masculino, tem dominado uma grande parte da investigação em doenças neuromusculares, mas continua sem cura. Por isso, é essencial garantir o acesso a cuidados médicos especializados, terapias de reabilitação, como fisioterapia e terapia ocupacional, e a ambientes acessíveis, seja na escola ou na comunidade onde vivem, para melhorar o bem-estar e promover a sua inclusão. É muito urgente assegurar serviços de saúde integrados, consultas multidisciplinares, uma educação em ambientes adaptados e, preferencialmente, uma formação académica que permita a participação ativa destes indivíduos na sociedade através de uma carreira profissional e contributiva, até ao limite da sua capacidade de resistência”.

A propósito dos tratamentos e das novas terapias genéticas em desenvolvimento, Joaquim Brites mostra-se preocupado com a falta de Centros de Referência, da preparação dos Serviços de Saúde, das entidades reguladoras e, até, dos decisores políticos responsáveis pela aprovação de medicamentos inovadores que serão, inevitavelmente, muito caros. “Apesar de muito discutível, e polémico, é necessário um debate muito sério em torno das melhores soluções e das melhores políticas que teremos que enfrentar e preparar, talvez mais cedo do que pensamos…”, refere a propósito.

Este dia, em Portugal e em todo o mundo, é assinalado com eventos, conferências científicas e ações de sensibilização que visam promover o diagnóstico precoce e um maior conhecimento sobre esta doença. A APN associa-se à iniciativa, através da sua promoção nas suas redes sociais, em todos os canais de comunicação que queiram dar relevo à data, nas autarquias e nas unidades de saúde a nível nacional.

A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é uma doença genética, rara, muito incapacitante, ligada ao cromossoma X. Num momento em que o desafio à genética está presente em muitos debates científicos, procura-se identificar a melhor oportunidade para lançar a discussão pública sobre a utilidade de um rastreio neonatal, na Europa e em muitos países do mundo que acreditam ser, esta, a grande esperança das famílias.

Neste dia de sensibilização, a APN também pretende apelar a todos os pais para que estejam atentos a pequenos sinais nas crianças que, cedo, podem denunciar a doença. Estes incluem dificuldades em levantar-se do chão, subir escadas, quedas frequentes, cansaço fácil e alguma “preguiça” física. Nestes casos, a recomendação é consultar um médico e solicitar uma análise à Creatinofosfoquinase (CPK). Dependendo dos resultados, deve ser seguida de uma confirmação genética.

Para mais informações: www.worldduchenne.org/ ou www.apn.pt

 

Opinião
A Colangite Biliar Primária (CBP) é uma doença hepática autoimune crónica que afeta os ductos biliar

Na CBP, o sistema imunológico ataca erroneamente esses ductos, causando inflamação e, com o tempo, a destruição dessas vias biliares. Isso resulta na obstrução do fluxo da bile, levando ao acúmulo de substâncias tóxicas no fígado, o que pode causar danos irreversíveis e evoluir para cirrose hepática. A causa exata da doença ainda não é completamente compreendida, mas acredita-se que seja resultado de uma combinação de fatores genéticos e ambientais.

A CBP afeta principalmente mulheres, especialmente na faixa etária de 40 a 60 anos, embora também possa ocorrer em homens. É uma condição rara, mas as consequências podem ser graves, especialmente se o diagnóstico for feito tardiamente. A doença é muitas vezes assintomática nos estágios iniciais, o que dificulta a deteção precoce. Quando os sintomas se tornam evidentes, podem incluir cansaço extremo, prurido (coceira intensa), icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), dor abdominal, especialmente no lado direito, e inchaço abdominal.

Devido à natureza silenciosa da doença, o diagnóstico atempado é essencial para evitar danos mais graves ao fígado. O diagnóstico é realizado através de uma combinação de exames laboratoriais, como a elevação da fosfatase alcalina e a medição de anticorpos específicos, geralmente os antimitocôndria (AMA) e, quando necessário, biópsia hepática. Outros exames, como a ecografia abdominal ou a elastografia hepática (Fibroscan) são importantes para estadiar a doença.

Embora não haja cura para a Colangite Biliar Primária, o tratamento visa aliviar os sintomas, retardar a progressão da doença e prevenir complicações graves como a cirrose. O medicamento mais utilizado é o ácido ursodesoxicólico (AUDC), que ajuda a melhorar o fluxo biliar e retarda a evolução da doença. Existem também medicamentos de segunda linha utilizados quando o AUDC não é tolerado ou é ineficaz, dois dos quais recentes e que previsivelmente estarão disponíveis em Portugal em breve. Nos casos mais graves, em que o fígado já apresenta danos significativos, o transplante de fígado pode ser o único tratamento eficaz. Além do tratamento medicamentoso, é importante que se adote um estilo de vida saudável, com uma dieta equilibrada e evitando o consumo de álcool, que pode agravar o dano hepático.

A gestão da Colangite Biliar Primária também envolve o controlo de outros sintomas, como o prurido e o cansaço, e a monitorização regular da função hepática. A deteção precoce e o tratamento adequado são fundamentais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e retardar a progressão da doença. Embora a CBP seja uma condição crónica, com o tratamento adequado e acompanhamento contínuo, muitas pessoas afetadas podem levar uma vida normal, o que torna a consciencialização sobre a doença e a importância do diagnóstico atempado vitais para a prevenção de complicações graves.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Evitar o impacto no relógio biológico
Os desajustes horários alteram o relógio biológico e podem afetar o descanso, a concentração e até o sistema imunitário se não...

As férias, as viagens longas e as mudanças de turno no trabalho podem alterar profundamente os ritmos de sono e de vigília. Embora muitas vezes sejam percecionadas como pequenos incómodos passageiros, estas mudanças horárias têm um impacto direto no relógio biológico, afetando a qualidade do descanso e o funcionamento geral do organismo.

“Mudar abruptamente a hora de dormir e acordar altera os ritmos circadianos, um sistema interno que regula funções essenciais como a secreção de hormonas, a temperatura corporal ou a pressão arterial. Esta dessincronização pode resultar em insónias, sonolência diurna, dificuldades de concentração ou até mesmo um aumento da irritabilidade”, Sonia Montilla, especialista em Neurofisiologia do Hospital Universitário Sanitas (empresa ibérica de serviços de saúde que pertence à seguradora Bupa Portugal) La Moraleja.

No caso do jet lag, a exposição a um novo fuso horário faz com que o corpo mantenha o ciclo de sono do local de origem, dando origem a sintomas como fadiga persistente, digestão pesada e alterações no apetite. Este efeito costuma ser mais intenso quando se viaja para o leste, uma vez que obriga a antecipar o horário natural de sono. Por sua vez, aqueles que trabalham em turnos rotativos ou noturnos enfrentam um desafio semelhante: o ciclo biológico tem de se ajustar a horários artificiais, o que aumenta o risco de desenvolver distúrbios crónicos do sono e, a longo prazo, problemas metabólicos e cardiovasculares.

