Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas é o orador convidado
A WHPA realiza, nos dias 17 e 18 de Maio, na cidade suíça de Genebra a sua terceira conferência mundial sobre regulação...

A convite da organização, Orlando Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, será o orador da cerimónia de encerramento e vai reflectir sobre os principais pontos-chave das intervenções dos vários oradores da Conferência.

Ao longo dos dois dias de trabalhos, vão ser debatidas questões como os desafios que enfrentam as profissões reguladas na área da saúde, o efeito da regulação na concorrência, e as formas de identificar e promover as melhores práticas de regulação ao nível de governance e de desempenho.

Um debate particularmente relevante para os profissionais portugueses da área da saúde quando se aguarda que o governo apresente a nova lei-quadro das ordens profissionais.

A conferência da World Health Professions Alliance (WHPA) está subordinada ao tema “Health professional regulation – facing challenges to acting in the public interest” e reúne representantes de várias entidades, incluindo a World Dental Federation, International Council of Nurses, International Pharmaceutical Federation, World Confederation for Physical Therapy ou a World Medical Association, entre muitas outras.

Mais informações sobre a conferência em: http://www.whpa.org/whpcr2014/index.htm

Em Portugal
Cegueira provocada por doenças da córnea pode ser reversível.

A córnea é uma estrutura da superfície ocular externa, transparente, sem vasos sanguíneos, com uma curvatura e espessura muito próprias que permitem a entrada da luz dentro do olho. É um importante tecido ocular e a sua integridade é fundamental para que todo o processo da visão se possa realizar normalmente. Os transplantes são muitas vezes a única solução para reverter a cegueira provocada pelas doenças da córnea. Segundo a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) são feitos cerca de 700 por ano em Portugal, em cinco grandes centros de especializados neste tipo de procedimento.

Paulo Torres, presidente da SPO, refere que há muitas doenças que afectam directamente a córnea, destacando as que induzem alterações anatómicas com diminuição da sua espessura e aumento da sua curvatura, infecções e traumatismos que originam cicatrizes e as que alteram as células mais internas da córnea com modificação do estado de relativa desidratação da mesma, originando, consequentemente, edema da córnea. Todas estas situações, se não tratadas ou se a sua progressão não for travada, poderão levar a uma acentuada diminuição da acuidade visual e por vezes cegueira”.

“A cegueira provocada por patologia da córnea pode ser reversível” realça o especialista, “desde que as outras estruturas do olho estejam preservadas. Para tal recorre-se aos transplantes de córnea, isto é, substituição da córnea do doente ou parte dela por uma córnea total ou por lamelas corneanas provenientes de cadáver”.

Em Portugal, as principais doenças que motivam a realização de transplantes de córnea são o queratocone nos seus estadios mais avançados, as opacidades da córnea originadas por infecções e traumatismos, as descompensações celulares corneanas originadas por doença da própria córnea ou por traumatismo cirúrgico prévio.

O presidente da SPO refere ainda que “não nos podemos esquecer do grande inimigo do transplante de córnea, como em todos os transplantes de órgãos, que é a rejeição. Nas consultas de seguimento, os doentes são avisados dos sinais e sintomas de alerta desta complicação em particular, pelo que o acompanhamento próximo por parte do oftalmologista assistente na fase pós-transplante é fundamental”.

Em Leiria
A Secção Regional do Centro (SRC) da Ordem dos Enfermeiros realiza a 20 de Maio em Leiria uma conferência para divulgar o seu...

A iniciativa insere-se num ciclo de conferências “Acreditação dos Contextos de Prática Clínica Passo a Passo…”, que decorre até Janeiro de 2015 nas seis capitais de distrito da Região Centro e na cidade da Covilhã. Teve início a 14 de Abril em Aveiro.

Cada uma das sessões será dedicada a um dos “sete pilares” do Modelo de Desenvolvimento Profissional (MDP), e visam dotar os enfermeiros de mais informação sobre um modelo já aprovado pela Assembleia da Republica, com a publicação da Lei nº111/2009 de 16 de Setembro, no seu artigo 7º e que aguarda apenas a sua operacionalização por parte do Ministério da Saúde, integrada na nova alteração estatutária, actualmente em fase discussão.

A conferência programada para o dia 20, das 17h00 às 19h00 no auditório da Escola Superior de Saúde de Leiria, intitula-se “Referencial para o Exercício Profissional de Enfermagem”. Nela participa o Bastonário da Ordem dos Enfermeiros (OE), Enfº Germano Couto, e é orador convidado o Presidente do Conselho de Enfermagem, Enfº José Carlos Gomes.

“Pretendemos que os colegas entendam melhor as vantagens que o MDP tem para si, para as instituições de saúde e para a população”, sublinha o Presidente do Conselho de Enfermagem Regional do Centro (CERC), Enfº Hélder Lourenço.

É convicção de que o novo Modelo de Desenvolvimento Profissional (MDP) trará “uma melhoria efectiva da qualidade dos cuidados prestados” aos cidadãos.

A prática tutelada em enfermagem – explica o Enfº Hélder Lourenço - deve acontecer em determinadas condições que garantam a qualidade dos processos de desenvolvimento profissional e de certificação de competências e no cumprimento destes requisitos, cada serviço/unidade de saúde realizará um processo gradual e progressivo de melhorias contínuas no seu funcionamento.

A formulação dos Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem, o enquadramento conceptual e os enunciados descritivos da qualidade dos cuidados, constitui-se como um sólido referencial para a determinação das condições e requisitos de idoneidade formativa dos contextos de prática clínica tutelada, acrescenta.

Outra das condições basilares é que o mesmo ocorra segundo um modelo próprio de supervisão clínica, baseado num referencial de competências que visa a qualidade e a experiência profissional.

