Por projeto na área da estimulação cerebral profunda (DBS)
Manuel Pinto, médico do Serviço de Neurocirurgia da ULS São João, foi distinguido com o 2024 Research Fund da European...

“O projeto consiste concretamente em estudar as ondas de atividade cerebral de doentes com Parkinson, submetidos a cirurgia de estimulação cerebral profunda (DBS). Para tal, utilizamos uma tecnologia recente de elétrodos implantados em regiões cerebrais profundas que, para além de estimularem o cérebro, têm a capacidade de captar e registar as ondas de atividade cerebral dos pacientes, de forma contínua, de segundo em segundo, desde o dia em que são implantados e durante a sua vida quotidiana.”, explica Manuel Pinto. O projeto resulta de uma colaboração interdisciplinar entre os serviços de Neurocirurgia e Neurologia da ULS São João e o grupo de Neuroengenharia e Neurociência Computacional do i3S.

Segundo Manuel Pinto, “Esta investigação representa uma oportunidade única de identificar as adaptações na atividade cerebral ocorridas nas primeiras semanas após a cirurgia, durante um período de bom controlo da doença. Esta informação poderá futuramente guiar novas estratégias de estimulação que permitam melhorar a eficácia da DBS no controlo da Doença de Parkinson e a qualidade de vida dos doentes.”

Paulo Pereira, diretor do Serviço de Neurocirurgia, reforça: “Este prémio é mais uma prova do reconhecimento internacional da investigação de excelência desenvolvida na ULS São João, refletindo a liderança nas áreas de doenças do movimento e neurocirurgia funcional.”

Trata-se de uma bolsa de investigação atribuída anualmente pela Sociedade Europeia de Neurocirurgia, no valor de 10.000€, destinada a financiar projetos de investigação inovadores. A atribuição desta bolsa acontece desde 2017 e já financiou 58 projetos, sendo a primeira vez que é atribuída a um projeto português.

 
Ação reflete o compromisso da empresa com a sustentabilidade
A AstraZeneca Portugal juntou mais de 50 colaboradores numa ação de plantação de 5.500 árvores, no Parque Natural da Serra de...

Esta ação de plantação teve como objetivo compensar as emissões de CO2 anuais feitas pela companhia farmacêutica no nosso país, um compromisso que a empresa tem vindo a reforçar desde 2020. Até ao momento, foram plantadas mais de 20 mil árvores.

“Na AstraZeneca, consideramos que a sustentabilidade e a proteção ambiental são basilares e esta iniciativa é um exemplo do impacto positivo que, enquanto equipa e empresa, procuramos ter no ambiente”, refere Anna Graham, Country President (interina) e CFO da AstraZeneca Portugal. “Este nosso compromisso com a sustentabilidade reflete-se não só nas nossas ações anuais de reflorestação, mas também na transição para a energia renovável e na aposta na mobilidade elétrica.”

A sustentabilidade é um dos principais pilares da AstraZeneca, refletindo-se nas várias ações que a companhia tem promovido, ao longo dos anos, em Portugal. O seu edifício sede opera 100% a energia renovável e tem 795 painéis solares instalados (com uma produção estimada de 400 MWh/ano de energia).

Mais recentemente, toda a frota automóvel da empresa passou também a ser 100% elétrica.

Entrevista | Isabel Magalhães, Presidente da Pulmonale
As abordagens no tratamento do cancro do pulmão têm tido uma evolução muito expressiva nos últimos 1

Como é que, com o avanço que tem sido conseguido em saúde, ainda continuamos a registar 4.800 mortes anuais devido a cancro do pulmão?

O cancro do pulmão continua com uma incidência crescente, na ordem dos 6000 novos casos ano e a mortalidade tem acompanhado essa tendência, atingindo quase 5000 casos por ano.

O facto de os diagnósticos continuarem a ocorrer maioritariamente em estadios avançados, com taxas de sobrevivência ainda reduzidas, impede que os muitos avanços ocorridos na abordagem desta patologia atinjam o patamar desejável.

Mas tem havido alguma melhoria nestes números?

Só haverá melhoria dos números por via da redução da incidência e/ou com uma mudança de paradigma, refletida em diagnósticos em estadios iniciais da doença.

A Pulmonale tem sido bastante vocal relativamente à necessidade de estratégias robustas de rastreio. Quais são as principais medidas preventivas que deveriam ser adotadas?

A Pulmonale tem sido fundamentalmente proactiva no que se refere ao rastreio, sendo a entidade que desde 2021 tem defendido junto das entidades da saúde a implementação deste rastreio populacional, a exemplo do que ocorre com outras patologias oncológicas.

E, como tal , apresentou ainda em 2022, um projeto piloto de rastreio, elaborado por uma equipa multidisciplinar de experts, perfeitamente alinhado com os grandes estudos europeus, mapeado e orçamentado.

O nosso projeto segue um modelo de proximidade ao cidadão, a exemplo do que acontece na Grã Bretanha, onde desde 2019 passaram de projetos locais à implementação do rastreio a nível nacional, assente numa estratégia de proximidade com resultados animadores.

Qual é o impacto do tabaco?

O tabaco é a principal causa de cancro do pulmão, responsável por mais de 85% dos diagnósticos. Desse modo, o cancro do pulmão, embora não exclusivo de fumadores, ocorre maioritariamente em fumadores e ex-fumadores, podendo ser considerada uma doença em grande parte evitável.

De que forma poderia Portugal combater este componente?

A sensibilização para o tabagismo efetuada de forma assertiva e sistemática afigura-se crucial, devendo ser a prioridade.

Num segundo plano surgem as medidas restritivas ao tabagismo, sendo que, a esse nível, o aumento do preço do tabaco tem gerado melhores resultados comparativamente a outras medidas.

Pensando nos fumadores, importa promover a cessação tabágica, nomeadamente através da disponibilização das consultas de cessação tabágica.

Relativamente ao diagnóstico e tratamento, quais são os principais entraves para o sucesso destes?

Como referido, os resultados estão muito associados ao estadio em que o diagnóstico ocorre, sendo fundamental promover o diagnóstico atempado. Porém, muitas vezes os sintomas são leves/inexistentes ou transversais a outras patologias numa fase inicial.

Assim , embora se deva continuar a informar a população sobre esses sintomas, sabe-se que o rastreio do cancro do pulmão será fundamental para que os diagnósticos ocorram em fase inicial, reduzindo a mortalidade em pelo menos 20%.

O rastreio terá de ser visto como um investimento, numa patologia em que o diagnóstico em fase inicial permite mais e melhor qualidade de vida para os doentes e contribui para uma maior sustentabilidade do SNS. Os custos do tratamento em estadios avançados são muito elevados.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
"Tocar Magia"
Amanhã, dia 27 novembro, às 11h00, é apresentado no Hall do Piso 2 do ULS Santa Maria o projeto "Tocar Magia", uma...

