APDP
Associação tem trabalhado no envolvimento transversal dos vários sectores da sociedade com a diabetes.

A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) comemora hoje, 13 de Maio, 88 anos. A associação de doentes mais antiga do mundo tem vindo a modernizar-se, mas a sua vocação mantém-se: defender os direitos das pessoas com diabetes e a sua integração. Educar para a diabetes é uma das suas missões e, a prevenção desta doença assustadoramente emergente junto da população, da sociedade civil e política é uma luta diária.

Fundada a 13 de Maio de 1926, por iniciativa de Dr. Ernesto Roma, a APDP surgiu como instituição de solidariedade social destinada a lutar contra a diabetes, nomeadamente junto de pessoas pobres. Viveram-se 88 anos e a associação mantém o compromisso de apoiar a pessoa com diabetes na promoção dos cuidados, do tratamento e da prevenção. Também por este empenho, a APDP é reconhecida não só a nível nacional como a nível internacional, tendo sido já referenciada como o primeiro centro de educação da Federação Internacional da Diabetes, em todo o mundo.

“Na APDP, preocupamo-nos em prestar cuidados de saúde que permitam aumentar a qualidade de vida das pessoas com diabetes que procuram o apoio da associação. Somos exemplo a nível mundial porque adoptamos um tratamento multidisciplinar da diabetes, apostando na educação terapêutica do doente, ou seja na sua formação e informação sobre a diabetes e as complicações associadas”, refere o presidente da APDP, Luís Gardete Correia.

E se no tempo do Dr. Ernesto Roma ficaram célebres as palestras que ministrava aos doentes na sala de espera da associação enquanto aguardavam pela consulta, não menos importante e vasta é hoje a oferta formativa de que a APDP dispõe para profissionais de saúde, pessoas com e sem diabetes, na sua Escola da Diabetes, como é o caso dos Cursos de Cozinha Saudável.

A gestão diária da diabetes e dos seus cerca de 150 mil inscritos vive-se na associação como uma preocupação constante, fruto do acompanhamento de proximidade ao doente. Assim, no ano passado, a APDP efectuou 58.335 consultas médicas das diversas especialidades, tendo observado um total de 18.595 doentes. No campo da Diabetologia foram observadas e orientadas 14.222 pessoas com diabetes, das quais 3.424 recorreram pela primeira vez à APDP. No total foram efectuadas 27.983 consultas de diabetologia na associação.

“Abrangendo as especialidades necessárias, com as estruturas eficazes para o efeito, tratamos e acompanhamos o doente como um todo. E são cada vez mais os inscritos na associação, pelo que se mantém ano após ano o nosso desejo de continuar a estabelecer parcerias que nos permitam evoluir em matéria de investigação e de infraestruturas modernas para a adequada assistência à pessoa com diabetes. De realçar ainda o papel que temos desenvolvido no sentido do envolvimento transversal e fundamental com os vários sectores da sociedade em busca de políticas integradas e melhoradas”, conclui Luis Gardete Correia.

Comemorações do 88.º Aniversário | 13 de maio | 15h00 | na APDP - R. Rodrigo da Fonseca, 1 – Lisboa

12 de Maio
Dias Internacionais, dias especiais?

Desde há algum tempo a esta parte que se tem verificado uma crescente criação de “dias internacionais”. O objetivo é assinalar efemérides, eventos ou ações específicas - são vários os exemplos que podemos encontrar: da criança, da mulher, da felicidade, dos direitos humanos, do jazz, do enfermeiro, entre muitos outros.

Terão estes “dias” sido instituídos por necessidade de afirmação dos seus comemorantes, ou terão sido os cidadãos a conferir-lhes importância merecedora de tal privilégio?

Oferecendo-lhe o “seu dia” será a forma de ambos se vincularem no que ambos esperam do outro? Será um ato recompensatório através da responsabilização positiva tão comummente usada na socialização do ser humano?

Nada nos move contra os “dias internacionais”, até porque a vida faz-se dia-a-dia. Contudo, sugerimos um certo cuidado para não deixarmos que a essência neles representada se restrinja apenas ao próprio, mas que se estenda, de igual modo, aos restantes 364 dias do ano.

Os “dia Internacionais” estão associados, com relativa frequência, a uma personalidade ou organização. Ao evocar determinada “entidade” recorda-se sobretudo a sua contribuição para a sociedade. Atrevemo-nos mesmo a dizer … humanidade. Tal obra que não foi concebida num só dia, mas antes numa vida, como é o caso de Florence Nightingale, enfermeira.

O dia 12 de Maio – Dia Internacional do Enfermeiro – coincide simbolicamente com a sua data de nascimento. É, provavelmente, a enfermeira mais conhecida do mundo e tida como a percursora da era moderna da profissão.

Florence Nightingale foi mulher inteligente e com excelente formação, visionária, dedicou todo seu esforço em atenção aos mais frágeis, vítimas e doentes. Volvidos 104 anos da sua morte, hoje, os enfermeiros perpetuam o seu legado de forma científica e com elevado rigor técnico e humano.

Atualmente a classe de enfermagem convive com a tecnologia de ponta, mas recorre, também, ao simples toque (que faz toda a diferença). São auxiliados por programas informáticos especialmente desenvolvidos para a sua prática, mas empregam os gestos e a palavra como mais nenhum profissional consegue. Integram e tripulam equipas altamente diferenciadas, mas é pelo olhar que estabelecem o primeiro contacto. Investem anos em formação, mas estão ao seu lado a todo o momento. 

Os enfermeiros existem em toda a amplitude do sistema de saúde - nos momentos de tristeza ou de alegria.

Exercem dentro de quatro paredes ou debaixo dos pirilampos azuis da emergência. Pode encontrá-los nos helicópteros, nos hospitais, centros de saúde, veículos de emergência, lares, maternidades, entre tantas outras instituições de saúde e ensino.

Pense nisto: um qualquer dia da sua vida, se estender a sua mão, provavelmente, encontrará a mão de um enfermeiro; ao abrir os seus olhos, provavelmente encarará com um enfermeiro; se dores ou a agonia se apoderarem de si, provavelmente, serão atenuadas por um enfermeiro.

Muito provavelmente, o caro leitor veio ao mundo pelas mãos de um enfermeiro. Os seus filhos também. O mesmo se aplica aos netos e futuras gerações.

Tudo isto acontece na certeza de que os enfermeiros cuidam de si, não apenas no dia 12 de Maio, mas em todas horas de todos os dias do ano.

O tempo corre e os enfermeiros permanecem. Sempre. Com competência e empenho.

Bem-hajam, senhores enfermeiros!

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Mantenha-se alerta
Por palavras ou acções o abuso sexual está bem presente na sociedade e é, na maior parte dos casos,
Abusos sexuais

 

Considera-se abuso sexual o sexo praticado por meios violentos, ameaçadores ou de chantagem. Os predadores sexuais são, na maioria dos casos, difíceis de identificar. Têm vidas consideradas normais e praticam os abusos a quem os rodeia de uma forma insuspeita.

