Uma nova fase na vida da mulher
A menopausa é uma fase natural da vida da mulher caracterizada pela perda da actividade ovárica e da
Mulher de olhos fechados com as mãos na cabeça

A menopausa é o momento na vida da mulher em que cessa a função cíclica dos ovários e a menstruação. Assim, a menopausa começa no final da última menstruação. No entanto, esse facto só é comprovado mais tarde, quando não há fluxo menstrual durante, pelo menos, 12 meses. Trata-se de um fenómeno fisiológico que se deve à redução gradual do funcionamento dos ovários. Estas glândulas deixam, assim, de libertar óvulos, mensalmente, e de produzir hormonas femininas, os estrogénios, deixando de ter capacidade reprodutiva.

A idade média em que a menopausa começa é por volta dos 50 anos, mas pode surgir em mulheres com apenas 40 anos ou menos e nestes casos a menopausa denomina-se de prematura. Entre as suas causas destacam-se uma predisposição genética e doenças auto-imunes, nas quais se criam anticorpos que podem lesar várias glândulas, entre elas os ovários.

O hábito de fumar também é associado à menopausa prematura, isto porque o consumo de tabaco impulsiona um declínio dos níveis de estrogénio no sangue, podendo desencadear uma menopausa precoce. A menopausa não é uma doença, é apenas uma nova fase na vida da mulher. No entanto, ocorrem diversas alterações no organismo feminino que podem predispor ao aparecimento e ao agravamento de várias doenças.

Para além da menopausa natural e precoce há ainda a menopausa artificial que deriva de uma intervenção médica que reduz ou interrompe a secreção hormonal dos ovários. Estas intervenções incluem a cirurgia, para extrair os ovários ou para reduzir a quantidade de sangue que recebem, e a quimioterapia ou a radioterapia sobre a pélvis (incluindo os ovários), para tratar o cancro. A intervenção cirúrgica em que se extrai o útero (histerectomia) tem como consequência a suspensão da menstruação, mas não afecta a quantidade de hormonas desde que os ovários continuem intactos e, portanto, não provoca menopausa.

Segundo a Sociedade Portuguesa de Menopausa há uma percentagem cada vez maior da população feminina que está em pós-menopausa, devido ao aumento da esperança média de vida, à diminuição da mortalidade e, em consequência, ao envelhecimento global da população. Isto quer dizer que, actualmente, as mulheres viverão cerca de um terço da sua vida em pós-menopausa. No entanto, e segundo os especialistas da mesma entidade, os tratamentos de correcta compensação hormonal permitem dar "mais anos as suas vidas e mais vida aos seus anos".

Lamentavelmente, só cerca de 15 por cento das mulheres que iniciaram um tratamento o mantêm após um ano, o que significa que a grande maioria da população feminina não está a ser correctamente tratada e protegida. Isto deve-se, sobretudo, à falta de informação e à desinformação.

Climatério

É considerado climatério ou perimenopausa, o período imediatamente antes da menopausa, quando os dados endocrinológicos, biológicos e clínicos são sugestivos do início da menopausa e prolonga-se, pelo menos, durante um ano depois da menopausa.

Sintomas da menopausa

O estrogénio, mais especificamente o estradiol, é a hormona natural e básica da mulher. A sua produção começa na adolescência, e é responsável pelo aparecimento dos sinais sexuais secundários na mulher. A falta de estrogénio é a causa dos principais sintomas da menopausa, que diferem de caso para caso e, por isso, se designam de suaves, moderados ou agudos. Por serem diferentes causam, por vezes, dificuldades de diagnóstico para quem não esteja familiarizado com este problema.

São frequentes os afrontamentos, calores súbitos, dores de cabeça, insónias, humor depressivo, irritabilidade, secura da vagina, dificuldades sexuais, incontinência urinária, aumento de peso, modificação da pele e do cabelo, dores ósseas e articulares. Há, também, tendência para o aumento de pressão arterial, subida de colesterol e, por vezes, para o aparecimento de dores pré-cordiais e alteração no electrocardiograma. Os afrontamentos afectam 75 por cento das mulheres. Durante um acesso de calor, a pele, em especial a da cabeça e do pescoço, fica vermelha e quente e a sudação pode ser intensa. A maioria das mulheres têm afrontamentos durante mais de um ano e entre 25 e 50 por cento sofrem-nos durante mais de cinco anos. Duram entre 30 segundos e 5 minutos e podem ser seguidos de calafrios.

Os sintomas psicológicos e emocionais como fadiga, irritabilidade, insónia e nervosismo também podem ser provocados pela diminuição de estrogénios. A sudação nocturna é um factor de perturbação do sono e agrava o cansaço e a irritabilidade. Por vezes, a mulher pode sentir-se enjoada, ter sensação de formigueiro (picadas) e sentir os batimentos do seu coração, que parece palpitar com força. Também pode sofrer de incontinência urinária, inflamação da bexiga e da vagina e ter dores durante o coito devido à secura vaginal. Às vezes, surge uma sensação dolorosa nos músculos e nas articulações.

A osteoporose (o intenso adelgaçamento dos ossos) é o principal problema para a saúde que a menopausa provoca. As mulheres brancas magras e as que fumam, ingerem quantidades excessivas de álcool, tomam corticosteróides, ingerem pequenas quantidades de cálcio ou têm uma forma de vida sedentária correm maior risco de sofrer desta doença. Durante os primeiros 5 anos posteriores à menopausa, perdem-se entre 3 e 5 por cento de massa óssea por ano e, depois, entre 1 e 2 por cento por ano. Daí que ocorram fracturas a partir de lesões menores e até, nas pessoas de idade avançada, sem que exista nenhuma lesão.
Os ossos que se fracturam com maior frequência são as vértebras (o que provoca encurvamento e dor de costas), o fémur (ancas) e os ossos dos pulsos.

A incidência das doenças cardiovasculares aumenta mais rapidamente depois da menopausa, também devido ao facto de os estrogénios diminuírem. Uma mulher que tenha sofrido a extracção dos ovários e que, em consequência, tenha menopausa prematura, e que não se submeta a uma terapia de reposição de estrogénios, tem o dobro de probabilidades de sofrer de doenças cardiovasculares do que uma mulher pré-menopáusica da mesma idade.
As mulheres pós-menopáusicas que tomam estrogénios sofrem muito menos de doenças cardiovasculares do que as que não os tomam. Por exemplo, entre as doentes pós-menopáusicas que sofrem de doenças das artérias coronárias, as que tomam estrogénios têm, em média, uma maior esperança de vida. Estas vantagens devem-se, em parte, aos efeitos favoráveis dos estrogénios sobre a quantidade de colesterol. A diminuição de estrogénios provoca um aumento no chamado colesterol mau (lipoproteínas de baixa densidade - LDL) e uma diminuição do chamado colesterol bom (lipoproteínas de alta densidade - HDL).

Tratamento

O tratamento hormonal consiste na administração de hormonas, naturais ou sintéticas, para substituir as hormonas que os ovários deixam de produzir quando a mulher chega à menopausa.
Cada caso tem de ser estudado criteriosamente, de modo a escolher-se o melhor tratamento a utilizar, a dose recomendada e a melhor via da sua administração. Durante o tratamento é indispensável verificar se se obtém a desejada eficácia clínica e se há normalização dos factores de risco ósseo e cardiovascular. O objectivo primordial do tratamento da menopausa é prevenir certas doenças e melhorar a qualidade da vida da mulher.
Pode iniciar-se de modo seguro até um ano após o início da menopausa, ou seja, na idade do climatério, para o alívio sintomático, bem como para prevenção dos riscos associados à falta de estrogénios, nomeadamente a doença cardíaca e a osteoporose. Na fase do climatério ou perimenopausa, os tecidos reagem bem ao tratamento hormonal, ou seja, os tecidos beneficiam do tratamento desde que ainda estejam saudáveis, ainda não tenham ocorrido lesões e não haja um longo período de tempo sem hormonas.

Segundo indicação das Sociedades de Menopausa Americana, Europeia e Internacional, entre outras, não há limite de tempo para o tratamento hormonal desde que se atinjam os objectivos e não surjam contra-indicações. Não é, portanto, correcto afirmar que o tratamento não deve fazer-se por mais de cinco anos.