Além disso, durante o verão, as mudanças na rotina, como ir para a cama mais tarde, dormir sestas prolongadas ou usar dispositivos eletrónicos na cama, podem desregular ainda mais o sono. “A acumulação destes pequenos hábitos gera o que é conhecido como ‘jet lag social’, uma discrepância entre o horário interno e as exigências sociais ou profissionais, que pode ser tão prejudicial como atravessar vários fusos horários”, acrescenta Pablo Ramos, psicólogo da Blua de Sanitas.

Para minimizar o impacto destes desajustes, os especialistas da Sanitas recomendam adotar uma série de medidas práticas:

  • Preparar o relógio biológico antes da mudança de horário. Antecipar ou atrasar gradualmente a hora de dormir e acordar nos dias anteriores ajuda o corpo a adaptar-se de forma mais suave.
  • Regular a exposição à luz. A luz natural é o principal sincronizador do relógio interno. Após um voo para o leste, por exemplo, é aconselhável expor-se à luz matinal; em viagens para o oeste, fazê-lo à tarde ajuda a atrasar o ciclo.
  • Evitar refeições pesadas e estimulantes antes de dormir. A cafeína, o álcool e os jantares abundantes interferem na qualidade do sono e prolongam o tempo necessário para adormecer.
  • Limitar o uso de dispositivos eletrónicos à noite. A luz azul emitida pelos ecrãs inibe a produção de melatonina, a hormona que induz o sono.
  • Manter horários estáveis sempre que possível. No caso dos turnos laborais variáveis, respeitar as mesmas rotinas de sono e vigília nos dias de folga contribui para reduzir a fadiga acumulada.
  • Aproveitar as sestas com moderação. Dormir 20 a 30 minutos no início da tarde pode ser revigorante, mas se a sesta se prolongar demasiado, pode dificultar o descanso noturno.
  • Consultar um especialista em casos de insónia persistente. Quando os problemas de sono duram mais de duas semanas ou afetam o desempenho diário, é aconselhável procurar aconselhamento médico para evitar que se tornem crónicos.

“Dormir bem não é apenas uma questão de quantidade, mas também de qualidade e regularidade. Respeitar o relógio biológico permite manter em equilíbrio sistemas tão importantes como o imunitário, o endócrino e o cardiovascular”, conclui Pablo Ramos.

 

2.ª edição da APIC Focus Meeting
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) vai realizar a segunda edição da APIC Focus Meeting, no dia 25 de...

“A APIC Focus Meeting é uma oportunidade única para promover atualização científica, partilha de experiências e debate sobre a utilização da utilização desta técnica em Portugal. Trata-se de uma reunião concebida para ser interativa, promovendo a troca de conhecimentos, experiências e ideias, entre participantes e oradores. Pretendemos, assim, reforçar o caráter multidisciplinar, essencial para otimizar o diagnóstico, a seleção e o seguimento dos doentes e melhorar o tratamento da hipertensão arterial, o fator de risco mais prevalente e com maior impacto cardiovascular no mundo”, explica Joana Delgado Silva, presidente da APIC.

E acrescenta: “A desnervação renal é, atualmente, uma das inovações mais relevantes no tratamento da hipertensão arterial. Nos últimos anos, a evidência científica tem demonstrado a sua eficácia e segurança, tornando-a uma opção adicional para doentes, cuja tensão arterial permanece elevada apesar de tratamento otimizado”.

A segunda edição da APIC Focus Meeting 2025 conta com a participação da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) e destina-se a profissionais de saúde interessados em aprofundar os seus conhecimentos na área da desnervação renal e o seu potencial, incluindo cardiologistas de intervenção, cardiologistas clínicos, internistas, nefrologistas, especialistas em hipertensão, médicos de Medicina Geral e Familiar, técnicos de Cardiologia, enfermeiros, entre outros.

Para mais informações consulte o site: https://www.apic.pt/apic-focus-meeting/

Opinião
A literacia em saúde é hoje reconhecida como um dos principais fatores que influenciam a forma como

A Organização Mundial da Saúde define literacia em saúde como a capacidade de aceder, compreender, avaliar e aplicar informação de saúde para tomar decisões informadas. Sabemos hoje, através de diversos estudos, incluindo um recente estudo realizado em clínicas portuguesas de hemodiálise, que a maioria das pessoas com DRC apresenta níveis limitados de literacia em saúde. Neste estudo, 74% dos doentes avaliados apresentavam dificuldades em compreender e utilizar informação relevante sobre a sua condição.

Esta limitação tem consequências reais: dificuldade em seguir os tratamentos, menor adesão à medicação, falhas na prevenção de complicações e maior dependência dos serviços de saúde. Por outro lado, pessoas com maior literacia em saúde demonstram mais autonomia, conseguem comunicar melhor com os profissionais, participam ativamente nas decisões sobre o seu tratamento e lidam de forma mais eficaz com os desafios do dia a dia.

É importante lembrar que melhorar a literacia em saúde não é responsabilidade exclusiva do doente. Cabe aos profissionais de saúde, às instituições e à sociedade como um todo criar condições para que a informação seja clara, acessível e adaptada às necessidades de cada pessoa. Isto pode passar por utilizar linguagem simples nas consultas e materiais informativos; envolver os doentes e famílias na explicação do plano terapêutico; promover sessões educativas regulares nas unidades de hemodiálise; e incentivar a utilização de ferramentas digitais de apoio à saúde.

É fundamental trabalharmos diariamente para colocar a literacia em saúde no centro dos cuidados. Cada doente, quando devidamente informado e apoiado, é capaz de assumir um papel ativo na sua saúde e isso traduz-se em mais segurança, melhores resultados clínicos e mais qualidade de vida.

Neste Dia Internacional da Literacia em Saúde deixamos um apelo: reforçar a literacia em saúde é investir em pessoas mais capacitadas, em comunidades mais saudáveis e em sistemas de saúde mais sustentáveis.

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
7 de setembro – Dia Mundial da Fibrose Pulmonar
O objetivo do projeto FIBRALUNG é aliar a investigação básica à prática clínica para melhor conhecer, diagnosticar e tratar as...

As doenças pulmonares difusas representam um vasto grupo de doenças respiratórias raras que, no seu conjunto, acabam por ter um impacto epidemiológico significativo, em particular no Norte de Portugal. “São doenças, inicialmente silenciosas, que podem assumir formas graves, altamente incapacitantes e, se não foram tratadas, letais”, explica Hélder Novais e Bastos.

Partindo da sua experiência prévia na área do cancro do pulmão, o coordenador do projeto FIBRALUNG percebeu que para tratar melhor estas doenças, é preciso diagnosticá-las em fases mais precoces e, para tal, é necessário conhecer os mecanismos envolvidos no seu desenvolvimento e progressão.