O evento conta com a presença de Carlos Martins, Presidente do Conselho de Administração da ULS Santa Maria, Isabel Rosado, Fundadora e Presidente da Palhaços d'Opital.

A Palhaços d’Opital nasceu em 2013 e foi pioneira na Europa a levar o trabalho e missão dos Palhaços d’Opital a Adultos, com foco nos Idosos, em ambiente hospitalar, com visitas semanais e regulares a 8 Hospitais Parceiros.

Com o crescente envelhecimento da população portuguesa, os internamentos sociais são cada vez em maior número (em março de 2024 representavam 11,1% do total de internamentos nos hospitais públicos). Os idosos não só representam o maior número de internamentos inapropriados (76%), como também ficam mais dias internados, após alta médica, o que naturalmente representa uma sobrecarga de toda a estrutura, com as regiões de Lisboa e Vale do Tejo e o Norte com maior número de internamentos inapropriados.

"Sabemos também que 9 em cada 10 idosos portugueses experienciam algum nível de solidão, algo que a Palhaços d’Opital tem vindo a tentar mitigar através do seu trabalho nos hospitais e que representa um fator de risco para o desenvolvimento de problemas de saúde mental, como a depressão e a ansiedade", pode ler-se em comunicado. 

Iniciativa decorreu no Unisana Hospitais - Hospital do Oeste Soerad
A Unisana Hospitais realizou 170 rastreios gratuitos de diabetes e de retinopatia diabética no Hospital do Oeste Soerad, em...

A diabetes é uma doença crónica em que o corpo não consegue regular bem os níveis de açúcar no sangue, seja por falta de insulina ou porque esta não funciona corretamente. Esta situação pode causar graves problemas de saúde a longo prazo, mas, com tratamento e cuidados adequados, é possível assegurar qualidade de vida.

Já a retinopatia diabética é uma condição ocular causada pela diabetes, afetando a retina (o fundo do olho) e podendo levar a perda de visão ou mesmo cegueira. Esta doença surge devido a alterações nos vasos sanguíneos da retina, sendo o risco de progressão diretamente ligado ao controlo da diabetes. O diagnóstico é feito através de exames como oftalmoscopia, retinografia (fotografia do fundo ocular), e exames complementares, como angiografia e tomografia.

Na fase inicial, a retinopatia diabética é assintomática e pode progredir sem sinais visíveis. O rastreio permite identificar precocemente lesões ou anomalias, mesmo antes de surgirem sintomas, permitindo intervenções eficazes para proteger a visão e evitar complicações graves. Combinado com outros métodos de prevenção, o diagnóstico precoce é a melhor abordagem para controlar a retinopatia diabética.

Saúde mental
O impacto psicológico da XLH é profundo e multidimensional, afetando tanto os doentes quanto os seus

Os doentes com XLH, frequentemente, enfrentam uma série de desafios emocionais e psicológicos. Desde a infância, as deformidades ósseas e a dor crónica podem levar a sentimentos de isolamento e diferença em relação aos pares. Crianças com XLH podem sofrer bullying ou sentir-se excluídas devido às suas limitações físicas, o que pode resultar em baixa autoestima e ansiedade. Estudos mostram que a dor crónica e as limitações físicas estão fortemente associadas a transtornos de humor, incluindo depressão e ansiedade.1

Além disso, a natureza crónica da doença, que requer tratamento contínuo e acompanhamento médico regular, pode ser uma fonte constante de stresse. A incerteza sobre a progressão da doença e a eficácia dos tratamentos pode gerar sentimentos de impotência e frustração. De acordo com várias análises, adultos com XLH, frequentemente, relatam uma qualidade de vida reduzida devido às dores persistentes e à incapacidade funcional. 2, 3

No entanto, os desafios inerentes a esta patologia, não se limitam apenas aos doentes. Também os cuidadores, especialmente os pais de crianças com XLH, experimentam um stresse considerável. Para além de lidarem com a complexidade da gestão da doença, que inclui a administração de medicamentos e a coordenação de múltiplas consultas médicas, têm de ser capazes de fornecer suporte emocional aos seus filhos. 4

A importância dos Grupos de Apoio

Perante estes desafios, os grupos de apoio desempenham um papel crucial no fornecimento de suporte emocional e prático para os doentes com XLH e seus familiares/cuidadores. Estes grupos oferecem um espaço seguro onde os doentes podem compartilhar as suas experiências e sentimentos com outras pessoas que enfrentam situações semelhantes. A sensação de pertença e a troca de experiências podem reduzir a sensação de isolamento e proporcionar um alívio emocional significativo. 5,6

Os grupos de apoio também são uma fonte valiosa de informação. Eles permitem que os membros se mantenham atualizados sobre os avanços no tratamento e na investigação da XLH, e podem fornecer orientação sobre como lidar com os desafios diários da doença. A troca de dicas e estratégias entre os membros do grupo pode melhorar a gestão da doença e aumentar a autonomia dos doentes. 5,6

Adicionalmente, estes grupos podem ser um poderoso instrumento de advocacy, defendendo os interesses dos doentes com XLH junto das autoridades de saúde e/ ou decisores políticos. Por meio do trabalho conjunto, é possível aumentar a consciencialização sobre a doença e lutar por melhores condições de tratamento e apoio.

No contexto específico da XLH, em Portugal, a Associação ANDO Portugal (https://www.andoportugal.org/ando-portugal/quem-somos.html), ajuda a promover a partilha de informação sobre esta doença e disponibiliza grupos de apoio para que estes doentes não se sintam tão sós na sua jornada.

 

Referências

1. R. Pinheiro; R. Uchida; L. Mathias; M. Perez; Q. Cordeiro. (2014) "Prevalence of depressive and anxiety symptoms in patients with chronic pain". Jornal Brasileiro de Psiquiatria. https://www.scielo.br/j/jbpsiq/a/jMfb36hvgZYkr4Y54tPv8Cc/

2. H. Che, C. Roux, A. Etcheto, A. Rothenbuhler, P. Kamenicky, A. Linglart, K. Briot. (2016) "Impaired quality of life in adults with X-linked hypophosphatemia and skeletal symptoms". European Journal of Endocrinology https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26783348/

3. A. Salcion, J. Herrou , K. Briot. (2021) "Adult rheumatologic features, treatment and complications of X-linked hypophosphatemia". Archives de Pédiatrie. https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0929693X21001524?via%3Dihub

4. Jenny C. Atkins & Christine R. Padgett. "Living with a Rare Disease: Psychosocial Impacts for Parents and Family Members – a Systematic Review". Journal of Child and Family Studies https://link.springer.com/article/10.1007/s10826-024-02790-6

5. Rare Disease Research Partners. Psychological Support at Diagnosis of a Rare Disease - Infocop. https://www.infocoponline.es/pdf/220202-Literature-Review-Report.pdf

6. G.Embuldeniya; P. Veinot; E. Bell; M. Bell; J. Nyhof-Young; J. E. M. Sale; N. Britten. (2013) "The experience and impact of chronic disease peer support interventions: A qualitative synthesis". Patient Education and Counseling. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0738399113000530

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O que dizem os especialistas
O linfoma cutâneo é um grupo heterogéneo de linfomas não-Hodgkin que se manifestam primariamente na

1. Higiene e Hidratação

A pele destes doentes é, frequentemente seca, escamosa e propensa a infeções. Manter uma higiene adequada e hidratada são passos cruciais para minimizar o desconforto e evitar complicações.