Assim, no tratamento da menopausa, observa-se o desaparecimento dos afrontamentos, insónias, irritabilidade e crises depressivas. Verifica-se humidificação da vagina e melhoria da vida sexual; redução de dores ósseas; normalização de pressão arterial e do colesterol e do peso. Há uma melhoria da pele do cabelo e uma diminuição da perda da massa óssea (por vezes, até aumenta) com redução em 50 por cento do risco de fracturas, para além da elevada redução do risco de doenças cardíacas que são a principal (50 por cento) causa de morte das mulheres (o cancro é causa de morte em apenas 5 por cento). Há portanto, uma melhoria substancial da qualidade vida e da longevidade.

Terapêutica Hormonal de Substituição (THS) vs. Tratamento hormonal

As terapêuticas hormonais que se instituem após a menopausa fisiológica não devem ser consideradas substitutivas uma vez que o hipoestrogenismo é fisiológico. O facto de se receitar estrogénios não serve para substituir mas sim para beneficiar das suas propriedades farmacológicas. Neste sentido, é mais correcto falar de terapêuticas hormonais na menopausa do que em terapêutica hormonal de substituição (THS).

Não obstante, caso se trate de uma menopausa cirúrgica (com ovariectomia) ou de uma menopausa precoce, nestes casos a terapêutica com estrogénios é verdadeiramente substitutiva. Ou seja, a verdadeira THS existe, só não deve ser entendida de uma forma global e/ou abrangente.

Riscos do tratamento hormonal

Grande parte da informação veiculada acerca dos riscos do tratamento hormonal deve-se tanto a más interpretações de estudos realizados, como à falta de rigor observada na realização de outros, sobretudo no que se refere à definição da amostra - mulheres em faixas etárias onde o tratamento não é recomendado.

Exemplo disso é o estudo WHI - Women's Health Initiative, realizado em 2003, cujos resultados não foram devidamente interpretados. O facto de não ter sido feita a destrinça entre os termos risco absolutoe relativo desencadeou uma série de falsos alarmismos que desencorajam as mulheres no que respeita ao tratamento hormonal.

O facto da média de idades das mulheres que participaram nesse estudo ser de 63 anos conduz, igualmente, a resultados considerados nulos na questão do tratamento hormonal, mas também porque as consequências podem ser adversas a partir dessas idades. Até ao momento, não há nenhum estudo que se tenha referido exclusivamente às mulheres abaixo dos 60 anos, nomeadamente entre os 50/55 anos, que é a faixa etária indicada para o tratamento hormonal.

De concluir que tão importante é o rigor estatístico usado na realização de estudos como a boa interpretação dos resultados. Até ao momento não são conhecidos riscos associados a um tratamento prolongado, desde que estejam reunidas três condições principais - que o início ocorra na fase do climatério, não se conheçam contra-indicações e a mulher seja considerada saudável.

Simultaneamente, assume-se que os riscos que podem advir de mulheres que não fazem tratamento hormonal 10 anos após o início da menopausa são superiores aos que eventualmente decorram do tratamento hormonal desde que este seja iniciado cedo.

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Estudo
Uso frequente de aparelhos de ecrã táctil pode retardar o desenvolvimento da fala das crianças.

Um estudo do Cohen Children's Medical Centre, em Nova Iorque, EUA, revela que as crianças, até aos três anos, que mais brincam com aparelhos “touch screen” (ecrã táctil) têm um desenvolvimento da linguagem mais lento.

O que mais chocou os investigadores foi o facto de os pais terem substituído os livros e brinquedos “tradicionais” das crianças pelos smartphones e tablets. Alguns dos inquiridos chegaram mesmo a confessar que já nem dão à crianças, para se entreterem, mais nada além de aparelhos tecnológicos.

Apesar de 60% dos pais dizerem que estes têm benefícios educacionais, o estudo não mostra qualquer diferença em relação às crianças que brincam com os brinquedos tradicionais.

A idade média com que os bebés começam a mexer nestes dispositivos é de 11 meses, durante cerca de 36 minutos por dia.

Portugueses criam
Em Portugal 160 mil crianças sofrem de asma e mais de 400 mil de rinite alérgica. Um grupo de especialistas portugueses,...

Após ser testado com sucesso em 11 hospitais nacionais, o “CARATkids” está já a ser utilizado por médicos de todo o país e também em hospitais holandeses.

De acordo com João Fonseca, “o CARATkids é um questionário simples que avalia o controlo - estado clínico - da doença alérgica das vias aéreas (asma e rinite) em crianças dos 6 aos 12 anos. São 13 questões, em que oito questões são respondidas pela criança, e cinco pelos pais”.

Este questionário permite, de forma simples e muito rápida, que o médico afira o grau de controlo da asma e rinite. João Fonseca explica que o objectivo “não é o diagnóstico da doença, mas sim perceber em que ponto estamos a conseguir atingir os objectivos do tratamento”.

Para o imunoalergologista, a grande inovação do “CARATkids” consiste em “ter um número que nos indica, com precisão, como está a evoluir a doença, se a medicação está realmente a funcionar ou se há risco de vir a ter uma agudização da doença”.

O CARATkids já foi testado com sucesso em 11 hospitais nacionais. Os resultados de validação, recentemente publicados numa revista científica da área, indicaram que é um teste com elevada sensibilidade e especificidade para a detecção de situações de não controlo da asma e rinite.

Agora, este teste vai ser aplicado em todos os locais em que seja útil conhecer o estado clínico de uma criança com diagnóstico de asma e rinite. “Pode ser antes de uma consulta de Imunoalergologia, ou com o médico de família ou pediatra. Mas também será importante a sua utilização em rastreios, ou mesmo em casa entre consultas médicas”, acrescenta João Fonseca.

O coordenador do projecto explica que foi já ministrada formação em dezenas de unidades de saúde, quer hospitalares, quer no âmbito dos cuidados primários para a utilização do teste. Além desta formação, o “CARATkids” já foi, também, distribuído a muitas centenas de médicos.

“Sabemos que está a ser utilizado com regularidade por muitos médicos mas o desafio é que passe a ser um teste de rotina na prática clínica, o que é sempre extremamente difícil. Por isso mesmo, já nos próximos dias, estará disponível para impressão no site caratnetwork.org”, remata.

Dados da Organização Mundial de Saúde
Mais de 800 mulheres morrem todos os dias devido a complicações na gravidez e no parto, revela esta terça-feira a Organização...

Segundo os dados hoje revelados, 289 mil mulheres morreram em 2013 devido a complicações relacionadas com a gravidez e o parto, face às 523 mil mortes de 1990.

A quase totalidade das mortes maternas (99%) ocorre em países em desenvolvimento e um terço do total regista-se em apenas dois países: a Índia (50 mil) e a Nigéria (40 mil), conclui a OMS.

Segundo a OMS, a região mais perigosa para se ter um filho é a África subsaariana.

A taxa de mortalidade materna nos países em desenvolvimento em 2013 foi de 230 por 100 mil nascimentos, enquanto nos países desenvolvidos foi de 16 por 100 mil nados vivos, conclui a OMS.

A organização sediada em Genebra alerta para as grandes disparidades entre países - com alguns Estados a registarem taxas de mortalidade materna extremamente elevadas, de mil mortes por cada 100 mil nados vivos - e também entre pobres e ricos dentro de alguns países.

Um outro estudo da agência da ONU para a saúde hoje publicado na revista The Lancet Global Health revela que uma em cada quatro mortes se deve a complicações previamente existentes, como diabetes, VIH, malária ou obesidade, cujos impactos são agravados pela gravidez.

Outro quarto das mortes deve-se a hemorragia severa.

Hipertensão induzida pela gravidez (14%), infeções (11%), obstruções e outras complicações no parto (9%), complicações relacionadas com o aborto (8%) e coágulos sanguíneos (3%) são as outras causas identificadas.

“Juntos, os dois relatórios sublinham a necessidade de investir em soluções comprovadas, como cuidados de saúde de qualidade para todas as mulheres durante a gravidez e o parto, e cuidados especiais para grávidas com problemas clínicos pré-existentes”, disse a directora-geral adjunta da OMS para a saúde da família, mulher e criança, Flavia Bustreo, citada num comunicado da OMS.