Serão esses supervisores clínicos certificados pela OE que assumirão a formação tutelada dos novos enfermeiros. Após a licenciatura, estes, terão de ser acompanhados por um supervisor clínico num período temporal definido provisoriamente entre nove meses a um ano, findo o qual poderão obter a cédula profissional definitiva.

Actualmente um licenciado em enfermagem requer à Ordem dos Enfermeiros a sua Cédula Profissional. Com o MDP passará a receber uma cédula provisória, e só depois de realizar positivamente o seu exercício profissional tutelado (EPT) é que terá o título definitivo.

“Há estudos que referem que 60 por cento dos erros em Enfermagem acontecem no primeiro ano do exercício profissional”, realça o Presidente do CERC, frisando que o acompanhamento do enfermeiro por um supervisor clínico durante a fase inicial da sua carreira também contribuirá para melhorar a qualidade dos cuidados prestados à população.

250 profissionais reunidos para discutir o impacto da crise na área da saúde
Realiza-se no próximo dia 16 de Maio em Tróia (Hotel Aqualuz - 9h30/18h30) o Re-Thinking Pharma 2014–2024, o maior evento...

Ao todo serão mais de 250 profissionais ligados à área da saúde a debater o impacto da crise na área da saúde - entre 2009 e 2013, período em que a indústria farmacêutica em Portugal perdeu cerca de 1000 postos de trabalho - e as novas tendências que poderão dar um novo fôlego a este sector em Portugal e na Europa.

As estratégias de internacionalização, a aposta na I&D e as oportunidades e riscos trazidos pela “era digital” serão alguns dos temas em destaque durante o encontro, além dos desafios que o contexto económico tem imposto aos players da área.

O Re-Thinking Pharma 2014-2024 é o grande evento nacional dirigido a profissionais da indústria farmacêutica e será presidida por Sua Excelência o Secretário de Estado da Saúde, Dr. Manuel Teixeira. O evento conta com o apoio oficial da AICEP, da APOGEN (Associação Portuguesa de Genéricos), da APDP (Associação portuguesa do Doente Diabético), da APMIF (Associação Portuguesa de Medicina Farmacêutica) e do IPAM/ IADE (Instituto Português de Administração e Marketing).

Estudo
O vinho tinto afinal não é assim tão positivo para a saúde como se pensava. Pelo menos é o que nos diz um estudo de que a BBC...

Depois de analisarem a saúde de 800 habitantes de Chianti, especialistas concluíram que não há provas do que se pensava ser verdade: que o consumo moderado de vinho tinto tem benefícios para a saúde, nomeadamente cardiovasculares.

Vários estudos têm demonstrado que o consumo de vinho tinto e também de chocolate negro e frutos vermelhos contribui para a diminuição de inflamações. Pensava-se que tal propriedade seria devida a um elemento em particular, o resveratrol, componente habitualmente encontrado nas uvas e no vinho. Afinal, também sobre isto, não parece haver qualquer prova.

A “boa notícia” para os apreciadores do ocasional copo de tinto à refeição, é que a BBC refere que os especialistas consideram é essencial que mais estudos sejam realizados.

Alunos dizem
A Associação Nacional de Estudantes de Medicina defende uma redução do número total de vagas nestes cursos, por considerar que...

A reivindicação surge no seguimento da apresentação pública do projecto de despacho de vagas no ensino superior para 2014-2015, que determina a manutenção do mesmo número de vagas para os cursos de Medicina em relação ao ano lectivo que ainda decorre.

Citando uma recomendação de 2012 do Grupo de Trabalho para a Revisão do Internato Médico, constituído pelo Ministério da Saúde, a Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) recorda a proposta de redução de vagas para dois terços da actual oferta, e sublinha que esse grupo de trabalho afirmava na altura que “só deste modo, se poderá manter e reforçar o bom nível de formação pré-graduada e assegurar, aos que chegam ao sistema formativo do Ministério da Saúde, uma profissionalização que respeite os parâmetros europeus”.

“Em linha” com o grupo de trabalho “a ANEM defende que a redução do 'numerus clausus' para as escolas médicas nacionais e a extinção do concurso especial de acesso a titulares do grau de licenciado (...) são medidas essenciais na defesa da qualidade do ensino médico. São também necessárias para garantir a sustentabilidade de uma formação médica integrada e consequente qualidade da prestação de cuidados no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, lê-se no comunicado da associação de estudantes.

Os estudantes de Medicina defendem ainda que “esta redução deverá proceder-se a um ritmo que assegure, por um lado, o seu propósito de optimização das condições formativas das escolas, e que por outro lhes permita um processo de adaptação à redução no número de ingressos anual”.

“Entre 1995 e 2013 verificou-se um acréscimo de 475 para 1570 vagas no contingente geral para ingresso nos cursos de Medicina em Portugal, um aumento superior a 300%. A estas vagas, acrescem os estudantes ao abrigo do contingente especial para acesso a titulares de grau de licenciado, que traduzem um acréscimo de 15% do contingente geral, para um total de mais de 1800 estudantes por ano”, refere o comunicado.

A ANEM cita o projecto de despacho do Governo sobre as vagas para 2014-2015, que está em discussão pública até ao final do mês, para frisar que é o executivo que quer fazer depender a fixação de lugares no ensino superior dos “factores de qualidade do ciclo de estudos, incluindo os recursos humanos e materiais”, assim como da sua utilização racional.

“Tal não se coaduna com a manutenção do número de vagas, visto que o aumento do número de estudantes de Medicina sem respectivo incremento nas condições pedagógicas das várias escolas médicas perspectiva a redução da qualidade do ensino médico, traduzida pelos elevados rácios tutor-estudante em todo o país”, defende a ANEM.

Em causa estão também as condições em que são feitos os internatos, com demasiados alunos a acompanhar o mesmo paciente, na opinião dos estudantes, que consideram que a situação gera “um conflito” entre as necessidades de formação dos alunos e a vulnerabilidade dos pacientes, comprometendo “seriamente a humanização dos cuidados de saúde”.