Aproveitando a proximidade e o histórico de parcerias entre o Serviço de Pneumologia da ULS de S. João, a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e o I3S, o pneumologista criou o projeto FIBRALUNG, em 2021, estimulando sinergias entre as instituições.

Na consulta de Pneumologia a equipa de médicos, enfermeiros e técnicos de saúde que acompanham o doente faz a colheita de amostras biológicas (que tanto podem ser amostras sanguíneas, como amostras de lavado broncoalveolar, de biopsia pulmonar) para efeitos de diagnóstico. Com o devido consentimento dos doentes, é criopreservado o excedente dessas amostras num biobanco que vai permitir o estudo de alterações celulares e de mecanismos moleculares que permitam definir padrões e, eventualmente, identificar biomarcadores de desenvolvimento e progressão destas doenças.

“Identificando esses padrões, conseguimos diagnosticar mais precocemente e tratar atempadamente as formas mais agressivas e progressivas da doença pulmonar fibrótica”, explica Hélder Novais e Bastos.

“A abordagem destes doentes envolve, inevitavelmente, uma equipa multidisciplinar, onde não podem faltar a Pneumologia, que faz a avaliação clínica do doente, a Anatomia Patológica, que explora as alterações dos tecidos biológicos recolhidos de cada doente, e a Radiologia, que avalia os padrões imagiológicos característicos da doença”, explica António Morais, diretor do Serviço de Pneumologia da ULS de S. João e um dos grandes impulsionadores da investigação nesta área.

“É um triângulo essencial e só em conjunto conseguimos determinar o diagnóstico com maior precisão, que vai ser determinante na escolha da terapêutica”, sublinha André Carvalho, radiologista da ULS de S. João e membro da equipa FIBRALUNG. Na hora de espreitar para dentro do aparelho respiratório, André Carvalho é mestre na identificação de alterações preditivas de determinados comportamentos da doença fibrótica.

Se a avaliação imagiológica não for conclusiva, entra em ação a Anatomia Patológica: “através das amostras biológicas, avaliamos alterações moleculares que nos possam dar pistas sobre o tipo de doença em causa, sobre o seu comportamento e sobre a sua evolução”, explica Conceição Souto Moura, anatomopatologista da ULS de S. João.

A par destas três especialidades, também a Genética tem vindo a ganhar terreno, sobretudo na abordagem das formas familiares das doenças fibróticas, assim como a Reumatologia, dado que algumas doenças reumáticas sistémicas têm envolvimento pulmonar, e a Imunologia, sobretudo no tratamento das amostras biológicas.

 

Biobanco é um “tesouro biológico” único no país

Estas amostras são, segundo Hélder Novais e Bastos, o grande “tesouro” do projeto FIBRALUNG. “Chegámos agora às mil amostras o que representa já uma base de dados biológica significativa que nos permitirá definir padrões preditivos de desenvolvimento e progressão das doenças fibróticas. Além disso, “estamos a juntar as nossas mil amostras às amostras internacionais, para trabalhos futuros realizados em parceria com outras instituições que começaram este trabalho há mais tempo e contam com um património biológico igualmente extenso”, acrescenta o coordenador do projeto.

Em Portugal este projeto é pioneiro e por isso tem merecido o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia, assim como de várias outras entidades de apoio à ciência.

 

Quando o perigo está dentro de casa

São sobejamente conhecidos os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças respiratórias, nomeadamente o tabagismo, a poluição atmosférica ou a exposição a poeiras, gases ou outros agentes tóxicos para o pulmão. Mas, às vezes, o inimigo está dentro de casa e vai induzindo lesões e alterações ao longo do tempo. “Falamos de fungos, mais conhecidos por bolores, que se infiltram nas paredes e nas estruturas das nossas habitações, mas também dos locais onde trabalhamos, estudamos e passamos a maior parte do tempo”, alerta João Rufo.

O investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) tem dedicado a sua atividade ao estudo do efeito destes agentes na saúde das populações e não tem dúvidas em afirmar que não é por acaso que a zona Norte de Portugal bate recordes de incidência de doenças pulmonares difusas em comparação com toda a Europa. “É uma zona muito húmida, com ambiente propício à proliferação de colónias fúngicas e, infelizmente, a qualidade das nossas construções e as condições de habitabilidade de uma grande parte da população não são as mais favoráveis”, sublinha.

Em alguns casos, esses bolores saltam à vista nas paredes e tectos, mas nem sempre é assim: “Há casos em que estão escondidos atrás das placas de pladur ou até de papel de parede”, explica o especialista. Limpar com lixívia ou outros detergentes faz desaparecer provisoriamente a mancha de bolor, no entanto, essa mancha vai reaparecer, desde que, na estrutura, se mantenha a sua fonte de alimentação – a água. “Na maior parte das vezes são necessárias alterações estruturais para remendar a infiltração de humidade e, só assim, controlar o reaparecimento de fungos”.

Na data em que se assinala o Dia Mundial da Fibrose Pulmonar – 7 de setembro – importa reforçar que FIBRALUNG é um dos projetos que mais tem contribuído para o aumento do conhecimento sobre grupo de doenças com impacto direto na otimização da abordagem clínica dos doentes.

Universidade de Coimbra
Uma equipa de investigação internacional, liderada pela Universidade de Coimbra (UC) e pela Universidade de Lund (Suécia),...

Os cientistas acreditam que esta descoberta pode abrir caminho a tratamentos de imunoterapia mais eficazes, adaptados a cada doente e tipo de cancro, e até criar estratégias de combate a outras doenças, como a diabetes e a artrite reumatoide.

Foi em busca de novas informações para reprogramar células da pele e células cancerígenas em subtipos de células dendríticas que a equipa de cientistas conseguiu identificar duas novas combinações de três fatores, as quais permitem regular a identidade das células. “Estas combinações funcionam como ‘receitas’ para converter uma célula noutro tipo celular; e, em concreto, a partir dos novos dados para reprogramação celular que revelamos neste estudo, é possível gerar de forma mais eficaz dois subtipos de células dendríticas ainda pouco explorados em imunoterapia: tipo 2 e plasmocitóides”, revela o investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC (CNC-UC) e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CiBB), Carlos-Filipe Pereira.

O líder desta investigação explica que “como diferentes tumores respondem de forma distinta a tratamentos, identificar as ‘receitas’ que originam cada subtipo de células dendríticas abre caminho a tratamentos personalizados de imunoterapia, adaptados a cada paciente e ao tipo de cancro que enfrenta”. “Este conhecimento pode aproximar-nos de imunoterapias mais eficazes, contribuindo para reduzir a probabilidade de falha terapêutica e acelerar o desenvolvimento de novas estratégias contra o cancro”, destaca Carlos-Filipe Pereira.

