Estudo revela

Imunoterapia pode tratar o cancro

Um tratamento experimental que ajuda a reprogramar o sistema imunológico do paciente para atacar tumores pode funcionar num amplo espectro de cancros comuns, revelou um estudo preliminar publicado nos Estados Unidos.

Até agora, os maiores êxitos da técnica conhecida como terapia celular adoptiva (ACT) foram registados com o melanoma, mas os investigadores estão curiosos para ver se a abordagem pode funcionar em cancros do trato digestivo, de pulmão, pâncreas, mama ou bexiga.

A revista científica Science publicou um artigo que descreve como a técnica conseguiu reduzir tumores numa mulher de 43 anos que sofre de colangiocarcinoma, uma forma de cancro do trato digestivo que havia se propagado para os pulmões e o fígado.

O resultado do estudo pode representar um avanço na luta contra o cancro epitelial, grupo que responde por 80% de todos os cancros e 90% das mortes por cancro nos Estados Unidos.

O processo consistiu em recolher as próprias células do sistema imunológico da paciente - um tipo chamado de linfócitos infiltradores de tumores (TILs) -, seleccionando aquelas com a melhor actividade antitumoral, e em desenvolvê-las em laboratório para reinfundi-las na paciente.

Depois que a paciente recebeu a primeira injecção destes TILs, os tumores metastáticos no pulmão e no fígado estabilizaram.

Cerca de 13 meses depois, a doença voltou a progredir. Com isso, os médicos submeteram a paciente novamente ao tratamento e ela “experimentou uma regressão tumoral que perdurou até ao último acompanhamento (seis meses após a segunda infusão de células T)”, destacou o estudo.

Embora o cientista que conduziu as pesquisas, Steven Rosenberg, chefe do Sector de Cirurgia do Centro de Pesquisas do Instituto Nacional do Cancro, tenha alertado que o estudo está ainda numa fase inicial, afirmou que poderia fornecer uma directriz para outros cancros.

“Estas estratégias indicadas aqui poderiam ser usadas para produzir uma terapia celular adoptiva com células T em pacientes com cancros comuns”, afirmou Rosenberg.

Os cientistas esperam que, um dia, uma variedade de tratamentos imunológicos personalizados venha a substituir a quimioterapia como a principal forma de combater o cancro.

Fonte: 
Diário Digital
Nota: 
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