A ANEM quer ser recebida em audiência pelo ministro da Educação, Nuno Crato, e pelo secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, para lhes transmitir as suas preocupações.

Medicamentos baratos
Fique a saber quais as farmácias do país que vendem maior número de genéricos, medicamentos mais baratos do que os outros.

A quota de mercado nacional em volume de negócio foi de 39%, em 2013, mas há grandes oscilações entre as várias farmácias: na que existe no Hospital de Coimbra a venda destes produtos atinge uma quota de 78%, enquanto na Farmácia Pulido no distrito de Beja, concelho de Vidigueira, se ficou pelos 28%, segundo dados da Autoridade Nacional do Medicamento - Infarmed relativos a todo o ano de 2013.

Descubra as 10 farmácias onde parece ser fácil comprar mais barato e as 10 onde estes produtos não têm tanto sucesso.

As dez campeãs de vendas de genéricos:

1.  Farmácia do Centro Hospitalar de Coimbra (quota 78,1%)
2.  Farmácia do Hospital de Faro, E.P.E (72,9%)
3.  Farmácia do Hospital de Santo André, em Leiria (68,8%)
4.  Farmácia da Praça, Guimarães (67,4%)
5.  Farmácia Pancada, Mértola (64,4%)
6.  Farmácia do Conde Redondo, Lisboa (62,8%)
7.  Farmácia da Casa do Povo Redondo, Redondo (61,8%)
8.  Farmácia Carneiro, Serpa (61,6%)
9.  Farmácia Nova de Mértola (61,2%)
10.  Farmácia Cesário Tavares, Tavira (60,9%)

As dez piores a vender genéricos:

1.  Farmácia Pulido, Vidigueira (28,4%)
2.  Farmácia Carvalhense, Covilhã ( 28,5%)
3.  Farmácia Do Aviz, Porto (29,0%)
4.  Farmácia Confiança Lda, Tabuaço (29,7%)
5.  Farmácia Bairro Azul, Lisboa (29,9%)
6.  Farmácia Parente, Covilhã (29,9%)
7.  Farmácia da Alameda, Covilhã (30,4%)
8.  Farmácia Crespo, Covilhã (31,3%)
9.  Farmácia Neves da Silva, Albufeira (31,4%)
10.  Farmácia Arminda Silva, São Pedro do Sul (31,5%)

Estágios desportivos
A cidade de Vila Real de Santo António dispõe, desde ontem, de um novo centro médico que os responsáveis querem afirmar a nível...

O presidente da Câmara Municipal disse que este centro é a evolução das parcerias que têm vindo a ser feitas com os serviços médicos cubanos, há quase sete anos para tratamentos oftalmológicos e de reabilitação física.

Além da melhoria nas valências disponíveis no concelho ao nível da prestação de cuidados de saúde, o novo Centro Médico Internacional significa, também, “o assumir de um protagonismo na área do turismo de saúde”.

OMS
Cerca de 1,3 milhões de adolescentes morreram em 2012, revela hoje um relatório da OMS, que aponta os acidentes rodoviários...

O relatório “Saúde para os adolescentes do mundo” é hoje publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que estima que uma em cada cinco pessoas no mundo seja adolescente, ou seja, há 1,2 mil milhões de pessoas de entre 10 e 19 anos.

Embora a maioria dos adolescentes seja saudável, a OMS alerta que ainda há números significativos de mortes e doenças naquela faixa etária.

Só em 2012, revela a organização, morreram 1,3 milhões de adolescentes em todo o mundo, menos do que os 1,5 milhões de 2000.

A taxa de mortalidade naquela faixa etária caiu de 126 para 111 em cada 100.000 entre 2000 e 2012, uma “queda modesta” de 12% que continua a tendência dos últimos 50 anos, conclui a OMS.

No relatório, a OMS revela que os acidentes rodoviários são a principal causa de mortes a nível global, assim como a segunda causa de ferimentos e deficiência.

Os rapazes são particularmente afectados pelos acidentes na estrada, com uma taxa de mortalidade três vezes mais elevada do que as raparigas.

O VIH, que não aparecia entre as causas de mortes adolescentes em 2000, tornou-se agora a segunda mais frequente.

A OMS estima que a mortalidade adolescente associada a esta doença esteja mesmo a aumentar nesta faixa etária, ao contrário do que acontece em todas as outras.

Isto pode reflectir as melhorias nos cuidados de saúde junto das crianças seropositivas, o que faria aumentar aquelas que chegam vivas à adolescência, admite a OMS.

No entanto, nesta faixa etária os doentes não estão a receber o tratamento e os cuidados necessários para sobreviver e evitar a transmissão.

No relatório, a OMS destaca ainda o “peso elevado” das doenças mentais na saúde dos adolescentes.

Globalmente, escreve a organização, a depressão é a principal causa de doença e deficiência nesta faixa etária e o suicídio é a terceira causa de morte.

“Alguns estudos mostram que metade das pessoas que desenvolvem problemas mentais tem os primeiros sintomas até aos 14 anos. Se os adolescentes com problemas mentais receberem os cuidados de que precisam, isso pode prevenir mortes e evitar o sofrimento ao longo da vida”, concluem os autores do relatório.

A OMS destaca também uma “redução significativa” das mortes por complicações na gravidez e parto entre as adolescentes desde 2002, particularmente nas regiões onde a taxa de mortalidade materna é mais alta: Sudeste asiático (57%), Mediterrâneo Oriental (50%) e África (37%).

Apesar disso, a mortalidade materna ainda é a segunda causa de morte entre as raparigas dos 15 aos 19 a nível global, apenas ultrapassada pelo suicídio.