Outro alerta da organização vai para a falta de dados rigorosos sobre a mortalidade materna.

Apesar de estar a aumentar o conhecimento sobre o número de mulheres que morrem e as razões das suas mortes, muito continua por registar, conclui a OMS.

“Trinta e três mortes maternas por hora são trinta e três mortes a mais”, disse o director de Saúde, Nutrição e População do Banco Mundial, citado no mesmo comunicado.

“Precisamos de documentar cada um destes acontecimentos trágicos, determinar as suas causas e iniciar acções correctivas urgentemente”, acrescentou.

Hospital Amadora-Sintra
Investigação do próprio hospital concluiu que não houve negligência ou má prática em caso de doente que esperou seis horas e...

O Bloco de Esquerda (BE) insistiu com o Ministério da Saúde no sentido de a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) abrir um inquérito à morte de uma doente nas urgências do Hospital Amadora-Sintra, após mais de seis horas de espera. As averiguações internas daquela instituição concluíram que não houve negligência ou má prática no caso, mas o partido quer uma investigação independente.

O caso remonta a 25 de Novembro de 2013 e foi relatado pela primeira vez em Janeiro, numa comissão parlamentar de Saúde, que contou com a presença do ministro Paulo Macedo. Na altura, o deputado bloquista João Semedo contou que uma mulher, de 67 anos, deu entrada nas urgências do Hospital Fernando da Fonseca (conhecido como Amadora-Sintra) e acabou por morrer seis horas depois com uma paragem cardiorrespiratória, quando começava a ser atendida. Na triagem de Manchester foi-lhe a atribuída uma pulseira de cor amarela, a que deve corresponder um tempo máximo de atendimento de uma hora.

O Bloco de Esquerda endereçou uma pergunta ao Ministério da Saúde sobre o caso. Em resposta, a tutela adiantou que “face ao resultado das averiguações realizadas pelo próprio hospital, no âmbito das quais não terão sido encontradas evidências de dolo, negligência ou má prática profissional atribuível a qualquer dos intervenientes, encontra-se em análise um pedido de inquérito junto da Inspecção-Geral das Actividades em Saúde”.

O gabinete de Paulo Macedo disse, ainda, que nem a doente nem o marido terão dito durante a triagem que a mulher já tinha tido uma síncope em casa, referindo apenas a dor lombar, “o que naturalmente poderá ter influenciado o percurso” nas urgências. De acordo com as informações do hospital, “ter-se-á verificado um pico de afluência, entre as 8h e as 0h, com 364 doentes ‘em circulação’, o que terá ocasionado um tempo de espera acima do preconizado para a prioridade amarela”.

Porém, para o BE o caso merece uma investigação tutelada pela própria IGAS, justificando o partido que “o Hospital Amadora-Sintra é, evidentemente, parte interessada neste inquérito, estando a agir como juiz em causa própria, pelo que é fundamental garantir a realização de um inquérito por parte de uma entidade independente”.

Por isso, os deputados João Semedo e Helena Pinto endereçaram uma nova pergunta ao Ministério da Saúde, onde também contrapõem os números relacionados com o pico na urgência. “Não é claro o que se pretende dizer com doentes ‘em circulação’ mas é certo que este número não corresponde a qualquer pico, como falsamente o conselho de administração quer fazer crer. De facto, a média de doentes na urgência no Hospital Amadora-Sintra em 2013 foi de 728 utentes por dia”, lê-se na pergunta.

O partido, depois de Paulo Macedo ter dito na comissão parlamentar de Saúde de 30 de Abril que a Entidade Reguladora da Saúde também foi chamada a olhar para este caso, reitera que quer conhecer o sentido da sua pronúncia e insiste em saber se a IGAS vai ou não efectuar um inquérito.

8 de Maio no Palácio de S. Bento
A Associação Bate Bate Coração vai promover, no próximo dia 8 de Maio, no Palácio de S. Bento, um dia de sensibilização para a...

“Este dia permite sensibilizar os deputados para a necessidade de desenvolver medidas práticas e imediatas para salvar vidas e reduzir os enormes custos, a incapacidade e mortalidade devidas à fibrilhação auricular não diagnosticada e não tratada”, explica Carlos Morais, presidente da Associação Bate Bate Coração.

Uma das complicações mais graves da fibrilhação auricular é a ocorrência do Acidente Vascular Cerebral (AVC), que “pode ter consequências devastadoras”, alerta a Associação, referindo que cerca de 1/3 dos casos de AVC têm como origem a fibrilhação auricular e os relacionados com esta arritmia são “habitualmente mais graves”.

A fibrilhação auricular é a perturbação do ritmo cardíaco crónica mais frequente, afectando aproximadamente 6 milhões de pessoas na Europa, 8 milhões na China e 2,6 milhões nos Estados Unidos da América. Esta doença é responsável por aproximadamente 15% dos 15 milhões de AVCs que se estima ocorrerem anualmente a nível mundial.

A Associação Bate Bate Coração está também a promover, em Portugal, a assinatura da Carta dos Direitos dos Doentes.

“Este documento pretende dar uma voz única, a nível mundial, a todas as pessoas e famílias que já sofreram com a fibrilhação auricular. O nosso objectivo, em termos globais, é conseguir 1,7 milhões de assinaturas em apoio à Carta e entregá-la depois aos decisores de saúde em todos os países do mundo”, esclarece Carlos Morais.

Para mais informações sobre a Carta dos Direitos dos Doentes com Fibrilhação Auricular consulte: http://www.signagainststroke.com/pt

Cruz Vermelha ou Crescente Vermelho
No Dia Mundial da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, assinalado no próximo dia 8 de Maio, partilhe a sua história com...

Todos os dias a maioria dos 7 mil milhões de pessoas no mundo são tocadas pela Cruz Vermelha e Crescente Vermelho mesmo sem se aperceberem. Quase toda a gente – ou alguém que conhecem – doou sangue ou recebeu uma dica de primeiros socorros ou foi visitado por um voluntário, talvez não sabendo que era a Cruz Vermelha ou o Crescente Vermelho local em acção.

Anualmente, 8 de Maio é o Dia Mundial da Cruz Vermelha Crescente Vermelho. Hoje, celebramos o poder da comunidade e das pessoas que se entreajudam, ambos no centro das atenções durante as crises e nos bastidores da vida diária. Mais de 17 milhões de voluntários da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho e 80 milhões de membros interagem com os amigos, famílias e vizinhos por todo o mundo.

A Cruz Vermelha Portuguesa conta com cerca de 11 mil voluntários e alcança perto de 1 milhão de pessoas anualmente, com actividades e projectos liderados por voluntários. Os seus serviços têm um impacto positivo nas comunidades, servindo em locais como hospitais, escolas, creches, clubes sénior, prisões, casas de acolhimento, entre outros; às vezes, directamente nas casas das pessoas – isto ao mesmo tempo que prestam serviços que mudam vidas e às vezes salvam vidas.

Segundo Luís Barbosa, Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa “na situação de crise que o país actualmente vive, a actuação da Cruz Vermelha e de outras organizações congéneres reveste-se de especial significado no apoio aos cidadãos mais desprotegidos e desfavorecidos da sociedade.” O mesmo acrescenta ainda que ”não se pode aceitar de braços caídos um destino sem esperança, mas sim pugnar por decisões e soluções. A Cruz Vermelha sempre esteve e sempre estará de braços abertos para receber e ajudar quem mais precisa.”

A Cruz Vermelha Portuguesa faz parte do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho que celebra mais de 150 anos de acção humanitária mundial. Em todo o mundo, a Cruz Vermelha e Crescente Vermelho ajudam a apoiar 180 milhões de pessoas anualmente – em programas comunitários, resposta a catástrofes e inspirando esperança.

“Instintivamente as pessoas querem contribuir e ajudar. Isto tem sido parte da natureza humana ao longo da história,” disse Bekele Geleta, Secretário-Geral, da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. “Há um humanitário em cada um de nós, e a Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho criam um espaço onde as pessoas se mobilizam em conjunto para ampliar o impacto do seu bom trabalho.”