Na imunoterapia, o sistema imunitário da pessoa que está doente é utilizado para combater o próprio cancro. Neste tipo de tratamento, o sistema imunológico é ensinado a reconhecer e a atacar as células cancerígenas para, assim, destruir o tumor. Neste processo, as células dendríticas “são as ‘professoras’, sendo essenciais para orientar e desencadear respostas eficazes, embora a utilização dos seus diferentes subtipos em imunoterapia seja ainda reduzida”, explica o também docente da Universidade de Lund. Embora a imunoterapia seja vista como uma das áreas mais promissoras da medicina, no caso da oncologia “uma parte significativa dos tipos de cancro e dos doentes não responde a este tratamento”, acrescenta.

A par da descoberta destas novas informações – divulgadas num artigo científico publicado na revista Immunity – os investigadores conseguiram ainda demonstrar que “diferentes subtipos de células dendríticas exercem efeitos benéficos distintos em modelos animais de melanoma e cancro da mama”, avança Carlos-Filipe Pereira. “Assim, este estudo não fornece uma solução única, mas abre a possibilidade de adaptar a estratégia terapêutica ao subtipo tumoral, aproximando-nos de imunoterapias mais personalizadas e eficazes”, acrescenta.

Além do tratamento do cancro, este estudo pode contribuir, igualmente, para a reprogramação celular direcionada a outras doenças, como revela o líder da investigação: “este trabalho não só aprofunda a compreensão do papel das células dendríticas no cancro, estabelecendo novos caminhos para a imuno-oncologia, como também abre portas ao desenvolvimento de terapias personalizadas em várias doenças – como a diabetes ou a artrite reumatoide”.

Anteriormente, a equipa de investigação de Carlos-Filipe Pereira (que lidera o grupo de investigação do CNC-UC em Reprogramação de Células Imunitárias) já tinha identificado fatores capazes de converter células da pele em células dendríticas do subtipo 1. Com os dados deste novo estudo, os investigadores dão mais um passo para testar uma abordagem que “permite gerar em laboratório subtipos específicos de células dendríticas capazes de aumentar a eficácia da imunoterapia”, sublinha o cientista.

O estudo Anchored screening identifies transcription factor blueprints underlying dendritic cell diversity and subset-specific anti-tumor immunity tem como primeiro autor o estudante do Programa Doutoral em Biologia Experimental e Biomedicina da UC e investigador do CNC-UC e do CiBB, Luís Henriques-Oliveira.

Participaram também no estudo investigadores da Universidade de Calgary (Canadá), da Universidade Técnica da Dinamarca, da Asgard Therapeutics (Suécia), e do Memorial Sloan Kettering Cancer Center (Estados Unidos da América).

O artigo científico está disponível em https://doi.org/10.1016/j.immuni.2025.08.001.

5 de setembro | Dia Internacional das Lesões da Coluna Vertebral
No âmbito do Dia Internacional das Lesões da Coluna Vertebral, celebrado a 5 de setembro, a campanha “Olhe pelas suas Costas”...

Este ano, a International Spinal Cord Society (ISCoS) definiu como tema a “Prevenção de quedas, proteção da medula espinhal”, chamando a atenção para um risco que afeta principalmente a população idosa, mas que pode atingir qualquer pessoa, em qualquer idade, em casa, no trabalho ou em espaços públicos.

“As quedas podem parecer banais, mas estão entre as principais causas de lesões graves da coluna, com um impacto devastador na qualidade de vida. Aumentar a consciencialização e apostar na prevenção são passos fundamentais para reduzir estes acidentes”, destaca Rui Duarte, médico ortopedista e coordenador da campanha “Olhe pelas suas Costas”.

Entre as medidas prioritárias encontram-se a adaptação de espaços públicos e habitações, de forma a reduzir riscos, e a promoção do exercício físico para manter a força muscular e o equilíbrio. Cerca de 60,1% das lesões traumático vertebro-medulares são causadas por quedas, o que evidencia a necessidade de atenção redobrada a este risco. Rui Duarte reforça ainda que “a prevenção deve começar em casa e prolongar-se até à comunidade. Pequenas mudanças no dia a dia, como retirar obstáculos, usar calçado apropriado ou praticar exercício regularmente, podem evitar acidentes que mudam vidas para sempre”.

Com esta iniciativa, a campanha “Olhe pelas suas Costas” pretende alertar para a urgência de reduzir a incidência das lesões da coluna vertebral em Portugal e contribuir para uma sociedade mais informada, ativa e preparada para proteger a saúde da coluna.

 

RioSul Shopping promove
O RioSul Shopping assinala o início do ano letivo 25/26 com o lançamento de uma campanha de sensibilização sobre os efeitos do...

O tempo recomendado de ecrãs em crianças, vai desde zero minutos para crianças até aos 2 anos, a 20 minutos por dia para crianças entre os 2 e os 6 anos, um máximo de uma hora diária para crianças até aos 11 anos e de duas horas até aos 16 anos. Em Portugal, mais de 50% dos adolescentes passa mais de quatro horas à frente de um ecrã, crianças entre os 3 e os 5 anos passam mais de uma hora e meia e entre os 6 e os 10 anos têm uma média diária superior a duas horas. A longo prazo**, o uso excessivo pode provocar, dificuldades em adormecer ou manter o sono, défice de atenção, agressividade, ansiedade, stress, sedentarismo, excesso de peso ou até problemas de visão como miopia, atrasos no desenvolvimento e problemas de memória, comportamentos antissociais e doenças cardíacas.

Com isto, e assumindo o seu papel ativo na comunidade, o RioSul Shopping promove, de 12 a 20 de setembro, uma campanha de consciencialização, que integra, desde ações de sensibilização em escolas, a palestras com especialistas e influenciadores dedicados ao desenvolvimento infantil, até múltiplas atividades gratuitas em família.

Dr. Hugo Rodrigues no RioSul Shopping

A campanha Zona Zero Ecrãs contará com a presença do Dr. Hugo Rodrigues, pediatra e professor e, ainda, autor de diversos livros dedicados à puericultura e responsável pelo blog “Pediatria para todos”. Reconhecido pela sua linguagem acessível, o Dr. Hugo Rodrigues alia a sua prática clínica a uma comunicação clara que chega diariamente a milhares de famílias através das suas redes sociais, conferências e livros.

No próximo dia 13 de setembro, às 16h00, o Dr. Hugo Rodrigues dará no RioSul Shopping, uma palestra gratuita sobre o uso excessivo dos ecrãs por crianças e adolescentes, abordando desde as consequências no desenvolvimento físico e emocional, até estratégias práticas para um uso equilibrado da tecnologia em casa. A sessão incluirá exemplos reais, conselhos aplicáveis no dia a dia e um espaço aberto para esclarecer as dúvidas das famílias. De seguida, terá lugar uma mesa-redonda alargando o debate a outras perspetivas e dando continuidade ao diálogo para que as famílias presentes possam colocar as suas dúvidas diretamente aos especialistas.