Novos dados recolhidos pela OMS sobre a saúde dos adolescentes concluem que menos de um em cada quatro faz exercício suficiente – a organização recomenda pelo menos uma hora de exercício moderado a vigoroso por dia, e em alguns países um em cada três é obeso.

Por outro lado, há algumas tendências positivas, como a redução das taxas de tabagismo nos adolescentes mais jovens em países de alto rendimento e em alguns de baixo e médio rendimento.

A OMS recorda que a adolescência é um período importante para criar as fundações de uma vida saudável, recordando que muitos dos comportamentos que propiciam as principais doenças não transmissíveis começam ou reforçam-se nesta altura.

“Se não forem abordados, os problemas de saúde e comportamentos que começam na adolescência – como o consumo de tabaco e álcool, os padrões alimentares e de exercício – têm um sério impacto na saúde e desenvolvimento dos adolescentes de hoje e potencialmente efeitos devastadores na sua saúde como adultos amanhã”, diz a principal autora do relatório, Jane Ferguson.

O relatório sublinha por isso a necessidade de mais países seguirem o exemplo de Estados como a Índia, cuja estratégia para a saúde dos adolescentes aborda um vasto espectro de questões, como a saúde mental, a nutrição, o consumo de substâncias, a violência, as doenças não transmissíveis e a saúde sexual e reprodutiva.

Assinalado hoje com rastreios do cancro da pele
O Dia do Euromelanoma assinala-se hoje com rastreios do cancro da pele. Uma doença que tem vindo a aumentar, estimando-se o...

Para comemorar o dia, 42 serviços de dermatologia vão realizar rastreios dos vários tipos de cancros de pele, tendo como alvo principal as pessoas com risco acrescido.

Esta iniciativa é da responsabilidade da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC) e conta com o apoio da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia e a Direcção-Geral de Saúde.

Segundo a APCC, “a incidência dos vários tipos de cancros da pele tem vindo a aumentar em todo o mundo estimando-se que em 2014, em Portugal, apareçam 11.000 novos casos, dos quais cerca de 1000 serão Melanomas”.

A associação alerta que as maratonas e outros desportos ao ar livre estão a contribuir para o aumento de casos de cancros de pele, apesar de os portugueses estarem a ter mais cuidados de protecção à exposição solar.

O melanoma é um dos tipos de cancro mais grave, sendo responsável por 80% das mortes por cancro cutâneo. Só em Portugal surgem cerca de 1.000 novos casos de melanoma todos os anos.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, morrem todos os meses cerca de 22 pessoas com melanoma avançado.

No site, a associação deixa um conselho: “Se tem pele clara, se já sofreu queimaduras na infância e adolescência, se costuma passar muito tempo ao sol, se frequenta ou frequentou solários, se tem uma pele com muitos sinais, ou antecedentes na família com casos de cancro da pele, não ignore esta situação e faça o seu rastreio”.

Investigadores indicam
O recuo dos glaciares na Antárctida ocidental passou um limite estabelecido e é agora “irreversível e imparável”, de acordo com...

“Este estudo demonstra que foi ultrapassado um limite crítico”, afirmou ontem Tom Wagner, investigador do programa de criosfera da NASA, acrescentando que o mesmo “não se baseia em simulações de computador ou em modelos numéricos”.

“Este estudo tem por base a interpretação empírica de mais de quarenta anos de observações, a partir de satélites da NASA”, referiu.

O professor de Ciências do Sistema da Terra da Universidade da Califórnia e glaciólogo da NASA Eric Rignot sustentou que “a observação mostra claramente o recuo irreversível de grande parte dos glaciares”.

“Já passámos um ponto sem retorno e isto terá consequências graves para o nível do mar em todo o mundo”, disse Eric Rignot, referindo que este processo “poderia triplicar a sua contribuição na alteração do nível dos oceanos”.

Já na década de 1970, os investigadores que estudavam os glaciares assinalaram como “ameaçada” a zona da Antártida junto ao mar de Admunsen, onde há seis glaciares gigantes: Pine Island, Thwaites, Haynes, Pople, Smith e Kohler.

Todos eles descem das montanhas até ao mar, tendo os investigadores explicado que a linha de assentamento, área onde a base do glaciar toca no fundo do oceano, tem recuado rapidamente nas últimas décadas.

“A descarga de gelo no oceano tem vindo a aumentar de forma continuada há mais de 40 anos”, afirmou Eric Rignot.

O investigador calculou que o glaciar Smith já tenha recuado cerca de 35 quilómetros.

“Estes glaciares vão continuar a derreter até desaparecerem e o facto de tal acontecer ao mesmo tempo em todos indica uma causa comum”, que é o “aumento da temperatura dos oceanos”, defendeu.

A partir de uma fotografia
Software inovador consegue mostrar como vai ficar a sua cara a partir de uma fotografia da infância.

A Universidade de Washington criou um programa de computador que permite pegar numa fotografia de uma criança de três anos, por exemplo, e perceber como vai ficar aos 80, como explicou a cientista Ira Kemelmacher-Shlizerman à NBC. Uma viagem de décadas em apenas 30 segundos.

O teste foi feito em 82 casos e todos eles corresponderam à realidade. A investigadora adverte, no entanto, que nem todos os casos podem dar este resultado e o estilo de vida pode provocar alterações, como o tabaco ou o álcool.

Mais do que a curiosidade em saber como vamos envelhecer, Ira Kemelmacher-Shlizerman, realça que o programa de computador pode ser muito importante para as cirurgias plásticas e, principalmente em operações de reconstrução do rosto, para que as pessoas fiquem sempre com a sua aparência “natural”.

Veja o vídeo aqui.

 

Não sofra em silêncio
A violência doméstica é muito comum na nossa sociedade, e o perfil do agressor não se define através
Olho com hematoma

Define-se violência doméstica pela existência de agressões físicas e/ou psicológicas, temporárias ou permanentes, praticadas principalmente no seio familiar entre casais, namorados, ex-casais, pais e filhos. Habitualmente começa pela violência psicológica podendo, ou não, "evoluir” para a violência física.