 

 

 

Podemos definir os diferentes tipos de abuso sexual como:

· Violação

· Pedofilia

· Assédio sexual

· Exploração sexual

A violação ocorre quando o acto sexual não é desejado e é praticado por obrigação ou imposição de uma das partes. Pode acontecer entre familiares, conhecidos e desconhecidos. A vítima muitas das vezes, por vergonha, tenta esconder e não denuncia o agressor.

A pedofilia refere-se à prática sexual com menores. O agressor aproxima-se da criança de uma forma amigável e, aproveitando-se da sua inocência, acaba por convencê-la a consumar o acto. Por vezes a vítima pode tornar-se alvo de chantagem por parte do agressor de modo a que este consiga mais facilmente repetir o abuso.

O assédio sexual verifica-se quando há uma sedução excessiva que não é correspondida. Pode acontecer com qualquer indivíduo e em diversas situações, mas é uma prática mais comum em ambiente laboral e entre diferentes graus de hierarquia. O agressor sendo de um grau hierárquico mais elevado, aproveita-se disso para limitar as escolhas da vítima obrigando-a por vezes a ceder.

A exploração sexual dá-se quando o agressor beneficia financeiramente, através da prostituição ou promoção sexual não desejada da vítima. As redes de prostituição e pedofilia são exemplo disso.

Todos estes abusos são considerados crime, e ambas as partes envolvidas carecem de tratamento e acompanhamento por parte de especialistas. Os agressores pelas razões óbvias de perturbações mentais, e as vítimas, não só pelos traumas causados mas também porque podem vir a desenvolver, no futuro, o mesmo tipo de perturbações do agressor causadas pelos abusos a que foram sujeitas.
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Em Portugal
A amamentação é uma prática milenar com reconhecidas vantagens nutricionais, imunológicas, cognitiva
Aleitamento materno

Em Portugal não existem estatísticas sobre a incidência e a prevalência do aleitamento materno. Os estudos efectuados no nosso país sugerem que a evolução do aleitamento materno se processou de maneira semelhante à de outros países europeus.

A industrialização, a II Grande Guerra Mundial, a massificação do trabalho feminino, os movimentos feministas, a perda da família alargada, a indiferença ou ignorância dos profissionais de saúde e a publicidade agressiva das indústrias produtoras de substitutos do leite materno tiveram como consequência uma baixa da incidência e da prevalência do aleitamento materno. Foram as mulheres com maior escolaridade que mais precocemente deixaram de amamentar os seus filhos, sendo rapidamente imitadas pelas mulheres com menor escolaridade.

Este fenómeno alastrou aos países em desenvolvimento com consequências gravíssimas, em termos de aumento da mortalidade infantil. A partir dos anos 70 verificou-se um retorno gradual à prática do aleitamento materno, sobretudo nas mulheres mais informadas.

Alguns estudos portugueses apontam para uma alta incidência do aleitamento materno, significando que mais de 90% das mães portuguesas iniciam o aleitamento materno, no entanto, esses mesmos estudos mostram que quase metade das mães desiste de dar de mamar durante o primeiro mês de vida do bebé, sugerindo que a maior parte das mães não conseguem cumprir o seu projecto de dar de mamar, desistindo muito precocemente da amamentação.

Por todas estas razões é essencial, que em Portugal se continuem a implementar medidas que promovam um maior sucesso do aleitamento materno.

A verdade é que a promoção do aleitamento materno, para que venha a ser entendido como norma, depende da implementação de políticas nacionais e de recomendações a todos os níveis dos serviços de saúde. Um apoio eficaz, requer empenho na aplicação de boas práticas em todas as maternidades, instituições hospitalares pediátricas e centros de saúde, pelo que o profissional de saúde deve possuir conhecimentos sobre amamentação para poder promover e assegurar o aleitamento materno.

Em Portugal foi formada em 2003 a Associação SOS Amamentação, sem fins lucrativos, com o objectivo de promover o aleitamento materno através de apoio às mães lactantes, de acções de formação, informação, divulgação e educação dirigidas a grávidas, mães e profissionais de saúde. Para isso existe uma linha de atendimento que esclarece as dúvidas e responde às questões, porque acreditam que o aleitamento materno é o melhor começo que se pode dar a um bebé e é a sequência natural da gravidez e do parto.

O atendimento telefónico é feito por voluntários, que tiveram formação em Aconselhamento em Aleitamento Materno, segundo as orientações da Organização Mundial de Saúde e da UNICEF.
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Mais de 80%
Mais de 80 por cento dos enfermeiros portugueses a trabalhar no Reino Unido foram recrutados através de agências de emprego,...

Dos 349 inquiridos, 11% de um universo oficial de 3.155 enfermeiros lusos inscritos no Nursing and Midwifery Council (NMC), entidade que regula a actividade no Reino Unido, 51% respondeu a um anúncio de emprego de uma agência empregadora britânica e 33% a uma agência portuguesa.

A média de idades é de 27 anos, predominando o intervalo entre os 22 e 27 anos, e 81 por cento dos inquiridos afirmaram ser solteiros, confirmando-se também que a esmagadora maioria desta vaga é composta por recém-licenciados.

O caso de Sabrina Ferreira, actualmente com 26 anos, é emblemático: terminou o curso em 2010 e no início de 2011 já estava a chegar ao Reino Unido, onde é actualmente enfermeira nas Urgências do St. Georges University Hospital.

O estrangeiro surgiu como uma opção que se confirmou ser inevitável após uma procura de trabalho infrutífera em Portugal, contou: “Enviei cento e tal currículos; só recebi duas respostas e convite para uma entrevista para uma posição com dois mil candidatos”.

O processo com a agência de recrutamento foi rápido, recordou, pois foi seleccionada à primeira, seguindo num grupo com mais 40 enfermeiros portugueses, inicialmente para Tunbridge Wells, 80 quilómetros a sul da capital britânica.

As principais dificuldades, admitiu, foram a adaptação à comunicação em língua inglesa, sobretudo devido aos diferentes sotaques e uso de expressões populares, e também à forma de trabalho dos britânicos.

Mas em poucos meses conseguiu a transferência para um serviço que desejava, as urgências, algo que estima que em Portugal demoraria pelo menos 10 anos e dependeria de factores nem sempre subjectivos.

“Eu não gosto de cá estar, não gosto da cultura. Estou cá para trabalhar, por causa da minha carreira. Mas não acho que conseguiria voltar já a Portugal porque não quero ser tratada como seria lá”, confessou.

Paulo Sousa, casado e com 39 anos, representa uma situação menos comum neste grupo, mas também representativo de um número de enfermeiros portugueses experientes que olham para o estrangeiro como uma forma de progredir na vida e na carreira.

“Queria uma vida melhor do que ter três empregos a trabalhar 70 horas por semana. Estava saturado porque tinha responsabilidades e não recebia por isso. E porque queria dar uma vida melhor ao meu filho”, justificou.

Saiu de Santa Maria da Feira em 2009 para o Reino Unido porque este era um país mais próximo de Portugal e menos complicado em termos de burocracias do que a Austrália, que chegou a ser a primeira opção.