Uma semana repleta de atividades “Zero Ecrãs” para crianças e adultos

Além da conferência com o Dr. Hugo Rodrigues, a campanha Zona Zero Ecrãs trará durante toda a semana ao RioSul Shopping  um vasto programa de iniciativas gratuitas: palestras em escolas conduzidas por especialistas locais; o Desafio Zona Zero Ecrãs – onde as famílias poderão guardar os telemóveis em cacifos e somar minutos sem ecrãs para ganhar prémios, uma zona de jogos analógicos para redescobrir os clássicos como os matraquilhos, o jogo da macaca ou corridas de carrinhos, e um podcast em direto, com especialistas e criadores de conteúdos, aberto à participação do público.

Para Paulo Ruivo e Silva, diretor do RioSul Shopping: “No RioSul Shopping temos a responsabilidade de contribuir para o bem-estar da comunidade. E com esse propósito é com muito orgulho que recebemos uma iniciativa tão pertinente como a Zona Zero Ecrãs. Sabemos que muitas famílias procuram ideias e recursos para equilibrar o uso dos ecrãs e esta iniciativa oferece-lhes a oportunidade de conhecer e partilhar alternativas que fortaleçam os vínculos familiares”.

Mais informações e reservas para a palestra no site e App do RioSul Shopping.

Projeto português Um Sono de Mulher
A World Sleep Society (Sociedade Mundial do Sono) acaba de anunciar a lista de iniciativas de literacia em saúde premiadas em...

Todos os anos a World Sleep Society atribui prémios a projetos de literacia sobre a importância do sono para a saúde das populações, desenvolvidos no âmbito do Dia Mundial do Sono, celebrado em março. Todos os anos, várias centenas de entidades como sociedades científicas, associações de doentes, serviços hospitalares, clínicas de sono, mas também alguns particulares com interesse na área, apresentam os seus projetos a concurso.

Foi esta semana anunciada a lista de vencedores da edição de 2025, que coloca em destaque um projeto português que, através da arte, tem contribuído para o aumento do conhecimento sobre a importância do sono para a saúde das mulheres e que tem ajudado a desmistificar as doenças do sono na população feminina.

“Nas sociedades atuais e ao ritmo a que vivemos, é diário o malabarismo das mulheres para não deixar cair por terra nenhuma das suas responsabilidades: a profissão, a família, a casa e o cuidado com os outros. Numa gestão apertada onde não sobra tempo para nada, o sono é relegado para último plano”, explica Susana Sousa, médica pneumologista com competência em Medicina do Sono e líder do projeto Um Sono de Mulher, do qual fazem também parte Patrícia Farinha e Andreia Carriço, profissionais ligadas aos Cuidados respiratórios Domiciliários, e Cátia Jorge, jornalista de Saúde.

“Não são raras as famílias onde a mulher é a primeira a acordar, de manhã, e a última a deitar-se, à noite”, acrescenta a especialista. O resultado da normalização desta má rotina do sono é um cansaço acumulado, um estado de exaustão permanente e, em última instância, uma fragilização do estado geral de saúde física, cognitivo e emocional. Para além disso, as doenças do sono apresentam-se de forma diferente na mulher em comparação com o homem e, muitas vezes, são mais difíceis de diagnosticar, razão pela qual muitas destas patologias permanecem subdiagnosticadas e, consequentemente, não tratadas.

Criado há quatro anos, o projeto Um Sono de Mulher viu agora o seu trabalho reconhecido pela World Sleep Society com o prémio Libório Parrino, que valoriza a criatividade artística das iniciativas desenvolvidas no âmbito do Dia Mundial do Sono. O prémio será entregue em Singapura, no decorrer do 18.º Congresso Mundial do Sono, já no início do mês de setembro.

Porque uma população bem informada estará sempre mais apta a proteger a sua saúde, o projeto Um Sono de Mulher tem vindo a recorrer à arte e à cultura como instrumentos de literacia em saúde.

“Desde 2021 que assinalamos o Dia Internacional da Mulher com iniciativas que promovem o debate sobre o tema. Acreditamos que, ao longo destes anos, temos conseguido transmitir uma mensagem importante para os profissionais de saúde dedicados a esta área. Em 2024, decidimos alcançar a população de uma forma diferente para promover a literacia em saúde: um livro. O Sono Delas foi lançado no dia 8 de março e é uma coletânea de contos, cada um baseado em um caso clínico real, escrito por cinco reconhecidas autoras nacionais – Filipa Fonseca Silva, Helena Magalhães, Iris Bravo, Maria Isaac e Susana Amaro Velho - que souberam dar voz às mulheres. O livro está à venda nas principais livrarias físicas e online e já vai na segunda edição.

“Mantendo o mesmo objetivo de chegar à população abordando a importância do sono na mulher, em 2025 decidimos usar outra manifestação de arte: a fotografia”

Quando as Mulheres Dormem é o nome da coleção de 12 fotografias, da autoria de Sandra Ventura e Tiago Batista, que contrariam as imagens que, culturalmente, nos são incutidas desde a infância: a de mulheres bonitas e serenas, mergulhadas num sono profundo como Belas Adormecidas. Mas, sabemos que, longe da ficção, as mulheres dormem quando, onde e como podem. No autocarro, na biblioteca, num intervalo do trabalho. Este é lado não romantizado do sono das mulheres. Este é o retrato em que cada mulher se revê.

A exposição foi inaugurada no piso nobre da Assembleia da República no dia 14 de março, Dia Mundial do Sono, onde esteve em exibição até 14 de abril. Desde então que está a circular por vários hospitais, centros culturais e galerias de arte por todo o país.

“Este projeto foi pensado e idealizado por quatro mulheres com o objetivo de aumentar a literacia em saúde do sono, a que se juntaram a criatividade das cinco escritoras e dos dois fotógrafos que tão bem deram corpo ao tema e apoiado por tantas pessoas e instituições que ajudaram na sua divulgação e promoção. Este prémio é o resultado do trabalho de todos”, sublinha Susana Sousa.

 

Estudo revela
Num tempo marcado pela proliferação de informações nas redes sociais e pelo crescimento do comércio online, os portugueses...

De acordo com os dados recolhidos no novo estudo realizado pelo Produto do Ano, quase metade dos inquiridos (50%) compra produtos farmacêuticos todos os meses, enquanto 25% fá-lo apenas quando necessário. 18% dos inquiridos compra quinzenalmente.  

A confiança nos produtos vendidos em farmácia é elevada, com uma média de 4,43 (numa escala de 1 a 5 - onde 1 significa "Nenhuma confiança" e 5 “Total confiança"), e assenta essencialmente na recomendação médica ou farmacêutica, fator apontado por 70% dos inquiridos como determinante na escolha. Seguem-se a certificação por entidades reguladoras (13%) e o preço acessível (8%).  

No que diz respeito aos hábitos de consumo consciente, 56% dos inquiridos afirmou verificar sempre a data de validade e a bula antes de tomar medicamentos. 35% assuem que apenas às vezes, enquanto 9% admite fazê-lo raramente.