  • Banhos: Recomenda-se que a água do banho seja morna e que o banho seja curto (não devendo durar mais do que 10 minutos). Devem-se utilizar sabonetes suaves e sem fragrâncias. Os sabonetes hidratantes com pH neutro são os mais indicados.
  • Hidratação: Após o banho, a aplicação de cremes hidratantes é essencial para manter a barreira cutânea. Estudos sugerem que a aplicação de produtos contendo ceramidas e ácidos gordos pode ajudar a restaurar a função de barreira da pele e reduzir a xerose (secura) cutânea.

2. Tratamento de lesões cutâneas

As lesões cutâneas em doentes com linfoma cutâneo variam de placas eritematosas a tumores. O tratamento tópico é uma componente vital na gestão desta patologia.

  • Corticosteroides tópicos: São frequentemente utilizados para reduzir a inflamação e aliviar sintomas. A eficácia dos corticosteroides tópicos foi confirmada em vários estudos, mostrando uma melhoria significativa nas lesões cutâneas e no prurido.

3. Fototerapia

A fototerapia é uma abordagem terapêutica comum para o linfoma cutâneo, especialmente em estadios iniciais. A luz UVB de banda estreita e a PUVA (psoraleno e UVA) são modalidades utilizadas para induzir a apoptose das células linfomatosas.

  • UVB de Banda Estreita: Vários estudos demonstraram que a UVB de banda estreita é eficaz na indução da remissão das lesões cutâneas, com uma boa tolerabilidade e com poucos efeitos secundários.
  • PUVA: Este método combina um medicamento chamado psoraleno com exposição à luz UVA, tendo mostrado eficácia, especialmente em doentes com doença mais disseminada.

4. Cuidados com infeções

Os doentes com linfoma cutâneo têm um risco aumentado de infeções cutâneas, uma vez que apresentam uma barreira cutânea comprometida e um sistema imunitário enfraquecido.

  • Profilaxia e Tratamento: A profilaxia com antibióticos tópicos pode ser indicada para doentes com infeções recorrentes. O tratamento de infeções bacterianas geralmente inclui antibióticos tópicos ou sistémicos, dependendo da gravidade. As infeções fúngicas e virais devem ser tratadas com agentes antifúngicos ou antivirais adequados.

5. Gestão do prurido

O prurido é um sintoma comum e frequentemente debilitante em doentes com linfoma cutâneo. A gestão eficaz do prurido melhora significativamente a qualidade de vida.

  • Antihistamínicos: Antihistamínicos sedativos são frequentemente usados para aliviar o prurido, especialmente durante a noite.
  • Tratamentos Tópicos: Cremes e loções contendo mentol ou pramoxina podem proporcionar alívio temporário do prurido.
  • Terapias Sistémicas: Em casos graves, antidepressivos tricíclicos ou anticonvulsivos podem ser considerados para o controlo do prurido.

6. Controlo dermatológico regular

As consultas de dermatologia regulares são essenciais para observar a evolução da doença, ajustar os tratamentos e detetar complicações precocemente. Diversos estudos sugerem que o acompanhamento dermatológico contínuo pode melhorar os resultados a longo prazo para estes doentes.

 

Referências:

Proksch E, Jensen JM, Elias PM. Skin lipids and epidermal differentiation in atopic dermatitis. Clin Dermatol. 2003;21(2):134-144. - https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12706331/

Whittaker SJ, Marsden JR, Spittle M, Russell Jones R. Joint British Association of Dermatologists and UK Cutaneous Lymphoma Group guidelines for the management of primary cutaneous lymphomas. Br J Dermatol. 2003;149(6):1095-1107. - https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/14696593/

Duvic M, Lemak NA, Valero V, Hester JP, Farmer KL, Jennings MA. A phase II trial of topical tacrolimus (FK506) for the treatment of cutaneous T-cell lymphoma. J Am Acad Dermatol. 2002;47(4):568-576.

Pascale V M M Diederen 1, Huib van Weelden, Cornelus J G Sanders, Johan Toonstra, Willem A van Vloten. Narrowband UVB and psoralen-UVA in the treatment of early-stage mycosis fungoides: a retrospective study. J Am Acad Dermatol. 2003 Feb;48(2):215-9. doi: 10.1067/mjd.2003.80. - https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/12582391/

Herrmann JJ, Roenigk HH Jr, Hurria A, Kuzel TM, Samuelson E, Rademaker AW. Treatment of mycosis fungoides with photochemotherapy (PUVA): long-term follow-up. J Am Acad Dermatol. 1995;33(2 Pt 1):234-242. - https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/7622650/

Wain EM, Orchard GE, Whittaker SJ, Spittle M, Russell-Jones R. Outcome in 34 patients with advanced-stage mycosis fungoides and Sézary syndrome treated with extracorporeal photopheresis. Br J Dermatol. 2003;149(3):574-581.

Demierre MF, Gan S, Jones J, Miller DR. Significant impact of cutaneous T-cell lymphoma on patients' quality of life: results of a 200-question survey. Cancer. 2006;107(10):2504-2511. - https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/17048251/

Quaglino, P.; Maule, M.; Prince, H.M.; Porcu, P.; Horwitz, S.; Duvic, M.; Talpur, R.; Vermeer, M.; Bagot, M.; Guitart, J.; et al. Global patterns of care in advanced stage mycosis fungoides/Sezary syndrome: A multicenter retrospective follow-up study from the Cutaneous Lymphoma International Consortium. Ann. Oncol. 2019, 30, 494. - https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29947731/

Bittencourt Mde J, Silva RS, Michalany NS, Neder JA, Alencar JR, Brabo EP. Quality of life in patients with cutaneous T-cell lymphoma. Int J Dermatol. 2009;48(10):1091-1095.

 

"O conteúdo desta entrevista é da autoria do entrevistado, refletindo a sua perspetiva clínica e/ou trabalhos seus não publicados."

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Doença custa mais de 10 milhões de euros por ano
Um estudo divulgado na última sexta-feira, num evento organizado pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF...

A Zona (herpes zoster) é uma doença que contribui significativamente para a sobrecarga do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e das finanças do Estado. Dados nacionais, referentes à população adulta, mostram que o custo direto médio para o SNS de um caso de herpes zoster, gerido em ambulatório, é de 114,6 €, o que representa um encargo de 7 218 081 € por ano e o custo médio de hospitalização é de 2 935 €, tendo este uma uma duração média de 13,7 dias.