Tanto para Paulo, especialista em cuidados intensivos, como para a esposa, igualmente enfermeira, a experiência tem sido positiva: alguém de emprego no Royal Brompton Hospital, encontraram um salário melhor, formação paga, promoções e ofertas de trabalho.

“Faço coisas que não existem em Portugal. É estimulante a possibilidade de fazer coisas diferentes. Não estamos minimamente arrependidos - só temos pena de não termos vindo mais cedo”, garantiu.

Paulo e Sabrina falam ambos da qualidade de vida que encontraram no Reino Unido, que lhes permite ter outras actividades ou viajar, pelo que o regresso a Portugal é encarado como uma possibilidade num futuro distante.

Esta é também a perspectiva da maioria dos inquiridos do inquérito: embora 43% admita voltar para exercer a profissão, 33% só pretende voltar ao país de origem depois da aposentação e 24% dos enfermeiros portugueses não quer nem voltar para trabalhar nem para gozar a reforma.

Esforço conjunto entre EUA e Austrália
Uma colaboração conjunta de grupos de pesquisa e entidades australianas e norte-americanas pode vir a gerar uma terapia...

A terapia anti-cancro pode começar a surtir efeitos já no próximo ano, graças a um programa conjunto que permitiu acelerar o desenvolvimento de um tratamento concebido especificamente para tratar o neuroblastoma, tendo como finalidade provocar o colapso da estrutura das células cancerígenas deste tumor, sem atingir as células do tecido saudável.

A comercialização do futuro composto, uma nova classe de medicamentos conhecidos como anti-tropomiosinas, ficará a cargo da biofarmacêutica australiana Novogen, que adquiriu a tecnologia anti-tropomiosina em 2013.

“Os anti-tropomiosinas que desenvolvemos têm o perfil de potência, selectividade e segurança para atender às necessidades especiais das crianças”, explica Graham Kelly, CEO da Novogen.

A investigação pré-clínica do tratamento está actualmente em curso e os ensaios clínicos poderão arrancar na Austrália e nos EUA já em 2015.

Estudo revela
Um tratamento experimental que ajuda a reprogramar o sistema imunológico do paciente para atacar tumores pode funcionar num...

Até agora, os maiores êxitos da técnica conhecida como terapia celular adoptiva (ACT) foram registados com o melanoma, mas os investigadores estão curiosos para ver se a abordagem pode funcionar em cancros do trato digestivo, de pulmão, pâncreas, mama ou bexiga.

A revista científica Science publicou um artigo que descreve como a técnica conseguiu reduzir tumores numa mulher de 43 anos que sofre de colangiocarcinoma, uma forma de cancro do trato digestivo que havia se propagado para os pulmões e o fígado.

O resultado do estudo pode representar um avanço na luta contra o cancro epitelial, grupo que responde por 80% de todos os cancros e 90% das mortes por cancro nos Estados Unidos.

O processo consistiu em recolher as próprias células do sistema imunológico da paciente - um tipo chamado de linfócitos infiltradores de tumores (TILs) -, seleccionando aquelas com a melhor actividade antitumoral, e em desenvolvê-las em laboratório para reinfundi-las na paciente.

Depois que a paciente recebeu a primeira injecção destes TILs, os tumores metastáticos no pulmão e no fígado estabilizaram.

Cerca de 13 meses depois, a doença voltou a progredir. Com isso, os médicos submeteram a paciente novamente ao tratamento e ela “experimentou uma regressão tumoral que perdurou até ao último acompanhamento (seis meses após a segunda infusão de células T)”, destacou o estudo.

Embora o cientista que conduziu as pesquisas, Steven Rosenberg, chefe do Sector de Cirurgia do Centro de Pesquisas do Instituto Nacional do Cancro, tenha alertado que o estudo está ainda numa fase inicial, afirmou que poderia fornecer uma directriz para outros cancros.

“Estas estratégias indicadas aqui poderiam ser usadas para produzir uma terapia celular adoptiva com células T em pacientes com cancros comuns”, afirmou Rosenberg.

Os cientistas esperam que, um dia, uma variedade de tratamentos imunológicos personalizados venha a substituir a quimioterapia como a principal forma de combater o cancro.

Atinge especialmente as pessoas mais jovens
De repente, as pernas ficam quentes, inchadas, rígidas e doloridas, e a pessoa não consegue andar ou realizar as suas tarefas...

Com uma elevada taxa de mortalidade, o problema compromete significativamente a qualidade de vida, sendo que grande parte das pessoas que desenvolvem a doença é formada por jovens.

A Trombose venosa profunda (TVP) ocorre quando se forma um coágulo sanguíneo (o trombo) no interior das artérias ou veias profundas, obstruindo a veia e impedindo a circulação de sangue no local. O episódio ocorre mais frequentemente na perna ou na coxa, mas também pode atingir outras partes do corpo.

“A trombose venosa profunda consiste na obstrução total de uma veia troncular pela formação de um coágulo. Pode afectar qualquer parte do corpo, porém a mais famosa é a que ocorre nos membros inferiores (pernas)”, explica o cirurgião vascular Nelson Wolosker, do Hospital Israelita Albert Einstein.

“Entre 50% a 60% dos casos atendidos no meu consultório são pacientes jovens, entre os 20 e 40 anos de idade. Essa é a faixa de idade que as pessoas estão mais expostas aos factores que desencadeiam o processo de trombose como gravidez, uso de anticoncepcional ou hormonas, tabagismo, acidentes, fracturas e traumas, cirurgias e viagens de avião, entre outros”, diz o cirurgião vascular Francisco Osse, director do Centro Endovascular de São Paulo.

A TVP compromete significativamente a qualidade de vida. A dor no local impede que a pessoa exerça as suas actividades diárias e requer longos períodos de repouso. Além disso, se não tratada adequadamente, pode desenvolver-se uma úlcera na perna.

“A presença de uma ulceração crónica na perna tem grande uma influencia negativa na qualidade de vida dessas pessoas. Além de causar dor e desconforto diários, há dificuldade na manutenção do emprego, na convivência do seu portador não só com os seus familiares como com os seus amigos, pois geralmente essas lesões eliminam secreção que muitas vezes exala odores próprios”, aponta Marilia Duarte Brandão Panico, professora de Angiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Na fase inicial da TVP, ocorre um processo inflamatório nas regiões próximas, o que causa dor, inchaço, mudança da coloração da pele, aumento da temperatura e endurecimento dos músculos próximos ao local da trombose. No entanto, em cerca de 50% dos casos, o trombo instala-se na veia sem provocar manifestações locais e pode passar desapercebido – o que é uma situação de grande risco.

O tratamento convencional é feito com repouso na cama, medicamentos anticoagulantes e meias elásticas para interromper o processo de formação de novos coágulos dentro das veias.

O tratamento mais recente para a doença é a revascularização endovascular, que reconstrói as veias trombosadas. Nessa técnica, são utilizados cateteres que injectam uma medicação que dissolve os coágulos, e assim as veias são recuperadas e o sangue volta a circular normalmente. Nos casos de tromboses mais antigas, onde os coágulos foram transformados em cicatrizes dentro das veias, pode existir a necessidade de abrir as veias com cateteres ou balões – as chamadas angioplastias – e às vezes até a colocação de próteses metálicas que manterão as veias abertas – os stents.