Violência física

Agressão

Qualquer forma de contacto físico agressivo que inflija dor à vítima. As marcas da agressão podem nem sempre ser visíveis, pois o agressor, normalmente, tem o cuidado de fazê-lo em partes do corpo que não são expostas e estejam cobertas por roupa.

Sexual

A prática de sexo forçado ou actos sexuais indesejados são também outra forma de violência física.

Violência psicológica

Verbal

Quando o agressor agride verbalmente a vítima na intimidade ou em frente a outras pessoas.

Financeira

Quando existe dependência financeira de uma das partes, esta torna-se numa "arma” usada para chantagem e para controlar a relação. Ameaçar retirar o apoio financeiro e impedir a vítima de arranjar um emprego que lhe garante independência financeira são as atitudes mais frequentes.

Emocional

Tentativas de rebaixar, humilhar e chantagear são constantes provocando na vítima sentimentos de inutilidade e culpabilização que não correspondem à realidade.

A mulher é identificada, pelas autoridades, como a principal vítima de violência doméstica, mas as crianças, os idosos e os homens também sofrem este tipo de violência. Os motivos são variados, e devem-se frequentemente a desentendimentos domésticos associados ao sentimento de posse que o agressor tem em relação à vítima. As estatísticas indicam que grande parte dos casos estão relacionados com o consumo de álcool e drogas, substâncias que potenciam a agressividade já existente.

A violência doméstica funciona como um ciclo. Primeiro gera-se o conflito, depois a agressão seguida do arrependimento e por fim a reconciliação, até que apareça outro motivo para a agressão e os passos se repetirem. É assim sucessivamente ao longo do tempo. Por outro lado, as agressões podem passar a ser mais frequentes (com intervalos menores) e com mais agressividade. Quando existem filhos, estes sofrem um forte impacto negativo ao assistirem às agressões, e isso poderá reflectir-se, também, em actos agressivos durante o crescimento até à idade adulta.

O que fazer?

Não desculpe os actos do agressor baseado/a em crenças do passado. Se é vítima de violência doméstica não deve sofrer em silêncio e permitir que tal aconteça. Existem linhas de apoio e associações, que dão apoio durante todo o processo de ruptura, a quem denunciar a sua situação. A violência doméstica é crime, pode e deve ser denunciada pela própria vítima ou por terceiros às autoridades.

Contactos úteis

Polícia de Segurança Pública - contacte a Esquadra da área da sua residência

Linha Nacional de Emergência Social (LNES) - 144

Serviço de Informação a Vítimas de Violência Doméstica - 800 202 148

Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) - 116 006

UMAR - 800 202 148

Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género - 217 983 000 (Lisboa) - 222 074 370 (Porto)

Associação de Mulheres Contra a Violência - 213 802 160

Associação Portuguesa de Mulheres Juristas - 211 994 816

Casa da mãe - Obra de promoção social do distrito de Coimbra - 239 827 666 / 963 667 059

UMAR Açores - Associação para a Igualdade e Direitos das Mulheres (Delegação da Ilha Terceira) - 295 217 860 - Fax: 295 217 861

Associação Presença Feminina (Funchal) - 291 759 777

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O desempenho sexual e os métodos para o melhorar estão, desde sempre, bem presentes na história da H
Casal de namorados apaixonados

O termo afrodisíaco tem origem há milhares de anos na mitologia grega, derivado daquela que era designada como a deusa do amor e da beleza, Afrodite. Os afrodisíacos designam-se como substâncias que contribuem para aumentar o desejo e melhorar esse desempenho.

Os efeitos dos afrodisíacos são, na sua maioria, direccionados para o sexo masculino embora também sejam procurados pelas mulheres. Não existem, contudo, testes científicos que comprovem a veracidade destes efeitos a nível global.

Grande parte destas substâncias consideradas afrodisíacas são naturais, embora, também já existam produtos químicos desenvolvidos para melhorar o desempenho sexual. É exemplo disso o sildenafil, fármaco utilizado para tratar a disfunção eréctil do homem. Este medicamento funciona apenas a nível fisiológico, não actua na libido (desejo sexual) logo, a sua utilização como afrodisíaco não é recomendada pois, tal como os outros fármacos, a sua administração deve ser feita mediante aconselhamento e prescrição médica.

Em relação aos produtos naturais existem vários que podem, de certa maneira, ter alguma influência a nível sexual. Todas as substâncias classificadas como energéticas e consideradas afrodisíacas, podem sem dúvida melhorar o desempenho sexual. Proporcionando mais energia tanto a nível físico como mental e, sendo o acto sexual também um exercício físico é natural que se verifiquem melhorias.

Os odores, a maneira de vestir, o toque, a maneira de falar, são tudo factores que podem ser considerados afrodisíacos. Variam de pessoa para pessoa, pois o efeito que provoca pode ser o inverso consoante o gosto, sensibilidade, cultura, etc., de cada um. Na alimentação, tudo o que seja visualmente semelhante aos órgãos sexuais masculino e feminino pode também, para alguns, ter um efeito afrodisíaco. Ou seja, tudo o que contribua para aumentar o desejo, sem ser obrigatoriamente uma substância pode ser considerado afrodisíaco.

Mesmo alguns alimentos podem ter um efeito afrodisíaco como, as ostras, o caviar, o chili, o chocolate, as trufas, o pepino, a banana, a avelã, os morangos, o ginseng, o guaraná, ovos de codorniz, etc. Mas também os chifres de rinoceronte, as pétalas de rosas, alguns perfumes, determinada música, pedras preciosas, etc.