 

“O tamanho, o alcance e a base de trabalho da rede de voluntários da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho em todo o mundo são simplesmente únicas,” disse Yves Daccord, Director Geral do Comité Internacional da Cruz Vermelha. “Onde quer que vá, as pessoas têm histórias para partilhar comigo sobre pessoas que conhecem no nosso Movimento.”

Quase toda a gente tem uma história Cruz Vermelha ou Crescente Vermelho. Neste Dia Mundial da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, convidamos todos a partilharem a sua história com família e amigos em MY STORY http://ifrc.tumblr.com/ e no facebook da Cruz Vermelha Portuguesa https://www.facebook.com/cruzvermelhaportuguesa.sede

11º Encontro da APNF
A Associação Portuguesa de Neurofibromatose organiza, no dia 17 de Maio, o 11º Encontro Nacional que reúne associados,...

“O Encontro Nacional, que organizamos anualmente, tem como objectivo reunir especialistas e doentes, num ambiente informal, para debater aspetos científicos, educacionais, investigacionais e sociais da Neurofibromatose. Através deste encontro e de outras acções que desenvolvemos procuramos também promover a integração dos portadores desta doença, que continua a ser ainda muito desconhecida por parte da população”, refere Lúcia Lemos, presidente da Associação Portuguesa de Neurofibromatose.

Em destaque, no 1º Painel, vão estar temas como a clínica, o diagnóstico e a terapêutica da Neurofibromatose tipo 2 (NF2), apresentado pelo Prof. Dr. Óscar Dias, do Serviço de Otorrinolaringologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN/FM), a genética da NF2, pela Dra. Graça Fialho, professora da Faculdade de Ciências, e o Transcriptoma não-codificante das células endoteliais na Neurofibromatose tipo 1, apresentado pela Dra. Marta Amorim, Doutoranda no Programa LisbonBioMed (IMM/FMUL) e médica especialista em Genética Médica no Serviço de Genética do Hospital D. Estefânia.

No 2º Painel, com início às 16h30, vão ser discutidos os dados do estudo sobre os problemas cognitivos da neurofibromatose tipo 1 (NF1), apresentado em 2013, e ainda apresentados testemunhos, na primeira pessoa, sobre como é viver com Neurofibromatose.

A participação no Encontro é gratuita mas sujeita a inscrição através do telefone 96 017 3375 ou do email [email protected].

Consulte o programa completo aqui.

Na hora de viajar saiba quais são
No contexto de um crescente número de viagens internacionais, o viajante é confrontado com um conjun
Avião a voar

O viajante deve ter consciência que no local onde vive se encontra em equilíbrio "natural" com o meio ambiente que o rodeia. No entanto, este equilíbrio pode ser perturbado por mudanças sazonais no clima, condições de stress e outros factores como, por exemplo, a introdução de um microrganismo estranho até ao momento.

Cabe ao viajante – por ser o principal interessado – conhecer as suas responsabilidades quando decide viajar, já que os riscos associados a viagens internacionais são influenciados pelas características quer do viajante (idade, sexo, estado de saúde), quer da viagem em si (local de destino, objectivo e duração da estadia).
 

  1. Decidir viajar;
  2. Reconhecer e aceitar os riscos envolvidos;
  3. Procurar aconselhamento médico atempadamente (preferencialmente 4 a 8 semanas antes da partida);
  4. Aderir às vacinações recomendadas, à medicação prescrita e às precauções subsequentes a tomar;
  5. Actualização do estado de vacinação: doses de reforço das vacinas de rotina, caso haja falhas no esquema de vacinação, ou mesmo, a administração de imunizações primárias em indivíduos que nunca foram vacinados;
  6. Planear cuidadosamente a viagem antes da partida;
  7. Transportar o estojo médico consoante as necessidades individuais e conhecer a sua utilização;
  8. Subscrever um seguro de viagem adequado aos problemas de saúde que pode vir a enfrentar;
  9. Tomar as devidas precauções com a sua saúde antes, durante e após a viagem;
  10. Obter uma declaração médica onde conste a medicação prescrita ou outro material médico que venha a transportar;
  11. Obtenção do seguro de viagem adequado aos problemas de saúde que pode vir a enfrentar;
  12. Zelar pela saúde e bem-estar das crianças que o acompanham;
  13. Tomar as precauções para evitar a transmissão de alguma doença infecciosa durante e após a viagem;
  14. Deve realizar um exame geral dentário antes de viajar e não esquecer o par de óculos suplementar.
  15. Respeitar o país de acolhimento e respectiva população.
  16. Declarar qualquer doença no regresso, incluindo informação acerca das viagens efectuadas recentemente, principalmente se:
  • Padeça de uma doença crónica;
  • Sinta mal-estar nas semanas seguintes ao regresso a casa, particularmente se ocorrer febre, diarreia persistente, vómitos, icterícia, alterações do foro génito-urinário, doenças dermatológicas ou infecções genitais;
  • Considere que esteve exposto a uma doença infecciosa grave durante a viagem;
  • Tenha passado mais de 3 meses num país em vias de desenvolvimento;

Vacinação

A vacinação é um método muito eficaz para prevenir determinadas doenças infecciosas e são, em geral, muito seguras e as reacções adversas pouco frequentes. Apesar do seu sucesso, a vacinação em nenhum caso protege a 100% quem as utiliza. Assim, independentemente de quaisquer vacinas ou fármacos utilizados preventivamente, todas as precauções adicionais contra a infecção devem ser cumpridas.

As vacinas para os viajantes compreendem:

- As de rotina, particularmente nas crianças;
- As selectivas para países com doenças endémicas prevenidas por vacinação;
- As obrigatórias, preconizadas no Regulamento Internacional de Saúde, ou exigidas por certos países - Febre-amarela em áreas endémicas (por exemplo Angola, São Tomé e Príncipe...), Meningocócica ACYW135 e Poliomielite para os peregrinos a Meca (Arábia Saudita).

A administração das vacinas será sugerida pelo médico da Consulta de Aconselhamento ao Viajante de acordo com a análise do destino e duração da viagem, objectivo da viagem, tipo de alojamento, a idade, estado de saúde do viajante, alergias e imunizações prévias.

O viajante deverá levar à consulta o seu Boletim de Vacinas com registo de todas as vacinas que lhe foram administradas, utilizando, preferencialmente, o Certificado Internacional de Vacinações.

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Mão a segurar placa de petri com cultura de fungos

Infecções fúngicas cutâneas

Na pele, é frequente os fungos crescerem do interior para o exterior, deixando a pele esfolada e irritada. É por isso que, muitas vezes, uma infecção fúngica tem o aspecto de uma mancha redonda, avermelhada, conhecida igualmente pela designação de "tinha”. Sabe-se que os fungos são a causa desta infecção cutânea. No entanto, há algumas formas desta doença que necessitam de atenção especial, porque não são devidas aos fungos em geral.

Uma infecção fúngica produz esporos. A pele infectada descama e estas escamas contêm esporos. O contacto de um indivíduo não infectado com uma pele com lesões contendo esporos pode provocar-lhe uma infecção fúngica.

Também é possível o desenvolvimento de infecção fúngica nos pés, caminhando descalço em ambiente húmido, onde circulem outras pessoas igualmente descalças, como por exemplo, numa piscina, áreas de duche, sauna, etc. É por essa razão que este tipo de infecção cutânea é designado por "pé de atleta” ou "eczema do nadador”, pois ocorre principalmente nas pessoas que praticam desporto.

Uma outra fonte de infecções cutâneas é os fragmentos de pele dos animais domésticos. Pode não notar que um animal tem uma infecção fúngica, mas essa infecção pode muito bem infectá-lo a si. As infecções fúngicas que as crianças apanham no pescoço são muitas vezes causadas por animais domésticos, ou por outro animal com quem partilhem a casa. As pessoas que passam muito tempo com cavalos podem apanhar infecções fúngicas no rosto, devido à fricção. 

Infecções fúngicas da mucosa oral e do esófago

As leveduras e os fungos filamentosos pertencem à flora normal da mucosa e do esófago, o que significa que crescem sem sinais aparentes e em equilíbrio com outros microrganismos, como as bactérias, nas membranas mucosas, sem causarem qualquer problema.