Foi ainda possível obeservar que a cada dois dias um português foi internado devido a esta doença, sendo a despesa total associada a estas hospitalizações de 560 696 €.

Sendo que o absentismo laboral associado a herpes zoster tem um impacto económico total anual de 2 431 221 €.

Estima-se, assim, que o impacto económico anual da Zona seja de 10 209 998 €. 

Inferiu-se também que durante os 11 anos em que a vacina se mostrou eficaz, existe um potencial de evitar que parte dos 520 mil portugueses afetados recorram a cuidados de saúde relacionados com episódios de Zona.

Apesar da prevalência da doença na sociedade portuguesa e do fato de vários países terem incluído a vacina nos seus calendários vacinais, o Ministério da Saúde respondeu ao parlamento com sucessivos adiamentos quando confrontado com o pedido de atualização do Programa Nacional de Vacinação (PNV), mesmo tendo em conta que a Presidente da Comissão Técnica de Vacinação admitiu que o parecer técnico já tinha sido entregue. Durante as discussões do Orçamento do Estado para 2025 a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, confirmou aos deputados que “a Direção Geral da Saúde está a fazer uma avaliação daquilo que devem ser as vacinas que contribuem para a longevidade”.

Nas palavras do Presidente da APMGF, Nuno Jacinto, “existe um consenso alargado sobre a urgência de tomar uma decisão sobre a introdução desta vacina”. “É importante que a DGS e o Ministério da Saúde reforcem o investimento em prevenção da doença e promoção da saúde, para que possamos, enquanto países e pessoas, colher os frutos no presente e futuro”.

O pedido feito por Nuno Jacinto não é novo. Em setembro deste ano, cinco sociedades médicas e quatro associações de pessoas que vivem com a doença enviaram ao Governo, Direção-Geral da saúde e Parlamento uma carta aberta que pedia a inclusão desta vacina no Programa Nacional de Vacinação assegurando o que classificam como uma medida que “contribui para a sustentabilidade e resiliência do Serviço Nacional de Saúde (SNS)", reduzindo a pressão sobre os cuidados hospitalares e promovendo a prevenção de internamentos e visitas às urgências. Os especialistas lembram que, apesar de o primeiro apelo à DGS ter sido feito há mais de um ano, ainda não foram adotadas medidas concretas para implementar esta vacina no PNV.

Alternativas alimentares
O mundo enfrenta vários desafios e o ecossistema alimentar não é exceção.

Neste contexto de mudança, é crucial analisar como estas inovações alimentares podem afetar pessoas com condições crónicas como a diabetes. As novas opções alimentares, como insetos e carne cultivada em laboratório, oferecem promissoras alternativas que podem não só melhorar a qualidade da dieta, mas também ajudar a controlar a glicémia e a prevenir complicações associadas à diabetes. Em Portugal cerca de 1 milhão de pessoas tem diabetes, e mais de 2 milhões têm pré-diabetes e prevalência continua a aumentar anualmente, como tal, é mais importante do que nunca compreender como o futuro da alimentação pode desempenhar um papel na sua prevenção e gestão.

Uma das inovações mais notáveis na alimentação do futuro é a utilização de insetos como fonte de proteína. Estes insetos, como grilos, gafanhotos e larvas, são cultivados em explorações controladas, principalmente na Ásia, África e América Latina, mas a sua produção está a crescer em regiões como a Europa e América do Norte. Em termos de formatos, já podemos encontrar insetos em pó para adicionar a alimentos, barras de proteína à base de farinha de inseto e até snacks de insetos inteiros, como grilos crocantes. Atualmente, no mercado europeu, produtos como farinhas proteicas de grilo estão à venda, e espera-se que mais produtos como massas e bolachas fortificadas com proteína de insetos se tornem comuns nos próximos anos.

Quando comparamos os insetos a fontes tradicionais de proteína animal, como a carne de vaca, as diferenças nutricionais são notáveis. Por exemplo, 100 gramas de grilo em pó podem conter até 65 gramas de proteína, enquanto a mesma quantidade de carne de vaca cozida contém entre 20 a 26 gramas de proteína. Além disso, os insetos apresentam um perfil lipídico mais equilibrado, com menos gordura saturada e maior concentração de ácidos gordos insaturados, benéficos para a saúde cardiovascular. São uma fonte excecional de proteína de alta qualidade e fornecem micronutrientes essenciais, como ferro e zinco, ambos mais biodisponíveis do que nas fontes vegetais. Embora os insetos contenham pouca ou nenhuma fibra, o seu valor nutricional destaca-se pelo elevado teor de aminoácidos essenciais, importantes para a síntese proteica e o bom funcionamento do organismo. Para pessoas com diabetes, os alimentos à base de insetos oferecem vantagens significativas: o seu alto teor proteico promove a saciedade e ajuda no controlo do peso, enquanto o baixo teor de hidratos de carbono e a sua digestão lenta contribuem para uma resposta glicémica mais estável, ajudando a prevenir picos de glicose no sangue.

A produção de insetos é altamente sustentável, exigindo menos água, terra e recursos do que a criação de gado. Enquanto 1 kg de carne de vaca necessita de cerca de 15.000 litros de água para ser produzido, 1 kg de insetos requer apenas uma fração desse valor, o que faz dos insetos uma opção extremamente atrativa tanto do ponto de vista ambiental como nutricional.

Outra tendência alimentar que está a captar a atenção global é a carne cultivada em laboratório. Ao contrário da produção convencional de carne, este processo envolve o cultivo de células musculares em biorreatores, o que elimina a necessidade de abater animais e reduz drasticamente o impacto ambiental. A carne cultivada, ainda em fases iniciais de comercialização, já está disponível em alguns países, principalmente sob a forma de hambúrgueres e nuggets de frango.

Do ponto de vista nutricional, a carne cultivada pode ser manipulada para apresentar um perfil de lipídico mais equilibrado, com menos gordura saturada e mais ácidos gordos insaturados, o que é benéfico para a saúde cardiovascular e para o controlo do peso. Este fator é crucial para pessoas com diabetes, que devem manter um controlo rigoroso sobre o consumo de gorduras saturadas para reduzir o risco de complicações cardiovasculares, uma das principais causas de mortalidade entre os diabéticos.

Além disso, a carne cultivada tem o potencial de incluir fortificações adicionais, como ómega-3 ou outros nutrientes, oferecendo uma fonte de proteína mais ajustada às necessidades nutricionais de diferentes grupos populacionais. No futuro, prevê-se que a carne cultivada possa desempenhar um papel importante na alimentação global, ao reduzir a pressão sobre os recursos naturais e melhorar a qualidade da dieta.