A opinião sobre a fiscalização e controlo de qualidade dos produtos farmacêuticos é globalmente positiva: 43% considera-a muito rigorosa e eficaz e 42% reconhece rigor, embora com margem de melhoria. Apenas 4% avalia o controlo como pouco rigoroso. 

“Olhe pelas suas Costas”
Campanha “Olhe pelas suas Costas” alerta para impacto do peso excessivo das mochilas escolares na saúde da coluna.

No arranque de mais um ano letivo, a campanha “Olhe pelas suas Costas”, iniciativa dedicada à prevenção e sensibilização para as dores nas costas, alerta para um problema cada vez mais frequente entre crianças e adolescentes, o transporte diário de mochilas escolares com excesso de peso.

Segundo Rui Duarte, médico ortopedista e coordenador da campanha Olhe pelas Suas Costas: “Na hora de escolher uma mochila, os pais devem considerar vários fatores. A mochila deve ser leve quando está vazia, ter alças largas, acolchoadas e ajustáveis, bem como uma faixa de apoio lombar para ajudar a distribuir o peso. A mochila não deve ultrapassar 10% a 15% do peso corporal da criança. Deve ainda ser proporcional ao tamanho da criança, sem ser maior que o seu tronco”.

E acrescenta: “Além de escolher a mochila adequada, é importante ensinar as crianças a distribuírem o peso de forma equilibrada dentro da mochila, utilizando ambos os ombros para carregar a mochila e ajustando as alças para que a mochila fique próxima ao corpo. Os objetos mais pesados devem estar colocados mais próximos da coluna. Evitar o transporte de materiais desnecessários também é crucial. Quanto à postura, os pais e educadores devem promover a importância de uma postura correta, tanto na sala de aula como em casa, e incentivar pausas regulares durante os períodos de estudo para evitar longas horas numa posição sedentária.”, conclui Rui Duarte.

Os pais devem estar atentos a sinais como dores nas costas, ombros ou pescoço, alterações na postura (por exemplo, inclinação para a frente), marcas vermelhas nos ombros causadas pelas alças da mochila, dificuldades em colocar ou retirar a mochila, assim como queixas frequentes de cansaço ou desconforto. Se a criança começar a evitar carregar a mochila, ou a queixar-se frequentemente, é importante investigar a causa.

A campanha reforça que mochilas leves, bem ajustadas e usadas corretamente são a chave para proteger não apenas a postura e a saúde da coluna, mas também a qualidade de vida das crianças no futuro.

 

Dia Mundial do Coração assinala-se a 29 de setembro
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) volta a comemorar o Dia Mundial do Coração, que se assinala...

De acordo com Joana Delgado Silva, presidente da APIC, “esta iniciativa é uma oportunidade para reforçarmos junto da população a importância da prevenção das doenças cardiovasculares. As últimas edições foram muito participadas, pelo que nesta terceira edição vamos voltar a reunir doentes, famílias e profissionais de saúde em torno de um objetivo comum: reduzir o impacto das doenças cardiovasculares em Portugal, ao falar da atuação correta da população em caso de sintomas sugestivos de Enfarte Agudo do Miocárdio, bem como da importância da Reabilitação Cardíaca pós-Enfarte Agudo do Miocárdio”.

A caminhada nacional “Rehab for life – Passo a passo por um coração saudável” é uma iniciativa da APIC, que teve início em 2023, e que conta com o apoio do Grupo de Estudo da Reabilitação Cardíaca (GEFERC), da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC). Desta farão parte todos os hospitais públicos que integram a via verde coronária e que têm programas de reabilitação cardíaca ativos.

Os participantes serão sobretudo doentes pós-Enfarte Agudo do Miocárdio, porém, a iniciativa está aberta a todos os doentes cardíacos que integram programas de reabilitação.

As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal e no mundo. Após um enfarte, o comportamento e os cuidados pós-enfarte são cruciais para a recuperação e prevenção de futuros problemas cardíacos.

Podcast
O novo episódio do podcast “À Conversa sobre Diálise” recebe Pedro Caetano, doente renal crónico que vive há 38 anos em...

Diagnosticado ainda em criança, após uma pneumonia que afetou irreversivelmente os rins, iniciou tratamentos de hemodiálise aos oito anos de idade. Aos 11, recebeu um transplante renal, mas o corpo rejeitou o órgão, obrigando-o a regressar à hemodiálise apenas um ano e meio depois.

No episódio, Pedro Caetano fala abertamente sobre a sua decisão de, por agora, não se submeter a um novo transplante. Ainda assim, reforça que essa escolha não o impede de ter uma vida ativa, contrariando muitos dos estigmas associados à doença renal crónica.

“A pessoa que entra em hemodiálise não acabou a vida, tem é que recomeçar. Olhar para a vida de uma outra forma! Isto não é um acabar, é um recomeçar”, refere.

Pedro destaca também as melhorias nas unidades de diálise, referindo a evolução da tecnologia e da medicação ao longo dos anos. Embora nunca tenha recorrido a apoio psicológico, graças ao suporte familiar, reconhece a importância deste acompanhamento e recomenda-o a outros doentes.

No final do episódio, apresenta o movimento “Acredita+ e Segue”, uma iniciativa que visa apoiar pessoas com doença renal crónica na sua reintegração no mercado de trabalho, promovendo a autonomia e a autoestima.

O podcast “À conversa sobre Diálise” comemora o 40.º aniversário da ANADIAL e tem como objetivo abordar a evolução do tratamento da doença renal crónica ao longo das últimas quatro décadas. Convida mensalmente um especialista para debater temas relevantes para doentes renais, profissionais de saúde e o público em geral.

O episódio já está disponível nas plataformas YouTube e Spotify

 

Opinião
O Dia Internacional das Lesões da Coluna Vertebral celebra-se, desde 2016, a 5 de setembro, por inic

Em Portugal, continuam a existir obstáculos significativos neste percurso. O acesso célere e adequado aos cuidados hospitalares após uma lesão vertebromedular é limitado, e a continuidade de cuidados, particularmente no que diz respeito à reabilitação, está longe de ser garantida. São ainda poucos os hospitais com equipas preparadas e disponíveis 24 horas por dia para responder a este tipo de trauma específico. Além disso, a referenciação dos doentes para centros especializados revela-se muitas vezes complexa, dependente de vagas que não estão prontamente disponíveis, o que obriga a prolongar a permanência hospitalar em unidades que não têm, por norma, os recursos ideais para assegurar uma reabilitação adequada. Isto implica uma ocupação prolongada de camas cirúrgicas, com impacto direto na resposta hospitalar global e na recuperação dos doentes.

Apesar dos esforços contínuos das administrações hospitalares e dos profissionais de saúde, que fazem o melhor possível com os meios disponíveis, a verdade é que é necessário fazer mais. É essencial que haja um reforço do investimento nesta área crítica, mas também um maior envolvimento da sociedade civil. Todos nós podemos contribuir, seja através do apoio financeiro a associações de hospitais e centros de reabilitação, seja pelo voluntariado junto dos doentes ou, de forma ainda mais impactante, promovendo a consciencialização para comportamentos de risco que podem ser evitados.