Os problemas surgem apenas quando as nossas resistências imunitárias estão diminuídas. Isto pode acontecer após um período com uma gripe grave, quimioterapia, tratamento com imunossupressores, designadamente na sequência de um transplante. Muitas vezes, uma infecção fúngica oral é o primeiro sinal de uma infecção pelo VIH/SIDA. Por conseguinte, uma infecção fúngica é muitas vezes um problema para as pessoas que já sofrem de alguns problemas de saúde.

Para além destas situações graves, as pessoas com próteses dentárias são também mais susceptíveis a infecções fúngicas. Se a mucosa oral é lesada, os fungos têm mais oportunidade de actuar provocando infecções, logo as pessoas com próteses dentárias são frequentemente afectadas por aftas. Os fungos também podem encontrar-se na própria prótese e infectar repetidamente a cavidade oral.

Por outro lado, o fungo Candida é o responsável pelas úlceras nas mucosas da boca, habitualmente designadas de aftas ou "candidíase oral”. 

Infecções fúngicas vaginais

A causa mais comum de uma infecção fúngica vaginal é o "desequilíbrio” na flora intestinal. Por algum motivo, uma das bactérias habitualmente presentes na mucosa vaginal, desenvolve-se e exerce um efeito dominante sobre os outros microrganismos presentes, provocando um desequilíbrio, fenómeno que se refere essencialmente aos chamados Cocci, bactérias de forma esférica. A membrana mucosa da vagina habitualmente protege-se, mantendo um pH ligeiramente ácido.

O desequilíbrio da flora vaginal pode ocorrer devido a uma diminuição súbita da acidez do meio, ou porque é utilizado demasiado sabonete no banho. Ainda não se descobriu por que razão este fenómeno sucede, mas é sabido que o sabão torna o meio menos ácido e que o esperma diminui a acidez da vagina. O desequilíbrio pode ser causado pela presença de bactérias, parasitas, fungos ou vírus, mas também devido a uma eventual irritação provocada pelo uso de roupas demasiado apertadas ou sintéticas, pensos higiénicos ou toalhas de higiene íntima de origem sintética. O DIU também aumenta a possibilidade da presença de mais bactérias na vagina.

Um pequeno corrimento vaginal é normal e afecta uma parte das mulher com maior frequência que outras. Ao longo do ciclo menstrual, as características deste corrimento podem variar. Durante a ovulação (entre dois ciclos menstruais), o corrimento é mais abundante. Até cerca de 5 ml/dia é considerado uma quantidade normal. A espessura do corrimento é também uma característica variável.

Os fungos Candida podem invulgarmente ser encontrados na vagina por variados motivos. Por exemplo, através do papel higiénico ou de qualquer toalha ou pano que tenha sido utilizado anteriormente no ânus. Estes fungos vivem no intestino, sem provocarem qualquer tipo de problema. Porém, em algumas mulheres, eles encontram na vagina os nutrientes de que necessitam, assim como o ambiente certo para o seu desenvolvimento: doce e ácido. É especialmente na segunda metade do ciclo menstrual, durante a gravidez, durante o tempo de administração da pílula e se a mulher for diabética, que o ambiente vaginal apresenta um teor mais elevado em açúcar. 

Infecções dos órgãos internos

A maioria das infecções internas é causada pela invasão de Arpergillus. Os esporos destes fungos "invasivos” encontram-se por todo o meio ambiente. Assim, podem ser inspirados durante a respiração e entrar no organismo através dos brônquios. Uma infecção sistémica provocada por Aspergillus pode ser fatal.

Assim, as infecções pulmonares e sistémicas são maioritariamente causadas por Aspergillus, podendo ser fatais, em especial para as pessoas com fracas defesas imunológicas.

Nos locais de construção e demolição de edifícios, encontram-se concentrações elevadas destes esporos fúngicos, tal como em adegas, estábulos húmidos, abrigos de aves e zonas de armazenamento de cereais. O Aspergillus surge também nas coberturas dos móveis, nos papéis de parede, no mobiliário de bambu, no estrume, nos fertilizantes e no pó doméstico.

As infecções por Aspergillus são consideradas como um risco profissional entre, por exemplo, os columbófilos e os agricultores. A infecção por Aspergillus afecta também os cervejeiros (que trabalham com o cereal), os marceneiros e os trabalhadores da construção civil.

Outra zona considerada fértil em fungos é os sistemas de ar condicionado dos hospitais, podendo muitos doentes aí internados ter/desenvolver uma infecção por Aspergillus.

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Micoses superficiais da pele

Pneumonia por fungos

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Para os próximos quatro anos
Documento pretende vir a diminuir a taxa de infecção e a mortalidade no concelho, que se apresentam elevadas em relação à média.

Três patologias oncológicas (colo do útero, cólon e recto e mama), diabetes, tuberculose e VIH/sida são as seis prioridades identificadas no Plano Local de Saúde da Amadora, apresentado nesta segunda-feira à comunidade.

O documento "visa, ao nível da saúde pública, determinar as prioridades e os objectivos a atingir, fornecer orientações estratégicas e valorizar os principais determinantes da saúde, contribuindo para a melhoria do estado da saúde da população da Amadora", salienta a presidente do município, Carla Tavares (PS), no sumário executivo do PLS.

O grupo de trabalho identificou 11 problemas de saúde e ordenou seis como prioritários: cancro do colo do útero, cancro do cólon e recto, cancro da mama, diabetes "mellitus", tuberculose e VIH/sida (vírus da imunodeficiência humana/síndrome de imunodeficiência adquirida).

A saúde da criança, a saúde mental, as doenças cérebro-cardiovasculares, a violência e a qualidade de serviços de saúde ficaram de fora das prioridades.

O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Amadora contabilizava, em Janeiro de 2013, um total de 202.834 utentes inscritos, dos quais 24% sem médico de família, situação que, conclui o PLS, "pode configurar uma barreira de acesso aos cuidados primários de saúde".

O Hospital Fernando da Fonseca, que serve Amadora e Sintra, regista por ano mais de 250 mil casos de urgência e mais de 50 mil internamentos.

As mortes por cancro do colo do útero antes dos 65 anos "são seis vezes superiores" na Amadora aos valores nacionais. Em 2013, apenas 29,8% das mulheres em idade reprodutiva fizeram rastreio.

O PLS assume o objectivo do aumento para 85% da vacinação contra o vírus do papiloma humano, a subida do rastreio para os 60% e redução da mortalidade para 11,4/100.000 habitantes.

A mortalidade por cancro do cólon e recto é também superior à média do país (9,2 contra 8,5) e o rastreio fica em 28,7%. O plano defende até 50% de rastreios, a referenciação genética e a diminuição da mortalidade para 7,25.

As mortes por cancro da mama são as mais elevadas no país. Nos próximos quatro anos o PLS quer aumentar o rastreio até aos 60% e reduzir a mortalidade para 30,1.

No quarto lugar das prioridades, o plano aponta para o reforço dos meios de diagnóstico da diabetes "mellitus", o aumento da referenciação aos cuidados de saúde secundários e do rastreio de retinopatia diabética.

Os casos de tuberculose na Amadora subiram de 41,8 (2011) para 45,4 (2012), superando os 27,5 e 27,7 na região de Lisboa e Vale do Tejo. Além de acções sobre grupos vulneráveis (migrantes e sem-abrigo), o plano propõe-se baixar a taxa para 35.

O Plano Local de Saúde (PLS) da Amadora 2014-2016 foi elaborado por serviços de saúde, técnicos sociais, organizações não-governamentais, grupos de utentes e autoridades de segurança e judiciais. 

A incidência de VIH na Amadora atingiu 27,5 em 2012, contra os 10,7 em Lisboa e Vale do Tejo. Em 2009/10 registaram-se 490 novos casos de VIH, dos quais 57% com sida.

As metas consistem na redução de novas infecções para 18,2, na diminuição para 35% dos diagnósticos tardios e na redução da mortalidade para 6,4/100.000 habitantes.

Carla Tavares nota que, perante escassos recursos, "só um trabalho conjunto e integrado, englobando o maior número de instituições comunitárias, permitirá intervenções que promovam um maior nível de saúde" da população.

Teresa Machado Luciano, directora do ACES da Amadora, acredita que em 2016 se estará melhor nas prioridades escolhidas e em condições de "construir o novo PLS com a ajuda de todos".