Para prevenir a doença é preciso em primeiro lugar melhorar o estilo de vida. E para isso a prática frequente de exercícios e uma alimentação equilibrada são fundamentais. Além disso, é preciso manter o peso dentro dos limites saudáveis, não fumar e restringir o consumo de bebidas alcoólicas. Pessoas com predisposição a desenvolver TVP precisam de movimentar-se logo após longos períodos de imobilização (como viagens de avião, por exemplo), depois de cirurgias e quando tiverem necessidade de permanecer em repouso por muito tempo.

Na Assembleia da República
Trata-se do primeiro livro técnico, escrito em Português, sobre Melanoma, que contou com a participação de investigadores e...

Esta publicação reúne toda a informação essencial sobre Melanoma e pretende preencher uma lacuna sentida pelos profissionais de saúde.

A apresentação do livro Melanoma 2013 assinala também a semana europeia do melanoma e antecipa o dia do Euromelanoma, que se comemora a 14 de Maio, e tem como objectivo principal, sensibilizar para a importância da prevenção do tipo mais grave de cancro cutâneo.

A incidência e mortalidade por melanoma continuam a aumentar em todo o mundo. Na Europa nas últimas décadas a incidência de melanoma registou um aumento de cerca de 5%. Em Portugal, diagnosticam-se todos os anos cerca de 1.000 casos de melanoma e a incidência ronda os 6-8 casos / 100.000 habitantes.

Durante a apresentação do Livro, serão abordados os seus principais objectivos e conteúdos.

Serão também salientados os aspectos relacionados com a prevenção, diagnóstico e tratamento actual do Melanoma em Portugal.

Por fim contaremos com a presença de alguém que nos transmitirá a sua vivência enquanto doente.

OMS
Cerca de 3,3 milhões de pessoas morreram em 2012 em todo o mundo em consequência do consumo nocivo de álcool, o que equivale a...

A proporção de mortes associadas ao álcool é superior à mortalidade ligada ao VIH (2,8%), à violência (0,9%) e à tuberculose (1,7%), conclui ainda a OMS no seu “Relatório global sobre o álcool e a saúde 2014”.

“Precisamos de fazer mais para proteger as populações das consequências negativas do consumo de álcool para a saúde”, disse Oleg Chestnov, director-geral adjunto da OMS para as doenças não transmissíveis e a saúde mental.

Citado num comunicado da organização, o responsável sublinha que “não há espaço para complacência quando se trata de reduzir o consumo nocivo de álcool”.

O consumo nocivo de álcool é definido pela OMS como o consumo que causa consequências negativas para o consumidor, as pessoas que o rodeiam e a sociedade como um todo, assim como padrões de consumo associados com o aumento do risco de problemas de saúde.

Segundo a organização sediada em Genebra, o consumo de álcool pode provocar dependência, mas também aumentar o risco de mais de 200 doenças, incluindo cirrose hepática e alguns cancros.

O consumo nocivo pode ainda provocar violência e ferimentos, assim como pode aumentar a suscetibilidade dos consumidores a doenças infeciosas como tuberculose ou pneumonia.

Segundo o relatório hoje publicado, cada habitante do mundo com mais de 15 anos consome em média 6,2 litros de álcool puro por ano, o que equivale a 13,5 gramas de álcool puro por dia.

No entanto, como apenas 38,3% das pessoas bebe realmente álcool, aqueles que bebem consomem em média 17 litros de álcool puro por ano.

O documento sublinha ainda que há uma maior percentagem de mortes relacionadas com o consumo de álcool entre os homens do que entre as mulheres (7,6% das mortes masculinas contra 4% das mortes femininas), embora as mulheres sejam mais vulneráveis a algumas doenças relacionadas com o álcool do que os homens.

Além disso, os autores mostram-se preocupados com o aumento constante do consumo de álcool entre as mulheres. “Constatámos que em todo o mundo cerca de 16% dos consumidores têm episódios de consumo excessivo, que é o mais prejudicial para a saúde”, explicou Shekhar Saxena, director para a saúde mental e o abuso de drogas e outras substâncias na OMS.

A nível global, a Europa é a região com o consumo per capita mais elevado, com alguns países a registarem níveis particularmente altos.

O relatório conclui que o nível de consumo se tem mantido estável nos últimos cinco anos na Europa, na África e nas Américas, mas tem aumentado no Sudeste asiático e no Pacífico Ocidental.

A OMS estabeleceu em 2011 a necessidade de acção intensiva para reduzir o consumo de álcool, considerado um dos quatro factores de risco, juntamente com o tabaco, a alimentação desequilibrada e a falta de exercício físico, para a epidemia de doenças não transmissíveis.

Dia 19 de Maio
Estudo europeu revela impacto que a doença tem na vida dos doentes.

No âmbito do Dia Mundial da Doença Inflamatória do Intestino, que se comemora no dia 19 de Maio, foram divulgados os resultados de um estudo europeu recente sobre o impacto que esta doença tem na vida dos doentes. As entrevistas foram feitas a cerca de 5000 doentes, de mais de 21 países, inclusive Portugal – 160 doentes dos quais 69% eram doentes de Crohn e 29% eram doentes de Colite Ulcerosa.

Entre os principais resultados do estudo a nível nacional destacam-se os ligados ao absentismo laboral mas também ao desconforto social e relações pessoais. A frequência da necessidade de ir à casa de banho é um dos resultados com mais destaque no estudo, por este motivo, esta rotina é considerada um fardo na vida dos doentes. Do total dos 160 doentes portugueses entrevistados, 36% afirma já ter sido alvo de piadas por parte de terceiros relativamente à frequência com que têm necessidade de ir à casa de banho. E quando a pergunta se refere a viagens ou a programas sociais, 53% dos inquiridos preocupa-se com a disponibilidade das casas de banho sempre que vão a algum sítio e 56% considera mesmo este assunto como uma questão fundamental na altura de fazer planos de viagem ou mesmo planos para uma simples saída.

Relativamente ao absentismo laboral, 59% dos doentes sentem-se stressados e pressionados por ter de faltar ao trabalho por causa da doença, mas 75% indicaram já ter faltado pelo menos um dia durante o ano por causa da doença e 21% já faltaram mais de 25 dias. Como principais razões apontam as consultas médicas (69%), emergências médicas com necessidade de ida ao hospital (54%), fadiga (43%) e cólicas ou dor abdominal (34%). Em termos de hospitalizações, 87% dos doentes diz ter sido hospitalizado pelo menos uma vez em 5 anos por causa da doença.