A prevenção continua a ser a forma mais eficaz de reduzir o número de lesões da coluna vertebral. Pequenas atitudes no quotidiano fazem toda a diferença. Na condução, é fundamental cumprir as regras de segurança rodoviária, respeitando os limites de velocidade, utilizando sempre o cinto de segurança e evitando o uso do telemóvel. No verão, os mergulhos são uma das principais causas de lesões graves na coluna, e devem ser sempre feitos com precaução: é indispensável verificar a profundidade da água, evitar saltos em zonas desconhecidas ou com visibilidade reduzida, e nunca consumir bebidas alcoólicas antes de mergulhar. No mar, deve entrar-se sempre de forma progressiva, e nas piscinas é importante escolher bem o local e cumprir todas as indicações de segurança.

Outro aspeto essencial prende-se com a prevenção de quedas, sobretudo entre a população mais idosa, onde a osteoporose aumenta a fragilidade óssea. Medidas simples como retirar tapetes soltos, substituir banheiras por bases de duche ou evitar subir a bancos ou móveis altos podem prevenir acidentes. Também em ambientes rurais, é importante evitar subidas a árvores. Em casos de marcha instável, o recurso a auxiliares como bengalas ou andarilhos deve ser incentivado, e escadas ou degraus devem merecer atenção redobrada.

Importa ainda lembrar que nenhum traumatismo deve ser desvalorizado. Se as queixas persistirem após uma queda ou acidente, deve procurar-se apoio médico especializado, de forma a garantir um diagnóstico precoce e evitar agravamentos. Paralelamente, manter uma vida ativa é um dos melhores investimentos na saúde da coluna. A prática regular de exercício físico, adequado à idade e à condição física de cada pessoa, contribui para o fortalecimento muscular e a mobilidade das articulações. Entre os mais velhos, atividades como caminhadas, pilates ou hidroginástica são particularmente benéficas, promovendo não só a saúde física, mas também o bem-estar geral.

Neste Dia Internacional das Lesões da Coluna Vertebral, o apelo é claro: é urgente apostar mais na prevenção, no acesso equitativo aos cuidados e na promoção de uma cultura de responsabilidade partilhada. Cuidar da coluna é, afinal, cuidar da nossa qualidade de vida.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
UMinho
Gercílio Chichava denuncia ausência de regulamentação e perigos para a saúde pública em Moçambique.

A produção artesanal de aguardentes em Moçambique pode representar um sério risco para a saúde pública. A conclusão é de Gercílio Luís Chichava, que analisou na Escola de Ciências da Universidade do Minho (ECUM) amostras de aguardente tradicional – nipa, sope ou xindere – recolhidas nas províncias de Manica, Sofala e Gaza.

Produzidas sem regulamentação, controlo e garantia de segurança, aquelas bebidas apresentaram níveis elevados de cobre, um metal que, se ingerido em excesso, pode causar problemas neurológicos, hepáticos e renais. “Quem as consome tem em geral bochechas inchadas, irritações nos olhos e na pele, envelhece depressa e já não trabalha para sustentar a família, mas para obter bebida”, referiu o investigador, nos laboratórios do Departamento de Química da ECUM, vindo ao abrigo do Programa Erasmus+.

Aquelas aguardentes são frequentemente produzidas em tambores corroídos, com utensílios contaminados, água não tratada e resíduos alimentares, o que contribui para elevados níveis de contaminação química e microbiológica, explicou. A ausência de um procedimento padronizado leva a que cada produtor utilize proporções variáveis de ingredientes – como cana-de-açúcar, melaço, caju ou outras frutas e restos de comida –, para “acelerar a fermentação e aumentar o teor alcoólico”.

Os limites legais recomendados de álcool no produto final, que devem variar entre 37,5% e 50%, dependendo da origem da aguardente, não são respeitados em geral. “Analisei aguardentes com teores fora deste intervalo”, explicou o autor de 21 anos, que foi tutorado pela professora Dulce Geraldo.

 

Aprovado com 20 valores

Proveniente de uma família de baixo poder económico, Gercílio foi criado pela mãe, professora do ensino básico, de quem herdou uma forte determinação para estudar. Aos 5 anos já a acompanhava até à escola onde esta trabalhava e depressa se destacou como excelente aluno. Para ajudar a custear os estudos, realizava pequenos trabalhos e vendia esteiras artesanais. Já no ensino superior, dava explicações a colegas em troca do empréstimo de um computador ou de algum dinheiro para comida. “Sei o que é passar o dia sem saber o que ia comer”, relatou.

Apesar dos contratempos, foi distinguido três vezes como o melhor estudante da Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Púnguè. Conseguiu depois uma bolsa de mobilidade na UMinho para fazer o projeto de investigação da sua licenciatura em Ensino de Química. Obteve a nota máxima (20 valores) ao apresentar a monografia “Qualidade das Aguardentes Artesanais Moçambicanas (Nipas): Caracterização Físico-Química e Determinação Eletroanalítica de Cu(II)”.

“O que verdadeiramente distingue o Gercílio é o seu espírito resiliente e a sua postura inabalável perante as dificuldades”, afirmou Dulce Geraldo, para acrescentar: “Nunca se negou a um desafio, por mais exigente que fosse e aceitou sempre o que lhe foi pedido, com entusiasmo e responsabilidade, é um vencedor”.

Em Braga, o jovem participou ainda em jornadas científicas e com comunicações orais, reforçando o percurso académico. “Estar aqui resulta de muita fé, persistência e gratidão à minha mãe, que fez tudo para eu estudar”, afirmou. Gercílio Chichava já regressou às origens, mas espera voltar em breve, com uma bolsa de estudos, para prosseguir a formação na ECUM.

 

UMinho
Agostinho Carvalho obteve 450 mil dólares de uma fundação dos EUA para estudar esta doença inflamatória rara.

O investigador Agostinho Carvalho, da Universidade do Minho, garantiu um financiamento superior a 450 mil dólares (cerca de 390 mil euros) da Ann Theodore Foundation, dos EUA, para liderar um estudo de dois anos focado nos mecanismos da sarcoidose, uma doença inflamatória rara e ainda mal compreendida, que afeta por ano até 40 em cada 100.000 pessoas no mundo.

A pesquisa está a ser realizada no Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS) da Escola de Medicina da UMinho, em estreita colaboração com o pneumologista Hélder Bastos e o consórcio FIBRALUNG, que em Portugal é o maior registo de doentes e maior biobanco dedicado a doenças pulmonares intersticiais.