Na divulgação pública do PLS, nos Recreios da Amadora, será apresentada a estrutura de governação do plano e os gestores de problemas prioritários de neoplasias, diabetes, tuberculose e VIH/SIDA.

Praias
Saiba quais são os concelhos com mais bandeiras azuis em Portugal.

01. Albufeira

Bandeiras azuis: 23

Da praia da Coelha à praia dos Salgados, Albufeira é o concelho do Algarve com mais bandeiras azuis no país. Uma das distinguidas - a praia da Falésia - foi recentemente eleita a 25.ª melhor da Europa e a melhor de Portugal, pelo site TripAdvisor. Os visitantes descreveram a estância abrigada debaixo de uma arriba de argila vermelha como "simplesmente deslumbrante".

02. Vila Nova de Gaia

Bandeiras azuis: 18

A temperatura média das águas ronda os 16ºC mas não é por isso que as praias de Miramar, de Dunas Mar ou dos Salgueiros são menos frequentadas: recebem, em média, na época balnear, mais de 300 mil banhistas. Todas as praias do concelho irão hastear a bandeira azul.

03. Cascais

Bandeiras azuis: 11

Das 17 praias do concelho, 11 têm bandeira. Há as com o mar mais calmo, como Carcavelos ou a Parede (ambas vigiadas durante a época balnear), e a mais procurada pelos praticantes de windsurf: a praia do Guincho, com os característicos ventos de norte, e rodeada por dunas e pela serra de Sintra.

04. Loulé

Bandeiras azuis: 10

A mais conhecida é a de Vilamoura, a mais concorrida durante o Verão é a de Quarteira e um dos melhores refúgios é a do Ancão, que fica na área protegida do Parque Natural da Ria Formosa e o extenso areal evita as enchentes.

05. Matosinhos

Bandeiras azuis: 10

As águas são frias - a temperatura média ronda os 14ºC -, os areias extensos. A praia do Aterro é a ideal para praticantes de surf e bodyboard, a praia do Marreco, como com a maré cheia forma pequenas poças, é ideal para as crianças.

06. Grândola

Bandeiras azuis: 9

Da lista fazem parte a conhecidíssima Comporta, mas também praias mais selvagens como a da Aberta Nova, que na época balnear tem nadador-salvador. Parte do acesso ainda é por terra batida.

07. Vila do Bispo

Bandeiras azuis: 9

Os surfistas são sobretudo fãs da praia do Castelejo, situada na rochosa Costa Vicentina, e da Cordoama, localizada numa baía cercada por falésias íngremes. Uma das mais procuradas é a do Burgau.

08. Viana do Castelo

Bandeiras azuis: 8

As temperaturas são para os mais corajosos: a da água ronda os 16ºC e a do ar, no Verão, os 19ºC. Afife, por exemplo, tem bandeira azul desde 1988.

09. Póvoa do Varzim

Bandeiras azuis: 8

A praia da Fragosa é tipicamente piscatória, ideal para banhos em família. A praia do Paimo é mais procurada por surfistas. A da Lagoa tem areia branca e poucos penedos e é uma das mais frequentadas durante a época balnear.

10. Torres Vedras

Bandeiras azuis: 9

O litoral do concelho tem 20 km de costa. Santa Cruz é a mais concorrida mas pode optar por praias como a Formosa, com piscinas naturais, e a do Mirante ou ainda a do Navio, com ondas especialmente apelativas para os praticantes de desportos de mar.

11. Peniche

Bandeiras azuis: 6

A mais conhecida é aquela onde se podem encontrar as ondas mais tubulares e rápidas: a de Supertubos. A da Consolação, com acesso para deficientes, é procurada pelas condições terapêuticas.

12. Odemira

Bandeiras azuis: 6

Vila Nova de Mil Fontes e Zambujeira do Mar têm as maiores enchentes de banhistas, sobretudo no período do Festival do Sudoeste. Para quem procura praias mais calmas e areais extensos, sobra Almograve: o acesso não é o mais fácil mas, em compensação, não está cercada por hotéis nem urbanizações. Só arribas.

As praias com calendário antecipado ou reduzido

Época antecipada
• Cascais – nas 15 praias do concelho, a época balnear vigora entre 1 de Maio e 15 de Setembro.
• Vila do Bispo – As quatro praias do concelho de Vila do Bispo (Algarve) – Burgau, Mareta, Martinhal e Salema – têm o período mais alargado de licença de prática balnear, entre 1 de Maio e 31 de Outubro
• Albufeira e Portimão – Nas 25 praias do concelho de Albufeira e ainda na praia da Rocha (Portimão) a época balnear foi fixada entre 14 de maio e 16 de Outubro.
• Oeiras – Na praia da Torre em Oeiras a época balnear começa a 15 de Maio e termina a 15 de Setembro.

Época reduzida
• Cantanhede – A praia do Palheirão está este ano com período mínimo fixado para a época balnear: entre 1 de Julho e 31 de Agosto
• Alcobaça – Légua e Água Madeiros são as praias que também vão ter o período de vigilância reduzido entre 1 de Julho e 31 de Agosto
• Mação – época balnear começa a 17 de Junho e acaba a 18 de Setembro
• Ferreira do Zêzere – A praia de Castanheira/Lago Azul vão ter vigilância entre 1 de Julho a 31 de Agosto

Este ano
As tempestades de Inverno mudaram o perfil das praias, que ficaram mais traiçoeiras, com fundões e baixios. Mudanças que exigem...

A violência das tempestades e das ondas gigantes não levou só o areal de boa parte das praias da costa portuguesa. As mutações que aconteceram durante o Inverno foram tão profundas que transformaram as estâncias balneares mais tranquilas em ratoeiras para banhistas desprevenidos.

Frequentar as praias durante esta época balnear não é como em anos anteriores. Nem banhistas nem nadadores salvadores poderão confiar nas praias que já conhecem há muitos anos e que frequentam sozinhos ou com a família. Quase todas estão diferentes, conta o presidente do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN).

Os temporais de Inverno alteraram o perfil das praias marítimas e será impossível avaliar a dimensão dessas mudanças, adverte o comandante Nuno Leitão. Surgiram fundões no mar onde antes era possível pisar o chão, baixios em lugares inesperados ou menos areia nos locais próximos das zonas de rebentação. Isto significa cautelas a triplicar para todos: "Banhistas e nadadores-salvadores têm de ter consciência que os fundos do mar estão completamente alterados e que a atitude e o comportamento neste Verão terão de ser ainda mais viradas para a cultura da segurança."

Cumprir as ordens dos nadadores-salvadores é a primeira regra para os banhistas, diz o presidente do instituto. Da parte dos vigilantes também há recomendações: "Os nadadores-salvadores, mesmo que conheçam bem a praia que vigiam há muitos anos, terão igualmente de fazer um reconhecimento da estância e, naturalmente, redobrar os cuidados."

Perante o novo perfil das praias costeiras, Nuno Leitão diz que o Instituto de Socorros a Náufragos preparou uma megaoperação de sensibilização, envolvendo escolas secundárias e básicas ou iniciativas em todas as praias marítimas. Verão Campeão é a campanha que arranca em Junho e que inclui simulacros de salvamento ou actividades e workshops de educação sobre segurança nas praias.

Mas como toda a ajuda é pouca, o ISN decidiu este ano recorrer ainda à ajuda dos surfistas. O objectivo deste projecto é reduzir o número de afogamentos e ensinar os praticantes de surf que estão todos os dias nas praias, sozinhos ou em conjunto com os nadadores salvadores, a salvar quem corre perigo. A primeira fase deste programa passa por dar formação aos responsáveis das cerca de 60 escolas de surf do país, que depois irão ensinar as técnicas aos seus alunos.

A segunda etapa irá decorrer ao longo deste Verão com os surfistas veteranos a darem aulas aos aprendizes e praticantes habituais desta modalidade que estão nas praias: "Há 150 mil surfistas em Portugal e eles são sempre os primeiros a chegar e os últimos a deixar as praias. Por isso são também os que melhor conseguem alertar e reagir em situações de emergência."