À medida que avançamos para um futuro alimentar mais sustentável e inovador, a adoção de novas fontes de proteína, como insetos e carne cultivada, pode ter um impacto profundo na saúde das populações. Para os doentes com diabetes, estas inovações oferecem alimentos com alto valor nutricional e baixo impacto glicémico, promovendo um melhor controlo da doença e ajudando a prevenir complicações associadas à dieta.

Com uma população cada vez mais consciente e exigente, é previsível que estas tendências alimentares venham a crescer, apoiadas por avanços tecnológicos e legislativos que garantam a segurança e a qualidade dos produtos. Para pessoas com diabetes, o futuro da alimentação pode trazer mais opções saudáveis e acessíveis, permitindo um melhor controlo da doença e, quem sabe, uma redução na prevalência global da diabetes tipo 2, associada a estilos de vida alimentares mais equilibrados.

Filipa Medeiros de Almeida
Licenciada em Dietética e Nutrição pela ESTeSL
Especialista em Marketing e MBA da London School of Business and finance; Sócia www.girohc.pt

 

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Dia 28 de novembro
No próximo dia 28 de novembro, pelas 16h00, no Auditório António Arnaut, vai decorrer a 2ª edição dos Prémios L@bYRA – Young...

A Os prémios L@bYRA são abertos a todos os alunos finalistas de licenciatura e mestrado da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, sendo elegíveis a concurso os trabalhos realizados no âmbito da unidade curricular de Investigação Aplicada (licenciatura) ou tese (mestrado).

Para esta 2ª edição dos prémios L@bYRA, foram selecionados os melhores trabalhos de cada curso, referentes ao ano letivo 2023-24, tendo por base a classificação obtida. Os 11 diplomados selecionados são agora desafiados a apresentar publicamente as suas investigações perante o júri do concurso, que elegerá os três vencedores dos L@bYRA – Young Research Award 2024. A prestação dos três melhores trabalhos será premiada com os valores de 500 euros – para o primeiro classificado, 250 euros – para os segundo e 100 euros – para o terceiro. Os prémios serão entregues na cerimónia do Dia da ESTeSC, que acontecerá em março de 2025.

“Estes prémios visam, por um lado, reconhecer o mérito científico dos estudantes da ESTeSC-IPC, premiando trabalhos de investigação realizados em contexto de aprendizagem, e por outro, incentivar a investigação aplicada nas áreas de ensino e investigação da ESTeSC-IPC, dando um relevante contributo para a consolidação da cultura científica na nossa comunidade académica” explica o vice-presidente da ESTeSC-IPC, Telmo Pereira. 

Investigação da Fundação Champalimaud
Uma equipa da Fundação Champalimaud (FC) identificou um circuito neural necessário para a rejeição sexual, revelando um...

Mamíferos fêmeas, como os roedores, aceitam tentativas de acasalamento apenas durante a sua fase fértil e rejeitam ativamente os machos fora desse período. Embora as áreas do cérebro que controlam a recetividade sexual estejam bem estudadas, os mecanismos que levam à rejeição ativa são menos compreendidos.

“A rejeição sexual não é apenas a ausência de recetividade; é um comportamento ativo”, explica Susana Lima, autora sénior deste estudo e investigadora principal do Laboratório de Neuroetologia na FC. “As fêmeas exibem ações defensivas, como fugir, dar pontapés ou golpear o macho. Queríamos compreender como é que o cérebro alterna entre esses dois estados comportamentais tão drasticamente diferentes”.

No centro desta investigação está o hipotálamo ventromedial (VMH), uma região do cérebro, do ponto de vista evolutivo, antiga que controla o comportamento social e sexual em várias espécies, incluindo os humanos. “Suspeitávamos que o VMH pudesse incluir uma população separada de células dedicadas à rejeição, uma vez que em experiências anteriores, durante as quais avaliamos a atividade do VMH com técnicas de baixa resolução, era possível detetar atividade neuronal no VMH tanto durante a aceitação como na rejeição de investidas masculinas”, afirma Lima.

A equipa focou-se na área anterior do VMH, uma zona menos explorada, particularmente nas células sensíveis à hormona progesterona, que varia ao longo do ciclo reprodutivo. “Estes neurónios são ideais para estudar como o cérebro feminino alterna entre aceitação e rejeição durante o ciclo”, comenta o primeiro autor do estudo Nicolas Gutierrez-Castellanos.

Não. Sim. Depende

“Compreender este mecanismo ajuda-nos a perceber como o cérebro integra sinais do ambiente e do corpo para moldar o comportamento”, continua Gutierrez-Castellanos. “É um exemplo marcante de como o mesmo estímulo — neste caso, um macho interessado — pode suscitar comportamentos completamente opostos, dependendo do estado interno da fêmea”.

Através de técnicas avançadas como a fotometria por fibra — que monitoriza a atividade cerebral em tempo real, medindo sinais de cálcio — os investigadores registaram a atividade desses neurónios sensíveis à progesterona em fêmeas recetivas e não recetivas durante interações com machos. Os resultados foram impressionantes: os neurónios no VMH anterior tornaram-se extremamente ativos em fêmeas não recetivas, correlacionando-se com ações defensivas, como pontapés e golpes, mas foram muito menos ativos em fêmeas recetivas.

“Parece que os neurónios sensíveis à progesterona no VMH anterior atuam como guardiões da rejeição sexual”, diz a coautora Basma Husain. “Quando a fêmea está fora da sua janela fértil, esses neurónios tornam-se muito ativos, desencadeando a rejeição. Mas durante a fase fértil, a sua atividade diminui, permitindo o acasalamento”.

Botões de Duplo Controlo no Cérebro

Como é que esses neurónios alternam entre ativação e inibição, dependendo da fertilidade? Para investigar, a equipa realizou experiências de eletrofisiologia, medindo a atividade dos neurónios sensíveis à progesterona em fatias de tecido cerebral. “Descobrimos que em fêmeas não recetivas, estes neurónios recebiam mais sinais excitatórios, aumentando a probabilidade de serem ativados”, explica Gutierrez-Castellanos. “Em fêmeas recetivas, eles recebiam mais sinais inibitórios, reduzindo a probabilidade de disparo. É uma prova da flexibilidade e adaptabilidade das conexões neurais no hipotálamo — e no cérebro em geral”.

“O equilíbrio entre níveis de atividade e excitação/inibição dos neurónios sensíveis à progesterona no VMH anterior é um forte indicador do seu papel na rejeição sexual”, afirma Husain. “Para confirmar, usamos optogenética para ativar seletivamente esses neurónios com luz”. De facto, a estimulação artificial destes neurónios durante a fase fértil induziu comportamentos de rejeição, como pontapés e golpes. “É como acionar um interruptor — mesmo estando férteis, as fêmeas comportavam-se como se não estivessem”.