Numa relação, o trato, o respeito e a atenção com o parceiro, quer a nível sexual como na rotina diária, serão provavelmente o melhor dos afrodisíacos a utilizar. Aplicando sempre este último conceito e complementando com qualquer outro tipo de substâncias acima abordadas irá, com toda a certeza, sentir os efeitos afrodisíacos.

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A Periodontologia é a especialidade da Medicina Dentária dirigida à prevenção, diagnóstico e tratame
PERIODONTOLOGIA

As doenças periodontais são provocadas pela acumulação de bactérias nos tecidos da cavidade oral. O depósito de placa bacteriana e de tártaro (placa bacteriana calcificada) no sulco existente entre a gengiva e os dentes origina uma inflamação crónica que destrói os tecidos que suportam a dentição.

As doenças periodontais dividem-se em dois grandes grupos: a gengivite e a periodontite.

A gengivite é provocada pela acumulação de bactérias no sulco gengival, originando inflamação e consequente vermelhidão e sangramento da gengiva. Apesar de qualquer pessoa com deficiente higiene oral ser suscetível de desenvolver gengivite, determinados fatores como a gravidez, a puberdade, dentes mal posicionados ou uso de próteses difíceis de higienizar potenciam o aparecimento da patologia. No caso da gengivite, o tratamento passa pela remoção de toda a placa bacteriana e tártaro acumulado, eliminando-se assim maus sabores e odores orais. Durante o tratamento o paciente aprende os procedimentos para uma correta higiene oral.

Quando a gengivite não é corretamente diagnosticada e tratada, a infeção bacteriana pode progredir transformando-se numa Periodontite, um problema mais complexo que afeta outros tecidos para além das gengivas. A Periodontite provoca a irreversível perda de osso, com consequente mobilidade dentária, sendo a principal causa de perda dentária nos adultos. Stress emocional, tabagismo ou doenças sistémicas como a diabetes podem funcionar como fatores de risco no aparecimento da doença.

Nestes casos já não é possível repor o osso perdido, sendo que o objetivo é travar a progressão da doença eliminando a infeção. Para tal, são removidos os depósitos de placa bacteriana e tártaro das bolsas periodontais. Em casos mais complexos, é necessário recorrer à Cirurgia Periodontal, durante a qual as raízes são expostas para que a limpeza seja realizada de modo adequado. Concluído o tratamento, cabe ao paciente cumprir o programa de manutenção, onde se incluem medidas especificas de higiene e consultas regulares de Higiene Oral.

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Semana do Euromelanoma assinalada com a apresentação do Livro Melanoma 2013 na Assembleia da República.

A Assembleia da República acolhe hoje 13 Maio, pelas 18h00, a apresentação do livro Melanoma 2013. É o primeiro livro técnico, escrito em Português, sobre Melanoma, que pretende preencher uma lacuna sentida pelos profissionais da área de saúde.

A publicação, elaborada por investigadores e médicos de diferentes especialidades das várias áreas envolvidas na prevenção, diagnóstico e tratamento do melanoma, reúne a informação essencial a saber sobre um dos tipos mais grave de cancro.

Maria José Passos, actual presidente do Intergrupo Português do Melanoma, coordenadora e autora do livro reforça que “Melanoma 2013 pretende ser uma ferramenta útil e actualizada, destinada a todos os profissionais de saúde interessados neste tema. Abrange todas as fases da doença desde a prevenção e detecção precoces, ao diagnóstico e tratamento e pretende contribuir para uma melhor compreensão da doença e uniformização de critérios de diagnóstico e tratamento em todo o país”.

A apresentação do livro decorre no âmbito da Semana do Euromelanoma, iniciativa europeia que pretende sensibilizar para a prevenção deste tipo de cancro, e antecede o Dia do Euromelanoma, assinalado a 14 de Maio.

O Livro conta com o apoio e participação de investigadores, médicos e representantes das várias sociedades científicas e associações, envolvidas no tratamento do melanoma: o Intergrupo Português do Melanoma, a Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia, a Sociedade Portuguesa de Oncologia, a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, a Liga Portuguesa Contra o Cancro, a Sociedade Portuguesa de Radiologia e a Ordem dos Médicos.

O melanoma é um dos tipos de cancro mais grave, sendo responsável por 80% das mortes por cancro cutâneo.

Na Europa, nas últimas décadas, a incidência de melanoma tem aumentado cerca de 5% e atinge com frequência adultos jovens, em fase de vida activa.

Só em Portugal surgem cerca de 1.000 novos casos de melanoma todos os anos. 

Segundo dados do INE, morrem todos os meses cerca de 22 pessoas com melanoma avançado.

Ética
Ministério da Saúde quer que todas as instituições do SNS aprovem código de ética, que prevê sanções disciplinares.

Todos os colaboradores do Serviço Nacional de Saúde que recebam ofertas pelo desempenho de funções terão de as registar e entregar à Secretaria-Geral do Ministério da Saúde, devendo ser doadas a instituições de solidariedade. Esta é uma das medidas com as quais o Ministério da Saúde tenciona reforçar os padrões de ética profissional e o “combate à corrupção, informalidade e posições dominantes” no SNS. Todos os colaboradores, independentemente da profissão, vão ter de passar a respeitar regras no atendimento ao público, antecipar conflitos de interesses, mesmo pessoais, cumprir o dever de sigilo ou respeitar regras de requisição de material, passando a estar sujeitos a responsabilidade disciplinar em caso de incumprimento.

As medidas surgem num projecto de despacho sobre a obrigatoriedade de códigos de ética nas instituições do SNS, que inclui um modelo de referência a replicar pelas unidades e sobre o qual a tutela pediu parecer ao Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV), que ontem tornou públicas as suas recomendações. Segundo o projecto de despacho, o objectivo do governo é que todos os estabelecimentos do SNS elaborem no prazo de seis meses estes códigos, para os quais estabelece princípios transversais, mas admite margem para ajustamentos locais.