O novo projeto avaliará como os macrófagos (células do sistema imunitário) mudam de comportamento na resposta a certas agressões, como bactérias ou partículas estranhas. Ou seja, esses macrófagos decidem aglomerar-se como barreira e isso gera inflamação, que pode ser crónica e grave. Os cientistas vão atentar em especial ao papel de pequenas “bolsas” no interior dos macrófagos que engolem e digerem as partículas estranhas. A ideia é perceber se a dinâmica das “bolsas” impacta o funcionamento daquelas células do sistema imunitário e, nesse sentido, o desenvolvimento da inflamação que causa a sarcoidose.

“Através da combinação de modelos celulares, metodologias de ponta e amostras de doentes, pretendemos clarificar como estes mecanismos influenciam o início e a evolução clínica da sarcoidose”, explica Agostinho Carvalho. Esta doença rara apresenta sintomas como fadiga persistente, falta de ar, tosse, febre, perda de peso e inchaço dos glânglios. Como afeta em geral pessoas em idade ativa e compromete a sua qualidade de vida, o impacto socioeconómico sublinha a importância de continuar a investir na investigação.

 

Referência na imunogenética

Agostinho Carvalho obteve financiamento através da “Breakthrough Sarcoidosis Initiative”, promovida pela Ann Theodore Foundation, em parceria com o Milken Institute. Este programa apoia desde 2021 os melhores projetos interdisciplinares submetidos por candidatos de todo o mundo que visam identificar as causas, a variabilidade e possíveis tratamentos da sarcoidose, recorrendo a métodos avançados. Neste âmbito, a escolha do projeto do ICVS reforça a crescente projeção internacional da UMinho na ciência biomédica translacional, nomeadamente em imunologia e doenças inflamatórias crónicas.

Agostinho Carvalho tem 45 anos e é natural de Fafe. Doutorou-se em Ciências da Saúde pela UMinho e pós-doutorou-se pela Universidade de Perugia (Itália), regressando em 2014 ao ICVS, no qual é vice-diretor e investigador principal. Soma 150 publicações científicas, uma patente e o Prémio Jon van Rood pelos seus contributos na imunogenética. Já obteve bolsas do Programa Horizonte 2020, da Fundação "la Caixa", da Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas, da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e até da indústria, como a Gilead e a Mérieux. Está no conselho editorial de diversas revistas e foi consultor de agências ligadas à Comissão Europeia e a vários países, como o Wellcome Trust (Inglaterra) e a Agence Nationale de la Recherche (França).

Interrogation of the immune-microenvironment of T-cell malignancies
É com o objetivo central de melhorar o diagnóstico/prognóstico e, consequentemente, o tratamento de leucemias/linfomas de...

Atualmente, perante a raridade e heterogeneidade dos linfomas de células T maduras – que surgem de mutações que ocorrem neste tipo de glóbulo branco, que tem um papel crucial na defesa do organismo –, “as abordagens terapêuticas existentes revelam-se frequentemente inadequadas no que diz respeito às caraterísticas biológicas específicas dos diferentes subgrupos de linfomas de células T maduras, não permitindo o controlo da doença a longo prazo”, explica a equipa de investigação do ImmuneT-ME, que em Portugal é liderada pela docente e investigadora da Faculdade de Medicina da UC (FMUC), Ana Bela Sarmento Ribeiro.

Neste contexto, em que não há evidente melhoria da terapêutica para este tipo de linfoma raro –que pode ter vários subgrupos – este projeto “pretende identificar e validar novos biomarcadores e alvos terapêuticos clinicamente direcionáveis ao microambiente tumoral imunológico deste tipo de linfoma, com vista ao desenvolvimento de estratégias terapêuticas baseadas na medicina personalizada/precisão – procurando diagnosticar, monitorizar e tratar a doença -  em função das características de cada pessoa”, avançam os investigadores.

Em Portugal, será efetuada a validação em amostras de doentes dos potenciais biomarcadores identificados por outros parceiros do consórcio, e serão desenvolvidas metodologias aplicáveis à prática clínica com vista à sua implementação clínica.

O ImmuneT-ME – que está em curso até abril de 2028 – é liderado pela Universidade de Leipzig (Alemanha), contando, além da UC, com a participação de mais seis instituições oriundas de cinco países. Em Portugal, tem também a colaboração da Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra e do Instituto Portugal de Oncologia (IPO) de Lisboa. É financiado pela EP PerMed – Parceria Europeia para a Medicina Personalizada, sendo o financiamento nacional atribuído pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.

A equipa clínica e de investigação do projeto inclui médicos especialistas em hematologia, anatomia patológica e imunologia, e ainda investigadores na área da biologia/genética e bioinformática, e associações de representantes de doentes, “representando uma oportunidade única para o estudo das leucemias/linfomas de células T maduras”, sublinha a equipa do ImmuneT-ME.

Integram a equipa portuguesa do ImmuneT-ME: Ana Bela Sarmento Ribeiro, Ana Cristina Gonçalves, Raquel Alves e Catarina Geraldes, da FMUC; Marília Gomes e Sara Petronilho, da ULS Coimbra; e Maria Gomes da Silva, José Cabeçadas e Sara da Mata, do IPO Lisboa.

 

AEPAD
Acaba de ser criada em Portugal, uma Associação que surge com o propósito de defender e representar o setor privado de cuidados...

Num contexto de envelhecimento acelerado da população e crescente pressão sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), o apoio domiciliário é hoje uma resposta estratégica às novas necessidades de cuidados continuados e hospitalização no domicílio. Empresas privadas certificadas e devidamente licenciadas têm desempenhado um papel crucial ao proporcionar cuidados personalizados, próximos e eficazes, um contributo que agora ganha estrutura e representação institucional com a criação da AEPAD. 

A AEPAD nasce da urgência de dar voz, força e legitimidade a centenas de empresas que todos os dias cuidam de milhares de portugueses nas suas casas. Queremos ser mais do que uma associação: pretendemos ser um motor de transformação para o setor a nível nacional”, afirma Nuno Afonso, Presidente da AEPAD. 

A AEPAD é uma associação sem fins lucrativos que reúne prestadores privados de cuidados domiciliários, com a finalidade de representar o setor junto das autoridades públicas e reguladores, promover boas práticas, formação contínua e inovação, defender uma regulação justa e equilibrada, criar redes de partilha e cooperação entre os seus associados e reforçar a sustentabilidade dos cuidados domiciliários em Portugal.  

Atualmente, centenas de empresas privadas prestam cuidados a milhares de cidadãos em todo o país, empregando profissionais qualificados como auxiliares, enfermeiros e terapeutas. Contudo, enfrentam diversos desafios como ausência de reconhecimento institucional, concorrência informal, barreiras burocráticas e escasso apoio público. A AEPAD propõe-se a preencher esta lacuna, com uma atuação estruturada e ética.  

A esmagadora maioria da população idosa prefere permanecer no seu lar, perto da família e da comunidade. Os serviços domiciliários promovem não apenas maior conforto emocional, mas também resultados clínicos mais seguros e económicos. A AEPAD defende, por isso, a construção de uma rede mista e complementar entre setor público, privado e social, garantindo que envelhecer em casa seja uma escolha viável para todos. 

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