Por outro lado, ao silenciar esses neurónios com um composto químico em fêmeas não recetivas, a equipa observou uma redução nos comportamentos de rejeição; contudo, não as tornou totalmente recetivas — indicando que duas populações distintas de neurónios, uma controlando a rejeição e outra a recetividade, trabalham em conjunto para produzir o comportamento apropriado conforme o estado interno da fêmea.

“Este sistema dá ao cérebro dois ‘botões’ de ajuste”, explica Lima. “É uma forma mais eficiente e robusta de o cérebro equilibrar esses comportamentos, garantindo que o acasalamento ocorre quando a fertilização é mais provável, ao mesmo tempo que minimiza os riscos e custos do acasalamento, como a exposição a predadores ou doenças”.

Husain acrescenta: “Este sistema dual provavelmente confere flexibilidade à regulação do comportamento sexual pelo cérebro. O sexo não é determinista. Mesmo durante a fase recetiva, uma fêmea ainda pode rejeitar os machos, portanto, a capacidade de recorrer a ambos os conjuntos de neurónios pode permitir comportamentos mais dinâmicos e diferenciados”.

Notavelmente, estas descobertas estão alinhadas com estudos recentes que mostram que os neurónios sensíveis à progesterona no VMH posterior, que promovem a recetividade sexual, sofrem alterações cíclicas semelhantes, mas em direções opostas — ativos durante a fase fértil e inativos fora dela.

“O VMH existe nos humanos e provavelmente desempenha papéis semelhantes”, observa Lima.

“Estudos recentes em modelos de ratinho mostram que o VMH é afetado em condições patológicas, como a síndrome do ovário poliquístico. Além disso, o isolamento social de fêmeas de ratinho durante o desenvolvimento pode levar a uma recetividade sexual reduzida, com alterações na mesma área cerebral, sublinhando a relevância clínica do VMH”.

“Estamos apenas a começar a desvendar como diferentes núcleos do hipotálamo orquestram o comportamento social”, conclui Lima. “Há muito mais a desvendar, mas estas descobertas trazem-nos um passo mais perto de compreender como os mecanismos neurais e os estados internos impulsionam interações sociais complexas, desde o comportamento sexual até à agressão e outros”.


Legenda: A força das sinapses inibitórias foi avaliada através de uma tecnologia chamada "uncaging". Neste neurónio do hipotálamo (linha azul), podemos observar como as correntes inibitórias são particularmente fortes junto ao corpo celular durante a fase fértil do ciclo reprodutivo (quadrados amarelos).

Crédito: Nicolas Gutierrez-Castellanos, Lima Lab, Fundação Champalimaud

Programa abem: vai apoiar 410 pessoas em situação de pobreza a aceder aos medicamentos
A Associação Dignitude foi uma das instituições vencedoras do Prémio BPI Fundação ”la Caixa” Solidário 2024, o que irá permitir...

O prémio, no valor de 50 mil euros, permitirá ao Programa abem: apoiar beneficiários de todo o país no acesso aos medicamentos essenciais à vida, durante 1 ano, tendo como principal território de atuação a União de Freguesias de Gulpilhares e Valadares, em Vila Nova de Gaia. 

«Ficamos muito gratos pelo apoio do Prémio BPI Fundação ”la Caixa” Solidário, que permitirá ao Programa abem: continuar a apoiar quem se encontra numa situação de pobreza e exclusão social», sublinha Paula Dinis, Presidente da Associação Dignitude.

O Programa abem: tem como objetivo permitir o acesso, de forma digna, aos medicamentos prescritos, a quem não tem capacidade financeira para os adquirir. Até ao final de outubro, o Programa abem: já apoiou mais de 38 700 beneficiários, tendo já contribuído para a dispensa de quase três milhões de embalagens de medicamentos.

Os beneficiários do Programa abem: são cidadãos que se encontram em situação de comprovada carência socioeconómica, referenciados por entidades parceiras locais, como autarquias, IPSS, Cáritas e Misericórdias que integram uma rede colaborativa presente em todo o país. O beneficiário tem acesso ao Cartão abem:, bastando apresentá-lo numa farmácia para poder aceder aos medicamentos comparticipados que lhe forem prescritos, sem custos para si.

Qualquer pessoa ou entidade pode fazer um donativo para Programa abem: por MB WAY (932 440 068) ou transferência bancária (PT50 0036 0000 9910 5914 8992 7).

APIC atribui Prémio Jovem Cardiologista de Intervenção 2024
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) acaba de atribuir o Prémio Jovem Cardiologista de Intervenção 2024...

Este ano os trabalhos foram subordinados aos seguintes temas “Desafios em Intervenção Coronária” e  “Desafios em Intervenção Estrutural”. “Este ano recebemos 48 candidaturas, de todas as regiões do país, o que superou as nossas expectativas. Acreditamos que esta iniciativa é muito importante para os médicos mais jovens, que estão agora a integrar a área da Cardiologia de Intervenção, uma vez que incentivam à sua formação e contribuem para o desenvolvimento científico e profissional”, afirma Pedro Jerónimo de Sousa, Presidente da Reunião deste ano.

Francisco Barbas de Albuquerque, da ULS Lisboa Ocidental, ficou em primeiro lugar na categoria de Intervenção Coronária, distinguindo-se pela apresentação do trabalho “Overcoming Thrombus Challenges: Penumbra System® Meets Guideliner”. Inês Ferreira Neves, da ULS Lisboa Ocidental, ficou em primeiro lugar na categoria de Intervenção Estrutural, distinguindo-se com o trabalho “A Holy Situation: An Unexpected Complication During a TAVI Procedure”.

Foram ainda distinguidos com menções honrosas, na categoria de Intervenção Coronária: Catarina Almeida, da ULS São João (Centro Hospitalar Universitário de São João), distinguindo-se pela apresentação do trabalho “Implantação de stent na câmara de saída do ventrículo direito: uma estratégia paliativa na Tetralogia de Fallot”, e  Mónica Dias, da ULS de Braga (Hospital de Braga), pelo trabalho “STEMI with a hidden agenda”. Já na categoria Intervenção Estrutural foram distinguidos com menções honrosas: Mafalda Griné, da ULS de Coimbra (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra), pelo trabalho “Bailout Coiling During M-TEER”; e Margarida Figueiredo, da ULS Lisboa Ocidental (Hospital de Santa Marta), pelo trabalho “Pulmonary Artery Denervation – A case of immediate success”.

A APIC atribui o Prémio Jovem Cardiologista de Intervenção aos melhores trabalhos apresentados na sua Reunião Anual, que este ano se realizou de 7 a 9 de novembro, no Hotel MH Atlântico, em Peniche. Concorreram ao Prémio cerca de 48 trabalhos de internos de Cardiologia e jovens cardiologistas, de todas as regiões do país, sendo que todos os resumos apresentados serão publicados sob forma de abstract num Suplemento da Revista Portuguesa de Cardiologia.