Os cuidados porém não são apenas importantes a partir do arranque oficial da época balnear, entre 1 e 15 de Junho. Embora o início da vigilância nas praias do Algarve, Cascais e Oeiras tenham sido antecipadas para Maio, o comandante Nuno Leitão adverte para os perigos das estâncias nestas semanas em que o calor faz com que boa parte dos banhistas corra para as praias, muitas delas ainda sem vigilância: "As pessoas estão ávidas de sol e mar, mas devem estar conscientes de que o mar ainda apresenta características de Inverno, sendo ainda perigoso frequentá-las sem precauções."

Apesar das adversidades de um Inverno atípico, as bandeiras portuguesas ultrapassam pela primeira vez a marca dos 300 galardões atribuídos este ano a 298 praias, das quais 18 fluviais, e a 17 marinas. Na comparação entre 2013 e 2014, houve uma subida de cerca de 8% nos galardões atribuídos a praias, já que se passou de 277 para 298 estâncias. Nas marinas a subida foi de 21%.

Albufeira, no Algarve, é o concelho que bate todos os recordes, com 22 praias distinguidas este ano pela Associação Bandeira Azul, mas Vila Nova de Gaia, na Região Norte, está igualmente entre os municípios com mais galardões e com as suas 18 praias todas elas distinguidas. A proeza põe este concelho à frente da esmagadora maioria dos municípios algarvios. 

Falta de profissionais
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses reiterou ontem se mantém uma situação de ruptura nos serviços de urgência básica de...

Em comunicado, os enfermeiros dizem que a situação mais grave é vivida em Loulé, onde “a dificuldade em fazer as escalas de enfermeiros tem vindo a agravar-se de mês para mês” e que nos dias 1 e 2 de Maio não houve médico nos serviços de urgência básica (SUB) de Loulé.

A direcção regional de Faro do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) explica que “os mapas de pessoal dos SUB prevêem 16 enfermeiros cada. Nenhum tem os 16! Em Loulé, em 2009, trabalhavam 14 e actualmente estão apenas nove”.

“Os ritmos de trabalho agravado pela falta dos restantes profissionais põem em risco a saúde dos enfermeiros e dos doentes”, alerta o SEP cujos representantes se vão reunir na terça-feira com o Ministério da Saúde e no próximo dia 08 de maio com a Administração Regional de Saúde do Algarve (ARSA).

Na base do problema está um desentendimento entre a ARSA e o Centro Hospitalar Algarvio (CHA) sobre a responsabilidade da gestão das SUB.

O presidente do conselho de administração do CHA, Pedro Nunes, contou que durante a fusão dos hospitais de Faro e do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, o CHA ficou responsável pela SUB de Lagos, mas que as restantes SUB continuaram a ser geridas pela ARSA.

Pedro Nunes disse que a anterior direcção da ARSA demonstrou vontade que aqueles serviços fossem assumidos pelo CHA e que o conselho de administração daquele centro hospitalar está disponível desde que à transferência de responsabilidade corresponda também a respectiva transferência orçamental.

Segundo aquele responsável, há quase dois anos, o CHA assinou um protocolo de seis meses com a ARSA, que não foi renovado, em que se comprometia a ajudar na gestão das SUB de Vila Real de Santo António, Loulé e Albufeira até que fosse encontrada solução para a transferência.

“Nós começámos a ajudar a ARSA a encontrar quadros médicos para os SUB, mas ajudar é uma coisa, responsabilizar-se é outra”, prosseguiu adiantando que na próxima semana se irá reunir com a ARS para discutir este assunto.

Há cerca de dois meses, um despacho da secretaria de Estado autorizou "os médicos cubanos que estão a trabalhar no Algarve a não fazerem o serviço de urgência", contou Pedro Nunes que na altura terá avisado a ARSA que sem esses médicos para assegurar os turnos durante o dia, seria necessário recorrer aos médicos de família porque através dos médicos do CHA "não seria possível garantir todos os turnos".

Contactada, a ARSA remeteu para o comunicado emitido na passada semana onde informava que foram tomadas diligências para colmatar as faltas de profissionais identificadas e que está disponível para contribuir para a resolução de falta pontual de elementos médicos escalados.

Nesse comunicado, a ARSA afirma que “a gestão do sistema de urgência e emergência, a sua organização e escalas dos profissionais dos SUB, é da responsabilidade do Centro Hospitalar do Algarve, EPE que, obrigatoriamente, tem de assegurar a prestação de serviços e atendimento 24 horas por dia nos SUB de Vila Real de Santo António, Loulé e Albufeira, à semelhança do que acontece no SUB de Lagos”.

O Sindicato dos Enfermeiros pretende reunir-se com a Região de Turismo do Algarve "já que pondera denunciar esta situação internacionalmente".

Farmácias
Já não há trespasses milionários nem ordenados chorudos nas farmácias. Mais de metade têm dívidas a fornecedores e quatro...

Dona de uma farmácia durante quase 40 anos, dirigente da Associação Nacional de Farmácias (ANF) ao longo de mais de duas décadas, Manuela Teixeira nunca imaginou que acabaria por ter que fechar as portas. Tentou manter o estabelecimento aberto até ao fim, passou por um PER (Plano Especial de Revitalização de Empresas), entrou em insolvência, chegou a “pedir um crédito pessoal para pagar ordenados”, conta. Alguns dias antes do último Natal, porém, foi obrigada a desistir. Fechou.

A Farmácia Teixeira, na Baixa da Banheira, Moita, era um bom negócio. Tão bom que, há alguns anos, chegaram a oferecer-lhe três milhões de euros pelo alvará. Agora, Manuela acabou por fazer a transacção por 850 mil euros. “Não foi mal vendida”, admite, satisfeita porque a Teixeira passou para as mãos de uma jovem farmacêutica, em vez de ir para um grupo, “um desses que compram farmácias para fazer exportação paralela (venda de medicamentos para o estrangeiro, onde são mais caros)”.

“Fui vítima da crise”, afiança. Reconhece que deu dois “passos de gigante”, o primeiro em 1999, quando mudou de instalações (de uns exíguos 50 metros quadrados para um espaço quase quatro vezes maior), o segundo em 2006, quando comprou e adaptou um antigo stand de automóveis para poder ter todas as condições com que sempre sonhara.

Quinta farmácia do país a receber o certificado de qualidade, a Teixeira alargou o leque de serviços, dispunha de dois gabinetes de atendimento personalizado, um deles com nutricionista, fazia troca de seringas para toxicodependentes, acompanhamento de diabéticos, hipertensos e asmáticos, tinha quatro farmacêuticas e três técnicas. “As condições eram excelentes, mas não opulentas. Há quem vá à falência por má gestão, mas eu fui vítima da crise. Todas as minhas dificuldades têm a ver com investimentos”, alega Manuela, lembrando que o seu caso é um entre muitos. “Em 20 farmácias, três estão a lutar pela sobrevivência”, calcula, sublinhando que, ao longo do penoso período de dificuldades que enfrentou, apenas reduziu um ordenado, o da filha, que lhe seguiu as pisadas na profissão.

Mais de 400 insolventes
De negócio rico, as farmácias passaram, em poucos anos (menos de uma década), a negócio remediado. Se há alguns anos se falava em trespasses milionários, da ordem dos quatro a cinco milhões de euros, agora há farmácias à venda que ficam sem comprador e a situação financeira de muitas está, garante a ANF, periclitante. Em Dezembro de 2013, mais de metade (1567) tinham fornecimentos suspensos e o montante global da dívida litigiosa ultrapassava os 306 milhões de euros, contabiliza a associação, que traça um cenário negro do sector. Os números da ANF indiciam, de facto, uma degradação progressiva: em Fevereiro deste ano, 130 farmácias estavam em processo de insolvência, duas vezes mais do que em Dezembro de 2012, e 281 tinham processos de penhora (mais 56% do que no final de 2012).

Desdramatizando a situação, os responsáveis do Ministério da Saúde alegam que, na prática, as farmácias que abriram nos últimos anos até suplantam as que fecharam. Desde 2010, encerraram 43 farmácias, segundo a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed). Os fechos, que em 2010 e em 2011 foram um em cada ano, multiplicaram-se a partir de 2012 (16 casos). No ano passado, outras 27 farmácias encerraram e, este ano, até 15 de Abril, o mesmo aconteceu a mais nove. Algumas voltaram a abrir, entretanto, o que justifica a contabilidade final do Infarmed.