No patamar da discriminação e estigma social, 24% dos entrevistados diz ter sido vítima de queixas e comentários injustos ao seu desempenho profissional e 19% revela mesmo já ter sido discriminado no local de trabalho. Em termos de profissionais, 49% dos doentes afirma que as suas perspectivas de futuro foram afetadas negativamente pela doença inflamatória do intestino e 31% dos doentes indica que a doença já fez com que se despedissem ou que fossem despedidos do seu trabalho. Em termos pessoais, 22% dos inquiridos relevam que a doença os impediu de fazer ter amigos e 45% referem que a doença inflamatória do intestino os impediu de apostar numa relação pessoal. Contudo, 66% nega que a doença tenha sido a causa do fim de uma relação.

A DII engloba duas patologias – Doença de Crohn e Colite Ulcerosa – e manifesta-se frequentemente entre os 15 e 30 anos mas pode surgir em jovens de qualquer idade, sobretudo a partir da primeira década de vida. Sendo que, em 20 por cento dos casos a doença tem início durante a infância ou adolescência.

As crianças e jovens que sofrem desta doença do foro intestinal têm de lidar com surtos de dor abdominal e diarreia, o que obriga à necessidade de usar, de forma inesperada e frequente, a casa de banho. Na escola e noutros locais sociais, a doença pela sua natureza, desencadeia bastante desconforto físico e emocional, levando ao isolamento e à perda de actividade. 

Primeira presidência portuguesa
O médico portuense João Espregueira-Mendes, director clínico da Clínica Espregueira-Mendes, Estádio do Dragão – FIFA Medical...

A cidade de Amesterdão receberá, entre os dias 14 e 17 de maio, a 16.ª edição do Congresso da ESSKA (European Society of Sports Traumatology, Knee Surgery and Arthroscopy), aquele que é o maior congresso europeu e um dos maiores do mundo em Traumatologia Desportiva – o evento deste ano conta já com a participação de 70 países (provenientes dos 5 continentes) e 4000 inscritos.

No âmbito da sua presidência neste congresso, o Prof. Doutor Espregueira-Mendes, diretor clínico da Clínica Espregueira-Mendes, Estádio do Dragão – FIFA Medical Centre of Excellence explica que “ao compreender a necessidade da Europa para padronizar o seu nível de educação médica e com o objetivo de proporcionar um sistema de saúde que garanta ao paciente uma assistência de elevada qualidade, a ESSKA mantém o seu compromisso com a formação médica de cirurgiões médicos através da estreita colaboração com muitas sociedades afiliadas nacionais do Oriente e do Ocidente da europa”.

Com um dos melhores programas científicos de sempre, o Congresso deste ano da ESSKA inclui cursos educativos, simpósios, palestras, debates, casos clínicos, cirurgias ao vivo, entre muitas outras iniciativas. A intervenção do Prof. Doutor Espregueira-Mendes incluirá, neste certame, a participação em três conferências temáticas distintas: lesões ligamentares do joelho, nova prótese de menisco e descobrimentos portugueses denominada “Portugal The First Global Village”.

Durante o congresso da ESSKA, será ainda apresentado o novo modelo do Porto Knee Testing Device, com patente portuguesa e desenvolvido pelo presidente da ESSKA que aqui explica em que consiste este sistema inovador: “O PKTD é o único aparelho no mundo capaz de fazer uma ressonância magnética dinâmica do joelho. É muito útil no diagnóstico de lesões ligamentares, permitindo definir os doentes que necessitam de cirurgia e aqueles que podem ser tratados com fisioterapia. Com este aparelho também é possível diagnosticar as roturas parciais e ter uma palavra nos doentes com risco de rotura. Actualmente, é reconhecido a nível mundial como aparelho de eleição para medir a instabilidade”.

Prescrição desnecessária de antibióticos
Um estudo da Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor revelou na passada sexta-feira que em 50 médicos...

Colaboradores da Deco visitaram 120 estabelecimentos ao acaso na Grande Lisboa e no Grande Porto, queixando-se de uma mera dor de garganta, sem outros sintomas, como febre, por exemplo. Em 50 consultas, 20 médicos receitaram um antibiótico. Segundo a revista Deco Proteste, nos restantes 30, os alegados doentes perguntaram, sem insistir, se não seria melhor tomar um daqueles fármacos. Um recebeu a prescrição com indicação de que só deveria usá-lo se piorasse.

Além dos médicos, também as farmácias foram alvo de análise. Aqui, dos 70 estabelecimentos visitados e nos quais foi pedido um antibiótico sem receita médica, apenas uma farmácia o fez.

O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, em declarações, na noite de sexta-feira, afirmou que “não se pode ignorar o facto e é preciso perceber os detalhes em que ocorreu esta simulação da dor de garganta”. Para isso, vai ser aberto um inquérito.

José Manuel Silva falou na possibilidade de os médicos que prescreveram os antibióticos terem “sido induzidos em erro” mas acrescenta que “um exame objectivo da garganta, aparentemente, permitiria detectar com facilidade a não indicação para a prescrição”.

Se se verificar que “houve uma prescrição contra as leges artis naturalmente que poderá haver uma penalização, seja uma repreensão ou uma censura”, admitiu o bastonário.

Prescrição de antibióticos
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, afirmou no passado sábado que vai “analisar” o caso de prescrições de antibióticos sem...

“Temos alertado para esta questão e a Direcção-Geral de Saúde (DGS) tem tido um papel muito activo”, afirmou Paulo Macedo aos jornalistas, à margem da cerimónia de encerramento do 6.º Encontro das Unidades de Saúde Familiar (USF), que decorreu no Porto.

“A Deco fez este estudo que vamos analisar mas, sobretudo, a DGS está a desenvolver um programa para precisamente enfrentar esta questão”, disse o governante.

Em causa está uma experiência da Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor para avaliar a prescrição de antibióticos, que demonstrou que, em 50 consultas médicas, 20 clínicos prescreveram estes fármacos sem necessidade para casos de dores de garganta.

Segundo Paulo Macedo, “a preocupação que há com esta má prescrição é, em primeiro lugar, com as pessoas, depois em relação ao que isto quebra de barreiras em termos de eficácia” dos antibióticos.

Para esta experiência foram escolhidas unidades de saúde, públicas e privadas, de forma aleatória, nas áreas da Grande Lisboa e Grande Porto, tendo a Deco pedido a colaboradores, que não tinham quaisquer problemas, que indicassem ao médico sentir dores de garganta, mas sem febre nem qualquer outro sintoma.

“Nas 50 consultas, os médicos observaram a garganta e procuraram inteirar-se dos sintomas. Em 20 casos, receitaram de imediato um antibiótico”, refere a Deco num artigo publicado na sua página na Internet.

Nas restantes 30 situações, os supostos doentes perguntaram, sem insistir, se não seria melhor recorrer a um antibiótico. Numa unidade de saúde foi prescrito um daqueles remédios, com a indicação de que só deveria ser tomado “se a situação piorasse, tivesse febre e pontos brancos na garganta”.

“O uso incorrecto e desregrado de antibióticos tem contribuído para aumentar a resistência das bactérias. Se não forem tomadas medidas para travar o desenvolvimento destas resistências, em poucos anos ficaremos sem armas para combater as infecções bacterianas”, avisa a associação de defesa do consumidor.

 

A Ordem dos Médicos, entretanto, já anunciou a abertura de um inquérito.