Um dos requisitos é que os códigos de ética deverão aplicar-se a todos os colaboradores e demais agentes da instituição, “independentemente do vínculo ou posição hierárquica que ocupem”. Este é um dos pontos reforçados no parecer do CNECV, que considera positivo que o âmbito do documento vá além dos profissionais já abrangidos por códigos deontológicos próprios. Logo que estejam em vigor, os profissionais devem ter conhecimento dos mesmos e declarar tê-los lido e compreendido.

Prevenir conflitos pessoais

Além de reforçar obrigações no atendimento ou prestação de informação e contas, o governo deixa algum trabalho às instituições. Terão, por exemplo, de incluir nos seus códigos a enumeração de “situações concretas” que constituam impedimento, incompatibilidade ou conflito de interesses, e que possam pôr em causa a imparcialidade, onde incluem conflitos pessoais como “potenciais vantagens para o próprio ou familiares”. Todas as situações que possam originar conflitos terão de ser comunicadas aos superiores hierárquicos, estipula o diploma.

Outra área em que também deverá haver trabalho ao nível das instituições prende-se com o combate à fraude e desperdício. O código deverá sublinhar que não é permitida a “utilização abusiva dos recursos materiais”, devendo cada entidade explicitar regras de requisição e uso de equipamentos a que passam a estar sujeitos todos os colaboradores.

A novidade concretizada com mais detalhe diz, contudo, respeito ao que o governo designa de ofertas institucionais, não tendo a tutela explicado ontem a sua abrangência. Em 2013, uma revisão do estatuto do medicamento tornou obrigatório todos os profissionais, mas também associações, comunicarem ao Infarmed a recepção de ofertas, donativos e patrocínios provenientes da indústria farmacêutica.

O novo diploma alarga esse controlo a todas as ofertas institucionais, sejam uma dádiva ou uma gratificação, e estabelece um destino para as mesmas, considerando que os bens depositados na Secretaria-Geral do Ministério da Saúde devem “ser entregues a instituições que prossigam fins de carácter social.”

No parecer, o CNECV assinala em vários pontos a pertinência do despacho na promoção da isenção ou boa utilização de recursos. A maioria das recomendações vai no sentido de uma maior clarificação do que se pretende, por exemplo, em pontos como a promoção da participação dos cidadãos nas tomadas de decisão das instituições. O conselho assinala, por fim, que o projecto omite o papel das comissões de ética locais na definição dos códigos, considerando que deveriam colaborar com os gestores na sua elaboração.

Devido à crise
Portugueses com mais de 65 anos recorrem cada vez mais às consultas gratuitas dos Médicos do Mundo por não terem condições...

Carla Paiva, directora geral da ONG em Portugal, explicou que isso é especialmente evidente, no caso português, entre os maiores de 65 anos, sendo que a maioria dos que vão às consultas são cidadãos nacionais.

“Ao contrário de Espanha, que se debate com a crise desde 2010, nós vivemos esta crise desde 2008. São quase seis anos a viver com a crise do serviço de saúde, especialmente para os imigrantes e para as pessoas com mais carências económicas”, disse.

Entre as situações mais complicadas destaca-se a situação das famílias que “antes tinham uma situação financeira tranquila, que perderam os seus empregos e começam a ter problemas de acesso aos cuidados de saúde, especialmente os acessos básicos”.

“A situação é ainda pior quando têm crianças. Temos cada vez mais pedidos de casais que até agora tinham condições para aceder ao sistema nacional de saúde, pagar as suas taxas moderadoras”, disse.

“E ainda as pessoas acima dos 65 anos. Temos cada vez mais pedidos vindo de idosos com baixas reformas que não têm como pagar a sua medicação. O apoio medicamentoso é uma das nossas vertentes em crescimento”, frisou.

Entre os problemas detectados, Carla Paiva destaca a falta de informação, a barreira administrativa e até as dificuldades com a língua de “pessoas que apesar de estarem há muitos anos em Portugal não conhecem o sistema, ou as condições para terem, por exemplo, isenção das taxas moderadoras”.

Uma situação idêntica à que se vive noutros países do sul da Europa.

“Temos verificado, nos últimos anos, um aumento significativo de pessoas que não são imigrantes ou irregulares a aproximarem-se dos Médicos do Mundo”, disse hoje em Madrid o responsável da organização em Espanha, Álvaro González.

“Entre os mais afectados estão pessoas com doenças crónicas, com dependentes a seu cargo e pessoas com poucos recursos económicos”, afirmou.

Uma realidade que assume ainda maior dimensão na Grécia, por exemplo, onde mais de um quarto de todos os que recorrem às consultas da organização são cidadãos nacionais e não imigrantes.

“Com o nível de desemprego a 27%, com mais de 3 milhões de pessoas sem cobertura sanitária, num universo de 10 milhões, diariamente os Médicos do Mundo recebem nas consultas muitas pessoas que são nacionais e não gregos”, explicou Liana Mailli, presidente dos Médicos do Mundo Grécia.

Dados da organização referem que em todos os seus centros, 25% dos pacientes são gregos e em alguns casos (como o centro em Perama) essa média chega aos 75%.

Igualmente grave é o aumento de ataques racistas e xenófobos: em 2012 em Espanha, por exemplo, só 6% dos imigrantes que iam às consultas dos MdM reportavam um tratamento xenófobo, valor que aumentou para 33% este ano.

No caso espanhol a situação é especialmente complicada para imigrantes que estão “há 10 ou 15 anos em Espanha” que “viveram o boom espanhol, estavam regularizados, co filhos que nasceram aqui, sofreram a crise, perderam o emprego e agora estão excluídos do sistema nacional de saúde”, disse González.

Crise na Europa
Grávidas e crianças são o sector da população mais afectado na saúde pela crise na Europa, revela um relatório dos Médicos do...

Há mulheres a suportarem todos os custos com cuidados pré-natais e parto e crianças sem acesso à saúde, sobretudo vacinação.