Durante a Reunião Anual da APIC, foi também atribuído o Prémio Portuguese Publications Hall of Fame 2024 a Francisco Albuquerque, da ULS Lisboa Ocidental (Hospital de Santa Cruz), pelo trabalho “30-day and 1-year mortality after transcatheter aortic valve replacement: the impact of balloon aortic valvuloplasty as a bridging therapy in a Portuguese tertiary center”. A iniciativa, criada este ano, tem como objetivo distinguir os melhores artigos publicados ou aceites para publicação na área da Cardiologia de Intervenção, nos últimos 3 anos, de autores portugueses.

Opinião
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é caraterizada pela obstrução e/ou bloqueio persistente

O tratamento passa pelo uso de broncodilatadores, oxigénio, fisioterapia respiratórios, entre outros. Apesar de ter tratamento, a DPOC é ainda uma das principais causas de diminuição da qualidade de vida e de mortalidade a nível mundial. Devido à exposição contínua aos fatores de risco e ao envelhecimento populacional, está previsto um aumento do impacto da DPOC nas próximas décadas.

Tudo isto conta para que sejam estudadas novas formas de combate à DPOC e que permita a reversão da doença. Neste sentido, já se contam com várias investigações pré-clínicas e clínicas realizadas ao longo dos anos, para perceber o papel das células estaminais do cordão umbilical como agente terapêutico na DPOC. Em 2023, um destes estudos pré-clínicos  demonstrou que a infusão de células estaminais de cordão umbilical foi capaz de diminuir eficazmente o enfisema pulmonar, a alterar o perfil inflamatório, o que pode ser justificado pela capacidade imunomodulatória das células estaminais, associada à capacidade de “homing” destas células (capacidade de migrarem para os locais lesionados e com inflamação).

Estes estudos têm apresentado resultados promissores o que fez com que se avançasse para a fase dos ensaios clínicos. Um exemplo, é o ensaio clínico que foi conduzido por Le Thi Bich et al, em que 20 doentes com DPOC foram tratados com uma infusão de células estaminais mesenquimais de tecido de cordão umbilical. Após 6 meses, os autores observaram que a incidência de DPOC, o score “Modified Medical Research Council” e o número de agravamentos foram significativamente menores nos pacientes submetidos ao transplante de células estaminais de cordão umbilical do que nos pacientes que não o fizeram. Para além disso, nenhuma toxicidade ou efeitos adversos relacionados com a infusão das células ocorreu durante o processo de administração e de “follow-up”.

De facto, o interesse dos efeitos benéficos das células estaminais do cordão umbilical na DPOC ainda continua bastante presente na atualidade. Para além de todas as investigações realizadas até agora, atualmente, na China, Vietname, Antigua e Barbuda, decorrem 3 ensaios clínicos que avaliam os efeitos das células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical no tratamento da DPOC. Isto demonstra que o papel das células estaminais do tecido do cordão umbilical na DPOC é pertinente e é importante continuar a avaliar e estudar os seus efeitos para que se consiga traduzir, no futuro, um potencial tratamento.

Assim podemos concluir que todas as linhas de investigação, pré-clínica e clínica, sugerem que as células estaminais mesenquimais provenientes do tecido do cordão umbilical podem vir a ser um método de tratamento seguro e eficaz para a DPOC moderada a grave, acentuando cada vez mais a sua importância e relevância clínica.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia 28 de novembro
A ciência já confirmou que os microrganismos que compõem o microbioma cutâneo, que varia de acordo com as diferentes áreas do...

Além da importância do microbioma cutâneo, o webinar terá ainda como foco o potencial impacto do uso de cosméticos, assim como a necessidade de fundamentar, de forma clara e robusta, as alegações que constam dos rótulos destes produtos.

Uma iniciativa liderada por Inês Soure, técnica de cosmética e higiene, e Rita Costa, coordenadora de Cosmética e Higiene, da SGS Portugal, que vão ajudar a compreender mais sobre estes conceitos e orientar sobre as alegações que podem ser feitas quando se trata deste setor.

As inscrições são gratuitas, porém obrigatórias. Mais informações aqui.

De 5 a 7 de dezembro
O Centro de Congressos do Tivoli Marina Vilamoura Hotel, no Algarve, vai ser o palco do 67.º Congresso Português de...

O 67.º Congresso Português de Oftalmologia marca uma mudança significativa no panorama dos eventos da SPO, uma vez que é a primeira vez que a programação científica foi concebida com uma abordagem transversal, abrangendo todas as subespecialidades da Oftalmologia. Este formato inclusivo permitirá a todos os participantes, independentemente da sua área de foco, beneficiar de um programa rico e diversificado com sessões, simpósios, cursos e mesas redondas.

Implantes de lentes intraoculares, autofluorescência, glaucoma, endoftalmite pós-operatória, estrabismo, cirurgia de catarata em casos complexos e cirurgia refrativa são as temáticas em destaque nos cursos práticos do 67.º Congresso Português de Oftalmologia. Acreditados pela União Europeia de Especialistas Médicos, garantem uma formação de qualidade para profissionais que desejam atualizar e aperfeiçoar as suas competências clínicas.

À semelhança de outros anos, a tradição de distinguir os trabalhos que mais se destacam mantém-se, com o objetivo de reconhecer as contribuições mais relevantes para a prática clínica e investigação. Este ano, a Comissão Científica do Congresso vai escolher os melhores trabalhos científicos de Oftalmologia para apresentação em púlpito. Para além do conteúdo científico, no segundo dia do evento, os participantes poderão também juntar-se à corrida da SPO Jovem, coordenada por Diogo Hipólito Fernandes.

“O Congresso Nacional é um espaço privilegiado para a troca de conhecimento e inovação, reforçando o prestígio da oftalmologia portuguesa no panorama internacional. Este não é apenas um momento de partilha científica, mas também uma celebração do espírito colaborativo na oftalmologia. Estamos empenhados em continuar a elevar o nível de excelência na nossa especialidade”, afirma Rita Flores, Presidente da SPO.

Para inscrições ou mais informações do 67.º Congresso Português de Oftalmologia, visite: https://spoftalmologia.pt/evento/67o-congresso-nacional-de-oftalmologia/.

Prémio atribuído pela Ordem dos Enfermeiros
A Linha de Saúde SNS 24 é o Enfermeiro do Ano para a Ordem dos Enfermeiros. Na cerimónia de entrega dos Prémios Valor e...

Segundo a Ordem dos Enfermeiros, a distinção, que carrega uma carga simbólica, premeia a equipa da Linha de Saúde SNS 24, que “tem contribuído para aliviar a pressão sobre os serviços de urgência e tem sido um exemplo de competência e profissionalismo”, ao garantir que todos recebem os cuidados adequados.   

A Linha de Saúde SNS 24 foi um dos muitos premiados dos Prémios Valor e Excelência 2024, que se realizaram no fim do segundo dia da III Convenção Internacional dos Enfermeiros, em Fátima.   