Em três anos
Três anos de cortes na despesa com transporte de doentes, com exames de diagnóstico e terapêutica, com horas extraordinárias e,...

Em três anos, o número de doentes que faltam às consultas aumentou de forma significativa no Centro Hospitalar do Porto (CHP). Se antes de 2011 a percentagem dos que não apareciam rondava os 10 a 11%, agora atinge 15%, calcula o presidente do Conselho de Administração do CHP, Fernando Sollari Allegro. Os doentes faltam sobretudo porque escasseia o dinheiro para custear os transportes, especula o administrador hospitalar, para quem não será por acaso que “a primeira quinzena (do mês) não é igual à segunda” , período em que as ausências são mais frequentes.

“Os cidadãos sentem algumas dificuldades. Os transportes foram muito cortados, as taxas moderadoras subiram e isso tem significado”, acredita Sollari Allegro, que desvaloriza as reduções do orçamento do seu centro hospitalar – o CHP perdeu 28 milhões de euros, cerca de 16% do total do orçamento anual –, até porque estas acabaram por ser compensadas pela diminuição de gastos com os salários dos funcionários e com os fármacos. O que o preocupa e muito é a perda de recursos humanos (tem hoje menos 290 profissionais) e as barreiras que enfrenta para recuperar os que vão saindo. “Sentimos muita dificuldade no recrutamento de pessoal. Há mais burocracia, os governos de direita são mais controladores”, lamenta.

“Os dados não apontam, por enquanto, para dificuldades no acesso ao SNS. Mas quem está no terreno ouve o que dizem os doentes. E eles dizem que não vêm às consultas porque não têm dinheiro para pagar transportes ou taxas moderadoras”, corrobora Marta Temido, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares.

O corte em um terço da despesa com transporte de doentes não urgentes era justamente uma entre as várias dezenas de medidas inscritas no memorando de entendimento assinado com a Troika na área da saúde. Foi, pode dizer-se, cumprido à risca. Doentes que antes tinham transporte gratuito passaram a pagá-lo. Graças à revisão das regras de comparticipação do transporte de doentes não urgentes e outras medidas, entre 2010 e 2013 a despesa diminuiu 54,9 milhões de euros, uma redução de 36,8%, contabiliza o Ministério da Saúde.

Entretanto, a confusão instalou-se e, apesar de a tutela garantir que os doentes oncológicos têm direito a transporte gratuito mesmo para as consultas de seguimento, há autarquias que começaram a patrocinar as viagens de alguns pacientes com cancro até às grandes cidades. Em Março passado, responsáveis da Sociedade Portuguesa de Transplantação expressaram publicamente a sua preocupação devido às faltas de alguns doentes, também por causa dos transportes.

Em algumas áreas começaram a surgir outros dados que evidenciam sinais preocupantes. Entre 2010 e 2012, a mortalidade infantil aumentou de 2,5 para 3,4 por mil (entretanto voltou a diminuir para 3 por mil, no ano passado) e as recaídas no uso de heroína quase triplicaram. Outro indicador que o professor da Escola Nacional de Saúde Pública e ex-director-geral da Saúde, Constantino Sakelarides, fez questão de destacar, porque o impressionou particularmente, foi o facto de o número de cirurgias oncológicas ter diminuido em 2012, o que sucedeu pela primeira vez em seis anos.

Nos últimos tempos, têm-se multiplicado também as notícias que dão conta de casos trágicos de doentes que esperaram tempo demais por exames, como o da mulher que aguardou dois anos por uma colonoscopia para concluir que tinha um cancro já inoperável, e os relatos de vítimas de acidentes de viação que foram transportadas para os hospitais pelos bombeiros porque as viaturas médicas de emergência (VMER) estavam inoperacionais, por falta de médico. São “casos pontuais”, desdramatizaram os responsáveis do Ministério da Saúde que, ainda assim, trataram de mudar as regras de forma a aumentar o número de colonoscopias no SNS e conseguir que mais médicos estivessem disponíveis para integrar as tripulações das VMER. “Estas notícias fazem parte de uma campanha contra o ministério”, desvaloriza Sollari Allegro.

“Os primeiros afloramentos da asfixia financeira começam a aparecer”, sustenta Mário Jorge Neves, da Federação Nacional dos Médicos, para quem é inequívoco que hoje “o SNS está esvaziado em termos de resposta geral”. “Adiam-se cirurgias por falta de material, até de simples batas, não se fazem exames, faltam medicamentos para entregar a doentes crónicos”, enumera. “A insatisfação profissional é generalizada”, acrescenta, lembrando que foram muitos os médicos que optaram pela reforma antecipada.

Os dados oficiais de monitorização da actividade do SNS desmentem esta interpretação. Provam mesmo que, nestes três complicados anos, até se fizeram mais cirurgias, mais consultas nos hospitais e mesmo mais urgências (estas diminuíram em 2012, mas voltaram a aumentar no ano passado). As taxas moderadoras duplicaram sim, mas “mais 1,4 milhões de pessoas ficaram isentas”, lembra o ministério, que nota que apenas 20% dos cidadãos que recorrem ao SNS têm de as pagar e que o acréscimo de custos (100 milhões de euros) foi compensado pelas poupanças com medicamentos. Neste ponto, o ministério sublinha que, de forma deliberada, quis ficar aquém do que pedia a troika (receitas adicionais da ordem dos 200 milhões de euros).

“Não houve um descalabro de acesso, não se verificou uma hecatombe”, defende o especialista em economia da saúde Pedro Pita Barros. Com “muitos vícios” e propiciando “muitos abusos”, o sistema acabou por demonstrar “uma grande capacidade de adaptação”, sustenta o economista que admite, porém, ser impossível saber, por enquanto, “se se fez um excesso de ajustamento ou não”, até porque não não foram monitorizadas as necessidades em saúde.

“Há suspeitas de que há dificuldades no acesso, são fortes, mas não passam de suspeitas por enquanto. As análises só se podem fazer com tempo, o impacto é lento”, reflecte Pedro Lopes Ferreira, do Observatório Português do Sistema de Saúde. No relatório anual de 2013 (o deste ano ainda não foi apresentado), os especialistas do observatório faziam, porém, incidir o foco da sua análise sobre “as duas faces da saúde”, contrapondo à “versão oficial” os dados disponíveis sobre “a experiência real das pessoas”. Davam o exemplo de um estudo (baseado numa amostra de 1252 idosos residentes na Área Metropolitana de Lisboa) que indicava que 30% dos portugueses com mais de 65 anos começara a cortar nas despesas de saúde, deixando sobretudo de ir a consultas particulares, de comprar óculos ou aparelhos auditivos e tentando poupar nos medicamentos. Concluiam ainda que o Governo cortara, até 2012, 710 milhões de euros na saúde, mais 160 milhões do que seria necessário para cumprir as medidas do memorando, citando a consultora Pricewaterhouse Coopers&Associados.