A anteceder as eleições europeias (25 de Maio), os Médicos do Mundo (MdM) apresentou esta terça-feira, em Madrid, o seu relatório sobre o acesso dos mais desfavorecidos a cuidados de saúde na Europa em tempo de crise, com especial foco nas mulheres grávidas e crianças. A organização aproveitou para apelar aos governos e instituições europeias que assegurem a universalidade, solidariedade, justiça e abertura dos sistemas de saúde nacionais a todos os que vivem na UE.

No seu relatório, a rede internacional Médicos do Mundo apresenta dados-chave de 2013, reunidos a partir de 29.400 consultas realizadas em alguns dos seus centros e clínicas de cuidados saúde por toda a Europa (em 25 cidades em oito países: Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Grécia, Países Baixos, Reino Unido e Suíça):

• Dois terços das mulheres grávidas não receberam quaisquer cuidados pré-natais antes de acederem aos centros MdM. Entre aquelas que tiveram acesso a cuidados pré-natais, 43% foram observadas muito mais tarde do que o recomendado.

• Na melhor das hipóteses, apenas uma em cada duas crianças foi vacinada contra o tétano, hepatite B, sarampo ou tosse convulsa. Em alguns países, esta taxa ficou abaixo dos 30% - bastante abaixo da taxa de cobertura da população em geral, a qual é de cerca de 90%.

• Apenas 2% dos utilizadores do serviço MdM cita a saúde pessoal como razão para a migração, refutando o argumento de que os mecanismos de protecção constituem um factor de atracção para os migrantes.

• 76% dos inquiridos relataram ter vivido pelo menos um incidente de violência. Cerca de 20% desta violência aconteceu na Europa.

A crise económica e as medidas de austeridade tomadas pelos governos estão a ter efeitos graves e duradouros na saúde das pessoas. Os migrantes indocumentados, os requerentes de asilo, os utilizadores de drogas, os trabalhadores do sexo, os pobres e os mais desfavorecidos – grupos já muito vulneráveis antes da crise – estão a ser duramente atingidos pela redução, ou até pela anulação total, dos sistemas e redes que lhes proporcionavam a assistência essencial.

Em Espanha, por exemplo, o Decreto-lei Real de 16/2012 impede o acesso dos migrantes adultos indocumentados ao sistema mas defende que grávidas e crianças devem continuar a ter acesso incondicional a cuidados de saúde. No entanto, as equipas da MdM Espanha registaram muitos casos de mulheres grávidas e crianças com barreiras a estes cuidados.

A crescente precariedade da saúde dos doentes mais desfavorecidos que tem vindo a ser observada pelos centros da MdM em toda a Europa é uma causa grave de preocupação, sublinha o relatório.

“Enquanto as mulheres e crianças deveriam receber uma protecção especial devido à sua elevada vulnerabilidade, o relatório demonstra que estas são mais afectadas pela crise do que qualquer outro sector da população. De facto, em muitos países, as grávidas sem seguro de saúde têm de suportar todos os custos relacionados com os cuidados pré-natais e o parto. Os obstáculos financeiros e legais estão também a excluir um número crescente de crianças do acesso a cuidados de saúde, incluindo a vacinação”, acrescenta ainda a organização.

Os Médicos do Mundo deixam ainda a advertência: “Alguns partidos políticos estão a explorar esta situação, aumentando o abuso sobre os mais pobres e tornando-os bodes expiatórios da crise. Testemunhamos também um aumento da xenofobia, resultando em cada vez mais casos de assalto e crimes de ódio.”

Estas desigualdades estão a destruir a fundação social da solidariedade na Europa e devem ser revertidas, conclui a organização.

Peritos defenfem
Portugal deve adoptar novos modelos de financiamento e negociação que garantam o acesso dos doentes com hepatite C aos...

“O novo grupo de fármacos permite a cura definitiva em mais de 90% dos doentes tratados”, lembra o Consenso Estratégico para a Gestão da Hepatite C em Portugal, que hoje é apresentado em Lisboa.

De acordo com os 30 peritos que trabalharam nas recomendações, “o elevado custo associado” aos novos medicamentos “exige novos modelos de financiamento, e consequentemente de negociação, que garantam o acesso à inovação, de acordo com critérios de prioridade clínica e justiça social”.

O documento recomenda também a criação de uma rede de gestão e referenciação, que deve respeitar a experiência dos centros já existentes e a distribuição epidemiológica da doença.

“Deve estar acautelada a liberdade do doente poder escolher o centro de referenciação onde quer fazer o tratamento, dado o carácter fortemente estigmatizante da hepatite C”, referem os especialistas.

O documento constata que as normas de orientação clínica elaboradas em Portugal há cerca de dois anos já estão cientificamente ultrapassadas e considera que há “um enorme hiato” entre a preparação actual dos profissionais de saúde acerca da hepatite C e o estado do desenvolvimento da ciência e da prática clínica.

Os peritos aconselham ainda que a hepatite C passe a ser uma doença de notificação e registo obrigatório, o que pode permitir que os doentes tenham acesso aos melhores cuidados terapêuticos.

Este sistema de registo deve possibilitar que se identifiquem os doentes que precisam de tratamento e deve permitir a monitorização da assistência que é dada.

Segundo o Consenso Estratégico para a Gestão da Hepatite C, em Portugal calcula-se que a prevalência da doença seja de 1 a 1,5% da população. Entre 900 a 1.200 pessoas morrem por complicações decorrentes da doença, nomeadamente de cirrose.

O trabalho que é hoje apresentado em Lisboa foi coordenado pelo médico e deputado social-democrata Ricardo Baptista Leite, pelos hepatologistas Rui Tato Marinho e Paula Peixe e por Henrique Lopes, do Centro de Estudos da Universidade Católica Portuguesa.

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