A III Convenção Internacional dos Enfermeiros está a decorrer em Fátima, no Centro Pastoral Paulo VI. Sob o mote «Tempo de Respostas», o evento, organizado pela Ordem dos Enfermeiros, proprôs-se a debater o presente e o futuro da enfermagem em Portugal e no mundo.   

Projeto responde às necessidades de crianças com PEA
O projeto "Via Azul", dedicado ao atendimento de crianças com Perturbação do Espetro do Autismo (PEA) nos Serviços de...

A "Via Azul" surge como uma resposta às necessidades específicas das crianças com PEA, cujas características fenotípicas dificultam frequentemente a sua interação com os ambientes e rotinas dos serviços de urgência. Este projeto implementa um circuito personalizado para atender às particularidades destas crianças, proporcionando-lhes um ambiente adaptado às suas exigências sensoriais, e profissionais de saúde capacitados para oferecer cuidados individualizados. Esta abordagem permite que as crianças e as suas famílias tenham um conhecimento prévio do espaço e dos procedimentos, tornando a experiência hospitalar mais acolhedora e adequada às suas necessidades.

O Prémio Best Ideas in Healthcare é uma iniciativa promovida pela Ordem dos Médicos, com o apoio da NTT DATA Portugal, com o objetivo de reconhecer e promover soluções inovadoras capazes de transformar o sistema de saúde português. Esta edição contou com a participação de vários projetos inovadores que, de formas distintas, procuraram responder aos desafios da saúde em áreas como os cuidados paliativos, o tratamento do cancro da mama, a integração de dados de saúde e a logística hospitalar.

“A 2ª edição do Prémio Best Ideas in Healthcare reforça o compromisso da Ordem dos Médicos com a melhoria do sistema de saúde em Portugal, em particular através da inovação. Projetos como a 'Via Azul' são fundamentais para assegurar que todos os doentes, em particular aqueles com necessidades especiais, tenham um atendimento nos serviços de saúde mais humanizado e eficiente,” afirma o Bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes.

"Na NTT DATA, acreditamos que a inovação é essencial para transformar o sistema de saúde e responder aos desafios da sociedade moderna. O projeto 'Via Azul' representa uma abordagem inovadora e humanizada para o atendimento de crianças com Perturbação do Espetro do Autismo, demonstrando como a tecnologia e o desenho de soluções centradas nas pessoas podem fazer realmente diferença na vida dos doentes e das suas famílias," sublinha Ricardo Constantino, Partner e Head of Health & Public Sector da NTT DATA Portugal.

Como vencedor, o “Via Azul” recebe um prémio monetário de 5.000 euros, a que se soma uma bolsa de horas de consultoria. Os projetos finalistas terão as suas ideias expostas em vídeo, pelo período de um ano, no site nacional da Ordem dos Médicos.

Com este prémio, a Ordem dos Médicos e a NTT DATA Portugal sublinham o seu apoio a soluções inovadoras, que possam transformar o sector da saúde e contribuir para um sistema mais inclusivo, eficiente e preparado para os desafios futuros.

Movimento organizado por associações nacionais de apoio aos doentes
Uma petição pública que exige a implementação urgente de políticas de saúde e inclusão social para pessoas diagnosticadas com...

Entre as principais reivindicações estão a revisão da Tabela Nacional de Incapacidades, a inclusão da Fibromialgia na lista de doenças crónicas da Direção-Geral da Saúde (DGS) e a criação de políticas laborais e escolares que permitam a adaptação às necessidades da pessoa com Fibromialgia.

A Fibromialgia, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (1992), pode afetar cerca de 2% das pessoas em Portugal, causando um impacto socioeconómico significativo e implicando custos diretos com tratamentos médicos e perdas de produtividade, o que reforça a urgência de ação política. A petição exige uma resposta urgente da Assembleia da República, que deverá debater o tema e propor recomendações ao Governo para responder a estas necessidades. 

A mobilização expressiva em torno desta petição reflete uma crescente sensibilização da sociedade civil para o impacto desta síndrome muitas vezes negligenciada, apesar do seu impacto debilitante. É inaceitável que os doentes continuem desprotegidos perante uma síndrome que afeta todos os aspetos das suas vidas.

União de Associações e Pressão Popular Crescente

Esta petição é promovida pelas associações MYOS – Associação Nacional Contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica, APJOF – Associação Portuguesa de Fibromialgia e FIBRO – Associação Barcelense de Fibromialgia e Doenças Crónicas, e conta com o apoio institucional de várias organizações, federações e associações ligadas à saúde. Este movimento é um apelo coletivo de milhares de cidadãos que exigem apoio e inclusão para os doentes.

As promotoras da petição continuam a incentivar a participação de todos os cidadãos através do link: https://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=fibromialgiapt, com o objetivo de pressionar as entidades competentes para uma resposta efetiva às necessidades desta população.

Dias 27 e 28 de novembro
A música nos cuidados de enfermagem. O recurso ao psicodrama como estratégia de intervenção na doença. A criação de simulações...

Organizado pela Unidade de Investigação para a Inovação em Saúde e Bem-Estar, IPSN-CESPU (iHealth4Well-being), este congresso junta especialistas nacionais e internacionais que, entre 27 e 28 de novembro, partilharão os avanços técnico-científicos mais recentes na área.

O primeiro dia, 27 de novembro, é dedicado a formações práticas e experienciais no Campus Universitário de Gandra: Yoga Facial com a fisioterapeuta Paula Sá; Psicodança, com o psicólogo Gonzalo Negreira, Musicoterapia, com a investigadora Sandra Costa. O workshop de bem-estar da formadora Stanka Hederova será em inglês, sobre “How To Renew our Energy to Live Fully?”.

A 28 de novembro, a reflexão muda-se para o Centro Cultural de Paredes onde, além da conferência inaugural pela Happiness Business School, e o encerramento, com a conferência “Investigação, Inovação e Bem-estar em saúde” pelo diretor da RISE-Health, Fernando Schmitt, haverá dois painéis dedicados aos temas que dão título à conferência.

Da parte da manhã, o foco será na inovação em saúde.

Este 1.º congresso internacional é direcionado a profissionais e gestores dos setores de saúde, social e empresarial, bem como académicos e estudantes, que atuam ou desejam atuar no campo da Inovação em Saúde e Bem-Estar. A inscrição é obrigatória através deste link.

Para Sara Lima, Diretora da Unidade de Investigação, membro da comissão científica e da comissão organizadora, “este congresso proporcionará uma experiência enriquecedora e inspiradora, focada no desenvolvimento de competências e no fortalecimento da rede de conhecimento entre pares, chamando a atenção para a necessidade de se encontrarem novas estratégias que permitam assumir promover o bem-estar das pessoas, famílias e profissionais de saúde como fulcral para uma sociedade mais saudável.

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