Despesa caiu 15%
Há semanas, na 11ª avaliação, o FMI contabilizava que, face a 2010, as poupanças na saúde ascenderam a 1,5 mil milhões de euros e a despesa no sector caiu cerca de 15%. O Ministério da Saúde acrescenta que foi possível melhorar significativamente a sustentabilidade financeira do SNS, e que o défice global baixou de 833 milhões de euros, em 2010, para 126 milhões de euros, em 2013. Os gastos com meios complementares de diagnóstico e terapêutica comprados a privados caíram 112,8 milhões de euros, neste período (menos 14,8%), enquanto a poupança com horas extraordinárias foi superior a 152 milhões de euros (menos 45,5%).

“Reduziram-se os custos de exploração, mantiveram-se os níveis de produção mas não se conseguiu resolver o problema crónico de acumulação de dívida”, constata Marta Temido, que lamenta que, ao fim de todo este tempo, o modelo português continue “ baseado nos hospitais”.

Não terá sido por acaso que aquela que era uma das principais reformais estruturais da saúde definida no memorando - a reestruturação da rede hospitalar, que implica fechos e fusões de serviços e especialidades - foi sendo adiada. O memorando previa a apresentação de um plano detalhado logo no final de 2012. Agora, a dias da saída da troika, restam poucas certezas sobre o que vai acontecer. A portaria publicada no início de Abril (que classifica e hierarquiza os hospitais de acordo com as suas responsabilidades) gerou uma onda de contestação que está para durar, apesar de os responsáveis do ministério se terem apressado a assegurar que o documento é apenas indicativo. Autarcas, partidos de oposição e profissionais de saúde reclamam em uníssono a suspensão da portaria. “Quando se tenta mexer no desenho é um ai Jesus”, critica Marta Temido. “Não se vai passar nada, foi um balão de ensaio para ver como eram as reacções, ninguém faz reformas a um ano de eleições legislativas”, diz Sollari Allegro.

Ao mesmo tempo, a reforma dos cuidados de saúde primários, que com a criação das Unidades de Saúde Familiar (equipas de médicos, enfermeiros e assistentes que se auto-organizam nos centros de saúde), veio revolucionar o sistema ainda no tempo do ex-ministro Correia de Campos, abrandou, depois do pico verificado entre 2009 e 2010. “Ao fim de sete anos desta reforma, ainda não temos metade do país coberto” (as 398 USF actuais dão resposta a 4,8 milhões de pessoas), lamenta Bernardo Vilas Boas, da Associação Nacional de USF. O ministério adianta que neste período abriram 92 USF. Vilas Boas retorque que esperava muito mais: "Devia ter aberto pelo menos o dobro”.

Quota de genéricos ainda tem que aumentar
Desde 2010, as medidas na área dos medicamentos permitiram ao Estado poupar 600 milhões de euros e aos cidadãos 250 milhões,...

Para atestar o “iminente colapso das farmácias”, um farmacêutico de Guimarães decidiu enviar para o primeiro-ministro e para os membros da Troika a prova de que um medicamento para o colesterol podia custar menos do que uma trivial pastilha elástica.

Estava-se no final de 2012 e, numa carta acompanhada de uma embalagem com 60 comprimidos de um genérico de sinvastatina e de uma caixa de pastilhas elásticas, o farmacêutico fazia contas básicas: “A embalagem de pastilhas elásticas que tem na sua mão custou 68 cêntimos, o que se traduz num preço de venda ao público de 6,8 cêntimos por pastilha. A embalagem do popular medicamento para o colesterol custa 2,54, o que se traduz num preço de 4,2 cêntimos por comprimido”.

Não se sabe se os membros da Troika leram a irónica missiva, mas o certo é que o sector do medicamento foi desde o início o alvo preferencial da estratégia da redução de despesa na saúde. Além das sucessivas diminuições de preços, estabeleceu-se um novo tecto máximo para o primeiro genérico de cada grupo homogéneo a entrar no mercado e reduziram-se as barreiras à entrada de novos genéricos. A prescrição por denominação comum internacional, em vez da marca, foi outra das medidas que impulsionou o consumo de genéricos e ajudou a diminuir a despesa com comparticipações. A meta traçada para 2013 foi atingida (a quota de genéricos chegou a 45%), mas agora o objectivo é chegar aos 60%, já este ano.

O combate à fraude no sector é outro dos trunfos que Paulo Macedo pode exibir: 229 casos suspeitos, que representam 225 milhões de euros de fraude potencial em investigação, foram detectados e encaminhados para as autoridades competentes.

Graças a toda esta panóplia de medidas, desde 2010 o Estado poupou 600 milhões de euros na comparticipação de medicamentos. E os cidadãos, assegura o Ministério da Saúde, gastaram menos 250 milhões de euros. Mesmo assim, a poupança não atingiu ainda o objectivo definido, até porque as metas traçadas pela troika eram muito ambiciosas: para 2012 estava previsto que a despesa total com medicamentos se ficasse por 1,25% do PIB e em 2013 não poderia suplantar 1%.

A impressionante redução da despesa com medicamentos acabou por ter, porém, efeitos secundários. Além da crise que a Associação Nacional das Farmácias (ANF) garante que o sector está a atravessar, com mais de metade dos estabelecimentos a debater-se com dívidas a fornecedores e cerca de quatro centenas em risco de penhora e de insolvência, para o cidadão comum o principal problema passou a ser o de conseguir aviar à primeira tentativa todos os remédios receitados pelos médicos.

As notícias de que faltavam medicamentos nas farmácias começaram a multiplicar-se. As rupturas acontecem porque algumas farmácias se viram obrigadas a reduzir os seus stocks ao mínimo e porque aumentou a exportação paralela - passou a compensar, e muito, vender para o estrangeiro, onde os medicamentos são mais caros. A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) tomou medidas e até criou um espaço na sua página na Internet para denúncias de faltas de fármacos mas garante que o fenómeno está hoje reduzido a uma expressão mínima.

Outro problema: nos hospitais, onde o peso da inovação terapêutica se faz sentir, depois de anos de crescimento imparável, a despesa com medicamentos diminuiu em 2013, mas as dívidas continuam a acumular-se. Depois de no ano passado ter chegado a um acordo com a indústria farmacêutica (em que esta se comprometeu a devolver a verba que ultrapassasse o tecto fixado), o Governo já se comprometeu este ano a transferir mais 300 milhões de euros e refere que, se mais dívidas emergirem entretanto, serão compensadas através de novas transferências.

A prioridade do ministro Paulo Macedo era assegurar que o SNS deixaria de estar refém dos credores e sujeito a ameças de cortes no fornecimento, como sucedeu no passado. Por isso apostou em programas de regularização das dívidas (mais de 1,9 mil milhões de euros), que permitiram que o valor dos pagamentos em atraso (a mais de 90 dias) a vários fornecedores baixassem para 621 milhões de euros e o da dívida total para metade da que encontrara, 1,6 mil milhões de euros.

Os últimos dados da Direcção Geral do Orçamento indicam, de facto, que a situação melhorou substancialmente: as facturas vencidas (a mais de 90 dias) ascendiam a 656 milhões de euros no início deste ano contra os 2055 milhões em 2011. Resta saber qual será o ritmo de entrada de dívida por saldar (no ano passado foi superior a 30 milhões de euros por mês).