Como se explica que a maior parte das farmácias se mantenha aberta, se enfrentam um cenário de tantas dificuldades, como garante a ANF? “Estão abertas porque os credores tentam encontrar condições, os próprios bancos querem que o alvará [que caduca ao fim de um ano, em caso de encerramento] se mantenha. Muitas estão a ser geridas por administradores de insolvência. Por vezes, para não perderem o alvará, abrem e fecham”, justifica Paulo Duarte, presidente da ANF.

Nem na farmácia há de tudo
Os problemas começaram “quando José Sócrates chegou ao poder”, recorda Manuela Teixeira, que não esconde o ressentimento pelas medidas políticas que “arrasaram” o sector. O então ministro da Saúde Correia de Campos mudou a legislação, acabou com a exclusividade da venda de medicamentos não sujeitos a receita médica nas farmácias, reduziu as margens de 20% para 18%. Sucederam-se várias descidas do preço dos fármacos e, por fim, seguiu-se a liberalização parcial da propriedade. O actual ministro Paulo Macedo deu “a machadada final”, acrescenta Manuela, lembrando a acentuada quebra dos preços, para cumprir o memorando de entendimento assinado com a troika.

Já disponível
Já está disponível na iTunes App Store a “Articula”, a primeira e única app em português europeu de suporte ao treino da...

Assumindo-se como uma aplicação versátil e abrangente, a Articula permite treinar a correcta produção de sons e ainda que os vários profissionais (os professores, por exemplo) a utilizem em sala de aula, para desenvolver áreas como a escrita e a leitura.

A ideia surgiu primeiramente na mente de Rita Loureiro, uma jovem terapeuta da fala, que se apercebeu da dura realidade, não só das pessoas com incapacidade, mas também das respectivas famílias e profissionais que as acompanham – existem poucos materiais com validade técnica e teórica nas áreas da Terapia da Fala e Educação, em português europeu.

Por isso mesmo, na passagem da ideia à concretização, juntou-se a Marcelo Lebre, Engenheiro de Computadores e Telemática, que pôs mãos-à-obra e desenvolveu a Articula, primeira de muitas soluções.

O modo de funcionamento da aplicação é bastante simples. O utilizador necessita de seleccionar o som (fonema) que pretende treinar: a Articula disponibiliza para selecção os 19 fonemas consonânticos: /p/, /b/, /t/, /d/, /k/, /g/, /f/, /v/, /s/, /z/, /∫/(ch), /ʒ/( j), /l/, /ʎ/ (lh), /r/, /R/, /m/, /n/, /ɲ/(nh), sendo que posteriormente a aplicação apresenta um conjunto de imagens de palavras que correspondem à selecção, a partir de uma galeria de mais de 600 imagens.

O utilizador pode optar por treinar um ou mais sons ao mesmo tempo. Durante o treino, a aplicação permite gravar e reproduzir cada palavra, disponibilizando ao utilizador o feedback da sua produção. Cada utilizador pode criar o seu próprio perfil e aceder aos resultados em todas as utilizações, que são apresentados em formato gráfico, permitindo monitorizar os progressos realizados ao longo do treino.

A concepção da aplicação e a interface intuitiva permite a sua utilização quer por parte de crianças, quer por parte de adultos.

A Articula encontra-se já disponível na App Store para iPad em duas vertentes, uma grátis para que os utilizadores a possam testar sem qualquer compromisso e outra paga. A versão grátis vem com um fonema incluído e com todas as funcionalidades. Já a versão completa possui todos os fonemas. O preço da versão paga é de 14,99 euros e está disponível em https://itunes.apple.com/pt/app/articula/id836181211

Em vinte regiões
Vinte regiões do país apresentam hoje risco muito alto de exposição à radiação ultravioleta, de acordo com o Instituto...

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), as regiões de Beja, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Leiria, Lisboa, Penhas Douradas, Portalegre, Porto Santo, Sagres, Santarém, Setúbal, Sines, Viseu, Horta, Angra do Heroísmo e Ponta Delgada apresentam hoje risco muito alto de exposição à radiação ultravioleta (UV).

Nestas regiões, o IPMA aconselha a população a utilizar óculos de sol com filtro UV, chapéu, t-shirt, guarda-sol e protector solar e a evitar a exposição das crianças ao sol.

Com risco alto estão as regiões de Aveiro, Bragança, Braga, Porto e Viana do Castelo.

O IPMA aconselha que sejam usados, nestas regiões, o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, t-shirt e protector solar.

A radiação ultravioleta pode causar graves prejuízos para a saúde se o nível exceder os limites de segurança, alerta o instituto.

O índice desta radiação apresenta cinco níveis, entre o baixo e o extremo, sendo o máximo o onze.

O IPMA prevê para hoje, nas regiões do norte e centro, períodos de céu muito nublado, apresentando-se geralmente muito nublado no Minho e Douro Litoral até meio da tarde e períodos de chuva fraca ou chuvisco no Minho e Douro Litoral até meio da tarde.

Está também previsto vento em geral fraco do quadrante oeste, tornando-se moderado de noroeste no litoral a partir do início da tarde, pequena descida de temperatura e neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais das regiões do litoral.

No sul, a previsão aponta para céu pouco nublado ou limpo, vento em geral fraco predominando de noroeste, soprando moderado no litoral oeste e nas terras altas em especial durante a tarde e pequena descida de temperatura.

Em Lisboa prevê-se uma temperatura máxima de 25 graus Celsius, no Porto e em Viana do Castelo 19º, em Évora e Beja 30º, Castelo Branco 29º, em Faro 27º, Portalegre 26º, na Guarda 22º, Bragança 24º, Funchal 22º e em Angra do Heroísmo, Ponta Delgada e Santa Cruz das Flores 20º.

Crescimento de poliomielite
A Organização Mundial de Saúde decretou ontem uma emergência sanitária mundial devido ao aumento dos contágios de poliomielite...

A decisão foi tomada após várias reuniões no seio do Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS), formado por especialistas na matéria, que recomendaram a declaração do estado de emergência porque estes contágios podem representar uma ameaça para o resto do mundo, afirmou Bruce Aylward, director geral adjunto da OMS.

Apesar de campanha para lavar as mãos
O resultado da campanha contra as infecções hospitalares é “nulo”, com a percentagem de contágios a permanecer elevada, na...

Os dados constam de um balanço de cinco anos da estratégia para melhoria da higiene das mãos, apresentados hoje, Dia Mundial da Higiene das Mãos.

Segundo Elaine Pina, do Programa de Prevenção e Controlo de Infecções e Resistência aos Antimicrobianos, Portugal tem “muito mais infecção do que seria de esperar, tendo em conta os doentes que trata”.

Uma em cada quatro
Cerca de um quarto das mulheres falha a consulta anual de ginecologia, segundo um inquérito online realizado pela Liga...

A propósito do Dia Mundial do Cancro do Ovário, que se assinala na quinta-feira, a Liga divulgou ontem alguns dados de um estudo realizado através do seu site a 40 mil mulheres com o objectivo de perceber o nível de conhecimento das portuguesas relativamente a esta doença.

Cerca de 79% das inquiridas reconhecem que o desconhecimento geral sobre a doença e os escassos progressos dos tratamentos têm contribuído para a "elevada taxa de mortalidade por cancro do ovário".

De acordo com informação da Liga, este tipo de cancro é a sétima causa de morte no sexo feminino e a sua incidência está a aumentar nos países desenvolvidos. Só a vigilância regular da saúde da mulher e um diagnóstico precoce pode inverter esta tendência.

Os sintomas do cancro do ovário são pouco específicos e entre eles estão a pressão ou dor abdominal, abdómen inchado, sensação de enfartamento, perda de apetite ou prisão de ventre.

A esmagadora maioria das mulheres que responderam ao inquérito da Liga reconhece a dificuldade de diagnóstico por falta de especificidade de sintomas, mas ainda assim uma em cada quatro falha a consulta anual com o ginecologista.

No inquérito, apenas 1% das mulheres questionadas mostrou preocupação com o cancro do ovário, enquanto 61% considera o da mama o tipo de tumor mais preocupante.

Os resultados indicam ainda que só 3% das inquiridas reconhece que o risco de a doença aparecer se torna mais elevado a partir dos 60 anos.

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