Os números mais recentes da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica relativos a Março indicam que as dívidas dos hospitais públicos voltaram a ultrapassar o patamar dos mil milhões de euros (1004 mil milhões). As dívidas continuam a crescer porque persiste o problema da suborçamentação dos hospitais e a única forma de não cortar nos cuidados de saúde é ir deixando facturas por pagar, explicam os especialistas. A Comissão Europeia reconheceu, aliás, que há um problema de subfinanciamento na base deste fenómeno.

Médicos cubanos
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, afirmou no passado sábado que o contrato celebrado com Cuba prevê a substituição dos médicos...

“O que pretendemos é que os portugueses tenham assistência e, se há uma quebra da parte do contrato, que haja uma substituição de médicos, (para) prestarem essa assistência”, disse Paulo Macedo, no Porto, à margem do 6.º Encontro de Unidades de Saúde Familiar.

Vários médicos cubanos contratados para trabalhar em centros de saúde não cumpriram o contrato de três anos que estava estabelecido e que foi assinado entre o Governo português e o de Cuba.

Segundo Paulo Macedo, o Governo “não interfere na liberdade” dos médicos cubanos, lembrando que o protocolo é estabelecido entre estados e é Cuba que estabelece o contrato com os médicos.

“Portugal não tem interferência na relação entre um e outro, o que nós queremos é que seja respeitada a legislação, as regras do país, designadamente a possibilidade que os médicos têm de continuarem a querer permanecer cá ou não e de estarem ao serviço do SNS ou não, tendo a certeza de que é cumprida a substituição desses profissionais por outros, o que tem sido possível”, afirmou o governante.

Paulo Macedo destacou, contudo, que o objectivo do Governo é que este tipo de contratos entre estados deixe de ser feito “a médio/longo prazo”.

“O que desejamos é que dentro de alguns anos não haja necessidade de recorrer à contratação de médicos estrangeiros”, concluiu.

Sorteios já começaram
Já começaram os sorteios para 14 novas farmácias, cada uma com uma média de 240 candidatos. Zonas carentes são as privilegiadas...

São mais de três mil (3400) os candidatos aos sorteio de 14 farmácias. O jogo de sorte e azar começou há quatro dias, havendo uma média de 240 candidatos por cada farmácia, segundo dados do Infarmed. Para uns, é um sinal de que este sector ainda é apetecível; para outros, sinónimo de uma incessante procura de trabalho por farmacêuticos mas não só, já que a lei permite que qualquer pessoa se candidate.

Os sorteios que começaram no dia 8 - os primeiros desde que estão previstos como forma de desempate na lei - permitiram ao Infarmed encaixar “850 mil euros só nas candidaturas às farmácias”, disse o presidente Eurico Castro Alves, já que cada candidatura implicava um pagamento de 250 euros. Os primeiros 13 sorteios estarão concluídos até dia 27, faltando apenas agendar o 14º.

Ilha de Santa Maria reitera queixas
O Conselho da Ilha de Santa Maria vai pedir nesta segunda-feira, ao Governo dos Açores, “mais esclarecimento” sobre as poucas...

O presidente do Conselho da Ilha de Santa Maria, Rui Arruda, disse que, apesar de o secretário regional da Saúde ter garantido aos conselheiros, em Fevereiro, que a questão estava a ser resolvida e entraria “na normalidade”, “a afluência (de médicos) tem sido pouca”.

“Sabemos que existe boa vontade do Governo para resolver esta situação, mas as listas de espera são elevadas e queremos mais esclarecimentos do senhor secretário”, afirmou, dizendo, ainda, que o Conselho da Ilha vai insistir na colocação, “o mais rápido possível”, dos dois novos médicos de família prometidos para Santa Maria.

Segundo explicou Rui Arruda em Fevereiro, quando o Conselho da Ilha se reuniu com o secretário regional da Saúde, Luís Cabral, depois de um decréscimo progressivo nos últimos anos nas deslocações de especialistas a Santa Maria, em 2013 essa diminuição foi “mesmo bastante significativa”, havendo “largas centenas de pedidos de consultas de especialidade” não atendidos na Unidade de Saúde de Ilha.

Uma portaria do Governo Regional alterou há alguns meses as regras de pagamento dos médicos especialistas que se deslocam às seis ilhas sem hospital, gerando protestos dos clínicos. Luís Cabral revelou na semana passada que vai voltar a reunir em breve com os sindicatos dos médicos sobre esta questão.

A reunião de hoje entre o Conselho da Ilha e o Governo Regional ocorre no âmbito da visita estatutária que o executivo açoriano fará a Santa Maria até quarta-feira, como estabelece o estatuto político-administrativo dos Açores.

Os conselhos da ilha integram autoridades políticas locais e representantes dos sindicatos e associações empresariais de cada uma das ilhas dos Açores.

Além das questões da saúde, o Conselho da Ilha de Santa Maria vai perguntar que medidas tem o executivo regional para responder ao “aumento notório” do desemprego e pedir melhorias nas ligações aéreas, além de alguns investimentos locais.

Nesta deslocação a Santa Maria, e como é habitual nas visitas estatutárias, os membros do executivo açoriano têm encontros e reuniões de trabalho com autoridades e entidades locais diversas.

Da agenda do presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, faz parte a inauguração das obras de remodelação e ampliação da Unidade de Saúde da Ilha, a inauguração da creche de Vila do Porto e a apresentação dos projectos de reabilitação da lota de Vila do Porto e da Casa dos Fósseis.

Os membros do Governo Regional receberão também os habitantes da ilha que o solicitarem, estando disponíveis para esse efeito, a partir das 18:00 horas de terça-feira, na Escola Básica e Secundária de Santa Maria, em Vila do Porto. 

Há mais de um ano
O Instituto Português de Oncologia de Lisboa reclama, há mais de um ano, a utilização dos 10 milhões de euros que tem aplicados...

De acordo com o presidente do conselho de administração do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, Francisco Ramos, neste Fundo - criado quando o administrador estava no governo, na equipa do socialista António Correia de Campos - está aplicada “parte do capital” da instituição.

Logo após assumir funções neste IPO, em Março de 2012, Francisco Ramos solicitou autorização ao Ministério das Finanças para utilizar os 10 milhões de euros, um uso que está definido na lei para aplicação em investimentos na unidade de saúde.

“Já solicitei o dinheiro de volta há muito tempo. Mas ainda não foi autorizado”, disse.

Entre os investimentos que o IPO necessita está a área de radioterapia, “fundamental para reduzir a despesa que hoje é feita com a aquisição de serviços a entidades privadas nesta área”.

O IPO de Lisboa ainda tem por realizar obras nas instalações, estando em curso melhoramentos na área do internamento.

 

“Estamos muito longe” dos objectivos desta administração, disse, esperando obter financiamento para dar ao IPO de Lisboa “condições para os próximos dez anos, dando tempo para o país recuperar condições para voltar a pôr na agenda um novo IPO de Lisboa”.

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